Vencedores do CDG Awards: Entre Facas e Segredos, Jojo Rabbit e Malévola: Dona do Mal
COM EXCELENTE APROVEITAMENTO COM O OSCAR, CDG PODE TER SUA PRIMEIRA DIVERGÊNCIA EM ANOS
Na noite desta segunda, dia 28, o sindicato de Figurinistas (Costume Designers Guild) entregou seus prêmios para as produções de cinema e de televisão. Assim como o sindicato de Diretores de Arte (ADG), o prêmio se divide em três categorias: Contemporâneo, De Época e Ficção Científica/Fantasia.
Nos últimos cinco anos, houve um aproveitamento de 100% da CDG, já que pelo menos um dos três vencedores acabou levando o Oscar de Melhor Figurino, sendo a última Ruth E. Carter por Pantera Negra, que venceu o CDG de Melhor Figurino de Ficção Científica/Fantasia. Falando na figurinista, ainda não entendemos a sua exclusão do Oscar este ano por seu belo trabalho em Meu Nome é Dolemite, que recria as roupas extravagantes da onda Blaxploitation dos anos 70, assim como não entendemos as indicações para Mark Bridges (pelo figurino do protagonista Coringa) e Mayes C. Rubeo (por figurinos de nazistas em Jojo Rabbit), que acabou levando o prêmio.
Em seu discurso de agradecimento, Rubeo disse: “Nós estamos colocando o México num patamar diferente.” Rubeo se tornou a primeira latina indicada ao Oscar de Figurino, que tem Jacqueline Durran como franco-favorita por Adoráveis Mulheres, que sequer foi indicada ao CDG. Existe uma forte possibilidade dos vencedores do CDG deste ano não levarem o Oscar, o que não acontece desde 2012, quando O Artista levou o Oscar.
Não costumamos fazer isso, mas gostaríamos de ilustrar através de nossas preferências de figurinos elegíveis, como a Academia poderia ter diversificado os indicados da categoria mas sem perder a qualidade. Nossas escolhas buscam também fugir do lugar comum dos figurinos como por exemplo o trabalho de Midsommar, que criou todo um visual para a cerimônia festiva da Suécia. Se indicassem, seria uma bela forma de prestigiar trabalhos diferentes e atrair a atenção do público.
Trabalho esnobado de Andrea Flesch em Midsommar (pic by IMDb)
INDICADOS AO OSCAR
NOSSAS PREFERÊNCIAS
O Irlandês
Meu Nome é Dolemite
Jojo Rabbit
Midsommar
Coringa
Retrato de uma Jovem em Chamas
Adoráveis Mulheres
Rocketman
Era Uma Vez em… Hollywood
Shadow
Na cerimônia do CDG, Charlize Theron recebeu um dos prêmios especiais chamado Spotlight. No palco, a atriz agradeceu todos figurinistas com quem já trabalhou e brincou que ela ainda usa os vestidos que Colleen Atwood criou para ela no filme Branca de Neve e o Caçador. “Todo dia eu uso e meus filhos adoram!”, revelou Theron.
SEGUEM OS VENCEDORES DO 22º CDG AWARDS:
FILME CONTEMPORÂNEO Jenny Eagan (Entre Facas e Segredos)
FILME DE ÉPOCA Mayes C. Rubeo (Jojo Rabbit)
FILME DE FICÇÃO CIENTÍFICA/FANTASIA Ellen Mirojnick (Malévola: Dona do Mal)
SÉRIE CONTEMPORÂNEA Debra Hanson (Schitt’s Creek) – Episódio: The Dress
SÉRIE DE ÉPOCA Donna Zakowska (The Marvelous Mrs. Maisel) – Episódio: It’s Comedy or Cabbage
SÉRIE DE FICÇÃO CIENTÍFICA/FANTASIA Michele Clapton (Game of Thrones) – Episódio: The Iron Throne
SÉRIE DE REALITY SHOW, VARIEDADES E TV AO VIVO Marina Toybina (The Masked Singer: Season Finale: And the Winner Takes It All and Takes It Off)
SHOWS DE CURTA DURAÇÃO Christopher Lawrence (United Airlines: “Star Wars Wing Walker”, commercial)
Emma Stone e Ryan Gosling em cena de La La Land: ambos fora indicados ao Oscar (pic by moviepilot.de)
MUSICAL IGUALA RECORDE DE A MALVADA (1950) E TITANIC (1997)
OSCAR EM NÚMEROS
Vamos começar com o recordista La La Land, que conquistou 14 indicações ao Oscar: um recorde equivalente ao de A Malvada e Titanic. Já me adiantando um pouco, caso o musical de Damien Chazelle leve a partir de 12 estatuetas na cerimônia no dia 26 de fevereiro, será o grande recordista de vitórias no Oscar, ultrapassando os 11 Oscars de Ben-Hur, Titanic e O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei. E embora Damien Chazelle não seja o mais jovem diretor indicado aos 32 anos (John Singleton tinha 23 quando foi indicado por Os Donos da Rua em 1991), se ganhar, ele se tornará o mais jovem diretor a conquistar a estatueta da categoria.
Bem lá atrás, empatados em segundo lugar com oito indicações cada vêm o drama Moonlight e a ficção científica A Chegada. Seguindo o script do BAFTA, o filme de alienígenas de Denis Villenueve tem se tornado um dos grandes competidores deste ano, conquistando inclusive sua primeira indicação de Diretor. Mas um dos grandes pilares da campanha, a atriz Amy Adams, não foi lembrada na categoria de Atriz.
Em seguida, compartilhando o terceiro lugar com seis indicações, estão Até o Último Homem, Lion e Manchester à Beira-Mar. Super importante ressaltar que Manchester foi produzido pela Amazon Studios também, o que o torna o pioneiro em serviço de streaming a receber uma indicação a Melhor Filme no Oscar.
Outro fato importante é que temos atores negros em todas as quatro categorias de atuação. São sete atores negros entre vinte indicados: Ruth Negga, Denzel Washington, Viola Davis, Naomie Harris, Octavia Spencer, Mahershala Ali e Dev Patel, se o considerarmos como não-branco. Claro que houve um belo empurrãozinho da polêmica do ano passado do #OscarSoWhite, quando não houve nenhum ator negro pelo segundo ano consecutivo, mas todos os atores, sem exceção, estiveram presentes na temporada de premiação, ou seja, a Academia não trouxe nomes assim do nada.
Claro que essa polêmica racial ainda vai ser amplamente discutida ao longo desse próximo mês. Muitos inclusive já estão comentando da possível vitória de Moonlight sobre o franco-favorito La La Land como uma forma de resposta aos críticos da Academia pelo fato da diversidade. Já vi os dois filmes, e ambos são bons. Particularmente prefiro o musical por dialogar mais sobre sonhos de artista. Mas, de qualquer forma, eu espero sinceramente que não haja esse tipo de competição no quesito sócio-racial, mas apenas de Arte.
ANÚNCIO DAS INDICAÇÕES
Este ano, a Academia resolveu fazer nova alteração no anúncio dos indicados. Ao contrário dos anos anteriores, pela primeira vez, não houve transmissão num local físico. Via satélite pelos sites oscar.com e oscar.org, e pelo canal televisivo ABC (detentora dos direitos de transmissão da cerimônia do Oscar) pelo programa matinal Good Morning America, o anúncio foi misturado a um clipe de artistas previamente indicados ao Oscar com uma voz meio morna lendo os nomes indicados. À princípio, achei estranha essa combinação de clipe pré-gravado. Perdeu aquele frescor de anúncio ao vivo no palco.
Acredito que essa mudança tenha sido realizada para eliminar qualquer tipo de “ruído externo”, ou seja, torcida e ‘bafafás’ de jornalistas presentes durante o anúncio. No ano passado, por exemplo, eles urraram com o anúncio de Sylvester Stallone como Ator Coadjuvante, enquanto ficaram em silêncio absoluto com outros nomes como Matt Damon na categoria de Ator. Essa ausência de platéia elimina possíveis desconfortos para alguns indicados que não ganhariam uma única salva de palmas ou gritinhos.
No início, achei uma medida exagerada, mas depois me colocando no lugar do indicado, seria chato se depois de seu nome ser anunciado, o povo que tá gritando simplesmente ficasse calado! E fica uma coisa mais imparcial e profissional da Academia, e não um resultado de um paredão do Big Brother.
Para esta 89ª edição, a presidente Cheryl Boone Isaacs convocou uma gama diferente de apresentadores para auxiliá-la no anúncio: os atores Jennifer Hudson, Brie Larson, Ken Watanabe e Demián Bichir, e os diretores Jason Reitman (de Juno) e Guillermo del Toro (O Labirinto do Fauno).
Todas as 24 categorias foram anunciadas ao vivo.
SURPRESAS
Quando o nome de Mel Gibson foi anunciado na categoria de Direção, pensei: “A Academia, antro de judeus, finalmente teria perdoado o anti-semita Mel Gibson?”. Rusgas religiosas à parte, Até o Último Homem foi o grande filme de guerra de 2016 e o diretor tem larga experiência no gênero, já que ganhou o Oscar em 1996 pelo épico Coração Valente.
Mesmo não sendo exatamente uma surpresa, acho importante destacar a categoria de Atriz Coadjuvante, que este ano apresenta 3 candidatas negras: Viola Davis, Naomie Harris e Octavia Spencer. As outras são branquelas e loiras: Nicole Kidman e Michelle Williams. Olha o contraste! Agora, imagine o seguinte cenário: Com três atrizes negras no páreo, uma branca levar a estatueta! Aí que a casa cai de vez! Poooor sorte, entre as negras está a franco-favorita Viola Davis, pela impecável performance em Cercas. Ela já venceu o Critics’ Choice e o Globo de Ouro, portanto, esse deve ser o Oscar mais certo da noite.
Indicadas ao Oscar de Coadjuvante, da esquerda para a direita: Viola Davis, Nicole Kidman, Octavia Spencer, Michelle Williams e Naomie Harris (pic by GoldenGlobe)
Não vou ser um chato do tipo politicamente correto pra chegar agora e falar “E os atores latinos? E os atores asiáticos? E os indígenas? E a paz mundial??” porque a Arte não é isso. A Arte vem de qualquer lugar, de qualquer gênero, raça, religião, até mesmo de mentes criminosas. Se for pra exigir cotas como muitos na internet exigem como se fossem panfletários, teria que haver 50 indicados por categoria todo ano e aí ninguém iria aguentar o Oscar. Claro que eu acho bacana termos atores negros reconhecidos por seus trabalhos, mas não os enxergo como negros, mas atores que tiveram uma boa oportunidade de mostrar seu talento em projetos bem conceituados, e isso é isso que está faltando: projetos artísticos e oportunidades.
Outros nomes como Mike Mills (20th Century Women) foram surpresa na categoria de Roteiro Original, e de Thomas Newman (Passageiros) na de Trilha Musical. Ambos devem sair de mãos abanando, mas curiosamente, se confirmada sua derrota, esta será a 14ª derrota de Newman. Já na categoria de canção, a surpresa foi de “The Empty Chair” do documentário Jim: The James Foley Story. Claro que o nome do músico Sting ajuda, mas vale lembrar que esta é a terceira indicação do compositor J. Ralph.
Na categoria de maquiagem, a participação de Esquadrão Suicida não deixa de surpreender, já que a adaptação da DC Comics foi considerada uma das piores de 2016. Contudo, também vale ressaltar que a categoria de Maquiagem tem abrigado filmes ruins como Jackass Apresenta: Vovô Sem Vergonha e Norbit.
AUSÊNCIAS
Indubitavelmente, a grande surpresa entre os indicados pra mim foi a exclusão de Amy Adams da categoria de Atriz. Acho que pensaram: “Ela é indicada todo ano e nunca ganha. Melhor ficar de fora pra não perder de novo e virar uma nova Deborah Kerr! (foi indicada 6 vezes, mas nunca levou o prêmio)”. Curiosamente, seu filme A Chegada conquistou uma série de indicações, e ela que vinha sendo indicada em todos os grandes prêmios, acabou morrendo na praia. Sei que muitos fãs dos filme vão ficar aborrecidos comigo, mas eu acho que ela não mereceu estar entre as indicadas este ano. É o que sempre digo sobre ela: Amy Adams precisa sair um pouco da zona de conforto e assumir papéis mais desafiadores. Mudar seu timbre de voz, mudar seu visual, seu jeito de andar etc. Talento ela tem, mas a Academia quer reconhecê-la por algo maior.
Amy Adams em cena de A Chegada. Sua ausência no Oscar foi uma das mais notáveis (photo by moviepilot.de)
Após uma trajetória de ausências na temporada de premiações, era esperado que o novo filme de Martin Scorsese ficasse praticamente de fora da cerimônia. Sua única indicação veio na forma de Melhor Fotografia para Rodrigo Prieto, que deve apenas fazer figuração na entrega dos prêmios. Como não vi ainda Silêncio, fica difícil entender os motivos do filme ter sido tão excluído. Mas uma das razões foi o erro de estratégia de lançamento atrasado, o que não permitiu os screeners para os votantes da Academia.
Um dos maiores injustiçados foi Animais Noturnos, que recebeu uma única indicação de Ator Coadjuvante para Michael Shannon. Cadê a indicação para Roteiro Adaptado para Tom Ford?? Em seu segundo filme, ele conquistou uma série de críticas positivas, seja como diretor ou como roteirista. Sua adaptação pode ter apresentado falhas, mas certamente foi um dos trabalhos mais estilizados de 2016. A Academia sai perdendo ao não convidar Ford para a festa. Havia uma divisão de votos na escolha do Ator Coadjuvante do filme. Enquanto no Globo de Ouro e BAFTA, optaram por Aaron Taylor-Johnson, a Academia preferiu Michael Shannon, talvez numa tentativa de compensá-lo pela não-indicação no ano passado pelo drama 99 Casas. Considero a performance de Taylor-Johnson mais interessante por representar um lado sombrio da trama toda de Animais Noturnos. Já Shannon parece meio fadado a papéis “weirdos”.
Tom Ford no set de Animais Noturnos, que recebeu uma única indicação para Michael Shannon (pic by joblo.com)
Apesar de se tratar de uma adaptação de quadrinhos, que a Academia não costuma gostar muito, achei que Deadpool entraria na lista, já que participou ativamente da temporada de premiações, tendo sido indicado inclusive para o Producers Guild (PGA). Suas maiores chances estavam nas categorias de Roteiro Adaptado e Maquiagem, mas ficou de fora por completo. Uma pena.
Entre outros ausentes da festa que estavam no burburinho destaque para Annette Bening (20th Century Women), Tom Hanks (Sully: O Herói do Rio Hudson), Hugh Grant (Florence: Quem é Essa Mulher?) e animação da Pixar, Procurando Dory. Particularmente, senti a ausência de Ben Foster como coadjuvante em A Qualquer Custo. Ele rouba toda cena em que aparece.
MINHA TORCIDA
Olha, não sei o que será de Isabelle Huppert na cerimônia, mas certamente foi a indicação que mais me deixou feliz! Soltei um Uhuuulll daqui de casa! É tão bacana quando a Academia sai de seu clubinho americano para reconhecer um grande talento estrangeiro que na hora, nem liguei que seu filme Elle tinha ficado de fora da categoria de Filme em Língua Estrangeira.
Primeira indicação para a francesa Isabelle Huppert!!
Embora tenha vencido o prestigioso Globo de Ouro, a atriz francesa terá páreo duro pela frente, especialmente entre Emma Stone, que venceu o Globo de Ouro de Atriz – Comédia ou Musical por La La Land, e Natalie Portman, que já ganha pontos por interpretar uma figura histórica muito querida nos EUA, a ex-primeira dama Jacqueline Kennedy em Jackie. Seria o melhor momento da noite do Oscar se Huppert subisse no palco pra receber o Oscar. Dentre as indicadas, ela apresentou a maior audácia
Ainda nesse quesito de reconhecer artistas de fora, a categoria de Animação é a que mais me felicita todo ano. Mais uma vez, ela reconheceu duas produções estrangeiras, no caso, a francesa A Tartaruga Vermelha, e a suíça Minha Vida de Abobrinha. Pelo pouco que já vi, esta última é a que mais me agrada pela técnica de stop-motion, mas sob o aspecto técnico geral, Kubo e as Cordas Mágicas é imbatível, tanto que foi indicado a Melhores Efeitos Visuais. Acho que é a primeira vez que temos uma animação na categoria de Efeitos Visuais.
Meio esquecida da categoria de Trilha Musical, a compositora Mica Levi foi finalmente reconhecida no Oscar! Ela chamou a atenção para o mundo com sua trilha meio experimental do ótimo Sob a Pele (2014), e agora chega com novo trabalho por Jackie. Numa categoria de cartas marcadas com os mesmos nomes de sempre, acho interessante a inclusão de Levi com composições mais alternativas das que estamos acostumados a ouvir, mas que causam uma sensação além do que vemos na tela. Quem tiver um tempinho, dá uma olhada no YouTube e confira os arranjos de Jackie, como a faixa “Burial”, que é mais fúnebre.
A compositora Mica Levi (Jackie) em seu estúdio, inspirada e movida à chocolate M&M. (pic by FACT Magazine)
Também comemorei a inclusão da canção “Audition (The Fools Who Dream)”, cantada por Emma Stone em La La Land. Apesar de “City of Stars” ser a mais querida e pegajosa, “Audition” define a personagem de Stone naquele segmento do casting belamente executado.
INDICADOS AO 89th ACADEMY AWARDS:
MELHOR FILME
* A Chegada (Arrival)
* Cercas (Fences)
* Até o Último Homem (Hacksaw Ridge)
* A Qualquer Custo (Hell or High Water)
* Estrelas Além do Tempo (Hidden Figures)
* La La Land: Cantando Estações (La La Land)
* Lion: Uma Jornada Para Casa (Lion)
* Manchester à Beira-Mar (Manchester by the Sea)
* Moonlight: Sob a Luz do Luar (Moonlight)
MELHOR DIRETOR
* Damien Chazelle (La La Land)
* Mel Gibson (Até o Último Homem)
* Barry Jenkins (Moonlight)
* Kenneth Lonergan (Manchester à Beira-Mar)
* Denis Villeneuve (A Chegada)
MELHOR ATOR * Casey Affleck (Manchester à Beira-Mar)
* Andrew Garfield (Até o Último Homem)
* Ryan Gosling (La La Land)
* Viggo Mortensen (Capitão Fantástico)
* Denzel Washington (Cercas)
MELHOR ATRIZ
* Isabelle Huppert (Elle)
* Ruth Negga (Loving)
* Natalie Portman (Jackie)
* Emma Stone (La La Land)
* Meryl Streep (Florence: Quem é Essa Mulher?)
MELHOR ATOR COADJUVANTE
* Mahershala Ali (Moonlight)
* Jeff Bridges (A Qualquer Custo)
* Lucas Hedges (Manchester à Beira-Mar)
* Dev Patel (Lion)
* Michael Shannon (Animais Noturnos)
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE * Viola Davis (Cercas) * Naomie Harris (Moonlight)
* Nicole Kidman (Lion)
* Octavia Spencer (Estrelas Além do Tempo)
* Michelle Williams (Manchester à Beira-Mar)
MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
* Taylor Sheridan (A Qualquer Custo)
* Damien Chazelle (La La Land)
* Yorgos Lanthimos e Efthymis Filippou (O Lagosta)
* Kenneth Lonergan (Manchester à Beira-Mar)
* Mike Mills (20th Century Women)
MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
* Eric Heisserer (A Chegada)
* August Wilson (Cercas)
* Allison Schroeder e Theodore Melfi (Estrelas Além do Tempo)
* Luke Davis (Lion)
* Barry Jenkins (Moonlight)
MELHOR FOTOGRAFIA
* Bradford Young (A Chegada)
* Linus Sandgren (La La Land)
* Greig Fraser (Lion)
* James Laxton (Moonlight)
* Rodrigo Prieto (Silêncio)
MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
* Patrice Vermette, Paul Hotte (A Chegada)
* Stuart Craig, Anna Pinnock (Animais Fantásticos e Onde Habitam)
* Jess Gonchor, Nancy Haigh (Ave, César!)
* David Wasco, Sandy Reynolds-Wasco (La La Land)
* Guy Hendrix Dyaz, Gene Sardena (Passageiros)
MELHOR MONTAGEM * Joe Walker (A Chegada)
* John Gilbert (Até o Último Homem)
* Jake Roberts (A Qualquer Custo)
* Tom Cross (La La Land)
* Joi McMillon, Nat Sanders (Moonlight)
MELHOR FIGURINO
* Joanna Johnston (Aliados)
* Colleen Atwood (Animais Fantásticos e Onde Habitam)
* Consolata Boyle (Florence: Quem é Essa Mulher?)
* Madeline Fontaine (Jackie)
* Mary Zophres (La La Land)
MELHOR MAQUIAGEM E CABELO
* Um Homem Chamado Ove
* Star Trek: Sem Fronteiras
* Esquadrão Suicida
MELHOR TRILHA MUSICAL ORIGINAL
* Mica Levi (Jackie)
* Justin Hurwitz (La La Land)
* Dustin O’Halloran, Hauschka (Lion)
* Nicholas Britell (Moonlight)
* Thomas Newman (Passageiros)
MELHOR CANÇÃO ORIGINAL * “Audition (The Fools Who Dream)”, de Justin Hurwitz, Benj Pasek, Justin Paul (La La Land)
* “Can’t Stop the Feeling”, de Justin Timberlake, Max Martin, Shellback (Trolls)
* “City of Stars”, de Justin Hurwitz, Benj Pasek, Justin Paul (La La Land)
* “The Empty Chair”, de J. Ralph, Sting (Jim: The James Foley Story)
* “How Far I’ll Go”, de Lin-Manuel Miranda (Moana: Um Mar de Aventuras)
MELHOR SOM
* A Chegada
* Até o Último Homem
* La La Land
* Rogue One: Uma História Star Wars
* 13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi
MELHORES EFEITOS SONOROS
* A Chegada
* Horizonte Profundo: Desastre no Golfo
* Até o Último Homem
* La La Land
* Sully: O Herói do Rio Hudson
MELHORES EFEITOS VISUAIS * Horizonte Profundo: Desastre no Golfo
* Doutor Estranho
* Mogli: O Menino Lobo
* Kubo e as Cordas Mágicas
* Rogue One: Uma História Star Wars
MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
* Terra de Minas, de Martin Zandvliet (DINAMARCA)
* Um Homem Chamado Ove, de Hannes Holm (SUÉCIA)
* O Apartamento, de Asghar Farhadi (IRÃ)
* Tanna, de Martin Butler, Bentley Dean (AUSTRÁLIA)
* Toni Erdmann, de Mare Ade (ALEMANHA)
MELHOR ANIMAÇÃO
* Kubo e as Cordas Mágicas
* Minha Vida de Abobrinha
* A Tartaruga Vermelha
* Moana: Um Mar de Aventuras
* Zootopia
MELHOR DOCUMENTÁRIO
* Fogo no Mar
* I Am Not Your Negro
* Life, Animated
* O.J.: Made in America
* A 13ª Emenda
MELHOR DOCUMENTÁRIO-CURTA
* Extremis
* 4.1 Miles
* Joe’s Violin
* Watani: My Homeland
* The White Helmets
MELHOR CURTA-METRAGEM
* Ennemis Intérieurs
* La Femme et le TGV
* Mindenki
* Timecode
* Silent Nights
MELHOR CURTA DE ANIMAÇÃO
* Blind Vaysha
* Borrowed Time
* Pear Cider and Cigarettes
* Pearl
* Piper
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A 89ª cerimônia do Oscar acontece no dia 26 de fevereiro e será transmitida pelo canal pago TNT. Não conte muito com a Globo, porque o Oscar cai no fim de semana do Carnaval…
Cena do filme britânico Eu, Daniel Blake, com Hayley Squires ao centro. Ela foi indicada como Atriz Coadjuvante (pic by moviepilot.de)
APÓS VITÓRIA RECORDISTA NO GLOBO DE OURO, MUSICAL PODE ALCANÇAR NOVOS FEITOS EM PRÊMIO DA ACADEMIA BRITÂNICA
Nos últimos anos, o prêmio da Academia Britânica, BAFTA, deixou ser aquele mérito fechado no Reino Unido pra se tornar um ótimo parâmetro para o Oscar. Claro que existem as disparidades (nos últimos dois anos, elegeram O Regresso e Boyhood), mas certamente o Oscar está de olho nos indicados da terra da Rainha, tanto que quem estiver fora do BAFTA, tem suas chances consideravelmente reduzidas.
Sim, infelizmente, sob essa lógica, a grande Isabelle Huppert teve suas chances de vitória no Oscar de Atriz bem reduzidas com sua ausência aqui. Tudo graças ao atraso no lançamento de Elle no Reino Unido, agendado para março, o que o desqualificou para esta temporada. Claro que ela tem totais chances de indicação ao Oscar (que seria sua primeira), mas ganhar será mais difícil… Na sua ausência forçada, preencheram sua vaga com Emily Blunt por A Garota no Trem, fato que já tinha acontecido no SAG Awards.
Sophie Turner e Dominic Cooper anunciam as indicações em nove categorias (canal BAFTA no YouTube)
Bom, quanto aos números dessas indicações, temos La La Land liderando com 11 indicações, seguido por A Chegada e Animais Noturnos com nove indicações cada. Esse reconhecimento impulsiona bastante as campanhas desses dois filmes rumo ao Oscar, podendo acarretar nas inclusões de Denis Villeneuve e Tom Ford na categoria de Diretor. Ambos andavam meio esquecidos das premiações, mas mereciam mais reconhecimento por trabalhos tão diferentes da maioria.
O diretor Denis Villeneuve passa instruções para Amy Adams em set de A Chegada (pic by moviepilot.de)
Se por um lado, alguns ganham, outros perdem com o BAFTA. O drama independente Moonlight: Sob a Luz do Luar contou com apenas quatro indicações: Filme, Roteiro Original, Atriz Coadjuvante (Naomie Harris) e Ator Coadjuvante (Mahershala Ali). Seu diretor Barry Jenkins, que era outrora uma unanimidade na categoria, foi lembrado aqui apenas pelo roteiro. Havia uma forte expectativa de que ele seria o primeiro diretor negro a vencer o Oscar, mas com essa ausência e sua recém derrota no Globo de Ouro para Damien Chazelle, passo a ter minhas dúvidas.
Pra piorar sua situação, Moonlight, considerado um dos favoritos da temporada, perdeu em número de indicações até mesmo para Animais Fantásticos e Onde Habitam, Até o Último Homem, Lion: Uma Jornada Para Casa e Eu, Daniel Blake, todos receberam cinco indicações.
Aliás, o filme britânico Eu, Daniel Blake foi a maior surpresa desta edição. Vencedor da Palma de Ouro no último Festival de Cannes, o novo filme de Ken Loach foi bem valorizado ao ser reconhecido nas categorias de Filme, Filme Britânico, Diretor, Roteiro Original e Atriz Coadjuvante (Hayley Squires). Acho difícil a Academia indicar Loach como Diretor num ano tão concorrido, mas poderiam incluir o filme na categoria de Roteiro Original.
O diretor Ken Loach, 80 anos, vencedor de duas Palmas de Ouro, recebeu sua segunda indicação de Diretor no BAFTA (pic by moviepilot.de)
Deadpool, que vinha numa ascendente nas últimas semanas, acabou de fora do BAFTA. Nada. Nem uma indicaçãozinha de Melhor Maquiagem. Outros que ficaram de mãos abanando foram Sully: O Herói do Rio Hudson e Silêncio, o que praticamente enterra do filme de Scorsese para o Oscar. Claro que é complicado julgar sem ter visto o filme, mas é uma pena porque se trata de um projeto pessoal de longa data do diretor americano. Será que ele errou tão feio assim?
Quando falavam da corrida de Melhor Ator, dois nomes eram considerados certeza: Casey Affleck e Denzel Washington. Bom, agora Denzel perdeu a cadeira. A Academia Britânica preferiu indicar Jake Gyllenhaal por Animais Noturnos. Curiosamente, (isso nem eu me dei conta!) Denzel Washington nunca foi indicado para o BAFTA, mesmo com seis indicações e duas vitórias no Oscar. Particularmente, também não considero Washington um dos melhores atores, mas não posso falar antes de checar sua performance em Cercas, filme que ele também foi diretor. Já Gyllenhaal, apesar de ser um ator em ascensão, não acho um de seus melhores trabalhos, mas entendo sua inclusão. Ele faz dois personagens na adaptação de Tom Ford e isso deve ter lhe dado crédito para a indicação.
Jake Gyllenhaal em cena de Animais Noturnos: conquista sua terceira indicação ao BAFTA (photo by cine.gr)
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EE RISING STAR AWARD
E nesta edição, o prêmio de revelação selecionou os atores: Anya Taylor-Joy (A Bruxa), Laia Costa (Victoria), Lucas Hedges (Manchester à Beira-Mar), Ruth Negga (Loving) e Tom Holland (Capitão América: Guerra Civil e Homem-Aranha: De Volta ao Lar). O voto é popular nas terras britânicas, e qualquer um que ganhar, acredito que será bem merecido. Mas se eu pudesse votar, elegeria Lucas Hedges. Apesar de não ter visto Manchester à Beira-Mar ainda, li boas críticas sobre a atuação dele, e lembrando que a última vez que o diretor Kenneth Lonergan revelou um ator, este foi Mark Ruffalo pelo ótimo Conte Comigo (2000).
