TAIKA WAITITI (JOJO RABBIT) É INDICADO ao DGA

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Bong Joon Ho, Quentin Tarantino, Sam Mendes, Martin Scorsese e Taika Waititi (centro) são os indicados do DGA

DIRETOR DE JOJO RABBIT ASSUME A ÚLTIMA VAGA DO DGA NO LUGAR DE TODD PHILLIPS (CORINGA)

Quando se trata de Sindicato de Diretores, estamos falando do prêmio mais certeiro em relação ao Oscar. Desde que começou a premiar os melhores diretores do ano em 1949, o DGA só divergiu com a Academia SETE vezes (cerca de 90%!). Como são poucas, é sempre válido relembrá-las:

ANO DGA OSCAR
2013 Ben Affleck (Argo) Ang Lee (As Aventuras de Pi)
2002 Rob Marshall (Chicago) Roman Polanski (O Pianista)
2000 Ang Lee (O Tigre e o Dragão) Steven Soderbergh (Traffic)
1995 Ron Howard (Apollo 13) Mel Gibson (Coração Valente)
1985 Steven Spielberg (A Cor Púrpura) Sydney Pollack (Entre Dois Amores)
1975 Francis Ford Coppola (O Poderoso Chefão) Bob Fosse (Cabaret)
1968 Anthony Harvey (O Leão no Inverno) Carol Reed (Oliver!)

Portanto, quem ganhar aqui já estará com uma mão na taça, meu amigo! Então, vamos aos indicados:

MELHOR DIREÇÃO

  • BONG JOON HO (Parasita)
  • SAM MENDES (1917)
  • MARTIN SCORSESE (O Irlandês)
  • QUENTIN TARANTINO (Era Uma Vez em… Hollywood)
  • TAIKA WAITITI (Jojo Rabbit)

Sim, nosso querido Hitler imaginário conseguiu uma prestigiada indicação ao DGA por sua sátira Jojo Rabbit. Vimos o filme, mas honestamente não embarcamos no universo. Para quem desconhece (sim, sem spoilers!), a trama envolve um garoto alemão que se alista aos nazistas na Segunda Guerra Mundial, enquanto sua mãe esconde uma judia no sótão da casa. Bom, primeiramente, como estamos saturadíssimos do tema Segunda Guerra Mundial e Holocausto, qualquer abordagem bem diferente já é um ponto positivo. Waititi, que é conhecido pelas comédias O Que Fazemos nas Sombras (2014), A Incrível Aventura de Rick Baker (2016) e Thor: Ragnarok (2017), buscou extrair humor de uma tragédia, o que é bastante arriscado em termos de tom e de resposta do público mais conservador. Agora seria um mini-spoiler! O problema é que ele simplesmente debocha dos nazistas como se fossem mais estúpidos do que mortos-vivos dos anos 70, aplicando um humor mais bobo do que inteligente, e da metade para o final, a sátira dá lugar a um romance adolescente estilo Moonrise Kingdom. Aliás, parece um filme de Wes Anderson, tanto no visual quanto na montagem. O filme em si não é de todo ruim, mas se fosse para fazer uma comédia, que fosse de um nível mais alto de inteligência como um Primavera Para Hitler (1967) ou O Grande Ditador (1940).

Na disputa, os franco-favoritos continuam sua busca pelo Oscar: Martin Scorsese (O Irlandês), Sam Mendes (1917), Quentin Tarantino (Era Uma Vez em… Hollywood) e Bong Joon Ho (Parasita). Qual deles vai ganhar o DGA e consequentemente o Oscar?

Nessa hora, é importante destacar que no último mês de Junho, o DGA divulgou uma nova regra que pode indicar os possíveis vencedores. A partir desta edição do prêmio, só poderão disputar a categoria principal aqueles filmes que estrearam primeiro nas salas de cinema. Se o filme estreou no cinema no mesmo dia em que estreou na plataforma de streaming, perde o direito de competir como Melhor Diretor, apenas na categoria de Diretor Estreante.

“O DGA orgulhosamente afirma que o primeiro lançamento feito nos cinemas é um elemento distintivo do nosso prêmio. Celebramos o importante papel que as salas de cinema desempenharam ao reunir o público para experimentar coletivamente os filmes como os cineastas queriam que fossem vistos. Também temos muito orgulho em reconhecer todo o trabalho criado por nossos membros através das muitas categorias e formatos que fazem parte do DGA Awards”, comunicou o presidente do sindicato Thomas Schlamme. Resumindo o gringo: A gente vai avaliar todos os filmes, seja em cinema ou streaming, mas claramente damos preferência aos lançados nas salas de projeção e a categoria de Diretor Estreante é tão importante quanto de Melhor Diretor, viu? Portanto, mulheres do mundo, não se sintam menosprezadas! – só completando o pensamento: se for dar preferência a lançamentos de cinema: Martin Scorsese, volte pra casa!

Todd Phillips, diretor de Coringa, indicado ao Globo de Ouro, acabou ficando de fora. Seu trabalho na direção foi um divisório de águas. Particularmente, não gostamos muito. Apesar de ter havido uma boa idéia de resgatar a violenta década de 70, ele se utiliza em excesso dos filmes de Martin Scorsese, especialmente O Rei da Comédia. Parece queele fez um remake com Joaquin Phoenix no lugar de Robert De Niro, que agora faz o papel de Jerry Lewis. E se formos comparar os trabalhos, o de Scorsese tem muito mais consistência (reparem que não há uma única cena sequer desnecessária) e contexto. Pra quem ainda não viu, recomendamos assistir ao filme de 1982 antes de (re)ver Coringa.

No lugar de Taika Waititi? Fácil. Colocaríamos os irmãos Josh e Benny Safdie pelo excepcional Jóias Brutas (Uncut Gems). Considerados os novos irmãos Coen, eles têm um frescor de um cinema imprevisível que foi mais lapidado depois do também ótimo Bom Comportamento (2017). É uma pena que o trabalho deles ficou tão esquecido na temporada, pois seria uma ótima oportunidade para eles terem maior visibilidade e poderem realizar projetos mais ambiciosos.

Bom, na falta de uma diretora na categoria principal, botaram TRÊS na categoria de Diretor Estreante:

DIRETORES ESTREANTES

  • MATI DIOP (Atlantique)
  • ALMA HAR’EL (Honey Boy)
  • MELINA MATSOUKAS (Queen & Slim)
  • TYLER NILSON E MICHAEL SCHWARTZ (The Peanut Butter Falcon)
  • JOE TALBOT (O Último Homem Negro em São Francisco)
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Começando de cima da esquerda para direita: Melina Matsoukas, Tyler Nilson e Michael Schwartz, Joe Talbot, Mati Diop e Alma Har’el. Todos indicados a Diretor Estreante

As três diretoras Mati Diop, Alma Ha’rel e Melina Matsoukas foram as três representantes femininas, cujos filmes tiveram uma boa repercussão, especialmente Mati Diop, que foi a primeira mulher negra indicada à Palma de Ouro com seu filme senegalês da Netflix, que ainda pode ser indicado ao Oscar de Filme Internacional. Com poucos recursos, ela conta uma história diferente da relação de seu país com a onda imigratória.

Ainda incluiríamos Olivia Wilde pela comédia Fora de Série. Realmente não entendemos como um dos nomes femininos mais badalados ficou de fora. Teriam achado uma comédia muito teenager?


A cerimônia do 72º Directors Guild Award será no dia 25 de Janeiro em Los Angeles. 

RETROSPECTIVA 2019: O Ano das Diretoras e da A24

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Mais um ano se foi. Tradicionalmente, nessa época faço uma espécie de balanço sobre tudo relacionado a Cinema. Filmes vistos, amados e odiados, como foi o Oscar, o que mudou no cenário e as perdas que tivemos ao longo do ano. É um exercício bacana de ser feito, lido e relido para acompanhar as mudanças e adaptações que o Cinema sofre de tempos em tempos.

Sintam-se à vontade para postar nos comentários seus Tops 5 ou 10 dos melhores e piores. Se tem uma coisa bacana de listas é que eles sempre acrescentam novas opiniões e novas descobertas. Espero poder compartilhar um pouco disso tudo com vocês seguidores do blog, da página do Facebook e agora do nosso perfil no Instagram.

OSCAR 2019: ANO DOS BLOCKBUSTERS MAS SEM UM HOST!

Primeiramente, gosto da idéia de abrir a cerimônia com uma performance musical. Por mim, podia se tornar uma tradição, afinal, temos que ouvir as 5 canções indicadas de qualquer jeito, então por que não adiantar? Em 2017, Justin Timberlake logo cantou a canção de Trolls e logo animou o público.

Este ano, apesar de ter gostado de ver os integrantes do Queen ali no palco, não apreciei a performance vocal de Adam Lambert. E foi logo aí que senti falta de um host. Pra quem não se lembra do episódio, a Academia chamou Kevin Hart para ser o host, mas descobriram que ele não é uma figura politicamente correta, aí lançaram aquele ultimato ridículo do “Ou pede desculpas ou você cai fora!”. Felizmente Hart peitou a instituição e pediu demissão. Aí, vimos um cenário em Hollywood que ninguém estava disposto a ter a vida pessoal vasculhada para ocupar a vaga de Hart. Então, alguém da produção do evento teve a brilhante idéia: “Por que não fazer o show sem host? Vamos economizar uma hora!”. A verdade é que conseguiram eliminar alguns minutos do programa, mas o Oscar ficou sem graça. Se fosse só pra revelar os resultados, preferia um powerpoint.

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A cerimônia só melhorou depois de mais de uma hora com a apresentação de “Shallow” de Lady Gaga e Bradley Cooper. E teve o momento mais surpreendente e caloroso com a vitória de Olivia Colman para Melhor Atriz por A Favorita. A gente que é cinéfilo sente muito por mais uma derrota de Glenn Close, mas no fundo sabe que Colman entregou uma performance melhor e mais original.

Dentre as vitórias, também fiquei feliz por Ruth E. Carter, que venceu o Oscar de Figurino por Pantera Negra. Claro que a mídia a saudou como a primeira negra a ganhar o Oscar dessa categoria, o que é bastante válido para a história da premiação, mas o que me chama bastante a atenção é o capricho dela para que os figurinos revelem mais sobre a personalidade dos personagens. Embora seja baseado em material pré-existente dos quadrinhos da Marvel, toda a cultura afro ficou muito bem impressa e representada nos figurinos. E foi uma vitória diferenciada na categoria, que costuma premiar filmes de época praticamente todos os anos.

E pra fechar, a vitória de Homem-Aranha no Aranha-Verso pra mim foi um respiro pra fora da água dominada por Disney e Pixar. Não que eu morra de paixão pelo filme (considero a história relativamente fraca comparada à própria qualidade da animação e design), mas certamente foi uma grata surpresa da Sony, que explora bem a questão da diversidade na identidade do personagem. Aproveitando o assunto do Oscar de Longa de Animação, ficaria mais feliz se filmes mais alternativos ganhassem de vez em quando. Neste ano, por exemplo, Mirai e Ilha dos Cachorros eram trabalhos criativos que poderiam ter vencido também.

BALANÇO FEMININO

Depois dos movimentos feministas do Me Too e Time’s Up, Hollywood se sentiu acuada para se adaptar aos novos tempos. Felizmente, houve um crescimento considerável cerca de 33% de mulheres atrás das câmeras, tanto nas produções cinematográficas como nas televisivas. Claro que ainda há um longo caminho a percorrer, já que essas atividades eram exclusivamente predominadas por homens por mais de um século, mas os grandes estúdios estão enxergando essa mudança como benéfica, e não se limitar apenas a cumprir uma cota.

Uma das grandes mudanças foi que, antes, qualquer projeto poderia ser dirigido por homens. Hoje, existem alguns projetos, principalmente de temática feminina, que são praticamente impossíveis de contar com uma visão masculina. Por exemplo: a comédia Fora de Série (Booksmart), sobre duas meninas colegiais que buscam farrear antes da formatura, ou As Golpistas (Hustlers), que acompanham a volta por cima das strippers que perderam muito dinheiro por causa de Wall Street. Como em qualquer forma de arte, quanto maior o número de visões e perspectivas, melhor e mais completa fica a arte em si. Não deve se tratar apenas de porcentagens de mulheres empregadas, mas que suas vozes sejam trabalhadas em projetos que as façam ser ouvidas.

Dentre as diretoras de 2019, destacamos algumas mais relevantes:

  • Olivia Wilde (Fora de Série)
  • Mati Diop (Atlantique)
  • Céline Sciamma (Retrato de uma Jovem em Chamas)
  • Marielle Heller (Um Lindo Dia na Vizinhança)
  • Greta Gerwig (Adoráveis Mulheres)
  • Lulu Wang (The Farewell)
  • Melina Matsoukas (Queen & Slim)
  • Lorene Scafaria (As Golpistas)
  • Alma Har’el (Honey Boy)
  • Kasi Lemmons (Harriet)
  • Elizabeth Banks (As Panteras)

Houve muita reclamação de cineastas sobre a exclusão de mulheres na categoria de Direção no Globo de Ouro 2020. Eles não indicam uma mulher desde 2015, quando Ava DuVernay foi reconhecida por Selma. Embora tenhamos maior número de mulheres nas cadeiras de direção, não significa necessariamente que as premiações precisam ou são obrigadas a indicar ou premiá-las. Calma! O reconhecimento vai vir, e muito em breve, mas ele tem de vir com o devido mérito para que entre na história. Esta é uma luta que precisa ser contínua para que possa colher os frutos, que certamente virão.

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Greta Gerwig dá orientações a Meryl Streep nas filmagens de Adoráveis Mulheres (pic by IMDb)

Honestamente, acredito que a Academia pode indicar uma diretora este ano, pois são milhares de membros votantes contra 90 jornalistas da HFPA. Contudo, mesmo que haja um esforço coletivo, não existe um consenso entre Greta Gerwig, Lulu Wang e Olivia Wilde. Se houvesse um foco como a própria Gerwig com Lady Bird há dois anos, seria mais fácil. Esse cenário pode e deve mudar com o anúncio do DGA, sindicato dos diretores, em 07 de Janeiro.

Falando em futuro, em 2020 estão previstos grandes projetos comandados por diretoras que prometem melhorar ainda mais o quadro feminino em Hollywood. Só para citar algumas: Niki Caro (Mulan), Chloé Zhao (Os Eternos), Cate Shortland (Viúva Negra), Patty Jenkins (Mulher-Maravilha 1984) e Lana Wachowski (Matrix 4).

MARTIN SCORSESE vs MARVEL STUDIOS

Já abordamos este assunto aqui antes, mas na área de cinema, foi um dos que mais repercutiu. E mal para Martin Scorsese. Apesar de entendermos o desabafo do cineasta ítalo-americano, a frase “Os filmes da Marvel não são cinema. São um parque temático” soou como  uma estratégia barata de desvalorizar o concorrente das bilheterias porque está morrendo de inveja, mas não pode demonstrar.

Como um diretor renomado dos anos 70, Scorsese poderia ter se aposentado como o colega Francis Ford Coppola, porque depois de Taxi Driver, O Rei da Comédia e Touro Indomável, ele não precisava provar mais nada pra ninguém, mas admiro muito a vontade criativa dele. Foi um dos poucos de sua geração que ainda busca fazer filmes bons e inventivos como O Lobo de Wall Street, A Invenção de Hugo Cabret e o recente O Irlandês. Então pra que expôr uma opinião fútil como essa?

A Marvel Studios e o produtor Kevin Feige estão colhendo os merecidos frutos de um planejamento muito bem feito que se iniciou lá em 2008. Vingadores: Ultimato se tornou a maior bilheteria de todos os tempos, conseguindo superar os dois filmes de James Cameron: Titanic e Avatar. Você pode não gostar dos filmes, mas eles têm uma boa carga de entretenimento que muitos apreciam (taí os números pra confirmar essa paixão). E as adaptações de histórias em quadrinhos começou há pouco tempo. São décadas e mais décadas de HQs repletas de material para o cinema, então essa onda não vai acabar tão cedo, a menos que o público decida que termine antes.

Irishman Scorsese

Scorsese entre Al Pacino e Robert De Niro na premiere de O Irlandês da Netflix (pic by IMDb)

Quanto a Scorsese, felizmente ele se encaixou bem no sistema da Netflix, que se tornou um oásis para diretores autores como ele. Cada cinema tem seu próprio espaço. Não precisa desmerecer os outros trabalhos para valorizar o seu próprio.

O ANO DA A24

Fundado em 2012, o estúdio nova-iorquino (que era apenas uma distribuidora no início) já vinha se destacando pelos seus títulos e suas passagens vitoriosas em premiações nos últimos anos. Ex-Machina, O Quarto de Jack, Moonlight, A Bruxa, Lady Bird e Projeto Flórida, só para citar alguns.

Este ano, foi um dos grandes destaques ao lado da Netflix (aliás, falando na plataforma de streaming, a partir de 2020, os filmes da A24 serão exibidos apenas na plataforma da concorrente Apple Plus TV devido a um acordo firmado). Embora ainda não tenha produções muito bem-sucedidas nas bilheterias, estão chamando atenção pelas apostas mais arriscadas em originalidade como Midsommar, um filme de terror psicológico que se passa na Suécia e dispensa a escuridão para assustar.

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Muita luz do sol e cores: Florence Pugh em Midsommar (pic by IMDb)

Essa filosofia do estúdio tem atraído vários cineastas que também estão cansados das mesmices dos lançamentos de cinema e estão buscando novas temas e novas vozes. Enquanto a Netflix tem abrigado os diretores renomados que perderam espaço nos cinemas como Martin Scorsese, Noah Baumbach, Fernando Meirelles e até o falecido Orson Welles, a A24 tem apostado em novos talentos ou diretores em início de carreira. Entre os novatos estão Robert Eggers, Ari Aster, Lulu Wang, David Robert Mitchell, Trey Edward Shults e os irmãos Benny e Josh Safdie. Todos são nomes que você pode apostar em originalidade e personalidade.

Eis alguns destaques do estúdio lançados em 2019:

  • Jóias Brutas (Uncut Gems)
  • O Farol (The Lighthouse)
  • Midsommar
  • The Farewell
  • The Last Black Man in San Francisco
  • Waves
  • The Souvenir
  • Gloria Bell
  • Under the Silver Lake
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Adam Sandler como o dono de joalheria Howard Ratner em Uncut Gems (pic by IMDb)

CRÍTICAS

Bom, apesar de não ter conseguido conferir trabalhos badalados como Jojo Rabbit, O EscândaloDois Papas, procurei assistir ao maior número possível de potenciais da temporada de premiações e futuros indicados ao Oscar como O Irlandês, História de um Casamento, The Farewell, Dor e Glória, Coringa, Atlantique e Bacurau. A lista provavelmente seria um pouco diferente se eu apenas privilegiasse a qualidade artística, mas procurei valorizar a questão da originalidade e perspectiva.

Dentre alguns trabalhos que não estão na lista, destaco Atlantique e Bacurau. Ambos trabalham com elementos do cinema de gênero com a finalidade de reforçar uma mensagem sócio-econômica, embora suas metáforas ainda estejam aquém do nível de um John Carpenter, por exemplo. Fora de Série da diretora estreante Olivia Wilde também vale a citação. Não que seja um primor como filme, mas por ela conseguir fazer uma versão feminina daqueles típicos filmes de adolescente americano que pipocaram nos anos 80 e 90 imprimindo sua personalidade logo em seu primeiro filme.

Já o novo filme de Tarantino, Era uma Vez em… Hollywood, tem seus méritos principalmente no quesito da paixão que o diretor nutre pelo cinema como um escape da realidade cruel dos anos 70. Ele faz do filme uma espécie de carta de amor à poesia da arte. Como roteiro, deixou um pouco a desejar, principalmente por personagens secundários e por repetir a fórmula de mudar o curso da História como fez em Bastardos Inglórios com os nazistas, e Django Livre com os escravistas.

META 2019

Não tive exatamente uma meta estipulada em números, mas acho vergonhoso da minha parte assistir a menos de 100 filmes em um ano. Em 2019, consegui fazer as pazes com o tempo e consegui me dedicar mais aos filmes, resultando em 234 longas e 26 curtas até a presente data. Talvez ainda consiga ver mais um ou outro antes da virada do ano.

Além dos lançamentos, procurei assistir a alguns filmes que estavam na minha watchlist há um bom tempo como os clássicos A Montanha dos Sete Abutres (1951), Anatomia de um Crime (1959), Cléo das 5 às 7 (1962) e voltar a ter contato com os mestres Akira Kurosawa em Trono Manchado de Sangue (1957), Vittorio De Sica em Vítimas da Tormenta (1946), Jean Renoir em A Regra do Jogo (1939) e John Cassavettes em Amantes (1984), enquanto descobria filmes excepcionais como A Longa Caminhada (1971), O Espírito da Colméia (1973), Alambrista! (1977), El Norte (1983) e Tudo por Dinheiro (1982).

PIORES DO ANO

Não sei quanto a vocês, mas apesar de gostar de assistir de tudo, se possível prefiro economizar meu tempo e dinheiro com filmes que estão destinados a serem ruins, de gosto duvidoso ou com complicações na produção. Então, dificilmente assistirei a Playmobil: O Filme, por exemplo. Já há casos que até me interessei pelos diretores envolvidos, mas após conferir os trailers e ler as críticas, acabei desanimando como aconteceu com Projeto Gemini (Ang Lee), Hellboy (Neil Marshall) e Cadê Você, Bernadette? (Richard Linklater). Provavelmente vou conferir esses últimos filmes, mas quem sabe depois do Oscar?

TOP 5 PIORES LANÇAMENTOS DO ANO

5. DORA E A CIDADE PERDIDA (Dora and the Lost City of Gold)
Dir: James Bobin
Apesar de ser destinado a um público infantil, trata-se de uma adaptação com zero de imaginação, péssimos diálogos e personagens. E que ainda não dá pra ser sustentado por um carisma ainda meio verde de Isabela Moner. Se fosse lançado direto para home video, ainda estaria sendo privilegiado.

4. X:MEN: FÊNIX NEGRA (Dark Phoenix)
Dir: Simon Kinberg
Tudo bem que a Fox estava praticamente vendida para a Disney, mas quem teve a brilhante idéia de contratar um diretor estreante que ficou conhecido por ser produtor de algumas pérolas como X-Men: O Confronto Final, Jumper e Quarteto Fantástico (2015)? Desgastou uma das maiores sagas dos quadrinhos dos X-Men… mais uma vez.

3. A LAVANDERIA (The Laundromat)
Dir: Steven Soderbergh
É difícil acreditar que um cineasta criativo como Soderbergh, que já realizou Sexo, Mentiras e Videotape (1989) e Irresistível Paixão (1998) se tornou um Adam McKay genérico. Ele quis imitar o filme da crise econômica A Grande Aposta (2015), e acabou fazendo um vídeo institucional de 1 hora e meia.

2. O PINTASSILGO (The Goldfinch)
Dir: John Crowley
Esse filme é uma verdadeira aula de como NÃO adaptar um livro, ainda mais vencedor do Pulitzer, para o cinema. As cenas não têm carga emocional, e o péssimo trabalho de montagem só piora o material. O que mais dói é que Crowley tinha Roger Deakins como diretor de fotografia (não sabia que era possível fazer filme ruim com ele na câmera) e Nicole Kidman e Sarah Paulson no elenco. Um erro em todos os departamentos.

1. O REI LEÃO (The Lion King)
Dir: Jon Favreau
Pra quem acompanha o blog, sabe que sou contra essa onda de Live-Actions da Disney. Claro que eles estão na deles de querer lucrar com um material conhecido, mas essa falta de criatividade e falta de propósito nos remakes me assombra como cinema. E acredito (e espero) que este filme seja o ápice do vazio desses live-actions. Não se trata apenas de animais sem expressão humanizada, mas de uma história clássica recontada de forma praticamente idêntica, porém sem alma. Alguém lembra da versão colorida de Psicose de Gus Van Sant? Os atores que dublaram, com exceção óbvia de James Earl Jones, são infinitamente piores do que aqueles de 1994, o que elimina qualquer rastro de humanidade num filme que mais precisava dele. Os efeitos visuais são ótimos e merecem o Oscar da categoria, mas se quer reviver o Hamlet da Disney, reveja a animação.

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Cena do live action O Rei Leão (pic by IMDb)

MELHORES DO ANO

TOP 5 MELHORES LANÇAMENTOS DO ANO

5. O FAROL (The Lighthouse/ 2019)
Dir: Robert Eggers
Talvez a decisão mais difícil neste top 5. Havia colocado O Irlandês aqui, mas algumas coisas pesaram a favor de O Farol, começando pela incrível estética. Robert Eggers foi extremamente ousado ao decidir filmar em 35mm, em preto-e-branco e numa real locação, onde ficaram expostos a inúmeros contratempos. A fotografia de Jarin Blaschkin é primorosa, pois além do aspecto expressionista repleto de sombras, sua granulação permite uma vibe tátil e é quase possível sentir o cheiro do mar. Ótimas atuações, especialmente de Willem Dafoe, um ator versátil como poucos. Diria que é um filme perturbador pelo aspecto de isolamento.

4. LUCE (Luce/2019)
Dir: Julius Onah
Fui atrás desse filme depois das indicações ao Independent Spirit e me surpreendi pela evolução na temática racista. É como se o cinema já estivesse saturado da superficialidade da questão racial e decidisse se aprofundar com uma trama diferente com personagens mais densos e com backgrounds alternativos. O protagonista Luce é um aluno prodígio no colégio, mas com idéias um tanto radicais que podem ter explicação em seu passado. Grandes atuações, especialmente de Kelvin Harrison Jr. e Octavia Spencer.

3. NÓS (Us/ 2019)
Dir: Jordan Peele
No papel, é um filme inferior a Corra!, mas Jordan Peele fez o que se esperava dele: foi mais ambicioso, tanto na questão racial quanto na questão filosófica.  A primeira vez que se assiste a Nós, a ação e a tensão crescente nos entretém como um bom filme de terror psicológico. A partir da segunda vez, é possível analisar melhor os detalhes que perdemos para nos proporcionar uma reflexão maior sobre as metáforas e simbolismos. Lupita Nyong’o extraordinária em dois papéis.

2. JÓIAS BRUTAS (Uncut Gems/ 2019)
Dir: Benny Sadie e Josh Safdie
Depois de se encantar com o filme anterior dos irmãos Safdie, Bom Comportamento, havia altas expectativas em relação a este novo trabalho. Mesmo assim, Jóias Brutas consegue nos surpreender, principalmente pela fluidez de sua narrativa. Como uma marca dos diretores, a imprevisibilidade faz parte dos acontecimentos, o que reforça ainda mais as atuações de Julia Fox, e principalmente de Adam Sandler. Ótima combinação de montagem com a trilha de Daniel Lopatin. É aquele típico filme que não tem cara de Oscar, mas que depois a Academia vai se arrepender de não ter premiado ou sequer indicado.

1. PARASITA (Gisaengchung/ 2019)
Dir: Bong Joon-Ho
Parasita é aquele fruto perfeito que o diretor Bong Joon-Ho plantou lá atrás com os intrigantes Memórias de um Assassino (2003), O Hospedeiro (2006), Mother (2009), O Expresso do Amanhã (2013) e Okja (2017). Aqui ele volta a dialogar com vários temas que já tratou como a família, a luta de classes e até a questão da superpopulação, mas de uma forma completamente diferente. A mistura de gêneros é tamanha que dá a impressão de que o filme vai se perder a qualquer momento, mas a direção de Joon-Ho é tão segura do primeiro ao último minuto que é impossível não ficar impressionado pelo seu controle. Um filme pra se ver várias vezes, descobrir coisas novas e com chances mínimas de ficar datado. Um dos melhores filmes deste século XXI.

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Cena de Parasita (pic by OutNow.CH)

TOP 5 MELHORES em ACERVO MÍDIA DIGITAL ou STREAMING

5. OASIS (Oasiseu/ 2002)
Dir: Chang-dong Lee
Depois de me apaixonar por seus outros trabalhos posteriores: Poesia, Sol Secreto e Em Chamas, finalmente consegui conferir Oasis. Lee escolhe a dedo seu protagonista atrapalhado que consegue enxergar muito mais além da superfície de preconceitos e ir fundo na alma da debilitada Gong-ju (aliás, impressionante atuação de So-ri Moon, que deixa Eddie Redmayne no chão). Um filme extremamente poético que merece ser descoberto.

Oasis

4. WANDA (Wanda/ 1970)
Dir: Barbara Loden
Muito se fala hoje de mulheres no cinema, então ninguém melhor do que Barbara Loden para abrir a discussão. Ela teve a audácia de dirigir um filme escrito e atuado por ela no final dos anos 60, tornando-se a primeira mulher a fazê-lo com este belo e tocante Wanda. A protagonista de mesmo nome é uma ex-dona de casa, recém-divorciada em uma pequena cidade de mineração nos EUA que tem uma segunda chance na vida ao ser acolhida por um ladrão. A atriz pioneira morreu muito jovem, aos 48 anos, vítima de câncer de mama. 

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3. A MONTANHA DOS SETE ABUTRES (Ace in the Hole/ 1952)
Dir: Billy Wilder
Este filme é um TAPA enorme no sensacionalismo da mídia. Jornalista de NY explora o circo midiático de um acidente na montanha que deixa um homem soterrado por dias. Somente Billy Wilder, grande diretor dos clássicos Se Meu Apartamento Falasse, Testemunha de Acusação e Pacto de Sangue, poderia destrinchar a podridão do jornalismo nos anos 50. Confirmando que o mestre estava à frente de seu tempo, o filme foi um fracasso de crítica e de público, mas ainda permanece muito relevante nos dias de hoje, e sua qualidade inquestionável. Talvez o melhor papel de Kirk Douglas na carreira, e estupenda atuação de Jan Sterling.

Ace in the Hole

2. MARGARET (Margaret/ 2011)
Dir: Kenneth Lonergan
Fiquei com esse filme na cabeça por alguns dias por vários motivos. Margaret é um filme sobre uma moça (Anna Paquin) que testemunha um acidente de ônibus na cidade. Com enorme peso na consciência, ela busca respostas se realmente foi acidental ou um erro grave. Só a cena do acidente em si já te deixa baqueado por um bom tempo, depois essa questão ética te drena de uma forma contundente. Paquin entrega sua melhor performance, Jeannie Berlin rouba suas cenas e temos uma vibe mega ôrganica nesse filme que é difícil não ficar perdido. Originalmente, o filme estava previsto para lançamento em 2007, mas devido às brigas de corte final com a Fox Searchlight, Lonergan teve de aguardar QUATRO anos para seu filme ser descoberto.

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1. O REI DA COMÉDIA (The King of Comedy/ 1982)
Dir: Martin Scorsese
Dentre alguns filmes de Scorsese que deixei escapar, estava O Rei da Comédia. Yes, my bad!  O filme é focado na vida de Rupert Pupkin (Robert De Niro), um comediante amador que sonha em fazer sucesso no programa de TV de Jerry Langford (Jerry Lewis). Aproveitei a oportunidade do lançamento de Coringa para conferir este filme, para então descobrir que o diretor Todd Phillips praticamente copiou este filme e Taxi Driver para criar sua Gotham City dos anos 70. Não que copiar seja algo necessariamente inválido, mas o impacto que Coringa causou em muitos cinéfilos não se aplicava naqueles que já haviam visto os filmes de Scorsese. Honestamente, considero o Rupert Pupkin de De Niro e a Masha de Sandra Bernhard mais assustadores do que Joaquin Phoenix como Arthur Fleck. Pupkin tem uma imprevisibilidade deixariam muitos stalkers no chão. Filme perfeito de Scorsese, cujas cenas são inestimáveis, e ele pratica o humor negro que nunca imaginei que ele teria.

King of Comedy

Jerry Lewis e Robert De Niro em cena de O Rei da Comédia (pic by IMDb)

IN MEMORIAN

Foi triste acompanharmos a partida de atores muito jovens partindo como o nosso Caio Junqueira, que morreu num acidente de carro aos 42 anos, o ator americano Luke Perry aos 52 anos, e o diretor John Singleton aos 51, vítimas de AVC. Singleton foi o primeiro diretor negro a ser indicado ao Oscar de Direção e também o mais jovem aos 24 anos por Os Donos da Rua (1991).

Perdemos grandes mestres do cinema como a emblemática Agnès Varda, Franco Zeffirelli, Stanley Donen, e os diretores brasileiros Domingos de Oliveira e Fábio Barreto.

Dentre os atores, o britânico Albert Finney (indicado a 5 Oscars sem vitória), Doris Day (uma indicação por Confidências à Meia-Noite), Peter Fonda (2 indicações: uma por Roteiro Original e outra como Ator por O Ouro de Ulisses), Seymour Cassel (uma indicação por Faces), Robert Forster (uma indicação por Jackie Brown), Danny Aiello (uma indicação por Faça a Coisa Certa).

Outros atores que marcaram sua época estão Bibi Andersson (uma das favoritas de Ingmar Bergman), Rutger Hauer (Blade Runner), Bruno Ganz (que foi anjo em Asas do Desejo e Hitler em A Queda), Anna Karina (O Demônio das Onze Horas), Julie Adams (a moça que encantou o Monstro da Lagoa Negra) e Peter Mayhew, que foi o Chewbacca de Star Wars.

Também gostaríamos de destacar o grande compositor francês Michel Legrand, que venceu 2 Oscars de Trilha Musical (Houve uma Vez um Verão e Yentl) e 1 Oscar de Canção Original (Crown, o Magnífico).

Mais fora do âmbito do cinema, sentimos pela perda da cantora sueca Marie Fredriksson da banda Roxette (ela tinha câncer no cérebro), e dos brasileiros Gugu Liberato (que foi vítima de um acidente doméstico, e que participou de uns filmes brasileiros com a Xuxa e os Trapalhões) e o jornalista Ricardo Boechat (vítima de um acidente de helicóptero). Boechat era um dos raros âncoras de telejornal que expressava a nossa indignação com as notícias da política brasileira.

Ainda abro espaço para o crítico de cinema Rubens Ewald Filho, que nos deixou em junho. Apesar de ter trabalhos como ator e escritor, ficou conhecido por ser o “homem do Oscar”, que fez a conexão de incontáveis cinéfilos à Sétima Arte por seu vasto conhecimento sobre filmes e artistas. Trabalhou como apresentador de TV nas transmissões das cerimônias do Oscar pelo SBT, Globo e TNT, e foi autor de inúmeros guias de filmes. Em 1998, assisti à cerimônia em que Titanic venceu 11 Oscars e fiquei abismado com a memória cinematográfica dele, especialmente naquela bela homenagem intitulada “Álbum de Família do Oscar”, na qual vários atores que venceram a estatueta eram saudados no palco. Rubens sabia todos os atores e os filmes pelos quais eles ganharam seus prêmios. Eu tinha gravado o evento no meu velho aparelho de videocassete e assisti inúmeras vezes a este Oscar, decorando os nomes através da voz dele. Em 2009, fui a um evento na extinta videolocadora 2001 em São Paulo, onde tive o prazer de conhecê-lo. Tive o privilégio de declarar meu enorme respeito e carinho para aquele que me introduziu a este universo de premiações de cinema. Era um homem muito querido e de uma bondade tremenda com seus fãs. Que descanse em paz, Rubens!

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Encontro com Rubens Ewald Filho em evento do lançamento de mais um guia de filmes de sua autoria

VOTOS PARA 2020

Não sei como foi o ano para vocês, mas o meu foi uma montanha-russa de altos e baixos. E foram nos momentos baixos que o Cinema mais me serviu como alento e fuga. Porém, além dessa característica quase medicinal, os filmes vêm com um propósito pouco comentado mas essencial que é sua capacidade de promover a compreensão entre as pessoas, os povos, as raças e as religiões. Tudo o que as diferenças separam, o cinema tem a incrível capacidade de unir… talvez com raras exceções entre os fãs de Marvel e DC, ou de Star Wars.

Então, proponho um exercício para 2020. Você, que tem aquele preconceito sobre determinado assunto, determinado perfil de pessoas, determinado tipo de crença, assista a um filme sobre esses temas (claro, não sendo um filme supérfluo). Seja uma ficção, ou seja um documentário, o Cinema vai oferecer luz de conhecimento e empatia para aqueles cantos escuros da sua mente. Sinta na pele como é ser outra pessoa, entender seus problemas e refletir sobre seus dilemas. Na maioria das vezes, o cinema é somente associado a entretenimento porque é o grande chamariz que atrai o público, mas sempre foi e nunca deixará de ser uma forma de arte que busca entender o mundo e as pessoas que vivem nele. Dá pra aprender muito, principalmente se escolher aqueles filmes dos diretores que também têm essa missão.

Feliz Natal e Próspero Ano Novo para todos que acompanham o blog, Facebook e Instagram. Sigam as páginas, opinem, compartilhem. Obrigado a todos e que tenham um ano de muita paz, saúde, alegria e, claro, muitos bons filmes!

Macaulay Culkin Home Alone

Macaulay Culkin no eterno filme natalino Esqueceram de Mim (pic by eye-contact.tumblr.com)

ALFONSO CUARÓN leva seu segundo DGA por ‘ROMA’

Alfonso Cuarón DGA Roma

Vencedor em 2018, Guillermo del Toro entrega o DGA para seu conterrâneo e amigo, Alfonso Cuarón, comprovando hegemonia mexicana (pic by WSBT)

Dentre todos os prêmios de sindicatos, o mais certeiro em relação ao Oscar é o de diretores (DGA). Portanto, dá para praticamente cravar que Alfonso Cuarón levará seu segundo Oscar de Direção… ou ainda é muito cedo pra afirmar?

Como se tratam de apenas SETE divergências na história do DGA em relação ao Oscar, é sempre válido relembrá-las:

  • Em 1968: Anthony Harvey ganhou o DGA Award por O Leão no Inverno, enquanto Carol Reed levou o Oscar por Oliver!
  • Em 1972: Francis Ford Coppola por O Poderoso Chefão (DGA) e Bob Fosse por Cabaret (Oscar).
  • Em 1985: Steven Spielberg por A Cor Púrpura (DGA), e Sydney Pollack por Entre Dois Amores (Oscar).
  • Em 1995: Ron Howard por Apollo 13 (DGA), e Mel Gibson por Coração Valente (Oscar).
  • Em 2000: Ang Lee por O Tigre e o Dragão (DGA) e Steven Soderbergh por Traffic (Oscar).
  • Em 2002: Rob Marshall por Chicago (DGA) e Roman Polanski por O Pianista (Oscar).
  • Em 2013: Ben Affleck por Argo (DGA) e Ang Lee por As Aventuras de Pi (Oscar)

Em nenhum desses casos, o vencedor do DGA tinha conquistado duas vezes o prêmio como aconteceu com Cuarón, o que pode caracterizar ou embasar uma nova divergência entre DGA e a Academia, mas principalmente porque temos um coringa entre os diretores indicados: Spike Lee.

Recapitulando: Em 1990, havia uma forte pressão para que Spike Lee se tornasse o primeiro diretor negro indicado ao Oscar de Direção pelo marcante Faça a Coisa Certa, porém a Academia o reconheceu apenas pelo roteiro e sem vitória. Sua ausência na categoria de Diretores repercutiu tanto que a Academia se sentiu na obrigação de indicar um diretor negro dois anos depois, resultando na indicação de John Singleton por Os Donos da Rua.

De lá pra cá, outros diretores afro-descendentes foram indicados ao Oscar como Lee Daniels, Steve McQueen e Jordan Peele, mas só agora Spike Lee foi indicado para Direção por Infiltrado na Klan. Portanto, os votantes da Academia podem se sentir na obrigação de compensá-lo pelas injustiças do passado (sim, esse pessoal adora compensar depois, normalmente com filmes errados). Enfim, acredito que Spike Lee ainda tenha muitas chances no Oscar, mesmo que Alfonso Cuarón tenha levado o DGA.

Se os votantes da Academia pensarem que Cuarón já conquistou um Oscar por Gravidade há 5 anos, e pode levar uma nova estatueta pela categoria de Filme em Língua Estrangeira, as chances dos demais diretores aumentam, incluindo de Spike Lee.

Dos diretores indicados ao DGA e do Oscar, houve duas divergências. No primeiro, Bradley Cooper (Nasce uma Estrela) e Peter Farrelly (Green Book) concorriam. Já no segundo, eles foram substituídos por Pawel Pawlikowski (Guerra Fria) e Yorgos Lanthimos (A Favorita).

Falando em Bradley Cooper, ele tem sido o artista mais decadente da temporada. Não que ele não tenha sido reconhecido, mas pela campanha, esperava-se uma presença mais maciça, especialmente como diretor. Aqui no DGA, por exemplo, ele estava indicado em ambas as categorias de Diretor e Diretor Estreante. Além de haver dupla chance de vitória, muitos apontavam como certa sua vitória como Estreante, mas acabaram premiando Bo Burnham por Oitava Série.

Bo Burnham DGA

Bo Burnham posa com seu DGA de Diretor Estreante por Oitava Série (pic by KATV)

Com boa experiência e colaboração com diretores de prestígio como Clint Eastwood e David O. Russell, Bradley conseguiu dar uma boa repaginada numa história batida de fama como a de Nasce uma Estrela, especialmente na primeira metade, porém, concordo que a melhor estréia na função foi de Bo Burnham. Com Oitava Série, ele conseguiu explorar as inseguranças da pré-adolescência ao mesmo tempo em que retratava como poucos a linguagem das redes sociais.

Pela categoria de documentário, para diversificar ainda mais, o vencedor foi Tim Wardle por Três Estranhos Idênticos, que não obteve indicação ao Oscar. E com o até então franco-favorito Won’t You Be My Neighbor fora do Oscar também, as cartas estão com Free Solo e RBG.

Pelas categorias de TV, curiosamente, os atores-diretores foram mais felizes. Ben Stiller venceu como Melhor Diretor de Filmes para TV ou Minissérie por Escape at Dannemora, enquanto Bill Hader levou pela direção de Série de Comédia por Barry. E Adam McKay, indicado pelo filme Vice, acabou levando por Série Dramática por Succession.

VENCEDORES DO 71º DGA AWARDS:

MELHOR DIRETOR
Alfonso Cuarón (Roma)

MELHOR DIRETOR ESTREANTE
Bo Burnham (Oitava Série)

MELHOR DIRETOR – DOCUMENTÁRIO
Tim Wardle (Três Estranhos Idênticos)

MELHOR DIRETOR – SÉRIE DRAMÁTICA
Adam McKay (Succession) Episódio: “Celebration”

MELHOR DIRETOR – SÉRIE DE COMÉDIA
Bill Hader (Barry)

MELHOR DIRETOR – MINISSÉRIE OU FILME PARA TV
Ben Stiller (Escape at Dannemora)

***

A 91ª cerimônia do Oscar está marcada para o dia 24 de fevereiro.

RETROSPECTIVA 2017: BASTIDORES SEXUAIS DE HOLLYWOOD

ANO FICOU MARCADO POR ESCÂNDALOS SEXUAIS E A EXPANSÃO DA DISNEY

Saudações aos cinéfilos de plantão! Mais um ano se passou e gostaria de entediá-los com meu resumão com os filmes. Bom, primeiramente, quero agradecer a todos que curtiram, fizeram comentários ou mesmo deram aquela breve passada no blog e na página do Facebook. Continuo não ganhando nem um centavo, mas todos os feedbacks certamente são gratificantes, então obrigado!

META DE 2017 E SUAS CONSEQUÊNCIAS

Este ano tracei como meta assistir mais daqueles filmes que quando você fala que não viu, a pessoa reage com um: “Não acredito que você não assistiu!”. Então, vi alguns clássicos pela primeira vez como o neo-realista italiano Humberto D. (1952), de Vittorio De Sica, e o tocante e singelo clássico japonês de Yasujirô Ozu, Era uma Vez em Tóquio (1953). Também incluí filmes cults como Scanners – Sua Mente Pode Destruir (um David Cronenberg “tosqueira” que ficou mais marcado pela cena da cabeça que explode) e Tomates Verdes Fritos (que honestamente não entendi toda essa aura que o transformou em cult).

Dos diretores renomados, alguns filmes me surpreendi positivamente como Razão e Sensibilidade (1995), de Ang Lee (que achava que seria um drama de época sonolento), e Arizona Nunca Mais (1987), dos irmãos Coen, quando o humor deles era mais non-sense. Já outros como A Cidade dos Amaldiçoados (1995), de John Carpenter, foi bem doído assistir até o final pelo cúmulo do ridículo das cenas (Christopher Reeve mentalizando um muro de tijolos pra bloquear a telepatia das crianças foi a cena mais “chá de cogumelo” que vi este ano).

PIORES DO ANO NO CINEMA

Todo ano eu assisto a filmes que penso: “Onde eles estavam com a cabeça?”. Normalmente, são filmes cujos produtores se acham criativos demais a ponto de não necessitarem de um diretor competente por trás das câmeras. Dá pra citar dois exemplos de como Hollywood ainda tem muito a aprender:

A MÚMIA. Se essa era a idéia de revival dos monstros clássicos da Universal, o estúdio deveria urgentemente rever seus conceitos. Claramente, quiseram criar uma espécie de universo onde a Múmia poderia interagir com o Drácula, Frankenstein e Lobisomem em futuros longas, assim como a Marvel Studios planejou e executou, mas nem todo mundo tem a visão, organização e planejamento de Kevin Feige (produtor da Marvel).

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No centro, Annabelle Wallis com Jake Johnson e Tom Cruise em cena de A Múmia (pic by moviepilot.de)

Primeiramente, Tom Cruise não tem o carisma de Brendan Fraser (que protagonizou A Múmia de 1999), e muito menos tem qualquer química com sua colega Annabelle Wallis. Sofia Boutella como uma versão feminina da múmia soou promissor nos trailers, mas o resultado final acabou comprometido com as demais escolhas equivocadas, assim como o diretor Alex Kurtzman, que só tinha uma comédia desconhecida no currículo. Felizmente, o filme foi mal nas bilheterias e deve brecar esse plano insosso da Universal.

A TORRE NEGRA. Acho bacana resgatarem um grande autor de terror como Stephen King para os cinemas, mas definitivamente esta adaptação de sua obra não funcionou em nenhum aspecto. Sinceramente não entendi o motivo de contratarem o diretor dinamarquês Nikolaj Arcel. Eles queriam uma atmosfera de filme europeu num filme nitidamente blockbuster? E embora Idris Elba e Matthew McConaughey se esforcem, é impossível se importar com seus personagens, muito menos o jovem Tom Taylor que pareceu mais perdido do que os próprios produtores.

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Idris Elba e Tom Taylor tentam alguma química em A Torre Negra (pic by moviepilot.de)

Ainda falando sobre Stephen King, achei muuuito bacana ver seu romance “It” sendo tão destacado após tantos anos da primeira adaptação para a televisão. Este novo It: A Coisa se tornou o filme de terror mais visto de todos os tempos, ultrapassando o recorde anterior de O Exorcista (1973) que era de 232 milhões de dólares. Contudo, apesar dos números gordos que certamente vão engrenar mais filmes de terror, o filme está longe de ser uma obra-prima como muitos classificaram. Se tivessem explorado mais os personagens adultos, que são mais assustadores do que o próprio palhaço Pennywise, e reduzissem o excesso de efeitos visuais na figura dele, a performance de Bill Skarsgård poderia causar mais calafrios.

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Crianças procuram pelo palhaço Pennywise em cena de It: A Coisa (pic by moviepilot.de)

E de uma forma geral, as sequências e refilmagens integraram a parte ruim da safra do ano. Hoje existe um excesso de continuações e reboots que empobrece o cinema, e que se continuar nesse ritmo, os filmes originais passarão a ser raridade no circuito. Citando apenas os que vi no cinema: O Chamado 3, Jogos Mortais: Jigsaw, Alien: Covenant (uma franquia excelente mas que enfraqueceu demais com esta nova produção), Annabelle 2: A Criação do Mal, e até mesmo Guardiões da Galáxia Vol. 2, que pecou no excesso de gags e esqueceu da trama principal.

INDO CONTRA A CORRENTE

Apesar de Hollywood ainda produzir boas continuações como Logan e Thor: Ragnarok, é nesse cenário de escassez de originalidade que temos que valorizar os novos trabalhos de Darren Aronofsky (Mãe!) e Christopher Nolan (Dunkirk). Curiosamente, ambos os filmes tiveram recepções do tipo ame ou odeie, mas é inegável o esforço que os diretores fizeram para entregar algo novo, fresco e com alguma mensagem, concorde você ou não.

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E o filme doideira do ano vai para Mãe!, de Darren Aronofsky (pic by moviepilot.de)

Apesar de ter cedido dirigir a sequência Blade Runner 2049, Denis Villeneuve é garantia de vermos algo no mínimo com um olhar diferente. A Chegada é uma das ficções científicas mais criativas dos últimos anos, principalmente no uso de recursos cinematográficos como a montagem não-linear.

E falando em originalidade, não posso deixar de citar o melhor filme que vi nos cinemas: Corra!, de Jordan Peele. Pra começar, este é um filme que nunca imaginei que veria um dia. Trata-se de um filme extremamente corajoso ao lidar com o tema do racismo, ainda mais no gênero do terror e da ficção científica. E isso só foi possível graças a Jordan Peele que, em entrevista, confessou que queria fazer um filme em que pudesse passar a péssima sensação de ser uma minoria. Antigamente, havia mais filmes assim, em que o diretor queria abordar temas polêmicos em tramas de terror e ficção científica como O Enigma do Outro Mundo (1982), de John Carpenter.

Quando soube que Robert Pattison estava bem cotado pra ganhar o prêmio de interpretação masculina em Cannes por Bom Comportamento (Good Time), fiquei pensando se não seria exagero da mídia, afinal estamos falando daquele rapaz sem graça daqueles filmes mais sem graça ainda do Crepúsculo. Pelo visto suas duas colaborações com o diretor canadense David Cronenberg, Cosmópolis e Mapas Para as Estrelas, fizeram muito bem para desinflar seu ego e mostrar que ele tem potencial. Nesse filme dos irmãos Benny e Josh Safdie, Pattison vive um ladrão de bancos que, após uma tentativa frustrada de assalto, precisa resgatar seu irmão antes que ele volte para a prisão. Além do ator, o filme foi uma grata surpresa. Muito bem dirigido, montado e com uma ótima trilha musical de Daniel Lopatin, Bom Comportamento consegue gerar tensão do início ao fim e nunca se torna previsível.

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Robert Pattison em cena de Bom Comportamento (pic by moviepilot.de)

OSCAR 2017: A CERIMÔNIA QUE NÃO ACABOU

A cerimônia do Oscar ficou tão marcada com a lambança histórica de troca de envelopes e anúncio de filme errado que às vezes você até esquece qual indicado ganhou Melhor Filme, o que acabou apagando um pouco o brilho da vitória de Moonlight: Sob a Luz do Luar. Esse deslize diminuiu o fato da Academia premiar pela primeira vez em seus 89 anos um filme sobre homossexualismo e composto por um elenco totalmente negro.

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Gafes do Oscar: Warren Beatty e Jimmy Kimmel com caras de “O que eu vou falar agora??”

Claro, é importante quebrar barreiras e desbravar novos mares, mas deixando essa parte politicamente correta de lado, não considero Moonlight um bom filme. Barry Jenkins reuniu uma série de clichês de homossexualismo e de vício de drogas, colocou uma fotografia mais estilizada com câmera lenta, e uma estrutura narrativa convencional em três tempos da vida do protagonista. As melhores qualidades do filme são a trilha de Nicholas Britell e Mahershala Ali, que ficou muito limitado no primeiro terço do filme. Quer ver filme bom de homossexualismo? Veja O Segredo de Brokeback Mountain, veja Weekend, veja Azul é a Cor Mais Quente, veja Antes do Anoitecer, veja Morte em Veneza, enfim, são tantas opções melhores…

ISABELLE HUPPERT. Antes quero deixar claro que sou e sempre fui contra aqueles Oscars concedidos com intenção de compensar derrotas anteriores ou várias indicações sem vitórias, pois esses prêmios costumam gerar novas injustiças e transformar tudo num ciclo vicioso. Francamente, achava que Isabelle Huppert nem seria indicada por Elle por se tratar de uma performance corajosa num filme igualmente ousado, mas já que ela foi indicada, por que não premiá-la? A grande maioria dos críticos americanos a reconheceu como a melhor performance feminina do ano, mas no Oscar resolveram premiar a America’s sweetheart Emma Stone em La La Land, que certamente terá inúmeras outras oportunidades de ganhar uma estatueta.

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Emma Stone e seu Oscar de Atriz por La La Land

Claro que também fiquei indignado com a ausência de Elle na categoria de Filme em Língua Estrangeira. Além do filme ser muito bom, a Academia perdeu uma excelente oportunidade de premiar Paul Verhoeven, um diretor holandês que muito contribuiu para Hollywood nos anos 80 e 90, com clássicos modernos como RoboCop – O Policial do Futuro, Instinto Selvagem O Vingador do Futuro. Se depois viessem com Oscar Honorário, se fosse Verhoeven, eu nem me daria ao trabalho de comparecer à cerimônia.

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Isabelle Huppert e o diretor Paul Verhoeven divulgam Elle no tapete vermelho de Cannes (pic by LA Times)

EXPANDE MONOPÓLIO DA DISNEY

Lembra lá no colégio, quando seu professor de História te ensinou sobre as consequências do monopólio? Que, como não há forte concorrência, a empresa controla o mercado? Como eu havia comentado há dois anos e já me preocupava com essa situação fora de controle, a Disney já comprou a Pixar, a Marvel, a Lucas Films (Star Wars) e agora a Fox e suas derivadas Twentieth Century Fox, Fox Searchlight e FX, essa última em especial se tornou referências em séries mais ousadas como American Horror Story e Fargo, material que não vemos na Disney.

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Inicialmente, os fãs da Marvel comemoraram o fato de vários personagens poderem participar do mesmo universo dos filmes da Marvel/Disney, como Deadpool e os X-Men. Sim, pelo lado dos fãs de quadrinhos, é uma ótima notícia pela integração, mas é justamente aí que reside uma grande preocupação. Será possível um filme como Deadpool, repleto de sangue, palavrões, humor negro e sexo, sob o comando da empresa-família Disney? Se os figurões da Disney forem espertos, eles mantém o logo da Fox e continuarão produzindo filmes para o público adulto como Logan, já que foi comprovado o sucesso comercial e de crítica.

Mas não se trata apenas desse microcosmo da Marvel. Toda forma de Arte precisa de diversidade para sobreviver, por isso, quanto menos pasteurizada for a safra de novos filmes, o cinema terá vida longa.

OS ASSÉDIOS DE HOLLYWOOD

Embora muitos acreditem que o terremoto começou com o produtor Harvey Weinstein, Hollywood já ficou em estado de alerta com relatos de assédio envolvendo o último vencedor do Oscar de Melhor Ator, Casey Affleck, que teria tratado com machismo colegas de trabalho chamando-as de “vacas” e chegando a mostrar seu órgão genital para Amanda White, produtora de seu mockumentary  I’m Still Here.

Obviamente, o caso de Harvey Weinstein, dono da ex-distribuidora Miramax e atual Weinstein Co., é o mais grave de todos. Ele teria assediado mais de oitenta mulheres (segundo o USA Today), com destaque para atrizes como Ashley Judd (que foi a primeira a erguer a mão), Asia Argento, Rosanna Arquette, Kate Beckinsale, Cara Delevingne, Claire Forlani, Romola Garai, Heather Graham, Eva Green, Daryl Hannah, Salma Hayek, Angelina Jolie, Rose McGowan, Lupita Nyong’o, Mira Sorvino e Gwyneth Paltrow. Seus avanços normalmente seguiam uma tática de chamar a vítima até seu quarto de hotel, onde ele já a esperava trajado com roupão de banho, oferecia e pedia massagens e forçava beijos. Caso as vítimas se recusassem, ele as ameaçava dizendo que “acabaria com a carreira delas”. E elas sabiam que ele tinha poder para isso.

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O produtor Harvey Weinstein à esquerda com algumas de suas vítimas (montage by Archy World News)

Nessa confusão toda, sobrou até pra Meryl Streep, que foi acusada de saber dos abusos e não reportar, assim como Matt Damon, que teria ajudado a encobrir um dos escândalos a pedido de Weinstein em 2004. Primeiramente, muita calma nessa hora. Como jogaram merda no ventilador, é preciso apurar tudo antes de sair acusando todo mundo, pois carreiras e vidas estão em jogo.

Todas essas acusações mexeram demais com a indústria, tanto que a Academia decidiu expulsar o produtor Harvey Weinstein de sua associação. Ele foi indicado ao Oscar de Melhor Filme por Gangues de Nova York em 2003, e ganhou o Oscar em 1999 por Shakespeare Apaixonado. Inclusive acredito na teoria da conspiração que o Oscar de Melhor Atriz para Gwyneth Paltrow foi comprado com o intuito de fazê-la esquecer do “incidente” (talvez só assim pra explicar como ela bateu Cate Blanchett e Fernanda Montenegro naquele ano…). Pode ser que mais membros envolvidos na polêmica sejam futuramente expulsos também.

Depois de Weinstein, o caso mais em evidência foi do ator Kevin Spacey. Sua vida se tornou um inferno depois que o ator Anthony Rapp, da série Star Trek: Discovery, revelou que aos 14 anos, ele foi abusado por Spacey depois de uma festa. Em resposta pelo Twitter, Kevin Spacey pediu desculpas, mas sugeriu que seu comportamento inapropriado teria acontecido por ele ser gay. Obviamente, a declaração não caiu bem e deixou a comunidade gay em fúria. Em seguida, vieram outras acusações envolvendo jovens atores de seu grupo teatral britânico Old Vic. Vendo a bola de neve crescer rapidamente, a Netflix logo anunciou que cancelaria série House of Cards, protagonizada por Spacey, enquanto o diretor Ridley Scott decidiu apagar todas as cenas já filmadas com Spacey e substitui-lo por Christopher Plummer no filme All the Money in the World. Estava anunciado o fim da carreira de Kevin Spacey, que teria se internado numa espécie de clínica de reabilitação.

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Envolvido em escândalos, o ator Kevin Spacey foi retirado integralmente do filme de Ridley Scott, All the Money in the World (montage by Digital Spy)

Tendo o mesmo comportamento inapropriado, o diretor Bryan Singer foi recentemente demitido da produção de Bohemian Rhapsody, filme biográfico do vocalista do Queen, Freddie Mercury. Inicialmente, inventaram uma desculpa de que ele tinha problemas familiares, mas novas acusações surgiram contra ele e assim estava justificada sua demissão. Segundo relatos, Singer oferecia papéis a jovens atores (incluindo menores) em troca de sexo.

Ao longo dos últimos meses, várias acusações surgiram contra outros profissionais da área de cinema e de TV. Para citar os mais importantes: o diretor e produtor Brett Ratner, os atores e vencedores do Oscar Dustin HoffmanRichard Dreyfuss (que teriam provocado e oferecido propostas indecentes), e os atores de séries Jeffrey Tambor (de Transparent, que tem futuro incerto) e Louis C.K. (de Louie, que também não deve continuar e ainda cancelou futuros projetos). Todos se afastaram dos holofotes e devem esperar a poeira abaixar um pouco.

 

Alguns especialistas acreditam que o Oscar 2018 pode dar preferência às mulheres devido aos acontecimentos. Portanto, podem pintar candidatas e vencedoras mulheres em categorias normalmente dominadas por homens como Direção e Fotografia. Eu, particularmente, sou contra essa tendência de premiar de acordo com os tempos como aconteceu com Moonlight, que mais foi premiado como forma de protesto contra o governo de Trump do que pelos próprios méritos.

CRÍTICAS

Vamos às listas do ano, começando com os melhores vistos nos cinemas.

TOP 5 MELHORES DO ANO NO CINEMA

5. Bom Comportamento (Good Time/ 2017)
Dir: Benny Safdie, Josh Safdie

4. Custódia (Jusqu’à la garde/ 2017)
Dir: Xavier Legrand

3. Ao Cair da Noite (It Comes at Night/ 2017)
Dir: Trey Edward Shults

2. A Qualquer Custo (Hell or High Water/ 2016)
Dir: David Mackenzie

1. Corra! (Get Out/ 2017)
Dir: Jordan Peele

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Daniel Kaluuya e Allison Williams em cena de Corra!

TOP 5 MELHORES EM MÍDIA DIGITAL

5. Your Name (Kimi no na wa/ 2016)
Dir: Makoto Shinkai

4. Desamor (Loveless/ 2017)
Dir: Andrey Zvyagintsev

3. Pais e Filhos (Soshite chichi ni naru / 2013)
Dir: Hirokazu Kore-eda

2. El Topo (El Topo/ 1970)
Dir: Alejandro Jodorowsky

1. Era uma vez em Tóquio (Tôkyô monogatari/ 1953)
Dir: Yasujirô Ozu

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Era uma Vez em Tóquio, de Yasujirô Ozu. Pic by imdb.com

IN MEMORIAN

Comparado ao ano passado, é possível dizer que tivemos poucas perdas no mundo do cinema. Particularmente, pra mim foi muito difícil dizer adeus a um dos melhores diretores que Hollywood produziu: o americano Jonathan Demme. Como sou fã incondicional de O Silêncio dos Inocentes, e considero Filadélfia um marco contra o preconceito da Aids, tenho um carinho enorme pelos seus filmes.

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O diretor Jonathan Demme com a atriz Jodie Foster em set de O Silêncio dos Inocentes (pic by The New York Times)

Outra perda irreparável para os cinéfilos fãs de terror foi o mestre George Romero, conhecido como o pai dos zumbis que hoje estrelam vários filmes, séries e quadrinhos. Apesar de admirar seus trabalhos com os mortos-vivos, gostaria de ter visto mais filmes de outras temáticas como o ótimo Martin (1978), no qual um rapaz acredita que é um vampiro.

Perdemos os vencedores do Oscar: Martin Landau, vencedor do Oscar de Coadjuvante pela excepcional performance como Bela Lugosi em Ed Wood (1994); e o diretor John G. Avildsen, considerado o diretor dos filmes de esporte e montagem Rocky, um Lutador (1976) e Karatê Kid (1984).

Grandes atores indicados ao Oscar também partiram: John Hurt (por O Expresso da Meia-Noite e O Homem Elefante), Mary Tyler Moore (por Gente Como a Gente); Sam Shepard (por Os Eleitos). E nomes que serão lembrados por seu talento e carisma: Harry Dean StantonBill PaxtonJerry LewisAdam West (o eterno Batman da série de TV), Roger Moore (o ator que mais interpretou James Bond), e o músico Chris Cornell (criou a trilha e canção de 007 – Cassino Royale).

FELIZ ANO NOVO!

Embora nosso querido governo pise cada vez mais em nós, seja criando mais leis inúteis, seja criando mais impostos para cobrir seus próprios roubos, ou pior: soltando presos corruptos como faz um certo ministro do Supremo, precisamos tocar nossas vidas. 2018 é uma grande incógnita na política, e tenho muito receio de que o PT volte ao poder e de uma possível ascensão da extrema direita.

Que em 2018, sejam lançados mais filmes de qualidade, filmes alternativos e por que não filmes nacionais melhores? O cinema brasileiro parece ter perdido aquele gás dos anos 2000 e se rendido a comédias típicas de televisão. Bingo: O Rei das Manhãs foi uma boa surpresa de Daniel Rezende, mas precisamos de mais.

PREVISÕES OSCAR 2017! Uma breve espiada nos candidatos

DEPOIS DE POLÊMICAS RACIAIS, OSCAR 2017 PROMETE RESULTADOS MAIS DIVERSIFICADOS

É complicado prever quais filmes serão indicados ao Oscar. Como não disponho de uma bola de cristal, e não tenho credencial de jornalista estrangeiro pra cobrir os festivais internacionais, baseio-me em algumas pistas que costumam render boa porcentagem de acerto. Uma delas é dar aquela olhada básica nas produções que estiveram presentes nos festivais de Veneza (Itália), Toronto (Canadá) e Telluride (EUA), já que todos têm sido pólos artísticos que selecionam futuros vencedores do Oscar nos últimos anos. Só pra citar alguns que seguiram esse tour e saíram vitoriosos no Oscar: Gravidade, Birdman, 12 Anos de Escravidão, O Discurso do Rei e Quem Quer Ser um Milionário?. As produções que passaram por esses festivais já têm meio caminho andado.

Em segundo lugar, estar atento ao histórico dos artistas. Não é porque o novo filme de Steven Spielberg não participou de festivais que vai ficar de fora do burburinho da Academia. Foi assim com Ponte dos Espiões: estreou em outubro de 2015 sem grande alarde e acabou indicado a Melhor Filme e levou a estatueta de Ator Coadjuvante para Mark Rylance. Então, o pensamento é o seguinte: “Tem filme novo de Spielberg, Ang Lee, David O. Russell ou Clint Eastwood? Bota na roda!”. O mesmo vale para atores, que vivem aceitando desafios e chamando a atenção dos votantes da Academia como Christian Bale e obviamente, Meryl Streep, que aliás, pode conquistar sua 20ª indicação: mais um marco histórico!

Meryl Streep como Florence Foster Jenkins (photo by cine.gr)

Meryl Streep como Florence Foster Jenkins (photo by cine.gr)

E neste ano, temos um fator que pode e deve ser determinante nas indicações e vencedores: a polêmica do #OscarSoWhite. Pra quem estava em outro planeta, 2016 foi o segundo ano consecutivo em que todas as 20 vagas nas categorias de atuação foram preenchidas por atores caucasianos. Isso acabou causando protestos e levantando questões raciais na indústria cinematográfica, o que fez com que a presidente da Academia, Cheryl Boone Isaacs, convidasse artistas negros e de outras etnias como membros com o intuito de dar resultados imediatos na votação. Portanto, as produções de temática racial devem figurar nas listas de previsões e conquistar indicações, inclusive de atores negros como Viola Davis e Denzel Washington.

Ao longo das categorias (veja lista abaixo), você perceberá que nomes de profissionais negros estão em quantidade maior do que a habitual. Como não tivemos a oportunidade de conferir os trabalhos, não podemos acusar ou defender a existência de uma possível retaliação perante o “racismo” dos últimos dois anos. Como já lancei aqui em posts anteriores, teremos um ano bem politicamente correto, e isso deve prejudicar a imagem dos indicados e vencedores, levantando a questão: “Estou ganhando por méritos ou por ser negro?”.

Naomie Harris em Moonlight. Ela pode concorrer como coadjuvante (photo by variety.com)

Naomie Harris em Moonlight. Ela pode concorrer como coadjuvante (photo by variety.com)

Sou contra cotas raciais em quaisquer áreas por esse motivo. A cota julga o beneficiado como incapaz de obter sucesso pelo próprio esforço. E nas Artes, não dá pra obrigar um reconhecimento artístico. Essa atitude será bastante injusta para esses atores negros reconhecidos, pois, por mais que mereçam, correrão sério risco de serem vistos como uma mera resposta à polêmica. E depois? Teremos a revolta dos asiáticos, latinos e índios? Quem sabe uma vaga por raça e religião pra agradar gregos e troianos?

Justamente devido à essa “falta de diversidade”, um dos filmes mais bem cotados se tornou automaticamente o drama independente O Nascimento de uma Nação (The Birth of a Nation), já que se trata de uma rebelião de escravos nos EUA. O filme estreou no festival de Sundance em fevereiro, e era até então, o candidato com maior potencial de Oscar. Contudo, a campanha descambelou quando a mídia descobriu que uma jovem, que cometeu suicídio em 2012, teria sido abusada pelo diretor e ator Nate Parker em 1999. Embora tenha sido absolvido na época, a morte da vítima reacendeu o escândalo e tem prejudicado bastante a carreira de Parker e seu filme. A bilheteria de 12 milhões de dólares nos EUA sequer pagou o investimento de 20 milhões que a Fox Searchlight pagou. Por mais que Parker seja indicado e premiado na temporada, sua glória está seriamente ameaçada devido à reação do público e dos demais artistas.

No centro, Nate Parker, o diretor e ator que protagoniza O Nascimento de uma Nação (photo by cine.gr)

No centro, Nate Parker, o diretor e ator que protagoniza O Nascimento de uma Nação (photo by cine.gr)

Claro que a Academia premiou e ainda premia acusados de crimes sexuais como Roman Polanski e Woody Allen, mas como se trata de algo tão recente, tenho minhas dúvidas da participação do filme na temporada. Pude conferir O Nascimento de uma Nação recentemente na 40ª Mostra de Cinema de SP, e particularmente, considero um filme convencional com uma narrativa simples que busca a todo momento estar à altura de seu tema, mas que só consegue oferecer elementos chavões como câmera lenta e trilha musical que busca catarse no público. O recém-oscarizado 12 Anos de Escravidão é muito mais filme se formos comparar pela temática escravista.

Ainda sobre questões raciais, o filme Loving pode ser uma ótima alternativa no Oscar. Indicado à Palma de Ouro, este novo trabalho do diretor Jeff Nichols, apresenta a história verídica de um homem branco que casou com uma mulher negra na Viriginia racista dos anos 50. O amor que ultrapassa barreiras raciais deve chegar ao tapete vermelho, pelo menos através de seus atores Joel Edgerton e Ruth Negga.

Quando o casamento interracial é caso de polícia em Loving: Joel Edgerton e Ruth Negga são coagidos por policiais (photo by cine.gr)

Quando o casamento interracial é caso de polícia em Loving: Joel Edgerton e Ruth Negga são coagidos por policiais (photo by cine.gr)

E ainda nesse contexto, também vale citar o drama racial Fences, baseado numa peça de sucesso da Broadway de 1987. A história de um pai de família, ex-jogador de beisebol, que trabalha como lixeiro na década de 50 racista da Pensilvânia para sustentar sua família foi renovada como peça teatral em 2010 pela mesma equipe do filme, com Denzel Washington dirigindo, e estrelando ao lado de Viola Davis. Muitos já consideram certas as indicações para ator e atriz (ou atriz coadjuvante).

Parceria de sucesso entre Denzel Washington e Viola Davis pode resultar em Oscar para Fences (photo by cine.gr)

Parceria de sucesso entre Denzel Washington e Viola Davis pode resultar em Oscar para Fences (photo by cine.gr)

Aliás, os temas são fatores de desequilíbrio quando se trata de candidatos ao Oscar de Melhor Filme. Filmes de guerra como Até o Último Homem (Hacksaw Ridge) tem como protagonista um soldado médico que foi à guerra sem armas por não acreditar na violência, trazendo uma mensagem anti-bélica que pode resgatar o diretor Mel Gibson de seu ostracismo depois de suas declarações anti-semitas.

Cena de Até o Último Homem, dirigido por Mel Gibson. À direita, o protagonista Andrew Garfield, e à esquerda, Vince Vaughn (photo by cine.gr)

Cena de Até o Último Homem, dirigido por Mel Gibson. À direita, o protagonista Andrew Garfield, e à esquerda, Vince Vaughn (photo by cine.gr)

O drama histórico de Martin Scorsese, Silêncio, também tem boas chances por se tratar de um drama histórico de dois padres jesuítas no Japão do século XVII. Além de contar com destaques técnicos como Direção de Arte, Figurino e Fotografia, e o próprio prestígio de Scorsese, o filme tem parte do elenco japonês, o que pode ajudar na questão da “diversidade racial” da Academia.

Cena do novo filme de Martin Scorsese, estrelado por Andrew Garfield (photo by cine.gr)

Cena do novo filme de Martin Scorsese, estrelado por Andrew Garfield (photo by cine.gr)

Claro que a temporada está apenas começando, mas até o momento, boa parte da crítica acredita que o novo filme de Ang Lee tem as melhores chances. A Longa Caminhada de Billy Lynn tem elementos típicos da filmografia do diretor, como a entrega do protagonismo para um ator desconhecido (no caso, Joe Alwyn), e uma grande história: o soldado Billy volta do Iraque para um tour de vitória pelos EUA, intercalando com flashbacks do que realmente aconteceu na guerra. Esse tema era muito bem explorado pelo diretor Oliver Stone (que ganhou dois Oscars por filmes anti-bélicos Platoon e Nascido em 4 de Julho), e costuma agradar a Academia por expôr as entranhas da guerra e sua forte conexão com os EUA.

Cena de comemorações em A Longa Caminhada de Billy Lynn, de Ang Lee (photo by cine.gr)

Cena de comemorações em A Longa Caminhada de Billy Lynn, de Ang Lee (photo by cine.gr)

Não sei quais as reais chances de vitória como Melhor Filme, mas dois candidatos prometem fazer barulho nesta temporada: o drama tenso Animais Noturnos e o musical La La Land: Cantando Estações (pois é, queria esganar quem inventou esse subtítulo escroto!). Curiosamente, ambos saíram premiados no último festival de Veneza e participaram do festival de Toronto. Animais Noturnos é nada mais, nada menos do que o segundo longa do conhecido estilista Tom Ford, que dirigiu o belo Direito de Amar, com atuação soberba de Colin Firth. Depois que conferi o filme na Mostra, foi a obra que mais fiquei pensando por dias, pois tem sequências bem tensas e uma direção com personalidade. Particularmente, não acredito que seja material para Oscar porque tem a coisa da violência e do sexo (vide o fracasso de Os Suspeitos, de Denis Villeneuve no Oscar), e não há um ator que eu possa garantir que receberá uma indicação ao Oscar, mesmo que Aaron Taylor-Johnson e Laura Linney estejam bem, então restaria uma bastante justa indicação para Ford na direção.

Jake Gyllenhaal em cena de Animais Noturnos, segundo filme sob a direção de Tom Ford (photo by cine.gr)

Jake Gyllenhaal em cena de Animais Noturnos, segundo filme sob a direção de Tom Ford (photo by cine.gr)

La La Land já gerou burburinho a partir de seu trailer todo bonito e colorido. É o tipo de trabalho que, por pior que seja sua história, vale a pena ver pelo apuro visual. Mas como fã de Damien Chazelle e seu Whiplash: Em Busca da Perfeição, aposto num musical bem escrito e com ótima montagem. Aliás, além da montagem, a fotografia e a direção são categorias praticamente garantidas no Oscar, assim como a segunda indicação para Emma Stone, que já faturou o prêmio Volpi Cup de Atriz em Veneza e deve conquistar o Globo de Ouro de Atriz – Comédia ou Musical.

Coreografia do musical de Damien Chazelle, La La Land, com Ryan Gosling e Emma Stone (photo by cine.gr)

Coreografia do musical de Damien Chazelle, La La Land, com Ryan Gosling e Emma Stone (photo by cine.gr)

Manchester à Beira-Mar foi o drama que mais reviews positivos recebeu até o momento. Dirigido pelo sempre competente Kenneth Lonnergan, o filme praticamente garante as indicações de Casey Affleck como Ator, e Michelle Williams como Atriz Coadjuvante, além de uma possível para o novato Lucas Hedges como Coadjuvante. A história gira em torno de um tio que precisa cuidar de seu sobrinho após a morte do pai. Dependendo de como vai se sair nos prêmios da crítica como LAFCA e NYFCC, pode surgir como forte candidato a Melhor Filme.

Segundo críticos, Casey Affleck entrega a performance de sua vida em Manchester à Beira-Mar (photo by moviepilot.de)

Segundo críticos, Casey Affleck entrega a performance de sua vida em Manchester à Beira-Mar (photo by moviepilot.de)

Enfim, sem mais delongas, seguem minhas apostas para o momento. Assinalei aqueles que acredito que convertem seu favoritismo em indicação na cor laranja. Lembrando que de novembro até fevereiro, muita coisa pode mudar de acordo com as premiações anteriores ao Oscar, as bilheterias de cada filme, e até mesmo declarações polêmicas que podem ruir toda uma campanha.

MELHOR FILME

  • A Chegada (Arrival)
  • A Longa Caminhada de Billy Lynn (Billy Lynn’s Long Halftime Walk)
  • O Nascimento de uma Nação (The Birth of a Nation)
  • Fences
  • Até o Último Homem (Hacksaw Ridge)
  • Hell or High Water
  • Estrelas Além do Tempo (Hidden Figures)
  • Jackie
  • La La Land: Cantando Estações (La La Land)
  • A Luz Entre Oceanos (The Light Between Oceans)
  • Lion
  • Loving
  • Manchester à Beia-Mar (Manchester by the Sea)
  • Moonlight
  • Animais Noturnos (Nocturnal Animals)
  • Silêncio (Silence)
  • Sully: O Herói do Rio Hudson (Sully)
  • 20th Century Women

Talvez seja a categoria mais complicada de adivinhar, afinal, temos que levar em consideração todas as demais categorias que podem resultar em maior número de estatuetas ganhas. E, claro, a história do filme conta muuuuito. Vejam a vitória de Spotlight nesse ano! Conseguiu ganhar apenas mais um Oscar além de Melhor Filme devido ao peso de sua história verídica.

A Academia adora histórias edificantes, com redenções e humanismo. Nesse quesito, os já citados A Longa Caminhada de Billy Lynn, Até o Último Homem e Fences saem na frente. Também incluiria Estrelas Além do Tempo, que envolve um pequeno grupo de mulheres negras que foi essencial através de seus conhecimentos matemáticos na corrida espacial da NASA contra a Rússia; e o novo filme de Clint Eastwood, Sully: O Herói do Rio Hudson, pela trajetória verídica do piloto de aeronave que pousou o avião no rio para salvar seus passageiros e tripulação. Sim, lembra um pouco o filme O Vôo com Denzel Washington, mas Eastwood e Tom Hanks costumam ter mais prestígio no Oscar.

Particularmente, acredito bastante numa vitória de La La Land. Embora o gênero musical tenha perdido aquela onda dos anos 50 e 60, a Academia nunca deixou de amá-lo. Premiou Moulin Rouge – Amor em Vermelho com dois Oscars em 2001, Chicago como Melhor Filme em 2003, e mais recentemente Os Miseráveis com duas estatuetas. E este novo trabalho de Damien Chazelle, diretor de Whiplash: Em Busca da Perfeição, vem arrancando muitos aplausos desde sua estréia em Veneza e Toronto. Alguns, inclusive, já defendem a vitória incontestável de Emma Stone como atriz. Será?

DIRETOR

  • Ben Affleck (A Lei da Noite)
  • Warren Beatty (Rules Don’t Apply)
  • Damien Chazelle (La La Land)
  • Garth Davis (Lion)
  • Clint Eastwood (Sully: O Herói do Rio Hudson)
  • Tom Ford (Animais Noturnos)
  • Stephen Frears (Florence: Quem é Essa Mulher?)
  • Mel Gibson (Até o Último Homem)
  • Barry Jenkins (Moonlight)
  • Pablo Larraín (Jackie)
  • Ang Lee (A Longa Caminhada de Billy Lynn)
  • Kenneth Lonnergan (Manchester à Beira-Mar)
  • Mike Mills (20th Century Women)
  • Jeff Nichols (Loving)
  • Martin Scorsese (Silêncio)
  • Oliver Stone (Snowden)
  • Morten Tyldum (Passageiros)
  • Denis Villeneuve (A Chegada)
  • Denzel Washington (Fences)

Mesmo sem sequer ter lançado o trailer de Silêncio, Martin Scorsese já está em todas as listas do Oscar 2017 por causa de sua reputação. Aliás, considero Scorsese um caso raríssimo em que a estatueta do Oscar lhe rendeu muito mais maturidade e sabedoria na escolha de projetos. Pra mim, O Lobo de Wall Street e A Invenção de Hugo Cabret, que vieram depois do premiado Os Infiltrados, são ótimos filmes e com ousadia de linguagem. Portanto, vou com os especialistas e incluir seu nome como certo.

Damien Chazelle em set de La La Land: Cantando Estações (photo by lionsgatepublicity.com)

Damien Chazelle em set de La La Land: Cantando Estações (photo by lionsgatepublicity.com)

Em seguida, por mais jovem que seja, Damien Chazelle já merecia ter sido indicado ao Oscar de Diretor em 2015 por Whiplash, dessa forma, acredito que seja natural sua indicação nesta categoria por La La Land. Ele tem um forte apuro técnico na fotografia e na montagem, além de ser um ótimo roteirista, que busca algo inovador (quem não curtiu aquele final de Whiplash?), o que deve lhe garantir vaga na final.

Vencedor de 2 Oscars de Diretor, o taiwanês Ang Lee é aquele profissional competente que sempre tem algo de novo pra mostrar. É um dos raros diretores que consegue mudar de gênero sem perder sua capacidade de contar bem uma história. Por mais que ache difícil ele ganhar o terceiro Oscar, não deve ter dificuldade de figurar entre os cinco indicados.

Por mais que esteja pegando carona na polêmica do #OscarSoWhite, o trabalho de direção de Denzel Washington em Fences tem sido bastante elogiado.

ATOR

  • Casey Affleck (Manchester à Beira-Mar)
  • Don Cheadle (Miles Ahead)
  • Robert De Niro (The Comedian)
  • Joel Edgerton (Loving)
  • Michael Fassbender (A Luz Entre Oceanos)
  • Andrew Garfield (Até o Último Homem) (Silêncio)
  • Joseph Gordon-Levitt (Snowden)
  • Ryan Gosling (La La Land)
  • Jake Gyllenhaal (Animais Noturnos)
  • Tom Hanks (Sully)
  • Ethan Hawke (Born to be Blue)
  • Michael Keaton (Fome de Poder)
  • Matthew McConaughey (Ouro e Cobiça)
  • Viggo Mortensen (Capitão Fantástico)
  • Nate Parker (O Nascimento de uma Nação)
  • Will Smith (Beleza Oculta)
  • Miles Teller (Bleed for This)
  • Denzel Washington (Fences)

De acordo com os sites de apostas, os únicos “garantidos” na categoria até o momento são Casey Affleck e Denzel Washington. Ambos tiveram suas performances muito bem elogiadas e seriam muito improváveis suas ausências no tapete vermelho. Se confirmadas as previsões, seria a segunda indicação de Affleck (a primeira como ator principal), e a sétima indicação de Washington, que pode levar seu terceiro Oscar depois de Coadjuvante por Tempo de Glória (1989) e Ator por Dia de Treinamento (2001).

À direita, Casey Affleck contracena com Kyle Chandler em cena de Manchester à Beira-Mar (photo by moviepilot.de)

À direita, Casey Affleck contracena com Kyle Chandler em cena de Manchester à Beira-Mar (photo by moviepilot.de)

Quase garantido também está Joel Edgerton. Este ator australiano que já participou de grandes produções hollywoodianas como O Grande Gatsby (2013) e Êxodo: Deuses e Reis (2014), vem chamando atenção em papéis mais discretos como em Guerreiro (2011), Aliança do Crime (2015) e O Presente (2015), que também dirigiu. No papel verídico de Richard em Loving, arrancou aplausos em Cannes. Se o filme receber indicações para Filme e Roteiro, suas chances de vitória aumentam bastante.

Existem dois atores mais experientes que viveram músicos este ano que podem entrar na penetra na festa. Don Cheadle como Miles Davis em Miles Ahead, e Ethan Hawke como Chet Baker em Born to be Blue. Como a Academia adora personagens baseados em figuras reais, e sempre tem lugar para produções independentes, por que não?

ATRIZ

  • Amy Adams (Animais Noturnos) (A Chegada)
  • Annette Bening (20th Century Women)
  • Emily Blunt (A Garota no Trem)
  • Jessica Chastain (Miss Sloane)
  • Marion Cotillard (Aliados)
  • Rebecca Hall (Christine)
  • Taraji P. Henson (Estrelas Além do Tempo)
  • Isabelle Huppert (Elle)
  • Jennifer Lawrence (Passageiros)
  • Ruth Negga (Loving)
  • Natalie Portman (Jackie)
  • Emma Stone (La La Land: Cantando Estações)
  • Meryl Streep (Florence: Quem é Essa Mulher?)
  • Alicia Vikander (A Luz Entre Oceanos)
  • Rachel Weisz (Denial)

Quando vi o trailer de Fences, já havia decretado que 2017 seria o ano de Viola Davis. Além de já ter tido a oportunidade de ganhar o Oscar em duas vezes, e estar em alta na série How to Get Away With Murder, a polêmica da ‘diversidade’ certamente garantiria sua vitória. Mas recentemente, após conferir o filme, ela decidiu que sua personagem era coadjuvante, e que portanto, concorreria como uma.

Com o caminho aberto, os holofotes apontam para Emma Stone, que saiu premiada do último Festival de Veneza por La La Land.  Apesar de jovem (tem 28 anos), ela tem se mostrado bem versátil. Já trabalhou com comédias besteirol (A Casa das Coelhinhas), drama (Birdman), animação (Os Croods), comédia romântica (A Mentira), blockbuster (O Espetacular Homem-Aranha), terror (se considerarmos Zumbilândia) já atuou sob a batuta de Woody Allen duas vezes, e agora canta num musical!

Emma Stone em cena do musical La La Land: Cantando Estações (photo by tumblr.com)

Emma Stone em cena do musical La La Land: Cantando Estações (photo by tumblr.com)

Não se sabe se suas concorrentes terão força para bater de frente, mas Natalie Portman promete muita luta por Jackie, no qual vive a ex-primeira dama no momento crítico após o assassinato de seu marido. Estão falando bem de Amy Adams em A Chegada, o que poderia render sua sexta (!) indicação, e uma das raras para atriz em ficção científica. Particularmente, acho que ela só ganha se ela passar por alguma transformação física (será que só eu penso assim?), mas… Caso ela não agrade, temos sempre Meryl Streep à mão, que aliás se transforma em Florence Foster Jenkins, considerada a pior cantora de todos os tempos. Se cuide, Amy!

ATOR COADJUVANTE

  • Mahershala Ali (Moonlight)
  • Warren Beatty (Rules Don’t Apply)
  • Jeff Bridges (Hell or High Water)
  • Kevin Costner (Estrelas Além do Tempo)
  • John Goodman (Rua Cloverfield 10)
  • Hugh Grant (Florence: Quem é Essa Mulher?)
  • Lucas Hedges (Manchester à Beira Mar)
  • Stephen Henderson (Fences)
  • Steve Martin (A Longa Caminhada de Billy Lynn)
  • Liam Neeson (Silêncio)
  • Dev Patel (Lion)
  • Michael Shannon (Animais Noturnos)
  • Timothy Spall (Denial)
  • Aaron Taylor-Johnson (Animais Noturnos)

Das atuações coadjuvantes mais comentadas até agora foi de Lucas Hedges, como o sobrinho que passa a ser criado pelo tio após a morte do pai. Ele seria o comic relief (alívio cômico) de uma trama sobre luto e passado trágico. Esse tipo de papel apresenta elementos que o fazem se destacar num drama, iluminando ainda mais uma atuação, e de quebra, a Academia adora esse tipo de personagem. Acredito que pelo menos um dos três atores possivelmente indicados de Manchester à Beira-Mar deva levar uma estatueta pra casa. Se Casey Affleck não ganhar, temos Lucas Hedges…

À direita, Lucas Hedges atua ao lado de Casey Affleck em Manchester à Beira-Mar (photo by shootlonline.com)

À direita, Lucas Hedges atua ao lado de Casey Affleck em Manchester à Beira-Mar (photo by shootlonline.com)

Na cola de Hedges, outros dois nomes estão crescendo na temporada. Mahershala Ali em Moonlight tem despertado os críticos num drama que contém bullying, pobreza, drogas e família em frangalhos, tanto que já foi comparado a Preciosa: Uma História de Esperança (2009). E o eterno Schindler, Liam Neeson, que deu um tempo nos filmes de ação (não, não tenho nada contra, tanto que adoro o primeiro Busca Implacável) para trabalhar com Martin Scorsese em Silêncio. Como o filme só terá exibição em dezembro, não se sabe praticamente nada sobre a produção, mas quando um ator desse calibre entra num projeto de Scorsese, cheiro de indicação já tem automaticamente.

ATRIZ COADJUVANTE

  • Viola Davis (Fences)
  • Elle Fanning (20th Century Women)
  • Greta Gerwig (20th Century Women)
  • Naomie Harris (Moonlight)
  • Felicity Jones (Sete Minutos Depois da Meia-Noite)
  • Nicole Kidman (Lion)
  • Aja Naomi King (O Nascimento de uma Nação)
  • Sasha Lane (American Honey)
  • Margo Martindale (The Hollars)
  • Janelle Monáe (Estrelas Além do Tempo)
  • Lupita Nyong’o (Rainha de Katwe)
  • Octavia Spencer (Estrelas Além do Tempo)
  • Kristen Stewart (A Longa Caminhada de Billy Lynn)
  • Michelle Williams (Manchester à Beira Mar)
Viola Davis em Fences

Viola Davis em Fences

Muitos já decretaram a vitória de Viola Davis nesta categoria por Fences. Se a transição da campanha de Atriz para Atriz Coadjuvante realmente se concretizar como o estúdio e ela mesma deseja, será muito difícil não entregar o prêmio em suas mãos, já que, além de sua atuação ter sido bem elogiada, ela já foi indicada 2 vezes ao Oscar e está em alta com o público através da série How to Get Away With Murder. E além disso tudo, é uma das melhores atrizes de sua geração. Ela consegue transformar uma única cena de um papel menor em ouro como aconteceu em Dúvida.

Talvez a candidata mais forte depois de Davis, seja Naomie Harris que, além de satisfazer a “diversidade”, interpreta um papel forte de uma mãe viciada em crack no drama Moonlight. Pelas críticas que acompanhei, ela foge do estereótipo e entrega uma performance densa sem apelar. O fato de ela ser conhecida do público por ser o nova Miss Moneypenny na franquia do 007 ajuda bastante, claro.

Outra atuação bem comentada nessa temporada é a de Nicole Kidman como uma mãe que vê seu filho adotado sair em busca de seus pais biológicos. Como Lion tem a grande Weinstein Co. por trás da campanha, acredito que Kidman tem lugar garantido.

ROTEIRO ORIGINAL

  • Steven Knight (Aliados)
  • Andrea Arnold (American Honey)
  • Woody Allen (Café Society)
  • Matt Ross (Capitão Fantástico)
  • Taylor Sheridan (Hell or High Water)
  • Noah Oppenheim (Jackie)
  • Damien Chazelle (La La Land: Cantando Estações)
  • Yorgos Lanthimos e Efthymis Filippou (O Lagosta)
  • Jeff Nichols (Loving)
  • Kenneth Lonnergan (Manchester à Beira-Mar)
  • Barry Jenkins (Moonlight)
  • Mike Mills (20th Century Women)
Cena do drama independente Moonlight, de Barry Jenkins (photo by cine.gr)

Cena do drama independente Moonlight, de Barry Jenkins (photo by cine.gr)

ROTEIRO ADAPTADO

  • Eric Heisserer (A Chegada)
  • Jean-Christophe Castelli (A Longa Caminhada de Billy Lynn)
  • David Hare (Denial)
  • August Wilson (Fences)
  • Robert D. Siegel (Fome de Poder)
  • Erin Cressida Wilson (A Garota no Trem)
  • Allison Schroeder e Theodore Melfi (Estrelas Além do Tempo)
  • Luke Davies (Lion)
  • Ben Affleck (A Lei da Noite)
  • Whit Stillman (Love & Friendship)
  • Patrick Ness (Sete Minutos Depois da Meia-Noite)
  • Tom Ford (Animais Noturnos)
  • Jay Cocks (Silêncio)
  • Todd Komarnicki (Sully: O Herói do Rio Hudson)
Dev Patel em cena de Lion (photo by cine.gr)

Dev Patel em cena de Lion (photo by cine.gr)

FOTOGRAFIA

  • Bradford Young (A Chegada)
  • John Toll (A Longa Caminhada de Billy Lynn)
  • Charlotte Bruus Christensen (Fences)
  • Robert Elswit (Ouro e Cobiça)
  • Roger Deakins (Ave, César!)
  • Mandy Walker (Estrelas Além do Tempo)
  • Stéphane Fontaine (Jackie)
  • Bill Pope (Mogli: O Menino Lobo)
  • Linus Sandgren (La La Land: Cantando Estações)
  • Robert Richardson (A Lei da Noite)
  • Adam Stone (Loving)
  • James Laxton (Moonlight)
  • Seamus McGarvey (Animais Noturnos)
  • Rodrigo Prieto (Silêncio)
Fotografia de A Chegada, de Denis Villeneuve (photo by moviepilot.de)

Fotografia de Bradford Young de A Chegada, de Denis Villeneuve (photo by moviepilot.de)

MONTAGEM

  • Joe Walker (A Chegada)
  • Tim Squyres (A Longa Caminhada de Billy Lynn)
  • Steven Rosenblum (O Nascimento de uma Nação)
  • John Gilbert (Até o Último Homem)
  • Sebastián Sepúlveda (Jackie)
  • Mark Livolsi (Mogli: O Menino Lobo)
  • Tom Cross (La La Land: Cantando Estações)
  • Alexandre de Franceschi (Lion)
  • William Goldenberg (A Lei da Noite)
  • Joi McMillon e Nat Sanders (Moonlight)
  • Joan Sobel (Animais Noturnos)
  • Ruy Diaz e Thelma Schoonmaker (Silêncio)
  • Jabez Olssen (Rogue One: Uma História Star Wars)
  • Blu Murray (Sully: O Herói do Rio Hudson)
Tom Hanks como o piloto em Sully: O Herói do Rio Hudson (photo by moviepilot.de)

Tom Hanks como o piloto em Sully: O Herói do Rio Hudson (photo by moviepilot.de)

DIREÇÃO DE ARTE

  • Gary Freeman (Aliados)
  • Patrice Vermette (A Chegada)
  • Rick Carter (O Bom Gigante Amigo)
  • Mark Friedberg (A Longa Caminhada de Billy Lynn)
  • Charles Wood (Doutor Estranho)
  • Stuart Craig (Animais Fantásticos e Onde Habitam)
  • Alan MacDonald (Florence: Quem é Essa Mulher?)
  • Jess Gonchor (Ave, César!)
  • Jean Rabasse (Jackie)
  • Christopher Glass (Mogli: O Menino Lobo)
  • David Wasco (La La Land: Cantando Estações)
  • Jess Gonchor (A Lei da Noite)
  • Gavin Bocquet (O Lar das Crianças Peculiares)
  • Eugenio Caballero (Sete Minutos Depois da Meia-Noite)
  • Guy Hendrix Dyas (Passageiros)
  • Jeannine Oppewall (Rules Don’t Apply)
  • Dante Ferretti (Silêncio)
No centro, Eddie Redmayne em Animais Fantásticos e Onde Habitam (photo by cine.gr)

No centro, Eddie Redmayne em Animais Fantásticos e Onde Habitam (photo by cine.gr)

FIGURINO

  • Joanna Johnston (Aliados)
  • Colleen Atwood (Animais Fantásticos e Onde Habitam)
  • Sharen Davis (Fences)
  • Consolata Boyle (Florence: Quem é Essa Mulher?)
  • Mary Zophres (Ave, César!)
  • Seong-hie Ryu (The Handmaiden)
  • Madeline Fontaine (Jackie)
  • Mary Zophres (La La Land: Cantando Estações)
  • Jacqueline West (A Lei da Noite)
  • Colleen Atwood (O Lar das Crianças Peculiares)
  • Albert Wolsky (Rules Don’t Apply)
  • Dante Ferretti (Silêncio)
Figurinos de Colleen Atwood em O Lar das Crianças Peculiares (photo by cine.gr)

Figurinos de Colleen Atwood em O Lar das Crianças Peculiares (photo by cine.gr)

MAQUIAGEM

  • Deadpool
  • Animais Fantásticos e Onde Habitam
  • Florence: Quem é Essa Mulher?
  • Até o Último Homem
  • O Lar das Crianças Peculiares
  • Rogue One: Uma História Star Wars
  • Silêncio
  • Star Trek: Sem Fronteiras
Sofia Boutella em cena de Star Trek: Sem Fronteiras (photo by cine.gr)

Sofia Boutella em cena de Star Trek: Sem Fronteiras (photo by cine.gr)

TRILHA MUSICAL ORIGINAL

  • Alan Silvestri (Aliados)
  • Jóhann Jóhannsson (A Chegada)
  • John Williams (O Bom Gigante Amigo)
  • Jeff Danna e Mychael Danna (A Longa Caminhada de Billy Lynn)
  • James Newton Howard (Animais Fantásticos e Onde Habitam)
  • Thomas Newman (Procurando Dory)
  • Alexandre Desplat (Florence: Quem é Essa Mulher?)
  • Pharrell Williams e Hans Zimmer (Estrelas Além do Tempo)
  • Mica Levi (Jackie)
  • John Debney (Mogli: O Menino Lobo)
  • Justin Hurwitz (La La Land: Cantando Estações)
  • Alexandre Desplat (A Luz Entre Oceanos)
  • Volker Bertelmann e Dustin O’Halloran (Lion)
  • Opetaia Foa’i, Mark Mancina e Lin-Manuel Miranda (Moana – Um Mar de Aventuras)
  • Abel Korzeniowski (Animais Noturnos)
  • Thomas Newman (Passageiros)
  • Michael Giacchino (Rogue One: Uma História Star Wars)
  • Michael Giacchino (Zootopia)

CANÇÃO ORIGINAL

  • “I See a Victory” (Estrelas Além do Tempo)
  • “Audition (The Fools Who Dream”) (La La Land: Cantando Estações)
  • “City of Stars” (La La Land: Cantando Estações)
  • “Never Give Up” (Lion)
  • “How Far I’ll Go” (Moana – Um Mar de Aventuras)
  • “The Great Beyond” (Festa da Salsicha)
  • “Faith” (Sing: Quem Canta Seus Males Espanta)
  • “A Letter to the Free” (The 13th)
  • “Can’t Stop the Feeling!” (Trolls)

SOM

  • Horizonte Profundo: Desastre no Golfo
  • Até o Último Homem
  • Animais Fantásticos e Onde Habitam
  • Jason Bourne
  • Mogli: O Menino Lobo
  • La La Land: Cantando Estações
  • A Lei da Noite
  • Passageiros
  • Silêncio
  • Rogue One: Uma História Star Wars
  • Star Trek: Sem Fronteiras
  • Sully: O Herói do Rio Hudson

EFEITOS SONOROS

  • 13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi
  • A Chegada
  • Horizonte Profundo: Desastre no Golfo
  • Doutor Estranho
  • Animais Fantásticos e Onde Habitam
  • Até o Último Homem
  • A Lei da Noite
  • Passageiros
  • Rogue One: Uma História Star Wars
  • Silêncio
  • Star Trek: Sem Fronteiras
  • Sully: O Herói do Rio Hudson

EFEITOS VISUAIS

  • O Bom Gigante Amigo
  • Capitão América: Guerra Civil
  • Animais Fantásticos e Onde Habitam
  • Doutor Estranho
  • Mogli: O Menino Lobo
  • O Lar das Crianças Peculiares
  • Sete Minutos Depois da Meia-Noite
  • Passageiros
  • Meu Amigo, O Dragão
  • Rogue One: Uma História Star Wars
  • Star Trek: Sem Fronteiras
  • X-Men: Apocalipse
  • Warcraft
Efeitos visuais de Doutor Estranho (photo by moviepilot.de)

Efeitos visuais de Doutor Estranho (photo by moviepilot.de)

LONGA DE ANIMAÇÃO

  • Angry Birds: O Filme
  • Kubo e as Cordas Mágicas
  • Kung Fu Panda 3
  • Moana – Um Mar de Aventuras
  • Procurando Dory
  • O Pequeno Príncipe
  • Miss Hokusai
  • The Red Turtle 
  • Festa da Salsicha
  • A Vida Secreta dos Pets
  • Sing: Quem Canta Seus Males Espanta
  • Trolls
  • Zootopia
Cena de The Red Turtle, de Michael Dudok de Wit (photo by cine.gr)

Cena de The Red Turtle, de Michael Dudok de Wit (photo by cine.gr)

FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA

  • Afterimage, de Andrzej Wajda (Polônia)
  • Barakah Meets Barakah, de Mahmoud Sabbagh (Arábia Saudita)
  • De Longe te Observo, de Lorenzo Vigas (Venezuela)
  • Desierto, de Carlos Cuarón (México)
  • A Distinguished Citizen, de Gastón Duprat e Mariano Cohn (Argentina)
  • Elle, de Paul Verhoeven (França)
  • Fogo no Mar, de Gianfranco Rosi (Itália)
  • O Ídolo, de Hany Abu Assad (Palestina)
  • It’s Only the End of the World, de Xavier Dolan (Canadá)
  • Julieta, de Pedro Almodóvar (Espanha)
  • Land of Mine, de Martin Zandvliet (Dinamarca)
  • Ma’Rosa, de Brillante Mendoza (Filipinas)
  • Morte em Sarajevo, de Danis Tanovic (Bósnia Herzegovina)
  • Neruda, de Pablo Larraín (Chile)
  • Toni Erdmann, de Maren Ade (Alemanha)
  • O Apartamento, de Asghar Farhadi (Irã)
Cena do iraniano The Salesman, que dialoga com a obra literária de Arthur Miller. Com o histórico de vitória no Oscar, Asghar Farhadi praticamente garante sua presença no Oscar 2017, na opinião deste humilde blogueiro. (photo by cine.gr)

Cena do iraniano The Salesman, que dialoga com a obra literária de Arthur Miller. Com o histórico de vitória no Oscar, Asghar Farhadi praticamente garante sua presença no Oscar 2017, na opinião deste humilde blogueiro. (photo by cine.gr)

Na lista, existem nomes fortes na disputa, como o espanhol Pedro Almodóvar com Julieta, e o canadense Xavier Dolan com It’s Only the End of the World, mas eu, particularmente, aposto nas indicações de Neruda, de Pablo Larraín (Chile) – até mesmo porque o diretor também é responsável por Jackie, estrelado por Natalie Portman – e The Salesman, de Asghar Farhadi (Irã) – ele já venceu em 2012 com A Separação e este novo filme dialoga com a obra de Arthur Miller, “A Morte de um Caixeiro-Viajante”. Também não descartaria os vencedores de prêmios de festivais como o documentário italiano Fogo no Mar, de Gianfranco Rosi, que levou o Urso de Ouro em Berlim; o drama venezuelano De Longe te Observo, de Lorenzo Vigas, que ganhou o Leão de Ouro 2015. Gostaria muito que o representante francês Elle recebesse uma indicação, pois idolatro o diretor Paul Verhoeven. Mas as chances são mínimas, já que seu filme retrata um tema polêmico (estupro) sob uma perspectiva… bem, digamos, “Verhoevenesca”, à la provocateur. Espero que a tal “diversidade” também atinja a categoria mais conservadora do Oscar…

***

As indicações ao Oscar 2017 serão anunciadas ao vivo no dia 24 de janeiro, e a cerimônia está marcada para o dia 26 de fevereiro.

 

Alejandro G. Iñárritu, George Miller, Tom McCarthy, Ridley Scott e Adam McKay conquistam indicação ao DGA 2016

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Do alto, da esquerda para direita: Adam McKay, Ridley Scott, Tom McCarthy, Alejandro González Iñárritu e George Miller (photo montage by awardsdaily.com)

DIRETOR BRASILEIRO, FERNANDO COIMBRA, É RECONHECIDO POR NOVA CATEGORIA PARA ESTREANTES

Por se tratar de um dos melhores parâmetros para o Oscar (se não o melhor), o DGA é praticamente garantia de que o vencedor aqui leva o prêmio de direção da Academia em seguida. E quem estiver fora dessa lista, pode praticamente dar adeus a uma vitória no Oscar. Nesse caso, os excluídos Todd Haynes (Carol) e Steven Spielberg (Ponte dos Espiões) podem até conquistar uma indicação ao Oscar na quinta-feira, mas chances reais de vitória caem drasticamente.

Pra quem não se recorda, vale lembrar que em 67 anos de existência, o DGA só não coincidiu com o vencedor do Oscar de diretor em apenas 7 ocasiões:

  • Em 1968: Anthony Harvey ganhou o DGA Award por O Leão no Inverno, enquanto Carol Reed levou o Oscar por Oliver!
  • Em 1972: Francis Ford Coppola por O Poderoso Chefão (DGA) e Bob Fosse por Cabaret (Oscar).
  • Em 1985: Steven Spielberg por A Cor Púrpura (DGA), e Sydney Pollack por Entre Dois Amores (Oscar).
  • Em 1995: Ron Howard por Apollo 13 (DGA), e Mel Gibson por Coração Valente (Oscar).
  • Em 2000: Ang Lee por O Tigre e o Dragão (DGA) e Steven Soderbergh por Traffic (Oscar).
  • Em 2002: Rob Marshall por Chicago (DGA) e Roman Polanski por O Pianista (Oscar).
  • Em 2013: Ben Affleck por Argo (DGA) e Ang Lee por As Aventuras de Pi (Oscar).

Pra ser bem sincero, acredito que Adam McKay deve ceder sua vaga no Oscar para Haynes, o que fortaleceria suas chances de ganhar como roteirista por A Grande Aposta.

Enfim… as indicações ao DGA foram anunciadas hoje, dia 12, e o presidente do sindicato, Paris Barclay, aproveitou para elogiar os trabalhos de 2015: “O que faz com que este ano seja diferente é a ambição desenfreada dos indicados – no tema , na produção, na imaginação visual. O que faz com que este ano seja o mesmo é que os filmes foram todos escolhidos pelos colegas dos diretores, e é claro que nossos membros adoram quando as pessoas usam sua visão e habilidade para elevar os meios para novos patamares. Parabéns a todos os indicados por seu trabalho incrível.”

Pelo discurso, parecia que ele estava elogiando o trabalho ousado de George Miller em Mad Max: Estrada da Fúria, o que talvez soaria como um indicativo de que este pode ser o primeiro DGA de Miller, mas ele terá dura competição pela frente, com um imbatível Alejandro González Iñárritu, que acaba de levar o Globo de Ouro por O Regresso, e Ridley Scott por Perdido em Marte, que está com cara de que pode levar mais pelo conjunto de sua obra do que pelo filme em si.

Nesta 68ª edição, o DGA resolveu criar uma nova categoria destinada a diretores estreantes, tamanho o talento encontrado em novos diretores. Por se tratar de um prêmio novíssimo, não dá pra saber ainda se ele terá algum tipo de impacto no Oscar, mas definitivamente, trata-se de um reconhecimento merecido.

Além de figuras mais conhecidas como Alex Garland (que roteirizou Extermínio, Sunshine – Alerta Solar e Não me Abandone Jamais) e Joel Edgerton (ator de Reino Animal, Guerreiro e O Grande Gatsby), o diretor brasileiro Fernando Coimbra foi indicado por seu trabalho no bom e tenso thriller O Lobo Atrás da Porta, uma espécie de Atração Fatal carioca. Ele, que já vinha em ascensão com a direção de episódios da série Narcos e agora filmando Sand Castle, longa estrelado por Henry Cavill e Nicholas Hoult, passa a ter mais destaque no cenário internacional com esta indicação. Espero que ele prospere e siga a trajetória de sucesso de nossos diretores Walter Salles, Fernando Meirelles e José Padilha.

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Em primeiro plano, Leandra Leal em cena de O Lobo Atrás da Porta, de Fernando Coimbra (photo by cinemaorama.com.br)

 

Seguem os indicados a Diretor:

ALEJANDRO GONZÁLEZ IÑÁRRITU (O Regresso)

Alejandro González IñárrituVencedor do DGA de 2015 por Birdman, esta é sua terceira indicação. Perdeu em 2007 por Babel. Como cinéfilo e admirador do diretor desde seu primeiro longa Amores Brutos (2000), acredito que ele evoluiu bastante. Por um momento, temi que ele fosse se limitar à estrutura narrativa de histórias paralelas que se cruzam com uma tragédia, mas ele conseguiu se superar com Biutiful e Birdman, e promete ser um daqueles raros diretores que buscam inovações a cada novo trabalho. Com a colaboração inestimável de seu DP (diretor de fotografia) Emmanuel Lubezki, Iñárritu se mostra promissor e deve conquistar pelo menos mais uma estatueta do Oscar.

TOM McCARTHY (Spotlight – Segredos Revelados)

Tom McCarthyFoi atuando como ator que Tom McCarthy começou a observar o trabalho dos diretores. Por estar no elenco, viu de perto o modo de trabalho de Richard Donner em Teoria da Conspiração, George Clooney em Boa Noite e Boa Sorte e Clint Eastwood em A Conquista da Honra. Logo em seu primeiro filme como diretor, em O Agente da Estação, foi premiado pelo BAFTA, Independent Spirit e Sundance. Em seguida dirigiu dois bons trabalhos em O Visitante e Ganhar ou Ganhar – A Vida é um Jogo, mas em 2014, resolveu dirigir um filme bem ruinzinho estrelado por Adam Sandler, Trocando os Pés. Felizmente, voltou a um cinema mais consistente em Spotlight – Segredos Revelados. Esta é sua primeira indicação ao DGA.

ADAM McKAY (A Grande Aposta)

Adam McKaySe olharmos para a filmografia de Adam McKay, encontraremos exemplares das comédias estreladas por Will Ferrell como Ricky Bobby – A Toda Velocidade, Quase Irmãos e Os Outros Caras, filmes que dificilmente seriam reconhecidos no Oscar ou mesmo no DGA. Imagino que deve ter amadurecido seu feeling e timing cômico nessa trama sobre a crise econômica de A Grande Aposta. Espero. Esta é sua primeira indicação ao DGA.

 

GEORGE MILLER (Mad Max: Estrada da Fúria)

George MillerGeorge Miller era daqueles diretores que eu pensava: “Por que esse cara nunca foi reconhecido pela Academia?” Ele dirigiu uma das melhores trilogias do cinema: Mad Max. E nada! Então, ele passou a ser mais sentimentalista (ou passou a se vender – dependendo do ponto de vista) dirigindo dramas como O Óleo de Lorenzo (1992) e dirigir filmes fofinhos como Babe – O Porquinho Atrapalhado na Cidade (1998) e animação Happy Feet: O Pingüim (2006) e sua continuação. Acho que só o fato de ele ter conseguido convencer o estúdio a lhe dar carta branca pra fazer esse insano e politicamente incorreto Mad Max: Estrada da Fúria em tempos de cinema careta já foi uma vitória incontestável. Esta é sua primeira indicação ao DGA.

RIDLEY SCOTT (Perdido em Marte)

Ridley ScottEu tinha uma grande admiração por Ridley Scott. Ele dirigiu duas das melhores ficções científicas da História do Cinema: Alien, o Oitavo Passageiro (1979) e Blade Runner – O Caçador de Andróides (1982), mas desde que o vi com aquela cara de mau perdedor no Oscar 2001, quando competia por Gladiador e perdeu para Steven Soderbergh (Traffic), fiquei com a expressão: “Esse mau perdedor aí é o diretor de Alien?”. Seu novo filme Perdido em Marte é uma boa ficção científica que tem como mérito ser otimista, algo muito raro no gênero. Acredito que tem grandes chances aqui e no Oscar, porém mais por sua filmografia que inclui o cult Thelma & Louise, Os Duelistas e Chuva Negra. Esta é sua quarta indicação ao DGA. Ele foi indicado antes por Thelma & Louise, Gladiador e Falcão Negro em Perigo.

Seguem os indicados a Melhor Diretor Estreante:

  • Fernando Coimbra (O Lobo Atrás da Porta)
  • Joel Edgerton (O Presente)
  • Alex Garland (Ex-Machina: Instinto Artificial)
  • Marielle Heller (O Diário de uma Adolescente)
  • László Nemes (O Filho de Saul)

 

O 68º DGA Awards acontece no dia 06 de fevereiro.

Indicações ao DGA 2015 ajudam ‘Sniper Americano’ e ‘O Jogo da Imitação’

Da esquerda pra direita: Clint Eastwood, Alejandro González Iñárritu, Richard Linklater, Wes Anderson e Mortem Tyldum são os indicados ao DGA 2015 (photo by variety.com)

Da esquerda pra direita: Clint Eastwood, Alejandro González Iñárritu, Richard Linklater, Wes Anderson e Mortem Tyldum são os indicados ao DGA 2015 (photo by variety.com)

O 67th Annual DGA Awards divulgou nesta terça, dia 13, seus cinco indicados a Melhor Diretor e os filmes Sniper Americano e O Jogo da Imitação têm motivos para comemorar. Não que os demais indicados Boyhood, Birdman e O Grande Hotel Budapeste não tenham, mas suas inclusões na lista foram as surpresas desta edição.

Sei que é muito fácil dizer isso agora, mas eu já previa uma nova indicação para Clint Eastwood. Para quem acompanhou a escalada relâmpago de Sniper Americano nos últimos prêmios (foi indicado para  ADG, Eddie, PGA e WGA), já podia imaginar que essa crescente resultaria em algo maior. Aliás, espera-se o longa conquiste seu espaço entre as indicações ao Oscar, que serão anunciadas nesta quinta.

Já a presença do norueguês Morten Tyldum soa como uma espécie de estranho no ninho. Embora seu O Jogo da Imitação esteja presente em todos os prêmios, ele não vinha tendo quase nenhuma projeção como diretor. Nem no Critics’ Choice Awards que tem seis vagas na categoria ele conseguiu uma indicação! Contudo, o sindicato dos diretores, formado por mais de 15 mil votantes, enxergou qualidade em sua direção. Embora eu não tenha visto O Jogo da Imitação, vi seu filme anterior, Headhunters, que apresenta uma trama intricada envolvendo roubo de quadros, mas que tem na tensão do início ao fim resultado de uma paranóia crescente, que lembra A Conversação (1974), de Francis Ford Coppola, sua melhor qualidade como diretor.

Por mais que não tenham enviado cópias de Selma para os sindicatos, a exclusão mais comentada foi a de sua diretora Ava DuVernay, pois ela foi indicada ao Globo de Ouro e ao Critics’ Choice Awards. No início da temporada, havia uma expectativa de que poderia rolar uma competição inédita envolvendo duas diretoras: DuVernay e Angelina Jolie, por O Invencível, mas a última não tem sido uma unanimidade entre os críticos. Já Ava DuVernay ainda tem grandes chances de concorrer ao Oscar, por dois motivos básicos: 1º Os responsáveis pela campanha de Selma enviaram os screeners para a Academia (ao contrário dos sindicatos); e 2º a Academia adora fatos inéditos para sua gloriosa História. Se indicada, ela será a primeira diretora negra a competir na categoria de Direção, ou como eles gostam de chamar lá, afro-americana.

Entre os demais excluídos estão David Fincher (Garota Exemplar), Damien Chazelle (Whiplash: Em Busca da Perfeição), James Marsh (A Teoria de Tudo) e Dan Gilroy (O Abutre). Alguns fãs mais calorosos também argumentam a ausência de Christopher Nolan por Interestelar. Bom, como já vi o filme, posso dizer que concordo com a sua exclusão, pois apesar do estilo visual apurado dele, considero Nolan didático demais. Ele precisa explicar tudo pra fazer a história andar, por isso que seus filmes são tão longos e chatos…

Com as indicações, o DGA Awards praticamente confirma as indicações ao Oscar de Richard Linklater, Alejandro González Iñárritu e Wes Anderson. As outras duas vagas podem e devem mudar na quinta-feira no anúncio do Oscar.

Seguem os indicados ao 67º DGA Awards:

Wes Anderson

Wes Anderson

WES ANDERSON
O Grande Hotel Budapeste
Conhecido por filmes alternativos e seu humor refinado, esta é a primeira indicação dele no DGA. Para quem acompanha seus filmes desde os anos 90 como Três é Demais, Os Excêntricos Tenenbaums, A Vida Marinha com Steve Zissou, O Fantástico Sr. Raposo e Moonrise Kingdom, é possível ver uma nítida evolução nesse O Grande Hotel Budapeste. Comparado a Tim Burton por sua forte identificação de estilo visual nos campos da Direção de Arte, Fotografia e Figurino, Wes Anderson passou a aprimorar sua direção nos roteiros de sua autoria, aliados à sua montagem seca que valoriza o humor. Esta indicação vem mais do que merecida.

 

Clint Eastwood

Clint Eastwood

CLINT EASTWOOD
Sniper Americano
Pupilo de mestres como Sergio Leone e Don Siegel, Clint Eastwood se tornou um novo mestre do cinema contemporâneo ao tratar de temas polêmicos como a pedofilia em Sobre Meninos e Lobos, a síndrome de Estocolmo em Um Mundo Perfeito e a eutanásia em Menina de Ouro. Ele retorna com um tratamento diferenciado do vício da guerra em Sniper Americano. Esta é sua quarta indicação no DGA. Ele venceu duas vezes: em 1993 por Os Imperdoáveis, e em 2005 por Menina de Ouro. Em 2006, foi homenageado pelo prêmio pelo conjunto da carreira.

Alejandro González Iñárritu

Alejandro González Iñárritu

ALEJANDRO GONZÁLEZ IÑÁRRITU
Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)
O diretor mexicano ficou conhecido mundialmente por seu visceral Amores Brutos (2000) – o qual sou muito mais o título original ‘Amores Perros’ – e assim como incontáveis talentos estrangeiros, aproveitou a oportunidade de projeção internacional e embarcou em um projeto com atores hollywoodianos. O dele se chamada 21 Gramas, que tinha ninguém menos do que Sean Penn e a ascendente Naomi Watts e Benicio Del Toro. Com seu sucesso de crítica, avançou uma casa e realizou um projeto mais ambicioso intitulado Babel, com atores de várias nacionalidades como a japonesa Rinko Kikuchi e a mexicana Adriana Barraza, mas também contou com Brad Pitt e Cate Blanchett. Agora com Birdman, conseguiu reavivar a carreira do sumido Michael Keaton e até de Edward Norton, que estava meio apagado nos últimos anos. Esta é sua segunda indicação ao DGA. Ele foi indicado anteriormente por Babel em 2007.

Richard Linklater

Richard Linklater

RICHARD LINKLATER
Boyhood: Da Infância à Juventude
Embora esta seja a primeira indicação de Richard Linklater, ele é bastante conhecido no circuito independente de cinema. Além da trilogia Antes do Amanhecer, Antes do Pôr-do-Sol e Antes da Meia-Noite, ele foi responsável por cults como Jovens, Loucos e Rebeldes e Waking Life. Costuma trabalhar sempre com os mesmos colaboradores como Ethan Hawke, Julie Delpy, Patricia Arquette e Keanu Reeves. Contudo, a grande ambição por trás de Boyhood deve lhe garantir o prêmio, pois desafiou o sistema de contratos longos ao estender suas filmagens por 12 anos e assim finalizar um projeto baseado em amor. E filmes sobre amadurecimento jamais serão os mesmos depois de Boyhood.

Morten Tyldum

Morten Tyldum

MORTEN TYLDUM
O Jogo da Imitação
Também estreante no DGA, o diretor norueguês Morten Tyldum teve trajetória semelhante ao de Alejandro González Iñárritu, pois depois do sucesso de seu filme Headhunters, todo falado em norueguês, ele recebeu convite para dirigir a adaptação de Graham Moore sobre a história vitoriosa do matemático Alan Turing, que quebrou os códigos alemães para acabar com a Segunda Guerra Mundial. Para esta adaptação, ele logo conseguiu juntar grandes talentos em ascensão como Benedict Cumberbatch, que já é almejado por vários diretores consagrados. Independente da indicação ao Oscar, deve ter caminho brilhante adiante.

“Num ano repleto de filmes excelentes, os membros do DGA indicaram um grupo estelar de cineastas apaixoandos. Inspiradores e artísticos, estes cinco diretores fizeram filmes que deixaram um impacto marcante não apenas em seus companheiros diretores e membros do time de diretores, mas no público mundo afora. Parabéns a todos os indicados por seu trabalho magnífico”, declarou o presidente do DGA Paris Barclay.

Vale sempre ressaltar que o vencedor do DGA está com a mão na taça, pois em toda sua história, apenas em sete casos o vencedor não coincidiu:

  • Em 1968: Anthony Harvey ganhou o DGA Award por O Leão no Inverno, enquanto Carol Reed levou o Oscar por Oliver!
  • Em 1972: Francis Ford Coppola por O Poderoso Chefão (DGA) e Bob Fosse por Cabaret (Oscar).
  • Em 1985: Steven Spielberg por A Cor Púrpura (DGA), e Sydney Pollack por Entre Dois Amores (Oscar).
  • Em 1995: Ron Howard por Apollo 13 (DGA), e Mel Gibson por Coração Valente (Oscar).
  • Em 2000: Ang Lee por O Tigre e o Dragão (DGA) e Steven Soderbergh por Traffic (Oscar).
  • Em 2002: Rob Marshall por Chicago (DGA) e Roman Polanski por O Pianista (Oscar).
  • Em 2013: Ben Affleck por Argo (DGA) e Ang Lee por As Aventuras de Pi (Oscar).

O vencedor do DGA 2015 será anunciado no dia 07 de fevereiro em cerimônia no Hyatt Regency Century Plaza.

‘Invencível’, ‘Birdman’ e ‘Sr. Turner’ entre os indicados do ASC 2015

Brasão da ASC: American Society of Cinematographers (photo by btlnews.com)

Brasão da ASC: American Society of Cinematographers (photo by btlnews.com)

ROGER DEAKINS E EMMANUEL LUBEZKI FIGURAM ENTRE OS FAVORITOS

Chegou a vez do sindicato dos fotógrafos (ou diretores de fotografia) divulgar seus cinco indicados a Melhor de 2014. A ASC (American Society of Cinematographers) premia os melhores da área desde 1987, quando Jordan Cronnenweth ganhou por Peggy Sue, Seu Passado a Espera. De lá pra cá, tem sido um prêmio de extrema importância do meio, mas que não tem tido muita sincronia com o ganhor do Oscar. Dos últimos cinco vencedores do ASC, apenas 2 repetiram o feito no prêmio da Academia: Wally Pfister em 2010 por A Origem, e Emmanuel Lubezki no ano passado por Gravidade. Dá a entender que essa diferença de vencedor vem do fato da categoria de fotografia ser muitas vezes tratada como mais uma simplesmente para somar ao total de Oscars do Melhor Filme do ano do que pelo próprio mérito e qualidade técnica.

O vencedor do ASC de 2014, Lubezki, retorna este ano com uma produção bem mais modesta do que Gravidade, mas sua fotografia parece ter mais vida em Birdman do que na ficção científica. Como já citei inúmeras vezes aqui, sou mais a favor de uma fotografia mais artesanal e/ou manual, e contra esse excesso de efeitos digitais de manipulação na pós-produção como aconteceu em As Aventuras de Pi, tanto que na minha opinião, o Oscar de 2013 deveria ter ido para Roger Deakins, por seu trabalho excepcional em 007 – Operação Skyfall do que o filme de Ang Lee.

Felizmente, ele retorna este ano na lista do ASC por seu trabalho no filme de guerra, Invencível. E, se confirmada, será nada menos que sua 12ª indicação ao Oscar e SEM VITÓRIA! Claro que não defendo uma vitória no Oscar simplesmente por acúmulo de indicações sem vitória, senão Peter O’Toole e Richard Burton teriam seus Oscars faz tempo, mas acredito que Deakins apenas não teve sorte, pois das 11 vezes em que concorreu, no mínimo, poderia ter ganhado em duas oportunidades: pela belíssima fotografia PB de O Homem que Não Estava Lá e o já citado espetáculo de imagens de 007 – Operação Skyfall, mas perdeu por filmes do momento. Como Emmanuel Lubezki ganhou há um ano, e os demais concorrentes não têm o mesmo gabarito dele, estou crente que Roger Deakins finalmente leva seu Oscar este ano. Estou fazendo campanha desde já!

Os indicados ao 29th Annual ASC Awards são:

– Roger Deakins (Invencível)
– Óscar Faura (O Jogo da Imitação)
– Emmanuel Lubezki (Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância))
– Dick Pope (Sr. Turner)
– Robert D. Yeoman (O Grande Hotel Budapeste)

Roger Deakins (Invencível)

Roger Deakins (Invencível) – photo by outnow.ch

Óscar Faura (O Jogo da Imitação) - photo by outnow.ch

Óscar Faura (O Jogo da Imitação) – photo by outnow.ch

Emmanuel Lubezki (Birdman) - photo by outnow.ch

Emmanuel Lubezki (Birdman) – photo by outnow.ch

Dick Pope (Sr. Turner) - photo by outnow.ch

Dick Pope (Sr. Turner) – photo by outnow.ch

Robert D. Yeoman (O Grande Hotel Budapeste) - photo by outnow.ch

Robert D. Yeoman (O Grande Hotel Budapeste) – photo by outnow.ch

Estes indicados representam uma fabulosa lista selecionada por uma rica gama de trabalhos deste ano. É espetacular como estes diretores de fotgrafia mais uma vez redefiniram os limites do que fazemos.”, disse o presidente da ASC, Richard Crudo.

Esta é a 13ª indicação de Deakins, sendo que ele levou três prêmios anteriormente por 007 – Operação Skyfall, O Homem que Não Estava Lá e Um Sonho de Liberdade. O mesmo número de Lubezki, que ganhou por Gravidade, A Árvore da Vida e Filhos da Esperança. Já Dick Pope foi indicado antes por O Ilusionista, enquanto os demais nunca haviam sido indicados.

O vencedor será conhecido no dia 15 de janeiro em evento que acontecerá no Hyatt Regency Century Plaza em Los Angeles.

Netflix anuncia estratégia que pode decretar o fim dos cinemas

Cena de O Tigre e o Dragão 2 (photo by colider.com)

Michelle Yeoh em cena de O Tigre e o Dragão 2 (photo by colider.com)

Neste início de outubro, o serviço de streaming da Netflix fez dois anúncios que devem ameaçar seriamente a indústria do cinema: lançará a sequência O Tigre e o Dragão 2 (Crouching Tiger, Hidden Dragon: The Green Legend) em sua plataforma e em algumas salas de cinema selecionadas em conjunto com a Weinstein Co. em Agosto de 2015; e em seguida, quatro filmes estrelados por Adam Sandler.

Depois de agitar o universo televisivo com séries de sua produção, House of Cards e Orange is the New Black, que conquistaram o público e algumas indicações ao Emmy, a Netflix pretende alçar vôos mais altos em Hollywood ao oferecer lançamentos diretamente pelo streaming, eliminando as etapas tradicionais: sala de projeção, Blu-ray e DVD, e serviços On Demand antes de pertencer aos catálogos de streaming.

“São anúncios muito importantes que mudam o jogo”, disse Chris McGurk, diretor-executivo da Cinedigm. “O público de hoje não liga para as regras antigas de estúdio e entretenimento. Eles querem ver filmes quando eles bem querem, como eles querem e em qualquer dispositivo que eles querem.” Há alguns anos, eu mesmo não imaginava pessoas assistindo a filmes em celulares e tablets, mas hoje é uma realidade.

Além dessa modernização do modo de assistir a um filme, hoje ir ao cinema é um programa caro. Confira comigo: ingressos a 30 reais, combo de pipoca e refrigerante a 20 reais, e estacionamento de shopping a 15 reais, totalizando 65 reais quando sozinho. Se for em casal, já salta pra casa dos 100 reais, sem contar a gasolina. Agora, substitua a locomoção toda por um Netflix (assinatura mensal a 16,90 reais), e a pipoca de ouro do Cinemark pela pipoca de microondas, e eis uma redução drástica de valor que estimula o programa caseiro.

Pra que encarar filas, pipocas caras e gente mal educada nas salas? Ligue a TV no Netflix (photo by adrenaline.uol.com.br)

Pra que encarar filas, pipocas caras e gente mal educada nas salas? Ligue a TV no Netflix (photo by adrenaline.uol.com.br)

Há algumas décadas, a indústria do cinema aplicava esse sistema direto ao espectador quando o filme era de baixo orçamento e pouco aguardado sendo lançado direto em vídeo, o chamado made-for-TV-movie. Há poucos anos, algumas produções modestas como Margin Call – O Dia Antes do Fim (2011) e A Negociação (2012) foram lançadas simultaneamente em cinemas e plataformas On Demand como uma espécie de experimento, pois os estúdios estavam receosos de perder dinheiro com produções maiores. Hoje, eles já pensam até em lançar grandes franquias como Star Wars, James Bond e os filmes da Marvel Studios.

Dependendo do sucesso da estratégia da Netflix, os grandes estúdios devem aderir gradativamente ao sistema do lançamento via streaming, podendo quebrar várias redes de cinema. Segundo a matéria da Variety, os donos das maiores redes de cinema americanas (AMC, Cinemark, Regal e Carmike) se recusarão a exibir O Tigre e o Dragão 2 em suas telas como uma forma de protesto. O fato é que o público que frequenta cinema vem caindo ao longo dos anos, e só não piorou porque recebeu uma sobrevida com o advento do filme 3D com o mega-sucesso Avatar (2009), pois ver filmes com óculos tridimensionais era um espetáculo à parte e até então exclusivo nas salas de projeção, mas daqui a pouco nem isso vai segurar o público nas salas.

Talvez a sequência do longa taiwanês O Tigre e o Dragão não seja parâmetro para indicar o sucesso da estratégia da Netflix, uma vez que não conta com o diretor Ang Lee, nem as estrelas Chow Yun-Fat e Zhang ZiYi, mas os filmes de Adam Sandler sempre estão entre os mais vistos nos EUA. E se esse sucesso comercial se repetir ou até superar os números das bilheterias, o cinema como conhecemos pode estar com seus dias contados.

Ao lado de Rosemarie DeWitt, Adam Sandler estrela novo filme de Jason Reitman: Homens, Mulheres e Filhos (photo by elfilm.com)

Ao lado de Rosemarie DeWitt, Adam Sandler estrela novo filme de Jason Reitman: Homens, Mulheres e Filhos (photo by elfilm.com)

Embora goste da experiência de ir ao cinema, será inevitável que esse avanço represente economia ao público e estúdios. Só essa enxugada na verba relativa à exibição já proporcionará salários mais recheados para as estrelas de Hollywood, atraindo a nata dos atores famosos ao Netflix, que atualmente gasta cerca de 3 bilhões de dólares em suas produções. Claro que também significará inúmeras demissões e a decadência de uma cultura centenária, contudo, não acredito em extinção definitiva do formato. Podemos tomar como exemplo a digitalização da literatura através dos e-books. Enquanto os leitores modernos economizam na compra de obras, outros ainda preferem o contato físico e até o cheiro do papel dos livros. Ambos os formatos convivem atualmente em equilíbrio, o que deve acontecer entre cinemas e streaming nas próximas décadas.

Quem sabe com os lançamentos indo direto pra streaming, aqueles espectadores que conversam e atendem o celular durante a sessão não chateiam menos as pessoas ficando em casa? Esse público mal educado não merece esta Arte.

Celular, conversa, batidas constantes na poltrona definitivamente não combinam com uma sessão de cinema (photo by pt.wikinoticia.com)

Celular, conversa, batidas constantes na poltrona definitivamente não combinam com uma sessão de cinema (photo by pt.wikinoticia.com)

Top 10 dos Diretores – Parte 3

A fotografia intimista de A Árvore da Vida

A Árvore da Vida, Terrence Malick: um dos trabalhos recentes mais bem votados entre diretores e críticos (photo by outnow.ch)

SELEÇÃO DE DIRETORES APRESENTA SENSO CRÍTICO E GOSTO PESSOAL

Para quem estava acompanhando as escolhas de filmes dos diretores (1ª parte: https://cinemaoscareafins.wordpress.com/2012/08/11/top-10-dos-diretores/ e 2ª parte: https://cinemaoscareafins.wordpress.com/2013/11/16/top-10-dos-diretores-parte-2/), esta é a terceira e última parte da matéria especial, lançada a cada dez anos pela revista britânica Sight & Sound. Infelizmente, a pesquisa não alcançou nomes consagrados como Steven Spielberg, Tim Burton, Clint Eastwood e Peter Jackson, mas há nomes interessantes como o do roteirista da nova trilogia de Star Wars, Lawrence Kasdan; do cineasta turco Nuri Bilge Ceylan, que venceu a Palma de Ouro este ano; do britânico Paul Greengrass que trabalha tão bem o limite entre ficção e documentário através de câmera na mão e montagem frenética nos filmes do agente Jason Bourne e do aclamado Vôo United 93.

Particularmente, gostei bastante das escolhas de Peter Farrelly. Como um dos melhores diretores de comédias atualmente, obviamente, ele não poderia deixar de mencionar o clássico Apertem os Cintos… O Piloto Sumiu, mas soube também valorizar a coragem de se fazer humor a partir de temas tabus à sociedade como fez Borat: O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Viaja à América, que fala sobre gênero, raça e religião de forma que ilumina preconceitos existentes.  Ele destaca o amor pela arte do humor do comediante Sacha Baron Cohen, que poderia ter sido espancado ou até morto por suas piadas infames em prol de uma boa risada. Por Borat, ele sofreu uma série de processos judiciais por se passar por um personagem ingênuo para provocar gargalhadas. Apesar de tudo isso, Farrelly ressalta a injustiça da comédia ainda ser tratada como uma espécie de sub-gênero. Claro que Farrelly ganha pontos comigo por ter selecionado Sideways – Entre Umas e Outras, um de meus filmes favoritos.

Sacha Baron Cohen em cena de Borat. Segundo Farrelly, um dos mais corajosos filmes de comédia. (photo by outnow.ch)

Sacha Baron Cohen em cena de Borat. Segundo Farrelly, um dos mais corajosos filmes de comédia. (photo by outnow.ch)

Embora trate-se de uma matéria sobre diretores, vale destacar as escolhas do recém-falecido crítico de cinema Roger Ebert. Esta é a quinta vez que ele vota para a pesquisa da Sight & Sound, e confessa que é um desafio enorme incluir um filme novo a cada década. Para esta eleição, estava na dúvida entre Sinédoque, Nova York, de Charlie Kaufman e A Árvore da Vida, de Terrence Malick. Optou pelo último por acreditar que sua importância crescerá ao longo dos anos. Sua lista contempla uma abrangência da década de 40 até a atual, recordando grandes diretores como Federico Fellini, Yasujirô Ozu, Alfred Hitchcock e Stanley Kubrick.

É interessante verificar também as escolhas de três diretores brasileiros: Walter Salles e Tata Amaral, que elegeram trabalhos brasileiros como fonte rica de inspiração como O Bandido da Luz Vermelha, Terra em Transe e Vidas Secas, que reflete a ternura e a crueza do nordeste brasileiro em Central do Brasil e Abril Despedaçado de Walter Salles.

Lawrence Kasdan

Nasceu em janeiro de 1949 – Florida, EUALawrence Kasdan
Trabalhos em destaque: Corpos Ardentes (1981), O Reencontro (1983), O Turista Acidental (1988), Grand Canyon – Ansiedade de uma Geração (1991)

  • O Exército das Sombras (L’Armée des Ombres/ 1969, dir. Jean-Pierre Melville)
  • A Batalha de Argel (La Battaglia di Algeri/ 1966, dir. Gillo Pontecorvo)
  • Dr. Fantástico (Dr. Strangelove or: How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb/ 1964, dir. Stanley Kubrick)
  • O Poderoso Chefão (The Godfather/ 1972, dir. Francis Ford Coppola)
  • As Vinhas da Ira (The Grapes of Wrath/ 1940, dir. John Ford)
  • Lawrence da Arábia (Lawrence of Arabia/ 1962, dir. David Lean)
  • Fuga ao Passado (Out of the Past/ 1947, dir. Jacques Tourneur)
  • A Regra do Jogo (La Règle du Jeu/ 1939, dir. Jean Renoir)
  • Os Sete Samurais (Shichinin no Samurai/ 1954, dir. Akira Kurosawa)
  • O Tesouro de Sierra Madre (The Treasure of the Sierra Madre/ 1948, dir. John Huston)

Lone Scherfig

Nasceu em maio de 1959 – Copenhague, Dinamarcalonescherfig_250x375
Trabalhos em destaque: Italiano Para Principiantes (2000), Educação (2009), Um Dia (2011).

  • 1900 (Novecento/ 1976, dir. Bernardo Bertolucci)
  • Se Meu Apartamento Falasse (The Apartment/ 1960, dir. Billy Wilder)
  • Ondas do Destino (Breaking the Waves/ 1996, dir. Lars von Trier)
  • Acossado (À bout de Souffle/ 1960, dir. Jean-Luc Godard)
  • Vidas Amargas (East of Eden/ 1955, dir. Elia Kazan)
  • Fanny & Alexander (Fanny och Alexander/ 1982, dir. Ingmar Bergman)
  • Desejo e Perigo (Se, jie/ 2007, dir. Ang Lee)
  • Songs from the Second Floor (Sånger från andra våningen/ 2000, dir. Roy Andersson)
  • A Fita Branca (Das weiße Band – Eine deutsche Kindergeschichte/ 2009, dir. Michael Haneke)
  • Ventos da Liberdade (The Wind that Shakes the Barley/ 2006, dir. Ken Loach)

Lukas Moodysson

Nasceu em janeiro de 1969 – Skåne Iän, SuéciaLukas+Moodysson+Best+Portraits+Toronto+jwY182nqFqZl
Trabalhos em destaque: Amigas de Colégio (1998), Bem-Vindos (2000), Para Sempre Lilya (2002), Corações em Conflito (2009).

  • 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias (4 Luni, 3 Saptâmani si 2 Zile/ 2007, dir. Cristian Mungiu)
  • O Barco – Inferno no Mar (Das Boot/ 1981, dir. Wolfgang Petersen)
  • Fanny & Alexander (Fanny och Alexander/ 1982, dir. Ingmar Bergman)
  • Hotel do Norte (Hôtel Du Nord/ 1938, dir. Marcel Carné)
  • A Morte de um Bookmaker Chinês (The Killing of a Chinese Bookie/ 1976, dir. John Cassavetes)
  • A Última Sessão de Cinema (The Last Picture Show/ 1971, dir. Peter Bogdanovich)
  • The Man on the Roof (Mannen på taket/ 1976, dir. Bo Widerberg)
  • Margot e o Casamento (Margot at the Wedding/ 2007, dir. Noah Baumbach)
  • O Espelho (Zerkalo/ 1975, dir. Andrei Tarkovsky)
  • A Swedish Love Story (En Kärlekshistoria/ 1970, dir. Roy Andersson)

Manoel de Oliveira

Nasceu em dezembro de 1908 – Oporto, PortugalManoel de Oliveira
Trabalhos em destaque: A Divina Comédia (1991), Cada um Com seu Cinema (2007), Singularidades de uma Loira (2009), O Estranho Caso de Angélica (2010).

  • O Encouraçado Potemkin (Bronenosets Potemkin/ 1925, dir. Sergei M. Eisenstein)
  • Gertrud (Gertrud/ 1964, dir. Carl Theodor Dreyer)
  • Em Busca do Ouro (The Gold Rush/ 1925, dir. Charles Chaplin)
  • O Delator (The Informer/ 1935, dir. John Ford)
  • Ivan, o Terrível (Ivan Groznyy/ 1944, dir. Sergei M. Eisenstein)
  • Romance na Itália (Viaggio in Italia/ 1954, dir. Roberto Rossellini)
  • Mouchette, a Virgem Possuída (Mouchtte/ 1967, dir. Robert Bresson)
  • O Martírio de Joana D’Arc (La Passion de Jeanne d’Arc/ 1928, dir. Carl Theodore Dreyer)
  • Playtime – Tempo de Diversão (Playtime/ 1967, dir. Jacques Tati)
  • Contos da Lua Vaga (Ugetsu Monogatari/ 1953, dir. Kenji Mizoguchi)

Marc Webb

Nasceu em agosto de 1974 – Indiana, EUAmarc-webb
Trabalhos em destaque: (500) Dias com Ela(2009), O Espetacular Homem-Aranha (2012), O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro (2014).

  • 8½ (8½/ 1963, dir. Federico Fellini)
  • Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (Annie Hall/ 1977, dir. Woody Allen)
  • A Ponte do Rio Kwai (The Bridge on the River Kwai/ 1957, dir. David Lean)
  • Filhos da Esperança (Children of Men/ 2006, dir. Alfonso Cuarón)
  • Luzes da Cidade (City Lights/ 1931, dir. Charles Chaplin)
  • Sociedade dos Poetas Mortos (Dead Poets Society/ 1989, dir. Peter Weir)
  • A Primeira Noite de um Homem (The Graduate/ 1967, dir. Mike Nichols)
  • Cantando na Chuva (Singin’ in the Rain/ 1952, dir. Gene Kelly e Stanley Donen)
  • A Fraternidade é Vermelha (Trois Couleurs: Rouge/ 1994, dir. Krzysztof Kieslowski)
  • O Ano em que Vivemos em Perigo (The Year of Living Dangerously/ 1982, dir. Peter Weir)

Mark Romanek

Nasceu em setembro de 1959 – Illinois, EUAmark_romanek_getty_225
Trabalhos em destaque: Static (1985), Retratos de uma Obsessão (2002), Não me Abandone Jamais (2010)

  • 8½ (8½/ 1963, dir. Federico Fellini)
  • Andrei Rublev (Andrey Rublyov/ 1966, dir. Andrei Tarkovsky)
  • Apocalypse Now (Apocalyse Now/ 1979, dir. Francis Ford Coppola)
  • Barry Lyndon (Barry Lyndon/ 1975, dir. Stanley Kubrick)
  • Cidadão Kane (Citizen Kane/ 1941, dir. Orson Welles)
  • Cinzas no Paraíso (Days of Heaven/ 1978, dir. Terrence Malick)
  • Fanny & Alexander (Fanny och Alexander/ 1982, dir. Ingmar Bergman)
  • O Poderoso Chefão – Parte 2 (The Godfather: Part II/ 1974, dir. Francis Ford Coppola)
  • O Portal do Paraíso (Heaven’s Gate/ 1980, dir. Michael Cimino)
  • Lawrence da Arábia (Lawrence of Arabia/ 1962, dir. David Lean)

Martin McDonagh

Nasceu em março de 1970 – Londres, InglaterraMartin_McDonagh
Trabalhos em destaque: Six Shooter (2004), Na Mira do Chefe (2008), Sete Psicopatas e um Shih Tzu (2011).

  • Terra de Ninguém (Badlands/ 1973, dir. Terrence Malick)
  • Cidadão Kane (Citizen Kane/ 1941, dir. Orson Welles)
  • O Poderoso Chefão (The Godfather/ 1972, dir. Francis Ford Coppola)
  • Três Homens em Conflito (Il Buono, Il Brutto, Il Cattivo/ 1966, dir. Sergio Leone)
  • Manhattan (Manhattan/ 1979, dir. Woody Allen)
  • Neste Mundo e no Outro (A Matter of Life and Death/ 1946, dir. Michael Powell e Eric Pressburger)
  • O Mensageiro do Diabo (The Night of the Hunter/ 1955, dir. Charles Laughton)
  • Os Sete Samurais (Shichinin no Samurai/ 1954, dir. Akira Kurosawa)
  • Taxi Driver (Taxi Driver/ 1976, dir. Martin Scorsese)
  • Meu Ódio Será sua Herança (The Wild Bunch/ 1969, dir. Sam Peckinpah)

Matthew Vaughn

Nasceu em março de 1971 – Londres, InglaterraMatthew Vaughn
Trabalhos em destaque: Nem Tudo é o que Parece (2004), Stardust: O Mistério da Estrela (2007), Kick Ass: Quebrando Tudo (2010), X-Men: Primeira Classe (2011).

  • De Volta Para o Futuro (Back to the Future/ 1985, dir. Robert Zemeckis)
  • Muito Além do Jardim (Being There/ 1979, dir. Hal Ashby)
  • O Franco Atirador (The Deer Hunter/ 1978, dir. Michael Cimino)
  • Três Homens em Conflito (Il Buono, Il Brutto, Il Cattivo/ 1966, dir. Sergio Leone)
  • Lawrence da Arábia (Lawrence of Arabia/ 1962, dir. David Lean)
  • Os Caçadores da Arca Perdida (Raiders of the Lost Ark/ 1981, dir. Steven Spielberg)
  • Cães de Aluguel (Reservoir Dogs/ 1992, dir. Quentin Tarantino)
  • Rocky III (Rocky III/ 1982, dir. Sylvester Stallone)
  • Scarface (Scarface/ 1983, dir. Brian De Palma)
  • Guerra nas Estrelas (Star Wars/ 1977, dir. George Lucas)

Michael Apted

Nasceu em fevereiro de 1941 – Buckinghamshire, InglaterraMichael+Apted+Chronicles+Narnia+London+Premiere+c-IJPcC89ozl
Trabalhos em destaque: O Destino Mudou Sua Vida (1980), Nas Montanhas dos Gorilas (1988), Nell (1994), 007 – O Mundo Não é o Bastante (1999).

  • 2001: Uma Odisséia no Espaço (2001: A Space Odyssey/ 1968, dir. Stanley Kubrick)
  • 8½ (8½/ 1963, dir. Federico Fellini)
  • A Batalha de Argel (La Battaglia di Algeri/ 1966, dir. Gillo Pontecorvo)
  • Acossado (À bout de Souffle/ 1960, dir. Jean-Luc Godard)
  • Cidadão Kane (Citizen Kane/ 1941, dir. Orson Welles)
  • Desafio à Corrupção (The Hustler/ 1961, dir. Robert Rossen)
  • Kes (Kes/ 1969, dir. Ken Loach)
  • Noite e Neblina (Night and Fog/ 1955, dir. Alain Resnais)
  • O Sétimo Selo (Det Sjunde Inseglet/ 1957, dir. Ingmar Bergman)
  • Quanto Mais Quente Melhor (Some Like it Hot/ 1959, dir. Billy Wilder)

Mika Kaurismäki

Nasceu em setembro de 1955 – Orimatilla, FinlândiaMika Kaurismaki
Trabalhos em destaque: Absolutamente Los Angeles (1998), Moro no Brasil (2002), O Ciúme Mora ao Lado (2009).

  • Os Profissionais do Crime (Le Deuxième Souffle/ 1966, dir. Jean-Pierre Melville)
  • Mouchette, a Virgem Possuída (Mouchtte/ 1967, dir. Robert Bresson)
  • Era Uma Vez no Oeste (C’Era una Volta il West/ 1968, dir. Sergio Leone)
  • O Paraíso Infernal (Only Angels Have Wings/ 1939, dir. Howard Hawks)
  • Paixões que Alucinam (Shock Corridor/ 1963, dir. Samuel Fuller)
  • Quanto Mais Quente Melhor (Some Like it Hot/ 1959, dir. Billy Wilder)
  • Aurora (Sunrise: A Song of Two Humans/ 1927, dir. F.W. Murnau)
  • Ser ou Não Ser (To Be or Not to Be/ 1946, dir. Ernst Lubitsch)
  • Era Uma Vez em Tóquio (Tôkyô Monogatari/ 1953, dir. Yasujirô Ozu)
  • Contos da Lua Vaga (Ugetsu Monogatari/ 1953, dir. Kenji Mizoguchi)

Mike Figgis

Nasceu em fevereiro de 1948 – Cumberland, InglaterraFilm director Mike Figgis sits for a portrait in London, 12th August 2011.
Trabalhos em destaque: Despedida em Las Vegas (1995), Por uma Noite Apenas (1997), Timecode (2000), Garganta do Diabo (2010).

  • Bonnie e Clyde – Uma Rajada de Balas (Bonnie and Clyde/ 1967, dir. Arthur Penn)
  • Amargo Pesadelo (Deliverance/ 1972, dir. John Boorman)
  • A Doce Vida (La Dolce Vita/ 1960, dir. Federico Fellini)
  • Festa de Família (Festen/ 1998, dir. Thomas Vinterberg)
  • I Am Curious Yellow (Jag är nyfiken – en film i gult/ 1967, dir. Vilgot Sjöman)
  • A Última Sessão de Cinema (The Last Picture Show/ 1971, dir. Peter Bogdanovich)
  • Esse Obscuro Objeto do Desejo (Cet Obscur objet du Désir/ 1977, dir. Luis Buñuel)
  • Noite de Estréia (Opening Night/ 1977, dir. John Cassavetes)
  • Quando Duas Mulheres Pecam (Persona/ 1966, dir. Ingmar Bergman)
  • Week-End à Francesa (Week End/ 1967, dir. Jean-Luc Godard)

Mike Newell

Nasceu em março de 1942 – Hertfordshire, Inglaterramike-newell-024-20772
Trabalhos em destaque: Quatro Casamentos e um Funeral (1994), Donnie Brasco (1997), O Sorriso de Mona Lisa (2003), Harry Potter e o Cálice de Fogo (2005).

  • Andrei Rublev (Andrey Rublyov/ 1966, dir. Andrei Tarkovsky)
  • Trens Estreitamente Vigiados (Ostre sledované vlaky/ 1966, dir. Jirí Menzel)
  • Os Bons Companheiros (The Goodfellas/ 1990, dir. Martin Scorsese)
  • A Grande Ilusão (La Grande Illusion/ 1937, dir. Jean Renoir)
  • O Leopardo (Il Gattopardo, 1963, dir. Luchino Visconti)
  • Sob o Domínio do Mal (The Manchurian Candidate/ 1962, dir. John Frankenheimer)
  • Os Sete Samurais (Shichinin no Samurai/ 1954, dir. Akira Kurosawa)
  • A Estrada da Vida (La Strada/ 1954, dir. Federico Fellini)
  • Pacto Sinistro (Strangers on a Train/ 1951, dir. Alfred Hitchcock)
  • A Fita Branca (Das weiße Band – Eine deutsche Kindergeschichte/ 2009, dir. Michael Haneke)

Nuri Bilge Ceylan

Nasceu em janeiro de 1959 – Istambul, Turquianuri bilge ceylan
Trabalhos em destaque: Distante (2002), 3 Macacos (2008), Era uma Vez na Anatolia (2011), Winter Sleep (2014).

  • Andrei Rublev (Andrey Rublyov/ 1966, dir. Andrei Tarkovsky)
  • A Grande Testemunha (Au Hasard Balthazar/ 1966, dir. Robert Bresson)
  • A Aventura (L’Avventura/ 1960, dir. Michelangelo Antonioni)
  • O Eclipse (L’Eclisse/ 1962, dir. Michelangelo Antonioni)
  • Pai e Filha (Banshun/ 1949, dir. Yasujirô Ozu)
  • Um Condenado à Morte Escapou (Un condamné à mort s’est échappé ou Le vent souffle où il veut/ 1956, dir. Robert Bresson)
  • O Espelho (Zerkalo/ 1975, dir. Andrei Tarkovsky)
  • Quando Duas Mulheres Pecam (Persona/ 1966, dir. Ingmar Bergman)
  • Vergonha (Skammen/ 1968, dir. Ingmar Bergman)
  • Era Uma Vez em Tóquio (Tôkyô Monogatari/ 1953, dir. Yasujirô Ozu)

Olivier Assayas

Nasceu em janeiro de 1955 – Paris, FrançaOlivier Assayas
Trabalhos em destaque: Espionagem na Rede (2002), Clean (2004), Paris, Te Amo (2006), Horas de Verão (2008), Depois de Maio (2012).

  • 2001: Uma Odisséia no Espaço (2001: A Space Odyssey/ 1968, dir. Stanley Kubrick)
  • O Evangelho Segundo São Mateus (Il Vangelo Secondo Matteo/ 1964, dir. Pier Paolo Pasolini)
  • Ludwig (Ludwig/ 1972, dir. Luchino Visconti)
  • Um Condenado à Morte Escapou (Un condamné à mort s’est échappé ou Le vent souffle où il veut/ 1956, dir. Robert Bresson)
  • O Espelho (Zerkalo/ 1975, dir. Andrei Tarkovsky)
  • Napoleão (Napoléon/ 1927, dir. Abel Gance)
  • Playtime – Tempo de Diversão (Playtime/ 1967, dir. Jacques Tati)
  • A Regra do Jogo (La Règle du Jeu/ 1939, dir. Jean Renoir)
  • A Árvore da Vida (The Tree of Life/ 2011, dir. Terrence Malick)
  • Van Gogh (Van Gogh/ 1991, dir. Maurice Pialat)

Pablo Larraín

Nasceu em agosto de 1976 – Santiago, Chile67th Venice Film Festival - 'Post Mortem' Photocall
Trabalhos em destaque: Fuga (2006), Tony Manero (2008), Post Mortem (2010), No (2012).

  • 2001: Uma Odisséia no Espaço (2001: A Space Odyssey/ 1968, dir. Stanley Kubrick)
  • 8½ (8½/ 1963, dir. Federico Fellini)
  • Apocalypse Now (Apocalyse Now/ 1979, dir. Francis Ford Coppola)
  • A Infância de Ivan (Ivanovo detstvo/ 1962, dir. Andrei Tarkovsky)
  • A Palavra (Ordet/ 1955, dir. Carl Theodor Dreyer)
  • Rashomon (Rashômon/ 1950, dir. Akira Kurosawa)
  • Crepúsculo dos Deuses (Sunset Blvd./ 1950, dir. Billy Wilder)
  • Era Uma Vez em Tóquio (Tôkyô Monogatari/ 1953, dir. Yazujirô Ozu)
  • Um Corpo que Cai (Vertigo/ 1958, dir. Alfred Hitchcock)
  • Viver a Vida (Vivre sa vie: Film en douze tableaux/ 1962, dir. Jean-Luc Godard)

Pablo Stoll

Nasceu em 1954 – Montevidéu, UruguaiPabloStoll
Trabalhos em destaque: 25 Watts (2001), Whisky (2004), Hiroshima – Um Musical Silencioso (2009), 3(2012).

  • Se Meu Apartamento Falasse (The Apartment/ 1960, dir. Billy Wilder)
  • The Dependent (El Dependiente/ 1969, dir. Leonardo Favio)
  • Eleição (Election/ 1999, dir. Alexander Payne)
  • O Carrasco (El Verdugo/ 1963, dir. Luis García Berlanga)
  • Memórias do Subdesenvolvimento (Memorias del Subdesarrollo/ 1968, dir. Tomás Gutiérrez Alea)
  • A Noite dos Mortos-Vivos (The Night of the Living Dead/ 1968, dir. George Romero)
  • Rio 40 Graus (Rio 40 Graus/  1955, dir. Nelson Pereira dos Santos)
  • Onde Começa o Inferno (Rio Bravo/ 1959, dir. Howad Hawks)
  • Estranhos no Paraíso (Stranger than Paradise/ 1984, dir. Jim Jarmusch)
  • O Pântano (La Ciénaga/ 2001, dir. Lucrecia Martel)

Pablo Trapero

Nasceu em outubro de 1971 – Buenos Aires, ArgentinaPablo Trapero
Trabalhos em destaque: Mundo Grúa (1999), Leonera (2008), Abutres (2010), Elefante Branco (2012).

  • Os Incompreendidos (Les Quatre Cents Coups/ 1959, dir. François Truffaut)
  • 8½ (8½/ 1963, dir. Federico Fellini)
  • Aguirre, a Cólera dos Deuses (Aguirre, der Zorn Gottes/ 1972, dir. Werner Herzog)
  • Se Meu Apartamento Falasse (The Apartment/ 1960, dir. Billy Wilder)
  • O Poderoso Chefão (The Godfather/ 1972, dir. Francis Ford Coppola)
  • Tempos Modernos (Modern Times/ 1936, dir. Charles Chaplin)
  • Não Amarás (Krótki film o milosci/ 1988, dir. Krzysztof Kieslowski)
  • Taxi Driver (Taxi Driver/ 1976, dir. Martin Scorsese)
  • Os Imperdoáveis (Unforgiven/ 1992, dir. Clint Eastwood)
  • Viridiana (Viridiana/ 1961, dir. Luis Buñuel)

Paul Greengrass

Nasceu em agosto de 1955 – Surrey, Inglaterra The Great British Talent Event
Trabalhos em destaque: Domingo Sangrento (2002), A Supremacia Bourne (2004), Vôo United 93 (2006), O Ultimato Bourne (2007), Capitão Phillips (2013).

  • A Batalha de Argel (La Battaglia di Algeri/ 1966, dir. Gillo Pontecorvo)
  • O Encouraçado Potemkin (Bronenosets Potemkin/ 1925, dir. Sergei M. Eisenstein)
  • Ladrões de Bicicletas (Ladri di Biciclette/ 1948, dir. Vittorio De Sica)
  • Acossado (À bout de Souffle/ 1960, dir. Jean-Luc Godard)
  • Cidadão Kane (Citizen Kane/ 1941, dir. Orson Welles)
  • O Evangelho Segundo São Mateus (Il Vangelo Secondo Matteo/ 1964, dir. Pier Paolo Pasolini)
  • Kes (Kes/ 1969, dir. Ken Loach)
  • Os Sete Samurais (Shichinin no Samurai/ 1954, dir. Akira Kurosawa)
  • O Jogo da Guerra (The War Game/ 1965, dir. Peter Watkins)
  • Z (Z/ 1969, dir. Costa-Gavras)

Paul Schrader

Nasceu em julho de 1946 – Michigan, EUAPaul Schrader
Trabalhos em destaque: Gigolô Americano (1980), A Marca da Pantera (1982), Temporada de Caça (1997), Auto Focus (2002).

  • Cidadão Kane (Citizen Kane/ 1941, dir. Orson Welles)
  • O Conformista (Il Conformista/ 1970, dir. Bernardo Bertolucci)
  • Amor à Flor da Pele (Fa Yeung nin Wa/ 2000, dir. Wong Kar-Wai)
  • As Três Noites de Eva (The Lady Eve/ 1941, dir. Preston Sturges)
  • Orfeu (Orphée/ 1950, dir. Jean Cocteau)
  • O Batedor de Carteiras (Pickpocket/ 1959, dir. Robert Bresson)
  • A Regra do Jogo (La Règle du Jeu/ 1939, dir. Jean Renoir)
  • Era Uma Vez em Tóquio (Tôkyô Monogatari/ 1953, dir. Yasujirô Ozu)
  • Um Corpo que Cai (Vertigo/ 1958, dir. Alfred Hitchcock)
  • Meu Ódio Será sua Herança (The Wild Bunch/ 1969, dir. Sam Peckinpah)

Peter Davis

Nasceu em janeiro de 1937 – California, EUAPeter Davis
Trabalhos em destaque: Corações e Mentes (1974), Winnie and Nelson Mandela (1986), Nelson Mandela: Prisoner to President (1994).

  • Ladrões de Bicicletas (Ladri di Biciclette/ 1948, dir. Vittorio De Sica)
  • Acossado (À bout de Souffle/ 1960, dir. Jean-Luc Godard)
  • Casablanca (Casablanca/ 1942, dir. Michael Curtiz)
  • Cidadão Kane (Citizen Kane/ 1941, dir. Orson Welles)
  • O Discreto Charme da Burguesia (Le charme discret de la bourgeoisie/ 1972, dir. Luis Buñuel)
  • O Sétimo Selo (Det Sjunde Inseglet/ 1957, dir. Ingmar Bergman)
  • Quanto Mais Quente Melhor (Some Like it Hot/ 1959, dir. Billy Wilder)
  • Sempre aos Domingos (Les dimanches de Ville d’Avray/ 1962, dir. Serge Bourguignon)
  • Laços Humanos (A Tree Grows in Brooklyn/ 1945, dir. Elia Kazan)
  • A Hora do Lobo (Vargtimmen/ 1969, dir. Ingmar Bergman)

Peter Farrelly

Nasceu em dezembro de 1956 – Pennsylvania, EUAPeter+Farrelly
Trabalhos em destaque: Debi & Lóide: Dois Idiotas em Apuros (1994), Quem Vai Ficar com Mary? (1998), O Amor é Cego (2001), Ligado em Você (2003), Antes Só do que Mal Casado (2007).

  • Apertem os Cintos… O Piloto Sumiu (Airplane!/ 1980, dir. Jim Abrahams, David Zucker, Jerry Zucker)
  • Borat: O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Viaja à América (Borat: Cultural Learnings of America for Make Benefit Glorious Nation of Kazakhstan/ 2006, dir. Larry Charles)
  • A Felicidade Não se Compra (It’s a Wonderful Life/ 1946, dir. Frank Capra)
  • Tubarão (Jaws/ 1975, dir. Steven Spielberg)
  • Perdidos na Noite (Midnight Cowboy/ 1969, dir. John Schlesinger)
  • Um Estranho no Ninho (One Flew Over the Cuckoo’s Nest/ 1975, dir. Milos Forman)
  • Cães de Aluguel (Reservoir Dogs/ 1992, dir. Quentin Tarantino)
  • A Lista de Schindler (Schindler’s List/ 1993, dir. Steven Spielberg)
  • Sideways – Entre Umas e Outras (Sideways/ 2004, dir. Alexander Payne)
  • O Mágico de Oz (The Wizard of Oz/ 1939, dir. Victor Fleming)

Roger Ebert

Nasceu em junho de 1942 – Illinois, EUABookstore Appearance By Roger Ebert
Trabalhos em destaque: “Sneak Previews” (1975-1983), “At the Movies” (1982 – 1986), “Siskel & Ebert” e mais recentemente, crítico de cinema pelo jornal The Chicago Sun.

  • 2001: Uma Odisséia no Espaço (2001: A Space Odyssey/ 1968, dir. Stanley Kubrick)
  • Aguirre, a Cólera dos Deuses (Aguirre, der Zorn Gottes/ 1972, dir. Werner Herzog)
  • Apocalypse Now (Apocalyse Now/ 1979, dir. Francis Ford Coppola)
  • Cidadão Kane (Citizen Kane/ 1941, dir. Orson Welles)
  • A Doce Vida (La Dolce Vita/ 1960, dir. Federico Fellini)
  • General (The General/ 1926, dir. Buster Keaton)
  • Touro Indomável (Raging Bull/ 1980, dir. Martin Scorsese)
  • Era Uma Vez em Tóquio (Tôkyô Monogatari/ 1953, dir. Yasujirô Ozu)
  • A Árvore da Vida (The Tree of Life/ 2011, dir. Terrence Malick)
  • Um Corpo que Cai (Vertigo/ 1958, dir. Alfred Hitchcock)

Sam Mendes

Nasceu em agosto de 1965 – Berkshire, InglaterraCharlie and the Chocolate Factory - opening night
Trabalhos em destaque: Beleza Americana (1999), Estrada Para Perdição (2002), Foi Apenas um Sonho (2008), 007 – Operação Skyfall (2012).

  • Os Incompreendidos (Les Quatre Cents Coups/ 1959, dir. François Truffaut)
  • Veludo Azul (Blue Velvet/ 1986, dir. David Lynch)
  • Cidadão Kane (Citizen Kane/ 1941, dir. Orson Welles)
  • Fanny & Alexander (Fanny och Alexander/ 1982, dir. Ingmar Bergman)
  • O Poderoso Chefão – Parte 2 (The Godfather: Part II/ 1974, dir. Francis Ford Coppola)
  • Kes (Kes/ 1969, dir. Ken Loach)
  • O Bebê de Rosemary (Rosemary’s Baby/ 1968, dir. Roman Polanski)
  • Taxi Driver (Taxi Driver/ 1976, dir. Martin Scorsese)
  • Sangue Negro (There Will be Blood/ 2007, dir. Paul Thomas Anderson)
  • Um Corpo que Cai (Vertigo/ 1958, dir. Alfred Hitchcock)

Susanne Bier

Nasceu em abril de 1960 – Copenhague, Dinamarcasusannebier
Trabalhos em destaque: Brothers (2004), Depois do Casamento (2006), Em um Mundo Melhor (2010), Serena (2014).

  • Os Incompreendidos (Les Quatre Cents Coups/ 1959, dir. François Truffaut)
  • Se Meu Apartamento Falasse (The Apartment/ 1960, dir. Billy Wilder)
  • Apocalypse Now (Apocalyse Now/ 1979, dir. Francis Ford Coppola)
  • Ladrões de Bicicletas (Ladri di Biciclette/ 1948, dir. Vittorio De Sica)
  • Morte em Veneza (Morte a Venezia/ 1971, dir. Luchino Visconti)
  • O Franco Atirador (The Deer Hunter/ 1978, dir. Michael Cimino)
  • Fanny & Alexander (Fanny och Alexander/ 1982, dir. Ingmar Bergman)
  • Aconteceu Naquela Noite (It Happened One Night/ 1934, dir. Frank Capra)
  • Era Uma Vez no Oeste (C’Era una Volta il West/ 1968, dir. Sergio Leone)
  • Janela Indiscreta (Rear Window/ 1954, dir. Alfred Hitchcock)

Suzana Amaral

Nasceu em março de 1932 – São Paulo, BrasilSuzana Amaral
Trabalhos em destaque: A Hora da Estrela (1991), Uma Vida em Segredo (2001), Hotel Atlântico (2009).

  • 8½ (8½/ 1963, dir. Federico Fellini)
  • Berlin Alexanderplatz (Berlin Alexanderplatz/ 1980, dir. Rainer Werner Fassbinder)
  • Acossado (À bout de Souffle/ 1960, dir. Jean-Luc Godard)
  • Cidadão Kane (Citizen Kane/ 1941, dir. Orson Welles)
  • O Conformista (Il Conformista/ 1970, dir. Bernardo Bertolucci)
  • O Enigma de Kaspar Hauser (Jeder für sich und Gott gegen alle/ 1974, dir. Werner Herzog)
  • O Poderoso Chefão – Parte 2 (The Godfather: Part II/ 1974, dir. Francis Ford Coppola)
  • O Informante (The Insider/ 1999, dir. Michael Mann)
  • Pulp Fiction – Tempo de Violência (Pulp Fiction/ 1994, dir. Quentin Tarantino)
  • O Tambor (Die Blechtrommel/ 1979, dir. Volker Schlöndorff)

Tata Amaral

Nasceu em setembro de 1960 – São Paulo, Brasiltata_amaral_29052007_01
Trabalhos em destaque: Um Céu de Estrelas (1986), Através da Janela (2000), Antônia: O Filme (2006), Hoje (2011).

  • Acossado (À bout de Souffle/ 1960, dir. Jean-Luc Godard)
  • Um Dia de Cão (Dog Day Afternoon/ 1975, dir. Sidney Lumet)
  • Memórias do Subdesenvolvimento (Memorias del Subdesarrollo/ 1968, dir. Tomás Gutiérrez Alea)
  • Noite e Neblina (Night and Fog/ 1955, dir. Alain Resnais)
  • Nostalgia de la Luz (Nostalgia de la Luz/ 2010, dir: Patricio Guzmán)
  • Noite de Estréia (Opening Night/ 1977, dir. John Cassavetes)
  • Paranoid Park (Paranoid Park/ 2007, dir. Gus Van Sant)
  • O Bandido da Luz Vermelha (O Bandido da Luz Vermelha/ 1968, dir. Rogério Sganzerla)
  • Rocco e Seus Irmãos (Rocco e i Suoi Fratelli/ 1960, dir. Luchino Visconti)
  • Terra em Transe (Terra em Transe/ 1967, dir. Glauber Rocha)

Terry Jones

Nasceu em fevereiro de 1942 – Colwyn Bay, País de GalesTerry_Jones
Trabalhos em destaque: Monty Python Em Busca do Cálice Sagrado (1975), A Vida de Brian (1979), Monty Python – O Sentido da Vida (1983).

  • Crimes e Pecados (Crimes and Misdemeanors/ 1989, dir. Woody Allen)
  • E.T. – O Extraterrestre (E.T. The Extra-Terrestrial/ 1982, dir. Steven Spielberg)
  • Fanny & Alexander (Fanny och Alexander/ 1982, dir. Ingmar Bergman)
  • Festa de Família (Festen/ 1998, dir. Thomas Vinterberg)
  • General (The General/ 1926, dir. Buster Keaton)
  • Feitiço do Tempo (Groundhog Day/ 1993, dir. Harold Ramis)
  • Eles e Elas (Guys and Dolls/ 1955, dir. Joseph L. Mankiewicz)
  • Santa Não Sou (I’m no Angel/ 1933, dir. Wesley Ruggles)
  • Branca de Neve e os Sete Anões (Snow White and the Seven Dwarfs/ 1937, dir. David Hand)
  • Toy Story 3 (Toy Story 3/ 2010, dir. Lee Unkrich)

Tsai Ming-Liang

Nasceu em outubro de 1957 – Sarawak, Malásiatsai-ming-Liang
Trabalhos em destaque: Vive L’Amour (1994), O Rio (1997), O Buraco (1998), Adeus, Dragon Inn (2003), O Sabor da Melancia (2005).

  • Os Incompreendidos (Les Quatre Cents Coups/ 1959, dir. François Truffaut)
  • O Eclipse (L’Eclisse/ 1962, dir. Michelangelo Antonioni)
  • O Medo Consome a Alma (Angst essen Seele auf/ 1974, dir. Rainer Werner Fassbinder)
  • Adeus, Dragon Inn (Bu san/ 2003, dir. Tsai Ming-Liang)
  • Mouchette, a Virgem Possuída (Mouchtte/ 1967, dir. Robert Bresson)
  • O Mensageiro do Diabo (The Night of the Hunter/ 1955, dir. Charles Laughton)
  • Filho Único (Hitori Musuko/ 1936, dir. Yasujirô Ozu)
  • O Martírio de Joana D’Arc (La Passion de Jeanne d’Arc/ 1928, dir. Carl Theodore Dreyer)
  • Spring in a Small Town (Xiao cheng zhi chun/ 1948, dir. Fei Mu)
  • Aurora (Sunrise: A Song of Two Humans/ 1927, dir. F.W. Murnau)

Walter Salles

Nasceu em abril de 1956 – Rio de Janeiro, Brasilwalter-salles
Trabalhos em destaque: Central do Brasil (1998), Abril Despedaçado (2001), Diários de Motocicleta (2004), Linha de Passe (2008), Na Estrada (2012).

  • 8½ (8½/ 1963, dir. Federico Fellini)
  • Andrei Rublev (Andrey Rublyov/ 1966, dir. Andrei Tarkovsky)
  • Apocalypse Now (Apocalyse Now/ 1979, dir. Francis Ford Coppola)
  • Luzes da Cidade (City Lights/ 1931, dir. Charles Chaplin)
  • Memórias do Subdesenvolvimento (Memorias del Subdesarrollo/ 1968, dir. Tomás Gutiérrez Alea)
  • Profissão: Repórter (Professione: Reporter/ 1975, dir. Michelangelo Antonioni)
  • O Martírio de Joana D’Arc (La Passion de Jeanne d’Arc/ 1928, dir. Carl Theodore Dreyer)
  • O Demônio das Onze Horas (Pierrot le Fou/ 1965, dir: Jean-Luc Godard)
  • Vidas Secas (Vidas Secas/ 1963, dir. Nelson Pereira dos Santos)
  • A Hora do Lobo (Vargtimmen/ 1969, dir. Ingmar Bergman)

 

 

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