APOSTAS PARA O OSCAR 2017: O Ano de ‘LA LA LAND’

Pôster oficial do Oscar 2017, com o host Jimmy Kimmel

Pôster oficial do Oscar 2017, com o host Jimmy Kimmel

EM SUA 89ª EDIÇÃO, O OSCAR PODE VOLTAR A PREMIAR UM MUSICAL APÓS 14 ANOS

Yes, it’s Oscar time! Infelizmente, este ano coincidiu com o Carnaval, este evento anual que é responsável por ruas públicas urinadas, e com isso, a Globo, que é detentora dos direitos de transmissão, não deve passar ao vivo porque o Carnaval é mais importante, né gente? Primeiro vem o Carnaval, em segundo o Big Brother e se sobrar tempo, vem o Oscar. Aí eu pergunto: Por que não deixar outra emissora aberta transmitir? Porque a Globo não gosta de concorrência.

Enfim, felizmente, o Oscar pode contar com a TNT, que aliás, iniciará sua transmissão a partir das 21h, horário de Brasília, quando teremos o famoso tapete vermelho e as entrevistas. Para quem ouve a faixa de áudio com tradução simultânea, poderá contar com os comentários de Rubens Ewald Filho e Domingas Person. Como a tradução mais atrapalha do que ajuda, prefiro sempre ouvir em áudio original em inglês.

HOST: JIMMY KIMMEL

É difícil prevermos se um host mandará bem ou não no Oscar, por isso, os produtores do evento costumam fazer apostas mais seguras, convidando profissionais que lidam com humor de stand up como Chris Rock ou que tenham os próprios talk shows como David Letterman. Das poucas vezes que arriscaram, os resultados foram desastrosos: em 2010, a dupla Steve Martin e Alec Baldwin; e em 2011, a dupla mais sem química de todas Anne Hathaway e James Franco. Honestamente, até hoje não entendo quem teve a brilhante idéia de fazer essa combinação.

Os produtores desta 89ª cerimônia, Michael de Luca e Jennifer Todd, foram no safe bet (aposta segura) com Jimmy Kimmel. Seu talk show, o Jimmy Kimmel Live!, trabalha bem com sátiras de filmes e assim como o Oscar, é transmitido ao vivo, o que lhe garante experiência nos possíveis imprevistos. Além disso, Kimmel já foi host do Emmy Awards duas vezes. Espero que ele faça uma ótima apresentação, porque 3 horas de show tem que saber não deixar a peteca cair! Mas se dependesse de mim, pediria o retorno de Jon Stewart (ele seria perfeito nesse momento de turbulências políticas de Trump!), ou se fosse pra “estrear” alguém, chamaria Jim Carrey, que sempre foi muito bem nas apresentações de prêmios do Oscar e Globo de Ouro.

A 89ª EDIÇÃO DO OSCAR

Após conferir todos os nove filmes indicados a Melhor Filme, consegui chegar a um veredito pessoal. Claro que alguns vão concordar e outros podem discordar, afinal, estamos falando de Arte, que pode ser interpretada de acordo com cada espectador. De todos os nove, se eu fosse membro da Academia, votaria no western moderno A Qualquer Custo. Trata-se de um filme bem realizado, com uma direção segura e minimalista de David Mackenzie (que infelizmente não foi indicado), todo o elenco apresenta performances acima da média, inclusive os quase figurantes em cena, os personagens são ricos e complexos, e gera reflexão enquanto expõe o país do pós-crise econômica e nos diverte com suas piadas politicamente incorretas proferidas pelo personagem Marcus Hamilton (Jeff Bridges). Não entendi como Ben Foster não estava entre os indicados a Ator Coadjuvante.

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A Qualquer Custo (Hell or High Water)

Mas ao mesmo tempo, entendo o hype em torno de La La Land, que concorre a 14 Oscars. Primeiramente, é um dos bons exemplares do gênero musical, que predominava na Hollywood dos anos 50 e 60. Fazer um musical bem feito hoje em dia é para poucos. Não contamos mais com Fred Astaire, Ginger Rogers e Gene Kelly pra ajudar o musical a brilhar. Mas acima da qualidade fílmica em si, o filme de Damien Chazelle merece os láureos da temporada por saber dialogar sobre o sonho artístico. E não precisa ter feito faculdade ou trabalhado com Artes pra ser pego por La La Land, afinal, quem nunca teve o sonho de viver de Arte? Fazer um filme, pintar quadros, fazer exposições com suas fotos, ser cantor! Depois de conferirmos La La Land, é possível entender um pouco melhor os percalços de cada aspirante a artista, seja em Hollywood, seja na Índia.

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La La Land: Cantando Estações (La La Land)

Se A Chegada vencesse o Oscar de Melhor Filme, não seria nada injusto. Primeiramente, porque o gênero da ficção científica sempre foi considerado como Filme B pela Academia, tanto que nunca foi premiado como Melhor Filme em 88 anos de história. E em segundo lugar, o filme de Denis Villeneuve é mais do que um mero sci-fi. Aproveitando-se de uma história de invasão alienígena, ele cria uma análise do poder da comunicação entre povos como antítese da guerra. Em tempos de extrema direita de Donald Trump, em que imigrantes estão sendo deportados por pertencerem à religião muçulmana e de sete países do Oriente Médio, percebe-se claramente que está havendo uma falta de comunicação entre as nações. Embora tenha seu diretor indicado, a campanha do filme perdeu um pouco de sua força quando sua protagonista vivida por Amy Adams foi excluída da categoria de Melhor Atriz.

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A Chegada (Arrival)

Entre os filmes indies, o novo filme de Kenneth Lonergan, Manchester à Beira-Mar, foi um dos grandes destaques da temporada. Favorito nas categorias de Roteiro Original e Ator, o longa realmente tem seus maiores méritos justamente nesses dois campos. Com ampla experiência em peças, Lonergan consegue tecer uma história poderosa sobre perdas e traumas familiares, sem cair nos chavões dramáticos do subgênero. Mesmo numa história sobre luto, ele consegue criar momentos de ótimo humor negro, elemento esse que casou muito bem com a performance introspectiva de Casey Affleck. Na verdade, o elenco todo está bem equilibrado, já que Lucas Hedges se contrapõe a Affleck com sua energia, e Michelle Williams consegue extrair um pouco do passado tenebroso com sua sensibilidade.

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Manchester à Beira-Mar (Manchester by the Sea)

 

Quanto ao filme de guerra Até o Último Homem, acredito que a indicação em si teve dois propósitos. Primeiramente, a Academia sempre gosta de preencher uma cota de filme de mocinho. A história verídica do soldado que nunca pegou numa arma, mas salvou várias vidas tinha de ser contada. E em segundo, a Academia gosta de perdoar artistas numa tentativa de causar uma redenção. Foi assim com problemáticos como Robert Downey Jr. e Sean Penn. Aqui é Mel Gibson, que nos últimos anos, soltou declarações polêmicas anti-semitas em situações constrangedoras, como quando foi pego bêbado pela polícia. Acho um bom filme, consistente, bem filmado por Gibson, mas peca pelo excesso nítido de Cristianismo. Daria pra dizer que é um filme patrocinado pela Igreja Cristã de tantas menções bíblicas e a forte inclinação do protagonista vivido por Andrew Garfield.

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Até o Último Homem (Hacksaw Ridge)

Em relação a Lion: Uma Jornada Para Casa e Um Limite Entre Nós, vejo um problema grave de adaptação. Vamos partir do princípio fundamental de que Cinema, Literatura e Teatro são formas de Arte distintas entre si. Cada meio de comunicação tem suas características muito próprias que precisam ser respeitadas para que funcionem. Nem tudo o que funcionou no livro vai funcionar no filme, assim como tudo o que funcionou numa peça vai funcionar no filme. Embora sejam duas histórias que precisavam ser contadas (Lion é sobre um rapaz indiano que encontra sua mãe biológica depois de vários anos, e Um Limite Entre Nós faz um belo estudo sobre a vida suburbana num bairro negro nos anos 60), faltou alguém que lapidasse as coisas que não funcionam em cinema.

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Lion: Uma Jornada Para Casa (Lion)

Em Lion, o segundo ato é totalmente ineficiente. Temos um ótimo começo e um ótimo final, mas o desenvolvimento da trama simplesmente nos faz engolir alguns acontecimentos por serem verídicos. Além disso, a personagem de Rooney Mara, apesar de ser real também, poderia ter sido cortada por completo, pois além de um papel mal escrito, não ajuda em nada a avançar a trama. Já em Um Limite Entre Nós, não tem como assistir ao filme sem pensar na peça de teatro. Eu mesmo ficava imaginando a história toda encenada num palco. Claro que não se trata apenas de um cenário confinando os personagens, mas a história toda se baseia em texto (diálogos bem defendidos pelos atores, especialmente Viola Davis, que tem dois monólogos), e Cinema é texto transformado em ação. Até movimentos de câmera foram economizados e a adaptação ficou essa coisa pobre. O texto original de August Wilson merecia um tratamento melhor pras telas. Honestamente, não entendi alguns críticos defendendo reconhecimento de Denzel Washington como diretor…

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Um Limite Para Nós (Fences)

Falando em coisas que não entendi foi o alto reconhecimento para Moonlight: Sob a Luz do Luar, começando pelo roteiro de Barry Jenkins. Ele reúne temas fortes e polêmicos como homossexualidade e drogas, mas os trata de forma superficial, quase estereotipada. Temos uma mãe viciada que maltrata seu filho, que passa a ser cuidado por um ex-traficante, e ao amadurecer, descobre-se homossexual e sofre bullying por sua opção sexual. Essa reunião de elementos me pareceu muito didática com soluções muito simples, algo comum para diretores em processo de formação. Obviamente, há méritos isolados como a atuação de Mahershala Ali, que merecia mais tempo de filme, e a trilha musical de Nicholas Britell, mas no geral considero uma produção superestimada, e muito provavelmente só está em alta por pegar carona com a polêmica do #OscarSoWhite. A Academia precisava eleger um filme que pudesse responder às críticas que sofreu ano passado e optou por este. Contudo, quero deixar bem claro que não estou criticando Moonlight por seus temas (antes que venham comentários politicamente corretos), mas a forma como os temas foram trabalhados. Já vi e gostei de inúmeros filmes que abordam o mesmo universo, porém de um jeito mais maduro e consistente como o Querelle, do Fassbinder, por exemplo, ou os mais recentes como Mistérios da Carne, Direito de AmarWeekend. Pode ser que lá pra frente Barry Jenkins se torne um bom diretor, pois tem potencial, mas por enquanto é cedo demais para tanto.

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Moonlight: Sob a Luz do Luar (Moonlight)

E por último, apesar de ser mega convencional, Estrelas Além do Tempo funciona. De todos os filmes de temática negra é o que mais sabe valorizar a raça com personagens fortes e uma história sensacional e verídica de moças negras que ajudaram a NASA a levar John Glenn ao espaço com seus conhecimentos técnicos.É uma fórmula batida? Sim, mas está bem aplicada. Não sei se merecia o posto de indicado a Oscar de Melhor Filme, mas pelo menos é honesto. Não entendi bem a indicação isolada para Octavia Spencer, já que todas as atrizes estão bem, embora Taraji P. Henson tenha o papel mais tridimensional por ser a protagonista de fato. Enfim, é uma história edificante que a Academia adora reconhecer, mesmo sendo quadrado.

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Estrelas Além do Tempo (Hidden Figures)

MELHOR FILME

  • A Chegada (Arrival)
  • Um Limite Entre Nós (Fences)
  • Até o Último Homem (Hacksaw Ridge)
  • A Qualquer Custo (Hell or High Water)
  • Estrelas Além do Tempo (Hidden Figures)
  • La La Land: Cantando Estações (La La Land)
  • Lion: Uma Jornada Para Casa (Lion)
  • Manchester à Beira-Mar (Manchester by the Sea)
  • Moonlight: Sob a Luz do Luar (Moonlight)
La La Land: A Última Estação (La La Land)

La La Land: Cantando Estações (La La Land), de Damien Chazelle

DEVE GANHAR: La La Land
DEVERIA GANHAR: La La Land
ZEBRA: A Qualquer Custo

ESNOBADO: Animais Noturnos

Este ano, a Academia decidiu praticamente reproduzir a lista de indicados do PGA (sindicato de produtores), com a única exceção de Deadpool, injustamente excluído. Embora o filme do personagem da Marvel tenha se saído bem na temporada, com participações no Critics’ Choice, Globo de Ouro e no próprio PGA, não conseguiu furar o bloqueio do conservadorismo dos votantes da Academia. Eles ainda têm aversão a adaptações de quadrinhos, mesmo depois de ser severamente criticada com a não-indicação de Batman: O Cavaleiro das Trevas em 2009.

Se Histórias em Quadrinhos ainda é um subgênero que não merece o respeito da Academia, por que não indicar Animais Noturnos? Apesar de se tratar apenas do segundo longa de Tom Ford (que merecia uma indicação de Roteiro Adaptado), o filme é marcante pela tensão das cenas. Teria sido tenso demais para os corações dos votantes mais idosos?

Quanto aos resultados, de acordo com o histórico da temporada, o musical La La Land deve ganhar sem maiores sustos, já que levou o Globo de Ouro, o PGA e o BAFTA. Como a Academia adora premiar filmes que tem como tema Hollywood (O Artista, por exemplo) e o universo dos atores (Birdman), o musical é nada mais, nada menos do que a junção das duas coisas. A única ameaça atende pelo nome de Moonlight, que pode surpreender no caso dos quase 7 mil membros decidirem responder às críticas racistas do ano passado.

MELHOR DIRETOR

  • Damien Chazelle (La La Land)
  • Mel Gibson (Até o Último Homem)
  • Barry Jenkins (Moonlight)
  • Kenneth Lonergan (Manchester à Beira-Mar)
  • Denis Villeneuve (A Chegada)

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DEVE GANHAR: Damien Chazelle (La La Land)
DEVERIA GANHAR: Denis Villeneuve (A Chegada)
ZEBRA: Mel Gibson (Até o Último Homem)

ESNOBADO: David Mackenzie (A Qualquer Custo)

Após as vitórias no Critics’ Choice, Globo de Ouro e no próprio sindicato de diretores (DGA), fica praticamente impossível Damien Chazelle não levar seu primeiro Oscar aos 32 anos, e se tornar o mais jovem profissional a ganhar nesta categoria. “Ah, mas ele não é muito jovem para ganhar?” – alguns podem se questionar. Sim, ele pode ter a idade de um artista em formação, mas para quem viu La La Land, sabe que estava diante de um trabalho altamente profissional e excepcional. Como um bom discípulo de Quentin Tarantino, ele se apoiou em inúmeras referências que vão desde Amor Sublime Amor até Os Guarda-Chuvas do Amor, já que apostar no gênero consagrado por ícones do cinema, tinha altas probabilidades de ser um projeto fracassado.

A zebra ficou com Mel Gibson, porque ele foi o elemento surpresa da categoria e também porque foi o único da lista que fora indicado previamente (e ganhou por Coração Valente em 1996). Sua indicação já foi vista por muitos como um perdão aceito pela Academia em relação às declarações anti-semitas dele. A respeito da direção dele, acho que ele pecou em dois aspectos: o excesso de Cristianismo (o filme parece patrocinado pela Igreja), e a questão da unidade, já que a primeira e a segunda metade são filmes bem diferentes.

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David Mackenzie

Apesar dos diretores ausentes mais comentados serem Tom Ford (Animais Noturnos) e Garth Davis (Lion), meu voto de maior ausência aqui vai para a direção mais minimalista e eficiente de David Mackenzie. Bastante conciso, ele consegue contar uma boa história, dirigir muito bem todos os seus atores (desde os protagonistas até os quase-figurantes) e ainda construir um poderoso reflexo da crise econômica que desolou os EUA sem soar piegas. Responsável por bons dramas independentes desde os anos 90, uma indicação aqui não apenas reconheceria sua filmografia, mas poderia proporcionar projetos ainda mais ambiciosos e até lhe dar carta branca com o estúdio.

MELHOR ATOR

  • Casey Affleck (Manchester à Beira-Mar)
  • Andrew Garfield (Até o Último Homem)
  • Ryan Gosling (La La Land)
  • Viggo Mortensen (Capitão Fantástico)
  • Denzel Washington (Um Limite Entre Nós)
Segundo críticos, Casey Affleck entrega a performance de sua vida em Manchester à Beira-Mar (photo by moviepilot.de)

Segundo críticos, Casey Affleck entrega a performance de sua vida em Manchester à Beira-Mar (photo by moviepilot.de)

DEVE GANHAR: Denzel Washington (Um Limite Entre Nós)
DEVERIA GANHAR: Casey Affleck (Manchester à Beira-Mar)
ZEBRA: Viggo Mortensen (Capitão Fantástico)

ESNOBADO: Adam Driver (Paterson)

Quando a temporada começou, Casey Affleck ganhou importantes prêmios de Ator como o National Board of Review, o NYFCC e o Globo de Ouro, mas nas últimas semanas, teve seu reinado ameaçado com a vitória de Denzel Washington no SAG Awards. Como todos sabem, uma vitória no sindicato de atores é meio Oscar ganho, pois boa parte dos votantes do sindicato também votam na Academia. O único porém nessa história é que Denzel nunca havia vencido o SAG em 22 anos de existência, fato que teria colaborado com sua primeira vitória.

Já no Oscar, vale lembrar que o ator já conquistou duas estatuetas: Coadjuvante por Tempo de Glória em 1990 e Ator por Dia de Treinamento em 2002, e se ganhar a terceira, juntar-se-á um seleto grupo de atores que inclui Jack Nicholson e Meryl Streep. Particularmente, não acho que ele mereça tudo isso, pois vejo que ele tem algumas limitações como ator, começando com suas escolhas restritas de papéis, normalmente de personagens arrogantes e rebeldes. E para quem conferiu Manchester à Beira-Mar, sabe que estava diante de uma performance contida e repleta de nuances, que apenas o cinema poderia proporcionar. Infelizmente, levantaram um suposto incidente envolvendo atitudes machistas de Casey Affleck em set de filmagens, que podem prejudicar seu favoritismo. E, honestamente, ele poderia se ajudar nas premiações, sendo mais alegre e grato. Já que ele é ator, poderia pelo menos fingir que realmente gostou de ser reconhecido!

MELHOR ATRIZ

  • Isabelle Huppert (Elle)
  • Ruth Negga (Loving)
  • Natalie Portman (Jackie)
  • Emma Stone (La La Land)
  • Meryl Streep (Florence: Quem é Essa Mulher?)
Emma Stone em cena do musical La La Land: Cantando Estações (photo by tumblr.com)

Emma Stone em cena do musical La La Land: Cantando Estações (photo by tumblr.com)

DEVE GANHAR: Emma Stone (La La Land: Cantando Estações)
DEVERIA GANHAR: Isabelle Huppert (Elle)
ZEBRA: Meryl Streep (Florence: Quem é Essa Mulher?)

ESNOBADA: Amy Adams (A Chegada)

Após ganhar o Globo de Ouro, o SAG e o BAFTA, Emma Stone só perde seu primeiro Oscar em caso de tragédia surpreendente, que particularmente, gostaria que ocorresse. Obviamente, ela merece uma série de elogios em relação à sua performance, sua voz cantada e principalmente seu carisma, tanto que se tornou a nova America’s sweetheart. Definitivamente, sua melhor cena é aquela em que canta “Audition (The Fools Who Dream)”, pois ao mesmo tempo em que canta, ela expõe a última chama do sonho dela de atuar.

Além do carisma, Emma tem vantagem em dois campos: o papel e a nacionalidade. Sim, ela interpreta uma atriz que tenta alcançar seu objetivo, e sim, ela é americana. Com essas armas, ela deverá bater a melhor atriz em competição: Isabelle Huppert, que além de ser francesa, interpreta uma personagem bastante complexa que não espera a identificação do público em Elle. Embora seja a melhor atuação feminina, ganhando vários prêmios da crítica, inclusive americana, quando se trata de Oscar, parece que o patriotismo fala mais alto. Em 89 anos de história, a Academia premiou apenas três atores que atuaram em língua estrangeira: os italianos Sophia Loren e Roberto Benigni, e a francesa Marion Cotillard. Em caso de vitória de Huppert, o Oscar ganharia muito em credibilidade.

E a ausência mais comentada do Oscar 2017 foi a de Amy Adams. Esta seria sua sexta indicação ao Oscar, mas talvez por questão de timing, resolveram substitui-la com Meryl Streep após aquele grandioso discurso de agradecimento no Globo de Ouro contra Trump. Considero Adams uma boa atriz, mas torço para que ela busque se desafiar mais em papéis que nada se assemelham à figura dela, e ela possa mostrar ao público um tom de voz, um jeito de caminhar, uns trejeitos mais diferentes ou até apelar pra uma maquiagem mais forte para alguém dizer “aquela é a Amy Adams”? Pode soar como uma estratégia barata e superficial, mas funciona e esse pode ser o caminho para o primeiro Oscar dela.

MELHOR ATOR COADJUVANTE

  • Mahershala Ali (Moonlight)
  • Jeff Bridges (A Qualquer Custo)
  • Lucas Hedges (Manchester à Beira-Mar)
  • Dev Patel (Lion)
  • Michael Shannon (Animais Noturnos)
Mahershala Ali em cena de Moonlight (photo by moviepilot.de)

Mahershala Ali em cena de Moonlight (photo by moviepilot.de)

DEVE GANHAR: Mahershala Ali (Moonlight)
DEVERIA GANHAR: Jeff Bridges (A Qualquer Custo)
ZEBRA: Lucas Hedges (Manchester à Beira-Mar)

ESNOBADO: John Goodman (Rua Cloverfield, 10) e Ben Foster (A Qualquer Custo)

Nessa categoria, nunca houve um favorito de fato, tanto que o que mais teve relevância  na temporada, Aaron Taylor-Johnson, sequer foi indicado ao Oscar por Animais Noturnos. Na indecisão, Mahershala Ali se tornou um favorito depois que ganhou o SAG e fez um belo e propício discurso sobre ter origens muçulmanas perante a decisão xenófoba do presidente Donald Trump.

Embora muitos falem que Jeff Bridges foi Jeff Bridges em A Qualquer Custo, gosto da atuação dele. Claro que ele não se transforma, e seu tom de voz é aquele mesmo de Coração Louco, mas ele assume tão bem a personalidade politicamente incorreta do Texas Ranger Marcus que suas falas são memoráveis. E a atuação dele cresce com minúcias como a pausa silenciosa dele após ser atendido por uma garçonete arrogante, ou ele soltar uma comemoração tímida após acertar um tiro.

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John Goodman

Além dos indicados, dois nomes não poderiam ter ficado de fora dessa lista: John Goodman e Ben Foster. O primeiro, mais conhecido por personagens bonzinhos como Fred Flinstone e até na dublagem de Sully na animação Monstros S.A., jogou tudo para o alto ao assumir o papel do sinistro Howard, que mantém a ordem em seu abrigo subterrâneo. E não se trata apenas de uma mudança radical de tipos de papéis, mas ele consegue segurar o filme todo nas costas mesmo sob a pele de um ser desprezível em Rua Cloverfield, 10. Acreditava que a Academia não perderia essa oportunidade de reconhecê-lo pela primeira vez, mas creio que seu papel bem pesado acabou o tirando da disputa. Uma pena.

E quanto a Ben Foster, alguns anos atrás, fiz uma matéria sobre atores promissores e o incluí nessa lista: https://cinemaoscareafins.wordpress.com/2012/07/19/nova-geracao-de-atores/. Apesar de pegar uns papéis de seres meio estranhos e

Ben Foster

Ben Foster

violentos, ele consegue se transformar sem deixar rastros como faz grandes atores como Daniel Day-Lewis. Aqui no western moderno de A Qualquer Custo, ele atua como o irmão que foi preso e largou a família na mão em tempos difíceis. Um personagem complexo e anti-herói, mas que Foster oferece uma empatia tão grande que fica difícil não torcer por ele até o final. Também seria sua primeira indicação, mas… é mera questão de tempo para Ben Foster pisar o tapete vermelho.

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE

  • Viola Davis (Um Limite Entre Nós)
  • Naomie Harris (Moonlight)
  • Nicole Kidman (Lion)
  • Octavia Spencer (Estrelas Além do Tempo)
  • Michelle Williams (Manchester à Beira-Mar)
Viola Davis em cena de Um Limite Entre Nós (pic by moviepilot.de)

Viola Davis em cena de Um Limite Entre Nós (pic by moviepilot.de)

DEVE GANHAR: Viola Davis (Um Limite Entre Nós)
DEVERIA GANHAR: Viola Davis (Um Limite Entre Nós)
ZEBRA: Octavia Spencer (Estrelas Além do Tempo)

ESNOBADAS: Laura Linney (Animais Noturnos)

Viola Davis está simplesmente imbatível em Um Limite Entre Nós. Além de expôr suas entranhas em dois monólogos, ela consegue dobrar Denzel Washington no meio e a única que consegue fazer aquele personagem chato calar a boca. Na internet, muitos pediam a indicação de Viola como Melhor Atriz, mas infelizmente, como ela mesma defendeu, sua personagem é secundária no filme. Talvez na peça, pelo qual ela ganhou o Tony Award, tenha sido mais protagonista, mas no filme ela fica em segundo plano. Mas para quem conhece o talento da atriz sabe que um Oscar como Melhor Atriz não tardará em sua carreira. Ela sim, ao contrário de Denzel, merece estar no mesmo panteão de atores que ganharam 3 Oscars…

As demais concorrentes da categoria também têm pouco tempo de tela, principalmente Michelle Williams que está em três cenas curtas em Manchester à Beira-Mar. Claro que uma atuação boa pode durar dois minutos como aconteceu com Laura Linney em Animais Noturnos, mas para vencer esta estatueta, a personagem tem de apresentar uma profundidade e relevância um pouco maior, algo que faltou para Octavia Spencer em Estrelas Além do Tempo.

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL

  • Taylor Sheridan (A Qualquer Custo)
  • Damien Chazelle (La La Land)
  • Yorgos Lanthimos e Efthymis Filippou (O Lagosta)
  • Kenneth Lonergan (Manchester à Beira-Mar)
  • Mike Mills (Mulheres do Século 20)
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Michelle Williams discute com Casey Affleck em uma das cenas mais fortes do drama escrito por Kenneth Lonergan (pic by moviepilot.de)

DEVE GANHAR: Kenneth Lonergan (Manchester à Beira-Mar)
DEVERIA GANHAR: Taylor Sheridan (A Qualquer Custo)
ZEBRA: Mike Mills (Mulheres do Século 20)

ESNOBADO: Shane Black e Anthony Bagarozzi (Dois Caras Legais)

O dramaturgo Kenneth Lonergan criou um roteiro que poderia servir como base para uma ótima peça de teatro, com personagens tridimensionais e cenas poderosas. Soube adaptar para o cinema com atuações minuciosas e flashbacks que guardam o segredo da trama. Com isso, levou boa parte dos prêmios de roteiro e pode ser o único Oscar do filme Manchester à Beira-Mar.

Contudo, a categoria de Roteiro Original é uma das mais fortes do ano e temos competidores de respeito que poderiam facilmente sair vitoriosos. Se formos levar em conta a originalidade, O Lagosta seria o melhor sem sombra de dúvidas. Tendo como cenário um clima futurista, a dupla Yorgos Lanthimos e Efthymis Filippou cria todo um sistema que pune o ser humano solteiro transformando-no em um animal de sua escolha. Além da criatividade, o roteiro permite um questionamento mais profundo do amor como sentimento mais humano ou se seria apenas uma convenção da sociedade.

Embora a seleção esteja em alto nível aqui, ainda defendo o roteiro de Taylor Sheridan de A Qualquer Custo, no qual temos uma trama simples, com personagens ricos, diálogos memoráveis e algo que aprecio bastante: a crítica social e econômica. Os personagens centrais são irmãos que assaltam o mesmo banco que lhes rouba dinheiro em hipotecas. Vemos uma Texas devastada pela crise econômica preenchida por casas à venda e outdoors anunciando empréstimos. E é o único dos concorrentes que eu assistiria várias vezes.

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO

  • Eric Heisserer (A Chegada)
  • August Wilson (Um Limite Entre Nós)
  • Allison Schroeder e Theodore Melfi (Estrelas Além do Tempo)
  • Luke Davis (Lion)
  • Barry Jenkins (Moonlight)

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DEVE GANHAR: Barry Jenkins (Moonlight)
DEVERIA GANHAR: Eric Heisserer (A Chegada)
ZEBRA: August Wilson (Um Limite Entre Nós)

ESNOBADO: Tom Ford (Animais Noturnos)

Ao contrário da categoria vizinha Original, aqui os concorrentes deixam a desejar e assim, abre caminho para Barry Jenkins provavelmente levar seu Oscar de consolação por não conseguir levar Melhor Filme e Diretor por Moonlight. Ok, acho bacana o Jenkins ser reconhecido pela dupla função roteirista/diretor, provando que Hollywood tem lugar para todas as raças, religiões e nacionalidades, MAS se for pra premiar o melhor mesmo aqui, o ideal seria entregar o Oscar para Eric Heisserer por A Chegada.

Por seu vasto e extenso histórico, o gênero da ficção científica sempre buscou fazer críticas sociais num cenário de invasão alienígena, desde os filmes de Roger Corman, portanto, o roteiro de A Chegada mantém essa tradição ao apontar a falha de comunicação entre os povos que gera conflitos intermináveis. Como ressalta a personagem central de Amy Adams, “a linguagem é a fundação da civilização”. Eric Heisserer nos introduz a esse cenário de interação com seres de outro espaço para nos contar um pouco mais sobre nós mesmos.

Só lembrando que caso August Wilson vença por seu roteiro de Um Limite Sobre Nós, será um Oscar póstumo, já que ele faleceu em 2005. E mais um adendo: Cadê Tom Ford nessa categoria?? O homem sabe escrever roteiro e costurar um terno impecável. Quer mais o quê, Academia?

MELHOR FOTOGRAFIA

  • Bradford Young (A Chegada)
  • Linus Sandgren (La La Land)
  • Greig Fraser (Lion)
  • James Laxton (Moonlight)
  • Rodrigo Prieto (Silêncio)
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A fotografia de Greig Fraser em Lion (pic by moviepilot.de)

DEVE GANHAR: Linus Sandgren (La La Land)
DEVERIA GANHAR: Greig Fraser (Lion: Uma Jornada Para Casa)
ZEBRA: Rodrigo Prieto (Silêncio)

ESNOBADO: Seamus McGarvey (Animais Noturnos)

Embora a fotografia de Linus Sandgren seja a mais chamativa pela sua paleta de cores, acredito que a composição de luzes foi melhor trabalhada por Greig Fraser no drama Lion. Na verdade, tudo é tão belamente fotografado que até nos esquecemos que se trata de um filme triste de perdas. Existem cenas naturais como as montanhas com borboletas e cenas com luz artificial como as das estações de trem, que torna a fotografia de Fraser mais eclética.

Não ficaria nem um pouco chateado se Rodrigo Prieto levasse o Oscar, porque vale já pelos enquadramentos. E também porque seria um ótimo consolo para o filme de Martin Scorsese, Silêncio, que recebeu apenas essa indicação.

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE

  • Patrice Vermette, Paul Hotte (A Chegada)
  • Stuart Craig, Anna Pinnock (Animais Fantásticos e Onde Habitam)
  • Jess Gonchor, Nancy Haigh (Ave, César!)
  • David Wasco, Sandy Reynolds-Wasco (La La Land)
  • Guy Hendrix Dyaz, Gene Sardena (Passageiros)
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Direção de Arte de Passageiros (pic by cine.gr)

DEVE GANHAR: La La Land
DEVERIA GANHAR: Passageiros
ZEBRA: Ave, César!

ESNOBADO: Seong-hie Ryu (A Criada)

Em se tratando de design de criação, as duas ficções científicas, Passageiros e A Chegada, estão à frente das demais. Particularmente, a direção de arte de Passageiros se mostra mais relevante pelo fato do filme todo se passar dentro de uma espaçonave. Embora seja composta por referências espaciais de outros filmes, como as câmaras criogênicas da franquia Alien, a arte conceitual futurista da nave merece elogios.

Agora, em termos de reprodução, a arte de La La Land nos remete aos anos dourados de Hollywood ao exibir os ambientes de sets de filmagem, e cria cenários bem feitos como o jazz club.

Contudo, nenhum trabalho foi mais majestoso do que o filme sul-coreano A Criada, que reproduz as várias construções da Coréia dos anos 30. Por apresentar uma trama repleta de sexo e violência, não imaginava que passaria pelo crivo conservador da Academia, mas acreditava que poderia ser indicado nas categorias técnicas como Arte e Figurino. Ponto negativo para a Academia, já que preferiu reconhecer trabalhos menos competentes por serem americanos e britânicos.

MELHOR MONTAGEM

  • Joe Walker (A Chegada)
  • John Gilbert (Até o Último Homem)
  • Jake Roberts (A Qualquer Custo)
  • Tom Cross (La La Land)
  • Joi McMillon, Nat Sanders (Moonlight)
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Amy Adams e Jeremy Renner em cena de A Chegada (pic by moviepilot.de)

DEVE GANHAR: Tom Cross (La La Land)
DEVERIA GANHAR: Joe Walker (A Chegada)
ZEBRA: Jake Roberts (A Qualquer Custo)

ESNOBADO: Jae-Bum Kim e Sang-Beong Kim (A Criada)

Qual foi a montagem mais trabalhosa de todos os indicados? Respondo na lata: La La Land. Os cortes tinham que ser precisos para que a música não parasse, e ditasse o ritmo do filme. Embora haja ótimos planos-sequência (quando não há cortes), o trabalho de Tom Cross merece respeito pela complexidade de sua edição. Talvez por ter vencido um Oscar há dois anos por Whiplash: Em Busca da Perfeição, ele pode ser preterido, e aí poderia entrar Joe Walker em cena por A Chegada.

Por utilizar flash-forwards (adiantamento de trechos que se passam depois na linha do tempo), a montagem de Joe Walker se mostra mais fresca que as demais. Ele soube casar muito bem os trechos que precisava adiantar no momento certo da trama para que o público pudesse entender o que estava havendo sem subestimá-lo. De uma forma geral também, a edição acompanha a tensão na sequência final, em que uma guerra está iminente. Walker foi indicado por 12 Anos de Escravidão, mas não levou o Oscar, e deveria ter sido indicado por Sicario no ano passado.

Lembrei também da montagem de A Criada, pois cria três linhas narrativas (devido aos três personagens) que fazem a trama avançar com surpreendentes revelações. A edição me fez lembrar de Rashomon, de Akira Kurosawa, que cria três sequências diferentes para um mesmo ato.

