APOSTAS PARA o OSCAR 2020: 2º ROUND de CINEMA vs NETFLIX

Oscars-pic

Pôster da 92ª edição do Oscar

PELO SEGUNDO ANO CONSECUTIVO, UM FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA PODE LEVAR O OSCAR DE MELHOR FILME

Além da briga entre Cinema e Netflix continuar este ano, a busca pelo Oscar de Melhor Filme por um filme de língua estrangeira permanece. Em 2019, apesar de toda uma alta expectativa, Roma falhou e o prêmio foi para o mais tradicional Green Book, que sofreu críticas ainda maiores após a consagração.

Nesta edição, o cenário ficou mais interessante. Desta vez, não temos um filme estrangeiro e em preto-e-branco concorrendo pela Netflix (Roma), agora tem a alta cúpula de Hollywood, bitch! A Netflix resolveu apelar e trouxe O Irlandês, História de um Casamento e Dois Papas, pensando: “Agora vai!” Bem… lá no início da temporada de premiações, o filme de Martin Scorsese chegou a figurar como favorito, ganhando o National Board of Review e o New York Film Critics Circle (NYFCC), e o drama conjugal de Noah Baumbach levou o prêmio do Gotham Awards. Estava tudo caminhando nos conformes para o presidente da Netflix, Ted Sarandos, mas… a temporada de premiações é longa (vai de setembro a fevereiro), e muita coisa pode mudar nesses meses.

Nesse período, já vimos O Segredo de Brokeback Mountain ceder o topo para Crash, e A Rede Social ceder o topo para O Discurso do Rei. Aí que entra o poder uma boa campanha publicitária (Harvey Weinstein era o expert no assunto) e questões pessoais como preconceito e má informação. No primeiro caso, é nítido o prevalecimento do preconceito contra o homossexualismo do filme de Ang Lee, e no segundo, uma campanha que certamente elevou o lado mais conservador da Academia de que seria imaturo premiar um filme sobre o Facebook.

E houve alguma mudança nesse cenário? A verdade é que a Academia está passando por transformações hoje. Nos últimos anos, a ex-presidente da Academia, Cheryl Boone Isaacs, abriu as portas da Academia para cerca de 2.500 novos membros de várias etnias, várias nações e mulheres de todo o mundo, fazendo parte das consequências do protesto #OscarsSoWhite, mas a grande maioria permanece sendo o perfil homem branco e mais velho, o que poderia explicar o conservadorismo predominante. Mas é preciso ter um pouco mais de paciência com o Oscar. Se um filme mais conservador ganhar, não significa que toda a instituição é conservadora. Eleger o vencedor do Oscar é uma eleição democrática; vence aquele que obteve maior número de votos.

Se o filme estrangeiro Parasita não ganhar este ano, vamos bater palmas do mesmo jeito, porque o filme de Bong Joon Ho já é um filme extremamente vitorioso. Até ano passado, NENHUM filme coreano conseguiu chegar ao Oscar! Nem sequer na categoria de Filme Internacional! O mais próximo disso foi a inclusão na shortlist de Em Chamas, mas foi só. Parasita recebeu 6 indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme. Nem o diretor imaginava que seu filme conseguiria tanto prestígio assim. Se não ganhar o prêmio principal da noite, não tem problema. Ele já terá amadurecido mais essa idéia para os próximos filmes de língua estrangeira.

Se a Netflix não ganhar Melhor Filme, provavelmente significa que a maioria ainda tem receio do crescimento da empresa ligado a uma possível queda do sistema de grandes estúdios, e o medo de perder o emprego. E tem toda aquela questão da preferência do filme ser exibido em salas de cinema do que na TV de casa. Obviamente que também preferimos que todos os filmes pudessem ser exibidos nos cinemas, mas não há espaço para todos. Então, entre não passar nos cinemas e passar na TV e alcançar um bom público, preferimos que chegue ao espectador! Sobre as chances de O Irlandês, temos absoluta certeza de que se ele tivesse sido exibido nos cinemas comerciais de todo o mundo, ele seria o franco-favorito do Oscar.

PODCAST

Pela primeira vez, lançamos um episódio de podcast. Mas calma! Não se animem tanto, pois foi um trabalho extremamente amador. Se você nunca ouviu um podcast, pode ser que sua experiência seja menos dolorosa kk Agora, se já conhece, você aguenta uns 5 minutos no máximo!

Estamos buscando novas alternativas para o blog, a página do Facebook e o Instagram @cinemaoscareafins . Vamos ver até onde isso vai dar! Desde já, agradecemos o seu apoio! É muito importante pra nós!

SEGUNDO ANO DE OSCAR SEM HOST

A audiência da edição passada teria crescido um pouco em relação ao ano anterior, ou pelo menos se estabilizada, mas a justificativa teria sido a curiosidade do público em saber como seria uma cerimônia do Oscar sem um host, algo que não acontecia desde a década de 80. Mas e agora neste segundo ano sem host? A curiosidade já passou, mas aparentemente o público se dividiu sobre a ausência de um apresentador.

Nossa opinião sempre foi clara desde o início: preferimos um host, uma hostess ou até mais de um host, contanto que haja um. Não que seja algo essencial para o Oscar, mas havendo um bom host (tem que saber escolher bem), ele ou ela vai saber brincar com os filmes indicados de uma forma leve ou até meio ácida, fazer aquela ponte entre os filmes e os acontecimentos da atualidade, dar unidade à cerimônia de três horas, evitar dar mais espaço para os apresentadores dos prêmios que costumam vir com aquela piadinha rala e sem graça antes de abrir o envelope, e, se o host (ess) se sair bem, será mais um assunto pra conversa do dia seguinte entre colegas e amigos.

Em nossa humilde opinião, a última edição do Oscar só começou a ficar interessante a partir da apresentação de “Shallow” de Bradley Cooper e Lady Gaga. Antes estava tudo muito mecânico: entram apresentadores, piadinha, “e o Oscar vai para…”. Isso um Powerpoint já resolvia bem.

No ano passado, na ausência de um host, a Academia trouxe a banda Queen pra abrir o evento ao vivo, com Adam Lambert fazendo cover. Este ano, os organizadores da cerimônia, decidiram apostar na nova sensação da música Billie Eilish, que recentemente venceu os 4 principais Grammys. Ainda não se sabe qual música ela vai cantar, mas entendemos que a Academia está buscando atrair um público mais jovem para a transmissão.

Billie Eilish

Billie Eilish no Oscar 2020

92ª EDIÇÃO: O QUE PODE ACONTECER

1º filme em língua estrangeira a ganhar Melhor Filme
Sim, Parasita pode se tornar o primeiro filme todo legendado a levar o prêmio principal da noite. Claro que as chances ficaram pequenas após as vitórias de 1917 no PGA e no DGA, mas as vitórias expressivas do filme sul-coreano no sindicato de montadores e de atores (SAG) podem causar uma reviravolta de última hora.

1º filme da Netflix a ganhar Melhor Filme
Ainda na mesma luta de Roma, os filmes O Irlandês e História de um Casamento representam duas chances do estúdio de streaming a conquistar o prêmio pela primeira vez. Apesar de agora contar com o apoio importante de nomes como Martin Scorsese, Robert De Niro e Al Pacino, ainda existe uma parte conservadora muito grande na Academia que considera a Netflix o fim dos cinemas como os conhecemos hoje.

1ª vitória da Coréia do Sul
Parasita pode ser o responsável por seis conquistas inéditas na história do Oscar, já que é o primeiro filme coreano que participa da premiação em 92 anos. Então o filme pode fincar a bandeira do país asiático em seis categorias: Filme, Diretor, Roteiro Original, Montagem, Design de Produção e Filme Internacional. Além disso, o documentário-curta coreano In the Absence pode se tornar o primeiro a vencer na categoria.

MELHOR FILME

  • FORD VS FERRARI (Ford V Ferrari)
  • O IRLANDÊS (The Irishman)
  • JOJO RABBIT (Jojo Rabbit)
  • CORINGA (Joker)
  • ADORÁVEIS MULHERES (Little Women)
  • HISTÓRIA DE UM CASAMENTO (Marriage Story)
  • 1917 (1917)
  • ERA UMA VEZ EM… HOLLYWOOD (Once Upon a Time… in Hollywood)
  • PARASITA (Gisaengchung)

DEVE GANHAR: Parasita
DEVERIA GANHAR: Parasita
SE ROLAR, É ZEBRA: Ford vs Ferrari

NÃO RECEBEU O CONVITE: Jóias Brutas (Uncut Gems)

Parasite sag

A família Kim de Parasita (pic by IMDb)

Sim, vamos apostar alto, e com todas as nossas fichas para a quebra de tabu. Parasita vai vencer o Oscar de Melhor Filme e se tornar o primeiro filme em língua estrangeira na história da Academia… na segunda-feira, a gente volta aqui com o rabinho entre as pernas e diz: “A gente se empolgou demais” kkk

MELHOR DIREÇÃO

  • Martin Scorsese (O Irlandês)
  • Todd Phillips (Coringa)
  • Sam Mendes (1917)
  • Quentin Tarantino (Era Uma Vez em… Hollywood)
  • Bong Joon Ho (Parasita)

DEVE GANHAR: Sam Mendes (1917)
DEVERIA GANHAR: Bong Joon Ho (Parasita)
SE ROLAR, É ZEBRA: Todd Phillips (Coringa)

NÃO RECEBEU O CONVITE: Benny e Josh Safdie (Jóias Brutas)

Sam Mendes 1917 2

Sam Mendes passa instruções para seus atores Dean-Charles Chapman e George McKay em set de 1917 (pic by OutNow,CH)

Depois da vitória de Mendes no DGA, ficou bem difícil pra qualquer outro indicado. São apenas sete divergências entre o DGA e a Academia. E Sam Mendes se encaixa no perfil “experiência cinematográfica” dos vencedores recentes Alejandro G. Iñárritu e Alfonso Cuarón.