INDICADOS AO BAFTA
MELHOR FILME * A Chegada (Arrival) – Produtores: Dan Levine, Shawn Levy, David Linde, Aaron Ryder
* Eu, Daniel Blake (I, Daniel Blake) – Produtora: Rebecca O’Brien
* La La Land: Cantando Estações (La La Land) – Produtores: Fred Berger, Jordan Horowitz, Marc Platt
* Manchester à Beira-Mar (Manchester by the Sea) – Produtores: Lauren Beck, Matt Damon, Chris Moore, Kimberly Steward, Kevin J. Walsh
* Moonlight: Sob a Luz do Luar (Moonlight) – Produtores: Dede Gardner, Jeremy Kleiner, Adele Romanski
DIRETOR
* Denis Villeneuve (A Chegada)
* Ken Loach (Eu, Daniel Blake)
* Damien Chazelle (La La Land: Cantando Estações)
* Kenneth Lonergan (Manchester à Beira-Mar)
* Tom Ford (Animais Noturnos)
ROTEIRO ORIGINAL
* Taylor Sheridan (A Qualquer Custo)
* Paul Laverty (Eu, Daniel Blake)
* Damien Chazelle (La La Land)
* Kenneth Lonergan (Manchester à Beira-Mar)
* Barry Jenkins (Moonlight)
ROTEIRO ADAPTADO
* Eric Heisserer (A Chegada)
* Robert Schenkkan, Andrew Knight (Até o Último Homem)
* Theodore Melfi, Allison Schroeder (Estrelas Além do Tempo)
* Luke Davies (Lion: Uma Jornada Para Casa)
* Tom Ford (Animais Noturnos)
ATOR
Andrew Garfield (Até o Último Homem)
Casey Affleck (Manchester à Beira-Mar)
Jake Gyllenhaal (Animais Noturnos)
Ryan Gosling (La La Land: Cantando Estações)
Viggo Mortensen (Capitão Fantástico)
ATRIZ
Amy Adams (A Chegada)
Emily Blunt (A Garota no Trem)
Emma Stone (La La Land: Cantando Estações)
Meryl Streep (Florence: Quem é Essa Mulher?)
Natalie Portman (Jackie)
ATOR COADJUVANTE
Aaron Taylor-Johnson (Animais Noturnos)
Dev Patel (Lion: Uma Jornada Para Casa)
Hugh Grant (Florence: Quem é Essa Mulher?)
Jeff Bridges (A Qualquer Custo)
Mahershala Ali (Moonlight: Sob a Luz do Luar)
ATRIZ COADJUVANTE
Hayley Squires (Eu, Daniel Blake)
Michelle Williams (Manchester à Beira-Mar)
Naomie Harris (Moonlight: Sob a Luz do Luar)
Nicole Kidman (Lion: Uma Jornada Para Casa)
Viola Davis (Cercas)
FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
* Dheepan: O Refúgio – Jacques Audiard, Pascal Caucheteux
* Julieta – Pedro Almodóvar
* Cinco Graças – Deniz Gamze Ergüven, Charles Gillibert
* O Filho de Saul – László Nemes, Gábor Sipos
* Toni Erdmann – Maren Ade, Janine Jackowski
DOCUMENTÁRIO
* A 13ª Emenda – Ava Duvernay
* The Beatles: Eight Days A Week – The Touring Years – Ron Howard
* The Eagle Huntress – Otto Bell, Stacey Reiss
* Notes on Blindness – Peter Middleton, James Spinney
* Weiner – Josh Kriegman, Elyse Steinberg
LONGA DE ANIMAÇÃO
* Procurando Dory – Dir: Andrew Stanton
* Kubo e as Cordas Mágicas – Dir: Travis Knight
* Moana: Um Mar de Aventuras – Dir: Ron Clements, John Musker
* Zootopia – Dir: Byron Howard, Rich Moore
TRILHA MUSICAL ORIGINAL
* Jóhann Jóhannsson (A Chegada)
* Mica Levi (Jackie)
* Justin Hurwitz (La La Land: Cantando Estações)
* Dustin O’halloran, Hauschka (Lion: Uma Jornada Para Casa)
* Abel Korzeniowski (Animais Noturnos)
FOTOGRAFIA
* Bradford Young (A Chegada)
* Giles Nuttgens (A Qualquer Custo)
* Linus Sandgren (La La Land: Cantando Estações)
* Greig Fraser (Lion: Uma Jornada Para Casa)
* Seamus Mcgarvey (Animais Noturnos)
MONTAGEM
* Joe Walker (A Chegada)
* John Gilbert (Até o Último Homem)
* Tom Cross (La La Land: Cantando Estações)
* Jennifer Lame (Manchester à Beira-Mar)
* Joan Sobel (Animais Noturnos)
DIREÇÃO DE ARTE
* John Bush, Charles Wood (Doutor Estranho)
* Stuart Craig, Anna Pinnock (Animais Fantásticos e Onde Habitam)
* Jess Gonchor, Nancy Haigh (Ave, César!)
* Sandy Reynolds-Wasco, David Wasco (La La Land: Cantando Estações)
* Shane Valentino, Meg Everist (Animais Noturnos)
FIGURINO
* Joanna Johnston (Aliados)
* Colleen Atwood (Animais Fantásticos e Onde Habitam)
* Consolata Boyle (Florence: Quem é Essa Mulher?)
* Madeline Fontaine (Jackie)
* Mary Zophres (La La Land: Cantando Estações)
MAQUIAGEM E CABELO
* Jeremy Woodhead (Doutor Estranho)
* J. Roy Helland, Daniel Phillips (Florence: Quem é Essa Mulher?)
* Shane Thomas (Até o Último Homem)
* Donald Mowat, Yolanda Toussieng (Animais Noturnos)
* Rogue One: Uma História Star Wars
SOM
* Claude La Haye, Bernard Gariépy Strobl, Sylvain Bellemare (A Chegada)
* Mike Prestwood Smith, Dror Mohar, Wylie Stateman, David Wyman (Horizonte Profundo: Desastre no Golfo)
* Niv Adiri, Glenn Freemantle, Simon Hayes, Andy Nelson, Ian Tapp (Animais Fantásticos e Onde Habitam)
* Peter Grace, Robert Mackenzie, Kevin O’Connell, Andy Wright (Até o Último Homem)
* Mildred Iatrou Morgan, Ai-Ling Lee, Steve A. Morrow, Andy Nelson (La La Land: Cantando Estações)
EFEITOS VISUAIS
* Louis Morin (A Chegada)
* Richard Bluff, Stephane Ceretti, Paul Corbould, Jonathan Fawkner (Doutor Estranho)
* Tim Burke, Pablo Grillo, Christian Manz, David Watkins (Animais Fantásticos e Onde Habitam)
* Robert Legato, Dan Lemmon, Andrew R. Jones, Adam Valdez (Mogli: O Menino Lobo)
* Neil Corbould, Hal Hickel, Mohen Leo, John Knoll, Nigel Sumner (Rogue One: Uma História Star Wars)
FILME BRITÂNICO
* American Honey – Produtores: Andrea Arnold, Lars Knudsen, Pouya Shahbazian, Jay Van Hoy
* Negação (Denial) – Produtores: Mick Jackson, Gary Foster, Russ Krasnoff, David Hare
* Animais Fantásticos e Onde Habitam (Fantastic Beast and Where to Find Them) – Produtores: David Yates, J.K. Rowling, David Heyman, Steve Kloves, Lionel Wigram (Animais Fantásticos e Onde Habitam)
* Eu, Daniel Blake (I, Daniel Blake) – Produtores: Ken Loach, Rebecca O’Brien, Paul Laverty
* Notes on Blindness – Produtores: Peter Middleton, James Spinney, Mike Brett, Jo-Jo Ellison, Steve Jamison
* Sob a Sombra (Under the Shadow) – Produtores: Babak Anvari, Emily Leo, Oliver Roskill, Lucan Toh
ESTRÉIA DE ROTEIRISTA, DIRETOR OU PRODUTOR BRITÂNICO
* The Girl With All the Gifts – Mike Carey (Roteirista), Camille Gatin (Produtor)
* The Hard Stop – George Amponsah (Roteirista/Diretor/Produtor), Dionne Walker (Roteirista/Produtor)
* Notes on Blindness – Peter Middleton (Roteirista/Diretor/Produtor), James Spinney (Roteirista/Diretor), Jo-Jo Ellison (Produtor)
* The Pass – John Donnelly (Roteirista), Ben A. Williams (Diretor)
* Sob a Sombra (Under the Shadow) – Babak Anvari (Roteirista/Diretor), Emily Leo, Oliver Roskill, Lucan Toh (Produtores)
CURTA DE ANIMAÇÃO BRITÂNICO
* The Alan Dimension – Jac Clinch, Jonathan Harbottle, Millie Marsh
* A Love Story – Khaled Gad, Anushka Kishani Naanayakkara, Elena Ruscombe-King
* Tough – Jennifer Zheng
CURTA-METRAGEM BRITÂNICO
* Consumed – Richard John Seymour
* Home – Shpat Deda, Afolabi Kuti, Daniel Mulloy, Scott O’Donnell
* Mouth of Hell – Bart Gavigan, Samir Mehanovic, Ailie Smith, Michael Wilson
* The Party – Farah Abushwesha, Emmet Fleming, Andrea Harkin, Conor Macneill
* Standby – Charlotte Regan, Jack Hannon
EE RISING STAR AWARD (Voto do público)
Anya Taylor-Joy
Laia Costa
Lucas Hedges
Ruth Negga
Tom Holland
Indicados ao EE Rising Star Award. pic by metro.co.uk
***
A cerimônia do BAFTA ocorre no dia 12 de fevereiro.
Cena do musical La La Land, de Damien Chazelle. Os atores Ryan Gosling e Emma Stone também fora indicados. (photo by moviepilot.de)
COMO AGUARDADO DESDE O FESTIVAL DE VENEZA E TORONTO, O NOVO FILME DE DAMIEN CHAZELLE ASSUME FAVORITISMO
Antes de começar a falar sobre a premiação, gostaria de abrir um parênteses aqui. Vou ser sucinto: Que raios de traduções de títulos de filmes são esses de hoje em dia, hein? Pessoal das distribuidoras que trabalha com isso, pelamordedeus! Vamos usar um pouco o bom senso! Como um “Florence Foster Jenkins” vira um “Florence: Que Mulher é Essa?”?? Parece documentário de uma prostituta que teve um caso com o presidente e derrubou o governo! E “Hello, My Name is Doris” que virou “Doris, Redescobrindo o Amor”? Se querem manter o nome da personagem, coloquem pelo menos “Doris Redescobre o Amor”. Também tenho certa aversão aos subtítulos inúteis que teimam em aderir ao título (meu favorito de todos os tempos é do filme de David Cronenberg: “Spider – Desafie Sua Mente” – parece nome de um jogo de tabuleiro). Acho que nas últimas decádas, as distribuidoras brasileiras sempre estão em cima do muro: não querem traduzir o título todo (por medo ou por incapacidade), mas sempre subestimam o público colocando um subtítulo que mais se assemelha a um aposto. Esse ano (por enquanto – porque ainda devem vir mais pérolas!), meu eleito é “La La Land: Cantando Estações”. Seria alguma alusão ao clássico musical “Cantando na Chuva”? Na minha opinião, ou mantém apenas “La La Land” ou vira “La La Lândia”.
Enfim… deixa eu respirar aqui.
Bom, como tenho falado nos últimos anos, o Critics’ Choice Awards pra mim é a “Bolha Assassina”. Lembram daquele filme em que uma bolha gosmenta rosa vai engolindo tudo o que vê pela frente e devora uma cidade inteira? Pois então! Esse prêmio quer ser todos os prêmios em um só, porque engloba várias categorias distintas (são 27!!) e ainda oferece uma vaga a mais nas categorias principais. Procura acertar os indicados ao Oscar, mas não abre mão das estrelas hollywoodianas ao indicá-las nas categorias de ação como Chris Evans, Matt Damon e Scarlett Johansson, parecendo uma cópia genérica da bajulação do Globo de Ouro. Só continua “relevante” porque tem ótimas porcentagens de acerto em relação ao Oscar: acertou 4 dos últimos 5 Oscar de Melhor Filme, por exemplo.
Esta 22ª edição do Critics’ Choice tem o musical La La Land liderando com 12 indicações, incluindo nas categorias principais: Filme, Diretor (Damien Chazelle), Ator (Ryan Gosling) e Atriz (Emma Stone). Como se trata de um musical estilizado, a produção foi reconhecida em várias categorias técnicas como direção de arte, figurino e montagem. Desde que foi ovacionado nos festivais de Toronto e de Veneza, o novo trabalho de Chazelle, que ficou conhecido pelo ótimo Whiplash: Em Busca da Perfeição, passa a carregar a tocha do favoritismo da temporada.
Logo atrás, a ficção científica A Chegada e o drama Moonlight receberam 10 indicações cada. Enquanto o primeiro vem sendo reconhecido como o “Interestelar que deu certo” pela suas teorias de universo sem ser tão cabeçudo e explicativo como o filme de Christopher Nolan, o segundo tem ganhado glórias por sua visão do crescimento do personagem central em meio à questões raciais, sexuais e familiares.
Cena de primeiro contato em A Chegada, com Amy Adams. 10 indicações para filme de Denis Villeneuve. Photo by moviepilot.de
Dentre os filmes mais bem cotados que ficaram de fora, o mais prejudicado foi Silêncio, novo filme de Martin Scorsese. Como não acredito que o filme seja tão ruim a ponto de não levar nenhuma indicação sequer, a estratégia de lançamento em cima da hora da Paramount Pictures deve ter sido a causa. Não que a ausência de Silêncio no Critics’ Choice vá abalar sua campanha promissora, mas foi uma bola fora. Também no mesmo barco está o filme Rogue One: Uma História Star Wars. Parece que não ficou pronto a tempo da exibição para os críticos.
Por outro lado, o filme de guerra Até o Último Homem foi muito bem reconhecido, com indicações para Melhor Filme, Diretor (Mel Gibson) e Ator (Andrew Garfield). Pode significar um retorno para Gibson, que vem amargando um ostracismo desde suas declarações e filme Paixão de Cristo anti-semitas. Ele ganhou o Oscar de Filme e Diretor pelo épico Coração Valente lá no longíquo ano de 1996.
Andrew Garfield protagoniza Até o Último Homem, novo trabalho de Mel Gibson na direção (photo by moviepilot.de)
O MELHOR NO CALENDÁRIO TAMBÉM
Normalmente, as cerimônias de premiação ocorrem um mês depois do anúncio dos indicados, mas o Critics’ Choice quer se achar o prêmio inovador, e resolveu fazer a entregas das estatuetas UMA semana depois. Isso mesmo, sete dias depois das indicações! Aí você pergunta: “Por que tanta pressa assim?”. Como o calendário de premiações é altamente disputado, o Critics’ Choice está com receio de ficar ali esquecido até janeiro, e acredito que queiram se gabar sendo “o primeiro grande prêmio de cinema” a revelar seus vencedores.
Quer saber? Gostaria que quase ninguém fosse pra essa cerimônia, assim eles caem na real de que as coisas não funcionam assim à bel-prazer. Vale lembrar aqui que a cerimônia de janeiro deste ano houve muitas ausências importantes como Mark Ruffalo, Michael Keaton, Brie Larson, Tom Hardy, Charlize Theron e Leonardo DiCaprio.
A cerimônia tem previsão para o próximo dia 11, domingo, por volta das 23h, horário de Brasília, pelo canal pago A&E (provavelmente na TNT aqui no Brasil).
ALTOS E BAIXOS DO CRITICS’ CHOICE
Obviamente, ter um alto número de categorias e indicações ajuda a reconhecer aqueles filmes bons que não acham lugar nenhum em premiações, principalmente por se tratarem de gêneros subvalorizados como ficção científica, terror e comédia.
Dessa leva muito bem reconhecida incluo:
Deadpool
Filme de Ação, Ator em Filme de Ação (Ryan Reynolds), Comédia, Ator em Comédia (Ryan Reynolds)
Apesar da saturação de filmes de super-heróis, a adaptação de Deadpool conseguiu apresentar muita criatividade com a metalinguagem atípica (muito se deve ao próprio quadrinho), bom ritmo e ótima química entre os atores. E foi recompensado nas bilheterias por sua ousadia de elevar sua classificação etária. Tudo bem que foi um pouco exagerado sua dupla indicação como Comédia e Ação, mas…
Ryan Reynolds na pele deformada de Deadpool (pic by moviepilot.de)
2. Dois Caras Legais
Comédia, Ator em Comédia (Ryan Gosling)
O novo trabalho do diretor Shane Black foi uma grata surpresa, tem seus méritos como roteiro e a direção de arte dos anos 70, mas por se tratar de um filme despretensioso, era difícil premiá-lo. Provavelmente não vai ganhar nada, mas merecidamente estará na festa.
3. Florence: Quem é Essa Mulher?
Comédia, Ator em Comédia (Hugh Grant), Atriz em Comédia (Meryl Streep)
Está comédia sobre uma figura real que foi considerada a pior cantora de todos os tempos tem conquistado boas críticas, mas não chega com força para cravar indicações ao Oscar. Talvez exceto por Meryl Streep e o figurino. Como a atriz não foi indicada na categoria principal, pelo menos tem o favoritismo da categoria de comédia.
4. Rua Cloverfield, 10
Ficção Científica/Terror
Esse foi um das melhores surpresas do ano, mas como é modesto, também ficou difícil reconhecer em premiações. Mas esta pequena gema do cinema sci-fi tem muitos méritos, principalmente porque soube contar umas história simples, com baixo orçamento e com um ótimo clima de tensão do início ao fim. Os atores Mary Elizabeth Winstead e John Goodman mereciam indicações, mas o Critics’ Choice Awards não tem categorias de Atores em Terror/Sci-Fi… ainda.
Mary Elizabeth Winstead em cativeiro com John Goodman em Rua Cloberfield, 10, de Dan Trachtenberg (pic by cine.gr)
5. Capitão Fantástico
Ator em Comédia (Viggo Mortensen)
Este pequeno filme foi uma das maiores surpresas do cinema independente americano de 2016. Mortensen interpreta um pai que cuida de seis crianças numa floresta até que precisa abandonar seu paraíso para adentrar o verdadeiro mundo. Houve inúmeras críticas positivas, principalmente pelo casting do elenco infantil.
E o lado negativo da Bolha Assassina:
1. Batman vs Superman: A Origem da Justiça
Atriz em Ação (Gal Gadot)
Não me interpretem mal. Acho Gal Gadot muito linda. Mas o que ela fez nesse crossover de Batman e Superman? A personagem dela, que é totalmente dispensável na trama, não tem profundidade alguma. Nem se fosse uma boa atriz nesse papel sairia algo notável.
A bela Gal Gadot em cena de Batman vs Superman. Beleza faz uma boa interpretação? Pic by moviepilot.de
2. Esquadrão Suicida
Atriz em Comédia (Margot Robbie)
Tudo bem que a concorrência nesta categoria parece ter sido apenas para preencher cota, mas nem Margot Robbie salva um filme tão medíocre como Esquadrão Suicida. Ela tem os looks da personagem Harlequina, mas é apenas o superficial. Provavelmente este será o prêmio mais fácil que Meryl Streep vai levar.
3. Um Espião e Meio Comédia, Ator em Comédia
Deve ter gente que ama essas comédias estereotipadas, mas acho que o Critics’ Choice podia ter caprichado mais nessa escolha. Por que não incluir o último filme de Woody Allen, Café Society? Ou o humor negro de Swiss Army Man?
Indicados ao 22º Critics’ Choice Awards:
MELHOR FILME
A Chegada (Arrival)
Fences
Até o Último Homem (Hacksaw Ridge)
A Qualquer Custo (Hell or High Water)
La La Land: Cantando Estações (La La Land)
Lion
Loving
Manchester à Beira-Mar (Manchester by the Sea)
Moonlight
Sully: O Herói do Rio Hudson (Sully)
MELHOR DIRETOR
Damien Chazelle (La La Land: Cantando Estações)
Mel Gibson (Até o Último Homem)
Barry Jenkins (Moonlight)
Kenneth Lonergan (Manchester à Beira-Mar)
David Mackenzie (A Qualquer Custo)
Denis Villeneuve (A Chegada)
Denzel Washington (Fences)
MELHOR ATOR
Casey Affleck (Manchester à Beira-Mar)
Joel Edgerton (Loving)
Andrew Garfield (Até o Último Homem)
Ryan Gosling (La La Land: Cantando Estações)
Tom Hanks (Sully: O Herói do Rio Hudson)
Denzel Washington (Fences)
MELHOR ATRIZ
Amy Adams (A Chegada)
Annette Bening (20th Century Women)
Isabelle Huppert (Elle)
Ruth Negga (Loving)
Natalie Portman (Jackie)
Emma Stone (La La Land: Cantando Estações)
MELHOR ATOR COADJUVANTE
Mahershala Ali (Moonlight)
Jeff Bridges (A Qualquer Custo)
Ben Foster (A Qualquer Custo)
Lucas Hedges (Manchester à Beira-Mar)
Dev Patel (Lion)
Michael Shannon (Animais Noturnos)
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Viola Davis (Fences)
Greta Gerwig (20th Century Women)
Naomie Harris (Moonlight)
Nicole Kidman (Lion)
Janelle Monáe (Estrelas Além do Tempo)
Michelle Williams (Manchester à Beira-Mar)
MELHOR JOVEM ATOR/ATRIZ
Lucas Hedges (Manchester à Beira-Mar)
Alex R. Hibbert (Moonlight)
Lewis MacDougall (Sete Minutos Depois da Meia-Noite)
Madina Nalwanga (Rainha de Katwe)
Sunny Pawar ( Lion)
Hailee Steinfeld (The Edge of Seventeen)
MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
Luke Davies (Lion)
Tom Ford (Animais Noturnos)
Eric Heisserer (A Chegada)
Todd Komarnicki (Sully: O Herói do Rio Hudson)
Allison Schroeder, Theodore Melfi (Estrelas Além do Tempo)
August Wilson (Fences)
MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
Damien Chazelle (La La Land: Cantando Estações)
Barry Jenkins (Moonlight)
Yorgos Lanthimos/Efthimis Filippou (O Lagosta)
Kenneth Lonergan (Manchester à Beira-Mar)
Jeff Nichols (Loving)
Taylor Sheridan (A Qualquer Custo)
MELHOR FOTOGRAFIA
Bradford Young (A Chegada)
Stéphane Fontaine (Jackie)
Linus Sandgren (La La Land: Cantando Estações)
James Laxton (Moonlight)
Seamus McGarvey (Animais Noturnos)
MELHOR FIGURINO
Joanna Johnston (Aliados)
Colleen Atwood (Animais Fantásticos e Onde Habitam)
Consolata Boyle (Florence: Quem é Essa Mulher?)
Madeline Fontaine (Jackie)
Mary Zophres (La La Land: Cantando Estações)
Eimer Ni Mhaoldomhnaigh (Amor & Amizade)
MELHOR MONTAGEM
Joe Walker (A Chegada)
John Gilbert (Até o Último Homem)
Tom Cross (La La Land: Cantando Estações)
Nat Sanders, Joi McMillon (Moonlight)
Blu Murray (Sully: O Herói do Rio Hudson)
MELHOR CABELO E MAQUIAGEM
Doutor Estranho
Animais Fantásticos e Onde Habitam
Até o Último Homem
Jackie
Star Trek: Sem Fronteiras
MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
Patrice Vermette; Paul Hotte, André Valade (A Chegada)
Stuart Craig; James Hambidge, Anna Pinnock (Animais Fantásticos e Onde Habitam)
Jean Rabasse; Véronique Melery (Jackie)
David Wasco; Sandy Reynolds-Wasco (La La Land: Cantando Estações)
Jess Gonchor; Nancy Haigh (A Lei da Noite)
MELHOR TRILHA MUSICAL
Jóhann Jóhannsson (A Chegada)
Mica Levi (Jackie)
Justin Hurwitz (La La Land: Cantando Estações)
Nicholas Britell (Moonlight)
Dustin O’Halloran, Hauschka (Lion)
MELHOR CANÇÃO
“Audition (The Fools Who Dream)” (La La Land: Cantando Estações)
“City of Stars” (La La Land: Cantando Estações)
“How Far I’ll Go” (Moana – Um Mar de Aventuras)
“Can’t Stop the Feeling!” (Trolls)
“The Rules Don’t Apply” (Rules Don’t Apply)
“Drive It Like You Stole It” (Sing Street)
MELHORES EFEITOS VISUAIS
A Chegada
Doutor Estranho
Animais Fantásticos e Onde Habitam
Mogli, o Menino Lobo
Sete Minutos Depois da Meia-Noite
MELHOR LONGA DE ANIMAÇÃO
Procurando Dory
Kubo e as Cordas Mágicas
Moana – Um Mar de Aventuras
The Red Turtle
Trolls
Zootopia
MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
Elle
The Handmaiden
Julieta
Neruda
O Apartamento
Toni Erdmann
MELHOR ELENCO
Fences
A Qualquer Custo
Estrelas Além do Tempo
Manchester À Beira-Mar
Moonlight
20th Century Women
MELHOR FILME DE AÇÃO
Capitão América: Guerra Civil
Deadpool
Doutor Estranho
Até o Último Homem
Jason Bourne
MELHOR ATOR EM FILME DE AÇÃO
Benedict Cumberbatch (Doutor Estranho)
Matt Damon (Jason Bourne)
Chris Evans (Capitão América: Guerra Civil)
Andrew Garfield (Até o Último Homem)
Ryan Reynolds (Deadpool)
MELHOR ATRIZ EM FILME DE AÇÃO
Gal Gadot (Batman vs Superman: A Origem da Justiça)
Scarlett Johansson (Capitão América: Guerra Civil)
Margot Robbie (Esquadrão Suicida)
Tilda Swinton (Doutor Estranho)
MELHOR COMÉDIA
Um Espião e Meio
Deadpool
Don’t Think Twice
The Edge of Seventeen
Ave, César!
Dois Caras Legais
MELHOR ATOR EM COMÉDIA
Ryan Gosling (Dois Caras Legais)
Hugh Grant (Florence: Quem é Essa Mulher?)
Dwayne Johnson (Um Espião e Meio)
Viggo Mortensen (Capitão Fantástico)
Ryan Reynolds (Deadpool)
MELHOR ATRIZ EM COMÉDIA
Kate Beckinsale (Amor & Amizade)
Sally Field (Doris, Redescobrindo o Amor)
Kate McKinnon (Caça-Fantasmas)
Hailee Steinfeld (The Edge of Seventeen)
Meryl Streep (Florence: Quem é Essa Mulher?)
MELHOR FILME DE FICÇÃO CIENTÍFICA/TERROR
A Chegada
Doutor Estranho
O Homem nas Trevas
Star Trek: Sem Fronteiras
Rua Cloverfield, 10
A Bruxa
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A cerimônia do 22º Critics’ Choice Awards acontece dia 11 de dezembro.
A Longa Caminhada de Billy Lynn (Billy Lynn’s Long Halftime Walk)
Fences
20th Century Women
Hell or High Water
Estrelas Além do Tempo (Hidden Figures)
Jackie
Moonlight
Sully: O Herói do Rio Hudson (Sully)
DEPOIS DE POLÊMICAS RACIAIS, OSCAR 2017 PROMETE RESULTADOS MAIS DIVERSIFICADOS
É complicado prever quais filmes serão indicados ao Oscar. Como não disponho de uma bola de cristal, e não tenho credencial de jornalista estrangeiro pra cobrir os festivais internacionais, baseio-me em algumas pistas que costumam render boa porcentagem de acerto. Uma delas é dar aquela olhada básica nas produções que estiveram presentes nos festivais de Veneza (Itália), Toronto (Canadá) e Telluride (EUA), já que todos têm sido pólos artísticos que selecionam futuros vencedores do Oscar nos últimos anos. Só pra citar alguns que seguiram esse tour e saíram vitoriosos no Oscar: Gravidade, Birdman, 12 Anos de Escravidão, O Discurso do Rei e Quem Quer Ser um Milionário?. As produções que passaram por esses festivais já têm meio caminho andado.
Em segundo lugar, estar atento ao histórico dos artistas. Não é porque o novo filme de Steven Spielberg não participou de festivais que vai ficar de fora do burburinho da Academia. Foi assim com Ponte dos Espiões: estreou em outubro de 2015 sem grande alarde e acabou indicado a Melhor Filme e levou a estatueta de Ator Coadjuvante para Mark Rylance. Então, o pensamento é o seguinte: “Tem filme novo de Spielberg, Ang Lee, David O. Russell ou Clint Eastwood? Bota na roda!”. O mesmo vale para atores, que vivem aceitando desafios e chamando a atenção dos votantes da Academia como Christian Bale e obviamente, Meryl Streep, que aliás, pode conquistar sua 20ª indicação: mais um marco histórico!
Meryl Streep como Florence Foster Jenkins (photo by cine.gr)
E neste ano, temos um fator que pode e deve ser determinante nas indicações e vencedores: a polêmica do #OscarSoWhite. Pra quem estava em outro planeta, 2016 foi o segundo ano consecutivo em que todas as 20 vagas nas categorias de atuação foram preenchidas por atores caucasianos. Isso acabou causando protestos e levantando questões raciais na indústria cinematográfica, o que fez com que a presidente da Academia, Cheryl Boone Isaacs, convidasse artistas negros e de outras etnias como membros com o intuito de dar resultados imediatos na votação. Portanto, as produções de temática racial devem figurar nas listas de previsões e conquistar indicações, inclusive de atores negros como Viola Davis e Denzel Washington.
Ao longo das categorias (veja lista abaixo), você perceberá que nomes de profissionais negros estão em quantidade maior do que a habitual. Como não tivemos a oportunidade de conferir os trabalhos, não podemos acusar ou defender a existência de uma possível retaliação perante o “racismo” dos últimos dois anos. Como já lancei aqui em posts anteriores, teremos um ano bem politicamente correto, e isso deve prejudicar a imagem dos indicados e vencedores, levantando a questão: “Estou ganhando por méritos ou por ser negro?”.
Naomie Harris em Moonlight. Ela pode concorrer como coadjuvante (photo by variety.com)
Sou contra cotas raciais em quaisquer áreas por esse motivo. A cota julga o beneficiado como incapaz de obter sucesso pelo próprio esforço. E nas Artes, não dá pra obrigar um reconhecimento artístico. Essa atitude será bastante injusta para esses atores negros reconhecidos, pois, por mais que mereçam, correrão sério risco de serem vistos como uma mera resposta à polêmica. E depois? Teremos a revolta dos asiáticos, latinos e índios? Quem sabe uma vaga por raça e religião pra agradar gregos e troianos?
Justamente devido à essa “falta de diversidade”, um dos filmes mais bem cotados se tornou automaticamente o drama independente O Nascimento de uma Nação (The Birth of a Nation), já que se trata de uma rebelião de escravos nos EUA. O filme estreou no festival de Sundance em fevereiro, e era até então, o candidato com maior potencial de Oscar. Contudo, a campanha descambelou quando a mídia descobriu que uma jovem, que cometeu suicídio em 2012, teria sido abusada pelo diretor e ator Nate Parker em 1999. Embora tenha sido absolvido na época, a morte da vítima reacendeu o escândalo e tem prejudicado bastante a carreira de Parker e seu filme. A bilheteria de 12 milhões de dólares nos EUA sequer pagou o investimento de 20 milhões que a Fox Searchlight pagou. Por mais que Parker seja indicado e premiado na temporada, sua glória está seriamente ameaçada devido à reação do público e dos demais artistas.
No centro, Nate Parker, o diretor e ator que protagoniza O Nascimento de uma Nação (photo by cine.gr)
Claro que a Academia premiou e ainda premia acusados de crimes sexuais como Roman Polanski e Woody Allen, mas como se trata de algo tão recente, tenho minhas dúvidas da participação do filme na temporada. Pude conferir O Nascimento de uma Nação recentemente na 40ª Mostra de Cinema de SP, e particularmente, considero um filme convencional com uma narrativa simples que busca a todo momento estar à altura de seu tema, mas que só consegue oferecer elementos chavões como câmera lenta e trilha musical que busca catarse no público. O recém-oscarizado 12 Anos de Escravidão é muito mais filme se formos comparar pela temática escravista.
Ainda sobre questões raciais, o filme Loving pode ser uma ótima alternativa no Oscar. Indicado à Palma de Ouro, este novo trabalho do diretor Jeff Nichols, apresenta a história verídica de um homem branco que casou com uma mulher negra na Viriginia racista dos anos 50. O amor que ultrapassa barreiras raciais deve chegar ao tapete vermelho, pelo menos através de seus atores Joel Edgerton e Ruth Negga.
Quando o casamento interracial é caso de polícia em Loving: Joel Edgerton e Ruth Negga são coagidos por policiais (photo by cine.gr)
E ainda nesse contexto, também vale citar o drama racial Fences, baseado numa peça de sucesso da Broadway de 1987. A história de um pai de família, ex-jogador de beisebol, que trabalha como lixeiro na década de 50 racista da Pensilvânia para sustentar sua família foi renovada como peça teatral em 2010 pela mesma equipe do filme, com Denzel Washington dirigindo, e estrelando ao lado de Viola Davis. Muitos já consideram certas as indicações para ator e atriz (ou atriz coadjuvante).
Parceria de sucesso entre Denzel Washington e Viola Davis pode resultar em Oscar para Fences (photo by cine.gr)
Aliás, os temas são fatores de desequilíbrio quando se trata de candidatos ao Oscar de Melhor Filme. Filmes de guerra como Até o Último Homem (Hacksaw Ridge) tem como protagonista um soldado médico que foi à guerra sem armas por não acreditar na violência, trazendo uma mensagem anti-bélica que pode resgatar o diretor Mel Gibson de seu ostracismo depois de suas declarações anti-semitas.
Cena de Até o Último Homem, dirigido por Mel Gibson. À direita, o protagonista Andrew Garfield, e à esquerda, Vince Vaughn (photo by cine.gr)
O drama histórico de Martin Scorsese, Silêncio, também tem boas chances por se tratar de um drama histórico de dois padres jesuítas no Japão do século XVII. Além de contar com destaques técnicos como Direção de Arte, Figurino e Fotografia, e o próprio prestígio de Scorsese, o filme tem parte do elenco japonês, o que pode ajudar na questão da “diversidade racial” da Academia.
Cena do novo filme de Martin Scorsese, estrelado por Andrew Garfield (photo by cine.gr)
Claro que a temporada está apenas começando, mas até o momento, boa parte da crítica acredita que o novo filme de Ang Lee tem as melhores chances. A Longa Caminhada de Billy Lynn tem elementos típicos da filmografia do diretor, como a entrega do protagonismo para um ator desconhecido (no caso, Joe Alwyn), e uma grande história: o soldado Billy volta do Iraque para um tour de vitória pelos EUA, intercalando com flashbacks do que realmente aconteceu na guerra. Esse tema era muito bem explorado pelo diretor Oliver Stone (que ganhou dois Oscars por filmes anti-bélicos Platoon e Nascido em 4 de Julho), e costuma agradar a Academia por expôr as entranhas da guerra e sua forte conexão com os EUA.
Cena de comemorações em A Longa Caminhada de Billy Lynn, de Ang Lee (photo by cine.gr)
Não sei quais as reais chances de vitória como Melhor Filme, mas dois candidatos prometem fazer barulho nesta temporada: o drama tenso Animais Noturnos e o musical La La Land: Cantando Estações(pois é, queria esganar quem inventou esse subtítulo escroto!). Curiosamente, ambos saíram premiados no último festival de Veneza e participaram do festival de Toronto. Animais Noturnos é nada mais, nada menos do que o segundo longa do conhecido estilista Tom Ford, que dirigiu o belo Direito de Amar, com atuação soberba de Colin Firth. Depois que conferi o filme na Mostra, foi a obra que mais fiquei pensando por dias, pois tem sequências bem tensas e uma direção com personalidade. Particularmente, não acredito que seja material para Oscar porque tem a coisa da violência e do sexo (vide o fracasso de Os Suspeitos, de Denis Villeneuve no Oscar), e não há um ator que eu possa garantir que receberá uma indicação ao Oscar, mesmo que Aaron Taylor-Johnson e Laura Linney estejam bem, então restaria uma bastante justa indicação para Ford na direção.
Jake Gyllenhaal em cena de Animais Noturnos, segundo filme sob a direção de Tom Ford (photo by cine.gr)
Já La La Land já gerou burburinho a partir de seu trailer todo bonito e colorido. É o tipo de trabalho que, por pior que seja sua história, vale a pena ver pelo apuro visual. Mas como fã de Damien Chazelle e seu Whiplash: Em Busca da Perfeição, aposto num musical bem escrito e com ótima montagem. Aliás, além da montagem, a fotografia e a direção são categorias praticamente garantidas no Oscar, assim como a segunda indicação para Emma Stone, que já faturou o prêmio Volpi Cup de Atriz em Veneza e deve conquistar o Globo de Ouro de Atriz – Comédia ou Musical.
Coreografia do musical de Damien Chazelle, La La Land, com Ryan Gosling e Emma Stone (photo by cine.gr)
Manchester à Beira-Mar foi o drama que mais reviews positivos recebeu até o momento. Dirigido pelo sempre competente Kenneth Lonnergan, o filme praticamente garante as indicações de Casey Affleck como Ator, e Michelle Williams como Atriz Coadjuvante, além de uma possível para o novato Lucas Hedges como Coadjuvante. A história gira em torno de um tio que precisa cuidar de seu sobrinho após a morte do pai. Dependendo de como vai se sair nos prêmios da crítica como LAFCA e NYFCC, pode surgir como forte candidato a Melhor Filme.
Segundo críticos, Casey Affleck entrega a performance de sua vida em Manchester à Beira-Mar (photo by moviepilot.de)
Enfim, sem mais delongas, seguem minhas apostas para o momento. Assinalei aqueles que acredito que convertem seu favoritismo em indicação na cor laranja. Lembrando que de novembro até fevereiro, muita coisa pode mudar de acordo com as premiações anteriores ao Oscar, as bilheterias de cada filme, e até mesmo declarações polêmicas que podem ruir toda uma campanha.
MELHOR FILME
A Chegada (Arrival)
A Longa Caminhada de Billy Lynn (Billy Lynn’s Long Halftime Walk)
O Nascimento de uma Nação (The Birth of a Nation)
Fences
Até o Último Homem (Hacksaw Ridge)
Hell or High Water
Estrelas Além do Tempo (Hidden Figures)
Jackie
La La Land: Cantando Estações (La La Land)
A Luz Entre Oceanos (The Light Between Oceans)
Lion
Loving
Manchester à Beia-Mar (Manchester by the Sea)
Moonlight
Animais Noturnos (Nocturnal Animals)
Silêncio (Silence)
Sully: O Herói do Rio Hudson (Sully)
20th Century Women
Talvez seja a categoria mais complicada de adivinhar, afinal, temos que levar em consideração todas as demais categorias que podem resultar em maior número de estatuetas ganhas. E, claro, a história do filme conta muuuuito. Vejam a vitória de Spotlight nesse ano! Conseguiu ganhar apenas mais um Oscar além de Melhor Filme devido ao peso de sua história verídica.
A Academia adora histórias edificantes, com redenções e humanismo. Nesse quesito, os já citados A Longa Caminhada de Billy Lynn, Até o Último Homem e Fences saem na frente. Também incluiria Estrelas Além do Tempo, que envolve um pequeno grupo de mulheres negras que foi essencial através de seus conhecimentos matemáticos na corrida espacial da NASA contra a Rússia; e o novo filme de Clint Eastwood, Sully: O Herói do Rio Hudson, pela trajetória verídica do piloto de aeronave que pousou o avião no rio para salvar seus passageiros e tripulação. Sim, lembra um pouco o filme O Vôo com Denzel Washington, mas Eastwood e Tom Hanks costumam ter mais prestígio no Oscar.
Particularmente, acredito bastante numa vitória de La La Land. Embora o gênero musical tenha perdido aquela onda dos anos 50 e 60, a Academia nunca deixou de amá-lo. Premiou Moulin Rouge – Amor em Vermelho com dois Oscars em 2001, Chicago como Melhor Filme em 2003, e mais recentemente Os Miseráveis com duas estatuetas. E este novo trabalho de Damien Chazelle, diretor de Whiplash: Em Busca da Perfeição, vem arrancando muitos aplausos desde sua estréia em Veneza e Toronto. Alguns, inclusive, já defendem a vitória incontestável de Emma Stone como atriz. Será?
DIRETOR
Ben Affleck (A Lei da Noite)
Warren Beatty (Rules Don’t Apply)
Damien Chazelle (La La Land)
Garth Davis (Lion)
Clint Eastwood (Sully: O Herói do Rio Hudson)
Tom Ford (Animais Noturnos)
Stephen Frears (Florence: Quem é Essa Mulher?)
Mel Gibson (Até o Último Homem)
Barry Jenkins (Moonlight)
Pablo Larraín (Jackie)
Ang Lee (A Longa Caminhada de Billy Lynn)
Kenneth Lonnergan (Manchester à Beira-Mar)
Mike Mills (20th Century Women)
Jeff Nichols (Loving)
Martin Scorsese (Silêncio)
Oliver Stone (Snowden)
Morten Tyldum (Passageiros)
Denis Villeneuve (A Chegada)
Denzel Washington (Fences)
Mesmo sem sequer ter lançado o trailer de Silêncio, Martin Scorsese já está em todas as listas do Oscar 2017 por causa de sua reputação. Aliás, considero Scorsese um caso raríssimo em que a estatueta do Oscar lhe rendeu muito mais maturidade e sabedoria na escolha de projetos. Pra mim, O Lobo de Wall Street e A Invenção de Hugo Cabret, que vieram depois do premiado Os Infiltrados, são ótimos filmes e com ousadia de linguagem. Portanto, vou com os especialistas e incluir seu nome como certo.
Damien Chazelle em set de La La Land: Cantando Estações (photo by lionsgatepublicity.com)
Em seguida, por mais jovem que seja, Damien Chazelle já merecia ter sido indicado ao Oscar de Diretor em 2015 por Whiplash, dessa forma, acredito que seja natural sua indicação nesta categoria por La La Land. Ele tem um forte apuro técnico na fotografia e na montagem, além de ser um ótimo roteirista, que busca algo inovador (quem não curtiu aquele final de Whiplash?), o que deve lhe garantir vaga na final.
Vencedor de 2 Oscars de Diretor, o taiwanês Ang Lee é aquele profissional competente que sempre tem algo de novo pra mostrar. É um dos raros diretores que consegue mudar de gênero sem perder sua capacidade de contar bem uma história. Por mais que ache difícil ele ganhar o terceiro Oscar, não deve ter dificuldade de figurar entre os cinco indicados.
Por mais que esteja pegando carona na polêmica do #OscarSoWhite, o trabalho de direção de Denzel Washington em Fences tem sido bastante elogiado.
ATOR
Casey Affleck (Manchester à Beira-Mar)
Don Cheadle (Miles Ahead)
Robert De Niro (The Comedian)
Joel Edgerton (Loving)
Michael Fassbender (A Luz Entre Oceanos)
Andrew Garfield (Até o Último Homem) (Silêncio)
Joseph Gordon-Levitt (Snowden)
Ryan Gosling (La La Land)
Jake Gyllenhaal (Animais Noturnos)
Tom Hanks (Sully)
Ethan Hawke (Born to be Blue)
Michael Keaton (Fome de Poder)
Matthew McConaughey (Ouro e Cobiça)
Viggo Mortensen (Capitão Fantástico)
Nate Parker (O Nascimento de uma Nação)
Will Smith (Beleza Oculta)
Miles Teller (Bleed for This)
Denzel Washington (Fences)
De acordo com os sites de apostas, os únicos “garantidos” na categoria até o momento são Casey Affleck e Denzel Washington. Ambos tiveram suas performances muito bem elogiadas e seriam muito improváveis suas ausências no tapete vermelho. Se confirmadas as previsões, seria a segunda indicação de Affleck (a primeira como ator principal), e a sétima indicação de Washington, que pode levar seu terceiro Oscar depois de Coadjuvante por Tempo de Glória (1989) e Ator por Dia de Treinamento (2001).
À direita, Casey Affleck contracena com Kyle Chandler em cena de Manchester à Beira-Mar (photo by moviepilot.de)
Quase garantido também está Joel Edgerton. Este ator australiano que já participou de grandes produções hollywoodianas como O Grande Gatsby (2013) e Êxodo: Deuses e Reis (2014), vem chamando atenção em papéis mais discretos como em Guerreiro (2011), Aliança do Crime (2015) e O Presente (2015), que também dirigiu. No papel verídico de Richard em Loving, arrancou aplausos em Cannes. Se o filme receber indicações para Filme e Roteiro, suas chances de vitória aumentam bastante.
Existem dois atores mais experientes que viveram músicos este ano que podem entrar na penetra na festa. Don Cheadle como Miles Davis em Miles Ahead, e Ethan Hawke como Chet Baker em Born to be Blue. Como a Academia adora personagens baseados em figuras reais, e sempre tem lugar para produções independentes, por que não?
ATRIZ
Amy Adams (Animais Noturnos) (A Chegada)
Annette Bening (20th Century Women)
Emily Blunt (A Garota no Trem)
Jessica Chastain (Miss Sloane)
Marion Cotillard (Aliados)
Rebecca Hall (Christine)
Taraji P. Henson (Estrelas Além do Tempo)
Isabelle Huppert (Elle)
Jennifer Lawrence (Passageiros)
Ruth Negga (Loving)
Natalie Portman (Jackie)
Emma Stone (La La Land: Cantando Estações)
Meryl Streep (Florence: Quem é Essa Mulher?)
Alicia Vikander (A Luz Entre Oceanos)
Rachel Weisz (Denial)
Quando vi o trailer de Fences, já havia decretado que 2017 seria o ano de Viola Davis. Além de já ter tido a oportunidade de ganhar o Oscar em duas vezes, e estar em alta na série How to Get Away With Murder, a polêmica da ‘diversidade’ certamente garantiria sua vitória. Mas recentemente, após conferir o filme, ela decidiu que sua personagem era coadjuvante, e que portanto, concorreria como uma.
Com o caminho aberto, os holofotes apontam para Emma Stone, que saiu premiada do último Festival de Veneza por La La Land. Apesar de jovem (tem 28 anos), ela tem se mostrado bem versátil. Já trabalhou com comédias besteirol (A Casa das Coelhinhas), drama (Birdman), animação (Os Croods), comédia romântica (A Mentira), blockbuster (O Espetacular Homem-Aranha), terror (se considerarmos Zumbilândia) já atuou sob a batuta de Woody Allen duas vezes, e agora canta num musical!
Emma Stone em cena do musical La La Land: Cantando Estações (photo by tumblr.com)
Não se sabe se suas concorrentes terão força para bater de frente, mas Natalie Portman promete muita luta por Jackie, no qual vive a ex-primeira dama no momento crítico após o assassinato de seu marido. Estão falando bem de Amy Adams em A Chegada, o que poderia render sua sexta (!) indicação, e uma das raras para atriz em ficção científica. Particularmente, acho que ela só ganha se ela passar por alguma transformação física (será que só eu penso assim?), mas… Caso ela não agrade, temos sempre Meryl Streep à mão, que aliás se transforma em Florence Foster Jenkins, considerada a pior cantora de todos os tempos. Se cuide, Amy!
ATOR COADJUVANTE
Mahershala Ali (Moonlight)
Warren Beatty (Rules Don’t Apply)
Jeff Bridges (Hell or High Water)
Kevin Costner (Estrelas Além do Tempo)
John Goodman (Rua Cloverfield 10)
Hugh Grant (Florence: Quem é Essa Mulher?)
Lucas Hedges (Manchester à Beira Mar)
Stephen Henderson (Fences)
Steve Martin (A Longa Caminhada de Billy Lynn)
Liam Neeson (Silêncio)
Dev Patel (Lion)
Michael Shannon (Animais Noturnos)
Timothy Spall (Denial)
Aaron Taylor-Johnson (Animais Noturnos)
Das atuações coadjuvantes mais comentadas até agora foi de Lucas Hedges, como o sobrinho que passa a ser criado pelo tio após a morte do pai. Ele seria o comic relief (alívio cômico) de uma trama sobre luto e passado trágico. Esse tipo de papel apresenta elementos que o fazem se destacar num drama, iluminando ainda mais uma atuação, e de quebra, a Academia adora esse tipo de personagem. Acredito que pelo menos um dos três atores possivelmente indicados de Manchester à Beira-Mar deva levar uma estatueta pra casa. Se Casey Affleck não ganhar, temos Lucas Hedges…
À direita, Lucas Hedges atua ao lado de Casey Affleck em Manchester à Beira-Mar (photo by shootlonline.com)
Na cola de Hedges, outros dois nomes estão crescendo na temporada. Mahershala Ali em Moonlight tem despertado os críticos num drama que contém bullying, pobreza, drogas e família em frangalhos, tanto que já foi comparado a Preciosa: Uma História de Esperança (2009). E o eterno Schindler, Liam Neeson, que deu um tempo nos filmes de ação (não, não tenho nada contra, tanto que adoro o primeiro Busca Implacável) para trabalhar com Martin Scorsese em Silêncio. Como o filme só terá exibição em dezembro, não se sabe praticamente nada sobre a produção, mas quando um ator desse calibre entra num projeto de Scorsese, cheiro de indicação já tem automaticamente.
ATRIZ COADJUVANTE
Viola Davis (Fences)
Elle Fanning (20th Century Women)
Greta Gerwig (20th Century Women)
Naomie Harris (Moonlight)
Felicity Jones (Sete Minutos Depois da Meia-Noite)
Nicole Kidman (Lion)
Aja Naomi King (O Nascimento de uma Nação)
Sasha Lane (American Honey)
Margo Martindale (The Hollars)
Janelle Monáe (Estrelas Além do Tempo)
Lupita Nyong’o (Rainha de Katwe)
Octavia Spencer (Estrelas Além do Tempo)
Kristen Stewart (A Longa Caminhada de Billy Lynn)
Michelle Williams (Manchester à Beira Mar)
Viola Davis em Fences
Muitos já decretaram a vitória de Viola Davis nesta categoria por Fences. Se a transição da campanha de Atriz para Atriz Coadjuvante realmente se concretizar como o estúdio e ela mesma deseja, será muito difícil não entregar o prêmio em suas mãos, já que, além de sua atuação ter sido bem elogiada, ela já foi indicada 2 vezes ao Oscar e está em alta com o público através da série How to Get Away With Murder. E além disso tudo, é uma das melhores atrizes de sua geração. Ela consegue transformar uma única cena de um papel menor em ouro como aconteceu em Dúvida.
Talvez a candidata mais forte depois de Davis, seja Naomie Harris que, além de satisfazer a “diversidade”, interpreta um papel forte de uma mãe viciada em crack no drama Moonlight. Pelas críticas que acompanhei, ela foge do estereótipo e entrega uma performance densa sem apelar. O fato de ela ser conhecida do público por ser o nova Miss Moneypenny na franquia do 007 ajuda bastante, claro.
Outra atuação bem comentada nessa temporada é a de Nicole Kidman como uma mãe que vê seu filho adotado sair em busca de seus pais biológicos. Como Lion tem a grande Weinstein Co. por trás da campanha, acredito que Kidman tem lugar garantido.
ROTEIRO ORIGINAL
Steven Knight (Aliados)
Andrea Arnold (American Honey)
Woody Allen (Café Society)
Matt Ross (Capitão Fantástico)
Taylor Sheridan (Hell or High Water)
Noah Oppenheim (Jackie)
Damien Chazelle (La La Land: Cantando Estações)
Yorgos Lanthimos e Efthymis Filippou (O Lagosta)
Jeff Nichols (Loving)
Kenneth Lonnergan (Manchester à Beira-Mar)
Barry Jenkins (Moonlight)
Mike Mills (20th Century Women)
Cena do drama independente Moonlight, de Barry Jenkins (photo by cine.gr)
ROTEIRO ADAPTADO
Eric Heisserer (A Chegada)
Jean-Christophe Castelli (A Longa Caminhada de Billy Lynn)
David Hare (Denial)
August Wilson (Fences)
Robert D. Siegel (Fome de Poder)
Erin Cressida Wilson (A Garota no Trem)
Allison Schroeder e Theodore Melfi (Estrelas Além do Tempo)
Luke Davies (Lion)
Ben Affleck (A Lei da Noite)
Whit Stillman (Love & Friendship)
Patrick Ness (Sete Minutos Depois da Meia-Noite)
Tom Ford (Animais Noturnos)
Jay Cocks (Silêncio)
Todd Komarnicki (Sully: O Herói do Rio Hudson)
Dev Patel em cena de Lion (photo by cine.gr)
FOTOGRAFIA
Bradford Young (A Chegada)
John Toll (A Longa Caminhada de Billy Lynn)
Charlotte Bruus Christensen (Fences)
Robert Elswit (Ouro e Cobiça)
Roger Deakins (Ave, César!)
Mandy Walker (Estrelas Além do Tempo)
Stéphane Fontaine (Jackie)
Bill Pope (Mogli: O Menino Lobo)
Linus Sandgren (La La Land: Cantando Estações)
Robert Richardson (A Lei da Noite)
Adam Stone (Loving)
James Laxton (Moonlight)
Seamus McGarvey (Animais Noturnos)
Rodrigo Prieto (Silêncio)
Fotografia de Bradford Young de A Chegada, de Denis Villeneuve (photo by moviepilot.de)
MONTAGEM
Joe Walker (A Chegada)
Tim Squyres (A Longa Caminhada de Billy Lynn)
Steven Rosenblum (O Nascimento de uma Nação)
John Gilbert (Até o Último Homem)
Sebastián Sepúlveda (Jackie)
Mark Livolsi (Mogli: O Menino Lobo)
Tom Cross (La La Land: Cantando Estações)
Alexandre de Franceschi (Lion)
William Goldenberg (A Lei da Noite)
Joi McMillon e Nat Sanders (Moonlight)
Joan Sobel (Animais Noturnos)
Ruy Diaz e Thelma Schoonmaker (Silêncio)
Jabez Olssen (Rogue One: Uma História Star Wars)
Blu Murray (Sully: O Herói do Rio Hudson)
Tom Hanks como o piloto em Sully: O Herói do Rio Hudson (photo by moviepilot.de)
DIREÇÃO DE ARTE
Gary Freeman (Aliados)
Patrice Vermette (A Chegada)
Rick Carter (O Bom Gigante Amigo)
Mark Friedberg (A Longa Caminhada de Billy Lynn)
Charles Wood (Doutor Estranho)
Stuart Craig (Animais Fantásticos e Onde Habitam)
Alan MacDonald (Florence: Quem é Essa Mulher?)
Jess Gonchor (Ave, César!)
Jean Rabasse (Jackie)
Christopher Glass (Mogli: O Menino Lobo)
David Wasco (La La Land: Cantando Estações)
Jess Gonchor (A Lei da Noite)
Gavin Bocquet (O Lar das Crianças Peculiares)
Eugenio Caballero (Sete Minutos Depois da Meia-Noite)
Guy Hendrix Dyas (Passageiros)
Jeannine Oppewall (Rules Don’t Apply)
Dante Ferretti (Silêncio)
No centro, Eddie Redmayne em Animais Fantásticos e Onde Habitam (photo by cine.gr)
FIGURINO
Joanna Johnston (Aliados)
Colleen Atwood (Animais Fantásticos e Onde Habitam)
Sharen Davis (Fences)
Consolata Boyle (Florence: Quem é Essa Mulher?)
Mary Zophres (Ave, César!)
Seong-hie Ryu (The Handmaiden)
Madeline Fontaine (Jackie)
Mary Zophres (La La Land: Cantando Estações)
Jacqueline West (A Lei da Noite)
Colleen Atwood (O Lar das Crianças Peculiares)
Albert Wolsky (Rules Don’t Apply)
Dante Ferretti (Silêncio)
Figurinos de Colleen Atwood em O Lar das Crianças Peculiares (photo by cine.gr)
MAQUIAGEM
Deadpool
Animais Fantásticos e Onde Habitam
Florence: Quem é Essa Mulher?
Até o Último Homem
O Lar das Crianças Peculiares
Rogue One: Uma História Star Wars
Silêncio
Star Trek: Sem Fronteiras
Sofia Boutella em cena de Star Trek: Sem Fronteiras (photo by cine.gr)
TRILHA MUSICAL ORIGINAL
Alan Silvestri (Aliados)
Jóhann Jóhannsson (A Chegada)
John Williams (O Bom Gigante Amigo)
Jeff Danna e Mychael Danna (A Longa Caminhada de Billy Lynn)
James Newton Howard (Animais Fantásticos e Onde Habitam)
Thomas Newman (Procurando Dory)
Alexandre Desplat (Florence: Quem é Essa Mulher?)
