Os 5 filmes indicados a Melhor Filme: Nunca Raramente Às Vezes Sempre, A Voz Suprema do Blues, First Cow, Nomadland e Minari.
PRÊMIO DO CINEMA INDEPENDENTE AMERICANO APOSTA NA DIVERSIDADE
O anúncio foi feito ao vivo pelo canal do YouTube Film Independent e contou com a presença das atrizes Olivia Wilde e Laverne Cox, e do diretor Barry Jenkins, que divulgaram os indicados de todas as categorias. Confira o vídeo pelo link abaixo:
Nesta 36ª edição, o recordista de indicações foi o drama Nunca Raramente Às Vezes Sempre, que reforça os obstáculos que precisam ser superados para uma adolescente conseguir um aborto. O filme de Eliza Hittman acumulou sete indicações, incluindo Filme, Direção, Atriz, Atriz Coadjuvante e Roteiro. Logo em seguida, com seis indicações, surge a história de uma família sul-coreana imigrante de Minari, um filme que vem conquistando a crítica e o público desde sua exibição no Festival de Sundance de 2020, de onde saiu premiado com o Grande Prêmio do Júri.
Para competir com essas duas produções, outros três fortes concorrentes da temporada de premiações: A Voz Suprema do Blues e Nomadland, ambas empatadas com cinco indicações cada, e First Cow que obteve três. Coincidência ou não, assim como na categoria de Melhor Filme da premiação independente Gotham Awards, nenhum dos cinco filmes foram dirigidos por homens brancos. Já para Melhor Direção, esta é a primeira vez em que a categoria foi preenchida totalmente por diretoras mulheres e não-brancos: Lee Isaac Chung, Emerald Fennel, Eliza Hittman, Kelly Reichardt e Chloé Zhao.
Nos últimos anos, o Independent Spirit Awards vem buscando se distanciar do posto de mero precursor do Oscar no melhor esquema “Vamos deixar essa falta de personalidade para o Critics’ Choice Awards”. Houve uma época em que ambos os prêmios estavam bastante parelhos premiando O Artista, 12 Anos de Escravidão, Birdman, Spotlight e Moonlight, mas desde 2018 estão valorizando mais produções menores com menos poder de campanha publicitária, o que certamente enriquece a temporada de premiações.
Para aqueles que estão se perguntando onde estão Mank, Os 7 de Chicago ou Destacamento Blood, lembramos que apenas produções de orçamentos abaixo de 22,5 milhões de dólares são qualificadas para o Independent Spirit. Já no caso de One Night in Miami (disponível no Amazon Prime Video), como venceu o prêmio especial Robert Altman que reconhece o elenco como um todo, nenhum dos atores recebeu indicação individual nas categorias de atuação. Outra ausência sentida de orçamento qualificado foi Meu Pai, mas produções estrangeiras (no caso, britânica) só podem competir na categoria de Filme Internacional, portanto Anthony Hopkins e Olivia Colman não tiveram chances aqui como Ator e Atriz Coadjuvante.
Falando em atuações, gostaríamos de destacar a expansão da categoria de Melhor Atriz para seis indicadas! Felizmente, reconheceram produções menores como Miss Juneteenth pela performance de Nicole Beharie, assim como três fortes interpretações com chances claras de Oscar: Frances McDormand, Viola Davis e Carey Mulligan. Apesar do aumento de vagas, nomes em alta ficaram de fora da disputa como Vanessa Kirby por Pieces of a Woman, Michelle Pfeiffer por French Exit e Zendaya por Malcolm & Marie. Esperamos que essa riqueza na safra reflita na categoria do Oscar.
A partir deste ano, com o aumento de produções independentes de séries, o Independent Spirit decidiu abrir espaço para esse formato televisivo pela primeira vez em 36 anos de existência. Esse reconhecimento certamente ajudará a promover produções que não contam com a propaganda de grandes canais e empresas, mas cujo conteúdo merece atenção do público.
CONFIRA TODOS OS INDICADOS DO INDEPENDENT SPIRIT AWARDS:
MELHOR FILME First Cow A Voz Suprema do Blues (Ma Rainey’s Black Bottom) Minari Nunca Raramente Às Vezes Sempre (Never Rarely Sometimes Always) Nomadland
MELHOR DIREÇÃO Lee Isaac Chung (Minari) Emerald Fennell (Bela Vingança) Eliza Hittman (Nunca Raramente Às Vezes Sempre) Kelly Reichardt (First Cow) Chloé Zhao (Nomadland)
MELHOR FILME DE ESTRÉIA I Carry You With Me The 40-Year-Old Version O Som do Silêncio (Sound of Metal) Miss Juneteenth Nine Days
MELHOR ATRIZ Nicole Beharie (Miss Juneteenth) Viola Davis (A Voz Suprema do Blues) Sidney Flanigan (Nunca Raramente Às Vezes Sempre) Julia Garner (A Assistente) Frances McDormand (Nomadland) Carey Mulligan (Bela Vingança)
MELHOR ATOR Riz Ahmed (O Som do Silêncio) Chadwick Boseman (A Voz Suprema do Blues) Rob Morgan (Bull) Steven Yeun (Minari) Adarsh Gourav (O Tigre Branco)
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE Alexis Chikaeze (Miss Juneteenth) Yeri Han (Minari) Valerie Mahaffey (French Exit) Talia Ryder (Nunca Raramente Às Vezes Sempre) Yuh-jung Youn (Minari)
MELHOR ATOR COADJUVANTE Colmand Domingo (A Voz Suprema do Blues) Orion Lee (First Cow) Paul Raci (O Som do Silêncio) Glynn Turman (A Voz Suprema do Blues) Benedict Wong (Nine Days)
MELHOR ROTEIRO Má Educação (Bad Education) Minari Você Nem Imagina (The Half of It) Nunca Raramente Às Vezes Sempre (Never Rarely Sometimes Always) Bela Vingança (Promising Young Woman)
MELHOR PRIMEIRO ROTEIRO Kitty Green (A Assistente) Noah Hutton (Lapsis) Channing Godfrey Peoples (Miss Juneteenth) Andy Siara (Palm Springs) James Sweeney (Straight Up)
MELHOR FOTOGRAFIA Jay Keitel (She Dies Tomorrow) Shabier Kirchner (Bull) Michael Latham (A Assistente) Hélène Louvart (Nunca Raramente Às Vezes Sempre) Joshua James Richards (Nomadland)
MELHOR MONTAGEM I Carry You With Me O Homem Invisível Residue Nunca Raramente Às Vezes Sempre Nomadland
PRÊMIO JOHN CASSAVETES (filmes com orçamentos abaixo de 500 mil dólares) The Killing of Two Lovers La Leyenda Negra Lingua Franca Residue Saint Frances
PRÊMIO ROBERT ALTMAN One Night in Miami
MELHOR DOCUMENTÁRIO Collective Crip Camp As Mortes de Dick Johnson (Dick Johnson Is Dead) Time O Agente Duplo (The Mole Agent)
MELHOR FILME INTERNACIONAL Bacurau The Disciple Night of the Kings Preparations to be Together for an Unknown Period of Time Quo Vadis, Aida?
Piaget Producers Award Kara Durrett Lucas Joaquin Gerry Kim
Someone to Watch Award David Midell – Diretor de The Killing of Kenneth Chamberlain Ekwa Msangi – Diretor de Farewell Amor Annie Silverstein – Diretora de Bull
Truer Than Fiction Award Cecilia Aldarondo – Diretor de Landfall Elegance Bratton – Diretora de Pier Kids Elizabeth Lo – Diretora de Stray
MELHOR SÉRIES NÃO-ROTEIRIZADAS OU DOCUMENTÁRIOS Atlanta’s Missing and Murdered: The Lost Children City So Real Immigration Nation Love Fraud We’re Here
MELHORES SÉRIES ROTEIRIZADAS I May Destroy You Little America Small Axe A Teacher Unorthodox
MELHOR ATRIZ Elle Fanning (The Great) Shira Haas (Unorthodox) Abby McEnany (Work in Progress) Maitreyi Ramakrishnan (Never Have I Ever) Jordan Kristine Seamón (We Are Who We Are)
MELHOR ATOR Conphidance (Little America) Adam Ali (Little America) Nicco Annan (P-Valley) Amit Rahav (Unorthodox) Harold Torre (Zero, Zero, Zero)
MELHOR ELENCO NUMA SÉRIE ROTEIRIZADA I May Destroy You
A cerimônia do 36º Independent Spirit Awards está agendado para o dia 22 de Abril.
FILME DE KELLY REICHARDT CONQUISTA OUTRO PRÊMIO APÓS INDICAÇÕES AO GOTHAM AWARDS
O Círculo de Críticos de Nova York (NYFCC) havia anunciado que não iria prorrogar sua premiação devido à pandemia, mantendo assim seu calendário tradicional de eleger seus melhores do Cinema em Dezembro. Essa decisão tem repercussões positivas e negativas.
Por um lado, os filmes que estrearão em Janeiro e Fevereiro, que serão elegíveis ao Oscar, que acontece dia 25 de Abril, perderão essa ótima oportunidade de alavancar suas campanhas publicitárias com uma premiação tão tradicional como a NYFCC. Pelo outro, existem maiores chances de premiar filmes e profissionais diferentes na temporada de premiações, ampliando o leque de opções de reconhecimento artístico.
Composto por um grupo de aproximadamente 50 críticos e jornalistas, o NYFCC premiou como Melhor Filme na temporada anterior O Irlandês, que apesar de ter conquistado 10 indicações ao Oscar, não levou nenhuma estatueta pra casa. Na última década, dentre os filmes vencedores do prêmio principal, apenas Carol, de Todd Haynes, não conseguiu uma indicação ao Oscar de Melhor Filme. Os críticos nova-iorquinos também já fizeram escolhas ousadas nos últimos anos como Melhor Direção para Josh e Benny Safdie por Joias Brutas, Melhor Atriz para Regina Hall por Support the Girls, e Atriz Coadjuvante para Tiffany Haddish por Viagem das Garotas e Kirsten Stewart por Acima das Nuvens.
Nesta edição, é importante destacar a presença de cineastas e profissionais do sexo feminino. Além de First Cow, de Kelly Reichardt, ter levado o prêmio de Melhor Filme, a chinesa Chloé Zhao ficou com o prêmio de Direção por Nomadland. Vale ressaltar também que o filme Nunca, Raramente, Às Vezes, Sempre, que proporcionou o prêmio de Melhor Atriz para Sidney Flanigan, foi dirigido por Eliza Hittman, que levou o prêmio de Roteiro sobre um filme centrado no trauma do aborto.
Nas categorias de atuação, o filme de Spike Lee, disponível na Netflix, levou os prêmios de Ator para Delroy Lindo e um póstumo de Ator Coadjuvante para Chadwick Boseman por Destacamento Blood. Já na categoria de Atriz Coadjuvante, a atriz búlgara Maria Bakalova levou o prêmio por interpretar a filha do repórter cazaque Borat na sequência Borat: Fita de Cinema Seguinte, disponível na Prime Video.
A boa notícia para o Cinema Brasileiro foi a premiação de Bacurau como Melhor Filme em Língua Estrangeira. O western com ficção científica da dupla Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles tem conquistado espaço em algumas listas de Melhor Filme de 2020, e este prêmio possibilita uma campanha mais consistente rumo ao Oscar. Infelizmente, o filme não pode mais concorrer como Filme Internacional, pois já concorreu na seleção brasileira de 2019, mas pode conquistar indicações em outras categorias como Roteiro Original, por exemplo.
Apesar de se tratar de uma premiação atípica em ano de pandemia, essas vitórias certamente valorizarão as campanhas dos filmes entre outros prêmios da crítica até o Globo de Ouro, que ocorre em 28 de Fevereiro.
SEGUEM OS VENCEDORES DO NYFCC 2020:
FILME First Cow Dir: Kelly Reichardt
DIREÇÃO Chloé Zhao (Nomadland)
ATOR Delroy Lindo (Destacamento Blood)
ATRIZ Sidney Flanigan (Nunca, Raramente, Às Vezes, Sempre)
APÓS VITÓRIA DE ‘PARASITA’ COMO MELHOR FILME E FILME INTERNACIONAL, CAMPANHAS TENDEM A SER MAIS AMBICIOSAS
Neste segundo ano da categoria renomeada Filme Internacional (ex-Filme em Língua Estrangeira), houve um pró e um contra. O pró se deve à vitória da produção sul-coreana Parasita na última edição do Oscar, na qual venceu 4 estatuetas, sendo uma histórica: Melhor Filme. Até o ano passado, todos imaginavam que isso seria impossível, já que em 91 anos de premiação, a Academia sempre preteriu filmes de outros idiomas nessa categoria, embora tenha indicado alguns ao longo de sua história como Roma, de Alfonso Cuarón. Com essa porta finalmente aberta, as campanhas de filmes internacionais não devem mais se limitar a uma única categoria, e o Oscar tem tudo para se tornar um prêmio mais globalizado e diversificado.
O contra fica por conta da pandemia do Covid-19. Embora os prazos para inscrições tenham se estendido, trata-se de um ano atípico, pois as campanhas não poderão atuar como antes com sessões fechadas para evitar aglomerações. Por outro lado, a vantagem é que a Academia lançou sua própria plataforma de streaming para membros, o que em tese facilita o acesso dos filmes para os votantes. Resta saber se eles vão conseguir assistir cerca de 90 filmes (quase ninguém vai) e quais filmes eles vão selecionar para assistir e porquê. Se houvesse campanha normal, ela faria diferença, mas nesse cenário, vai depender apenas de publicidade em sites e revistas; lembrando ainda que este é o último ano permitido para cópias de DVD e Blu-ray para membros, pois a Academia está buscando sustentabilidade há alguns anos.
CURIOSIDADES
Devido à pandemia, os filmes elegíveis tiveram um prazo maior no quesito data de lançamento, que pode ter ocorrido em seus países entre os dias 1º de Outubro de 2019 a 31 de Dezembro de 2020, o que acaba atrasando um pouco as inscrições. Até o momento, temos 87 filmes inscritos, mas esse número pode aumentar ainda com a oficialização de países como Camboja, Gana, Nepal, Uganda e Malawi. Este ano, três países inscreveram um filme pela primeira vez na história: o Sudão, que enviou You Will Die at 20, o Suriname, que inscreveu Wiren, e o Lesoto, que com seu Isso Não é um Enterro, É uma Ressurreição tem grandes chances de conquistar também sua primeira indicação.
O país asiático Butão, que inscreveu Lunana: A Yak in the Classroom, participa do Oscar após um longo intervalo de 21 anos.
COMO ESTÁ A DISPUTA ATÉ O MOMENTO?
Apesar da pandemia, a melhor forma de publicidade continua sendo a inclusão em festivais internacionais como Cannes (que embora não tenha acontecido fisicamente, liberou uma lista de selecionados), Berlim, Veneza, Sundance e Toronto, portanto, aquelas produções que tiveram passagem nesses eventos acabam largando na frente dos demais.
ANOTHER ROUND (Dinamarca). Dir: Thomas Vinterberg Nesse quesito, o representante dinamarquês é um dos que mais se destacam. Selecionado no Festival de Cannes, o filme acompanha quatro professores colegiais que fazem um teste que melhoraria a qualidade de suas vidas ao manter um nível constante de álcool no sangue. Comédia pode não ser o gênero favorito da Academia, mas vale lembrar que a parceria entre o diretor Vinterberg (um dos fundandores do movimento Dogma 95) e o ator Mads Mikkelsen deu origem à indicação ao Oscar por A Caça em 2013.
QUO VADIS, AIDA? (Bósnia Herzegovina). Dir: Jasmila Zbanic Além de ter sido indicado ao Leão de Ouro no último Festival de Veneza, o filme apresenta uma premissa que parece concebida para conquistar uma vaga no Oscar: a tradutora Aida, que trabalha para a ONU, tem sua família procurando por abrigo no acampamento da ONU após o exército Sérvio tomar conta de sua cidade. A última vez que a Bósnia esteve no Oscar foi em 2002, quando ganhou o prêmio de Filme em Língua Estrangeira pelo bom Terra de Ninguém, que curiosamente também lida com guerra e ONU.
ISSO NÃO É UM ENTERRO, É UMA RESSURREIÇÃO (Lesoto). Dir: Lemohang Jeremiah Mosese Com passagem em vários festivais, inclusive Sundance, onde foi indicado ao Grande Prêmio do Júri, esta modesta produção tem como protagonista uma senhora viúva de mais de 80 anos que, quando ameaçada para sair de suas terras para a construção de uma barragem, acende seu espírito de resiliência. A trama lembra um pouco o brasileiro Aquarius, e o filme foi bastante elogiado na última edição da Mostra de Cinema de SP.
AND TOMORROW THE ENTIRE WORLD (Alemanha). Dir: Julia von Heinz Este filme alemão foi indicado ao Leão de Ouro em Veneza, mas o que mais chama a atenção é sua vertente mais política que ajuda a conquistar votos. Na trama, uma estudante de Direito de 20 anos se junta ao movimento anti-fascista (Antifa) por se opor à ascensão da extrema direita na Alemanha. A história teria como base a experiência da própria diretora Julia von Heinz, que já foi integrante do movimento, e agora busca discutir suas perspectivas a respeito.
LA LLORONA (Guatemala). Dir: Jayro Bustamante Com passagem também em Veneza, este filme apresenta uma mistura de filme político e ficção com toques sobrenaturais. Um general aposentado que supervisionou um genocídio foi absolvido dos crimes e assassinatos, mas passa a sofrer de crises de demência relacionada ao Alzheimer. Contudo, o filme apoia a sugestão de que o espírito tradicional da Llorona esteja por trás dessa vingança.
OUTROS DESTAQUES
Muitas vezes, os países selecionam seus filmes baseados na credibilidade dos diretores. No caso do Japão, República Tcheca e do Irã, por exemplo, os respectivos nomes de Naomi Kawase, Agnieszka Holland e Majid Majidi reforçam essa estratégia de largar na frente com nomes já consagrados em festivais e até no Oscar. Brillante Mendoza é talvez o cineasta mais famoso das Filipinas e vive nos festivais. Já Fernando Trueba já ganhou o Oscar pela Espanha por Sedução, mas este ano defende a Colômbia.
Embora não esteja tão forte na disputa, é preciso ressaltar que o representante turco, O Milagre na Cela 7, ganhou notoriedade após o sucesso de público na plataforma da Netflix. Ainda sobre a Netflix, o representante da Áustria, Quando a Vida Acontece (What We Wanted) também está disponível no catálogo. Já pela Globoplay, temos disponível o chileno Agente Duplo no acervo.
E O BRASIL?
A comissão formada por membros da Academia Brasileira de Cinema (lembrando novamente que não houve interferência do governo) apostou suas fichas em Babenco: Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer Parou. Foi uma escolha incomum por se tratar de um documentário, e ainda em preto-e-branco, mas dentre alguns argumentos para sua defesa estão o tema (Babenco já foi um diretor indicado ao Oscar nos anos 80) e a classificação automática na categoria de Melhor Documentário. O filme de estréia de Bárbara Paz pode ser indicado nessas duas categorias ao mesmo tempo, assim como aconteceu este ano com o filme da Macedônia do Norte, Honeyland.
Apesar de não ter havido um franco-favorito nessa seleção brasileira, Casa de Antiguidades (que foi selecionado por Cannes) era cotado como um dos favoritos, mas logo atrás vinham Pacarrete (que conquistou o festival de Gramado), Sertânia e Marighella. Agora não adianta pensar em hipóteses do que poderia acontecer, mas uma coisa é certa: se Bacurau fosse o selecionado deste ano (já concorreu ano passado), as chances do Brasil no Oscar seriam infinitamente maiores, pois o filme de Kléber Medonça Filho e Juliano Dornelles estreou comercialmente nos EUA este ano e vem conquistando a crítica e até aparecendo em listas de melhores de 2020. Uma pena. Central do Brasil continua sendo nossa última indicação nesta categoria, desde 1999.
A 93ª cerimônia do Oscar acontecerá no dia 25 de Abril, e as indicações serão anunciadas no dia 15 de Março.
CONFIRA OS FILMES SELECIONADOS POR SEUS PAÍSES PARA DISPUTAR VAGA NO OSCAR 2021 (ATÉ O MOMENTO):
PAÍS
FILME
DIRETOR (A) (ES)
África do Sul
Toorbos
Rene van Rooyen
Albânia
Open Door
Florenc Papas
Alemanha
And Tomorrow the Entire World
Julia von Heinz
Arábia Saudita
Scales
Shahad Ameen
Argélia
Héliopolis
Djafar Gacem
Argentina
The Sleepwalkers
Paula Hernández
Armênia
Songs of Solomon
Arman Nshanyan
Áustria
Quando a Vida Acontece
Ulrike Kofler
Bangladesh
Sincerely Yours, Dhaka
11 diretores
Bélgica
Working Girls
Frédéric Fonteyne, Anne Paulicevich
Bielorússia
Persian Lessons
Vadim Perelman
Bolívia
Chaco
Diego Mondaca
Bósnia Herzegovina
Quo Vadis, Aida?
Jasmila Žbanić
Brasil
Babenco: Alguém tem que Ouvir o Coração e Dizer Parou
Bárbara Paz
Bulgária
The Father
Kristina Grozeva, Petar Valchanov
Butão
Lunana: A Yak in the Classroom
Pawo Choyning Dorji
Canadá
14 Days, 12 Nights
Jean-Philippe Duval
Cazaquistão
The Crying Steppe
Marina Kunarova
Chile
Agente Duplo
Maite Alberdi
China
Leap
Peter Chan
Colômbia
Forgotten We’ll Be
Fernando Trueba
Coréia do Sul
The Man Standing Next
Woo Min-ho
Costa do Marfim
Night of the Kings
Philippe Lacôte
Costa Rica
Terra das Cinzas
Sofía Quirós Ubeda
Croácia
Extracurricular
Ivan-Goran Vitez
Dinamarca
Another Round
Thomas Vinterberg
Egito
When We’re Born
Tamer Ezzat
Equador
Emptiness
Paul Venegas
Eslováquia
The Auschwitz Report
Peter Bebjak
Eslovênia
Stories from the Chestnut Woods
Gregor Bozic
Espanha
The Endless Trench
Aitor Arregi, Jon Garaño, Jose Mari Goenaga
Estônia
The Last Ones
Veiko Õunpuu
Filipinas
Mindanao
Brillante Mendoza
Finlândia
Tove
Zaida Bergroth
França
Nós Duas
Filippo Meneghetti
Geórgia
Beginning
Dea Kulumbegashvili
Grécia
Apples
Christos Nikou
Guatemala
La Llorona
Jayro Bustamante
Holanda
Buladó
Éche Janga
Hong Kong
Better Days
Derek Tsang
Hungria
Preparations to be Together for an Unknown Period of Time
HISTÓRIA DE PARCERIA DE NEGÓCIOS NO OESTE AMERICANO CONQUISTA 4 INDICAÇÕES. ‘BACURAU’ É RECONHECIDO NA CATEGORIA DE FILME INTERNACIONAL
A Independent Filmmaker Project (IFP) anunciou na manhã desta quinta, dia 12, as indicações para sua 30ª cerimônia de premiações do Gotham Awards, marcada para o dia 11 de Janeiro, que seguirá um formato híbrido entre host no estúdio e lives com os artistas, respeitando assim as normas sanitárias da pandemia.
Pra quem não conhece ou se recorda, o Gotham tem se tornado um novo reduto de produções independentes nos últimos anos, chegando a premiar filmes que seriam consagrados com o Oscar meses depois como Spotlight e Moonlight. Apesar de não haver categorias de Melhor Direção e Ator e Atriz Coadjuvantes, existem as categorias de Diretor Revelação e Ator ou Atriz Revelação, que conseguem valorizar e dar uma força maior para quem está começando em filmes menores. E vale lembrar que nas últimas 5 edições, o Gotham premiou atores que seriam indicados ao Oscar: Adam Driver (História de um Casamento), Saoirse Ronan (Lady Bird), Casey Affleck (Manchester à Beira-Mar) e Isabelle Huppert (Elle).
Direto de Nova York, o diretor Jeffrey Sharp iniciou a live, revelando que houve recorde de filmes inscritos. Percebemos que, assim como houve recentemente com o Independent Spirit Awards, o Gotham não estava interessado em se tornar um mero precursor do Oscar, objetivando apenas o acerto como faz o Critics’ Choice Awards, mas buscou reconhecimento mais expansivo para filmes e artistas que teriam poucas chances e visibilidade na temporada. Dessa forma, é possível verificar algumas “incoerências” como The Assistant ser indicado a Melhor Filme apenas, deixando sua protagonista Julie Garner de fora de Melhor Atriz.
Apesar dessa estratégia de reconhecimento, algumas ausências foram mais sentidas se levarmos em conta o burburinho dos últimos meses. São os casos de Regina King fora de Diretor Revelação por One Night in Miami, Steven Yeun fora de Melhor Ator por Minari, Vanessa Kirby fora de Melhor Atriz por Pieces of a Woman ou Carey Mulligan fora também por Bela Vingança.
Já dentre as surpresas, estão as indicações de Riz Ahmed por Sound of Metal, no qual ele interpreta um baterista com problemas de audição; de Yuh-Jung Youn em Minari, na qual dá vida à vózinha da família sul-coreana imigrante; as indicações de Diretor Revelação e Roteiro para a modesta ficção científica A Vastidão da Noite (disponível na Prime Video); e claro, a indicação para Bacurau, de Kléber Mendonça Filho e Juliano Dornelles na categoria de Filme Internacional. Infelizmente, o filme brasileiro não tem mais chances no Oscar de Filme Internacional por já ter participado da seleção de 2019, mas dependendo do desempenho da campanha nos EUA, pode abocanhar indicações em outras categorias como Roteiro Original.
É importante ressaltar que os 5 filmes indicados a Melhor Filme foram dirigidos por mulheres. Coincidência ou não, trata-se de um avanço numa indústria que está se adaptando aos novos tempos. Kitty Green dirigiu The Assistant, Kelly Reichardt dirigiu First Cow, Eliza Hittman foi responsável por Never Rarely Sometimes Always, Chloé Zhao comandou o road movie Nomadland e Natalie Erika James assumiu o terror Relic.
Confira todas as indicações ao 30º Gotham Awards:
MELHOR FILME – The Assistant (Bleeker Street) – First Cow (A24) – Never Rarely Sometimes Always (Focus Features) – Nomadland (Searchlight Pictures) – Relic (IFC Midnight)
MELHOR DOCUMENTÁRIO – 76 Days – City Hall – Our Time Machine – A Thousand Cuts – Time
MELHOR ATOR – John Magaro (First Cow) – Jesse Plemons (Estou Pensando em Acabar com Tudo) – Chadwick Boseman (A Voz Suprema do Blues) – Jude Law (The Nest) – Riz Ahmed (Sound of Metal)
MELHOR ATRIZ – Jessie Buckley (Estou Pensando em Acabar com Tudo) – Yuh-Jung Youn (Minari) – Nicole Beharie (Miss Juneteenth) – Carrie Coon (The Nest) – Frances McDormand (Nomadland)
MELHOR ATOR/ATRIZ REVELAÇÃO – Orion Lee (First Cow) – Sidney Flanigan (Never Rarely Sometimes Always) – Kingsley Ben-Adir (One Night in Miami) – Kelly O’Sullivan (Saint Frances) – Jasmine Batchelor (The Surrogate)
PRÊMIO BINGHAM RAY de DIRETOR REVELAÇÃO – Radha Blank (The Forty-Year-Old Version) – Channing Godfrey Peoples (Miss Juneteenth) – Alex Thompson (Saint Frances) – Carlo Mirabella-Davis (Swallow) – Andrew Patterson (A Vastidão da Noite)
MELHOR ROTEIRO – Mike Makowsky (Má Educação) – Jon Raymond, Kelly Reichardt (First Cow) – Radha Blank (The Forty-Year-Old-Version) – Dan Sallitt (Fourteen) – James Montague, Craig Sanger (A Vastidão da Noite)
MELHOR FILME INTERNACIONAL – Bacurau. Dir: Kléber Mendonça Filho, Juliano Dornelles (Brasil/França) – Uma Mulher Alta. Dir: Kantemir Balagov (Rússia) – Lindinhas. Dir: Maïmouna Doucouré, Denny Shoopman (França) – Identifying Features. Dir: Fernanda Valadez (México/Espanha) – Martin Eden. Dir: Pietro Marcello (Itália/França/Alemanha) – Wolfwalkers. Dir: Tomm Moore, Ross Stewart (Irlanda/Luxemburgo/França)
SÉRIE REVELAÇÃO COM EPISÓDIOS ABAIXO DE 40 MINUTOS – Betty (HBO) – Dave (FX) – I May Destroy You (HBO) – Taste the Nation (Hulu) – Work in Progress (Showtime)
SÉRIES DE EPISÓDIOS COM EPISÓDIOS ACIMA DE 40 MINUTOS – The Great (Hulu) – Immigration Nation (Netflix) – P-Valley (Stars) – Unorthodox (Netflix) – Watchmen (HBO)
A cerimônia do 30º Gotham Awards acontecerá no dia 11 de Janeiro de 2021.
PREMIAÇÃO FICOU BEM DIVIDIDA ENTRE ‘BACURAU’ E ‘A VIDA INVISÍVEL’
Assim como ocorreu na seleção do representante do Brasil no último Oscar, os votos ficaram divididos entre o western de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, e o drama de Karim Aïnouz. Enquanto o primeiro acumulou 6 prêmios Grande Otelo, o segundo ficou com 5, e ambos levaram os prêmios de Roteiro Original e Adaptado.
A cerimônia do 19º Grande Prêmio do Cinema Brasileiro sofreu alterações devido à pandemia. Foi transferida do Theatro Municipal para o estúdios da TV Cultura, que transmitiu o evento ao vivo neste último domingo. Adriana Couto, do programa Metrópolis, e a diretora e ex-VJ da MTV Marina Person conduziram a premiação, cujas estatuetas serão entregues em domicílio aos vencedores.
Nas categorias de atuação, nossa dama do teatro, Fernanda Montenegro levou o prêmio de Atriz Coadjuvante por A Vida Invisível, afinal ninguém lê cartas como a atriz veterana. Já na ala masculina, Chico Diaz foi votado como Melhor Ator Coadjuvante pela comédia Cine Holliúdy. Na categoria de Melhor Atriz, os votos podem ter se dividido entre Carol Duarte e Julia Stockler de A Vida Invisível e favorecido a vitória de Andréa Beltrão que interpretou Hebe. Já em Melhor Ator, um empate incomum entre Fabrício Boliveira por Simonal e Silvero Pereira por Bacurau.
Enquanto A Vida Invisível concentrou seus prêmios nas categorias Direção de Arte, Fotografia e Figurino, Bacurau levou vantagem em Montagem, Direção e Efeito Visual. Vale lembrar que ambas as produções saíram premiadas do Festival de Cannes 2019 com os prêmios Un Certain Regard e Prêmio do Júri, respectivamente, e mostraram a força do Cinema Brasileiro em tempos difíceis.
Em sua conta do Twitter, Kleber Mendonça Filho agradeceu os prêmios, mas também levantou uma pergunta preocupante: “O cine brasileiro terá o que premiar em 2022?” Pra quem acompanha o Cinema Brasileiro certamente não quer que a história desastrosa do fim da Embrafilme em 1990 se repita com a Ancine, mas o desrespeito à Cultura Brasileira infelizmente tem prevalecido nos noticiários.
CONFIRA TODOS OS VENCEDORES DA 19ª EDIÇÃO DO GP DO CINEMA BRASILEIRO:
MELHOR LONGA-METRAGEM FICÇÃO ● BACURAU de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles. Produção: Emilie Natacha Lesclaux por Cinemascópio Produções Cinematográficas e Artísticas
MELHOR LONGA-METRAGEM DOCUMENTÁRIO ● ESTOU ME GUARDANDO PARA QUANDO O CARNAVAL CHEGAR de Marcelo Gomes. Produção: João Vieira Jr. e Nara Aragão por Carnaval Filmes e Marcelo Gomes e Ernesto Soto por Misti Filmes
MELHOR LONGA-METRAGEM COMÉDIA ● CINE HOLLIÚDY – A CHIBATA SIDERAL de Halder Gomes. Produção: Mayra Lucas por Glaz Entretenimento e Halder Gomes ATC Entretenimento
MELHOR LONGA-METRAGEM ANIMAÇÃO ● TITO E OS PÁSSAROS de Gustavo Steinberg, Gabriel Bitar e André Catoto. Produção: Gustavo Steinberg por Bits Filmes
MELHOR LONGA-METRAGEM INFANTIL ● TURMA DA MÔNICA – LAÇOS de Daniel Rezende. Produção: Bianca Villar, Fernando Fraiha, Karen Castanho por Biônica Filmes, Charles Miranda, Cassio Pardini por Quintal Digital, Cao Quintas por Latina Estudio, Marcio Fraccaroli por Paris Entretenimento e Daniel Rezende
MELHOR DIREÇÃO ● KLEBER MENDONÇA FILHO e JULIANO DORNELLES por Bacurau
MELHOR PRIMEIRA DIREÇÃO DE LONGA-METRAGEM ● LEONARDO DOMINGUES por Simonal
MELHOR ATRIZ ● ANDREA BELTRÃO como HEBE CAMARGO por Hebe – A Estrela do Brasil
MELHOR ATOR ● FABRÍCIO BOLIVEIRA como SIMONAL por Simonal ● SILVERO PEREIRA como LUNGA por Bacurau
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE ● FERNANDA MONTENEGRO como EURÍDICE por A Vida Invisível
MELHOR ATOR COADJUVANTE ● CHICO DIAZ como VEÍ GOIS por Cine Holliúdy – A Chibata Sideral
MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA ● HÉLÈNE LOUVART por A Vida Invisível
MELHOR ROTEIRO ORIGINAL ● KLEBER MENDONÇA FILHO e JULIANO DORNELLES por Bacurau
MELHOR ROTEIRO ADAPTADO ● MURILO HAUSER, KARIM AÏNOUZ e INÉS BORTAGARAY – baseado no livro “A Vida Invisível de Eurídice Gusmão”, de Martha Batalha – por A Vida Invisível
MELHOR DIREÇÃO DE ARTE ● RODRIGO MARTIRENA por A Vida Invisível
MELHOR FIGURINO ● MARINA FRANCO por A Vida Invisível
MELHOR MAQUIAGEM ● SIMONE BATATA por Hebe – a Estrela do Brasil
MELHOR EFEITO VISUAL ● MIKAËL TANGUY e THIERRY DELOBEL por Bacurau
MELHOR MONTAGEM FICÇÃO ● EDUARDO SERRANO por Bacurau
MELHOR MONTAGEM DOCUMENTÁRIO ● KAREN HARLEY por Estou me Guardando para Quando o Carnaval Chegar
MELHOR SOM ● MARCEL COSTA, ALESSANDRO LAROCA, EDUARDO VIRMOND, ARMANDO TORRES JR., ABC e RENAN DEODATO por Simonal
MELHOR TRILHA SONORA ● WILSON SIMONINHA e MAX DE CASTRO por Simonal
MELHOR LONGA-METRAGEM INTERNACIONAL ● PARASITA | Parasite (Coreia do Sul) / Ficção / Direção: Bong-Joon-ho. Distribuidor Brasileiro: Pandora Filmes
MELHOR LONGA-METRAGEM IBERO-AMERICANO ● A ODISSEIA DOS TONTOS | La Odisea de losGiles (Argentina e Espanha) / Ficção / Direção: Sebastián Borensztein. Distribuidor Brasileiro: Warner Bros Pictures
MELHOR CURTA-METRAGEM ANIMAÇÃO ● RESSURREIÇÃO de Otto Guerra
MELHOR CURTA-METRAGEM DOCUMENTÁRIO ● VIVA ALFREDINHO! de Roberto Berliner
MELHOR CURTA-METRAGEM FICÇÃO ● SEM ASAS de Renata Martins
MELHOR SÉRIE ANIMAÇÃO TV PAGA/ OTT ● TURMA DA MÔNICA JOVEM – 1ª TEMPORADA (Cartoon Network). Direção Geral: Mauricio de Sousa e Roger Keesse. Diretor: Marcelo de Moura. Produtora Brasileira Independente: Mauricio de Sousa Produções.
MELHOR SÉRIE DOCUMENTÁRIO TV PAGA/OTT ● QUEBRANDO O TABU – 2ª TEMPORADA (GNT). Direção Geral: Guilherme Melles e Katia Lund. Diretor: Pio Figueiroa. Produtora Brasileira Independente: Spray Filmes.
MELHOR SÉRIE FICÇÃO TV PAGA/ OTT ● SINTONIA – 1ª TEMPORADA (Netflix). Direção Geral: Kondzilla, Guilherme Quintella e Felipe Braga. Diretores: Kondzilla e Johnny Araújo. Produtora Brasileira Independente: Los Bragas.
MELHOR SÉRIE FICÇÃO TV ABERTA ● CINE HOLLIÚDY– 1ª TEMPORADA (Globo). Direção Geral: Patricia Pedrosa. Diretores: Halder Gomes e Renata Porto D’ave. Produtora Brasileira Independente: Glaz Entretenimento.
MELHOR LONGA-METRAGEM VOTO POPULAR ● EU SOU MAIS EU dePedro Amorim. Produção: Lara Guaranys, Marcus Baldini e Gustavo Munhoz por Damasco Filmes.
Da esquerda para a direita: Bacurau, A Vida Invisível e Simonal
PRÊMIO NACIONAL BUSCA VALORIZAR O CINEMA NUM MOMENTO DIFÍCIL DA CULTURA NO PAÍS
Nesta quinta-feira, dia 27, a Academia Brasileira de Cinema divulgou seus indicados a sua 19ª edição, marcada para o dia 10 de Outubro.
Bacurau, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, foi o recordista deste ano com 17 indicações, seguido por A Vida Invisível, de Karim Aïnouz com 16, e a cinebiografia Simonal, de Leonardo Domingues, com 10.
“Mesmo diante de tantas adversidades, estamos realizando o Grande Prêmio, e este ano vamos homenagear o trabalho dos milhares de profissionais que dedicam suas vidas a encantar as nossas vidas.Não foi fácil, mas o Grande Prêmio tinha que acontecer”, disse Jorge Peregrino, presidente da Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais. São 35 longas brasileiros e 10 estrangeiros na lista final, além de 15 curtas e 20 séries.
Fundada em 2002, a Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais foi reconhecida este ano pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas como única entidade credenciada a selecionar o representante do Brasil na disputa pelo Oscar de Filme Internacional, tornando-se independente do governo que estiver no poder. Essa mudança evitará novas interferências políticas que ocasionaram a patética exclusão de Aquarius em 2016.
Embora os membros da Academia Brasileira elejam seus favoritos, haverá uma votação popular pela internet para escolher um filme entre 15 longas brasileiros finalistas.
A cerimônia de premiação será transmitida ao vivo pela TV Cultura.
Confira os indicados ao 19º Grande Prêmio do Cinema Brasileiro:
MELHOR LONGA-METRAGEM FICÇÃO
● A VIDA INVISÍVEL de KarimAïnouz. Produção: Rodrigo Teixeira por RT Features ● BACURAU de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles. Produção: Emilie Natacha Lesclaux por Cinemascópio Produções Cinematográficas e Artísticas ● DIVINO AMOR de Gabriel Mascaro. Produção: Rachel Ellis por Desvia, SandinoSaraviaVinay por Malbicho Cine, KatrinPors por Snowglobe, Maria Ekerhovd por MerFilm ● HEBE – A ESTRELA DO BRASIL de Maurício Farias. Produção: Carolina Kotscho, Clara Ramos, Fernando Nogueira, Heloisa Jinzenji e Renato Klarnet por Loma Filmes, Lucas Pacheco por Labrador Filmes e Claudio Pessutti por Hebe Forever. ● SIMONAL de Leonardo Domingues. Produção: NathalieFelippe por Pontos de Fuga Produções Artísticas
Cena de Divino Amor, de Gabriel Mascaro
MELHOR LONGA-METRAGEM DOCUMENTÁRIO
● ALMA IMORAL de Silvio Tendler. Produção: Silvio Tendler e Ana Rosa Tendler por Caliban Produções Cinematográficas ● AMAZÔNIA GROOVE de Bruno Murtinho. Produção: Leonardo Edde por Urca Filmes, Bruno Murtinho por Bambu Filmes, Marco André por Parioca Filmes, Fernando Segtowick e Thiago Pelaes por Marahu Filmes ● BIXA TRAVESTY de Claudia Priscilla e Kiko Goifman. Produção: Claudia Priscilla e Kiko Goifman por Válvula Produções ● ESTOU ME GUARDANDO PARA QUANDO O CARNAVAL CHEGAR de Marcelo Gomes. Produção: João Vieira Jr. e Nara Aragão por Carnaval Filmes e Marcelo Gomes e Ernesto Soto por Misti Filmes ● O BARATO DE IACANGA de Thiago Mattar. Produção: Deborah Osborn, Felipe Briso e Gilberto Topczewski por bigBonsai
Cena de Bixa Travesty, de Claudia Priscilla e Kiko Goifman
MELHOR LONGA-METRAGEM COMÉDIA
● CINE HOLLIÚDY – A CHIBATA SIDERAL de Halder Gomes. Produção: Mayra Lucas por Glaz Entretenimento e Halder Gomes ATC Entretenimento ● DE PERNAS PRO AR 3 de Julia Rezende. Produção: Mariza Leão por Morena Filmes ● EU SOU MAIS EU de Pedro Amorim. Produção: Lara Guaranys, Marcus Baldini e Gustavo Munhoz por Damasco Filmes ● MARIA DO CARITÓ de João Paulo Jabur. Produção: Elisa Tolomeli por E.H. Filmes ● MINHA MÃE É UMA PEÇA 3 de Susana Garcia. Produção: IafaBritz por Migdal Filmes ● SOCORRO, VIREI UMA GAROTA de Leandro Neri. Produção: André Carreira por Camisa Listrada e Roberto Santucci por Panorama Filmes
Cine Holliúdy 2: A Chibata Sideral
MELHOR LONGA-METRAGEM ANIMAÇÃO
● A CIDADE DOS PIRATAS de Otto Guerra. Produção: Érica Maradona e Otto Guerra por Otto Desenhos Animados ● A PRINCESA DE ELYMIA de Silvio Toledo. Produção: Silvio Toledo por Stairs Filmes ● TITO E OS PÁSSAROS de Gustavo Steinberg, Gabriel Bitar e André Catoto. Produção: Gustavo Steinberg por Bits Filmes
Tito e os Pássaros, de Gustavo Steinberg, Gabriel Bitar e André Catoto
MELHOR LONGA-METRAGEM INFANTIL
● CINDERELA POP de Bruno Garotti. Produção: Rodrigo Montenegro, Mara Lobão e Rodrigo Guimarães por Panorâmica Filmes ● SOBRE RODAS de Mauro D’Addio. Produção: Beatriz Carvalho, Rafael Sampaio por Klaxon Cultura Audiovisual e Mauro D’Addio por Hora Mágica Filmes ● TURMA DA MÔNICA – LAÇOS de Daniel Rezende. Produção: Bianca Villar, Fernando Fraiha, Karen Castanho por Biônica Filmes, Charles Miranda, Cassio Pardini por Quintal Digital, Cao Quintas por Latina Estudio, Marcio Fraccaroli por Paris Entretenimento e Daniel Rezende
Turma da Mônica: Laços, de Daniel Rezende
MELHOR DIREÇÃO
● DANIEL REZENDE por Turma da Mônica – Laços ● FLAVIA CASTRO por Deslembro ● GABRIEL MASCARO por Divino Amor ● KARIM AÏNOUZ por A Vida Invisível ● KLEBER MENDONÇA FILHO e JULIANO DORNELLES por Bacurau
MELHOR PRIMEIRA DIREÇÃO DE LONGA-METRAGEM
● ALEXANDRE MORATTO por Sócrates ● ARMANDO PRAÇA por Greta ● CLAUDIA CASTRO por Ela Disse, Ele Disse ● DENNISON RAMALHO por Morto Não Fala ● LEONARDO DOMINGUES por Simonal
MELHOR ATRIZ
● ANDREA BELTRÃO como HEBE CAMARGO por Hebe – A Estrela do Brasil ● BÁRBARA COLEN como TEREZA por Bacurau ● CAROL DUARTE como EURÍDICE por A Vida Invisível ● DIRA PAES como JOANA por Divino Amor ● JULIA STOCKLER como GUIDA por A Vida Invisível
MELHOR ATOR
● DANIEL DE OLIVEIRA como STÊNIO por Morto Não Fala ● FABRÍCIO BOLIVEIRA como SIMONAL por Simonal ● GREGÓRIO DUVIVIER como ANTENOR por A Vida Invisível ● MARCO NANINI como PEDRO por Greta ● SILVERO PEREIRA como LUNGA por Bacurau
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
● ALLI WILLOW como KATE por Bacurau. ● BÁRBARA SANTOS como FILOMENA por A Vida Invisível ● FERNANDA MONTENEGRO como EURÍDICE por A Vida Invisível ● KARINE TELES como FORASTEIRA por Bacurau ● SÔNIA BRAGA como DOMINGAS por Bacurau
MELHOR ATOR COADJUVANTE
● ANTONIO SABOIA como FORASTEIRO por Bacurau ● CACO CIOCLER como SANTANA por Simonal ● CHICO DIAZ como VEÍ GOIS por Cine Holliúdy – A Chibata Sideral ● FLÁVIO BAURAQUI como DETETIVE MACEDO por A Vida Invisível ● JÚLIO MACHADO como DANILO por Divino Amor
MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA
● AZUL SERRA por A Turma da Mônica – Laços ● BÁRBARA ALVAREZ por A Sombra do Pai ● HÉLÈNE LOUVART por A Vida Invisível ● HELOISA PASSOS por Deslembro ● NONATO ESTRELA por Kardec ● PEDRO SOTERO por Bacurau
MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
● BEATRIZ SEIGNER por Los Silencios ● CAROLINA KOTSCHO por Hebe – A Estrela do Brasil ● FLAVIA CASTRO por Deslembro ● GABRIEL MASCARO, RACHEL ELLIS, ESDRAS BEZERRA e LUCAS PARAIZO por Divino Amor ● KLEBER MENDONÇA FILHO e JULIANO DORNELLES por Bacurau
MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
● ARMANDO PRAÇA – adaptado da peça teatral “Greta Garbo, quem diria, acabou no Irajá”, de Fernando Melo – por Greta ● L.G. BAYÃO, LUI FARIAS e LETÍCIA MEY – adaptado da obra “Minha Fama de Mau”, de Erasmo Carlos – por Minha Fama de Mau ● MARÇAL AQUINO, FERNANDO BONASSI, DENNISON RAMALHO e MARCELO STAROBINAS – adaptado do livro “Carcereiros”, de Drauzio Varella – por Carcereiros – O Filme ● MURILO HAUSER, KARIM AÏNOUZ e INÉS BORTAGARAY – baseado no livro “A Vida Invisível de Eurídice Gusmão”, de Martha Batalha – por A Vida Invisível ● SILVIO TENDLER e NILTON BONDER – adaptado da obra “A Alma Imoral”, de Nilton Bonder – por Alma Imoral ● THIAGO DOTTORI – baseado na obra “A Turma da Mônica”, de Mauricio de Sousa e inspirado na graphic novel “Laços”, de Victor Cafaggi e Lu Cafaggi – por Turma da Mônica – Laços
MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
● CASSIO AMARANTE e MARIANA FALVO por Turma da Mônica – Laços ● CLAUDIO AMARAL PEIXOTO e HELCIO PUGLIESE por Kardec ● RODRIGO MARTIRENA por A Vida Invisível ● THALES JUNQUEIRA por Bacurau ● YURIKA YAMAZAKI por Simonal
MELHOR FIGURINO
● ANTÔNIO MEDEIROS por Hebe – a Estrela do Brasil ● KIKA LOPES e ROSANGELA NASCIMENTO por Kardec ● KIKA LOPES por Simonal ● MARINA FRANCO por A Vida Invisível ● RITA AZEVEDO por Bacurau
MELHOR MAQUIAGEM
● ANNA VAN STEEN por Kardec ● BRITNEY FEDERLINE por Morto Não Fala ● ROSE VERÇOSA por Simonal ● ROSEMARY PAIVA por A Vida Invisível ● SIMONE BATATA por Hebe – a Estrela do Brasil ● TAYCE VALE por Bacurau
MELHOR EFEITO VISUAL
● CLAUDIO PERALTA por Kardec ● GUILHERME RAMALHO por Morto Não Fala ● HUGO GURGEL, GUILHERME RAMALHO e EDUARDO SCHAAL por Carcereiros – O Filme ● MARCO PRADO por Turma da Mônica – Laços ● MIKAËL TANGUY e THIERRY DELOBEL por Bacurau
MELHOR MONTAGEM FICÇÃO
● EDUARDO SERRANO por Bacurau ● HEIKE PARPLIES por A Vida Invisível ● KAREN HARLEY por Greta ● MARCELO JUNQUEIRA, AMC e SABRINA WILKINS, AMC por Turma da Mônica – Laços ● PEDRO BRONZ e VICENTE KUBRUSLY por Simonal
MELHOR MONTAGEM DOCUMENTÁRIO
● BRUNO MURTINHO por Amazônia Groove ● CÉLIA FREITAS E PAULO MAINHARD por Torre das Donzelas ● DIANA VASCONCELLOS por Fevereiros ● ISABEL CASTRO por Meu Amigo Fela ● KAREN HARLEY por Estou me Guardando para Quando o Carnaval Chegar ● OLIVIA BRENGA por BixaTravesty
MELHOR SOM
● EVANDRO LIMA, TOMÁS ALEM, BERNARDO UZEDA, RODRIGO NORONHA e GUSTAVO LOUREIRO por Kardec ● JORGE REZENDE, MIRIAM BIDERMAN, ABC, TOCO CERQUEIRA e REILLY STEELE por Turma da Mônica – Laços ● LAURA ZIMMERMAN, WALDIR XAVIER e BJÖRN WIESE por A Vida Invisível ● MARCEL COSTA, ALESSANDRO LAROCA, EDUARDO VIRMOND, ARMANDO TORRES JR., ABC e RENAN DEODATO por Simonal ● NICOLAS HALLET, RICARDO CUTZ e CYRIL HOLTZ por Bacurau
MELHOR TRILHA SONORA
● ANTONIO PINTO por O Juízo ● BENEDIKT SCHIEFER, GUILHERME GARBATO e GUSTAVO GARBATO por A Vida Invisível ● LINN DA QUEBRADA por BixaTravesty ● MATEUS ALVES e TOMAZ ALVES por Bacurau ● WILSON SIMONINHA e MAX DE CASTRO por Simonal
MELHOR LONGA-METRAGEM INTERNACIONAL
● CAFARNAUM | Capernaum (Líbano) / Ficção / Direção: Nadine Labaki. Distribuidor Brasileiro: Sony Pictures ● CORINGA | Joker (EUA) / Ficção / Direção: Todd Phillips. Distribuidor Brasileiro: Warner Bros Pictures ● DOR E GLÓRIA | Dolor Y Gloria (Espanha) / Ficção / Direção: Pedro Almodóvar. Distribuidor Brasileiro: Universal Pictures ● ERA UMA VEZ EM HOLLYWOOD | OnceUpon a Time in Hollywood (EUA) / Ficção / Direção: Quentin Tarantino. Distribuidor Brasileiro: Sony Pictures ● PARASITA | Parasite (Coreia do Sul) / Ficção / Direção: Bong-Joon-ho. Distribuidor Brasileiro: Pandora Filmes
Cena de Parasita, de Bong Joon-ho
MELHOR LONGA-METRAGEM IBERO-AMERICANO
● A ODISSEIA DOS TONTOS | La Odisea de losGiles (Argentina e Espanha) / Ficção / Direção: Sebastián Borensztein. Distribuidor Brasileiro: Warner Bros Pictures ● AS FILHAS DO FOGO | LasHijasdelFuego (Argentina) / Ficção / Direção: Albertina Carri. Distribuidor Brasileiro: Vitrine Filmes ● FAMILIA SUBMERSA | FamiliaSumergida (Argentina e Brasil) /Ficção / Direção: Maria Alché – Coprodução Brasileira: Bubbles Project – Distribuidor Brasileiro: Esfera Filmes ● O TRADUTOR | Untraductor (Cuba e Canadá) / Ficção /. Direção: Rodrigo Barriuso e SebastiánBarriuso. Distribuidor Brasileiro: Galeria Distribuidora ● VERMELHO SOL | Rojo (Argentina e Brasil) / Ficção / Direção: Benjamin Naishtat – Coprodução Brasileira: Desvia Produções – Distribuidor Brasileiro: Vitrine Filmes
Vermelho Sol, de Benjamin Naishat
MELHOR CURTA-METRAGEM ANIMAÇÃO
● APNEIA de Carol Sakura e Walkir Fernandes ● CÉU DA BOCA de Amanda Treze ● POÉTICA DE BARRO de GiulianaDanza ● RESSURREIÇÃO de Otto Guerra ● SÓ SEI QUE FOI ASSIM de Giovanna Muzel
MELHOR CURTA-METRAGEM DOCUMENTÁRIO
● AMNESTIA de Susanna Lira ● EXTRATOS de Sinai Sganzerla ● FARTURA de Yasmin Thayná ● OLHOS D’ÁGUA (TuãIngugu) de Daniela Thomas ● VIVA ALFREDINHO! de Roberto Berliner
MELHOR CURTA-METRAGEM FICÇÃO
● ALFAZEMA de Sabrina Fidalgo ● ANGELA de Marília Nogueira ● BAILE de Cíntia Domit Bittar ● RÃ de Ana Flavia Cavalcanti e Julia Zakia ● SEM ASAS de Renata Martins
MELHOR SÉRIE ANIMAÇÃO TV PAGA/ OTT
● BOBOLÂNDIA MONSTROLÂNDIA – 1ª TEMPORADA (Nickelodeon e TV Cultura). Direção Geral: Ale McHaddo. Diretora: Michelle Gabriel. Produtora Brasileira Independente: 44 Toons ● CHARLIE, O ENTREVISTADOR DE COISAS – 1ª TEMPORADA (Discovery Kids). Direção Geral: Celia Catunda e Kiko Mistrorigo. Produtora Brasileira Independente: Pinguim Content ● LUPITA NO PLANETA DE GENTE GRANDE – 1ª TEMPORADA (TV Brasil e TV Cultura). Direção Geral: Estêvão Queiroga. Diretores: Estêvão Queiroga, Glaubert Oliveira e Humberto Rodrigues. Produtora Brasileira Independente: Petit Fabrik e DruzinaContent ● TURMA DA MÔNICA JOVEM – 1ª TEMPORADA (Cartoon Network). Direção Geral: Mauricio de Sousa e Roger Keesse. Diretor: Marcelo de Moura. Produtora Brasileira Independente: Mauricio de Sousa Produções. ● ZUZUBALÂNDIA – 1ª TEMPORADA (Cartoon Network, Boomerang, Tooncast América Latina). Direção Geral: Mariana Caltabiano. Produtora Brasileira Independente: Mariana Caltabiano Criações
MELHOR SÉRIE DOCUMENTÁRIO TV PAGA/OTT
● #OFUTUROÉFEMININO – 1ª TEMPORADA (GNT). Direção Geral: Luiza de Moraes. Produtora Brasileira Independente: Base 1 Filmes. ● 1968 – O DESPERTAR – 1ª TEMPORADA (Canal Curta). Direção Geral: Don Kent. Produtora Brasileira Independente: Grifa Filmes. ● BANDIDOS NA TV – 1ª TEMPORADA (Netflix). Direção Geral: Alex Marengo. Diretores: Daniel Bogado e Suemay Oram. Produtora Brasileira Independente: Viva Filmes e Terra Vermelha. ● DIÁLOGO SOBRE O CINEMA – 1ª TEMPORADA (Cine Brasil TV). Direção Geral: Carlos Gerbase. Produtora Brasileira Independente: Prana Filmes. ● QUEBRANDO O TABU – 2ª TEMPORADA (GNT). Direção Geral: Guilherme Melles e Katia Lund. Diretor: Pio Figueiroa. Produtora Brasileira Independente: Spray Filmes.
MELHOR SÉRIE FICÇÃO TV PAGA/ OTT
● ARUANAS – 1ª TEMPORADA (Globoplay). Direção Geral: Estela Renner. Diretores: Estela Renner, Carlos Manga Jr, Bruno Safadi e Lucio Tavares. Produtora Brasileira Independente: Maria Farinha Filmes. ● COISA MAIS LINDA – 1ª TEMPORADA (Netflix). Direção Geral: Caito Ortiz. Diretores: Caito Ortiz, Julia Rezende e Hugo Prata. Produtora Brasileira Independente: Prodigo Films. ● DETETIVES DO PRÉDIO AZUL (DPA) – 12ª TEMPORADA (Gloob). Direção Geral: Vivianne Jundi. Diretores: Michele Lavalle e Vinícius Reis. Produtora Brasileira Independente: Conspiração. ● SESSÃO DE TERAPIA – 4ª TEMPORADA (Globoplay e GNT). Direção Geral: Selton Mello. Produtora Brasileira Independente: Moonshot Pictures. ● SINTONIA – 1ª TEMPORADA (Netflix). Direção Geral: Kondzilla, Guilherme Quintella e Felipe Braga. Diretores: Kondzilla e Johnny Araújo. Produtora Brasileira Independente: Los Bragas.
MELHOR SÉRIE FICÇÃO TV ABERTA
● CARCEREIROS – 2ª TEMPORADA (Globo). Direção Geral: José Eduardo Belmonte. Produtora Brasileira Independente: Gullane. ● CINE HOLLIÚDY– 1ª TEMPORADA (Globo). Direção Geral: Patricia Pedrosa. Diretores: Halder Gomes e Renata Porto D’ave. Produtora Brasileira Independente: Glaz Entretenimento. ● ELIS – VIVER É MELHOR QUE SONHAR – 1ª TEMPORADA (Globo). Direção Geral: Hugo Prata. Produtora Brasileira Independente: Bravura Cinematográfica. ● SEGUNDA CHAMADA – 1ª TEMPORADA (Globo). Direção Geral: Joana Jabace. Diretores: Joana Jabace, João Gomez, Ricardo Spencer e Breno Moreira. Produtora Brasileira Independente: O2 Filmes. ● SOB PRESSÃO – 3ª TEMPORADA (Globo). Direção Geral: Andrucha Waddington. Diretora: Mini Kerti. Produtora Brasileira Independente: Conspiração.
John Magaro em cena de First Cow, de Kelly Reichardt (pic by IMDb)
FESTIVAL QUE TEM HISTÓRICO SÓCIO-POLÍTICO APRESENTA MOMENTOS DE TENSÃO
A 70ª edição do Festival Internacional de Berlim começou no último dia 20 de Fevereiro sob inúmeros temas políticos, a começar pela substituição no comando do evento. Após quase 20 anos, o alemão Dieter Kosslick cedeu seu posto de diretor artístico do festival para o italiano Carlo Chatrian, enquanto a holandesa Mariette Rissenbeek se tornou a diretora executiva. Com essa alteração, já foi possível perceber um aumento de diretores desconhecidos, assim como de diretoras na disputa principal pelo Urso de Ouro.
Dos 18 filmes indicados, seis são dirigidos por mulheres: Sally Potter, Eliza Hittman, Kelly Reichardt, Natalia Meta, Stéphanie Chuat e Véronique Reymond (que dirigiram Schwesterlein), e Jekaterina Oertel, que co-dirigiu DAU.Natasha.
Javier Bardem e Elle Fanning em cena de The Roads Not Taken, de Sally Potter (pic by OutNow.CH)
Contudo, elas serão avaliadas por um júri presidido pelo ator britânico Jeremy Irons, que logo no início decidiu se explicar sobre seus comentários antigos de conteúdo machista e homofóbico resgatados em redes sociais. O ator disse ser a favor dos direitos femininos, que aprova casamento do mesmo sexo (desde que aprovado nas leis do país), e que seria a favor do aborto (se for a decisão da mulher). Não querendo ser advogado do diabo aqui, mas todos têm direito de errar e de se redimir, ainda mais por declarações antigas (vide as polêmicas de Twitter), já que todos amadurecemos, mas esperamos que suas opiniões pessoais não interfiram em suas decisões, apenas seu critério fílmico.
O presidente do júri, o ator britânico Jeremy Irons, pronuncia-se sobre os temas polêmicos e pessoais (pic by Deadline)
Ainda sobre o júri, um dos integrantes é o cineasta brasileiro Kleber Mendonça Filho, diretor de Aquarius e Bacurau. Na coletiva de imprensa, ele se demonstrou bastante preocupado com a situação delicada do Cinema Brasileiro. “Temos cerca de 600 projetos que estão atualmente congelados por causa da burocracia (do governo)”, disse Kleber.
Em coletiva de imprensa, o diretor brasileiro Kleber Mendonça Filho expressa preocupação com o futuro do Cinema Brasileiro (pic by Folha de S. Paulo)
Da mesma forma preocupada, a produtora brasileira Sara Silveira, que estava na coletiva de imprensa do único filme brasileiro indicado ao Urso de Ouro, Todos os Mortos, dos diretores Marco Dutra e Caetano Gotardo, fez uma declaração sobre a censura do governo: “Eu não preciso de armas, eu preciso de força, de amor, de coragem e de momentos heróicos para suportar o que nós estamos vivendo. Mas aguardem, nós vamos resistir! Nós vamos vencer! Nós, todas as raças, todos os gêneros, os artistas, estamos juntos, todos estamos aqui gritando por liberdade, democracia, contra a censura e resistência!”.
Infelizmente, com a ideologia do governo Bolsonaro, os cineastas brasileiros terão de ser ainda mais criativos para driblar os obstáculos para continuar fazendo filmes no país. Com a Ancine congelada, e o presidente nomeando uma pastora (!) para comandar a instituição da cultura, o Cinema Nacional corre sérios riscos de voltar aos anos 80.
Já sobre o filme Todos os Mortos, a estréia foi vista com frieza, inclusive com jornalistas abandonando a sessão. Embora filme se passe em 1899, dez anos após a abolição da escravidão, os personagens vivem na cidade de São Paulo atual, com intenção de demonstrar ao público que o comportamento racial de mais de 100 anos atrás persiste nos dias atuais. A perspectiva altamente brasileira porém não agradou o público internacional, e o jornalista Bruno Ghetti da Folha de S. Paulo cogitou como origem da recepção fraca o fato do foco narrativo pertencer aos personagens brancos, além dos dois diretores do filme serem brancos de classe média.
Mas voltando ao Festival de Berlim, logo no primeiro dia, houve um minuto de silêncio em homenagem às nove vítimas fatais de um atentado de cunho racista em Hanau, cidade bem próxima de Frankfurt.
Da esquerda para a direita: o ator e host Samuel Finzi, a diretora executiva Mariette Rissenbeek e o diretor artístico Carlo Chatrian prestam homenagens às vítimas do atentado no primeiro dia do 70º Festival de Berlim (pic by china.org.ch)
Dentre os destaques deste ano, estão os novos filmes de: Abel Ferrara, Siberia, que seria descrito como uma exploração da linguagem dos sonhos; de Christian Petzold, Undine, uma história de amor e traição; e de Kelly Reichardt, First Cow, acompanha histórias de descobertas do oeste americano envolvendo a primeira vaca para contar sobre a origem do sonho Americano.
Vale destacar também a estréia internacional do drama Never Rarely Sometimes Always, que acompanha duas amigas da Pennsylvania que partem para Nova York em busca de ajuda médica para um aborto. No último festival de Sundance, o filme foi um dos maiores sucessos e ganhou um prêmio especial do júri.
Sidney Flanigan em cena de Never Rarely Sometimes Always, de Eliza Hittman, que trata sobre o aborto nos EUA (pic by OutNow.CH)
O 70º Festival de Berlim termina no dia 1º de Março, quando os vencedores serão anunciados. Confira todos os 18 indicados ao Urso de Ouro, que já foi conquistado pelo Brasil em duas ocasiões: em 1998, com Central do Brasil, e em 2008, com Tropa de Elite.
Alfonso Cuarón, com as três estatuetas que ganhou com Roma, incluindo o último Oscar de Filme em Língua Estrangeira
CATEGORIA QUE MUDOU DE NOME RECEBEU O TOTAL DE 94 INSCRIÇÕES
Sim, a categoria Filme em Língua Estrangeira, criada oficialmente na década de 50, foi rebatizada para Melhor Filme Internacional no último mês de Abril, pois consideraram o termo “Estrangeiro” ultrapassado. Outras mudanças significativas foram da pré-lista de dezembro, que pula de nove para dez filmes pré-selecionados, e pela primeira vez, os votantes poderão assistir aos dez filmes online, sem precisar comparecer às salas de Los Angeles, Nova York ou Londres.
Dos 94 filmes inscritos, logo de cara já houve uma desqualificação do Afeganistão. Havia questionamento de legitimidade do comitê que elegeu o representante do país, portanto foi descartado antes mesmo do anúncio dos oficialmente inscritos.
Em seguida, no dia 04 de Novembro, a Academia anunciou a desqualificação da Nigéria, que havia inscrito um filme na competição pela primeira vez com Lionheart. Segundo o departamento responsável que viu a película, houve uma infração do regulamento que exige língua não-inglesa predominante. Foi constatado que o filme continha apenas onze minutos no idioma estrangeiro. Essa ilegalidade causou revolta na Nigéria e conquistou apoio da cineasta Ava DuVernay.
Em sua conta do Twitter, a diretora de Selma esbravejou: “Para a Academia, Vocês desqualificaram a primeiríssima inscrição da Nigéria para Melhor Filme Internacional porque está em Inglês. Mas Inglês é a língua oficial da Nigéria. Vocês estão barrando este país para que nunca dispute um Oscar em sua língua oficial?…”
Há duas formas de enxergar a situação. Pelo lado da Academia, regras são regras. Essa que exige predominância de língua não-inglesa existe há décadas. Faltou atenção ao comitê nigeriano ao regulamento da categoria. Já pelo lado da Nigéria, da modernização e do bom senso, a Academia não poderia ter sido mais flexível nessa questão do idioma ao modernizar o nome do prêmio de Filme em Língua Estrangeira para Filme Internacional? Quer dizer, todas as nações que foram colonizadas no passado jamais poderão disputar esse Oscar? Além disso, há algum tempo, é uma raridade vermos produções de um único país. Atualmente, o normal é a realização de co-produções em conjunto com dois ou mais países. Hoje, se um filme co-produzido por três países, apenas um pode selecioná-lo como representante no Oscar.
Não acreditamos que a Academia vá voltar atrás agora nessas questões, contudo os responsáveis do departamento podem estudar o caso para uma próxima cerimônia. Desta forma, permanecerão 92 filmes inscritos, número que mesmo assim iguala o recorde anterior de 2017. Ainda sobre números, mesmo com a queda da Nigéria, temos 28 diretoras mulheres nessa disputa, um recorde na história da premiação.
COMO ESTÁ A DISPUTA ATÉ O MOMENTO?
Parasita, de Bong Joon-ho
PARASITA (Coréia do Sul) Dir: Bong Joon-ho
Vamos resumir assim: o filme sul-coreano Parasita está trilhando o mesmo caminho de Roma, de Alfonso Cuarón. Além de ter faturado prêmios importantes como a Palma de Ouro em Cannes, vem conquistando toda a crítica e o público de forma unânime, o que leva o filme a ser considerado inclusive para outras categorias como Melhor Filme, Direção, Roteiro Original, Fotografia, Direção de Arte e Ator Coadjuvante. Curiosamente, se concretizada, seria a primeira indicação do país na história do Oscar. Particularmente, sentimos que o Cinema Sul-coreano tem sido injustiçado há duas décadas pelo Oscar. Só para citar alguns filmes que mereciam uma indicação estão Oldboy (2002), Oasis (2002), Memórias de um Assassino (2003), Casa Vazia (2004), Secret Sunshine (2007), Poesia (2010), A Criada (2016) e Em Chamas (2018).
Dor e Glória, de Pedro Almodóvar
DOR E GLÓRIA (Espanha) Dir: Pedro Almodóvar
Quando o filme estava entre os indicados à Palma de Ouro deste ano, havia uma forte especulação de que Pedro Almodóvar ganharia pelo menos o prêmio de Direção ou o Grande Prêmio do Júri, mas acabou ficando apenas com o prêmio de interpretação masculina para Antonio Banderas, que vive o alter-ego do diretor espanhol. Muito querido entre os membros da Academia, o diretor já ganhou duas estatuetas: Filme em Língua Estrangeira por Tudo Sobre Minha Mãe em 2000, e Melhor Roteiro Original por Fale com Ela em 2003. Ao lado do representante sul-coreano, este espanhol está praticamente garantido entre os cinco indicados.
Les Misérables, de Ladj Ly
LES MISÉRABLES (França) Dir: Ladj Ly
Havia uma forte expectativa para que Retrato de uma Jovem em Chamas fosse o representante da França para o Oscar, mas talvez por motivos homofóbicos, o filme cedeu lugar a Les Misérables. Apesar de compartilhar o mesmo título da obra de Victor Hugo e o musical homônimo de 2012, o primeiro filme de Ladj Ly aborda a violência e o preconceito vivido por habitantes dos subúrbios franceses. A produção faturou o mesmo Prêmio do Júri ao lado do brasileiro Bacurau, o que pode facilitar um pouco sua campanha. Ladj Ly é o primeiro diretor negro que representa a França.
Monos, de Alejandro Landes
MONOS (Colômbia) Dir: Alejandro Landes
Para quem acompanha o Oscar, sabe que o cinema colombiano tem se destacado recentemente na premiação como o indicado O Abraço da Serpente (2015) e Pássaros de Verão (2018), que estava na última pré-lista. E pra elevar a ainda mais a campanha de Monos, os diretores mexicanos Alejandro González Iñárritu e Guillermo del Toro esbanjaram rasgaram elogios publicamente ao filme, o que certamente chamará a atenção de outros votantes, especialmente os latinos. Monos, que estava na Mostra Internacional de São Paulo, acompanha oito jovens militantes em um acampamento no alto da montanha. Eles precisam manter uma refém americana (Julianne Nicholson), mas os planos mudam quando eles matam acidentalmente uma vaca que os mantinha no local. Vale ressaltar que o diretor Alejandro Landes é brasileiro, filho de mãe colombiana.
Atlantics, de Mati Diop
ATLANTICS (Senegal) Dir: Mati Diop
A carreira do filme senegalês começou com sua indicação à Palma de Ouro em Cannes. Mati Diop se tornou a primeira mulher negra na competição oficial. Produção da Netflix, o filme aborda uma história de amor com a imigração ilegal como pano de fundo. Trata-se da segunda inscrição do país africano no Oscar, sendo que a primeira, Félicité, esteve entre os nove filmes pré-selecionados de 2018. Seria um reconhecimento para coroar o crescimento do cinema do continente africano, e dar um equilíbrio entre as produções indicadas, que costumam ficar restritas à Europa.
OUTROS EM DESTAQUE
Da esquerda para a direita: Honeyland, Papicha, O Paraíso Deve Ser Aqui, O Menino que Descobriu o Vento, e O Traidor
Honeyland (Macedônia do Norte): Elogiada produção de ficção que se assemelha a um documentário ao narrar a história de uma apicultora tradicional considerada a última da região.
Papicha (Argélia): Passado nos anos 90, acompanha a opressão sofrida por todas as mulheres por terroristas islâmicos, buscando alterar de forma conservadora seus hábitos, suas vestimentas e seus espaços públicos.
O Paraíso Deve Ser Aqui (Palestina): Trata-se de uma comédia autobiográfica do diretor Elia Suleiman que, ao viajar para fora de seu país para encontrar paz, acaba se deparando com os mesmos problemas de racismo e dificuldades sociais nas terras consideradas paraísos como EUA e França.
O Menino que Descobriu o Vento (Reino Unido): Embora tenha poucas chances no Oscar, pode surpreender por dirigido e atuado pelo ator indicado ao Oscar Chiwetel Ejiofor (de 12 Anos de Escravidão) e estar disponível na plataforma da Netflix. O filme narra a história de um menino no Malawi que desenvolve uma turbina de vento em seu vilarejo.
O Traidor (Itália): Além do renome do diretor Marco Bellocchio, o país europeu aposta na fama do mafioso Tommaso Buscetta, que fugiu para o Brasil e para os EUA e delatou a máfia italiana Costa Nostra. A atriz brasileira Maria Fernanda Cândido faz parte do elenco.
E O BRASIL?
A Academia de Cinema Brasileiro enfrentou um duro dilema este ano. Bacurau ou A Vida Invisível? Ambos os filmes haviam sido bem recebidos e premiados no Festival de Cannes. Enquanto o primeiro faturou o Prêmio do Júri (uma espécie de terceiro lugar), o segundo levou o cobiçado prêmio Un Certain Regard. Uma coisa era certa: o representante brasileiro tinha que ser um dos dois, mas qual?
A Vida Invisível, de Karim Ainouz
A presidente da comissão Anna Muylaert acabou desempatando a briga. Cinco votos para A Vida Invisível e quatro para Bacurau. Dentre as justificativas para a escolha, teria pesado a presença de Fernanda Montenegro no elenco, uma vez que ela já foi indicada ao Oscar por Central do Brasil. Além disso, Bacurau pode ser interpretado como uma afronta para o público norte-americano, pois eles são os vilões do filme de Kleber Mendonça Filho que se passa no sertão de Pernambuco. Já A Vida Invisível busca exaltar a força feminina através de suas protagonistas irmãs, algo em voga nas premiações.
Alguns alegam que Bacurau teria sido uma escolha mais ousada e por isso, teria mais chances de ser notado entre os votantes da Academia. Será? Claro que depende muito da campanha de publicidade rumo ao Oscar, que acontece em Fevereiro. Vamos torcer para que Vida Invisível se torne a 5ª indicação do Brasil após a última de Central do Brasil em 1999.
SEGUE LISTA COMPLETA DAS PRODUÇÕES INSCRITAS PARA O OSCAR 2020:
PAÍS
FILME
DIRETOR(A)(ES)
África do Sul
Knuckle City
Jahmil X.T. Qubeka
Albânia
The Delegation
Bujar Alimani
Alemanha
System Crasher
Nora Fingscheidt
Arábia Saudita
The Perfect Candidate
Haifaa al-Mansour
Argélia
Papicha
Mounia Meddour
Argentina
Heroic Losers
Sebastián Borensztein
Armênia
Lengthy Night
Edgar Baghdasaryan
Austrália
Buoyancy
Rodd Rathjen
Áustria
Joy
Sudabeh Mortezai
Bangladesh
Alpha
Nasiruddin Yousuff
Bélgica
Our Mothers
César Díaz
Bielorrússia
Debut
Anastasiya Miroshnichenko
Bolívia
I Miss You
Rodrigo Bellott
Bósnia Herzegovina
The Son
Ines Tanovic
Brasil
A Vida Invisível
Karim Aïnouz
Bulgária
Ága
Milko Lazarov
Camboja
In the Life of Music
Caylee So, Sok Visal
Canadá
Antigone
Sophie Deraspe
Cazaquistão
Kazakh Khanate – Golden Throne
Rustem Abdrashev
Chile
Spider
Andrés Wood
China
Ne Zha
Jiaozi
Colômbia
Monos
Alejandro Landes
Coréia do Sul
Parasita
Bong Joon-ho
Costa Rica
The Awakening of the Ants
Antonella Sudasassi
Croácia
Mali
Antonio Nuic
Cuba
A Translator
Rodrigo Barriuso, Sebastián Barriuso
Dinamarca
Queen of Hearts
May el-Toukhy
Egito
Poisonous Roses
Fawzi Saleh
Equador
The Longest Night
Gabriela Calvache
Eslováquia
Let There Be Light
Marko Skop
Eslovênia
History of Love
Sonja Prosenc
Espanha
Dor e Glória
Pedro Almodóvar
Estônia
Truth and Justice
Tanel Toom
Etiópia
Running Against the Wind
Jan Philipp Weyl
Filipinas
Verdict
Raymund Ribay Gutierrez
Finlândia
Stupid Young Heart
Selma Vilhunen
França
Les Misérables
Ladj Ly
Gana
Azali
Kwabena Gyansah
Geórgia
Shindisi
Dito Tsintsadze
Grécia
When Tomatoes Met Wagner
Marianna Economou
Holanda
Instinct
Halina Reijn
Honduras
Blood, Passion and Coffee
Carlos Membreño
Hong Kong
The White Storm 2 – Drug Lords
Herman Yau
Hungria
Those Who Remained
Barnabás Tóth
Índia
Gully Boy
Zoya Akhtar
Indonésia
Memories of my Body
Garin Nugroho
Irã
Finding Fariden
Kourosh Ataee, Azadeh Moussavi
Irlanda
Gaza
Garry Keane, Andrew McConnell
Islândia
A White, White Day
Hlynur Pálmason
Israel
Incitement
Yaron Zilberman
Itália
O Traidor
Marco Bellocchio
Japão
Weathering With You
Makoto Shinkai
Kosovo
Zana
Antoneta Kastrati
Látvia
The Mover
Davis Simanis
Líbano
1982
Oualid Mouaness
Lituânia
Bridges of Time
Kristine Briede, Audrius Stonys
Luxemburgo
Tel Aviv on Fire
Sameh Zoabi
Macedônia do Norte
Honeyland
Tamara Kotevska, Ljubomir Stefanov
Malásia
M for Malaysia
Dian Lee, Ineza Roussille
Marrocos
Adam
Maryam Touzani
México
The Chambermaid
Lila Avilés
Mongólia
The Steed
Erdenebileg Ganbold
Montenegro
Neverending Past
Andro Martinovic
Nepal
Bulbul
Binod Paudel
Nigéria
Lionheart
Genevieve Nnaji
Noruega
Out Stealing Horses
Hans Petter Moland
Palestina
It Must Be Heaven
Elia Suleiman
Panamá
Everybody Changes
Arturo Montenegro
Paquistão
Laal Kabootar
Kamal Khan
Peru
Retablo
Alvaro Delgado-Aparicio
Polônia
Corpus Christi
Jan Komasa
Portugal
The Domain
Tiago Guedes
Quênia
Subira
Ravneet Sippy Chadha
Quirguistão
Aurora
Bekzat Pirmatov
Reino Unido
O Menino que Descobriu o Vento
Chiwetel Ejiofor
Rep Dominicana
The Projectionist
José María Cabral
Rep Tcheca
The Painted Bird
Václav Marhoul
Romênia
The Whistlers
Corneliu Porumboiu
Rússia
Beanpole
Kantemir Balagov
Senegal
Atlantics
Mati Diop
Sérvia
King Petar of Serbia
Petar Ristovski
Singapura
A Land Imagined
Yeo Siew Hua
Suécia
And Then We Danced
Levan Akin
Suíça
Wolkenbruch’s Wondrous Journey Into the Arms of a Shiksa
Michael Steiner
Tailândia
Krasue: Inhuman Kiss
Sitisiri Mongkolsiri
Taiwan
Dear Ex
Mag Hsu, Hsu Chih-yen
Tunísia
Dear Son
Mohamed Ben Attia
Turquia
Commitment
Semih Kaplanoglu
Ucrânia
Homeward
Nariman Aliev
Uruguai
The Moneychanger
Federico Veiroj
Uzbequistão
Hot Bread
Umid Khamdamov
Venezuela
Being Impossible
Patricia Ortega
Vietnã
Furie
Lê Van Kiêt
A pré-lista com os dez filmes será divulgada no dia 16 de dezembro. O anúncio das indicações ao Oscar estão marcadas para o dia 13 de janeiro.
O diretor Bong Joon-ho recebe a Palma de Ouro da atriz Catherine Deneuve
CINEMA ASIÁTICO SAI FORTALECIDO PARA A PRÓXIMA TEMPORADA DE PREMIAÇÕES
Apesar de todo o foco em cima do novo filme de Quentin Tarantino, Era Uma Vez em Hollywood, que ingressou na competição na segunda chamada e trouxe os astros Leonardo DiCaprio, Brad Pitt e Margot Robbie, o júri presidido pelo mexicano Alejandro González Iñárritu concedeu a Palma de Ouro para Parasite, a primeira Palma de Ouro para o cinema da Coréia do Sul.
O novo trabalho do diretor de instigantes filmes como Memórias de um Assassino (2003), O Hospedeiro (2006), Mother (2009) e O Expresso do Amanhã (2014) contém elementos de crítica social. Uma família coreana de baixa classe toda desempregada tenta melhorar seu status ao se infiltrar numa casa de ricos. Após a sessão no festival, foi reportado uma salva de palmas de pé por mais de cinco minutos, e sua consagração teria sido decidida de forma unânime.
Cenas de uma família em Parasite.
Esse reconhecimento acaba colocando no mapa não apenas o diretor, mas toda a filmografia do cinema sul-coreano recente, que vem pedindo passagem desde o início dos anos 2000, com diretores aclamados como Park Chan-wook, Lee Chang-dong, Kim Ki-duk e Kim Ji-woon. Oldboy (2003), Em Chamas (2018), Casa Vazia (2004) e Eu Vi o Diabo (2010) são alguns exemplos desse cinema asiático recente, que nunca recebeu uma mísera indicação ao Oscar, provavelmente pelo contexto violento e/ou sexual, mas que com essa Palma de Ouro, pode finalmente entrar na categoria de Filme em Língua Estrangeira da Academia.
O cinema brasileiro também saiu vitorioso do evento. Na verdade, duplamente vitorioso. Além do prêmio Un Certain Regard para A Vida Invisível de Eurídice Gusmão, de Karim Aïnouz, Bacurau saiu com o prêmio do júri, compartilhado com Les Misérables. Em sua segunda competição oficial, o diretor pernambucano Kléber Mendonça Filho conquista uma espécie de terceiro lugar do festival. Agora a seleção do Brasil para o Oscar ficou difícil, hein? Vamos ver qual consegue melhor campanha até o mês de outubro, quando deve haver a votação da comissão.
O diretor Kléber Mendonça Filho discursa com seu prêmio do Júri por Bacurau. Pic by G1 Globo
O Grande Prêmio do Júri ficou com Atlantique, filme da diretora franco-senegalesa estreante Mati Diop. Ela narra a história de uma jovem prometida para casamento que se apaixona por um homem que sonha migrar ilegalmente para a Europa. Diop já havia quebrado o tabu ao ser a primeira negra na competição, e agora a primeira premiada.
Bastante emocionada, Mati Diop recebe o Grande Prêmio do Júri
Outra cineasta mulher premiada foi a francesa Céline Sciamma por seu roteiro de Portrait of a Lady on Fire. A história da relação entre uma pintora e a modelo de seu retrato foi bastante elogiada em Cannes, mas acabou ficando apenas com o prêmio de Roteiro.
Já premiados duas vezes com a Palma de Ouro nas décadas passadas, os irmãos belgas Jean-Pierre e Luc Dardenne marcaram presença na premiação ao levarem Melhor Direção por O Jovem Ahmed, sobre um jovem árabe que ingressa a radicalização islâmica, e planeja matar seu professor.
Jean-Pierre e Luc Dardenne vencem Melhor Direção por O Jovem Ahmed (pic by Yahoo)
Os prêmios de atuação ficaram com a britânica Emily Beecham por Little Joe, uma espécie de ficção científica com atmosfera de thriller, e com o espanhol Antonio Banderas por interpretar o alter-ego do diretor Pedro Almodóvar em Dor e Glória.
Emily Beecham vence por Little Joe (pic by Yahoo)Antonio Banderas segura seu prêmio de atuação com Alejandro González Iñárritu (pic by AFP by El Universal)
Iñárritu foi o primeiro latino a presidir o júri de Cannes. Nesta edição, ele contou com a colaboração dos diretores franceses Enki Bilal e Robin Campillo, a atriz americana Elle Fanning, a atriz e diretora senegalesa Maimouna N’Diaye, o diretor grego Yorgos Lanthimos, diretor polonês Paweł Pawlikowski (ambos indicados ao Oscar deste ano), a diretora americana Kelly Reichardt, e a diretora italiana Alice Rohrwacher.
Segue lista completa dos vencedores desta 72a edição:
COMPETIÇÃO
Palma de Ouro: “Parasite,” de Bong Joon-ho
Grande Prêmio do Júri: “Atlantics,” Mati Diop
Direção: Jean-Pierre e Luc Dardenne, “Young Ahmed”
Ator: Antonio Banderas, “Pain and Glory”
Atriz: Emily Beecham, “Little Joe”
Prêmio do Júri — EMPATE: “Les Misérables,” Ladj Ly; “Bacurau,” Kléber Mendonça Filho
Roteiro: Céline Sciamma, “Portrait of a Lady on Fire”
Menção Especial: Elia Suleiman, “It Must Be Heaven”
OUTROS PRÊMIOS
Camera d’Or: “Our Mothers,” Cesar Diaz
Palma de Ouro de Melhor Curta: “The Distance Between the Sky and Us,” Vasilis Kekatos
Menção Especial para Curta: “Monster God,” Agustina San Martin
Prêmio Golden Eye de Documentário: “For Sama”
Prêmio do Júri Ecumênico: “Hidden Life,” Terrence Malick
Queer Palm: “Portrait of a Lady on Fire,” Céline Sciamma
UN CERTAIN REGARD
Un Certain Regard Award: “The Invisible Life of Eurídice Gusmão,” Karim Aïnouz
Prêmio do Júri: “Fire Will Come,” Oliver Laxe
Direção: Kantemir Balagov, “Beanpole”
Atuação: Chiara Mastroianni, “On a Magical Night”
Roteiro: Meryem Benm’Barek, “Sofia”
Prêmio Especial do Júri: Albert Serra, “Liberté”
Menção Especial do Júri: “Joan of Arc,” Bruno Dumont
Coup de Coeur Award: “A Brother’s Love,” Monia Chokri; “The Climb,” Michael Angelo Covino
DIRECTORS’ FORTNIGHT
Society of Dramatic Authors and Composers Prize: “An Easy Girl,” Rebecca Zlotowski
Europa Cinemas Label: “Alice and the Mayor,” Nicolas Parisier
Illy Short Film Award: “Skip Day” (Patrick Bresnan, Ivete Lucas)
CRITICS’ WEEK
Nespresso Grand Prize: “I Lost My Body,” Jérémy Clapin
Society of Dramatic Authors and Composers Prize: César Díaz, “Our Mothers”
GAN Foundation Award for Distribution: The Jokers Films, French distributor for “Vivarium” by Lorcan Finnegan
Louis Roederer Foundation Rising Star Award: Ingvar E. Sigurðsson, “A White, White Day”
Leitz Cine Discovery Prize for Short Film: “She Runs,” Qiu Yang
Canal Plus Award for Short Film: “Ikki Illa Meint,” Andrias Høgenni
FIPRESCI
Competition: “It Must Be Heaven” (Elia Suleiman)
Un Certain Regard: “Beanpole” (Kantemir Balagov)
Directors’ Fortnight/Critics’ Week: “The Lighthouse” (Robert Eggers)
CINÉFONDATION
First Prize: “Mano a Mano,” Louise Courvoisier
Second Prize: “Hiéu,” Richard Van
Third Prize — TIE: “Ambience,” Wisam Al Jafari; “Duszyczka” (The Little Soul), Barbara Rupik
Cartaz oficial da 72a edição de Cannes com Agnès Varda na filmagem de seu primeiro longa
THIERRY FREMAUX, PRESIDENTE DO FESTIVAL, OUVIU OS PROTESTOS DE 2018
No ano passado, 82 mulheres, entre elas as atrizes Marion Cotillard, Salma Hayek, Kristen Stewart e Cate Blanchett, caminharam juntas pelo tapete vermelho para protestar contra a baixa representação feminina no evento. “As mulheres não são uma minoria neste mundo, apesar da nossa indústria dizer o contrário. Como mulheres, todas nós encaramos nossos próprios desafios, mas nós nos juntamos aqui nestes degraus como um símbolo de nossa determinação e comprometimento com o progresso”, leram Blanchett e Agnès Varda.
Embora não seja adepto de qualquer cota, os números femininos em Cannes realmente são irrisórios. Em 71 anos de história, foram apenas 82 filmes selecionados para a competição oficial, enquanto masculinos ultrapassam os 1.600. Vale lembrar também que apenas UMA mulher levou a Palma de Ouro, quando Jane Campion conquistou em 1993 com O Piano. Apesar da cadeira de direção ter sido altamente predominada por homens ao longo das décadas, o número de mulheres aumentou consideravelmente desde os anos 90 para cá.
Enfim, o presidente do Festival de Cannes acompanhou o descontentamento feminino e elegeu 4 diretoras para competir pela Palma de Ouro (os filmes estão assinalados com emojis na lista abaixo). Esse número, que representa 21% das 19 produções que estão concorrendo, é o melhor desde 2011. E do total do evento, são 13 diretoras convidadas que representam 12 filmes (um deles é co-dirigido por duas diretoras).
O número feminino pode aumentar caso haja mais mulheres numa pós-seleção que sempre ocorre antes da abertura do festival. Contudo, o filme mais aguardado desta segunda leva talvez seja o novo filme de Quentin Tarantino, Era uma vez em Hollywood, que está em fase final de montagem. Considerando que a carreira de Tarantino deslanchou por causa da Palma de Ouro por Pulp Fiction, ele deve fazer de tudo para conseguir entregar seu novo filme a tempo.
BRASIL DE VOLTA À COMPETIÇÃO OFICIAL
A última vez que o cinema nacional esteve entre os indicados à Palma de Ouro foi há 3 anos, justamente pelo filme anterior de Kléber Mendonça Filho, Aquarius, estrelado por Sônia Braga. Seu novo trabalho , co-dirigido por Juliano Dornelles, Bacurau, ou Nighthawk (título internacional), se passaria no Nordeste onde uma comunidade rural teria desaparecido com a morte de uma nonagenária.
Cena de Bacurau, de Kléber Mendonça Filho (pic by Gazeta Online)
Se antes a equipe do filme protestou contra o impeachment da ex-presidente Dilma Roussef no tapete vermelho (o que acarretou na desclassificação injusta do filme na seleção para o Oscar), imagino que neste ano deva sobrar para Jair Bolsonaro.
Já pela mostra Un Certain Regard, o cineasta Karim Aïnouz volta com A Vida Invisível de Eurídice Gusmão (Invisible Life). O diretor cearense escalou a dama do teatro, Fernanda Montenegro, para viver Eurídice, que lutou contra o machismo dos anos 50 no Rio de Janeiro.
Cena de A Vida Invisível de Eurídice Gusmão
E A NETFLIX, CANNES?
Este ano é o segundo consecutivo que a plataforma de streaming foi banida da competição oficial por causa dos interesses das redes de cinema na França. Apesar do sucesso de Roma, de Alfonso Cuarón, que deveria ter passado em Cannes, o presidente Fremaux ainda resiste às mudanças.
Essa postura conservadora teráconsequênciasdesastrosas nos próximos anos, já que muitos lançamentos de streamingmigrarãoautomaticamente para outros festivais como Veneza. The Irishman, próximo filme de Martin Scorsese, que reunirá Robert De Niro e Al Pacino, lançamento de peso da Netflix em 2019, deverá estrear em Veneza, pegando carona para a temporada de premiações em setembro.
DA SELEÇÃO OFICIAL
Cannes continua sendo aquela panelinha de sempre, seja do ponto de vista positivo ou negativo. A seleção deles se apóia na credibilidade dos cineastas, tanto que temos os irmãos Dardenne, Ken Loach, Terrence Malick e até o novo de Pedro Almodóvar, que já estreou comercialmente na Espanha. Curiosamente, foi o mesmo Almodóvar que expurgou a Netflixhá 3 anos, defendendo Cannes quando fora presidente do júri. Coincidência ou troca de amenidades?
Claro que a maioria dos filmes deve ser de boa qualidade, mas chega uma hora que nãodá pra depender apenas dos renomados.
Nos bastidores de Dolor y Gloria, Antonio Banderas claramente interpreta o alter ego de Almodóvar (pic by fotogramas.es)
Lembrando que o presidente do júri deste ano é o mexicano vencedor de 2 Oscars, Alejandro González Iñárritu, fato que pode beneficiarproduções de língua latina.
INDICADOS À PALMA DE OURO 2019:
THE DEAD DON’T DIE. Dir: Jim Jarmusch (Filme de Abertura)
ATLANTIQUE. Dir: Mati Diop 🙋🏻♀️
BACURAU. Dir: Kleber Mendonça Filho & Juliano Dornelles
FRANKIE. Dir: Ira Sachs
A HIDDEN LIFE. Dir: Terrence Malick
IT MUST BE HEAVEN. Dir: Elia Suleiman
LES MISÉRABLES. Dir: Ladj Ly
LITTLE JOE. Dir: Jessica Hausner 🙋🏻♀️
MATTHIAS AND MAXIME. Dir: Xavier Dolan
OH MERCY! Dir: Arnaud Desplechin
PAIN & GLORY. Dir: Pedro Almodóvar
PARASITE. Dir: Bong Joon Ho
PORTRAIT OF A LADY ON FIRE. Dir: Céline Sciamma 🙋🏻♀️
SIBYL. Dir: Justine Triet 🙋🏻♀️
SORRY WE MISSED YOU. Dir: Ken Loach
THE TRAITOR. Dir: Marco Bellocchio
THE WHISTLERS. Dir: Corneliu Porumboiu
THE WILD GOOSE LAKE. Dir: Diao Yi’nan
THE YOUNG AHMED. Dir: Jean-Pierre Dardenne & Luc Dardenne
COMPETIÇÃO UN CERTAIN REGARD
Adam. Dir: Maryam Touzani
Beanpole. Dir: Kantemir Balagov
A Brother’s Love. Dir: Monia Chokri
Bull. Dir: Annie Silverstein
The Climb. Dir: Michael Covino
Evge. Dir: Nariman Aliev
Freedom. Dir: Albert Serra
Vida Invisível. Dir: Karim Aïnouz
Joan of Arc. Dir: Bruno Dumont
Chambre 212. Dir: Christophe Honoré
Papicha. Dir: Mounia Meddour
Port Authority. Dir: Danielle Lessovitz
Summer of Changsha. Dir: Zu Feng
The Swallows of Kabul. Dir: Zabou Breitman & Eléa Gobé Mévellec
A Sun That Never Sets. Dir: Olivier Laxe
Zhuo Ren Mi Mi. Dir: Midi Z
FORA DE COMPETIÇÃO
The Best Years of a Life. Dir: Claude Lelouch
Diego Maradona. Dir: Asif Kapadia
La Belle Époque. Dir: Nicolas Bedos
Rocketman. Dir: Dexter Fletcher
Too Old to Die Young – North of Hollywood, West of Hell. Dir: Nicolas Winding Refn
MIDNIGHT SCREENINGS
The Gangster, the Cop, the Devil. Dir: Lee Won-Tae
SPECIAL SCREENINGS
Family Romance, LLC. Dir: Werner Herzog
For Sama. Dir: Waad Al Kateab, Edward Watts
Que Sea Ley. Dir: Juan Solanas
Share. Dir: Pippa Bianco
To Be Alive and Know It. Dir: Alain Cavalier
Tommaso. Dir: Abel Ferrara
***
O 72o Festival de Cannes começa no dia 14 de Maio e termina no dia 25.