93 FILMES DISPUTAM o OSCAR 2022 de MELHOR FILME INTERNACIONAL

FILMES SELECIONADOS EM FESTIVAIS INTERNACIONAIS SÃO FAVORITOS. BRASIL TEM CHANCES REMOTAS COM DESERTO PARTICULAR

Embora o prazo de inscrição tenha terminado no último dia 1º de Novembro, alguns países não confirmaram seus filmes representantes como a Costa do Marfim e Guatemala. Outros países ausentes como Sudão não devem ter representantes para a próxima edição. Por enquanto, são 93 produções para disputar 5 vagas da categoria.

É preciso destacar a escolha da Espanha, que optou pela comédia The Good Boss, de Fernando León de Aranoa, no lugar do favorito Madres Paralelas, de Pedro Almodóvar, que recentemente venceu o Volpi Cup de Melhor Atriz para Penélope Cruz no Festival de Veneza. Ainda não vimos o filme de Aranoa (estrelado por Javier Bardem), mas nos parece uma escolha equivocada. Curiosamente, o mesmo aconteceu em 2002: Segunda-Feira ao Sol, do mesmo Aranoa, estrelado por Bardem, foi escolhido pela Espanha, mas foi Fale com Ela, de Pedro Almodóvar, que conquistou um Oscar de Roteiro Original e uma indicação a Melhor Direção para Almodóvar. Essa troca pode voltar a acontecer nesta temporada, e Penélope Cruz tem ótimas chances de receber nova indicação como Melhor Atriz.

E mais um pequeno parêntese: três países inscreveram o mesmo filme do ano anterior alegando que a exibição no país não foi possível devido à pandemia. Heliópolis foi novamente selecionado pelo comitê da Argélia. O filme de Djafar Gracem retrata um massacre ocorrido numa pequena cidade argelina no final da Segunda Guerra Mundial. O país africano já foi indicado 5 vezes na categoria (sendo 3 filmes dirigidos por Rachid Bouchareb) e levou um Oscar em 1970 com o formidável Z, de Costa-Gavras. Butão novamente inscreveu Lunana: A Yak in the Classroom, e Chade, Lingui. Ambos os países buscam a primeira indicação ao Oscar.

CALENDÁRIO DO OSCAR 2022

Para inscrição ser aprovada, o filme selecionado deve ter estreado no país de origem entre os dias 1º de Janeiro de 2021 e 31 de Dezembro de 2021, respeitando o prazo de inscrição no site da Academia até o dia 1º de Novembro.

Assim como na última edição, a pré-lista contará com 15 filmes votados por membros da Academia, que têm acesso aos filmes através da plataforma de streaming exclusiva. Essa lista será divulgada no dia 21 de Dezembro, enquanto os 5 finalistas apenas no dia 08 de Fevereiro de 2022, dia do anúncio dos indicados. Até antes da pandemia, a pré-lista era composta por 6 filmes selecionados por membros da Academia que viram os filmes, e 3 filmes selecionados por um comitê especial que garantia que filmes bem reconhecidos, elogiados e premiados na temporada fizessem parte da seleção final. Resta sabermos se esse sistema retornará após o término da pandemia.

COMO ESTÁ A DISPUTA ATÉ O MOMENTO?

É difícil a gente falar sobre filmes que não vimos, apenas dar impressões com base em críticas internacionais, passagens em festivais e histórico de diretores em relação ao Oscar. Nos últimos anos, filmes selecionados e premiados em Cannes, Berlim e Veneza têm garantido um certo favoritismo. Se pegarmos os últimos 5 vencedores do Oscar dessa categoria, temos: três filmes com passagem em Cannes: Druk, Parasita e O Apartamento (tendo Parasita levando a Palma de Ouro), um vencedor do Leão de Ouro em Veneza (Roma) e o vencedor de Melhor Roteiro em Berlim (Uma Mulher Fantástica).

Seguindo essa lógica, temos alguns favoritos:

TITANE (França)
Dir: Julia Ducournau

O segundo longa de Ducournau foi uma sensação no último Festival de Cannes, levando a Palma de Ouro do júri presidido por Spike Lee. A cineasta se tornou apenas a segunda mulher a ganhar a Palma de Ouro na história, que tinha apenas Jane Campion por O Piano. Na trama, acompanhamos um pai em busca de seu filho que sumira há 10 anos, mas o grande destaque é a questão transgênero e do body horror, consagrada por David Cronenberg. Se fosse alguns anos atrás, esse tipo de filme jamais teria lugar no Oscar, mas com os esforços de repaginação da Academia, Titane tem boas chances de figurar entre os cinco indicados. O filme foi exibido recentemente no Brasil pela Mostra de São Paulo, mas tem estreia prevista para Janeiro na plataforma da MUBI.

A HERO (Irã)
Dir: Asghar Farhadi

Vencedor do Grande Prêmio do Júri (espécie de 2º lugar) em Cannes, este novo trabalho do diretor Asghar Farhadi automaticamente se tornou um favorito após uma repercussão bastante positiva na crítica internacional. Já houve especulações de que sua distribuidora nos EUA, Amazon Studios, tentará também indicações em outras categorias como Filme, Direção e Roteiro Original. Na história, Rahim está preso por causa de uma dívida. Durante uma condicional de dois dias, tenta convencer seu credor a retirar a queixa se pagar parte do que deve, mas seu plano não dá muito certo. Farhadi já tem dois Oscars de Melhor Filme em Língua Estrangeira por A Separação (2011) e O Apartamento (2016).

DRIVE MY CAR (Japão)
Dir: Ryusuke Hamaguchi

Segundo a crítica internacional, esta adaptação de conto de Haruki Murakami foi um dos melhores filmes presentes na seleção oficial de Cannes. Embora tenha levado o prêmio de Roteiro, muitos acreditavam que o filme japonês merecia a Palma de Ouro. Na trama, um diretor teatral que perdeu sua esposa dramaturga está de luto há dois anos, mas aceita dirigir uma peça em Hiroshima. No caminho, ele vai conhecendo melhor sua motorista e seu passado. Hamaguchi se mostrou um ótimo diretor no recente Asako I & II, lançado em 2018, e essa possível indicação ao Oscar deve alavancar ainda mais sua curta carreira.

COMPARTMENT No. 6 (Finlândia)
Dir: Juho Kuosmanen

Também presente no Festival de Cannes, de onde saiu com o Grande Prêmio do Júri (dividido com A Hero), este filme finalndês nos apresenta uma viagem de trem rumo ao Ártico, na qual dois estranhos compartilham uma jornada que mudará suas perspectivas de vida. Recentemente, foi indicado a Melhor Filme, Ator e Atriz no European Film Awards e isso deve impulsionar a campanha rumo à pré-lista.

THE WORST PERSON IN THE WORLD (Noruega)
Dir: Joachim Trier

Indicado à Palma de Ouro e vencedor do prêmio de Melhor Atriz para Renate Reinsve no Festival de Cannes, este filme norueguês apresenta uma protagonista feminina que se reavalia em busca de respostas pessoais e profissionais após um longo relacionamento de 4 anos com seu ex. A direção de Joachim Trier parece proporcionar uma boa dose de lirismo e romantismo, dando um frescor ao gênero. Com a NEON na distribuição, as chances do filme certamente aumentam.

THE HAND OF GOD (Itália)
Dir: Paolo Sorrentino

Vencedor do Oscar em 2014 pelo poético A Grande Beleza, o diretor Paolo Sorrentino pode retornar ao Oscar com este filme mais pessoal, já que faz um retrato dos anos 80 inspirado em sua própria juventude em Nápoles e sua paixão por futebol (especialmente Diego Maradona) e cinema. Vencedor do Grande Prêmio do Júri no último Festival de Veneza, The Hand of God pode ser a primeira indicação da Itália desde o próprio A Grande Beleza.

OUTROS DESTAQUES

MEMORIA (Colômbia)
Dir: Apichatpong Weerasethakul

Quando foi selecionado para o Festival de Cannes, este novo trabalho do diretor tailandês logo criou expectativas, ainda mais por contar com a versátil Tilda Swinton no elenco. Vencedor da Palma de Ouro em 2010 por Tio Boonmee, que Pode Recordar Suas Vidas Passadas, Weerasethakul nos apresenta uma história sobre uma mulher escocesa que passa a ouvir sons estranhos durante uma viagem à Colômbia. Não parece ser um material que a Academia vá amar ou elogiar, mas o filme conta com a sabedoria da distribuidora NEON (que foi responsável pela campanha avassaladora de Parasita) e, claro, com a fama de Swinton.

FLEE (Dinamarca)
Dir: Jonas Poher Rasmussen

Esta animação/documentário já vem chamando a atenção desde que foi premiada no Festival de Sundance, ganhando o Grande Prêmio do Júri de Documentário. Acompanhamos a história real de um homem chamado Amin, que à beira de seu casamento com o namorado na Dinamarca, precisa revelar seu passado oculto no Afeganistão pela primeira vez. Misturando imagens de arquivo com animação, Flee narra uma história de sobrevivência que certamente dialogará com as tristes imagens que presenciamos no Afeganistão este ano. Embora tenha chances em Filme Internacional, deve garantir uma indicação em Longa de Animação, que costuma abraçar trabalhos alternativos, criativos e em língua estrangeira.

A METAMORFOSE DOS PÁSSAROS (Portugal)
Dir: Catarina Vasconcelos

Embora já tenha inscrito diretores consagrados como o saudoso Manoel de Oliveira e o jovem Miguel Gomes, Portugal não recebeu uma indicação sequer desde que começou a selecionar representantes em 1980. Por se tratar de um documentário, A Metamorfose dos Pássaros pode concorrer também na categoria de Melhor Documentário, assim como fez a Romênia este ano com Collective. Com passagem no Festival de Berlim de 2020, levou um prêmio técnico da FIPRESCI e pode surpreender nesta temporada.

LEAVE NO TRACES (Polônia)
Dir: Jan P. Matuszynski

Em 1983, na Polônia comunista, o estudante Grzegorz Przemyk foi espancado até a morte pela polícia, o que torna a única testemunha ocular inimigo do Estado. Filmes poloneses costumam frequentar esta categoria, mas em sua grande maioria, pelas temáticas relacionadas ao Holocausto ou cultura judaica. Baseado num caso verídico, este segundo longa do Matuszynski estava entre os indicados ao Leão de Ouro no último Festival de Veneza.

MÁ SORTE NO SEXO OU PORNÔ AMADOR (Romênia)
Dir: Radu Jude

No último Festival de Berlim, o novo filme de Radu Jude conquistou o Urso de Ouro. Além desse feito, sua temática que explora a cultura de cancelamento vem chamando a atenção do público e da crítica, especialmente pela abordagem cômica do diretor. Na trama, a professora Emi tem sua reputação e carreira ameaçadas quando um vídeo de sexo seu vaza na internet, causando a ira dos pais dos alunos que desejam sua demissão.

E O BRASIL?

Como muitos já sabem, Deserto Particular foi selecionado pelo comitê da Academia Brasileira de Cinema. Embora não houvesse nenhum grande favorito como um Cidade de Deus ou O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias, 7 Prisioneiros era considerada a melhor aposta do Brasil. Numa análise fria, alguns motivos facilmente defenderiam sua escolha: 1. NETFLIX: Sem uma boa distribuidora e uma boa campanha publicitária, nenhum filme ganha o Oscar. 7 Prisioneiros já contava com data de lançamento na plataforma de streaming mundial. 2. FERNANDO MEIRELLES e RAMIN BAHRANI: Dois cineastas indicados ao Oscar na produção (Meirelles por Cidade de Deus, e Bahrani por O Tigre Branco) certamente trariam maior visibilidade ao longa. 3. ALEXANDRE MORATTO: Embora pouco conhecido do grande público, Moratto já teve carreira internacional com seu filme anterior Sócrates (2018), que foi indicado ao Independent Spirit Awards. 4. VENEZA: 7 Prisioneiros teve uma boa passagem pelo festival italiano na mostra Orizzonti.

Pelas primeiras críticas que lemos, Deserto Particular se mostra um bom candidato também, principalmente por dialogar com essa polarização brasileira tão contemporânea. Contudo, sem uma boa distribuidora nos EUA que garanta visibilidade, as chances do filme de Aly Muritiba parecem remotas neste momento. O orçamento que o governo brasileiro disponibiliza para campanha publicitária é uma piada, portanto é preciso um milagre. Aproveitamos para criticar a Academia Brasileira de Cinema, que deveria antecipar essa seleção e exigir uma análise mais fria dos membros do comitê se realmente queremos que o Brasil retorne ao Oscar. Central do Brasil continua sendo o último filme nacional indicado na categoria em 1999, há longos 22 anos.

CONFIRA OS FILMES SELECIONADOS POR SEUS PAÍSES PARA DISPUTAR VAGA NO OSCAR 2022 (ATÉ O MOMENTO):

PAÍSFILMEDIRETOR (A) (ES)
África do SulBarakatAmy Jephta
AlbâniaTwo Lions Headig to VeniceJonid Jorgji
AlemanhaO Homem Ideal (I’m Your Man)Maria Shrader
Arábia SauditaThe Tambour of RetributionAbdulaziz Alshlahei
ArgéliaHéliopolisDjafar Gacem
ArgentinaThe IntruderNatalia Meta
ArmêniaShould the Wind DropNora Martirosyan
AustráliaO Uivo das Romãs (When Pomegranates Howl)Granaz Moussavi
ÁustriaGreat FreedomSebastian Meise
AzerbaijãoThe Island WithinRu Hasanov
BangladeshRehanaAbdullah Mohammad Saad
BélgicaPlaygroundLaura Wandel
BolíviaThe Great MovementKiro Russo
Bósnia HerzegovinaThe White FortressIgor Drljaca
BrasilDeserto ParticularAly Muritiba
BulgáriaMedo (Fear)Milko Lazarov
ButãoLunana: A Yak in the ClassroomPawo Choyning Dorji
CamarõesHidden DreamsNgang Romanus
CambojaWhite BuildingIvaylo Hristov
CanadáDrunken BirdsIvan Grbovic
CazaquistãoYellow CatAdilkhan Yerzhanov
ChadeLinguiMahamat-Saleh Haroun
ChileWhite on WhiteTheo Court
ChinaCliff WalkersZhang Yimou
ColômbiaMemóriaApichatpong Weerasethakul
Coréia do SulEscape from MogadishuRyoo Seung-wan
Costa RicaClara SolaNathalie Álvarez Mesén
CroáciaTereza37Danilo Serbedzija
DinamarcaFuga (Flee)Jonas Poher Rasmussen
EgitoSouadAyten Amin
EquadorSumergibleAlfredo León León
Eslováquia107 MothersPeter Kerekes
EslovêniaSanremoMiroslav Mandic
EspanhaThe Good BossFernando León Aranoa
EstôniaOn the WaterPeeter Simm
FinlândiaCompartment No. 6Juho Kuosmanen
FrançaTitaneJulia Ducournau
GeórgiaBrighton 4thLevan Koguashvili
GréciaDiggerGeorgis Grigorakis
HaitiFredaGessica Généus
HolandaDo Not HesitateShariff Korver
Hong KongRetrato de um Campão (Zero to Hero)Jimmy Wan
HungriaPost MortemPéter Bergendy
ÍndiaPedregulhos (Pebbles)P.S. Vinothraj
IndonésiaYuniKamila Andini
IrãA HeroAsghar Farhadi
IraqueEuropaHaider Rashid
IrlandaFoscadhSeán Breathnach
IslândiaLambValdimar Jóhannsson
IsraelLet There Be MorningEran Kolirin
ItáliaThe Hand of GodPaolo Sorrentino
JapãoDrive My CarRyusuke Hamaguchi
JordâniaAmiraMohamed Diab
KosovoHiveBlerta Basholli
LetôniaThe PitDace Puce
LíbanoCosta Brava, LíbanoMounia Akl
LituâniaThe JumpGiedre Zickyte
LuxemburgoIo Sto BeneDonato Rotunno
Macedônia do NorteSisterhoodDina Duma
MalásiaHail, Driver!Muzzamer Rahman
MalawiFatsani: A Tale of SurvivalGift Sukez Sukali
MaltaEntre Águas (Luzzu)Alex Camilleri
MarrocosCasablanca BeatsNabil Ayouch
MéxicoA Noite do Fogo (Prayers for the Stolen)Tatiana Huezo
MontenegroAfter the WinterIvan Bakrac
NoruegaThe Worst Person in the WorldJoachim Trier
PalestinaThe StrangerAmeer Fakher Eldin
PanamáPlaza CatedralAbner Benaim
ParaguaiApenas o SolArami Ullón
PeruPowerful ChiefHenry Vallejo
PolôniaLeave No TracesJan P. Matuszynski
PortugalA Metamorfose dos PássarosCatarina Vasconcelos
QuêniaMission to RescueGilbert Lukalia
QuirguistãoShambalaArtykpai Suyundukov
Reino UnidoDying to DivorceChloe Fairweather
República DominicanaHoly BeastsLaura Amelia Guzmán, Israel Cárdenas
República TchecaZátopekDavid Ondricek
RomêniaMá Sorte no Sexo ou Pornô AmadorRadu Jude
RússiaUnclenching the FistsKira Kovalenko
SérviaOasisIvan Ikic
SingapuraPrecious is the NightWayne Peng
SomáliaThe Gravedigger’s WifeKhadar Ayderus Ahmed
SuéciaTigersRonnie Sandahl
SuíçaOlgaElie Grappe
TailândiaThe MediumBanjong Pisanthanakun
TaiwanThe FallsMong-Hong Chung
TunísiaGolden ButterflyAbdelhamid Bouchnak
TurquiaCommitment HasanSemih Kaplanoglu
UcrâniaBad RoadsNataliia Vorozhbit
UruguaiThe Broken Glass TheoryDiego Fernández
Uzbequistão2000 Songs of FaridaYalkin Tuychiev
VenezuelaThe Inner GlowLuis Rodríguez, Andrés Rodríguez
VietnãDad, I’m SorryTrâ n Thành

SELEÇÃO OFICIAL do RETORNO do FESTIVAL DE CANNES!

FESTIVAL INTERNACIONAL RETORNA APÓS HIATO PANDÊMICO

Dentre todos os festivais mais famosos, Cannes foi o mais prejudicado pela pandemia, pois foi o único que teve que cancelar sua edição anterior. Por esse motivo, o diretor artístico Thierry Frémaux caprichou na seleção desta edição e se mostrou bastante animado para revelá-la.

Além de nomes consagrados como Wes Anderson, Leos Carax, Sean Baker, Asghar Farhadi e Paul Verhoeven, temos o retorno de vencedores da Palma de Ouro: Jacques Audiard, Nanni Moretti e Apichatpong Weerasethakul. Além disso, novamente temos presença de quatro diretoras na competição, recorde igual a de 2019: a húngara Ildikó Enyedi, as francesas Julia Ducornau, Mia Hansen-Løve e Catherine Corsini.

Apesar do retorno gradual do público aos cinemas nos EUA devido à vacinação avançada, a Europa ainda vive uma incerteza em relação ao Covid com a chegada de novas variantes, por isso Fremaux teve de adiar o festival em dois meses (de Maio para Julho), organizar tudo de acordo com medidas sanitárias e convencer os cineastas consagrados a cederem seus filmes para exibição.

É possível que muitos atores de Hollywood (como o elenco do novo filme de Wes Anderson, The French Dispatch) marquem presença na França, pois muitos já devem ter se vacinado, então é bem possível que tenhamos Tilda Swinton, Timothée Chalamet e Bill Murray no tapete vermelho de Cannes. Nesta edição, além das tradicionais mostras Un Certain Regard, Fora de Competição e Midnight Screenings, Fremaux também criou uma nova seção intitulada Cannes Premiere, que seria um espaço para que outros autores tenham um local seguro para exibirem seus novos filmes fora da competição, aproveitando projetos que ficaram na fila por causa da pandemia.

Cannes deve estar muito excitada com o retorno do festival, pois seus organizadores apoiam o tradicional sistema de salas de cinema e a ampla janela de 90 dias para a chegada dos filmes via streaming ou locação, algo completamente oposto ao sistema da Netflix e companhia que lançou novos filmes diretamente na plataforma digital e normalizaram seu método durante a pandemia. Melhor para o Festival de Veneza, que recebe os filmes da Netflix e Amazon de braços abertos e tem se tornado novo parâmetro dos filmes do Oscar seguinte, como tem acontecido com os vencedores do Leão de Ouro: A Forma da Água, Coringa e Nomadland.

Sobre a competição, os filmes selecionados são bastante promissores como os novos filmes de Sean Baker e Leos Carax. Seria bacana uma das quatro diretoras ganhar, pois seria o segundo filme dirigido por uma mulher a vencer a Palma de Ouro depois de O Piano em 1993. Mas particularmente, gostaria muito que o holandês Paul Verhoeven saísse com o prêmio pelo filme com freiras, e aumentasse suas chances de finalmente levar um Oscar, principalmente depois daquele absurdo de Elle sequer ter sido indicado ao Oscar de Filme em Língua Estrangeira em 2017. MAS… o presidente do júri será o diretor Spike Lee, que deve valorizar questões raciais nas produções.

Destaque para o único brasileiro nesta edição: Karim Aïnouz, que venceu o prêmio Un Certain Regard em 2019 por A Vida Invisível. Ele retorna com O Marinheiro das Montanhas, um diário de viagem da primeira visita do diretor à Argélia, país que seu pai nasceu. O filme será exibido na mostra de Sessões Especiais.

COMPETIÇÃO OFICIAL (PALMA DE OURO)

“Ahed’s Knee” OR “Ha’berech,” Nadav Lapid (Israel)

“Annette,” Leos Carax (França) — FILME DE ABERTURA

“Benedetta,” Paul Verhoeven (Holanda)

“Bergman Island,” Mia Hansen-Løve (França)

“Casablanca Beats,” Nabil Ayouch (Marrocos)

“Compartment No. 6” OR “Hytti Nro 6,” Juho Kuosmanen (Finlândia)

“Drive My Car,” Ryûsuke Hamaguchi (França)

“Everything Went Fine” OR “Tout s’est bien passé,” Francois Ozon (França)

“Flag Day,” Sean Penn (EUA)

“France,” Bruno Dumont (França)

“The French Dispatch,” Wes Anderson (EUA)

“A Hero,” Asghar Farhadi (Irã)

“La fracture,” Catherine Corsini (França)

“Lingui,” Mahamat-Saleh Haroun (Chad)

“Memoria,” Apichatpong Weerasethakul (Tailândia)

“Nitram,” Justin Kurzel (Austrália)

“Paris, 13th District” OR “Les Olympiades,” Jacques Audiard (França)

“Petrov’s Flu,” Kirill Serebrennikov (Rússia)

“Red Rocket,” Sean Baker (EUA)

“The Restless” OR “Les Intranquilles,” Joachim Lafosse (Bélgica)

“The Story of My Wife,” Ildikó Enyedi (Hungria)

“Three Floors” OR “Tre Piani,” Nanni Moretti (Itália)

“Titane,” Julia Ducournau (França)

“The Worst Person in the World,” Joachim Trier (Noruega)

UN CERTAIN REGARD

“After Yang,” Kogonada (EUA)

“Blue Bayou,” Justin Chon (EUA)

“Bonne Mère,” Hafsia Herzi (França)

“Commitment Hasan,” Hasan Semih Kaplanoglu (Turquia)

“Freda,” Gessica Généus (Haiti)

“Gaey Wa’r,” Na Jiazuo (China)

“Great Freedom,” Sebastian Meise (Áustria)

“House Arrest” OR “Delo,” Alexey German Jr. (Rússia)

“The Innocents,” Eskil Vogt (Noruega)

“La Civil,” Teodora Ana Mihai (Romênia-Bélgica)

“Lamb,” Valdimar Jóhansson (Islândia)

“Let There Be Morning,” Eran Kolirin (Israel)

“Moneyboys,“ C.B. Yi (Áustria)

“Noche de Fuego,” Tatiana Huezo (México)

“Rehana Maryam Noor,” Abdullah Mohammad Saad (Bangladesh)

“Unclenching the Fists,” Kira Kovalenko (Rússia)

“Un Monde,” Laura Wandel (Bélgica)

“Women Do Cry,” Mina Mileva and Vesela Kazakova (Bulgária)

FORA DE COMPETIÇÃO

“Aline, the Voice of Love,” Valerie Lemercier (França)

“Bac Nord,” Cédric Jimenez (França)

“Emergency Declaration,” Han Jae-Rim (Coréia do Sul)

“Peaceful” OR “De son vivant,” Emmanuelle Bercot (França)

“Stillwater,” Tom McCarthy (EUA)

“The Velvet Underground,” Todd Haynes (EUA)

MIDNIGHT SCREENINGS

“Bloody Oranges,” Jean-Christophe Meurisse (França)

SPECIAL SCREENINGS

“Babi Yar. Context,” Sergei Loznitsa (Ucrânia)

“Black Notebooks,” Shlomi Elkabetz (Israel)

“H6,” Yé Yé (França)

“Mariner of the mountains” OR “O Marinheiro das Montanhas,” Karim Aïnouz (Brasil)

“The Year of the Everlasting Storm,” Jafar Panahi (Irã), Anthony Chen (Singapura), Malik Vitthal (EUA), Laura Poitras (EUA), Dominga Sotomayor (Chile), David Lowery (EUA) and Apichatpong Weerasethakul (Tailândia)

CANNES PREMIERE

“Cow,” Andrea Arnold (Reino Unido)

“Deception” OR “Tromperie,” Arnaud Desplechin (França)

“Evolution,” Kornél Mundruczo (Hungria)

“Hold Me Tight,” Mathieu Almaric (França)

“In Front of Your Face,” Hong Sang-soo (Coréia do Sul)

“Jane by Charlotte,” Charlotte Gainsbourg (França)

“JFK Revisted: Through the Looking Glass,” Oliver Stone (EUA)

“Mothering Sunday,” Eva Husson (França)

“This Music Is Playing for No One,” Samuel Benchetrit (França)

“Val,” Ting Poo e Leo Scott (EUA)

Top 10 dos Diretores – Parte 2

2001: Uma Odisséia no Espaço: Um dos mais votados entre os diretores

2001: Uma Odisséia no Espaço: Um dos mais votados entre os diretores (photo by http://www.cineol.net)

Atendendo a pedidos dos leitores do blog, volto a divulgar a lista dos 10 filmes favoritos de alguns diretores. Infelizmente, alguns diretores consagrados não participaram da pesquisa da Sight & Sound, então nomes como Steven Spielberg, Tim Burton e Peter Jackson estão fora. Estou dividindo a matéria em mais duas partes por ordem alfabética. Caso alguém queira ver a primeira parte, confira o link: https://cinemaoscareafins.wordpress.com/2012/08/11/top-10-dos-diretores/

O interessante dessa listagem é verificar a fonte de inspiração dos diretores. Linguagem, ritmo e até temas recorrentes numa filmografia podem ter ligação muito forte com os 10 filmes escolhidos por cada um. Por exemplo, os argentinos Alejandro Agresti e Juan José Campanella incluíram filmes do diretor e roteirista Billy Wilder, que certamente influenciaram essa nova onda do Cinema Argentino, cujo roteiro e o tom humanista são o ponto forte. Já o canadense Guy Maddin, que tem um estilo bastante particular em termos imagéticos, não poderia deixar de fora o mexicano Luis Buñuel e o americano David Lynch pela alta concentração de surrealismo. Os brasileiros Fernando Meirelles e o estreante Kleber Mendonça Filho não poderiam se esquecer de algumas produções nacionais como fonte de inspiração. Pena que nem Walter Salles e José Padilha estão presentes na pesquisa.

Abel Ferrara

Abel Ferrara

Abel Ferrara

Nascido em julho de 1951 – Nova York, EUA
Trabalhos em destaque: O Rei de Nova York (1990), Vício Frenético (1992), Os Chefões (1996)

1. Armadilha do Destino (Cul-de-Sac/ 1966, dir: Roman Polanski)
2. Os Demônios (The Devils/ 1971, dir: Ken Russell
3. Gaviões e Passarinhos (Uccellacci e uccellini/ 1966, dir: Pier Paolo Pasolini)
4. Prisão (Fängelse/ 1949, dir: Ingmar Bergman)
5. Lolita (idem/ 1961, dir: Stanley Kubrick)
6. Os Esquecidos (Los Olvidados/ 1950, dir: Luis Buñuel)
7. Ran (idem/ 1985, dir: Akira Kurosawa)
8. A Marca da Maldade (Touch of Evil/ 1958, dir: Orson Welles)
9. Uma Mulher Sob a Influência (A Woman Under the Influence/ 1974, dir: John Cassavetes)
10. Zéro de conduite: Jeunes diables au Collège (1933, dir: Jean Vigo)

Aki Kaurismäki

Aki Kaurismäki

Aki Kaurismäki

Nascido em abril de 1951 – Orimattila, Finlândia
Trabalhos em destaque: Cowboys de Lenigrado Vão Para a América (1989), Contratei um Matador Profissional (1990), O Homem Sem Passado (2002), O Porto (2011)

1. A Idade do Ouro (L’age D’or/ 1930, dir: Luis Buñuel)
2. O Atalante (L’Atalante/ 1934, dir: Jean Vigo)
3. Ladrões de Bicicletas (Ladri di Biciclette/ 1948, dir: Vittorio De Sica)
4. Bodu Saved from Drowning (Bodu Sauvé des Aeux/ 1932, dir: Jean Renoir)
5. Em Busca do Ouro (The Gold Rush/ 1925, dir: Charles Chaplin)
6. Meu Tio (Mon Oncle/ 1958, dir: Jacques Tati)
7. Nanook do Norte (Nanook of the North/ 1922, dir: Robert J. Flaherty)
8. Aurora (Sunrise: A Song of Two Humans/ 1927, dir: F.W. Murnau)
9. Era Uma Vez em Tóquio (Tôkyô Monogatari/ 1953, dir: Yasujirô Ozu)
10. Z (idem/ 1968, dir: Costa-Gavras)

Alejandro Agresti

Alejandro Agresti

Alejandro Agresti

Nascido em junho de 1961 – Buenos Aires, Argentina
Principais filmes: Buenos Aires Vice-Versa (1996), Valentin (2002) e A Casa do Lago (2006)

1. Se Meu Apartamento Falasse (The Apartment/ 1960, dir: Billy Wilder)
2. O Segredo das Jóias (The Asphalt Jungle/ 1950, dir: John Huston)
3. Os Melhores Anos de Nossas Vidas (The Best Years of Our Lives/ 1946, dir: William Wyler)
4. Cidadão Kane (Citizen Kane/ 1941, dir: Orson Welles)
5. O Pecado de Cluny Brown (Cluny Brown/ 1946, dir: Ernst Lubitsch)
6. Hannah e Suas Irmãs (Hannah and Her Sisters/ 1986, dir: Woody Allen)
7. Ainda Há Fogo Sob as Cinzas (Kotch/ 1971, dir: Jack Lemmon)
8. Trágico Amanhecer (Le Jour se Lève/ 1939, dir: Marcel Carné)
9. Rio Vermelho (Red River/ 1948, dir: Howard Hawks, Arthur Rosson)
10. Almas em Chamas (Twelve O’Clock High/ 1949/ dir: Henry King)

Amos Gitai

Amos Gitai

Amos Gitai

Nasceu em Outubro de 1950 – Haifa, Israel
Trabalhos em destaque: Kadosh (1999), O Dia do Perdão (2000), Free Zone (2005), Ana Arabia (2013)

1. O Dinheiro (L’Argent/ 1983, dir: Robert Bresson)
2. Alemanha, Ano Zero (Germania Anno Zero/ 1948, dir: Roberto Rossellini)
3. O Desprezo (Le Mépris/ 1963, dir: Jean-Luc Godard)
4. Os Desajustados (The Misfits/ 1961, dir: John Huston)
5. A Sala de Música (Jalsaghar/ 1958, dir: Satyajit Ray)
6. O Fundo do Coração (One from the Heart/ 1982, dir: Francis Ford Coppola)
7. Depois do Vendaval (The Quiet Man/ 1952, dir: John Ford)
8. Saló ou 120 Dias de Sodoma (Salò o le 120 Giornate di Sodoma/ 1975, dir: Pier Paolo Pasolini)
9. Paixões que Alucinam (Shock Corridor/ 1963, dir: Samuel Fuller)
10. O Garoto Selvagem (L’Enfant Sauvage/ 1970, dir: François Truffaut)

Andrew Dominik

Andrew Dominik

Andrew Dominik

Nasceu em 1963 – Wellington, Nova Zelândia
Trabalhos em destaque: Chopper – Memórias de um Criminoso (2000), O Assassinato de Jesse James Pelo Covarde Robert Ford (2007), O Homem da Máfia (2012)

1. Apocalyse Now (idem/ 1979, dir: Francis Ford Coppola)
2. Terra de Ninguém (Badlands/ 1973, dir: Terrence Malick)
3. Barry Lyndon (idem/ 1975, dir: Stanley Kubrick)
4. Veludo Azul (Blue Velvet/ 1986, dir: David Lynch)
5. Marnie, Confissões de uma Ladra (Marnie/ 1964, dir: Alfred Hitchcock)
6. Cidade dos Sonhos (Mulholland Dr/ 2001, dir: David Lynch)
7. Mensageiro do Diabo (The Night of the Hunter/ 1951, dir: Charles Laughton)
8. Touro Indomável (Raging Bull/ 1980, dir: Martin Scorsese)
9. Crepúsculo dos Deuses (Sunset Blvd/ 1950, dir: Billy Wilder)
10. O Inquilino (Le Locataire/ 1976, dir: Roman Polanski)

Apichatpong Weerasethakul

Apichatpong Weerasethakul

Apichatpong Weerasethakul

Nasceu em Julho de 1970 – Bangkok, Tailândia
Trabalhos em destaque: Mal dos Trópicos (2004), Tio Boonmee, Que Pode Recordar Suas Vidas Passadas (2010)

1. A Brighter Summer Day (Gu Ling jie Shao Nian Sha ren Shi Jian/ 1991, dir: Edward Yang)
2. A Conversação (The Conversation/ 1974, dir: Francis Ford Coppola)
3. La Captive (idem/ 2000, dir: Chantal Akerman)
4. Empire (idem/ 1964, dir: Andy Warhol)
5. Nascido Para Matar (Full Metal Jacket/ 1987, dir: Stanley Kubrick)
6. A General (The General/ 1926, dir: Buster Keaton)
7. Goodbye, Dragon Inn (Bu san/ 2003, dir: Tsai Ming-Liang)
8. Rain (idem/ 1929, dir: Joris Ivens)
9. Sátántangó (idem/ 1994, dir: Béla Tarr)
10. Valentin de las Sierras (idem/ 1971, dir: Bruce Baillie)

Asghar Farhadi

Asghar Farhadi

Asghar Farhadi

Nasceu em Isfahan, Irã
Principais trabalhos: A Separação (2011), O Passado (2013)

1. Rashomon (Rashômon/ 1950, dir: Akira Kurosawa)
2. The Road (Fang Xiang zhi lu/ 2006, dir: Zhang Jiarui)
3. O Poderoso Chefão (The Godfather/ 1972, dir: Francis Ford Coppola)
4. Era Uma Vez em Tóquio (Tôkyô Monogatari/ 1953, dir: Yazujirô Ozu)
5. Se Meu Apartamento Falasse (The Apartment/ 1960, dir: Billy Wilder)
6. A Fraternidade é Vermelha (Trois Couleurs: Rouge/ 1994, dir: Krzysztof Kieslowski)
7. Um Assaltante Bem Trapalhão (Take the Money and Run/ 1969, dir: Woody Allen)
8. Quando Duas Mulheres Pecam (Persona/ 1966, dir: Ingmar Bergman)
9. Taxi Driver (idem/ 1976, dir: Martin Scorsese)
10. Tempos Modernos (Modern Times/ 1936, dir: Charles Chaplin)

Atom Egoyan

Atom Egoyan

Atom Egoyan

Nasceu em Julho de 1960 – Cairo, Egito
Principais trabalhos: O Doce Amanhã (1997), Ararat (2002), Verdade Nua (2005)

1. 2001: Uma Odisséia no Espaço (2001: A Space Odyssey/ 1968, dir: Stanley Kubrick)
2. 8½ (idem/ 1963, dir: Federico Fellini)
3. Ladrões de Bicicleta (Ladri di Biciclette/ 1948, dir: Vittorio De Sica)
4. Acossado (À bout de souffle/ 1960, dir: Jean-Luc Godard)
5. O Poderoso Chefão (The Godfather/ 1972, dir: Francis Ford Coppola)
6. Metrópolis (Metropolis/ 1927, dir: Fritz Lang)
7. O Martírio de Joana D’Arc (La Passion de Jeanne d’Arc/ 1928, dir: Carl Theodor Dreyer)
8. Quando Duas Mulheres Pecam (Persona/ 1966, dir: Ingmar Bergman)
9. Pulp Fiction – Tempo de Violência (Pulp Fiction/ 1994, dir: Quentin Tarantino)
10. Um Corpo que Cai (Vertigo/ 1958, dir: Alfred Hitchcock)

Béla Tarr

Béla Tarr

Béla Tarr

Nasceu em julho de 1955 – Pécs, Hungria
Trabalhos em destaque: Sátántangó (1994), A Hamronia Werckmeister (2000), O Cavalo de Turín (2011)

1. Cavaleiros de Ferro (Aleksandr Nevskiy/ 1938, dir: Sergei M. Eisenstein)
2. A Grande Testemunha (Au Hasard Balthazar/ 1966, dir: Robert Bresson)
3. Berlin Alexanderplatz (idem/ 1980, dir: Rainer Werner Fassbinder)
4. Frenesi (Frenzy/ 1972, dir: Alfred Hitchcock)
5. M, o Vampiro de Düsseldorf (M/ 1931, dir: Fritz Lang)
6. O Homem da Câmera (Chelovek s kino-apparatom/ 1929, dir: Dziga Vertov)
7. O Martírio de Joana D’Arc (La Passion de Jeanne d’Arc/ 1928, dir: Carl Theodor Dreyer)
8. Os Sem Esperança (Szegénylegények/ 1966, dir: Miklós Jancsó)
9. Era Uma Vez em Tóquio (Tôkyô Monogatari/ 1953, dir: Yasujirô Ozu)
10. Viver a Vida (Vivre Sa Vie: Film en douze tableaux/ 1962, dir: Jean-Luc Godard)

Carlos Reygadas

Carlos Reygadas

Carlos Reygadas

Nasceu em Outubro de 1971 – Distrito Federal, México
Principais trabalhos: Japón (2002), Batalha no Céu (2005), Luz Sileciosa (2007), Post Tenebras Lux (2012)

1. Andrei Rublev – O Artista Maldito (Andrei Rublev/ 1966, dir: Andrei Tarkovsky)
2. Vozes Distantes (Distant Voices, Still Lives/ 1988, dir: Terence Davies)
3. O Carrasco (El Verdugo/ 1963, dir: Luis García Berlanga)
4. Vida Sem Destino (Gummo/ 1997, dir: Harmony Korine)
5. Os Esquecidos (Los Olvidados/ 1950, dir: Luis Buñuel)
6. Um Condenado à Morte Escapou (Un condamné à mort s’est échappé ou Le vent souffle où il veut/ 1956, dir: Robert Bresson)
7. Mãe e Filho (Mat i Syn/ 1997, dir: Aleksandr Sokurov)
8. Quando Duas Mulheres Pecam (Persona/ 1966, dir: Ingman Bergman)
9. Intendente Sansho (Sanshô Dayû/ 1954, dir: Kenji Mizoguchi)
10. A Harmonia Werckmeister (Werckmeister harmóniák/ 2000, dir: Béla Tarr)

Fernando Meirelles

Fernando Meirelles

Fernando Meirelles

Nasceu em novembro de 1955 – São Paulo, Brasil
Trabalhos em destaque: Cidade de Deus (2002), O Jardineiro Fiel (2005), Ensaio Sobre a Cegueira (2008)

1. Apocalypse Now (idem/ 1979, dir: Francis Ford Coppola)
2. As Mil e Uma Noites (Il Fiore Delle Mille e Una Notte/ 1974, dir: Pier Paolo Pasolini)
3. Enter the Void (2009, dir: Gaspar Noé)
4. Os Bons Companheiros (Goodfellas/ 1990, dir: Martin Scorsese)
5. Iracema – Uma Transa Amazônica (1975, dir: Jorge Bodanzky, Orlando Senna)
6. Ran (idem/ 1985, dir: Akira Kurosawa)
7. Além da Linha Vermelha (The Thin Red Line/ 1998, dir: Terrence Malick)
8. A Árvore da Vida (The Tree of Life/ 2009, dir: Terrence Malick)
9. Vidas Secas (1963, dir: Nelson Pereira dos Santos)
10. Zabriskie Point (1970, dir: Michelangelo Antonioni)

Gaspar Noé

Gaspar Noé

Gaspar Noé

Nasceu em dezembro de 1963 – Buenos Aires, Argentina
Trabalhos em destaque: Seul Contre Tous (1998), Irreversível (2000), Enter the Void (2009)

1. 2001: Uma Odisséia no Espaço (2001: A Space Odyssey/ 1968, dir: Stanley Kubrick)
2. Amor (Amour/ 2011, dir: Michael Haneke)
3. Angst (1983, dir: Gerald Kargl)
4. Um Cão Andaluz (Un Chien Andalou/ 1928, dir: Luis Buñuel)
5. Eraserhead (idem/ 1976, dir: David Lynch)
6. Eu Sou Cuba (Soy Cuba/ 1964, dir: Mikhail Kalatozov)
7. King Kong (idem/ 1933, dir: Merian C. Cooper, Ernest B. Schoedsack)
8. Saló ou 120 Dias de Sodoma (Salò o le 120 Giornate di Sodoma/ 1975, dir: Pier Paolo Pasolini)
9. Scorpio Rising (1964, dir: Kenneth Anger)
10. Taxi Driver (idem/ 1976, dir: Martin Scorsese)

Gregg Araki

Gregg Araki

Gregg Araki

Nasceu em dezembro de 1959 – Los Angeles, EUA
Trabalhos em destaque: Mistérios da Carne (2004), Geração Maldita (2005), Kaboom (2010)

1. Terra de Ninguém (Badlands/ 1973, dir: Terrence Malick)
2. O Diabo, Provavelmente (Le Diable Probablement/ 1977, dir: Robert Bresson)
3. A Dupla Vida de Veronique (La Double Vie de Véronique/ 1991, dir: Krzysztof Kieslowski)
4. Felizes Juntos (Chun Gwong cha sit/ 1997, dir: Wong Kar-Wai)
5. As Três Noites de Eva (The Lady Eve/ 1941, dir: Preston Sturges)
6. Masculino-Feminino (Masculin Féminin/ 1966, dir: Jean-Luc Godard)
7. Psicose (Psycho/ 1960, dir: Alfred Hitchcock)
8. O Iluminado (The Shining/ 1980, dir: Stanley Kubrick)
9. Marinheiro de Encomenda (Steamboat Bill, Jr./1928, dir: Buster Keaton)
10. Twin Peaks: Os Últimos Dias de Laura Palmer (Twin Peaks: Fire Walk With Me/ 1992, dir: David Lynch)

Guy Maddin

Guy Maddin

Guy Maddin

Nasceu em fevereiro de 1956 – Manitoba, Canadá
Trabalhos em destaque: Dracula: Pages from a Virgin’s Diary (2002), A Música Mais Triste do Mundo (2003), Cowards Bend the Knee or the Blue Hands (2003)

1. Depois da Vida (Wandâfuru raifu/ 1998, dir: Hirokazu Koreeda)
2. A Idade do Ouro (L’âge D’Or/ 1930, dir: Luis Buñuel)
3. Carta de uma Desconhecida (Letter From an Unknown Woman/ 1948, dir: Max Ophüls)
4. Um Perigoso Adeus (The Long Goodbye/ 1973, dir: Robert Altman)
5. O Paraíso de um Homem (Man’s Castle/ 1933, dir: Frank Borzage)
6. Cidade dos Sonhos (Mulholland Dr/ 2001, dir: David Lynch)
7. A Árvore da Vida (The Tree of Life/ 2010, dir: Terrence Malick)
8. O Monstro do Circo (The Unknown/ 1927, dir: Tod Browning)
9. Zéro de conduite: Jeunes diables au Collège (1933, dir: Jean Vigo)
10. Zvenigora (1928, dir: Aleksandr Dovzhenko)

Hirokazu Koreeda

Hirokazu Koreeda

Hirokazu Koreeda

Nasceu em junho de 1962 – Tóquio, Japão
Trabalhos em destaque: Depois da Vida (1998), Ninguém Pode Saber (2002), Andando (2008), Like Father, Like Son (2013)

1. O Dinheiro (L’Argent/ 1983, dir: Robert Bresson)
2. Dust in the Wind (Lian lian feng chen/ 1987, dir: Hsiao-Hsien Hou)
3. Floating Clouds (Ukigumo/ 1955, dir: Mikio Naruse)
4. Frankenstein (idem/ 1931, dir: James Whale)
5. Kes (idem/ 1969, dir: Ken Loach)
6. A Viagem dos Comediantes (O thiasos/ 1975, dir: Theo Angelopoulos)
7. Noites de Cabíria (Le notti di Cabiria/ 1957, dir: Federico Fellini)
8. Sol Secreto (Milyang/ 2007, dir: Chang-Dong Lee)
9. Os Guarda-Chuvas do Amor (Les parapluies de Cherbourg/ 1964, dir: Jacques Demy)
10. Uma Mulher Sob a Influência (A Woman Under the Influence/ 1974, dir: John Cassavetes)

Hong Sang-Soo

Hong Sang-Soo

Hong Sang-Soo

Nasceu em Outubro de 1960 – Seul, Coréia do Sul
Trabalhos em destaque: Oh! Soo-Jung (2000), Woman is the Furture of Man (2004), A Visitante Francesa (2012)

1. O Atalante (L’Atalante/ 1934, dir: Jean Vigo)
2. Boat Leaving the Port (Barque Sortant du Port/ 1895, dir: Louis Lumière)
3. Boudu Saved from Drowning (Boudu Sauvé des Eaux/ 1932, dir: Jean Renoir)
4. Também Fomos Felizes (Bakushû/ 1951, dir: Yasujirô Ozu)
5. O Raio Verde (Le Rayon Vert/ 1986, dir: Eric Rohmer)
6. Um Condenado à Morte Escapou (Un condamné à mort s’est échappé ou Le vent souffle où il veut/ 1956, dir: Robert Bresson)
7. Nanook do Norte (Nanook of the North/ 1922, dir: Robert J. Flaherty)
8. Nazarin (Nazarín/ 1959, dir: Luis Buñuel)
9. A Palavra (Ordet/ 1955, dir: Carl Theodor Dreyer)
10. A Mocidade de Lincoln (Young Mr. Lincoln/ 1939, dir: John Ford)

Jan Troell

Jan Troell

Jan Troell

Nasceu em julho de 1931 – Skåne län, Suécia
Trabalhos em destaque: Os Emigrantes (1971), O Preço do Triunfo (1972), Momentos Eternos de Maria Larssons (2008)

1. 8½ (idem/ 1963, dir: Federico Fellini)
2. A Invenção de Hugo Cabret (Hugo/ 2011, dir: Martin Scorsese)
3. Jules e Jim – Uma Mulher Para Dois (1962, dir: François Truffaut)
4. O Espelho (Zerkalo/ 1975, dir: Andrei Tarkovsky)
5. Os Desajustados (The Misfits/ 1961, dir: John Huston)
6. Tempos Modernos (Modern Times/ 1936, dir: Charles Chaplin)
7. Mensageiro do Diabo (The Night of the Hunter/ 1955, dir: Charles Laughton)
8. Branca de Neve e os Sete Anões (Snow White and the Seven Dwarfs/ 1937)
9. Quanto Mais Quente Melhor (Some Like it Hot/ 1959, dir: Billy Wilder)
10. A Hora do Lobo (Vargtimmen/ 1968, dir: Ingmar Bergman)

Jean-Marc Valléejean-marc vallee

Nasceu em março de 1963 – Montreal, Canadá
Trabalhos em destaque: C.R.A.Z.Y. (2005), A Jovem Rainha Vitória (2009), Dallas Buyers Club (2013)

1. 2001: Uma Odisséia no Espaço (2001: A Space Odyssey/ 1968, dir: Stanley Kubrick)
2. O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (Le Fabuleux Destin d’Amélie Poulain/ 2001, dir: Jean-Pierre Jeunet)
3. Beleza Americana (American Beauty/ 1999, dir: Sam Mendes)
4. O Poderoso Chefão (The Godfather/ 1972, dir: Francis Ford Coppola)
5. Os Bons Companheiros (Goodfellas/ 1990, dir: Martin Scorsese)
6. Lawrence da Arábia (Lawrence of Arabia/ 1962, dir: David Lean)
7. Um Estranho no Ninho (One Flew Over the Cuckoo’s Nest/ 1975, dir: Milos Forman)
8. O Profeta (Un Prophète/ 2009, dir: Jacques Audiard)
9. Cantando na Chuva (Singin’ in the Rain/ 1952, dir: Stanley Donen, Gene Kelly)
10. Além da Linha Vermelha (The Thin Red Line/ 1998, dir: Terrence Malick)

Jeff Nichols

Jeff Nichols

Jeff Nichols

Nasceu em dezembro de 1978 – Arkansas, EUA
Trabalhos em destaque: Shotgun Stories (2007), O Abrigo (2011), Amor Bandido (2012)

1. Terra de Ninguém (Badlands/ 1973, dir: Terrence Malick)
2. Butch Cassidy (Butch Cassidy and the Sundance Kid/1969, dir: George Roy Hill)
3. Rebeldia Indomável (Cool Hand Luke/ 1967, dir: Stuart Rosenberg)
4. Assassinato por Encomenda (Fletch/ 1985, dir: Michael Ritchie)
5. O Indomado (Hud/ 1962, dir: Martin Ritt)
6. Desafio à Corrupção (The Hustler/ 1961, dir: Robert Rossen)
7. Tubarão (Jaws/ 1975, dir: Steven Spielberg)
8. Lawrence da Arábia (Lawrence of Arabia/ 1962, dir: David Lean)
9. Intriga Internacional (North by Northwest/ 1959, dir: Alfred Hitchcock)
10. No Tempo das Diligências (Stagecoach/ 1939, dir: John Ford)

Jonathan Glazer

Jonathan Glazer

Jonathan Glazer

Nasceu em março de 1965 – Londres, Inglaterra
Trabalhos em destaque: Sexy Beast (2000), Reencarnação (2004), Under the Skin (2013)

1. 2001: Uma Odisséia no Espaço (2001: A Space Odyssey/ 1968, dir: Stanley Kubrick)
2. 8½ (idem/ 1963, dir: Federico Fellini)
3. A Idade do Ouro (L’age D’or/ 1930, dir: Luis Buñuel)
4. A Grande Testemunha (Au hasard Balthazar/ 1966, dir: Robert Bresson)
5. Berlin Alexanderplatz (idem/ 1980, dir: Rainer Werner Fassbinder) – série de TV
6. O Evangelho Segundo São Mateus (Il vangelo secondo Matteo/ 1964, dir: Pier Paolo Pasolini)
7. O Espelho (Zerkalo/ 1975, dir: Andrei Tarkovsky)
8. O Martírio de Joana D’Arc (La Passion de Jeanne d’Arc/ 1928, dir: Carl Theodor Dreyer)
9. Quando Duas Mulheres Pecam (Persona/ 1966, dir: Ingmar Bergman)
10. Rashomon (Rashômon/ 1950, dir: Akira Kurosawa)

Joseph Cedar

Joseph Cedar

Joseph Cedar

Nasceu em agosto de 1968 – Nova York, EUA
Trabalhos em destaque: Fogueira (2004), Beaufort (2007), Nota de Rodapé (2011)

1. Boogie Nights – Prazer Sem Limites (Boogie Nights/ 1997, dir: Paul Thomas Anderson)
2. Crimes e Pecados (Crimes and Misdemeanors/ 1989, dir: Woody Allen)
3. Kramer vs. Kramer (idem/ 1979, dir: Robert Benton)
4. Sindicato de Ladrões (On the Waterfront/ 1954, dir: Elia Kazan)
5. Glória Feita de Sangue (Paths of Glory/ 1957, dir: Stanley Kubrick)
6. Janela Indiscreta (Rear Window/ 1954, dir: Alfred Hitchcock)
7. O Bebê de Rosemary (Rosemary’s Baby/ 1968, dir: Roman Polanski)
8. A Rede Social (The Social Network/ 2010, dir: David Fincher)
9. Aurora (Sunrise: A Song of Two Humans/ 1927, dir: F.W. Murnau)
10. A Hora do Lobo (Vargtimmen/ 1968, dir: Ingmar Bergman)

Juan Antonio Bayona (J.A. Bayona)

J.A. Bayona

J.A. Bayona

Nasceu em 1975 – Barcelona, Espanha
Trabalhos em destaque: O Orfanato (2007), O Impossível (2012)

1. O Turista Acidental (The Accidental Tourist/ 1988, dir: Lawrence Kasdan)
2. E.T. – O Extraterrestre (E.T. the Extra-Terrestrial/ 1982, dir: Steven Spielberg)
3. O Incrível Homem que Encolheu (The Incredible Shrinking Man/ 1957, dir: Jack Arnold)
4. Os Inocentes (The Innocents/ 1961, dir: Jack Clayton)
5. Idade da Inocência (L’argent de poche/ 1976, dir: François Truffaut)
6. O Iluminado (The Shining/ 1980, dir: Stanley Kubrick)
7. Superman – O Filme (Superman: The Movie/ 1978, dir: Richard Donner)
8. O Inquiilino (Le Locataire/ 1976, dir: Roman Polanski)
9. A Árvore da Vida (The Tree of Life/ 2009, dir: Terrence Malick)
10. Que Eu Fiz Para Merecer Isto? (¿Qué he hecho yo para merecer esto!!/ 1984, dir: Pedro Almodóvar)

Juan José Campanella

Juan José Campanella

Juan José Campanella

Nasceu em julho de 1959 – Buenos Aires, Argentina
Trabalhos em destaque: O Filho da Noiva (2001), Clube da Lua (2004), O Segredo dos Seus Olhos (2009)

1. O Show Deve Continuar (All That Jazz/ 1979, dir: Bob Fosse)
2. Amarcord (idem/ 1972, dir: Federico Fellini)
3. Os Eternos Desconhecidos (I soliti ignoti/ 1958, dir: Mario Monicelli)
4. Casablanca (idem/ 1942, dir: Michael Curtiz)
5. Em Nome do Papa Rei (In nome del papa re/ 1977, dir: Luigi Magni)
6. A Felicidade Não se Compra (It’s a Wonderful Life/ 1947, dir: Frank Capra)
7. Amor na Tarde (Love in the Afternoon/ 1957, dir: Billy Wilder)
8. A Loja da Esquina (The Shop Around the Corner/ 1940, dir: Ernst Lubitsch)
9. Cantando na Chuva (Singin’ in the Rain/ 1952, dir: Stanley Donen, Gene Kelly)
10. Nós que Nos Amávamos Tanto (C’eravamo tanto amati/ 1974, dir: Ettore Scola)

Kenneth Branagh

Kenneth Branagh

Kenneth Branagh

Nasceu em dezembro de 1960 – Belfast, Irlanda do Norte
Trabalhos em destaque: Henrique V (1989), Frankenstein de Mary Shelley (1994), Hamlet (1996)

1. Adeus, Meninos (Au Revoir les Enfants/ 1987, dir: Louis Malle)
2. Narciso Negro (Black Narcissus/ 1947, dir: Michael Powell, Emeric Pressburger)
3. Desencanto (Brief Encounter/ 1945, dir: David Lean)
4. Cidadão Kane (Citizen Kane/ 1941, dir: Orson Welles)
5. Manhattan (idem/ 1979, dir: Woody Allen)
6. Napoleão (Napoléon/ 1927, dir: Abel Gance)
7. Touro Indomável (Raging Bull/ 1980, dir: Martin Scorsese)
8. Rastros de Ódio (The Searchers/ 1956, dir: John Ford)
9. O Terceiro Homem (The Third Man/ 1949, dir: Carol Reed)
10. Tootsie (idem/ 1982, dir: Sydney Pollack)

Kevin MacDonald

Kevin MacDonald

Kevin MacDonald

Nasceu em outubro de 1967 – Glasgow, Escócia
Trabalhos em destaque: Tocando o Vazio (2003), O Último Rei da Escócia (2006), Intrigas do Estado (2009)

1. 2001: Uma Odisséia no Espaço (2001: A Space Odyssey/ 1968, dir: Stanley Kubrick)
2. The Ascent (Voskhozhdeniye/ 1977, dir: Larisa Shepitko)
3. Os Boas Vidas (I vitelloni/ 1953, dir: Federico Fellini)
4. O Leopardo (Il Gattopardo/ 1963, dir: Luchino Visconti)
5. Coronel Blimp – Vida e Morte (The Life and Death of Colonel Blimp/ 1978, dir: Michael Powell, Emeric Pressburger)
6. Soberba (The Magnificent Ambersons/ 1942, dir: Orson Welles)
7. Shoah (idem/ 1985, dir: Claude Lanzmann)
8. Cantando na Chuva (Singin’ in the Rain/ 1952, dir: Stanley Donen, Gene Kelly)
9. Quanto Mais Quente Melhor (Some Like it Hot/ 1959, dir: Billy Wilder)
10. A Tênue Linha da Morte (The Thin Blue Line/ 1988, dir: Errol Morris)

Kleber Mendonça Filho

Kleber Mendonça Filho

Kleber Mendonça Filho

Nasceu em 1968 – Pernambuco, Brasil
Trabalhos em destaque: Eletrodoméstica (2005), Crítico (2008), O Som ao Redor (2012)

1. Assalto à 13º DP (Assault on Precinct 13/ 1976, dir: John Carpenter)
2. O Estranho que Nós Amamos (The Beguilled/ 1970, dir: Don Siegel)
3. Vá e Veja (Idi i smotri/ 1985, dir: Elem Klimov)
4. Intervenção Divina (Yadon ilaheyya/ 2002, dir: Elia Suleiman)
5. Fitzcarraldo (idem/ 1981, dir: Werner Herzog)
6. A Mosca (The Fly/ 1986, dir: David Cronenberg)
7. Jackie Brown (idem/ 1997, dir: Quentin Tarantino)
8. O Iluminado (The Shining/ 1980, dir: Stanley Kubrick)
9. Crepúsculo dos Deuses (Sunset Blvd/ 1950, dir: Billy Wilder)
10. Cabra Marcado Para Morrer (1985, dir: Eduardo Coutinho)

Ressaca do Oscar

Plummer, Spencer, Streep e Dujardin

Depois de alguns meses só falando de Oscar, Globo de Ouro e outros prêmios, resolvi dar uma pausa maior antes de recomeçar a postar. É engraçado ver agora aqueles filmes que não tiveram chance no Oscar estrearem nas salas de cinema como é o caso de Drive e W.E. – O Romance do Século, ambos indicados nas categorias de efeitos sonoros e figurino, respectivamente e apenas. Parece que agora há um espacinho na grade de programação para os mesmos.

Como já vi Drive e não me interessei tanto pelo filme da Madonna, resolvi correr atrás do prejuízo e conferir o trabalho de Meryl Streep em A Dama de Ferro. Na época, eu estava receoso de que a figura não tão quista de Thatcher fosse prejudicar Meryl Streep na conquista do prêmio da Academia, mas felizmente a veterana atriz se mostrou maior do que seu papel e o filme medíocre em si. O que esperar da diretora de Mamma Mia ao assumir a biografia de uma pessoa tão controversa? Faltou o olhar político de um Elia Kazan ou de um Costa-Gavras. É claro que Phyllida Lloyd não deu conta do recado e o filme só vale mesmo pela atriz e pelo belo trabalho de maquiagem.

Meryl Streep: dona do 3º Oscar e do melhor discurso da noite

Aliás, o discurso de Meryl Streep foi o melhor da noite do Oscar. Ela deixa de lado o filme e os agradecimentos chatos para valorizar as amizades que fez durante toda sua carreira de forma honrosa. Particularmente, fico bastante feliz quando atrizes mais experientes vencem, porque das ganhadoras dos últimos 15 anos, apenas 3 voltaram a ser indicadas, dando a entender que trabalhos mais consistentes são casos isolados nessa categoria.

Mas enfim, voltando à ressaca do Oscar, seria interessante (ou melhor, um sonho) ver o mesmo empenho das distribuidoras em correr atrás das estréias de filmes indicados e premiados também nos casos do Festival de Berlim, Sundance, Veneza e Cannes. É claro que muita coisa melhorou nos últimos anos, pois essas produções estrangeiras “alternativas” passaram a aparecer timidamente nas salas comerciais de cinema, e não apenas ficar restringidas às mostras paralelas como a Mostra Internacional de Cinema, que ocorre todo mês outubro em São Paulo.

Obviamente, se ainda não dá pra exigir todos os filmes reconhecidos dos grandes festivais aqui no Brasil, nem se fala então do atraso. Vamos pegar alguns exemplos. Tio Boonmee, Que Pode Recordar Suas Vidas Passadas, filme tailandês vencedor da Palma de Ouro de 2010, estreou comercialmente na França no dia 1º de setembro de 2010, enquanto que aqui no Brasil, 21 de janeiro de 2011. Quatro meses: pouco ou muito para um filme com o prêmio máximo de Cannes?

Apichatpong Weerasethakul recebendo a Palma de Ouro por Tio Boonme: quase um ano depois de Cannes no Brasil (foto: Reuters)

Drive, vencedor de Melhor Diretor no Festival de Cannes em 2011, teve sua estréia nos EUA no dia 16 de setembro de 2011. Aqui no Brasil: quase metade de um ano depois: 02 de março de 2012. Isso porque tem Ryan Gosling e Carey Mulligan no elenco.

Os próprios filmes de Woody Allen costumavam levar 1 ano pra chegar às telas brasileiras.  Enquanto aqui estreava o penúltimo de Allen, lá fora já tinham visto o último. Felizmente, com a evolução de seus filmes e melhor aceitação do público, suas estréias foram antecipadas aqui. Vicky Cristina Barcelona e Meia-Noite em Paris levaram apenas um intervalo de 3 meses e 1 mês, respectivamente.

O que muitos não se dão conta é que esse atraso pode acarretar em mais pirataria. Se uma pessoa sabe que o filme que ela quer ver só vai estrear aqui depois de 6 meses, o que a impede de comprar na banquinha de cópias ilegais por 4 “real” hoje? Isso sem contar o absurdo dos altos preços cobrados por cópias originais. Por que não abaixar os impostos para que os consumidores possam contribuir legalmente? Enfim, essa é uma discussão que merece vários posts, mas recentemente um primeiro passo foi dado pelo Ministério da Cultura, que aprovou a isenção de impostos para CDs e DVDs de artistas nacionais (confira notícia no link: http://g1.globo.com/politica/noticia/2011/12/camara-aprova-em-2-turno-isencao-de-impostos-para-cd-e-dvd-nacional.html) no final de 2011. A proposta ainda deve passar por 2 votações pelo Senado. Vamos torcer para que os políticos pensem um pouco na cultura do país.

Como resistir a este cartaz se na loja o mesmo filme está 30 reais?

Nos últimos meses, vencedores foram anunciados do Festival de Sundance e Festival de Berlim. Para quem desconhece, Sundance foi criado pelo ex-galã de Hollywood e diretor Robert Redford, tanto que o festival leva o nome de seu famoso personagem de Butch Cassidy and the Sundance Kid (1969), a fim de criar uma nova vitrine que privilegiasse um cinema mais independente. Este ano, o filme Beasts of the Southern Wild, de Benh Zeitlin foi vencedor do Grand Jury Prize – Dramatic, além do prêmio de fotografia. Previsão de estréia no Brasil? Se nos EUA é só dia 27 de junho de 2012, quem sabe em 2013? Digo isso porque o vencedor de 2011, o bom drama romântico Like Crazy, de Drake Doremus nem estreou por aqui.

Se o vencedor de Sundance 2011 não chega ao Brasil, temos que importar o blu-ray. Aproveito pra perguntar: Por que não usar aqui as capas com metade da espessura?

Já o Festival de Berlim costuma primar na seleção de filmes de cunho sócio-político. Para citar alguns vencedores do Urso de Ouro: A Separação, Contra a Parede, 12 Homens e uma Sentença, O Salário do Medo e Em Nome do Pai, além dos brasileiros Central do Brasil e Tropa de Elite. Este ano, a produção italiana dos irmãos Paolo e Vittorio Taviani, Cesare deve Morire (César Deve Morrer), foi a grande vencedora. Nela, presos de uma penitenciária de segurança máxima encenam a peça Júlio César de Shakespeare. Previsão de estréia? Na Itália, país da produção, dia 02 de março. No Brasil? Se na França vai ser dia 17 de outubro…

Com uma defasagem ainda bastante incômoda nos lançamentos dos cinemas, o Oscar ainda merece credibilidade por trazer filmes de qualidade acima da média às salas brasileiras.

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