Pharrell Williams e Hans Zimmer (Estrelas Além do Tempo)
Mica Levi (Jackie)
John Debney (Mogli: O Menino Lobo)
Justin Hurwitz (La La Land: Cantando Estações)
Alexandre Desplat (A Luz Entre Oceanos)
Volker Bertelmann e Dustin O’Halloran (Lion)
Opetaia Foa’i, Mark Mancina e Lin-Manuel Miranda (Moana – Um Mar de Aventuras)
Abel Korzeniowski (Animais Noturnos)
Thomas Newman (Passageiros)
Michael Giacchino (Rogue One: Uma História Star Wars)
Michael Giacchino (Zootopia)
CANÇÃO ORIGINAL
“I See a Victory” (Estrelas Além do Tempo)
“Audition (The Fools Who Dream”) (La La Land: Cantando Estações)
“City of Stars” (La La Land: Cantando Estações)
“Never Give Up” (Lion)
“How Far I’ll Go” (Moana – Um Mar de Aventuras)
“The Great Beyond” (Festa da Salsicha)
“Faith” (Sing: Quem Canta Seus Males Espanta)
“A Letter to the Free” (The 13th)
“Can’t Stop the Feeling!” (Trolls)
SOM
Horizonte Profundo: Desastre no Golfo
Até o Último Homem
Animais Fantásticos e Onde Habitam
Jason Bourne
Mogli: O Menino Lobo
La La Land: Cantando Estações
A Lei da Noite
Passageiros
Silêncio
Rogue One: Uma História Star Wars
Star Trek: Sem Fronteiras
Sully: O Herói do Rio Hudson
EFEITOS SONOROS
13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi
A Chegada
Horizonte Profundo: Desastre no Golfo
Doutor Estranho
Animais Fantásticos e Onde Habitam
Até o Último Homem
A Lei da Noite
Passageiros
Rogue One: Uma História Star Wars
Silêncio
Star Trek: Sem Fronteiras
Sully: O Herói do Rio Hudson
EFEITOS VISUAIS
O Bom Gigante Amigo
Capitão América: Guerra Civil
Animais Fantásticos e Onde Habitam
Doutor Estranho
Mogli: O Menino Lobo
O Lar das Crianças Peculiares
Sete Minutos Depois da Meia-Noite
Passageiros
Meu Amigo, O Dragão
Rogue One: Uma História Star Wars
Star Trek: Sem Fronteiras
X-Men: Apocalipse
Warcraft
Efeitos visuais de Doutor Estranho (photo by moviepilot.de)
LONGA DE ANIMAÇÃO
Angry Birds: O Filme
Kubo e as Cordas Mágicas
Kung Fu Panda 3
Moana – Um Mar de Aventuras
Procurando Dory
O Pequeno Príncipe
Miss Hokusai
The Red Turtle
Festa da Salsicha
A Vida Secreta dos Pets
Sing: Quem Canta Seus Males Espanta
Trolls
Zootopia
Cena de The Red Turtle, de Michael Dudok de Wit (photo by cine.gr)
FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
Afterimage, de Andrzej Wajda (Polônia)
Barakah Meets Barakah, de Mahmoud Sabbagh (Arábia Saudita)
De Longe te Observo, de Lorenzo Vigas (Venezuela)
Desierto, de Carlos Cuarón (México)
A Distinguished Citizen, de Gastón Duprat e Mariano Cohn (Argentina)
Elle, de Paul Verhoeven (França)
Fogo no Mar, de Gianfranco Rosi (Itália)
O Ídolo, de Hany Abu Assad (Palestina)
It’s Only the End of the World, de Xavier Dolan (Canadá)
Julieta, de Pedro Almodóvar (Espanha)
Land of Mine, de Martin Zandvliet (Dinamarca)
Ma’Rosa, de Brillante Mendoza (Filipinas)
Morte em Sarajevo, de Danis Tanovic (Bósnia Herzegovina)
Neruda, de Pablo Larraín (Chile)
Toni Erdmann, de Maren Ade (Alemanha)
O Apartamento, de Asghar Farhadi (Irã)
Cena do iraniano The Salesman, que dialoga com a obra literária de Arthur Miller. Com o histórico de vitória no Oscar, Asghar Farhadi praticamente garante sua presença no Oscar 2017, na opinião deste humilde blogueiro. (photo by cine.gr)
Na lista, existem nomes fortes na disputa, como o espanhol Pedro Almodóvar com Julieta, e o canadense Xavier Dolan com It’s Only the End of the World, mas eu, particularmente, aposto nas indicações de Neruda, de Pablo Larraín (Chile) – até mesmo porque o diretor também é responsável por Jackie, estrelado por Natalie Portman – e The Salesman, de Asghar Farhadi (Irã) – ele já venceu em 2012 com A Separação e este novo filme dialoga com a obra de Arthur Miller, “A Morte de um Caixeiro-Viajante”. Também não descartaria os vencedores de prêmios de festivais como o documentário italiano Fogo no Mar, de Gianfranco Rosi, que levou o Urso de Ouro em Berlim; o drama venezuelano De Longe te Observo, de Lorenzo Vigas, que ganhou o Leão de Ouro 2015. Gostaria muito que o representante francês Elle recebesse uma indicação, pois idolatro o diretor Paul Verhoeven. Mas as chances são mínimas, já que seu filme retrata um tema polêmico (estupro) sob uma perspectiva… bem, digamos, “Verhoevenesca”, à la provocateur. Espero que a tal “diversidade” também atinja a categoria mais conservadora do Oscar…
***
As indicações ao Oscar 2017 serão anunciadas ao vivo no dia 24 de janeiro, e a cerimônia está marcada para o dia 26 de fevereiro.
Os recordistas em indicações desta 87ª edição do Oscar são Birdman e O Grande Hotel Budapeste, ambos com nove cada. Ao contrário do que vinha acontecendo nos anos anteriores em que a Academia indicava 9 produções, este ano decidiu preencher apenas 8 vagas das 10 disponíveis. Curiosamente, o filme sobre Direitos Civis, Selma, conquistou apenas a indicação de Filme e de Canção Original. Por outro lado, o mega-ascendente Sniper Americano coletou um total de 6 indicações, mas seu diretor Clint Eastwood não foi incluso na categoria de Direção, enfraquecendo bastante as chances de vitória da produção como Melhor Filme. Enquanto que Foxcatcher conseguiu a proeza de resgatar Bennett Miller pra Melhor Diretor (pra muitos ele já era considerado carta fora do baralho), mas falhou na indicação a Melhor Filme! Pô, não poderiam ter indicado o filme também e ocupado a nona vaga?
Michael Keaton e Emma Stone em cena de Birdman: ambos foram indicados para ator e atriz coadjuvante. (photo by outnow.ch)
Apesar de contar apenas com 6 indicações, Boyhood ainda permanece como um dos grandes favoritos a conquistar o Oscar de Filme e Direção. Também não dá pra descartar as oito indicações de O Jogo da Imitação, ainda mais que seu diretor Morten Tyldum foi indicado a Diretor.
Vale sempre ressaltar que Meryl Streep está de volta! Ela é a super-recordista em termos de indicações no Oscar das categorias de atuação, pois esta é sua 19ª indicação. Ela concorre como coadjuvante por Caminhos da Floresta, mas não é a favorita.
19ª indicação ao Oscar: só pode ser Meryl Streep (Caminhos da Floresta) – photo by elfilm.com
ANÚNCIO DOS INDICADOS
Pra quem não conseguiu acompanhar ao vivo, segue link do YouTube do canal oficial do Oscar:
Pela primeira vez, o anúncio abrangeu todas as 24 categorias e por isso, foi dividido em duas partes. Enquanto os diretores Alfonso Cuarón e J.J. Abrams se encarregaram das categorias mais técnicas, o ator Chris Pine e a presidente da Academia, Cheryl Boone Isaacs, encarregaram-se das categorias principais.
SURPRESAS
Com a ascensão de Sniper Americano, não seria uma mega-surpresa ver o nome de Bradley Cooper na categoria de Ator. Sinceramente, acho que fiquei mais surpreso ao ver a exclusão de Clint Eastwood como Diretor do que a inclusão de Cooper como Ator. Bom, a Academia adora Bradley, tanto que esta é sua terceira indicação consecutiva! Ele concorreu por O Lado Bom da Vida e Trapaça, ambos sob direção de David O. Russell. Muitos críticos afirmam que este é seu melhor trabalho, pois foi o papel que mais exigiu transformação física e psicológica por parte do ator.
Bradley Cooper por Sniper Americano (photo by outnow.ch)
Fiquei bastante feliz pela inclusão de Marion Cotillard como Melhor Atriz. Ela recebe sua segunda indicação, e a primeira depois de sua vitória em 2008 por Piaf – Um Hino ao Amor, sob direção dos irmãos belgas Jean-Pierre e Luc Dardenne, figuras frequentes no Festival de Cannes. Havia forte possibilidade também de ela ser indicada pela interpretação em O Imigrante, de James Gray. A sua inclusão também me agradou pela consequente exclusão de Jennifer Aniston (Cake: Uma Razão Para Viver), que vinha sendo indicada para os principais prêmios como SAG e Globo de Ouro.
Marion Cotillard (Dois Dias, Uma Noite) – photo by outnow.ch
Apesar de ainda não ter conferido O Ano Mais Violento, novo trabalho da atriz Jessica Chastain, não gostei da sua exclusão para dar lugar à Laura Dern (Livre). Assisti a Livre na última Mostra de Cinema de SP e achei seu papel muito ralo e de importância mais simbólica para a protagonista vivida por Reese Whitherspoon. Havia possibilidade de Rene Russo ser indicada como coadjuvante também, o que me agradaria mais do que Dern, mas a Academia preferiu a formação de dupla indicação para as atrizes de Livre, talvez pelo sucesso de Clube de Compras Dallas do mesmo diretor Jean-Marc Vallée.
Como já citado anteriormente, a inclusão de Bennett Miller foi uma surpresa também, pois depois que ele ganhou o prêmio de Direção no último Festival de Cannes, em maio de 2014, ele pouco frequentou as listas de Melhor Diretor da temporada. Esta é sua segunda indicação ao Oscar – foi indicado por Capote em 2006 – mas como seu filme, Foxcatcher, não foi indicado a Melhor Filme, tem poucas chances de conquistar a estatueta, talvez até menores do que o mais desconhecido norueguês Morten Tyldum, pois O Jogo da Imitação está entre os Melhores Filmes.
Bennett Miller (Foxcatcher)
Bacana também lembrar que o documentário sobre o fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado, O Sal da Terra, foi indicado. Dirigido pelo veterano Wim Wenders com a colaboração do filho de Sebastião, Juliano Ribeiro Salgado, o documentário terá forte concorrência com o favorito CitizenFour (sobre Edward Snowden) e A Fotografia Oculta de Vivian Maier.
Wim Wenders com o fotógrafo Sebastião Salgado (photo by outnow.ch)
Não que se trate exatamente de uma surpresa, mas adorei a indicação do argentino Relatos Selvagens como Melhor Filme em Língua Estrangeira. Apesar do franco-favoritismo do polonês Ida e do russo Leviatã, a presença do argentino representa o cinema latino, e muito bem. Para quem ainda não viu, Relatos Selvagens permanece em cartaz em algumas salas aqui em São Paulo. Imperdível. Particularmente, entre os indicados, considero o russo Leviatã o melhor filme por melhor captar o espírito da Rússia atual de Vladimir Putin de forma inteligente.
Também cito aqui a dupla indicação merecida de Alexandre Desplat na categoria de Trilha Musical Original. Ele concorre por O Grande Hotel Budapeste e O Jogo da Imitação. Estas são suas sétima e oitava indicações ao Oscar sem vitória até o momento. Será que finalmente vai chegar a vez de Desplat? A última vez que um compositor foi indicado por dois filmes no mesmo ano foi em 2006, com John Williams concorrendo por Memórias de uma Gueixa e Munique. Ele perdeu para Gustavo Santaolalla por O Segredo de Brokeback Mountain, ou seja, não é garantia de nada…
AUSÊNCIAS
Acho que se fosse para nomear apenas uma ausência marcante, esta seria a de Jake Gyllenhaal por O Abutre. Tudo bem que o filme é sombrio demais para alguns membros votantes da Academia mais conservadores, mas é inegável o esforço do ator para se transformar nesse paparazzi de tragédias. Como atores que perdem peso costumam ser indicados e até ganhar o Oscar (vide Matthew McConaughey ano passado), acreditava-se que Jake iria tirar de letra esta sua segunda indicação. Felizmente, como prêmio de consolo, seu diretor Dan Gilroy, recebeu sua indicação para Melhor Roteiro Original, mas acho muito pouco para um dos filmes mais comentados de 2014.
Jake Gyllenhaal (O Abutre) – photo by outnow.ch
A animação Uma Aventura Lego estava ganhando quase todos os prêmios, exceto o Globo de Ouro, que acabou nas mãos de Como Treinar o seu Dragão 2, então era praticamente certeza sua indicação na categoria. Não foi o que aconteceu e o filme ficou apenas com uma indicação para Melhor Canção Original. Para minha alegria e dos amantes do cinema 2D e nipônico, O Conto da Princesa Kaguya conseguiu seu lugar ao sol, comprovando que a categoria tem forte influência internacional desde seu segundo ano, quando A Viagem de Chihiro ganhou o Oscar. Inconformado com a exclusão de Uma Aventura lego, o diretor Phil Lord postou em seu twitter:
A quase total ausência de Selma pode ser considerada uma surpresa, pois apesar de não terem entregue as cópias para os sindicatos, os responsáveis pela campanha não se esqueceram dos membros da Academia. Contudo, há uma polêmica envolvendo erros históricos envolvendo o então presidente Lyndon B. Johnson, que certamente prejudicou a escalada do filme no Oscar. Resultado final: 2 indicações – Filme e Canção Original. Campanha pífia. Sua diretora Ava DuVernay, que tinha chances de ser tornar a primeira mulher negra na categoria, e o ator David Oyelowo foram ignorados no anúncio dos indicados. Acredito que Selma só conseguiu a indicação de Melhor Filme pela força e influência de Oprah Winfrey, que é produtora do longa.
Mal as indicações saíram do forno e já estou vendo algumas manifestações na internet de racismo e falta de diversidade por parte da Academia, como as de Brent Lang (http://variety.com/2015/film/news/oscar-nomination-selma-snub-diversity-1201405804/). Só porque os membros decidiram não votar para a diretora Ava DuVernay, muita gente já acredita que se trata de racismo. Peraí! Vamos com calma. Se até Clint Eastwood, que é um dos melhores diretores da atualidade não está na lista, por que DuVernay não pode ficar de fora também? Eu tinha postado aqui anteriormente que achava que a Academia não perderia a oportunidade de fazer história ao indicar a primeira afro-americana na categoria de Direção, mas se não foi desta vez, e ela manter o bom trabalho, tenho certeza de que ela será reconhecida dentro de poucos anos. O fato de David Oyelowo não estar na lista também não indica racismo; talvez os votantes não gostaram da atuação dele e do sotaque britânico-americanizado dele para viver o líder Martin Luther King. E daí que não houve negros indicados? Não teve nenhum asiático (como o Miyavi por exemplo, por Invencível) e não estou aqui reclamando da minha “cota asiática”. A Academia tem uma história bonita com a raça negra. Como George Clooney ressaltou em seu discurso de agradecimento por Syriana – A Indústria do Petróleo em 2006, a Academia deu o Oscar para Hattie McDaniel por …E o Vento Levou em 1940, quando negros se sentavam nos fundos dos cinemas! Enfim… acho muita tempestade em copo d’água, ainda mais em se tratando de uma Arte, que não enxerga raça, cor, sexo e religião. Aliás, a exclusão de Angelina Jolie (Invencível) como diretora no Oscar caminha na mesma direção. Poxa, é apenas o segundo filme dirigido por ela! Vamos com calma que ela tem muito a evoluir também. Não dá pra ignorar também que Angelina tem muitos críticos como o produtor Scott Rudin que a chamou de “minimamente talentosa” naqueles e-mails vazados da Sony por hackers.
Confira os indicados ao Oscar 2015:
MELHOR FILME
* Sniper Americano (American Sniper)
* Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) (Birdman)
* Boyhood: Da Infância à Juventude (Boyhood)
* O Grande Hotel Budapeste (The Grand Budapest Hotel)
* O Jogo da Imitação (The Imitation Game)
* Selma (Selma)
* A Teoria de Tudo (The Theory of Everything)
* Whiplash: Em Busca da Perfeição (Whiplash)
MELHOR DIRETOR
* Wes Anderson (O Grande Hotel Budapeste)
* Alejandro González Iñárritu (Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância))
* Richard Linklater (Boyhood: Da Infância à Juventude)
* Bennett Miller (Foxcatcher: Uma História que Chocou o Mundo)
* Morten Tyldum (O Jogo da Imitação)
MELHOR ATOR * Steve Carell (Foxcatcher: Uma História que Chocou o Mundo)
* Bradley Cooper (Sniper Americano)
* Benedict Cumberbatch (O Jogo da Imitação)
* Michael Keaton (Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância))
* Eddie Redmayne (A Teoria de Tudo)
MELHOR ATRIZ * Marion Cotillard (Dois Dias, Uma Noite)
* Felicity Jones (A Teoria de Tudo)
* Julianne Moore (Para Sempre Alice)
* Rosamund Pike (Garota Exemplar)
* Reese Witherspoon (Livre)
MELHOR ATOR COADJUVANTE
* Robert Duvall (O Juiz)
* Ethan Hawke (Boyhood: Da Infância à Juventude)
* Edward Norton (Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância))
* Mark Ruffalo (Foxcatcher: Uma História que Chocou o Mundo)
* J.K. Simmons (Whiplash: Em Busca da Perfeição)
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
* Patricia Arquette (Boyhood: Da Infância à Juventude)
* Laura Dern (Livre)
* Keira Knightley (O Jogo da Imitação)
* Emma Stone (Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância))
* Meryl Streep (Caminhos da Floresta)
MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
* Alejandro González Iñárritu, Nicolás Giacobone, Alexander Dinelaris, Armando Bo (Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância))
* Richard Linklater (Boyhood: Da Infância à Juventude)
* E. Max Frye, Dan Futterman (Foxcatcher: Uma História que Chocou o Mundo)
* Wes Anderson, Hugo Guinness (O Grande Hotel Budapeste)
* Dan Gilroy (O Abutre)
MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
* Jason Hall (Sniper Americano)
* Paul Thomas Anderson (Vício Inerente)
* Graham Moore (O Jogo da Imitação)
* Anthony McCarten (A Teoria de Tudo)
* Damien Chazelle (Whiplash: Em Busca da Perfeição)
MELHOR FOTOGRAFIA * Emmanuel Lubezki (Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância))
* Robert D. Yeoman (O Grande Hotel Budapeste)
* Lukasz Zal, Ryszard Lenczewski (Ida)
* Dick Pope (Sr. Turner)
* Roger Deakins (Invencível)
MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
* Adam Stockhausen e Anna Pinnock (O Grande Hotel Budapeste)
* Maria Djurkovic e Tatiana Macdonald (O Jogo da Imitação)
* Nathan Crowley e Gary Fettis (Interestelar)
* Dennis Gassner e Anna Pinnock (Caminhos da Floresta)
* Suzie Davies e Charlotte Watts (Sr. Turner)
MELHOR MONTAGEM * Joel Cox e Gary D. Roach (Sniper Americano)
* Sandra Adair (Boyhood: Da Infância à Juventude)
* William Goldenberg (O Jogo da Imitação)
* Barney Pilling (O Grande Hotel Budapeste)
* Tom Cross (Whiplash: Em Busca da Perfeição)
MELHOR FIGURINO
* Milena Canonero (O Grande Hotel Budapeste)
* Mark Bridges (Vício Inerente)
* Colleen Atwood (Caminhos da Floresta)
* Anna B. Sheppard (Malévola)
* Jacqueline Durran (Sr. Turner)
MELHOR MAQUIAGEM E CABELO
* Foxcatcher: Uma História que Chocou o Mundo
* O Grande Hotel Budapeste
* Guardiões da Galáxia
MELHOR TRILHA MUSICAL ORIGINAL
* Alexandre Desplat (O Grande Hotel Budapeste)
* Alexandre Desplat (O Jogo da Imitação)
* Jóhann Jóhannsson (A Teoria de Tudo)
* Gary Yershon (Sr. Turner)
* Hans Zimmer (Interestelar)
MELHOR CANÇÃO ORIGINAL * “Everything is Awesome”, de Shawn Patterson (Uma Aventura Lego)
* “Glory”, de John Stephens e Lonnie Lynn (Selma)
* “Grateful”, de Diane Warren (Beyond the Lights)
* “I’m Not Gonna Miss You”, de Glen Campbell e Julian Raymond (Glen Campbell… I’ll Be Me)
* “Lost Stars”, de Gregg Alexander e Danielle Brisebois (Mesmo Se Nada Der Certo)
MELHOR SOM
* John Reitz, Gregg Rudloff e Walt Martin (Sniper Americano)
* Jon Taylor, Frank A. Montaño e Thomas Varga (Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)
* Gary A. Rizzo, Gregg Landaker e Mark Weingarten (Interestelar)
* Jon Taylor, Frank A. Montaño e David Lee (Invencível)
* Craig Mann, Ben Wilkins e Thomas Curley (Whiplash: Em Busca da Perfeição)
MELHORES EFEITOS SONOROS
* Alan Robert Murray e Bub Asman (Sniper Americano)
* Martin Hernández e Aaron Glascock (Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância))
* Brent Burge e Jason Canovas (O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos)
* Richard King (Interestelar)
* Becky Sullivan e Andrew DeCristofaro (Invencível)
MELHORES EFEITOS VISUAIS * Capitão América: O Soldado Invernal
* Planeta dos Macacos: O Confronto
* Guardiões da Galáxia
* Interestelar
* X-Men: Dias de um Futuro Esquecido
MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA * Ida, de Pawel Pawlikowski (POLÔNIA)
* Leviatã, de Andrey Zvyagintsev (RÚSSIA)
* Tangerines, de Zaza Urushadze (ESTÔNIA)
* Timbuktu, de Abderrahmane Sissako (MAURITÂNIA)
* Relatos Selvagens, de Damián Szifrón (ARGENTINA)
MELHOR ANIMAÇÃO
* Operação Big Hero
* Os Boxtrolls
* Como Treinar o seu Dragão 2
* The Song of the Sea
* O Conto da Princesa Kaguya
MELHOR DOCUMENTÁRIO
* CitizenFour
* A Fotografia Oculta de Vivian Maier
* Last Days in Vietnam
* O Sal da Terra
* Virunga
MELHOR DOCUMENTÁRIO-CURTA
* Crisis Hotline: Veterans Press 1
* Joanna
* Our Curse
* The Reaper (La Parka)
* White Earth
MELHOR CURTA-METRAGEM
* Aya
* Boogaloo and Graham
* Butter Lamp (La Lampe au Beurre de Yak)
* Parvaneh
* The Phone Call
MELHOR CURTA DE ANIMAÇÃO
* The Bigger Picture
* The Dam Keeper
* O Banquete (Feast)
* Me and My Moulton
* A Single Life
A cerimônia do Oscar 2015 acontece no dia 22 de fevereiro, com transmissão ao vivo pelo canal pago TNT.
BAFTA: British Academy of Film and Television Arts
FILME DE WES ANDERSON DOMINA AS CATEGORIAS, MAS VÊ CONCORRENTES BEM PRÓXIMOS
A Academia Britânica divulgou a lista dos indicados à 68ª edição do prêmio, e o novo filme de Wes Anderson, O Grande Hotel Budapeste, surpreendeu a todos com sua liderança de 11 indicações, enquanto Birdman segue logo atrás com 10 indicações, e O Jogo da Imitação e A Teoria de Tudo com 9 cada. Por se tratar de um filme mais contemporâneo, Boyhood ficou apenas com 5 indicações, mas curiosamente ficou de fora da competição por Montagem, pela qual vinha colecionando alguns prêmios.
Wes Anderson já havia sido indicado ao BAFTA em outras três oportunidades: Em 2002 pelo roteiro de Os Excêntricos Tennenbaums, em 2010 pela animação O Fantástico Sr. Raposo, e em 2013 pelo roteiro de Moonrise Kingdom, mas nunca levou o prêmio. Este ano, pela primeira vez, recebeu dupla indicação pelo roteiro e direção, o mesmo feito que conseguiu no Globo de Ouro e pode vir a conseguir no Oscar. Este reconhecimento vem em boa hora para Anderson, pois seus filmes possuem um rigor visual e estético único e em evolução. Nesse sentido, muitas vezes é comparado ao diretor Tim Burton, pois é impossível desassociar seus filmes de seu apelo visual baseado na direção de arte, figurino, maquiagem e fotografia, contudo, na minha humilde opinião, Wes Anderson trabalha melhor os roteiros e a montagem, que acentuam o humor muitas vezes incidental.
Confira o anúncio das indicações pelo vídeo abaixo:
Stephen Fry e Sam Clflin anunciam os indicados
Como de costume, o BAFTA tem o prêmio de Melhor Filme Britânico com intenção de impulsionar a campanha do filme rumo ao Oscar e também valorizar a indústria cinematográfica do país. O Jogo da Imitação e A Teoria de Tudo, que competem como Melhor Filme, também disputam mais este prêmio, que ainda conta com Pride, que recebeu sua única indicação como Melhor Filme – Comédia ou Musical no Globo de Ouro, e ficção científica alternativa Sob a Pele, que ainda compete por Melhor Trilha Musical merecidamente.
A bela e misteriosa Scarlett Johansson em Sob a Pele (photo by outnow.ch)
Além disso, a Academia Britânica costuma puxar uma sardinha pro lado dos atores britânicos. Na categoria de ator, por exemplo, são três britânicos (Benedict Cumberbatch, Eddie Redmayne e Ralph Fiennes) contra dois americanos (Jake Gyllenhaal e Michael Keaton). Embora a atuação de Fiennes tenha sido bem elogiada pela crítica, não tem conquistado tanto espaço na temporada, tanto que sua presença na categoria pode ser explicada pela alteração de Steve Carell para a categoria de coadjuvante por Foxcatcher, e a exclusão de Selma, que certamente prejudicou a possível indicação de David Oyelowo. Aparentemente, o filme sobre Martin Luther King sofreu com a estréia tardia em 2014 e pelo deslize no envio dos “screeners” (cópias) para os sindicatos. Talvez o Oscar queira compensar sua ausência na reta final.
Agora, confesso que fiquei bastante surpreso com as duas indicações para o filme-família As Aventuras de Paddington. OK, eu estou ciente da importância cultural do personagem em terras londrinas, mas imagino que haja produções mais instigantes para se reconhecer como Melhor Filme Britânico do ano…
Sally Hawkins com o urso Paddington em As Aventuras de Paddington (photo by outnow.ch)
Entre os atores que ficaram de fora, Timothy Spall (Sr. Turner), que ganhou o prêmio de Ator no último Festival de Cannes, e Meryl Streep (Caminhos da Floresta), que estava em quase todas as listas de coadjuvante, são os nomes mais chamativos. Entre os coadjuvantes, as ausências de Robert Duval (O Juiz) e Jessica Chastain (O Ano Mais Violento) também foram lembradas.
Enquanto algumas produções foram beneficiadas pelo BAFTA como O Grande Hotel Budapeste e os menores Whiplash: Em Busca da Perfeição (5 indicações, incluindo Melhor Diretor) e O Abutre (4 indicações, incluindo atriz coadjuvante para Rene Russo), houve prejudicados como Selma e o novo filme de Angelina Jolie, Invencível, uma vez que ambos não receberam uma indicação sequer. E se Sniper Americano vinha de uma ascendente depois das indicações ao ADG, Eddie, PGA e WGA, perdeu alguns pontos com sua quase ausência total do BAFTA. O novo filme de Clint Eastwood conquistou apenas duas indicações nas categorias de Roteiro Adaptado e Melhor Som.
Se o representante brasileiro, Hoje Eu Quero Voltar Sozinho, morreu na praia, o novo filme de Stephen Daldry, Trash: A Esperança Vem do Lixo, foi lembrada pelo BAFTA. Falado em português e inglês, o longa se passa no Rio de Janeiro, contando com as atuações dos brasileiros no auge Wagner Moura e Selton Mello, juntamente com as estrelas hollywoodianas Martin Sheen e Rooney Mara.
Stephen Daldry conversa com Martin Sheen e Rooney Mara em set (Trash – A Esperança Vem do Lixo)
Seguem os indicados ao 68th Annual BAFTA Awards:
MELHOR FILME BIRDMAN OU (A INESPERADA VIRTUDE DA IGNORÂNCIA), Alejandro G. Inarritu, John Lesher, James W. Skotchdopole
BOYHOOD: DA INFÂNCIA À JUVENTUDE, Richard Linklater, Cathleen Sutherland
O GRANDE HOTEL BUDAPESTE, Wes Anderson, Scott Rudin, Steven Rales, Jeremy Dawson
O JOGO DA IMITAÇÃO, Nora Grossman, Ido Ostrowsky, Teddy Schwarzman
A TEORIA DE TUDO, Tim Bevan, Eric Fellner, Lisa Bruce, Anthony Mccarten
MELHOR FILME BRITÂNICO
’71, Yann Demange, Angus Lamont, Robin Gutch, Gregory Burke
O JOGO DA IMITAÇÃO, Morten Tyldum, Nora Grossman, Ido Ostrowsky, Teddy Schwarzman, Graham Moore
AS AVENTURAS DE PADDINGTON, Paul King, David Heyman
PRIDE, Matthew Warchus, David Livingstone, Stephen Beresford
A TEORIA DE TUDO, James Marsh, Tim Bevan, Eric Fellner, Lisa Bruce, Anthony Mccarten
SOB A PELE, Jonathan Glazer, James Wilson, Nick Wechsler, Walter Campbell
ESTRÉIA DE UM ESCRITOR, DIRETOR OU PRODUTOR BRITÂNICO
Elaine Constantine (Writer/Director), NORTHERN SOUL
Gregory Burke (Writer), Yann Demange (Director), ’71
Hong Khaou (Writer/Director), LILTING
Paul Katis (Director/Producer), Andrew De Lotbiniere (Producer), KAJAKI
Stephen Beresford (Writer), David Livingstone (Producer), PRIDE
FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
IDA, Pawel Pawlikowski, Eric Abraham, Piotr Dzieciol, Ewa Puszczynska
LEVIATÃ, Andrey Zvyagintsev, Alexander Rodnyansky, Sergey Melkumov
THE LUNCHBOX, Ritesh Batra, Arun Rangachari, Anurag Kashyap, Guneet Monga
TRASH: A ESPERANÇA VEM DO LIXO, Stephen Daldry, Tim Bevan, Eric Fellner, Kris Thykier
DOIS DIAS, UMA NOITE, Jean-Pierre Dardenne, Luc Dardenne, Denis Freyd
DOCUMENTÁRIO
A UM PASSO DO ESTRELATO, Morgan Neville, Caitrin Rogers, Gil Friesen
20.000 DIAS NA TERRA, Iain Forsyth, Jane Pollard
CITIZENFOUR, Laura Poitras
A FOTOGRAFIA OCULTA DE VIVIAN MAIER, John Maloof, Charlie Siskel
VIRUNGA, Orlando Von Einsiedel, Joanna Natasegara
ANIMAÇÃO
OPERAÇÃO BIG HERO, Don Hall, Chris Williams
OS BOXTROLLS, Anthony Stacchi, Graham Annable
UMA AVENTURA LEGO, Phil Lord, Christopher Miller
DIRETOR
BIRDMAN OU (A INESPERADA VIRTUDE DA IGNORÂNCIA), Alejandro G. Inarritu
BOYHOOD: DA INFÂNCIA À JUVENTUDE, Richard Linklater
O GRANDE HOTEL BUDAPESTE, Wes Anderson
A TEORIA DE TUDO, James Marsh
WHIPLASH: EM BUSCA DA PERFEIÇÃO, Damien Chazelle
ROTEIRO ORIGINAL
BIRDMAN OU (A INESPERADA VIRTUDE DA IGNORÂNCIA), Alejandro G. Inarritu, Nicolas Giacobone, Alexander Dinelaris Jr, Armando Bo
BOYHOOD: DA INFÂNCIA À JUVENTUDE, Richard Linklater
O GRANDE HOTEL BUDAPESTE, Wes Anderson
O ABUTRE, Dan Gilroy
WHIPLASH: EM BUSCA DA PERFEIÇÃO, Damien Chazelle
ROTEIRO ADAPTADO
SNIPER AMERICANO, Jason Hall
GAROTA EXEMPLAR, Gillian Flynn
O JOGO DA IMITAÇÃO, Graham Moore
AS AVENTURAS DE PADDINGTON, Paul King
A TEORIA DE TUDO, Anthony Mccarten
ATOR
Benedict Cumberbatch, O JOGO DA IMITAÇÃO
Eddie Redmayne, A TEORIA DE TUDO
Jake Gyllenhaal, O ABUTRE
Michael Keaton, BIRDMAN OU (A INESPERADA VIRTUDE DA IGNORÂNCIA)
Ralph Fiennes, O GRANDE HOTEL BUDAPESTE
ATRIZ
Amy Adams, GRANDES OLHOS
Felicity Jones, A TEORIA DE TUDO
Julianne Moore, PARA SEMPRE ALICE
Reese Witherspoon, LIVRE
Rosamund Pike, GAROTA EXEMPLAR
ATOR COADJUVANTE
Edward Norton, BIRDMAN OU (A INESPERADA VIRTUDE DA IGNORÂNCIA)
Ethan Hawke, BOYHOOD: DA INFÂNCIA À JUVENTUDE
J.K. Simmons, WHIPLASH: EM BUSCA DA PERFEIÇÃO
Mark Ruffalo, FOXCATCHER: UMA HISTÓRIA QUE CHOCOU O MUNDO
Steve Carell, FOXCATCHER: UMA HISTÓRIA QUE CHOCOU O MUNDO
ATRIZ COADJUVANTE
Emma Stone, BIRDMAN OU (A INESPERADA VIRTUDE DA IGNORÂNCIA)
Imelda Staunton, PRIDE
Keira Knightley, O JOGO DA IMITAÇÃO
Patricia Arquette, BOYHOOD: DA INFÂNCIA À JUVENTUDE
Rene Russo, O ABUTRE
TRILHA MUSICAL ORIGINAL
BIRDMAN OU (A INESPERADA VIRTUDE DA IGNORÂNCIA), Antonio Sanchez
O GRANDE HOTEL BUDAPESTE, Alexandre Desplat
INTERESTELAR, Hans Zimmer
A TEORIA DE TUDO, Johann Johannsson
SOB A PELE, Mica Levi
FOTOGRAFIA
BIRDMAN OU (A INESPERADA VIRTUDE DA IGNORÂNCIA), Emmanuel Lubezki
O GRANDE HOTEL BUDAPESTE, Robert Yeoman
IDA, Lukasz Zal, Ryzsard Lenczewski
INTERESTELAR, Hoyte Van Hoytema
SR. TURNER, Dick Pope
MONTAGEM
(Due to a tie in voting in this category, there are six nominations)
BIRDMAN OU (A INESPERADA VIRTUDE DA IGNORÂNCIA), Douglas Crise, Stephen Mirrione
O GRANDE HOTEL BUDAPESTE, Barney Pilling
O JOGO DA IMITAÇÃO, William Goldenberg
O ABUTRE, John Gilroy
A TEORIA DE TUDO, Jinx Godfrey
WHIPLASH: EM BUSCA DA PERFEIÇÃO, Tom Cross
DIREÇÃO DE ARTE
GRANDES OLHOS, Rick Heinrichs, Shane Vieau
O GRANDE HOTEL BUDAPESTE, Adam Stockhausen, Anna Pinnock
O JOGO DA IMITAÇÃO, Maria Djurkovic, Tatiana Macdonald
INTERESTELAR, Nathan Crowley, Gary Fettis
SR. TURNER, Suzie Davies, Charlotte Watts
FIGURINO
O GRANDE HOTEL BUDAPESTE, Milena Canonero
O JOGO DA IMITAÇÃO, Sammy Sheldon Differ
CAMINHOS DA FLORESTA, Colleen Atwood
SR. TURNER, Jacqueline Durran
A TEORIA DE TUDO, Steven Noble
MAQUIAGEM E CABELO
O GRANDE HOTEL BUDAPESTE, Frances Hannon
GUARDIÕES DA GALÁXIA, Elizabeth Yianni-Georgiou, David White
CAMINHOS DA FLORESTA, Peter Swords King, J. Roy Helland
SR. TURNER, Christine Blundell, Lesa Warrener
A TEORIA DE TUDO, Jan Sewell
SOM
SNIPER AMERICANO, Walt Martin, John Reitz, Gregg Rudloff, Alan Robert Murray, Bub Asman
BIRDMAN OU (A INESPERADA VIRTUDE DA IGNORÂNCIA), Thomas Varga, Martin Hernandez, Aaron Glascock, Jon Taylor, Frank A. Montaño
O GRANDE HOTEL BUDAPESTE, Wayne Lemmer, Christopher Scarabosio, Pawel Wdowczak
O JOGO DA IMITAÇÃO, John Midgley, Lee Walpole, Stuart Hilliker, Martin Jensen
WHIPLASH: EM BUSCA DA PERFEIÇÃO, Thomas Curley, Ben Wilkins, Craig Mann
EFEITOS VISUAIS
PLANETA DOS MACACOS: O CONFRONTO, Joe Letteri, Dan Lemmon, Erik Winquist, Daniel Barrett
GUARDIÕES DA GALÁXIA, Stephane Ceretti, Paul Corbould, Jonathan Fawkner, Nicolas Aithadi
O HOBBIT: A BATALHA DOS CINCO EXÉRCITOS, Joe Letteri, Eric Saindon, David Clayton, R. Christopher White
INTERESTELAR, Paul Franklin, Scott Fisher, Andrew Lockley
X-MEN: DIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO, Richard Stammers, Anders Langlands, Tim Crosbie, Cameron Waldbauer
CURTA-METRAGEM BRITÂNICO DE ANIMAÇÃO
THE BIGGER PICTURE, Chris Hees, Daisy Jacobs, Jennifer Majka
MONKEY LOVE EXPERIMENTS, Ainslie Henderson, Cam Fraser, Will Anderson
MY DAD, Marcus Armitage
CURTA-METRAGEM BRITÂNICO
BOOGALOO AND GRAHAM, Brian J. Falconer, Michael Lennox, Ronan Blaney
EMOTIONAL FUSEBOX, Michael Berliner, Rachel Tunnard
THE KARMAN LINE, Campbell Beaton, Dawn King, Tiernan Hanby, Oscar Sharp
SLAP, Islay Bell-Webb, Michelangelo Fano, Nick Rowland
THREE BROTHERS, Aleem Khan, Matthieu De Braconier, Stephanie Paeplow
THE EE RISING STAR AWARD (VOTO DO PÚBLICO)
Gugu Mbatha-Raw
Jack O’Connell
Margot Robbie
Miles Teller
Shailene Woodley
O 68º BAFTA acontece no dia 08 de fevereiro no Royal Opera House em Londres.
PRÉVIA DO OSCAR DESTACA BIRDMAN, O GRANDE HOTEL BUDAPESTE E BOYHOOD. JÁ INTERESTELAR CONQUISTA 7 INDICAÇÕES, MAS EM CATEGORIAS MENORES
Com tantos prêmios disputando espaço no calendário, o Critics’ Choice Awards é um dos que mais tem se destacado por dois motivos básicos: 1) Ao contrário da maioria dos prêmios, este oferece 6 vagas para indicados, o que facilita na hora da indecisão de quem deixar de fora; 2) A precisão de acertos tem sido espantosa. Dos últimos 15, houve acerto em 12 Melhores Filmes em relação ao Oscar.
O Critics’ Choice Awards é um prêmio relativamente novo na indústria cinematográfica, uma vez que iniciou suas premiações em 1995, quando laureou Razão e Sensibilidade. Concedido pela Broadcast Film Critics Association, formado por uma organização de críticos de cinema dos Estados Unidos e do Canadá, o prêmio vem se tornando um novo parâmetro para o Oscar, pois a outrora prévia Globo de Ouro não tem tido o mesmo nível de acerto de antes.
Este ano, Birdman foi o grande recordista de indicações com 13. Vale ressaltar aqui que das 13, três indicações são para categorias inexistentes no Oscar: Comédia, Ator em Comédia e Elenco. E também já dá pra excluir a indicação de Antonio Sanchez para Trilha Musical, já que seu trabalho foi considerado inelegível pela Academia.
Michael Keaton e Edward Norton em cena de Birdman (photo by outnow.ch)
Em seguida, com 11 indicações, surge O Grande Hotel Budapeste, de Wes Anderson. E assim como Birdman, também acumulou indicações em categorias que inexistem no prêmio da Academia: Comédia, Ator em Comédia, Elenco e Jovem Ator/Atriz. Contudo, confirma presença do filme em categorias como Roteiro Original, Direção de Arte, Figurino, e se os votantes estiverem animados, Filme e Diretor.
Algumas produções ganharam um novo gás com as indicações ao Critics’ Choice e podem ainda correr atrás do prejuízo como o novo filme de Paul Thomas Anderson, Vício Inerente, e o drama de guerra Invencível, que conquistou 4 indicações, inclusive a de Diretor para Angelina Jolie, por seu segundo longa. Curiosamente, ela se junta a outra mulher na categoria: Ava DuVernay, diretora de Selma, também concorre depois de ser indicada ao Globo de Ouro. Seu ator central David Oyelowo também foi indicado e pode acabar tirando Ralph Fiennes ou Steve Carell da competição.
Angelina Jolie observa cena de Invencível (photo by outnow.ch)
Como pode se perceber, o Critics’ Choice é uma grande mãe para os filmes do ano. Por isso mesmo que criou trocentas categorias (28 para ser mais preciso) e uma indicação extra para os abandonados e excluídos. Como cinéfilo, considero ótima oportunidade de reconhecer filmes de ação e de comédia tomando como base a sua qualidade fílmica, e não pela quantidade de votos de internet como faz o MTV Movie Awards.
Dentre os indicados a Melhor Filme de Ação, Capitão América: O Soldado Invernal merece destaque por criar uma sequência muito consistente que remete aos filmes de espionagem dos anos 70, e que consegue dialogar com a sociedade à beira do colapso da crise da segurança. Já Guardiões da Galáxia merece respeito por se tratar de uma aposta arriscada que deu certo. São personagens da Marvel Comics que eram considerados de segundo escalão que poucos gostariam de adaptar para as telas, mas o diretor James Gunn captou bem o tom do universo e obteve a maior bilheteria de 2014 em solo americano.
Sebastian Stan em ótima performance como o Soldado Invernal na sequência Capitão América: O Soldado Invernal (photo by outnow.ch)
Vale também citar o uso criativo da montagem na ficção científica No Limite do Amanhã, no qual toda vez que Tom Cruise morre, ele deve repetir toda sua atividade até conseguir uma solução. Claro que, para quem viu a comédia Feitiço do Tempo, não é nada inovador, mas trata-se de uma boa releitura em novo gênero.
Seguem todos os indicados do 20º Critics’ Choice Awards:
MELHOR FILME Birdman
Boyhood: Da Infância à Juventude (Boyhood)
Garota Exemplar (Gone Girl)
O Grande Hotel Budapeste (The Grand Budapest Hotel)
O Jogo da Imitação (The Imitation Game)
O Abutre (Nightcrawler)
Selma
A Teoria de Tudo (The Theory of Everything)
Invencível (Unbroken)
Whiplash: Em Busca da Perfeição (Whiplash)
DIRETOR Wes Anderson (O Grande Hotel Budapeste)
Ava DuVernay (Selma)
David Fincher (Garota Exemplar)
Alejandro González Iñárritu (Birdman)
Angelina Jolie (Invencível)
Richard Linklater (Boyhood: Da Infância à Juventude)
ATOR Benedict Cumberbatch (O Jogo da Imitação)
Ralph Fiennes (O Grande Hotel Budapeste)
Jake Gyllenhaal (O Abutre)
Michael Keaton (Birdman)
David Oyelowo (Selma)
Eddie Redmayne (A Teoria de Tudo)
ATRIZ Jennifer Aniston (Cake)
Marion Cotillard (Dois Dias, Uma Noite)
Felicity Jones (A Teoria de Tudo)
Julianne Moore (Para Sempre Alice)
Rosamund Pike (Garota Exemplar)
Reese Witherspoon (Livre)
Josh Brolin obteve sua primeira indicação expressiva por Vício Inerente. (photo by elfilm.com)
ATOR COADJUVANTE Josh Brolin (Vício Inerente)
Robert Duvall (O Juiz)
Ethan Hawke (Boyhood: Da Infância à Juventude)
Edward Norton (Birdman)
Mark Ruffalo (Foxcatcher: Uma História que Chocou o Mundo)
J.K. Simmons (Whiplash: Em Busca da Perfeição)
ATRIZ COADJUVANTE Patricia Arquette (Boyhood: Da Infância à Juventude)
Jessica Chastain (A Most Violent Year)
Keira Knightley (O Jogo da Imitação)
Emma Stone (Birdman)
Meryl Streep (Caminhos da Floresta)
Tilda Swinton (Expresso do Amanhã)
ELENCO Birdman
Boyhood: Da Infância à Juventude
O Grande Hotel Budapeste
O Jogo da Imitação
Caminhos da Floresta
Selma
ROTEIRO ORIGINAL Alejandro González Iñárritu, Nicolas Giacobone, Alexander Dinelaris, Jr., Armando Bo (Birdman)
Richard Linklater (Boyhood: Da Infância à Juventude)
Wes Anderson, Hugo Guinness (O Grande Hotel Budapeste)
Dan Gilroy (O Abutre)
Damien Chazelle (Whiplash: Em Busca da Perfeição)
ROTEIRO ADAPTADO Gillian Flynn (Garota Exemplar)
Graham Moore (O Jogo da Imitação)
Paul Thomas Anderson (Vício Inerente)
Anthony McCarten (A Teoria de Tudo)
Joel Coen & Ethan Coen, Richard LaGravenese, William Nicholson (Invencível)
Nick Hornby (Livre)
FOTOGRAFIA Emmanuel Lubezki (Birdman)
Robert Yeoman (O Grande Hotel Budapeste)
Hoyte Van Hoytema (Interestelar)
Dick Pope (Sr. Turner)
Roger Deakins (Invencível)
Fotografia de Sr. Turner por Dick Pope (photo by outnow.ch)
DIREÇÃO DE ARTE Kevin Thompson, George DeTitta Jr. (Birdman)
Adam Stockhausen, Anna Pinnock (O Grande Hotel Budapeste)
David Crank, Amy Wells (Vício Inerente)
Nathan Crowley, Gary Fettis (Interestelar)
Dennis Gassner, Anna Pinnock (Caminhos da Floresta)
Ondrej Nekvasil, Beatrice Brentnerova (Expresso do Amanhã)
MONTAGEM Douglas Crise, Stephen Mirrione (Birdman)
Sandra Adair (Boyhood: Da Infância à Juventude)
Kirk Baxter (Garota Exemplar)
Lee Smith (Interestelar)
Tom Cross (Whiplash: Em Busca da Perfeição)
FIGURINO Milena Canonero (O Grande Hotel Budapeste)
Mark Bridges (Vício Inerente)
Colleen Atwood (Caminhos da Floresta)
Anna B. Sheppard (Malévola)
Jacqueline Durran (Sr. Turner)
CABELO E MAQUIAGEM Foxcatcher: Uma História que Chocou o Mundo
Guardiões da Galáxia
O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos
Caminhos da Floresta
Malévola
EFEITOS VISUAIS Planeta dos Macacos: O Confronto
No Limite do Amanhã
Guardiões da Galáxia
O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos
Interestelar
ANIMAÇÃO Operação Big Hero 6 (Big Hero 6)
Festa no Céu (The Book of Life)
Os Boxtrolls (The Boxtrolls)
Como Treinar o Seu Dragão 2 (How to Train Your Dragon 2)
Uma Aventura Lego (The Lego Movie)
FILME DE AÇÃO Sniper Americano (American Sniper)
Capitão América: O Soldado Invernal (Captain America: The Winter Soldier)
No Limite do Amanhã (Edge of Tomorrow)
Corações de Ferro (Fury)
Guardiões da Galáxia (Guardians of the Galaxy)
Integrantes excêntricos do grupo Guardiões da Galáxia. (photo by outnow.ch)
ATOR EM FILME DE AÇÃO Bradley Cooper (Sniper Americano)
Tom Cruise (No Limite do Amanhã)
Chris Evans (Capitão América: O Soldado Invernal)
Brad Pitt (Corações de Ferro)
Chris Pratt (Guardiões da Galáxia)
ATRIZ EM FILME DE AÇÃO Emily Blunt (No Limite do Amanhã)
Scarlett Johansson (Lucy)
Jennifer Lawrence (Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1)
Zoe Saldana (Guardiões da Galáxia)
Shailene Woodley (Divergente)
COMÉDIA Birdman
O Grande Hotel Budapeste (The Grand Budapest Hotel)
Um Santo Vizinho (St. Vincent)
Top Five
Anjos da Lei 2 (22 Jump Street)
ATOR EM COMÉDIA Jon Favreau (Chef)
Ralph Fiennes (O Grande Hotel Budapeste)
Michael Keaton (Birdman)
Bill Murray (Um Santo Vizinho)
Chris Rock (Top Five)
Channing Tatum (Anjos da Lei 2)
Chris Rock na comédia Top Five (photo by outnow.ch)
ATRIZ EM COMÉDIA Rose Byrne (Vizinhos)
Rosario Dawson (Top Five)
Melissa McCarthy (Um Santo Vizinho)
Jenny Slate (Obvious Child)
Kristen Wiig (The Skeleton Twins)
FILME DE TERROR OU FICÇÃO CIENTÍFICA The Babadook
Planeta dos Macacos: O Confronto (Dawn of the Planet of the Apes)
Interestelar (Interstellar)
Expresso do Amanhã (Snowpiercer)
Sob a Pele (Under the Skin)
A bela e misteriosa Scarlett Johansson em Sob a Pele (photo by outnow.ch)
FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA Força Maior (Turist) – SUÉCIA
Ida – POLÔNIA
Leviatã (Leviafan) – RÚSSIA
Dois Dias, Uma Noite (Deux Jours, Une Nuit) – BÉLGICA
Relatos Selvagens (Relatos Salvajes) – ARGENTINA
DOCUMENTÁRIO Citizenfour
Glen Campbell: I’ll Be Me
Duna de Jodorowsky (Jodorowsky’s Dune)
Last Days in Vietnam
Life Itself – A Vida de Roger Ebert (Life Itself)
The Overnighters
CANÇÃO “Big Eyes” (Grandes Olhos)
“Everything Is Awesome” (Uma Aventura Lego)
“Glory” (Selma)
“Lost Stars” (Mesmo Se Nada Der Certo)
“Yellow Flicker Beat” (Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1)
TRILHA MUSICAL Alexandre Desplat (O Jogo da Imitação)
Johann Johannsson (A Teoria de Tudo)
Trent Reznor, Atticus Ross (Garota Exemplar)
Antonio Sanchez (Birdman)
Hans Zimmer (Interestelar)
JOVEM ATOR OU ATRIZ Ellar Coltrane (Boyhood: Da Infância à Juventude)
Ansel Elgort (A Culpa é das Estrelas)
Mackenzie Foy (Interestelar)
Jaeden Lieberher (Um Santo Vizinho)
Tony Revolori (O Grande Hotel Budapeste)
Quvenzhane Wallis (Annie)
Noah Wiseman (The Babadook)
A emotiva Mackenzie Foy em cena de Interestelar ao lado de Matthew McConaughey (photo by outnow.ch)
A cerimônia acontece no dia 15 de janeiro, mesmo dia em que as indicações ao Oscar serão anunciadas na manhã, ou seja, um loooongo dia para os artistas indicados em ambas as premiações.
Foxcatcher: A História que Chocou o Mundo (Foxcatcher)
Corações de Ferro (Fury)
James Brown (Get on up)
Garota Exemplar (Gone Girl)
O Grande Hotel Budapeste (The Grand Budapest Hotel)
The Imitation Game
Inherent Vice
Interestelar (Interstellar)
Caminhos da Floresta (Into the Woods)
Homens, Mulheres e Filhos (Men, Women & Children)
Mr. Turner
A Teoria de Tudo (The Theory of Everything)
Trash – A Esperança Vem do Lixo (Trash)
Invencível (Unbroken)
Whiplash: Em Busca da Perfeição (Whiplash)
Wild
NÃO HÁ FAVORITOS AINDA, MAS FORTES CONCORRENTES
Faltam (apenas) 4 meses para as indicações! Já vale a pena dar uma olhada nos possíveis filmes indicados e fantasiar sobre um ou outro ator ou atriz que nunca ganhou e pode finalmente ter a chance. Particularmente, estou curioso para ver as performances de Michael Fassbender nos filmes MacBeth e Frank, e de Joaquin Phoenix em Inherent Vice, pela evolução constante nas últimas performances, e mesmo sem ter visto o trabalho deles, já torço para que cheguem ao tapete vermelho da Academia. Já pelo que vi, dou meu apoio incondicional para a campanha da primeira indicação para Steve Carell, o comediante de O Virgem de 40 Anos teve seu talento testado pelo diretor Bennett Miller em Foxcatcher.
Claro que ainda há muita especulação que se baseia em nomes consagrados. Na ala dos diretores, Christopher Nolan sempre aparece nas apostas, assim como o britânico Stephen Daldry por seu histórico de 3 indicações sem vitória. Já entre as atrizes, fica impossível desassociar o nome Meryl Streep na hora do burburinho do Oscar. Ela pode ter sido quase uma figurante que ela vai constar nas listas de possíveis indicadas. Este ano, a primeira foto dela como Bruxa/Feiticeira da mega produção Caminhos da Floresta já causou um estardalhaço. E, em menor escala, podemos encaixar Viola Davis também como candidata à atriz coadjuvante sem sequer ver seu trabalho. Sua derrota por Histórias Cruzadas em 2012 ainda deve render uma nova indicação ao Oscar.
Há filmes que certamente serão catapultados na campanha ao Oscar graças ao lobbista Harvey Weinstein. Dentre algumas produções que recebem seu valioso apoio estão: The Imitation Game e MacBeth, além de suas próprias produções como Big Eyes, St. Vincent e O Doador de Memórias. Como sempre comentado aqui, o trabalho de Weinstein impressiona pelas indicações constantes ao Oscar. Só nos últimos anos, ele foi responsável pelos Oscars de Jennifer Lawrence (O Lado Bom da Vida), Meryl Streep (A Dama de Ferro) e de Kate Winslet (O Leitor), além de Melhor Filme para O Artista e O Discurso do Rei.
Também vale ressaltar a crescente importância do Festival de Toronto como prévia do Oscar. Nos últimos anos, os filmes que participaram do evento não-competitivo acabaram vencedores da estatueta: 12 Anos de Escravidão, Argo e A Separação. Este ano, o Festival de Toronto (ou TIFF) acolhe prováveis favoritos ao Oscar como Foxcatcher, Nightcrawler, Whiplash: Em Busca da Perfeição, Maps to the Stars, Mr. Turner, Wild, The Theory of Everything e The Imitation Game. Todos sedentos por um pouco de atenção neste início da corrida ao Oscar 2015.
MELHOR FILME
• American Sniper, de Clint Eastwood • Big Eyes, de Tim Burton • Birdman, de Alejandro González Iñárritu • Foxcatcher: A História que Chocou o Mundo (Foxcatcher), de Bennett Miller • Garota Exemplar (Gone Girl), de David Fincher • O Grande Hotel Budapeste (The Grand Budapest Hotel), de Wes Anderson • Corações de Ferro (Fury), de David Ayer • The Imitation Game, de Morten Tyldum • Inherent Vice, de Paul Thomas Anderson • Interestelar (Interstellar), de Christopher Nolan • Caminhos da Floresta (Into the Woods), de Rob Marshall • Homens, Mulheres e Filhos (Men, Women & Children), de Jason Reitman • A Most Violent Year, de J.C. Chandor • Selma, de Ava DuVernay
• A Teoria de Tudo (The Theory of Everything), de James Marsh • Trash – A Esperança Vem do Lixo (Trash), de Stephen Daldry
• Invencível (Unbroken), de Angelina Jolie • Wild, de Jean-Marc Vallée
Primeiro, vamos aos fatos. Apresentado no Festival de Veneza, Birdman já figura como um forte candidato ao Oscar. Além de seu diretor ser o mexicano Alejandro González Iñárritu, traz o retorno triunfal do ator Michael Keaton, que ficou marcado pelo papel de Batman de Tim Burton. Ainda conta com atores que podem conquistar indicações como coadjuvantes: Emma Stone, Edward Norton e Naomi Watts.
Já Foxcatcher saiu de Cannes com o prêmio de direção para o jovem Bennett Miller (Capote e O Homem que Mudou o Jogo). Considerado um dos melhores diretores de atores da atualidade, Miller já conseguiu a proeza de extrair uma atuação contida e estranhíssima do ator e comediante Steve Carell que, só por um milagre, não estará no Oscar 2015. Além dele, Mark Ruffalo já vem conquistando os críticos que viram o filme na França. Conta também muito a favor a produção ser assinada por Megan Ellison (da produtora Annapurna), que recebeu duas indicações no Oscar deste ano por Trapaça e Ela. Veja trailer abaixo:
Embora a Academia ainda não tenha abraçado o estilo único de Wes Anderson, seu novo filme, O Grande Hotel Budapeste, pode conquistar uma indicação a Melhor Filme. Como se não bastasse a batalha contra o conservadorismo da Academia, o filme terá dificuldades de manter seu frescor na memória dos votantes, pois o filme estreou nos EUA em março. Até agora, venceu o Urso de Prata de Grande Prêmio do Júri no último Festival de Berlim, e figura nas listas dos críticos de melhores de 2014 até o momento. São possíveis indicações nas categorias de Direção de Arte, Figurino e Roteiro Original, mas seria uma grata surpresa a lembrança como Melhor Filme e Diretor.
E vencedor do Festival de Sundance do Urso de Prata de Direção, o independente Boyhood: Da Infância à Juventude teve como grande destaque as filmagens que levaram mais de 12 anos. A proposta arriscada do diretor Richard Linklater se apoiava no comprometimento do jovem protagonista Ellar Coltrane de continuar as filmagens após esse longo período para acompanhar o crescimento de seu personagem. Com indicações anteriores como roteirista apenas, Linklater pode sonhar mais alto se depender das apostas dos críticos.
Garota Exemplar e Inherent Vice são duas produções aguardadíssimas que o presidente do Festival de Veneza tentou trazer, mas foram selecionadas pelo Festival Internacional de Nova York. Enquanto o primeiro trabalho é assinado por David Fincher com base no best-seller homônimo de Gillian Flynn, o segundo é assinado por Paul Thomas Anderson com base no romance de Thomas Pynchon. Ambos podem e devem conquistar indicações como Melhor Diretor pelo ótimo momento de suas carreiras, o que poderia puxar indicações para Melhor Filme dependendo do sucesso com a crítica e o público.
Os demais trabalhos citados na lista ainda não concretizaram seus favoritismos. A maioria tem presença devido ao prestígio de seus diretores perante a Academia como Clint Eastwood, Jason Reitman, Angelina Jolie e Christopher Nolan, enquanto outros apresentam temas que são típicos dos vencedores do Oscar como The Imitation Game, que aborda a história verídica do matemático que quebra um código em plena Segunda Guerra Mundial, ou a história da vida de um dos maiores físicos do mundo, Stephen Hawking, retratada em The Theory of Everything com um Eddie Redmayne bastante inspirado no papel do protagonista. Ainda pouco comentado, vale citar o filme Selma, que retrata a busca pelo direitos civis por Martin Luther King.
Em se tratando de expectativa, um dos trabalhos mais comentados para esta temporada é a adaptação do livro de James Lapine, Caminhos da Floresta (Into the Woods), dirigido por Rob Marshall, que concorreu a Melhor Diretor por Chicago em 2003. Com um elenco estelar que conta com Meryl Streep, Johnny Depp, Emily Blunt, Chris Pine, Anna Kendrick e Tracey Ullman, o musical tem tudo para conquistar no mínimo o Globo de Ouro de Melhor Filme – Musical ou Comédia. Além da qualidade que só poderá ser comprovada com o lançamento do filme, a única coisa que pode atrapalhar seu sucesso é uma possível censura por parte da Disney, que está por trás da produção. Aliás, este é um medo recorrente em relação à Disney, que costuma “suavizar” as histórias a fim de abranger o público infanto-juvenil, podendo remoldar a saga Star Wars, cujos direitos lhe foram vendidos para desespero dos fãs. Se tudo o mais falhar, pelo menos Caminhos da Floresta deve garantir o 4º Oscar da carreira da figurinista Colleen Atwood.
Cena de Caminhos da Floresta (photo by Disney)
MELHOR DIRETOR
Paul Thomas Anderson (Inherent Vice)
Wes Anderson (O Grande Hotel Budapeste)
Tim Burton (Big Eyes) – photo by kinogallery
J.C. Chandor (A Most Violent Year)
Stephen Daldry (Trash – A Esperança Vem do Lixo)
David Fincher (Garota Exemplar) – photo by thefilmstage.com
Alejandro González Iñárritu (Birdman)
Angelina Jolie (Invencível) – photo by outnow.CH
Mike Leigh (Mr. Turner)
Richard Linklater (Boyhood: Da Infância à Juventude)
Rob Marshall (Caminhos da Floresta) – photo by Disney
Bennett Miller (Foxcatcher)
Christopher Nolan (Interestelar) – photo by kinogallery.com
Jason Reitman (Homens, Mulheres e Filhos)
Morten Tyldum (The Imitation Game)
• Paul Thomas Anderson (Inherent Vice) • Wes Anderson (O Grande Hotel Budapeste) • Tim Burton (Big Eyes) • J.C. Chandor (A Most Violent Year) • Stephen Daldry (Trash – A Esperança Vem do Lixo) • Ava DuVernay (Selma) • David Fincher (Garota Exemplar) • Alejandro González Iñárritu (Birdman) • Angelina Jolie (Unbroken) • Tommy Lee Jones (The Homesman) • Mike Leigh (Mr. Turner) • Richard Linklater (Boyhood: Da Infância à Juventude) • Rob Marshall (Caminhos da Floresta) • Christopher Nolan (Interestelar)
• Jason Reitman (Men, Women & Children)
• Jon Stewart (Rosewater) • Morten Tyldum (The Imitation Game) • Jean-Marc Vallée (Wild)
Como já citado, o americano Bennett Miller larga na frente por ter conquistado o prêmio de direção no Festival de Cannes por Foxcatcher. Ele foi indicado anteriormente por Capote em 2006. Logo atrás, o mexicano Alejandro González Iñárritu pode manter a onda latina em alta com Birdman, após seu conterrâneo Alfonso Cuarón ter levado o Oscar de diretor por Gravidade. Iñárritu pode conquistar sua terceira indicação após dupla indicação por Babel como Melhor Filme e Direção em 2007. E pra fechar a trinca de favoritos do momento, Richard Linklater e seu Boyhood: Da Infância à Juventude. Normalmente, a Academia inclui pelo menos um indicado estreante, e este pode ser Linklater, que independente do gênero, sempre busca alguma inovação da linguagem.
Outrora outsider, David Fincher, que já tem produções cultuadas como Seven – Os Sete Crimes Capitais, Clube da Luta e Zodíaco, foi reconhecido pela Academia a partir do poético O Curioso Caso de Benjamin Button. Este ano, ele retorna com outro filme do gênero crime, mas desta vez ele conta com prestígio e o roteiro de uma autora best-seller, podendo conquistar sua terceira indicação como Diretor.
Não dá pra deixar de lado o favoritismo crescente de Angelina Jolie. Após sucesso crítico de seu filme sobre os conflitos na Bósnia, Na Terra de Amor e Ódio, a atriz resolveu investir em outra produção de guerra, Invencível, mas desta vez, a Segunda Guerra Mundial, baseando-se numa história verídica de um atleta olímpico americano capturado como prisioneiro no Japão. E também não dá pra ignorar o novo trabalho do britânico Stephen Daldry, cujos filmes sempre dão um jeito de receber uma indicação ao Oscar. Reconhecido por Billy Elliott, As Horas e O Leitor, ele volta com Trash – A Esperança Vem do Lixo, filmado no Brasil e com os atores Wagner Moura e Selton Mello.
Selton Mello em Trash – A Esperança Vem do Lixo (photo by outnow.ch)
Já entre os diretores que nunca conseguiram uma indicação, Christopher Nolan aparece como forte candidato pela ficção científica Interestelar. Após bater na trave com Batman – O Cavaleiro das Trevas (2008) e A Origem (2010), o trabalho dele pode finalmente ganhar destaque e satisfazer milhões de fãs e alguns críticos. Particularmente, torço para a inédita indicação de Wes Anderson por O Grande HotelBudapeste e, mesmo sem ter visto o filme, torço também por Tim Burton e seu filme biográfico Big Eyes.
MELHOR ATOR
Ben Affleck (Garota Exemplar)
Chadwick Boseman (James Brown) – photo by elfilm.com
Steve Carell e sua prótese de nariz em Foxcatcher: Uma História que Chocou o Mundo (photo by outnow.ch)
Benedict Cumberbatch (The Imitation Game) – photo by outnow.ch
Benicio Del Toro (Escobar: Paradise Lost) – photo by outnow.ch
Michael Fassbender (Frank) – photo by elfilm.com
Ralph Fiennes (O Grande Hotel Budapeste) – photo by elfilm.com
Jake Gyllenhaal (Nightcrawler) – photo by outnow.ch
Oscar Isaac (A Most Violent Year) – photo by elfilm.com
Michael Keaton (Birdman) – photo by cine.gr
Bill Murray (St. Vincent) – photo by cine.gr
Jack O’Connell (Invencível)
Al Pacino (Manglehorn) – photo by outnow.ch
Joaquin Phoenix (Inherent Vice) – photo by xposure
Brad Pitt (Corações de Ferro) – photo by outnow.ch
Eddie Redmayne (Teh Theory of Everything) – photo by outnow.ch
Timothy Spall (Mr. Turner) – photo by outnow.ch
Channing Tatum (Foxcatcher) – photo by outnow.ch
• Ben Affleck (Garota Exemplar)
• Chadwick Boseman (James Brown) • Steve Carell (Foxcatcher) • Benedict Cumberbatch (The Imitation Game)
• Benicio Del Toro (Escobar: Paradise Lost) • Michael Fassbender (Frank) • Michael Fassbender (MacBeth) • Ralph Fiennes (O Grande Hotel Budapeste) • Jake Gyllenhaal (Nightcrawler) • Oscar Isaac (A Most Violent Year) • Michael Keaton (Birdman) • Bill Murray (St. Vincent) • Jack O’Connell (Unbroken)
• David Oyelowo (Selma) • Al Pacino (Manglehorn)
• Joaquin Phoenix (Inherent Vice) • Brad Pitt (Corações de Ferro) • Eddie Redmayne (The Theory of Everything)
• Timothy Spall (Mr. Turner)
• Channing Tatum (Foxcatcher)
Até o momento, o único ator premiado foi o britânico Timothy Spall pelo filme biográfico do pintor J.M.W. Turner no último Festival de Cannes. Contudo, embora seja um excelente diretor de atores, a última performance indicada ao Oscar sob a direção de Mike Leigh foi de Imelda Staunton em 2005 por O Segredo de Vera Drake, o que pode dificultar as chances dele.
Com boas chances de ser premiado em Veneza, Michael Keaton vem recebendo elogios por esse retorno triunfal. Em Birdman, ele interpreta um ator conhecido por viver um super-herói e agora tenta justamente um retorno na Broadway. Essa história remete bastante à trajetória do próprio Michael Keaton, que ficou marcado por viver o herói mascarado Batman e desacelerou sua carreira promissora. Segundos as críticas, sua atuação em Birdman consegue expressar “arrogância, insegurança e desespero num só respiro”. Pode se tornar a sua primeira indicação e a 6ª indicação de um ator sob a direção de Iñárritu.
Outro que deve conquistar sua indicação inédita é Steve Carell, mais conhecido por papéis em comédias como O Virgem de 40 Anos e Agente 86. O diretor Bennett Miller enxergou potencial dramático nele e o ator não decepciona, apresentando uma atuação contida, precisa e assustadora, com direito a uma mudança de visual com cabelos grisalhos e uma prótese no nariz. Tais métodos costumam ser reconhecidos pela Academia como foi o caso do Oscar para Charlize Theron por Monster – Desejo Assassino. Existe uma possibilidade do jovem Channing Tatum receber sua primeira indicação pelo mesmo Foxcatcher, contudo, a disputa na categoria é sempre acirrada e a última vez que houve dois indicados a Melhor Ator pelo mesmo filme foi em 1985, quando Tom Hulce e F. Murray Abraham competiram juntos por Amadeus, tendo o último vencido o Oscar.
Além do aspecto visual, que pode beneficiar os 13 quilos perdidos por Jake Gyllenhall em Nightcrawler, a Academia adora papéis baseados em fatos verídicos, o que deve elevar demais as chances de Eddie Redmayne que interpreta o jovem Stephen Hawking em The Theory of Everything. Claro que a atuação também deve acompanhar a qualidade da transformação, e esse talento o jovem Benedict Cumberbatch tem de sobra. Ele vive outra figura histórica: o matemático Alan Turing, que decifrou um código nazista em plena guerra em The Imitation Game.
Sem o mesmo impacto de um Jamie Foxx como Ray Charles, o jovem e desconhecido Chadwick Boseman pode figurar em listas de melhores ao interpretar o também músico James Brown no filme homônimo. Mas a maior aposta até o momento sem analisar a performance está nas mãos de Joaquin Phoenix, novamente sob direção de Paul Thomas Anderson, com quem trabalhou em O Mestre. Embora com alguns parafusos a menos, o ator está em extrema ascensão em Hollywood e deve confirmar seu favoritismo na casa de apostas por Inherent Vice. Já a minha aposta pessoal vai para um dos trabalhos de Michael Fassbender, seja por Frank, no qual atua usando uma cabeça em formato de desenho, seja pela adaptação de Shakespeare em MacBeth.
MELHOR ATRIZ
Amy Adams (Big Eyes) photo by outnow.ch
Jessica Chastain (Miss Julie) – photo by elfilm.com
Marion Cotillard (Dois Dias, Uma Noite) – photo by outnow.ch
Keira Knightley (Mesmo Se Nada Der Certo) – photo by outnow.ch
Helen Mirren (A 100 Passos de um Sonho) – photo by outnow.ch
Julianne Moore (Maps to the Stars) – photo by outnow.ch
Rosamund Pike (Garota Exemplar) – photo by cine.gr
Meryl Streep (Caminhos da Floresta) – photo by elfilm.com
Hilary Swank (The Homesman) – photo by outnow.ch
Michelle Williams (Suite Française) – photo by elfilm.com
Reese Witherspoon (Wild) – photo by outnow.ch)
Shailene Woodley (A Culpa é das Estrelas) photo by elfilm.com
• Amy Adams (Big Eyes) • Jessica Chastain (The Disappearance of Eleanor Rigby) • Jessica Chastain (Miss Julie) • Jessica Chastain (A Most Violent Year) • Marion Cotillard (Two Days, One Night) • Keira Knightley (Mesmo Se Nada Der Certo) • Jennifer Lawrence (Serena) • Juliane Moore (Maps to the Stars) • Rosamund Pike (Garota Exemplar) • Meryl Streep (Caminhos da Floresta) • Hilary Swank (The Homesman) • Michelle Williams (Suite Française) • Reese Witherspoon (Wild) • Shailene Woodley (A Culpa é das Estrelas)
Apesar de não ser a melhor prévia para o Oscar, o Festival de Cannes premiou este ano a atriz Julianne Moore por Maps to the Stars, o que não pode ser simplesmente ignorado pela Academia, ainda mais por se tratar de uma atriz muito querida que já foi indicada em 4 oportunidades, mas nunca levou a estatueta. Suas chances devem aumentar se for indicada como atriz coadjuvante, categoria que costuma ter concorrência menos acirrada.
Agora, se depender do burburinho, Reese Witherspoon já deve garantir sua segunda indicação por Wild. Baseado na história real de Cheryl Strayed de percorrer mais de 1.700km a fim de superar uma catástrofe recente, o filme vem sendo apontado como uma das maiores surpresas do prestigiado Festival de Toronto. Witherspoon, que vinha atuando apenas em filmes comerciais após ganhar o Oscar por Johnny & June, pode recuperar sua reputação de boa atriz.
Em 2012, Jessica Chastain tinha três filmes que poderiam lhe render uma indicação ao Oscar, o que aconteceu por Histórias Cruzadas. Este ano, por nova coincidência de lançamentos, ela tem nova trinca de performances que podem lhe beneficiar na reta final, sendo que em Miss Julie ela é dirigida pela legendária atriz sueca Liv Ullmann, e em A Most Violent Year pelo inspirado J.C. Chandor de Margin Call – O Dia Antes do Fim e Até o Fim. Chastain quase ganhou por A Hora Mais Escura em 2013.
Se a atuação de Amy Adams como a pintora Margaret Keane chamar a atenção da crítica, ela pode ficar com uma mão na estatueta. Seria a 6ª indicação dela em apenas nove anos e sem nenhuma vitória! A Academia está muito disposta a premiá-la, mas talvez esteja esperando uma atuação realmente digna com aqueles elementos já citados aqui como mudança visual ou mesmo no tom de voz, e não apenas uma peruca loira. Teremos de aguardar pra ver o que Tim Burton conseguiu extrair de Amy Adams…
Também por acúmulo de indicações anteriores, Michelle Williams pode voltar ao tapete vermelho por Suite Française, mas a verdadeira carta na manga aqui é o tema do filme: romance entre uma francesa e um soldado alemão em plena Segunda Guerra Mundial. Os votantes judeus já estão cruzando os dedos… E vale lembrar de um favoritismo prévio da jovem Shailene Woodley como a Hazel do best-seller A Culpa é das Estrelas. Apesar da adaptação meio melosa, o filme possibilita Woodley mostrar seu talento sem ser piegas. A favor dela, tem o sucesso de seu outro filme Divergente.
MELHOR ATOR COADJUVANTE
Dan Aykroyd (James Brown) – photo by elfilm.com
Johnny Depp (Caminhos da Floresta) – photo by cine.gr
Robert Duvall (The Judge)
Neil Patrick Harris (Garota Exemplar) – photo by collider.com
Ethan Hawke (Boyhood: Da Infância à Juventude) – photo by elfilm.com
Philip Seymour Hoffman (O Homem Mais Procurado) – photo by elfilm.com
Logan Lerman (Corações de Ferro) – photo by cine.gr
Edward Norton (Birdman) – photo by outnow.ch
Mark Ruffalo (Foxcatcher) photo by outnow.ch
J.K. Simmons (Whiplash: Em Busca da Perfeição) – photo by elfilm.com
Christoph Waltz (Big Eyes) photo by outnow.ch
• Dan Aykroyd (James Brown)
• Josh Brolin (Inherent Vice) • Albert Brooks (A Most Violent Year) • Johnny Depp (Caminhos da Floresta) • Robert Duvall (The Judge) • Neil Patrick Harris (Garota Exemplar) • Philip Seymour Hoffman (O Homem Mais Procurado) • Logan Lerman (Corações de Ferro) • Edward Norton (Birdman) • Tim Roth (Selma) • Mark Ruffalo (Foxcatcher) • J.K. Simmons (Whiplash) • Benicio Del Toro (Inherent Vice) • Christoph Waltz (Big Eyes) • Tom Wilkinson (Selma)
À princípio, esta pode ser a oportunidade de ouro para a Academia premiar finalmente Johnny Depp naquela que seria sua quarta indicação, porém a primeira como coadjuvante. Infelizmente, ainda não é possível analisar se sua atuação é digna de premiação ou seria apenas especulação por seu histórico como ator. Esperamos que seja uma performance à altura de uma indicação e não simplesmente pelo nome. Além disso, é necessário verificar o quanto seu trabalho será beneficiado por efeitos digitais, já que seu personagem é um lobisomem em Caminhos da Floresta.
Pela repercussão no Festival de Toronto, já incluiria o nome do veterano Robert Duvall, que divide a tela com o astro Robert Downey Jr. em The Judge, no qual interpreta um juiz de uma pequena cidade acusado de assassinato. Esta seria a sétima indicação de Duvall, que ganhou o Oscar pelo tocante A Força do Carinho em 1984. Como a última indicação dele foi lá em 1999 por A Qualquer Preço, esta pode ser o retorno que a Academia vinha aguardando para premiá-lo novamente sem depender de um Oscar Honorário, afinal, Duvall já tem 83 anos.
Mas os grandes favoritos da categoria atendem pelos nomes: Mark Rufallo e J.K. Simmons. O primeiro é um dos atores mais versáteis da atualidade, recebeu sua primeira indicação em 2011 por Minhas Mães e Meu Pai, e está curtindo o auge de sua fama como Bruce Banner/Hulk dos filmes dos Vingadores da Marvel Comics. Em Foxcatcher, ele é o irmão que busca proteger o atleta olímpico da obsessão doentia do treinador de luta livre, tarefa que o fez ganhar peso e aumentar suas chances no Oscar. Já o segundo, ficou mundialmente conhecido por ser o chefe de Peter Parker/Homem-Aranha, J.J. Jameson nos filmes dirigidos por Sam Raimi. Embora J.K. Simmons também tenha feito ótima parceria com o diretor Jason Reitman, ele vem conquistando boas críticas por Whiplash: Em Busca da Perfeição, no qual atua como treinador de um jovem baterista (Miles Teller).
Ainda cedo pra analisar, mas com boas chances temos: Benicio Del Toro e Josh Brolin por Inherent Vice; Christoph Waltz por Big Eyes; e Albert Brooks por A Most Violent Year. Já no campo mais concreto, segundo a resposta no Festival de Veneza, Edward Norton pode voltar a concorrer ao Oscar por Birdman após 16 anos, podendo retomar aquele caminho promissor dos anos 90.
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Patricia Arquette com o pequeno Ellar Coltrane em cena de Boyhood: Da Infância à Juventude
Emily Blunt (Caminhos da Floresta)
Viola Davis (James Brown) – photo by outnow.ch
Jennifer Garner (Men, Women & Children) – photo by cine.gr
Anne Hathaway (Interestelar)
Felicity Jones (The Theory of Everything) – photo by outnow.ch
Anna Kendrick (Caminhos da Floresta)
Keira Knightley (The Imitation Game) – photo by outnow.ch
Julianne Moore (Maps to the Stars) – photo by outnow.ch
Octavia Spencer (James Brown)
Emma Stone (Birdman) – photo by fox searchlight
Marisa Tomei (O Amor é Estranho) – photo by ioncinema.com
Naomi Watts (Birdman)
Kaitlyn Dever (Men, Women & Children) – photo by outnow.ch
• Patricia Arquette (Boyhood: Da Infância à Juventude) • Viola Davis (James Brown) • Laura Dern (Wild)
• Kaitlyn Dever (Men, Women & Children)
• Anne Hathaway (Interestelar) • Jennifer Garner (Men, Women & Children) • Felicity Jones (The Theory of Everything) • Anna Kendrick (Caminhos da Floresta) • Keira Knightley (The Imitation Game)
• Julianne Moore (Maps to the Stars)
• Miranda Otto (The Homesman) • Vanessa Redgrave (Foxcatcher) • Octavia Spencer (James Brown) • Emma Stone (Birdman)
• Marisa Tomei (O Amor é Estranho)
• Naomi Watts (Birdman)
Primeiramente, volto a ressaltar que Julianne Moore pode concorrer como coadjuvante por seu papel vencedor do prêmio de Melhor Atriz em Cannes. Na maioria das vezes, é a própria distribuidora, encarregada do lobby, que decide em qual categoria a atriz deve concorrer a fim de aumentar as chances de vitória.
Até o momento, uma das favoritas é Laura Dern por Wild. Filha do ator Bruce Dern, que concorreu ao Oscar este ano por Nebraska, ela chegou a ser indicada uma vez por As Noites de Rose no início dos anos 90, mas ficou mais famosa pelo blockbuster de Steven Spielberg, Jurassic Park – O Parque dos Dinossauros (1993). Pela calorosa recepção do Festival de Toronto, ela deve conquistar sua segunda indicação, fortalecendo a campanha do filme no Oscar. A seu favor, também conta sua participação no drama A Culpa é das Estrelas.
Já para os especialistas em Oscar, Patricia Arquette está na frente da disputa por seu papel de mãe em Boyhood: Da Infância à Juventude. Sua personagem é uma observadora atenta do crescimento de seu filho dos 5 aos 18 anos, gerando momentos maternos simples, porém tocantes como o primeiro dia de faculdade. Embora nunca tenha sido indicada para o prêmio da Academia, no mínimo, Arquette deve figurar na lista final.
Em alta por sua parceria com Woody Allen em Magia ao Luar e o sucesso de O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro, Emma Stone já pode colher os frutos através do trabalho com Alejandro González Iñárritu. Em Birdman, ela interpreta a filha problemática de Michael Keaton, passando por clínicas de reabilitação e constantes recaídas. Mais conhecida por sua veia cômica, a jovem atriz demonstra novas facetas em um trabalho mais dramático, uma característica que a Academia costuma ver com bons olhos.
Apoiada pelo recente histórico de indicações sem vitória, Viola Davis pode retornar ao tapete vermelho com o papel de mãe de James Brown. Além de seu talento habitual que tridimensionaliza personagens menores, ela conta com o triunfo da maquiagem envelhecedora, que tanto favorece as interpretações premiadas. Caso ocorra, esta será sua terceira indicação ao Oscar e com grandes chances de vitória, uma vez que ela repete parceria vencedora com o diretor Tate Taylor de Histórias Cruzadas.
MELHOR ANIMAÇÃO
Operação Big Hero 6 (Big Hero 6)
Festa no Céu (The Book of Life)
Os Boxtrolls (The Boxtrolls)
Como Treinar Seu Dragão 2 (How to Train Your Dragon 2)
Uma Aventura LEGO (The Lego Movie)
As Aventuras de Peabody e Sherman (Mr. Peabody and Sherman)
Os Pinguins de Madagascar (Penguins of Mdagascar)
Song of the Sea
The Tale of Princess Kaguya
• Operação Big Hero 6 (Big Hero 6), de Don Hall, Chris Williams • Festa no Céu (Book of Life), de Jorge R. Gutierrez • Os Boxtrolls (The Boxtrolls), de Graham Annable e Anthony Stacchi • Como Treinar o seu Dragão 2 (How to Train your Dragon 2), de Dean DeBlois • The Tale of Princess Kaguya (Kaguyahime no Monogatari), de Isao Takahata
• Uma Aventura LEGO (The Lego Movie), de Phil Lord e Christopher Miller • As Aventuras de Peabody & Sherman (Mr. Peabody & Sherman), de Rob Minkoff • Os Pinguins de Madagascar (Penguins of Madagascar), de Eric Darnell e Simon J. Smith
• Song of the Sea, de Tomm Moore
Virou praxe: todo ano em que a Pixar está ausente, não há favoritos. O estúdio elevou tanto o nível de qualidade da animação que o cinema fica sem referência sem seus filmes. A briga deve se concentrar entre Operação Big Hero 6, Como Treinar seu Dragão 2 e Uma Aventura LEGO, com uma ligeira vantagem para o último por seu sucesso nas bilheterias nos EUA, que ultrapassa os 250 milhões de dólares.
E como de costume, a Academia gosta de incluir animações oriundas de outras nações, sendo Japão a mais indicada entre os estrangeiros. Na ausência do mestre Hayao Miyazaki, indicado este ano por Vidas ao Vento, outro mestre nipônico pode tomar seu lugar no Oscar: Isao Takahata, responsável por uma das animações mais tocantes de todos os tempos: Túmulo dos Vagalumes (1988). Seu mais novo trabalho, The Tale of Princess Kaguya, também foi produzido pelo Studio Ghibli de Miyazaki, e contém elementos fantásticos como a princesa do título ser do tamanho de um dedo.
Claro que se houver mais uma vaga pra animação estrangeira, a vaga pode ficar com o irlandês Song of the Sea, do mesmo Tomm Moore que foi indicado em 2010 por Uma Viagem ao Mundo das Fábulas (The Secret of Kells).
Pôster oficial do Oscar 2013 no tradicional preto e dourado (art by oscars.org)
O Oscar 2013 pode entrar para a História. Como todos sabem, o mais importante prêmio da indústria cinematográfica tem sido cada vez mais tachado de previsível. Criado no final dos anos 20, o Oscar foi o primeiro a reconhecer talentos da Sétima Arte, criando uma competição saudável como pretexto para atrair mais público e novos artistas. No entanto, novos prêmios foram criados na década de 40 como o Globo de Ouro, concedido pela Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood, e o BAFTA, outorgado pela Academia Britânica de Filmes e TV, acabando com o reinado supremo do Oscar.
Cientes da importância da estatueta da Academia, os prêmios criados posteriormente foram praticamente obrigados a divulgarem seus resultados antes, pois corriam sério risco de ficarem obsoletos. No cenário atual, como existem incontáveis prêmios e todos se apertam no calendário entre os meses de janeiro e fevereiro, quando chega a vez do Oscar, os vencedores já se tornaram previsíveis. Esse panorama claramente prejudicava o interesse do público em relação ao Oscar, fazendo com que os organizadores da Academia resolvessem adotar uma nova estratégia a partir deste ano.
Primeiramente, adeus aos votos impressos em papel. Além de ser ecologicamente melhor aceito e eliminar custos de envio, a votação por meio da internet possibilitaria adiantar a cerimônia do Oscar para mais cedo. Seguindo essa estratégia, conseguiram adiantar em três dias o anúncio dos indicações em relação à entrega dos Globos de Ouro, que era visto como parâmetro na escolha dos indicados. Se formos pensar em surpresa como objetivo, pode-se afirmar que o plano da Academia funcionou, pois além do vencedor do Globo de Ouro de direção Ben Affleck sequer ter sido indicado, apenas 14 dos 20 atores nomeados do SAG Awards (Screen Actors Guild) e apenas 2 dos 5 indicados ao DGA Awards (Directors Guild) passaram para a lista final do Oscar, contrariando as médias de 18 e 4 respectivamente.
Está vendo esses felizes funcionários? Estão todos no olho da rua (photo by npr.org)
Por outro lado, a ausência de alguns nomes consagrados de 2012 causaram enorme estardalhaço na mídia e entre cinéfilos revoltados ao redor do mundo. No topo, o fato de Ben Affleck ter ficado de fora da competição de diretores foi considerado um erro gritante. Alguns especialistas tentaram justificar sua exclusão por considerarem Affleck ainda muito imaturo para o cargo (Argo é seu terceiro filme na direção), já outros mais radicais acreditam que a ala conservadora da Academia estaria aplicando um castigo por erros passados como ator, especialmente em 2003 pelos fracassos de Demolidor – O Homem Sem Medo e Conduta de Risco. Por mais que a primeira dedução seja a mais plausível, o que dizer então da indicação do estreante Benh Zeitlin, de Indomável Sonhadora? Incoerência?
Ben Affleck dirigindo cena de Argo (photo by BeyondHollywood.com)
A categoria de direção foi o grande alvo de controvérsias. Havia três diretores praticamente garantidos na corrida: Kathryn Bigelow (A Hora Mais Escura), Tom Hooper (Os Miseráveis) e Affleck por terem sido indicados ao DGA (Directors Guild of America, o melhor parâmetro do Oscar, com apenas seis divergências de vencedor desde 1949), mas foram ignorados e substituídos por nomes menos comentados e premiados: David O. Russell (O Lado Bom da Vida), Michael Haneke (Amor) e Benh Zeitlin (Indomável Sonhadora). Assim como Ben Affleck, seu filme Argo também conquistou inúmeros prêmios da temporada, inclusive o PGA (Producers Guild of America), mas com a exclusão de seu diretor, as chances de vitória como Melhor Filme reduziram drasticamente, uma vez que a última produção a vencer o Oscar sem ter seu diretor indicado foi há 23 anos, quando Conduzindo Miss Daisy ganhou.
Nesse cenário polêmico, estariam os organizadores da Academia satisfeitos ou completamente arrependidos? Se realmente buscavam agitar os resultados e se desprenderem dos demais prêmios, a estratégia funcionou tão bem que pode se repetir nos anos seguintes, especialmente se esse burburinho refletir na audiência da cerimônia na TV, no dia 24 de fevereiro.
Particularmente, acredito que parte dos votantes da Academia vão tentar compensar essa mancada e eleger Argo como Melhor Filme, ainda mais que Ben Affleck receberia seu Oscar, mas como produtor do longa ao lado de George Clooney e Grant Heslov. Mas para isso acontecer, o filme precisa ganhar pelo menos mais dois prêmios, pois o último Melhor Filme com dois Oscars foi O Maior Espetáculo da Terra, de 1952. Montagem e Roteiro Adaptado são as melhores possibilidades para Argo.
Depois de se encantar com a história do rei britânico gago de O Discurso do Rei e de um ator fadado ao fracasso da era muda de Hollywood em O Artista, o Oscar volta a centrar suas atenções às sagas políticas americanas. Liderando com 12 indicações, o drama histórico sobre o presidente que aboliu a escravidão de Lincoln, junta-se ao resgate dos diplomatas americanos no Irã em 1980 de Argo e a busca por vingança pelos ataques terroristas do 11 de setembro de A Hora Mais Escura. Tematicamente, temos ligeira vantagem para Argo por mostrar Hollywood salvando vidas.
A Hora Mais Escura retrata a incansável caça ao líder terrorista Bin Laden (photo by BeyondHollywood.com)
Além do aspecto da votação eletrônica inédita e da mudança de calendário, este Oscar 2013 apresenta dois novos recordes curiosamente na mesma categoria: Melhor Atriz. Enquanto a francesa Emmanuelle Riva (Amor) se torna a mais velha indicada aos 85 anos, a americana estreante Quvenzhané Wallis (Indomável Sonhadora) se torna a mais jovem aos 9.
Vale ressaltar a força do lobby da distribuidora Weinstein Company. Seu fundador, Harvey Weinstein, que já liderou a Miramax, foi responsável por vitórias recentes do Oscar de Melhor Filme: Chicago (2002), Onde os Fracos Não Têm Vez (2007), O Discurso do Rei (2010) e O Artista (2011), sem contar com o escandaloso ano em que Shakespeare Apaixonado bateu o favorito O Resgate do Soldado Ryan, e Roberto Benigni levou Melhor Ator por A Vida é Bela.
O produtor Thomas Langmann beija Harvey Weinstein por ter feito impecável lobby na vitória de O Artista no Oscar: Filme, Diretor, Ator, Trilha Musical Original e Figurino (photo by Getty Images in http://blogs.forward.com/)
Este ano, a Weinstein Company soma 17 indicações através de O Lado Bom da Vida, Django Livre, O Mestre e o norueguês Expedição Kon-Tiki. Seu lobby funcionou tão bem para a comédia O Lado Bom da Vida, que catapultou a produção como uma das favoritas ao lado de Argo e Lincoln, podendo surpreender nas categorias de direção e ator coadjuvante.
Em relação à cerimônia em si, esta será a primeira vez de Seth MacFarlane como host. Criador da série animada Uma Família da Pesada e American Dad!, ele enfrentará um grande desafio na carreira de qualquer comediante: apresentar um evento ao vivo transmitido para vários países. Sua escolha foi considerada uma surpresa, pois não tem experiência nesse tipo de programa (talvez sua maior tenha sido o Saturday Night Live pela rede de TV americana) e sua marca registrada, a boca suja, não teria lugar no comedido Oscar. Apesar de torcer por MacFarlane, existe a forte possibilidade de frustrar seu público fiel por motivos de censura e, ao mesmo tempo, não ter o tipo de humor que a platéia da cerimônia espera. Vale lembrar que o comediante pode subir ao palco também para receber o Oscar de Melhor Canção Original por “Everybody Needs a Best Friend” de Ted, interpretada por Norah Jones.
Seth MacFarlane em foto promocional do Oscar 2013. Ele também concorre em Melhor Canção Original (photo by filmequals.com)
Apesar de favoritismos e zebras, as apostas para o Oscar costumam criar momentos imprevisíveis, mas que vençam os melhores!
MELHOR FILME
Indicados:
– Amor (Amour)
– Argo (Argo)
– As Aventuras de Pi (Life of Pi)
– Django Livre (Django Unchained)
– A Hora Mais Escura (Zero Dark Thirty)
– Indomável Sonhadora (Beasts of the Southern Wild)
– O Lado Bom da Vida (Silver Linings Playbook)
– Lincoln (Lincoln)
– Os Miseráveis (Les Misérables)
DEVE GANHAR:Argo DEVERIA GANHAR:A Hora Mais Escura ZEBRA:Amor
INJUSTIÇADOS:O Mestre e Moonrise Kingdom
Argo, de Ben Affleck
Amor
5 indicações: Filme, Diretor, Atriz (Emmanuelle Riva), Roteiro Original e Filme Estrangeiro
Amor, de Michael Haneke
Desde que venceu a Palma de Ouro em Cannes, Amor, uma co-produção entre França, Alemanha e Áustria, foi conquistando toda uma legião de críticos internacionais e acabou surpreendendo ao receber cinco indicações ao Oscar, inclusive para Filme e Diretor. O filme acompanha o casal de professores de música octagenários, cujos laços são postos à prova quando a mulher sofre um derrame. Trata-se de um belo porém doloroso retrato do amor no fim da vida. A veterana Emmanuelle Riva recebeu sua primeira indicação, tornando-se a atriz mais velha a concorrer aos 85 anos, porém a melhor aposta seria como Melhor Filme Estrangeiro por também disputar como Melhor Filme.
Argo
7 indicações: Filme, Ator Coadjuvante (Alan Arkin), Roteiro Adaptado, Montagem, Trilha Musical Original, Som e Efeitos Sonoros
Argo, de Ben Affleck
O terceiro longa dirigido pelo ator Ben Affleck se beneficiou da escolha de uma ótima história verídica. Quando seis diplomatas americanos ficam presos no Irã em plena revolução, um agente da CIA bola um plano que envolve a criação de um filme hollywoodiano falso para resgatá-los como uma equipe de filmagem. A grande credibilidade do trabalho de direção de Ben Affleck é a passagem imperceptível de gêneros. Começamos com um filme político, passando por uma comédia satírica, terminando com um thriller. Argo recebeu todos os prêmios possíveis da indústria cinematográfica: Globo de Ouro, SAG (Screen Actors Guild), PGA (Producers Guild), DGA (Directors Guild) e o BAFTA. Contudo, a Academia resolveu deixar Affleck de lado na categoria de direção, o que comprometeria suas chances como Melhor Filme, afinal, a última produção premiada sem ter seu diretor sequer indicado foi Conduzindo Miss Daisy em 1990.
As Aventuras de Pi
11 indicações: Filme, Diretor, Roteiro Adaptado, Fotografia, Montagem, Direção de Arte, Trilha Musical Original, Canção Original, Som, Efeitos Visuais e Efeitos Sonoros
As Aventuras de Pi, de Ang Lee
A adaptação do livro de Yann Martel era considerada “infilmável” por muitos realizadores, mas felizmente, o diretor Ang Lee adora um bom desafio. As Aventuras de Pi narra a história de um rapaz indiano que perde toda sua família num naufrágio e se vê obrigado a dividir o bote salva-vidas com um tigre de bengala chamado Richard Parker. Visualmente, Ang Lee entrega um filme muito bonito, que se apoia em efeitos de computação gráfica imperceptíveis. E procura se aprofundar em questões filosóficas aproveitando-se de que o protagonista segue três religiões: hinduísta, católica e muçulmana. Contudo, o filme suaviza a importância da religião em relação à obra original de Martel, provavelmente, visando uma censura bem mais light: PG (a partir de 10 anos). Embora não tenha estatísticas de favorito, o filme conseguiu 11 indicações, ficando atrás apenas de Lincoln. A produção deve faturar alguns prêmios técnicos como Efeitos Visuais.
Ao lado de A Hora Mais Escura, Django Livre é um dos filmes mais comentados pelas polêmicas. O cineasta Spike Lee, muito conhecido por realizar filmes com tema ético e étnico, criticou diretamente Quentin Tarantino por usar o “termo racista” nigger (crioulo), o que estaria desrespeitando seus antepassados de escravos provindos do continente africano. O mais inacreditável dessa crítica é que Spike Lee nem se deu ao trabalho de ver Django Livre! Como fazer um filme sobre esse período sem utilizar o “termo racista” utilizado pelos senhores para se referirem a seus escravos? A sociedade americana atual, mergulhada no sistema politicamente correto, ignora o fato de que cinema de ficção não precisa se apoiar em valores éticos e na veracidade dos fatos históricos. Se nem alguns documentários ficam presos a essa meta, por que deveriam as ficções? Além disso, Django Livre repete o mesmo feito de Bastardos Inglórios, ao dar uma chance às vítimas do passado se vingarem de seus carrascos. Porém, quando se tratam de judeus castigando os nazistas, aí não tem problema nenhum. Falta de critério também pesa nessa polêmica. Infelizmente, Quentin Tarantino também não foi indicado como Melhor Diretor, mas tem boas chances como Melhor Roteiro Original.
A Hora Mais Escura
5 indicações: Filme, Roteiro Original, Montagem, Som e Efeitos Sonoros
A Hora Mais Escura, de Kathryn Bigelow
O novo filme de Kathryn Bigelow sobre a caça a Bin Laden começou bem a temporada de premiações, vencendo o National Board of Review e o New York Film Critics Circle, mas então começou a controvérsia da tortura. Um membro da Academia chamado David Clennon alegou em carta aberta que não votaria no filme porque faz apologia à tortura, em seguida, foi a vez dos senadores John McCain e Dianne Feinstein apoiarem a mesma causa. Com receio de que esses boatos pudessem acarretar em desentendimentos e processos, Bigelow e o roteirista Mark Boal contestaram pela mídia, sustentando que a tortura fez parte da busca e que não poderia ser ignorada no filme. O documentarista Michael Moore defendeu o filme ao dizer que causa justamente o efeito contrário: “faz você odiar a tortura”. Toda essa controvérsia talvez tenha explicação: o acesso exclusivo e “supostamente proibido” aos arquivos da operação da CIA da caça a Bin Laden revoltou o partido Republicano, que também acreditava em conspiração devido a estréia do filme coincidir com as eleições americanas em novembro, servindo como propaganda dos adversários Democratas. Por causa dessa briga, o lançamento teve de ser adiado para dezembro. Definitivamente, A Hora Mais Escura não é para o público comum, porque cuida de verdades que não são fáceis de digerir, especialmente para americanos republicanos e patriotas. Obviamente, a tortura aplicada por autoridades americanas foi varrida para debaixo do tapete, afinal qual governo se orgulharia disso? E como a Academia costuma fugir de polêmicas (lembrando aqui o apelativo Crash – No Limite batendo o franco-favorito O Segredo de Brokeback Mountain sobre cowboys homossexuais), A Hora Mais Escura deve permanecer no escuro.
Indomável Sonhadora
4 indicações: Filme, Diretor, Atriz (Quvenzhané Wallis) e Roteiro Adaptado
Indomável Sonhadora, de Benh Zeitlin
Que trajetória fenomenal de Indomável Sonhadora! Um filme com baixíssimo orçamento, mesmo para uma produção independente, conquista o prêmio máximo do Festival de Sundance e o Camera d’Or (reconhecimento técnico de Cannes) e termina com quatro indicações ao Oscar. Para criar o universo de seu filme, o jovem diretor Benh Zeitlin tomou a cidade de New Orleans como cenário depois que o furacão Katrina devastou o local. A pequena Quvenzhané Wallis, descoberta entre mais de quatro mil candidatas, dá vida à protagonista Hushpuppy como uma força da natureza. Coerente com a humildade do projeto, escalaram Dwight Henry para interpretar seu pai Wink. Ele fora descoberto por ser dono de uma padaria próxima às locações, entretanto, como não tinha nenhuma ambição em atuar, só aceitou depois que o diretor se comprometeu a realizar os ensaios nos horários de madrugada enquanto fazia os pães. Indomável Sonhadora explora a imaginação fértil de uma criança para encarar a dura realidade e a ausência da mãe. Embora seja muito nova, Wallis pode ser uma grande surpresa se os votos se dividirem na categoria.
Após o sucesso de crítica de O Vencedor (2010), David O. Russell decidiu adaptar o livro homônimo de Matthew Quick na tentativa de mostrar a seu filho, que sofre de transtorno bipolar como o protagonista Pat, que a doença não o torna menos humano. Muito semelhante à estrutura de uma comédia romântica, a história chega a ser igualmente previsível, mas a direção leve de Russell guia tão bem seus atores que a trama quase fica irrelevante. Para isso, começou usando outro de seus dons: escalar bem seu elenco. Apostou em Bradley Cooper para viver o personagem bipolar, Jennifer Lawrence para a viúva Tiffany, e resgatou Robert De Niro de sua zona de conforto. Com o poder do lobby da distribuidora Weinstein Company, o filme pode surpreender bastante, minando as chances de Lincoln e Argo. Vencedora do SAG, Jennifer Lawrence é a franco-favorita por sua versatilidade aos 22 anos.
Lincoln
12 indicações: Filme, Diretor, Ator (Daniel Day-Lewis), Ator Coadjuvante (Tommy Lee Jones), Atriz Coadjuvante (Sally Field), Roteiro Adaptado, Fotografia, Montagem, Direção de Arte, Figurino, Trilha Musical Original e Som
Lincoln, de Steven Spielberg
Lincoln é uma aula de História americana, mas lecionada por um professor com pouca didática. Apesar de bem escrito, o roteiro de Tony Kushner presume que seu público conheça o histórico de todos os personagens e a importância de cada um na votação da 13ª emenda contra a escravidão. Spielberg também peca por levar o assunto de forma extremamente séria (apenas o personagem de Tommy Lee Jones consegue extrair um pouco de humor) e limitar o filme tecnicamente a planos e contra-planos infindáveis de diálogos. O trabalho de direção de Spielberg ficou pesado, faltando equilíbrio para relatar esse importante momento da História e, por isso, seu terceiro Oscar talvez fique para uma próxima oportunidade. Para quem gosta e conhece a filmografia do diretor, sofre sério risco de desapontamento. Provavelmente, a melhor e única chance esteja nas mãos do ator Daniel Day-Lewis que, como sempre, impressiona por viver a figura imponente do político Abraham Lincoln. Se ganhar, será o terceiro Oscar do ator e a primeira atuação oscarizada sob direção de Spielberg.
Os Miseráveis
8 indicações: Filme, Ator (Hugh Jackman), Atriz Coadjuvante (Anne Hathaway), Direção de Arte, Figurino, Maquiagem, Canção Original e Som
Os Miseráveis, de Tom Hooper
O romance de Victor Hugo é um clássico da Literatura. E as adaptações musicais vem conquistando o público desde os anos 80. Mas apesar de todo esse sucesso, essa adaptação ficou muito aquém do esperado. Só o fato do filme ser um musical não significa que todo e qualquer diálogo deva ser musicado. O tão importante elemento da música deveria elevar a cena, mas acaba se tornando num mero artifício banal utilizado à exaustão. Muito popular nos anos 50 e 60, o gênero musical ficou ultrapassado nas décadas seguintes, contudo, com a coragem de alguns cineastas como Baz Luhrmann, Lars von Trier e Rob Marshall, voltou a encantar platéias no início dos anos 2000. Felizmente, o filme de Tom Hooper tem Victor Hugo e as canções clássicas por trás, caso contrário, poderia ser um fracasso gritante. Do elenco, Hugh Jackman (Jean Valjean), Samantha Barks (Eponine), Daniel Huttlestone (Gavroche) e claro, Anne Hathaway (Fantine) se destacam através de suas cordas vocais. Hathaway cantou “I Dreamed a Dream” com o coração na mão e deve levar seu primeiro Oscar.
MELHOR DIRETOR
Indicados:
– Michael Haneke (Amor)
– Benh Zeitlin (Indomável Sonhadora)
– Ang Lee (As Aventuras de Pi)
– Steven Spielberg (Lincoln)
– David O. Russell (O Lado Bom da Vida)
DEVE GANHAR: David O. Russell (O Lado Bom da Vida) DEVERIA GANHAR: Ang Lee (As Aventuras de Pi) ZEBRA: Benh Zeitlin (Indomável Sonhadora)
INJUSTIÇADOS: Ben Affleck (Argo) e Kathryn Bigelow (A Hora Mais Escura)
David O. Russell (centro) dirige a cena de O Lado Bom da Vida na lanchonete (photo by indiewire.com)
Este ano, a categoria de Direção foi a mais discutida desde que foram anunciadas as indicações. Dois dos diretores mais premiados da temporada sequer figuraram na lista: Ben Affleck (Argo) e Kathryn Bigelow (A Hora Mais Escura). Ambos foram indicados pelo Directors Guild of America (Affleck ganhou), mas foram substituídos por Michael Haneke (Amor) e Benh Zeitlin (Indomável Sonhadora).
Com suas exclusões dos favoritos, tudo indica que há uma espécie de complô para o terceiro Oscar para Spielberg. No papel, o retorno à glória do diretor soa muito bem, especialmente por se tratar de um filme sobre um dos presidentes mais queridos dos EUA, mas para quem viu Lincoln, sabe que não se trata de um dos seus melhores trabalhos. Temos uma série de discursos, reuniões e audiências em fóruns, mas sem o brilho de um Sidney Lumet de 12 Homens e uma Sentença, tanto que Spielberg sequer foi indicado ao BAFTA, prêmio da Academia Britânica. E como ele já tem dois Oscars na carreira (por A Lista de Schindler e O Resgate do Soldado Ryan), David O. Russell passa a ganhar força na campanha em sua segunda indicação.
Em O Lado Bom da Vida, ele consegue extrair boa atuação de Bradley Cooper, acredita na jovem Jennifer Lawrence para viver uma viúva, resgata um pouco do talento esquecido de Robert De Niro e explora o pouco tempo de tela de Jacki Weaver, tornando-se o primeiro filme depois de Reds (1981), de Warren Beatty, a ter seus atores indicados em todas as categorias de atuação. Seu filme anterior, O Vencedor, rendeu dois Oscars para Christian Bale e Melissa Leo, ambos coadjuvantes.
Com as ausências de Affleck e Bigelow, alguns especialistas não descartam um improvável triunfo do taiwanês Ang Lee. Primeiro diretor asiático a vencer o Oscar de direção por O Segredo de Brokeback Mountain, Lee também tem em seu currículo laureado um Urso de Ouro, dois Leões de Ouro, dois DGAs e dois Globos de Ouro. Tem como uma das grandes qualidades a versatilidade de temas: culinária, história em quadrinhos, kung fu, espionagem, western, Woodstock, famílias suburbanas entre outros. Seu grande mérito aqui é concretizar um projeto difícil que foi recusado por M. Night Shyamalan, Alfonso Cuarón e Jean-Pierre Jeunet, criando um visual arrebatador.
MELHOR ATOR
Indicados:
– Bradley Cooper (O Lado Bom da Vida)
– Daniel Day-Lewis (Lincoln)
– Hugh Jackman (Os Miseráveis)
– Joaquin Phoenix (O Mestre)
– Denzel Washington (O Vôo)
DEVE GANHAR: Daniel Day-Lewis (Lincoln) DEVERIA GANHAR: Joaquin Phoenix (O Mestre) ZEBRA: Bradley Cooper (O Lado Bom da Vida)
INJUSTIÇADOS: John Hawkes (As Sessões) e Denis Lavant (Holy Motors)
Daniel Day-Lewis em Lincoln (photo by theartsdesk.com)
95% da população cinéfila deve votar em Daniel Day-Lewis, afinal, é um dos melhores atores de sua geração e venceu o SAG por incorporar o presidente Abraham Lincoln num momento crucial da História americana. Seus métodos de interpretação são tão profundos e rigorosos que ele permanece no personagem entre um take e outro. No set de Lincoln, era chamado de “Mr. President”. Quais as chances de ele não ganhar?
Bem, se Day-Lewis confirmar seu favoritismo, este será seu terceiro Oscar de Melhor Ator (principal). E NENHUM ator conseguiu tamanha proeza. Só para citar profissionais mais recentes: Tom Hanks, Jack Nicholson e Sean Penn têm dois. E para a Academia quebrar um novo recorde, seria necessário um milagre.
O único que pode realmente derrubar o favoritismo de Daniel Day-Lewis é Joaquin Phoenix. Sim, o mesmo ator que anunciara aposentadoria em 2008 para se tornar um rapper! Felizmente, mudou de idéia e construiu esse ótimo personagem veterano de guerra, alcóolatra e de comportamento explosivo de O Mestre. Sua performance impressiona pelo esforço físico e uma sensação de completa desordem, fazendo com que seja o oposto necessário para contrabalancear a serenidade do líder da Cientologia, vivido por Philip Seymour Hoffman. Sua vitória seria uma grata surpresa, ainda mais porque Phoenix teve um momento de rebeldia à la Marlon Brando e George C. Scott ao dizer para a mídia: “O Oscar é uma besteira. Nunca mais quero passar por aquela experiência de novo”. A tática já funcionou antes: tanto Brando como Scott ganharam o Oscar sem marcarem presença na cerimônia.
Apesar da competição estar acirrada, John Hawkes poderia ser um dos indicados. Ele interpreta um homem com seus dias contados e que busca perder sua virgindade com uma terapeuta do sexo (Helen Hunt) em As Sessões. Praticamente se valendo apenas das expressões faciais, ele consegue demonstrar extrema fragilidade física, inclusive pela voz mais quebradiça. Infelizmente, os votantes da ala conservadora da Academia não apoiaram o sexo casual que o filme levanta, assim como a cota de atores franceses ser superior a um (Emmanuelle Riva), pois Denis Lavant merecia reconhecimento pelo ótimo Holy Motors. No filme de Leos Carax, que esteve presente em Cannes, ele interpreta nada menos que onze personagens diferentes em situações que beiram o absurdo, mas com muita propriedade e criatividade.
MELHOR ATRIZ
Indicadas:
– Jessica Chastain (A Hora Mais Escura)
– Jennifer Lawrence (O Lado Bom da Vida)
– Emmanuelle Riva (Amor)
– Quvenzhané Wallis (Indomável Sonhadora)
– Naomi Watts (O Impossível)
DEVE GANHAR: Jennifer Lawrence (O Lado Bom da Vida) DEVERIA GANHAR: Jessica Chastain (A Hora Mais Escura) ZEBRA: Naomi Watts (O Impossível)
INJUSTIÇADA: Marion Cottilard (Ferrugem e Osso)
Jennifer Lawrence em O Lado Bom da Vida (photo by CineMagia.ro)
Nesta categoria, temos duas atrizes americanas em extrema ascensão. Jennifer Lawrence ganhou o Globo de Ouro de Melhor Atriz – Musical ou Comédia e o SAG Award, enquanto Jessica Chastain levou o Globo de Ouro de Melhor Atriz – Drama. Ambas estão em sua segunda indicação ao Oscar e têm grandes chances de vitória. Porém Lawrence tem ligeira vantagem por seu papel em O Lado Bom da Vida ser bem cativante. Tiffany, a personagem que ela defende, tem forte personalidade e ganha ares excêntricos por seu passado recente com medicamentos de depressão por causa da morte do marido. Provavelmente, a maioria dos diretores não conseguiriam enxergar a jovem atriz como uma viúva, mas ela convence com bastante naturalidade. Além disso, Jennifer Lawrence estrela a nova franquia de sucesso Jogos Vorazes, tornando-se uma figura muito querida pela indústria e fãs da série.
Justamente o oposto, Jessica Chastain interpreta uma personagem cujas emoções precisam ser escondidas por ser uma agente de operações da CIA em A Hora Mais Escura. Sua personagem Maya sente-se predestinada a encontrar Bin Laden nos mais de 10 anos de busca incansável, o que lhe traz muito sofrimento ao testemunhar sessões de tortura e muita solidão por excesso de trabalho. Esse papel poderia ser facilmente masculinizado, mas Chastain consegue dar um toque de feminilidade sem perder a compostura da agente.
Com tamanha competitividade, os votos podem se dividir, permitindo que uma terceira candidata chegue atropelando. Esta poderia ser a atriz mais velha a ser indicada, a veterana francesa Emmanuelle Riva (Amor), seguida de perto pela mais jovem, a pequena Quvenzhané Wallis (Indomável Sonhadora). Recentemente, Riva ganhou o prêmio BAFTA, enquanto Wallis recebeu incontáveis prêmios de Revelação, podendo ser o único Oscar do filme independente.
Com a presença de Emmanuelle Riva na categoria, a conterrânea Marion Cottilard perdeu espaço. Sua performance dramática em Ferrugem e Osso vinha sendo bem recebida desde Cannes, mas preferiram a fraca atuação de Naomi Watts em O Impossível.
MELHOR ATOR COADJUVANTE
Indicados:
– Alan Arkin (Argo)
– Robert De Niro (O Lado Bom da Vida)
– Philip Seymour Hoffman (O Mestre)
– Tommy Lee Jones (Lincoln)
– Christoph Waltz (Django Livre)
DEVE GANHAR: Robert De Niro (O Lado Bom da Vida) DEVERIA GANHAR: Christoph Waltz (Django Livre) ZEBRA: Alan Arkin (Argo)
INJUSTIÇADO: Samuel L. Jackson (Django Livre)
Robert De Niro (centro) em O Lado Bom da Vida (photo by CineMagia.ro)
Fato número 1: Todos os cinco indicados desta categoria já ganharam o Oscar anteriormente. Nesse sentido, o ator que mais leva desvantagem é o austríaco Christoph Waltz (Django Livre), pois vencera há três anos por Bastardos Inglórios. E, discordem ou não, apesar de sua performance ser excelente, lembra o jeito culto e a excelente dicção do Coronel Hans Landa. Waltz levou o Globo de Ouro em janeiro, mas foi Tommy Lee Jones quem levou o SAG por Lincoln. Seu personagem serve como ótimo alívio cômico para os 160 minutos de pura politicagem burocrática do filme de Steven Spielberg.
Contudo, como Hollywood adora resgatar grandes nomes do passado e Robert De Niro não recebe uma indicação há 20 anos, ele pode se tornar a grande surpresa da noite. Em O Lado Bom da Vida, ele interpreta Pat Sr., que é viciado em jogos, prende-se demais às superstições e se arrepende por ter deixado seu filho mais novo de lado. Existe uma cena, que deve passar como clipe de sua atuação, em que seu personagem chora umas lágrimas de forma tímida. E isso deve bastar para a Academia lhe conceder seu terceiro Oscar (coadjuvante por O Poderoso Chefão – Parte II em 1975, e ator por Touro Indomável em 1981) a fim de incentivá-lo a buscar projetos mais ambiciosos como ator. Por muito tempo, De Niro ficou preso e limitado a caricaturas de si mesmo como na trilogia Entrando Numa Fria. Vale lembrar que a categoria costuma render prêmios para atores consagrados como James Coburn, Michael Caine e Christopher Plummer.
Se não vivêssemos em tempos tão politicamente corretos, Samuel L. Jackson estaria indicado por Django Livre e com as melhores chances de ganhar, mas seu personagem é um negro extremamente racista com os demais negros na era escravista dos EUA. Talvez seja sua melhor interpretação da carreira, mas as questões “éticas” atrapalharam sua campanha para o Oscar.
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Indicadas:
– Amy Adams (O Mestre)
– Sally Field (Lincoln)
– Anne Hathaway (Os Miseráveis)
– Helen Hunt (As Sessões)
– Jacki Weaver (O Lado Bom da Vida)
DEVE GANHAR: Anne Hathaway (Os Miseráveis) DEVERIA GANHAR: Anne Hathaway (Os Miseráveis) ZEBRA: Helen Hunt (As Sessões)
INJUSTIÇADA: Ann Dowd (Compliance)
Anne Hathaway em Os Miseráveis (photo by BeyondHollywood.com)
Logo depois que as indicações foram anunciadas, parecia que o duelo final seria entre Anne Hathaway e Sally Field. Mas Hathaway se tornou uma unanimidade na temporada: vencedora do Globo de Ouro, SAG e BAFTA. Mesmo com pouco tempo de tela, sua performance como Fantine praticamente se resume à cena em que canta aos prantos “I Dreamed a Dream”, conseguindo comover o público.
Além de demonstrar talento através de suas cordas vocais, Anne Hathaway perdeu mais de dez quilos para o papel. Sem contar que cortaram seu cabelo em cena, pois sua personagem vende seu cabelo. Tamanho esforço para um papel menor que valorizou bastante sua participação deve lhe render uma estatueta do Oscar. Outro fator curioso que colabora para sua vitória é que sua mãe interpretou a mesma Fantine no musical da Broadway.
E o retorno de Helen Hunt pode ser interpretado como uma segunda chance na carreira. Depois de ganhar como Melhor Atriz em 1998 por Melhor é Impossível, nunca mais escolheu projetos que pudessem mantê-la em destaque. Em As Sessões, ela interpreta uma terapeuta do sexo e aparece nua, coragem que pode já ter sido recompensada pela indicação, mas que pode ter maquiado a real intenção da Academia de desfazer outra maldição do Oscar.
Uma reclamação muito pertinente neste Oscar é a falta de atores mais desconhecidos. Tradicionalmente, a Academia “planta” um candidato que não esteve presente nas listas das demais premiações como a própria Jacki Weaver em 2011. Este ano, essa vaga poderia ter sido preenchida por Ann Dowd por sua ótima performance no independente Compliance, no qual faz uma gerente de fast-food que se vê obrigada a interrogar uma de suas funcionárias devido a uma denúncia anônima.
MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
Indicados:
– Michael Haneke (Amor)
– Quentin Tarantino (Django Livre)
– John Gatlins (O Vôo)
– Wes Anderson, Roman Coppola (Moonrise Kingdom)
– Mark Boal (A Hora Mais Escura)
DEVE GANHAR: Quentin Tarantino (Django Livre) DEVERIA GANHAR: Mark Boal (A Hora Mais Escura) ZEBRA: Wes Anderson e Roman Coppola (Moonrise Kingdom)
INJUSTIÇADO: Rian Johnson (Looper: Assassinos do Futuro)
Quentin Tarantino no set de Django Livre (photo by filmstage.com)
Embora tenha sido alvo dos comentários de preconceito racial do diretor Spike Lee, o roteiro de Quentin Tarantino consegue extrair excelente humor negro (sem trocadilhos) da época escravista dos EUA como a sequência hilária da Ku Klux Klan. Como de costume, seus personagens possuem diálogos memoráveis e em situações inusitadas. Como tem poucas chances de levar Melhor Filme, Tarantino deve levar o Oscar de Roteiro Original, o segundo de sua carreira.
Trancado a sete chaves, o roteiro de A Hora Mais Escura sofreu alterações drásticas, pois o objetivo inicial era questionar o sumiço do líder terrorista Bin Laden, mas depois que ele foi encontrado e eliminado, o roteirista Mark Boal reescreveu praticamente outro filme com novos questionamentos. Valendo-se também de consulta dos arquivos secretos da CIA sobre a operação, o filme sofreu duras críticas de americanos politicamente corretos por expôr a tortura para conseguir pistas sobre o paradeiro de Bin Laden. Como a Academia evita esse tipo de polêmica mais dura e Mark Boal ganhou recentemente por Guerra ao Terror, suas chances caem um pouco.
Infelizmente, o romance Moonrise Kingdom ficou limitado a essa única categoria. Poderia ter sido reconhecido também em Direção de Arte, Figurino, Trilha Musical, Montagem e Filme. Porém o filme tem grandes chances no Independent Spirit Awards, que premia filmes independentes. E embora o roteiro de Looper: Assassinos do Futuro tenha vencido o National Board of Review, o gênero de ficção científica que envolve viagens no tempo não costuma ser unanimidade nesta categoria.
MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
Indicados:
– Chris Terrio (Argo)
– Benh Zeitlin, Lucy Alibar (Indomável Sonhadora)
– David Magee (As Aventuras de Pi)
– Tony Kushner (Lincoln)
– David O. Russell (O Lado Bom da Vida)
DEVE GANHAR: Chris Terrio (Argo) DEVERIA GANHAR: Chris Terrio (Argo) ZEBRA: David Magee (As Aventuras de Pi)
INJUSTIÇADO: Stephen Chbosky (As Vantagens de ser Invisível)
Chris Terrio em lançamento de Argo (photo by zimbio.com)
Como a briga de Roteiro Adaptado inclui os principais concorrentes do Oscar, o vencedor daqui pode definir o Melhor Filme do ano. À princípio, o dramaturgo Tony Kushner levaria vantagem por concorrer pelo drama histórico Lincoln e ser um prestigioso vencedor do prêmio Pulitzer pela peça Angels in America que foi adaptada para a TV em 2003, afinal o Oscar premiaria um consagrado autor. Contudo, nessa reta final, um democrata americano expôs um erro histórico em seu roteiro. No filme, dois representantes de seu Estado, Connecticut, votam contra a abolição da escravidão em 1865, sendo que foram à favor da emenda. Apesar de Kushner admitir o erro e pedir desculpas publicamente, esse erro pode ter minado suas chances, ainda mais agora que o filme de Spielberg está em queda.
Assim, a vitória do estreante Chris Terrio pode ajudar Argo a ter mais sustentação como Melhor Filme (já que seu diretor sequer foi indicado), ao lado do prêmio de Montagem. Contudo, se Spielberg levar Melhor Diretor, David O. Russell deve levar o Oscar de consolação por O Lado Bom da Vida.
Muito elogiado pela crítica, o drama juvenil sobre um universitário acolhido por dois veteranos de As Vantagens de ser Invisível só ficou de fora porque a categoria estava sobrecarregada de fortes concorrentes.
MELHOR FOTOGRAFIA
Indicados:
– Seamus McGarvey (Anna Karenina)
– Robert Richardson (Django Livre)
– Claudio Miranda (As Aventuras de Pi)
– Janusz Kaminski (Lincoln)
– Roger Deakins (007 – Operação Skyfall)
DEVE GANHAR: Claudio Miranda (As Aventuras de Pi) DEVERIA GANHAR: Roger Deakins (007 – Operação Skyfall) ZEBRA: Seamus McGarvey (Anna Karenina)
INJUSTIÇADO: Mihai Malaimare Jr. (O Mestre)
Visual exuberante de As Aventuras de Pi gerado pela fotografia de Claudio Miranda com CG (photo by cinemagia.ro)
O diretor de fotografia Claudio Miranda (photo by arri.com)
Apesar do chileno Claudio Miranda ser relativamente novo na indústria do cinema (passou a trabalhar com cinema desde 2005), sua fotografia ficou marcada pelo equilíbrio do bom uso de efeitos de computação gráfica em O Curioso Caso de Benjamin Button e Tron: O Legado. Em As Aventuras de Pi, essa característica de seu trabalho atinge seu ápice, pois cerca de 70% do filme é filmado em green screen (fundo verde a serem inseridos os efeitos em pós-produção). Casos mais recentes que continham muitos efeitos e que ganharam o Oscar, A Origem e Avatar, sustentam seu favoritismo.
A fotografia de Robert Richardson também imprime visual exuberante ao western Django Livre, porém como já tem três Oscars e o último ganhou no ano anterior por A Invenção de Hugo Cabret, suas chances reduzem bastante. Do outro lado, o inglês Roger Deakins já foi indicado 10 vezes e nunca ganhou. Seu trabalho em 007 – Operação Skyfall eleva o filme de ação a um nível artístico. A beleza das cenas do cassino de Shangai e da mansão da Escócia em chamas já valem o ingresso.
Incluiria a fotografia de Mihai Malaimare Jr. de O Mestre na competição. Utilizando-se de filme 65mm, ele consegue passar uma sensação de irreal pertinente ao mundo fora de controle de Freddie Quell, assim como as idéias surreais de Lancaster Dodd. Mihai tem sido o braço direito dos últimos filmes de Francis Ford Coppola como Tetro.
MELHOR MONTAGEM
Indicados:
– William Goldenberg (Argo)
– Tim Squyres (As Aventuras de Pi)
– Michael Khan (Lincoln)
– Jay Cassidy, Crispin Struthers (O Lado Bom da Vida)
– William Goldenberg, Dylan Tichenor (A Hora Mais Escura)
DEVE GANHAR: William Goldenberg (Argo) DEVERIA GANHAR: William Goldenberg (Argo) ZEBRA: Jay Cassidy, Crispin Struthers (O Lado Bom da Vida)
INJUSTIÇADO: Andrew Weisblum (Moonrise Kingdom)
Momento de tensão em Argo (photo by BeyondHollywood.com)
William Goldenberg, recebendo seu BAFTA por Argo (photo by latinospost.com)
Normalmente, o prêmio de montagem é concedido a filmes de ação como Bullitt, Rocky – Um Lutador e o recente O Ultimato Bourne por conseguirem criar tensão no uso eficiente de cortes. Em outros casos, a montagem premiada vem de histórias interligadas que criam um senso de unidade como em Traffic e Crash – No Limite. Em Argo, temos bons exemplos das duas situações, pois lida com vários personagens, costurando suas cenas e oferecendo tensão na parte final do longa. Além disso, William Goldenberg também concorre por A Hora Mais Escura, o que poderia ser interpretado como um prêmio para dois filmes.
Muito do humor ácido de Wes Anderson provém da montagem de Andrew Weisblum em Moonrise Kingdom. Seus cortes secos chegam em ótimo timing e ditam o tom desta fábula sobre duas crianças apaixonadas. Se fosse para optar por uma comédia, poderiam incluir esta montagem e deixar O Lado Bom da Vida de lado.
MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
Indicados:
– Sarah Greenwood, Katie Spencer (Anna Karenina)
–Dan Hennah, Ra Vincent, Simon Bright (O Hobbit: Uma Jornada Inesperada)
– Eve Stewart, Anna Lynch-Robinson (Os Miseráveis)
– David Gropman, Anna Pinnock (As Aventuras de Pi)
– Rick Carter, Jim Erickson (Lincoln)
DEVE GANHAR: Sarah Greenwood, Kate Spencer (Anna Karenina) DEVERIA GANHAR: Sarah Greenwood, Kate Spencer (Anna Karenina) ZEBRA: Dan Hennah, Ra Vincent, Simon Bright (O Hobbit: Uma Jornada Inesperada)
INJUSTIÇADO: Hugh Bateup, Uli Hanisch (A Viagem)
A direção de arte de Anna Karenina recria a Rússia do século XIX: precisão nas paredes e chão (photo by cinemagia.ro)
Sarah Greenwood no set de Anna Karenina (photo by btlnews.com)
Nos últimos anos, o prêmio de Direção de Arte tem destoado do vencedor do Melhor Filme e costuma valorizar filmes de temática fantasiosa como Avatar e Alice no País das Maravilhas. Entretanto, como a direção de arte do representante de fantasia O Hobbit: Uma Jornada Inesperada praticamente recicla o design da trilogia de O Senhor dos Anéis, o Oscar pode recompensar o belo trabalho de recriação da Rússia do século XIX de Anna Karenina. Trata-se da quinta colaboração de Sarah Greenwood com o diretor Joe Wright, desde Orgulho & Preconceito (2005), e sua quarta indicação ao Oscar sem vitórias até o momento.
Negligenciado em excesso pela crítica americana, a ficção científica A Viagem que busca algum sentido para a vida acabou excluída de quase todas as premiações, contudo o design de produção chama a atenção por conseguir cobrir passado, presente e futuro com cenários convincentes e inovadores. Mesmo com chances quase nulas de vitória, já serviria como um sopro de criatividade nesta categoria de muitas recriações e reformulações.
MELHOR FIGURINO
Indicados:
– Jacqueline Durran (Anna Karenina)
– Paco Delgado (Os Miseráveis)
– Joanna Johnston (Lincoln)
– Eiko Ishioka (Espelho, Espelho Meu)
– Colleen Atwood (Branca de Neve e o Caçador)
INJUSTIÇADO: Kym Barrett, Pierre-Yves Gayraud (A Viagem)
Um dos belos figurinos de Anna Karenina (photo by cinemagia.ro)
A figurinista Jacqueline Durran (à dir) ao lado da atriz Keira Knightley com figurino de Anna Karenina (photo by elle.com)
Muitas vezes, a categoria de figurino se tornou apenas uma contribuição no número de Oscars do Melhor Filme do ano, o que beneficiaria Joanna Johnston por Lincoln, mas como a competição está bem acirrada, a qualidade deve falar mais alto. Assim, Jacqueline Durran tem leve vantagem também por ter sido indicada em outras duas oportunidades por colaborações com o diretor Joe Wright em Orgulho & Preconceito e Desejo e Reparação, mas nunca ter levado.
Contudo, não será surpresa se Eiko Ishioka for anunciada vencedora, pois seus figurinos brilham muito mais do que os atores na adaptação dos Irmãos Grimm de Branca de Neve e os Sete Anões, o fraco Espelho, Espelho Meu, e este seria seu segundo e último Oscar, pois morreu em janeiro desse ano. Ela venceu em 1993 por Drácula de Bram Stoker.
Abrangendo figurinos de eras diferentes e criando roupas inovadoras futurísticas, o trabalho dos figurinistas Kym Barrett e Pierre-Yves Gayraud em A Viagem poderiam preencher a vaga do razoável figurino de Lincoln.
MELHOR MAQUIAGEM
Indicados:
– Howard Berger, Peter Montagna, Martin Samuel (Hitchcock)
– Peter King, Rick Findlater, Tami Lane (O Hobbit: Uma Jornada Inesperada)
– Lisa Westcott, Julie Dartnell (Os Miseráveis)
DEVE GANHAR:O Hobbit: Uma Jornada Inesperada DEVERIA GANHAR:O Hobbit: Uma Jornada Inesperada ZEBRA:Hitchcock
INJUSTIÇADO:Homens de Preto 3
Novos personagens do universo de J.R.R. Tolkien permitiram trabalho novo de maquiagem (photo by cinemagia.ro)
Um dos milhares trabalhos de maquiagem de O Hobbit: Uma Jornada Inesperada (photo by digititles.com)
Sem a presença do mestre Rick Baker, responsável por criações como Um Lobisomem Americano em Londres e O Grinch, a competição perde muito de seu prestígio. Com uma penca de anões para colocar barbas, bigodes e narigões, o trabalho de maquiagem de O Hobbit: Uma Jornada Inesperada claramente é o melhor e mais trabalhoso dos três indicados. Talvez o pobre trabalho de maquiagem de Os Miseráveis ganhe para elevar o número de Oscars, mas não por méritos próprios.
Provavelmente por se tratar de uma sequência com poucas chances de vitória, o terceiro filme sobre os Homens de Preto acabou sendo ignorado pela comissão. Só a criação do vilão grotesco Boris the Animal já valeria uma indicação na categoria.
MELHOR TRILHA MUSICAL ORIGINAL
Indicados:
– Dario Marianelli (Anna Karenina)
– Alexandre Desplat (Argo)
– Mychael Danna (As Aventuras de Pi)
– John Williams (Lincoln)
– Thomas Newman (007 – Operação Skyfall)
DEVE GANHAR: Mychael Danna (As Aventuras de Pi) DEVERIA GANHAR: Mychael Danna (As Aventuras de Pi) ZEBRA: Dario Marianelli (Anna Karenina)
INJUSTIÇADO: Jonny Greenwood (O Mestre)
Mychael Danna trabalhando na trilha de As Aventuras de Pi com o diretor Ang Lee (photo by deadline.com)
Nos últimos anos, os vencedores desta categoria trabalharam com algum instrumento diferente ou inusitado. Por exemplo, o compositor A. R. Rahman utilizou a cítara indiana para criar a trilha romântica de Quem Quer Ser um Milionário?, e Dario Marianelli explorou pertinentemente o som das teclas de uma máquina escrever para formar o ritmo agitado de Desejo e Reparação. Este ano, a trilha mais inusitada entre os indicados pertence a Mychael Danna. Ele explora alguns instrumentos indianos como o Santoor de 108 cordas e o Sarangi, que originou o violino, além de acordões franceses e mandolins para contar essa jornada fantástica de Pi.
Não que a música erudita de Anna Karenina seja inferior – muito pelo contrário! – mas como o compositor ganhou recentemente, suas chances devem ser mínimas. Seguindo esta lógica, se a Academia quiser terminar o jejum de vitórias, Alexandre Desplat (Argo) acumula 5 indicações e Thomas Newman (007 – Operação Skyfall) está em sua 11ª indicação sem nunca ter ganhado.
E esta é a segunda vez que Jonny Greenwood acaba ignorado pela Academia. Em O Mestre, sua segunda colaboração com o diretor Paul Thomas Anderson, ele cria uma trilha estranha que dita o tom do filme. Sua música parece dizer ao espectador que nada daquilo que estamos vendo é, de fato, real, sensação reforçada pela alternância de filmes 35mm para 65mm que o diretor aplica.
MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
Indicados:
– “Before My Time”, de J. Ralph (Chasing Ice)
– “Suddenly”, de Alain Boublil, Claude-Michel Schönberg e Herbert Kretzmer (Os Miseráveis)
– “Pi’s Lullaby”, de Mychael Danna e Bombay Jayshri (As Aventuras de Pi)
– “Everybody Needs a Best Friend”, de Walter Murphy e Seth MacFarlane (Ted)
– “Skyfall”, de Adele Adkins e Paul Epworth (007 – Operação Skyfall)
DEVE GANHAR: “Skyfall”, de Adele Adkins e Paul Epworth (007 – Operação Skyfall) DEVERIA GANHAR: “Skyfall”, de Adele Adkins e Paul Epworth (007 – Operação Skyfall) ZEBRA: “Before my Time”, de J. Ralph (Chasing Ice)
INJUSTIÇADO: “Dull Tool”, de Fiona Apple (Bem-vindo aos 40)
Adele e 007 – Operação Skyfall: grandes chances de premiação (foto por twentyfourbit.com)
Se a canção de Adele já era favorita antes, agora com o anúncio de que haverá uma homenagem aos 50 anos de James Bond e que Shirley Bassey, a diva que cantou três temas de Bond: “Goldfinger”, “Diamonds Are Forever” e “Moonraker” se apresentará no palco pela primeira vez, então pode-se considerar certo este Oscar para 007 – Operação Skyfall. Existiria uma ligeira possibilidade da música de Ted, “Everybody Needs a Best Friend”, ganhar por ser interpretada pela talentosa Norah Jones, mas após ganhar todos os prêmios da categoria, incluindo o Globo de Ouro, ninguém tira o reconhecimento merecido de Adele. Esta é apenas a quarta canção indicada ao Oscar de toda a franquia de sucesso de 007. As anteriores foram “Live and Let Die”, por Paul McCartney (007 – Viva e Deixe Morrer), “Nobody Does it Better”, por Carly Simon (007 – O Espião que me Amava), e “For Your Eyes Only”, por Sheena Easton (007 – Somente Para Seus Olhos).
Com uma canção que destrincha os problemas de um relacionamento através da letra, mas mantendo o estilo musical de Fiona Apple, a canção “Dull Tool” da comédia Bem-vindo aos 40 seria uma boa pedida para incluir um nome de peso à lista de apresentações, mas a palavra “fuck” usada na canção seria um empecilho na transmissão ao vivo.
MELHOR SOM
Indicados:
– John T. Reitz, Gregg Rudloff, José Antonio García (Argo)
– Andy Nelson, Mark Paterson, Simon Hayes (Os Miseráveis)
– Ron Bartlett, Doug Hemphill, Drew Kunin (As Aventuras de Pi)
– Andy Nelson, Gary Rydstrom, Ron Judkins (Lincoln)
– Scott Millan, Greg P. Russell, Stuart Wilson (007 – Operação Skyfall)
DEVE GANHAR:Os Miseráveis DEVERIA GANHAR:007 – Operação Skyfall ZEBRA:Lincoln
INJUSTIÇADO:A Hora Mais Escura
Além do som das armas e canhões, o som de Os Miseráveis se vale pela captação da cantoria do elenco no set de filmagem (photo by BeyondHollywood.com)
A inédita técnica de gravação de som para musicais de Os Miseráveis deve ser recompensada. Contrariando o sistema de playback, toda a cantoria dos atores foi gravada em set de filmagem e mesmo vulnerável a ruídos externos de cenários e locações, o resultado ficou muito bom. Claro que se a voz de Russell Crowe colaborasse, o som seria mais agradável aos ouvidos.
Normalmente, o que dita a regra desta categoria é saber qual o filme mais barulhento do ano. Pela obviedade, 007 – Operação Skyfall seria o eleito, e o trabalho de mixagem de som de A Hora Mais Escura certamente estaria indicado.
MELHORES EFEITOS SONOROS
Indicados:
– Erik Aadahl, Ethan Van der Ryn (Argo)
– Wylie Stateman (Django Livre)
– Eugene Gearty, Philip Stockton (As Aventuras de Pi)
– Per Hallberg, Karen M. Baker (007 – Operação Skyfall)
– Paul N.J. Ottosson (A Hora Mais Escura)
DEVE GANHAR:A Hora Mais Escura DEVERIA GANHAR:007 – Operação Skyfall ZEBRA:Argo
INJUSTIÇADO:Os Vingadores
Efeitos sonoros de A Hora Mais Escura são compostos de tiros, explosões e queda de helicóptero (photo by BeyondHollywood.com)
Só a sequência da destruição da mansão Skyfall de 007 – Operação Skyfall com granadas já deveria render um Oscar de efeitos sonoros, mas talvez a Academia se sinta na obrigação de compensar A Hora Mais Escura. Em 2007, o filme de Clint Eastwood, Cartas de Iwo Jima, estava indicado a Melhor Filme e Diretor, mas acabou levando apenas Efeitos Sonoros. Acontece.
Na questão de criação de sons, o blockbuster Os Vingadores já seria candidato pela sequência de destruição de Nova York pela invasão alienígena. Pelo visto, o sucesso nas bilheterias não assegurou mais de uma indicação ao filme.
MELHORES EFEITOS VISUAIS
Indicados:
– Janek Sirrs, Jeff White, Guy Williams, Daniel Sudick (Os Vingadores)
– Joe Letteri, Eric Saindon, David Clayton, R. Christopher White (O Hobbit: Uma Jornada Inesperada)
– Bill Westenhofer, Guillaume Rocheron, Erik De Boer, Donald Elliott (As Aventuras de Pi)
– Richard Stammers, Trevor Wood, Charley Henley, Martin Hill (Prometheus)
– Cedric Nicolas-Troyan, Phil Brennan, Neil Corbould, Michael Dawson (Branca de Neve e o Caçador)
DEVE GANHAR:As Aventuras de Pi DEVERIA GANHAR:As Aventuras de Pi ZEBRA:Prometheus
INJUSTIÇADO:John Carter – Entre Dois Mundos
O tigre de bengala Richard Parker de As Aventuras de Pi é um dos feitos por computação gráfica (photo by OutNow.CH)
Antes rotulado como “infilmável”, os efeitos visuais possibilitaram a própria existência de As Aventuras de Pi. Além de boa parte do roteiro se passar num bote salva-vidas, temos animais que alternam entre reais e feitos por computação gráfica. O tigre de bengala Richard Parker impressiona pelos movimentos e o brilho dos olhos do animal.
O fracasso nas bilheterias e com a crítica esgotou qualquer possibilidade dos efeitos visuais de John Carter – Entre Dois Mundos figurar nessa lista. Por outro lado, os cinco finalistas representam bem os melhores efeitos de 2012.
MELHOR FILME ESTRANGEIRO
Indicados:
– Amor, de Michael Haneke (Áustria)
– War Witch, de Kim Nguyen (Canadá)
– No, de Pablo Larraín (Chile)
– O Amante da Rainha, de Nikolaj Arcel (Dinamarca)
– ExpediçãoKon-Tiki, de Joachim Rønning e Espen Sandberg (Noruega)
DEVE GANHAR:Amor, de Michael Haneke (Áustria) DEVERIA GANHAR:Amor, de Michael Haneke (Áustria) ZEBRA:Expedição Kon-Tiki, de Joachim Rønning, Espen Sandberg (Noruega)
INJUSTIÇADO:Holy Motors, de Leos Carax (França)
Michael Haneke dirige lendas do cinema francês em Amor (photo by OutNow.CH)
Depois que o sucesso francês Intocáveis caiu fora da disputa, ficou muito mais fácil o representante austríaco Amor levar o prêmio. Além disso, tem se tornado uma regra constante o filme estrangeiro que for indicado a Melhor Filme acabar levando Melhor Filme Estrangeiro. Aconteceu com A Vida é Bela e O Tigre e o Dragão. Embora a categoria seja imprevisível às vezes, Amor não deve perder esse prêmio.
Infelizmente, a França optou por Intocáveis. Se tivesse escolhido Holy Motors para ser o filme representante, a crítica americana poderia apoiar sua indicação. Por se tratar de um filme inovador que abusa do non-sense, suas chances de vitória seriam baixas, mas a imprevisibilidade da categoria poderia atuar novamente a seu favor.
MELHOR ANIMAÇÃO
Indicados:
– Valente (Brave)
– Frankenweenie (Frankenweenie)
– ParaNorman (ParaNorman)
– Piratas Pirados! (The Pirates! In an Adventure with Scientists!)
–Detona Ralph (Wreck-it Ralph)
DEVE GANHAR:Frankenweenie DEVERIA GANHAR:Frankenweenie ZEBRA:Piratas Pirados!
INJUSTIÇADO: The Painting (Le Tableau)
Como a criatura Frankenstein, a animação Frankenweenie é um bom misto de homenagens a filmes clássicos (photo by OutNow.CH)
Se formos levantar a contagem de prêmios da categoria, Detona Ralph sai na frente com sua história metalinguística sobre personagens de video-game, mas como não se trata de uma unanimidade, o nome de Tim Burton pode dar a vitória para Frankenweenie. A animação em preto-e-branco revisita o passado do diretor ao retomar o roteiro de um curta-metragem de mesmo nome de 1984, produzido pela mesma produtora Disney. Burton concorre pela segunda vez como Melhor Animação. Em 2006, foi indicado por A Noiva Cadáver, mas perdeu para Wallace & Gromit: A Batalha dos Vegetais. Esta pode ser sua chance de ouro para ser aplaudido e ovacionado por vários colaboradores presentes na cerimônia.
Ao contrário dos outros anos, as animações européias (excluindo o Reino Unido) e asiáticas ficaram de fora. O francês The Painting tem um visual magnífico com bela palheta de cores, que traria um frescor artístico à predominância de animações da Disney e Pixar.
MELHOR DOCUMENTÁRIO
Indicados:
– 5 Broken Cameras
– The Gatekeepers
– How to Survive a Plague
– The Invisible War
– Searching for Sugar Man
DEVE GANHAR:Searching for Sugar Man DEVERIA GANHAR:The Gatekeepers ZEBRA:The Invisible War
INJUSTIÇADO:Central Park Five
Documentário sobre o músico Rodriguez, Searching for Sugar Man (photo by OutNow.CH)
O documentário Searching for Sugar Man levou os principais prêmios da temporada e não deve ficar sem o Oscar, já que aborda um tema tocante e simples. No filme, dois fãs da música dos anos 70 procuram saber o paradeiro do artista musical Rodriguez na África do Sul. Foi premiado com o BAFTA, National Board of Review, DGA e PGA, e recentemente levou o WGA e o Eddie award, reconhecimentos de roteiro e montagem, respectivamente.
Já o polêmico The Invisible War vai na direção oposta ao tocar num assunto tabu: o estupro de militares femininas por seus colegas de profissão. Igualmente controverso, o também investigativo documentário Central Park Five seria um importante indicado nesta competição. O caso verídico aconteceu em 1989, quando cinco jovens (negros e latinos) foram condenados pelo estupro de uma mulher branca no Central Park. Depois de passarem de 6 a 13 anos na prisão, um estuprador em série confessou o crime, confirmando que a sentença se mostrou uma combinação trágica entre tensão racial, a polícia querendo mostrar serviço e a cobertura sensacionalista da mídia.
MELHOR CURTA-DOCUMENTÁRIO
Indicados:
– Inocente
– Kings Point
– Mondays at Racine
– Open Heart
– Redemption
DEVE GANHAR:Mondays at Racine DEVERIA GANHAR:Mondays at Racine ZEBRA:Inocente
Mondays at Racine: comovente história sobre câncer (photo by andsoitbeginsfilms.com)
O premiado curta Mondays at Racine já conquista pelo tema: Toda terceira segunda-feira do mês, duas irmãs carecas abrem seu salão para atenderem vítimas diagnosticadas com câncer.
MELHOR CURTA-METRAGEM
Indicados:
– Asad
– Buzkashi Boys
– Curfew
– Dood van een Schaduw
– Henry
DEVE GANHAR:Curfew DEVERIA GANHAR: Curfew ZEBRA:Henry
Curfew: curta premiado com história de descobertas
Entre os indicados, Curfew é o mais premiado até o momento. Num momento muito delicado de sua vida, Richie recebe uma ligação da irmã para cuidar de sua sobrinha por algumas horas.
MELHOR CURTA DE ANIMAÇÃO
Indicados:
– Adam and Dog
– Fresh Guacamole
– Head Over Heels
– Paperman
– The Simpsons: The Longest Daycare
DEVE GANHAR:Paperman DEVERIA GANHAR:Fresh Guacamole ZEBRA TOTAL:The Simpsons: The Logest Daycare
Paperman: uma bela e mágica história de amor à primeira vista (photo by cineol.net)
Paperman tem todos os méritos de ganhar o Oscar, pois oferece uma história muito simples e ingênua sobre amor à primeira vista. Além disso, por ter sido produzido pela Disney, o curta teve muito mais exposição ao público por ter sido exibido antes da animação Detona Ralph nos cinemas. Já Fresh Guacamole ensina a receita do típico prato mexicano através da técnica do stop-motion de forma muito criativa. Vale a pena conferir todos os cinco indicados nessa categoria pelo link abaixo:
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* Em convite especial, este artigo foi escrito juntamente para o site Revista O Grito!, parceiro do UOL e o portal NE10. Agradecimentos especiais a Paulo Floro. Confira nos links abaixo: