‘Boyhood: Da Infância à Juventude’ é o Melhor Filme segundo o NYFCC 2014

Patricia Arquette com o pequeno Ellar Coltrane em cena de Boyhood: Da Infância à Juventude

Patricia Arquette com o pequeno Ellar Coltrane em cena de Boyhood: Da Infância à Juventude

O círculo de críticos de Nova York anunciou nesta segunda-feira, dia 1º, sua lista de melhores do ano no Cinema. A aposta deste ano foi para o estudo do tempo de Boyhood: Da Infância à Juventude, o que fortalece a campanha do filme para o Oscar 2015. Nas últimas 10 edições, o NYFCC (New York Film Critics Circle) teve como Melhores Filmes: Trapaça (2013), A Hora Mais Escura (2012), O Artista (2011), A Rede Social (2010), Guerra ao Terror (2009), Milk – A Voz da Igualdade (2008), Onde os Fracos Não Têm Vez (2007), Vôo United 93 (2006), O Segredo de Brokeback Mountain (2005) e Sideways – Entre umas e outras (2004).

Como dá pra perceber, as estatísticas dos nova-iorquinos em relação ao Oscar estão em baixa: três acertos em dez, mas dos mesmos dez, nove estavam entre os indicados a Melhor Filme na cerimônia do Oscar. Confira a lista dos vencedores:
MELHOR FILME
* Boyhood: Da Infância à Juventude (Boyhood), de Richard Linklater

MELHOR DIRETOR
* Richard Linklater (Boyhood: Da Infância à Juventude)

A escalada do filme começou no último Festival de Berlim, em fevereiro, de onde saiu com o Urso de Prata de direção para Linklater. A produção bastante incomum levou 12 anos para ser concluída, de 2002 a 2014, contando com a confiança dos atores e da equipe técnica para se encontrar todos os anos sem mesmo contar com um contrato, pois a legislação americana não permite contratos tão longos assim. Boyhood apresenta todas as características de um projeto despretensioso e que muito se deve ao improviso, mas foi feito de forma tão cuidadosa, que acabou ganhando proporções maiores em termos de análise dos personagens em processo de amadurecimento e da própria vida, que é refém do tão cruel tempo.

Recentemente, li algumas críticas de pessoas que viram o filme e temem que a valorização do filme se deva apenas à produção e não ao seu conteúdo. Olha, respeito a opinião, mas para essa crítica se encaixaria um Avatar, por exemplo, no qual o 3D foi o grande protagonista. Se tirássemos o 3D de Avatar, sobraria uma história batida sem muito a acrescentar. Sendo um pouco mais radical, encaixaria até o Gravidade, que rapelou 8 Oscars este ano, do qual muito se falou dos efeitos e da tecnologia aplicada, mas apresentou história rala com personagens superficiais. Boyhood passa longe dessa análise, salvo personagens terciários.

MELHOR ATOR
* Timothy Spall (Sr. Turner)

Timothy Spall (Mr. Turner) - photo by outnow.ch

Timothy Spall (Sr. Turner) – photo by outnow.ch

É muito difícil não se impressionar com o trabalho dos atores sob a direção do britânico Mike Leigh. Ele tem toda uma escola de atuação que faz uma baita diferença no resultado final, pois sabe valorizar uma cena supostamente banal para boa parte dos atores através de nuances e minúcias que fazem o espectador adentrar à cena. Não é à toa que muitos dos atores com quem trabalhou ganharam importantes prêmios como em Cannes: Brenda Blethyn (Segredos e Mentiras), David Thewlis (Nu) e agora Timothy Spall. Contudo, a última performance indicada ao Oscar sob direção de Leigh foi em 2005, quando Imelda Staunton concorria por O Segredo de Vera Drake; e pra piorar, nenhum dos indicados ganhou até agora.

MELHOR ATRIZ
* Marion Cotillard (Era Uma Vez em Nova York/ Dois Dias, Uma Noite)

Marion Cotillard (Dois Dias, Uma Noite) - photo by outnow.ch

Marion Cotillard (Dois Dias, Uma Noite) – photo by outnow.ch

Quase todo ano (culpem a indústria machista, talvez?), a corrida para Melhor Atriz anda fraca. Se não é uma Meryl Streep ou uma Judi Dench pra salvar, o que seria desta categoria? Ao contrário da ala masculina, não existem favoritas, e isso pode favorecer a francesa Marion Cotillard, que venceu por duas performances: uma sob a direção de James Gray, e a outra dos irmãos Dardenne. Trata-se de uma atriz bastante versátil que tem evoluído nas escolhas de papéis e nos sotaques em outros idiomas. Estava bastante cotada para vencer o prêmio de atriz em Cannes, mas foi preterida. Este é seu primeiro grande prêmio da temporada.

MELHOR ATOR COADJUVANTE
* J.K. Simmons (Whiplash: Em Busca da Perfeição)

J.K. Simmons em Whiplash: Em Busca da Perfeição (photo by elfilm.com)

J.K. Simmons em Whiplash: Em Busca da Perfeição (photo by elfilm.com)

Para a grande maioria do público, J.K. Simmons continua sendo o chefe de Peter Parker, na trilogia do Homem-Aranha de Sam Raimi: J.J. Jameson. Mas tem firmado uma colaboração forte com o diretor Jason Reitman, valorizando papéis menores em Obrigado por Fumar, Juno e Amor Sem Escalas, assim como nos filmes dos irmãos Coen: Matadores de Velhinhas e Queime Depois de Ler. Sua atuação como instrutor de bateria em Whiplash: Em Busca da Perfeição é uma das mais elogiadas do ano e é a indicação mais garantida até o momento. Na semana passada, recebeu uma indicação para o Independent Spirit Awards também.

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
* Patricia Arquette (Boyhood: Da Infância à Juventude)

Patricia Arquette em Boyhood: Da Infância à Juventude (photo by elfilm.com)

Patricia Arquette em Boyhood: Da Infância à Juventude (photo by elfilm.com)

Embora as performances de Ellar Coltrane e Ethan Hawke sejam boas, a performance de Patricia Arquette é o grande coração da história de Boyhood. Ela faz a mãe, que enfrenta todas as adversidades de criar seus filhos solteira e depois fica indignada ao se despedir do filho que entra na faculdade. Só pela coragem de assumir um papel de 12 anos, pelo qual se comprometeu a não fazer modificação alguma no rosto devido à idade, já vale sua primeira indicação ao Oscar. Pode ser uma ótima oportunidade de alavancar a carreira de uma atriz que atuou em filmes cults como Ed Wood, Estrada Perdida e Amor à Queima Roupa.

MELHOR ROTEIRO
* Wes Anderson e Hugo Guinness (O Grande Hotel Budapeste)

Dono de um estilo próprio como diretor, Wes Anderson tem como principais atributos a sua direção de arte refinada e seus roteiros repletos de personagens excêntricos e situações inusitadas. Há tempos vem merecendo um prêmio de maior expressividade na categoria, e com O Grande Hotel Budapeste, os louros finalmente podem vir.

À esquerda, Ralph Fiennes como o concierge Gustave com o seu leal lobby boy Zero, interpretado por Tony Revolori (photo by outnow.ch)

À esquerda, Ralph Fiennes como o concierge Gustave com o seu leal lobby boy Zero, interpretado por Tony Revolori em O Grande Hotel Budapeste (photo by outnow.ch)

MELHOR FOTOGRAFIA
* Darius Khondji (Era Uma Vez em Nova York)

Fotografia de Darius Khondji em Era Uma Vez em Nova York (photo by elfilm.com)

Fotografia de Darius Khondji em Era Uma Vez em Nova York (photo by elfilm.com)

MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
* Ida, de Pawel Pawlikowski – POLÔNIA

Olha, o filme pode até ser ótimo, mas só o fato de ser sobre judeus e nazismo, já me causa um bocejo do tipo: “De novo?”. Pra dar uma incrementada maior ainda, Ida é um filme preto-e-branco polonês. É figura garantida entre os cinco indicados a Melhor Filme em Língua Estrangeira no Oscar.

O polonês Ida, de Pawel Pawlikowski. Temática judia leva vantagem automática. (photo by outnow.ch)

O polonês Ida, de Pawel Pawlikowski. Temática judia leva vantagem automática. (photo by outnow.ch)

MELHOR ANIMAÇÃO
* Uma Aventura Lego, de Phil Lord e Christopher Miller

Misturebas no Lego em Uma Aventura Lego (photo by outnow.ch)

Misturebas no Lego em Uma Aventura Lego (photo by outnow.ch)

A dupla de responsável pela animação Tá Chovendo Hambúrguer e pelos dois Anjos da Lei recebeu inúmeras críticas positivas por este novo trabalho de animação que usa o brinquedo Lego como base. Vale pela mistura de universos como o de Batman com o das Tartarugas Ninja, por exemplo, mas é mais para o público infantil, pois não tem a mais sutileza da trilogia Toy Story.

MELHOR DOCUMENTÁRIO
* Citizenfour, de Laura Poitras

O documentário já apresenta um tema polêmico ainda em pauta: Edward Snowden, o ex-agente da CIA e NSA, que tornou público os programas de vigilância global da agência, e que por isso, permanece refugiado em território russo. A documentarista fez uma série de entrevistas com Snowden, enquanto tenta dissecar a questão da segurança e privacidade no mundo após os atentados terroristas de 11 de setembro. Alguns estão aclamando como um dos melhores documentários para entendermos este início do século XXI, o que não pode ser diminuído caso seja eliminado da corrida ao Oscar por causa do conservadorismo dos membros da Academia.

MELHOR FILME DE ESTRÉIA
* The Babadook, de Jennifer Kent

The Babadook (photo by outnow.ch)

Cena de The Babadook (photo by outnow.ch)

O prêmio para a estreante Jennifer Kent não deixa de ser um destaque merecido, já que se trata de um filme de terror. Sim, um filme de terror, gênero mal visto por boa parte da crítica, e dirigido por uma mulher! Em tempos de ausência de mestres do terror como John Carpenter ou excesso de terror na linha “gore”, um terror psicológico na linha do sugestivo está cada vez mais raro e merece ser tal honraria para conquistar mais público. Jennifer Kent vem trazer sobrevida ao gênero, que está se desgastando ao depender só de talentos como os de James Wan (Sobrenatural e Invocação do Mal).


Trailer de The Babadook

PRÊMIO ESPECIAL
* Adrienne Mancia

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Algumas das ausências mais sentidas são a de Foxcatcher: Uma História que Chocou o Mundo, Birdman e O Jogo da Imitação, que recentemente levou 4 prêmios do Hollywood Awards. Especialistas estão apostando que Birdman será compensando pelos críticos de Los Angeles (LAFCA), cujos vencedores serão anunciados no próximo dia 07.

George Clooney receberá o prêmio Cecil B. DeMille no Globo de Ouro 2015

George Clooney: homenageado aos 53 anos com Cecil B. DeMille award (photo by www.goldenglobes.com)

George Clooney: homenageado aos 53 anos com Cecil B. DeMille award (photo by http://www.goldenglobes.com)

Todo mundo tá careca de saber que prêmios pelo conjunto da obra são destinados a profissionais em fim de carreira, certo? Então por que raios estão premiando George Clooney??? Só porque o cabelo dele é grisalho não significa que ele está em fim de carreira!

Vamos analisar friamente: George está com seus 53 aninhos. Se estivéssemos no século XIX, ele estaria na taxa de mortalidade e mereceria tal prêmio. Mas aí você vai dizer: “Mas Jodie Foster recebeu o prêmio Cecil B. DeMille aos 50 anos!”. Pois é, mas ela começou a trabalhar quando ainda estava na barriga da mãe! Ela fazia propagandas aos 3 anos! Então, nesse quesito de tempo de trabalho, Georgie também não se encaixaria. Mas afinal, por que ele está recebendo esta homenagem?

Para bem ou para mal, o Globo de Ouro ficou marcado por seu lado bajulador em relação às celebridades. Só pra citar um exemplo bem recente, alguns especialistas defenderam essa característica da Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood quando preferiram Jennifer Lawrence (a estrela do momento) a Lupita Nyong’o como Melhor Atriz Coadjuvante este ano.

Aliás, desde a época que acompanho a cerimônia do Globo de Ouro, ouço o crítico Rubens Ewald Filho falando: “O George Clooney é muito querido pela imprensa estrangeira, então eles gostam de retribuir dando prêmios”. Prova disso são os 4 Globos de Ouro que ele ganhou. Claro que não tenho absolutamente NADA contra George Clooney. Na verdade, considero-o um ator de ótimo carisma e homem de classe, mas também considero prematuro esse prêmio pelo conjunto da obra, pois está em pleno auge em Hollywood, tanto como ator como diretor.

George Clooney com um de seus Globos de Ouro (photo by latimesblogs.latimes.com)

George Clooney com um de seus Globos de Ouro (photo by latimesblogs.latimes.com)

Só para citar alguns nomes que ainda não ganharam o Cecil B. De Mille e que poderiam facilmente tomar o lugar de Clooney: os atores Julie Andrews, Julie Christie, Maggie Smith, Jane Fonda, Ellen Burstyn, Sally Field, Robert Duvall, Michael Caine e os diretores Mike Nichols, William Friedkin e Milos Forman. São artistas cujas carreiras já atingiram o ápice há algumas décadas e que mereceriam reconhecimento pelo histórico, fato que poderia incentivar uma nova alta na carreira como um papel coadjuvante importante num blockbuster como um filme da Marvel ou da série Jogos Vorazes.

Mas George é a bola da vez. No início, ficou conhecido como o pediatra Ace da série de TV E.R. (Plantão Médico), mas resolveu seguir carreira no cinema com filmes menores como o terror Um Drink no Inferno (1996) e a comédia romântica Um Dia Especial (1996) ao lado da musa Michelle Pfeiffer (que também poderia receber o Cecil B. De Mille!). No ano seguinte, vestiu o manto com mamilos do Homem-Morcego no vergonhoso Batman & Robin. Embora tenha sido um fracasso unânime, o ator saiu ileso das críticas, pois foi considerado melhor Bruce Wayne do que seu antecessor Val Kilmer.

Michelle Pfeiffer e George Clooney em Um Dia Especial (photo by free-movies.me)

Michelle Pfeiffer e George Clooney em Um Dia Especial (photo by free-movies.me)

Sua fama de galã foi crescendo nos anos seguintes, atingindo o auge na trilogia Onze Homens e um Segredo (2001). Embora tenha interpretado o mesmo papel de Frank Sinatra do original homônimo de 1960, George Clooney ganhou maiores comparações com Cary Grant. Como se não bastasse, passou a ganhar notoriedade como diretor, entregando títulos elogiados pela crítica e público como Confissões de uma Mente Perigosa (2002), Boa Noite e Boa Sorte (2005) e Tudo Pelo Poder (2011). Particularmente, em se tratando de atuação, voto na performance de Os Descendentes como sua melhor, por sair da sua zona de conforto, abdicando de seu posto de galã e se entregando aos sentimentos pela esposa em coma. Por esse trabalho, Clooney ganhou seu terceiro Globo de Ouro. Os anteriores foram por E Aí, Meu Irmão, Cadê Você? (2000) e Syriana – A Indústria do Petróleo (2005), além do 4º como produtor por Argo.

Definido Clooney como homenageado, pelo menos teremos garantia de um excelente discurso de agradecimento, repleto de humor e tons humanistas como aquele ótimo quando ganhou o Oscar de coadjuvante em 2006. Veja vídeo abaixo:

GEORGE CLOONEY E O GLOBO DE OURO

1996: Indicado a Melhor Ator de Série de TV – Drama (Plantão Médico)
1997: Indicado a Melhor Ator de Série de TV – Drama (Plantão Médico)
1998: Indicado a Melhor Ator de Série de TV – Drama (Plantão Médico)
2001: Vencedor de Melhor Ator – Comédia ou Musical (E Aí, Meu Irmão, Cadê Você?)
2006: Indicado a Melhor Diretor (Syriana – A Indústria do Petróleo)
Indicado a Melhor Roteiro (Syriana – A Indústria do Petróleo)
2008: Indicado a Melhor Ator – Drama (Conduta de Risco)
2010: Indicado a Melhor Ator – Drama (Amor Sem Escalas)
2012: Vencedor de Melhor Ator – Drama (Os Descendentes)
Indicado a Melhor Diretor (Tudo Pelo Poder)
Indicado a Melhor Roteiro (Tudo Pelo Poder)
2013: Vencedor de Melhor Filme – Drama (Argo)

A cerimônia do 72º Globo de Ouro está marcada para 11 de janeiro de 2015, provavelmente pelo canal pago TNT. O evento terá o retorno das hostesses Tina Fey e Amy Poehler, que nesse ano, soltaram uma piada ácida: “Gravidade era “a história de como George Clooney prefere flutuar no espaço e morrer do que passar um minuto a mais com uma mulher com a sua idade”. Com certeza, terá uma réplica de Clooney…

Prévia do Oscar 2013: Atriz Coadjuvante

A última vencedora de Atriz Coadjuvante: Octavia Spencer por Histórias Cruzadas.

Pela história do Oscar, a categoria de Melhor Atriz Coadjuvante é a mais imprevisível das quatro de atuação, pois na maioria das vezes, as candidatas não estão ligadas ao Melhor Filme, o que dificulta numa aposta de bolão. Na verdade, se formos pensar de forma otimista, a categoria de Melhor Atriz Coadjuvante é a mais ousada. Já premiou crianças como Anna Paquin por O Piano (1993) e Tatum O’Neal por Lua de Papel (1973). Foi a primeira a reconhecer um ator negro na história do Oscar: Hattie McDaniel pelo papel da empregada doméstica Mammy de … E o Vento Levou, em 1940.

Hattie McDaniel, a primeira negra a vencer o Oscar: um marco na história.

Aliás, em seu discurso de agradecimento em 2006, George Clooney fez uma breve menção a essa histórica vitória: “… esta Academia, este grupo de pessoas deu um Oscar para Hattie McDaniel em 1939 quando negros ainda se sentavam no fundo dos cinemas. Estou orgulhoso de fazer parte desta Academia, orgulhoso de fazer parte desta comunidade…”

Como cinéfilo, torço para que as atrizes indicadas nesta categoria tenham a oportunidade de crescer na carreira e chegar na corrida para Melhor Atriz. Este ano, algumas candidatas têm boas chances de decolar em definitivo. Amy Adams (que já tem três indicações como coadjuvante), Anne Hathaway (tem uma indicação como atriz, mas por um filme independente) e Olivia Williams, que brilhou em O Escritor Fantasma, pode finalmente ter seu trabalho reconhecido pela Academia.

Inevitavelmente, há casos em que as atrizes podem ser compensadas por derrotas anteriores, como pode ser o caso de Viola Davis, que chegou muito próximo do Oscar de atriz esse ano, mas perdeu para Meryl Streep.

E para dar mais consistência ao caldo, a presença de atrizes veteranas só valorizaria mais o prêmio. Vanessa Redgrave, uma das melhores atrizes vivas hoje, já tornaria tudo mais interessante. Com seis indicações, a atriz britânica já levou um na década de 70 por Júlia, dirigida por Fred Zinnemann. Outra britânica veterana que pode retornar é Maggie Smith. Com o fim da loga franquia de Harry Potter, na qual interpretava a feiticeira Minerva, ela se juntou com outros atores experientes em O Exótico Hotel Marigold. Como em Assassinato em Gosford Park, ela rouba a cena com seu humor tipicamente britânico. E Sally Field, vencedora de dois Oscars, que encontrou reduto na TV, pode voltar com mais frequência às telas de cinema.

Amy Adams em The Master

AMY ADAMS (The Master)

Italiana de nascença, Amy Adams tinha tudo para se tornar uma cantora ou bailarina, pois praticou canto no coro da igreja e fez aulas de balé. Depois de sofrer uma distenção muscular, ela decidiu que participaria de um teste para atriz. O filme era Lindas de Morrer (1999) e, como se trata de uma comédia sobre concurso de beleza, Amy conseguiu o papel pela sua aparência deslumbrante. Em 2001, conseguiu uma grande oportunidade de atuar ao lado de Leonardo DiCaprio em Prenda-me se for Capaz, de Steven Spielberg, mas não rendeu os frutos esperados, pois ficou um ano sem trabalho.

Foi apenas em 2005, com o filme independente Retratos de Família (Junebug), no qual dá vida à animadíssima grávida Ashley, que lhe rendeu sua primeira indicação ao Oscar. Provado seu talento e acrescido de sua beleza, a Disney lhe ofereceu a papel da bela princesa de Encantada (2007), superando mais de 300 candidatas. A produção bem-sucedida comercialmente ainda permitiu que Amy Adams comprovasse seu outro talento: o canto. No Oscar de 2008, como a canção “Happy Working Song” foi indicada, a atriz subiu ao palco e cantou solitaria e animadamente.

Em sua curta trajetória, obteve mais duas indicações ao Oscar como coadjuvante: em 2009, por Dúvida e em 2011, por O Vencedor. Como prova de sua versatilidade, ela interpretou uma freira e uma garçonete, respectivamente. Tornou-se material de ouro para vários diretores, inclusive Walter Salles (Na Estrada) e Paul Thomas Anderson, nesse The Master.

No filme da cientologia, Amy faz a esposa do iluminado Lancaster Dodd, Peggy. Sua personagem verídica está presente e ciente de tudo, funcionando como uma espécie de conselheira para seu marido. Talvez não tenha o peso do personagem Lancaster (Philip Seymour Hoffman), mas como a atriz tem muito prestígio e tem mais dois bons filmes no ano (Na Estrada e Curvas da Vida, que atua ao lado de Clint Eastwood), Amy Adams é presença garantida na lista.

2013 promete: ela assinou contrato para ser a nova Lois Lane em Superman – O Homem de Aço e a polêmica cantora Janis Joplin, cujo filme deve ser dirigido por Lee Daniels.

Samantha Barks em Les Misérables

SAMANTHA BARKS (Les Misérables)

Confesso que não sei quase nada sobre esta jovem e bela atriz britânica. Samantha Barks atuou em duas séries televisivas européias, sendo que uma delas é sobre música: I’do Anything (2008), uma espécie de programa reality, que já confirmaria o talento musical da jovem.

Curiosamente, já em 2010, a atriz foi escalada para interpretar Eponine na montagem musical Les Misérables in Concert: The 25th Anniversary, dirigido por Nick Morris, especialista em video clipes e concertos.

Quando Les Misérables iniciou os testes com atrizes, inúmeros nomes famosos foram cogitados. Scarlett Johansson, Hayden Panettiere, Emily Browning, Lucy Hale e Evan Rachel Wood estavam na lista, mas como não devem ter agradado aos ouvidos do casting com seus cantos de sereia, resolveram tentar com a cantora-babe country Taylor Swift. Mas quem disse que tinha talento pra representar? Vamos chamar alguém com experiência! E viram o concerto de Nick Morris.

O nome de Samantha Barks já saiu em algumas listas internacionais nos burburinhos para a temporada de premiações. Mesmo que tenha seu brilho ofuscado por Anne Hathaway, a atriz deve decolar em Hollywood nos anos seguintes. Basta que ela e seu agente saibam escolher os melhores projetos.

Viola Davis em Won’t Back Down

VIOLA DAVIS (Won’t Back Down)

Viola Davis é daquelas atrizes muito humildes que está cada vez mais raro encontrar em Hollywood. Ela começou a atuar em filmes no final dos anos 90, e apesar de interpretar papéis menores, trabalhou com diretores de prestígio como Steven Soderbergh em Irresistível Paixão (1998) e Traffic (2000), e Todd Haynes no belo filme Longe do Paraíso, no qual vive a discretíssima doméstica Sybill.

Quando Viola Davis foi indicada ao Oscar de coadjuvante por poucos minutos de tela de sua personagens Mrs. Miller em Dúvida, Meryl Streep chegou a mencioná-la num discurso de agradecimento: “… por favor, alguém dê uma chance para Viola estrelar um filme!”. O pedido de Meryl foi atendido e os produtores apostaram na atriz para protagonizar o drama Histórias Cruzadas, como a doméstica que sofre racismo nos anos 60 no Mississipi. Resultado: uma nova indicação ao Oscar, mas desta vez como Melhor Atriz.

Infelizmente, numa disputa acirradíssima, Viola Davis levou a pior contra Streep. Mas como existe a possibilidade da Academia estar disposta a compensá-la, alguns especialistas acreditam que ela pode estar na lista final pelo drama Won’t Back Down. No filme, ela é uma mãe que, preocupada com a educação precária que seu filho vem recebendo da escola pública, acaba ingressando na própria escola a fim de realizar melhorias necessárias.

Por esse retrato da decadência do sistema público de educação, o filme recebeu protestos de professores. Não que estejam reclamando do filme em si, mas do governo que os colocam como culpados. Em entrevista, Viola Davis retrucou muito polidamente: “Sou receptiva aos protestos. Gosto de discussão. Acho que o discurso proporciona mudanças. No final do filme, o professor é o herói no fim do dia.  E é um sistema que está falido e precisa ser consertado.”Apesar da polêmica, a atriz sai fortalecida, e se conseguir a indicação, aí pode se tornar favorita contra Anne Hathaway.

Sally Field em Lincoln

SALLY FIELD (Lincoln)

Resumidamente, Sally Field se destacou primeiro pela TV, na série cômica A Noviça Voadora (1967). Em sua nova fase na carreira, migrou para o cinema e ganhou dois Oscars: em 1980 com o drama sindicalista Norma Rae, e em 1985 com o momento racista de Mississipi em Um Lugar no Coração.

Já na década de 90, Sally Field estrelou alguns filmes menos expressivos como Olho por Olho (1995) e a comédia com Robin Williams, Uma Babá Quase Perfeita, mas ficou extremamente marcada como a mãe carinhosa de Forrest Gump – O Contador de Histórias (1994).

Espera-se que esse carinho tenha se repetido como a segunda esposa do presidente Abraham Lincoln. Independente do resultado final, Spielberg acertou na escolha de Field pela sua credibilidade como atriz veterana e pela exposição na TV, pela série Brothers & Sisters, que já lhe rendeu indicações para o Globo de Ouro e Emmy.

No entanto, como as atenções para o elenco estão reunidas em Daniel-Day Lewis, acho difícil uma vitória de Sally Field, ainda mais que a concorrência está acirrada com Anne Hathaway e Amy Adams.

Anne Hathaway em Les Misérables

ANNE HATHAWAY (Les Misérables)

Quem diria que aquela jovem atriz de O Diário da Princesa tomaria Hollywood alguns anos depois? Sua ascensão se divide em três etapas. Começou depois de atuar em O Segredo de Brokeback Mountain (2005), sob a tutela de um inspiradíssimo Ang Lee. Seu papel como Lureen, esposa de Jake Gyllenhaal, tem partipação pequena, mas ali ela já mostra maior alcance em termos de expressão e sotaque.

Com o sucesso estrondoso de O Diabo Veste Prada, ela certamente garantiu um lugar de destaque em Hollywood, provando que tem carisma com o público juvenil e possui bom timing cômico. Claro que seu agente agradeceu, pois seu salário foi parar na estratosfera depois do filme. Mas Hathaway ainda não estava satisfeita. Ela queria provar ao mundo que era mais do que um rosto bonito, por isso, aceitou a proposta de atuar no drama O Casamento de Rachel, de Jonathan Demme, no qual vive uma jovem recém-saída da clínica de reabilitação para ver sua irmã casar. Sua coragem foi premiada com sua primeira indicação ao Oscar.

Curiosamente, no Oscar 2009, ela participou do número de abertura ao lado de Hugh Jackman, cantando muito bem uma paródia do filme Frost/Nixon. Sua qualidade vocal foi tão bem elogiada pelos companheiros, que ela acabou sendo cotada para este musical Les Misérables. E segundo matérias especializadas, no teste, Anne cantou “I Dreamed a Dream” de forma tão comovente que os demais atores choraram.

Se ela conseguir comover o público como promete, ela está na frente na disputa de Melhor Atriz Coadjuvante.

Helen Hunt em The Sessions

HELEN HUNT (The Sessions)

Depois que Helen Hunt ganhou como Melhor Atriz em 1998 pela ótima comédia Melhor É Impossível, a atriz sofreu a maldição do Oscar. Oriunda da série de TV, Mad About You, ela vinha em ascensão depois do sucesso do blockbuster Twister (1996), mas depois do ápice, caiu em desgraça e não soube escolher bons projetos que pudessem valorizar sua performance e timing cômico. A carreira dela depois do Oscar no cinema pode se resumir a comédia light Do que as Mulheres Gostam (2000), atuou na comédia razoável de Woody Allen, O Escorpião de Jade (2001), e foi figurante em Náufrago (2000).

Acho que Helen Hunt precisa aproveitar o sucesso de crítica de The Sessions, no qual ela faz uma profissional do sexo e dona de casa que busca atender ao último pedido de Mark (John Hawkes), e escolher projetos que possam valorizar o seu tipo de atuação com uma vertente mais humorística. Não estou tentando rotulá-la para sempre aos papéis cômicos, mas como sua carreira está em baixa, ela deveria retomá-la com algo que sabe fazer bem e então procurar projetos mais ambiosos, sejam biografias, papéis que exigem horas de maquiagem, dietas milagrosas, enfim…

Como ela já foi vencedora do Oscar, tenho certeza de que a Academia adoraria indicá-la mais vezes, pois odeia essa má publicidade da maldição do Oscar. Mas para isso, ela precisa fazer a parte dela e escolher bem seus próximos filmes. Ela já tem um drama pronto intitulado Decoding Annie Parker, que parece uma bomba, e asssinou para fazer Relative Insanity (uma comédia dramática) e Serpent Girl (uma fantasia, também com cara de bomba).

Maggie Smith em O Exótico Hotel Marigold

MAGGIE SMITH (O Exótico Hotel Marigold)

Sim, Maggie Smith pode concorrer em duas categorias no mesmo ano e por dois filmes diferentes. Em O Exótico Hotel Marigold, a atriz veterana empresta seu humor tipicamente britânico à sua personagem Muriel, uma senhora que foi serviçal de uma família a vida toda, mas que foi dispensada quando terminou de ensinar todas as tarefas para outra mulher mais jovem. Ela precisa fazer uma cirurgia no quadril, mas como a espera é muito longa, ela viaja à Índia, onde a cirurgia seria imediata e se recupera no hotel do título.

Esse papel muito se assemelha ao personagem que viveu no filme Assassinato em Gosford Park, de Robert Altman, pois apresenta o mesmo comportamento esnobe, mas com o humor discreto. E assim como da outra vez, Maggie Smith rouba todas as cenas em que está presente, uma vez que é dona das melhores frases. O fato de conseguir se destacar em meio a tantos bons atores como Judi Dench, Tom Wilkinson e Bill Nighy pode ajudar em mais uma indicação para a atriz, que já levou a estatueta duas vezes.
A primeira em 1970 por A Primavera de uma Solteirona, e em 1979 pela comédia California Suite como coadjuvante.

Se ela conseguir a proesa de duas indicações, estas devem ser a sétima e a oitava. Devemos levar em consideração também seu trabalho em toda a longa franquia do bruxo Harry Potter. Maggie esteve em sete dos oito filmes da série como a feiticeira Minerva.

Jacki Weaver (centro) em Silver Linings Playbook

JACKI WEAVER (Silver Linings Playbook)

Esta atriz australiana deixou sua marca ao interpretar a matriarca de Reino Animal, que lhe rendeu sua primeira indicação ao Oscar. Sua performance foi extremamente bem elogiada por toda a crítica e teve seu reconhecimento internacional. Felizmente, entre os que gostaram de seu trabalho estava o diretor David O. Russell, que a chamou para seu novo filme, Silver Linings Playbook.

Aparentemente, seu papel de Dolores, a mulher de Pat Sr. (Robert De Niro) e mãe de Pat (Bradley Cooper), não continha tanta profundidade. Mas pelos comentários, Jacki conseguiu tirar leite de pedra. Pela linguagem artística, ela puxa inúmeras camadas de uma personagem fadada ao bidimensionalismo. E enganam-se aqueles que pensam que seu papel neste filme tem semelhanças com a violenta Smurf Cody de Reino Animal.

Apesar de quase desconhecida, Jacki Weaver já atua em filmes desde a década de 70, sendo o mais notável deles o drama Picnic na Montanha Misteriosa, de um jovem Peter Weir. Um dos primeiros filmes australianos a atingir sucesso internacional, o drama tem essa aura de mistério que perdura até o fim, lembrando alguns trabalhos do diretor sueco Ingmar Bergman.

Sendo uma atriz experiente, já aproveitou sua fama e fez a comédia Cinco Anos de Noivado (ainda inédito no Brasil) e acabou de ser dirigida por dois diretores em extrema ascensão: o sul-coreano Park Chan-Wook (de Oldboy) em Stoker, e com Jason Reitman (Juno e Amor Sem Escalas) em Labor Day, ambos previstos para estrear em 2013.

Olivia Williams (a dir.) em Hyde Park on Hudson

OLIVIA WILLIAMS (Hyde Park on Hudson)

Se olharmos para a filmografia de Olivia Williams, veremos que ela começou com o pé esquerdo, naquela bomba chamada O Mensageiro, de um ambicioso Kevin Costner. Mas logo se redimiu com o ótimo Três é Demais (1998), de Wes Anderson, e o mega-sucesso O Sexto Sentido, onde faz a esposa de Bruce Willis.

Em anos mais recentes, Williams vem buscando projetos mais sérios em que seus papéis lhe proporcionem maiores oportunidades de mostrar sua maturidade. Foi assim ao trabalhar com o diretor Roman Polanski em O Escritor Fantasma, pelo qual recebeu alguns prêmios importantes como melhor coadjuvante como o National Society of Film Critics e o London Critics Circle Film Awards.

Agora com Hyde Park on Hudson, ela finalmente pega um papel biográfico importante: a esposa do então presidente americano Franklin D. Roosevelt (Bill Murray), Eleanor. Num final de semana em que recebem a ilustre visita do Rei George VI e da Rainha da Inglaterra em Nova York, sua personagem precisa lidar com uma possível traição de seu marido com a prima distante Margaret Suckley (Laura Linney), mesmo que seu casamento já não seja mais tão amoroso.

A indicação mais certa entre os três atores principais seria a de Bill Murray, mas ele pode puxar o carro para as indicações das atrizes (Linney como atriz e Williams como coadjuvante).

 

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Apesar de Anne Hathaway seguir com o favoritismo por sua performance musical em Les Misérables, a corrida ainda está bem aberta nessa categoria. Nesses próximos dois meses, muita coisa pode alterar o nível de favoritismo às indicações. Alguns sites especializados apontam Dame Judi Dench como uma possível candidata por sua atuação no novo filme de James Bond. Particularmente, não acredito tanto nessa idéia pelo histórico de nenhuma indicação para atores de personagens de 007. O mais próximo que chegou disso foi Daniel Craig, que foi indicado ao BAFTA por 007 – Cassino Royale. Por outro lado, esta é a primeira vez que a chefe de Bond tem várias cenas chaves no filme, então Dench tem alguma chance, levando em consideração também o fato da franquia mais lucrativa do cinema completar 50 anos.

Judi Dench como a chefe operacional M em 007 – Operação Skyfall

Contudo, a atriz que mais gostaria de ver no Oscar é a veteraníssima Vanessa Redgrave. Apesar de já ter vencido um na década de 70 por Júlia, ela sempre manda bem em qualquer filme, seja dirigida por um Joe Wright ou por um mais medíocre como Roland Emmerich. Tem um filme feito pra TV chamado Desejo Proibido (If These Walls Could Talk 2, 2000), no qual ela interpreta uma senhora lésbica que perde tudo quando sua companheira morre, e os familiares dela não deixam ela herdar nada.

Também é quase impossível descartar Frances McDormand, que além de já ter levado um Oscar em 1997 por Fargo, voltou a ser indicada mais duas vezes como coadjuvante. Scarlett Johansson pode ser uma grata surpresa, pois além de ser uma indicação inédita, ela estaria reprisando os passos de Janet Leigh (papel que ela interpreta em Hitchcock), pois ela também foi indicada por Psicose em 1961.

– Pauline Collins (Quartet)

– Judi Dench (007 – Operação Skyfall)

– Jennifer Ehle (Zero Dark Thirty)

– Scarlett Johansson (Hitchcock)

– Frances McDormand (Promised Land)

– Vanessa Redgrave (Song for Marion)

– Kelly Reilly (Flight)

– Amanda Seyfried (Les Misérables)

– Alicia Vikander (Anna Karenina)

Indicados ao PGA e Encurtando a lista de VFX (Visual Effects)

PGA

PGA

Assim como o SAG Awards, prêmio do Sindicato de Atores, serve como uma prévia para as categorias de atuação no Oscar, o PGA (Producers Guild of America) serve da mesma maneira para a categoria de Melhor Filme. Hoje, saíram os 10 indicados, revelando algumas surpresas e confirmações.

Contudo, antes de revelar os indicados, vale lembrar que este ano, a Academia decidiu que, dependendo da votação, pode não haver 10 filmes finalistas concorrendo a Melhor Filme. Se antes, 10 filmes eram obrigados a preencher as vagas, hoje a regra mudou. Por quê? Na humilde opinião deste cinéfilo e “Oscar freak” (apelido dado pelo meu amigo), a Academia percebeu que nesses 2 anos de 10 indicados, houve um ou outro filme que não merecia concorrer e possivelmente ganhar, mesmo que fosse uma chance em 100 mil. Você, fã de Cinema, que acompanha a cerimônia todo ano, há de concordar que seria quase impossível preencher merecidamente 10 indicações a Melhor Filme, e todos com grandes chances de ganhar. Se às vezes com 5 filmes já é difícil eleger um bom, imagina com 10?!

Obviamente, a Academia, em sua ampla sabedoria, teve essa idéia de aumentar de 5 para 10 filmes indicados a Melhor Filme com o intuito de promover mais filmes, estendendo ainda mais o marketing. Como muitos devem se lembrar, o grande causador dessa mudança foi a ausência de Batman – O Cavaleiro das Trevas na categoria em 2009, uma vez que tinha conseguido 8 indicações. Mas quando anunciaram essa mudança, o então presidente da Academia, Sid Gannis, vendeu essa idéia como uma “volta às origens do Oscar”, já que até 1944, 10 filmes concorriam a Melhor Filme.

Mas este ano, a Academia volta um pouco atrás por causa dessa falta de qualidade nos filmes que podem preencher as cobiçadas vagas, deixando em aberto a quantidade de filmes na categoria de acordo com a porcentagem dos votos (por exemplo, se um filme sequer atingir 5% dos votos, nem deve figurar).

Fazendo um balanço desses 2 anos, tivemos os seguintes indicados a Melhor Filme:

Em 2010

1. Avatar (idem) 2. Um Sonho Possível (The Blind Side) 3. Distrito 9 (District 9) 4. Educação (An Education) 5. Guerra ao Terror (The Hurt Locker) 6. Bastardos Inglórios (Inglourious Basterds) 7. Preciosa (Precious) 8. Um Homem Sério (A Serious Man) 9. Up – Altas Aventuras (Up) 10. Amor Sem Escalas (Up in the Air)

Gostei que Distrito 9, um filme de ficção científica sobre extraterrestres na África do Sul, foi indicado, mas Um Sonho Possível?? Eu também tiraria Preciosa, um melodrama choroso e supérfluo, e Up – Altas Aventuras por já concorrer como Melhor Animação e também por não ser um trabalho tão primoroso da Pixar.

Em 2011

1. 127 Horas (127 Hours) 2. Cisne Negro (Black Swan) 3. O Vencedor (The Fighter) 4. A Origem (Inception) 5. Minhas Mães e Meu Pai (The Kids Are All Right) 6. O Discurso do Rei (The King’s Speech) 7. A Rede Social (Social Network) 8. Toy Story 3 (idem) 9. Bravura Indômita (True Grit) 10. Inverno da Alma (Winter’s Bone)

O remake de Bravura de Indômita só esteve indicado por causa da importância dos irmãos Coen e porque coletou mais 9 indicações, mas não acho que mereça estar na lista. Quem viu o original sabe que tem muita coisa copiada e que, com todo respeito ao Jeff Bridges, ninguém se compara a John Wayne. Mas a menina Hailee Steinfeld consegue superar Kim Darby no papel de Mattie Ross. Já o drama Inverno da Alma, apesar de ter sua qualidade de filme independente, nitidamente está apenas preenchendo uma vaga.

É claro que em se tratando de escolhas, nunca dá pra agradar a todos. Mas a Academia quer, com essa decisão de reduzir os indicados, tentar evitar uma catástrofe acidental. Vamos imaginar a seguinte hipótese: digamos que o filme Alvin e os Esquilos 3 preencheu uma das 10 vagas para Melhor Filme. Automaticamente, ele terá chances reais de ganhar, mas improvavéis se considerarmos o trabalho. Mas vai que os membros da Academia ficam indignados e se juntam pra votar no Alvin e os Esquilos 3 como forma de protesto (assim como elegeram o Tiririca deputado)? A Academia perderia todo o prestígio e fecharia no dia seguinte!

Então, talvez a solução ideal seria essa de indicar apenas a quantidade de filmes que passaram dessa “nota de corte”. Apesar de poder soar bastante estranho, por exemplo, 7 indicados a Melhor Filme, evitaria acidentes de percurso. Mas, para isso acontecer de forma harmoniosa, os membros devem votar com bastante critério fílmico (e não comercial). Impossível também?

Os indicados do PGA Awards são:

– O Artista (The Artist)

– Missão Madrinha de Casamento (Bridesmaids)

– Os Descendentes (The Descendants)

– Millennium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres (The Girl With the Dragon Tattoo)

– Histórias Cruzadas (The Help)

– A Invenção de Hugo Cabret (Hugo)

– Tudo Pelo Poder (The Ides of March)

– Meia-Noite em Paris (Midnight in Paris)

– O Homem que Mudou o Jogo (Moneyball)

– Cavalo de Guerra (War Horse)

Meia-Noite em Paris: Woody Allen de volta com estilo

Apesar de só ter visto da lista Meia-Noite em Paris, que aliás é bastante merecedor da indicação e traz Woody Allen em forma, acredito que muitos pensaram como eu: Missão Madrinha de Casamento? Ok, já ouvi boas críticas em relação ao filme, mas acho que ficou um pouco deslocado. Não que A Árvore da Vida fosse o melhor substituto para a comédia, mas pelos prêmios que vem recebendo, o filme de Terrence Malick (ou melhor, a ausência dele) foi a maior surpresa. Tudo bem, se formos parar pra pensar, A Árvore da Vida seria mais um filme autoral de Malick do que de um produtor.

Já na categoria de Melhor Filme de Animação, temos:

– As Aventuras de Tintim (The Adventures of Tintin)

Rango: Referências a Sergio Leone

– Carros 2 (Cars 2)

– O Gato de Botas (Puss in Boots)

– Kung Fu Panda 2 (idem)

– Rango (idem)

A briga deve ficar entre Tintim e Rango. Vi recentemente Rango e se mostrou uma animação muito boa, repleta de referências do mundo western, além de contar com o inestimável carisma de Johnny Depp, que dubla o protagonista camaleão. Falta conferir a adaptação feita com motion capture do personagem famoso do belga Hergé, dirigida por Steven Spielberg. Não gostei da técnica em O Expresso Polar, de Robert Zemeckis, por causar uma impressão um tanto artifical de movimentos, mas gostei em A Casa Monstro, de Gil Kenan. Como terá se saído Spielberg? De qualquer forma, as imagens do trailer impressionam pela qualidade dos efeitos utilizados.

Bom, como reportado num post anterior, 15 filmes tinham sido pré-selecionados para competir na categoria Melhores Efeitos Visuais. Contudo, com a nova lista divulgada hoje, 5 filmes dão adeus à indicação. Os 10 filmes finalistas são:

– Capitão América – O Primeiro Vingador

– Harry Potter e as Relíquias Macabras – Parte 2

– A Invenção de Hugo Cabret

– Missão: Impossível 4 – Protocolo Fantasma

– Piratas do Caribe – Navegando em Águas Misteriosas

– Gigantes de Aço

– Planeta dos Macacos: A Origem

– Transformers – O Lado Oculto da Lua

– A Árvore da Vida

– X-Men: Primeira Classe

Saíram da competição: 1. Cowboys & Aliens 2. Sherlock Holmes 2 3. Sucker Punch – Mundo Surreal 4. Super 8 5. Thor. Muita gente elegeu em fóruns de discussão que os efeitos de Sucker Punch – Mundo Surreal eram os melhores. Discordo. Os efeitos lembram aqueles de Capitão Sky e o Mundo do Amanhã (2004), no qual tudo parece estar envolto numa neblina e escuridão para disfarçar as deficiências. Curiosamente, os efeitos de Sucker Punch lembram os de 300, ambos do mesmo diretor Zack Snyder, que adora um blue/green screen para lotar de efeitos, que nem sempre são necessários.

Alguns dados curiosos dos 10 finalistas: 2 dos 7 filmes do Harry Potter receberam indicação de efeitos, mas nunca ganharam nada, por isso mesmo, pode ser considerado o grande favorito. Todos os 3 filmes anteriores da série Piratas do Caribe foram indicados, mas apenas o segundo, Piratas do Caribe – O Baú da Morte (2006), ganhou. Já as séries Missão: Impossível, X-Men e Planeta dos Macacos nunca foram indicadas.

Andy Serkis dando vida ao chimpanzé Cesar

Contudo, vale ressaltar que os macacos dos filmes anteriores da série Planeta dos Macacos eram todos feitos com excelente trabalho de maquiagem, que chegou a ganhar um Oscar Honorário em 1969, recebido pelo criador do design de maquiagem, John Chambers. E agora, este Planeta dos Macacos: A Origem passa a utilizar a mesma técnica para criar o Gollum da trilogia O Senhor dos Anéis e o recente King Kong para criar o macaco Cesar. Como na foto acima, a técnica motion capture aplica pontos de expressão de um ator, no caso o ótimo Andy Serkis (que fez o Gollum e King Kong), e transpõe num personagem animado em 3D. O guru desta técnica, Joe Letteri, já ganhou 4 Oscar por O Senhor dos Anéis – As Duas Torres (2002), O Senhor dos Anéis – O Retorno do Rei (2003), King Kong (2005) e Avatar (2009), ou seja, nome de peso para enfrentar Harry Potter.

Os 5 indicados da categoria só serão conhecidos no dia 24 de janeiro de 2012, quando as indicações ao Oscar serão divulgadas. A cerimônia ocorre no dia 26 de Fevereiro, com Billy Crystal  como host.

National Board of Review 2011

A Invenção de Hugo Cabret

Muito se falava que o Globo de Ouro, prêmio concedido pela Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood, fosse a prévia do Oscar pela semelhança nas escolhas dos vencedores. Isso era verdade. Pra se ter uma idéia, nos últimos dez anos, os vencedores do Oscar de Melhor Filme não coincidiram com as escolhas do Globo de Ouro em sete oportunidades. Assim, outros prêmios importantes passaram a ter maior relevância, como o SAG (Screen Actors Guild – o prêmio do sindicato de atores), o DGA (Directors Guild Award – sindicato dos diretores) e o National Board of Review (NBR), prêmio concedido pela organização, sediada em New York, composta por realizadores e acadêmicos do meio cinematográfico, além do já citado NYFCC no post anterior.

Martin Scorsese no set de fimagem de Hugo

Este ano, o NBR premiou A Invenção de Hugo Cabret e seu diretor, Martin Scorsese. Marcado por um cinema inclinado à violência, Scorsese dirige seu primeiro trabalho no gênero da fábula. Passado nos anos 30, em Paris, o filme conta a história de um menino órfão de 12 anos que vive na estação de trem. Ele faz amizade com uma garota que tem a chave para acionar um robô que seu pai criara antes de morrer (é claro que em se tratando de Scorsese,  seria pedir demais um filme sem morte, vai!). Ao ver o trailer, percebe-se que o lado visual do filme é um espetáculo à parte, contando com uma bela fotografia de Robert Richardson, direção de arte e cenários de Dante Ferretti e figurinos de Sandy Powell, um trio de artistas que deve estar presente na próxima cerimônia do Oscar. Apesar de A Invenção de Hugo Cabret ter recebido altos elogios da crítica (e agora, estes 2 prêmios), o filme estreou há uma semana e ficou em 5º lugar nas bilheterias, arrecadando 15 milhões até o momento (o que, convenhamos, já dá pra pagar os técnicos de efeitos visuais, uma vez que o orçamento do filme ficou a bagatela de 170 milhões).

Quando fiquei sabendo desse projeto, confesso que não fiquei empolgado porque, como Scorsese ficou bastante marcado por temáticas violentas e sanguinolentas, uma fábula que envolve crianças, um robô e um quê de espírito natalino soou como uma provável bomba. Mas depois de ganhar finalmente seu Oscar em 2007, por Os Infiltrados, Scorsese parece querer alçar vôos mais altos e para novas direções, comprovando a atitude corajosa de um cineasta que jamais fica satisfeito com seu passado consagrado.

George Clooney e Shailene Woodley em “Os Descendentes”

Nas categorias de atuação, para quem tem acompanhado os lançamentos, não houve muita surpresa. George Clooney ganha seu terceiro NBR (os outros dois anteriores foram por Conduta de Risco e Amor Sem Escalas) pelo filme Os Descendentes (The Descendants). Não sei se se trata de puro puxa-saquismo da mídia (os repórteres amam o George), mas estão dizendo que é o melhor trabalho de Clooney. Apesar de não considerá-lo um ator de longo alcance, ele tem um carisma extremamente fora do normal que certamente o ajuda a conquistar o público em qualquer papel que ele escolha. Neste Os Descendentes, Clooney interpreta um pai de família no Havaí, que após sua mulher sofrer um acidente de barco, passa a ter que cuidar das duas filhas até ela sair do hospital. Sim, a sinopse parece daqueles filmes chorosos com final redentor, mas como foi dirigido e escrito por Alexander Payne, que você já conhece de Sideways e As Confissões de Schmidt, pode esperar por comédias dramáticas maduras de humor refinado e inusitado. Os Descendentes ganhou também Melhor Atriz Coadjuvante (a bela jovem Shailene Woodley, que faz a filha mais velha de Clooney) e Melhor Roteiro Adaptado.

Tilda Swinton criando um monstro em “Precisamos Falar Sobre o Kevin”

Para melhor atriz, a inglesa Tilda Swinton levou pelo drama Precisamos Falar Sobre o Kevin, baseado no best-seller de Lionel Schriver. Ela interpreta Eva, uma mãe de um adolescente perturbado de 16 anos que causou uma chacina ao matar colegas de escola. A profundidade de seu papel reside no peso de ser a mãe de um monstro. Em maio, o filme foi indicado à Palma de Ouro em Cannes, onde recebeu críticas positivas e acendeu algumas polêmicas. Com este prêmio, a atriz Tilda Swinton, que já ganhou o Oscar por Conduta de Risco e é mais conhecida por dar vida à Feiticeira Branca nos filmes de As Crônicas de Nárnia, pode (e deve) voltar a ser indicada à estatueta em janeiro.

Outro que tem sido bem cogitado nas premiações é o veterano Christopher Plummer. Aos 81 anos, ele tem a grande chance de ganhar seu primeiro Oscar. Plummer, mais conhecido por ter sido o Capitão Von Trapp no clássico musical A Noviça Rebelde, e mais recentemente a voz do aviador Charles Muntz na animação Up – Altas Aventuras, interpreta Hal Fields, um senhor que, após a morte da esposa, descobre ter câncer terminal e ser homossexual em Toda Forma de Amor. Por se tratar de um longa lançado em 2010, foi lançado neste mês direto nas locadoras.

O drama iraninao “A Separação”

Na categoria de filme estrangeiro, o iraniano A Separação venceu novamente (foi reconhecido pelo NYFCC). Pelo trailer, é possível perceber que se trata de uma crise conjugal, contudo, o curioso é que desta vez, a história ganha aspectos globais, ao contrário dos demais filmes iranianos, que preferem ressaltar casos mais regionais ou bem característicos de sua cultura, como em Filhos do Paraíso, no qual a trama gira em torno de um menino que não tem sapatos para disputar uma corrida escolar. Apesar de ainda não saber se isso é um aspecto positivo ou negativo, não podemos negar que esse fato reflete a nossa realidade globalizada. A Separação também ganhou o Urso de Ouro de Melhor Filme e Urso de Prata para Melhor Ator e Atriz no último Festival de Berlim.

Ainda sobre filmes estrangeiros, o maior sucesso brasileiro de 2011, Tropa de Elite 2 – O Inimigo Agora é Outro, consta entre os 5 eleitos do top 5. Mesmo que esteja fora da disputa pelo Globo de Ouro por divergências de regulamento (o filme estreou no Brasil em outubro de 2010, mas teria que ter estreado a partir de novembro), ainda acredito que o filme pode conseguir uma das cinco cobiçadas vagas na categoria do Oscar, fato que não ocorre desde 1999, quando Central do Brasil perdeu para o italiano A Vida É Bela.

Dos principais prêmios, apenas Toda Forma de Amor e a animação Rango pousaram aqui no Brasil, portanto ainda temos que aguardar os lançamentos que devem pipocar entre janeiro e fevereiro. E, dos demais prêmios concedidos, pelo que li até o momento, as atrizes Felicity Jones e Rooney Mara são nomes bem fortes para a temporada. Também vale lembrar o ator Michael Fassbender (pelo drama Shame), que vem conquistando fãs desde seu papel em Hunger e agora pelo sucesso de X-Men: A Primeira Classe, em que vive Magneto.

Segue a lista de vencedores do NBR 2011:

Best Actor
George Clooney, Os Descendentes

Best Actress
Tilda Swinton, Precisamos Falar Sobre o Kevin

Best Adapted Screenplay
Alexander Payne and Nat Faxon & Jim Rash , Os Descendentes

Rango, que incrivelmente não é da Pixar

Best Animated Feature
Rango, de Gore Verbinski

Best Director
Martin Scorsese, A Invenção de Hugo  Cabret

Best Documentary
Paradise Lost 3: Purgatory

Best Ensemble
Histórias Cruzadas (The Help )

Best Film
A Invenção de Hugo  Cabret (Hugo)

Best Foreign Language Film
A Separação – IRÃ

Best Original Screenplay
Will Reiser, 50/50

Best Supporting Actor
Christopher Plummer, Toda Forma de Amor

Best Supporting Actress
Shailene Woodley, Os Descendentes

Breakthrough Performance
Felicity Jones, Like Crazy

Rooney Mara como a hacker Lisbeth Salander

Breakthrough Performance
Rooney Mara, Millenium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres

Debut Director
J.C. Chandor, Margin Call – O Dia Antes do Fim

NBR Freedom of Expression
Crime After Crime

NBR Freedom of Expression
Pariah

Special Achievement in Filmmaking
The Harry Potter Franchise – A Distinguished Translation from Book to Film

Spotlight Award
Michael Fassbender (A Dangerous Method, Jane Eyre, Shame, X-Men: A Primeira Classe)

Top 10 Independent Films
(em ordem alfabética) 50/50, Another Earth, Toda Forma de Amor, A Better Life, Cedar Rapids, Margin Call – O Dia Antes do Fim, Shame, Take Shelter, Precisamos Falar Sobre o Kevin, Win Win

Top 5 Documentaries
(em ordem alfabética) Born to be Wild, Buck, George Harrison: Living in the Material World, Project Nim, Senna

Top 5 Foreign Language Films
(em ordem alfabética) 13 Assassins, Tropa de Elite 2 – O Inimigo Agora é Outro, Footnote, Le Havre, Point Blank

Top Films
(em ordem alfabética) The Artist, The Descendants, Drive, The Girl with the Dragon Tattoo, Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2, The Ides of March, J. Edgar, A [Arvore da Vida, Cavalo de Guerra

Acompanhe alguns dos filmes premiados através dos trailers. Seguem links para dar uma mãozinha:

A Invenção de Hugo Cabret (Hugo) http://www.imdb.com/video/imdb/vi2781978137/

Os Descendentes (The Descendants) http://www.foxsearchlight.com/thedescendants/

Precisamos Falar Sobre Kevin (We Need to Talk About Kevin) http://www.imdb.com/video/imdb/vi566533657/

Toda Forma de Amor (The Beginners) http://focusfeatures.com/beginners/videos

Histórias Cruzadas (The Help) http://thehelpmovie.com/us/#s=videos&v=1

A Separação (Jodaeiye Nader az Simin) http://www.imdb.com/video/imdb/vi2726140953/

Millenium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres (The Girl With the Dragon Tatto) http://www.dragontattoo.net/site/

Like Crazy http://www.likecrazy.com/#/videos

50/50 http://www.50-50movie.com

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