MELHOR ATRIZ

  • Cynthia Erivo (Harriet)
  • Scarlett Johansson (História de um Casamento)
  • Saoirse Ronan (Adoráveis Mulheres)
  • Charlize Theron (O Escândalo)
  • Renée Zellweger (Judy: Muito Além do Arco-Íris)

DEVE GANHAR: Renée Zellweger (Judy: Muito Além do Arco-Íris)
DEVERIA GANHAR: Renée Zellweger (Judy: Muito Além do Arco-Íris)
SE ROLAR, É ZEBRA: Saoirse Ronan (Adoráveis Mulheres)

NÃO RECEBEU O CONVITE: Lupita Nyong’o (Nós), Jessie Buckley (As Loucuras de Rose)

Renée Zellwegger Judy 4

Renée Zellweger como Judy Garland em seu camarim (pic by OutNow.CH)

Infelizmente, a melhor performance do ano sequer foi indicada. Com Lupita Nyong’o fora do páreo, ficou mais fácil para Renée Zellweger conquistar sua segunda estatueta do Oscar, e a primeira como Atriz principal. Embora não apresente nada de muito novo, Zellweger incorpora a estrela da era de ouro de Hollywood, Judy Garland, com todos os trejeitos, e acaba se parecendo bastante com a figura real graças ao trabalho de maquiagem e de cabelo, além do figurino.

Depois de tantos anos na pele da Viúva Negra da Marvel, foi uma grata surpresa ver Scarlett Johansson mostrando seu talento num papel dramático mais profundo. Que venham mais projetos desse naipe para que ela continue sua ascensão menos comercial.

MELHOR ATOR

  • Antonio Banderas (Dor e Glória)
  • Leonardo DiCaprio (Era Uma Vez em… Hollywood)
  • Adam Driver (História de um Casamento)
  • Joaquin Phoenix (Coringa)
  • Jonathan Pryce (Dois Papas)

DEVE GANHAR: Joaquin Phoenix (Coringa)
DEVERIA GANHAR: Joaquin Phoenix (Coringa)
SE ROLAR, É ZEBRA: Jonathan Pryce (Dois Papas)

NÃO RECEBEU O CONVITE: Adam Sandler (Jóias Brutas), Christian Bale (Ford Vs Ferrari)

Joaquin Phoenix Joker 2

Joaquin Phoenix fazendo sua pintura de guerra em Coringa (pic by OutNow.CH)

Claro que cada um tem direito a opinar, mas em nossa visão, teríamos Adam Sandler e Christian Bale nos lugares de Leonardo DiCaprio e Jonathan Pryce. De qualquer forma, independente de quais atores estivessem indicados, este é o ano de Joaquin Phoenix. Em seu histórico, temos três indicações sem vitória (sendo que já merecia ter levado por O Mestre em 2013), com o ator atingindo seu ápice como Coringa. A adaptação dos quadrinhos foi um sucesso nas bilheterias, o que proveu apoio popular na campanha do Oscar.

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE

  • Kathy Bates (O Caso Richard Jewell)
  • Laura Dern (História de um Casamento)
  • Scarlett Johansson (Jojo Rabbit)
  • Florence Pugh (Adoráveis Mulheres)
  • Margot Robbie (O Escândalo)

DEVE GANHAR: Laura Dern (História de um Casamento)
DEVERIA GANHAR: Scarlett Johansson (Jojo Rabbit)
SE ROLAR, É ZEBRA: Kathy Bates (O Caso Richard Jewell)

NÃO RECEBEU O CONVITE: Jennifer Lopez (As Golpistas), Taylor Russell (Waves)

Laura Dern Marriage Story 3

Laura Dern tirando seu casaco na corte em História de um Casamento (pic by IMDb)

Laura Dern está muito bem como a advogada Nora Fanshaw. Rouba todas as cenas em que está, porém são poucas as cenas. Assim, a personagem dela não tem tanta profundidade, mas certamente chama a atenção nos poucos minutos em que aparece.

MELHOR ATOR COADJUVANTE

  • Tom Hanks (Um Lindo Dia na Vizinhança)
  • Anthony Hopkins (Dois Papas)
  • Al Pacino (O Irlandês)
  • Joe Pesci (O Irlandês)
  • Brad Pitt (Era Uma Vez em… Hollywood)

DEVE GANHAR: Brad Pitt (Era Uma Vez em… Hollywood)
DEVERIA GANHAR: Joe Pesci (O Irlandês)
SE ROLAR, É ZEBRA: Tom Hanks (Um Lindo Dia na Vizinhança)

NÃO RECEBEU O CONVITE: Willem Dafoe (O Farol), Song Kang Ho (Parasita), Shia LaBeouf (Honey Boy), Noah Jupe (Honey Boy)

Once

Brad Pitt como Cliff Booth em Era Uma Vez em… Hollywood (pic by OutNow.CH)

Uma categoria bastante disputada este ano, que facilmente poderia incluir Willem Dafoe ou Song Kang Ho. Embora Brad Pitt mal tenha suado a camisa (apenas a tirou em cima do telhado!), ele é o franco-favorito numa campanha que contou muito com seu carisma pessoal e o prestígio que ele tem perante seus companheiros de profissão, que certamente se perguntaram: “Como assim Brad Pitt não tem um Oscar de atuação ainda?”. E assim como nós, estamos ansiosos por mais um discurso bem humorado do ator.

Já em termos de atuação, ninguém melhor do que Joe Pesci, que rouba todas as suas cenas com um único olhar. Ao contrário de papéis anteriores, o ator está extremamente contido, trabalhando apenas com detalhes e nuances. Martin Scorsese merecia um prêmio só por ter resgatado este homem da aposentadoria.

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL

  • Entre Facas e Segredos, Rian Johnson
  • História de um Casamento, Noah Baumbach
  • 1917, Sam Mendes e Krysty Wilson-Cairns
  • Era Uma Vez em… Hollywood, Quentin Tarantino
  • Parasita, Bong Joon Ho e Han Jin Won

DEVE GANHAR: Bong Joon Ho e Han Jin Won (Parasita)
DEVERIA GANHAR: Bong Joon Ho e Han Jin Won (Parasita)
SE ROLAR, É ZEBRA: Rian Johnson (Entre Facas e Segredos)

NÃO RECEBEU O CONVITE: Emily Halpern, Sarah Haskins, Susanna Fogel e Katie Silberman (Fora de Série)

parasite 2

Roteiro Original para Parasita, que venceu o BAFTA e o WGA (pic by OutNow.CH)

Até pouco tempo atrás, Tarantino era o grande favorito nesta categoria, já que não levaria o prêmio como diretor. Contudo, com a ascensão de Sam Mendes, que venceu o DGA, o prêmio de Roteiro Original foi a forma encontrada para que Bong Joon Ho não saísse da noite sem nenhum prêmio individual (o Oscar de Filme Internacional seria para a Coréia do Sul). Essa tendência começou no sindicato de Roteiristas (WGA) e perdurou até o BAFTA.

Retiraríamos o roteiro previsível e repleto de artifícios de 1917 e colocaríamos o roteiro da comédia juvenil Fora de Série (Booksmart). Temos certeza de que, assim como os filmes de terror, os filmes teenagers sofrem enorme preconceito da Academia, que enxerga o filme de estréia de Olivia Wilde como uma comédia bobinha.

Se houvesse uma surpresa na categoria, seria bacana ver Rian Johnson subir ao palco pelo roteiro de Entre Facas e Segredos. Ele ressuscita o subgênero do “Quem Matou?” com muita elegância e humor. E seria bacana pra mostrar à Disney que Johnson é bom demais pra Star Wars.

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO

  • O Irlandês, Steven Zaillian
  • Jojo Rabbit, Taika Waititi
  • Coringa, Todd Phillips, Scott Silvers
  • Adoráveis Mulheres, Greta Gerwig
  • Dois Papas, Anthony McCarten

DEVE GANHAR: Taika Waititi (Jojo Rabbit)
DEVERIA GANHAR: Steven Zaillian (O Irlandês)
SE ROLAR, É ZEBRA: Anthony McCarten (Dois Papas)

NÃO RECEBEU O CONVITE: J.C. Lee e Julius Onah (Luce)

jojo rabbit 2

Roteiro Adaptado para Jojo Rabbit, que venceu o BAFTA e o WGA (pic by OutNow.CH)

Até pouco tempo atrás, nossa aposta segura para Roteiro Adaptado era Greta Gerwig, mas depois do WGA e BAFTA concederem o prêmio para Taika Waititi, temos nossas dúvidas. Além dos prêmios, se Taika perder, existe um sério risco de Jojo Rabbit não levar nada na noite, enquanto Adoráveis Mulheres, já tem um Oscar praticamente garantido de Figurino. Claro que não é a mesma coisa, mas deixaria de ser um filme indicado ao Oscar para ser um filme vencedor do Oscar.

Por outro lado, existe toda uma política para que Greta vença como Roteiro Adaptado. Primeiramente, depois dos protestos sobre a ausência de mulheres na categoria de Direção, muitos votantes se sentiram obrigados a “compensar” isso ao elegê-la como a melhor roteirista. Mas claro que essa estratégia não tem nada combinado oficialmente, ainda mais numa instituição com cerca de 8 mil membros. Será que a maioria das mulheres vai realmente votar em Greta Gerwig? Até o momento, seu filme passa longe de ser uma unanimidade no quesito roteiro…

MELHOR FOTOGRAFIA

  • O Irlandês, Rodrigo Prieto
  • Coringa, Lawrence Sher
  • O Farol, Jarin Blaschke
  • 1917, Roger Deakins
  • Era Uma Vez em… Hollywood, Robert Richardson

DEVE GANHAR: Roger Deakins (1917)
DEVERIA GANHAR: Roger Deakins (1917) ou Jarin Blaschke (O Farol)
SE ROLAR, É ZEBRA: Rodrigo Prieto (O Irlandês)

NÃO RECEBEU O CONVITE: Phedon Papamichael (Ford Vs Ferrari), Jasper Wolf (Monos)

038

Roger Deakins em set de 1917 com uma equipe de filmagem maior que muito elenco (pic by OutNow.CH)

Se fotografia fosse apenas iluminação e enquadramento, este Oscar seria de Jarin Blaschke. Num preto-e-branco soberbo, com formato praticamente quadrado, sua fotografia ajuda a situar e narrar a história dos dois marinheiros em O Farol. Mas quando entra o quesito movimento de câmera também, Roger Deakins mostra porque é o melhor diretor de fotografia vivo.

Em seu trabalho, temos beleza plástica, com cores e enquadramentos, movimentação de todos os tipos, e com gruas especiais. É uma fotografia extremamente pensada, planejada e executada à perfeição. Deakins prova para todos os outros diretores de fotografia que ele ainda consegue se superar. Segundo Oscar merecidíssimo.

MELHOR MONTAGEM

  • Ford Vs Ferrari, Andrew Buckland e Michael McCusker
  • O Irlandês, Thelma Schoonmaker
  • Jojo Rabbit, Tom Eagles
  • Coringa, Jeff Groth
  • Parasita, Jinmo Yang

DEVE GANHAR: Parasita
DEVERIA GANHAR: Parasita
SE ROLAR, É ZEBRA: Coringa

NÃO RECEBEU O CONVITE: Benny Safdie e Ronald Bronstein (Joias Brutas)

Parasite 3

O plano do pêssego exemplifica o melhor da montagem de Parasita (pic by IMDb)

Com um roteiro bastante preciso como o de Parasita, fica um pouco mais fácil observar o trabalho de montagem de Jinmo Yang, que entrelaça linhas temporais com cortes sutis. Na sequência do plano do pêssego, vemos como a montagem funciona à perfeição.

O trabalho de montagem de Thelma Schoonmaker em O Irlandês deve ter sido o mais trabalhoso. Pra chegar num corte final de três horas e meia, imaginamos o quanto de material bruto ela não teve que lapidar. Com a edição dela, a duração do filme parece cair uma hora. Mas pra muitos, aquela meia hora final ficou um pouco arrastada.

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE

  • O Irlandês, Bob Shaw e Regina Graves
  • Jojo Rabbit, Ra Vincent e Nora Sopková
  • 1917, Dennis Gassner e Lee Sandales
  • Era Uma Vez em… Hollywood, Barbara Ling e Nancy Haigh
  • Parasita, Lee Ha Jun e Cho Won Woo

DEVE GANHAR: Era Uma Vez em… Hollywood
DEVERIA GANHAR: Parasita
SE ROLAR, É ZEBRA: O Irlandês

NÃO RECEBEU O CONVITE: Dor e Glória, Midsommar

Once Upon 3

Cena entre Brad Pitt e Leo DiCaprio em Era Uma Vez em… Hollywood com a direção de arte de Barbara Ling (pic by OutNow.CH)

Claro que é muito nítido o trabalho de recriação de direção de arte de Era Uma Vez em… Hollywood, pois a Los Angeles volta para o final dos anos 60, e temos o estúdio de cinema em que o protagonista, vivido por Leonardo DiCaprio, atua num western.

Apesar da mansão da família Park ser um personagem à parte, o trabalho de direção de arte de Parasita é muito sutil no bairro mais humilde da família Kim. Fazer com que tudo pareça locação é uma tarefa mais complicada, ainda mais quando há uma enchente.

MELHOR FIGURINO

  • O Irlandês, Christopher Peterson e Sandy Powell
  • Jojo Rabbit, Mayes C. Rubeo
  • Coringa, Mark Bridges
  • Adoráveis Mulheres, Jacqueline Durran
  • Era Uma Vez em… Hollywood, Arianne Phillips

DEVE GANHAR: Adoráveis Mulheres
DEVERIA GANHAR: Adoráveis Mulheres
SE ROLAR, É ZEBRA: O Irlandês

NÃO RECEBEU O CONVITE: Midsommar, Meu Nome é Dolemite, Rocketman

Little W

A típica cena pra garantir uma indicação ao Oscar de figurino em Adoráveis Mulheres (pic by OutNow.CH)

Não sei o que houve nessa categoria. Tudo bem, entendemos que os uniformes dos nazistas em Jojo Rabbit passaram por modificações para se adequarem ao ponto de vista infantil do protagonista, mas nos parece um exagero toda essa atenção.

O próprio trabalho de figurino de Jacqueline Durran em Adoráveis Mulheres não é dos melhores. Ele se destaca por ser de época, mas de longe, parece meio genérico. Citamos aí acima três trabalhos melhores de figurino que esqueceram de indicar nesta categoria. O comitê de Figurinistas da Academia, que seleciona os indicados, pisaram feio na bola este ano.

MELHOR MAQUIAGEM E CABELO

  • O Escândalo, Kazu Hiro, Anne Morgan e Vivian Baker
  • Coringa, Nicki Ledermann e Kay Georgiou
  • Judy: Muito Além do Arco-Íris, Jeremy Woodhead
  • Malévola: Dona do Mal, Paul Gooch, Arjen Tuiten e David White
  • 1917, Naomi Donne, Tristan Versluis e Rebecca Cole

DEVE GANHAR: O Escândalo
DEVERIA GANHAR: O Escândalo
SE ROLAR, É ZEBRA: Malévola: Dona do Mal

NÃO RECEBEU O CONVITE: Rocketman

Bombshell

Charlize Theron e John Lithgow em cena de O Escândalo (pic by OutNow.CH)

Esta é a primeira vez na história que a categoria possui 5 indicados, mas mesmo assim está difícil selecionar um que realmente mereça o prêmio. A maquiagem de Kazu Hiro em O Escândalo é a que mais chamou a atenção até o momento pela transformação de Charlize Theron na âncora da Fox News Megyn Kelly. O rosto da atriz passou por algumas técnicas para abaixar a linha dos olhos dela e uso de prótese. Se for pra premiar com o Oscar quem deixou a Charlize Theron estranha à perfeição, deveriam ter dado o Oscar para o maquiador de Monster (2003).

No campo da sutileza, preferimos o trabalho de maquiagem em Renée Zellweger para se tornar Judy Garland. São alguns detalhes que fizeram toda a diferença.

MELHOR TRILHA MUSICAL ORIGINAL

  • Coringa, Hildur Guðnadóttir
  • Adoráveis Mulheres, Alexandre Desplat
  • História de um Casamento, Randy Newman
  • 1917, Thomas Newman
  • Star Wars: A Ascensão Skywalker, John Williams

DEVE GANHAR: Coringa
DEVERIA GANHAR: Coringa
SE ROLAR, É ZEBRA: Star Wars: A Ascensão Skywalker

NÃO RECEBEU O CONVITE: Michael Abels (Nós), Daniel Lopatin (Jóias Brutas), Dan Levy (Perdi Meu Corpo), Mica Levi (Monos)

Joker

A cena de transformação no banheiro elevada pela trilha musical (pic by OutNow.CH)

É triste vermos um bom compositor como Thomas Newman indicado 15 vezes sem nunca ter levado o Oscar. Será mesmo que nas 15 vezes ele não merecia? Em nossa opinião, o melhor trabalho dele foi em Beleza Americana, sua 4ª indicação. O que prejudicou um pouco sua campanha foi o destaque que Sam Mendes deu à música em determinadas cenas, fazendo soar como um mero artifício emocional.

Por outro lado, a trilha de Hildur Guðnadóttir consegue crescer com o filme Coringa, e colabora demais com a atuação de seu protagonista Arthur Fleck (Joaquin Phoenix), exemplificada na cena do banheiro (ouça um pouco em nosso podcast!).

E apesar de gostarmos das trilhas de John Williams e Randy Newman, consideramos outras opções como Michael Abels em Nós e Daniel Lopatin em Joias Brutas.

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL

  • “I Can’t Let You Throw Yourself Away”, Toy Story 4 (escrita por Randy Newman)
  • “I’m Gonna Love Again”, Rocketman (escrita por Elton John e Bernie Taupin)
  • “I’m Standing With You”, Superação: O Milagre da Fé (escrita por Diane Warren)
  • “Into the Unknown”, Frozen 2 (escrita por Kristen Anderson-Lopez e Robert Lopez)
  • “Stand Up”, Harriet (escrita por Cynthia Erivo e Joshuah Brian Campbell)

DEVE GANHAR: “I’m Gonna Love Me Again”(Rocketman)
DEVERIA GANHAR: “I’m Gonna Love Me Again”(Rocketman)
SE ROLAR, É ZEBRA: “I Can’t Let You Throw Yourself Away”(Toy Story 4)

NÃO RECEBEU O CONVITE: “Glasgow (No Place Like Home)” de As Loucuras de Rose

rocketman

Taron Egerton em cena de Rocketman, indicado a Melhor Canção Original (pic by OutNow.CH)

O Oscar de Melhor Canção para Toy Story 3 já havia sido um pouco exagerado, pois se parecia com a canção do primeiro filme, mas naquele ano, a concorrência estava abaixo da média. Portanto, não entendemos a indicação da canção desse Toy Story 4… que poderia ter cedido espaço para a canção de As Loucuras de Rose, e de quebra dar aquela força para a atriz Jessie Buckley, que canta a canção na última sequência do filme.

Apesar da força da canção “Stand Up” de Harriet, e toda a polêmica envolvendo a recusa de Cynthia Erivo cantar no BAFTA em protesto, acreditamos que a Academia prefere Elton John levando seu segundo Oscar da carreira por seu filme autobiográfico Rocketman.

MELHOR MIXAGEM DE SOM

  • Ad Astra, Gary Rydstrom, Tom Johnson e Mark Ulano
  • Ford Vs Ferrari, Paul Massey, David Giammarco, Steven Morrow
  • Coringa, Tom Ozanich, Dean A. Zupancic e Tod A. Maitland
  • 1917, Mark Taylor e Stuart Wilson
  • Era Uma Vez em… Hollywood, Michael Minkler, Christian P. Minkler e Mark Ulano

DEVE GANHAR: Ford vs Ferrari
DEVERIA GANHAR: 1917
SE ROLAR, É ZEBRA: Coringa

NÃO RECEBEU O CONVITE: Vingadores: Ultimato

Ford v Ferrari

Christian Bale e Matt Damon em Ford vs Ferrari (pic by OutNow.CH)

Pra quem conferiu Ford vs Ferrari numa boa sala de cinema, sabe que o som te transporta diretamente para os autódromos das corridas. Embora o filme tenha boas chances de levar o Oscar de Montagem, acreditamos que se o filme da Disney/Fox levar um Oscar, este será de Melhor Som.

MELHORES EFEITOS SONOROS

  • Ford Vs Ferrari, Donald Sylvester
  • Coringa, Alan Robert Murray
  • 1917, Oliver Tarney, Rachael Tate
  • Era Uma Vez em… Hollywood, Wylie Stateman
  • Star Wars: A Ascensão Skywalker, Matthew Wood, David Acord

DEVE GANHAR: 1917
DEVERIA GANHAR: 1917
SE ROLAR, É ZEBRA: Star Wars: A Ascensão Skywalker

NÃO RECEBEU O CONVITE: John Wick 3: Parabellum

1917

Sequência da trincheira em 1917 (pic by OutNow.CH)

Dunkirk, Mad Max: Estrada da Fúria e Sniper Americano são alguns dos últimos vencedores desta categoria. Se você ouvir muitos tiros ou explosões no filme, aposte suas fichas neste filme.  No caso, os melhores efeitos foram de 1917. Pra quem conseguiu conferir o filme numa sala de cinema com sistema de som profissional como o THX, com certeza pulou da poltrona a cada tiro (como eu e o senhor do meu lado fizemos).

MELHORES EFEITOS VISUAIS

  • Vingadores: Ultimato, Dan DeLeeuw, Russell Earl, Matt Aitken e Daniel Sudick
  • O Irlandês, Pablo Helman, Leandro Estebecorena, Nelson Sepulveda, Stephen Grabli
  • O Rei Leão, Robert Legato, Adam Valdez, Andrew R. Jones, Elliot Newman
  • 1917, Guillaume Rocheron, Greg Butler, Dominic Tuohy
  • Star Wars: A Ascensão Skywalker, Neal Scanlan, Patrick Tubach, Dominic Tuohy e Roger Guyett

DEVE GANHAR: 1917
DEVERIA GANHAR: O Rei Leão
SE ROLAR, É ZEBRA: Star Wars: A Ascensão Skywalker

NÃO RECEBEU O CONVITE: Alita: Anjo de Combate

1917 VFX

Os bonecos de corpos em decomposição fazem parte dos efeitos visuais, além das transições sutis de cortes de 1917 (pic by OutNow.CH)

Acho que a Academia mudou um pouco o perfil dos vencedores desta categoria. Antes, tudo que saltava aos olhos ganhava o Oscar de Efeitos Especiais. Hoje eles buscam um perfil mais discreto e mais eficiente para a narrativa, como os últimos vencedores Ex-Machina e O Primeiro Homem. Então, nesse aspecto, 1917 tem as maiores chances de vitória, embora os efeitos de O Rei Leão serem impressionantes pelo realismo dos animais.

MELHOR DOCUMENTÁRIO

  • Indústria Americana, Steven Bognar, Julia Reichert e Jeff Reichert
  • The Cave, Feras Fayyad, Kirstine Barfod e Sigrid Dyekjær
  • Democracia em Vertigem, Petra Costa, Joanna Natasegara, Shane Boris e Tiago Pavan
  • For Sama, Waad Al-Kateab e Edward Watts
  • Honeyland, Ljubomir Stefanov, Tamara Kotevska e Atanas Georgiev

DEVE GANHAR: Honeyland
DEVERIA GANHAR: Honeyland
SE ROLAR, É ZEBRA: The Cave

NÃO RECEBEU O CONVITE: Apollo 11, One Child Nation, Virando a Mesa do Poder

Honeyland

Cenas belíssimas de Honeyland e sua narrativa ficcional (pic by OutNow.CH)

Todos retratam e analisam muito bem suas temáticas aqui, sem sombra de dúvidas. Porém, Honeyland faz isso com beleza plástica (a fotografia, que levou três anos, ganhou o prêmio Spotlight do sindicato de diretores de fotografia) e ainda aplica uma narrativa que beira a ficção para analisarmos como o Capitalismo é destrutivo no ecossistema.

Mas se o Oscar considerar que um voto para Indústria Americana for um voto para os Obamas, que produziram este documentário, então teremos a produção da Netflix vencendo aqui.

MELHOR DOCUMENTÁRIO-CURTA

  • In the Absence, Seung-jun Yi e Gary Byung-Seok Kam
  • Learning to Skateboard in a Warzone (If You’re a Girl), Carol Dysinger e Elena Andreicheva
  • A Vida em Mim, Kristine Samuelson, John Haptas
  • St. Louis Superman, Sami Khan, Smriti Mundhra
  • Walk Run Cha-Cha, Laura Nix, Colette Sandstedt

DEVE GANHAR: Learning to Skateboard in a Warzone (If You’re a Girl)
DEVERIA GANHAR: In the Absence
SE ROLAR, É ZEBRA: A Vida em Mim

Learning to Skateboard

Cena de Learning to Skateboard in a War Zone (If You’re a Girl). Pic by IMDb

Crianças oprimidas por uma dura realidade é um prato cheio nesta categoria, e um voto da Academia é considerado um apoio às causas humanitárias. Além disso, o BAFTA e o Festival de Tribeca já premiaram este curta há pouco tempo.

O retrato de uma tragédia nos mares da Coréia do Sul expõe uma grande insatisfação com o governo e sua burocracia estúpida no ótimo documentário In the Absence, que pode surpreender aqui.

MELHOR CURTA-METRAGEM

  • Brotherhood, Meryam Joobeur e Maria Gracia Turgeon
  • Nefta Football Club, Yves Piat e Damien Megherbi
  • The Neighbors’ Window, Marshall Curry
  • Saria, Bryan Buckley e Matt Lefebvre
  • A Sister, Delphine Girard

DEVE GANHAR: The Neighbors’Window
DEVERIA GANHAR: Brotherhood
SE ROLAR, É ZEBRA: Saria

My Neighbors window

My Neighbors’ Window (pic by IMDb)

Brotherhood tem a história mais intensa dos cinco indicados e também é o mais bem filmado. Porém, em se tratando de curtas, o pessoal da Academia curte bastante uma virada com tom de moral no final. Basta lembrarmos do último vencedor da categoria Skin, para votarmos em My Neighbors’ Window.

MELHOR CURTA DE ANIMAÇÃO

  • Dcera (Daughter), Daria Kashcheeva
  • Hair Love, Matthew A. Cherry, Karen Rupert Toliver
  • Kitbull, Rosana Sullivan e Kathryn Hendrickson
  • Mémorable, Bruno Collet e Jean-François Le Corre
  • Sister, Siqi Song

DEVE GANHAR: Hair Love
DEVERIA GANHAR: Mémorable
SE ROLAR, É ZEBRA: aqui qualquer um pode ganhar

Hair Love

Curta de animação Hair Love com a dublagem de Issa Rae (pic by IMDb)

Alguns preconceitos nesta categoria ainda perduram. Muitos consideram que a melhor animação é aquela mais colorida e fofinha, de preferência com personagens infantis ou animais. Por isso mesmo, consideramos Hair Love e KitBull como os favoritos. Não que sejam necessariamente inferiores, mas pra quem viu Mémorable, sabe que ali tem qualidade técnica impressionante e emoções mais sutis.

MELHOR LONGA DE ANIMAÇÃO

  • Como Treinar o seu Dragão 3 (How to Train Your Dragon: The Hidden World), Dean DeBlois, Bradford Lewis e Bonnie Arnold
  • Perdi Meu Corpo (J’ai Perdu Mon Corps), Jérémy Clapin e Marc Du Pontavice
  • Klaus (Klaus), Sergio Pablos, Jinko Gotoh e Marisa Roman
  • Link Perdido (Missing Link), Chris Butler, Arianne Sutner e Travis Knight
  • Toy Story 4 (Toy Story 4), Josh Cooley, Mark Nielsen e Jonas Rivera

DEVE GANHAR: Klaus
DEVERIA GANHAR: Klaus
SE ROLAR, É ZEBRA: Como Treinar o seu Dragão 3

NÃO RECEBEU O CONVITE: O Tempo com Você, de Makoto Shinkai

Klaus

Cena de Klaus, da Netflix (pic by OutNow.CH)

Você sabia que um 2/3 dos 19 Oscars de Animação foi pra Disney ou Pixar? Claro que a maioria desses prêmios foi super merecida como Os Incríveis, Ratatouille e Wall-E, mas nem sempre eles entregam o melhor trabalho de animação. Neste ano, a Disney veio de Frozen 2, e a Pixar de Toy Story 4, duas sequências de franquias.  E a má recepção da sequência de Frozen a tirou da disputa.

Klaus pode não ser um trabalho formidável, principalmente em termos de criatividade no roteiro, mas ele emociona tão bem quanto os melhores trabalhos da Pixar. E o BAFTA e o Annie Awards concordam com isso, tanto que deram o prêmio de animação para Klaus. Um Oscar para Klaus definitivamente colocaria a Netflix no mapa da animação.

MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA

  • Corpus Christi – POLÔNIA
  • Honeyland – MACEDÔNIA DO NORTE
  • Os Miseráveis (Les Miserábles) – FRANÇA
  • Dor e Glória (Dolor y GLoria) – ESPANHA
  • Parasita (Gisaengchung) – CORÉIA DO SUL

DEVE GANHAR: Parasita
DEVERIA GANHAR: Parasita
SE ROLAR, É ZEBRA: Corpus Chisti

NÃO RECEBEU O CONVITE: Monos (Colômbia)

Parasite_Filmstill1

Cena do WiFi de Parasita (Pic by CineImage.ch)

Ao lado do prêmio para Joaquin Phoenix como Melhor Ator, este prêmio de Melhor Filme Internacional é daqueles com 99,99% de certeza para o filme sul-coreano. Claro que o filme de Almodóvar, Dor e Glória, é belo e poético, mas é inegável a unanimidade de Parasita nesta categoria desde sua vitória da Palma de Ouro em Cannes. Esta é a primeira indicação para a Coréia do Sul e tudo leva a crer que será de cara a primeira vitória também.

Mais do que uma simples vitória de Oscar, Parasita conseguiu o feito de puxar o olhar do mundo para o cinema de seu país, que vinha de uma ascensão desde o início dos anos 2000 com filmes como OldBoy (2003), Casa Vazia (2004), O Hospedeiro (2006), A Criada (2016) e Em Chamas (2018).

É uma pena que não houve espaço para um filme da América da Latina, especialmente da Colômbia, que também está em franca ascensão com os filmes de Ciro Guerra, e agora Alejandro Landes e seu sufocante Monos.


A 92ª cerimônia do Oscar acontece a partir das 22h na TNT e… no GloboPlay, e sei lá quando depois do BBB na Globo.

‘A DESPEDIDA’ CONQUISTA o INDEPENDENT SPIRIT AWARD. A24 ACUMULA SETE PRÊMIOS

lulu_wang_adam_sandler_renee_zellweger_and_noah_baumbach_split

Vencedores do Independent Spirit: Melhor Filme para A Despedida (Lulu Wang), Ator para Adam Sandler, Atriz para Renée Zellweger e Roteiro para Noah Baumbach. Pic montage by The Hollywood Reporter.

CONSIDERADO UM DOS FILMES MAIS QUERIDOS DA TEMPORADA, FILME DE LULU WANG GANHA SEU PRÊMIO MAIS RELEVANTE

A 35ª edição do Independent Spirit Awards foi transmitida ao vivo pelo Twitter, no perfil da @FilmIndependent – Aprendam isso, Oscar e Globo de Ouro! Pô, em pleno ano de 2020, ainda precisarmos depender de TV à cabo pra ver premiação?? É uma pena que a campanha publicitária do evento foi péssima, ninguém sabia que o a premiação seria transmitida ao vivo online. Nós só soubemos de última hora da transmissão porque fuçamos a internet! E aí, os resultados disso em números: cerca de 2.500 a 3.000 espectadores via streaming… Um número extremamente ridículo!!!!! Não pagou nem a comida de uma das 200 mesas dos artistas! Ou eles investem pesado em publicidade ano que vem, ou vão ter que voltar à TV tradicional…

A premiação contou com Aubrey Plaza como hostess – aprendam isso, Oscar!! E pela segunda vez consecutiva, ela deixou tudo mais leve e descontraído. Uma de suas melhores idéias foi trazer o personagem “Mark, o chefe cuzão comendo sanduíche” de As Golpistas para ser o ajudante de palco. E o bacana é que ele permanece no papel durante todo o show, comendo um sanduíche com uma mão e a outra direcionando os vencedores aos bastidores.

Aubrey Plaza

“Mark, o chefe cuzão que come sanduíche” em As Golpistas como assistente de palco e a hostess Aubrey Plaza (pics by The Hollywood Reporter)

Bom, com a redução de orçamento de várias produções em Hollywood nas últimas décadas, muitos filmes que foram premiados no Independent acabavam premiados também no Oscar,  como Corra!, Moonlight e Spotlight, fazendo com que o Independent se tornasse uma prévia do Oscar. Porém, os organizadores não queriam essa relação muito próxima, pois as produções realmente pequenas e singelas estavam ficando de fora, então eles decidiram dar mais atenção a produções pouco conhecidas e prestigiá-las.

Dentre alguns desses filmes menores estão Driveways, Colewell, Give me Liberty, Waves, Burning Cane e o ótimo Luce, títulos que a grande maioria sequer ouviu falar. E a gente aplaude essa postura do Independent Spirit, que se mantém firme no seu objetivo de reconhecer novos talentos e produções pequenas, e fortalece sua personalidade como um prêmio único. Exatamente o oposto que o BAFTA fez. Antigamente, o prêmio da Academia britânica poderia não ter muita audiência e nem contar com tantas celebridades, mas ele premiava outros filmes igualmente interessantes como Ou Tudo ou Nada, Razão e Sensibilidade e Sociedade dos Poetas Mortos. Lembram? Bons tempos…

Bom, A Despedida foi o grande vencedor da noite, ganhando Melhor Atriz Coadjuvante para Zhao Shuzhen, que não compareceu à festa porque a China fechou todas as fronteiras por causa do coronavírus, e Melhor Filme, que se tornou a maior surpresa da cerimônia. (Esperamos que haja uma boa surpresa amanhã também no Oscar nesta categoria…). Tem gente que gosta mais, e tem gente que gosta menos do filme de Lulu Wang, ou seja, ninguém realmente odeia o filme. E esta prêmio de Melhor Filme cai bem pra coroar uma boa temporada, que tinha seu único auge na premiação de Awkwafina no Globo de Ouro. Vemos problemas no roteiro, principalmente no que diz respeito à passividade de alguns personagens, mas trata-se de um filme que carrega muito humanismo; e dialoga bem com a questão das diferenças culturais numa época xenofóbica.

Apesar de não ter saído com o maior prêmio da noite, Joias Brutas conquistou o maior número de prêmios, três no total: Direção (aliás, os irmãos Benny e Josh Safdie são profundos conhecedores de cinema e a química deles é hilária), Montagem e Ator para Adam Sandler, que em seu discurso acalorado falou: “Que premiem os belos amanhã (no Oscar)! Um dia essa beleza acaba, e o que fica é a personalidade do Independent Spirit!”. Disponível na Netflix, Joias Brutas foi um dos melhores filmes de 2019, contando com um ritmo frenético em todos os departamentos, especialmente nesses premiados. Pena que não teremos a chance de ver nos cinemas…

2020 Film Independent Spirit Awards  - Show

Ao receberem o prêmio de direção, os irmãos Safdie começaram dois discursos em paralelo (pic by The Hollywood Reporter)

E a grande vencedora da noite na verdade foi a A24! Essa produtora independente que começou há oito anos, e tem buscado originalidade e inovação, duas coisas que estão extremamente em falta no mercado Hollywoodiano. Premiar A Despedida e Joias Brutas nas principais categorias significa que a ala independente tem essa mesma visão da A24 de apostar e se arriscar mais com filmes de temáticas e técnicas diferentes. Também da produtora, O Farol recebeu os prêmios de Ator Coadjuvante para Willem Dafoe (que merecia ter sido indicado ao Oscar) e Melhor Fotografia (a única indicação do filme ao Oscar).

Willem Dafoe

Willem Dafoe recebendo seu segundo Independent Spirit por O Farol. O primeiro ele ganhou em 2001 por A Sombra do Vampiro. Pic by Just Jared

 

Sobre diversidade, duas coisas bacanas no Independent Spirit: a categoria de Direção contou com duas mulheres (Alma Har’el e Lorene Scafaria) e um negro (Julius Onah, que aliás, dirigiu o ótimo filme Luce, que se aprofunda bem na questão do racismo).  E a categoria de Atriz Coadjuvante, pela primeira vez na história, contou apenas com atrizes de cor (que não são brancas). Tivemos Jennifer Lopez, Taylor Russell, Octavia Spencer, Lauren ‘Lolo’ Spencer e a vencedora Zhao Shuzhen.

Enfim, dois recados muito bem dados com esses resultados: somos inclusivos e queremos criatividade! Parabéns ao Independent Spirit Awards!

Agora, no quesito corrida ao Oscar, favoritismos confirmados: Renée Zellweger como Melhor Atriz por Judy (a mulher bateu 5 concorrentes!), e Parasita como Filme Internacional. Destacamos a premiação da comédia Fora de Série como Melhor Filme de Estréia, e o prêmio especial para a diretora Kelly Reichardt, uma cineasta fantástica que merece mais atenção.

VENCEDORES DO 35º INDEPENDENT SPIRIT AWARDS :

MELHOR FILME
* UMA VIDA OCULTA (A HIDDEN LIFE)
* CLEMENCY
* A DESPEDIDA (THE FAREWELL)
* HISTÓRIA DE UM CASAMENTO (MARRIAGE STORY)
* JOIAS BRUTAS (UNCUT GEMS)

MELHOR DIREÇÃO
* Robert Eggers – O FAROL
* Alma Har’el – HONEY BOY
* Julius Onah – LUCE
* Benny Safdie, Josh Safdie – JOIAS BRUTAS
* Lorene Scafaria – HUSTLERS

MELHOR ATOR
* Chris Galust – GIVE ME LIBERTY
* Kelvin Harrison – Jr., LUCE
* Robert Pattinson – O FAROL
* Adam Sandler – JOIAS BRUTAS
* Matthias Schoenaerts – THE MUSTANG

MELHOR ATRIZ
* Karen Allen – COLEWELL
* Hong Chau – DRIVEWAYS
* Elisabeth Moss – HER SMELL
* Mary Kay Place – A VIDA DE DIANE
* Alfre Woodard – CLEMENCY
* Renée Zellweger – JUDY: MUITO ALÉM DO ARCO-ÍRIS

MELHOR ATOR COADJUVANTE
* Willem Dafoe – O FAROL
* Noah Jupe – HONEY BOY
* Shia Labeouf – HONEY BOY
* Jonathan Majors – THE LAST BLACK MAN IN SAN FRANCISCO
* Wendell Pierce – BURNING CANE

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
* Jennifer Lopez – AS GOLPISTAS
* Taylor Russell – WAVES
* Zhao Shuzhen – A DESPEDIDA
* Lauren “Lolo” Spencer – GIVE ME LIBERTY
* Octavia Spencer – LUCE

MELHOR ROTEIRO
* Noah Baumbach – HISTÓRIA DE UM CASAMENTO
* Jason Begue, Shawn Snyder – TO DUST
* Ronald Bronstein, Benny Safdie, Josh Safdie – JOIAS BRUTAS
* Chinonye Chukwu – CLEMENCY
* Tarell Alvin Mccraney – HIGH FLYING BIRD

MELHOR FOTOGRAFIA
* Todd Banhazl – AS GOLPISTAS
* Jarin Blaschke – O FAROL
* Natasha Braier – HONEY BOY
* Chananun Chotrungroj – THE THIRD WIFE
* Pawel Pogorzelski – MIDSOMMAR

MELHOR MONTAGEM
* Julie Béziau – THE THIRD WIFE
* Ronald Bronstein, Benny Safdie – JOIAS BRUTAS
* Tyler L. Cook – SWORD OF TRUST
* Louise Ford – O FAROL
* Kirill Mikhanovsky – GIVE ME LIBERTY

MELHOR FILME INTERNACIONAL
* A VIDA INVISÍVEL, Brasil
* LES MISERÁBLES, França
* PARASITA, Coréia do Sul
* RETRATO DE UMA JOVEM EM CHAMAS, França
* RETABLO, Peru
* THE SOUVENIR, Reino Unido

MELHOR FILME DE ESTREANTE
* FORA DE SÉRIE (BOOKSMART)
* THE CLIMB
* A VIDA DE DIANE
* THE LAST BLACK MAN IN SAN FRANCISCO
* THE MUSTANG
* SEE YOU YESTERDAY

MELHOR ROTEIRO DE ESTREANTE
* Fredrica Bailey, Stefon Bristol – SEE YOU YESTERDAY
* Hannah Bos, Paul Thureen – DRIVEWAYS
* Bridget Savage Cole, Danielle Krudy – BLOW THE MAN DOWN
* Jocelyn Deboer, Dawn Luebbe – GREENER GRASS
* James Montague, Craig W. Sanger – THE VAST OF NIGHT

MELHOR DOCUMENTÁRIO
* AMERICAN FACTORY
* APOLLO 11
* FOR SAMA
* HONEYLAND
* ISLAND OF THE HUNGRY GHOSTS

PRÊMIO JOHN CASSAVETES (para produções abaixo de 500 mil dólares)
* BURNING CANE
* COLEWELL
* GIVE ME LIBERTY
* PREMATURE
* WILD NIGHTS WITH EMILY

PRÊMIO SOMEONE TO WATCH
* Rashaad Ernesto Green – PREMATURE
* Ash Mayfair – THE THIRD WIFE
* Joe Talbot – THE LAST BLACK MAN IN SAN FRANCISCO

PRÊMIO TRUER THAN FICTION
* Khalik Allah – BLACK MOTHER
* Davy Rothbart – 17 BLOCKS
* Nadia Shihab – JADDOLAND
* Erick Stoll & Chase Whiteside – AMÉRICA

PRÊMIO ROBERT ALTMAN
HISTÓRIA DE UM CASAMENTO – Noah Baumbach, Douglas Aibel, Francine Maisler, Alan Alda, Laura Dern, Adam Driver, Julie Hagerty, Scarlett Johansson, Ray Liotta, Azhy Robertson, Merritt Wever

BONNIE AWARD
Kelly Reichardt

‘ADORÁVEIS MULHERES, ‘1917’ e ‘PARASITA’ são INDICADOS pelo WGA

Design sem nome (7).jpg

Roteiro Original

REGULAMENTO EXCLUI TARANTINO, MAS REPÕE COM UMA BOA SURPRESA

O Sindicato de Roteiristas anunciou nesta segunda-feira, dia 06, os seus indicados para as três categorias de cinema: Roteiro Original, Roteiro Adaptado e Roteiro de Documentário.

Para quem ainda não está familiarizado, o Writers Guild of America (WGA) é aquele sindicato mais chatinho e inflexível de todos, pois tem uma bíblia de restrições no regulamento. Então, sempre existe uma lista de produções que são desqualificadas da disputa, que este ano incluem: The Farewell, Clemency, Waves, Dor e Glória, Era Uma Vez em… Hollywood e Toy Story 4.

Mas aí você vai perguntar: “Por que excluir todo esse povo?” Bom, até onde sabemos, o sindicato não reconhece roteiros de animações. Pois é, ridículo. É como se o sindicato considerasse animações desenhos animados para crianças e que não precisam de qualquer esforço para escrever. E ele também têm a regra de disputar apenas quem é filiado ao sindicato, ou seja, o roteirista deverá pagar taxas e cumprir uma série de regras. Nesse quesito, sabemos que Quentin Tarantino definitivamente não é um membro do sindicato, MAS mesmo assim, continua sendo indicado ao Oscar, como deve ser este ano também, e isso não o impede de ganhar o prêmio da Academia. Isso acaba desestimulando outros roteiristas a fazerem o mesmo.

Claro, o sindicato procura valorizar sua própria instituição, mas se continuar nesse ritmo, muitas produções vão ficar de fora dessa competição e a tendência é que o o prêmio perca seu peso na temporada. Sei lá, poderiam ceder um pouco e conciliar com os roteiristas que não são membros e, claro, criar uma categoria específica para Animações! Quantos bons roteiros não estão recebendo o devido reconhecimento? Este ano mesmo foi um ano péssimo para a criatividade nas animações com uma série de sequências e remakes. Se houvesse a categoria, e os filmes da Disney e Pixar ficassem de fora, seria um belo puxão de orelha.

Bom, sem mais delongas, os indicados deste ano:

ROTEIRO ORIGINAL

  • 1917, de Sam Mendes e Krysty Wilson-Cairns
  • Fora de Série (Booksmart), de Emily Halpern, Sarah Haskins, Susanna Fogel e Katie Silberman
  • Entre Facas e Segredos (Knives Out), de Rian Johnson
  • História de um Casamento (Marriage Story), de Noah Baumbach
  • Parasita (Parasite), de Bong Joon Ho e Han Jin Won

ROTEIRO ADAPTADO

  • Um Lindo Dia na Vizinhança (A Beautiful Day in the Neighborhood), de Micah Fitzerman-Blue e Noah Harpster – inspirado no artigo “Can You Say… Hero?”, por Tom Junod
  • O Irlandês (The Irishman), de Steven Zaillian – baseado no livro “I Heard You Paint Houses”, de Charles Brandt
  • Jojo Rabbit, de Taika Waititi – baseado no livro “Caging Skies”, de Christine Leunens
  • Coringa (Joker), de Todd Phillips e Scott Silver – baseado nos personagens da DC Comics
  • Adoráveis Mulheres (Little Women), de Greta Gerwig – baseado no romance de Louisa May Alcott

ROTEIRO DE DOCUMENTÁRIO

  • Citizen K, de Alex Gibney
  • Foster, de Mark Jonathan Harris
  • The Inventor: Out for Blood in Silicon Valley, de Alex Gibney
  • Joseph Pulitzer: Voice of the People, de Robert Seidman e Oren Rudavsky
  • The Kingmaker, de Lauren Greenfield

Um dia após faturar dois Globos de Ouro, incluindo de Melhor Filme, 1917 recebe outro importante reconhecimento através de seu roteiro inspirado na vida do avô de Sam Mendes, que foi à Primeira Guerra Mundial. Caso, o roteiro também seja indicado ao Oscar no próximo dia 13, o filme de guerra se torna um franco-favorito para Melhor Filme, já que são bem raros os filmes que ganham sem indicação ao Oscar de roteiro.

Honestamente, acreditávamos que Noah Baumbach levaria o Globo de Ouro de roteiro por História de um Casamento (ainda mais que não foi indicado a Melhor Diretor), mas tanto ele quanto Bong Joon Ho e Han Jin Won (Parasita) devem estar na lista de indicados ao Oscar. As chances também são muito boas para Rian Johnson, que entregou uma comédia deliciosa de mistério com Entre Facas e Segredos (que provavelmente será a única indicação ao Oscar do filme). E temos a ótima surpresa de Fora de Série, uma comédia adolescente que valoriza a amizade enquanto reflete bem a juventude de hoje com suas próprias incertezas. Sua diretora Olivia Wilde não deve ser indicada ao Oscar, mas deve estar na lista do DGA como diretora estreante merecidamente. Dentre os roteiros elegíveis que foram esnobados está o de Anthony McCarten por Dois Papas.

Não sabemos se era elegível (provavelmente sim), mas sentimos falta do roteiro de Jóias Brutas (Uncut Gems) e de Nós (Us).

Design sem nome (8).jpg

Roteiro Adaptado

Na categoria de Roteiro Adaptado, pelas campanhas que fizeram, O Irlandês, Jojo Rabbit e Coringa eram apostas certas. Já Adoráveis Mulheres sofreu para engrenar porque teve um lançamento meio tardio, porém a diretora Greta Gerwig, que também fez a adaptação, vem crescendo na temporada. Considerada o principal nome feminino na Direção, caso a Academia não a indique como diretora, ele deve ser compensada na categoria de Roteiro Adaptado. E o azarão dessa disputa é Um Lindo Dia na Vizinhança, que tem em Tom Hanks sua melhor chance na temporada.

Pela categoria de Roteiro de Documentário, Alex Gibney foi indicado por dois trabalhos distintos, o que é uma honra dupla na hora, mas depois pode ser uma maldição caso os votos se dividam. Vale lembrar que Gibney já ganhou o Oscar de Melhor Documentário por Um Táxi Para a Escuridão em 2008.


A 73ª cerimônia do WGA acontece no dia 1º de Fevereiro.

NETFLIX PREDOMINA GOTHAM AWARDS COM ‘HISTÓRIA DE UM CASAMENTO’

Marriage.jpg

Diretor e roteirista Noah Baumbach recebe prêmio de Melhor Filme por História de um Casamento. Ao fundo, os atores Adam Driver e Laura Dern. (pic by Deadline)

PLATAFORMA DE STREAMING CONQUISTA 6 PRÊMIOS, SENDO 4 POR DRAMA DE NOAH BAUMBACH

Pra quem não está muito familiarizado com o Gotham Awards, ele está apenas em sua 29ª edição, porém nos últimos anos vem conquistando prestígio em Hollywood ao premiar com antecedência produções independentes com forte potencial para a temporada de premiações. Acabou se tornando uma espécie de Independent Spirit Award de fim de ano. Spotlight e Moonlight foram os dois últimos vencedores do Gotham de Melhor Filme que acabaram levando o Oscar de Melhor Filme.

Apesar de não ter uma categoria de Melhor Direção, eles preferem premiar diretores novatos com  sangue novo em Direção Revelação, que este ano foi vencido por Laure De Clermont-Tonnerre por The Mustang, um drama sobre um detento que ganha a chance de participar de um programa de reabilitação envolvendo treinamento de cavalos. Já pela categoria de Ator ou Atriz Revelação, o Gotham recoheceu a performance da jovem Taylor Russell no drama famliar Waves.

The Mustang

Cena de The Mustang, que levou o prêmio de Diretora Revelação (pic by IMDb)

O grande vencedor da noite foi História de um Casamento, que levou Melhor Filme, Roteiro, Ator (Adam Driver), além do prêmio do público, votado pelos membros do Independent Filmmakers Project. Essa vitória maiúscula do drama conjugal alavanca a campanha do filme rumo ao Oscar, já que no Independent Spirit, o filme teve suas expectativas frustradas com apenas as indicações de Filme e Roteiro, e o prêmio especial para o elenco. Caso o filme conquiste uma indicação para o Oscar de Melhor Filme, será a segunda da Netflix depois de Roma.

Ciente da importância do papel da Netflix nesta vitória, Noah Baumbach, que subiu ao palco duas vezes, ressaltou sua gratidão ao chefe da Netflix, Ted Sarandos, que estava presente, por ele financiar seu filme, e por salvar a histórica sala de cinema Paris Theater em Nova York de uma falência e fechamento. O plano da Netflix é utilizar a sala como ponto de referência para encontros de campanhas e, claro, para as projeções de seus filmes, já que é uma regra obrigatória para concorrer aos prêmios. Aliás, cantamos essa bola aqui mesmo no blog há um ano, que a empresa deveria ter suas próprias salas de cinema para promover suas produções, suas campanhas e agradar ao público, que muitas vezes deseja assistir a alguns filmes deles numa tela grande. Além de História de um Casamento, a Netflix ainda tem O Irlandês, Dois Papas e Meu Nome é Dolemite para promover nesta temporada.

Design sem nome.jpg

Awkwafina e Adam Driver vencem os prêmios de atuação no Gotham Awards (pic by Just Jared)

Pela categoria de Melhor Atriz, Awkwafina levou a melhor por The Farewell, sobre uma neta americana que precisa retornar à China para cuidar de sua avó adoentada. “Meu Deus! Nunca ganhei nada. Não consigo nem ganhar em discussões de comentários do Instagram!”, discursou com seu bom humor característico. Esnobada no Independent Spirit, a atriz ganha novo fôlego para os prêmios da crítica e para as indicações do Globo de Ouro que estão por vir. Contudo, vale lembrar que ela não concorreu aqui contra a favorita até o momento, Renée Zellwegger por Judy.

Pelas categorias televisivas, a série When They See Us conquistou o prêmio de formato longo (outra conquista da Netflix), enquanto PEN15 levou o de formato curto.

VENCEDORES DO GOTHAM AWARDS:

MELHOR FILME
– The Farewell
-As Golpistas (Hustlers) (STXfilms)
– História de um Casamento (Netflix)
– Uncut Gems (A24)
– Waves (A24)

MELHOR DOCUMENTÁRIO
– Indústria Americana (American Factory)
– Apollo 11
– Democracia em Vertigem (The Edge of Democracy)
– Midnight Traveler
– One Child Nation

American Factory.jpg

Cena do documentário Indústria Americana, que levou o Gotham da categoria. Pic by IMDb

DIRETOR REVELAÇÃO
– Laure De Clermont-Tonnerre (The Mustang)
– Kent Jones (A Vida de Diane)
– Joe Talbot (The Last Black Man in San Francisco)
– Olivia Wilde (Fora de Série)
– Phillip Youmans (Burning Cane)

MELHOR ROTEIRO

– Lulu Wang (The Farewell)
– Tarell Alvin McCraney (High Flying Bird)
– Jimmie Fails, Joe Talbot, Rob Richert (The Last Black Man in San Francisco)
– Noah Baumbach (História de um Casamento)
– Ari Aster (Midsommar)

MELHOR ATOR
– Willem Dafoe (O Farol)
– Adam Driver (História de um Casamento)
– Aldis Hodge (Clemency)
– André Holland (High Flying Bird)
– Adam Sandler (Uncut Gems)

MELHOR ATRIZ
– Awkwafina (The Farewell)

– Elisabeth Moss (Her Smell)
– Mary Kay Place (A Vida de Diane)
– Florence Pugh (Midsommar)
– Alfre Woodard (Clemency)

ATOR OU ATRIZ REVELAÇÃO
– Julia Fox (Uncut Gems)
– Aisling Franciosi (The Nightingale)
– Chris Galust (Give Me Liberty)
– Noah Jupe (Honey Boy)
– Jonathan Majors (The Last Black Man in San Francisco)
– Taylor Russell (Waves)

SÉRIE – LONGO FORMATO REVELAÇÃO (acima de 40 minutos)
– Chernobyl (HBO)
– David Makes Man (OWN: Oprah Winfrey Network)
– My Brilliant Friend (HBO)
– Unbelievable (Netflix)
– When They See Us (Netflix) 

SÉRIE – FORMATO CURTO (ABAIXO DE 40 MINUTOS)
– PEN15 (Hulu)
– Ramy (Hulu)
– Russian Doll (Netflix)
– Tuca & Bertie (Netflix)
– Undone (Amazon Prime Video)

AUDIENCE AWARD
História de um Casamento (Marriage Story)

TRIBUTE AWARD
– Laura Dern
– Sam Rockwell
– Ava DuVernay
– Glen Basner

‘O FAROL’ e ‘UNCUT GEMS’ LIDERAM o INDEPENDENT SPIRIT AWARDS

The Lighthouse

Cena de O Farol, indicado a 5 Independent Spirit Awards (pic by IMDb)

PRODUTORA A24 IMPERA NUMA EDIÇÃO MARCADA POR INCOERÊNCIAS 

Conforme anunciado, as atrizes Zazie Beetz e Natasha Lyonne apresentaram o anúncio das indicações ao 35º Independent Spirit Awards, no qual apenas produções com orçamento abaixo de 20 milhões podem competir.

