
O produtor e diretor Ben Affleck agradece seu Oscar, que tenta compensar sua ausência na lista de diretores (photo by dawn.com)
Argo leva Melhor Filme. Ang Lee rouba o Oscar de direção. E Steven Spielberg tem seu primeiro ator vencedor do Oscar, o terceiro de Daniel Day-Lewis. A premiação do Oscar 2013 buscou ser o mais democrática possível, talvez na tentativa de compensar as ausências dos diretores Ben Affleck e Kathryn Bigelow numa noite de poucas surpresas.
Na tapete vermelho, as celebridades apostaram na simplicidade. Novamente a mais bem vestida é a atriz Jessica Chastain, desta vez num belo Giorgio Armani.

Novamente, Jessica Chastain se tornou a mais bem vestida no tapete vermelho. Trajado em Giorgio Armani, ela acerta no cabelo e no batom vermelho (photo by http://www.redcarpet-fashionawards.com/page/6/)

Mesmo não sendo uma indicada, Charlize Theron ainda fica no segundo lugar com seu vestido Dior (photo by http://www.redcarpet-fashionawards.com/page/5/)

Em terceiro lugar, Jennifer Lawrence abusa um pouco também com Dior, mas ela pode (photo by http://www.redcarpet-fashionawards.com/page/5/)

Com menção honrosa, incluo a modelo Miranda Kerr. Apesar do vestido Valentino estar um pouco longe de ser um dos melhores, ela valoriza a roupa na Vanity Fair party (photo by http://www.gotceleb.com)
Mesmo seu usar sua arma mais poderosa, o comediante Seth MacFarlane conseguiu criar momentos de bom humor. Assim que entra, ele solta um “Senhoras e senhores, bem-vindos ao Oscar… E a busca para fazer Tommy Lee Jones rir começa, agora!”. Quando cortam para o ator, ele sorri!
Ele inicia seu monólogo com alfinetadas na própria Academia. Ele explica que Argo é baseado numa missão secreta da CIA no Irã. “O filme é tão secreto que até o diretor é desconhecido pela Academia”. (Ben Affleck se mostra pouco confortável pelos aplausos). Eles sabem que erraram”. E depois parte para as celebridades com forte sarcasmo: “Ganhar um Oscar garante uma longa carreira. Jean Dujardin ganhou ano passado e agora ele está em todo lugar”. E ao elogiar a profundidade do método de Daniel Day-Lewis, ele pergunta: “O que aconteceria se, durante as filmagens, ele visse um celular? Ou se visse Don Cheadle no estúdio, ele tentaria libertá-lo?”
Quando o telão desce, vemos William Shatner como o Capitão Kirk de Jornada nas Estrelas. No papel, ele avisa a Seth MacFarlane que viajou do futuro para tentar impedir um desastre, mostrando a manchete do jornal do dia seguinte: “Seth MacFarlane: Pior Host do Oscar de todos os tempos.” Supostamente ele teria cantado a canção “We Saw Your Boobs” (Nós vimos seus peitos):
“Helen Hunt, we saw them in The Sessions, Scarlett Johansson we saw them on your phone
Jessica Chastain we saw your boobs in Lawless, Jodie Foster in The Accused….
and Kate Winslet in Heavenly Creatures, and Jude, and Hamlet, and Titantic, and Iris, and Little Children and the Reader and whatever you’re shooting right now, we saw your boobs!” (Haja pesquisa de tantos peitos em filmes!)
Tentando reverter o futuro desastroso, MacFarlane tenta animar com música e dança, mas só melhora com a encenação do filme O Vôo com meias com olhos. Na cena do avião virando, inserem uma gravação de um monte de meias numa secadora.
Ele ainda soltaria outra pérola depois da apresentação do clipe de Lincoln. “Daniel Day-Lewis é o segundo ator a ser indicado por interpretar Lincoln. Contudo, eu diria que o ator que realmente entrou na cabeça de Lincoln foi John Wilkes Booth” (ele atirou no presidente durante peça de teatro). Depois que a platéia vaia, ele completa: “Sério? 150 anos e ainda é muito cedo, hein? Eu tenho umas piadas de Napoleão, vocês vão ficar malucos”.
Ok. Resultados do Oscar. 18 acertos de 24. Este foi meu bolão de 2013. Confesso que apostei em algumas surpresas, mas elas não vieram: David O. Russell como diretor e Robert De Niro como coadjuvante.
Se fosse apontar apenas uma surpresa do Oscar, esta seria Melhor Maquiagem para Os Miseráveis. Foi tamanha surpresa que até a maquiadora se surpreendeu. Ela foi vestida com uma calça legging rosa (e devia estar até descalça na hora do anúncio do vencedor) e com um visual “estou atrasada mas cheguei”. O musical ainda levou Melhor Som e Melhor Atriz Coadjuvante para Anne Hathaway, cujo discurso ficou muito politicamente correto, agradecendo às demais concorrentes.
A segunda surpresa ficaria com Ang Lee vencendo Melhor Diretor pela segunda vez (depois de O Segredo de Brokeback Mountain). Com as ausências de Ben Affleck e Kathryn Bigelow, a categoria ficou confusa e qualquer um poderia vencer. Muitos apontavam Steven Spielberg como favorito, mas como ele já tem 2 estatuetas e Lincoln é um filme de época quadrado, o desafio vencido por Ang Lee de realizar o tal “infilmável” projeto de As Aventuras de Pi prevaleceu na hora da votação. Este é seu segundo Oscar de direção, tendo vencido o primeiro pelo drama O Segredo de Brokeback Mountain em 2006.
Seu filme se tornou o recordista de prêmios da noite com 4: Melhor Diretor, Fotografia, Trilha Musical Original e Efeitos Visuais. Essas vitórias mais técnicas evidenciam maior privilégio de produções em que o 3D se sobressai. No caso de Fotografia, outros dois trabalhos de 3D foram recentemente premiados: Mauro Fiore por Avatar e Robert Richardson por A Invenção de Hugo Cabret.
Apesar de ter ganhado 4 estatuetas, As Aventuras de Pi viu sentado Argo levar Melhor Filme, terminando a noite com mais dois Oscars: Montagem e Roteiro Original. O filme de Ben Affleck havia ganhado todos os prêmios da indústria como o PGA, DGA e o Globo de Ouro, e não poderia ficar sem seu Oscar. Por um momento, por causa da presença da primeira-dama Michelle Obama no telão, imaginei que Lincoln poderia surpreender, já que se trata da vida de um ex-presidente dos EUA, mas felizmente, Argo prevaleceu. É o mais novo vencedor de Melhor Filme sem ter seu diretor sequer indicado.

Ao vivo da Casa Branca, Michelle Obama elogia o Cinema e apresenta o vencedor do Oscar de Melhor Filme (photo by Hollywoodreporter.com)
Subiram ao palco os produtores George Clooney, Grant Heslov e Ben Affleck. Este último foi bastante humilde em seu discurso, elogiando Spielberg como gênio e que qualquer um dos outros oito filmes indicados poderiam estar recebendo tal honraria. O diretor reconheceu seu passado imaturo como ator, relembrando quando esteve no Oscar 15 anos atrás ao receber Melhor Roteiro Original por Gênio Indomável, pensando que nunca mais voltaria. Mas agradeceu as oportunidades que muitas pessoas presentes na cerimônia lhe deram para poder aprender e evoluir como profissional.
Ainda no campo da surpresa, a mais surpreendente em termos técnicos foi o empate inédito na categoria de Efeitos Sonoros, que ficou entre A Hora Mais Escura e 007 – Operação Skyfall. Este é o quarto empate na História do Oscar: O primeiro aconteceu em 1932, quando Fredric March (O Médico e o Monstro) e Wallace Beery (O Campeão) venceram como Melhor Ator, o segundo foi em 1969: Katharine Hepburn (O Leão no Inverno) e Barbra Streisand (Funny Girl – A Garota Genial) empataram como Melhor Atriz, e o terceiro foi Melhor Curta-Metragem de 1994, quando os trabalhos Franz Kafka’s It’s a Wonderful Life e Trevor dividiram a honraria.

E o Oscar de Efeitos Sonoros vai para: Paul N.J. Ottosson por A Hora Mais Escura… (photo by thespec.com)
Aliás, a atriz e cantora Barbra Streisand subiu ao palco para cantar o sucesso “The Way We Were” de Nosso Amor de Ontem (1973) em homenagem ao recém-falecido compositor Marvin Hamslich, com quem também trabalhou na canção “I’ve Finally Found Someone” de O Espelho Tem Duas Faces, de 1996.
Incluindo a performance musical de Streisand, o Oscar 2013 dedicou bastante de seu tempo no ar para os musicais. A homenagem cansativa apresentou canções dos filmes Chicago, Dreamgirls – Em Busca de um Sonho e Os Miseráveis. Ainda no âmbito da música, Norah Jones cantou a simpática canção indicada de Ted: “Everybody Needs a Best Friend”, enquanto a cantora Shirley Bassey fez sua primeira apresentação no Oscar, cantando a clássica “Goldfinger”. Mesmo sem o mesmo vigor, aos 76 anos, a diva ainda impressiona pelas cordas vocais. Curiosamente, apesar do estrondoso sucesso, a canção sequer foi indicada ao Oscar na época. Sua performance no Oscar salvou a homenagem chocha aos 50 anos de James Bond com um clipe com trechos de vários filmes do espião.

A diva Dame Shirley Bassey em sua primeira apresentação no Oscar aos 76 anos (photo by oglobo.globo.com)
Obviamente, ficou faltando também a indispensável presença dos seis atores (todos vivos) que deram vida ao personagem de Ian Fleming no palco: Sean Connery, George Lazenby, Roger Moore, Timothy Dalton, Pierce Brosnan e Daniel Craig. Talvez os produtores tentaram, mas como Connery ainda guarda rancores idiotas dos produtores da série, a homenagem terminou enxuta. Uma pena.
Já a merecida vitória de “Skyfall” como Melhor Canção Original coroou uma das melhores cantoras em atividade, Adele, homenageou o sucesso das canções-tema de James Bond e se tornou a primeira canção oscarizada da franquia de 23 filmes. Em sua primeira apresentação no Oscar, Adele não sentiu a pressão e cantou belamente com ótimos back vocals.
A vitória de Lincoln na categoria de Direção de Arte também não deixa de ser uma surpresa. Enquanto todos apostavam em Anna Karenina e Os Miseráveis, este Oscar acabou sendo uma espécie de compensação pelas inúmeras derrotas para Spielberg. A recriação dos cenários dos EUA de 1865 impressiona, mas está longe de encher os olhos como o trabalho de Sarah Greenwood de Anna Karenina.
Já nas categorias de atuação, não houve nenhuma surpresa. Acreditava que haveria pelo menos uma e que estaria em Melhor Ator Coadjuvante, mas não foi desta vez que Robert De Niro levou seu terceiro Oscar. Christoph Waltz subiu pela segunda vez em 3 anos pra receber seu segundo Oscar de coadjuvante (o primeiro foi por Bastardos Inglórios). A vitória de Waltz serviu como representante de todo o elenco: Jamie Foxx, Leonardo DiCaprio e Samuel L. Jackson, juntamente com o prêmio de Roteiro Original, serviu para comprovar que Quentin Tarantino é um dos melhores roteiristas em atividade.
Daniel Day-Lewis se tornou o primeiro a receber 3 Oscars de Melhor Ator. Além dessa importante conquista, trata-se do primeiro Oscar de uma atuação sob o comando de Steven Spielberg. Ao receber o prêmio, o ator diz: “É uma coisa estranha porque três anos atrás, na verdade eu havia me comprometido a interpretar Margaret Thatcher e Meryl (Streep) foi a primeira escolha de Steven (Spielberg) para Lincoln, e eu queria ver essa versão”. Em agradecimento à sua mulher, Rebecca Miller, ele continua: “Desde que nos casamos há 16 anos, minha esposa Rebecca viveu com alguns homens muito estranhos. Eles eram estranhos como indivíduos e talvez ainda mais estranhos quando estavam em grupo. Por sorte, ela é bem versátil e tem sido a perfeita companhia para todos eles”.
Apesar dos dois Oscars, Lincoln foi um dos grandes perdedores da noite (venceu 2 em 12 indicações). Se o filme não tivesse naufragado, o prêmio de Ator poderia ter ido para Joaquin Phoenix por sua explosiva interpretação em O Mestre.
Na ala feminina, a jovem Jennifer Lawrence confirmou seu favoritismo por O Lado Bom da Vida. Apesar da gafe de ter caído nas escadas do palco, ela recebeu aplausos de pé da platéia: “Vocês estão de pé porque se sentiram mal por eu ter caído e isso é embaraçoso, mas obrigada”. Em seu discurso, ela desejou feliz aniversário para Emmanuelle Riva, que completa 86 anos. Espero muito que este Oscar não desande sua carreira como atriz em ascensão, mesmo que já tenha engatilhado bons projetos como Serena e a sequência de Jogos Vorazes. Jennifer Lawrence se tornou a segunda atriz mais jovem a vencer nessa categoria aos 22 anos (Marlee Matlin permanece na 1ª posição aos 21, por Filhos do Silêncio).
Também em sua segunda indicação, Jessica Chastain perdeu por A Hora Mais Escura (que teve que se contentar com o Oscar de Efeitos Sonoros), mas ainda tem muito tempo para conseguir seu reconhecimento. Sua versatilidade mais do que comprovada já atrai os olhares de diretores consagrados e ela deve retornar ao Oscar até 2015 pelo filme dirigido por Liv Ullman, Miss Julie.

Jennifer Lawrence é traída pelo seu vestido e cai nos degraus para receber seu Oscar. (photo by popwatch.ew.com)
Não concordei com a vitória do filme da Pixar, Valente, na categoria de Melhor Animação. Reconheço a qualidade técnica, tanto do design como da própria animação do cabelo ruivo enrolado da protagonista, mas em termos de história, trata-se de um típico roteiro da velha Disney, muito semelhante a Irmão Urso, lançado em 2003. Para uma produtora que prioriza a qualidade dos roteiros de seus filmes, a Pixar falhou em Valente e por isso, não deveria ser premiada. Embora o roteiro de Frankenweenie seja uma espécie de colagem de homenagens e baseado em seu curta-metragem dos anos 80, Tim Burton merecia o Oscar.
Uma das melhores coisas desse Oscar foi a forma como eles expulsavam os vencedores com seus discursos chatos e longos do palco: a trilha de Tubarão crescia ao fundo até cortarem o áudio do microfone. A tática deu certo: os discursos ficaram mais curtos e um ou outro vencedor ficou bem nervoso nos agradecimentos, como o roteirista Chris Terrio de Argo.
Outra novidade foi a escalação de seis estudantes de cinema nos EUA para ajudar na entrega dos prêmios. A atitude se mostra bastante nobre e coerente, mas confesso que senti falta das trophy girls. Não sei… elas tinham um “algo a mais”! Espero que esta tenha sido apenas uma exceção à regra!

Uma dos seis estudantes de Cinema aguarda o anúncio do vencedor para entrar com a estatueta (photo by latimes.com)
Apesar de não ter muita relevância, vale destacar aqui a estranheza da atriz Renée Zellwegger. No começo da cerimônia, ela já tinha uma aparência bastante anêmica, não só pela ausência total de maquiagem e cabelo desarrumado, mas pela palidez. Ao entrar no palco para apresentar os Oscars de Trilha Musical e Canção ao lado dos atores Richard Gere, Queen Latifah e Catherine Zeta-Jones, ela estava nitidamente zonza e parecia se esforçar para manter-se em pé. Além disso, não sei se Zellwegger está filmando algo no momento, mas ela fica bem melhor mais cheinha como a Bridget Jones.

Na foto não parece tanto, mas Renée Zellwegger estava sob efeito de narcóticos (photo by arts.nationalpost.com)
Finalizando, o balanço geral do Oscar 2013:
4 Oscars: As Aventuras de Pi
3 Oscars: Argo/ Os Miseráveis
2 Oscars: Lincoln/ Django Livre/ 007 – Operação Skyfall
1 Oscar: O Lado Bom da Vida/ Amor/ Anna Karenina/ A Hora Mais Escura/ Valente/ Searching for Sugar Man
Confira lista dos vencedores:
MELHOR FILME
• ARGO (ARGO)
MELHOR DIRETOR
• Ang Lee (As Aventuras de Pi)
MELHOR ATOR
• Daniel Day-Lewis (Lincoln)
MELHOR ATRIZ
• Jennifer Lawrence (O Lado Bom da Vida)
MELHOR ATOR COADJUVANTE
• Christoph Waltz (Django Livre)
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
• Anne Hathaway (Os Miseráveis)
MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
• Quentin Tarantino (Django Livre)
MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
• Chris Terrio (Argo)
MELHOR FOTOGRAFIA
• Claudio Miranda (As Aventuras de Pi)
MELHOR MONTAGEM
• William Goldenberg (Argo)
MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
• Rick Carter e Jim Erickson (Lincoln)
MELHOR FIGURINO
• Jacqueline Durran (Anna Karenina)
MELHOR MAQUIAGEM
• Lisa Westcott, Julie Dartnell (Os Miseráveis)
MELHOR TRILHA MUSICAL ORIGINAL
• Mychael Danna (As Aventuras de Pi)
MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
•“Skyfall”, de Adele Adkins e Paul Epworth (007 – Operação Skyfall)
MELHOR SOM
• Andy Nelson, Mark Paterson, Simon Hayes (Os Miseráveis)
MELHORES EFEITOS SONOROS (Empate)
• Per Hallberg, Karen M. Baker (007 – Operação Skyfall)
• Paul N.J.Ottosson (A Hora Mais Escura)
MELHORES EFEITOS VISUAIS
• Bill Westenhofer, Gillaume Rocheron, Erik De Boer, Donald Elliott (As Aventuras de Pi)
MELHOR ANIMAÇÃO
• Valente (Brave), de Mark Andrews e Brenda Chapman
MELHOR FILME ESTRANGEIRO
• Amor, de Michael Haneke (Áustria)
MELHOR DOCUMENTÁRIO
• Searching for Sugar Man, de Malik Benjelloul e Simon Chinn
MELHOR DOCUMENTÁRIO CURTA
• Inocente, de Sean Fine e Andrea Nix
MELHOR CURTA-METRAGEM
• Curfew, de Shawn Christensen
MELHOR CURTA DE ANIMAÇÃO
• Paperman, de John Kahrs
Bia
/ fevereiro 28, 2013Oi, Pe!
Adorei o seu post falando sobre o Oscar! Cheio de detalhes, comentários e tudo mais o que eu precisava para me informar da premiação deste ano.
Eu não consegui assistir… É, eu sei… Juro que tentei, mas no hotel que estava, não tinha TV por assinatura e ainda por cima, a Globo funcionava muito mal – nem tudo são flores em uma viagem de férias. Mas tudo bem! Fico muito feliz por ter voltado e visitado o seu blog, com todas as informações necessárias!!!!
Como não posso deixar o assunto do qual entendo passar batido, claro que fui direto aos seus comentários sobre a área fashion da noite! Bom, no geral não gostei tanto dos vestido, sem falar naquele Valentino que não tinha nada com nada para o Oscar! Já vi melhores modelos! Mas tenho que confessar que aquele Dior da Charlize Theron é adoravelmente perfeito! Por mais que seja uma adptação de um modelo clássico já existente e de uma marca “rival”, ainda assim achei incrível!
E sei que você vai torcer o nariz para o meu próximo comentário, mas vi umas fotos do vestido da Reese Witherspoon em um Louis Vuitton azul maravilhoso! Ela é maravilhosa e aquele vestido não me deixa nenhum comentário!
Tá bom, parei por aqui! Mas agora falando dos prêmios, fiquei muito triste por não ter conseguido assistir quase nenhum filme que foi indicado e ainda os que eu assisti não ganharam nada.. hahahaha.
Mas pelo menos me animei de Adele ter ganhado pela melhor trilha original e por Argo ser o melhor filme (mesmo por eu não ter assistido).
Agora, sobre aquela história toda de que “As Aventuras de Pi” ter sido roubada de Moacyr Scliar? O que você achou disso? Apesar dos pesares, são bem parecidas….
Bom, é isso Pe!
Adorei de verdade esse post!
Ah! E parabéns pelo bolão! Hahahaha =)
Beijos!
Winston Graysmith
/ março 8, 2013Oi, Pe!
Foi mal pela demora em responder! Acabei de postar o que estava planejando há uma semana. Então, eu já imaginava que vc iria comentar algo sobre a moda no tapete vermelho. Do meu lado, apenas verifico se o vestido ficou bem na celebridade. Às vezes, meu gosto acaba falando mais alto do que a moda como no caso da Miranda Kerr. Eu vi esse vestido azul da Reese Witherspoon, e achei simpático, mas acho que ela poderia ter caprichado um pouco mais no visual. Parece que existe uma etiqueta que diz que quando a pessoa não está indicada ao Oscar naquele ano, não precisa caprichar tanto, sabe? Tipo, “não posso brilhar mais do que os atores indicados”.
No geral, a premiação foi bastante democrática. Obviamente, “Argo” levaria Melhor Filme por todo o lance do diretor ter ficado pra trás. Já que vc está buscando novos horizontes no cinema, vale a pena ver o filme, nem que seja em DVD. Claro que está longe de um cinema mais autoral como o europeu, mas já é um bom começo.
Quanto ao caso do livro “Life of Pi”, parece que o Yann Martel republicou anos atrás uma espécie de dedicatória ao escritor Moacyr Scliar, reconhecendo que o livro dele serviu como inspiração. Apesar de terem sugerido um processo de plágio, o brasileiro resolveu deixar de lado. Já que o Martel “consertou” sua falha, não vejo razão para acusar de plágio porque são contextos bem diferentes.
Bom, é isso. Espero que vc consiga assistir aos filmes desse Oscar depois. Pelo menos gostou de “Indomável Sonhadora”… Bjos.
Hugo
/ fevereiro 28, 2013O meu bolão do Oscar teve apostas diferentes das suas, mas acertamos o mesmo número de ganhadores, 18. Engraçado que eu consegui prever todos os vencedores dos curtas (apenas baseado em pesquisas, já que não assisti a nenhum deles); e errei categorias como atriz, diretor e ator coadjuvante. A vitória de Christoph Waltz me surpreendeu: Mesmo ele tendo ganhado o Globo de Ouro e o BAFTA, não imaginava que fossem premiar um ator estrangeiro com uma vitória anterior tão recente, ainda mais tendo na mesma categoria Tommy Lee Jones, Robert De Niro e Philip Seymour-Hoffman, que foram premiados há mais tempo.
Na minha opinião, a apresentação de Seth MacFarlane teve altos e baixos. Achei a piada com o Jean Dujardin bem grosseira e desnecessária; o cara despenca lá da França pra apresentar o prêmio e tem que ouvir aquilo. A encenação de “O Vôo” com as meias foi bem engraçada. Achei a música dos peitos bem machista, mas ri na parte em que ele perde o fôlego falando a quantidade de filmes em que a Kate Winslet aparece nua. O monólogo de abertura foi muito longo e nem mencionou coisas que na minha opinião eram necessárias, como o aniversário de Emmanuelle Riva; não é sempre que tem um indicado aniversariante, ainda mais completando 86 anos! Achei bonitinho quando a Jennifer Lawrence lembrou isso no seu discurso.
A categoria de melhor atriz desse ano me lembrou a de 1999, quando a Fernanda Montenegro concorreu. Uma atriz veterana, estrangeira e desconhecida [Fernanda(99)/Riva(2013)]; uma novinha, loirinha, bonitinha, numa comédia romântica promovida por Harvey Weinstein [Gwyneth Paltrow(99)/Lawrence(2013)]; e uma atriz um pouco mais madura, mas relativamente nova na indústria [Cate Blanchett(99)/Jessica Chastain(2013)]. Em ambos os casos saiu vencedora a loirinha bonitinha, em detrimento das demais. Aliás, Paltrow e Jennifer ganharam e perderam exatamente os mesmos prêmios pré-Oscar: Ganharam o Globo de Ouro de melhor atriz em comédia e o SAG e perderam o Critics’ Choice e o BAFTA. Apesar de estar torcendo por Emmanuelle esse ano, tenho que admitir que a vitória de 1999 foi muito mais escandalosa e injusta. Lawrence pelo menos já provou que é talentosa e versátil, só acho que a Academia poderia ter esperado para premiá-la. Provavelmente muitas oportunidades surgirão para Jennifer e Jessica, já pra Emmanuelle…
A vitória de “Os Miseráveis” em maquiagem não foi exatamente uma surpresa pra mim e era a minha aposta, já que o filme tinha ganhado nessa categoria no BAFTA.
Eu achava que esse tinha sido o terceiro empate do Oscar, mas na verdade foi o sexto. Fora as ocasiões mencionadas por você, o empate também ocorreu em 1950 na categoria de documentário em curta-metragem e em 1987 para documentário em longa-metragem.
A idéia de homenagear os musicais foi legal, apesar de pouco parcial. Os produtores da cerimônia também produziram “Chicago”, ficou um ar de auto-reverência. Não entendi a homenagem a “Dreamgirls”, um filme ao qual eu nunca assisti, mas que definitivamente não é um musical marcante. Seria melhor terem lembrado de “Moulin Rouge”, que ressuscitou o gênero no século XXI.
Ficou estranho também fazerem tantos número musicais e deixarem de apresentar dois indicados a melhor canção. Um pouco de desrespeito com os concorrentes. Não gostei disso.
Achei meio ridículo a Michelle Obama apresentando o Oscar de melhor filme de um telão. Parecia que eles queriam competir (e vencer) com o Globo de Ouro, que levou o ex-presidente Bill Clinton. Aliás, o Globo de Ouro antecipou quase todos os vancedores do Oscar, só não acertou com Ben Affleck ganhando como melhor diretor porque não tinha jeito. Se não fosse por isso, teria sido 100% de aproveitamento. Antecipar o anúncio dos indicados não surtiu efeito, já que a idéia era diminuir a influência de outras premiações sobre o Oscar.
Acho que falta criatividade também na escolha dos apresentadores. Michael Douglas já tinha apresentado o Oscar de melhor diretor no ano passado; desde que ganhou, Sandra Bullock tá lá marcando presença todo ano (2011-melhor ator, 2012-melhor filme estrangeiro e esse ano de novo); e já perdi a conta de quantas vezes Jack Nicholson revelou o melhor filme. Tudo bem que eles são nomes importantes da indústria, mas existem outras pessoas, né. Também não gosto quando apenas alguns dos indicados são apresentadores, a não ser nos casos onde eles são vencedores do ano anterior. Não entendo o porquê de dar destaque a apenas alguns nomeados. Pra mim todos os concorrentes deveriam apenas assistir à cerimônia como convidados. Mas não sou eu quem organiza a festa, né!
Renée Zellwegger doidona, hahaha…
Parabéns pela sua cobertura do evento. Abraço.
Winston Graysmith
/ março 8, 2013Oi, Hugo!
Por “O Lado Bom da Vida” se tratar de um filme da Weinstein Company, que costuma levar todos os prêmios, achei que levaria mais Oscars como o de direção e ator coadjuvante. Não que Robert De Niro merecesse o prêmio, mas mais pelas circunstâncias de retorno de um dos grandes atores do passado. Ainda tenho minhas dúvidas se ele vai conseguir sair do marasmo e correr atrás de novos desafios. Aliás, adoraria ver mais esforço por parte de Al Pacino. Lembro que li uma entrevista dele um tempo atrás em que ele revelou que sua última grande atuação tinha sido em “Um Dia de Cão”, lá em 1975!
Ótima lembrança sua do Oscar 99! Realmente as circunstâncias eram muito semelhantes às desse ano. Apesar que ficaria muito mais feliz se a Fernanda Montenegro vencesse naquele ano, do que Emmanuelle Riva. E como Cate Blanchett, um monstro de interpretação em “Elizabeth”, perdeu para a sem sal da Gwyneth Paltrow só Harvey Weinstein poderá explicar!
Esse prêmio ridículo de maquiagem para “Os Miseráveis” me revoltou por haver pouco trabalho em tela. Isso me lembrou quando “Frida” venceu só por causa das sombrancelhas McDonald’s da Frida sobre o infinitamente superior trabalho de maquiagem de “A Máquina do Tempo”.
Não estava ciente dos demais empates no Oscar que vc citou. Como normalmente as categorias menores ficam esquecidas, as ocasiões também pouco voltaram à mídia com esse novo empate em Efeitos Sonoros. Aliás, adorei esse empate porque achei que ambos mereciam o prêmio. Bem que poderia ter havido empate quando Bette Davis e Gloria Swanson concorriam em 1951 por “A Malvada” e “Crepúsculo dos Deuses”.
A idéia da homenagem aos musicais foi ridícula e inútil. Primeiro que o cinema americano tem um riquíssimo acervo de musicais excelentes como “Cantando na Chuva” e “O Mágico de Oz” que sequer foram mencionados. E segundo: já houve algo bem semelhante no Oscar 2009, quando Hugh Jackman host havia homenageado “Mamma Mia”, “Moulin Rouge” e “Grease”.
Concordo plenamente com vc a respeito das duas canções indicadas não apresentadas em palco. Ficou a nítida impressão de que apenas as intérpretes famosas tinham lugar cativo na transmissão. E lembrando da Adele, achei horrível aquela homenagem dos 50 anos de James Bond. Aquila montagem lá ficou com cara de Youtube home-made!
Quanto à escolha dos apresentadores, o Oscar costumava chamar atores e atrizes que não foram indicados para apresentar os prêmios. Até um tempinho atrás, a escolha se tornou patrocinada, ou seja, mandavam atores que participaram de um futuro lançamento no cinema como quando Anne Hathaway e Steve Carrel apresentaram Melhor Animação em 2008 para promover “Agente 86”.
Enfim… obrigado por seus comentários! Vc resgatou observações pertinentes! Abração!