Os Miseráveis (Les Misérables), de Tom Hooper (2012)

Os Miseráveis, de Tom Hooper (foto por cinemarcado.com.br)

Os Miseráveis, de Tom Hooper (foto por cinemarcado.com.br)

MUSICAL CANSATIVO DE 160 MINUTOS EXAGERA NA CANTORIA

Quando se pensa numa adaptação fílmica de um romance da importância de Les Misérables, de Victor Hugo, logo vem à cabeça a imagem daquele espetáculo grandioso, repleto de figurantes, com cenários e figurinos riquíssimos em detalhes. Não querendo apequenar o trabalho da equipe, mas não poderíamos esperar menos do que o capricho imaginado, afinal, o clássico francês representa um marco na Literatura universal, pois se trata de uma narrativa ambiciosa porém acessível, que traz uma perspectiva filosófica intensa.

Mas talvez, a obra literária seja mais conhecida pelo público através de suas várias montagens musicais. Em 1980, a dupla Alain Boublil e Claude-Michel Schönberg compôs canções que colaboraram para o sucesso estrondoso em Paris. Cinco anos depois, o produtor Cameron Mackintosh resolveu trazer o espetáculo para Londres, com letras adaptadas para o inglês por Herbert Kretzmer, repetindo o sucesso de seu antecessor. Desde o início da década de 90, Mackintosh tinha esse desejo de trazer o musical às telas, mas só em 2012 conseguiu concretizar esse sonho. Além de produzir, resgatou Boublil, Schönberg e Kretzmer para colaborarem no roteiro de William Nicholson.

Tom Hooper (centro) e set de filmagem de Os Miseráveis (photo by BeyondHollywood.com)

O diretor Tom Hooper (centro) parece meio perdido em set de filmagem de Os Miseráveis (photo by BeyondHollywood.com)

Como previsto, o trabalho técnico desta adaptação para o cinema se mostra impecável. Obviamente, direção de arte e figurino se destacam por reconstituírem o século XIX, alguns anos após a Revolução Francesa. Contudo, a opção do diretor Tom Hooper de tornar 99% dos diálogos em música num filme de 2h40 não soou como a melhor das idéias. Aqui, a música, que deveria ser um momento de exaltação ou repressão de sentimentos, ganha ares de banalidade. Toda e qualquer interação entre personagens acontece com diálogos cantados, reduzindo drasticamente a importância da musicalidade na trama.

Assim, momentos mais sublimes como o desabafo de Fantine correram o risco de passar desapercebidos. Felizmente, nesse caso específico, o diretor isolou a personagem num fundo desfocado para valorizar a interpretação de Anne Hathaway numa performance vocal estupenda de “I Dreamed a Dream”. Resultado: o melhor momento do filme todo que, de quebra, deve render o Oscar de coadjuvante para a jovem atriz. Teria faltado maior sensibilidade por parte de Tom Hooper para enxergar essa saturação musical.

Anne Hathaway em melhor momento de Os Miseráveis (photo by criticbehindthecurtain.wordpress.com)

Anne Hathaway como Fantine em melhor momento de Os Miseráveis (photo by criticbehindthecurtain.wordpress.com)

E apesar de ser contrário à idéias pré-estabelecidas de gênero, a ausência quase total de números musicais com coreografia foi muito sentida. Cinema é uma Arte que exalta a força e a beleza plástica do movimento. Faltou aí a qualidade técnica e disposição de diretores renomados como Vincente Minnelli (Sinfonia de Paris) e Bob Fosse (Cabaret) para tornar o romance de Victor Hugo em uma obra bem mais convidativa aos olhos.

Para não ficar limitado aos mestres do gênero, vale citar exemplos mais recentes do cinema como o musical Chicago (2002), estrelado por Renée Zellwegger, Richard Gere e Catherine Zeta-Jones. O diretor estreante Rob Marshall consegue valorizar suas sequências musicais através de boa coreografia bem valorizada pela fotografia sem se desviar da trama que critica a sociedade de espetáculo controlada pela mídia.

