MINARI E MANK GANHAM NOVO GÁS NA TEMPORADA A POUCOS DIAS ANTES DAS INDICAÇÕES AO OSCAR
O American Cinema Editors (ACE), ou conhecido carinhosamente por Eddie, foi um pouco na contramão do BAFTA e indicou Minari e Mank em sua categoria de Drama, fortalecendo a campanha do filme de Lee Isaac Chung, enquanto dá uma sobrevida ao filme de David Fincher, que passou de provável recordista de indicações para reduto de categorias técnicas. A grande ausência na categoria é a montagem de Meu Pai, pois trabalha as falha de memória devido à demência do protagonista vivido por Anthony Hopkins, o que pode ter sido causada pela fraca campanha da Sony Pictures Classics, que inclusive põe em xeque a indicação de Coadjuvante para Olivia Colman.
Já na categoria de Comédia, a montagem de Bela Vingança é a grande favorita a levar o prêmio e de também seguir em busca da indicação ao Oscar, fato que reforçaria a campanha para Melhor Filme. Aliás, o vencedor do Eddie possui uma boa estatística de prever o vencedor de Melhor Filme. Embora nos últimos 10 anos, apenas 4 terem se confirmado (veja tabela abaixo), nos últimos 29 anos, 23 que ganharam o ACE levaram também o Oscar de Melhor Filme.
ANO
EDDIE DRAMA
EDDIE COMÉDIA
OSCARde MONTAGEM
2020
Parasita
Jojo Rabbit
Ford vs. Ferrari
2019
Bohemian Rhapsody
A Favorita
Bohemian Rhapsody
2018
Dunkirk
Eu, Tonya
Dunkirk
2017
A Chegada
La La Land
Até o Último Homem
2016
Mad Max: Estrada da Fúria
A Grande Aposta
Mad Max: Estrada da Fúria
2015
Boyhood
O Grande Hotel Budapeste
Whiplash
2014
Capitão Phillips
Trapaça
Gravidade
2013
Argo
O Lado Bom da Vida
Argo
2012
O Artista
Os Descendentes
A Invenção de Hugo Cabret
2011
A Rede Social
Alice no País das Maravilhas
A Rede Social
Confira a lista de indicados das categorias de cinema do 71º ACE Awards:
MONTAGEM – DRAMA
MANK – Kirk Baxter
MINARI – Harry Yoon
NOMADLAND – Chloé Zhao
O SOM DO SILÊNCIO – Mikkel E.G. Nielsen
OS 7 DE CHICAGO – Alan Baumgarten
MONTAGEM – COMÉDIA
BORAT: FITA DE CINEMA SEGUINTE – James Thomas, Craig Alpert, Mike Giambra
EU ME IMPORTO – Mark Eckersley
ON THE ROCKS – Sarah Flack
PALM SPRINGS – Matthew Friedman, Andrew Dickler
BELA VINGANÇA – Frédéric Thoraval
MONTAGEM – ANIMAÇÃO
OS CROODS 2: UMA NOVA ERA – James Ryan
DOIS IRMÃOS: UMA JORNADA FANTÁSTICA – Catherine Apple
A CAMINHO DA LUA – Edie Ichioka
SOUL – Kevin Nolting
WOLFWALKERS – Darragh Byrne, Richie Cody, Darren Holmes
MONTAGEM – DOCUMENTÁRIO
ATÉ O FIM: A LUTA PELA DEMOCRACIA – Nancy Novack
AS MORTES DE DICK JOHNSON – Nels Bangerter
THE DISSIDENT – Scott D. Hanson, James Leche, Wyatt Rogowski, Avner Shiloah
MY OCTOPUS TEACHER – Pippa Ehrlich, Dan Schwalm
O DILEMA DAS REDES – Davis Coombe
MONTAGEM – DOCUMENTÁRIO (NÃO LANÇADO EM CINEMA)
BEASTIE BOYS STORY – Jeff Buchanan, Zoe Schack
THE BEE GEES: HOW CAN YOU MEND A BROKEN HEART – Derek Boonstra, Robert A. Martinez
THE LAST DANCE – Chad Beck, Devin Concannon, Abhay Sofsky, Ben Sozanski
SEDUCED: INSIDE THE NXIVM CULT – Inbal B. Lessner, Alex Jablonski, Gillian McCarthy, Matthew Moul, Chris A. Peterson
A cerimônia virtual está agendada para o dia 17 de Abril.
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Nesta última quinta-feira, dia 11, houve a inauguração do prêmio do Sindicato de Decoradores de Set ou Set Decorators Society of America (SDSA). Pra quem não conhece muito a área, o decorador de set é responsável por selecionar, projetar, fabricar e fornecer os objetos do cenário. Tradicionalmente, esse profissional é indicado a prêmios de Design de Produção juntamente com o desenhista de produção, já que ele concretiza os temas e designs de seu companheiro de trabalho.
Justamente pelo reconhecimento em conjunto, à princípio não vemos esse prêmio como algo realmente necessário, até mesmo porque já temos um caminhão deles anualmente, mas se eu fosse um decorador de set, certamente iria adorar um prêmio exclusivo para meu cargo. Por se tratar de um prêmio novíssimo, estamos longe de saber como ele vai se encaixar na temporada e quais suas consequências até chegar o Oscar. A tendência é que os vencedores daqui casem com os mesmos vencedores do Art Designers Guild (ADG), mas às vezes pode acontecer do melhor design não necessariamente contar com a melhor decoração de set.
Assim como o ADG e o Sindicato de Figurinistas, o SDSA também conta com as categorias de Filme de Época, Ficção Científica ou Fantasia, e Contemporâneo, mas até agora estamos tentando entender o porquê da categoria de Comédia ou Musical, que embora seja bacana o reconhecimento, está bem fora do contexto aqui.
Os vencedores serão conhecidos no dia 31 de Março, quando serão anunciados via canal oficial do YouTube.
Confira os indicados do 1º SDSA Awards:
DECORAÇÃO DE SET – FILME DE ÉPOCA
EMMA.
MANK
A VOZ SUPREMA DO BLUES
RELATOS DO MUNDO
OS 7 DE CHICAGO
DECORAÇÃO DE SET – FICÇÃO CIENTÍFICA OU FANTASIA
O CÉU DA MEIA-NOITE
PALM SPRINGS
CONVENÇÃO DAS BRUXAS
TENET
MULHER-MARAVILHA 1984
DECORAÇÃO DE SET – CONTEMPORÂNEO
DESTACAMENTO BLOOD
ERA UMA VEZ UM SONHO
ESTOU PENSANDO EM ACABAR COM TUDO
BELA VINGANÇA
O SOM DO SILÊNCIO
DECORAÇÃO DE SET – COMÉDIA OU MUSICAL
BORAT: FITA DE CINEMA SEGUINTE
DOLITTLE
FESTIVAL EUROVISION DA CANÇÃO: A SAGA DE SIGRIT E LARS
Taika Waititi e Bong Joon Ho com seus prêmios do WGA (pic by @neonrated)
FILMES GANHAM PRÊMIOS COM ASTERISCOS
Na noite deste sábado, dia 1º de fevereiro, o sindicato de roteiristas (WGA) entregou seus prêmios de Cinema e de TV.
Seguem os vencedores destacados na cor azul:
ROTEIRO ORIGINAL
1917, de Sam Mendes e Krysty Wilson-Cairns
Fora de Série (Booksmart), de Emily Halpern, Sarah Haskins, Susanna Fogel e Katie Silberman
Entre Facas e Segredos (Knives Out), de Rian Johnson
História de um Casamento (Marriage Story), de Noah Baumbach
Parasita (Parasite), de Bong Joon Ho e Han Jin Won
ROTEIRO ADAPTADO
Um Lindo Dia na Vizinhança (A Beautiful Day in the Neighborhood), de Micah Fitzerman-Blue e Noah Harpster – inspirado no artigo “Can You Say… Hero?”, por Tom Junod
O Irlandês (The Irishman), de Steven Zaillian – baseado no livro “I Heard You Paint Houses”, de Charles Brandt
Jojo Rabbit, de Taika Waititi – baseado no livro “Caging Skies”, de Christine Leunens
Coringa (Joker), de Todd Phillips e Scott Silver – baseado nos personagens da DC Comics
Adoráveis Mulheres (Little Women), de Greta Gerwig – baseado no romance de Louisa May Alcott
ROTEIRO DE DOCUMENTÁRIO
Citizen K, de Alex Gibney
Foster, de Mark Jonathan Harris
The Inventor: Out for Blood in Silicon Valley, de Alex Gibney
Joseph Pulitzer: Voice of the People, de Robert Seidman e Oren Rudavsky
The Kingmaker, de Lauren Greenfield
Cenas de Parasita e Jojo Rabbit, que venceram os prêmios de roteiro
A vitória de Taika Waititi dá um novo fôlego para seu Jojo Rabbit, já que bateu três dos seus quatro concorrentes ao Oscar, faltando apenas Anthony McCarten de Dois Papas. Vencedor do prêmio do público no último Festival de Toronto, a sátira do Nazismo também levou os prêmios dos sindicatos de Montagem (Comédia ou Musical) e Figurino (de Época). Com essa campanha vitoriosa, é provável que Jojo Rabbit saia do Oscar com pelo menos uma estatueta… mas qual?
Até antes desta premiação, Greta Gerwig era a favorita por sua adaptação de Adoráveis Mulheres, mas Taika Waititi pode se tornar uma ameaça com o WGA vencido. Lembrando que a votação do Oscar se encerra apenas no dia 04 de Fevereiro (terça-feira), o que permite mudanças de escolhas de última hora.
Cena de Adoráveis Mulheres, de Greta Gerwig (pic by IMDb)
Já na categoria de Roteiro Original, embora a premiação de Bong Joon Ho e Han Jin Won por Parasita ajude a manter o filme na mente dos votantes, é preciso se ater ao fato de que Quentin Tarantino não concorria com Era Uma Vez em… Hollywood, já que ele não é membro do sindicato. E mais importante: Tarantino já ganhou o Oscar (por Django Livre) mesmo nem concorrendo ao WGA. Será que a história de 2013 vai se repetir aqui? E se for o caso, Bong Joon Ho vai levar apenas o Oscar de Melhor Filme Internacional? Porque o DGA praticamente sacramentou a vitória de Sam Mendes como Melhor Diretor…
Cena de Era Uma Vez em… Hollywood (pic by IMDb)
Em seu discurso de agradecimento, o diretor e roteirista sul-coreano disse: “Vocês entenderam a estrutura e nossa história e as nuances de nossos diálogos. É surpreendente!”, e depois fechou com uma declaração anti-Trump: “Algumas pessoas constroem barreiras mais altas. Nós, escritores, nós amamos destrui-las.”
A categoria de Documentário acaba não interferindo na corrida pelo Oscar, pois nenhum dos indicados aqui estão na lista final da Academia. Mas vale lembrar que o vencedor Alex Gibney, já venceu o Oscar por Táxi Para a Escuridão em 2008.
Pra quem ficou curioso, segue a tabela dos últimos dez anos comparando o WGA e o Oscar:
ANO
WGA ORIGINAL
OSCAR ORIGINAL
WGA ADAPTADO
OSCAR ADAPTADO
2019
Oitava Série
Green Book
Poderia Me Perdoar?
Infiltrado na Klan
2018
Corra!
Corra!
Me Chame Pelo seu Nome
Me Chame Pelo seu Nome
2017
Moonlight
Manchester à Beira-Mar
A Chegada
Moonlight
2016
Spotlight
Spotlight
A Grande Aposta
A Grande Aposta
2015
O Grande Hotel Budapeste
Birdman
O Jogo da Imitação
O Jogo da Imitação
2014
Ela
Ela
Capitão Phillips
12 Anos de Escravidão
2013
A Hora Mais Escura
Django Livre
Argo
Argo
2012
Meia-Noite em Paris
Meia-Noite em Paris
Os Descendentes
Os Descendentes
2011
A Origem
O Discurso do Rei
A Rede Social
A Rede Social
2010
Guerra ao Terror
Guerra ao Terror
Amor Sem Escalas
Preciosa
Normalmente, o WGA acerta pelo menos um dos vencedores do Oscar de Roteiro, mas por exemplo, no ano passado, tivemos duas divergências, algo que foi raro nos anos anteriores.
No final das contas, o resultado do WGA não ajuda em nada nas previsões, pois Era Uma Vez em… Hollywood não estava concorrendo, e na categoria de Roteiro Adaptado, é provável que muitos votantes (especialmente as mulheres) optem por Greta Gerwig como forma de protesto pela ausência de mulheres na categoria de Direção.
Cena da série Succession, da HBO (pic by IMDb)
Confira os vencedores das categorias de TV:
TELEVISION
Drama series “Succession” (HBO)
Comedy series “Barry,” written by Alec Berg, Duffy Boudreau, Bill Hader, Emily Heller, Jason Kim, Taofik Kolade, Elizabeth Sarnoff (HBO)
New Series “Watchmen” (HBO)
Long Form Original “Chernobyl,” written by Craig Mazin (HBO)
Long Form Adapted “Fosse/Verdon” (FX)
Short Form New Media “Special,” written by Ryan O’Connell (Netflix)
Animation “Thanksgiving of Horror” (“The Simpsons”) (FOX)
Episodic Drama “Tern Haven” (“Succession”), written by Will Tracy (HBO)
Episodic Comedy “Pilot” (“Dead to Me”), written by Liz Feldman (Netflix)
Comedy/Variety Talk Series “Last Week Tonight with John Oliver” (HBO)
Comedy/Variety Sketch Series “Full Frontal with Samantha Bee Presents: Not the White House Correspondents’ Dinner Part 2” (TBS)
Comedy/Variety Specials “I Think You Should Leave with Tim Robinson” (Netflix)
Daytime “The Young and the Restless,” written by Amanda L. Beall, Jeff Beldner, Sara Bibel, Matt Clifford, Annie Compton, Christopher Dunn, Sara Endsley, Janice Ferri Esser, Mellinda Hensley, LynnMartin, Anne Schoettle, Natalie Minardi Slater, Teresa Zimmerman (CBS) WINNER
Documentary Script — Other than Current Events “Right to Fail” (Frontline), written by Tom Jennings (PBS)
Documentary Script — Current Events “Trump’s Trade War” (Frontline), written by Rick Young (PBS)
News Script — Analysis, Feature or Commentary “Fly Like An Eagle” (60 Minutes), written by Katie Kerbstat Jacobson, Scott Pelley, Nicole Young (CBS)
News Script — Regularly Scheduled, Bulletin or Breaking Report “Terror in America: The Massacres in El Paso and Dayton” (Special Edition of the CBS Evening News with Norah O’Donnell), written by Jerry Cipriano, Joe Clines, Bob Meyer (CBS)
Quiz and Audience Participation “Are You Smarter Than a 5th Grader?,” head writer Bret Calvert, writers Seth Harrington, Rosemarie DiSalvo (Nickelodeon)
Children’s Episodic, Longform and Specials “Remember Black Elvis?” (Family Reunion), written by Howard Jordan, Jr. (Netflix)
A 92ª cerimônia do Oscar acontece no dia 09 de Fevereiro. Não esqueça de participar de nosso Bolão do Oscar.
Da esquerda à direita: Parasita, The Farewell e Perdi Meu Corpo entre os indicados ao Eddie
FAVORITOS DA TEMPORADA MARCAM PRESENÇA NO SINDICATO DE MONTADORES
Assim como nos outros prêmios, o do sindicato de montadores também sofreu um pouco para fazer sua seleção numa safra acima da média como foi de 2019. Os franco-favoritos da temporada estão na lista: O Irlandês, História de um Casamento, Parasita e Era uma Vez em… Hollywood, divididos em categorias de drama e de comédia
Apesar das duas categorias, dois trabalhos de montagem ausentes aqui pedem passagem para o Oscar: Uncut Gems e 1917. Enquanto o primeiro apresenta um frescor moderno que tem conquistado a crítica (foi indicado ao Independent Spirit e ao Critics’ Choice), o segundo pertence ao gênero Guerra, que costuma vencer o Oscar de tempos em tempos como Até o Último Homem em 2017. No caso de 1917, contudo, pode acontecer o mesmo que Birdman em 2015, quando foi esnobado por ter uma narrativa de plano sequência, ou seja, aparentemente sem cortes.
DRAMA: Parasita, O Irlandês, História de um Casamento, Coringa e Ford vs Ferrari
Entre os indicados de Drama, nossa montagem favorita é de Parasita, por mesclar brilhantemente os gêneros drama, terror e comédia sem chamar tanta atenção e manter um equilíbrio formidável. Também destacamos o árduo trabalho da edição da veterana Thelma Schoonmaker, que transformou 3 horas e meia de filme num épico pouco cansativo em O Irlandês.
Já na categoria de Comédia, ainda não conferimos Jojo Rabbit, mas destacamos a edição de Entre Facas e Segredos por dar conta de tantos personagens e manter o mistério no ar. E mais um adendo talvez polêmico: sentimos muita falta do talento incomparável de Sally Menke, ex-colaboradora assídua de Tarantino. Ela foi responsável pela dinâmica das montagens de Cães de Aluguel, Pulp Fiction, Jackie Brown, Kill Bill e Bastardos Inglórios. Depois que ela faleceu em 2010, Fred Raskin assumiu o posto e a montagem dos filmes de Tarantino sofreram uma drástica mudança, especialmente em Os Oito Odiados. Embora muito se fale da aposentadoria iminente do diretor, talvez seja o caso de ele mudar de montador para o próximo (e talvez último) projeto…
Em relação ao histórico da Academia, embora seja uma categoria que costuma indicar o vencedor do Oscar de Melhor Filme, já faz 6 anos que a Academia não concede o Oscar de Montagem para o vencedor de Melhor Filme, desde Argo em 2013. E se analisarmos os últimos cinco anos, temos 3 acertos.
ANO
EDDIE DRAMA
EDDIE COMÉDIA
OSCAR
2018
Bohemian Rhapsody
A Favorita
Bohemian Rhapsody
2017
Dunkirk
Eu, Tonya
Dunkirk
2016
A Chegada
La La Land
Até o Último Homem
2015
Mad Max
A Grande Aposta
Mad Max
2014
Boyhood
O Grande Hotel Budapeste
Whiplash
Historicamente, é a primeira vez em 70 anos que três produções em língua estrangeira são indicadas ao Eddie Awards, no caso, Parasita, The Farewell e Perdi Meu Corpo. Embora essa estatística não garanta nenhum prêmio, pelo menos indica que Hollywood está reconhecendo melhor a qualidade dos trabalhos fora de sua bolha.
COMÉDIA: Entre Facas e Segredos, The Farewell, Era uma Vez em… Hollywood, Meu Nome é Dolemite e Jojo Rabbit
Pelas categorias televisivas, destaque para a série de espionagem Killing Eve, que teve a montagem de dois episódios reconhecida.
Seguem os indicados ao Eddie Awards:
MELHOR MONTAGEM (DRAMA):
Ford vs Ferrari
Michael McCusker, Andrew Buckland
O Irlandês Thelma Schoonmaker
Coringa
Jeff Groth
História de um Casamento Jennifer Lame
Parasita Jinmo Yang
MELHOR MONTAGEM (COMÉDIA):
Meu Nome é Dolemite
Billy Fox
The Farewell Michael Taylor, Matthew Friedman
Jojo Rabbit Tom Eagles
Entre Facas e Segredos Bob Ducsay
Era uma Vez em… Hollywood Fred Raskin
MELHOR MONTAGEM (ANIMAÇÃO)
Frozen 2
Jeff Draheim
Perdi Meu Corpo Benjamin Massoubre
Toy Story 4 Axel Geddes
MELHOR MONTAGEM (DOCUMENTÁRIO)
American Factory
Lindsay Utz
Apollo 11 Todd Douglas Miller
Linda Ronstadt: The Sound of My Voice Jake Pushinsky, Heidi Scharfe
Making Waves: The Art of Cinematic Sound David J. Turner, Thomas G. Miller
MELHOR MONTAGEM (DOCUMENTÁRIO FEITO PARA TV)
Abducted in Plain Sight
James Cude
Bathtubs Over Broadway Dava Whisenant
Leaving Neverland Jules Cornell
What’s My Name: Muhammad Ali Jake Pushinsky
MELHOR MONTAGEM SÉRIE DRAMÁTICA COM COMERCIAL
Chicago Med. Episódio: Never Going Back To Normal
David J. Siegel
Killing Eve. Episódio: Desperate Times Dan Crinnion
Killing Eve. Episódio: Smell Ya Later Al Morrow
Mr. Robot. Episódio: Unauthorized Rosanne Tan
MELHOR MONTAGEM SÉRIE DRAMÁTICA SEM COMERCIAL
Euphoria. Episódio: Piloto
Julio C. Perez IV
Game of Thrones. Episódio: The Long Night
Tim Porter
Mindhunter. Episódio: Episode 2 Kirk Baxter
Watchmen. Episódio: It’s Summer and We’re Running Out of Ice David Eisenberg
MELHOR MONTAGEM MINISSÉRIES OU FILME PARA TV
Chernobyl. Episódio: Vichnaya Pamyat
Jinx Godfrey, Simon Smith
Fosse/Verdon. Episódio: Life is a Cabaret Tim Streeto
When They See Us. Episódio: Part 1 Terilyn A. Shropshire
MELHOR MONTAGEM SÉRIES NÃO-ROTEIRIZADAS
“Deadliest Catch”: “Triple Jeopardy”
Ben Bulatao, Rob Butler, Isaiah Camp, Greg Cornejo, Joe Mikan
“Surviving R. Kelly”: “All The Missing Girls” Stephanie Neroes, Sam Citron, LaRonda Morris, Rachel Cushing, Justin Goll, Masayoshi Matsuda, Kyle Schadt
“Vice Investigates”: “Amazon on Fire” Cameron Dennis, Kelly Kendrick, Joe Matoske, Ryo Ikegami
ANIMAÇÃO: Toy Story 4, Perdi Meu Corpo e Frozen 2
A cerimônia acontece no dia 17 de Janeiro, quando serão revelados os vencedores.
UM DIA APÓS A REELEIÇÃO DO PRESIDENTE DA ACADEMIA, JOHN BAILEY, INSTITUIÇÃO DE 90 ANOS ANUNCIA MUDANÇAS DRÁSTICAS EM BUSCA DE AUDIÊNCIAS MELHORES
Ok, vamos aos fatos: Nesta quarta-feira, dia 08, a Academia anunciou algumas mudanças na premiação.
Uma nova categoria será criada para filmes populares.
A data da cerimônia em 2020 será no dia 09 de Fevereiro (e não mais no final do mês ou em Março)
Estão planejando uma cerimônia de três horas mais acessível globalmente.
Certo, como diria Jack o Estripador, vamos por partes! A decisão 2, a mais fácil de discutir, é sobre a antecipação do calendário de premiações. Como todos sabem, a temporada de premiações começa em dezembro e termina com o Oscar. Como vão antecipar um mês, a tendência é que todos os demais prêmios também façam o mesmo. Então, existem boas possibilidades do Globo de Ouro ser em dezembro, o SAG em janeiro e o Critics’ Choice Awards em novembro. Sim, daqui a pouco vão entregar prêmios em Julho!
Já no item 3, parece que algumas categorias serão apresentadas durante o intervalo, editadas e exibidas em seguida a fim de encurtar a cerimônia, que hoje quase chega nas 4 horas. Realmente, o show é longo, ainda mais pra quem está no fuso horário em que temos que madrugar para assistir até o Oscar de Melhor Filme, mas não sei se falo como cineasta nessas horas, mas acho sacanagem tirar a glória daquele curta-metragista que passou dois anos fazendo um filme, ganhar um Oscar e passar um clipe em que ele aparece por 3 segundos. E outra coisa que precisa ser levada em consideração: o Oscar é uma vez por ano! Pô, um evento anual com vários filmes e artistas envolvidos. Custa tanto assim pra humanidade 4 horas da sua vida e paciência?? (Não responda!)
Do Oscar deste ano, poderiam cortar o discurso chato e longo do Gary Oldman.
Por exemplo, eu poderia dizer: “Por que não cortam aqueles clipes de filmes que apresentam todo ano?” Porque eu adoro! Ou “Por que não eliminam as performances musicais das canções indicadas?” Porque eu adoro! (Tirando aquele ano em que a Beyoncé cantou todas as músicas indicadas). Aí o que mais tem pra cortar? Vão cortar o In Memoriam? Não dá! É uma bela e singela homenagem aos mortos, que inclusive honrou nosso documentarista Eduardo Coutinho. A única coisa que me irrita frequentemente são aquelas piadinhas sem graça que os apresentadores têm que atuar (muito mal) antes de entregar o prêmio. Tem atores que se saem tão mal nesse quesito que nos faz questionar se merece ser chamado de ator!
Há alguns anos atrás, quase 10 anos na verdade, o Oscar teve uma idéia genial: migrar os Oscars Honorários, Irving G. Thalberg e Jean Hersholt Humanitarian Award para uma festa chamada Governors Ball, que ocorre no mês de novembro que antecede a temporada. Nesse esquema, todo mundo sai ganhando. Os homenageados podem discursar por meia hora, os atores cotados para o Oscar podem desfilar no tapete vermelho e fazer aquela campanha, e o melhor de tudo: reduzem consideravelmente a duração da cerimônia do Oscar, pelo menos um bloco inteiro. Então, o que quero dizer com isso? Ao invés de inferiorizarem categorias menores em intervalos, por que não inseri-los no Governors Ball? Por mim, continuaria do jeito que está, mas eu entendo que a cerimônia é dispendiosa e necessita de cortes para não se arrastar demais.
O ator veterano Donald Sutherland recebeu a honraria do Oscar Honorário no Governors Ball em novembro de 2017.
E por último, o item 1, o mais polêmico. Um Oscar para Filmes Populares. Na hora, dá vontade de parar de assistir ao Oscar para sempre! O que dizer dessa barbaridade? Isso é pior do que cota! A Academia está dizendo em alto e bom som: “Filmes blockbusters jamais serão os vencedores do Oscar de Melhor Filme!”. Mas enfim, antes de criticar ferozmente, vamos analisar a seguinte questão: “O que eles denominam como Filme Popular?” É aquele que ultrapassa a barreira dos 100 milhões de dólares nas bilheterias americanas? Se for, filmes como La La Land, Dunkirk e os vencedores do Oscar de Melhor Filme Titanic e Gladiador não estariam qualificados. Ou filme popular é aquele que você não precisa usar o cérebro como um Transformers, Crepúsculo, Jogos Vorazes ou filmes do Adam Sandler? Se for isso, esse prêmio já existe e se chama Framboesa de Ouro! Afinal, o que a Academia entende como Filme Popular?
James Cameron, Kate Winslet e Jon Landau celebram as 11 vitórias do Oscar de Titanic em 1998
Vamos começar do início. A audiência da cerimônia do Oscar está caindo gradativamente nos últimos anos. De forma bruta, desde 1998, há cada vez menos espectadores na frente da televisão. Por se tratar de um evento anual televisivo, necessita de audiência para que o show continue, então de alguns anos pra cá, algumas estratégias foram adotadas como a expansão de indicados a Melhor Filme em 2010 (inicialmente foi de 5 para 10, e nos últimos anos, segue uma regra de votação que sempre acaba resultando em 8 ou 9 indicados), a já citada migração dos prêmios honorários para uma festa à parte, e agora essa nova categoria de Filme Popular.
Entretanto, essa estratégia é um tiro no pé, pois além de causar esse estardalhaço com justificativa, não existe qualquer garantia de que o público jovem vá se interessar em assistir ao Oscar só porque Jurassic World, Vingadores: Guerra Infinita ou Missão: Impossível ganharam o Oscar! Isso nitidamente é fruto de interesses comerciais de grandes estúdios que apenas denigre a imagem da Academia.
Thanos, de Vingadores: Guerra Infinita, com chances de Oscar de Filme Popular em 2019. (art by Polygon)
Falando nisso, muitos membros da Academia se sentiram esnobados pois sequer foram consultados sobre essas mudanças. Entre os que se manifestaram estão o diretor Adam McKay, que ganhou o Oscar de Roteiro Adaptado por A Grande Aposta. Ele tuitou: “Outras novas categorias: Melhor Alienígena Feminina, Melhor Lançamento de Faca…”. Já o ator Rob Lowe foi mais profético: “A indústria do cinema morreu hoje com o anúncio do Oscar de Filme Popular”.
Parece uma questão boba, mas não é. Se premiarem Vingadores com o Oscar de Filme Popular, por exemplo, o que teremos como Melhor Filme? Um filme de Jean-Luc Godard? Pelo menos um Paul Thomas Anderson pra cima, né? Se vamos ter uma categoria pra filmes de menor qualidade fílmica, a lógica seria manter alto nível na categoria principal. Vamos colocar uns dois filmes europeus, dos irmãos Dardenne, e do Peter Greenaway, quem sabe uns profundos do chinês Jia Zhangke?
Alguns defendem que uma das justificativas desse Oscar é para premiar o Pantera Negra, adaptação dos quadrinhos da Marvel que bateu inúmeros recordes de bilheteria nos EUA e mundo afora, e que ainda satisfez todos que são politicamente corretos. Particularmente, sou fã da Marvel, mas não achei esse filme tudo isso filmicamente falando, mas por que não simplesmente indicá-lo a Melhor Filme então? Não seria mais fácil e honroso para o filme e sua equipe? E digo mais: Se ganhar o Oscar de Melhor Filme, aí você terá a audiência elevada, porque seria algo inédito nos 90 anos de história do prêmio.
Chadwick Boseman com elenco de Pantera Negra no tapete vermelho do Oscar 2018
Como cineasta e cinéfilo, eu entendo que o Oscar é um prêmio da indústria e que não dá pra se guiar por ele no quesito qualidade. Mas peraí! Existem, sim, inúmeros filmaços indicados ao longo dessas nove décadas. Só para citar alguns: Cidadão Kane, Vinhas da Ira, Casablanca, Um Lugar ao Sol, Psicose, 2001: Uma Odisséia no Espaço, O Poderoso Chefão, Amadeus, O Silêncio dos Inocentes, A Viagem de Chihiro… eu mesmo descobri vários filmes ótimos por causa do Oscar. Portanto, conceder um Oscar é uma honraria, sim, e não deveria se curvar aos interesses comerciais, sejam dos estúdios ou da audiência da cerimônia. Independente do que sejam esses filmes populares, não existe motivo nenhum pra haver essa divisão. Por pior que o filme seja, ele continua sendo cinema. Em alguns casos até sangra a garganta de dizer isso, mas são cinema! Por que premiá-los como um sub-cinema? Se eles são merecedores de Melhor Filme, premiem! Se eles são merecedores apenas do Oscar de Efeitos Sonoros, premiem apenas esse! Cazzo!!
Do fundo do coração, espero que eles repensem melhor essa categoria. Não é nem um pouco feio voltar atrás numa decisão ruim! Alguns gêneros como Terror, Ação e Ficção Científica realmente são muito esnobados pela Academia, mas eles não precisam de uma nova categoria, mas sim, de oportunidades nas que já existem. Por exemplo: Por que não terem indicado a excelente trilha musical de Invocação do Mal na categoria de Trilha Original? Por que não indicar Rua Cloverfield 10 como Roteiro Original e Ator Coadjuvante para John Goodman? Por que não indicar David Robert Mitchell como Melhor Diretor por Corrente do Mal? Tenho certeza de que se essas inclusões (merecidas) tivessem ocorrido ao longo dos anos, ninguém aqui estaria reclamando que determinados gêneros são excluídos e que precisam de uma categoria própria.
O produtor J. Miles Dale discursa pela vitória de A Forma da Água no PGA. AO fundo, o ator Richard Jenkins (pic by 6abc Philadelphia)
FANTASIA DE DEL TORO LEVA O PRÊMIO DO SINDICATO DE PRODUTORES
Mesmo competindo com os grandes favoritos da temporada como Três Anúncios Para um Crime e The Post: A Guerra Secreta, o novo filme de Guillermo del Toro conseguiu firmar sua campanha de favoritismo com esse prêmio do sindicato de produtores.
Infelizmente, del Toro, que também é produtor do filme, não estava presente na cerimônia porque estava no México para cuidar de seu pai doente. Seu co-produtor J. Miles Dale, e o ator Richard Jenkins, subiram ao palco e leram uma declaração do diretor: “Gostaria de pedir a todos vocês a permissão de dedicar este pequeno momento e as honras desta noite para meu pai e minha mãe, para quem devo minha gratidão eterna, e como pai oferecer aos meus filhos também, que eles possam ser livres para buscar seus sonhos e fantasias e que possam estar ao meu lado quando eu partir.” Mesmo ausente, del Toro soube fazer uma média com seus votantes e isso conta muito numa campanha. Já seu co-produtor Dale foi o piadista: “Quando seu par romântico é uma faxineira e um peixe, é duro de vender o projeto”.
Sally Hawkins e Doug Jones em cena de A Forma da Água: par romântico incomum
Pra quem acompanha a temporada de premiação há algum tempo, sabe que os prêmios de sindicatos costumam ser os parâmetros mais confiáveis em relação ao Oscar, mas no caso do PGA, mesmo tendo 19 acertos em 28 edições, vale lembrar que houve divergência nos últimos dois anos. A lembrar: A Grande Aposta levou o PGA, enquanto Spotlight levou o Oscar em 2016. O musical La La Land conquistou o PGA enquanto Moonlight ficou com o Oscar ano passado, na prorrogação!
Sem me basear nessa estatística em específico, também não boto muita fé na vitória de A Forma da Água como Melhor Filme no Oscar. Há quanto tempo um filme de fantasia não ganha o principal prêmio da noite? Em 2004 com O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei? Faz tempo… Isso porque a Academia se sentiu obrigada a reconhecer uma das trilogias mais lucrativas da história do Cinema.
Vencedora com a animação da Pixar, Viva: A Vida é uma Festa, a produtora Darla K. Anderson aproveitou pra dar uma cutucada em Trump: “Agora é o tempo de haver mais diversidade em nossa cultura e em nosso mundo”, que ainda aproveitou pra dedicar o prêmio ao México, terra onde se passa a trama e usufrui de suas ricas tradições.
Viva: A Vida é uma Festa levou o PGA de Animação
Na categoria de documentário, Jane levou o prêmio ao retratar as pesquisas de Jane Goodall com os chimpanzés. Vale lembrar que o documentário está classificado na pré-lista das 15 produções ao Oscar, mas ao mesmo tempo, vale ressaltar que aqui não estava competindo com o favorito Faces Places, de Agnès Varda e JR.
Já o prêmio especial Stanley Kramer, dedicado a honrar questões de cunho sócio-racial, premiou o ótimo Corra!, de Jordan Peele. Em discurso, o diretor criticou o sistema de hoje chamando-o de “lugar afundado” (em alusão ao limbo em que seu protagonista negro fica durante a hipnose), pois silencia a voz das mulheres e das minorias. “Sunken place é o presidente que chama seus atletas de filhos da puta por terem expressado suas crenças no campo e na pátria de nossos mais belos imigrantes.” – relembrando o episódio dos jogadores de futebol americano se ajoelharem durante o hino nacional.
Pela ala televisiva, curiosamente premiou duas séries estreantes: The Handmaid’s Tale levou o prêmio de série dramática, e The Marvelous Mrs. Maisel ganhou como série de comédia. Particularmente, gostei da vitória da série Black Mirror, da Netflix. Como sou fã da consagrada série de ficção científica Twilight Zone, considero este trabalho uma versão high-tech filosófica bem instigante.
CINEMA
MELHOR FILME A Forma da Água (The Shape Of Water)
Produtores: Guillermo del Toro, J. Miles Dale
MELHOR LONGA DE ANIMAÇÃO Viva: A Vida é uma Festa (Coco)
Produtora: Darla K. Anderson
MELHOR DOCUMENTÁRIO Jane
Produtores: Brett Morgen, Bryan Burk, Tony Gerber, James Smith
PRÊMIO STANLEY KRAMER Corra!
PRÊMIO VISIONÁRIO Ava DuVernay
TELEVISÃO
MELHOR SÉRIE DRAMÁTICA The Handmaid’s Tale (1ª temporada)
Produtores: Bruce Miller, Warren Littlefield, Daniel Wilson, Fran Sears, Ilene Chaiken, Sheila Hockin, Eric Tuchman, Frank Siracusa, John Weber, Joseph Boccia, Elisabeth Moss, Kira Snyder and Leila Gerstein.
MELHOR SÉRIE DE COMÉDIA The Marvelous Mrs. Maisel (1ª temporada)
Produtores: Daniel Palladino, Amy Sherman-Palladino, Sheila Lawrence, Dhana Rivera Gilbert
MELHOR FILME PARA TV OU MINISSÉRIE Black Mirror (4ª temporada) Produtores: Annabel Jones, Charlie Brooker
MELHOR PROGRAMA DE NÃO-FICÇÃO Leah Remini: Scientology and the Aftermath (1ª e 2ª temporadas)
Produtores: Leah Remini, Eli Holzman, Aaron Saidman, Myles Reiff, Adam Saltzberg, Erin Gamble, Lisa Rosen, Grainne Byrne, Taylor Levin, Alex Weresow, Rachelle Mendez
MELHOR PROGRAMA AO VIVO E TALK SHOW Last Week Tonight with John Oliver (4ªtemporada)
Produtores: John Oliver, Tim Carvell, Liz Stanton
MELHOR PROGRAMA DE COMPETIÇÃO The Voice (12ª e 13ª temporadas) Produtores: John de Mol, Mark Burnett, Audrey Morrissey, Lee Metzger, Chad Hines, Amanda Zucker, Kyra Thompson, Jay Bienstock, Stijn Bakkers, Mike Yurchuk, Teddy Valenti, Carson Daly
MELHOR PROGRAMA FORMATO CURTO Carpool Karaoke (1ª temporada)
MELHOR PROGRAMA DE ESPORTES Real Sports with Bryant Gumbel (23ª temporada)
MELHOR PROGRAMA INFANTIL Vila Sésamo (Sesame Street) (47ª temporada)
O diretor e roteirista Barry Jenkins recebe o WGA de Roteiro Original por Moonlight (pic by Mirror)
BARRY JENKINS BATE FAVORITOS DA CATEGORIA VIZINHA
Estamos chegando na reta final para o Oscar! Sim, após várias noites viradas no blog desde novembro, vou conseguir um break! Depois de acompanharmos os vencedores dos prêmios dos sindicatos de Diretores e Atores, chegou a vez dos Roteiristas. Moonlight e A Chegada, que concorrem a oito Oscars cada, foram os vencedores de Roteiro Original e Adaptado, respectivamente.
Para quem não conhece, de todos os sindicatos, o mais chatinho é dos roteiristas, porque impõe uma série de regras para seu roteiro ser elegível, começando com a sua carteirinha de membro. Se não tiver esse documento, você é automaticamente desqualificado. Quentin Tarantino, que é um dos mais relevantes excluídos desse clube (talvez porque o povo de lá seja quadrado demais ou talvez porque queira economizar seu dinheirinho não pagando taxas de membros), consegue ganhar Oscars mesmo assim, então isso acaba enfraquecendo o próprio sindicato.
Entre outras disparidades do WGA (Writers Guild of America), está as classificações do material: se é original ou adaptação. Por exemplo, em 2015, o roteiro de Whiplash: Em Busca da Perfeição foi classificado como original pelo WGA, enquanto no Oscar concorria como adaptado, uma vez que entendiam que se tratava de uma adaptação do próprio curta-metragem homônimo de Damien Chazelle.
Este ano, o roteiro de Moonlight passou pela mesma indecisão. No WGA, concorria como original, enquanto no Oscar concorre como adaptado. A polêmica aqui reside no fato do roteiro ter como base uma peça não-produzida de Tarell Alvin McCraney intitulada “In Moonlight Black Boys Look Blue”. Mesmo assim, a Academia considera como um material prévio existente, que serviu de inspiração para o roteiro de Barry Jenkins.
O QUE OS RESULTADOS DIZEM
O fato de Barry Jenkins ter conquistado o WGA significa muito para o filme, já que bateu os favoritos ao Oscar La La Land e Manchester à Beira-Mar. E o que muda na corrida para o Oscar? Bom, a concorrência muda. Com Moonlight migrando para a categoria de Roteiro Adaptado, o caminho ficou mais fácil. Deixará de concorrer o Oscar com pesos-pesados como La La Land, Manchester à Beira-Mar e A Qualquer Custo, que ganharam diversos prêmios na temporada, para pegar filmes menos expressivos como Estrelas Além do Tempo e Lion. Em resumo: se Moonlight já bateu os favoritos da categoria mais forte que é Original, o que dirá da categoria de Roteiro Adaptado? Com isso, acredito que Moonlight deva sair da 89ª cerimônia do Oscar com duas estatuetas: Roteiro Adaptado e Ator Coadjuvante (Mahershala Ali).
Já a vitória de Eric Heisserer por A Chegada como Roteiro Adaptado pode significar um dos últimos respiros da ótima ficção científica na temporada. Apesar de ter sido indicado em oito categorias no Oscar, o fato de sua atriz principal (Amy Adams) ter ficado de fora, já havia enfraquecido a campanha do filme, portanto, se sobrar estatuetas para A Chegada, acredito que será nas categorias de Som e Efeitos Sonoros. Torcerei até o final para que conquiste o Oscar de Montagem para Joe Walker, que consegue se utilizar muito bem de flash-forwards para contar a história de Heisserer.
Eric Heisserer aceita o prêmio de Roteiro Adaptado por A Chegada (pic by YouTube)
Felizmente, mesmo com a rigidez das regras do sindicato, as estatísticas do WGA não são ruins em relação ao Oscar. São 16 acertos em 22 anos na categoria de Roteiro Adaptado, e 14 na categoria de Roteiro Original. No ano passado, os vencedores do WGA, Spotlight e A Grande Aposta, saíram com as estatuetas de Roteiro Original e Adaptado, respectivamente, no Oscar.
SOBRE A CERIMÔNIA
Os vencedores foram anunciados em cerimônias simultâneas realizadas em Nova York e em Beverly Hills, já que são sindicatos da costa leste e da costa oeste. O ator e comediante Patton Oswalt foi o host do evento de Beverly Hills e obviamente, não poupou o presidente eleito Donald Trump com tiradas do tipo: “I feel bad for Trump…his life before this was golf and hookers and jets.” (Sinto-me mal por Trump… a vida dele antes disso era golfe, prostitutas e jatinhos).
Além do anúncio dos vencedores, houve prêmios especiais para Aaron Sorkin, que foi homenageado com o prêmio Paddy Chayefsky Laurel Award for Television Writing Achievement, já que escreveu séries imponentes como The West Wing e The Newsroom, e também para Oliver Stone, que recebeu o WGA’s Screen Laurel Award.
No tapete vermelho, Barry Jenkins fez um breve relato importante: “Todos esses filmes foram feitos sob uma administração muito diferente da atual. Havia um espaço seguro, então espero que agora que esse espaço não mais seguro, façamos histórias ainda mais passionais e verdadeiras.”
VENCEDORES DO 69º WGA AWARDS:
ROTEIRO ORIGINAL Barry Jenkins, história de Tarell McCraney (Moonlight)
ROTEIRO ADAPTADO Eric Heisserer; Baseado na história de “Story of Your Life” de Ted Chiang (A Chegada)
ROTEIRO DE DOCUMENTÁRIO Robert Kenner e Eric Schlosser, história de Brian Pearle e Kim Roberts; Baseado no livro ‘Command and Control’ de Eric Schlosser (Command and Control)
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A 89ª cerimônia do Oscar está marcada para o próximo domingo, dia 26 de fevereiro. Não, não dependa da Globo e seu Carnaval. Veja na TNT (e não, não estou ganhando nada da TNT).
Abertura do musical La La Land, de Damien Chazelle (pic by moviepilot.de)
SINDICATO DE PRODUTORES ELEGE ‘LA LA LAND’
No dia 28 de janeiro, foi a vez do sindicato dos produtores revelarem seus votos. Adivinha qual filme ganhou?La La Land deixou de ser um musical moderno para se tornar uma sensação do momento. Suas 14 indicações ao Oscar, igualando-se aos recordistas A Malvada e Titanic, elevaram ainda mais seu status na temporada de premiações.
Com tamanha atenção, criaram-se altas expectativas em torno do filme. Nas redes sociais, já é possível ver diversas opiniões amenizando esse hype, e buscando outros candidatos superiores para o Oscar de Melhor Filme.
Produtores de La La Land recebem o prêmio de Melhor Produção no PGA Awards (pic by Los Angeles Times)
Vale sempre ressaltar que o prêmio do PGA (Producers Guild of America) tem boas estatísticas em relação ao Oscar. Embora tenham divergido no ano passado com o PGA premiando A Grande Aposta e o Oscar, Spotlight, nos últimos oito anos, o vencedor do sindicato acabou com o Oscar de Melhor Filme também.
Assim como no Eddie Awards, os vencedores nas categorias de Animação e Documentário foram Zootopia e O.J.: Made in America, respectivamente, consolidando seus favoritismos.
Cena da animação Zootopia com a protagonista Judy Hopps (pic by moviepilot.de)
A cerimônia de premiação ocorreu no hotel Beverly Hilton, palco do Globo de Ouro, e foi permeada por discursos de agradecimento com protestos da medida anti-imigração do presidente Donald Trump contra cidadãos dos países Síria, Iraque, Irã, Sudão, Líbia, Somália, e Iêmen. Um dos protestos veio do homenageado da noite, Irwin Winkler: “Todos nós somos refugiados; nenhum de nós está excluído.”
Os presidentes do PGA também se manifestaram sobre o que estava acontecendo a partir daquele dia. Enquanto Gary Lucchesi ressaltou: “A liberdade de religião foi um dos princípios fundamentais da nossa democracia.”, Lori McCreary lembrou: “Agora, mais do que nunca, precisamos lembrar as palavras na Estátua da Liberdade: ‘Dê-me seus cansados, seus pobres, suas massas encolhidas ansiando para libertar'”.
VENCEDORES DO 28º PRODUCERS GUILD OF AMERICA:
The Darryl F. Zanuck Award for Outstanding Producer of Theatrical Motion Pictures: • La La Land Producers: Fred Berger, Jordan Horowitz, Marc Platt The Award for Outstanding Producer of Animated Theatrical Motion Pictures: • Zootopia Producer: Clark Spencer
The Award for Outstanding Producer of Documentary Theatrical Motion Pictures: • O.J.: Made in America Producers: Ezra Edelman, Caroline Waterlow The David L. Wolper Award for Outstanding Producer of Long-Form Television: • The People v. O.J. Simpson: American Crime Story Producers: Scott Alexander, Larry Karaszewski, Ryan Murphy, Brad Falchuk, Nina Jacobson, Brad Simpson, D.V. DeVincentis, Anthony Hemingway, Alexis Martin Woodall, John Travolta, Chip Vucelich
The Award for Outstanding Sports Program: • VICE World of Sports (Season 1) • Real Sports with Bryant Gumbel (Season 22)
The Award for Outstanding Digital Series: • Comedians in Cars Getting Coffee (Season 7, Season 8)
The Norman Felton Award for Outstanding Producer of Episodic Television, Drama: • Stranger Things (Season 1) Producers: Matt Duffer, Ross Duffer, Shawn Levy, Dan Cohen, Iain Paterson
The Danny Thomas Award for Outstanding Producer of Episodic Television, Comedy: • Atlanta (Season 1) Producers: Donald Glover, Dianne McGunigle, Paul Simms, Hiro Murai, Alex Orr
The Award for Outstanding Producer of Non-Fiction Television: • Making a Murderer (Season 1) Producers: Laura Ricciardi, Moira Demos
The Award for Outstanding Producer of Competition Television: • The Voice (Season 9-11) Producers: Audrey Morrissey, Jay Bienstock, Mark Burnett, John de Mol, Chad Hines, Lee Metzger, Kyra Thompson, Mike Yurchuk, Amanda Zucker, Carson Daly
The Award for Outstanding Producer of Live Entertainment & Talk Television: • Last Week Tonight with John Oliver (Season 3) Producers: Tim Carvell, John Oliver, Liz Stanton
The Award for Outstanding Children’s Program: • Sesame Street (Season 46)
Ben Foster e Chris Pine em cena de A Qualquer Custo, de David Mackenzie. Pic by moviepilot.de
SELECIONADOS DEMONSTRAM DIVERSIDADE DE GÊNEROS: SCI-FI, QUADRINHOS, DRAMAS, GUERRA E MUSICAL
Nesta terça, dia 10, o sindicato dos produtores, Producers Guild of America (PGA), elegeu seus 10 melhores do ano. Os selecionados certamente tiveram suas chances ampliadas para o Oscar. Os excluídos praticamente são cartas fora do baralho.
ATÉ O ÚLTIMO HOMEM (Hacksaw Ridge)
CERCAS (Fences)
A CHEGADA (Arrival)
DEADPOOL (Deadpool)
ESTRELAS ALÉM DO TEMPO (Hidden Figures)
LA LA LAND: CANTANDO ESTAÇÕES (La La Land)
LION: UMA JORNADA PARA CASA (Lion)
MANCHESTER À BEIRA-MAR (Manchester by the Sea)
MOONLIGHT: SOB A LUZ DO LUAR (Moonlight)
A QUALQUER CUSTO (Hell or High Water)
Logo após conquistar todos os sete Globos de Ouros a que estava indicado, o musical de Damien Chazelle, La La Land, continua sua trajetória vitoriosa ao garantir vaga no PGA. Se o vencedor do Globo de Ouro de Melhor Filme – Comédia ou Musical está dentro, o vencedor de Filme – Drama, Moonlight, também está na lista, tornando-se uma possível pedra no sapato de La La Land.
E particularmente, gostei da indicação de A Qualquer Custo.Trata-se de uma produção modesta, mas que tem muito a dizer. Sua trama sobre roubos a banco tem um fundo político que reflete bastante a realidade atual, e seus personagens são muito bem defendidos por todos os atores: dos principais como Ben Foster, Chris Pine e Jeff Bridges até as garçonetes que tem uma cena e os quase figurantes. Há sequências e diálogos que me lembram dos filmes dos irmãos Coen como Fargo e Onde os Fracos Não Têm Vez, que são excelentes referências para qualquer cineasta.
Embora tenha sido indicado ao Globo de Ouro de Melhor Filme – Comédia ou Musical, a entrada de Deadpool aqui não deixa de ser uma surpresa, afinal quando se trata de premiações sérias, as adaptações de quadrinhos só costumam ser lembradas nas categorias de efeitos visuais, efeitos sonoros e som. O filme estrelado por Ryan Reynolds é a primeira baseada em HQs a ser indicada ao PGA desde Batman – O Cavaleiro das Trevas em 2009. Resta saber se Deadpool terá mais êxito ao ser indicado para o Oscar de Melhor Filme, já que o longa de Christopher Nolan morreu na praia. Quer dizer, levou duas estatuetas (Ator Coadjuvante para Heath Ledger e Efeitos Sonoros), mas não estava entre os cinco indicados a Filme. Aliás, foi graças ao filme de Nolan que a Academia passou a indicar dez filmes no ano seguinte.
WAAAIT! Cena de ação de Deadpool: a piada das calças marrons. Pic by cinemagia.ro
A lista de excluídos inclui alguns títulos que podem surpreender na lista da Academia como o esquecido Silêncio, de Martin Scorsese, ou Animais Noturnos (que se deu bem no BAFTA – veja matéria a seguir) ou até mesmo Florence: Quem é Essa Mulher? que pode muito bem ser impulsionado pela força do elenco e até de categorias como Direção de Arte e Figurino. Mas, por enquanto, para eles fica a torcida para que haja reviravoltas que eles possam aproveitar até o dia 24 de janeiro, quando as indicações ao Oscar serão anunciadas.
Já outras produções como 20th Century Women, Capitão Fantástico e Sully: O Herói do Rio Hudson podemos considerar praticamente cartas fora do baralho, tendo como base seu histórico nas premiações anteriores como Critics’ Choice e Globo de Ouro. Aliás, o filme de Clint Eastwood foi uma das maiores decepções até o momento, pois o mais relevante que conseguiu até agora foi a indicação de Tom Hanks no Critics’. Sendo otimista, diria que Sully consegue no máximo uma indicação para Melhor Montagem.
Da esquerda para direita: Janelle Monáe, Taraji P. Henson e Octavia Spencer em cena de Estrelas Além do Tempo, de Theodore Melfi. Pic by moviepilot.de
As estatísticas do PGA em relação ao Oscar não é tão boa como do DGA (sindicato dos diretores), mas 19 acertos nos 27 anos é considerável. Inclusive, vinha de uma ótima sequência de oito acertos: Birdman, 12 Anos de Escravidão, Argo, O Artista, O Discurso do Rei, Guerra ao Terror, Quem Quer Ser um Milionário? e Onde os Fracos Não Têm Vez, até o ano passado, quando o PGA optou por premiar A Grande Aposta e o Oscar, Spotlight – Segredos Revelados. Mas vamos dar um desconto porque 2016 foi um ano bem dividido entre esses dois filmes e O Regresso, além de Mad Max: Estrada da Fúria.
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Os vencedores do PGA serão anunciados no dia 28 de janeiro.
O host do Oscar 2017, Jimmy Kimmel, faz um pequeno quiz com habitante de Brooklyn
ANO FICA ASSOCIADO ÀS TRAGÉDIAS
Saudações aos cinéfilos que ficaram em casa neste fim de ano ou que conseguiram uma boa conexão de internet na praia! Primeiramente, gostaria de agradecer a todos que acompanharam aqui o blog ou pela página do Facebook, pois seu apoio significa muito pra mim, que continuo esse trabalho sem ganhar um único centavo!
Bom, acho que esse ano foi extremamente tenebroso a ponto de agradecer que estamos vivos ainda! Teve muita gente bacana partindo, muitas tragédias como a da queda do avião da Chapecoense, e para aqueles que ficaram, sobrou a crise econômica, um corrupto por dia preso pela Lava Jato (incrivelmente o Lula permanece ileso), desemprego, aumento da violência, inflação dos alimentos e agora esse calor dos infernos!
Bom, este ano foi meio atípico pra mim também, porque mudei de apartamento e acabei ocupando alguns meses para preparar e me ajeitar. Nessas horas que vejo que tinha tanta tralha em casa e deveria ter me livrado daquela coleção de VHS do James Bond! Com esses contratempos da mudança, tive bem menos tempo para assistir aos filmes, chegando num satisfatório número de 97. Não sei nem como consegui ver sete filmes na Mostra de Cinema! E não sei quanto a vocês, mas a cada ano que passa, parece que tenho mais vontade de rever os filmes que gosto do que ver filmes novos… Será que é crise de meia-idade?
Nesse post, vou tentar comentar alguns fatos relevantes de 2016. Fiquem à vontade para compartilhar seus pensamentos ou mesmo sua própria retrospectiva no final do post!
OSCAR 2016
Como há muito tempo não via, houve uma briga acirradíssima entre três filmes para ganhar o Oscar de Melhor Filme: O Regresso, A Grande Aposta e Spotlight: Segredos Revelados. Dos três, o vencedor Spotlight é o que menos gosto, porque tem menos cara de filme, e mais de televisão. Além disso, faltou um clima maior de tensão, afinal os jornalistas estavam mexendo com gente poderosa da Igreja. Cadê as ameaças? Havia uma cena que tinha um potencial enorme nesse sentido. Nela, o personagem de Mark Ruffalo está em casa falando sobre a matéria pelo telefone e a campainha toca. Seria excelente se houvesse ali uma ameaça ou iminente perigo, mas o clima simplesmente esfriou.
Enfim, a Academia foi pelo mais óbvio e se apoiou sobre um tema polêmico (pedofilia na Igreja) para justificar sua escolha. Acredito que seria mais justo premiar a ousadia da linguagem de A Grande Aposta, que além de apresentar uma montagem versátil com inserts cômicos, teve o grande mérito de saber abordar um tema chato (a crise imobiliária) num filme leve. Ou até o épico visual de Alejandro González Iñárritu, O Regresso, seria uma escolha mais sensata, porque tem cara de filme, aliás, filme de IMAX! Mas seria infinitamente mais surpreendente a vitória de Mad Max: Estrada da Fúria, porque foi o filme mais ousado de 2015, tanto que foi um sucesso entre crítica e público, além de ser um tapa na cara de todos esses produtores antiquados que só pensam em lucro. Mas enfim, a produção de George Miller ficou limitada aos prêmios técnicos.
Quanto aos prêmios de interpretação, o Oscar de Coadjuvante para Mark Rylance foi justo. Apesar de ter torcido por Stallone, todos sabíamos que seria mais pelo lado emotivo, afinal ele é uma estrela de ação extremamente carismática, reinterpretando um personagem adorado pela sétima vez. Gostaria muito de ter visto seu discurso de agradecimento, mas ainda não foi desta vez…
Mark Rylance posa com seu Oscar por Ponte dos Espiões
Ainda não entendi o prêmio para Brie Larson como Atriz principal. Quem viu O Quarto de Jack, sabe que sua personagem é praticamente coadjuvante diante do próprio menino Jack (o ótimo Jacob Tremblay). E de qualquer forma, na minha opinião, Larson estava muito atrás de Charlotte Rampling (45 Anos) e Saoirse Ronan (Brooklyn).
E vale lembrar aqui a primeira indicação para uma animação brasileira. Só espero que O Menino e o Mundo, de Ale Abreu, consiga estimular novos animadores e, acima de tudo, o Ministério da Cultura a investir mais em cinema nacional de outros gêneros. Vejo incontáveis filmes brasileiros sendo lançados no cinema, mas que não conseguem durar mais de 2 semanas em cartaz aqui em São Paulo. Imagina em outros estados…
DESTAQUES PESSOAIS
Gostaria de citar alguns filmes que considero relevantes, mesmo não constando nas minhas listas de melhores.
RUA CLOVERFIELD, 10 (10 CLOVERFIELD LANE)
Dir: Dan Trachtenberg
Há muito tempo não via uma boa ficção científica americana com poucos recursos. Talvez a última tenha sido Gattaca – A Experiência Genética (1997). Coincidência ou não, as duas conseguiram extrair o melhor da criatividade com orçamento baixo. Rua Cloverfield, 10 se mostra minimalista ao mesmo tempo em que segura o espectador sob muita tensão no bunker. Muito se deve também à excelente performance de John Goodman como o paranóico Howard – aliás, acho a melhor interpretação de sua carreira. Pena que no final, o produtor J.J. Abrams resolveu abrir o bolso e estragou o ótimo clima.
Mary Elisabeth Winstead em cativeiro com John Goodman em Rua Cloverfield, 10, de Dan Trachtenberg (pic by cine.gr)
DEADPOOL (DEADPOOL)
Dir: Tim Miller
Depois de tantos filmes sobre super-heróis, você acaba parando de gerar expectativas para o próximo lançamento, e foi aí que Deadpool se deu melhor. Ciente de que esse universo precisava de uma chacoalhada, os roteiristas e o diretor decidiram ousar: botaram muita violência, piadas de humor negro e sexuais, e claro, sexo. Sem esses ingredientes, Deadpool seria um fracasso monumental. A química entre Ryan Reynolds e Morena Baccarin faz com que o público simpatize com os personagens. Essa coragem foi muito bem recompensada pela bilheteria, mesmo com censura para maiores de 16 anos. E agora o filme participa de premiações importantes como o Critics’ Choice e Globo de Ouro.
Ryan Reynolds e Morena Baccarin: o melhor casal no universo dos quadrinhos
INVOCAÇÃO DO MAL 2 (THE CONJURING 2)
Dir: James Wan
James Wan continua sendo um dos raros pólos de terror da atualidade. Seus filmes podem ter uma certa fórmula, mesmo para assustar, mas todas funcionam. São coisas básicas como uma sugestão de presença no escuro ou uma simples mudança de foco num plano fixo, mas Wan manda bem como ninguém. Nesse filme, sua ambientação dos anos 80 é muito caprichada, e ele cria uma forte empatia com o casal central vivido por Patrick Wilson e Vera Farmiga numa belíssima e tocante cena em que ele toca a música “Can’t Help Falling in Love” de Elvis Presley para as crianças da casa assombrada. Por que não ter uma cena dessas num filme de terror?
Vera Farmiga com a freira em cena de Invocação do Mal 2 (pic by moviepilot.de)
CRÍTICAS
Vamos às listas do ano, começando com os melhores vistos nos cinemas.
TOP 5 MELHORES DO ANO NO CINEMA
5. Animais Noturnos (Nocturnal Animals/ 2016)
Dir: Tom Ford
4. A Garota Dinamarquesa (The Danish Girl/ 2015)
Dir: Tom Hooper
3. Brooklyn (Brooklyn/ 2015)
Dir: John Crowley
2. Elle (Elle/ 2016)
Dir: Paul Verhoeven
1. A Criada (Ah-ga-ssi/ 2016)
Dir: Park Chan-wook
Elenco principal de A Criada, de Park Chan-wook (pic by moviepilot.de)
Definitivamente, a melhor produção que vi nos cinemas pela sua excelência no campo da fotografia, direção de arte e figurino.O diretor Park Chan-wook recria o início do século XX na Coréia, constrói personagens bem tridimensionais e uma estrutura narrativa que relembra o clássico de Akira Kurosawa, Rashomon. Foi uma lástima que o comitê coreano não o selecionou como representante para o Oscar, pois perdeu uma ótima chance de conseguir sua primeira indicação.
TOP 5 MELHORES EM MÍDIA DIGITAL
5. General (The General/ 1926)
Dir: Buster Keaton e Clyde Bruckman
4. O Barco: Inferno no Mar (Das Boot/ 1981)
Dir: Wolfgang Petersen
3. Um Condenado à Morte Escapou (Un condamné à mort s’est échappé ou Le vent souffle où il veut / 1956)
Dir: Robert Bresson
2. Vinhas da Ira (Grapes of Wrath/ 1940)
Dir: John Ford
1. 45 Anos (45 Years/ 2015)
Dir: Andrew Haigh
Tom Courtenay e Charlotte Rampling em 45 Anos, de Andrew Haigh (photo by cinemagia.ro)
Não consigo parar de elogiar esse filme para todos os meus amigos. 45 Anos tem uma premissa bastante simples: Enquanto casal planeja festa de 45 anos de casamento, descobrem o corpo da ex-mulher do marido, causando um abalo sísmico no relacionamento. O filme de Andrew Haigh faz um levantamento sobre ser a segunda opção de seu parceiro. Teria sua vida valido a pena? Sua narrativa é bastante eficiente e objetiva, nunca se rendendo aos clichês que poderia facilmente cair. Atuação primorosa de Charlotte Rampling.
IN MEMORIAN
Não me recordo de um ano tão repleto de mortes como este de 2016. Logo de cara, fomos surpreendidos com a morte do ícone pop David Bowie e, mais recentemente, perdemos a nobreza intergaláctica Carrie Fisher e a estrela da era de ouro de Hollywood, Debbie Reynolds.
O camaleão David Bowie, que também atuou em cults como Labirinto e Fome de Viver
Além de Bowie, perdemos os músicos George Michael, Prince (que venceu o Oscar de Trilha por Purple Rain – disponível no Netflix) e Leonard Cohen. Grandes escritores como Harper Lee (autora de O Sol é Para Todos) e Umberto Eco (autor de O Nome da Rosa).
Figuras emblemáticas como Gene Wilder, o eterno Willy Wonka de A Fantástica Fábrica de Chocolate; e Alan Rickman, que ficou eternizado como Hans Gruber de Duro de Matar e o professor Snape da saga Harry Potter. Vencedores do Oscar também nos deixaram: Patty Duke (Atriz Coadjuvante por O Milagre de Anne Sullivan), George Kennedy (Ator Coadjuvante por O Indomável), o diretor polonês Andrzej Wajda (Oscar Honorário), Curtis Hanson (diretor que venceu o Oscar de Roteiro Adaptado por Los Angeles – Cidade Proibida), Michael Cimino (Diretor por O Franco-Atirador) e Vilmos Szigmond (Fotografia por Contatos Imediatos do Terceiro Grau).
Alan Rickman como Professor Snape
Grandes profissionais como Arthur Hiller (produtor de Love Story), Abbas Kiarostami (diretor responsável pelo nascimento do cinema iraniano), Robin Hardy (diretor do cult O Homem-Palha), um dos grandes diretores italianos do Neo-realismo Ettore Scola, Garry Marshall (diretor de Uma Linda Mulher), Douglas Slocombe (diretor de fotografia da trilogia Indiana Jones), o diretor de arte Gil Parrondo (responsável por Patton – Rebelde ou Herói e Nicholas e Alexandra), o jovem ator de Star Trek Anton Yelchin (que teve uma morte boba demais), o diretor dos clássicos de James Bond como 007 Contra Goldfinger, Guy Hamilton; e nossos diretores brasileiros Hector Babenco e Andrea Tonacci.
FELIZ ANO NOVO!
Depois de passar por um ano tenebroso como esse, a esperança para que 2017 seja um ano infinitamente superior cresce a cada dia. Se a economia vai estar melhor ou não, se a política brasileira vai tomar vergonha na cara ou não, se vamos ter mais “diversidade” no Oscar ou não isso eu não sei. A única coisa que quero é que cenas como essa (foto abaixo) não se repitam. Quando vi essa imagem nos jornais, fiquei estarrecido. Toda vez que olhava pra esse menino de Alepo, na Síria, que acabara de ter sua casa destruída por um bombardeio, tinha vontade de chorar. A que ponto chegamos? O menino não sabia nem o que tinha acontecido, enquanto sangrava pelo rosto todo! Esse tipo de acontecimento faz a gente perder a fé na humanidade. Por isso, meus votos para 2017 são de paz e de responsabilidade para essas pessoas e governos que muitas vidas dependem. Sejam mais conscientes de seus atos. É isso… Feliz Ano Novo para todos!
Desnorteado, menino de Alepo sendo socorrido por uma ambulância. De cortar o coração.
MTV Movie Awards 2016 (photo by hfmagazineonline.com)
PREMIAÇÃO DE VOTO PÚBLICO SE RENDE AOS BLOCKBUSTERS
Depois do Oscar, nada melhor do que o MTV Movie Awards pra dar aquela relaxada! Nada de filmes sérios ou que exijam neurônios demais predominam pelas 14 categorias. Se bem que neste ano, eles resolveram acrescentar três categorias com cara de prêmio dos críticos: True Story (Baseado em fatos verídicos), Documentário e Ensemble Cast (Elenco). E felizmente, excluíram outras categorias bem inúteis como o Shirtless Performance e o WTF Moment.
