Nova tentativa de tiroteio na sessão de A Saga Crepúsculo: Amanhecer – Parte 2

A Saga Crepúsculo: Amanhecer – Parte 2: Quase esse cenário romântico virou um filme do Schwarzenegger.

Na manhã do dia 15 de novembro, a polícia americana prendeu um rapaz de 20 anos, chamado Blaec Lammers, que teria planejado um tiroteio em massa numa sessão do filme A Saga Crepúsculo: Amanhecer – Parte 2. Sim, você já viu esse filme (e não, não estou me referindo ao carnaval de vampiros e lobisomens).

A polícia recebeu a ligação da mãe de Lammers na quinta, dia 14, dizendo que estava preocupada, pois seu filho não estava tomando seus medicamentos e havia comprado fuzis similares àqueles usados no recente massacre durante sessão de Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge, no cinema de Colorado. O rapaz foi encontrado num restaurante de fast food Sonic e levado pela viatura.

Já na delegacia, à princípio ele alegou que as armas seriam utilizadas para caça, porém ao entrarem na discussão sobre as tragédias recentes nos EUA, ele admitiu que tinha “muito em comum com os atiradores”.

Blaec Lammers, 20 anos: enquadrado por ameaça terrorista.

“Lammers afirmou que era quieto, do tipo solitário e que recentemente tinha comprado armas de fogo… e que tinha pensamentos homicidas”, relatou um detetive. Em seguida, confessou que tinha intenção de atirar nas pessoas no cinema de sua cidade Bolivar, no estado do Missouri neste sábado, dia 16.

Num segundo pensamento, teria receio de ficar sem munição, então iria mudar seu plano para o supermercado Wal-Mart, onde ele poderia facilmente quebrar o vidro dos balcões, pegar mais balas e continuar atirando na polícia.

Ele foi acusado de agressão em primeiro grau, ação penal armado e fazer uma ameaça terrorista.

Curiosamente, Blaec Lammers já fora preso em 2009 depois que afirmou que queria esfaquear um funcionário do Wal-Mart até a morte e seguir outros funcionários .

Tudo bem que o atendimento no Wal-Mart é ruim, mas uma cuspida na cara já seria o suficiente, não? Não, mas falando sério agora, os EUA têm um longo  e problemático histórico de gente maluca que sai atirando da noite pro dia. Como já visitei o país, chego a deduzir que pode se tratar da cultura individualista deles. Geralmente, esses atiradores também tiveram traumas na infância que têndem a se agravar nos anos seguintes.

Mas nada seria dos loucos se não houvesse tantas armas e munições ao alcance de todos. No documentário de Michael Moore, Tiros em Columbine (2002), ele confirma a extrema facilidade de adquirir uma arma, seja em lojas ou supermercados (no início do documentário, o diretor encena uma compra de arma num banco!). Essa facilidade se assemelha a uma criança comprando cigarro, cerveja e Playboy aqui no Brasil…

O documentarista Michael Moore sai feliz com sua arma recém-comprada em Tiros em Columbine (2002), vencedor do Oscar.

Recentemente reeleito, o presidente Barack Obama deveria endurecer a política de venda de armas nos EUA. Entendo que a sociedade americana, especialmente a que reside nos estados centrais e republicanos, tem uma cultura antiga e tradicional com as caças, afinal, eles interpretam a atividade como um ritual de passagem do menino para o homem, mas algumas tradições devem cair pelo bem maior das pessoas.

Os EUA já enfrentam uma onda de racismo extremo que começou depois dos ataques do 11 de Setembro de 2001, portanto, esse tipo de tragédia pode e deve ser evitado pelas autoridades.

Aqui no Brasil, o caso mais semelhante foi o do rapaz Wellington Menezes de Oliveira, da cidade de Realengo, no Rio de Janeiro, que voltou à sua escola e atirou em alunos. A mídia cobriu o incidente e rotulou como caso de bullying, que dividiu a população. Alguns acreditam que os traumas devem ser tratados na escola e outros, mais céticos, acham que todo mundo já enfrentou traumas e xingamentos, e nem por isso saem atirando por aí.

Parentes das vítimas da escola municipal de Realengo, RJ.

Este é o segundo caso envolvendo tiroteio nos cinemas só neste ano nos EUA. Apesar da ameça não ter se consumado, se não fosse a mãe de Lammers, as estatísticas de vítimas fatais teriam aumentado. O primeiro aconteceu em julho, numa sala de cinema no Colorado, quando James Holmes se armou até os dentes, matando 12 espectadores.

O atirador de Colorado, James Holmes, em corte. Seu cabelo alaranjado seria uma homenagem ao personagem anarquista Coringa de Batman: O Cavaleiro das Trevas. Photo by Getty Images.

Meu receio é que esses casos nos cinemas se multipliquem e causem um rebuliço tão grande que levaria políticos a adotar detectores de metal nas filas dos cinemas ou em caso mais extremo, acabarem com as exibições. Ok, a economia dos EUA não deixaria essa última opção se consolidar, mas com certeza, a frequência dos espectadores deve cair com esses ataques. A qualidade dos filmes nos cinemas já não ajuda, ainda tem que levar em conta os malucos que acham que a realidade é um Counter Strike eterno…

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