Exemplificando algo ainda mais trágico, temos a incursão do diretor dinamarquês Lars von Trier (do movimento Dogma 95) ao gênero em Dançando no Escuro (2000). Embora tenha o senso de objetividade que seu movimento artístico pregava, Trier sabia que para o musical funcionar, precisava de boa música com números coreografados. Sua grande sacada foi a escalação da cantora islandesa Björk, que além de trazer alma para seu papel de operária, criou musicalidade a partir de ruídos do cenário. Numa sequência na fábrica, os barulhos das máquinas ganham ritmo e formam uma melodia para que Selma cante e os demais personagens caiam na dança.

A cantora e atriz Björk em sequência musical na fábrica de Dançando no Escuro (photo by http://rustywhitesfilmworldobituaries.blogspot.com.br)

A cantora e atriz Bjrk em sequência musical na fábrica de Dançando no Escuro (photo by http://rustywhitesfilmworldobituaries.blogspot.com.br)

Isso não acontece em Os Miseráveis, porque Tom Hooper acreditou que bastavam bons atores e o histórico e sucesso das peças musicais, tanto que optou pela cômoda escolha do diretor de fotografia Danny Cohen, com quem já trabalhou em O Discurso do Rei e a mini-série John Adams, enquanto deveria contratar alguém mais experiente em filmes grandes como Emmanuel Lubezki justamente pela ambição do projeto. Essa escolha resultou num filme pobre em movimentação de câmera e que não dá a devida dramaticidade através da iluminação em determinadas sequências como nos becos de Paris.

Pelo menos a escolha dos atores foi acertada. Hugh Jackman (como Jean Valjean) e Anne Hathaway, que já cantaram juntos no palco do Oscar, formam uma boa dupla da primeira metade do filme. A jovem britânica Samantha Barks, que foi convidada após atuar pelo mesmo papel de Eponine no concerto Les Misérables in Concert (2010) em homenagem aos 25 anos do primeiro musical francês, demonstra que tem talento musical em duas cenas, sendo uma delas um solo de últimos suspiros. Eddie Redmayne como o membro apaixonado da resistência Marius e o pequeno Daniel Huttlestone como Gavroche também têm seus momentos de destaque pela qualidade musical.

O único que destoa musicalmente do elenco de fato é Russell Crowe. Apesar de sua aparência fechada combinar com a figura dura e persistente do Inspetor Javert, suas cordas vocais são fracas para o vozeirão firme que se esperava do antagonista. Talvez Crowe tenha sido escolhido por terem deduzido que cantava bem só porque tem uma banda chamada Thirty Odd Foot of Grunt, ou porque ninguém teve coragem de dizer que ele não tinha talento musical, porque o ator é, digamos, “um pouco esquentadinho”.

Russell Crowe como o Inspetor Javert. Será que ele reconhece sua inferioridade vocal? (photo by BeyondHollywood.com)

Russell Crowe como o Inspetor Javert. Será que ele reconhece sua inferioridade vocal? (photo by BeyondHollywood.com)

Para a atuação do elenco com música, o método de Hooper foi inédito na história do cinema. Enquanto os musicais sempre se utilizaram do sistema de playback (música gravada em estúdio e apenas sincronizada no set de filmagem), Os Miseráveis gravava a cantoria dos atores ao vivo no set. Eles usavam pontos eletrônicos no ouvido que tocavam um piano para mantê-los no tom certo, e não havia tempo pré-determinado, o que dava total liberdade ao elenco.

Entretanto, ao invés de explorar essa liberdade dos atores, parece que Tom Hooper simplesmente pegou a câmera steadycam e filmou uma peça de teatro, andando pelo palco entre os atores. Então, o espectador comum que resolver assistir ao musical, terá que suportar bravamente atores cantando ininterruptamente por 160 minutos (goste ou não dos diálogos cantados) sem a dinâmica necessária para um filme mais palatável.

Depois da sessão, deixei de estranhar a ausência de Tom Hooper na categoria de direção do Oscar. E devido à forte concorrência nas categorias técnicas, talvez Os Miseráveis e Victor Hugo tenham que se contentar com o Oscar de coadjuvante para Anne Hathaway.

AVALIAÇÃO: REGULAR

Indicações ao BAFTA 2013

BAFTA Awards 2013 (photo by telegraph.co.uk)

BAFTA Awards 2013 (photo by telegraph.co.uk)

Este ano, a Academia Britânica teve que apertar seu calendário para chegar pouco antes das indicações ao Oscar, que saem amanhã, dia 10.

Obviamente, por se tratar de um prêmio britânico, eles costumam dar um pouco mais de destaque às produções do Reino Unido, como são os casos de 007 – Operação Skyfall, que somou oito indicações, e O Exótico Hotel Marigold que, apesar de não ter conquistado nenhuma outra indicação, está concorrendo para Melhor Filme Britânico.

Como deve acontecer no Oscar, a mega-produção americana Lincoln foi a recordista de indicações com dez no total. Curiosamente, seu diretor Steven Spielberg não está indicado. Em seguida, Os Miseráveis e As Aventuras de Pi vêm logo em seguida com nove indicações cada. A adaptação musical de Tom Hooper não fez tanto sucesso no Globo de Ouro, mas o BAFTA não deixaria de reconhecer um trabalho com essência tão européia. O filme político de Ben Affleck, Argo, conquistou sete, inclusive uma um tanto questionável: Melhor Ator para Ben Affleck. Todos sabem que ele leva jeito para diretor, mas para ator?

Daniel Day-Lewis lidera em Lincoln (photo by BeyondHollywood.com)

Daniel Day-Lewis lidera em Lincoln (photo by BeyondHollywood.com)

Ainda nas categorias de atuação, algumas ausências foram notadas como a de Naomi Watts pelo filme-tragédia O Impossível, e Denzel Washington (Flight) e John Hawkes (The Sessions). Nas categorias de coadjuvantes, Leonardo DiCaprio (Django Livre) e Robert De Niro (O Lado Bom da Vida) ficaram de fora também, mas todos os atores acima ainda têm grandes chances de indicação no Oscar.

Apesar de ainda não ter estreado aqui no Brasil, fiquei feliz com a indicação de Sete Psicopatas e um Shih Tzu (Seven Psychopaths) para Melhor Filme Britânico. Alguns rotulam Martin McDonagh como o novo Guy Richie, mas acho que ele tem um humor negro muito peculiar para limitá-lo em comparações.

Christopher Walken e o Shih Tzu em Sete Psicopatas e um Shih Tzu (photo by OutNow.CH)

Christopher Walken e o Shih Tzu em Sete Psicopatas e um Shih Tzu (photo by OutNow.CH)

Também gostei da presença do filme dinamarquês A Caça, de Thomas Vinterberg, na categoria de Melhor Filme Estrangeiro. Aliás, Mads Mikkelsen deveria substituir Ben Affleck como Melhor Ator.

MELHOR FILME
ARGO (ARGO) Grant Heslov, Ben Affleck, George Clooney
OS MISERÁVEIS (LES MISÉRABLES) Tim Bevan, Eric Fellner, Debra Hayward, Cameron Mackintosh
AS AVENTURAS DE PI (LIFE OF PI) Gil Netter, Ang Lee, David Womark
LINCOLN (LINCOLN) Steven Spielberg, Kathleen Kennedy
A HORA MAIS ESCURA (ZERO DARK THIRTY) Mark Boal, Kathryn Bigelow, Megan Ellison

MELHOR FILME BRITÂNICO
ANNA KARENINA Joe Wright, Tim Bevan, Eric Fellner, Paul Webster, Tom Stoppard
O EXÓTICO HOTEL MARIGOLD (THE BEST EXOTIC MARIGOLD HOTEL) John Madden, Graham Broadbent, Pete Czernin, Ol Parker
OS MISERÁVEIS (LES MISÉRABLES) Tom Hooper, Tim Bevan, Eric Fellner, Debra Hayward, Cameron Mackintosh, William Nicholson, Alain Boublil, Claude-Michel Schönberg, Herbert Kretzmer
SETE PSICOPATAS E UM SHIH TZU (SEVEN PSYCHOPATHS) Martin McDonagh, Graham Broadbent, Pete Czernin
007 – OPERAÇÃO SKYFALL (SKYFALL) Sam Mendes, Michael G. Wilson, Barbara Broccoli, Neal Purvis, Robert Wade, John Logan

ESTRÉIA DE ROTEIRISTA, DIRETOR OU PRODUTOR BRITÂNICO
BART LAYTON (Diretor), DIMITRI DOGANIS (Produtor) The Imposter
DAVID MORRIS (Diretor), JACQUI MORRIS (Diretor/Produtor) McCullin
DEXTER FLETCHER (Diretor/Roteirista), DANNY KING (Writer) Wild Bill
JAMES BOBIN (Diretor) The Muppets
TINA GHARAVI (Diretor/Roteirista) I Am Nasrine

FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
AMOUR Michael Haneke, Margaret Ménégoz
HEADHUNTERS Morten Tyldum, Marianne Gray, Asle Vatn
A CAÇA (THE HUNT) Thomas Vinterberg, Sisse Graum Jørgensen, Morten Kaufmann
FERRUGEM E OSSO (RUST AND BONE) Jacques Audiard, Pascal Caucheteux
INTOCÁVEIS (INTOUCHABLES) Eric Toledano, Olivier Nakache, Nicolas Duval Adassovsky, Yann Zenou, Laurent Zeitoun

DOCUMENTÁRIO
THE IMPOSTER Bart Layton, Dimitri Doganis
MARLEY Kevin Macdonald, Steve Bing, Charles Steel
McCULLIN David Morris, Jacqui Morris
SEARCHING FOR SUGAR MAN Malik Bendjelloul, Simon Chinn
WEST OF MEMPHIS Amy Berg

ANIMAÇÃO
VALENTE (BRAVE) Mark Andrews, Brenda Chapman
FRANKENWEENIE (FRANKENWEENIE) Tim Burton
PARANORMAN (PARANORMAN) Sam Fell, Chris Butler

DIRETOR
AMOUR Michael Haneke
ARGO Ben Affleck
DJANGO LIVRE Quentin Tarantino
AS AVENTURAS DE PI Ang Lee
A HORA MAIS ESCURA Kathryn Bigelow

ROTEIRO ORIGINAL
AMOUR Michael Haneke
DJANGO LIVRE Quentin Tarantino
THE MASTER Paul Thomas Anderson
MOONRISE KINGDOM Wes Anderson, Roman Coppola
A HORA MAIS ESCURA Mark Boal

ROTEIRO ADAPTADO
ARGO Chris Terrio
INDOMÁVEL SONHADORA Lucy Alibar, Benh Zeitlin
AS AVENTURAS DE PI David Magee
LINCOLN Tony Kushner
O LADO BOM DA VIDA David O. Russell

ATOR
BEN AFFLECK Argo
BRADLEY COOPER O Lado Bom da Vida
DANIEL DAY-LEWIS Lincoln
HUGH JACKMAN Os Miseráveis
JOAQUIN PHOENIX The Master

ATRIZ
EMMANUELLE RIVA Amour
HELEN MIRREN Hitchcock
JENNIFER LAWRENCE O Lado Bom da Vida
JESSICA CHASTAIN A Hora Mais Escura
MARION COTILLARD Ferrugem e Osso

ATOR COADJUVANTE
ALAN ARKIN Argo
CHRISTOPH WALTZ Django Livre
JAVIER BARDEM 007 – Operação Skyfall
PHILIP SEYMOUR HOFFMAN The Master
TOMMY LEE JONES Lincoln

ATRIZ COADJUVANTE
AMY ADAMS The Master
ANNE HATHAWAY Os Miseráveis
HELEN HUNT The Sessions
JUDI DENCH 007 –  Operação Skyfall
SALLY FIELD Lincoln

TRILHA MUSICAL ORIGINAL
ANNA KARENINA Dario Marianelli
ARGO Alexandre Desplat
AS AVENTURAS DE PI Mychael Danna
LINCOLN John Williams
007 – OPERAÇÃO SKYFALL Thomas Newman

CINEMATOGRAPHY
ANNA KARENINA Seamus McGarvey
OS MISERÁVEIS Danny Cohen
AS AVENTURAS DE PI Claudio Miranda
LINCOLN Janusz Kaminski
007 – OPERAÇÃO SKYFALL Roger Deakins

MONTAGEM
ARGO William Goldenberg
DJANGO LIVRE Fred Raskin
AS AVENTURAS DE PI Tim Squyres
007 – OPERAÇÃO SKYFALL Stuart Baird
A HORA MAIS ESCURA Dylan Tichenor, William Goldenberg

DIREÇÃO DE ARTE
ANNA KARENINA Sarah Greenwood, Katie Spencer
OS MISERÁVEIS Eve Stewart, Anna Lynch-Robinson
AS AVENTURAS DE PI David Gropman, Anna Pinnock
LINCOLN Rick Carter, Jim Erickson
007 – OPERAÇÃO SKYFALL Dennis Gassner, Anna Pinnock

FIGURINO
ANNA KARENINA Jacqueline Durran
GREAT EXPECTATIONS Beatrix Aruna Pasztor
OS MISERÁVEIS Paco Delgado
LINCOLN Joanna Johnston
BRANCA DE NEVE E O CAÇADOR Colleen Atwood

MAQUIAGEM E CABELO
ANNA KARENINA Ivana Primorac
HITCHCOCK Julie Hewett, Martin Samuel, Howard Berger
O HOBBIT: UMA JORNADA INESPERADA Peter Swords King, Richard Taylor, Rick Findlater
OS MISERÁVEIS Lisa Westcott
LINCOLN Lois Burwell, Kay Georgiou

SOM
DJANGO LIVRE Mark Ulano, Michael Minkler, Tony Lamberti, Wylie Stateman
O HOBBIT: UMA JORNADA INESPERADA Tony Johnson, Christopher Boyes, Michael Hedges, Michael Semanick, Brent Burge, Chris Ward
OS MISERÁVEIS Simon Hayes, Andy Nelson, Mark Paterson, Jonathan Allen, Lee Walpole, John Warhurst
AS AVENTURAS DE PI Drew Kunin, Eugene Gearty, Philip Stockton, Ron Bartlett, D. M. Hemphill
007 – OPERAÇÃO SKYFALL Stuart Wilson, Scott Millan, Greg P. Russell, Per Hallberg, Karen Baker Landers

EFEITOS VISUAIS
BATMAN: O CAVALEIRO DAS TREVAS RESSURGE Paul Franklin, Chris Corbould, Peter Bebb, Andrew Lockley
O HOBBIT: UMA JORNADA INESPERADA Joe Letteri, Eric Saindon, David Clayton, R. Christopher White
AS AVENTURAS DE PI Bill Westenhofer, Guillaume Rocheron, Erik-Jan De Boer
OS VINGADORES Indicados ainda não definidos
PROMETHEUS Richard Stammers, Charley Henley, Trevor Wood, Paul Butterworth

CURTA DE ANIMAÇÃO
HERE TO FALL Kris Kelly, Evelyn McGrath
I’M FINE THANKS Eamonn O’Neill
THE MAKING OF LONGBIRD Will Anderson, Ainslie Henderson

CURTA-METRAGEM
THE CURSE Fyzal Boulifa, Gavin Humphries
GOOD NIGHT Muriel d’Ansembourg, Eva Sigurdardottir
SWIMMER Lynne Ramsay, Peter Carlton, Diarmid Scrimshaw
TUMULT Johnny Barrington, Rhianna Andrews
THE VOORMAN PROBLEM Mark Gill, Baldwin Li

THE EE RISING STAR AWARD (eleito pelo público)
ELIZABETH OLSEN
ANDREA RISEBOROUGH
SURAJ SHARMA
JUNO TEMPLE
ALICIA VIKANDER

O jovem talento Juno Temple, que participou de Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge, concorre como uma Rising Star

O jovem talento Juno Temple, que participou de Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge, concorre como uma Rising Star

%d blogueiros gostam disto: