EMBORA CERIMÔNIA AINDA NÃO ESTEJA GARANTIDA, HFPA ANUNCIA INDICADOS
Recapitulando para quem perdeu o bonde: Em 2021, a HFPA (Hollywood Foreign Press Association), grupo formado por jornalistas estrangeiros e responsável pela premiação do Globo de Ouro, foi alvo de acusações de jornais tais como a ausência total de jornalistas negros, e a forte suspeita de compra de votos por estúdios através de diárias caríssimas de hotéis na França para reconhecer a série Emily in Paris. Com a perda da credibilidade, a rede NBC cancelou a transmissão da cerimônia de 2022 e inúmeros estúdios anunciaram que não investiriam na campanha junto ao Globo de Ouro, pelo menos até arrumarem a casa. Inicialmente, os responsáveis pela HFPA acreditavam que essa reformulação seria rápida e eficiente, mas passados 8 meses, o Globo de Ouro ainda está repercutindo a crise. Recentemente, decidiram anunciar os indicados (afinal, são 78 anos de história de cinema e TV), mas a cerimônia, bem como a transmissão, ainda estão pendentes.
Na Live ocorrida no canal Golden Globes no YouTube, a presidente da HFPA, Helen Hoehne, começou com um discurso esperançoso, pontuando as mudanças já realizadas nos últimos meses como a inclusão de 21 novos membros jornalistas de mais de 50 países, e uma nova conduta da organização ao não aceitar mais presentes dos estúdios como forma de mimos, mas nenhuma palavra sobre a transmissão, o que se mostrou um erro. Deveriam ter firmado já alguma parceria com outra emissora ou pelo menos transmitir no próprio YouTube, já que a cerimônia já ocorre no próximo dia 09 de Janeiro. Pra quem não conferiu o anúncio dos indicados, segue link abaixo:
Já vimos vários anúncios de indicados ao longo dos anos, mas esta certamente foi uma das piores já vistas. Não dá pra entender. A nova presidente da HFPA se apresenta repleta de espírito de inovação, mas quando ela introduz Snoop Dogg pra ler os indicados, tudo vira motivo pra piada! Longe de nós querer debochar do músico, que até tem um histórico no cinema como sua participação em Dia de Treinamento e na animação da Dreamworks, Turbo, mas todos sabem que seu nome está atribuído às drogas. Snoop Dogg claramente não é a pessoa mais indicada para ler nomes às 6 horas da manhã (sem falar na possiblidade de ele estar chapado), então foi um festival de erros bizarros como ler o nome do diretor Denis Villeneuve como “Denis Villenueva” (de francês virou espanhol) e a atriz francesa Marion Cotillard virou “Marian Cottier”. Dogg fez Tiffany Haddish uma professora de Inglês! Tudo bem que nenhuma celebridade hollywoodiana queimaria sua reputação aceitando o convite da HFPA, mas se Dogg fosse a única opção, teria sido melhor outro membro da organização ler os indicados. Ficaria minimamente mais respeitoso!
E uma última coisa que gostaríamos de pontuar é que a mundo das premiações de cinema também é cruel. Enquanto o Globo de Ouro está em frangalhos (mas pelo menos está se esforçando para retomar seu prestígio), a nossa querida “bolha assassina”, ou como muitos conhecem Critics’ Choice Awards, resolveu roubar na cara dura o lugar do Globo de Ouro, agendando as datas de anúncio e premiação nos mesmos dias: 13 de Dezembro as indicações, e 09 de Janeiro a premiação. Particularmente não gostamos muito do Critics’ Choice porque sempre foi algo muito genérico, que faz de tudo para agradar os estúdios e celebridades (como estender para 8 indicados uma categoria), o que fez com que associemos esse prêmio a uma falta de personalidade. Só vamos dizer uma coisa ao Critics’: O mundo dá voltas.
NÚMEROS DO GLOBO DE OURO
Os recordistas desta 79ª edição foram Belfast, de Kenneth Branagh, e Ataque dos Cães, de Jane Campion, ambos com 7 indicações cada. Por enquanto, caminhamos para uma premiação dividida entre eles: Melhor Filme para o drama autobiográfico de Branagh, e Direção para Campion para reconhecer um trabalho ousado e delicado. Em 2º lugar, empatados com 4 indicações para cada: o drama King Richard: Criando Campeãs, que pode alavancar a campanha de Melhor Ator para Will Smith, as comédias NãoOlhe Para Cima e Licorice Pizza, e o musical de Spielberg, Amor, Sublime Amor.
SURPRESAS
Pra quem estava antenado com este início de temporada, as escolhas da HFPA não chegaram a surpreender. Claro que houve alguns momentos estranhos como a inesperada indicação de Mahershala Ali a Melhor Ator – Drama por Swan Song. Embora o nome de Ali esteja longe de ser desconhecido, o filme havia passado desapercebido até então. Nele, seu personagem decide fazer um clone de si mesmo quando descobre ter uma doença terminal.
E embora The Lost Daughter tenha vencido os principais prêmios na última edição do Gotham Awards, havia a expectativa de que Maggie Gyllenhaal fosse indicada apenas a Melhor Roteiro, mas ela ficou entre os finalistas a Melhor Direção. Ela integra uma enxuta lista de diretoras indicadas ao Globo de Ouro ao lado de Jane Campion, que já havia sido indicada em 1994 por O Piano. Pelo filme, Olivia Colman também recebeu uma nova indicação a Melhor Atriz.
Dentre as ausências, talvez a mais sentida tenha sido a de O Beco do Pesadelo, novo filme do mexicano Guillermo del Toro, estrelado por Bradley Cooper, Cate Blanchett, Rooney Mara, Toni Collette e Willem Dafoe. Alguns especulam que a data tardia de lançamento, dia 17 de Dezembro, tenha sido o motivo da esnobada. Embora tenha grandes nomes no elenco e o próprio prestígio do diretor, algo nos diz que o filme deve coletar indicações apenas nas categorias artísticas como Design de Produção, Figurino e Fotografia.
A Variety mencionou as ausências de Rita Moreno como Coadjuvante e Ansel Elgort como Ator de Comédia ou Musical, ambos por Amor, Sublime Amor, mas não víamos boas possibilidades no Globo de Ouro. É possível que Moreno seja reconhecida pela Academia, ainda mais por ter vencido o Oscar de Coadjuvante pelo musical original de 1961.
Poderíamos incluir Jennifer Hudson ausente da lista, mas a cinebiografia de Aretha Franklin, Respect, não foi bem recebida pela crítica e pelo público. Por outro lado, vale ressaltar a dupla indicação para Jessica Chastain, que concorre pelo filme The Eyes of Tammy Faye e pela série Scenes from a Marriage.
Sobre as categorias de TV, o maior destaque fica por conta de Squid Game (ou Round 6, como ficou conhecida no Brasil), da Netflix. Além de ter se tornado a série mais vista em 90 países, tornou-se a primeira série em língua estrangeira a receber indicação para Melhor Série, já que o regulamento da HFPA não aceitava produções de fora dos EUA e por isso, sofria duras críticas. Além dessa indicação, a série sul-coreana foi reconhecida nas categorias de Melhor Ator e Melhor Ator Coadjuvante.
INDICADOS AO 79º GLOBO DE OURO:
CINEMA
MELHOR FILME – DRAMA Belfast (Focus Features) No Ritmo do Coração (CODA) (Apple) Duna (Dune) (Warner Bros.) King Richard: Criando Campeãs (King Richard) (Warner Bros.) Ataque dos Cães (The Power of the Dog) (Netflix)
MELHOR ATRIZ – DRAMA Jessica Chastain (The Eyes of Tammy Faye) Olivia Colman (The Lost Daughter) Nicole Kidman (Being the Ricardos) Lady Gaga (Casa Gucci) Kristen Stewart (Spencer)
MELHOR ATOR – DRAMA Mahershala Ali (Swan Song) Javier Bardem (Being the Ricardos) Benedict Cumberbatch (Ataque dos Cães) Will Smith (King Richard: Criando Campeãs) Denzel Washington (The Tragedy of Macbeth)
MELHOR FILME – COMÉDIA OU MUSICAL Cyrano (MGM) Não Olhe Para Cima (Don’t Look Up) Licorice Pizza (MGM/United Artists Releasing) tick, tick… BOOM! (Netflix) Amor, Sublime Amor (West Side Story) (20th Century Studios)
MELHOR ATRIZ – COMÉDIA OU MUSICAL Marion Cotillard (Annette) Alana Haim (Licorice Pizza) Jennifer Lawrence (Não Olhe Para Cima) Emma Stone (Cruella) Rachel Zegler (Amor, Sublime Amor)
MELHOR ATOR – COMÉDIA OU MUSICAL Leonardo DiCaprio (Não Olhe Para Cima) Peter Dinklage (Cyrano) Andrew Garfield (Tick, tick… Boom!) Cooper Hoffman (Licorice Pizza) Anthony Ramos (Em um Bairro de Nova York)
MELHOR LONGA DE ANIMAÇÃO Encanto (Walt Disney Pictures) Flee (Neon) Luca (Pixar) My Sunny Maad Raya e o Último Dragão (Raya and the Last Dragon) (Walt Disney Pictures)
MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA Compartment No.6 – FINLÂNDIA Drive My Car – JAPÃO The Hand of God – ITÁLIA A Hero – IRÃ Parallel Mothers – ESPANHA
MELHOR ATOR COADJUVANTE Ben Affleck (The Tender Bar) Jamie Dornan (Belfast) Ciarán Hinds (Belfast) Troy Kotsur (No Ritmo do Coração) Kodi Smit-McPhee (Ataque dos Cães)
MELHOR DIREÇÃO Kenneth Branagh (Belfast) Jane Campion (Ataque dos Cães) Maggie Gyllenhaal (The Lost Daughter) Steven Spielberg (Amor, Sublime Amor) Denis Villeneuve (Duna)
MELHOR ROTEIRO Paul Thomas Anderson (Licorice Pizza) Kenneth Branagh (Belfast) Jane Campion (Ataque dos Cães) Adam McKay (Não Olhe Para Cima) Aaron Sorkin (Being the Ricardos)
MELHOR TRILHA MUSICAL Alexandre Desplat (A Crônica Francesa) Germaine Franco (Encanto) Jonny Greenwood (Ataque dos Cães) Alberto Iglesias (Parallel Mothers) Hans Zimmer (Duna)
MELHOR CANÇÃO ORIGINAL “Be Alive” – Beyoncé Knowles-Carter, Dixson (King Richard: Criando Campeãs) “Dos Orugitas” – Lin-Manuel Miranda (Encanto) “Down to Joy” – Van Morrison (Belfast) “Here I Am (Singing My Way Home)” – Jamie Alexander Hartman, Jennifer Hudson, Carole King (Respect) “No Time to Die” – Billie Eilish, Finneas O’Connell (007 – Sem Tempo Para Morrer)
TELEVISÃO/STREAMING
MELHOR SÉRIE – DRAMA Lupin The Morning Show Post Squid Game Succession
MELHOR ATRIZ DE SÉRIE – DRAMA Uzo Aduba (In Treatment) Jennifer Aniston (The Morning Show) Christine Baranski (The Good Fight) Elisabeth Moss (The Handmaid’s Tale) Michaela Jaé (MJ) Rodriguez (Pose)
MELHOR ATOR DE SÉRIE – DRAMA Brian Cox (Succession) Lee Jung-jae (Squid Game) Billy Porter (Pose) Jeremy Strong (Succession) Omar Sy (Lupin)
MELHOR SÉRIE – COMÉDIA OU MUSICAL The Great (Hulu) Hacks (HBO Max) Only Murders in the Building (Hulu) Reservation Dogs (FX on Hulu) Ted Lasso (Apple TV Plus)
MELHOR ATRIZ DE SÉRIE – COMÉDIA OU MUSICAL Hannah Einbinder (Hacks) Elle Fanning (The Great) Issa Rae (Insecure) Tracee Ellis Ross (Black-ish) Jean Smart (Hacks)
MELHOR ATOR DE SÉRIE – COMÉDIA OU MUSICAL Anthony Anderson (Black-ish) Nicholas Hoult (The Great) Steve Martin (Only Murders in the Building) Martin Short (Only Murders in the Building) Jason Sudeikis (Ted Lasso)
MELHOR MINISSÉRIE OU FILME PARA TV Dopesick (Hulu) Impeachment: American Crime Story (FX) Maid (Netflix) Mare of Easttown (HBO) The Underground Railroad (Amazon Prime Video)
MELHOR ATRIZ DE MINISSÉRIE OU FILME PARA TV Jessica Chastain (Scenes From a Marriage) Cynthia Erivo (Genius: Aretha) Elizabeth Olsen (WandaVision) Margaret Qualley (Maid) Kate Winslet (Mare of Easttown)
MELHOR ATOR DE MINISSÉRIE OU FILME PARA TV Paul Bettany (WandaVision) Oscar Isaac (Scenes From a Marriage) Michael Keaton (Dopesick) Ewan McGregor (Halston) Tahar Rahim (The Serpent)
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE DE SÉRIE, MINISSÉRIE OU FILME PARA TV Jennifer Coolidge (White Lotus) Kaitlyn Dever (Dopesick) Andie MacDowell (Maid) Sarah Snook (Succession) Hannah Waddingham (Ted Lasso)
MELHOR ATOR COADJUVANTE DE SÉRIE, MINISSÉRIE OU FILME PARA TV Billy Crudup (The Morning Show) Kieran Culkin (Succession) Mark Duplass (The Morning Show) Brett Goldstein (Ted Lasso) Oh Yeong-su (Squid Game)
__________________________________________________ A 79ª cerimônia do Globo de Ouro está marcada para o dia 09 de Janeiro.
FILME DE TRIBUNAL GANHA UMA SOBREVIDA NA RETA FINAL PARA O OSCAR
Se existia uma forte tendência de que o filme de Aaron Sorkin saísse de mãos vazias da próxima cerimônia do Oscar, depois da vitória de Melhor Elenco no SAG e agora no Sindicato de Editores, o céu parece menos nebuloso. Alan Baumgarten bateu dois de seus quatro concorrentes ao Oscar: O Som do Silêncio e Nomadland, além de Minari e Mank.
Obviamente, esta vitória é muito importante para a campanha de Os 7 de Chicago, que vinha desacreditado até o mês de Março, mas que agora cresce na última semana antes do Oscar. O prêmio de Montagem pode não ser tão determinante para eleger o vencedor de Melhor Filme como nos anos 70, mas certamente mantém o filme na disputa, ainda mais se levarmos em consideração a relação do Eddie com o Oscar nos últimos 15 anos.
Foram 10 vencedores em comum, mas vale ressaltar que nos últimos 10 anos, foram 5 vencedores em comum, lembrando que no ano passado, a montagem de Parasita levou o Eddie, mas não ganhou o Oscar, mas mesmo assim o filme de Bong Joon Ho levou o Oscar de Melhor Filme.
ANO
EDDIE DRAMA
EDDIE COMÉDIA
OSCARde MONTAGEM
2021
Os 7 de Chicago
Palm Springs
?
2020
Parasita
Jojo Rabbit
Ford vs. Ferrari
2019
Bohemian Rhapsody
A Favorita
Bohemian Rhapsody
2018
Dunkirk
Eu, Tonya
Dunkirk
2017
A Chegada
La La Land
Até o Último Homem
2016
Mad Max: Estrada da Fúria
A Grande Aposta
Mad Max: Estrada da Fúria
2015
Boyhood
O Grande Hotel Budapeste
Whiplash
2014
Capitão Phillips
Trapaça
Gravidade
2013
Argo
O Lado Bom da Vida
Argo
2012
O Artista
Os Descendentes
A Invenção de Hugo Cabret
2011
A Rede Social
Alice no País das Maravilhas
A Rede Social
2010
Guerra ao Terror
Se Beber, Não Case!
Guerra ao Terror
2009
Quem Quer Ser um Milionário?
WALL-E
Quem Quer Ser um Milionário?
2008
O Ultimato Bourne
Sweeney Todd
O Ultimato Bourne
2007
Babel
Dreamgirls
Os Infiltrados
2006
Crash: No Limite
Johnny & June
Crash: No Limite
2005
O Aviador
Ray
O Aviador
Até semana passada, o grande favorito desta categoria era O Som do Silêncio, que venceu o BAFTA da categoria. E agora? Seria esta vitória de Os 7 de Chicago mero fogo de palha ou o poderio financeiro da Netflix está fazendo a diferença agora no final da temporada?