Desta forma, produções favoritas da temporada porém mais caras ficaram de fora, como O Irlandês e Era uma Vez em… Hollywood. Além disso, produções estrangeiras competem apenas na respectiva categoria, portanto o aclamado sul-coreano Parasita foi reconhecido apenas com esta indicação. Curiosamente, o espanhol Dor e Glória, que estava cotado inclusive ao Oscar de Direção para Pedro Almodóvar, foi esnobado na categoria. Ainda sobre o Melhor Filme Internacional, o Brasil está no páreo com A Vida Invisível, de Karim Aïnouz. É a primeira indicação do nosso cinema desde Aquarius em 2017.

A VIda Invisível.jpg

Cena de A Vida Invisível, indicado a Melhor Filme Internacional, pelo Brasil (pic by IMDb)

A24 NO TOPO DA CADEIA

A produtora, que tem se especializado em filmes de temática humanista e alternativa, tem nada mais, nada menos do que SETE títulos em disputa nesta edição do Independent Spirit Awards:

– Uncut Gems
– The Farewell
– O Farol (The Lighthouse)
– Waves
– The Last Black Man in San Francisco
– Midsommar
– The Souvenir

Que essa merecida conquista e crescimento no mercado sirva de bom exemplo para demais produtoras e estúdios a fazerem filmes diferentes e inteligentes.

The Souvenir.jpg

Cena de The Souvenir, que concorre como Melhor Filme Internacional (pic by IMDb)

VAMOS ÀS INCOERÊNCIAS

Claro que quanto mais filmes reconhecidos, melhor para o cinema, o cineasta e o cinéfilo. Contudo, quando vemos a lista de indicados do Independent Spirit, parece que escolheram os indicados nos dados ou sorteio.

História de um Casamento está indicado a Melhor Filme, porém seus atores e diretor não aparecem nas respectivas categorias. Noah Baumbach foi indicado a Roteiro, e o elenco do filme ganhou o prêmio Robert Altman de melhor elenco, assim, além de Adam Driver e Scarlett Johansson, Alan Alda, Laura Dern, Ray Liotta, Douglas Aibel, Francine Maisler, Julie Hagerty, Azhy Robertson e Merritt Wever venceram coletivamente. Contudo, os bem cotados para o Oscar perdem pontos, especialmente Scarlett Johansson e Alan Alda.

Marriage Story.jpg

Cena de História de um Casamento, com Adam Driver e Scarlett Johansson, vencedor do prêmio Robert Altman (pic by IMDb)

Apesar de indicado a Direção, Ator, Ator Coadjuvante, Fotografia e Montagem, O Farol misteriosamente ficou de fora da categoria de Melhor Filme. Como assim? Um dos filmes mais elogiados desde sua passagem em Cannes foi esnobado na principal categoria? Pattinson e Dafoe, que concorrem como Ator e Ator Coadjuvante, respectivamente, somam pontos com o Independent Spirit para a temporada.

Por outro lado, o drama The Farewell foi indicado a Melhor Filme e Atriz Coadjuvante para a simpática velhinha Zhao Shuzhen, mas Awkwafina, que vinha recebendo reconhecimento até então, ficou de fora de Melhor Atriz. Não que ela seja uma unanimidade, mas para uma categoria que tem SEIS atrizes indicadas, é estranho vê-la de fora.

No caso do filme autobiográfico de Shia Labeouf, Honey Boy, recebeu importantes indicações de Direção, Fotografia e duas de Ator Coadjuvante (Noah Jupe e o próprio Shia Labeouf, que interpreta seu pai), porém não foi indicado a Melhor Filme.

E o que dizer de A Hidden Life? Foi indicado a Melhor Filme e… só! O filme de Terrence Malick foi lembrado apenas nesta categoria, como se fosse uma espécie de prêmio de consolação. Aí perguntamos: “Se tem quase zero de chances de ganhar, por que indicá-lo?”

No meio dessa bagunça toda, o filme que saiu íntegro foi Uncut Gems. O novo trabalho dos irmãos Benny e Josh Safdie foi indicado a Melhor Filme, Direção, Ator (para Adam Sandler), Roteiro e Montagem. Alguns defendem uma indicação para Julia Fox, que tem recebido reconhecimento como atriz estreante, mas acabou ficando de fora.

Uncut Gems.png

Adam Sandler em cena de Uncut Gems, indicado a 5 Independent Spirit Awards

Indicados ao 35º Independent Spirit Awards :

MELHOR FILME
* A HIDDEN LIFE
* CLEMENCY
* THE FAREWELL
* HISTÓRIA DE UM CASAMENTO (MARRIAGE STORY)
* UNCUT GEMS

MELHOR DIREÇÃO
* Robert Eggers – O FAROL
* Alma Har’el – HONEY BOY
* Julius Onah – LUCE
* Benny Safdie, Josh Safdie – UNCUT GEMS
* Lorene Scafaria – HUSTLERS

MELHOR ATOR
* Chris Galust – GIVE ME LIBERTY
* Kelvin Harrison – Jr., LUCE
* Robert Pattinson – O FAROL
* Adam Sandler – UNCUT GEMS
* Matthias Schoenaerts – THE MUSTANG

MELHOR ATRIZ
* Karen Allen – COLEWELL
* Hong Chau – DRIVEWAYS
* Elisabeth Moss – HER SMELL
* Mary Kay Place – A VIDA DE DIANE
* Alfre Woodard – CLEMENCY
* Renée Zellweger – JUDY

MELHOR ATOR COADJUVANTE
* Willem Dafoe – O FAROL
* Noah Jupe – HONEY BOY
* Shia Labeouf – HONEY BOY
* Jonathan Majors – THE LAST BLACK MAN IN SAN FRANCISCO
* Wendell Pierce – BURNING CANE

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
* Jennifer Lopez – AS GOLPISTAS
* Taylor Russell – WAVES
* Zhao Shuzhen – THE FAREWELL
* Lauren “Lolo” Spencer – GIVE ME LIBERTY
* Octavia Spencer – LUCE

MELHOR ROTEIRO
* Noah Baumbach – HISTÓRIA DE UM CASAMENTO
* Jason Begue, Shawn Snyder – TO DUST
* Ronald Bronstein, Benny Safdie, Josh Safdie – UNCUT GEMS
* Chinonye Chukwu – CLEMENCY
* Tarell Alvin Mccraney – HIGH FLYING BIRD

MELHOR FOTOGRAFIA
* Todd Banhazl – AS GOLPISTAS
* Jarin Blaschke – O FAROL
* Natasha Braier – HONEY BOY
* Chananun Chotrungroj – THE THIRD WIFE
* Pawel Pogorzelski – MIDSOMMAR

MELHOR MONTAGEM
* Julie Béziau – THE THIRD WIFE
* Ronald Bronstein, Benny Safdie – UNCUT GEMS
* Tyler L. Cook – SWORD OF TRUST
* Louise Ford – O FAROL
* Kirill Mikhanovsky – GIVE ME LIBERTY

MELHOR FILME INTERNACIONAL
* A VIDA INVISÍVEL, Brasil
* LES MISERÁBLES, França
* PARASITA, Coréia do Sul
* RETRATO DE UMA JOVEM EM CHAMAS, França
* RETABLO, Peru
* THE SOUVENIR, Reino Unido

MELHOR FILME DE ESTREANTE
* FORA DE SÉRIE (BOOKSMART)
* THE CLIMB
* A VIDA DE DIANE
* THE LAST BLACK MAN IN SAN FRANCISCO
* THE MUSTANG
* SEE YOU YESTERDAY

MELHOR ROTEIRO DE ESTREANTE
* Fredrica Bailey, Stefon Bristol – SEE YOU YESTERDAY
* Hannah Bos, Paul Thureen – DRIVEWAYS
* Bridget Savage Cole, Danielle Krudy – BLOW THE MAN DOWN
* Jocelyn Deboer, Dawn Luebbe – GREENER GRASS
* James Montague, Craig W. Sanger – THE VAST OF NIGHT

MELHOR DOCUMENTÁRIO
* AMERICAN FACTORY
* APOLLO 11
* FOR SAMA
* HONEYLAND
* ISLAND OF THE HUNGRY GHOSTS

PRÊMIO JOHN CASSAVETES (para produções abaixo de 500 mil dólares)
* BURNING CANE
* COLEWELL
* GIVE ME LIBERTY
* PREMATURE
* WILD NIGHTS WITH EMILY

PRÊMIO SOMEONE TO WATCH
* Rashaad Ernesto Green – PREMATURE
* Ash Mayfair – THE THIRD WIFE
* Joe Talbot – THE LAST BLACK MAN IN SAN FRANCISCO

PRÊMIO TRUER THAN FICTION
* Khalik Allah – BLACK MOTHER
* Davy Rothbart – 17 BLOCKS
* Nadia Shihab – JADDOLAND
* Erick Stoll & Chase Whiteside – AMÉRICA

PRÊMIO ROBERT ALTMAN
HISTÓRIA DE UM CASAMENTO – Noah Baumbach, Douglas Aibel, Francine Maisler, Alan Alda, Laura Dern, Adam Driver, Julie Hagerty, Scarlett Johansson, Ray Liotta, Azhy Robertson, Merritt Wever

***

Como de costume, a cerimônia do Independent Spirit Awards está marcada para o dia anterior ao Oscar, no caso, dia 08 de Fevereiro.

%d blogueiros gostam disto: