Taika Waititi e Bong Joon Ho com seus prêmios do WGA (pic by @neonrated)
FILMES GANHAM PRÊMIOS COM ASTERISCOS
Na noite deste sábado, dia 1º de fevereiro, o sindicato de roteiristas (WGA) entregou seus prêmios de Cinema e de TV.
Seguem os vencedores destacados na cor azul:
ROTEIRO ORIGINAL
1917, de Sam Mendes e Krysty Wilson-Cairns
Fora de Série (Booksmart), de Emily Halpern, Sarah Haskins, Susanna Fogel e Katie Silberman
Entre Facas e Segredos (Knives Out), de Rian Johnson
História de um Casamento (Marriage Story), de Noah Baumbach
Parasita (Parasite), de Bong Joon Ho e Han Jin Won
ROTEIRO ADAPTADO
Um Lindo Dia na Vizinhança (A Beautiful Day in the Neighborhood), de Micah Fitzerman-Blue e Noah Harpster – inspirado no artigo “Can You Say… Hero?”, por Tom Junod
O Irlandês (The Irishman), de Steven Zaillian – baseado no livro “I Heard You Paint Houses”, de Charles Brandt
Jojo Rabbit, de Taika Waititi – baseado no livro “Caging Skies”, de Christine Leunens
Coringa (Joker), de Todd Phillips e Scott Silver – baseado nos personagens da DC Comics
Adoráveis Mulheres (Little Women), de Greta Gerwig – baseado no romance de Louisa May Alcott
ROTEIRO DE DOCUMENTÁRIO
Citizen K, de Alex Gibney
Foster, de Mark Jonathan Harris
The Inventor: Out for Blood in Silicon Valley, de Alex Gibney
Joseph Pulitzer: Voice of the People, de Robert Seidman e Oren Rudavsky
The Kingmaker, de Lauren Greenfield
Cenas de Parasita e Jojo Rabbit, que venceram os prêmios de roteiro
A vitória de Taika Waititi dá um novo fôlego para seu Jojo Rabbit, já que bateu três dos seus quatro concorrentes ao Oscar, faltando apenas Anthony McCarten de Dois Papas. Vencedor do prêmio do público no último Festival de Toronto, a sátira do Nazismo também levou os prêmios dos sindicatos de Montagem (Comédia ou Musical) e Figurino (de Época). Com essa campanha vitoriosa, é provável que Jojo Rabbit saia do Oscar com pelo menos uma estatueta… mas qual?
Até antes desta premiação, Greta Gerwig era a favorita por sua adaptação de Adoráveis Mulheres, mas Taika Waititi pode se tornar uma ameaça com o WGA vencido. Lembrando que a votação do Oscar se encerra apenas no dia 04 de Fevereiro (terça-feira), o que permite mudanças de escolhas de última hora.
Cena de Adoráveis Mulheres, de Greta Gerwig (pic by IMDb)
Já na categoria de Roteiro Original, embora a premiação de Bong Joon Ho e Han Jin Won por Parasita ajude a manter o filme na mente dos votantes, é preciso se ater ao fato de que Quentin Tarantino não concorria com Era Uma Vez em… Hollywood, já que ele não é membro do sindicato. E mais importante: Tarantino já ganhou o Oscar (por Django Livre) mesmo nem concorrendo ao WGA. Será que a história de 2013 vai se repetir aqui? E se for o caso, Bong Joon Ho vai levar apenas o Oscar de Melhor Filme Internacional? Porque o DGA praticamente sacramentou a vitória de Sam Mendes como Melhor Diretor…
Cena de Era Uma Vez em… Hollywood (pic by IMDb)
Em seu discurso de agradecimento, o diretor e roteirista sul-coreano disse: “Vocês entenderam a estrutura e nossa história e as nuances de nossos diálogos. É surpreendente!”, e depois fechou com uma declaração anti-Trump: “Algumas pessoas constroem barreiras mais altas. Nós, escritores, nós amamos destrui-las.”
A categoria de Documentário acaba não interferindo na corrida pelo Oscar, pois nenhum dos indicados aqui estão na lista final da Academia. Mas vale lembrar que o vencedor Alex Gibney, já venceu o Oscar por Táxi Para a Escuridão em 2008.
Pra quem ficou curioso, segue a tabela dos últimos dez anos comparando o WGA e o Oscar:
ANO
WGA ORIGINAL
OSCAR ORIGINAL
WGA ADAPTADO
OSCAR ADAPTADO
2019
Oitava Série
Green Book
Poderia Me Perdoar?
Infiltrado na Klan
2018
Corra!
Corra!
Me Chame Pelo seu Nome
Me Chame Pelo seu Nome
2017
Moonlight
Manchester à Beira-Mar
A Chegada
Moonlight
2016
Spotlight
Spotlight
A Grande Aposta
A Grande Aposta
2015
O Grande Hotel Budapeste
Birdman
O Jogo da Imitação
O Jogo da Imitação
2014
Ela
Ela
Capitão Phillips
12 Anos de Escravidão
2013
A Hora Mais Escura
Django Livre
Argo
Argo
2012
Meia-Noite em Paris
Meia-Noite em Paris
Os Descendentes
Os Descendentes
2011
A Origem
O Discurso do Rei
A Rede Social
A Rede Social
2010
Guerra ao Terror
Guerra ao Terror
Amor Sem Escalas
Preciosa
Normalmente, o WGA acerta pelo menos um dos vencedores do Oscar de Roteiro, mas por exemplo, no ano passado, tivemos duas divergências, algo que foi raro nos anos anteriores.
No final das contas, o resultado do WGA não ajuda em nada nas previsões, pois Era Uma Vez em… Hollywood não estava concorrendo, e na categoria de Roteiro Adaptado, é provável que muitos votantes (especialmente as mulheres) optem por Greta Gerwig como forma de protesto pela ausência de mulheres na categoria de Direção.
Cena da série Succession, da HBO (pic by IMDb)
Confira os vencedores das categorias de TV:
TELEVISION
Drama series “Succession” (HBO)
Comedy series “Barry,” written by Alec Berg, Duffy Boudreau, Bill Hader, Emily Heller, Jason Kim, Taofik Kolade, Elizabeth Sarnoff (HBO)
New Series “Watchmen” (HBO)
Long Form Original “Chernobyl,” written by Craig Mazin (HBO)
Long Form Adapted “Fosse/Verdon” (FX)
Short Form New Media “Special,” written by Ryan O’Connell (Netflix)
Animation “Thanksgiving of Horror” (“The Simpsons”) (FOX)
Episodic Drama “Tern Haven” (“Succession”), written by Will Tracy (HBO)
Episodic Comedy “Pilot” (“Dead to Me”), written by Liz Feldman (Netflix)
Comedy/Variety Talk Series “Last Week Tonight with John Oliver” (HBO)
Comedy/Variety Sketch Series “Full Frontal with Samantha Bee Presents: Not the White House Correspondents’ Dinner Part 2” (TBS)
Comedy/Variety Specials “I Think You Should Leave with Tim Robinson” (Netflix)
Daytime “The Young and the Restless,” written by Amanda L. Beall, Jeff Beldner, Sara Bibel, Matt Clifford, Annie Compton, Christopher Dunn, Sara Endsley, Janice Ferri Esser, Mellinda Hensley, LynnMartin, Anne Schoettle, Natalie Minardi Slater, Teresa Zimmerman (CBS) WINNER
Documentary Script — Other than Current Events “Right to Fail” (Frontline), written by Tom Jennings (PBS)
Documentary Script — Current Events “Trump’s Trade War” (Frontline), written by Rick Young (PBS)
News Script — Analysis, Feature or Commentary “Fly Like An Eagle” (60 Minutes), written by Katie Kerbstat Jacobson, Scott Pelley, Nicole Young (CBS)
News Script — Regularly Scheduled, Bulletin or Breaking Report “Terror in America: The Massacres in El Paso and Dayton” (Special Edition of the CBS Evening News with Norah O’Donnell), written by Jerry Cipriano, Joe Clines, Bob Meyer (CBS)
Quiz and Audience Participation “Are You Smarter Than a 5th Grader?,” head writer Bret Calvert, writers Seth Harrington, Rosemarie DiSalvo (Nickelodeon)
Children’s Episodic, Longform and Specials “Remember Black Elvis?” (Family Reunion), written by Howard Jordan, Jr. (Netflix)
A 92ª cerimônia do Oscar acontece no dia 09 de Fevereiro. Não esqueça de participar de nosso Bolão do Oscar.
ASSOCIAÇÃO TEM UMA QUEDA TRADICIONAL POR FILMES EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
Apesar de ter o costume maior de premiar atores estrangeiros, a associação de críticos de Los Angeles elegeu como Melhor Filme pela segunda vez consecutiva uma produção de língua estrangeira após o mexicano Roma. E em 2012, elegeu o europeu Amor, de Michael Haneke.
Além de ser reconhecido como Melhor Filme, Parasita foi premiado nas categorias de Direção para Bong Joon-Ho e Ator Coadjuvante para Song Kang Ho, que interpreta o pai da família Kim. O filme sul-coreano também conquistou o segundo lugar nas categorias de Roteiro e Design de Produção (por aquela belíssima e funcional mansão da família Park).
ATOR COADJUVANTE: Song Kang-Ho (Parasita)
“Nossos estimados vencedores deste ano dão seguimento à tendência da nossa associação de defender um quadro diverso e inclusivo de filmes extraordinários. Cineastas vencedores são saudados ao redor do globo, incluindo Coréia do Sul, Espanha e França, enfatizando como filme transcende as fronteiras geográficas e dialoga com nossa experiência emocional compartilhada” declarou a presidente Claudia Puig.
Nos últimos anos, a LAFCA elegeu Moonlight e Spotlight como Melhor Filme, que acabaram levando o Oscar também. Em outros anos, seus vencedores estavam na lista de indicados a Melhor Filme: Roma, Me Chame Pelo Seu Nome, Boyhood e Gravidade e Ela, que dividiram o prêmio em 2013.
ATOR: Antonio Banderas (Dor e Glória)
SOBRE OS VENCEDORES
Além do ótimo desempenho de Parasita, que certamente melhora ainda mais a campanha do filme na temporada, a premiação também dá aquele up para o espanhol Dor e Glória, que venceu como Filme em Língua Estrangeira, e para o francês Retrato de uma Jovem em Chamas, que além de ter ficado com o 2° lugar, ainda levou o prêmio de Fotografia, dando um apoio importante ao filme de Céline Sciamma, que foi preterido pela comissão francesa que optou por Les Miserábles para representar o país no Oscar. A diretora de fotografia Claire Mathon venceu por dois trabalhos: Retrato e Atlantique (que está na Netflix). Caso sua campanha continue avançando, ela pode se tornar a segunda mulher indicada ao Oscar de Fotografia depois de Rachel Morrison (Mudbound).
ATRIZ COADJUVANTE: Jennifer Lopez (As Golpistas)
Na categoria de Longa de Animação, o francês Perdi Meu Corpo bateu os grandes da Pixar (Toy Story 4 ficou com o 2º lugar), da Disney (Frozen 2) e Dreamworks (Como Treinar o Seu Dragão 3), levando ainda o prêmio de Trilha Musical, e com essas vitórias praticamente crava sua indicação ao Oscar, até mesmo porque sua disponibilidade no acervo da Netflix ajuda bastante a conquistar votos.
Pelas categorias de atuação, Mary Kay Place (A Vida de Diane) ganha uma sobrevida diante da campanha quase imbatível de Renée Zellwegger por Judy, assim como Jennifer Lopez (As Golpistas) contra Laura Dern (História de um Casamento). Na ala masculina,os estrangeiros Antonio Banderas e Song Kang-Ho reforçam suas campanhas na tentativa de conquistar suas primeiras indicações ao Oscar num ano bastante disputado.
ATRIZ: Mary Kay Place (A Vida de Diane)
VENCEDORES DO LAFCA 2019:
MELHOR FILME:Parasita
2° lugar: O Irlandês
MELHORDIRETOR:Bong Joon-Ho (Parasita)
2° lugar: Martin Scorsese (O Irlandês)
MELHOR ATRIZ:Mary Kay Place (A Vida de Diane)
2° lugar: Lupita Nyong’o (Nós)
MELHOR ATOR: Antonio Banderas (Dor e Glória)
2° lugar: Adam Driver (História de um Casamento)
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE:Jennifer Lopez (As Golpistas)
2° lugar: Shuzhen Zhao (The Farewell)
MELHOR ATOR COADJUVANTE:Song Kang Ho (Parasita)
2° lugar: Joe Pesci (O Irlandês)
MELHOR DOCUMENTÁRIO:American Factory
2° lugar: Apollo 11
MELHOR ROTEIRO:Noah Baumbach (História de um Casamento)
2° lugar: Bong Joon-Ho e Han Jin Won (Parasita)
MELHOR FOTOGRAFIA:Claire Mathon (Retrato de uma Jovem em Chamas) (Atlantique)
2° lugar: Roger Deakins (1917)
MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO:Barbara Ling (Era uma Vez em… Hollywood)
2° lugar: Ha Jun Lee (Parasita)
MELHOR MONTAGEM:Todd Douglas Miller (Apollo 11)
2° lugar: Ronald Bronstein & Benny Safdie (Uncut Gems)
MELHORTRILHA:Dan Levy (Perdi Meu Corpo)
2° lugar: Thomas Newman (1917)
MELHORFILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA:Dor e Glória
2° lugar: Retrato de uma Jovem em Chamas
MELHORLONGA DE ANIMAÇÃO:Perdi Meu Corpo
2° lugar: Toy Story 4
New Generation Prize: Joe Talbot, Jimmie Fails e Jonathan Majors (The Last Black Man in San Francisco)
Douglas Edwards Experimental Film Award: The Giverny Document
Vencedor de Melhor Ator, Casey Affleck em Manchester à Beira-Mar. (photo by moviepilot.de)
DRAMA SOBRE LUTO CONQUISTA O CORAÇÃO DOS MEMBROS DO NBR
Como muitos devem saber, o National Board of Review é um grupo formado por uma mistura de cinéfilos, acadêmicos e até profissionais da área, mas suas escolhas permanecem bem relevantes após 107 anos de história. Ultimamente, não tem sido tão parelho com os vencedores do Oscar, mas sempre mostra forte personalidade em suas escolhas dos melhores do ano. Mad Max: Estrada da Fúria, O Ano Mais Violento, Ela, A Hora Mais Escura e A Invenção de Hugo Cabret foram seus Melhores Filmes nos últimos cinco anos.
Este ano, elegeram o drama familiar de Kenneth Lonergan, Manchester à Beira-Mar, que dificilmente será esquecido no Oscar, devido ao seu roteiro inventivo e seu elenco encabeçado por um inspirado Casey Affleck. Bom, pelo menos é o que toda crítica anda dizendo: “A performance da carreira”. Indicações nas categorias de roteiro e atores já são meio caminho andado para uma campanha de sucesso.
O prêmio de direção ficou com Barry Jenkins pelo drama Moonlight, que acompanha o amadurecimento de um rapaz em Miami. Curiosamente, este é apenas o segundo trabalho de direção de longa de Jenkins. Seria muito cedo pra cogitar o primeiro Oscar para um diretor negro? Se depender da polêmica do #OscarSoWhite que deve cair matando, não duvido nem um pouco. Pelo filme, Naomie Harris também ganhou o prêmio de Atriz Coadjuvante pelo papel da mãe do rapaz, viciada em crack.
Barry Jenkins em set de Moonlight (photo by esquire.com)
Nas demais categorias de atuação, Amy Adams foi reconhecida pela ficção científica A Chegada, sobre a invasão de naves alienígenas à Terra e a tarefa árdua de encontrar uma linguagem em comum. A atriz vinha sendo cogitada também pelo filme Animais Noturnos, mas acredito que sua campanha deve se prender ao filme de Denis Villeneuve. Sua vitória dá uma ofuscada no favoritismo de Emma Stone, e se junta às demais fortes candidatas: Natalie Portman, Annette Bening, Meryl Streep e Ruth Negga.
Amy Adams em cena de A Chegada. Seu primeiro grande prêmio pela performance veio no NBR (photo by moviepilot.de)
Vivendo um policial de Texas, Jeff Bridges foi agraciado com o prêmio de Ator Coadjuvante por A Qualquer Custo. Embora seja um filme tenso e pesado, a Academia tem um forte apreço por Bridges, que vem se mostrando cada vez mais eclético e maduro em suas escolhas. Sou um pouco suspeito pra falar porque gosto de filmes de crimes, mas A Qualquer Custo promete ser um dos melhores filmes do ano.
Jeff Bridges em primeiro plano, e Gil Birmingham ao fundo, em cena de A Qualquer Custo (photo by moviepilot.de)
O prêmio de Roteiro Adaptado para Silêncio me pareceu um consolo. Trata-se de um aguardadíssimo filme de Martin Scorsese, que só recentemente lançaram o trailer. Ficou a impressão de que poucos viram e resolveram recompensar seus esforços concedendo um prêmio. O filme será lançado no final de dezembro nos EUA, e pode perder a força de sua campanha por falta de tempo. Vamos aguardar pra ver. No Brasil, não há nem previsão, mas deve chegar por aqui em fevereiro.
Na categoria de animação, vale destacar a vitória de Kubo e as Cordas Mágicas. Embora seja o primeiro filme sob a direção de Travis Knight, ele foi responsável pela produção de Os Boxtrolls (2014) e ParaNorman (2012), dois longas indicados ao Oscar. Ele bateu fortes concorrentes como Procurando Dory, Moana – Um Mar de Aventuras e Zootopia.
Cena da animação Kubo e as Cordas Mágicas, de Travis Knight (photo by moviepilot.de)
E, particularmente, adorei a inclusão do francês Elle e do sul-coreano The Handmaiden no Top 5 de filmes de língua estrangeira. São dois trabalhos altamente ousados pela temática sexual e pela narrativa.
Tae-ri Kim e Min-hee Kim no deslumbrante The Handmaiden, de Park Chan-wook (photo by moviepilot.de)
Aqui, o grande “perdedor” entre os favoritos da temporada foi o musical La La Land. Embora tenha sido mencionado entre os melhores, não chegou a ganhar nada. Quem sabe nos prêmios dos críticos de Los Angeles e Nova York?
VENCEDORES DO NATIONAL BOARD OF REVIEW:
MELHOR FILME Manchester à Beira-Mar
MELHOR DIRETOR
Barry Jenkins (Moonlight)
MELHOR ATOR
Casey Affleck (Manchester à Beira-Mar)
MELHOR ATRIZ
Amy Adams (A Chegada)
MELHOR ATOR COADJUVANTE
Jeff Bridges (A Qualquer Custo)
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Naomie Harris (Moonlight)
MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
Kenneth Lonergan (Manchester à Beira-Mar)
MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
Jay Cocks e Martin Scorsese (Silêncio)
MELHOR LONGA DE ANIMAÇÃO
Kubo e as Cordas Mágicas
MELHOR ATOR REVELAÇÃO
Lucas Hedges (Manchester à Beira-Mar)
MELHOR ATRIZ REVELAÇÃO
Royalty Hightower (The Fits)
MELHOR DIRETOR ESTREANTE
Trey Edward Shults (Krisha)
MELHOR FILEM EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
O Apartamento, de Asghar Farhadi (Irã)
MELHOR DOCUMENTÁRIO
O.J.: Made in America
MELHOR ELENCO
Estrelas Além do Tempo
PRÊMIO SPOTLIGHT
Colaboração criativa de Peter Berg e Mark Walhberg
PRÊMIO NBR FREEDOM OF EXPRESSION
Cameraperson
TOP FILMES
– A Chegada (Arrival)
– Até o Último Homem (Hacksaw Ridge)
– Ave, César! (Hail, Caesar!)
– A Qualquer Custo (Hell or High Water)
– Estrelas Além do Tempo (Hidden Figures)
– La La Land: Cantando Estações (La La Land)
– Moonlight
– Dia de Heróis (Patriots Day)
– Silêncio (Silence)
– Sully: O Herói do Rio Hudson (Sully)
TOP 5 FILMES EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
– Elle, de Paul Verhoeven
– The Handmaiden, de Park Chan-Wook
– Julieta, de Pedro Almodóvar
– Terra de Minas, de Martin Zandvliet
– Neruda, de Pablo Larraín
TOP 5 DOCUMENTÁRIOS
– De Palma
– The Eagle Huntress
– Gleason
– Life, Animated
– Miss Sharon Jones!
TOP 10 FILMES INDEPENDENTES
– 20th Century Women
– Capitão Fantástico (Captain Fantastic)
– Creative Control
– Eye in the Sky
– The Fits
– Green Room
– Doris, Redescobrindo o Amor (Hello, My Name is Doris)
– Krisha
– Morris from America
– Sing Street
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A cerimônia de entrega de prêmios do National Board of Review está marcada para o dia 04 de janeiro.
Direção de arte de Colin Gibson de Mad Max: Estrada da Fúria (photo by elfilm.com)
OS TRÊS VENCEDORES CONCORREM AO OSCAR DE DIREÇÃO DE ARTE
Se o 20º ADG (Art Directors Guild) nos disse alguma coisa com as vitórias de O Regresso, Mad Max: Estrada da Fúria e Perdido em Marte, foi que não há nada definido na categoria Direção de Arte, ou como eles dizem, Production Design, uma vez que todos os três disputam esses mesmo Oscar com Ponte dos Espiões e A Garota Dinamarquesa.
À princípio, Jack Fisk sairia na frente por seu trabalho em O Regresso por se tratar de um filme considerado de época, que costuma papar quase todos os Oscars. A Academia se derrete por trabalhos de reconstrução de época como Titanic, O Grande Gatsby e Lincoln (o mesmo vale para a categoria de Figurino), contudo, ao se ver o trailer de O Regresso, são as paisagens que se destacam mais pela fotografia do que a direção de arte, representada por uma ou outra cabaninha e um forte simples. Eu concederia o prêmio ADG para as mansões de A Colina Escarlate, mas acho que como o trabalho não foi indicado ao Oscar, preferiram premiar Fisk.
O Regresso: Uma pilha de crânios conta como direção de arte? (photo by cinemagia.ro)
Não muito atrás, ficam os vencedores da categoria de Filme de Fantasia. Nos anos mais recentes, a Academia premiou muitos trabalhos do gênero como O Grande Hotel Budapeste, A Invenção de Hugo Cabret, Alice no País das Maravilhas, Avatar e O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei. Este ano, pela reprodução do universo desértico pós-apocalíptico de Mad Max: Estrada da Fúria, Colin Gibson larga na frente de seus concorrentes. Alguns podem questionar a (falta) de direção de arte, já que a maior parte do filme se passa no deserto, mas os próprios veículos utilizados nas perseguições são trabalho de design. No início, também temos a cidade de Immortan Joe, com seus corredores de túneis, o cativeiro das moças, as gaiolas dos prisioneiros (foto) e a queda d’água em forma de caveira para o povo.
Já pela categoria de Direção de Arte – Contemporânea, o trabalho espacial de Arthur Max em Perdido em Marte foi o vitorioso. Apesar de ser uma produção convincente, há uma espécie de reciclagem da direção de arte de Prometheus (2012), a prequel de Alien: O Oitavo Passageiro (1979). As instalações espaciais são semelhantes, então dá a idéia de que muita coisa que não foi aproveitada no filme anterior foi utilizada aqui. Claro que não deixa de ter seus méritos (até mesmo porque Ennio Morricone também foi indicado ao Oscar este ano por Os 8 Odiados, trilha que foi descartada em 1982 da ficção científica de John Carpenter, O Enigma do Outro Mundo), mas considero a direção de arte meio futurista de Ex-Machina: Instinto Artificial mais merecedor de reconhecimento, já que com pouquíssimos elementos consegue dar o clima tecnológico necessário para ambientar a trama dos ciborgues. Este trabalho minimalista me lembra a bem-sucedida arte futurista de K.K. Barrett em Ela.
Perdido em Marte: cenário de Perdido em Marte ou de Prometheus? (photo by cinemagia.ro)
Os vencedores do ADG, Jack Fisk e Arthur Max, já foram indicados anteriormente, mas nunca levaram o Oscar. Colin Gibson desfruta de sua primeira indicação.
Este ano, o Art Directors Guild premiou o diretor David O. Russell com o Cinematic Imagery Award. Patrizia von Brandenstein, a primeira diretora de arte mulher a ganhar o Oscar por Amadeus, recebeu o prêmio pelo conjunto da obra. William J. Newmon, o primeiro set designer negro, o artista cênico Bill Anderson e o artista matte Harrison Ellenshaw também foram honrados.
Este ano, criaram um novo prêmio nomeado William Cameron Menzies Award para diretores de arte pioneiros. Para quem não conhece Menzies, ele foi um dos artistas mais requisitados das décadas de 20 e 30, ganhou o primeiro Oscar da categoria por A Tempestade e Mulher Cobiçada, mas ficou conhecido mesmo por seu trabalho fenomenal em …E o Vento Levou, pelo qual foi reconhecido com o Oscar Honorário por usar as cores para compor a dramaticidade. O primeiro prêmio foi concedido para o crítico de cinema Robert Osborne, que não compareceu à cerimônia.
Seguem os vencedores do 20º ADG:
CINEMA
Filme de Época Jack Fisk (O Regresso)
Fantasia Colin Gibson (Mad Max: Estrada da Fúria)
Filme Contemporâneo Arthur Max (Perdido em Marte)
TELEVISÃO
SÉRIE DE TV DE ÉPOCA OU FANTASIA DE UM HORA, CÂMERA ÚNICA:
Deborah Riley (Game of Thrones) Episódios: “High Sparrow”, “Unbowed, Unbent, Unbroken” e “Hardhome”
SÉRIE DE TV CONTEMPORÂNEA, CÂMERA ÚNICA:
Steve Arnold (House of Cards) Episódios: “Chapter 29,” “Chapter 36”
MINISSÉRIE OU FILME DE TV, CÂMERA ÚNICA:
Mark Worthington (American Horror Story: Hotel) Episódio: “Checking in”
AMERICAN HORROR STORY: HOTEL — Da cima pra baixo, esq pra direita: Mare Winningham como Miss Evers, Evan Peters como Mr. March, Cheyenne Jackson como Will Drake, Lyric Lennon como Lachlan Drake, Finn Wittrock como Tristan, Lennon Henry como Holden Lowe, Lady Gaga como The Countess, Matt Bomer como Donovan, Kathy Bates como Iris, Denis O’Hare como Liz Taylor, Wes Bentley como John Lowe, Chloe Sevigny como Alex Lowe, Sarah Paulson como Sally, Max Greenfield como Gabriel, Angela Bassett como Ramona Royale. Photo by Frank Ockenfels/FX Networks
SÉRIE DE TV DE MEIA HORA, SÉRIE DE CÂMERAS:
Denise Pizzini (The Muppets) Episódios: “The Ex-Factor,” “Pig’s in a Blanket”
SÉRIE DE TV DE MULTI-CÂMERAS:
John Shaffner (The Big Bang Theory) Episódios: “The Skywalker Incursion,” “The Mystery Date Observation,” “The Platonic Permutation”
PRÊMIOS OU EVENTOS ESPECIAIS:
Derek Mclane (The Oscars: 2015)
FORMATO CURTO: WEBSÉRIES, VIDEOCLIPE OU COMERCIAL:
Jess Gonchor (Apple Music) Episódio: “The History of Sound”
PROGRAMA DE VARIEDADE, COMPETIÇÃO, REALIDADE OU SÉRIE DE GAME SHOW:
Gary Kordan (Key & Peele) Episódios: “Ya’ll Ready for This?” “The End”
Direção de Arte de O Grande Hotel Budapeste entre os melhores trabalhos de 2014 (photo by cinemagia.ro)
O GRANDE HOTEL BUDAPESTE POSSUI MAIS TRIUNFOS DO QUE OS CONCORRENTES
Seguindo a carreata de anúncio de sindicatos, o Art Directors Guild (ADG) divulgou a lista de seus indicados nas três categorias: filme de época, fantasia e contemporâneo. Independente de qual filme ganhe na terceira categoria de filme contemporâneo, o Oscar sempre prioriza as produções de época como o vencedor do ano passado, O Grande Gatsby, ou baseadas em mundos imaginários como a trilogia de O Senhor dos Anéis. Claro que além de se tratarem de trabalhos mais vistosos e mais facilmente reconhecidos pelo grande público, os votantes costumam levar em conta o grau maior de trabalho que esse tipo de produção exige de uma equipe grande. No ano passado, o vencedor de Filme Contemporâneo, Ela, apresentava um cenário futurista sutil repleto de minúcias, e por isso mesmo, acabou sendo indicado ao Oscar na categoria. Gostaria que tivesse ganhado o prêmio, pois sai um pouco da mesmice dos vencedores, mas a bela reconstrução dos anos 20 de O Grande Gatsby acabou levando.
Este ano, Adam Stockhausen sai na frente por seu belíssimo trabalho em O Grande Hotel Budapeste. Além da bela construção dos anos 30, respeita o estilo colorido do diretor Wes Anderson, e ainda o hotel é um personagem do filme. Stockhausen foi previamente indicado ao Oscar ano passado por 12 Anos de Escravidão, o que deve ajudar bastante em sua campanha rumo à vitória. Os demais concorrentes da categoria não estão muito atrás. Vício Inerente reconstrói a Los Angeles das drogas dos anos 70; enquanto O Jogo da Imitação e Invencível resgatam dois lados da 2ª Guerra Mundial; e A Teoria de Tudo inicia seu trabalho nos anos 60, quando o casal Stephen e Jane Hawking se conheceram.
Já entre os filmes de Fantasia, as ficções científicas Guardiões da Galáxia e Interestelar devem figurar entre os vencedores por seus trabalhos excepcionais em criar novos universos e planetas. Enquanto Birdman cuida das alucinações do personagem de Michael Keaton, um ator que busca seu retorno trinufal nos palcos após um longínquo sucesso como super-herói.
Confira lista completa dos indicados ao 19º ADG Awards:
CINEMA
FILME DE ÉPOCA (PERIOD FILM):
♦ David Crank (Vício Inerente)
♦ Adam Stockhausen (O Grande Hotel Budapeste)
♦ Maria Djurkovic (O Jogo da Imitação)
♦ John Paul Kelly (A Teoria de Tudo)
♦ Jon Hutman (Invencível)
Anos 70 de Vício Inerente (photo by cinemagia.ro)
FILME DE FANTASIA OU FANTÁSTICO (FANTASY FILM): ♣ Peter Wenham (Capitão América: O Soldado Invernal)
♣ James Chinlund (Planeta dos Macacos: O Confronto)
♣ Charles Wood (Guardiões da Galáxia)
♣ Nathan Crowley (Interestelar)
♣ Dennis Gassner (Caminhos da Floresta)
Nave é parte do grande trabalho de Nathan Crowley em Interestelar (photo by outnow.ch)
FILME CONTEMPORÂNEO (CONTEMPORARY FILM):
♠ James J. Murakami, Charisse Cardenas (Sniper Americano)
♠ Kevin Thompson (Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância))
♠ Jess Gonchor (Foxcatcher: Uma História que Chocou o Mundo)
♠ Donald Graham Burt (Garota Exemplar)
♠ Kevin Kavanaugh (O Abutre)
Cena de Birdman em que a direção de arte faz sua parte (photo by outnow.ch)
TELEVISÃO
SÉRIE DE TV DE ÉPOCA OU FANTASIA DE UM HORA, CÂMERA ÚNICA:
♦ Deborah Riley (Game of Thrones) – Episódios: “The Laws of Gods and Men” e “The Mountain and the Viper”
♦ Dan Bishop (Mad Men) – Episódio: “Time Zones”
♦ Doug Kraner (Gotham) – Episódios: “Pilot”, “Selina Kyle” e “Arkham”
♦ Howard Cummings (The Knick) – Episódios: “Method and Madness” e “Working Late a Lot”
♦ Bill Groom (Boardwalk Empire) – Episódio: “Golden Days for Boys and Girls”
SÉRIE DE TV CONTEMPORÂNEA, CÂMERA ÚNICA:
♣ John D. Kretschmer (Homeland) – Episódio: “The Drone Queen”
♣ Steve Arnold (House of Cards) – Episódio: “Chapter 18”
♣ Dave Blass (Justified) – Episódios: “Murder Of Crowes”, “Wrong Roads” e “The Toll”
♣ Karen Steward (The Newsroom) – Episódios: “Boston”, “Main Justice” e “Contempt”
♣ Alex DiGerlando (True Detective) – Episódios: “The Locked Room” e “Form and Void”
MINISSÉRIE OU FILME DE TV, CÂMERA ÚNICA:
♠ Mark Worthington (American Horror Story: Freak Show) – Episódio: “Massacres and Matinees”
♠ Seth Reed (Cosmos: A SpaceTime Odyssey) – Episódio: “Unafraid of the Dark”
♠ John Blackie (Fargo) – Episódio: “The Crocodiles Dilemma”
♠ Patrizia Von Brandenstein (Houdini) – Episódios: “Part I” e “Part II”
♠ Arwel W. Jones (Sherlock) – Episódio: “His Last Vow”
SÉRIE DE TV DE MEIA HORA, CÂMERA ÚNICA:
♥ Ray Yamagata (Californication) – Episódios: “Faith, Hope, Love”, “Like Father Like Son” e “Kickoff”
♥ Ray Yamagata (House of Lies) – Episódios: “Wreckage”, “Middlegame” e “Zha- Moreng”
♥ Claire Bennett (Modern Family) – Episódios: “Halloween 3: Awesomeland”, “Marco Polo” e “Won’t You Be Our Neighbor”
♥ Richard Toyon (Sillicon Valley) – Episódios: “Articles of Incorporation”, “Signaling Risk” e “Optimal Tip-To-Tip Efficiency”
♥ James Gloster (Veep) – Episódios: “Clovis”, “Special Relationship” e “Debate”
SÉRIE DE TV DE MULTI-CÂMERAS:
• Stephan Olson (How I Met Your Mother) – Episódio: “How Your Mother Met Me”
• John Shaffner (Mike & Molly) – Episódios: “Mike & Molly’s Excellent Adventure” e “The Dice Lady Cometh”
• John Shaffner (The Big Bang Theory) – Episódios: “The Locomotive Manipulation”, “The Convention Conundrum” e “The Status Quo Combustion”
• Glenda Rovello (The Millers) – Episódios: “You Are the Wind Beneath My Wings, Man”, “Con-Troversy” e “Papa Was a Rolling Bone”
• Cabot McMullen (Undatable) – Episódio: “Pilot”
PRÊMIOS OU EVENTOS ESPECIAIS: ♦ Derek McLane (86th Annual Academy Awards)
♦ Derek McLane (Peter Pan Live!)
♦ Bruce Rodgers (Super Bowl XLVIII Halftime Show: Starring Bruno Mars)
♦ Joe Stewart (The American Music Awards 2014)
♦ Matthew Russell (The Night that Changed America: A Grammy Salute to the Beatles)
♦ Keith Ian Raywood (The 66th Primetime Emmy Awards)
FORMATO CURTO: WEBSÉRIES, VIDEOCLIPE OU COMERCIAL:
♣ Sean Hargreaves (Apple): “Perspective”
♣ Emma Fairley (Coldplay): “Magic”
♣ Richard Lassalle (Ikea): “Carousel”
♣ Jeremy Reed (Katy Perry): “Dark Horse”
♣ Zach Mathews (Simpson’s Marathon)
PROGRAMA DE VARIEDADE, COMPETIÇÃO, REALIDADE OU SÉRIE DE GAME SHOW:
♠ Gary Kordan (Key & Peele): “Halloween Episode” e “Alien Imposters”
♠ Tyler B. Robinson (Portlandia): “Celery”
♠ Keith Ian Raywood, Eugene Lee, Akira Yoshimura, N. Joseph DeTullio (Satuday Night Live): “Louis C. K. with Sam Smith”, “Anna Kendrick with Pharrell Williams”, “Chris Rock with Prince”
♠ Eugene Lee, Peter Baran (The Tonight Show Starring Jimmy Fallon): “1”, “45” e “56”
♠ James Pearse Connelly, Anton Goss (The Voice): “Blind Auditions Premiere”
Homenageado pelo ADG, o diretor Christopher Nolan (photo by i.huffpost.com)
O ADG costuma conceder a honraria anual do Cinematic Imagery Award para artistas que contribuem para a criatividade da categoria. O escolhido do ano foi o diretor Christopher Nolan, que juntamente com seu colaborador Nathan Crowley, instiga a imaginação do espectador com seus filmes fantásticos como O Grande Truque e A Origem.
Os vencedores serão conhecidos no dia 31 de janeiro no Hotel Beverly Hilton.
Foxcatcher: A História que Chocou o Mundo (Foxcatcher)
Corações de Ferro (Fury)
James Brown (Get on up)
Garota Exemplar (Gone Girl)
O Grande Hotel Budapeste (The Grand Budapest Hotel)
The Imitation Game
Inherent Vice
Interestelar (Interstellar)
Caminhos da Floresta (Into the Woods)
Homens, Mulheres e Filhos (Men, Women & Children)
Mr. Turner
A Teoria de Tudo (The Theory of Everything)
Trash – A Esperança Vem do Lixo (Trash)
Invencível (Unbroken)
Whiplash: Em Busca da Perfeição (Whiplash)
Wild
NÃO HÁ FAVORITOS AINDA, MAS FORTES CONCORRENTES
Faltam (apenas) 4 meses para as indicações! Já vale a pena dar uma olhada nos possíveis filmes indicados e fantasiar sobre um ou outro ator ou atriz que nunca ganhou e pode finalmente ter a chance. Particularmente, estou curioso para ver as performances de Michael Fassbender nos filmes MacBeth e Frank, e de Joaquin Phoenix em Inherent Vice, pela evolução constante nas últimas performances, e mesmo sem ter visto o trabalho deles, já torço para que cheguem ao tapete vermelho da Academia. Já pelo que vi, dou meu apoio incondicional para a campanha da primeira indicação para Steve Carell, o comediante de O Virgem de 40 Anos teve seu talento testado pelo diretor Bennett Miller em Foxcatcher.
Claro que ainda há muita especulação que se baseia em nomes consagrados. Na ala dos diretores, Christopher Nolan sempre aparece nas apostas, assim como o britânico Stephen Daldry por seu histórico de 3 indicações sem vitória. Já entre as atrizes, fica impossível desassociar o nome Meryl Streep na hora do burburinho do Oscar. Ela pode ter sido quase uma figurante que ela vai constar nas listas de possíveis indicadas. Este ano, a primeira foto dela como Bruxa/Feiticeira da mega produção Caminhos da Floresta já causou um estardalhaço. E, em menor escala, podemos encaixar Viola Davis também como candidata à atriz coadjuvante sem sequer ver seu trabalho. Sua derrota por Histórias Cruzadas em 2012 ainda deve render uma nova indicação ao Oscar.
Há filmes que certamente serão catapultados na campanha ao Oscar graças ao lobbista Harvey Weinstein. Dentre algumas produções que recebem seu valioso apoio estão: The Imitation Game e MacBeth, além de suas próprias produções como Big Eyes, St. Vincent e O Doador de Memórias. Como sempre comentado aqui, o trabalho de Weinstein impressiona pelas indicações constantes ao Oscar. Só nos últimos anos, ele foi responsável pelos Oscars de Jennifer Lawrence (O Lado Bom da Vida), Meryl Streep (A Dama de Ferro) e de Kate Winslet (O Leitor), além de Melhor Filme para O Artista e O Discurso do Rei.
Também vale ressaltar a crescente importância do Festival de Toronto como prévia do Oscar. Nos últimos anos, os filmes que participaram do evento não-competitivo acabaram vencedores da estatueta: 12 Anos de Escravidão, Argo e A Separação. Este ano, o Festival de Toronto (ou TIFF) acolhe prováveis favoritos ao Oscar como Foxcatcher, Nightcrawler, Whiplash: Em Busca da Perfeição, Maps to the Stars, Mr. Turner, Wild, The Theory of Everything e The Imitation Game. Todos sedentos por um pouco de atenção neste início da corrida ao Oscar 2015.
MELHOR FILME
• American Sniper, de Clint Eastwood • Big Eyes, de Tim Burton • Birdman, de Alejandro González Iñárritu • Foxcatcher: A História que Chocou o Mundo (Foxcatcher), de Bennett Miller • Garota Exemplar (Gone Girl), de David Fincher • O Grande Hotel Budapeste (The Grand Budapest Hotel), de Wes Anderson • Corações de Ferro (Fury), de David Ayer • The Imitation Game, de Morten Tyldum • Inherent Vice, de Paul Thomas Anderson • Interestelar (Interstellar), de Christopher Nolan • Caminhos da Floresta (Into the Woods), de Rob Marshall • Homens, Mulheres e Filhos (Men, Women & Children), de Jason Reitman • A Most Violent Year, de J.C. Chandor • Selma, de Ava DuVernay
• A Teoria de Tudo (The Theory of Everything), de James Marsh • Trash – A Esperança Vem do Lixo (Trash), de Stephen Daldry
• Invencível (Unbroken), de Angelina Jolie • Wild, de Jean-Marc Vallée
Primeiro, vamos aos fatos. Apresentado no Festival de Veneza, Birdman já figura como um forte candidato ao Oscar. Além de seu diretor ser o mexicano Alejandro González Iñárritu, traz o retorno triunfal do ator Michael Keaton, que ficou marcado pelo papel de Batman de Tim Burton. Ainda conta com atores que podem conquistar indicações como coadjuvantes: Emma Stone, Edward Norton e Naomi Watts.
Já Foxcatcher saiu de Cannes com o prêmio de direção para o jovem Bennett Miller (Capote e O Homem que Mudou o Jogo). Considerado um dos melhores diretores de atores da atualidade, Miller já conseguiu a proeza de extrair uma atuação contida e estranhíssima do ator e comediante Steve Carell que, só por um milagre, não estará no Oscar 2015. Além dele, Mark Ruffalo já vem conquistando os críticos que viram o filme na França. Conta também muito a favor a produção ser assinada por Megan Ellison (da produtora Annapurna), que recebeu duas indicações no Oscar deste ano por Trapaça e Ela. Veja trailer abaixo:
Embora a Academia ainda não tenha abraçado o estilo único de Wes Anderson, seu novo filme, O Grande Hotel Budapeste, pode conquistar uma indicação a Melhor Filme. Como se não bastasse a batalha contra o conservadorismo da Academia, o filme terá dificuldades de manter seu frescor na memória dos votantes, pois o filme estreou nos EUA em março. Até agora, venceu o Urso de Prata de Grande Prêmio do Júri no último Festival de Berlim, e figura nas listas dos críticos de melhores de 2014 até o momento. São possíveis indicações nas categorias de Direção de Arte, Figurino e Roteiro Original, mas seria uma grata surpresa a lembrança como Melhor Filme e Diretor.
E vencedor do Festival de Sundance do Urso de Prata de Direção, o independente Boyhood: Da Infância à Juventude teve como grande destaque as filmagens que levaram mais de 12 anos. A proposta arriscada do diretor Richard Linklater se apoiava no comprometimento do jovem protagonista Ellar Coltrane de continuar as filmagens após esse longo período para acompanhar o crescimento de seu personagem. Com indicações anteriores como roteirista apenas, Linklater pode sonhar mais alto se depender das apostas dos críticos.
Garota Exemplar e Inherent Vice são duas produções aguardadíssimas que o presidente do Festival de Veneza tentou trazer, mas foram selecionadas pelo Festival Internacional de Nova York. Enquanto o primeiro trabalho é assinado por David Fincher com base no best-seller homônimo de Gillian Flynn, o segundo é assinado por Paul Thomas Anderson com base no romance de Thomas Pynchon. Ambos podem e devem conquistar indicações como Melhor Diretor pelo ótimo momento de suas carreiras, o que poderia puxar indicações para Melhor Filme dependendo do sucesso com a crítica e o público.
Os demais trabalhos citados na lista ainda não concretizaram seus favoritismos. A maioria tem presença devido ao prestígio de seus diretores perante a Academia como Clint Eastwood, Jason Reitman, Angelina Jolie e Christopher Nolan, enquanto outros apresentam temas que são típicos dos vencedores do Oscar como The Imitation Game, que aborda a história verídica do matemático que quebra um código em plena Segunda Guerra Mundial, ou a história da vida de um dos maiores físicos do mundo, Stephen Hawking, retratada em The Theory of Everything com um Eddie Redmayne bastante inspirado no papel do protagonista. Ainda pouco comentado, vale citar o filme Selma, que retrata a busca pelo direitos civis por Martin Luther King.
Em se tratando de expectativa, um dos trabalhos mais comentados para esta temporada é a adaptação do livro de James Lapine, Caminhos da Floresta (Into the Woods), dirigido por Rob Marshall, que concorreu a Melhor Diretor por Chicago em 2003. Com um elenco estelar que conta com Meryl Streep, Johnny Depp, Emily Blunt, Chris Pine, Anna Kendrick e Tracey Ullman, o musical tem tudo para conquistar no mínimo o Globo de Ouro de Melhor Filme – Musical ou Comédia. Além da qualidade que só poderá ser comprovada com o lançamento do filme, a única coisa que pode atrapalhar seu sucesso é uma possível censura por parte da Disney, que está por trás da produção. Aliás, este é um medo recorrente em relação à Disney, que costuma “suavizar” as histórias a fim de abranger o público infanto-juvenil, podendo remoldar a saga Star Wars, cujos direitos lhe foram vendidos para desespero dos fãs. Se tudo o mais falhar, pelo menos Caminhos da Floresta deve garantir o 4º Oscar da carreira da figurinista Colleen Atwood.
Cena de Caminhos da Floresta (photo by Disney)
MELHOR DIRETOR
Paul Thomas Anderson (Inherent Vice)
Wes Anderson (O Grande Hotel Budapeste)
Tim Burton (Big Eyes) – photo by kinogallery
J.C. Chandor (A Most Violent Year)
Stephen Daldry (Trash – A Esperança Vem do Lixo)
David Fincher (Garota Exemplar) – photo by thefilmstage.com
Alejandro González Iñárritu (Birdman)
Angelina Jolie (Invencível) – photo by outnow.CH
Mike Leigh (Mr. Turner)
Richard Linklater (Boyhood: Da Infância à Juventude)
Rob Marshall (Caminhos da Floresta) – photo by Disney
Bennett Miller (Foxcatcher)
Christopher Nolan (Interestelar) – photo by kinogallery.com
Jason Reitman (Homens, Mulheres e Filhos)
Morten Tyldum (The Imitation Game)
• Paul Thomas Anderson (Inherent Vice) • Wes Anderson (O Grande Hotel Budapeste) • Tim Burton (Big Eyes) • J.C. Chandor (A Most Violent Year) • Stephen Daldry (Trash – A Esperança Vem do Lixo) • Ava DuVernay (Selma) • David Fincher (Garota Exemplar) • Alejandro González Iñárritu (Birdman) • Angelina Jolie (Unbroken) • Tommy Lee Jones (The Homesman) • Mike Leigh (Mr. Turner) • Richard Linklater (Boyhood: Da Infância à Juventude) • Rob Marshall (Caminhos da Floresta) • Christopher Nolan (Interestelar)
• Jason Reitman (Men, Women & Children)
• Jon Stewart (Rosewater) • Morten Tyldum (The Imitation Game) • Jean-Marc Vallée (Wild)
Como já citado, o americano Bennett Miller larga na frente por ter conquistado o prêmio de direção no Festival de Cannes por Foxcatcher. Ele foi indicado anteriormente por Capote em 2006. Logo atrás, o mexicano Alejandro González Iñárritu pode manter a onda latina em alta com Birdman, após seu conterrâneo Alfonso Cuarón ter levado o Oscar de diretor por Gravidade. Iñárritu pode conquistar sua terceira indicação após dupla indicação por Babel como Melhor Filme e Direção em 2007. E pra fechar a trinca de favoritos do momento, Richard Linklater e seu Boyhood: Da Infância à Juventude. Normalmente, a Academia inclui pelo menos um indicado estreante, e este pode ser Linklater, que independente do gênero, sempre busca alguma inovação da linguagem.
Outrora outsider, David Fincher, que já tem produções cultuadas como Seven – Os Sete Crimes Capitais, Clube da Luta e Zodíaco, foi reconhecido pela Academia a partir do poético O Curioso Caso de Benjamin Button. Este ano, ele retorna com outro filme do gênero crime, mas desta vez ele conta com prestígio e o roteiro de uma autora best-seller, podendo conquistar sua terceira indicação como Diretor.
Não dá pra deixar de lado o favoritismo crescente de Angelina Jolie. Após sucesso crítico de seu filme sobre os conflitos na Bósnia, Na Terra de Amor e Ódio, a atriz resolveu investir em outra produção de guerra, Invencível, mas desta vez, a Segunda Guerra Mundial, baseando-se numa história verídica de um atleta olímpico americano capturado como prisioneiro no Japão. E também não dá pra ignorar o novo trabalho do britânico Stephen Daldry, cujos filmes sempre dão um jeito de receber uma indicação ao Oscar. Reconhecido por Billy Elliott, As Horas e O Leitor, ele volta com Trash – A Esperança Vem do Lixo, filmado no Brasil e com os atores Wagner Moura e Selton Mello.
Selton Mello em Trash – A Esperança Vem do Lixo (photo by outnow.ch)
Já entre os diretores que nunca conseguiram uma indicação, Christopher Nolan aparece como forte candidato pela ficção científica Interestelar. Após bater na trave com Batman – O Cavaleiro das Trevas (2008) e A Origem (2010), o trabalho dele pode finalmente ganhar destaque e satisfazer milhões de fãs e alguns críticos. Particularmente, torço para a inédita indicação de Wes Anderson por O Grande HotelBudapeste e, mesmo sem ter visto o filme, torço também por Tim Burton e seu filme biográfico Big Eyes.
MELHOR ATOR
Ben Affleck (Garota Exemplar)
Chadwick Boseman (James Brown) – photo by elfilm.com
Steve Carell e sua prótese de nariz em Foxcatcher: Uma História que Chocou o Mundo (photo by outnow.ch)
Benedict Cumberbatch (The Imitation Game) – photo by outnow.ch
Benicio Del Toro (Escobar: Paradise Lost) – photo by outnow.ch
Michael Fassbender (Frank) – photo by elfilm.com
Ralph Fiennes (O Grande Hotel Budapeste) – photo by elfilm.com
Jake Gyllenhaal (Nightcrawler) – photo by outnow.ch
Oscar Isaac (A Most Violent Year) – photo by elfilm.com
Michael Keaton (Birdman) – photo by cine.gr
Bill Murray (St. Vincent) – photo by cine.gr
Jack O’Connell (Invencível)
Al Pacino (Manglehorn) – photo by outnow.ch
Joaquin Phoenix (Inherent Vice) – photo by xposure
Brad Pitt (Corações de Ferro) – photo by outnow.ch
Eddie Redmayne (Teh Theory of Everything) – photo by outnow.ch
Timothy Spall (Mr. Turner) – photo by outnow.ch
Channing Tatum (Foxcatcher) – photo by outnow.ch
• Ben Affleck (Garota Exemplar)
• Chadwick Boseman (James Brown) • Steve Carell (Foxcatcher) • Benedict Cumberbatch (The Imitation Game)
• Benicio Del Toro (Escobar: Paradise Lost) • Michael Fassbender (Frank) • Michael Fassbender (MacBeth) • Ralph Fiennes (O Grande Hotel Budapeste) • Jake Gyllenhaal (Nightcrawler) • Oscar Isaac (A Most Violent Year) • Michael Keaton (Birdman) • Bill Murray (St. Vincent) • Jack O’Connell (Unbroken)
• David Oyelowo (Selma) • Al Pacino (Manglehorn)
• Joaquin Phoenix (Inherent Vice) • Brad Pitt (Corações de Ferro) • Eddie Redmayne (The Theory of Everything)
• Timothy Spall (Mr. Turner)
• Channing Tatum (Foxcatcher)
Até o momento, o único ator premiado foi o britânico Timothy Spall pelo filme biográfico do pintor J.M.W. Turner no último Festival de Cannes. Contudo, embora seja um excelente diretor de atores, a última performance indicada ao Oscar sob a direção de Mike Leigh foi de Imelda Staunton em 2005 por O Segredo de Vera Drake, o que pode dificultar as chances dele.
Com boas chances de ser premiado em Veneza, Michael Keaton vem recebendo elogios por esse retorno triunfal. Em Birdman, ele interpreta um ator conhecido por viver um super-herói e agora tenta justamente um retorno na Broadway. Essa história remete bastante à trajetória do próprio Michael Keaton, que ficou marcado por viver o herói mascarado Batman e desacelerou sua carreira promissora. Segundos as críticas, sua atuação em Birdman consegue expressar “arrogância, insegurança e desespero num só respiro”. Pode se tornar a sua primeira indicação e a 6ª indicação de um ator sob a direção de Iñárritu.
Outro que deve conquistar sua indicação inédita é Steve Carell, mais conhecido por papéis em comédias como O Virgem de 40 Anos e Agente 86. O diretor Bennett Miller enxergou potencial dramático nele e o ator não decepciona, apresentando uma atuação contida, precisa e assustadora, com direito a uma mudança de visual com cabelos grisalhos e uma prótese no nariz. Tais métodos costumam ser reconhecidos pela Academia como foi o caso do Oscar para Charlize Theron por Monster – Desejo Assassino. Existe uma possibilidade do jovem Channing Tatum receber sua primeira indicação pelo mesmo Foxcatcher, contudo, a disputa na categoria é sempre acirrada e a última vez que houve dois indicados a Melhor Ator pelo mesmo filme foi em 1985, quando Tom Hulce e F. Murray Abraham competiram juntos por Amadeus, tendo o último vencido o Oscar.
Além do aspecto visual, que pode beneficiar os 13 quilos perdidos por Jake Gyllenhall em Nightcrawler, a Academia adora papéis baseados em fatos verídicos, o que deve elevar demais as chances de Eddie Redmayne que interpreta o jovem Stephen Hawking em The Theory of Everything. Claro que a atuação também deve acompanhar a qualidade da transformação, e esse talento o jovem Benedict Cumberbatch tem de sobra. Ele vive outra figura histórica: o matemático Alan Turing, que decifrou um código nazista em plena guerra em The Imitation Game.
Sem o mesmo impacto de um Jamie Foxx como Ray Charles, o jovem e desconhecido Chadwick Boseman pode figurar em listas de melhores ao interpretar o também músico James Brown no filme homônimo. Mas a maior aposta até o momento sem analisar a performance está nas mãos de Joaquin Phoenix, novamente sob direção de Paul Thomas Anderson, com quem trabalhou em O Mestre. Embora com alguns parafusos a menos, o ator está em extrema ascensão em Hollywood e deve confirmar seu favoritismo na casa de apostas por Inherent Vice. Já a minha aposta pessoal vai para um dos trabalhos de Michael Fassbender, seja por Frank, no qual atua usando uma cabeça em formato de desenho, seja pela adaptação de Shakespeare em MacBeth.
MELHOR ATRIZ
Amy Adams (Big Eyes) photo by outnow.ch
Jessica Chastain (Miss Julie) – photo by elfilm.com
Marion Cotillard (Dois Dias, Uma Noite) – photo by outnow.ch
Keira Knightley (Mesmo Se Nada Der Certo) – photo by outnow.ch
Helen Mirren (A 100 Passos de um Sonho) – photo by outnow.ch
Julianne Moore (Maps to the Stars) – photo by outnow.ch
Rosamund Pike (Garota Exemplar) – photo by cine.gr
Meryl Streep (Caminhos da Floresta) – photo by elfilm.com
Hilary Swank (The Homesman) – photo by outnow.ch
Michelle Williams (Suite Française) – photo by elfilm.com
Reese Witherspoon (Wild) – photo by outnow.ch)
Shailene Woodley (A Culpa é das Estrelas) photo by elfilm.com
• Amy Adams (Big Eyes) • Jessica Chastain (The Disappearance of Eleanor Rigby) • Jessica Chastain (Miss Julie) • Jessica Chastain (A Most Violent Year) • Marion Cotillard (Two Days, One Night) • Keira Knightley (Mesmo Se Nada Der Certo) • Jennifer Lawrence (Serena) • Juliane Moore (Maps to the Stars) • Rosamund Pike (Garota Exemplar) • Meryl Streep (Caminhos da Floresta) • Hilary Swank (The Homesman) • Michelle Williams (Suite Française) • Reese Witherspoon (Wild) • Shailene Woodley (A Culpa é das Estrelas)
Apesar de não ser a melhor prévia para o Oscar, o Festival de Cannes premiou este ano a atriz Julianne Moore por Maps to the Stars, o que não pode ser simplesmente ignorado pela Academia, ainda mais por se tratar de uma atriz muito querida que já foi indicada em 4 oportunidades, mas nunca levou a estatueta. Suas chances devem aumentar se for indicada como atriz coadjuvante, categoria que costuma ter concorrência menos acirrada.
Agora, se depender do burburinho, Reese Witherspoon já deve garantir sua segunda indicação por Wild. Baseado na história real de Cheryl Strayed de percorrer mais de 1.700km a fim de superar uma catástrofe recente, o filme vem sendo apontado como uma das maiores surpresas do prestigiado Festival de Toronto. Witherspoon, que vinha atuando apenas em filmes comerciais após ganhar o Oscar por Johnny & June, pode recuperar sua reputação de boa atriz.
Em 2012, Jessica Chastain tinha três filmes que poderiam lhe render uma indicação ao Oscar, o que aconteceu por Histórias Cruzadas. Este ano, por nova coincidência de lançamentos, ela tem nova trinca de performances que podem lhe beneficiar na reta final, sendo que em Miss Julie ela é dirigida pela legendária atriz sueca Liv Ullmann, e em A Most Violent Year pelo inspirado J.C. Chandor de Margin Call – O Dia Antes do Fim e Até o Fim. Chastain quase ganhou por A Hora Mais Escura em 2013.
Se a atuação de Amy Adams como a pintora Margaret Keane chamar a atenção da crítica, ela pode ficar com uma mão na estatueta. Seria a 6ª indicação dela em apenas nove anos e sem nenhuma vitória! A Academia está muito disposta a premiá-la, mas talvez esteja esperando uma atuação realmente digna com aqueles elementos já citados aqui como mudança visual ou mesmo no tom de voz, e não apenas uma peruca loira. Teremos de aguardar pra ver o que Tim Burton conseguiu extrair de Amy Adams…
Também por acúmulo de indicações anteriores, Michelle Williams pode voltar ao tapete vermelho por Suite Française, mas a verdadeira carta na manga aqui é o tema do filme: romance entre uma francesa e um soldado alemão em plena Segunda Guerra Mundial. Os votantes judeus já estão cruzando os dedos… E vale lembrar de um favoritismo prévio da jovem Shailene Woodley como a Hazel do best-seller A Culpa é das Estrelas. Apesar da adaptação meio melosa, o filme possibilita Woodley mostrar seu talento sem ser piegas. A favor dela, tem o sucesso de seu outro filme Divergente.
MELHOR ATOR COADJUVANTE
Dan Aykroyd (James Brown) – photo by elfilm.com
Johnny Depp (Caminhos da Floresta) – photo by cine.gr
Robert Duvall (The Judge)
Neil Patrick Harris (Garota Exemplar) – photo by collider.com
Ethan Hawke (Boyhood: Da Infância à Juventude) – photo by elfilm.com
Philip Seymour Hoffman (O Homem Mais Procurado) – photo by elfilm.com
Logan Lerman (Corações de Ferro) – photo by cine.gr
Edward Norton (Birdman) – photo by outnow.ch
Mark Ruffalo (Foxcatcher) photo by outnow.ch
J.K. Simmons (Whiplash: Em Busca da Perfeição) – photo by elfilm.com
Christoph Waltz (Big Eyes) photo by outnow.ch
• Dan Aykroyd (James Brown)
• Josh Brolin (Inherent Vice) • Albert Brooks (A Most Violent Year) • Johnny Depp (Caminhos da Floresta) • Robert Duvall (The Judge) • Neil Patrick Harris (Garota Exemplar) • Philip Seymour Hoffman (O Homem Mais Procurado) • Logan Lerman (Corações de Ferro) • Edward Norton (Birdman) • Tim Roth (Selma) • Mark Ruffalo (Foxcatcher) • J.K. Simmons (Whiplash) • Benicio Del Toro (Inherent Vice) • Christoph Waltz (Big Eyes) • Tom Wilkinson (Selma)
À princípio, esta pode ser a oportunidade de ouro para a Academia premiar finalmente Johnny Depp naquela que seria sua quarta indicação, porém a primeira como coadjuvante. Infelizmente, ainda não é possível analisar se sua atuação é digna de premiação ou seria apenas especulação por seu histórico como ator. Esperamos que seja uma performance à altura de uma indicação e não simplesmente pelo nome. Além disso, é necessário verificar o quanto seu trabalho será beneficiado por efeitos digitais, já que seu personagem é um lobisomem em Caminhos da Floresta.
Pela repercussão no Festival de Toronto, já incluiria o nome do veterano Robert Duvall, que divide a tela com o astro Robert Downey Jr. em The Judge, no qual interpreta um juiz de uma pequena cidade acusado de assassinato. Esta seria a sétima indicação de Duvall, que ganhou o Oscar pelo tocante A Força do Carinho em 1984. Como a última indicação dele foi lá em 1999 por A Qualquer Preço, esta pode ser o retorno que a Academia vinha aguardando para premiá-lo novamente sem depender de um Oscar Honorário, afinal, Duvall já tem 83 anos.
Mas os grandes favoritos da categoria atendem pelos nomes: Mark Rufallo e J.K. Simmons. O primeiro é um dos atores mais versáteis da atualidade, recebeu sua primeira indicação em 2011 por Minhas Mães e Meu Pai, e está curtindo o auge de sua fama como Bruce Banner/Hulk dos filmes dos Vingadores da Marvel Comics. Em Foxcatcher, ele é o irmão que busca proteger o atleta olímpico da obsessão doentia do treinador de luta livre, tarefa que o fez ganhar peso e aumentar suas chances no Oscar. Já o segundo, ficou mundialmente conhecido por ser o chefe de Peter Parker/Homem-Aranha, J.J. Jameson nos filmes dirigidos por Sam Raimi. Embora J.K. Simmons também tenha feito ótima parceria com o diretor Jason Reitman, ele vem conquistando boas críticas por Whiplash: Em Busca da Perfeição, no qual atua como treinador de um jovem baterista (Miles Teller).
Ainda cedo pra analisar, mas com boas chances temos: Benicio Del Toro e Josh Brolin por Inherent Vice; Christoph Waltz por Big Eyes; e Albert Brooks por A Most Violent Year. Já no campo mais concreto, segundo a resposta no Festival de Veneza, Edward Norton pode voltar a concorrer ao Oscar por Birdman após 16 anos, podendo retomar aquele caminho promissor dos anos 90.
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Patricia Arquette com o pequeno Ellar Coltrane em cena de Boyhood: Da Infância à Juventude
Emily Blunt (Caminhos da Floresta)
Viola Davis (James Brown) – photo by outnow.ch
Jennifer Garner (Men, Women & Children) – photo by cine.gr
Anne Hathaway (Interestelar)
Felicity Jones (The Theory of Everything) – photo by outnow.ch
Anna Kendrick (Caminhos da Floresta)
Keira Knightley (The Imitation Game) – photo by outnow.ch
Julianne Moore (Maps to the Stars) – photo by outnow.ch
Octavia Spencer (James Brown)
Emma Stone (Birdman) – photo by fox searchlight
Marisa Tomei (O Amor é Estranho) – photo by ioncinema.com
Naomi Watts (Birdman)
Kaitlyn Dever (Men, Women & Children) – photo by outnow.ch
• Patricia Arquette (Boyhood: Da Infância à Juventude) • Viola Davis (James Brown) • Laura Dern (Wild)
• Kaitlyn Dever (Men, Women & Children)
• Anne Hathaway (Interestelar) • Jennifer Garner (Men, Women & Children) • Felicity Jones (The Theory of Everything) • Anna Kendrick (Caminhos da Floresta) • Keira Knightley (The Imitation Game)
• Julianne Moore (Maps to the Stars)
• Miranda Otto (The Homesman) • Vanessa Redgrave (Foxcatcher) • Octavia Spencer (James Brown) • Emma Stone (Birdman)
• Marisa Tomei (O Amor é Estranho)
• Naomi Watts (Birdman)
Primeiramente, volto a ressaltar que Julianne Moore pode concorrer como coadjuvante por seu papel vencedor do prêmio de Melhor Atriz em Cannes. Na maioria das vezes, é a própria distribuidora, encarregada do lobby, que decide em qual categoria a atriz deve concorrer a fim de aumentar as chances de vitória.
Até o momento, uma das favoritas é Laura Dern por Wild. Filha do ator Bruce Dern, que concorreu ao Oscar este ano por Nebraska, ela chegou a ser indicada uma vez por As Noites de Rose no início dos anos 90, mas ficou mais famosa pelo blockbuster de Steven Spielberg, Jurassic Park – O Parque dos Dinossauros (1993). Pela calorosa recepção do Festival de Toronto, ela deve conquistar sua segunda indicação, fortalecendo a campanha do filme no Oscar. A seu favor, também conta sua participação no drama A Culpa é das Estrelas.
Já para os especialistas em Oscar, Patricia Arquette está na frente da disputa por seu papel de mãe em Boyhood: Da Infância à Juventude. Sua personagem é uma observadora atenta do crescimento de seu filho dos 5 aos 18 anos, gerando momentos maternos simples, porém tocantes como o primeiro dia de faculdade. Embora nunca tenha sido indicada para o prêmio da Academia, no mínimo, Arquette deve figurar na lista final.
Em alta por sua parceria com Woody Allen em Magia ao Luar e o sucesso de O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro, Emma Stone já pode colher os frutos através do trabalho com Alejandro González Iñárritu. Em Birdman, ela interpreta a filha problemática de Michael Keaton, passando por clínicas de reabilitação e constantes recaídas. Mais conhecida por sua veia cômica, a jovem atriz demonstra novas facetas em um trabalho mais dramático, uma característica que a Academia costuma ver com bons olhos.
Apoiada pelo recente histórico de indicações sem vitória, Viola Davis pode retornar ao tapete vermelho com o papel de mãe de James Brown. Além de seu talento habitual que tridimensionaliza personagens menores, ela conta com o triunfo da maquiagem envelhecedora, que tanto favorece as interpretações premiadas. Caso ocorra, esta será sua terceira indicação ao Oscar e com grandes chances de vitória, uma vez que ela repete parceria vencedora com o diretor Tate Taylor de Histórias Cruzadas.
MELHOR ANIMAÇÃO
Operação Big Hero 6 (Big Hero 6)
Festa no Céu (The Book of Life)
Os Boxtrolls (The Boxtrolls)
Como Treinar Seu Dragão 2 (How to Train Your Dragon 2)
Uma Aventura LEGO (The Lego Movie)
As Aventuras de Peabody e Sherman (Mr. Peabody and Sherman)
Os Pinguins de Madagascar (Penguins of Mdagascar)
Song of the Sea
The Tale of Princess Kaguya
• Operação Big Hero 6 (Big Hero 6), de Don Hall, Chris Williams • Festa no Céu (Book of Life), de Jorge R. Gutierrez • Os Boxtrolls (The Boxtrolls), de Graham Annable e Anthony Stacchi • Como Treinar o seu Dragão 2 (How to Train your Dragon 2), de Dean DeBlois • The Tale of Princess Kaguya (Kaguyahime no Monogatari), de Isao Takahata
• Uma Aventura LEGO (The Lego Movie), de Phil Lord e Christopher Miller • As Aventuras de Peabody & Sherman (Mr. Peabody & Sherman), de Rob Minkoff • Os Pinguins de Madagascar (Penguins of Madagascar), de Eric Darnell e Simon J. Smith
• Song of the Sea, de Tomm Moore
Virou praxe: todo ano em que a Pixar está ausente, não há favoritos. O estúdio elevou tanto o nível de qualidade da animação que o cinema fica sem referência sem seus filmes. A briga deve se concentrar entre Operação Big Hero 6, Como Treinar seu Dragão 2 e Uma Aventura LEGO, com uma ligeira vantagem para o último por seu sucesso nas bilheterias nos EUA, que ultrapassa os 250 milhões de dólares.
E como de costume, a Academia gosta de incluir animações oriundas de outras nações, sendo Japão a mais indicada entre os estrangeiros. Na ausência do mestre Hayao Miyazaki, indicado este ano por Vidas ao Vento, outro mestre nipônico pode tomar seu lugar no Oscar: Isao Takahata, responsável por uma das animações mais tocantes de todos os tempos: Túmulo dos Vagalumes (1988). Seu mais novo trabalho, The Tale of Princess Kaguya, também foi produzido pelo Studio Ghibli de Miyazaki, e contém elementos fantásticos como a princesa do título ser do tamanho de um dedo.
Claro que se houver mais uma vaga pra animação estrangeira, a vaga pode ficar com o irlandês Song of the Sea, do mesmo Tomm Moore que foi indicado em 2010 por Uma Viagem ao Mundo das Fábulas (The Secret of Kells).
O diretor Nuri Bilge Ceylan posa com sua Palma de Ouro (photo by http://www.thewire.com)
SEM GRANDES FAVORITOS, WINTER SLEEP ACABA FATURANDO A PALMA DE OURO
A 67ª edição do Festival de Cannes apresentou uma seleção de cineastas de renome como Jean-Luc Godard, Mike Leigh, os irmãos Dardenne e David Cronenberg, mas ao longo do evento, a crítica internacional foi ficando cada vez mais desapontada no final das sessões, gerando uma certa impaciência pela busca por candidatos com chances reais de ganhar a Palma de Ouro.
Havia também uma certa expectativa da presidente do júri, Jane Campion, premiar uma mulher com a Palma de Ouro (fato que só aconteceu uma vez na história do festival), o que aumentou o foco nas únicas duas representantes do sexo feminino: a japonesa Naomi Kawase e a italiana Alice Rohrwacher. Mas a competição tomou rumos inesperados na reta final, quando nenhum trabalho realmente conquistou a crítica especializada.
Ao que parece ser uma espécie de culminação de prêmios, o diretor turco Nuri Bilge Ceylan levou a Palma depois de bater na trave duas vezes ao vencer o Grande Prêmio do Júri por Distante em 2002 e Era uma vez na Anatolia em 2011, além de ter faturado o prêmio de direção em 2008 por 3 Macacos. Sua filmografia é marcada por um clima pesado e de humor negro e de relacionamentos, que também está presente neste novo trabalho vencedor, Winter Sleep, no qual os personagens interagem dentro de um hotel durante frio congelante. Vale lembrar que a duração do filme ultrapassa as 3 horas: 196 minutos.
Cena de Winter Sleep (photo by outnow.ch)
“Foi uma grande surpresa pra mim”, disse Ceylan no palco da premiação, que lembrou do aniversário de 100 anos do Cinema Turco e dedicou a honraria aos 11 jovens mortos turcos durante protestos em 2013. Embora não tenha sido logo tachado de favorito no 3º dia de exibição, Winter Sleep conquistou parte da audiência, enquanto a outra parte ficou na expectativa sobre os demais indicados. Esta é apenas a segunda vitória de um filme turco na história de Cannes: a primeira ocorreu em 1982 com o filme O Caminho, de Serif Gören e Yilmaz Güney.
Quanto à expectativa de vitória feminina, podemos dizer que foi consolidada com o Grande Prêmio do Júri para The Wonders, segundo trabalho da jovem diretora italiana Alice Rohrwacher. Enquanto a presidente Jane Campion se defendeu ao afirmar “O gênero dos cineastas nunca entrou em nossas discussões. Apenas sentimos e respondemos aos filmes”, o diretor canadense Nicolas Winding Refn, membro do júri, justificou em detalhes a escolha: “Todos nós sentimos que era um incrível filme espiritual com ótimas performances dos atores. Chorei no fim. Fui levado a um outro mundo”.
Alice Rohrwacher recebe o Grande Prêmio do Júri das mãos da atriz Sophia Loren (photo by http://www.kpmrtv.com)
Embora os principais vencedores não falem o inglês, dois vencedores de Cannes podem ter suas chances no Oscar 2015 impulsionadas: o diretor Bennett Miller e a atriz Julianne Moore. Enquanto o primeiro já foi indicado ao Oscar por Capote, a segunda já foi indicada quatro vezes: Boogie Nights: Prazer Sem Limites (atriz coadjuvante em 1998), Fim de Caso (atriz em 2000), As Horas (coadjuvante) e Longe do Paraíso (atriz, ambos em 2003).
O último trabalho de Bennett Miller, Foxcatcher, já vinha sendo cogitado ao Oscar desde o segundo semestre de 2013, mas o estúdio decidiu adiá-lo para 2014, provavelmente alegando uma competição bastante acirrada. O filme acompanha a tragédia real do assassinato de um atleta olímpico, interpretada por um elenco inspirado: Channing Tatum, Mark Ruffalo e Steve Carrell, sendo os dois últimos muito bem cotados para a categoria de coadjuvante para o ano que vem. Com a produtora Megan Ellison em alta com a Academia (recebeu duas indicações este ano por Trapaça e Ela), Foxcatcher já se elege como forte candidato para o Oscar 2015.
Já a vitória de Julianne Moore foi considerada uma surpresa, pois a disputa estava entre a canadense Anne Dorval por Mommy e a francesa Marion Cotillard por Two Days, One Night, dos irmãos Dardenne. Aliás, os Dardenne saíram de mãos vazias do festival. Sob a direção de David Cronenberg, Julianne Moore atua como atriz neurótica tentando sobreviver em Hollywood em Maps to the Stars. Esse reconhecimento pode colocar Moore de volta ao caminho das premiações americanas após vários papéis menos inspirados.
Na categoria de Melhor Ator, a vitória do britânico Timothy Spall por Mr. Turner confirma a maestria na direção de atores de Mike Leigh, cujos atores Brenda Blethyn (Segredos e Mentiras) e David Thewlis (Nu) já ganharam previamente a honraria. Em seu discurso, o ator cometeu a gafe de ter deixado o aparelho celular ligado e teve que contornar a situação: “Ops, mensagem de voz. Estou tentando desligar em meio às lágrimas”.
Curiosamente, no empate do Prêmio do Júri, os vencedores foram justamente o mais velho e o mais novo diretor concorrentes: Xavier Dolan com seus 25 anos, e Godard com 83. Enquanto o último estava ausente, o novato deu um belo discurso: “Para minha geração que acha que tem gosto diferente e sofre com isso: acredite e nunca abandone suas idéias”.
VENCEDORES DE CANNES 2014:
PALMA DE OURO:Winter Sleep, de Nuri Bilge Ceylan
DIRETOR: Bennet Miller (Foxcatcher)
GRANDE PRÊMIO DO JÚRI: The Wonders, de Alice Rohrwacher
PREMIO DO JÚRI:Mommy, de Xavier Dolan E Goodbye To Language, de Jean-Luc Godard
ATOR: Timothy Spall (Mr. Turner)
ATRIZ: Julianne Moore (Maps to the Stars)
ROTEIRO: Andrey Zvyagintsev e Oleg Negin (Leviathan)
CAMERA D’OR: Party Girl, de Marie Amachoukeli, Claire Burger e Samuel Theis
Melhor Ator: Timothy Spall (Mr. Turner) recebe o prêmio da musa Monica Belucci. Photo by http://www.dailymail.co.uk)
O vencedor da categoria Filme Contemporâneo, K.K. Barrett, pela arte de Ela (photo by zimbio.com)
Existem 3 categorias de Direção de Arte no Art Directors Guild (ADG): Filme de Época, Fantasia e Contemporâneo. Nesses 18 anos de premiação da AGD, nunca um concorrente a contemporâneo venceu o Oscar. Embora todas as artes sejam trabalhosas, fica muito injusta uma competição entre cenários de décadas ou até mesmo séculos anteriores com cenários mais atuais. Contudo, este ano, o vencedor da categoria Filme Contemporâneo apresenta características futuristas que podem finalmente render um Oscar.
Claro que a briga não será nada fácil, afinal, a Academia adora produções de época. Aliás, a categoria de figurino também é afetada diretamente por essa predileção. O trabalho de arte de Ela apresenta pequenas mudanças ecologicamente corretas e no estilo “clean” (que faria qualquer designer da Apple se ajoelhar), já dando impressão de um futuro próximo. Talvez 2018. Não há carros voadores, nem nada tecnológico demais. Pra se ter uma idéia, o protagonista (Joaquin Phoenix) dita cartas que o computador escreve automaticamente. Apesar de econômica, a direção de arte é de extrema importância para o filme e seus personagens.
Confira os vencedores das categorias:
Trabalho primoroso de Catherine Martin (photo by outnow.ch)
Filme de Época (Period Film) ♦ Judy Becker (Trapaça) ♦ Catherine Martin (O Grande Gatsby)
♦ Jess Gonchor (Inside Llewyn Davis)
♦ Michael Corenblith (Walt nos Bastidores de Mary Poppins)
♦ Adam Stockhausen (12 Anos de Escravidão)
Colaboradora assídua e esposa do diretor Baz Luhrmann, Catherine Martin recriou os anos 20 de uma América de riquezas retratada pelo escritor F. Scott Fitzgerald. Não é presunção em dizer que a direção de arte e o figurino (ambas de autoria de Martin) são as melhores coisas desta nova adaptação de O Grande Gatsby. Com este prêmio da ADG, ela se torna a grande favorita a ganhar o Oscar (ela venceu anteriormente por Moulin Rouge – Amor Em Vermelho em 2002), mas o fracasso nas bilheterias americanas e com a crítica pode se tornar o maior empecilho em relação à sua vitória na Academia.
Filme de Fantasia ou Fantástico
♣ Philip Ivey (Elysium) ♣ Andy Nicholson (Gravidade)
♣ Dan Hennah (O Hobbit: A Desolação de Smaug)
♣ Darren Gilford (Oblivion)
♣ Scott Chambliss (Além da Escuridão: Star Trek)
Ao contrário da arte dos concorrentes Elysium ou Oblivion, o trabalho vencedor de Andy Nicholson prima pela recriação. Através de uma pesquisa aprofundada, ele transpõe as estações espaciais de forma meticulosa, chegando a receber elogios de astronautas da NASA. A estação espacial russa Soyeuz, por exemplo, apresenta o painel com todos os botões na ordem real e em russo! Pode não envolver criatividade, mas a direção de arte, em colaboração com os efeitos visuais e a fotografia, consistentemente transporta o público para o espaço para que foque apenas na sobrevivência dos personagens. É a primeira indicação de Nicholson ao Oscar, e pode se tornar o primeiro prêmio caso os votantes levem em conta o fracasso de O Grande Gatsby.
Com poucos elementos, a direção de arte indica um futuro próximo (photo by whorange.net)
Filme Contemporâneo
♠ David Gropman (Álbum de Família)
♠ Santo Loquasto (Blue Jasmine)
♠ Paul Kirby (Capitão Phillips) ♠ K.K. Barrett (Ela)
♠ Bob Shaw (O Lobo de Wall Street)
A direção de arte de Capitão Phillips busca recriar os interiores da embarcação invadida pelos somalianos em 2009, mas vale destacar a arte de O Lobo de Wall Street com todos os cômodos da mansão com piscina de Jordan Belfort, dos escritórios enormes e dos restaurantes chiquérrimos. Nenhum país consegue bater a excelência na direção de arte americana. Talvez a China em produções como O Clã das Adagas Voadoras…
Fechando a matéria, seguem os indicados ao Oscar de Direção de Arte:
– Judy Becker, Heather Loeffler (Trapaça)
– Andy Nicholson, Rosie Goodwin (Gravidade)
– Catherine Martin, Beverley Dunn (O Grande Gatsby)
– K.K. Barrett, Gene Serdena (Ela)
– Adam Stockhausen, Alice Baker (12 Anos de Escravidão)
Tom Hanks e Barkhad Abdi no bote claustrofóbico de Capitão Phillips (photo by outnow.ch)
Com as ausências de Tom Hanks e seu diretor, Paul Greengrass, entre os indicados ao Oscar, as chances de Capitão Phillips tiveram queda expressiva, mesmo que tenha sido indicado a Melhor Filme. Contudo, na semana passada, o filme conquistou o prêmio de roteiro adaptado (WGA), e agora, o de montagem – drama no ACE – Eddie Awards, reconhecimento de extrema importância concedido pelo sindicato de montadores.
Excetuando o ano de 2012, quando a montagem de Kirk Baxter e Angus Wall (Millennium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres) bateu o vencedor do Eddie, Kevin Tent (Os Descendentes), o Oscar de montagem coincide desde 2002. Então nessa lógica, Capitão Phillips pode ter garantido seu único Oscar da noite para seu montador Christopher Rouse, uma vez que o WGA não contava com um dos favoritos: John Ridley (12 Anos de Escravidão).
Christopher Rouse recebe o Eddie de Leonardo DiCaprio (photo by deadline.com)
Colaborador assíduo de Paul Greengrass, Christopher Rouse está em sua 3ª indicação ao Oscar e já ganhou um pelo ótimo trabalho em O Ultimato Bourne (2007). Trata-se de um dos melhores montadores da atualidade, pois consegue criar tensão através de cortes rápidos, aliando-se ao material bruto de Greengrass repleto de “câmeras nervosas”. Em Capitão Phillips, assim que a abordagem dos piratas somalianos têm início, os cortes rápidos acompanham as ações desesperadas dos tripulantes a fim de evitar uma catástrofe até a cena final em que o conflito se resolve. Rouse não deixa o espectador respirar, fazendo com que o público sinta a mesma tensão que os personagens estão passando. A seqüência no bote é claustrofóbica e interminável, no bom sentido.
MELHOR MONTAGEM – DRAMA
– Joe Walker (12 Anos de Escravidão) • Christopher Rouse (Capitão Phillips)
– Alfonso Cuarón, Mark Sanger (Gravidade)
– Eric Zumbrunnen, Jeff Buchanan (Ela)
– Mark Livolsi (Walt nos Bastidores de Mary Poppins)
Jennifer Lawrence em seu momento ‘Live and Let Die’ (photo by elfilm.com)
Já na categoria de Comédia ou Musical, a dupla Jay Cassidy e Crispin Struthers (aliados a Alan Baumgarten) voltou a ganhar o mesmo prêmio do ano passado por O Lado Bom da Vida. Mérito também do roteiro do diretor David O. Russell, que possibilita a montagem quebra-cabeça policial, que destaca o plano genial do protagonista. Além disso, vale destacar também algumas seqüências musicadas por “Goodbye Yellow Brickroad” de Elton John, “How Can You Mend a Broken Heart” dos Bee Gees, e especialmente “Live and Let Die” de Paul McCartney, em que Rosalyn, personagem de Jennifer Lawrence, interage com a música do ex-beatle enquanto limpa a casa.
Da esquerda para direita: O trio Crispin Struthers, Jay Cassidy e Alam Baumgarten recebem o Eddie (photo by zimbio/getty images)
MELHOR MONTAGEM – COMÉDIA OU MUSICAL
• Jay Cassidy, Crispin Struthers, Alan Baumgarten (Trapaça)
– Stephen Mirrione (Álbum de Família)
– Ethan Coen, Joel Coen (Inside Llewyn Davis – Balada de um Homem Comum)
– Kevin Tent (Nebraska)
– Thelma Schoonmaker (O Lobo de Wall Street)
Sonho de neve: O boneco Olaf em cena de Frozen: Uma Aventura Congelante (photo by elfilm.com)
Entre as animações, Frozen: Uma Aventura Congelante continua sua coleta de prêmios após o Globo de Ouro e o Critics’ Choice Awards. A animação feita pela Disney (não confundir com Pixar) está quase atingindo a marca de 400 milhões de dólares em sua 11ª semana de exibição só nos EUA. Esses números encorajam os executivos a não ficarem tão dependentes das produções da Pixar.
Na categoria documentário, A Um Passo do Estrelato explora o universo dos backup singers que, embora fiquem atrás dos holofotes, são responsáveis pela harmonia de inúmeras bandas. Esse prêmio traz ainda mais equilíbrio à categoria no Oscar, pois The Square ganhou o DGA, enquanto O Ato de Matar, o European Film Awards.
MELHOR MONTAGEM – ANIMAÇÃO
– Gregory Perler (Meu Malvado Favorito 2) • Jeff Draheim (Frozen: Uma Aventura Congelante)
– Greg Snyder (Universidade Monstros)
MELHOR MONTAGEM – DOCUMENTÁRIO
• Douglas Blush, Kevin Klauber, Jason Zeldes (A Um Passo do Estrelato)
– Eli B. Despres (Blackfish: Fúria Animal)
– Patrick Sheffield (Tim’s Vermeer)
A 86ª cerimônia do Oscar acontece no dia 02 de março e será transmitido pela TNT.
Cena do documentário A Um Passo do Estrelato (photo by outnow.com)
Cena belíssima de filmada com perfeição por Emmanuel Lubezki em Gravidade (photo by johslikesmovies.tumblr.com)
Brasão da ASC: American Society of Cinematographers (photo by btlnews.com)
O fato é que o diretor de fotografia mexicano Emmanuel Lubezki já vem merecendo o Oscar faz tempo. Suas parcerias com Alfonso Cuarón, Tim Burton e Terrence Malick estão rendendo obras-primas em matéria de iluminação e enquadramentos. Seu trabalho em si já vale o ingresso. Olhem suas indicações no Oscar:
1996: A Princesinha
2000: A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça
2006: O Novo Mundo
2007: Filhos da Esperança
2012: A Árvore da Vida
Com este novo trabalho em Gravidade, Lubezki consegue avanços tecnológicos que impressionam até James Cameron. Juntamente com o diretor, ele buscou meios técnicos para retratar a sensação do espaço de forma verossímil, tanto que foi considerado um 2001: Uma Odisséia no Espaço moderno, com os atores flutuando em frente à câmera, conciliando perfeitamente os efeitos digitais inseridos posteriormente.
Na opinião deste cinéfilo, ele já deveria ter sido reconhecido pelo Oscar em suas últimas duas indicações, mas foi batido por Robert Richardson (por A Invenção de Hugo Cabret em 2012) e Guillermo Navarro (por O Labirinto do Fauno em 2007). Com a alta dos filmes em 3D (Avatar e As Aventuras de Pi ganharam o Oscar da categoria) e os números elevados nas bilheterias, Lubezki só não ganha seu primeiro Oscar se acontecer uma tragédia grega.
WGA: Writers Guild Awards 2013 (logo in theartsyfilmblog.com)
Já no WGA (Writers Guild), Spike Jonze coleciona mais um prêmio pelo roteiro original de Ela. Ganhou o Globo de Ouro e o Critics’ Choice Award. Sua vitória significa a melhor prévia de todas, afinal, bateu os mesmos concorrentes que terá no Oscar: Eric Warren Singer e David O. Russell (Trapaça), Woody Allen (Blue Jasmine), Craig Borten e Melisa Wallack (Clube de Compras Dallas) e Bob Nelson (Nebraska). Além disso, sua ausência na categoria de direção deve indicar uma compensação como roteirista.
Bastante humilde em seu discurso de agradecimento, Jonze disse: “É uma alta honra vinda de escritores. É como um prêmio pela dor. Uma dor específica que escritores conhecem. Os altos e baixos de se sentar ali sozinho. Agradeço a vocês por isso”. Spike Jonze já foi indicado como Melhor Diretor pelo fantástico Quero Ser John Malkovich em 2000, e este ano, além de roteiro, está indicado como compositor de canção e produtor.
Por outro lado, na categoria de Roteiro Adaptado, houve uma surpresa. Aproveitando-se da ausência do favorito John Ridley (12 Anos de Escravidão), Billy Ray faturou o prêmio por Capitão Phillips. Em seu discurso de agradecimento, ele diz que está “em dívida com o próprio Capitão Richard Phillips, que sobreviveu a algo que ele provavelmente teria o matado”. Com filmes como Volcano – A Fúria, Plano de Vôo e Jogos Vorazes em sua filmografia, Ray tem se especializado em retratar dramas em filmes de ação e o prêmio WGA deve lhe dar mais visibilidade no mercado.
À esquerda, Spike Jonze com seu WGA award por Ela. E Billy Ray por Capitão Phillips (photo by blogs.diariodonordeste.com.br)
Na categoria Documentário, a vencedora foi Sarah Polley por Histórias que Contamos, que vinha coletando inúmeros prêmios da crítica, mas sequer foi indicada ao Oscar. Polley já foi indicada anteriormente pelo roteiro adaptado de Longe Dela (2006).