Particularmente, teria votado na montagem de Meu Pai, que além de muito eficiente no que se refere a ritmo, proporciona excelentes momentos e valoriza o roteiro de Florian Zeller e Christopher Hampton. Já o trabalho de Baumgarten em Os 7 de Chicago é praticamente resgatar flashbacks dos personagens que estão sendo julgados no tribunal, entregando uma montagem correta e que afasta o filme de um marasmo enorme. Entre Os 7 de Chicago e O Som do Silêncio, prefiro a montagem do último porque apresenta um diferencial que é valorizar o trabalho sonoro, que proporciona uma experiência sensorial ao público.
E devo ressaltar que a derrota da montagem de Bela Vingança na categoria de Comédia ou Musical praticamente sepulta as chances do filme de Emerald Fennell sonhar com algo maior no Oscar. Se ganhasse, poderia haver uma possibilidade (nem que fosse mínima) de levar Melhor Filme. De qualquer forma, a vitória de Palm Springs é merecida por explorar bem a questão do time looping da trama.
Já a vitória de Professor Polvo praticamente sacramenta sua vitória no Oscar de Melhor Documentário. Quero acreditar que não vai levar, mas depois de tantos prêmios importantes e a campanha da Netflix, realmente é quase impossível perder a estatueta. Apesar do relato emotivo da relação do homem com o polvo, não o consideraria entre os melhores documentários do ano, mas muita gente abraçou a ideia do filme e isso impulsionou os votos.
CONFIRA A LISTA DE VENCEDORES DAS CATEGORIAS DE CINEMA DO 71º ACE AWARDS:
MONTAGEM – DRAMA
MANK – Kirk Baxter
MINARI – Harry Yoon
NOMADLAND – Chloé Zhao
O SOM DO SILÊNCIO – Mikkel E.G. Nielsen
OS 7 DE CHICAGO – Alan Baumgarten
MONTAGEM – COMÉDIA
BORAT: FITA DE CINEMA SEGUINTE – James Thomas, Craig Alpert, Mike Giambra
EU ME IMPORTO – Mark Eckersley
ON THE ROCKS – Sarah Flack
PALM SPRINGS – Matthew Friedman, Andrew Dickler
BELA VINGANÇA – Frédéric Thoraval
MONTAGEM – ANIMAÇÃO
OS CROODS 2: UMA NOVA ERA – James Ryan
DOIS IRMÃOS: UMA JORNADA FANTÁSTICA – Catherine Apple
A CAMINHO DA LUA – Edie Ichioka
SOUL – Kevin Nolting
WOLFWALKERS – Darragh Byrne, Richie Cody, Darren Holmes
MONTAGEM – DOCUMENTÁRIO
ATÉ O FIM: A LUTA PELA DEMOCRACIA – Nancy Novack
AS MORTES DE DICK JOHNSON – Nels Bangerter
THE DISSIDENT – Scott D. Hanson, James Leche, Wyatt Rogowski, Avner Shiloah
PROFESSOR POLVO – Pippa Ehrlich, Dan Schwalm
O DILEMA DAS REDES – Davis Coombe
MONTAGEM – DOCUMENTÁRIO (NÃO LANÇADO EM CINEMA)
BEASTIE BOYS STORY – Jeff Buchanan, Zoe Schack
THE BEE GEES: HOW CAN YOU MEND A BROKEN HEART – Derek Boonstra, Robert A. Martinez
THE LAST DANCE – Chad Beck, Devin Concannon, Abhay Sofsky, Ben Sozanski
SEDUCED: INSIDE THE NXIVM CULT – Inbal B. Lessner, Alex Jablonski, Gillian McCarthy, Matthew Moul, Chris A. Peterson
SINDICATO DE DIRETORES DE FOTOGRAFIA SURPREENDE COM VITÓRIA DE ‘MANK’
Em cerimônia virtual, o American Society of Cinematographers (ASC) resolveu dar uma apimentada na disputa de Melhor Fotografia, concedendo o principal prêmio para Erik Messerschmdit, de MANK, batendo o favorito Joshua James Richards de Nomadland.
Mank foi o primeiro trabalho de Messerschmidt para longa de cinema. Sua parceria com o diretor David Fincher foi tão boa na série de TV Mindhunter, que foi resgatada para esse projeto bem pessoal do diretor, baseado no roteiro do falecido pai dele, Jack Fincher. Vendo o filme pela tela do notebook, a fotografia em preto-e-branco de Mank passa um pouco mais desapercebida, pois é um trabalho mais minucioso, que se alinha bem com os efeitos visuais, mas não chega a encher os olhos como a de Nomadland, que explora o cenário de belezas naturais americanas.
Apesar da vitória, não acreditamos que Mank vá surpreender no Oscar da categoria, ainda mais se o Oscar de Fotografia for uma base para a vitória de Melhor Filme para Nomadland, mas tudo é possível, ainda mais se considerarmos a tabela abaixo dos últimos 5 anos, em que houve apenas três vencedores em comum: as duas vitórias de Roger Deakins por Blade Runner 2049 e 1917, e a de Emmanuel Lubezki por O Regresso.
ANO
ASC
OSCAR
2020
1917
1917
2019
Guerra Fria
Roma
2018
Blade Runner 2049
Blade Runner 2049
2017
Lion: Uma Jornada Para Casa
La La Land
2016
O Regresso
O Regresso
Nas demais categorias, que não interferem no Oscar pois não estão entre os indicados, o filme francês Nós Duas levou o prêmio Spotlight para filmes de menor projeção e/ou independentes, e The Truffle Hunters levou a Melhor Fotografia de Documentário.
Confira os VENCEDORES (em negrito) DO 35º ASC:
FOTOGRAFIA – CINEMA
Erik Messerschmidt (Mank)
Phedon Papamichael (Os 7 de Chicago)
Joshua James Richards (Nomadland)
Newton Thomas Sigel (Cherry)
Dariusz Wolski (Relatos do Mundo)
PRÊMIO SPOTLIGHT
Katelin Arizmendi (Swallow)
Aurélien Marra (Nós Duas)
Andrey Naidenov (Dear Comrades!)
FOTOGRAFIA – DOCUMENTÁRIO
Viktor Kosakovskiy, Egil Håskjold Larsen (Gunda)
Gianfranco Rosi (Notturno)
Michael Dweck, Gregory Kershaw (The Truffle Hunters)
VENCEDORA DE QUASE TODOS OS PRÊMIOS DA TEMPORADA, CHINESA CONFIRMA FAVORITISMO AO OSCAR
A cerimônia virtual da 73ª edição do prêmio do Sindicato de Diretores (DGA) aconteceu neste sábado (10) e já praticamente sacramentou a vitória de Chloé Zhao no Oscar ao vencer MELHOR DIREÇÃO. É claro que nada está realmente garantido, afinal o DGA também tem suas raras diferenças com a Academia, como no ano passado em que Sam Mendes ganhou no Sindicato e viu Bong Joon Ho levar o Oscar, mas estamos falando de uma campanha irretocavelmente vitoriosa da cineasta chinesa, e que ainda conta com o fator diversidade que tanto a Academia está em busca.
Como muitos já sabem, Zhao tem tudo para se tornar a 2ª mulher a ganhar o Oscar de Direção após Kathryn Bigelow em 2010, e claro, a 1ª asiática. Particularmente, apoiamos cada vez mais a inclusão de cineastas mulheres nesta categoria que já foi predominantemente masculina por várias décadas. E não apenas por diversidade, mas também pela visão diferente que elas podem oferecer aos filmes.
Ajuda ainda mais o fato de Chloé Zhao ser uma figura bastante humilde e carismática. Ao aceitar o prêmio através do Zoom, ela dirigiu um elogio a cada um de seus colegas de profissão. Para Emerald Fennell, ela disse: “Você tem um controle absurdo do seu ofício, e com um voz tão única. Mal posso esperar para ver qual a próxima jornada instigante que você nos levará.” Para Lee Isaac Chung: Seu filme “me tocou num nível muito pessoal.” Após chamar Aaron Sorkin de “poeta”, ela acrescentou: “Pude sentir meu coração pulsar quando eu assisti ao seu filme.” E Zhao classificou todos os filmes de David Fincher como uma “master class,” e ainda soltou um “E você também é super engraçado, acabei de descobrir!”
Já na categoria de DIRETOR ESTREANTE, houve uma pequena surpresa. Havia uma expectativa de que Regina King levaria esse prêmio de consolação por não ter conseguido uma indicação ao Oscar por Uma Noite em Miami, mas foi Darius Marder que levou esse reconhecimento por O Som do Silêncio. No agradecimento, ele expressou o desejo de encontrar seus colegas indicados assim que a pandemia acabar: “Eu os saúdo com um copo plástico do hotel.” Com certeza é um grande passo na carreira de Marder, que até então era conhecido apenas por ser roteirista do filme O Lugar Onde Tudo Termina (2012), de Derek Cianfrance. No filme, ele oferece ao público a traumática experiência do baterista Ruben quando ele perde sua audição, retirando e distorcendo o som do próprio filme.
Não querendo jogar água no chopp de Marder, que merecia o prêmio, nosso voto teria sido para Florian Zeller, que realizou uma fantástica adaptação de uma peça teatral (algo que costuma ser monótono e limitado no cinema) para o cinema. Meu Pai acompanha a decadência do octogenário Anthony que sofre de demência e vai se esquecendo de tudo gradativamente. Com um uso inteligente da montagem, fotografia e direção de arte, o jovem diretor nos transmite o desespero dessa situação do início ao fim, e dirigiu seus atores (especialmente Anthony Hopkins) de forma brilhante, concisa e que foge dos estereótipos.
Para MELHOR DIREÇÃO DE DOCUMENTÁRIO, a dupla Michael Dweck e Gregory Kershaw levou por The Truffle Hunters, que acompanha um grupo de idosos italianos na caça às trufas, que são frutas do gênero dos fungos que são encontradas debaixo da terra próximas às raízes de algumas árvores como o carvalho e salgueiro. “Fizemos este filme porque nos deparamos com um mundo que parecia um conto de fadas, e queríamos traduzir isso de uma forma cinematográfica. Queríamos celebrar a alegria e a beleza que ainda existem neste mundo”, defendeu Kershaw. Pena que o documentário sequer foi indicado ao Oscar, mas não custa lembrar que estamos numa temporada bastante competitiva no gênero.
Nas categorias televisivas, Homeland e The Flight Attendant levaram os prêmios de Série Dramática e de Comédia, respectivamente, enquanto a mega-sucesso The Queen’s Gambit levou o prêmio de Direção de Minissérie.
VENCEDORES DO DGA AWARDS:
DIREÇÃO Chloé Zhao (Nomadland)
DIREÇÃO ESTREANTE Darius Marder (O Som do Silêncio)
DIREÇÃO DE DOCUMENTÁRIO Michael Dweck, Gregory Kershaw (The Truffle Hunters)
DIREÇÃO DE SÉRIE DRAMÁTICA Leslie Linka Glatter (Homeland), episódio: “Prisoners of War”
DIREÇÃO DE SÉRIE DE COMÉDIA Susanna Fogel (The Flight Attendant), episódio: “In Case of Emergency”
DIREÇÃO DE MINISSÉRIE OU FILME PARA TV Scott Frank (The Queen’s Gambit)
DIREÇÃO DE PROGRAMA DE VARIEDADES/TALK SHOW/ESPORTES – ESPECIAIS Thomas Schlamme (A West Wing Special to Benefit When We All Vote)
DIREÇÃO DE PROGRAMA DE VARIEDADES/TALK SHOW/ESPORTES – REGULARES Don Roy King (Saturday Night Live) episódio: “Dave Chappelle, Foo Fighters”
DIREÇÃO DE REALITY SHOW Joseph Guidry (Full Bloom) episódio: “Petal to the Metal”
DIREÇÃO DE PROGRAMA INFANTIL Amy Schatz (We Are the Dream: The Kids of the Oakland MILK Oratorical Fest)
DIREÇÃO DE COMERCIAL Melina Matsoukas (Prettybird)
INDICADOS AO OSCAR DE DESIGN DE PRODUÇÃO, MANK E TENET SÃO RECONHECIDOS NO ADG
Em cerimônia híbrida, o Sindicato de Diretores de Arte (ADG) premiou suas quatro categorias de Cinema. O Oscar de Design de Produção costuma premiar filmes de época em que esse trabalho é mais vistoso, portanto a vitória da reconstrução da Hollywood dos anos 30/40 de Mank já larga na frente pela estatueta, e deve retirar a forte possibilidade do filme de David Fincher sair de mãos vazias da cerimônia do Oscar. Claro que existem chances para os demais concorrentes A Voz Suprema do Blues e Mulan, mas se tornam definitivamente menores após essa vitória de Mank.
De vez em quando, trabalhos de filmes de fantasia e ficção científica levam o Oscar. Só pra citar exemplos recentes: A Forma da Água e Pantera Negra, portanto a vitória de Tenet ainda o credencia para estragar a festa de Mank. Mas ao contrário dos filmes anteriores de Christopher Nolan, este não teve o mesmo prestígio entre a crítica e o público.
Dentre os indicados na categoria de Animação, embora Soul realmente tenha feito uma direção de arte muito bonita e competente, adoraríamos que Wolfwalkers tivesse levado esse prêmio. Só aquela belíssima floresta com habitada por lobos com árvores retorcidas merecia esse reconhecimento, sem falar na palheta de cores de encher os olhos. Nessa altura do campeonato, fica difícil o filme menor surpreender no Oscar contra a gigante Disney/Pixar, mas estaremos torcendo até o final na categoria de Longa de Animação.
SEQUÊNCIA DE COMÉDIA SUPERA UMA NOITE EM MIAMIE A VOZ SUPREMA DO BLUES
A 73ª edição do Writers Guild of America aconteceu neste último domingo (21) numa cerimônia virtual e mais curta apresentada por Kal Penn. Embora tenha sua importância no extenso calendário de premiações, este prêmio apresenta inúmeras ressalvas quando se trata de previsão do Oscar.
Décadas atrás, o WGA apontava com bastante precisão quais roteiros iriam vencer o Oscar nas categorias de Roteiro Original e Roteiro Adaptado selecionando os mesmos filmes, mas nos últimos anos, devido ao seu regulamento altamente restritivo, o prêmio tem se tornado cada vez mais ultrapassado. Uma de suas regras é proibir a participação de filmes em língua estrangeira, o que inviabiliza a ascensão de filmes globais como o oscarizado Parasita, e este ano, Minari.
Mas talvez a regra que mais prejudica a projeção do WGA seja a obrigatoriedade dos roteiristas serem filiados ao sindicato. Outros prêmios de sindicato indicam e premiam mesmo aqueles que não são filiados, mas o de Roteiristas tenta ser bem mais protetivo, mas acaba causando o efeito contrário. Este ano, Chloé Zhao, que adaptou o livro para o road movie Nomadland, não pôde concorrer por não ser um membro do sindicato, mas mesmo com a vitória de Borat no WGA, ainda tem as melhores chances de conquistar o Oscar. Aí perguntamos: “Será que essa regra tem mais aumentado ou diminuído o número de filiados nos últimos anos?”
Apesar de ter sido indicado ao Oscar de Roteiro Adaptado, a vitória de Borat: Fita de Cinema Seguinte foi surpreendente, já que havia concorrentes de peso como A Voz Suprema do Blues, Relatos do Mundo, O Tigre Branco e principalmente Uma Noite em Miami, que parecia o favorito. No Oscar, a história tende a ser diferente, pois o roteiro da comédia de Sacha Baron Cohen enfrenta o roteiro de Meu Pai e do já citado Nomadland. Em seu discurso, Cohen agradeceu sua equipe composto por mais oito escritores e ao político e aliado de Trump: “Rudolph Giuliani, who did everything we hoped for”. (Rudolph Giuliani, que fez tudo o que esperávamos).
Vencedora na categoria de Roteiro Original, Emerald Fennell fez o típico discurso que é tão benéfico para o WGA que parece encomendado: “It’s such a big deal to me that I’m a member of this organization.” (É de extrema importância pra mim que eu seja membro desta organização). Mas claro, ela está fazendo o jogo estratégico para encaminhar a estatueta do Oscar de Roteiro Original por Bela Vingança, porque suas chances na Direção são irrisórias diante do extremo favoritismo de Chloé Zhao. E com isso, o segundo Oscar para Aaron Sorkin (Os 7 de Chicago) tem se tornado cada vez mais distante de acontecer, felizmente, porque em pouco tempo será um filme esquecido.
Mais uma vez, nenhum dos indicados na categoria de Roteiro de Documentário vingou no Oscar, tornando irrelevante o vencedor da categoria.
CONFIRA LISTA DOS VENCEDORES DO WGA:
ROTEIRO ORIGINAL Emerald Fennell (Bela Vingança)
ROTEIRO ADAPTADO Sacha Baron Cohen, Anthony Hines, Dan Swimer, Peter Baynham, Erica Rivinoja, Dan Mazer, Jena Friedman, Lee Kern, Nina Pedrad (Borat: Fita de Cinema Seguinte)
ROTEIRO DE DOCUMENTÁRIO Mark Monroe e Bryan Fogel (The Dissident)
Veja tabela comparativa do WGA em relação ao Oscar nos últimos 10 anos (vencedores que coincidiram em negrito)
ANO
WGA ORIGINAL
OSCAR ORIGINAL
WGA ADAPTADO
OSCAR ADAPTADO
2020
Parasita
Parasita
Jojo Rabbit
Jojo Rabbit
2019
Oitava Série
Green Book
Poderia Me Perdoar?
Infiltrado na Klan
2018
Corra!
Corra!
Me Chame Pelo seu Nome
Me Chame Pelo seu Nome
2017
Moonlight
Manchester à Beira-Mar
A Chegada
Moonlight
2016
Spotlight
Spotlight
A Grande Aposta
A Grande Aposta
2015
O Grande Hotel Budapeste
Birdman
O Jogo da Imitação
O Jogo da Imitação
2014
Ela
Ela
Capitão Phillips
12 Anos de Escravidão
2013
A Hora Mais Escura
Django Livre
Argo
Argo
2012
Meia-Noite em Paris
Meia-Noite em Paris
Os Descendentes
Os Descendentes
2011
A Origem
O Discurso do Rei
A Rede Social
A Rede Social
A 93ª cerimônia do Oscar será no dia 25 de Abril, com transmissão da TNT.
PELA PRIMEIRA VEZ, DUAS DIRETORAS SÃO INDICADAS EM MESMA EDIÇÃO
O anúncio dos indicados ao Oscar estava previamente agendado para às 10h19, horário de Brasília, mas com a entrada do horário de verão nos EUA, o evento ao vivo foi antecipado para às 9h19. Muitos canais online que queriam cobrir o anúncio em lives também sofreram com essa mudança de última hora. Conforme combinado, o casal Priyanka Chopra e Nick Jonas dividiram essa responsabilidade em duas partes. Ela ficou bastante feliz pela indicação a Melhor Roteiro Original para o filme O Tigre Branco, no qual estrela ao lado de Adarsh Gourav. Poderiam ter caprichado um pouco mais na arte e inserido fotos dos filmes e atores indicados, mas preferiram apenas o texto. Confira o anúncio em vídeo do YouTube abaixo:
NÚMEROS DO OSCAR
Como previsto, Mank foi o filme que mais acumulou indicações nesta 93ª edição do Oscar, com 10. Com 6 indicações cada, seis filmes empataram: MEU PAI, JUDAS E O MESSIAS NEGRO, MINARI, NOMADLAND, O SOM DO SILÊNCIO e OS 7 DE CHICAGO. Todos os filmes acima foram indicados a Melhor Filme ao lado de BELA VINGANÇA que recebeu 5 indicações.
Num ano marcado pela pandemia, a NETFLIX foi a recordista pelo segundo ano consecutivo com 35 indicações. Em 2020, a companhia de streaming havia acumulado 24 indicações.
Esta foi a última vez que a categoria de MELHOR FILME terá número de indicados flexível dependendo do número de votos. Foi combinado que a partir da próxima edição, teremos sempre DEZ filmes indicados a Melhor Filme, como foi em 2010 e 2011. O objetivo é aumentar a visibilidade de mais filmes que tragam maior diversidade ao Oscar (e por que não audiência?). Este ano, tivemos oito indicados, e tivemos ausência de três indicados ao PGA: Borat: Fita de Cinema Seguinte, A Voz Suprema do Blues e Uma Noite em Miami.
HISTÓRICOS
Depois de 93 anos, finalmente temos duas diretoras indicadas na categoria de DIREÇÃO: Emerald Fennell por Bela Vingança e CHLOÉ ZHAO por Nomadland. Elas se tornaram apenas a SEXTA e SÉTIMA mulheres indicadas nesta categoria. Enquanto Zhao se tornou a primeira diretora não-branca indicada e foi a primeira mulher a receber 4 indicações (Filme, Direção, Roteiro Adaptado e Montagem), Fennell foi a terceira mulher a acumular 3 indicações (Filme, Direção e Roteiro Original). Havia a possibilidade de Regina King também integrar essa acirrada competição por Uma Noite em Miami, mas sua possível vaga foi “roubada” pelo dinamarquês THOMAS VINTERBERG por Druk – Mais uma Rodada.
Pela primeira vez, tivemos NOVE ATORES NÃO-BRANCOS indicados nas 4 categorias: Chadwick Boseman, Riz Ahmed (primeiro descendente de Paquistanês indicado), Steven Yeun e Yuh-Jung Youn (primeiros atores sul-coreanos), Andra Day, Viola Davis, Daniel Kaluuya, LaKeith Stanfield e Leslie Odom Jr.
CHADWICK BOSEMAN se tornou apenas o sétimo ator a receber indicação póstuma. O jovem ator, que faleceu em Agosto de 2020 aos 43 anos, junta-se a nomes consagrados como James Dean (Vidas Amargas e Assim Caminha a Humanidade) e os vencedores do Oscar Peter Finch (Rede de Intrigas) e Heath Ledger (Batman – O Cavaleiro das Trevas). Ele é o primeiro ator negro a ser indicado postumamente.
SURPRESAS E AUSÊNCIAS
Talvez a maior surpresa desta edição tenha sido a indicação de LaKeith Stanfield. Se ele fosse indicado para Melhor Ator já seria uma surpresa, mas como foi indicado a Ator Coadjuvante, foi um CHOQUE! Mais uma vez vemos aquela manipulação entre as categorias de atuação, mas de forma mais descarada aqui, afinal, se Stanfield e Kaluuya são Coadjuvantes, quem é o protagonista em Judas e o Messias Negro??
A segunda maior surpresa foi a de Thomas Vinterberg na Melhor Direção. Embora ele tivesse sido recentemente indicado ao BAFTA, poucos previram outra indicação a não ser na categoria de Filme Internacional pela Dinamarca. Havia uma chance mínima também para uma indicação de Melhor Ator para Mads Mikkelsen, mas a disputa estava acirradíssima. Num ano conturbado, com Minari levando vários prêmios de Filme em Língua Estrangeira, mas não podendo concorrer ao Oscar da categoria por ser uma produção americana, e Bacurau excluído por ter competido em 2020, Druk – Mais uma Rodada foi se firmando como favorito.
Ainda sobre a categoria de Filme Internacional, embora imprevisível este ano, podemos considerar surpresas as indicações do filme de Hong Kong, Better Days, e da Tunísia, The Man Who Sold His Skin. Havia uma expectativa de indicações para o filme La Llorona, da Guatemala, Nós Duas, da França, e até A Sun, de Taiwan. Romênia e Tunísia comemoram suas primeiras indicações ao Oscar.
Voltando às categorias de atuação, e GLENN CLOSE? Ela se tornou a terceira pessoa a ter a mesma performance indicada para o Oscar e para o Framboesa de Ouro! Se ganhar o Oscar, torna-se a primeira a conquistar esse feito. E se perder, será sua oitava derrota sem nenhuma vitória. Pra sorte dela, não existe uma franco-favorita na categoria (Yuh-Jung Youn é a mais cotada), então pode ser que ela ganhe, mas será aquela vitória com bastante ressalva por causa do Framboesa. E se perder, será a atriz recordista de indicações sem vitória, igualando o recorde histórico do já falecido Peter O’Toole.
Depois de muita pressão por não terem indicado SONG KANG HO ano passado por Parasita, STEVEN YEUN se torna o primeiro ator sul-coreano indicado ao Oscar por Minari. Quando se fala sobre #OscarsSoWhite, é mais comum discutirmos a ausência de atores negros, então ficamos contentes com a inclusão de dois atores asiáticos numa só edição, já que YUH-JUNG YOUN também foi reconhecida na categoria de Atriz Coadjuvante. Ela tem tudo para representar Minari no palco, pois a disputa entre as atrizes está bastante confusa ainda. Aliás, o SAG que será no próximo dia 04 de Abril, deve esclarecer melhor as reais chances dos atores até o final da temporada.
Com uma boa safra de performances, muitos atores acabaram sendo esnobados, mas felizmente nenhuma dessas ausências pode ser considerada um absurdo ou um ultraje. Melhor Ator: Delroy Lindo (Destacamento Blood) e Tahar Rahim (The Mauritanian); Melhor Atriz: Amy Adams (Era uma Vez um Sonho), Sophia Loren (Rosa e Momo) e Zendaya (Malcolm & Marie); Melhor Ator Coadjuvante: Chadwick Boseman (Destacamento Blood), Alan Kim (Minari), Bill Murray (On the Rocks) e Jared Leto (Os Pequenos Vestígios); Melhor Atriz Coadjuvante: Jodie Foster (The Mauritanian), Helena Zengel (Relatos do Mundo) e Dominique Fishback (Judas e o Messias Negro). Desses acima, gostaríamos de ter visto indicações para Tahar Rahim que está fantástico em The Mauritanian, e para Alan Kim, que conquista o coração de todos em Minari. Já das atuações que foram esnobadas por todos, mas adoraríamos ver aqui é a de Elisabeth Moss em O Homem Invisível, que também merecia indicação pelos efeitos visuais.
Dentre outras boas surpresas, destacamos a dupla indicação do filme romeno COLLECTIVE para DOCUMENTÁRIO e FILME INTERNACIONAL, repetindo o raro feito de Honeyland na última edição, que saiu sem nenhuma estatueta. A categoria de Documentário está bem representada também por AGENTE DUPLO, CRIP CAMP, TIME e PROFESSOR POLVO. Na categoria de Longa de Animação, gostamos da entrada do simpático trabalho de stop motion SHAUN, O CARNEIRO: O FILME – A FAZENDA CONTRA-ATACA, mas esperávamos que ele tomasse o lugar do fraco A CAMINHO DA LUA, para que a sequência Croods 2: Uma Nova Era fosse indicada.
Comemoramos duas ausências que indicam uma queda nas chances de Melhor Filme. A primeira para JACK FINCHER pelo roteiro de MANK. O filme de David Fincher pode ser perfeito em muitos aspectos técnicos, principalmente Fotografia e Som, mas seu roteiro, escrito décadas atrás, não chega a empolgar para um filme de bastidores de Hollywood e de Cidadão Kane. E a segunda seria a de AARON SORKIN na categoria de DIREÇÃO por OS 7 DE CHICAGO. Sorkin ainda precisa comer muito arroz e feijão para se tornar um bom diretor, então ficamos felizes por sua substituição na categoria. Ambas as ausências enfraquecem as campanhas dos filmes para ganhar o Oscar de Melhor Filme, afinal, indicações para direção e roteiro costumam ser essenciais para levar o prêmio principal da noite.
CONFIRA TODOS OS INDICADOS AO 93º ACADEMY AWARDS:
FILME * Meu Pai (The Father) * Judas e o Messias Negro (Judas and the Black Messiah) * Mank (Mank) * Minari (Minari) * Nomadland (Nomadland) * Bela Vingança (Promising Young Woman) * O Som do Silêncio (Sound of Metal) * Os 7 de Chicago (The Trial of the Chicago 7)
DIREÇÃO * Thomas Vinterberg (Druk – Mais uma Rodada) * David Fincher (Mank) * Lee Isaac Chung (Minari) *Emerald Fennell (Bela Vingança) * Chloé Zhao (Nomadland)
ATOR * Riz Ahmed (O Som do Silêncio) * Chadwick Boseman (A Voz Suprema do Blues) * Anthony Hopkins (Meu Pai) * Gary Oldman (Mank) * Steven Yeun (Minari)
ATRIZ * Viola Davis (A Voz Suprema do Blues) * Andra Day (Estados Unidos vs. Billie Holiday) * Vanessa Kirby (Pieces of a Woman) * Frances McDormand (Nomadland) * Carey Mulligan (Bela Vingança)
ATOR COADJUVANTE * Sacha Baron Cohen (Os 7 de Chicago) * Daniel Kaluuya (Judas e o Messias Negro) * Leslie Odom Jr. (Uma Noite em Miami) * Paul Raci (O Som do Silêncio) * LaKeith Stanfield (Judas e o Messias Negro)
ATRIZ COADJUVANTE * Maria Bakalova (Borat: Fita de Cinema Seguinte) * Glenn Close (Era uma Vez um Sonho) * Olivia Colman (Meu Pai) * Amanda Seyfried (Mank) * Yuh-Jung Youn (Minari)
ROTEIRO ORIGINAL *Judas e o Messias Negro – Will Berson, Shaka King, Keith Lucas, Kenneth Lucas * Minari – Lee Isaac Chung * Bela Vingança – Emerald Fennell * O Som do Silêncio – Abraham Marder, Darius Marder, Derek Cianfrance * Os 7 de Chicago – Aaron Sorkin
ROTEIRO ADAPTADO * Borat: Fita de Cinema Seguinte – Peter Baynham, Sacha Baron Cohen, Jena Friedman, Anthony Hines, Lee Kern, Dan Mazer, Nina Pedrad, Erica Rivinoja, Dan Swimer * Meu Pai – Christopher Hampton, Florian Zeller * Nomadland – Chloé Zhao * Uma Noite em Miami – Kemp Powers * O Tigre Branco – Ramin Bahrani
FOTOGRAFIA * Judas e o Messias Negro – Sean Bobbitt * Mank – Erik Messerschmidt * Relatos do Mundo – Dariusz Wolski * Nomadland – Joshua James Richardson * Os 7 de Chicago – Phedon Papamichael
MONTAGEM * Meu Pai – Yorgos Lamprinos * Nomadland – Chloé Zhao * Bela Vingança – Frédéric Thoraval * O Som do Silêncio – Mikkel E.G. Nielsen * Os 7 de Chicago – Alan Baumgarten
DESENHO DE PRODUÇÃO * Meu Pai – Peter Francis, Cathy Featherstone * A Voz Suprema do Blues – Mark Ricker, Karen O’Hara, Diana Stoughton * Mank – Donald Graham Burt, Jan Pascale * Relatos do Mundo – David Crank, Elizabeth Keenan * Tenet – Nathan Crowley, Kathy Lucas
FIGURINO *Emma. – Alexandra Byrne * A Voz Suprema do Blues – Ann Roth * Mank – Trish Summerville * Mulan – Bina Daigeler * Pinóquio – Massimo Cantini Parrini
MAQUIAGEM E PENTEADO * Emma. – Marese Langan * Era uma Vez um Sonho – Eryn Krueger Mekash, Patricia Dehaney, Matthew Mungle * A Voz Suprema do Blues – Matiki Anoff, Mia Neal, Larry M. Cherry * Mank – Kimberley Spiteri, Gigi Williams * Pinóquio – Dalia Colli, Anna Kieber, Sebastian Lochmann, Stephen Murphy
TRILHA MUSICAL ORIGINAL * Destacamento Blood – Terence Blanchard * Mank – Trent Reznor, Atticus Ross * Minari – Emile Mosseri * Relatos do Mundo – James Newton Howard * Soul – Trent Reznor, Atticus Ross, Jon Batiste
CANÇÃO ORIGINAL * “Fight for You” – JUDAS E O MESSIAS NEGRO Música por H.E.R. and Dernst Emile II; Letra por H.E.R. e Tiara Thomas * “Hear my Voice” – OS 7DE CHICAGO Música por Daniel Pemberton; Letra por Daniel Pemberton e Celeste Waite * “Husavik” – FESTIVAL EUROVISION DA CANÇÃO: A SAGA DE SIGRIT E LARS Música e letra por Savan Kotecha, Fat Max Gsus e Rickard Göransson * “Io Sì (SeEn)” – ROSA E MOMO Música por Diane Warren; Letra por Diane Warren e Laura Pausini * “Speak Now” – UMA NOITE EM MIAMI… Música e letra por Leslie Odom, Jr. e Sam Ashworth
SOM * Greyhound: Na Mira do Inimigo – Odin Benitez, Jason King, Christian P. Minkler, Michael Minkler, Jeff Sawyer * Mank – Ren Klyce, Jeremy Molod, David Parker, Nathan Nance, Drew Kunin * Relatos do Mundo – John Pritchett, Mike Prestwood Smith, William Miller, Oliver Tarney, Michael Fentum * Soul – Coya Elliott, Ren Klyce, David Parker, Vince Caro * O Som do Silêncio – Phillip Bladh, Nicolas Becker, Jaime Baksht, Michelle Couttolenc, Carlos Cortés, Carolina Santana
EFEITOS VISUAIS * PROBLEMAS MONSTRUOSOS * O Céu da Meia-Noite – Matt Kasmir, Chris Lawrence, Dave Watkins, Max Solomon * Mulan – Sean Faden, Anders Langlands, Seth Maury, Steve Ingram * O Grande Ivan – Nick Davis, Greg Fisher, Ben Jones, Santiago Colomo Martinez * Tenet – Andrew Jackson, Andrew Lockley, Scott R. Fisher, Mike Chambers
LONGA DE ANIMAÇÃO * Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica * A Caminho da Lua * SHAUN, O CARNEIRO: O FILME – A FAZENDA CONTRA-ATACA * Soul * Wolfwalkers
DOCUMENTÁRIO * Collective * Crip Camp: REVOLUÇÃO PELA INCLUSÃO * Agente Duplo * Professor Polvo * Time
FILME INTERNACIONAL * Druk – Mais uma Rodada – Dinamarca * Better Days – Hong Kong * Collective – Romênia * The Man Who Sold his Skin – Tunísia * Quo Vadis, Aida? – Bósnia e Herzegovina
CURTA-METRAGEM * Feeling Through * The Letter Room * The Present * Two Distant Strangers * White Eye
CURTA DE ANIMAÇÃO * Burrow * Genius Loci * Se Algo Acontecer… Te Amo * Opera * Yes-People
DOCUMENTÁRIO-CURTA * Colette * A Concerto is a Conversation * Do Not Split * Hunger Ward * UMA CANÇÃO PARA Latasha
____________________________________________________________________________________ A 93ª cerimônia do Oscar está marcada para o dia 25 de Abril.
APÓS ESCÂNDALO DO #BAFTASOWHITE EM 2020, ACADEMIA BRITÂNICA SURPREENDE EM INÚMERAS CATEGORIAS
Quando não tivemos nenhuma diretora indicada ou nenhum ator ou atriz negros indicados na última edição do BAFTA, a Academia Britânica reuniu membros e comissão (incluindo o Príncipe William) por sete meses e decidiu fazer mudanças urgentes. Dentre elas, houve aumento de 5 para 10 filmes indicados na categoria de Melhor Filme Britânico, a divulgação de uma pré-lista extensa de possíveis indicados que expandiria as opções reconhecidas, e o convite para 1.000 novos membros votantes pertencentes à classes minoritárias ou sub-representadas. Nas categorias de atuação e direção, o número de indicados também cresceu de 5 para 6, possibilitando maior justiça.
Como é possível ver nas indicações deste ano, as mudanças logo surtiram efeito. Ao ler a lista de indicados, parecia que estávamos diante do BAFTA antigo que se perdeu depois dos anos 90, quando tinha personalidade própria e não estava buscando prever os filmes do Oscar. Pelo lado positivo, realmente houve maior inclusão de etnias e nacionalidades, o que possibilitou o reconhecimento de produções menores que não contavam com orçamentos para fazer campanhas publicitárias. Parece que os votantes realmente fizeram uma seleção própria, ao contrários dos anos anteriores em que iam muito no automático das outras premiações, fazendo alterações mínimas.
E pelo lado negativo, como toda mudança, há exclusões que não devem agradar aqueles que dão preferência a nomes mais famosos e figurinhas carimbadas da temporada. A ausência mais sentida entre os atores é de Carey Mulligan, que há dois dias levou o prêmio de Melhor Atriz por Bela Vingança no Critics’ Choice Awards. Na categoria de Direção, foram 4 mulheres entre os 6 indicados, mas com a exceção de Chloé Zhao que vinha marcando presença em todas as listas, nenhuma das outras 3 estavam na expectativa: Shannon Murphy (Dente de Leite), Jasmila Žbanić (Quo Vadis, Aida?) e Sarah Gavron (Rocks). Os ausentes masculinos David Fincher e Aaron Sorkin deram lugar a Lee Isaac-Chung (Minari) e Thomas Vinterberg (Druk – Mais uma Rodada).
Após uma década publicando notícias das temporadas de premiações, vejo essa mudança no BAFTA como muito mais positiva. Muitas vezes, as premiações parecem mais uma casa de apostas e estatísticas do que um reconhecimento dos filmes e dos profissionais da área de Cinema. Há muitos anos, vimos vários filmes de qualidade duvidosa ganhando prêmios importantes porque contaram com campanhas milionárias ou um padrinho influente como o hoje preso Harvey Weinstein. Os prêmios não apenas servem para reconhecer um trabalho bem feito, mas para ajudar aqueles cineastas emergentes a conquistar mais espaço com projetos mais ousados que estúdios conservadores não querem apostar mais por pensarem exclusivamente em lucros. Quais filmes ou profissionais vão ganhar o BAFTA é uma questão subjetiva de cada membro votante, mas ao ver essa diversidade de títulos na lista de indicados já me deixa bastante esperançoso.
NÚMEROS DO BAFTA 2021
Os recordistas desta edição, Nomadland e Rocks, acumularam sete indicações cada. Enquanto o road movie de Chloé Zhao foi indicado para Melhor Filme, Direção, Atriz (Frances McDormand), Roteiro Adaptado, Fotografia, Montagem e Som, o drama familiar de Sarah Gavron disputa Melhor Filme Britânico, Melhor Estreia de Diretor, Produtor ou Roteirista Britânico, Direção, Roteiro Original, Atriz (Bukky Bakray), Atriz Coadjuvante (Kosar Ali) e Casting.
Logo em seguida, com seis indicações cada, temos Meu Pai, Mank, Minari e Bela Vingança. Dentre eles, a queda de Mank é bastante chamativa para um filme que tinha perspectivas de ser o recordista de indicações, alavancado pela Netflix. Havia uma expectativa de 10 ou 11 indicações para o filme de David Fincher, mas teve que se contentar com apenas 6, sendo ausência em categorias-chave como Ator (Gary Oldman), Atriz Coadjuvante (Amanda Seyfried) e Direção para o próprio Fincher.
Já A Escavação e The Mauritanian acumularam 5 indicações cada. Curiosamente, Jodie Foster, que havia ganhado o Globo de Ouro de Atriz Coadjuvante ficou de fora, enquanto Tahar Rahim foi reconhecido como Melhor Ator.
AUSÊNCIAS
São tantas que poderíamos fazer uma lista só com os nomes que ficaram de fora: Carey Mulligan (Bela Vingança), Gary Oldman e Amanda Seyfried (Mank), Sacha Baron Cohen (Borat: Fita de Cinema Seguinte e Os 7 de Chicago), Viola Davis (A Voz Suprema do Blues), Delroy Lindo (Destacamento Blood), Olivia Colman (Meu Pai), Glenn Close (Era uma Vez um Sonho), Steven Yeun (Minari), Helena Zengel (Relatos do Mundo) e Jodie Foster (The Mauritanian).
SURPRESAS
Houve várias inclusões já citadas acima que surpreenderam como o próprio recordista Rocks. Citamos também a indicação dos atores Mads Mikkelsen (Druk – Mais uma Rodada), Radha Blank (The Forty-Year-Old Version), Wunmi Mosaku (O Que Ficou Para Trás), Dominique Fishback (Judas e o Messias Negro), Barry Keoghan (Calm With Horses), Clarke Peters (Destacamento Blood) e Alan Kim (Minari).
Existe uma expectativa mínima de que essas indicações do BAFTA influenciem de alguma forma a votação de indicados ao Oscar que começou dia 07 e termina amanhã, dia 10. Para aqueles que deixaram para votar de última hora, o BAFTA ainda pode fazer alguma diferença, mas só o fato de ter recuperado um pouco da identidade original já nos deixa satisfeitos. Lembrando que, devido à pandemia, a cerimônia será dividida em duas partes. A primeira divulgará os vencedores das categorias técnicas, e a segunda os vencedores das categorias principais, nos dias 10 e 11 de Abril, respectivamente.
CONFIRA TODOS OS INDICADOS DA 74ª EDIÇÃO DO BAFTA:
FILME
MEU PAI Philippe Carcassonne, Jean-Louis Livi, David Parfitt THE MAURITANIAN TBC NOMADLAND Mollye Asher, Dan Janvey, Frances McDormand, Peter Spears, Chloé Zhao BELA VINGANÇA Ben Browning, Emerald Fennell, Ashley Fox, Josey McNamara OS 7 DE CHICAGO Stuart Besser, Marc Platt
FILME BRITÂNICO
CALM WITH HORSES Nick Rowland, Daniel Emmerson, Joe Murtagh A ESCAVAÇÃO Simon Stone, Gabrielle Tana, Moira Buffini MEU PAI Florian Zeller, Philippe Carcassone, Jean-Louis Livi, David Parfitt, Christopher Hampton O QUE FICOU PARA TRÁS Remi Weekes, Martin Gentles, Edward Kings, Roy Lee LIMBO Ben Sharrock, Irune Gurtubai, Angus Lamont THE MAURITANIAN Kevin Macdonald, Rory Haines, Sohrab Noshirvani, M.B. Traven MOGUL MOWGLI Bassam Tariq, Riz Ahmed, Thomas Benski, Bennett McGhee BELA VINGANÇA Emerald Fennell, Ben Browning, Ashley Fox, Josey McNamara ROCKS Sarah Gavron, Ameenah Ayub Allen, Faye Ward, Theresa Ikoko, Claire Wilson SAINT MAUD Rose Glass, Andrea Cornwell, Oliver Kassman
ESTREIA DE DIRETOR, ROTEIRISTA OU PRODUTOR BRITÂNICO
O QUE FICOU PARA TRÁS Remi Weekes (Writer/Director) LIMBO Ben Sharrock (Writer/Director), Irune Gurtubai (Producer) [also produced by Angus Lamont] MOFFIE Jack Sidey (Writer/Producer) [also written by Oliver Hermanus and produced by Eric Abraham] ROCKS Theresa Ikoko, Claire Wilson (Writers) SAINT MAUD Rose Glass (Writer/Director), Oliver Kassman (Producer) [also produced by Andrea Cornwell]
FILME EM LÍNGUA NÃO-INGLESA
DRUK – MAIS UMA RODADA Thomas Vinterberg, Sisse Graum Jørgensen DEAR COMRADES! Andrei Konchalovsky, Alisher Usmanov LES MISÉRABLES Ladj Ly MINARI Lee Isaac Chung, Christina Oh QUO VADIS, AIDA? Jasmila Žbanić, Damir Ibrahimovich
DOCUMENTÁRIO
COLLECTIVE Alexander Nanau DAVID ATTENBOROUGH: A LIFE ON OUR PLANET Alastair Fothergill, Jonnie Hughes, Keith Scholey THE DISSIDENT Bryan Fogel, Thor Halvorssen MY OCTOPUS TEACHER Pippa Ehrlich, James Reed, Craig Foster THE SOCIAL DILEMMA Jeff Orlowski, Larissa Rhodes
LONGA DE ANIMAÇÃO
DOIS IRMÃOS: UMA JORNADA FANTÁSTICA Dan Scanlon, Kori Rae SOUL Pete Docter, Dana Murray WOLFWALKERS Tomm Moore, Ross Stewart, Paul Young
DIREÇÃO
DRUK – MAIS UMA RODADA Thomas Vinterberg DENTE DE LEITE Shannon Murphy MINARI Lee Isaac Chung NOMADLAND Chloé Zhao QUO VADIS, AIDA? Jasmila Žbanić ROCKS Sarah Gavron
ROTEIRO ORIGINAL
DRUK – MAIS UMA RODADA Tobias Lindholm, Thomas Vinterberg MANK Jack Fincher BELA VINGANÇA Emerald Fennell ROCKS Theresa Ikoko, Claire Wilson OS 7 DE CHICAGO Aaron Sorkin
ROTEIRO ADAPTADO
A ESCAVAÇÃO Moira Buffini MEU PAI Christopher Hampton, Florian Zeller THE MAURITANIAN Rory Haines, Sohrab Noshirvani, M.B. Traven NOMADLAND Chloé Zhao THE WHITE TIGER Ramin Bahrani
ATRIZ
BUKKY BAKRAY Rocks RADHA BLANK The Forty-Year-Old Version VANESSA KIRBY Pieces of a Woman FRANCES McDORMAND Nomadland WUNMI MOSAKU O Que Ficou Para Trás ALFRE WOODARD Clemency
ATOR
RIZ AHMED O Som do Silêncio CHADWICK BOSEMAN A Voz Suprema do Blues ADARSH GOURAV The White Tiger ANTHONY HOPKINS Meu Pai MADS MIKKELSEN Druk – Mais uma Rodada TAHAR RAHIM The Mauritanian
ATRIZ COADJUVANTE
NIAMH ALGAR Calm With Horses KOSAR ALI Rocks MARIA BAKALOVA Borat: Fita de Cinema Seguinte DOMINIQUE FISHBACK Judas e o Messias Negro ASHLEY MADEKWE County Lines YUH-JUNG YOUN Minari
ATOR COADJUVANTE
DANIEL KALUUYA Judas e o Messias Negro BARRY KEOGHAN Calm With Horses ALAN KIM Minari LESLIE ODOM JR. Uma Noite em Miami… CLARKE PETERS Destacamento Blood PAUL RACI O Som do Silêncio
TRILHA ORIGINAL
MANK Trent Reznor, Atticus Ross MINARI Emile Mosseri RELATOS DO MUNDO James Newton Howard BELA VINGANÇA Anthony Willis SOUL Jon Batiste, Trent Reznor, Atticus Ross
CASTING
CALM WITH HORSES Shaheen Baig JUDAS E O MESSIAS NEGRO Alexa L. Fogel MINARI Julia Kim BELA VINGANÇA Lindsay Graham Ahanonu, Mary Vernieu ROCKS Lucy Pardee
FOTOGRAFIA
JUDAS E O MESSIAS NEGRO Sean Bobbitt MANK Erik Messerschmidt THE MAURITANIAN Alwin H. Küchler RELATOS DO MUNDO Dariusz Wolski NOMADLAND Joshua James Richards
MONTAGEM
MEU PAI Yorgos Lamprinos NOMADLAND Chloé Zhao BELA VINGANÇA Frédéric Thoraval O SOM DO SILÊNCIO Mikkel E.G. Nielsen OS 7 DE CHICAGO Alan Baumgarten
DESIGN DE PRODUÇÃO
A ESCAVAÇÃO Maria Djurkovic, Tatiana Macdonald MEU PAI Peter Francis, Cathy Featherstone MANK Donald Graham Burt, Jan Pascale RELATOS DO MUNDO David Crank, Elizabeth Keenan REBECCA Sarah Greenwood, Katie Spencer
FIGURINO
AMMONITE Michael O’Connor A ESCAVAÇÃO Alice Babidge EMMA. Alexandra Byrne A VOZ SUPREMA DO BLUES Ann Roth MANK Trish Summerville
MAQUIAGEM E PENTEADO
A ESCAVAÇÃO Jenny Shircore ERA UMA VEZ UM SONHO Patricia Dehaney, Eryn Krueger Mekash, Matthew Mungle A VOZ SUPREMA DO BLUES Matiki Anoff, Larry M. Cherry, Sergio Lopez-Rivera, Mia Neal MANK Kimberley Spiteri, Gigi Williams PINÓQUIO Mark Coulier
SOM
GREYHOUND: NA MIRA DO INIMIGO TBC RELATOS DO MUNDO Michael Fentum, William Miller, Mike Prestwood Smith, John Pritchett, Oliver Tarney NOMADLAND Sergio Diaz, Zach Seivers, M. Wolf Snyder SOUL Coya Elliott, Ren Klyce, David Parker O SOM DO SILÊNCIO Jaime Baksht, Nicolas Becker, Phillip Bladh, Carlos Cortés, Michelle Couttolenc
EFEITOS VISUAIS ESPECIAIS
GREYHOUND: NA MIRA DO INIMIGO Pete Bebb, Nathan McGuinness, Sebastian von Overheidt O CÉU DA MEIA-NOITE Matt Kasmir, Chris Lawrence, David Watkins MULAN Sean Faden, Steve Ingram, Anders Langlands, Seth Maury O GRANDE IVAN Santiago Colomo Martinez, Nick Davis, Greg Fisher TENET Scott Fisher, Andrew Jackson, Andrew Lockley
CURTA BRITÂNICO DE ANIMAÇÃO
THE FIRE NEXT TIME Renaldho Pelle, Yanling Wang, Kerry Jade Kolbe THE OWL AND THE PUSSYCAT Mole Hill, Laura Duncalf THE SONG OF A LOST BOY Daniel Quirke, Jamie MacDonald, Brid Arnstein
NETFLIX CONQUISTA MARCA DE QUATRO FILMES INDICADOS A MELHOR FILME
Ok, não é lá uma grande novidade, mas quem não conseguia enxergar a Netflix predominando as premiações desta temporada bem atípica da pandemia? Além das produções de outros estúdios terem sofrido com adiamentos, a plataforma de streaming foi beneficiada com o fechamento de salas de cinema e, claro, com seus próprios investimentos certeiros.
Não é nada surpreendente também que o novo filme de David Fincher, Mank, tenha sido o recordista de indicações, já que se trata de um filme de época, tecnicamente impecável e com pedigree. Foram 12 indicações ao Critics’ Choice, e no Oscar são esperadas umas 10 indicações, mesmo com queda na campanha publicitária nas últimas semanas. A nosso ver, Mank tem tudo para ser um novo A Invenção de Hugo Cabret, que desponta como um dos favoritos, mas acaba limitado aos Oscars mais técnicos, ainda mais que Gary Oldman e Amanda Seyfried não estão ganhando prêmios importantes, e ela sequer foi reconhecida no SAG.
Ainda sobre Netflix, foram ao todo 46 indicações nas categorias de Cinema. Além das 12 de Mank, temos 8 para A Voz Suprema do Blues, 6 de Destacamento Blood e 6 de Os 7 de Chicago. A grande surpresa fica por conta do 2º lugar da A24, que acumulou 14 indicações, sendo 10 para Minari. O drama familiar coreano teve a mesma proeza de ser indicado para Melhor Filme, Melhor Filme em Língua Estrangeira e Melhor Elenco como o fenômeno Parasita ano passado, mas ao contrário do filme de Bong Joon-Ho, teve duas indicações individuais para seus atores Steven Yeun e Yuh-Jung Youn como Ator e Atriz Coadjuvante, respectivamente.
Chadwick Boseman repete sua dobradinha do SAG e novamente conquista duas indicações por A Voz Suprema do Blues e Destacamento Blood. Caso isso se repita no Oscar, será o primeiro ator a ter dupla indicação póstuma. Além de Boseman, Andra Day foi reconhecida em duas categorias: Melhor Atriz e Canção Original por The United States vs. Billie Holiday, enquanto a dupla de compositores Trent Raznor e Atticus Ross na mesma categoria de Trilha Original por Soul e Mank. Vale ainda citar a querida Olivia Colman, indicada para Atriz Coadjuvante por Meu Pai e Atriz de Série Dramática por The Crown.
Para quem acompanha o blog há alguns anos, nós apelidamos carinhosamente o Critics’ Choice Awards de “Bolha Assassina”, porque a cada ano que passa ela cria novas categorias e abre mais vagas para indicados, expandindo-se como aquela gosma rosa alienígena. Embora isso signifique uma falta de critério e seletividade, claro que é ótimo para os filmes e artistas constarem nessas listas para ganharem o devido reconhecimento. Uma das coisas que nos incomoda no Critics’ é a constante e crescente vontade de se tornar um mero precursor genérico do Oscar. Prefere tentar adivinhar quem vai levar a estatueta da Academia do que selecionar seus próprios favoritos. Isso sem contar aquela sacanagem de apresentar prêmios no tapete vermelho e nos intervalos que nos faz questionar “Então pra que tanta categoria se não tem tempo para apresentar devidamente?”. Mas enfim, esse coração de mãe do Critics’ ajudou em algumas categorias bem disputadas como Melhor Ator, que teve OITO indicados, e Direção e Atriz que tiveram SETE indicados cada.
CONFIRA TODOS OS INDICADOS DE CINEMA AO 26º CRITICS’ CHOICE AWARDS:
MELHOR FILME
Destacamento Blood (Da 5 Bloods) (Netflix)
A Voz Suprema do Blues (Ma Rainey’s Black Bottom) (Netflix)
Mank (Mank) (Netflix)
Minari (A24)
Relatos do Mundo (News of the World) (Universal Pictures)
Nomadland (Searchlight Pictures)
Uma Noite em Miami… (One Night in Miami) (Amazon Studios)
Bela Vingança (Promising Young Woman) (Focus Features)
O Som do Silêncio (Sound of Metal) (Amazon Studios)
Os 7 de Chicago (The Trial of the Chicago 7) (Netflix)
MELHOR DIREÇÃO
Lee Isaac Chung (Minari) (A24)
Emerald Fennell (Bela Vingança) (Focus Features)
David Fincher (Mank) (Netflix)
Spike Lee (Destacamento Blood) (Netflix)
Regina King (Uma Noite em Miami…) (Amazon Studios)
Aaron Sorkin (Os 7 de Chicago) (Netflix)
Chloé Zhao (Nomadland) (Searchlight Pictures)
MELHOR ATOR
Ben Affleck (O Caminho de Volta) (Warner Bros)
Riz Ahmed (O Som do Silêncio) (Amazon Studios)
Chadwick Boseman (A Voz Suprema do Blues) (Netflix)
Tom Hanks (Relatos do Mundo) (Universal Pictures)
Anthony Hopkins (Meu Pai) (Sony Pictures Classics)
Delroy Lindo (Destacamento Blood) (Netflix)
Gary Oldman (Mank) (Netflix)
Steven Yeun (Minari) (A24)
MELHOR ATRIZ
Viola Davis (A Voz Suprema do Blues) (Netflix)
Andra Day (The United States vs. Billie Holiday) (Hulu)
Sidney Flanigan (Nunca Raramente Às Vezes Sempre) (Focus Features)
Relatos do Mundo (Universal Pictures) – James Newton Howard
Soul (Pixar) – Jon Batiste, Trent Reznor, Atticus Ross
Tenet (Warner Bros) – Ludwig Göransson
MELHOR CANÇÃO
Festival Eurovision da Canção: A Saga de Sigrit e Lars (Netflix) – “Husavik (My Home Town)”
Rosa e Momo (Netflix) – “Io Si (Seen)”
Judas e o Messias Negro (Warner Bros) – “Fight for You”
Uma Noite em Miami… (Amazon Studios) – “Speak Now”
The Outpost (Chicken Soup for the Soul Entertainment) – “Everybody Cries”
The United States vs. Billie Holiday (Hulu) – “Tigress & Tweed”
MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRO
Druk – Mais uma Rodada (Samuel Goldwyn Films)
Collective (Magnolia Pictures)
La Llorona (Shudder)
Rosa e Momo (Netflix)
Minari (A24)
Two Of Us (Magnolia Pictures)
MELHOR COMÉDIA
Borat: Fita de Cinema Seguinte (Borat: Subsequent Moviefilm) (Amazon Studios)
The Forty-Year-Old Version (Netflix)
O Rei de Staten Island (The King of Staten Island) (Universal Pictures)
On the Rocks (A24/Apple TV+)
Palm Springs (Hulu/NEON)
A Festa de Formatura (The Prom) (Netflix)
_________________________________________________________________________________________ A 26ª cerimônia híbrida do Critics’ Choice Awards acontecerá no próximo dia 07 de Março.
A 30ª cerimônia do Gotham Awards aconteceu nesta última segunda-feira e foi transmitida ao vivo pela página do Facebook da IFP (Independent Filmmaker Project). Primeira premiação de 2021, o evento foi um híbrido entre apresentadores no palco do teatro em Nova York e as lives diretamente da casa dos indicados. Apesar de alguns delays nítidos principalmente na hora da revelação dos vencedores das categorias, foi uma cerimônia rápida, light e que pôde nos dar uma idéia do que pode acontecer nos próximos prêmios televisionados. Há poucas semanas, a Academia havia anunciado que o Oscar ocorrerá normalmente no final de Abril, mas só vamos ter certeza com o progresso da vacinação nos EUA até lá.
Nos últimos anos, o Gotham Awards tem se tornado uma alternativa para o predomínio do Independent Spirit Awards, que até alguns anos atrás vinha estreitando laços demais com o Oscar. O objetivo do IFP é conseguir abrir a temporada de premiações com filmes e nomes pouco conhecidos para justamente promovê-los e valorizar assim o cinema mais independente americano. Para esta 30ª edição, o recado estava dado logo nas indicações: 5 filmes indicados a Melhor Filme dirigidos por mulheres. Após um 2020 repleto de exclusões na categoria de Direção como Greta Gerwig, Alma Har’el e Mati Diop, espera-se um 2021 com maior participação feminina, começando bem com os prêmios de Melhor Filme e Prêmio do Público para o road movie Nomadland, da chinesa Chloé Zhao. Curiosamente, ela já havia vencido o Gotham de Melhor Filme em 2018 com seu longa anterior Domando o Destino (The Rider).
Até o momento, Zhao tem sido praticamente uma unanimidade nos prêmios de Direção. Além do Gotham, ela já havia faturado os prestigiados LAFCA e NYFCC, e mais recentemente o National Society of Film Critics, sem contar o Leão de Ouro no Festival de Veneza. Não querendo fazer previsões proféticas tão cedo, mas o caminho dela rumo ao Oscar (que seria o 2º para uma mulher e o 1º para uma asiática) parece bem tranquilo, uma vez que nomes como Aaron Sorkin, David Fincher e Spike Lee não vêm conquistando a crítica de forma tão unânime.
Nas categorias de atuação, a vitória de Kingsley Ben-Adir como Ator Revelação por One Night in Miami pode ajudá-lo na campanha de Ator Coadjuvante no Oscar, e por que não puxar todo o filme de Regina King ao tapete vermelho? Na categoria de Melhor Atriz, Nicole Beharie venceu por sua performance em Miss Juneteenth. Embora consideremos difícil uma indicação ao Oscar, esperamos que esta vitória consiga lhe proporcionar melhor papéis de protagonista, pois sua carreira tem sido marcada apenas por personagens secundários. Já na categoria de Melhor Ator, muitos esperavam o prêmio para Chadwick Boseman, mas ele ficou apenas com um prêmio especial de tributo recebido por sua esposa, e a vitória foi para outro forte concorrente na temporada: Riz Ahmed, como o baterista surdo de O Som do Silêncio.
Entre os prêmios concedidos, foram curiosos os DOIS empates nas categorias de Documentário e Roteiro. Na primeira, Time dividiu a honraria com A Thousand Cuts, enquanto na segunda, os roteiros de The Forty-Year-Old Version e Fourteen saíram vitoriosos. Particularmente, gostamos bastante da premiação de Diretor Revelação para Andrew Patterson por A Vastidão da Noite. Com um orçamento bastante apertado, ele consegue entregar uma bela ficção científica que tem um clima bem Twilight Zone, com direito a planos-sequência e sutilezas que faltam em grandes produções.
Além do tributo a Chadwick Boseman, a IFP fez outras homenagens que paralelamente reconheciam as obras atuais como para Viola Davis (A Voz Suprema do Blues), o diretor britânico Steve McQueen (os 5 filmes da série Small Axe), o criador de séries Ryan Murphy (que lançou Festa de Formatura na Netflix) e para todo o elenco de Os 7 de Chicago: Sacha Baron Cohen, Eddie Redmayne, Yahya Abdul-Mateen II, Jeremy Strong, Mark Rylance, Joseph Gordon-Levitt, Michael Keaton, Frank Langella e John Carroll Lynch, dando uma forcinha também para o diretor e roteirista Aaron Sorkin.
Estamos apenas no início de mais uma temporada de premiações, portanto se seu favorito ou aquele filme que você espera ser premiado ainda não deu as caras, não se preocupe que ainda tem muito chão até o dia 25 de Abril, quando o Oscar 2021 acontecer, seja presencialmente ou de forma híbrida com lives.
CONFIRA TODOS OS VENCEDORES DO 30º GOTHAM AWARDS:
MELHOR FILME
The Assistant
First Cow
Never Rarely Sometimes Always
Nomadland
Relic
MELHOR DOCUMENTÁRIO
76 Days
City Hall
A Thousand Cuts
Time
MELHOR FILME INTERNACIONAL
Bacurau
Uma Mulher Alta (Beanpole)
Cuties (Mignonnes)
Identifying Features
Martin Eden
Wolfwalkers
PRÊMIO BINGHAM RAY DE DIRETOR REVELAÇÃO
Radha Blank, “The Forty-Year-Old Version”
Channing Godfrey Peoples, “Miss Juneteenth”
Alex Thompson, “Saint Frances”
Carlo Mirabella-Davis, “Swallow”
Andrew Patterson, “A Vastidão da Noite”
MELHOR ROTEIRO
Má Educação – Mike Makowsky
First Cow – Jon Raymond, Kelly Reichardt
The Forty-Year-Old Version – Radha Blank
Fourteen – Dan Sallitt
“A Vastidão da Noite” – James Montague, Craig Sanger
MELHOR ATOR
Riz Ahmed, “O Som do Silêncio”
Chadwick Boseman, “A Voz Suprema do Blues”
Jude Law, “The Nest”
John Magaro, “First Cow”
Jesse Plemons, “Estou Pensando em Acabar com Tudo”
MELHOR ATRIZ
Nicole Beharie, “Miss Juneteenth”
Jessie Buckley, “Estou Pensando em Acabar com Tudo”
Carrie Coon, “The Nest”
Frances McDormand, “Nomadland”
Yuh-Jung Youn, “Minari”
MELHOR ATOR OU ATRIZ REVELAÇÃO
Jasmine Batchelor, “The Surrogate”
Kingsley Ben-Adir, “One Night in Miami…”
Sidney Flanigan, “Never Rarely Sometimes Always”
Orion Lee, “First Cow”
Kelly O’Sullivan, “Saint Frances”
SÉRIE REVELAÇÃO – FORMATO LONGA (acima de 40 minutos)
The Great
Immigration Nation
P-Valley
Unorthodox
Watchmen
SÉRIE REVELAÇÃO – FORMATO CURTO (abaixo de 40 minutos)
Betty
Dave
I May Destroy You
Taste the Nation
Work in Progress
PRÊMIO DO PÚBLICO
“Nomadland” – Chloé Zhao, diretora; Frances McDormand, Peter Spears, Mollye Asher, Dan Janvey, Chloé Zhao, producers (Searchlight Pictures)
SEGUNDO PREVISÕES, DIVERSIDADE NÃO FALTARÁ ENTRE OS INDICADOS
Em recentes postagens do site americano Variety, o especialista Clayton Davis lançou suas primeiras previsões para a próxima edição do Oscar, que vale lembrar, acontecerá em 25 de Abril, e os filmes lançados até 28 de Fevereiro estarão elegíveis. Portanto, até lá, os estúdios podem remanejar as datas de estréias como aconteceu com o novo filme de Steven Spielberg, a refilmagem de West Side Story, que ficou para 2021 (talvez para abafar a denúncia de abuso sexual do ator Ansel Elgort). Existe ainda risco de algumas produções serem adiadas para 2021 como Mulher-Maravilha 1984.
Na categoria de Filme Internacional, as deduções são ainda maiores, já que a maioria dos países ainda não selecionou seus representantes para o Oscar. Casa de Antiguidades, de João Paulo Miranda Maria, larga na frente porque estava na seleção oficial do Festival de Cannes deste ano, mesmo não havendo o evento fisicamente.
MELHOR FILME 1. Nomadland 2. Os 7 de Chicago (The Trial of the Chicago 7) 3. One Night in Miami 4. Mank 5. The Father 6. News of the World 7. Ma Rainey’s Black Bottom 8. Destacamento Blood (Da 5 Bloods) 9. Judas e o Messias Negro (Judas and the Black Messiah) 10. Minari
MELHOR DIREÇÃO 1. Chloé Zhao (Nomadland) 2. David Fincher (Mank) 3. Aaron Sorkin (Os 7 de Chicago) 4. Regina King (One Night in Miami) 5. Florian Zeller (The Father)
6. Paul Greengrass (News of the World) 7. Shaka King (Judas e o Messias Negro) 8. George C. Wolfe (Ma Rainey’s Black Bottom) 9. Spike Lee (Destacamento Blood) 10. Lee Isaac Chung (Minari)
MELHOR ATOR 1. Anthony Hopkins (The Father) 2. Delroy Lindo (Destacamento Blood) 3. Gary Oldman (Mank) 4. Tom Hanks (News of the World) 5. Daniel Kaluuya (Judas e o Messias Negro)
6. Steven Yeun (Minari) 7. Riz Ahmed (Sound of Metal) 8. Dev Patel (The Personal History of David Copperfield) 9. Jesse Plemons (Estou Pensando em Acabar com Tudo) 10. Ben Affleck (The Way Back)
MELHOR ATRIZ 1. Michelle Pfeiffer (French Exit) 2. Vanessa Kirby (Pieces of a Woman) 3. Frances McDormand (Nomadland) 4. Viola Davis (Ma Rainey’s Black Bottom) 5. Jennifer Hudson (Respect)
6. Kate Winslet (Ammonite) 7. Andra Day (The United States vs. Billie Holiday) 8. Carey Mulligan (Promising Young Woman) 9. Sophia Loren (The Life Ahead) 10. Amy Adams (Hillbilly Elegy)
MELHOR ATOR COADJUVANTE 1. David Strathairn (Nomadland) 2. Chadwick Boseman (Ma Rainey’s Black Bottom) 3. Bill Murray (On the Rocks) 4. Leslie Odom Jr. (One Night in Miami) 5. Lakeith Stanfield (Judas e o Messias Negro)
6. Sacha Baron Cohen (Os 7 de Chicago) 7. Frank Langella (Os 7 de Chicago) 8. Mark Rylance (Os 7 de Chicago) 9. Kingsley Ben-Adir (One Night in Miami) 10. Shia LaBeaouf (Pieces of a Woman)
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE 1. Olivia Colman (The Father) 2. Amanda Seyfried (Mank) 3. Saiorse Ronan (Ammonite) 4. Audra McDonald (Respect) 5. Ellen Burstyn (Pieces of a Woman)
6. Glenn Close (Hillbilly Elegy) 7. Helena Zengel (News of the World) 8. Swankie (Nomadland) 9. Kristin Scott Thomas (Rebecca) 10. Meryl Streep (The Prom)
MELHOR ROTEIRO ORIGINAL 1. Jack Fincher (Mank) 2. Aaron Sorkin (Os 7 de Chicago) 3. Lee Isaac Chung (Minari) 4. Will Berson, Shaka King, Keith Lucas, Kenny Lucas (Judas e o Messias Negro) 5. Emerald Fennell (Promising Young Woman)
6. Pete Docter, Mike Jones, Kemp Powers (Soul) 7. Eliza Hitman (Never Rarely Sometimes Always) 8. Danny Bilson, Paul De Meo, Kelvin Willmott, Spike Lee (Destacamento Blood) 9. Julia Hart, Jordan Horowitz (I’m Your Woman) 10. Tracey Scott Wilson, Callie Khouri (Respect)
MELHOR ROTEIRO ADAPTADO 1. Chloé Zhao (Nomadland) 2. Kemp Powers (One Night in Miami) 3. Christopher Hampton (The Father) 4. Ruben Santiago-Hudson (Ma Rainey’s Black Bottom) 5. Luke Davies, Paul Greengrass (News of the World)
6. Charlie Kaufman (Estou Pensando em Acabar com Tudo) 7. Kelly Reichardt, Jonathan Raymond (First Cow) 8. Ramin Bahrani (The White Tiger) 9. Patrick deWitt (French Exit) 10. Suza-Lori Parks (The United States vs. Billie Holiday)
MELHOR FOTOGRAFIA 1. Joshua James Richards (Nomadland) 2. Erik Messerchmidt (Mank) 3. Darius Wolski (News of the World) 4. Phedon Papamichael (Os 7 de Chicago) 5. Tami Reiker (One Night in Miami)
6. Linus Sandgren (Sem Tempo Para Morrer) 7. Hoyte van Hoytema (Tenet) 8. Newton Thomas Sigel (Destacamento Blood) 9. Sean Bobbitt (Judas e o Messias Negro) 10. Mandy Walker (Mulan)
MELHOR MONTAGEM 1. Alan Baumgarten (Os 7 de Chicago) 2. Kirk Baxter (Mank) 3. William Goldenberg (News of the World) 4. Chloé Zhao (Nomadland) 5. Tariq Anwar (One Night in Miami)
6. Yorgos Lamprinos (Tha Father) 7. Andrew Mondshein (Ma Rainey’s Black Bottom) 8. Kristan Sprague (Judas e o Messias Negro) 9. Adam Gough (Destacamento Blood) 10. Tom Cross, Elliot Graham (Sem Tempo Para Morrer)
MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO 1. Donald Graham Burt, Jan Pascale (Mank) 2. David Crank, Elizabeth Keenan (News of the World) 3. Cristina Casali, Charlotte Dirickx (The Personal History of David Copperfield) 4. Grant Major, Anne Kuljian (Mulan) 5. Mark Ricker, Karen O’Hara, Diana Stoughton (Ma Rainey’s Black Bottom)
6. Shane Valentino, Andrew Baseman (Os 7 de Chicago) 7. Sarah Finlay, Sophie Hervieu (Ammonite) 8. Page Buckner, Janessa Hitsman (One Night in Miami) 9. Sam Lisenco, Rebecca Brown (Judas e o Messias Negro) 10. Molly Hughes, Merissa Lombardo (Hillbilly Elegy)
MELHOR FIGURINO 1. Suzie Harman, Robert Worley (The Personal History of David Copperfield) 2. Trish Summerville (Mank) 3. Ruth E. Carter (Um Príncipe em Nova York 2) 4. Ann Roth (Ma Rainey’s Black Bottom) 5. Francine Jamison-Tanchuck (One Night in Miami)
6. Alexandra Byrne (Emma) 7. Mark Bridges (News of the World) 8. Michael O’Connor (Ammonite) 9. Bina Daigeler (Mulan) 10. Paco Delgado (Morte no Nilo)
MELHOR MAQUIAGEM E CABELO 1. Respect 2. Mank 3. Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa 4. Um Príncipe em Nova York 5. Os 7 de Chicago
6. Morte no Nilo 7. Ammonite 8. Mulan 9. News of the World 10. Judas e o Messias Negro
MELHOR TRILHA MUSICAL ORIGINAL 1. Trent Reznor, Atticus Ross (Soul) 2. Trent Reznor, Atticus Ross (Mank) 3. Daniel Pemberton (Os 7 de Chicago) 4. Terence Blanchard (Destacamento Blood) 5. James Newton Howard (News of the World)
6. Kris Bowers (The United States vs. Billie Holiday) 7. Terence Blanchard (One Night in Miami) 8. Volker Bertelmann, Dustin O’Halloran (Ammonite) 9. Steven Price (A Caminho da Lua) 10. Kris Bowers (Respect)
MELHORES EFEITOS VISUAIS 1. Tenet 2. Greyhound: Na Mira do Inimigo 3. Free Guy: Assumindo o Controle 4. Mulan 5. Mulher-Maravilha 1984
6. Morte no Nilo 7. Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa 8. Dolittle 9. O Chamado da Floresta 10. Soul
MELHOR SOM 1. Os 7 de Chicago 2. Tenet 3. News of the World 4. Sound of Metal 5. O Homem Invisível
6. Sem Tempo Para Morrer 7. Destacamento Blood 8. Mulher-Maravilha 1984 9. The United States vs. Billie Holiday 10. Respect
MELHOR LONGA DE ANIMAÇÃO 1. Soul 2. A Caminho da Lua (Over the Moon) 3. Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica (Onward) 4. Wolfwalkers 5. Os Croods 2: Uma Nova Era (The Croods: A New Age)
6. Super Conectados (Connected) 7. Lupin III: O Primeiro (Lupin III: The First) 8. Trolls 2 (Trolls: World Tour) 9. A Liga de Monstros (Rumble) 10. Os Irmãos Willoughby (The Willoughbys)
MELHOR FILME INTERNACIONAL 1. Another Round – Dinamarca 2. The Disciple – Índia 3. The Life Ahead – Itália 4. Casa de Antiguidades – Brasil 5. Night of the Kings – Costa do Marfim
Um dos vários cartazes da 90ª edição do Oscar com o host Jimmy Kimmel
AINDA SE RECUPERANDO DO #OSCARSSOWHITE, ACADEMIA TENTA LIDAR COM A QUESTÃO DO FEMINISMO E DOS ASSÉDIOS SEXUAIS NESTA 90ª EDIÇÃO
“It’s a wonderful night for Oscar! Oscar! Oscar! Who will win?” – É assim que Billy Crystal sempre abria seus monólogos do Oscar. Que filme vai ganhar? Este ano, o mistério está ainda maior depois da surpresa de Moonlight no ano passado. Afinal, que mensagem a Academia quer passar este ano? Ou seria apenas uma questão de sistema de votação?
Pra quem acompanhou as notícias de Hollywood em 2017, as denúncias de assédio e abuso predominaram as manchetes, causando um enorme rebuliço e até a expulsão do produtor e lobbista do Oscar, Harvey Weinstein. Com isso, todas as mulheres que trabalham na indústria reagiram ferozmente e levantaram a bandeira do movimento Time’s Up por uma indústria mais segura e igualitária para o sexo feminino. Há poucos dias, foi anunciado que a cerimônia do Oscar dedicará um momento para o movimento tamanha sua repercussão.
Pra ser bem sincero, estou com receio de que se Lady Bird, único representante entre os nove indicados a Melhor Filme dirigido por uma mulher, não levar nenhum prêmio, as ativistas subam ao palco e causem destruição em massa! Mas, brincadeiras à parte, o Oscar deste ano está bastante dividido, especialmente entre quatro filmes: Três Anúncios Para um Crime, A Forma da Água, Corra! e Lady Bird, algo muito raro em anos recentes do evento. Com isso, espera-se que novamente o anúncio de Melhor Filme seja o mais esperado da noite, que curiosamente, contará novamente com a dupla de atores Warren Beatty e Faye Dunaway, que protagonizaram a gafe do envelope.
Volta tudo: Faye Dunaway e Warren Beatty querem se redimir da gafe do envelope errado (pic US Weekly)
Falando em apresentadores, a Academia anunciou listas dos encarregados da tarefa. Assim como o momento pede, são nomes bem diversos que vão dos mais famosos como Viola Davis e Emma Stone até desconhecidos do grande público como Kumail Nanjiani, Eiza González e Eugenio Derbez. De estrelas de outras épocas como Jane Fonda, Rita Moreno e Eva Marie Saint até as recentes como Gal Gadot, Ansel Elgort e Oscar Isaac.
HOST PELA SEGUNDA VEZ: JIMMY KIMMEL
Assim que confirmaram que Jimmy Kimmel seria host novamente, tive a impressão de que estavam tentando compensá-lo pela lambança do envelope do ano passado, afinal, ser host quando tudo corre bem é uma coisa, agora ser host quando rola uma gafe enorme dessas, precisa ter muita calma e sangue frio para contornar a situação.
Mas deixando essa lambança de lado, Kimmel fez um bom trabalho como host, desde seu monólogo de abertura, apontando críticas políticas a Trump, até sua interação com algumas celebridades na platéia, com direito a doces jogados com mini-pára-quedas. Porém pecou com seu quadro de “pegadinha” com os turistas, que adentraram o Dolby Theater ao vivo e interagiram eternamente com alguns atores na primeira fileira. Aquilo custou um tempo precioso e não funcionou.
E continuo com a minha campanha para a volta de Jon Stewart como host em 2019, ou a estréia de Jim Carrey. Seria fantástico! Mas até lá, vou torcer para que Jimmy faça uma ótima apresentação e eleve a audiência em decadência do Oscar.
A 90ª EDIÇÃO DO OSCAR: O QUE PODE ACONTECER
Nesta edição especial de 90 anos do Oscar, podemos presenciar momentos históricos como o primeiro Oscar para Roger Deakins após 14 indicações. Outros momentos podem acontecer sobre o palco e que podem fazer história: primeira vitória de um diretor negro (se Jordan Peele levar por Corra!), primeira vitória de uma pessoa transgênero (se Yance Ford levar Melhor Documentário por Strong Island), primeira mulher negra a ganhar o Oscar de Roteiro Adaptado (se Dee Rees levar por Mudbound), primeira mulher a vencer Melhor Fotografia (se Rachel Morrison ganhar por Mudbound), a vencedora mais velha a ganhar o Oscar (se Agnès Varda conquistar Melhor Documentário por Visages, Villages aos 89 anos), o vencedor mais velho nas categorias de atuação (se Christopher Plummer receber seu segundo Oscar por Todo o Dinheiro do Mundo aos 88 anos), vencedor mais novo de Melhor Ator (se Timothée Chalamet ganhar por Me Chame Pelo Seu Nome aos 22 anos), primeiro ator a ganhar 4 estatuetas de Melhor Ator (se Daniel Day-Lewis vencer por Trama Fantasma).
MELHOR FILME
Me Chame Pelo Seu Nome (Call Me By Your Name)
O Destino de uma Nação (Darkest Hour)
Dunkirk (Dunkirk)
Corra! (Get Out)
Lady Bird: A Hora de Voar (Lady Bird)
Trama Fantasma (Phantom Thread)
The Post: A Guerra Secreta (The Post)
A Forma da Água (The Shape of Water)
Três Anúncios Para um Crime (Three Billboards Outside Ebbing, Missouri)
DEVE GANHAR:A Forma da Água DEVERIA GANHAR: Corra! ZEBRA: The Post: A Guerra Secreta
ESNOBADO: Projeto Flórida
Embora A Forma da Água tenha ganhado os principais prêmios da temporada que indicam forte favoritismo como o PGA (sindicato de produtores), a corrida está bem aberta nesta categoria, principalmente por causa do sistema de votação que permite que filmes “rankiados” na média possam ultrapassar os melhores posicionados como aconteceu ano passado com Moonlight. Além disso, nesta era politicamente correta, pesa bastante a mensagem que a Academia quer passar com seu vencedor de Melhor Filme.
E nesse quesito, Três Anúncios Para um Crime é o que mais se aproxima pela temática da impunidade relacionado a crimes sexuais. Logo em seguida, viria Lady Bird, por ser o único aqui dirigido e escrito por uma cineasta mulher (Greta Gerwig). Contudo, a meu ver, pelo sistema de votação, acredito no potencial de Corra! surpreender na noite e ser coroado o Melhor Filme do Ano, até porque é o melhor filme (e mais ousado) e se ganhar, ninguém ficaria insatisfeito.
Particularmente, adoraria também que Trama Fantasma fosse o coelho da cartola, mas acho muito pouco provável sua vitória, mesmo que seu diretor, Paul Thomas Anderson, seja finalmente reconhecido na categoria de Diretor.
A seguir, vou comentar um pouco de cada um dos nove filmes indicados. Eles estão listados por ordem de preferência pessoal, do pior para o melhor:
THE POST: A GUERRA SECRETA
Em poucas palavras: o pior filme de Spielberg em décadas. Nitidamente, vemos que ele fez o filme nas coxas, não tendo o costumeiro cuidado que ele tem em filmes históricos. Tudo isso pra poder aproveitar o momento de crítica ao governo Trump que é contra a liberdade de imprensa. Assim, faltou emoção, faltou catarse, faltou empatia com qualquer personagem, faltou praticamente tudo. Nem Meryl Streep merecia indicação…
O DESTINO DE UMA NAÇÃO
Joe Wright se consagrou com Orgulho e Preconceito e Desejo e Reparação, dois filmes de época. Mas, este O Destino de uma Nação não tem a mesma leveza dos filmes anteriores. É pesado, repleto de diálogos, monólogos e preso demais aos fatos históricos. Embora tenha um visual interessante pela fotografia de Bruno Delbonnel, Wright entrega uma cinebiografia quadrada que outros diretores menos talentosos poderiam entregar.
DUNKIRK
No geral, não achei que a ausência de um protagonista tenha funcionado, mesmo entendendo os motivos para isso. Porém, o que mais valorizo em Dunkirk é um amadurecimento de Christopher Nolan. Se antes ele fazia filmes extremamente verborrágicos e didáticos, ele procurou fazer justamente o oposto neste trabalho: poucos diálogos e menos explicações. E ele é um dos poucos diretores que sempre buscam fazer algo novo e feito para ser visto numa sala de cinema, de preferência com as caixas de som “bombando”.
LADY BIRD
Pra quem já assistiu aos filmes de John Hughes, que dissecou como poucos o universo juvenil, conferir Lady Bird parece mais uma versão com a geração dos anos 90. Aqui temos uma jovem perdida em seus sonhos enquanto luta para entender sua realidade. Honestamente, não entendi o alvoroço em volta do nome de Greta Gerwig, mas por causa de alguns momentos do filme, como a cena na loja de departamentos, é possível ver um futuro promissor na carreira dela.
TRÊS ANÚNCIOS PARA UM CRIME
Pra quem tem humor negro e aprecia algumas coisas absurdas e non-sense, Três Anúncios soa como um respiro de originalidade no cenário. Embora tenha defeitos no roteiro e arcos um pouco difíceis de engolir, o filme de Martin McDonagh pegou carona no momento pró-feminismo ao abordar a história de uma mulher que busca justiça no caso não solucionado do assassinato de sua filha.
A FORMA DA ÁGUA
Versão romântica e com final feliz de O Monstro da Lagoa Negra (1954). Guillermo del Toro concebe uma visão bastante romântica dessa história de amor inter-racial (?) entre uma mulher muda e uma criatura aquática presa. Claro que você consegue enxergar sob um viés político se trocarmos a muda por uma americana e a criatura por um mexicano sendo deportado por Trump, mas consigo ver mais como uma grande história de redenção de excluídos da sociedade: além da muda e da criatura, temos um homossexual idoso e uma faxineira negra.
ME CHAME PELO SEU NOME
Pra ser bem honesto, nunca pensei que este filme chegaria à festa do Oscar. Não que seja um filme ruim ou não merecedor de tamanha atenção, mas a Academia dificilmente reconhece produções com aspecto mais europeu e dirigido por um italiano (Luca Guadagnino). Mas essa história de um caso amoroso entre dois jovens conquistou o público, especialmente com o monólogo de encerramento por Michael Stuhlbarg. Assim como em outros filmes de Guadagnino, ele toma o tempo necessário para você entrar naquele universo e também utiliza metáforas que o cinema americano não usaria.
TRAMA FANTASMA
Quando se assiste ao trailer deste filme, não se cria expectativa alguma, pra não dizer que cria ânimo para vê-lo. Mas não estamos falando de qualquer cineasta, mas de Paul Thomas Anderson, um cineasta que parece à prova de filmes ruins em sua cinematografia. Aqui ele faz um belíssimo estudo das relações humanas através de dois personagens de comportamentos desagradáveis e que precisam aprender a lidar um com o outro. Além de todos os atores em sintonia e em estado de graça, a trilha de Jonny Greenwood acentua as cenas e concede um tom clássico ao filme. Em Trama Fantasma, existem tantas nuances que é impossível apreciar tudo numa única sessão.
CORRA!
Quantos filmes você já não assistiu com a temática do racismo? Inúmeros, certo? Todos se tornam clichês se comparados à trama de Jordan Peele em Corra!. Colocar dois personagens discutindo e se xingando por causa da cor da pele é coisa de amadores. Peele se utiliza de convenções sociais para gerar um impasse entre um rapaz negro e a família branca de sua namorada. Jordan não apenas atualiza o filme de Sidney Poitier, Adivinhe Quem Vem Para Jantar, mas consegue atingir as vísceras do racismo.
MELHOR DIRETOR
Paul Thomas Anderson (Trama Fantasma)
Guillermo del Toro (A Forma da Água)
Greta Gerwig (Lady Bird: A Hora de Voar)
Christopher Nolan (Dunkirk)
Jordan Peele (Corra!)
Jordan Peele (Corra!) pic by moviepilot.de
DEVE GANHAR: Guillermo del Toro (A Forma da Água) DEVERIA GANHAR: Jordan Peele (Corra!) ZEBRA: Paul Thomas Anderson (Trama Fantasma)
ESNOBADO: Sean Baker (Projeto Flórida)
É muito raro na história da Academia, o diretor que levou o prêmio do sindicato de diretores (DGA) não levar a estatueta do Oscar em seguida. Mais especificamente, esse fato ocorreu apenas sete vezes, portanto, o mexicano Guillermo del Toro já é tecnicamente o vencedor. Se confirmado esse reconhecimento, ele será o terceiro mexicano a vencer nesta categoria em menos de dez anos (!), seguido por Alfonso Cuarón e Alejandro G. Iñárritu. Dá-lhe, México!
Del Toro consegue criar esse universo de fantasia com atmosfera bem romântica, calcada na ótima trilha de Alexandre Desplat, na direção de arte, na fotografia e nas referências cinematográficas, ficando impossível de não reconhecer como um filme dele. Mas pra mim, Jordan Peele fez tudo isso e teve a ousadia que faltou para os outros: ele teceu uma crítica racial formidável em forma de filme de terror e ficção científica como grandes mestres fizeram no passado como John Carpenter. Nem ligo pra essa coisa de primeiro diretor negro a ganhar o Oscar, e ficarei extremamente feliz se ele ganhar.
MELHOR ATOR
Timothée Chalamet (Me Chame Pelo Seu Nome)
Daniel Day-Lewis (Trama Fantasma)
Daniel Kaluuya (Corra!)
Gary Oldman (O Destino de uma Nação)
Denzel Washington (Roman J. Israel, Esq.)
Timothée Chalamet (Me Chame Pelo Seu Nome)
DEVE GANHAR: Gary Oldman (O Destino de uma Nação) DEVERIA GANHAR: Timothée Chalamet (Me Chame Pelo Seu Nome) ZEBRA: Denzel Washington (Roman J. Israel, Esq.)
ESNOBADO: James Franco (O Artista do Desastre), Robert Pattinson (Bom Comportamento)
Ok, que Gary Oldman é um dos melhores atores de sua geração não há dúvida ou discordância, mas é realmente toda essa unanimidade por O Destino de uma Nação? Sabemos que a fórmula das cinebiografias aliada a uma boa maquiagem já proporciona ótima vantagem no Oscar, mas toda vez que via Oldman dando berros como Winston Churchill, achava que estava beirando o caricato. De novo: eu entendo que isso vende no Oscar e que ele merece um Oscar pela carreira, mas e como fica Timothée Chalamet, que entregou a melhor performance masculina do ano? Espera ele ser indicado por um filme bobo e dar o Oscar pra compensar por essa derrota? Ok, o Oscar pode ser prematuro e estragar a carreira dele se formos pensar em consequências pessimistas, mas ele merece pela naturalidade de suas expressões, diálogos e mudança de idiomas.
Dois adendos rápidos: Daniel Day-Lewis traz novamente uma ótima performance. É doloroso saber que este pode ser seu último filme, já que anunciou aposentadoria. Mas nem por isso, apoio votação nele porque vai se retirar do cinema, mas pela performance em si, repleta de nuances.
E o que dizer de James Franco fora da corrida por causa de denúncias? Justo? Injusto? Foi realmente uma pena ele ser excluído por esse motivo. Sua interpretação-imitação de Tommy Wiseau é excelente, e o filme O Artista do Desastre se baseia demais na atuação dele. Ah, e se tivesse que exclui-lo mesmo, poderiam tê-lo substituído por algum material mais fresco como Robert Pattison em Bom Comportamento.
MELHOR ATRIZ
Sally Hawkins (A Forma da Água)
Frances McDormand (Três Anúncios Para um Crime)
Margot Robbie (Eu, Tonya)
Saoirse Ronan (Lady Bird: A Hora de Voar)
Meryl Streep (The Post: A Guerra Secreta)
Sally Hawkins (A Forma da Água) pic by cine.gr
DEVE GANHAR: Frances McDormand (Três Anúncios Para um Crime) DEVERIA GANHAR: Sally Hawkins (A Forma da Água) ZEBRA: Meryl Streep (The Post: A Guerra Secreta)
ESNOBADO: Brooklynn Prince (Projeto Flórida), Daniela Vega (Uma Mulher Fantástica)
Certamente foi um ano excepcional para as atrizes. E esse movimento Time’s Up pode e deve proporcionar mais papéis de protagonismo para elas, o que me agrada muito devido à atual escassez de papéis mais interessantes no cinema (porque na TV tem sobrando…). Pra quem acompanhou a temporada, Frances McDormand já levou esse Oscar. Mas devo lembrar que este será seu segundo Oscar, e poucas atrizes conseguiram esse feito. Muitos votantes utilizam esse critério na hora de votar: “Fulana já ganhou antes”. E curiosamente, o papel de Midred Hayes muito lembra a policial Marge Gundersson de Fargo. Particularmente, não vi nenhuma interpretação nova na carreira de McDormand. Pra mim, ela ganhará por puro carisma e torcida.
Das indicadas, a melhor performance foi de Sally Hawkins. E não é só porque ela interpreta uma mulher muda, e teve que aprender linguagem de sinais. Não. Ela consegue personificar uma mulher solitária que se apaixona e nunca desiste de uma vida melhor. Quem consegue fingir amor por um ser aquático sem cair no ridículo? Hawkins consegue e com certa ousadia, pois não teme expôr sua nudez e desejo carnal.
Não me entendam mal. Sou fã de Meryl Streep, tanto que assisti The Post só por causa dela no cinema. Contudo, mais uma vez, ela não mereceu uma nova indicação. Tudo bem que ela consegue dar maior profundidade à sua personagem que vive num universo masculino, mas o filme não ajuda em nenhum momento. Não sou muito a favor de indicar crianças por causa das altas expectativas, mas trocaria fácil Meryl Streep pela pequena-prodígio Brooklynn Prince de Projeto Flórida, ou a atriz chilena Daniela Vega por Uma Mulher Fantástica. E não, não estou selecionando por ser transgênero, mas pela performance corajosa mesmo.
MELHOR ATOR COADJUVANTE
Willem Dafoe (Projeto Flórida)
Woody Harrelson (Três Anúncios Para um Crime)
Richard Jenkins (A Forma da Água)
Christopher Plummer (Todo o Dinheiro do Mundo)
Sam Rockwell (Três Anúncios Para um Crime)
Willem Dafoe (Projeto Flórida)
DEVE GANHAR: Sam Rockwell (Três Anúncios Para um Crime) DEVERIA GANHAR: Willem Dafoe (Projeto Flórida) ZEBRA: Woody Harrelson (Três Anúncios Para um Crime)
ESNOBADO: Steve Carell (A Guerra dos Sexos)
Das categorias de atuação, é a que menos me agrada. Mas confesso que não assisti a Todo o Dinheiro do Mundo, então vou deixar o Christopher Plummer longe da crítica. Dos quatro, todos têm alguma deficiência, seja de interpretação ou de profundidade de papel. Por exemplo, Sam Rockwell está bem, mas o arco de seu personagem com essa suposta redenção não rolou pra mim. Já Willem Dafoe é a performance que mais me agrada, porém sinto que faltou uma cena que pudesse entregar um pouco mais sobre quem era seu personagem ou como ele chegou ali. Mas resumindo: adoraria ver o Dafoe ganhar.
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Mary J. Blige (Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississipi)
Allison Janney (Eu, Tonya)
Lesley Manville (Trama Fantasma)
Laurie Metcalf (Lady Bird: A Hora de Voar)
Octavia Spencer (A Forma da Água)
Laurie Metcalf (Lady Bird) pic by cine.gr
DEVE GANHAR: Allison Janney (Eu, Tonya) DEVERIA GANHAR: Laurie Metcalf (Lady Bird) ZEBRA: Octavia Spencer (A Forma da Água)
ESNOBADO: Holly Hunter (Doentes de Amor)
Sou meio suspeito pra falar de Holly Hunter, porque costumo gostar de quase tudo o que ela faz, inclusive como dubladora em Os Incríveis, mas a interpretação dela em Doentes de Amor faz toda a diferença para a personagem dela, que poderia muito bem ser esquecível se fosse outra atriz. Holly cria alguns maneirismos e tiques para sua personagem sem gerar alarde exagerado. Prefiro ela a Octavia Spencer que, apesar de fazer uma personagem de alívio cômico em A Forma da Água, parece repetir o mesmo personagem em todo novo trabalho.
Pra mim, a grande atuação de coadjuvante deste ano é de Laurie Metcalf. Ela não usa maquiagem transformadora, não apresenta sotaques de caipira, nem tem cenas de gritaria, porque não precisa disso para mostrar suas habilidades naturais de interpretação. Ela faz a aquela mãe que toda adolescente já teve, que guarda para si suas dores e sonhos, é protetora e zela pelo bem-estar dos filhos. Se Lesley Manville ganhar, também seria um Oscar mais do que merecido. E se Allison Janney ganhar por Eu, Tonya, será a confirmação de que maquiagem e papel excêntrico sempre ganham.
MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
Kumail Nanjiani, Emily V. Gordon (Doentes de Amor)
Jordan Peele (Corra!)
Greta Gerwig (Lady Bird: A Hora de Voar)
Guillermo del Toro, Vanessa Taylor (A Forma da Água)
Martin McDonagh (Três Anúncios Para um Crime)
Cena de Corra! (pic by cine.gr)
DEVE GANHAR: Martin McDonagh (Três Anúncios Para um Crime) DEVERIA GANHAR: Jordan Peele (Corra!) ZEBRA: Kumail Nanjiani, Emily V. Gordon (Doentes de Amor)
ESNOBADO: Adrian Molina, Matthew Aldrich (Viva: A Vida é uma Festa)
Provavelmente o Oscar que deve definir qual filme leva o maior prêmio da noite: Melhor Filme. Se Jordan Peele levar, Corra! deve ganhar Filme, Greta Gerwig com Lady Bird e Martin McDonagh com Três Anúncios. Esperamos que Jordan Peele vença aqui pela sua originalidade, claro.
MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
James Ivory (Me Chame Pelo Seu Nome)
Scott Neustadter, Michael H. Weber (O Artista do Desastre)
Scott Frank, James Mangold, Michael Green (Logan)
Aaron Sorkin (A Grande Jogada)
Dee Rees, Virgil Williams (Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississippi)
Cena de Me Chame Pelo Seu Nome
DEVE GANHAR: James Ivory (Me Chame Pelo Seu Nome) DEVERIA GANHAR: James Ivory (Me Chame Pelo Seu Nome) ZEBRA: Aaron Sorkin (A Grande Jogada)
Quando o votante encarar essa categoria na cédula de votação, ele deve pensar: “Logan? Oscar para quadrinhos? Nem pensar… O Artista do Desastre? Depois de tantas denúncias… Aaron Sorkin não ganhou uns anos atrás por Rede Social? Mudbound… não vi! Não quero dar roteiro para Me Chame Pelo Seu Nome, mas é melhorzinho aqui e leva pelo menos um prêmio.” Resumindo a ópera, não há competição contra o roteiro de James Ivory, que aliás, foi indicado três vezes como diretor e nunca levou. Só espero que Timothée Chalamet esteja por perto para ajudá-lo a subir no palco como fez no WGA.
MELHOR FOTOGRAFIA
Roger Deakins (Blade Runner 2049)
Bruno Delbonnel (O Destino de uma Nação)
Hoyte Van Hoytema (Dunkirk)
Rachel Morrison (Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississippi)
ESNOBADO: Sayombhu Mukdeeprom (Me Chame Pelo Seu Nome)
Depois de “apenas” 14 indicações, finalmente parece ter chegado a vez de Roger Deakins subir ao palco. Mas engana-se aquele que pensa que o diretor de fotografia está sendo reconhecido pelo conjunto da obra, como em muitos casos, mas pelo trabalho excepcional no visual de Blade Runner 2049. Como já citei aqui em posts anteriores, era um desafio enorme fazer a fotografia desta sequência do cultuado original de 1982, Blade Runner: O Caçador de Andróides, pois era necessário respeitar a identidade visual criada por Jordan Cronenweth (diretor de fotografia) e ainda criar sua própria. Um Oscar para Deankins mataria três coelhos numa só cajadada: seria uma forma de reconhecer o filme original de 1982 (que não levou nada na época), de reconhecer esta sequência bastante elogiada pela crítica, e de reconhecer o trabalho de um dos maiores diretores de fotografia das últimas décadas.
MELHOR MONTAGEM
Paul Machliss, Jonathan Amos (Em Ritmo de Fuga)
Lee Smith (Dunkirk)
Tatiane S. Riegel (Eu, Tonya)
Sidney Wolinsky (A Forma da Água)
Jon Gregory (Três Anúncios Para um Crime)
Cena de Dunkirk (pic by cine.gr)
DEVE GANHAR: Dunkirk DEVERIA GANHAR: Dunkirk ZEBRA: Três Anúncios Para um Crime
ESNOBADO: Ronald Bronstein, Benny Safdie (Bom Comportamento)
Lee Smith deveria ganhar só por ter editado um filme do Christopher Nolan com menos de duas horas de duração! Há quanto tempo você não via um filme do diretor tão econômico na duração? Mas além do tempo, a edição de Lee Smith conseguiu gerar tensão do início ao fim, seja na praia, na embarcação ou dentro do avião pilotado por Tom Hardy. Vale lembrar que o montador foi previamente indicado duas vezes, mas nunca levou.
Como o BAFTA anda prevendo os vencedores de Montagem (previu a vitória de Whiplash e Até o Último Homem), pode ser que Em Ritmo de Fuga conquiste seu Oscar também. E pra mim, uma montagem que ficou faltando aqui foi do independente Bom Comportamento.
MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
Sarah Greenwood, Katie Spencer (A Bela e a Fera)
Dennis Gassner, Alessandra Querzola (Blade Runner 2049)
Sarah Greenwood, Katie Spencer (O Destino de uma Nação)
Nathan Crowley, Gary Fettis (Dunkirk)
Paul D. Austerberry, Shane Vieau, Jeffrey A. Melvin (A Forma da Água)
Cena de Blade Runner 2049
DEVE GANHAR: A Forma da Água DEVERIA GANHAR: Blade Runner 2049 ZEBRA: A Bela e a Fera
ESNOBADO: Assassinato no Expresso Oriente
Tenho uma dura crítica a fazer em relação a Direção de Arte e Figurino. Fui contra à decisão da Academia de indicar o filme A Bela e a Fera em ambas as categorias, porque são Production Design e Costume Design, ou seja, estão reconhecendo o design desses dois setores. E o grande problema é que essas versões live-action das animações da Disney copiam tudo dos originais; não apenas o roteiro, mas os cenários e os figurinos. Se queriam premiar o design mesmo, tinham que premiar os artistas das animações. E isso é extremamente preocupante porque a Disney está filmando uma série de versões live-action como Mulan e O Rei Leão.
Enfim, após esse breve desabafo, a competição está acirrada entre Blade Runner 2049 e A Forma da Água, pois ambos saíram vencedores no prêmio do sindicato de Diretores de Arte. O primeiro venceu como Fantasia, e o segundo levou como Filme de Época. Qualquer um vencendo o Oscar, será um prêmio bem dado e merecido. Contudo, acredito que A Forma da Água leva pra ganhar aquela “gordurinha” proporcional às 13 indicações.
MELHOR FIGURINO
Jacqueline Durran (A Bela e a Fera)
Jacqueline Durran (O Destino de uma Nação)
Mark Bridges (Trama Fantasma)
Luis Sequeira (A Forma da Água)
Consolata Boyle (Victoria e Abdul: O Confidente da Rainha)
Cena de Trama Fantasma com Vicky Krieps (pic by outnow.ch)
DEVE GANHAR: Trama Fantasma DEVERIA GANHAR: Trama Fantasma ZEBRA: Victoria e Abdul
ESNOBADO: Alexandra Byrne (Assassinato no Expresso Oriente)
Acho que ninguém tira esse segundo Oscar de Mark Bridges (ele venceu por O Artista). Vamos aos fatos: Trama Fantasma é um filme sobre roupas e moda. Quando as vestimentas são importantes para a trama, costuma ganhar muitos pontos. Foi assim que Memórias de uma Gueixa, A Jovem Rainha Vitória e A Duquesa levaram seus Oscars de Figurino.
A única concorrente que pode ameaçar o favoritismo de Bridges é Jacqueline Durran, que este ano concorre com dois filmes: A Bela e a Fera e O Destino de uma Nação, ou seja, os votos dela certamente vão se dividir e possibilitar ainda maior vantagem de favorito.
MELHOR MAQUIAGEM E CABELO
Arjen Tuiten (Extraordinário)
Kazuhiro Tsuji, David Malinowski, Lucy Sibbick (O Destino de uma Nação)
Daniel Phillips, Loulia Sheppard (Victoria e Abdul: O Confidente da Rainha)
Jacob Tremblay em cena de Extraordinário (pic by cine.gr)
DEVE GANHAR: O Destino de uma Nação DEVERIA GANHAR: Extraordinário ZEBRA: Victoria e Abdul
ESNOBADO: Eu, Tonya
Não é a primeira vez que falo isso aqui no blog, mas eu sinto falta daqueles filmes de criaturas como Um Lobisomem Americano em Londres e A Mosca, em que o excepcional trabalho de maquiagem de transformação era de encher os olhos. Infelizmente, com o passar do tempo, esse talento foi cada vez mais desvalorizado por produtores de Hollywood, que queriam reduzir custos e fazer tudo numa computação gráfica barata.
Dos três indicados, não gosto de nenhum de fato. Mas me parece que a maquiagem de Extraordinário está melhor executada e a interpretação do jovem Jacob Tremblay consegue se destacar mesmo debaixo dela. Já a maquiagem de O Destino de uma Nação não está ruim, mas fica mais perceptível de que é uma pessoa maquiada pra ficar mais velha.
Eu tiraria Victoria e Abdul da jogada e o substituiria por Eu, Tonya. Acredito que sua maquiagem consegue caracterizar melhor as personagens no melhor estilo início dos anos 90, e a performance de Allison Janney muito se deve à maquiagem, e o processo de “enfeiamento” de Margot Robbie também contribui com o aspecto biográfico.
MELHOR TRILHA MUSICAL ORIGINAL
Hans Zimmer (Dunkirk)
Jonny Greenwood (Trama Fantasma)
Alexandre Desplat (A Forma da Água)
John Williams (Star Wars: Os Últimos Jedi)
Carter Burwell (Três Anúncios Para um Crime)
Vicky Krieps e Daniel Day-Lewis em cena de Trama Fantasma (pic by cineimage.ch)
DEVE GANHAR: A Forma da Água DEVERIA GANHAR:Trama Fantasma ZEBRA: Três Anúncios Para um Crime
ESNOBADO: Michael Abels (Corra!), Daniel Lopatin (Bom Comportamento), Michael Giacchino (Planeta dos Macacos: A Guerra)
Vamos ser honestos? Não tem trilha mais bela deste ano do que a de Jonny Greenwood. Suas composições são tão bonitas e clássicas que também podem muito bem ser apreciadas além do filme Trama Fantasma. Sua parceria com o diretor Paul Thomas Anderson já deveria ter rendido um Oscar pelo menos, principalmente por Sangue Negro, portanto sua primeira indicação é mais do que merecida.
Contudo, a trilha de Alexandre Desplat pontua tão bem a atmosfera fantasiosa e lúdica de A Forma da Água, que é praticamente impossível de não conceder um segundo Oscar para o compositor francês. Sua composição aqui se utiliza de sons que remetem ao universo aquático, e a Academia adora sons bem específicos que destacam a trilha nos filmes.
Não desmerecendo o trabalho de Carter Burwell, e nem de John Williams, mas eu os substituiria pelo frescor das trilhas de Michael Abels e Daniel Lopatin. O primeiro criou uma música sensacional para a atmosfera de estranhamento de Corra!, principalmente para as sequências de hipnose. Já o segundo coordenou o ritmo frenético e empolgante de Bom Comportamento. Duas ausências injustificáveis.
MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
“Mighty River” (Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississippi)
“Mystery of Love” (Me Chame Pelo Seu Nome)
“Remember Me” (Viva: A Vida é uma Festa)
“Stand Up for Something” (Marshall)
“This is Me” (O Rei do Show)
DEVE GANHAR: “This is Me” DEVERIA GANHAR: “This is Me” ZEBRA: “Stand Up for Something”
ESNOBADO: “Visions of Gideon” (Me Chame Pelo Seu Nome)
Esses dias atrás, quando vi Mudbound, pensei: “A Mary J. Blige está bem como atriz, mas pouca gente está falando dela. Quem sabe ela não surpreende na categoria de Canção?” A música “Mighty River” não é tão empolgante, mas caiu bem no filme de Dee Rees. Será que vão compensar a artista e o filme?
A única chance disso acontecer é se os votos de “Remember Me” e “This is Me” se dividirem. Particularmente, vejo “This is Me” como a grande favorita, especialmente pelo “making of” divulgado no YouTube (link acima), mas a canção também é de extrema importância para a trama de Viva: A Vida é uma Festa. O grande contra de O Rei do Show é que só foi indicado para Canção.
Só um adendo: a canção “Stand Up for Something” é a nona indicação da ótima compositora Diane Warren, responsável por grandes hits como “Because You Loved Me”, “How do I Live” e “I Don’t Want to Miss a Thing”. Infelizmente, acho bem improvável sua vitória aqui, mas acredito que ela vai acabar ganhando seu Oscar com direito a uma salva de palmas de pé do público.
MELHOR SOM
Em Ritmo de Fuga
Blade Runner 2049
Dunkirk
A Forma da Água
Star Wars: Os Últimos Jedi
Cena de Dunkirk (pic by cine.gr)
DEVE GANHAR:Dunkirk DEVERIA GANHAR: Dunkirk ZEBRA: A Forma da Água
Normalmente, a regra que funciona nesta categoria é: o filme mais barulhento ganha. Então sempre temos filmes de guerra e ação aqui. Só para citar vencedores mais recentes: Até o Último Homem e Mad Max: Estrada da Fúria. Este ano, o candidato que mais se encaixa nesse perfil é Dunkirk, que apresenta sons de tiros, explosões, barcos, aviões, enfim, um festival sonoro pra quem viu numa sala de cinema de boa qualidade como o IMAX. Existe uma chance mínima de Em Ritmo de Fuga surpreender aqui, mas como disse, mínima.
MELHORES EFEITOS SONOROS
Em Ritmo de Fuga
Blade Runner 2049
Dunkirk
A Forma da Água
Star Wars: Os Últimos Jedi
Cena de Tom Hardy em Dunkirk (pic by cine.gr)
DEVE GANHAR: Dunkirk DEVERIA GANHAR: Dunkirk ZEBRA: A Forma da Água
Richard King é o grande nome desta categoria. É um senhorzinho de óculos que consegue recriar em estúdio os melhores efeitos sonoros da atualidade. Foi assim que ele ganhou dois Oscars por Mestre dos Mares e Batman: O Cavaleiro das Trevas. Essa sua parceria com o diretor Christopher Nolan lhe proporciona sempre novos desafios com grandes potenciais para o Oscar. Esse seu novo trabalho em Dunkirk é fenomenal! Seu design de som é o grande responsável pela tensão contínua do filme, e não a trilha musical de Hans Zimmer, como muitos creditam.
MELHORES EFEITOS VISUAIS
Blade Runner 2049
Guardiões da Galáxia Vol. 2
Kong: A Ilha da Caveira
Planeta dos Macacos: A Guerra
Star Wars: Os Últimos Jedi
Andy Serkis como Caesar em Planeta dos Macacos: A Guerra (pic by moviepilot.de)
DEVE GANHAR: Planeta dos Macacos: A Guerra DEVERIA GANHAR: Planeta dos Macacos: A Guerra ZEBRA: Kong: A Ilha da Caveira
Apesar de Blade Runner 2049 ser praticamente uma criação toda feita em computação gráfica, não há outro trabalho mais bem feito e bem integrado aos atores do que Planeta dos Macacos: A Guerra. Muitos podem defender que se ganhar o Oscar, será pra compensar a falta de estatuetas por toda a trilogia, mas a verdade é que o segundo filme já deveria ter sido premiado antes. E isso só aumenta as chances deste terceiro e último ato. Além disso, uma vitória nesta categoria, valoriza, e muito, os esforços descomunais do ator Andy Serkis, responsável por outras criaturas digitais como o Gollum e King Kong.
MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
Corpo e Alma
O Insulto
Sem Amor
The Square: A Arte da Discórdia
Uma Mulher Fantástica
Daniela Vega em cena de Uma Mulher Fantástica (pic by cine.gr)
DEVE GANHAR: The Square DEVERIA GANHAR: Uma Mulher Fantástica ZEBRA: Corpo e Alma
ESNOBADO: Em Pedaços (ALEMANHA)
O fato mais curioso desta categoria é que o favorito até as indicações ao Oscar era o alemão Em Pedaços, de Fatih Akin, que levou o Globo de Ouro e o Critics’ Choice Awards, mas todo esse histórico vitorioso se esvaiu quando ficou de fora da lista oficial. E agora? Qual era o segundo favorito? Muitos estão defendendo que o Chile vencerá seu primeiro Oscar com Uma Mulher Fantástica, mas tenho minhas dúvidas por causa do alto conservadorismo dos votantes, que não vêem com muito bons olhos esse universo LGBT do filme. Claro que adoraria estar enganado e ver Sebastián Lélio no palco, mas acho que o representante sueco, The Square, tem mais chances por ter vencido a Palma de Ouro em Cannes e por abordar o universo das Artes e exposições.
MELHOR LONGA DE ANIMAÇÃO
Com Amor, Van Gogh
O Poderoso Chefinho
O Touro Ferdinando
The Breadwinner
Viva: A Vida é uma Festa
Cena da animação da Pixar, Viva: A Vida é uma Festa
DEVE GANHAR: Viva: A Vida é uma Festa DEVERIA GANHAR: Viva: A Vida é uma Festa ZEBRA: O Touro Ferdinando
ESNOBADO: Mary and the Witch’s Flower
Uma das categorias mais sem surpresa do ano é esta. O novo filme da Pixar, Viva: A Vida é uma Festa, é uma obra visualmente impecável, tem um excelente timing político, já que aborda e homenageia a cultura mexicana (Trump quer construir o muro na fronteira do México) e ainda tem um forte elemento emocional nas últimas cenas que dificilmente não conquista o votante. Depois de ganhar seu primeiro Oscar pelo excelente Toy Story 3, o diretor Lee Unkrich demonstra que tem muito talento para criação também, algo que o estúdio estava precisando urgentemente após tantas sequências. Só não gostei do título brasileiro, mas ao mesmo tempo, entendo o porquê de abandonarem o título original Coco.
Achei bacana ver o cineasta brasileiro Carlos Saldanha novamente indicado ao Oscar (ele havia sido indicado pelo curta Gone Nutty em 2004), mas seu filme aqui nesta categoria é o azarão.
MELHOR DOCUMENTÁRIO
Abacus: Pequeno o Bastante Para Condenar
Visages Villages
Strong Island
Ícaro
Últimos Homens em Aleppo
Cena de Visages Villages com JR e Agnès Varda (pic by cine.gr)
DEVE GANHAR: Últimos Homens em Aleppo DEVERIA GANHAR: Visages Villages ZEBRA: Abacus: Pequeno o Bastante Para Condenar
ESNOBADO: Jane
A grande questão desta categoria é: será que Agnès Varda, que recebeu o Oscar Honorário em novembro, vai ganhar seu primeiro Oscar competitivo? Acredito que seria o primeiro caso nos 90 anos da Academia: um homenageado ganhar no mesmo ano uma estatueta. A verdade é que o documentário dela, feito com JR, Visages Villages, é um tocante retrato de pessoas comuns da França. Como num road movie, a cineasta busca histórias de vida enquanto o artista tira fotos das pessoas e as cola em muros, casas e monumentos. O resultado visual é impressionante.
Dentre os excluídos desta lista, destaco o documentário da cientista Jane Goodall, que fez carreira cuidando de chimpanzés. O filme conquistou inúmeros prêmios na temporada, mas ficou para trás na pré-seleção do Oscar.
MELHOR DOCUMENTÁRIO-CURTA
Edith+Eddie
Heaven is a Traffic Jam on the 405
Heroin(e)
Knife Skills
Traffic Stop
DEVE GANHAR: Heroin(e) DEVERIA GANHAR: Edith+Eddie ZEBRA: Knife Skills
Pelo que andei lendo, o curta Heroin(e) está com uma forte campanha por parte da Netflix para ganhar esse Oscar. O documentário acompanha três mulheres tentando quebrar o ciclo da droga. Não sei se a campanha surtirá efeito, mas Edith+Eddie é um bom candidato pelo seu tema: a relação inter-racial mais antiga dos EUA.
MELHOR CURTA-METRAGEM
DeKalb Elementary
The Eleven O’Clock
My Nephew Emmett
The Silent Child
Watu Wote: All of Us
DEVE GANHAR: DeKalb Elementary DEVERIA GANHAR: Watu Wote: All of Us ZEBRA: The Nephew Emmett
O curta DeKalb Elementary ganha vantagem por abordar um tema polêmico e bastante atual nos EUA: o controle de armas de fogo. No filme, acompanhamos um rapaz bem instável psicologicamente invadindo salas de aula com um rifle. Infelizmente não consegui conferir o curta por indisponibilidade, mas acredito que o tema já deva chamar a atenção de muitos votantes da Academia.
MELHOR CURTA DE ANIMAÇÃO
Dear Basketball
Garden Party
LOU
Negative Space
Revolting Rhymes
DEVE GANHAR: Dear Basketball DEVERIA GANHAR: Garden Party ZEBRA: LOU
O curta de animação baseado no poema do jogador de basquete, Kobe Bryant, já vinha crescendo desde que estava na pré-seleção da categoria. No Oscar luncheon, Bryant foi uma das figuras mais ovacionadas quando chamada para a foto oficial. E basquete nos EUA é a mesma coisa que futebol aqui no Brasil: uma obsessão. Vi o curta pelo YouTube e ele tem traços de lápis que remetem a rascunho, acompanhado de narração em off do próprio jogador.
COMEMORAÇÃO
Vamos às satisfações pessoais? Se Roger Deakins e Jordan Peele ganharem o Oscar, já me dou por satisfeito. Agora se Jonny Greenwood e a canção “This is Me” ganharem os respectivos Oscars de Trilha Musical e Canção Original, vou ter orgasmos múltiplos. Agora, se Paul Thomas Anderson, Timothée Chalamet e Laurie Metcalf ganharem, aí eu atinjo o nirvana! Vou passar o resto de 2018 num eterno chá de cogumelo.
Bom, independente dos resultados, que todos tenham uma ótima noite de Oscar!
***
A 90ª cerimônia do Oscar terá transmissão ao vivo pela TNT no dia 04 de março a partir das 21h, horário de Brasília.