E imitando a “bolha assassina” do Critics’ Choice Awards, agora todas as categorias têm 6 indicados cada, e com isso, mais filmes são reconhecidos e com maior número de indicações. Campeão de bilheteria, Star Wars: O Despertar da Força foi o recordista desta edição com 11 indicações, puxando a tendência na qual os filmes mais vistos pelo público conseguem maior visibilidade na premiação, vide a presença de Vingadores: Era de Ultron, Jurassic World e o recente Deadpool, que se tornou o filme com censura Rated R mais visto das últimas décadas.
Cena do recordista de indicações Star Wars: O Despertar da Força (photo by cinemagia.ro)
Eu gosto da indicação de Deadpool, não apenas por se de uma boa adaptação de quadrinhos, mas que também prova para os produtores caretas de Hollywood, que é possível fazer um filme de super-herói para um público adulto, com qualidades e ainda sair lucrando! Só pela ousadia de sair do arquétipo, já deveria ganhar todos os prêmios. Mas deve sair pelo menos com o de Melhor Beijo pela ótima química de Ryan Reynolds e a belíssima Morena Baccarin.
Altas químicas rolam entre Ryan Reynolds e Morena Baccarin em Deadpool (photo by cinemagia.ro)
Igualmente pela ousadia, outro filme que merece todos os prêmios é Mad Max: Estrada da Fúria. Infelizmente e curiosamente, o filme de George Miller, que acaba de conquistar 6 Oscars, sequer foi indicado a Melhor Filme. Acho muito estranha essa ausência, já que foi um filme bem idolatrado pelo público jovem e internauta. Acredito que deve levar o prêmio de Female Performance para Charlize Theron.
Trocaria facilmente a vaga de Vingadores: Era de Ultron por Mad Max. Apesar dos números expressivos de bilheteria, é uma sequência muito fraca, com um roteiro ralo (cadê as belas tiradas do nível do primeiro filme, Joss Whedon?) e sequências de ação pouco empolgantes. Parecia que o filme todo estava ligado no piloto automático! Como fã da Marvel Comics, achei uma grande pena que o filme, que tinha tudo para ser um dos melhores, não correspondeu às expectativas.
E não poderia deixar de destacar que todos aqueles “excluídos” do #OscarSoWhite ganharam abrigo e compaixão do MTV Movie Awards como Straight Outta Compton, que foi indicado a Melhor Filme, e o chorão do boicotador Will Smith. Não sei quanto a vocês, mas peguei um bode do Will Smith! Na categoria de Melhor Ator, temos também o merecido reconhecimento de Michael B. Jordan por Creed: Nascido Para Lutar. Curiosamente, teve apenas duas indicações: Melhor Filme e Ator.
Isso merece uma comemoração: Will Smith conseguiu um indicação! E pode levar seu baldinho de pipoca dourada! (photo by cinemagia.ro)
A ausência mais sentida na minha opinião foi do pequeno talento Jacob Tremblay, que no mínimo, merecia uma indicação de Melhor Revelação por O Quarto de Jack, e não sua companheira de tela, Brie Larson, que já é conhecida há alguns anos. Outra importante mancada do MTV Movie Awards foi deixar de lado Spotlight – Segredos Revelados na categoria séria do True Story.
Ao contrário do ano passado, não consegui votar para os meus favoritos nesta edição. O site da MTV acusa que não está disponível para a minha localização. Cinéfilos do Terceiro Mundo não têm vez! De qualquer forma, para quem estiver interessado na cerimônia, ela acontece no dia 10 de abril, com a apresentação dos hosts Dwayne Johnson (o The Rock) e Kevin Hart (não sei de onde acham tanta graça nele), e deve ser transmitido ao vivo pelo canal da MTV Brasil.
Assinalei meus “votos” na cor laranja na lista de indicados, que segue abaixo:
MOVIE OF THE YEAR (Filme do Ano) · Vingadores: Era de Ultron (Avengers: Age of Ultron) · Creed: Nascido Para Lutar (Creed) · Deadpool (Deadpool)
· Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros (Jurassic World)
· Star Wars: O Despertar da Força (Star Wars: The Force Awakens)
· Straight Outta Compton: A História do N.W.A. (Straight Outta Compton)
TRUE STORY (História Verídica) · Um Homem Entre Gigantes (Concussion)
· Joy: O Nome do Sucesso (Joy)
· Steve Jobs (Steve Jobs)
·Straight Outta Compton: A História do N.W.A. (Straight Outta Compton) · A Grande Aposta (The Big Short)
· O Regresso (The Revenant)
DOCUMENTÁRIO · Amy · Cartel Land · He Named Me Malala
· The Hunting Ground
· The Wolfpack
· What Happened, Miss Simone?
BEST FEMALE PERFORMANCE (Performance Feminina) · Alicia Vikander (Ex-Machina: Instinto Artificial)
· Anna Kendrick (A Escolha Perfeita 2) · Charlize Theron (Mad Max: Estrada da Fúria)
· Daisy Ridley (Star Wars: O Despertar da Força)
· Jennifer Lawrence (Joy: O Nome do Sucesso)
· Morena Baccarin (Deadpool)
BEST MALE PERFORMANCE (Performance Masculina) · Chris Pratt (Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros)
· Leonardo DiCaprio (O Regresso)
· Matt Damon (Perdido emMarte)
· Michael B. Jordan (Creed: Nascido Pra Lutar) · Ryan Reynolds (Deadpool)
· Will Smith (Um Homem Entre Gigantes)
BREAKTHROUGH PERFORMANCE (Revelação) · Amy Schumer (Descompensada)
· Brie Larson (O Quarto de Jack)
· Daisy Ridley (Star Wars: O Despertar da Força)
· Dakota Johnson (Cinquenta Tons de Cinza)
· John Boyega (Star Wars: O Despertar da Força) · O’Shea Jackson Jr. (Straight Outta Compton: A História do N.W.A.)
BEST COMEDIC PERFORMANCE (Performance cômica) · Amy Schumer (Descompensada)
· Kevin Hart (Policial em Apuros 2)
· Melissa McCarthy (A Espiã que Sabia de Menos)
· Rebel Wilson (A Escolha Perfeita 2) · Ryan Reynolds (Deadpool)
· Will Ferrell (O Durão)
BEST ACTION PERFORMANCE (Performance de Ação) · Chris Pratt (Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros)
· Dwayne Johnson (Terremoto: A Falha de San Andreas)
· Jennifer Lawrence (Jogos Vorazes: A Esperança – O Final)
· John Boyega (Star Wars: O Despertar da Força) · Ryan Reynolds (Deadpool)
· Vin Diesel (Velozes & Furiosos 7)
BEST HERO (Herói) · Charlize Theron (Mad Max: Estrada da Fúria)
· Chris Evans (Vingadores: Era de Ultron)
· Daisy Ridley (Star Wars: O Despertar da Força)
· Dwayne Johnson (Terremoto: A Falha de San Andreas)
· Jennifer Lawrence (Jogos Vorazes: A Esperança – O Final)
· Paul Rudd (Homem-Formiga)
BEST VILLAIN (Vilão) · Adam Driver (Star Wars: O Despertar da Força)
· Ed Skrein (Deadpool)
· Hugh Keays-Byrne (Mad Max: Estrada da Fúria)
· James Spader (Vingadores: Era de Ultron)
· Samuel L. Jackson (Kingsman: Serviço Secreto) · Tom Hardy (O Regresso)
BEST VIRTUAL PERFORMANCE (Performance Virtual) · Amy Poehler (Divertida Mente)
· Andy Serkis (Star Wars: O Despertar da Força)
· Jack Black (Kung Fu Panda 3)
· James Spader (Vingadores: Era de Ultron)
· Lupita Nyong’o (Star Wars: O Despertar da Força) · Seth MacFarlane (Ted 2)
ENSEMBLE CAST (Elenco) · Vingadores: Era de Ultron
· Velozes & Furiosos 7
· A Escolha Perfeita 2 · Star Wars: O Despertar da Força
· Jogos Vorazes: A Esperança – O Final
· Descompensada
BEST KISS (Beijo) · Amy Schumer & Bill Hader (Descompensada)
· Dakota Johnson & Jamie Dornan (Cinquenta Tons de Cinza)
· Leslie Mann & Chris Hemsworth (Férias Frustradas)
· Margot Robbie & Will Smith (Golpe Duplo) · Morena Baccarin & Ryan Reynolds (Deadpool)
· Rebel Wilson & Adam DeVine (A Escolha Perfeita 2)
BEST FIGHT (Luta) · Deadpool (Ryan Reynolds) vs. Ajax (Ed Skrein) – Deadpool · Hugh Glass (Leonardo DiCaprio) vs. A Ursa – O Regresso
· Imperator Furiosa (Charlize Theron) vs. Max Rockatansky (Tom Hardy) – Mad Max: Estrada da Fúria
· Homem de Ferro (Robert Downey Jr.) vs. Hulk (Mark Ruffalo) – Vingadores: Era de Ultron
· Rey (Daisy Ridley) vs. Kylo Ren (Adam Driver) – Star Wars: O Despertar da Força
· Susan Cooper (Melissa McCarthy) vs. Lia (Nargis Fakhri) – A Espiã que Sabia de Menos)
Mesmo abaixo da média, Vingadores: Era de Ultron conseguiu conquistar 6 indicações (photo by outnow.ch)