‘NOMADLAND’ VENCE o GOTHAM AWARDS

CERIMÔNIA HÍBRIDA CONSAGRA A DIRETORA CHLOÉ ZHAO

A 30ª cerimônia do Gotham Awards aconteceu nesta última segunda-feira e foi transmitida ao vivo pela página do Facebook da IFP (Independent Filmmaker Project). Primeira premiação de 2021, o evento foi um híbrido entre apresentadores no palco do teatro em Nova York e as lives diretamente da casa dos indicados. Apesar de alguns delays nítidos principalmente na hora da revelação dos vencedores das categorias, foi uma cerimônia rápida, light e que pôde nos dar uma idéia do que pode acontecer nos próximos prêmios televisionados. Há poucas semanas, a Academia havia anunciado que o Oscar ocorrerá normalmente no final de Abril, mas só vamos ter certeza com o progresso da vacinação nos EUA até lá.

Nos últimos anos, o Gotham Awards tem se tornado uma alternativa para o predomínio do Independent Spirit Awards, que até alguns anos atrás vinha estreitando laços demais com o Oscar. O objetivo do IFP é conseguir abrir a temporada de premiações com filmes e nomes pouco conhecidos para justamente promovê-los e valorizar assim o cinema mais independente americano. Para esta 30ª edição, o recado estava dado logo nas indicações: 5 filmes indicados a Melhor Filme dirigidos por mulheres. Após um 2020 repleto de exclusões na categoria de Direção como Greta Gerwig, Alma Har’el e Mati Diop, espera-se um 2021 com maior participação feminina, começando bem com os prêmios de Melhor Filme e Prêmio do Público para o road movie Nomadland, da chinesa Chloé Zhao. Curiosamente, ela já havia vencido o Gotham de Melhor Filme em 2018 com seu longa anterior Domando o Destino (The Rider).

Até o momento, Zhao tem sido praticamente uma unanimidade nos prêmios de Direção. Além do Gotham, ela já havia faturado os prestigiados LAFCA e NYFCC, e mais recentemente o National Society of Film Critics, sem contar o Leão de Ouro no Festival de Veneza. Não querendo fazer previsões proféticas tão cedo, mas o caminho dela rumo ao Oscar (que seria o 2º para uma mulher e o 1º para uma asiática) parece bem tranquilo, uma vez que nomes como Aaron Sorkin, David Fincher e Spike Lee não vêm conquistando a crítica de forma tão unânime.

Nas categorias de atuação, a vitória de Kingsley Ben-Adir como Ator Revelação por One Night in Miami pode ajudá-lo na campanha de Ator Coadjuvante no Oscar, e por que não puxar todo o filme de Regina King ao tapete vermelho? Na categoria de Melhor Atriz, Nicole Beharie venceu por sua performance em Miss Juneteenth. Embora consideremos difícil uma indicação ao Oscar, esperamos que esta vitória consiga lhe proporcionar melhor papéis de protagonista, pois sua carreira tem sido marcada apenas por personagens secundários. Já na categoria de Melhor Ator, muitos esperavam o prêmio para Chadwick Boseman, mas ele ficou apenas com um prêmio especial de tributo recebido por sua esposa, e a vitória foi para outro forte concorrente na temporada: Riz Ahmed, como o baterista surdo de O Som do Silêncio.

Entre os prêmios concedidos, foram curiosos os DOIS empates nas categorias de Documentário e Roteiro. Na primeira, Time dividiu a honraria com A Thousand Cuts, enquanto na segunda, os roteiros de The Forty-Year-Old Version e Fourteen saíram vitoriosos. Particularmente, gostamos bastante da premiação de Diretor Revelação para Andrew Patterson por A Vastidão da Noite. Com um orçamento bastante apertado, ele consegue entregar uma bela ficção científica que tem um clima bem Twilight Zone, com direito a planos-sequência e sutilezas que faltam em grandes produções.

Além do tributo a Chadwick Boseman, a IFP fez outras homenagens que paralelamente reconheciam as obras atuais como para Viola Davis (A Voz Suprema do Blues), o diretor britânico Steve McQueen (os 5 filmes da série Small Axe), o criador de séries Ryan Murphy (que lançou Festa de Formatura na Netflix) e para todo o elenco de Os 7 de Chicago: Sacha Baron Cohen, Eddie Redmayne, Yahya Abdul-Mateen II, Jeremy Strong, Mark Rylance, Joseph Gordon-Levitt, Michael Keaton, Frank Langella e John Carroll Lynch, dando uma forcinha também para o diretor e roteirista Aaron Sorkin.

Estamos apenas no início de mais uma temporada de premiações, portanto se seu favorito ou aquele filme que você espera ser premiado ainda não deu as caras, não se preocupe que ainda tem muito chão até o dia 25 de Abril, quando o Oscar 2021 acontecer, seja presencialmente ou de forma híbrida com lives.

CONFIRA TODOS OS VENCEDORES DO 30º GOTHAM AWARDS:

MELHOR FILME

  • The Assistant
  • First Cow
  • Never Rarely Sometimes Always
  • Nomadland
  • Relic

MELHOR DOCUMENTÁRIO

  • 76 Days
  • City Hall
  • A Thousand Cuts
  • Time

MELHOR FILME INTERNACIONAL

  • Bacurau
  • Uma Mulher Alta (Beanpole)
  • Cuties (Mignonnes)
  • Identifying Features
  • Martin Eden
  • Wolfwalkers

PRÊMIO BINGHAM RAY DE DIRETOR REVELAÇÃO

  • Radha Blank, “The Forty-Year-Old Version”
  • Channing Godfrey Peoples, “Miss Juneteenth”
  • Alex Thompson, “Saint Frances”
  • Carlo Mirabella-Davis, “Swallow”
  • Andrew Patterson, “A Vastidão da Noite”

MELHOR ROTEIRO

  • Má Educação – Mike Makowsky
  • First Cow – Jon Raymond, Kelly Reichardt
  • The Forty-Year-Old Version – Radha Blank
  • Fourteen – Dan Sallitt
  • “A Vastidão da Noite” – James Montague, Craig Sanger