MELHOR FIGURINO

  • Joanna Johnston (Aliados)
  • Colleen Atwood (Animais Fantásticos e Onde Habitam)
  • Consolata Boyle (Florence: Quem é Essa Mulher?)
  • Madeline Fontaine (Jackie)
  • Mary Zophres (La La Land)
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Figurino ensanguentado de Jackie (pic by moviepilot.de)

DEVE GANHAR: Mary Zophres (La La Land)
DEVERIA GANHAR: Madeline Fontaine (Jackie)
ZEBRA: Joanna Johnston (Aliados)

ESNOBADO: Sang-gyeong Jo (A Criada)

Toda vez que eu via o trailer de Jackie, eu já imaginava: “Esse filme vai ganhar o Oscar de Figurino!”, porque aquelas roupas da ex-primeira dama Jacqueline Kennedy eram muito chamativas. Normalmente, prefiro mais criações do que recriações, mas aqui houve uma pesquisa tão ampla que os figurinos passaram a ser parte fundamental da trama. Quando as roupas apresentam uma importância na história e não apenas algo ilustrativo, elas costumam render um Oscar como Memórias de uma Gueixa ou Maria Antonieta.

Mas acredito que este ano, a quantidade de figurinos pode ser mais crucial para a vitória de Mary Zophres. Ela foi responsável pelas roupas coloridas de La La Land. Embora o foco sejam os vestidos da personagem de Emma Stone, é evidente o trabalho de cores nos figurinos de personagens secundários e figurantes. Aliado à direção de arte e fotografia, o figurino ajuda Damien Chazelle a contar sua história de sonhos Hollywoodianos.

MELHOR MAQUIAGEM E CABELO

  • Um Homem Chamado Ove
  • Star Trek: Sem Fronteiras
  • Esquadrão Suicida
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Sofia Boutella sob forte maquiagem em Star Trek: Sem Fronteiras (pic by moviepilot.de)

DEVE GANHAR: Star Trek: Sem Fronteiras
DEVERIA GANHAR: Star Trek: Sem Fronteiras
ZEBRA: Um Homem Chamado Ove

ESNOBADO: Invocação do Mal 2, A Bruxa e qualquer filme de gênero com maquiagem

Honestamente? Depois que o mestre Rick Baker se aposentou, a categoria de Maquiagem ficou meio chocha. É como assistir à Fórmula 1 depois de perder Ayrton Senna. Pra mim, maquiagem de cinema não é um pózinho na cara, um bigode mal colado ou uma peruca. Maquiagem é prótese e transformação criativa! É atores dormindo na cadeira depois de oito horas de maquiagem! E nesse quesito, o único que se encaixa é a maquiagem de Star Trek: Sem Fronteiras. Temos personagens com cara de gremlins for christ sake!

E mais uma coisa: a categoria de Maquiagem tem um papel fundamental no Oscar, porque se tornou o único refúgio dos filmes de terror e ficção científica, que nunca encontram lugar nas categorias principais. Se for pra premiar uma monocelha da Frida Kahlo ou uns bigodes de Os Miseráveis, melhor extinguir a categoria…

MELHOR TRILHA MUSICAL ORIGINAL

  • Mica Levi (Jackie)
  • Justin Hurwitz (La La Land)
  • Dustin O’Halloran, Hauschka (Lion)
  • Nicholas Britell (Moonlight)
  • Thomas Newman (Passageiros)
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O compositor Justin Hurwitz dá uns toques para Ryan Gosling no piano em La La Land

DEVE GANHAR: Justin Hurwitz (La La Land)
DEVERIA GANHAR: Justin Hurwitz (La La Land)
ZEBRA: Thomas Newman (Passageiros)

ESNOBADO: Abel Korzeniowski (Animais Noturnos)

Primeiramente, fiquei feliz com a indicação de Mica Levi. Embora esteja em início de carreira no cinema (esta é sua segunda trilha), ela já demonstra bastante personalidade em suas composições. Como vivemos há décadas com trilhas que buscam apenas evocar emoção no espectador, Mica traz novos ares ao trazer experimentalismo nas notas musicais. Não deve levar o prêmio por causa da excelência de Justin Hurwitz que traz a alma de La La Land, mas sua indicação certamente representa uma porta aberta para seu trabalho.

Gente, estou com pena do Thomas Newman. Esta é a sua 14ª indicação ao Oscar sem nenhuma vitória! Claro que a indicação já é uma honra e tal, mas daqui a pouco o homem nem vai mais pra cerimônia! Olha, Thomas, vai na fé que logo seu dia chega! Assim como chegou para Randy Newman, que levou 16 indicações pra ganhar a primeira.

E sinceramente, não entendi por que preteriram a rica trilha de Abel Korzeniowski em Animais Noturnos. As composições conseguem acentuar a estranheza do filme de Tom Ford do início ao fim. Algumas faixas como a “Wayward Sisters” me lembraram o glamour aliado à tensão das trilhas de Pino Donaggio, costumeiro colaborador dos filmes do Brian De Palma. Uma lástima sequer concorrer ao Oscar…

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL

  • “Audition (The Fools Who Dream)”, de Justin Hurwitz, Benj Pasek, Justin Paul (La La Land)
  • “Can’t Stop the Feeling”, de Justin Timberlake, Max Martin, Shellback (Trolls)
  • “City of Stars”, de Justin Hurwitz, Benj Pasek, Justin Paul (La La Land)
  • “The Empty Chair”, de J. Ralph, Sting (Jim: The James Foley Story)
  • “How Far I’ll Go”, de Lin-Manuel Miranda (Moana: Um Mar de Aventuras)
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Emma Stone em cena de Audition (The Fools Who Dream)

DEVE GANHAR: “City of Stars”
DEVERIA GANHAR: “Audition (The Fools Who Dream)”
ZEBRA: “The Empty Chair”

ESNOBADO: “Drive it Like You Stole it” (Sing Street)

Como se avalia se uma canção merece um Oscar? Muita gente apenas avalia a canção em si, e muitas vezes votam apenas pelo artista/intérprete, mas o que faz uma canção vencedora é capturar a alma do filme, ajustar o tom certo. Servem como uma extensão do filme que perdura mesmo dias depois que você assistiu ao filme. Foi assim como “Glory” de Selma: Uma Luta Pela Igualdade, por exemplo, ou “Falling Slowly” de Apenas Uma Vez.

As canções de La La Land preenchem esses requisitos. Embora “City of Stars” tenha sido eleita a mais queridinha, fico com a “Audition (The Fools Who Dream)” porque só toca uma vez no filme e ela, aliada à interpretação de Emma Stone, permanece na sua cabeça, martelando a alma do musical que homenageia todos os sonhadores.

Não entendi o porquê da canção pop de Sing Street ter ficado de fora. É uma espécie de “That Thing You Do” de adolescentes. Teria Justin Timberlake preenchido a cota de canções pop do ano?

MELHOR SOM

  • A Chegada
  • Até o Último Homem
  • La La Land
  • Rogue One: Uma História Star Wars
  • 13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi
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Ryan Gosling ao piano em La La Land (pic by moviepilot.de)

DEVE GANHAR: La La Land
DEVERIA GANHAR: La La Land
ZEBRA: 13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi

Musicais sempre levam vantagem nessa categoria. Basta olhar as premiações de Chicago, DreamGirls e até Whiplash, que envolve música. Os demais parecem estar fazendo mais figuração.

Uma notícia de última hora: a indicação para Greg P. Russell por 13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi foi revogada. A Academia identificou que ele fazia lobby entre companheiros e colegas no departamento de Som. O filme em si continua concorrendo, mas o profissional não.

MELHORES EFEITOS SONOROS

  • A Chegada
  • Horizonte Profundo: Desastre no Golfo
  • Até o Último Homem
  • La La Land
  • Sully: O Herói do Rio Hudson
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Comunicação visual e sonora em A Chegada (pic by moviepilot.de)

DEVE GANHAR: A Chegada
DEVERIA GANHAR: A Chegada 
ZEBRA: Sully: O Herói do Rio Hudson

Para quem não conhece essa categoria, os efeitos sonoros são aqueles criados em estúdio, e que não foram captados nas filmagens. Então filmes que tenham elementos de explosão e tiros costumam levar esse prêmio. Casos clássicos são de Pearl Harbor, Os Incríveis, King Kong e Cartas de Iwo Jima. Contudo, A Chegada pode ser um diferencial devido aos sons alienígenas, que são essenciais no filme.

MELHORES EFEITOS VISUAIS

  • Horizonte Profundo: Desastre no Golfo
  • Doutor Estranho
  • Mogli: O Menino Lobo
  • Kubo e as Cordas Mágicas
  • Rogue One: Uma História Star Wars
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O menino Neel Sethi em cena de Mogli: O Menino Lobo (pic by moviepilot.de)

DEVE GANHAR: Mogli: O Menino Lobo
DEVERIA GANHAR: Mogli: O Menino Lobo
ZEBRA: Horizonte Profundo: Desastre no Golfo

Os efeitos de Doutor Estranho e Kubo e as Cordas Mágicas são merecedores desse prêmio, mas os efeitos de Mogli: O Menino Lobo são mais vistosos e cruciais para o bom funcionamento do filme de Jon Favreau. Sem eles, o filme realmente não existiria e eles revolucionam a técnica de animais falantes que vão desde Dr. Dolittle (1967) até Babe – O Porquinho Atrapalhado (1995).

MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA

  • Terra de Minas, de Martin Zandvliet (DINAMARCA)
  • Um Homem Chamado Ove, de Hannes Holm (SUÉCIA)
  • O Apartamento, de Asghar Farhadi (IRÃ)
  • Tanna, de Martin Butler, Bentley Dean (AUSTRÁLIA)
  • Toni Erdmann, de Mare Ade (ALEMANHA)
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Cena estranha de Toni Erdmann, representante alemão no Oscar. (photo by critic.de)

DEVE GANHAR: Toni Erdmann
ZEBRA: Tanna

ESNOBADO: Elle, de Paul Verhoeven (FRANÇA)

Depois que o favorito Elle foi desqualificado ainda em dezembro, o caminho para o Oscar ficou bem mais fácil para o alemão Toni Erdmann. Sua história de relacionamento complicado entre pai e filha certamente tocou o coração dos votantes e tem tudo para levar a estatueta. O sucesso do filme de Maren Ade vai se expandir com o recente anúncio de que Toni Erdmann será refilmado e estrelado por Jack Nicholson, que não faz um filme desde Os Infiltrados (2006).

O único concorrente que poderia dar trabalho a Toni Erdmann seria o filme iraniano O Apartamento. Embora tenha participado ativamente da temporada de premiações, o filme não ganhou nenhum prêmio de destaque e, além disso seu diretor levou o Oscar há cinco anos com o ótimo A Separação, porém, com a recente nota de que o diretor Asghar Farhadi não comparecerá ao evento por causa do bloqueio do presidente americano Donald Trump aos países do Oriente Médio, alguns especialistas passaram a defender uma possível segunda vitória para o Irã na categoria.

Sei lá, acho que cansei de falar sobre essa categoria que parece congelada num conservadorismo eterno. Quando Elle foi desqualificado, não tive ânimo para ver os indicados. Americanos têm aversão a ver filmes legendados em pleno século XXI, então fica difícil a maioria provar que viu os cinco filmes indicados, aí acaba prevalecendo o gosto dos idosos pra filmes de Segunda Guerra Mundial e água com açúcar.

MELHOR ANIMAÇÃO

  • Kubo e as Cordas Mágicas (Kubo and the Two Strings)
  • Moana: Um Mar de Aventuras (Moana)
  • Minha Vida de Abobrinha (Ma vie de Courgette)
  • A Tartaruga Vermelha (Le Tortue Rouge)
  • Zootopia (Zootopia)
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Cena da animação Kubo e as Cordas Mágicas, de Travis Knight (photo by moviepilot.de)

DEVE GANHAR: Zootopia
DEVERIA GANHAR: Kubo e as Cordas Mágicas
ZEBRA: A Tartaruga Vermelha

ESNOBADO: Your Name (Kimi no na wa.)

Desde que foi criada em 2002, a categoria de Animação é a mais internacional e globalizada de todas, pois não fica limitada às produções americanas. Como o gênero é trabalhoso demais (algumas levam mais de cinco anos para ficar prontas), não há inúmeros lançamentos por ano, e por isso, a Academia recorre às animações estrangeiras para preencher as vagas. Embora essa estratégia soe muito cômoda, é graças a ela que os trabalhos dos animadores mundo afora pode ganhar muito mais atenção e ter seus devidos reconhecimentos.

Apesar da democracia globalizada nas indicações, em termos de vitórias, a coisa muda de figura. Nesses 14 anos de existência, a Academia premiou apenas UMA animação estrangeira: a japonesa A Viagem de Chihiro (2001), de Hayao Miyazaki.

Da competição, torço para os dois estrangeiros Minha Vida de Abobrinha que tem ótima técnica de stop motion, e A Tartaruga Vermelha, que dispensa diálogos para contar uma bela história de sobrevivência. Acho bacana a trama de conspirações de Zootopia, mas prefiro o visual de Kubo, cujo estúdio, Laika Entertainment, vem merecendo o primeiro Oscar há tempos, vide: Coraline e o Mundo Secreto, ParaNorman e Os Boxtrolls.

MELHOR DOCUMENTÁRIO

  • Fogo no Mar (Fire at Sea)
  • Eu Não Sou seu Negro (I Am Not Your Negro)
  • Life, Animated
  • O.J.: Made in America
  • A 13ª Emenda (The 13th)

DEVE GANHAR: O.J.: Made in America
ZEBRA: Life, Animated

ESNOBADOS: The Eagle Huntress, Weiner

Eu juro que queria ver O.J.: Made in America, mas depois que vi a duração de mais de sete horas, deixei pra depois. Bom, a Academia tem três ótimos indicados sobre a temática negra: O.J.: Made in America, Eu Não Sou Seu Negro e A 13ª Emenda. Acredito que em caso de vitória de qualquer um desses, promete ser um dos melhores discursos da noite.

O documentário A 13ª Emenda, dirigido por Ava DuVernay de Selma, busca as respostas de hoje em séculos atrás no escravismo. Por que os negros formam a maior parte da população carcerária? E por que o sistema carcerário não funciona? Assim como fez Michael Moore no vencedor do Oscar Tiros em Columbine, ela destrincha o passado para explicar o presente. Seria um belo prêmio para compensá-la da ausência por Selma em 2015.

MELHOR DOCUMENTÁRIO-CURTA

  • Extremis
  • 4.1 Miles
  • Joe’s Violin
  • Watani: My Homeland
  • The White Helmets

MELHOR CURTA-METRAGEM

  • Ennemis Intérieurs
  • La Femme et le TGV
  • Mindenki
  • Timecode
  • Silent Nights

MELHOR CURTA DE ANIMAÇÃO

  • Blind Vaysha
  • Borrowed Time
  • Pear Cider and Cigarettes
  • Pearl
  • Piper

***

COMEMORAÇÃO

Pra mim, se Isabelle Huppert ganhar como Melhor Atriz, esse Oscar já valeu. Até esqueço das injustiças! E em segundo lugar, se A Qualquer Custo ou O Lagosta vencerem como Roteiro Original, já posso entrar em feliz hibernação até o Oscar 2018.

Bom, independente dos resultados, que todos tenham uma ótima noite de Oscar!

***

A 89ª cerimônia do Oscar terá transmissão ao vivo pela TNT a partir das 21h, horário de Brasília.

‘MOONLIGHT’ e ‘A CHEGADA’conquistam o WGA Awards

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O diretor e roteirista Barry Jenkins recebe o WGA de Roteiro Original por Moonlight (pic by Mirror)

BARRY JENKINS BATE FAVORITOS DA CATEGORIA VIZINHA

Estamos chegando na reta final para o Oscar! Sim, após várias noites viradas no blog desde novembro, vou conseguir um break! Depois de acompanharmos os vencedores dos prêmios dos sindicatos de Diretores e Atores, chegou a vez dos Roteiristas. Moonlight e A Chegada, que concorrem a oito Oscars cada, foram os vencedores de Roteiro Original e Adaptado, respectivamente.

Para quem não conhece, de todos os sindicatos, o mais chatinho é dos roteiristas, porque impõe uma série de regras para seu roteiro ser elegível, começando com a sua carteirinha de membro. Se não tiver esse documento, você é automaticamente desqualificado. Quentin Tarantino, que é um dos mais relevantes excluídos desse clube (talvez porque o povo de lá seja quadrado demais ou talvez porque queira economizar seu dinheirinho não pagando taxas de membros), consegue ganhar Oscars mesmo assim, então isso acaba enfraquecendo o próprio sindicato.

Entre outras disparidades do WGA (Writers Guild of America), está as classificações do material: se é original ou adaptação. Por exemplo, em 2015, o roteiro de Whiplash: Em Busca da Perfeição foi classificado como original pelo WGA, enquanto no Oscar concorria como adaptado, uma vez que entendiam que se tratava de uma adaptação do próprio curta-metragem homônimo de Damien Chazelle.

Este ano, o roteiro de Moonlight passou pela mesma indecisão. No WGA, concorria como original, enquanto no Oscar concorre como adaptado. A polêmica aqui reside no fato do roteiro ter como base uma peça não-produzida de Tarell Alvin McCraney intitulada “In Moonlight Black Boys Look Blue”. Mesmo assim, a Academia considera como um material prévio existente, que serviu de inspiração para o roteiro de Barry Jenkins.

O QUE OS RESULTADOS DIZEM

O fato de Barry Jenkins ter conquistado o WGA significa muito para o filme, já que bateu os favoritos ao Oscar La La Land e Manchester à Beira-Mar. E o que muda na corrida para o Oscar? Bom, a concorrência muda. Com Moonlight migrando para a categoria de Roteiro Adaptado, o caminho ficou mais fácil. Deixará de concorrer o Oscar com pesos-pesados como La La Land, Manchester à Beira-Mar e A Qualquer Custo, que ganharam diversos prêmios na temporada, para pegar filmes menos expressivos como Estrelas Além do Tempo e Lion. Em resumo: se Moonlight já bateu os favoritos da categoria mais forte que é Original, o que dirá da categoria de Roteiro Adaptado? Com isso, acredito que Moonlight deva sair da 89ª cerimônia do Oscar com duas estatuetas: Roteiro Adaptado e Ator Coadjuvante (Mahershala Ali).

Já a vitória de Eric Heisserer por A Chegada como Roteiro Adaptado pode significar um dos últimos respiros da ótima ficção científica na temporada. Apesar de ter sido indicado em oito categorias no Oscar, o fato de sua atriz principal (Amy Adams) ter ficado de fora, já havia enfraquecido a campanha do filme, portanto, se sobrar estatuetas para A Chegada, acredito que será nas categorias de Som e Efeitos Sonoros. Torcerei até o final para que conquiste o Oscar de Montagem para Joe Walker, que consegue se utilizar muito bem de flash-forwards para contar a história de Heisserer.

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Eric Heisserer aceita o prêmio de Roteiro Adaptado por A Chegada (pic by YouTube)

Felizmente, mesmo com a rigidez das regras do sindicato, as estatísticas do WGA não são ruins em relação ao Oscar. São 16 acertos em 22 anos na categoria de Roteiro Adaptado, e 14 na categoria de Roteiro Original. No ano passado, os vencedores do WGA, Spotlight e A Grande Aposta, saíram com as estatuetas de Roteiro Original e Adaptado, respectivamente, no Oscar.

SOBRE A CERIMÔNIA

Os vencedores foram anunciados em cerimônias simultâneas realizadas em Nova York e em Beverly Hills, já que são sindicatos da costa leste e da costa oeste. O ator e comediante Patton Oswalt foi o host do evento de Beverly Hills e obviamente, não poupou o presidente eleito Donald Trump com tiradas do tipo: “I feel bad for Trump…his life before this was golf and hookers and jets.” (Sinto-me mal por Trump… a vida dele antes disso era golfe, prostitutas e jatinhos).

Além do anúncio dos vencedores, houve prêmios especiais para Aaron Sorkin, que foi homenageado com o prêmio Paddy Chayefsky Laurel Award for Television Writing Achievement, já que escreveu séries imponentes como The West Wing e The Newsroom, e também para Oliver Stone, que recebeu o WGA’s Screen Laurel Award.

No tapete vermelho, Barry Jenkins fez um breve relato importante: “Todos esses filmes foram feitos sob uma administração muito diferente da atual. Havia um espaço seguro, então espero que agora que esse espaço não mais seguro, façamos histórias ainda mais passionais e verdadeiras.”

VENCEDORES DO 69º WGA AWARDS:

ROTEIRO ORIGINAL
Barry Jenkins, história de Tarell McCraney (Moonlight)

ROTEIRO ADAPTADO
Eric Heisserer; Baseado na história de “Story of Your Life” de Ted Chiang (A Chegada)

ROTEIRO DE DOCUMENTÁRIO
Robert Kenner e Eric Schlosser, história de Brian Pearle e Kim Roberts; Baseado no livro ‘Command and Control’ de Eric Schlosser (Command and Control)

***

A 89ª cerimônia do Oscar está marcada para o próximo domingo, dia 26 de fevereiro. Não, não dependa da Globo e seu Carnaval. Veja na TNT (e não, não estou ganhando nada da TNT).

 

‘LA LA LAND’ lidera as indicações ao OSCAR 2017 com 14 indicações!

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Emma Stone e Ryan Gosling em cena de La La Land: ambos fora indicados ao Oscar (pic by moviepilot.de)

MUSICAL IGUALA RECORDE DE A MALVADA (1950) E TITANIC (1997)

OSCAR EM NÚMEROS

Vamos começar com o recordista La La Land, que conquistou 14 indicações ao Oscar: um recorde equivalente ao de A Malvada e Titanic. Já me adiantando um pouco, caso o musical de Damien Chazelle leve a partir de 12 estatuetas na cerimônia no dia 26 de fevereiro, será o grande recordista de vitórias no Oscar, ultrapassando os 11 Oscars de Ben-Hur, Titanic e O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei. E embora Damien Chazelle não seja o mais jovem diretor indicado aos 32 anos (John Singleton tinha 23 quando foi indicado por Os Donos da Rua em 1991), se ganhar, ele se tornará o mais jovem diretor a conquistar a estatueta da categoria.

Bem lá atrás, empatados em segundo lugar com oito indicações cada vêm o drama Moonlight e a ficção científica A Chegada. Seguindo o script do BAFTA, o filme de alienígenas de Denis Villenueve tem se tornado um dos grandes competidores deste ano, conquistando inclusive sua primeira indicação de Diretor. Mas um dos grandes pilares da campanha, a atriz Amy Adams, não foi lembrada na categoria de Atriz.

Em seguida, compartilhando o terceiro lugar com seis indicações, estão Até o Último Homem, Lion e Manchester à Beira-Mar. Super importante ressaltar que Manchester foi produzido pela Amazon Studios também, o que o torna o pioneiro em serviço de streaming a receber uma indicação a Melhor Filme no Oscar.

Outro fato importante é que temos atores negros em todas as quatro categorias de atuação.  São sete atores negros entre vinte indicados: Ruth Negga, Denzel Washington, Viola Davis, Naomie Harris, Octavia Spencer, Mahershala Ali e Dev Patel, se o considerarmos como não-branco. Claro que houve um belo empurrãozinho da polêmica do ano passado do #OscarSoWhite, quando não houve nenhum ator negro pelo segundo ano consecutivo, mas todos os atores, sem exceção, estiveram presentes na temporada de premiação, ou seja, a Academia não trouxe nomes assim do nada.

Claro que essa polêmica racial ainda vai ser amplamente discutida ao longo desse próximo mês. Muitos inclusive já estão comentando da possível vitória de Moonlight sobre o franco-favorito La La Land como uma forma de resposta aos críticos da Academia pelo fato da diversidade. Já vi os dois filmes, e ambos são bons. Particularmente prefiro o musical por dialogar mais sobre sonhos de artista. Mas, de qualquer forma, eu espero sinceramente que não haja esse tipo de competição no quesito sócio-racial, mas apenas de Arte.

ANÚNCIO DAS INDICAÇÕES

Este ano, a Academia resolveu fazer nova alteração no anúncio dos indicados. Ao contrário dos anos anteriores, pela primeira vez, não houve transmissão num local físico. Via satélite pelos sites oscar.com e oscar.org, e pelo canal televisivo ABC (detentora dos direitos de transmissão da cerimônia do Oscar) pelo programa matinal Good Morning America, o anúncio foi misturado a um clipe de artistas previamente indicados ao Oscar com uma voz meio morna lendo os nomes indicados. À princípio, achei estranha essa combinação de clipe pré-gravado. Perdeu aquele frescor de anúncio ao vivo no palco.

Acredito que essa mudança tenha sido realizada para eliminar qualquer tipo de “ruído externo”, ou seja, torcida e ‘bafafás’ de jornalistas presentes durante o anúncio. No ano passado, por exemplo, eles urraram com o anúncio de Sylvester Stallone como Ator Coadjuvante, enquanto ficaram em silêncio absoluto com outros nomes como Matt Damon na categoria de Ator. Essa ausência de platéia elimina possíveis desconfortos para alguns indicados que não ganhariam uma única salva de palmas ou gritinhos.

No início, achei uma medida exagerada, mas depois me colocando no lugar do indicado, seria chato se depois de seu nome ser anunciado, o povo que tá gritando simplesmente ficasse calado! E fica uma coisa mais imparcial e profissional da Academia, e não um resultado de um paredão do Big Brother.

Para esta 89ª edição, a presidente Cheryl Boone Isaacs convocou uma gama diferente de apresentadores para auxiliá-la no anúncio: os atores Jennifer Hudson, Brie Larson, Ken Watanabe e Demián Bichir, e os diretores Jason Reitman (de Juno) e Guillermo del Toro (O Labirinto do Fauno).

Todas as 24 categorias foram anunciadas ao vivo.

SURPRESAS

Quando o nome de Mel Gibson foi anunciado na categoria de Direção, pensei: “A Academia, antro de judeus, finalmente teria perdoado o anti-semita Mel Gibson?”. Rusgas religiosas à parte, Até o Último Homem foi o grande filme de guerra de 2016 e o diretor tem larga experiência no gênero, já que ganhou o Oscar em 1996 pelo épico Coração Valente.

Mesmo não sendo exatamente uma surpresa, acho importante destacar a categoria de Atriz Coadjuvante, que este ano apresenta 3 candidatas negras: Viola Davis, Naomie Harris e Octavia Spencer. As outras são branquelas e loiras: Nicole Kidman e Michelle Williams. Olha o contraste! Agora, imagine o seguinte cenário: Com três atrizes negras no páreo, uma branca levar a estatueta! Aí que a casa cai de vez!  Poooor sorte, entre as negras está a franco-favorita Viola Davis, pela impecável performance em Cercas. Ela já venceu o Critics’ Choice e o Globo de Ouro, portanto, esse deve ser o Oscar mais certo da noite.

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Indicadas ao Oscar de Coadjuvante, da esquerda para a direita: Viola Davis, Nicole Kidman, Octavia Spencer, Michelle Williams e Naomie Harris (pic by GoldenGlobe)

Não vou ser um chato do tipo politicamente correto pra chegar agora e falar “E os atores latinos? E os atores asiáticos? E os indígenas? E a paz mundial??” porque a Arte não é isso. A Arte vem de qualquer lugar, de qualquer gênero, raça, religião, até mesmo de mentes criminosas. Se for pra exigir cotas como muitos na internet exigem como se fossem panfletários, teria que haver 50 indicados por categoria todo ano e aí ninguém iria aguentar o Oscar. Claro que eu acho bacana termos atores negros reconhecidos por seus trabalhos, mas não os enxergo como negros, mas atores que tiveram uma boa oportunidade de mostrar seu talento em projetos bem conceituados, e isso é isso que está faltando: projetos artísticos e oportunidades.

Outros nomes como Mike Mills (20th Century Women) foram surpresa na categoria de Roteiro Original, e de Thomas Newman (Passageiros) na de Trilha Musical. Ambos devem sair de mãos abanando, mas curiosamente, se confirmada sua derrota, esta será a 14ª derrota de Newman. Já na categoria de canção, a surpresa foi de “The Empty Chair” do documentário Jim: The James Foley Story. Claro que o nome do músico Sting ajuda, mas vale lembrar que esta é a terceira indicação do compositor J. Ralph.

Na categoria de maquiagem, a participação de Esquadrão Suicida não deixa de surpreender, já que a adaptação da DC Comics foi considerada uma das piores de 2016. Contudo, também vale ressaltar que a categoria de Maquiagem tem abrigado filmes ruins como Jackass Apresenta: Vovô Sem Vergonha e Norbit.

AUSÊNCIAS

Indubitavelmente, a grande surpresa entre os indicados pra mim foi a exclusão de Amy Adams da categoria de Atriz. Acho que pensaram: “Ela é indicada todo ano e nunca ganha. Melhor ficar de fora pra não perder de novo e virar uma nova Deborah Kerr! (foi indicada 6 vezes, mas nunca levou o prêmio)”. Curiosamente, seu filme A Chegada conquistou uma série de indicações, e ela que vinha sendo indicada em todos os grandes prêmios, acabou morrendo na praia. Sei que muitos fãs dos filme vão ficar aborrecidos comigo, mas eu acho que ela não mereceu estar entre as indicadas este ano. É o que sempre digo sobre ela: Amy Adams precisa sair um pouco da zona de conforto e assumir papéis mais desafiadores. Mudar seu timbre de voz, mudar seu visual, seu jeito de andar etc. Talento ela tem, mas a Academia quer reconhecê-la por algo maior.

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Amy Adams em cena de A Chegada. Sua ausência no Oscar foi uma das mais notáveis (photo by moviepilot.de)

Após uma trajetória de ausências na temporada de premiações, era esperado que o novo filme de Martin Scorsese ficasse praticamente de fora da cerimônia. Sua única indicação veio na forma de Melhor Fotografia para Rodrigo Prieto, que deve apenas fazer figuração na entrega dos prêmios. Como não vi ainda Silêncio, fica difícil entender os motivos do filme ter sido tão excluído. Mas uma das razões foi o erro de estratégia de lançamento atrasado, o que não permitiu os screeners para os votantes da Academia.

Um dos maiores injustiçados foi Animais Noturnos, que recebeu uma única indicação de Ator Coadjuvante para Michael Shannon. Cadê a indicação para Roteiro Adaptado para Tom Ford?? Em seu segundo filme, ele conquistou uma série de críticas positivas, seja como diretor ou como roteirista. Sua adaptação pode ter apresentado falhas, mas certamente foi um dos trabalhos mais estilizados de 2016. A Academia sai perdendo ao não convidar Ford para a festa. Havia uma divisão de votos na escolha do Ator Coadjuvante do filme. Enquanto no Globo de Ouro e BAFTA, optaram por Aaron Taylor-Johnson, a Academia preferiu  Michael Shannon, talvez numa tentativa de compensá-lo pela não-indicação no ano passado pelo drama 99 Casas. Considero a performance de Taylor-Johnson mais interessante por representar um lado sombrio da trama toda de Animais Noturnos. Já Shannon parece meio fadado a papéis “weirdos”.

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Tom Ford no set de Animais Noturnos, que recebeu uma única indicação para Michael Shannon (pic by joblo.com)

Apesar de se tratar de uma adaptação de quadrinhos, que a Academia não costuma gostar muito, achei que Deadpool entraria na lista, já que participou ativamente da temporada de premiações, tendo sido indicado inclusive para o Producers Guild (PGA). Suas maiores chances estavam nas categorias de Roteiro Adaptado e Maquiagem, mas ficou de fora por completo. Uma pena.

Entre outros ausentes da festa que estavam no burburinho destaque para Annette Bening (20th Century Women), Tom Hanks (Sully: O Herói do Rio Hudson), Hugh Grant (Florence: Quem é Essa Mulher?) e animação da Pixar, Procurando Dory. Particularmente, senti a ausência de Ben Foster como coadjuvante em A Qualquer Custo. Ele rouba toda cena em que aparece.

MINHA TORCIDA

Olha, não sei o que será de Isabelle Huppert na cerimônia, mas certamente foi a indicação que mais me deixou feliz! Soltei um Uhuuulll daqui de casa! É tão bacana quando a Academia sai de seu clubinho americano para reconhecer um grande talento estrangeiro que na hora, nem liguei que seu filme Elle tinha ficado de fora da categoria de Filme em Língua Estrangeira.

elle

Primeira indicação para a francesa Isabelle Huppert!!

Embora tenha vencido o prestigioso Globo de Ouro, a atriz francesa terá páreo duro pela frente, especialmente entre Emma Stone, que venceu o Globo de Ouro de Atriz – Comédia ou Musical por La La Land, e Natalie Portman, que já ganha pontos por interpretar uma figura histórica muito querida nos EUA, a ex-primeira dama Jacqueline Kennedy em Jackie. Seria o melhor momento da noite do Oscar se Huppert subisse no palco pra receber o Oscar. Dentre as indicadas, ela apresentou a maior audácia

Ainda nesse quesito de reconhecer artistas de fora, a categoria de Animação é a que mais me felicita todo ano. Mais uma vez, ela reconheceu duas produções estrangeiras, no caso, a francesa A Tartaruga Vermelha, e a suíça Minha Vida de Abobrinha. Pelo pouco que já vi, esta última é a que mais me agrada pela técnica de stop-motion, mas sob o aspecto técnico geral, Kubo e as Cordas Mágicas é imbatível, tanto que foi indicado a Melhores Efeitos Visuais. Acho que é a primeira vez que temos uma animação na categoria de Efeitos Visuais.

Meio esquecida da categoria de Trilha Musical, a compositora Mica Levi foi finalmente reconhecida no Oscar! Ela chamou a atenção para o mundo com sua trilha meio experimental do ótimo Sob a Pele (2014), e agora chega com novo trabalho por Jackie. Numa categoria de cartas marcadas com os mesmos nomes de sempre, acho interessante a inclusão de Levi com composições mais alternativas das que estamos acostumados a ouvir, mas que causam uma sensação além do que vemos na tela. Quem tiver um tempinho, dá uma olhada no YouTube e confira os arranjos de Jackie, como a faixa “Burial”, que é mais fúnebre.

A compositora Mica Levi em seu estúdio, inspirada e movida à chocolate M&M. (pic by FACT Magazine)

A compositora Mica Levi (Jackie) em seu estúdio, inspirada e movida à chocolate M&M. (pic by FACT Magazine)

Também comemorei a inclusão da canção “Audition (The Fools Who Dream)”, cantada por Emma Stone em La La Land. Apesar de “City of Stars” ser a mais querida e pegajosa, “Audition” define a personagem de Stone naquele segmento do casting belamente executado.

INDICADOS AO 89th ACADEMY AWARDS:

MELHOR FILME
* A Chegada (Arrival)
* Cercas (Fences)
* Até o Último Homem (Hacksaw Ridge)
* A Qualquer Custo (Hell or High Water)
* Estrelas Além do Tempo (Hidden Figures)
* La La Land: Cantando Estações (La La Land)
* Lion: Uma Jornada Para Casa (Lion)
* Manchester à Beira-Mar (Manchester by the Sea)
* Moonlight: Sob a Luz do Luar (Moonlight)

MELHOR DIRETOR
* Damien Chazelle (La La Land)
* Mel Gibson (Até o Último Homem)
* Barry Jenkins (Moonlight)
* Kenneth Lonergan (Manchester à Beira-Mar)
* Denis Villeneuve (A Chegada)

MELHOR ATOR
* Casey Affleck (Manchester à Beira-Mar)
* Andrew Garfield (Até o Último Homem)
* Ryan Gosling (La La Land)
* Viggo Mortensen (Capitão Fantástico)
* Denzel Washington (Cercas)

MELHOR ATRIZ
* Isabelle Huppert (Elle)
* Ruth Negga (Loving)
* Natalie Portman (Jackie)
* Emma Stone (La La Land)
* Meryl Streep (Florence: Quem é Essa Mulher?)

MELHOR ATOR COADJUVANTE
* Mahershala Ali (Moonlight)
* Jeff Bridges (A Qualquer Custo)
* Lucas Hedges (Manchester à Beira-Mar)
* Dev Patel (Lion)
* Michael Shannon (Animais Noturnos)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
* Viola Davis (Cercas)
* Naomie Harris (Moonlight)
* Nicole Kidman (Lion)
* Octavia Spencer (Estrelas Além do Tempo)
* Michelle Williams (Manchester à Beira-Mar)

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
* Taylor Sheridan (A Qualquer Custo)
* Damien Chazelle (La La Land)
* Yorgos Lanthimos e Efthymis Filippou (O Lagosta)
* Kenneth Lonergan (Manchester à Beira-Mar)
* Mike Mills (20th Century Women)

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
* Eric Heisserer (A Chegada)
* August Wilson (Cercas)
* Allison Schroeder e Theodore Melfi (Estrelas Além do Tempo)
* Luke Davis (Lion)
* Barry Jenkins (Moonlight)

MELHOR FOTOGRAFIA
* Bradford Young (A Chegada)
* Linus Sandgren (La La Land)
* Greig Fraser (Lion)
* James Laxton (Moonlight)
* Rodrigo Prieto (Silêncio)

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
* Patrice Vermette, Paul Hotte (A Chegada)
* Stuart Craig, Anna Pinnock (Animais Fantásticos e Onde Habitam)
* Jess Gonchor, Nancy Haigh (Ave, César!)
* David Wasco, Sandy Reynolds-Wasco (La La Land)
* Guy Hendrix Dyaz, Gene Sardena (Passageiros)

MELHOR MONTAGEM
* Joe Walker (A Chegada)
* John Gilbert (Até o Último Homem)
* Jake Roberts (A Qualquer Custo)
* Tom Cross (La La Land)
* Joi McMillon, Nat Sanders (Moonlight)

MELHOR FIGURINO
* Joanna Johnston (Aliados)
* Colleen Atwood (Animais Fantásticos e Onde Habitam)
* Consolata Boyle (Florence: Quem é Essa Mulher?)
* Madeline Fontaine (Jackie)
* Mary Zophres (La La Land)

MELHOR MAQUIAGEM E CABELO
* Um Homem Chamado Ove
* Star Trek: Sem Fronteiras
* Esquadrão Suicida

MELHOR TRILHA MUSICAL ORIGINAL
* Mica Levi (Jackie)
* Justin Hurwitz (La La Land)
* Dustin O’Halloran, Hauschka (Lion)
* Nicholas Britell (Moonlight)
* Thomas Newman (Passageiros)

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
* “Audition (The Fools Who Dream)”, de Justin Hurwitz, Benj Pasek, Justin Paul (La La Land)
* “Can’t Stop the Feeling”, de Justin Timberlake, Max Martin, Shellback (Trolls)
* “City of Stars”, de Justin Hurwitz, Benj Pasek, Justin Paul (La La Land)
* “The Empty Chair”, de J. Ralph, Sting (Jim: The James Foley Story)
* “How Far I’ll Go”, de Lin-Manuel Miranda (Moana: Um Mar de Aventuras)

MELHOR SOM
* A Chegada
* Até o Último Homem
* La La Land
* Rogue One: Uma História Star Wars
* 13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi

MELHORES EFEITOS SONOROS
* A Chegada
* Horizonte Profundo: Desastre no Golfo
* Até o Último Homem
* La La Land
* Sully: O Herói do Rio Hudson

MELHORES EFEITOS VISUAIS
* Horizonte Profundo: Desastre no Golfo
* Doutor Estranho
* Mogli: O Menino Lobo
* Kubo e as Cordas Mágicas
* Rogue One: Uma História Star Wars

MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
* Terra de Minas, de Martin Zandvliet (DINAMARCA)
* Um Homem Chamado Ove, de Hannes Holm (SUÉCIA)
* O Apartamento, de Asghar Farhadi (IRÃ)
* Tanna, de Martin Butler, Bentley Dean (AUSTRÁLIA)
* Toni Erdmann, de Mare Ade (ALEMANHA)

MELHOR ANIMAÇÃO
* Kubo e as Cordas Mágicas
* Minha Vida de Abobrinha
* A Tartaruga Vermelha
* Moana: Um Mar de Aventuras
* Zootopia

MELHOR DOCUMENTÁRIO
* Fogo no Mar
* I Am Not Your Negro
* Life, Animated
* O.J.: Made in America
* A 13ª Emenda

MELHOR DOCUMENTÁRIO-CURTA
* Extremis
* 4.1 Miles
* Joe’s Violin
* Watani: My Homeland
* The White Helmets

MELHOR CURTA-METRAGEM
* Ennemis Intérieurs
* La Femme et le TGV
* Mindenki
* Timecode
* Silent Nights

MELHOR CURTA DE ANIMAÇÃO
* Blind Vaysha
* Borrowed Time
* Pear Cider and Cigarettes
* Pearl
* Piper

***

A 89ª cerimônia do Oscar acontece no dia 26 de fevereiro e será transmitida pelo canal pago TNT. Não conte muito com a Globo, porque o Oscar cai no fim de semana do Carnaval…

‘Deadpool’ disputa o WGA com ‘A Chegada’ e ‘Animais Noturnos’

Brianna Hildebrand e Ryan Reynolds em cena de Deadpool (pic by moviepilot.de)

Brianna Hildebrand e Ryan Reynolds em cena de Deadpool (pic by moviepilot.de)

PRÊMIO DO SINDICATO DE ROTEIRISTAS RECONHECE OUTRA ADAPTAÇÃO DE QUADRINHOS

Para quem acompanha cinema, sabe que os maiores sucessos comerciais nos últimos anos têm sido as adaptações de histórias em quadrinhos, seja da Marvel, ou seja da DC. É um filão extremamente rentável, porque ao mesmo tempo em que entretém o público mais jovem (que é a grande maioria dos espectadores dos cinemas hoje), consegue atrair os adultos que leram os quadrinhos décadas atrás. Entre os maiores sucessos comerciais de 2016, estavam as adaptações de HQ: Esquadrão Suicida, Batman vs. Superman: A Origem da Justiça e Capitão América: Guerra Civil, contudo, o único ousado foi Deadpool, que manteve as piadas de humor negro, o sexo e a violência (sim, tem sangue na tela), e a censura para maiores de 16 anos (reduzindo consideravelmente a renda nas bilheterias) em prol de qualidade.

Essa coragem em peitar a censura por acreditarem no material tem sido recompensada nas premiações. Venceu o Critics’ Choice Awards de Melhor Comédia e Melhor Ator em Comédia (Ryan Reynolds), foi indicado ao Globo de Ouro nas mesmas categorias, e agora foi lembrado pelo Writers Guild Awards. Será que sobra uma indicaçãozinha no Oscar? Deadpool concorre com pesos-pesados como A Chegada e Animais Noturnos.

Amy Adams em cena de Animais Noturnos (pic by moviepilot.de)

Amy Adams em cena de Animais Noturnos (pic by moviepilot.de)

Embora, o WGA seja bem rígido quanto ao regulamento, eliminado alguns concorrentes importantes anualmente, também apresenta uma boa estatística de acerto em relação ao Oscar. São 16 acertos em 22 anos na categoria de Roteiro Adaptado, e 14 na categoria de Roteiro Original. No ano passado, Spotlight – Segredos Revelados e A Grande Aposta levaram o prêmio do sindicato e levaram as estatuetas da Academia. Vale ressaltar também que Deadpool é a segunda adaptação de quadrinhos indicada. A anterior havia sido Guardiões da Galáxia em 2015.

Entre as exclusões devido ao regulamento estão as de LionMogli: O Menino Lobo e O Lagosta (que levou o LAFCA) na categoria de Roteiro Original, e de Florence: Quem é Essa Mulher? e Zootopia na categoria de Roteiro Adaptado. A maioria dessas ausências se deve aos próprios roteiristas, que decidiram não se filiar ao sindicato. Claro que há alguns casos em que o vencedor do Oscar de Roteiro nem era filiado ao WGA como Quentin Tarantino (por Django Livre) e Alejandro González Iñárritu e sua trupe (por Birdman), mas são mais raros de acontecer.

Já entre os ausentes que os membros do WGA simplesmente não gostaram estão Silêncio (o filme de Scorsese realmente não está agradando), Até o Último Homem, Capitão Fantástico e Jackie (que levou o prêmio no Festival de Veneza).

Só uma última curiosidade: os dramas Loving e Moonlight, aqui concorrentes como Roteiro Original, tiveram sua classificação alterada para Roteiro Adaptado perante a Academia. Enquanto o primeiro teria sido baseado num documentário de 2011, o segundo teria como base uma história biográfica pré-existente.

Seguem os indicados do Writers Guild Awards:

ROTEIRO ORIGINAL

  • Taylor Sheridan (A Qualquer Custo)
  • Damien Chazelle (La La Land)
  • Jeff Nichols (Loving)
  • Kenneth Lonergan (Manchester à Beira-Mar)
  • Barry Jenkins, Story by Tarell McCraney (Moonlight)

ROTEIRO ADAPTADO

  • Eric Heisserer (A Chegada); Baseado na história “História da sua Vida” de Ted Chiang
  • Rhett Reese & Paul Wernick (Deadpool); Baseado nos quadrinhos dos X-Men
  • August Wilson (Cercas); Baseado em sua peça
  • Allison Schroeder e Theodore Melfi (Estrelas Além do Tempo); Baseado no livro de Margot Lee Shetterly
  • Tom Ford (Animais Noturnos); Baseado no romance “Tony and Susan”, de Austin Wright

ROTEIRO DE DOCUMENTÁRIO

  • Jeff Feuerzeig (Author: The JT LeRoy Story)
  • Robert Kenner e Eric Schlosser, história por Brian Pearle e Kim Roberts (Command and Control); Baseado no livro “Command and Control”, de Eric Schlosser
  • Alex Gibney (Zero Days)
Cena do documentário Zero Days, de Alex Gibney (pic by moviepilot.de)

Cena do documentário Zero Days, de Alex Gibney (pic by moviepilot.de)

***

O WGA (Writers Guild of America) anunciará seus vencedores em 19 de fevereiro em Beverly Hills. E as indicações ao Oscar saem no dia 24 de janeiro.

Com 12 indicações, o musical ‘La La Land’ lidera o Critics’ Choice Awards 2016

Cena do musical La La Land, de Damien Chazelle. Os atores Ryan Gosling e Emma Stone também fora indicados. (photo by moviepilot.de)

Cena do musical La La Land, de Damien Chazelle. Os atores Ryan Gosling e Emma Stone também fora indicados. (photo by moviepilot.de)

COMO AGUARDADO DESDE O FESTIVAL DE VENEZA E TORONTO, O NOVO FILME DE DAMIEN CHAZELLE ASSUME FAVORITISMO 

Antes de começar a falar sobre a premiação, gostaria de abrir um parênteses aqui. Vou ser sucinto: Que raios de traduções de títulos de filmes são esses de hoje em dia, hein? Pessoal das distribuidoras que trabalha com isso, pelamordedeus! Vamos usar um pouco o bom senso! Como um “Florence Foster Jenkins” vira um “Florence: Que Mulher é Essa?”?? Parece documentário de uma prostituta que teve um caso com o presidente e derrubou o governo! E “Hello, My Name is Doris” que virou “Doris, Redescobrindo o Amor”? Se querem manter o nome da personagem, coloquem pelo menos “Doris Redescobre o Amor”. Também tenho certa aversão aos subtítulos inúteis que teimam em aderir ao título (meu favorito de todos os tempos é do filme de David Cronenberg: “Spider – Desafie Sua Mente” – parece nome de um jogo de tabuleiro). Acho que nas últimas decádas, as distribuidoras brasileiras sempre estão em cima do muro: não querem traduzir o título todo (por medo ou por incapacidade), mas sempre subestimam o público colocando um subtítulo que mais se assemelha a um aposto. Esse ano (por enquanto – porque ainda devem vir mais pérolas!), meu eleito é “La La Land: Cantando Estações”. Seria alguma alusão ao clássico musical “Cantando na Chuva”? Na minha opinião, ou mantém apenas “La La Land” ou vira “La La Lândia”.

Enfim… deixa eu respirar aqui.

Bom, como tenho falado nos últimos anos, o Critics’ Choice Awards pra mim é a “Bolha Assassina”. Lembram daquele filme em que uma bolha gosmenta rosa vai engolindo tudo o que vê pela frente e devora uma cidade inteira? Pois então! Esse prêmio quer ser todos os prêmios em um só, porque engloba várias categorias distintas (são 27!!) e ainda oferece uma vaga a mais nas categorias principais. Procura acertar os indicados ao Oscar, mas não abre mão das estrelas hollywoodianas ao indicá-las nas categorias de ação como Chris Evans, Matt Damon e Scarlett Johansson, parecendo uma cópia genérica da bajulação do Globo de Ouro. Só continua “relevante” porque tem ótimas porcentagens de acerto em relação ao Oscar: acertou 4 dos últimos 5 Oscar de Melhor Filme, por exemplo.

Esta 22ª edição do Critics’ Choice tem o musical La La Land liderando com 12 indicações, incluindo nas categorias principais: Filme, Diretor (Damien Chazelle), Ator (Ryan Gosling) e Atriz (Emma Stone). Como se trata de um musical estilizado, a produção foi reconhecida em várias categorias técnicas como direção de arte, figurino e montagem. Desde que foi ovacionado nos festivais de Toronto e de Veneza, o novo trabalho de Chazelle, que ficou conhecido pelo ótimo Whiplash: Em Busca da Perfeição, passa a carregar a tocha do favoritismo da temporada.

Logo atrás, a ficção científica A Chegada e o drama Moonlight receberam 10 indicações cada. Enquanto o primeiro vem sendo reconhecido como o “Interestelar que deu certo” pela suas teorias de universo sem ser tão cabeçudo e explicativo como o filme de Christopher Nolan, o segundo tem ganhado glórias por sua visão do crescimento do personagem central em meio à questões raciais, sexuais e familiares.

Cena de primeiro contato em A Chegada, com Amy Adams. 10 indicações para filme de Denis Villeneuve. Photo by moviepilot.de

Cena de primeiro contato em A Chegada, com Amy Adams. 10 indicações para filme de Denis Villeneuve. Photo by moviepilot.de

Dentre os filmes mais bem cotados que ficaram de fora, o mais prejudicado foi Silêncio, novo filme de Martin Scorsese. Como não acredito que o filme seja tão ruim a ponto de não levar nenhuma indicação sequer, a estratégia de lançamento em cima da hora da Paramount Pictures deve ter sido a causa. Não que a ausência de Silêncio no Critics’ Choice vá abalar sua campanha promissora, mas foi uma bola fora. Também no mesmo barco está o filme Rogue One: Uma História Star Wars. Parece que não ficou pronto a tempo da exibição para os críticos.

Por outro lado, o filme de guerra Até o Último Homem foi muito bem reconhecido, com indicações para Melhor Filme, Diretor (Mel Gibson) e Ator (Andrew Garfield). Pode significar um retorno para Gibson, que vem amargando um ostracismo desde suas declarações e filme Paixão de Cristo anti-semitas. Ele ganhou o Oscar de Filme e Diretor pelo épico Coração Valente lá no longíquo ano de 1996.

Andrew Garfield protagoniza Até o Último Homem, novo trabalho de Mel Gibson na direção (photo by moviepilot.de)

Andrew Garfield protagoniza Até o Último Homem, novo trabalho de Mel Gibson na direção (photo by moviepilot.de)

O MELHOR NO CALENDÁRIO TAMBÉM

Normalmente, as cerimônias de premiação ocorrem um mês depois do anúncio dos indicados, mas o Critics’ Choice quer se achar o prêmio inovador, e resolveu fazer a entregas das estatuetas UMA semana depois. Isso mesmo, sete dias depois das indicações! Aí você pergunta: “Por que tanta pressa assim?”. Como o calendário de premiações é altamente disputado, o Critics’ Choice está com receio de ficar ali esquecido até janeiro, e acredito que queiram se gabar sendo “o primeiro grande prêmio de cinema” a revelar seus vencedores.

Quer saber? Gostaria que quase ninguém fosse pra essa cerimônia, assim eles caem na real de que as coisas não funcionam assim à bel-prazer. Vale lembrar aqui que a cerimônia de janeiro deste ano houve muitas ausências importantes como Mark Ruffalo, Michael Keaton, Brie Larson, Tom Hardy, Charlize Theron e Leonardo DiCaprio.

A cerimônia tem previsão para o próximo dia 11, domingo, por volta das 23h, horário de Brasília, pelo canal pago A&E (provavelmente na TNT aqui no Brasil).

ALTOS E BAIXOS DO CRITICS’ CHOICE

Obviamente, ter um alto número de categorias e indicações ajuda a reconhecer aqueles filmes bons que não acham lugar nenhum em premiações, principalmente por se tratarem de gêneros subvalorizados como ficção científica, terror e comédia.

Dessa leva muito bem reconhecida incluo:

  1. Deadpool
    Filme de Ação, Ator em Filme de Ação (Ryan Reynolds), Comédia, Ator em Comédia (Ryan Reynolds)
    Apesar da saturação de filmes de super-heróis, a adaptação de Deadpool conseguiu apresentar muita criatividade com a metalinguagem atípica (muito se deve ao próprio quadrinho), bom ritmo e ótima química entre os atores. E foi recompensado nas bilheterias por sua ousadia de elevar sua classificação etária. Tudo bem que foi um pouco exagerado sua dupla indicação como Comédia e Ação, mas…
Ryan Reynolds na pele deformada de Deadpool (pic by moviepilot.de)

Ryan Reynolds na pele deformada de Deadpool (pic by moviepilot.de)

2. Dois Caras Legais

Comédia, Ator em Comédia (Ryan Gosling)
O novo trabalho do diretor Shane Black foi uma grata surpresa, tem seus méritos como roteiro e a direção de arte dos anos 70, mas por se tratar de um filme despretensioso, era difícil premiá-lo. Provavelmente não vai ganhar nada, mas merecidamente estará na festa.

3. Florence: Quem é Essa Mulher?
Comédia, Ator em Comédia (Hugh Grant), Atriz em Comédia (Meryl Streep)
Está comédia sobre uma figura real que foi considerada a pior cantora de todos os tempos tem conquistado boas críticas, mas não chega com força para cravar indicações ao Oscar. Talvez exceto por Meryl Streep e o figurino. Como a atriz não foi indicada na categoria principal, pelo menos tem o favoritismo da categoria de comédia.

4. Rua Cloverfield, 10
Ficção Científica/Terror
Esse foi um das melhores surpresas do ano, mas como é modesto, também ficou difícil reconhecer em premiações. Mas esta pequena gema do cinema sci-fi tem muitos méritos, principalmente porque soube contar umas história simples, com baixo orçamento e com um ótimo clima de tensão do início ao fim. Os atores Mary Elizabeth Winstead e John Goodman mereciam indicações, mas o Critics’ Choice Awards não tem categorias de Atores em Terror/Sci-Fi… ainda.

Mary Elisabeth Winstead em cativeiro com John Goodman em Rua Cloberfield, 10, de Dan Trachtenberg (pic by cine.gr)

Mary Elizabeth Winstead em cativeiro com John Goodman em Rua Cloberfield, 10, de Dan Trachtenberg (pic by cine.gr)

5. Capitão Fantástico
Ator em Comédia (Viggo Mortensen)
Este pequeno filme foi uma das maiores surpresas do cinema independente americano de 2016. Mortensen interpreta um pai que cuida de seis crianças numa floresta até que precisa abandonar seu paraíso para adentrar o verdadeiro mundo. Houve inúmeras críticas positivas, principalmente pelo casting do elenco infantil.

E o lado negativo da Bolha Assassina:

1. Batman vs Superman: A Origem da Justiça
Atriz em Ação (Gal Gadot)
Não me interpretem mal. Acho Gal Gadot muito linda. Mas o que ela fez nesse crossover de Batman e Superman? A personagem dela, que é totalmente dispensável na trama, não tem profundidade alguma. Nem se fosse uma boa atriz nesse papel sairia algo notável.

A bela Gal Gadot em cena de Batman vs Superman. Beleza faz uma boa interpretação? Pic by moviepilot.de

A bela Gal Gadot em cena de Batman vs Superman. Beleza faz uma boa interpretação? Pic by moviepilot.de

2. Esquadrão Suicida
Atriz em Comédia (Margot Robbie)
Tudo bem que a concorrência nesta categoria parece ter sido apenas para preencher cota, mas nem Margot Robbie salva um filme tão medíocre como Esquadrão Suicida. Ela tem os looks da personagem Harlequina, mas é apenas o superficial. Provavelmente este será o prêmio mais fácil que Meryl Streep vai levar.

3. Um Espião e Meio
Comédia, Ator em Comédia
Deve ter gente que ama essas comédias estereotipadas, mas acho que o Critics’ Choice podia ter caprichado mais nessa escolha. Por que não incluir o último filme de Woody Allen, Café Society? Ou o humor negro de Swiss Army Man?

Indicados ao 22º Critics’ Choice Awards:

MELHOR FILME
A Chegada (Arrival)
Fences
Até o Último Homem (Hacksaw Ridge)
A Qualquer Custo (Hell or High Water)
La La Land: Cantando Estações (La La Land)
Lion
Loving
Manchester à Beira-Mar (Manchester by the Sea)
Moonlight
Sully: O Herói do Rio Hudson (Sully)

MELHOR DIRETOR
Damien Chazelle (La La Land: Cantando Estações)
Mel Gibson (Até o Último Homem)
Barry Jenkins (Moonlight)
Kenneth Lonergan (Manchester à Beira-Mar)
David Mackenzie (A Qualquer Custo)
Denis Villeneuve (A Chegada)
Denzel Washington (Fences)

MELHOR ATOR
Casey Affleck (Manchester à Beira-Mar)
Joel Edgerton (Loving)
Andrew Garfield (Até o Último Homem)
Ryan Gosling (La La Land: Cantando Estações)
Tom Hanks (Sully: O Herói do Rio Hudson)
Denzel Washington (Fences)

MELHOR ATRIZ
Amy Adams (A Chegada)
Annette Bening (20th Century Women)
Isabelle Huppert (Elle)
Ruth Negga (Loving)
Natalie Portman (Jackie)
Emma Stone (La La Land: Cantando Estações)

MELHOR ATOR COADJUVANTE
Mahershala Ali (Moonlight)
Jeff Bridges (A Qualquer Custo)
Ben Foster (A Qualquer Custo)
Lucas Hedges (Manchester à Beira-Mar)
Dev Patel (Lion)
Michael Shannon (Animais Noturnos)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Viola Davis (Fences)
Greta Gerwig (20th Century Women)
Naomie Harris (Moonlight)
Nicole Kidman (Lion)
Janelle Monáe  (Estrelas Além do Tempo)
Michelle Williams (Manchester à Beira-Mar)

MELHOR JOVEM ATOR/ATRIZ
Lucas Hedges (Manchester à Beira-Mar)
Alex R. Hibbert (Moonlight)
Lewis MacDougall (Sete Minutos Depois da Meia-Noite)
Madina Nalwanga (Rainha de Katwe)
Sunny Pawar ( Lion)
Hailee Steinfeld (The Edge of Seventeen)

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
Luke Davies (Lion)
Tom Ford (Animais Noturnos)
Eric Heisserer (A Chegada)
Todd Komarnicki (Sully: O Herói do Rio Hudson)
Allison Schroeder, Theodore Melfi (Estrelas Além do Tempo)
August Wilson (Fences)

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
Damien Chazelle (La La Land: Cantando Estações)
Barry Jenkins (Moonlight)
Yorgos Lanthimos/Efthimis Filippou (O Lagosta)
Kenneth Lonergan (Manchester à Beira-Mar)
Jeff Nichols (Loving)
Taylor Sheridan (A Qualquer Custo)

MELHOR FOTOGRAFIA
Bradford Young (A Chegada)
Stéphane Fontaine (Jackie)
Linus Sandgren (La La Land: Cantando Estações)
James Laxton (Moonlight)
Seamus McGarvey (Animais Noturnos)

MELHOR FIGURINO
Joanna Johnston (Aliados)
Colleen Atwood (Animais Fantásticos e Onde Habitam)
Consolata Boyle (Florence: Quem é Essa Mulher?)
Madeline Fontaine (Jackie)
Mary Zophres (La La Land: Cantando Estações)
Eimer Ni Mhaoldomhnaigh (Amor & Amizade)

MELHOR MONTAGEM
Joe Walker (A Chegada)
John Gilbert (Até o Último Homem)
Tom Cross (La La Land: Cantando Estações)
Nat Sanders, Joi McMillon (Moonlight)
Blu Murray (Sully: O Herói do Rio Hudson)

MELHOR CABELO E MAQUIAGEM
Doutor Estranho
Animais Fantásticos e Onde Habitam
Até o Último Homem
Jackie
Star Trek: Sem Fronteiras

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
Patrice Vermette; Paul Hotte, André Valade (A Chegada)
Stuart Craig; James Hambidge, Anna Pinnock (Animais Fantásticos e Onde Habitam)
Jean Rabasse; Véronique Melery (Jackie)
David Wasco; Sandy Reynolds-Wasco (La La Land: Cantando Estações)
Jess Gonchor; Nancy Haigh (A Lei da Noite)

MELHOR TRILHA MUSICAL
Jóhann Jóhannsson (A Chegada)
Mica Levi (Jackie)
Justin Hurwitz (La La Land: Cantando Estações)
Nicholas Britell (Moonlight)
Dustin O’Halloran, Hauschka (Lion)

MELHOR CANÇÃO
“Audition (The Fools Who Dream)” (La La Land: Cantando Estações)
“City of Stars” (La La Land: Cantando Estações)
“How Far I’ll Go” (Moana – Um Mar de Aventuras)
“Can’t Stop the Feeling!” (Trolls)
“The Rules Don’t Apply” (Rules Don’t Apply)
“Drive It Like You Stole It” (Sing Street)

MELHORES EFEITOS VISUAIS
A Chegada
Doutor Estranho
Animais Fantásticos e Onde Habitam
Mogli, o Menino Lobo
Sete Minutos Depois da Meia-Noite

MELHOR LONGA DE ANIMAÇÃO
Procurando Dory
Kubo e as Cordas Mágicas
Moana – Um Mar de Aventuras
The Red Turtle
Trolls
Zootopia

MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
Elle
The Handmaiden
Julieta
Neruda
O Apartamento
Toni Erdmann

MELHOR ELENCO
Fences
A Qualquer Custo
Estrelas Além do Tempo
Manchester À Beira-Mar
Moonlight
20th Century Women

MELHOR FILME DE AÇÃO
Capitão América: Guerra Civil
Deadpool
Doutor Estranho
Até o Último Homem
Jason Bourne

MELHOR ATOR EM FILME DE AÇÃO
Benedict Cumberbatch (Doutor Estranho)
Matt Damon (Jason Bourne)
Chris Evans (Capitão América: Guerra Civil)
Andrew Garfield (Até o Último Homem)
Ryan Reynolds (Deadpool)

MELHOR ATRIZ EM FILME DE AÇÃO
Gal Gadot (Batman vs Superman: A Origem da Justiça)
Scarlett Johansson (Capitão América: Guerra Civil)
Margot Robbie (Esquadrão Suicida)
Tilda Swinton (Doutor Estranho)

MELHOR COMÉDIA
Um Espião e Meio
Deadpool
Don’t Think Twice
The Edge of Seventeen
Ave, César!
Dois Caras Legais

MELHOR ATOR EM COMÉDIA
Ryan Gosling (Dois Caras Legais)
Hugh Grant (Florence: Quem é Essa Mulher?)
Dwayne Johnson (Um Espião e Meio)
Viggo Mortensen (Capitão Fantástico)
Ryan Reynolds (Deadpool)

MELHOR ATRIZ EM COMÉDIA
Kate Beckinsale (Amor & Amizade)
Sally Field (Doris, Redescobrindo o Amor)
Kate McKinnon (Caça-Fantasmas)
Hailee Steinfeld (The Edge of Seventeen)
Meryl Streep (Florence: Quem é Essa Mulher?)

MELHOR FILME DE FICÇÃO CIENTÍFICA/TERROR
A Chegada
Doutor Estranho
O Homem nas Trevas
Star Trek: Sem Fronteiras
Rua Cloverfield, 10
A Bruxa

***

A cerimônia do 22º Critics’ Choice Awards acontece dia 11 de dezembro.

PREVISÕES OSCAR 2017! Uma breve espiada nos candidatos

DEPOIS DE POLÊMICAS RACIAIS, OSCAR 2017 PROMETE RESULTADOS MAIS DIVERSIFICADOS

É complicado prever quais filmes serão indicados ao Oscar. Como não disponho de uma bola de cristal, e não tenho credencial de jornalista estrangeiro pra cobrir os festivais internacionais, baseio-me em algumas pistas que costumam render boa porcentagem de acerto. Uma delas é dar aquela olhada básica nas produções que estiveram presentes nos festivais de Veneza (Itália), Toronto (Canadá) e Telluride (EUA), já que todos têm sido pólos artísticos que selecionam futuros vencedores do Oscar nos últimos anos. Só pra citar alguns que seguiram esse tour e saíram vitoriosos no Oscar: Gravidade, Birdman, 12 Anos de Escravidão, O Discurso do Rei e Quem Quer Ser um Milionário?. As produções que passaram por esses festivais já têm meio caminho andado.

Em segundo lugar, estar atento ao histórico dos artistas. Não é porque o novo filme de Steven Spielberg não participou de festivais que vai ficar de fora do burburinho da Academia. Foi assim com Ponte dos Espiões: estreou em outubro de 2015 sem grande alarde e acabou indicado a Melhor Filme e levou a estatueta de Ator Coadjuvante para Mark Rylance. Então, o pensamento é o seguinte: “Tem filme novo de Spielberg, Ang Lee, David O. Russell ou Clint Eastwood? Bota na roda!”. O mesmo vale para atores, que vivem aceitando desafios e chamando a atenção dos votantes da Academia como Christian Bale e obviamente, Meryl Streep, que aliás, pode conquistar sua 20ª indicação: mais um marco histórico!

Meryl Streep como Florence Foster Jenkins (photo by cine.gr)

Meryl Streep como Florence Foster Jenkins (photo by cine.gr)

E neste ano, temos um fator que pode e deve ser determinante nas indicações e vencedores: a polêmica do #OscarSoWhite. Pra quem estava em outro planeta, 2016 foi o segundo ano consecutivo em que todas as 20 vagas nas categorias de atuação foram preenchidas por atores caucasianos. Isso acabou causando protestos e levantando questões raciais na indústria cinematográfica, o que fez com que a presidente da Academia, Cheryl Boone Isaacs, convidasse artistas negros e de outras etnias como membros com o intuito de dar resultados imediatos na votação. Portanto, as produções de temática racial devem figurar nas listas de previsões e conquistar indicações, inclusive de atores negros como Viola Davis e Denzel Washington.

Ao longo das categorias (veja lista abaixo), você perceberá que nomes de profissionais negros estão em quantidade maior do que a habitual. Como não tivemos a oportunidade de conferir os trabalhos, não podemos acusar ou defender a existência de uma possível retaliação perante o “racismo” dos últimos dois anos. Como já lancei aqui em posts anteriores, teremos um ano bem politicamente correto, e isso deve prejudicar a imagem dos indicados e vencedores, levantando a questão: “Estou ganhando por méritos ou por ser negro?”.

Naomie Harris em Moonlight. Ela pode concorrer como coadjuvante (photo by variety.com)

Naomie Harris em Moonlight. Ela pode concorrer como coadjuvante (photo by variety.com)

Sou contra cotas raciais em quaisquer áreas por esse motivo. A cota julga o beneficiado como incapaz de obter sucesso pelo próprio esforço. E nas Artes, não dá pra obrigar um reconhecimento artístico. Essa atitude será bastante injusta para esses atores negros reconhecidos, pois, por mais que mereçam, correrão sério risco de serem vistos como uma mera resposta à polêmica. E depois? Teremos a revolta dos asiáticos, latinos e índios? Quem sabe uma vaga por raça e religião pra agradar gregos e troianos?

Justamente devido à essa “falta de diversidade”, um dos filmes mais bem cotados se tornou automaticamente o drama independente O Nascimento de uma Nação (The Birth of a Nation), já que se trata de uma rebelião de escravos nos EUA. O filme estreou no festival de Sundance em fevereiro, e era até então, o candidato com maior potencial de Oscar. Contudo, a campanha descambelou quando a mídia descobriu que uma jovem, que cometeu suicídio em 2012, teria sido abusada pelo diretor e ator Nate Parker em 1999. Embora tenha sido absolvido na época, a morte da vítima reacendeu o escândalo e tem prejudicado bastante a carreira de Parker e seu filme. A bilheteria de 12 milhões de dólares nos EUA sequer pagou o investimento de 20 milhões que a Fox Searchlight pagou. Por mais que Parker seja indicado e premiado na temporada, sua glória está seriamente ameaçada devido à reação do público e dos demais artistas.

No centro, Nate Parker, o diretor e ator que protagoniza O Nascimento de uma Nação (photo by cine.gr)

No centro, Nate Parker, o diretor e ator que protagoniza O Nascimento de uma Nação (photo by cine.gr)

Claro que a Academia premiou e ainda premia acusados de crimes sexuais como Roman Polanski e Woody Allen, mas como se trata de algo tão recente, tenho minhas dúvidas da participação do filme na temporada. Pude conferir O Nascimento de uma Nação recentemente na 40ª Mostra de Cinema de SP, e particularmente, considero um filme convencional com uma narrativa simples que busca a todo momento estar à altura de seu tema, mas que só consegue oferecer elementos chavões como câmera lenta e trilha musical que busca catarse no público. O recém-oscarizado 12 Anos de Escravidão é muito mais filme se formos comparar pela temática escravista.

Ainda sobre questões raciais, o filme Loving pode ser uma ótima alternativa no Oscar. Indicado à Palma de Ouro, este novo trabalho do diretor Jeff Nichols, apresenta a história verídica de um homem branco que casou com uma mulher negra na Viriginia racista dos anos 50. O amor que ultrapassa barreiras raciais deve chegar ao tapete vermelho, pelo menos através de seus atores Joel Edgerton e Ruth Negga.

Quando o casamento interracial é caso de polícia em Loving: Joel Edgerton e Ruth Negga são coagidos por policiais (photo by cine.gr)

Quando o casamento interracial é caso de polícia em Loving: Joel Edgerton e Ruth Negga são coagidos por policiais (photo by cine.gr)

E ainda nesse contexto, também vale citar o drama racial Fences, baseado numa peça de sucesso da Broadway de 1987. A história de um pai de família, ex-jogador de beisebol, que trabalha como lixeiro na década de 50 racista da Pensilvânia para sustentar sua família foi renovada como peça teatral em 2010 pela mesma equipe do filme, com Denzel Washington dirigindo, e estrelando ao lado de Viola Davis. Muitos já consideram certas as indicações para ator e atriz (ou atriz coadjuvante).

Parceria de sucesso entre Denzel Washington e Viola Davis pode resultar em Oscar para Fences (photo by cine.gr)

Parceria de sucesso entre Denzel Washington e Viola Davis pode resultar em Oscar para Fences (photo by cine.gr)

Aliás, os temas são fatores de desequilíbrio quando se trata de candidatos ao Oscar de Melhor Filme. Filmes de guerra como Até o Último Homem (Hacksaw Ridge) tem como protagonista um soldado médico que foi à guerra sem armas por não acreditar na violência, trazendo uma mensagem anti-bélica que pode resgatar o diretor Mel Gibson de seu ostracismo depois de suas declarações anti-semitas.

Cena de Até o Último Homem, dirigido por Mel Gibson. À direita, o protagonista Andrew Garfield, e à esquerda, Vince Vaughn (photo by cine.gr)

Cena de Até o Último Homem, dirigido por Mel Gibson. À direita, o protagonista Andrew Garfield, e à esquerda, Vince Vaughn (photo by cine.gr)

O drama histórico de Martin Scorsese, Silêncio, também tem boas chances por se tratar de um drama histórico de dois padres jesuítas no Japão do século XVII. Além de contar com destaques técnicos como Direção de Arte, Figurino e Fotografia, e o próprio prestígio de Scorsese, o filme tem parte do elenco japonês, o que pode ajudar na questão da “diversidade racial” da Academia.

Cena do novo filme de Martin Scorsese, estrelado por Andrew Garfield (photo by cine.gr)

Cena do novo filme de Martin Scorsese, estrelado por Andrew Garfield (photo by cine.gr)

Claro que a temporada está apenas começando, mas até o momento, boa parte da crítica acredita que o novo filme de Ang Lee tem as melhores chances. A Longa Caminhada de Billy Lynn tem elementos típicos da filmografia do diretor, como a entrega do protagonismo para um ator desconhecido (no caso, Joe Alwyn), e uma grande história: o soldado Billy volta do Iraque para um tour de vitória pelos EUA, intercalando com flashbacks do que realmente aconteceu na guerra. Esse tema era muito bem explorado pelo diretor Oliver Stone (que ganhou dois Oscars por filmes anti-bélicos Platoon e Nascido em 4 de Julho), e costuma agradar a Academia por expôr as entranhas da guerra e sua forte conexão com os EUA.

Cena de comemorações em A Longa Caminhada de Billy Lynn, de Ang Lee (photo by cine.gr)

Cena de comemorações em A Longa Caminhada de Billy Lynn, de Ang Lee (photo by cine.gr)

Não sei quais as reais chances de vitória como Melhor Filme, mas dois candidatos prometem fazer barulho nesta temporada: o drama tenso Animais Noturnos e o musical La La Land: Cantando Estações (pois é, queria esganar quem inventou esse subtítulo escroto!). Curiosamente, ambos saíram premiados no último festival de Veneza e participaram do festival de Toronto. Animais Noturnos é nada mais, nada menos do que o segundo longa do conhecido estilista Tom Ford, que dirigiu o belo Direito de Amar, com atuação soberba de Colin Firth. Depois que conferi o filme na Mostra, foi a obra que mais fiquei pensando por dias, pois tem sequências bem tensas e uma direção com personalidade. Particularmente, não acredito que seja material para Oscar porque tem a coisa da violência e do sexo (vide o fracasso de Os Suspeitos, de Denis Villeneuve no Oscar), e não há um ator que eu possa garantir que receberá uma indicação ao Oscar, mesmo que Aaron Taylor-Johnson e Laura Linney estejam bem, então restaria uma bastante justa indicação para Ford na direção.

Jake Gyllenhaal em cena de Animais Noturnos, segundo filme sob a direção de Tom Ford (photo by cine.gr)

Jake Gyllenhaal em cena de Animais Noturnos, segundo filme sob a direção de Tom Ford (photo by cine.gr)

La La Land já gerou burburinho a partir de seu trailer todo bonito e colorido. É o tipo de trabalho que, por pior que seja sua história, vale a pena ver pelo apuro visual. Mas como fã de Damien Chazelle e seu Whiplash: Em Busca da Perfeição, aposto num musical bem escrito e com ótima montagem. Aliás, além da montagem, a fotografia e a direção são categorias praticamente garantidas no Oscar, assim como a segunda indicação para Emma Stone, que já faturou o prêmio Volpi Cup de Atriz em Veneza e deve conquistar o Globo de Ouro de Atriz – Comédia ou Musical.

Coreografia do musical de Damien Chazelle, La La Land, com Ryan Gosling e Emma Stone (photo by cine.gr)

Coreografia do musical de Damien Chazelle, La La Land, com Ryan Gosling e Emma Stone (photo by cine.gr)

Manchester à Beira-Mar foi o drama que mais reviews positivos recebeu até o momento. Dirigido pelo sempre competente Kenneth Lonnergan, o filme praticamente garante as indicações de Casey Affleck como Ator, e Michelle Williams como Atriz Coadjuvante, além de uma possível para o novato Lucas Hedges como Coadjuvante. A história gira em torno de um tio que precisa cuidar de seu sobrinho após a morte do pai. Dependendo de como vai se sair nos prêmios da crítica como LAFCA e NYFCC, pode surgir como forte candidato a Melhor Filme.

Segundo críticos, Casey Affleck entrega a performance de sua vida em Manchester à Beira-Mar (photo by moviepilot.de)

Segundo críticos, Casey Affleck entrega a performance de sua vida em Manchester à Beira-Mar (photo by moviepilot.de)

Enfim, sem mais delongas, seguem minhas apostas para o momento. Assinalei aqueles que acredito que convertem seu favoritismo em indicação na cor laranja. Lembrando que de novembro até fevereiro, muita coisa pode mudar de acordo com as premiações anteriores ao Oscar, as bilheterias de cada filme, e até mesmo declarações polêmicas que podem ruir toda uma campanha.

MELHOR FILME

  • A Chegada (Arrival)
  • A Longa Caminhada de Billy Lynn (Billy Lynn’s Long Halftime Walk)
  • O Nascimento de uma Nação (The Birth of a Nation)
  • Fences
  • Até o Último Homem (Hacksaw Ridge)
  • Hell or High Water
  • Estrelas Além do Tempo (Hidden Figures)
  • Jackie
  • La La Land: Cantando Estações (La La Land)
  • A Luz Entre Oceanos (The Light Between Oceans)
  • Lion
  • Loving
  • Manchester à Beia-Mar (Manchester by the Sea)
  • Moonlight
  • Animais Noturnos (Nocturnal Animals)
  • Silêncio (Silence)
  • Sully: O Herói do Rio Hudson (Sully)
  • 20th Century Women

Talvez seja a categoria mais complicada de adivinhar, afinal, temos que levar em consideração todas as demais categorias que podem resultar em maior número de estatuetas ganhas. E, claro, a história do filme conta muuuuito. Vejam a vitória de Spotlight nesse ano! Conseguiu ganhar apenas mais um Oscar além de Melhor Filme devido ao peso de sua história verídica.

A Academia adora histórias edificantes, com redenções e humanismo. Nesse quesito, os já citados A Longa Caminhada de Billy Lynn, Até o Último Homem e Fences saem na frente. Também incluiria Estrelas Além do Tempo, que envolve um pequeno grupo de mulheres negras que foi essencial através de seus conhecimentos matemáticos na corrida espacial da NASA contra a Rússia; e o novo filme de Clint Eastwood, Sully: O Herói do Rio Hudson, pela trajetória verídica do piloto de aeronave que pousou o avião no rio para salvar seus passageiros e tripulação. Sim, lembra um pouco o filme O Vôo com Denzel Washington, mas Eastwood e Tom Hanks costumam ter mais prestígio no Oscar.

Particularmente, acredito bastante numa vitória de La La Land. Embora o gênero musical tenha perdido aquela onda dos anos 50 e 60, a Academia nunca deixou de amá-lo. Premiou Moulin Rouge – Amor em Vermelho com dois Oscars em 2001, Chicago como Melhor Filme em 2003, e mais recentemente Os Miseráveis com duas estatuetas. E este novo trabalho de Damien Chazelle, diretor de Whiplash: Em Busca da Perfeição, vem arrancando muitos aplausos desde sua estréia em Veneza e Toronto. Alguns, inclusive, já defendem a vitória incontestável de Emma Stone como atriz. Será?

DIRETOR

  • Ben Affleck (A Lei da Noite)
  • Warren Beatty (Rules Don’t Apply)
  • Damien Chazelle (La La Land)
  • Garth Davis (Lion)
  • Clint Eastwood (Sully: O Herói do Rio Hudson)
  • Tom Ford (Animais Noturnos)
  • Stephen Frears (Florence: Quem é Essa Mulher?)
  • Mel Gibson (Até o Último Homem)
  • Barry Jenkins (Moonlight)
  • Pablo Larraín (Jackie)
  • Ang Lee (A Longa Caminhada de Billy Lynn)
  • Kenneth Lonnergan (Manchester à Beira-Mar)
  • Mike Mills (20th Century Women)
  • Jeff Nichols (Loving)
  • Martin Scorsese (Silêncio)
  • Oliver Stone (Snowden)
  • Morten Tyldum (Passageiros)
  • Denis Villeneuve (A Chegada)
  • Denzel Washington (Fences)

Mesmo sem sequer ter lançado o trailer de Silêncio, Martin Scorsese já está em todas as listas do Oscar 2017 por causa de sua reputação. Aliás, considero Scorsese um caso raríssimo em que a estatueta do Oscar lhe rendeu muito mais maturidade e sabedoria na escolha de projetos. Pra mim, O Lobo de Wall Street e A Invenção de Hugo Cabret, que vieram depois do premiado Os Infiltrados, são ótimos filmes e com ousadia de linguagem. Portanto, vou com os especialistas e incluir seu nome como certo.

Damien Chazelle em set de La La Land: Cantando Estações (photo by lionsgatepublicity.com)

Damien Chazelle em set de La La Land: Cantando Estações (photo by lionsgatepublicity.com)

Em seguida, por mais jovem que seja, Damien Chazelle já merecia ter sido indicado ao Oscar de Diretor em 2015 por Whiplash, dessa forma, acredito que seja natural sua indicação nesta categoria por La La Land. Ele tem um forte apuro técnico na fotografia e na montagem, além de ser um ótimo roteirista, que busca algo inovador (quem não curtiu aquele final de Whiplash?), o que deve lhe garantir vaga na final.

Vencedor de 2 Oscars de Diretor, o taiwanês Ang Lee é aquele profissional competente que sempre tem algo de novo pra mostrar. É um dos raros diretores que consegue mudar de gênero sem perder sua capacidade de contar bem uma história. Por mais que ache difícil ele ganhar o terceiro Oscar, não deve ter dificuldade de figurar entre os cinco indicados.

Por mais que esteja pegando carona na polêmica do #OscarSoWhite, o trabalho de direção de Denzel Washington em Fences tem sido bastante elogiado.

ATOR

  • Casey Affleck (Manchester à Beira-Mar)
  • Don Cheadle (Miles Ahead)
  • Robert De Niro (The Comedian)
  • Joel Edgerton (Loving)
  • Michael Fassbender (A Luz Entre Oceanos)
  • Andrew Garfield (Até o Último Homem) (Silêncio)
  • Joseph Gordon-Levitt (Snowden)
  • Ryan Gosling (La La Land)
  • Jake Gyllenhaal (Animais Noturnos)
  • Tom Hanks (Sully)
  • Ethan Hawke (Born to be Blue)
  • Michael Keaton (Fome de Poder)
  • Matthew McConaughey (Ouro e Cobiça)
  • Viggo Mortensen (Capitão Fantástico)
  • Nate Parker (O Nascimento de uma Nação)
  • Will Smith (Beleza Oculta)
  • Miles Teller (Bleed for This)
  • Denzel Washington (Fences)

De acordo com os sites de apostas, os únicos “garantidos” na categoria até o momento são Casey Affleck e Denzel Washington. Ambos tiveram suas performances muito bem elogiadas e seriam muito improváveis suas ausências no tapete vermelho. Se confirmadas as previsões, seria a segunda indicação de Affleck (a primeira como ator principal), e a sétima indicação de Washington, que pode levar seu terceiro Oscar depois de Coadjuvante por Tempo de Glória (1989) e Ator por Dia de Treinamento (2001).

À direita, Casey Affleck contracena com Kyle Chandler em cena de Manchester à Beira-Mar (photo by moviepilot.de)

À direita, Casey Affleck contracena com Kyle Chandler em cena de Manchester à Beira-Mar (photo by moviepilot.de)

Quase garantido também está Joel Edgerton. Este ator australiano que já participou de grandes produções hollywoodianas como O Grande Gatsby (2013) e Êxodo: Deuses e Reis (2014), vem chamando atenção em papéis mais discretos como em Guerreiro (2011), Aliança do Crime (2015) e O Presente (2015), que também dirigiu. No papel verídico de Richard em Loving, arrancou aplausos em Cannes. Se o filme receber indicações para Filme e Roteiro, suas chances de vitória aumentam bastante.

Existem dois atores mais experientes que viveram músicos este ano que podem entrar na penetra na festa. Don Cheadle como Miles Davis em Miles Ahead, e Ethan Hawke como Chet Baker em Born to be Blue. Como a Academia adora personagens baseados em figuras reais, e sempre tem lugar para produções independentes, por que não?

ATRIZ

  • Amy Adams (Animais Noturnos) (A Chegada)
  • Annette Bening (20th Century Women)
  • Emily Blunt (A Garota no Trem)
  • Jessica Chastain (Miss Sloane)
  • Marion Cotillard (Aliados)
  • Rebecca Hall (Christine)
  • Taraji P. Henson (Estrelas Além do Tempo)
  • Isabelle Huppert (Elle)
  • Jennifer Lawrence (Passageiros)
  • Ruth Negga (Loving)
  • Natalie Portman (Jackie)
  • Emma Stone (La La Land: Cantando Estações)
  • Meryl Streep (Florence: Quem é Essa Mulher?)
  • Alicia Vikander (A Luz Entre Oceanos)
  • Rachel Weisz (Denial)

Quando vi o trailer de Fences, já havia decretado que 2017 seria o ano de Viola Davis. Além de já ter tido a oportunidade de ganhar o Oscar em duas vezes, e estar em alta na série How to Get Away With Murder, a polêmica da ‘diversidade’ certamente garantiria sua vitória. Mas recentemente, após conferir o filme, ela decidiu que sua personagem era coadjuvante, e que portanto, concorreria como uma.

Com o caminho aberto, os holofotes apontam para Emma Stone, que saiu premiada do último Festival de Veneza por La La Land.  Apesar de jovem (tem 28 anos), ela tem se mostrado bem versátil. Já trabalhou com comédias besteirol (A Casa das Coelhinhas), drama (Birdman), animação (Os Croods), comédia romântica (A Mentira), blockbuster (O Espetacular Homem-Aranha), terror (se considerarmos Zumbilândia) já atuou sob a batuta de Woody Allen duas vezes, e agora canta num musical!

Emma Stone em cena do musical La La Land: Cantando Estações (photo by tumblr.com)

Emma Stone em cena do musical La La Land: Cantando Estações (photo by tumblr.com)

Não se sabe se suas concorrentes terão força para bater de frente, mas Natalie Portman promete muita luta por Jackie, no qual vive a ex-primeira dama no momento crítico após o assassinato de seu marido. Estão falando bem de Amy Adams em A Chegada, o que poderia render sua sexta (!) indicação, e uma das raras para atriz em ficção científica. Particularmente, acho que ela só ganha se ela passar por alguma transformação física (será que só eu penso assim?), mas… Caso ela não agrade, temos sempre Meryl Streep à mão, que aliás se transforma em Florence Foster Jenkins, considerada a pior cantora de todos os tempos. Se cuide, Amy!

ATOR COADJUVANTE

  • Mahershala Ali (Moonlight)
  • Warren Beatty (Rules Don’t Apply)
  • Jeff Bridges (Hell or High Water)
  • Kevin Costner (Estrelas Além do Tempo)
  • John Goodman (Rua Cloverfield 10)
  • Hugh Grant (Florence: Quem é Essa Mulher?)
  • Lucas Hedges (Manchester à Beira Mar)
  • Stephen Henderson (Fences)
  • Steve Martin (A Longa Caminhada de Billy Lynn)
  • Liam Neeson (Silêncio)
  • Dev Patel (Lion)
  • Michael Shannon (Animais Noturnos)
  • Timothy Spall (Denial)
  • Aaron Taylor-Johnson (Animais Noturnos)

Das atuações coadjuvantes mais comentadas até agora foi de Lucas Hedges, como o sobrinho que passa a ser criado pelo tio após a morte do pai. Ele seria o comic relief (alívio cômico) de uma trama sobre luto e passado trágico. Esse tipo de papel apresenta elementos que o fazem se destacar num drama, iluminando ainda mais uma atuação, e de quebra, a Academia adora esse tipo de personagem. Acredito que pelo menos um dos três atores possivelmente indicados de Manchester à Beira-Mar deva levar uma estatueta pra casa. Se Casey Affleck não ganhar, temos Lucas Hedges…

À direita, Lucas Hedges atua ao lado de Casey Affleck em Manchester à Beira-Mar (photo by shootlonline.com)

À direita, Lucas Hedges atua ao lado de Casey Affleck em Manchester à Beira-Mar (photo by shootlonline.com)

Na cola de Hedges, outros dois nomes estão crescendo na temporada. Mahershala Ali em Moonlight tem despertado os críticos num drama que contém bullying, pobreza, drogas e família em frangalhos, tanto que já foi comparado a Preciosa: Uma História de Esperança (2009). E o eterno Schindler, Liam Neeson, que deu um tempo nos filmes de ação (não, não tenho nada contra, tanto que adoro o primeiro Busca Implacável) para trabalhar com Martin Scorsese em Silêncio. Como o filme só terá exibição em dezembro, não se sabe praticamente nada sobre a produção, mas quando um ator desse calibre entra num projeto de Scorsese, cheiro de indicação já tem automaticamente.

ATRIZ COADJUVANTE

  • Viola Davis (Fences)
  • Elle Fanning (20th Century Women)
  • Greta Gerwig (20th Century Women)
  • Naomie Harris (Moonlight)
  • Felicity Jones (Sete Minutos Depois da Meia-Noite)
  • Nicole Kidman (Lion)
  • Aja Naomi King (O Nascimento de uma Nação)
  • Sasha Lane (American Honey)
  • Margo Martindale (The Hollars)
  • Janelle Monáe (Estrelas Além do Tempo)
  • Lupita Nyong’o (Rainha de Katwe)
  • Octavia Spencer (Estrelas Além do Tempo)
  • Kristen Stewart (A Longa Caminhada de Billy Lynn)
  • Michelle Williams (Manchester à Beira Mar)
Viola Davis em Fences

Viola Davis em Fences

Muitos já decretaram a vitória de Viola Davis nesta categoria por Fences. Se a transição da campanha de Atriz para Atriz Coadjuvante realmente se concretizar como o estúdio e ela mesma deseja, será muito difícil não entregar o prêmio em suas mãos, já que, além de sua atuação ter sido bem elogiada, ela já foi indicada 2 vezes ao Oscar e está em alta com o público através da série How to Get Away With Murder. E além disso tudo, é uma das melhores atrizes de sua geração. Ela consegue transformar uma única cena de um papel menor em ouro como aconteceu em Dúvida.

Talvez a candidata mais forte depois de Davis, seja Naomie Harris que, além de satisfazer a “diversidade”, interpreta um papel forte de uma mãe viciada em crack no drama Moonlight. Pelas críticas que acompanhei, ela foge do estereótipo e entrega uma performance densa sem apelar. O fato de ela ser conhecida do público por ser o nova Miss Moneypenny na franquia do 007 ajuda bastante, claro.

Outra atuação bem comentada nessa temporada é a de Nicole Kidman como uma mãe que vê seu filho adotado sair em busca de seus pais biológicos. Como Lion tem a grande Weinstein Co. por trás da campanha, acredito que Kidman tem lugar garantido.

ROTEIRO ORIGINAL

  • Steven Knight (Aliados)
  • Andrea Arnold (American Honey)
  • Woody Allen (Café Society)
  • Matt Ross (Capitão Fantástico)
  • Taylor Sheridan (Hell or High Water)
  • Noah Oppenheim (Jackie)
  • Damien Chazelle (La La Land: Cantando Estações)
  • Yorgos Lanthimos e Efthymis Filippou (O Lagosta)
  • Jeff Nichols (Loving)
  • Kenneth Lonnergan (Manchester à Beira-Mar)
  • Barry Jenkins (Moonlight)
  • Mike Mills (20th Century Women)
Cena do drama independente Moonlight, de Barry Jenkins (photo by cine.gr)

Cena do drama independente Moonlight, de Barry Jenkins (photo by cine.gr)

ROTEIRO ADAPTADO

  • Eric Heisserer (A Chegada)
  • Jean-Christophe Castelli (A Longa Caminhada de Billy Lynn)
  • David Hare (Denial)
  • August Wilson (Fences)
  • Robert D. Siegel (Fome de Poder)
  • Erin Cressida Wilson (A Garota no Trem)
  • Allison Schroeder e Theodore Melfi (Estrelas Além do Tempo)
  • Luke Davies (Lion)
  • Ben Affleck (A Lei da Noite)
  • Whit Stillman (Love & Friendship)
  • Patrick Ness (Sete Minutos Depois da Meia-Noite)
  • Tom Ford (Animais Noturnos)
  • Jay Cocks (Silêncio)
  • Todd Komarnicki (Sully: O Herói do Rio Hudson)
Dev Patel em cena de Lion (photo by cine.gr)

Dev Patel em cena de Lion (photo by cine.gr)

FOTOGRAFIA

  • Bradford Young (A Chegada)
  • John Toll (A Longa Caminhada de Billy Lynn)
  • Charlotte Bruus Christensen (Fences)
  • Robert Elswit (Ouro e Cobiça)
  • Roger Deakins (Ave, César!)
  • Mandy Walker (Estrelas Além do Tempo)
  • Stéphane Fontaine (Jackie)
  • Bill Pope (Mogli: O Menino Lobo)
  • Linus Sandgren (La La Land: Cantando Estações)
  • Robert Richardson (A Lei da Noite)
  • Adam Stone (Loving)
  • James Laxton (Moonlight)
  • Seamus McGarvey (Animais Noturnos)
  • Rodrigo Prieto (Silêncio)
Fotografia de A Chegada, de Denis Villeneuve (photo by moviepilot.de)

Fotografia de Bradford Young de A Chegada, de Denis Villeneuve (photo by moviepilot.de)

MONTAGEM

  • Joe Walker (A Chegada)
  • Tim Squyres (A Longa Caminhada de Billy Lynn)
  • Steven Rosenblum (O Nascimento de uma Nação)
  • John Gilbert (Até o Último Homem)
  • Sebastián Sepúlveda (Jackie)
  • Mark Livolsi (Mogli: O Menino Lobo)
  • Tom Cross (La La Land: Cantando Estações)
  • Alexandre de Franceschi (Lion)
  • William Goldenberg (A Lei da Noite)
  • Joi McMillon e Nat Sanders (Moonlight)
  • Joan Sobel (Animais Noturnos)
  • Ruy Diaz e Thelma Schoonmaker (Silêncio)
  • Jabez Olssen (Rogue One: Uma História Star Wars)
  • Blu Murray (Sully: O Herói do Rio Hudson)
Tom Hanks como o piloto em Sully: O Herói do Rio Hudson (photo by moviepilot.de)

Tom Hanks como o piloto em Sully: O Herói do Rio Hudson (photo by moviepilot.de)

DIREÇÃO DE ARTE

  • Gary Freeman (Aliados)
  • Patrice Vermette (A Chegada)
  • Rick Carter (O Bom Gigante Amigo)
  • Mark Friedberg (A Longa Caminhada de Billy Lynn)
  • Charles Wood (Doutor Estranho)
  • Stuart Craig (Animais Fantásticos e Onde Habitam)
  • Alan MacDonald (Florence: Quem é Essa Mulher?)
  • Jess Gonchor (Ave, César!)
  • Jean Rabasse (Jackie)
  • Christopher Glass (Mogli: O Menino Lobo)
  • David Wasco (La La Land: Cantando Estações)
  • Jess Gonchor (A Lei da Noite)
  • Gavin Bocquet (O Lar das Crianças Peculiares)
  • Eugenio Caballero (Sete Minutos Depois da Meia-Noite)
  • Guy Hendrix Dyas (Passageiros)
  • Jeannine Oppewall (Rules Don’t Apply)
  • Dante Ferretti (Silêncio)
No centro, Eddie Redmayne em Animais Fantásticos e Onde Habitam (photo by cine.gr)

No centro, Eddie Redmayne em Animais Fantásticos e Onde Habitam (photo by cine.gr)

FIGURINO

  • Joanna Johnston (Aliados)
  • Colleen Atwood (Animais Fantásticos e Onde Habitam)
  • Sharen Davis (Fences)
  • Consolata Boyle (Florence: Quem é Essa Mulher?)
  • Mary Zophres (Ave, César!)
  • Seong-hie Ryu (The Handmaiden)
  • Madeline Fontaine (Jackie)
  • Mary Zophres (La La Land: Cantando Estações)
  • Jacqueline West (A Lei da Noite)
  • Colleen Atwood (O Lar das Crianças Peculiares)
  • Albert Wolsky (Rules Don’t Apply)
  • Dante Ferretti (Silêncio)
Figurinos de Colleen Atwood em O Lar das Crianças Peculiares (photo by cine.gr)

Figurinos de Colleen Atwood em O Lar das Crianças Peculiares (photo by cine.gr)

MAQUIAGEM

  • Deadpool
  • Animais Fantásticos e Onde Habitam
  • Florence: Quem é Essa Mulher?
  • Até o Último Homem
  • O Lar das Crianças Peculiares
  • Rogue One: Uma História Star Wars
  • Silêncio
  • Star Trek: Sem Fronteiras
Sofia Boutella em cena de Star Trek: Sem Fronteiras (photo by cine.gr)

Sofia Boutella em cena de Star Trek: Sem Fronteiras (photo by cine.gr)

TRILHA MUSICAL ORIGINAL

  • Alan Silvestri (Aliados)
  • Jóhann Jóhannsson (A Chegada)
  • John Williams (O Bom Gigante Amigo)
  • Jeff Danna e Mychael Danna (A Longa Caminhada de Billy Lynn)
  • James Newton Howard (Animais Fantásticos e Onde Habitam)
  • Thomas Newman (Procurando Dory)
  • Alexandre Desplat (Florence: Quem é Essa Mulher?)
  • Pharrell Williams e Hans Zimmer (Estrelas Além do Tempo)
  • Mica Levi (Jackie)
  • John Debney (Mogli: O Menino Lobo)
  • Justin Hurwitz (La La Land: Cantando Estações)
  • Alexandre Desplat (A Luz Entre Oceanos)
  • Volker Bertelmann e Dustin O’Halloran (Lion)
  • Opetaia Foa’i, Mark Mancina e Lin-Manuel Miranda (Moana – Um Mar de Aventuras)
  • Abel Korzeniowski (Animais Noturnos)
  • Thomas Newman (Passageiros)
  • Michael Giacchino (Rogue One: Uma História Star Wars)
  • Michael Giacchino (Zootopia)

CANÇÃO ORIGINAL

  • “I See a Victory” (Estrelas Além do Tempo)
  • “Audition (The Fools Who Dream”) (La La Land: Cantando Estações)
  • “City of Stars” (La La Land: Cantando Estações)
  • “Never Give Up” (Lion)
  • “How Far I’ll Go” (Moana – Um Mar de Aventuras)
  • “The Great Beyond” (Festa da Salsicha)
  • “Faith” (Sing: Quem Canta Seus Males Espanta)
  • “A Letter to the Free” (The 13th)
  • “Can’t Stop the Feeling!” (Trolls)

SOM

  • Horizonte Profundo: Desastre no Golfo
  • Até o Último Homem
  • Animais Fantásticos e Onde Habitam
  • Jason Bourne
  • Mogli: O Menino Lobo
  • La La Land: Cantando Estações
  • A Lei da Noite
  • Passageiros
  • Silêncio
  • Rogue One: Uma História Star Wars
  • Star Trek: Sem Fronteiras
  • Sully: O Herói do Rio Hudson

EFEITOS SONOROS

  • 13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi
  • A Chegada
  • Horizonte Profundo: Desastre no Golfo
  • Doutor Estranho
  • Animais Fantásticos e Onde Habitam
  • Até o Último Homem
  • A Lei da Noite
  • Passageiros
  • Rogue One: Uma História Star Wars
  • Silêncio
  • Star Trek: Sem Fronteiras
  • Sully: O Herói do Rio Hudson

EFEITOS VISUAIS

  • O Bom Gigante Amigo
  • Capitão América: Guerra Civil
  • Animais Fantásticos e Onde Habitam
  • Doutor Estranho
  • Mogli: O Menino Lobo
  • O Lar das Crianças Peculiares
  • Sete Minutos Depois da Meia-Noite
  • Passageiros
  • Meu Amigo, O Dragão
  • Rogue One: Uma História Star Wars
  • Star Trek: Sem Fronteiras
  • X-Men: Apocalipse
  • Warcraft
Efeitos visuais de Doutor Estranho (photo by moviepilot.de)

Efeitos visuais de Doutor Estranho (photo by moviepilot.de)

LONGA DE ANIMAÇÃO

  • Angry Birds: O Filme
  • Kubo e as Cordas Mágicas
  • Kung Fu Panda 3
  • Moana – Um Mar de Aventuras
  • Procurando Dory
  • O Pequeno Príncipe
  • Miss Hokusai
  • The Red Turtle 
  • Festa da Salsicha
  • A Vida Secreta dos Pets
  • Sing: Quem Canta Seus Males Espanta
  • Trolls
  • Zootopia
Cena de The Red Turtle, de Michael Dudok de Wit (photo by cine.gr)

Cena de The Red Turtle, de Michael Dudok de Wit (photo by cine.gr)

FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA

  • Afterimage, de Andrzej Wajda (Polônia)
  • Barakah Meets Barakah, de Mahmoud Sabbagh (Arábia Saudita)
  • De Longe te Observo, de Lorenzo Vigas (Venezuela)
  • Desierto, de Carlos Cuarón (México)
  • A Distinguished Citizen, de Gastón Duprat e Mariano Cohn (Argentina)
  • Elle, de Paul Verhoeven (França)
  • Fogo no Mar, de Gianfranco Rosi (Itália)
  • O Ídolo, de Hany Abu Assad (Palestina)
  • It’s Only the End of the World, de Xavier Dolan (Canadá)
  • Julieta, de Pedro Almodóvar (Espanha)
  • Land of Mine, de Martin Zandvliet (Dinamarca)
  • Ma’Rosa, de Brillante Mendoza (Filipinas)
  • Morte em Sarajevo, de Danis Tanovic (Bósnia Herzegovina)
  • Neruda, de Pablo Larraín (Chile)
  • Toni Erdmann, de Maren Ade (Alemanha)
  • O Apartamento, de Asghar Farhadi (Irã)
Cena do iraniano The Salesman, que dialoga com a obra literária de Arthur Miller. Com o histórico de vitória no Oscar, Asghar Farhadi praticamente garante sua presença no Oscar 2017, na opinião deste humilde blogueiro. (photo by cine.gr)

Cena do iraniano The Salesman, que dialoga com a obra literária de Arthur Miller. Com o histórico de vitória no Oscar, Asghar Farhadi praticamente garante sua presença no Oscar 2017, na opinião deste humilde blogueiro. (photo by cine.gr)

Na lista, existem nomes fortes na disputa, como o espanhol Pedro Almodóvar com Julieta, e o canadense Xavier Dolan com It’s Only the End of the World, mas eu, particularmente, aposto nas indicações de Neruda, de Pablo Larraín (Chile) – até mesmo porque o diretor também é responsável por Jackie, estrelado por Natalie Portman – e The Salesman, de Asghar Farhadi (Irã) – ele já venceu em 2012 com A Separação e este novo filme dialoga com a obra de Arthur Miller, “A Morte de um Caixeiro-Viajante”. Também não descartaria os vencedores de prêmios de festivais como o documentário italiano Fogo no Mar, de Gianfranco Rosi, que levou o Urso de Ouro em Berlim; o drama venezuelano De Longe te Observo, de Lorenzo Vigas, que ganhou o Leão de Ouro 2015. Gostaria muito que o representante francês Elle recebesse uma indicação, pois idolatro o diretor Paul Verhoeven. Mas as chances são mínimas, já que seu filme retrata um tema polêmico (estupro) sob uma perspectiva… bem, digamos, “Verhoevenesca”, à la provocateur. Espero que a tal “diversidade” também atinja a categoria mais conservadora do Oscar…

***

As indicações ao Oscar 2017 serão anunciadas ao vivo no dia 24 de janeiro, e a cerimônia está marcada para o dia 26 de fevereiro.

 

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