MELHOR ATOR

  • Riz Ahmed, “O Som do Silêncio”
  • Chadwick Boseman, “A Voz Suprema do Blues”
  • Jude Law, “The Nest”
  • John Magaro, “First Cow”
  • Jesse Plemons, “Estou Pensando em Acabar com Tudo”

MELHOR ATRIZ

  • Nicole Beharie, “Miss Juneteenth”
  • Jessie Buckley, “Estou Pensando em Acabar com Tudo”
  • Carrie Coon, “The Nest”
  • Frances McDormand, “Nomadland”
  • Yuh-Jung Youn, “Minari”

MELHOR ATOR OU ATRIZ REVELAÇÃO

  • Jasmine Batchelor, “The Surrogate”
  • Kingsley Ben-Adir, “One Night in Miami…”
  • Sidney Flanigan, “Never Rarely Sometimes Always”
  • Orion Lee, “First Cow”
  • Kelly O’Sullivan, “Saint Frances”

SÉRIE REVELAÇÃO – FORMATO LONGA (acima de 40 minutos)

  • The Great
  • Immigration Nation
  • P-Valley
  • Unorthodox
  • Watchmen

SÉRIE REVELAÇÃO – FORMATO CURTO (abaixo de 40 minutos)

  • Betty
  • Dave
  • I May Destroy You
  • Taste the Nation
  • Work in Progress

PRÊMIO DO PÚBLICO

  • “Nomadland” – Chloé Zhao, diretora; Frances McDormand, Peter Spears, Mollye Asher, Dan Janvey, Chloé Zhao, producers (Searchlight Pictures)

‘NOMADLAND’ VENCE o LEÃO de OURO em VENEZA

Frances McDormand em NOMADLAND. Photo Courtesy of Searchlight Pictures. © 2020 20th Century Studios All Rights Reserved

ROAD MOVIE DEVE RENDER INDICAÇÕES AO OSCAR 2021 DE DIREÇÃO E ATRIZ

A 77ª edição do Festival de Veneza certamente entrará para a história já por acontecer mesmo diante de uma pandemia. E agora com a premiação de uma diretora asiática, a chinesa Chloé Zhao, algo que não acontecia desde 2001 quando a indiana Mira Nair ganhou o Leão de Ouro por Um Casamento à Indiana.

Apesar de haver um número recorde de oito diretoras indicadas, havia forte expectativa de que a presidente do júri Cate Blanchett reconhecesse uma delas. Infelizmente, Zhao não estava presente na cerimônia, mas agradeceu numa chamada virtual: “Obrigada por nos deixarem participar do festival nesse modo estranho. A gente se vê pela frente!”

A diretora chinesa, que se destacou há três anos com o filme independente Domando o Destino, tornou-se também a primeira diretora mulher a ganhar o prêmio depois de Sofia Coppola, que venceu em 2010 por Um Lugar Qualquer. Como todos sabem, uma vitória no festival italiano tem aumentado consideravelmente as chances no Oscar seguinte.

Só para citar exemplos mais recentes de vencedores do Leão de Ouro, A Forma da Água levou os Oscars de Filme e Diretor para Guillermo del Toro, enquanto Roma levou Diretor para Alfonso Cuarón, e Coringa foi o recordista de indicações, levando Melhor Ator para Joaquin Phoenix e Trilha Original. Com isso, existe uma forte expectativa para que Chloé Zhao se torne a primeira diretora não-branca a ser indicada na categoria. A Searchlight (ex-Fox) vai lançar Nomadland no dia 04 de Dezembro nos EUA. Já no Brasil, a previsão por enquanto é só para o dia 04 de Fevereiro.

Já para o Grande Prêmio do Júri, que seria uma espécie de segundo colocado, o júri concedeu o prêmio para o mexicano Michel Franco e seu novo filme Nuevo Orden, que é uma distopia social em forma de thriller. Para quem conhece os trabalhos anteriores do diretor, sabe que ele costuma abordar temas mais polêmicos, e este filme não deve fugir do padrão.

Naian González em cena de Nuevo Orden, de Michel Franco

Para Melhor Direção, o japonês Kiyoshi Kurosawa foi lembrado pelo drama de espionagem Wife of a Spy, que foi bastante elogiado na crítica internacional, inclusive muitos alegando que se tratava do melhor filme dele dos últimos anos.

Enquanto na seleção de Melhor Ator, o júri não encontrou dificuldades e premiou o italiano Pierfrancesco Favino pelo thriller sobre terrorismo baseado em fatos reais de Padrenostro, para escolher a Melhor Atriz, Cate Blanchett afirmou que ficou maravilhada por contar com “tantas performances extraordinárias”, já que havia muitos filmes protagonizados por mulheres. O prêmio ficou com a britânica Vanessa Kirby por Pieces of a Woman, que foi adquirido pela Netflix e deve estrear na plataforma digital.

À esquerda, Pierfrancesco Favino em cena de Padrenostro.

Até pouco tempo atrás, a atriz era mais conhecida por seu trabalhos nos filmes de ação Missão: Impossível – Efeito Fallout (2018) e Velozes & Furiosos: Hobbs e Shaw (2019) e pela série da Netflix The Crown, mas já nesta edição de Veneza, estrelava dois dramas na corrida pelo Leão de Ouro: The World to Come e este Pieces of a Woman, no qual ela ela interpreta uma mãe em luto por ter perdido seu bebê. Ela aceitou o prêmio e dedicou a “todas as mães que perderam seus filhos e não tiveram suas histórias contadas”, e agradeceu Shia LaBeouf com quem contracenou no filme.

Vanessa Kirby contracena com Shia LaBeouf em Pieces of a Woman

O prêmio de Roteiro ficou com o indiano Chaitanya Tamhane pelo filme The Disciple, que explora uma jornada pela música Indiana clássica. E o Prêmio do Júri ficou com o russo Andrei Konchalovsky pelo drama soviético Dear Comrades.

Pela mostra paralela Horizontes, presidida pela cineasta Claire Denis, o grande vencedor foi o filme iraniano The Wasteland, de Ahmed Bahrami, que lida com a tensão de trabalhadores numa fábrica de tijolos no ambiente rural.

Confira todos os vencedores desta 77ª edição do Festival de Veneza:

LEÃO DE OURO
“Nomadland,” Chloé Zhao

GRANDE PRÊMIO DO JÚRI
“New Order,” Michel Franco

LEÃO DE PRATA DE MELHOR DIRETOR
Kiyoshi Kurosawa, “Wife of a Spy”

MELHOR ATRIZ
Vanessa Kirby, “Pieces of a Woman”

MELHOR ATOR
Pierfrancesco Favino, “Padrenostro”

MELHOR ROTEIRO
“The Disciple,” Chaitanya Tamhane

PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI
“Dear Comrades,” Andrei Konchalovsky

PRÊMIO MARCELLO MASTROIANNI DE ATOR JOVEM
Rouhollah Zamani, “Sun Children”

MOSTRA HORIZONTES

MELHOR FILME
“The Wasteland,” Ahmad Bahrami

MELHOR DIRETOR
“Genus Pan,” Lav Diaz

PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI
“Listen,” Ana Rocha de Sousa

MELHOR ATOR
Yahya Mahayni, “The Man Who Sold His Skin”

MELHOR ATRIZ
Khansa Batma, “Zanka Contact”

MELHOR ROTEIRO
“I Predatori,” Pietro Castellitto

MELHOR CURTA-METRAGEM
“Entre tú y milagros,” Mariana Safron


LEÃO DO FUTURO

PRÊMIO LUIGI DELAURENTIIS POR FILME DE ESTREANTE
“Listen,” Ana Rocha de Sousa

COMPETIÇÃO DE REALIDADE VIRTUAL

MELHOR VR
“The Hangman at Home: An Immersive Single User Experience,”Michelle and Uri Kranot

MELHOR EXPERIÊNCIA VR
“Finding Pandora X,” Kiira Benzing

MELHOR HISTÓRIA VR
“Killing a Superstar,” Fan Fan

‘NASCE UMA ESTRELA’ é o DESTAQUE do DGA, WGA, ASC e EDDIE AWARDS

a quiet place 025

Indicado ao WGA: cena de Um Lugar Silencioso com John Krasinski (pic by outnow.ch)

Mal o ano começou, já tivemos as surpresas do Globo de Ouro, e agora temos o anúncios de três prêmios de sindicatos relevantes para a temporada e para a corrida do Oscar.

Vamos começar pelo mais chato e rígido de todos, o Writers Guild of America (WGA), do sindicato dos roteiristas. Pra quem está embarcando agora, o WGA é o mais complicado porque ele exige uma série de cumprimento de regras como filiação ao sindicato, e não reconhece roteiros de animações (com isso, quem sai perdendo é o próprio sindicato).

Os roteiros ausentes na lista do WGA não perdem muito, mas se forem lembrados, suas campanhas encorpam para o Oscar. Ano passado, os vencedores Corra! e Me Chame Pelo Seu Nome repetiram suas vitórias no Oscar. Apesar de serem rígidos, na última década, 2/3 dos indicados do WGA foram indicados ao Oscar também.

Este ano, entre as ausências mais notáveis que foram desqualificadas pelas toneladas de regras estão: A Favorita, Não Deixe Rastros, Domando o Destino, A Morte de Stalin, Hereditário e Sorry to Bother You, além dos estrangeiros Guerra Fria e Capernaum, e as animações Os Incríveis 2 e Ilha dos Cachorros. Já os esnobados foram Paul Schrader (No Coração da Escuridão) e Josh Singer (O Primeiro Homem).

Entre os indicados, destaque para os sucessos comerciais de Um Lugar Silencioso, Nasce uma Estrela e Pantera Negra, que pode repetir o feito de Logan (2017), que foi indicado no WGA e Oscar, tornando-se o primeiro roteiro indicado ao Oscar baseado em quadrinhos de super-heróis.

black panther 056

Indicado ao WGA: Cena de Pantera Negra (pic by outnow.ch)

Pela categoria de Documentário, o curioso foi a total ausência de trabalhos reconhecidos em premiações anteriores como Won’t You Be My Neighbor, Free Solo e RBG, mas dá notoriedade para outros como o de Michael Moore, Fahrenheit 11/09.

ROTEIRO ORIGINAL
* Bo Burnham (Oitava Série)
* Nick Vallelonga, Brian Currie e Peter Farrelly (Green Book: O Guia)
* Bryan Woods, Scott Beck e John Krasinski, história de Bryan Woods e Scott Beck (Um Lugar Silencioso)
* Alfonso Cuarón (Roma)
* Adam McKay (Vice)

ROTEIRO ADAPTADO
Charlie Wachtel, David Rabinowitz, Kevin Willmott e Spike Lee – Baseado no livro de Ron Stallworth (Infiltrado na Klan)
* Ryan Coogler, Joe Robert Cole – Baseado nos quadrinhos da Marvel Comics de Stan Lee e Jack Kirby (Pantera Negra)
* Nicole Holofcener e Jeff Whitty – Baseado no livro de Lee Israel (Poderia Me Perdoar?)
* Barry Jenkins – Baseado no romance de James Baldwin (Se a Rua Beale Falasse)
* Eric Roth, Bradley Cooper e Will Fetters – Baseado no roteiro de 1954 de Moss Hart, no roteiro de 1976 de John Gregory Dunne, Joan Didion e Frank Pierson, baseado na história William Wellman e Robert Carson (Nasce uma Estrela)

ROTEIRO DE DOCUMENTÁRIO
Ozzy Inguanzo & Dava Whisenant (Bathtubs Over Broadway)
* Michael Moore (Fahrenheit 11/9)
* Lauren Greenfield (Generation Wealth)
* Gabe Polsky (In Search of Greatness)

***

O anúncio dos vencedores do WGA ocorre no dia 17 de fevereiro.

roma dp_

Cena dentro do cinema em Roma, de Alfonso Cuarón (pic by IMDb)

A Associação Americana de Diretores de Fotografia (ASC) também divulgou suas seleções de trabalhos. A lista demonstra diversidade técnica que vai da película de 65 mm de Roma, passando pela exploração das luzes de velas em A Favorita, até o multi-formato de O Primeiro Homem.

Felizmente, é daqueles ano em que podemos dizer “Qualquer um que ganhar merece”. Até o momento, o trabalho mais premiado foi de Alfonso Cuarón por Roma, aliás, ele se tornou o primeiro DP (director of photography) a ser indicado na categoria principal fotografando o próprio filme que dirigiu. Em 2016, Cary Joji Fukunaga conseguiu o mesmo feito por Beasts of No Nation, mas pela categoria  Spotlight Award.

Pelas estatísticas, 80% dos trabalhos nas listas do ASC vão parar na categoria de Fotografia do Oscar. Normalmente, quatro estão em ambas as listas, e um é substituído. À princípio, nessa dança das cadeiras, Matthew Libatique por Nasce uma Estrela pode perder seu lugar para um dos ausentes mais comentados: Rachel Morrison (que se tornou a primeira DP mulher indicada ao ASC e ao Oscar por Mudbound) por Pantera Negra, ou James Laxton por Se a Rua Beale Falasse.

MELHOR FOTOGRAFIA
* Alfonso Cuarón (Roma)
* Matthew Libatique (Nasce uma Estrela)
* Robbie Ryan (A Favorita)
* Linus Sandgren (O Primeiro Homem)
* Łukasz Żal (Guerra Fria)

PRÊMIO SPOTLIGHT
* Joshua James Richards (Domando o Destino)
* Giorgi Shvelidze (Namme)
* Frank van den Eeden (Girl)

THE RIDER

Joshua James Richards conseguiu explorar o melhor no singelo Domando o Destino (pic by IMDb)

Pela categoria do prêmio Spotlight para filmes menos conhecidos, Joshua James Richards merece o destaque por explorar a beleza natural do cenário, identificando sua luz no protagonista e seu paixão pelo cavalo em Domando o Destino, que faturou o prêmio de Melhor Filme no último Gotham Award.

***

A cerimônia do 33º ASC Awards está marcado para o dia 09 de fevereiro.

blackkkansman8

John David Washington e Laura Harrier em cena de Infiltrado na Klan (pic by outnow.ch)

Com cerca de 1.000 membros, o sindicato de Montadores também anunciou seus indicados na última segunda. Aqui a porcentagem de acerto é um pouco melhor do que a de Fotografia com 88% considerando os últimos 25 anos.

Aqui, como no Globo de Ouro, o Eddie é dividido em duas categorias: Drama e Comédia, além das de Animação e Documentário, o que dificulta no esquecimento de alguns trabalhos mais fortes. No ano passado, Dunkirk levou Montagem – Drama e acabou ficando com o Oscar também. Normalmente, os filmes de ação e guerra têm boa vantagem em relação aos demais gêneros. E o prêmio costuma revelar o Melhor Filme. Dificilmente o filme que levar Melhor Filme não vai estar indicado ao Oscar de Montagem.

Achei curiosa a indicação de Infiltrado na Klan como Drama. Apesar do tema sério do racismo, fica nítido que Spike Lee dirigiu uma comédia. O resultado pode ser catastrófico como no Globo de Ouro, de onde saiu de mãos abanando.

MELHOR MONTAGEM (DRAMA)
* Barry Alexander Brown (Infiltrado na Klan)
* John Ottman (Bohemian Rhapsody)
* Tom Cross (O Primeiro Homem)
* Alfonso Cuarón & Adam Gough (Roma)
* Jay Cassidy (Nasce uma Estrela)

MELHOR MONTAGEM (COMÉDIA)
* Myron Kerstein (Podres de Ricos)
* Craig Alpert, Elísabet Ronaldsdóttir, Dirk Westervelt (Deadpool 2)
* Yorgos Mavropsaridis (A Favorita)
* Patrick J. Don Vito (Green Book: O Guia)
* Hank Corwin (Vice)

MELHOR MONTAGEM DE ANIMAÇÃO
* Stephen Schaffer (Os Incríveis 2)
* Andrew Weisblum, Ralph Foster, Edward Bursch (Ilha dos Cachorros)
* Robert Fisher, Jr. (Homem-Aranha no Aranhaverso)

MELHOR MONTAGEM DE DOCUMENTÁRIO
* Bob Eisenhardt (Free Solo)
* Carla Gutierrez (RBG)
* Michael Harte (Três Estranhos Idênticos)
* Jeff Malmberg, Aaron Wickenden (Won’t You Be My Neighbor?)

MELHOR MONTAGEM DE DOCUMENTÁRIO (FEITO PARA TV)
* Martin Singer (A Final Cut for Orson: 40 Years in the Making)
* Greg Finton, Poppy Das (Robin Williams: Come Inside My Mind)
* Neil Meiklejohn (Wild Wild Country, Part 3)
* Joe Beshenkovsky (The Zen Diaries of Garry Shandling)

***

A cerimônia do 69º Eddie Awards acontecerá no dia 1º de fevereiro.

'A Star Is Born' Film - 2018

Bradley Cooper explica cena para diretor de fotografia Matthew Libatique para Nasce uma Estrela (pic by Variety)

Entre todos os prêmios de sindicato, o Directors Guild of America (DGA) é o mais importante pelo seu histórico de ter apenas sete divergências entre ele e o Oscar, sendo a última em 2013, naquele episódio fatídico do Ben Affleck ficar de fora da categoria por Argo. As estatísticas, como citei, são as maiores: 90% de acerto em relação ao Oscar, ou seja, quem ganhar aqui, está com uma das mãos na estatueta dourada.

MELHOR DIREÇÃO

  • Bradley Cooper (Nasce uma Estrela)
  • Alfonso Cuarón (Roma)
  • Peter Farrelly (Green Book: O Guia)
  • Spike Lee (Infiltrado na Klan)
  • Adam McKay (Vice)

Apesar da vasta filmografia, Spike Lee é apenas o quinto diretor negro indicado ao DGA. O primeiro foi Lee Daniels (Preciosa) em 2010, Steve McQueen (12 Anos de Escravidão) em 2014, Barry Jenkins (Moonlight) em 2017 e Jordan Peele (Corra!) ano passado. Na verdade, esse é um dado estatístico que não costumo dar muita importância, porque parece que estou pedindo mais diretores negros indicados APENAS pela cor da pele. Gostaria de ver diretores negros mais reconhecidos apenas por seus trabalhos, assim como queria que Spike Lee tivesse sido indicado lá atrás em 1990 por Faça a Coisa Certa.

Ainda na temática politicamente correta, houve bons trabalhos de diretoras mulheres em 2018 como Poderia Me Perdoar?, da Marielle Heller, e Mais uma Chance, da Tamara Jenkins, mas particularmente, se fosse defender campanha feminina seria apenas da Chloé Zhao no independente Domando o Destino.

Voltando à lista do DGA, a inclusão de Peter Farrelly foi uma surpresa. Apesar da recente vitória de seu Green Book no Globo de Ouro ter ajudado bastante, o diretor nunca gozou de uma boa reputação como diretor em Hollywood, porque suas comédias escrachadas e politicamente incorretas sempre sofreram preconceito. Por isso, se alguém da lista não conseguir espaço no Oscar, acredito que será ele.

Por outro lado, se alguém conseguir surpreender, temos alguns nomes na fila de espera como o de Barry Jenkins (Se a Rua Beale Falasse), Damien Chazelle (O Primeiro Homem), Yorgos Lanthimos (A Favorita) e até Ryan Coogler (Pantera Negra).

MELHOR DIRETOR ESTREANTE

  • Bo Burnham (Oitava Série)
  • Bradley Cooper (Nasce uma Estrela)
  • Carlos Lopez Estrada (Ponto Cego)
  • Matthew Heineman (A Private War)
  • Boots Riley (Sorry to Bother You)

Na categoria de estreantes, Bradley Cooper aparece novamente e é o que mais tem chances de vitória, a menos que ganhe Direção e o prêmio de estreante vá para outro. Se for para Bo Burnham, seria um prêmio bem justo, pois ele trouxe muita energia e vibração desta nova geração de adolescentes em Oitava Série.

eighth-grade-bo-burnham

Bo Burnham dirige Elsie Fisher em cena de Oitava Série (pic by Vanity Fair)

Não vi os demais diretores indicados aqui, mas sem querer menosprezar esses trabalhos, ressalto aqui a estréia corajosa de Ari Aster em Hereditário, que mostrou muita personalidade na criação de atmosfera de terror psicológico, e Aneesh Chaganti por Buscando…, que teve ótimas sacadas para seu filme se apoiar exclusivamente de telas de celular, computador e TV.

Sobre Matthew Heineman, um fato curioso: ele foi indicado como estreante, mas já ganhou dois prêmios do DGA por Cartel Land e City Ghosts, mas como se tratam de documentários, eles consideram estréia na ficção.

***

A 71ª cerimônia de premiação do DGA está agendada para o dia 02 de fevereiro. 

‘ROMA’ é ELEITO o MELHOR FILME pelos CRÍTICOS de LOS ANGELES

Roma 3

Cena de Roma, vencedor dos prêmios de Melhor Filme e Melhor Fotografia no LAFCA (pic by IMDb)

APÓS CONQUISTAR NYFCC, FILME DO MEXICANO ALFONSO CUARÓN REPETE FEITO NO LAFCA

Seguindo o calendário dos prêmios da crítica, chegou a vez de Los Angeles. O que mais gosto do povo de LA é a mente aberta que eles têm em relação aos filmes em língua estrangeira. Todo ano, eles dão algum jeito de conceder um prêmio (além da própria categoria, claro). Normalmente, eles gostam de premiar atrizes estrangeiras. Foi assim com a belga Yolande Moreau, as sul-coreanas Do-yeon Jeon e Jeong-hie Yun, a polonesa Agata Kulesza e as francesas Marion Cotillard, Adèle Exarchopoulos e Isabelle Huppert. Infelizmente, a Academia ainda tem certo preconceito em premiar atuações em idioma estrangeiro, tanto que dessas acima, a única oscarizada foi Cotillard em 2008.

Ainda em comparação ao Oscar, o Los Angeles Film Critics Association (LAFCA) não tem das melhores estatísticas. Dos últimos dez anos, acertou apenas 3 vezes, porém dois foram recentes: Moonlight e Spotlight. Ao que me parece também, as escolhas deste seleto grupo de críticos tende ao humanismo. Eles costumam selecionar produções e performances que apresentem maior ênfase no drama humanista.

Já em relação aos prêmios anteriores, o LAFCA foi na cola de seus colegas nova-iorquinos ao reconhecer Roma como Melhor Filme do ano e a Melhor Fotografia, porém, a melhor Direção ficou com Debra Granik por Não Deixe Rastros. À princípio, não soa como uma escolha politicamente correta, contudo se fosse optar por uma diretora, escolheria Marielle Heller por Poderia Me Perdoar?.

Leave no Trace Ben Foster

Não Deixe Rastros levou o prêmio de Direção para Debra Granik e seu ator, Ben Foster, ficou com o segundo lugar (pic by IMDb)

Pelas categorias de atuação, houve duas surpresas: a inclusão de Ben Foster (pelo mesmo Não Deixe Rastros) como 2º lugar de Ethan Hawke (que tenta se recuperar da ausência do Globo de Ouro) como Melhor Ator – a maioria acreditava em Bradley Cooper, Christian Bale ou Viggo Mortensen; e a premiação de Steven Yeun como Coadjuvante pelo ótimo filme sul-coreano Em Chamas, que também levou o prêmio de Melhor Filme em Língua Estrangeira ao lado do japonês Assunto de Família. Lembra que falei que os críticos de LA adoram abraçar os atores estrangeiros?

Steven Yeun Burning

Vencedor de Melhor Ator Coadjuvante, Steven Yeun como o enigmático Ben do filme sul-coreano Em Chamas (pic by IMDb)

Na ala feminina, Olivia Colman e Toni Collette estão representando bem as atrizes como vencedora e segundo lugar de Melhor Atriz, enquanto Regina King acumula mais um prêmio de Coadjuvante, e Elizabeth Debicki, mesmo em segundo lugar, ajuda Viúvas a se destacar na temporada.

Na categoria de Documentário, destaque para a vitória de Shirkers, de Sandi Tan. A produção modesta, porém bastante criativa, já está no catálogo brasileiro da Netflix para conferir. Já o Melhor Longa de Animação foi para o surpreendente Homem-Aranha no Aranhaverso, que conseguiu a proeza de bater o segundo lugar da Pixar, Os Incríveis 2. A grande questão é: “E Ilha dos Cachorros?” Não vai ganhar nada?

Shirkers

Shirkers, o documentário sobre o filme perdido dos anos 90, ganha como Melhor Documentário (pic by IMDb)

Dos prêmios especiais, merecido o reconhecimento da diretora chinesa Chloé Zhao pelo humilde e tocante Domando o Destino. Não poderia faltar um citação especial para o último trabalho do mestre Orson Welles por The Other Side of the Wind. E o prêmio pelo conjunto da obra para um dos maiores animadores da história do Cinema: o japonês Hayao Miyazaki, responsável por clássicos da animação como Meu Vizinho Totoro, A Viagem de Chihiro e O Castelo Animado.

VENCEDORES DO 44º LAFCA (2018):

MELHOR FILME: Roma (Roma)
2º lugar: Em Chamas (Beoning)

MELHOR DIRETOR: Debra Granik (Não Deixe Rastros)
2º lugar: Alfonso Cuarón (Roma)

MELHOR ATOR: Ethan Hawke (First Reformed)
2º lugar: Ben Foster (Não Deixe Rastros)

MELHOR ATRIZ: Olivia Colman (A Favorita)
2º lugar: Toni Collette (Hereditário)

MELHOR ATOR COADJUVANTE: Steven Yeun (Em Chamas)
2º lugar: Hugh Grant (Paddington 2)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE: Regina King (Se a Rua Beale Falasse)
2º lugar: Elizabeth Debicki (Viúvas)

MELHOR ROTEIRO: Nicole Holofcener, Jeff Whitty (Poderia Me Perdoar?)
2º lugar: Deborah Davis, Tony McNamara (A Favorita)

MELHOR FOTOGRAFIA: Alfonso Cuarón (Roma)
2º lugar: James Laxton (Se a Rua Beale Falasse)

MELHOR MONTAGEM: Joshua Altman, Bing Liu (Minding the Gap)
2º lugar: Alfonso Cuarón, Adam Gough (Roma)

MELHOR TRILHA MUSICAL: Nicholas Brittel (Se a Rua Beale Falasse)
2º lugar: Justin Hurwitz (O Primeiro Homem)

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE: Hannah Beachler (Pantera Negra)
2º lugar: Fiona Crombie (A Favorita)

MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA: Em Chamas, de Lee Chang-dong (CORÉIA DO SUL) e Assunto de Família, de Hirokazu Koreeda (JAPÃO) – EMPATE

MELHOR LONGA DE ANIMAÇÃO: Homem-Aranha no Aranhaverso (Spider-Man into the Spiderverse), de Bob Persichetti, Peter Ramsey, Rodney Rothman
2º lugar: Os Incríveis 2 (Incredibles 2), de Brad Bird

MELHOR DOCUMENTÁRIO: Shirkers, de Sandi Tan
2º lugar: Minding the Gap, de Bing Liu

PRÊMIO DOUGLAS EDWARDS PARA FILME EXPERIMENTAL: Green Frog, de Evan Johnson, Galen Johnson e Guy Maddin

PRÊMIO NEW GENERATION: Chloé Zhao (Domando o Destino)

CITAÇÃO ESPECIAL: The Other Side of the Wind, de Orson Welles

PRÊMIO PELO CONJUNTO DA OBRA: Hayao Miyazaki

NATIONAL BOARD OF REVIEW premia ‘GREEN BOOK: O GUIA’ como MELHOR FILME

 

Film Title: Green Book

Viggo Mortensen contracena com Mahershala Ali em cena de Green Book: O Guia

FILME-FÓRMULA SOBRE RELAÇÃO INTER-RACIAL CONQUISTA O NBR

O National Board of Review divulgou sua seleção de 2018 hoje, dia 27 de novembro. De todos os prêmios da crítica, o NBR é o que mais perdeu credibilidade nos últimos anos. Não somente por não prever os filmes do Oscar, mas por reconhecer produções de qualidade meio duvidosa.

Em 2017, a organização composta por cineastas, profissionais e acadêmicos concedeu o prêmio de Melhor Filme para The Post: A Guerra Secreta. Fala sério! Até o Spielberg sabe que este foi um de seus piores trabalhos! Em 2015, deram os prêmios de Ator para Matt Damon e Diretor para Ridley Scott por Perdido em Marte. E em 2014, premiaram O Ano Mais Violento como Melhor Filme e seus atores Oscar Isaac e Jessica Chastain.

Este ano, o NBR premiou Green Book: O Guia como Melhor Filme, e reconheceram Viggo Mortensen como Melhor Ator. Até então, o filme dirigido por Peter Farrelly tinha como maior reconhecimento em seu currículo o prêmio do People’s Choice Award no Festival de Toronto. Pode ser um ótimo filme? Sim, claro. Mas pelas críticas até o momento, o filme seria uma versão masculina da fórmula batida de Estrelas Além do Tempo e Histórias Cruzadas, ambos indicados ao Oscar de Melhor Filme. A questão racial continua em alta em Hollywood e Green Book certamente fará a alegria da ideologia do politicamente correto.

A Star is Born

Vencedores do NBR, Lady Gaga e Bradley Cooper em cena de Nasce uma Estrela (pic by OutNow.CH)

Pelas categorias de atuação, o histórico dos últimos cinco anos não é nada bom. Três acertos em 20 possíveis em relação ao Oscar, ou seja, Viggo Mortensen, Lady Gaga, Sam Elliott e Regina King não se animem muito! Com exceção de Elliott, acredito que os outros três vencedores estarão entre os futuros indicados pela Academia, mas mesmo assim, as chances de vitória ainda são relativamente baixas.

Pelas categorias de Roteiro, tanto Paul Schrader, que acabou de levar o Gotham Awards por First Reformed, como Barry Jenkins por Se a Rua Beale Falasse, devem ser figuras presentes durante toda esta temporada. Por se tratar de um filme meio pesado pela temática e até filosófico demais para o Oscar, acreditava que Schrader morreria na praia, mas com esses prêmios recentes, sua campanha pode deslanchar de vez. Já Jenkins, já premiado por Moonlight, não deve encontrar dificuldades de ser indicado novamente.

Honestamente, fiquei um pouco surpreso com a vitória de Bradley Cooper como Diretor por Nasce uma Estrela. Não que não mereça tal honraria, mas por se tratar de uma estréia na direção, poderiam tê-lo premiado como Diretor Estreante, que foi para Bo Burnham, merecidamente, por Oitava Série.

Dentre os filmes totalmente ignorados pelo NBR estão A Favorita, do Yorgos Lanthimos (nenhuma das três atrizes deu as caras por aqui), O Primeiro Homem, de Damien Chazelle, o Vice, de Adam McKay, e o Infiltrado na Klan, de Spike Lee.

Por preferência pessoal, votaria em Ilha dos Cachorros no lugar de Os Incríveis 2 como Melhor Longa de Animação, e votaria no sul-coreano Em Chamas no lugar do polonês Guerra Fria como Filme em Língua Estrangeira. Aliás, foi uma surpresa Roma, de Alfonso Cuarón, não ter sido o premiado aqui, mas ficou entre os cinco melhores.

Cold War 2

Joanna Kulig e Tomasz Kot em cena de Guerra Fria (pic by OutNow.CH)

Apesar da lista de vencedores já ter sido divulgada, a cerimônia de entrega dos prêmios só acontecerá no dia 08 de janeiro em Nova York.

Vencedores do National Board of Review 2018:

FILME
Green Book: O Guia (Green Book)

DIREÇÃO
Bradley Cooper (Nasce uma Estrela)

ATOR
Viggo Mortensen (Green Book: O Guia)

ATRIZ
Lady Gaga (Nasce uma Estrela)

ATOR COADJUVANTE
Sam Elliott (Nasce uma Estrela)

ATRIZ COADJUVANTE
Regina King (Se a Rua Beale Falasse)

ROTEIRO ORIGINAL
Paul Schrader (First Reformed)

ROTEIRO ADAPTADO
Barry Jenkins (Se a Rua Beale Falasse)

LONGA DE ANIMAÇÃO
Os Incríveis 2 (Incredibles 2)

REVELAÇÃO
Thomasin McKenzie (Não Deixe Rastros)

DIRETOR ESTREANTE
Bo Burnham (Oitava Série)

FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
Guerra Fria (Zimna wojna), de Pawel Pawlikowski

DOCUMENTÁRIO
RBG, de Julie Cohen e Betsy West

ELENCO
Podres de Ricos (Crazy Rich Asians)

WILLIAM K. EVERSON FILM HISTORY AWARD
O Outro Lado do Vento (The Other Side of the Wind), de Orson Welles

Serei Amado Quando Morrer (They’ll Love Me When I’m Dead), de Morgan Neville

NBR FREEDOM OF EXPRESSION AWARD
22 de Julho (22 July), de Paul Greengrass
On Her Shoulders, de Alexandria Bombach

TOP 10 FILMES (em ordem alfabética)
The Ballad of Buster Scruggs
Pantera Negra (Black Panther)
Poderia me Perdoar? (Can You Ever Forgive Me?)
Oitava Série (Eighth Grade)
First Reformed
Se a Rua Beale Falasse (If Beale Street Could Talk)
O Retorno de Mary Poppins (Mary Poppins Returns)
Um Lugar Silencioso (A Quiet Place)
Roma
Nasce uma Estrela (A Star Is Born)

TOP 5 FILMES EM LÍNGUA ESTRANGEIRA (in alphabetical order)
Em Chamas (Beoning)
Custódia (Jusqu’à la garde)
A Culpa (Den skyldige)
Happy as Lazzaro (Lazzaro Felice)
Assunto de Família (Manbiki kazoku)

TOP 5 DOCUMENTÁRIOS (in alphabetical order)
Crime + Punishment
Free Solo
Minding the Gap
Three Identical Strangers
Won’t You Be My Neighbor?

TOP 10 FILMES INDEPENDENTES (in alphabetical order)
A Morte de Stalin (The Death of Stalin)
A Rota Selvagem (Lean on Pete)
Não Deixe Rastros (Leave No Trace)
Mid90s
The Old Man & the Gun
Domando o Destino (The Rider)
Buscando… (Searching)
Sorry to Bother You
We the Animals
Você Nunca Esteve Realmente Aqui (You Were Never Really Here)

‘FIRST REFORMED’ e ‘A FAVORITA’ LARGAM NA FRENTE no GOTHAM AWARDS

 

First Reformed

Ethan Hawke em First Reformed, com 3 indicações no Gotham Awards (pic by myfilm.gr)

DRAMA DE PAUL SCHRADER E COMÉDIA HISTÓRICA DE YORGOS LANTHIMOS SÃO OS DESTAQUES DOS INDEPENDENTES

Na última quinta-feira, dia 18, foi dada a largada oficial da temporada de premiações com o anúncio dos indicados do Gotham Awards. Apesar de estar apenas em sua 28ª edição, o prêmio concedido pelo IFP (Independent Filmmaker Project) foca em produções independentes. algo que o Independent Spirit Awards costumava fazer até os anos 90, quando ainda não era o precursor do Oscar.

Com três indicações, First Reformed, de Paul Schrader, lidera a corrida pelas categorias Filme, Roteiro e Ator (Ethan Hawke). A Favorita, de Yorgos Lanthimos, empata tecnicamente, pois além de indicações de Filme e Roteiro, recebeu um prêmio especial de Elenco pelo trio Olivia Colman, Rachel Weisz e Emma Stone como forma de compensá-las pela ausência nas categorias de atuação.

Rachel Weisz, Olivia Colman, Emma Stone

Rachel Weisz, Olivia Colman e Emma Stone em premiere de A Favorita. Trio recebeu o prêmio de Elenco no Gotham Awards. Pic by Firstpost

Aliás, sobre a categoria de atriz, temos um embate interessante de veteranas: Glenn Close, que já vinha conquistando espaço nas campanhas para sua sétima indicação ao Oscar, e Michelle Pfeiffer, que após décadas desde sua última indicação ao Oscar em 1993, pode finalmente voltar aos holofotes do tapete vermelho. Curiosamente, ambas são atrizes que se destacaram na década de 90, e depois foram perdendo força no cinema.

Elas competem pelo prêmio de Atriz do Gotham com Toni Collette. A atriz australiana recebeu merecidos elogios pela intensa performance no terror psicológico Hereditário, de Ari Aster, que também compete como Diretor Estreante. Alguns acreditam que ela será indicada pela Academia pela segunda vez (curiosamente, a primeira vez também foi com um filme de terror: O Sexto Sentido), pois os tempos mudaram, e os filmes de gênero não sofrem tanto com o conservadorismo como antigamente.

Toni Collette Hereditary

Toni Collette intensa em Hereditário: 2 indicações para o Gotham (pic by IMDb)

Falando em gênero, a edição anterior do Gotham premiou Corra! em três categorias: Roteiro, Prêmio do Público e Diretor Estreante para Jordan Peele, resultando no Oscar de Roteiro Original; assim como o prêmio de Melhor Filme que foi para Me Chame Pelo Seu Nome, que terminou com o Oscar de Roteiro Adaptado, ou seja, Gotham Awards está no mapa da temporada de premiações.

Também gostaria de destacar as duas indicações para a “dramédia” Eighth Grade (que deve se chamar Oitava Série aqui no Brasil). Trata-se da estréia de Bo Burnham, que era youtuber, e decidiu dirigir um filme sobre essa fase complicada da adolescência e sua relação com a tecnologia. Existe um certo frescor na linguagem narrativa de Burnham, muito auxiliado pela ótima performance da jovem Elsie Fisher.

Elsie Fisher Eighth Grade

Elsie Fisher em cena de Eighth Grade: 2 indicações para o Gotham Awards (pic by imdb.com)

Ainda sem título no Brasil, vale destacar o drama First Reformed, escrito e dirigido por Paul Schrader. No centro da trama, temos um padre, vivido pelo consistente Ethan Hawke, lutando contra seus ideais religiosos após um incidente com o marido de uma fiel de sua igreja. Cheguei a comentar no Letterboxd, que se tratava do primeiro filme em vários anos que tínhamos um padre protagonista sem lidar com questões típicas como pedofilia, exorcismo, demônios ou assédio sexual, o que já é digno de nota.

Badalado pela vitória no Oscar 2017 por Moonlight, o novo filme do diretor Barry Jenkins, If Beale Street Could Talk, foi reconhecido em duas categorias aqui: Filme e Atriz Revelação para Kiki Layne, que faz a esposa que tem seu marido preso por engano. De temática negra ou afro, o filme deve crescer bastante ainda pelas campanhas, assim como The Green Book, que ficou de fora do Gotham.

MELHOR FILME
First Reformed
A Favorita (The Favorite)
Madeline de Madeline (Madeline’s Madeline)
If Beale Street Could Talk
Domando o Destino (The Rider)

MELHOR DOCUMENTÁRIO
Bisbee ‘17
Hale County This Morning, This Evening
Minding the Gap
Shirkers
Won’t You Be My Neighbor?

PRÊMIO BINGHAM RAY PARA DIRETOR ESTREANTE
Bo Burnham (Oitava Série)
Ari Aster (Hereditário)
Boots Riley (Sorry to Bother You)
Crystal Moselle (Skate Kitchen)
Jennifer Fox (O Conto)

MELHOR ROTEIRO
Deborah Davis, Tony McNamara (A Favorita)
Cory Finley (Thoroughbreds)
Paul Schrader (First Reformed)
Tamara Jenkins (Mais uma Chance)
Andrew Bujalski (Support the Girls)

MELHOR ATOR
Adam Driver (Infiltrado na Klan)
Ben Foster (Não Deixe Rastros)
Richard E. Grant (Poderia me Perdoar?)
Ethan Hawke (First Reformed)
Lakeith Stanfield (Sorry to Bother You)

MELHOR ATRIZ
Glenn Close (The Wife)
Toni Collette (Hereditário)
Kathryn Hahn (Mais uma Chance)
Regina Hall (Support the Girls)
Michelle Pfeiffer (Where is Kyra?)

ATOR OU ATRIZ REVELAÇÃO
Thomasin Harcourt (Não Deixe Rastros)
Helena Howard (A Madeline de Madeline)
Kiki Layne (If Beale Street Could Talk)
Elsie Fisher (Oitava Série)
Yalitza Aparicio (Roma)

SÉRIE REVELAÇÃO – EPISÓDIOS LONGOS
Alias Grace
Big Mouth
The End of the F***ing World
Killing Eve
Pose
Sharp Objects

SÉRIE REVELAÇÃO – EPISÓDIOS CURTOS
195 Lewis
Cleaner Daze
Distance
The F Word
She’s the Ticket

PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI PARA PERFORMANCE DE ELENCO
Olivia Colman, Emma Stone, Rachel Weisz (A Favorita)

***

A 28ª edição do Gotham Awards acontecerá no dia 26 de novembro em Nova York.

%d blogueiros gostam disto: