‘OS MISERÁVEIS’ CONQUISTA MELHOR FILME no CÉSAR AWARDS. POLANSKI LEVA DIREÇÃO

Les Miserables

À direita, o diretor Ladj Ly agradece ao prêmio César de Melhor Filme para Les Misérables (pic by Teller Report)

EM ANO DE CONTROVÉRSIA, FILME SOBRE DESIGUALDADE SOCIAL QUASE FICA DE ESCANTEIO

Antes de começar a falar sobre o César Awards, o Oscar francês, gostaria de agradecer ao amigo Antonio Lopes Moraes, que nesta semana me questionou sobre os motivos de nunca ter escrito sobre o César. Como discutimos, a premiação francesa tem histórico de alguns problemas crônicos como o fato da própria mídia internacional não dar muita bola, a data no calendário não ajudar, o visual do próprio prêmio parecer uma obra de 15 artistas diferentes, e provavelmente o maior de todos: ao contrário das premiações televisionadas como o Oscar e o BAFTA, era quase impossível assistir aos filmes indicados antes de acompanhar o evento ao vivo.

Claro que ainda é difícil conferir todos os filmes, mas esse cenário mudou um pouco este ano com a presença de Retrato de uma Jovem em Chamas, Os Miseráveis e animação Perdi Meu Corpo, já que permearam a temporada de premiações e foram melhor divulgados em campanhas publicitárias nos últimos meses.

ACADEMIA FRANCESA EM CHAMAS

Há duas semanas, a diretoria da Academia Francesa havia renunciado por considerar que o sistema de votação era injusto e pouco transparente, o que contribuiu para as 12 indicações para o novo filme de Roman Polanski, O Oficial e o Espião, que se tornou o recordista desta 45ª edição do prêmio. “Para honrar os que fizeram filmes em 2019, para reconquistar serenidade e tornar o evento de cinema uma celebração, o conselho de diretores tomou uma decisão unânime de renunciar”, anunciaram em nota oficial.

Apesar da renúncia e de protestos feministas, o filme se tornou um sucesso de bilheteria na França, inclusive se tornando a maior estréia da carreira do diretor, e agora leva 3 prêmios Cesár: Figurino, Roteiro Adaptado e Direção para Polanski. Há dois dias, o diretor anunciou que não compareceria à festa pra evitar um possível linchamento. E toda a equipe do filme também não participou da festa, provavelmente em solidariedade ao seu diretor… ou com receio de uma retaliação colateral.

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A atriz Emmanuelle Bercot a diretora Claire Denis apresentam e recebem o prêmio de Direção em nome de Polanski no César Awards (pic by https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2020/02/roman-polanski-vence-premio-de-melhor-diretor-e-atrizes-se-retiram-da-cerimonia-em-protesto.shtml)

Após a revelação de Polanski como vencedor do César, várias pessoas abandonaram o teatro, sendo uma delas a atriz Adèle Haenel, de Retrato de uma Jovem em Chamas. Revoltada, ela teria declarado: “Premiar Polanski é o mesmo que cuspir na cara de todas as vítimas. Quer dizer que estuprar mulheres não é um problema”. Lembrando que Haenel participa ativamente do movimento #MeToo, e recentemente denunciou o diretor francês Christophe Ruggia, que teria abusado dela em 1991, quando ela tinha apenas 12 anos. Segue link de vídeo da atriz saindo do recinto logo após a premiação de Diretor e antes de Melhor Filme:

Se antes essa divisão entre pessoa e artista já era complicada, agora ficou ainda mais difícil. Você consegue assistir a um filme de Roman Polanski sem misturar o profissional do pessoal? Ou aquela pergunta hipotética: você compraria e penduraria um quadro na sua casa pintado por um criminoso condenado? A atriz Brigitte Bardot consegue sem qualquer problema, defendendo o diretor: “Deveríamos agradecer por Polanski estar vivo e salvando o cinema francês da mediocridade”.

O Ministro da Cultura da França, Franck Riester, chegou a comentar antes do César Awards que premiar Polanski passaria a mensagem errada para o mundo. Mas será que todos que supostamente votaram nele tinham intuito de passar a mensagem de que esse crime dele já prescreveu? Acreditamos que muitos votaram pelo trabalho de direção dele. Lembrando que o Festival de Veneza já havia concedido o Leão de Prata de Diretor para o filme em setembro passado.

Mesmo que haja reuniões futuras na Academia Francesa (são cerca de 4.300 membros atualmente), consideramos delicada a situação por haver inúmeros argumentos e pontos de vista que podem não levar a lugar algum, ainda mais se a discussão chegar ao nível de ética e moral. Mas pelo menos, nessa mesma reunião, poderiam decidir uma nova data no calendário, repensar na distribuição dos filmes fora da Europa, e claro, chamarem um único artista plástico pra remodelar esse prêmio.

César award

Dê sua opinião sincera sobre o design do prêmio César

E você achava que Hollywood e a Academia Americana já tinham problemas o suficiente com a ausência de mulheres na categoria de Direção…

PRÊMIOS DA NOITE

O grande vencedor da noite foi Os Miseráveis, filme de estréia do diretor Ladj Ly, que começou sua trajetória de sucesso no Festival de Cannes ocorrido em Maio de 2019, de onde saiu com o prêmio do Júri, dividido com o brasileiro Bacurau. Além de ter sido indicado ao Oscar de Filme Internacional este ano, Os Miseráveis venceu como Melhor Filme, Melhor Montagem e Melhor Revelação Masculina para o ator Alexis Manenti.

Filmado no estilo realista, o longa aborda a tensa relação de uma patrulha policial no subúrbio de Montfermeil com os habitantes da região durante uma prisão supostamente simples. Inspirado nos tumultos ocorridos em 2005, Ladj Ly buscou destacar o abismo social e racial enraizada na história e cultura da França.

Também com três prêmios, além de O Oficial e o Espião, tivemos o drama La Belle Époque, que conquistou os prêmios de Roteiro Original, Design de Produção e Atriz Coadjuvante para a veterana Fanny Ardant. A trama seria uma mistura de artifícios teatrais e reconstrução de época para os personagens reviverem a fase desejada de suas vidas. Infelizmente, ainda não há data de estréia aqui no Brasil, mas caso aconteça, Maio e Junho devem ser os meses mais propícios.

Indicado a 10 Césars, Retrato de uma Jovem em Chamas saiu apenas com o prêmio de Fotografia para Claire Mathon. Muitos reclamaram da injustiça na categoria de Atriz, mas a derrota foi compreensível, já que as duas atrizes do filme competiram juntas, o que certamente dividiu os votos. Acredito que se Céline Sciamma tivesse sido premiada como Diretora, a revolta seria beeem menor. Mas no final, sem querer soar como teoria conspiratória, até parece que foi manipulação da Academia Francesa premiar Polanski justamente para causar burburinho na mídia e chamar atenção de todos.

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Vencedora de Melhor Atriz, Anaïs Demoustier por Alice and The Mayor (pic by https://world.smiilee.com/)

E por último, vale ressaltar os dois prêmios conquistados pela bela animação Perdi Meu Corpo: Melhor Longa de Animação e Melhor Trilha Original para Dan Levy. Disponível na Netflix, este singelo trabalho merecia ser reconhecido na temporada, já que o centro das atenções foi o embate entre Klaus e Toy Story 4. E a trilha merecia ter sido indicada ao Oscar…

E, claro, na categoria de Filme Estrangeiro, deu Parasita novamente. O elenco e o diretor Bong Joon Ho não estavam presentes, mas enviaram um vídeo de agradecimento em volta de uma mesa brindando e bebendo. Essa ressaca vai durar até 2021… rs

Seguem os vencedores do 45º César Awards:

MELHOR FILME
LA BELLE ÉPOQUE (La Belle Époque), de Nicolas Bedos
GRAÇAS A DEUS (Grâce à Dieu), de François Ozon
THE SPECIALS (Hors Normes), de Eric Toledano, Olivier Nakache
O OFICIAL E O ESPIÃO (J’Accuse), de Roman Polanski
OS MISERÁVEIS (Les Miserables) Ladj Ly
RETRATO DE UMA JOVEM EM CHAMAS (Portrait de la Jeune Fille en feu), de Céline Sciamma
OH MERCY! (Roubaix, une Lumière), de Arnaud Desplechin

MELHOR DIREÇÃO
Nicolas Bedos (La Belle Époque)
François Ozon (Graças a Deus)
Eric Toledano, Olivier Nakache (The Specials)
Roman Polanski (O Oficial e o Espião)
Ladj Ly (Os Miseráveis)
Céline Sciamma (Retrato de uma Jovem em Chamas)
Arnaud Desplechin (Oh Mercy!)

MELHOR ATRIZ
Anaïs Demoustier (Alice and The Mayor)
Eva Green (Proxima)
Adele Haenel (Retrato de uma Jovem em Chamas)
Chiara Mastroianni (Quarto 212)
Noémie Merlant (Retrato de uma Jovem em Chamas)
Doria Tillier (La Belle Époque)
Karin Viard (The Perfect Nanny)

MELHOR ATOR
Daniel Auteuil (La Belle Époque)
Damien Bonnard (Os Miseráveis)
Vincent Cassel (The Specials)
Jean Dujardin (O Oficial e o Espião)
Reda Kateb (The Specials)
Melvil Poupaud (Graças a Deus)
Roschdy Zem (Oh Mercy!)

Roschdy Zem

Vencedor de Melhor Ator: Roschdy Zem por Oh Mercy! (pic by https://www.moustique.be/)

MELHOR FILME ESTRANGEIRO
Dor e Glória, de Pedro Almodovar
O Jovem Ahmed, de Jean-Pierre e Luc Dardenne
Coringa, de Todd Phillips
Lola vers la mer, de Laurent Micheli
Era Uma Vez em… Hollywood, de Quentin Tarantino
Parasita, de Bong Joon-Ho
O Traidor, de Marco Bellocchio

MELHOR FILME DE ESTRÉIA
Atlantique, de Mati Diop
In the Name of the Land, de Edouard Bergeon
Alerta Lobo, de Antonin Baudry
Os Miseráveis, de Ladj Ly
Papicha, de Mounia Meddour

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
Nicolas Bedos (La Belle Époque)
François Ozon (Graças a Deus)
Eric Toledano, Olivier Nakache (The Specials)
Ladj Ly, Giordano Gederlini, Alexis Manenti (Os Miseráveis)
Céline Sciamma (Retrato de uma Jovem em Chamas)

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
Costa-Gavras (Adults in the Room)
Roman Polanski, Robert Harris (O Oficial e o Espião)
Jeremy Clapin, Guillaume Laurent (Perdi Meu Corpo)
Arnaud Desplechin, Lea Mysius (Oh Mercy!)
Dominik Moll, Gilles Marchand (Only the Animals)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Fanny Ardant (La Belle Époque)
Josiane Balasko (Graças a Deus)
Laure Calamy (Only the Animals)
Sara Forestier (Oh Mercy!)
Hélène Vincent (The Specials)

MELHOR ATOR COADJUVANTE
Swann Arlaud (Graças a Deus)
Grégory Gadebois (O Oficial e o Espião)
Louis Garrel (O Oficial e o Espião)
Benjamin Lavernhe (Amor à Segunda Vista)
Denis Ménochet (Graças a Deus)

MELHOR REVELAÇÃO FEMININA
Luàna Bajrami (Retrato de uma Jovem em Chamas)
Céleste Brunnquell (The Dazzled)
Lyna Khoudri (Papicha)
Nina Meurisse (Camille)
Mama Sané (Atlantique)

MELHOR REVELAÇÃO MASCULINA
Anthony Bajon (In the Name of the Land)
Benjamin Lesieur (The Specials)
Alexis Manenti (Os Miseráveis)
Liam Pierron (School Life)
Djebril Zonga (Os Miseráveis)

MELHOR LONGA DE ANIMAÇÃO
The Bears’ Famous Invasion of Sicily, de Lorenzo Mattotti
Os Olhos de Cabul, de Zabou Breitman
Perdi Meu Corpo, de Jérémy Clapin

MELHOR MONTAGEM
Anna Danché, Florent Vassault (La Belle Époque)
Laure Gardette (Graças a Deus)
Dorian Rigal-Ansous (The Specials)
Hervé de Luze (O Oficial e o Espião)
Flora Volpelière (Os Miseráveis)

MELHOR FOTOGRAFIA
Nicolas Bolduc (La Belle Époque)
Pawel Edelman (O Oficial e o Espião)
Julien Poupard (Os Miseráveis)
Claire Mathon (Retrato de uma Jovem em Chamas)
Irina Lubtchansky (Oh Mercy!)

MELHOR FIGURINO
Emmanuelle Youchnovski (La Belle Époque)
Thierry Delettre (Cyrano Mon Amour)
Pascaline Chavanne (O Oficial e o Espião)
Alexandra Charles (Joan of Arc)
Dorothée Guiraud (Retrato de uma Jovem em Chamas)

MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO
Stéphane Rozenbaum (La Belle Époque)

Benoît Barouh (Alerta Lobo)
Franck Schwarz (Cyrano mon Amour)
Jean Rabasse (O Oficial e o Espião)
Thomas Grézaud (Retrato de uma Jovem em Chamas)

MELHOR TRILHA MUSICAL ORIGINAL
Fatima Al Qadiri (Atlantique)
Alexandre Desplat (O Oficial e o Espião)
Dan Levy (Perdi Meu Corpo)
Marco Casanova, Kim Chapiron (Os Miseráveis)
Grégoire Hetzel (Oh, Mercy!)

MELHOR SOM
Rémi Daru, Séverin Favriau, Jean-Paul Hurier (La Belle Époque)
Nicolas Cantin, Thomas Desjonquères, Raphael Mouterde, Olivier Goinard, Randy Thom  (Alerta Lobo)
Lucien Balibar, Aymeric Devoldère, Cyril Holtz, Niels Barletta (O Oficial e o Espião)
Arnaud Lavaleix, Jérôme Gonthier, Marco Casanova (Os Miseráveis)
Julien Sicart, Valérie de Loof, Daniel Sobrino (Retrato de uma Jovem em Chamas)

MELHOR DOCUMENTÁRIO
68, mon père et les clous, de Samuel Bigiaoui
La cordillère des songes, de Patricio Guzman
Lourdes, de Thierry Demaizière, Alain Teurlai
M, de Yolande Zauberman
Wonder Boy Olivier Rousteing, né sous X, de Anissa Bonnefont

MELHOR CURTA-METRAGEM
Beautiful Loser
Chien Bleu
Le Chant d’Ahmed
Nefta Futebol Clube
Pile Poil

MELHOR CURTA DE ANIMAÇÃO
This Magnificent Cake!
Je Sors Acheter des Cigarettes
La Nuit des sacs Plastiques
Make it Soul

 

Indicações ao BAFTA 2013

BAFTA Awards 2013 (photo by telegraph.co.uk)

BAFTA Awards 2013 (photo by telegraph.co.uk)

Este ano, a Academia Britânica teve que apertar seu calendário para chegar pouco antes das indicações ao Oscar, que saem amanhã, dia 10.

Obviamente, por se tratar de um prêmio britânico, eles costumam dar um pouco mais de destaque às produções do Reino Unido, como são os casos de 007 – Operação Skyfall, que somou oito indicações, e O Exótico Hotel Marigold que, apesar de não ter conquistado nenhuma outra indicação, está concorrendo para Melhor Filme Britânico.

Como deve acontecer no Oscar, a mega-produção americana Lincoln foi a recordista de indicações com dez no total. Curiosamente, seu diretor Steven Spielberg não está indicado. Em seguida, Os Miseráveis e As Aventuras de Pi vêm logo em seguida com nove indicações cada. A adaptação musical de Tom Hooper não fez tanto sucesso no Globo de Ouro, mas o BAFTA não deixaria de reconhecer um trabalho com essência tão européia. O filme político de Ben Affleck, Argo, conquistou sete, inclusive uma um tanto questionável: Melhor Ator para Ben Affleck. Todos sabem que ele leva jeito para diretor, mas para ator?

Daniel Day-Lewis lidera em Lincoln (photo by BeyondHollywood.com)

Daniel Day-Lewis lidera em Lincoln (photo by BeyondHollywood.com)

Ainda nas categorias de atuação, algumas ausências foram notadas como a de Naomi Watts pelo filme-tragédia O Impossível, e Denzel Washington (Flight) e John Hawkes (The Sessions). Nas categorias de coadjuvantes, Leonardo DiCaprio (Django Livre) e Robert De Niro (O Lado Bom da Vida) ficaram de fora também, mas todos os atores acima ainda têm grandes chances de indicação no Oscar.

Apesar de ainda não ter estreado aqui no Brasil, fiquei feliz com a indicação de Sete Psicopatas e um Shih Tzu (Seven Psychopaths) para Melhor Filme Britânico. Alguns rotulam Martin McDonagh como o novo Guy Richie, mas acho que ele tem um humor negro muito peculiar para limitá-lo em comparações.

Christopher Walken e o Shih Tzu em Sete Psicopatas e um Shih Tzu (photo by OutNow.CH)

Christopher Walken e o Shih Tzu em Sete Psicopatas e um Shih Tzu (photo by OutNow.CH)

Também gostei da presença do filme dinamarquês A Caça, de Thomas Vinterberg, na categoria de Melhor Filme Estrangeiro. Aliás, Mads Mikkelsen deveria substituir Ben Affleck como Melhor Ator.

MELHOR FILME
ARGO (ARGO) Grant Heslov, Ben Affleck, George Clooney
OS MISERÁVEIS (LES MISÉRABLES) Tim Bevan, Eric Fellner, Debra Hayward, Cameron Mackintosh
AS AVENTURAS DE PI (LIFE OF PI) Gil Netter, Ang Lee, David Womark
LINCOLN (LINCOLN) Steven Spielberg, Kathleen Kennedy
A HORA MAIS ESCURA (ZERO DARK THIRTY) Mark Boal, Kathryn Bigelow, Megan Ellison

MELHOR FILME BRITÂNICO
ANNA KARENINA Joe Wright, Tim Bevan, Eric Fellner, Paul Webster, Tom Stoppard
O EXÓTICO HOTEL MARIGOLD (THE BEST EXOTIC MARIGOLD HOTEL) John Madden, Graham Broadbent, Pete Czernin, Ol Parker
OS MISERÁVEIS (LES MISÉRABLES) Tom Hooper, Tim Bevan, Eric Fellner, Debra Hayward, Cameron Mackintosh, William Nicholson, Alain Boublil, Claude-Michel Schönberg, Herbert Kretzmer
SETE PSICOPATAS E UM SHIH TZU (SEVEN PSYCHOPATHS) Martin McDonagh, Graham Broadbent, Pete Czernin
007 – OPERAÇÃO SKYFALL (SKYFALL) Sam Mendes, Michael G. Wilson, Barbara Broccoli, Neal Purvis, Robert Wade, John Logan

ESTRÉIA DE ROTEIRISTA, DIRETOR OU PRODUTOR BRITÂNICO
BART LAYTON (Diretor), DIMITRI DOGANIS (Produtor) The Imposter
DAVID MORRIS (Diretor), JACQUI MORRIS (Diretor/Produtor) McCullin
DEXTER FLETCHER (Diretor/Roteirista), DANNY KING (Writer) Wild Bill
JAMES BOBIN (Diretor) The Muppets
TINA GHARAVI (Diretor/Roteirista) I Am Nasrine

FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
AMOUR Michael Haneke, Margaret Ménégoz
HEADHUNTERS Morten Tyldum, Marianne Gray, Asle Vatn
A CAÇA (THE HUNT) Thomas Vinterberg, Sisse Graum Jørgensen, Morten Kaufmann
FERRUGEM E OSSO (RUST AND BONE) Jacques Audiard, Pascal Caucheteux
INTOCÁVEIS (INTOUCHABLES) Eric Toledano, Olivier Nakache, Nicolas Duval Adassovsky, Yann Zenou, Laurent Zeitoun

DOCUMENTÁRIO
THE IMPOSTER Bart Layton, Dimitri Doganis
MARLEY Kevin Macdonald, Steve Bing, Charles Steel
McCULLIN David Morris, Jacqui Morris
SEARCHING FOR SUGAR MAN Malik Bendjelloul, Simon Chinn
WEST OF MEMPHIS Amy Berg

ANIMAÇÃO
VALENTE (BRAVE) Mark Andrews, Brenda Chapman
FRANKENWEENIE (FRANKENWEENIE) Tim Burton
PARANORMAN (PARANORMAN) Sam Fell, Chris Butler

DIRETOR
AMOUR Michael Haneke
ARGO Ben Affleck
DJANGO LIVRE Quentin Tarantino
AS AVENTURAS DE PI Ang Lee
A HORA MAIS ESCURA Kathryn Bigelow

ROTEIRO ORIGINAL
AMOUR Michael Haneke
DJANGO LIVRE Quentin Tarantino
THE MASTER Paul Thomas Anderson
MOONRISE KINGDOM Wes Anderson, Roman Coppola
A HORA MAIS ESCURA Mark Boal

ROTEIRO ADAPTADO
ARGO Chris Terrio
INDOMÁVEL SONHADORA Lucy Alibar, Benh Zeitlin
AS AVENTURAS DE PI David Magee
LINCOLN Tony Kushner
O LADO BOM DA VIDA David O. Russell

ATOR
BEN AFFLECK Argo
BRADLEY COOPER O Lado Bom da Vida
DANIEL DAY-LEWIS Lincoln
HUGH JACKMAN Os Miseráveis
JOAQUIN PHOENIX The Master

ATRIZ
EMMANUELLE RIVA Amour
HELEN MIRREN Hitchcock
JENNIFER LAWRENCE O Lado Bom da Vida
JESSICA CHASTAIN A Hora Mais Escura
MARION COTILLARD Ferrugem e Osso

ATOR COADJUVANTE
ALAN ARKIN Argo
CHRISTOPH WALTZ Django Livre
JAVIER BARDEM 007 – Operação Skyfall
PHILIP SEYMOUR HOFFMAN The Master
TOMMY LEE JONES Lincoln

ATRIZ COADJUVANTE
AMY ADAMS The Master
ANNE HATHAWAY Os Miseráveis
HELEN HUNT The Sessions
JUDI DENCH 007 –  Operação Skyfall
SALLY FIELD Lincoln

TRILHA MUSICAL ORIGINAL
ANNA KARENINA Dario Marianelli
ARGO Alexandre Desplat
AS AVENTURAS DE PI Mychael Danna
LINCOLN John Williams
007 – OPERAÇÃO SKYFALL Thomas Newman

CINEMATOGRAPHY
ANNA KARENINA Seamus McGarvey
OS MISERÁVEIS Danny Cohen
AS AVENTURAS DE PI Claudio Miranda
LINCOLN Janusz Kaminski
007 – OPERAÇÃO SKYFALL Roger Deakins

MONTAGEM
ARGO William Goldenberg
DJANGO LIVRE Fred Raskin
AS AVENTURAS DE PI Tim Squyres
007 – OPERAÇÃO SKYFALL Stuart Baird
A HORA MAIS ESCURA Dylan Tichenor, William Goldenberg

DIREÇÃO DE ARTE
ANNA KARENINA Sarah Greenwood, Katie Spencer
OS MISERÁVEIS Eve Stewart, Anna Lynch-Robinson
AS AVENTURAS DE PI David Gropman, Anna Pinnock
LINCOLN Rick Carter, Jim Erickson
007 – OPERAÇÃO SKYFALL Dennis Gassner, Anna Pinnock

FIGURINO
ANNA KARENINA Jacqueline Durran
GREAT EXPECTATIONS Beatrix Aruna Pasztor
OS MISERÁVEIS Paco Delgado
LINCOLN Joanna Johnston
BRANCA DE NEVE E O CAÇADOR Colleen Atwood

MAQUIAGEM E CABELO
ANNA KARENINA Ivana Primorac
HITCHCOCK Julie Hewett, Martin Samuel, Howard Berger
O HOBBIT: UMA JORNADA INESPERADA Peter Swords King, Richard Taylor, Rick Findlater
OS MISERÁVEIS Lisa Westcott
LINCOLN Lois Burwell, Kay Georgiou

SOM
DJANGO LIVRE Mark Ulano, Michael Minkler, Tony Lamberti, Wylie Stateman
O HOBBIT: UMA JORNADA INESPERADA Tony Johnson, Christopher Boyes, Michael Hedges, Michael Semanick, Brent Burge, Chris Ward
OS MISERÁVEIS Simon Hayes, Andy Nelson, Mark Paterson, Jonathan Allen, Lee Walpole, John Warhurst
AS AVENTURAS DE PI Drew Kunin, Eugene Gearty, Philip Stockton, Ron Bartlett, D. M. Hemphill
007 – OPERAÇÃO SKYFALL Stuart Wilson, Scott Millan, Greg P. Russell, Per Hallberg, Karen Baker Landers

EFEITOS VISUAIS
BATMAN: O CAVALEIRO DAS TREVAS RESSURGE Paul Franklin, Chris Corbould, Peter Bebb, Andrew Lockley
O HOBBIT: UMA JORNADA INESPERADA Joe Letteri, Eric Saindon, David Clayton, R. Christopher White
AS AVENTURAS DE PI Bill Westenhofer, Guillaume Rocheron, Erik-Jan De Boer
OS VINGADORES Indicados ainda não definidos
PROMETHEUS Richard Stammers, Charley Henley, Trevor Wood, Paul Butterworth

CURTA DE ANIMAÇÃO
HERE TO FALL Kris Kelly, Evelyn McGrath
I’M FINE THANKS Eamonn O’Neill
THE MAKING OF LONGBIRD Will Anderson, Ainslie Henderson

CURTA-METRAGEM
THE CURSE Fyzal Boulifa, Gavin Humphries
GOOD NIGHT Muriel d’Ansembourg, Eva Sigurdardottir
SWIMMER Lynne Ramsay, Peter Carlton, Diarmid Scrimshaw
TUMULT Johnny Barrington, Rhianna Andrews
THE VOORMAN PROBLEM Mark Gill, Baldwin Li

THE EE RISING STAR AWARD (eleito pelo público)
ELIZABETH OLSEN
ANDREA RISEBOROUGH
SURAJ SHARMA
JUNO TEMPLE
ALICIA VIKANDER

O jovem talento Juno Temple, que participou de Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge, concorre como uma Rising Star

O jovem talento Juno Temple, que participou de Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge, concorre como uma Rising Star

Nove filmes estrangeiros em disputa para o Oscar 2013

O único representante do continente sul-americano: o chileno No, de Pablo Larraín, estrelado por Gael García Bernal

O único representante do continente sul-americano: o chileno No, de Pablo Larraín, estrelado por Gael García Bernal

Seguindo uma tradição rigorosa, os membros da Academia selecionaram os nove filmes semi-finalistas (de uma lista recordista de 71 filmes inscritos) na categoria de Melhor Filme Estrangeiro. Como muitos especialistas previram, o representante austríaco, Amour, e o francês, Intocáveis, estão nessa lista e já asseguram sua vaga na cerimônia.

Como já reportado aqui no blog, Amour, de Michael Haneke, que teve sua grande estréia no último Festival de Cannes, de onde saiu premiado com a Palma de Ouro, vem conquistando inúmeros prêmios da crítica internacional, como o LAFCA, NYFCC e o National Board of Review, por seu retrato do amor na terceira idade. Claro que, em se tratando de Haneke na direção, pode-se esperar sentimentos atípicos e brutais.

O estrondoso sucesso de público de Intocáveis também não poderia passar desapercebido. A relação incomum entre um aristocrata tetraplégico caucasiano e um rapaz de classe baixa negro quebrou alguns preconceitos e comoveu o grande público. Com certeza, incontáveis fãs do longa ficarão na torcida quando o envelope for aberto.

As outras três indicações estão em aberto. Contudo, um ou outro tem mais vantagens por ter sido mais comentado ou reconhecido pela crítica, como são os casos do dinamarquês O Amante da Rainha e do romeno Além das Montanhas, que saiu de Cannes com os prêmios de Melhor Roteiro e Melhor Atriz para a dupla Cosmina Stratan e Cristina Flutur. Na lista do National Board of Review e vencedor de Melhor Atriz no último Festival de Berlim, o canadense War Witch, de Kim Nguyen, tem boas chances com a história da menina de 14 anos que convive em meio à guerrilha na África.

Além das Montanhas, de Cristian Mungiu, representando a Romênia através de uma história verídica de exorcismo (foto por cine.gr)

Além das Montanhas, de Cristian Mungiu, representando a Romênia através de uma história verídica de exorcismo (foto por cine.gr)

O islandês The Deep é baseado numa história verídica de sobrevivência de um pescador em meio à congelante costa sul da Islândia. Já o representante da Noruega, Kon-Tiki, relata os esforços do explorador Thor Heyerdahl, que em 1947, atravessou o Oceano Pacífico todo numa balsa de madeira para provar que sul-americanos poderiam ter feito o mesmo para chegar às ilhas Polinésias em tempos de pré-Colombo. E o suíço Sister centra numa história de um menino que sustenta sua irmã mais velha roubando pertences de ricos num resort de esqui. O filme de Ursula Meier levou o Urso de Prata no último Festival de Berlim e conta com a bela Léa Seydoux.

Sister, de Ursula Meier: representante da Suíça com a belíssima Léa Seydoux

Sister, de Ursula Meier: representante da Suíça com a belíssima Léa Seydoux

Seguem os semi-finalistas para Melhor Filme Estrangeiro:

Amour, de Michael Haneke (Áustria)

War Witch (Rebelle), de Kim Nguyen (Canadá)

No, de Pablo Larraín (Chile)

O Amante da Rainha (En kongelig affære), de Nikolaj Arcel (Dinamarca)

Intocáveis (Intouchables), de Olivier Nakache e Eric Toledano (França)

The Deep (Djúpið), de Baltasar Kormákur (Islândia)

Kon-Tiki, de Joachim Rønning e Espen Sandberg (Noruega)

Além das Montanhas (Dupa Dealuri), de Cristian Mungiu (Romênia)

Sister (L’enfant d’en haut), de Ursula Meier (Suíça)

Em janeiro, esses nove filmes serão projetos em três dias para membros do comitê de Filmes Estrangeiros em Los Angeles e Nova York para então decidirem os cinco finalistas.

Infelizmente, o representante brasileiro O Palhaço, de Selton Mello, ficou de fora. Apesar de conter uma “brasilidade” no ambiente circense do cenário de interior do Brasil e com personagens andarilhos, o filme não conseguiu cativar os membros da comissão. A última vez que o país ficou entre os indicados foi em 1999 com Central do Brasil, de Walter Salles. E a última vez entre os semi-finalistas foi em 2007, com O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias, de Cao Hamburger.

Cheguei a ler algumas críticas boas de críticos americanos do filme Heleno, de José Henrique Fonseca, perguntando-se o porquê o filme não foi selecionado para concorrer ao Oscar, já que reconstrói a biografia do jogador de futebol Heleno de Freitas com a ajuda de Rodrigo Santoro, um ator reconhecido internacionalmente. Mas, mesmo que a escolha fosse alterada, não acredito que faria muita diferença, porque a concorrência de filmes estrangeiros este ano está muito acirrada. E, apesar da fama de Santoro, acho que O Palhaço tem uma boa mistura da cultura brasileira com a linguagem universal.

Algumas ausências notáveis foram dos representantes da Itália (César Deve Morrer, dos irmãos Taviani), da Alemanha (Barbara, de Christian Petzold), da Suécia (The Hypnotist, de Lasse Hallström) e da Coréia do Sul (Pieta, de Kim Ki-duk). A ausência desse último, embora tenha vencido o Leão de Ouro no último Festival de Veneza, explica-se pela crueldade e brutalidade da história, que costuma horrorizar os votantes mais idosos da Academia.

As indicações ao Oscar 2013 serão divulgadas no dia 10 de janeiro.

O islandês The Deep

O islandês The Deep e sua história de sobrevivência (foto por Cine.gr)

O norueguês Kon-Tiki, que tem belas imagens que remetem a Náufrago e A Lagoa Azul

O norueguês Kon-Tiki, que tem belas imagens que remetem a Náufrago e A Lagoa Azul (foto por OutNow.CH)

Indicações ao Globo de Ouro 2013

Globo de Ouro 2013

Globo de Ouro 2013

As indicações foram anunciadas na manhã desta quinta-feira, dia 13 de dezembro. Este ano, o recordista de indicações é o novo trabalho de Steven Spielberg, Lincoln, com sete. Em seguida, Argo e Django Livre figuram com cinco cada.

Dentre os 10 filmes indicados nas categorias de Melhor Filme, a maior surpresa foi a inclusão de Amor Impossível (Salmon Fishing in the Yemen), que ainda conta com as indicações de seus atores Ewan McGregor e Emily Blunt.

Seguem as indicações para cinema, e em seguida, uma análise por categoria:

MELHOR FILME – DRAMA

Argo (Argo)

Django Livre (Django Unchained)

As Aventuras de Pi (Life of Pi)

Lincoln

A Hora Mais Escura (Zero Dark Thirty)

* A inclusão do western de Quentin Tarantino aconteceu por causa de uma exibição de última hora, mas mesmo assim conseguiu cinco indicações, entre elas a de Melhor Filme – Drama e Melhor Diretor. As ausências mais sentidas são de The Master, de Paul Thomas Anderson, e O Hobbit – Uma Jornada Inesperada, de Peter Jackson. Enquanto o primeiro pode ter chateado alguns artistas seguidores da Cientologia, como Tom Cruise, o segundo apresenta uma nova tecnologia de 48 quadros por segundo que dá uma sensação de hiper-realidade, que pode ter desagradado alguns críticos. Pelo número de indicações, Lincoln parece ser o favorito, mas Argo e Django Livre podem surpreender.

Cena com Christoph Waltz e Jamie Foxx de Django Livre, de Quentin Tarantino.

Cena com Christoph Waltz e Jamie Foxx de Django Livre, de Quentin Tarantino (foto por beyondhollywood.com)

MELHOR FILME – COMÉDIA OU MUSICAL

O Exótico Hotel Marigold (The Best Exotic Marigold Hotel)

Les Misérables

Moonrise Kingdom (Moonrise Kingdom)

Amor Impossível (Salmon Fishing in the Yemen)

O Lado Bom da Vida (Silver Linings Playbook)

* A briga está entre Moonrise Kingdom e O Lado Bom da Vida, com boa vantagem para o último por causa da direção de David O. Russell e o par central de atores, Bradley Cooper e Jennifer Lawrence. Moonrise Kingdom é um belo filme, mas como não emplacou nenhuma indicação nas categorias de atuação e seu diretor sequer foi reconhecido, sua vitória deve ficar mais improvável.

Emily Blunt e Ewan McGregor em cena romântica de Amor Impossível. Ambos foram indicados nas categorias de atuação (foto por OutNow.CH)

Emily Blunt e Ewan McGregor em cena romântica de Amor Impossível. Ambos foram indicados nas categorias de atuação (foto por OutNow.CH)

MELHOR ATOR – DRAMA

Daniel Day-Lewis (Lincoln)

Richard Gere (A Negociação)

John Hawkes (The Sessions)

Joaquin Phoenix (The Master)

Denzel Washington (Flight)

* Ao ver essa lista, quem tem jeito de que vai levar o Globo de Ouro? Se você apostou em Daniel Day-Lewis, já tem 50% de chance de acertar. Apesar da entrevista polêmica se desfazendo da temporada de premiação, Joaquin Phoenix seria o segundo nessa corrida. A indicação de Richard Gere é a grande novidade na categoria. Ele já havia ganhado um Globo de Ouro por Chicago em 2003.

Richard Gere em A Negociação (foto por OutNow.CH)

Richard Gere em A Negociação (foto por OutNow.CH)

MELHOR ATRIZ – DRAMA

Jessica Chastain (A Hora Mais Escura)

Marion Cotillard (Ferrugem e Osso)

Helen Mirren (Hitchcock)

Naomi Watts (O Impossível)

Rachel Weisz (The Deep Blue Sea)

* Sem a veterana Emmanuelle Riva, a revelação-mirim Quvenzhané Wallis e por pertencer à categoria de comédia Jennifer Lawrence, a disputa aqui parece estar mais aberta, com ligeira vantagem para Jessica Chastain (que venceu o National Board of Review) e Rachel Weisz (que levou o NYFCC).

Marion Cotillard em Ferrugem e Osso. Sim, ela está sem a parte de baixo das pernas através de ótimo efeitos visuais.

Marion Cotillard em Ferrugem e Osso. Sim, ela está sem a parte de baixo das pernas através de ótimo efeitos visuais (foto por OutNow.CH)

MELHOR ATOR – COMÉDIA OU MUSICAL

Jack Black (Bernie)

Bradley Cooper (O Lado Bom da Vida)

Hugh Jackman (Les Misérables)

Ewan McGregor (Amor Impossível)

Bill Murray (Hyde Park on Hudson)

* Não se espante ao ver Jack Black na categoria. Além de ser um bom ator-comediante quando ele quer, já foi indicado pelo mesmo prêmio em 2004 pelo filme Escola de Rock. Curiosamente, ele enfrenta Bill Murray novamente, que havia vencido então por Encontros e Desencontros. Mas a presença de Ewan McGregor também surpreendeu, ainda mais pelo filme pelo qual foi reconhecido, pois todos esperavam O Impossível. O vencedor deve ficar entre Bradley Cooper (venceu o National Board of Review) e Hugh Jackman… bem, porque os críticos gostam de musicais, ainda mais com esse one-man-show!

Jack Black, o catador de viúvas em Bernie (foto por Cinemagia.ro)

Jack Black, o catador de viúvas em Bernie (foto por Cinemagia.ro)

MELHOR ATRIZ – COMÉDIA OU MUSICAL

Emily Blunt (Amor Impossível)

Judi Dench (O Exótico Hotel Marigold)

Jennifer Lawrence (O Lado Bom da Vida)

Maggie Smith (Quartet)

Meryl Streep (Um Divã Para Dois)

* O que eu digo toda vez? Sobrou uma vaga? Coloquem a Meryl Streep pra concorrer! Mas brincadeiras à parte, Streep está fabulosa e carismática como sempre em Um Divã Para Dois, vivendo aquela mulher que, estagnada no casamento, decide tomar uma atitude para salvá-lo. Apesar da presença das veteranas como a própria Meryl, temos Judi Dench e Maggie Smith, a jovem Jennifer Lawrence deve ficar com o prêmio, que estaria inclusa sua participação em Jogos Vorazes. Como não faço idéia de como está Emily Blunt em Amor Impossível, considero sua indicação uma surpresa.

Meryl Streep e a banana em Um Divã Para Dois. O carisma da atriz fascina o público (foto por OutNow.CH)

Meryl Streep e a banana em Um Divã Para Dois. O carisma da atriz fascina o público (foto por OutNow.CH)

MELHOR ATOR COADJUVANTE

Alan Arkin (Argo)

Leonardo DiCaprio (Django Livre)

Philip Seymour Hoffman (The Master)

Tommy Lee Jones (Lincoln)

Christoph Waltz (Django Livre)

* Com a exclusão de Matthew McConaughey, que estava ganhando quase todos os prêmios da crítica por Magic Mike, e Robert De Niro por O Lado Bom da Vida, Leonardo DiCaprio e Philip Seymour Hoffman saem na frente. Mas a briga esquentou depois que Christoph Waltz entrou. Em nova parceria de sucesso com o diretor Quentin Tarantino, o ator austríaco volta a se destacar em papel de coadjuvante. Outra ausência notada foi a de Javier Bardem por 007 – Operação Skyfall. A Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood não foi tanto na onda de sucesso do filme de Bond.

Christoph Waltz em Django Livre. Supresa agradável. (foto por OutNow.CH)

Christoph Waltz em Django Livre. Supresa agradável. (foto por OutNow.CH)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE

Amy Adams (The Master)

Sally Field (Lincoln)

Anne Hathaway (Les Misérables)

Helen Hunt (The Sessions)

Nicole Kidman (The Paperboy)

* Nicole Kidman tem sido tratada como zebra total na categoria. Depois de roubar o lugar de Amy Adams no SAG Awards, ela descarta Ann Dowd por Compliance ou Maggie Smith em O Exótico Hotel Marigold. Não duvido nada ela subir o palco pra receber o prêmio! Mas por enquanto, a casa de apostas fica entre Sally Field, Anne Hathaway e Amy Adams.

De recatada na vida real para putinha na ficção, Nicole Kidman agrada a crítica em The Paperboy (foto por OutNow.CH)

De recatada na vida real para putinha na ficção, Nicole Kidman agrada a crítica em The Paperboy (foto por OutNow.CH)

MELHOR DIRETOR

Ben Affleck (Argo)

Kathryn Bigelow (A Hora Mais Escura)

Ang Lee (As Aventuras de Pi)

Steven Spileberg (Lincoln)

Quentin Tarantino (Django Livre)

* Curiosamente, todos os diretores indicados são os mesmos dos filmes indicados a Melhor Filme – Drama, ou seja, nada de comédia ou musical por aqui. Assim, Tom Hooper, que comandou o elaborado musical baseado em Victor Hugo, e David O. Russell, que vem coletando ótimos elogios pela direção de atores e ainda resgatou o brilho de Robert De Niro, ficaram de fora. Como vi em anos anteriores, os críticos poderiam abrir novas exceções e indicar pelo menos mais um diretor. Independente disso, a disputa aqui está bastante acirrada. Temos quatro diretores muito experientes, com destaque para Spielberg e Bigelow, que foi a primeira mulher a ganhar o Oscar de direção, com a revelação Ben Affleck, que em seu terceiro filme na cadeira de diretor, já conquistou a crítica e o público com Argo.

Ben Affleck na câmera e dirigindo seu terceiro filme, Argo (foto por beyondholywood.com)

Ben Affleck na câmera e dirigindo seu terceiro filme, Argo (foto por beyondholywood.com)

MELHOR ROTEIRO

Chris Terrio (Argo)

Quentin Tarantino (Django Livre)

Tony Kushner (Lincoln)

David O. Russell (O Lado Bom da Vida)

Mark Boal (A Hora Mais Escura)

* Com sua ausência na categoria de diretor, David O. Russell deve figurar como franco-favorito por O Lado Bom da Vida. Mas Chris Terrio e Mark Boal fizeram um ótimo trabalho casos verídicos que se passaram no Oriente Médio, em épocas diferentes. Tarantino também entraria bem na briga na tentativa de compensá-lo numa possível derrota como diretor.

Chris Terrio na estréia de Argo (foto por zimbio.com)

Chris Terrio na estréia de Argo (foto por zimbio.com)

MELHOR TRILHA MUSICAL ORIGINAL

Dario Marianelli (Anna Karenina)

Alexandre Desplat (Argo)

Reinhold Heil, Johnny Klimek, Tom Tykwer (A Viagem)

Mychael Danna (As Aventuras de Pi)

John Williams (Lincoln)

* Como discutido no post anterior sobre as 104 trilhas musicais pré-selecionadas para o Oscar, Alexandre Desplat tinha três obras com possibilidade de indicação, então acredito que ele sai na frente por Argo. Mas quando se tem o veteraníssimo John Williams, o favorito tem que passar sobre ele primeiro. Fiquei feliz pela indicação de Mychael Danna, que vinha criando ótimos arranjos desde Pequena Miss Sunshine, mas nunca era lembrado pela crítica. Espero que ele tenha boas chances no Oscar também.

O compositor Mychael Danna, que concorre por As Aventuras de Pi (foto por celebslist.com)

O compositor Mychael Danna, que concorre por As Aventuras de Pi (foto por celebslist.com)

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL

“For You“, de Monty Powell, Keith Urban (Ato de Valor)

“Safe and Sound”, de Taylor Swift, John Paul White, Joy Williams, T-Bone Burnett (Jogos Vorazes)

“Suddenly“, de Claude-Michel Schönberg, Alain Boublil, Herbert Kretzmer (Les Misérables)

“Skyfall”, de Adele, Paul Epworth (007 – Operação Skyfall)

“Not Running Anymore”, de Jon Bon Jovi (Stand Up Guys)

* Embora haja nomes conhecidos no cenário musical como Jon Bon Jovi, Keith Urban (marido de Nicole Kidman) e a princesinha do country Taylor Swift, o aniversário de 50 anos de James Bond + a nova diva Adele = Globo de Ouro. A música tema de 007 – Operação Skyfall já virou até hit nas paradas brasileiras! E que venha o primeiro Oscar da série na categoria!

Adele e 007 - Operação Skyfall: grandes chances de premiação (foto por twentyfourbit.com)

Adele e 007 – Operação Skyfall: grandes chances de premiação (foto por twentyfourbit.com)

MELHOR ANIMAÇÃO

Valente (Brave)

Frankenweenie (Frankenweenie)

Hotel Transilvânia (Hotel Transylvania)

A Origem dos Guardiões (Rise of the Guardians)

Detona Ralph (Wreck-It Ralph)

* Confesso que fiquei um pouco desapontado pela total ausência de trabalhos mais autorais e estrangeiros na categoria de animação. Só pra se ter uma idéia, três dos cinco indicados são da Disney: Valente, Frankenweenie e Detona Ralph. Claro que se a produtora fez por merecer, nada mais justo, mas aí vem a questão: “Será que não tinha nenhum outro trabalho melhor do que esses?” O Globo de Ouro deve ficar entre um dos três citados. Resta saber se será Frankenweenie, de Tim Burton, ou Detona Ralph, de Rich Moore.

Título de Detona Ralph, produto da Disney que vem agradando o público (foto por gentlemenbehold.wordpress.com)

Título de Detona Ralph, produto da Disney que vem agradando o público (foto por gentlemenbehold.wordpress.com)

MELHOR FILME ESTRANGEIRO

Amour, de Michael Haneke (Áustria)

Kon-Tiki, de Joachim Rønning, Espen Sandberg (Reino Unido/ Noruega/ Dinamarca)

Intocáveis, de Olivier Nakache, Eric Toledano (França)

O Amante da Rainha, de Nikolaj Arcel (Dinamarca)

Ferrugem e Osso, de Jacques Audiard (França)

* Mesmo que as regras do Globo de Ouro não sejam tão rígidas como as da Academia de poder haver apenas um representante por país, não houve surpresas este ano. Amour, de Michael Haneke, deve levar o prêmio, até mesmo para compensá-lo da exclusão total de outras categorias, como ator e atriz. Mas os franceses Intocáveis (a segunda maior bilheteria da França) e Ferrugem e Osso (que conta com o prestígio de Jacques Audiard e a atriz Marion Cotillard) vêm logo atrás, prontos para darem o bote.

Mesmo não sendo um dos favoritos, A Royal Affair é um belo filme e interessante. A imagem acima fala por si própria... (foto por OutNow.CH)

Mesmo não sendo um dos favoritos, O Amante da Rainha é um belo filme e interessante. A imagem acima fala por si própria… (foto por OutNow.CH)

A 70ª cerimônia do Globo de Ouro deve ser transmitida pelo canal TNT no dia 13 de janeiro de 2013, três dias após as indicações ao Oscar.

Vencedores do National Board of Review 2012

National Board of Review

Seguindo a escalada de prêmios de críticos americanos, depois do círculo de críticos de Nova York divulgarem sua lista, chegou a vez do National Board of Review que reconhece os melhores do ano desde 1930 e tem como destaque o seu tradicional Top 10.

Depois de conquistar os nova-iorquinos, o filme de guerra de Kathryn Bigelow, Zero Dark Thirty, levou mais este importante prêmio: Melhor Filme, Melhor Direção e Melhor Atriz para Jessica Chastain. Claro que, em se tratando de um filme tão bem comentado e agora, premiado, não deve ficar limitado à caça em si do líder terrorista do Al-Qaeda, Osama Bin Laden, considerado o inimigo público nº1 dos Estados Unidos após os ataques de 11 de Setembro de 2001. Juntamente com o roteirista Mark Boal, a diretora busca refletir sobre o mundo de hoje através da guerra, e deve ainda responder a questão: Capturar ou matar Bin Laden resolve a questão?

Ficou bastante claro que a morte de um ditador não aniquila toda uma ideologia de governo que ele plantara. Foi assim com a captura do líder iraquiano Saddam Hussein, e a morte do norte-coreano Kim Jong-Il. Sinceramente, não sei se rotulo o pensamento americano ao deduzir que eles acreditam que a eliminação de um rei resolveria os problemas. Na verdade, isso é um jeito republicano, ou melhor, um jeito bem western que acabar tudo com uma bala. Como Zero Dark Thirty deve estrear aqui só no dia 18 de janeiro, não temos como adivinhar, mas é possível que o filme levante questões mais profundas como essas. Além disso, existe a possibilidade da produção colocar um pouco mais de luz nos misteriosos eventos da morte do terrorista, cujo corpo foi jogado ao mar, levantando dúvidas sobre a identidade do cadáver.

Se no NYFCC Awards, O Lado Bom da Vida (Silver Linings Playbook) saiu de mãos abanando, aqui ele sai vitorioso com os prêmios de Melhor Ator para Bradley Cooper (desbancando o favoritismo de Joaquin Phoenix e Daniel Day-Lewis) e Melhor Roteiro Adaptado para David O. Russell. Curiosamente, esperava-se que Jennifer Lawrence levasse o prêmio de Melhor Atriz, que acabou nas mãos da ruiva Jessica Chastain por Zero Dark Thirty, confirmando o talento de Kathryn Bigelow como diretora de atores.

Jessica Chastain em Zero Dark Thirty (photo by beyondhollywood.com)

Jessica Chastain em Zero Dark Thirty (photo by beyondhollywood.com)

Falando em atores, Leonardo DiCaprio conta seu primeiro ponto oficial na corrida de Melhor Ator Coadjuvante ao vencer por Django Livre, novo filme de Quentin Tarantino. Além de ótimo criador de personagens e diálogos, Tarantino passa a amadurecer ainda mais seus métodos de direção de atores. Ao ver o trailer, achei a performance de DiCaprio divertida com aquele sotaque e caracterização, que em algum ponto se assemelha ao Coronel Hans Landa de Bastardos Inglórios.

Vale ressaltar a surpresa da vitória de Ann Dowd como Melhor Atriz Coadjuvante pelo filme independente Compliance (que ainda não tem título em português e nem previsão de estréia no Brasil). Antes mesmo da temporada de prêmios começar, o filme já vinha criando um burburinho próprio depois de passar pelo Festival de Locarno (Suíça). Baseado em fato reais, o longa narra a história de uma gerente de um restaurante de fast-food que recebe uma ligação anônima com informações de que uma de suas funcionárias seria uma ladra.

Ann Dowd como a gerente do fast-food em Compliance (foto por Outnow.ch)

Ann Dowd como a gerente do fast-food em Compliance (foto por OutNow.CH)

Outra surpresa foi a vitória de Detona Ralph como Melhor Animação, batendo o franco-favorito Frankenweenie, de Tim Burton. Já o filme político de Ben Affleck, Argo, ficou com uma espécie de prêmio de consolação: o Special Achievement in Filmmaking. Havia também uma expectativa de que o musical de Tom Hooper, Les Misérables, levasse algo além de Melhor Elenco.

Nas categorias de estréias, o independente Indomável Sonhadora levou dois prêmios: Atriz Revelação para a pequena Quvenzhané Wallis, e Diretor Estreante para Benh Zeitlin. Existe a forte possibilidade dessa dupla conseguir indicações ao Oscar, além de Melhor Fotografia pelo apuro visual. Já o outro independente bem recebido, Moonrise Kingdom, de Wes Anderson, acabou ficando apenas entre os dez melhores filmes independentes.

Cena de Indomável Sonhadora (foto por Outnow.ch)

Cena de Indomável Sonhadora (foto por OutNow.CH)

Apesar de não ser o representante brasileiro por se tratar de uma co-produção entre França, Reino Unido, Estados Unidos e Brasil, o road-movie Na Estrada, dirigido pelo diretor brasileiro Walter Salles, foi incluso na lista das 10 melhores produções independentes. O longa também foi indicado à Palma de Ouro no último Festival de Cannes.

Segue lista completa dos premiados pelo National Board of Review:

MELHOR FILME:  ZERO DARK THIRTY, de Kathryn Bigelow
MELHOR DIREÇÃO: Kathryn Bigelow, ZERO DARK THIRTY
MELHOR ATOR: Bradley Cooper, O LADO BOM DA VIDA
MELHOR ATRIZ: Jessica Chastain, ZERO DARK THIRTY
MELHOR ATOR COADJUVANTE: Leonardo DiCaprio, DJANGO LIVRE
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE: Ann Dowd, COMPLIANCE
MELHOR ROTEIRO ORIGINAL: Rian Johnson, LOOPER: ASSASSINOS DO FUTURO
MELHOR ROTEIRO ADAPTADO: David O. Russell, O LADO BOM DA VIDA
MELHOR ANIMAÇÃO: DETONA RALPH, de Rich Moore
Special Achievement in Filmmaking: Ben Affleck, ARGO
ATOR REVELAÇÃO: Tom Holland, O IMPOSSÍVEL
ATRIZ REVELAÇÃO: Quvenzhané Wallis,  INDOMÁVEL SONHADORA
DIRETOR ESTREANTE: Benh Zeitlin, INDOMÁVEL SONHADORA
MELHOR FILME ESTRANGEIRO:  AMOUR, de Michael Haneke
MELHOR DOCUMENTÁRIO: SEARCHING FOR SUGAR MAN, de Malik Bendjelloul
William K. Everson Film History Award: 50 ANOS DOS FILMES DE JAMES BOND
MELHOR ELENCO: LES MISÉRABLES, de Tom Hooper
Spotlight Award: John Goodman (ARGO, FLIGHT, PARANORMAN, CURVAS DA VIDA)
NBR Freedom of Expression Award: CENTRAL PARK FIVE, Ken Burns, Sarah Burns e David McMahon
NBR Freedom of Expression Award: PROMISED LAND, de Gus Van Sant

TOP FILMES (em ordem alfabética)

ARGO, de Ben Affleck
INDOMÁVEL SONHADORA, de Benh Zeitlin
DJANGO LIVRE, de Quentin Tarantino
LES MISÉRABLES, de Tom Hooper
LINCOLN, de Steven Spielberg
LOOPER: ASSASSINOS DO FUTURO, de Rian Johnson
AS VANTAGENS DE SER INVISÍVEL, de Stephen Chbosky
PROMISED LAND, de Gus Van Sant
O LADO BOM DA VIDA, de David O. Russell

TOP 5 FILMES ESTRANGEIROS

BARBARA, de Christian Petzold (Alemanha)
INTOCÁVEIS, de Olivier Nakache e Eric Toledano (França)
O GAROTO DE BICICLETA, de Jean-Pierre e Luc Dardenne (Bélgica)
NO, de Pablo Larraín (Chile)
WAR WITCH, de Kim Nguyen (Canadá)

Barbara, de Christian Petzold, da Alemanha.

Barbara, de Christian Petzold, da Alemanha (foto por OutNow.CH)

TOP 5 DOCUMENTÁRIOS

AI WEIWEI: NEVER SORRY, de Alison Klayman
DETROPIA, de Heidi Ewing e Rachel Grady
THE GATEKEEPERS, de Dror Moreh
THE INVISIBLE WAR, de Kirby Dick
ONLY THE YOUNG, de Elizabeth Mims e Jason Tippet

TOP 10 FILMES INDEPENDENTES

A NEGOCIAÇÃO, de Nicholas Jarecki
BERNIE, de Richard Linklater
COMPLIANCE, de Craig Zobel
MARCADOS PARA MORRER, de David Ayer
HELLO I MUST BE GOING, de Todd Louiso
LITTLE BIRDS, de Elgin James
MOONRISE KINGDOM, de Wes Anderson
NA ESTRADA, de Walter Salles
QUARTET, de Dustin Hoffman
SLEEPWALK WITH ME, de Mike Birbiglia

Sam Riley, Kristen Stewart e Garrett Hedlund em Na Estrada, de Walter Salles

Sam Riley, Kristen Stewart e Garrett Hedlund em Na Estrada, de Walter Salles

Apesar do National Board of Review não poder ser considerado um bom parâmetro para o Oscar, no ano passado, suas escolhas coincidiram nas categorias de Ator Coadjuvante (Christopher Plummer), Roteiro (Os Descendentes), Filme Estrangeiro (A Separação) e Animação (Rango).

As indicações ao Oscar serão anunciadas no dia 10 de janeiro de 2013, 3 dias antes da cerimônia do Globo de Ouro.

Oscar 2013: Recorde de 71 filmes estrangeiros inscritos

Federico Fellini recebendo Oscar Honorário em 1993. O diretor levou quatro vezes Melhor Filme Estrangeiro para a Itália, além de doze indicações.

Uma nova marca é adicionada à história do Oscar. Setenta e um países inscreveram filmes para representá-los na categoria de Melhor Filme Estrangeiro. É claro que o fato de concorrer oficialmente ao prêmio já seria um prestígio enorme, mas talvez esse aumento de participantes se deva à vitória de A Separação, de Asghar Farhadi, um filme iraniano pequeno que não pertence ao círculo de países de primeiro mundo que costuma ganhar nessa categoria.

Desde que a Academia criou a categoria internacional em 1957 (de 1948 a 1956, os filmes estrangeiros eram reconhecidos com Oscars Honorários), Itália e França são os maiores vencedores com dez e nove vitórias respectivamente. Contudo, ambos não ganham há um bom tempo. A última produção francesa a ganhar foi Indochina, de Régis Wargnier, em 1993, enquanto a Itália tem um jejum de treze anos desde que A Vida é Bela, de Roberto Benigni levou três prêmios naquele ano de 1999.

César Deve Morrer, dos irmãos Taviani: vencedor do Urso de Ouro em Berlim, representando a Itália no Oscar

E se depender do burburinho, a Itália pode voltar ao páreo com o César Deve Morrer, dos irmãos Vittorio e Paolo Taviani (sem previsão de estréia aqui). O docu-drama que mostra presidiários reais encenando a peça Júlio César, de Shakespeare, levantou polêmica e levou o Urso de Ouro no Festival de Berlim desse ano. Não tem tanta cara de Oscar pelo lado polêmico, mas seria uma excelente oportunidade da Academia resgatar grandes nomes do cinema italiano.

Intocáveis, de Olivier Nakache e Eric Toledano: sucesso comercial e boas atuações garantem uma indicação ao Oscar

Maiores chances tem a França, pois conta com o sucesso comercial Intocáveis, de Olivier Nakache e Eric Toledano, que já consolidou a segunda melhor posição da bilheteria francesa de todos os tempos, faturando mais de US$ 300 milhões ao redor do mundo. A comédia dramática, ainda em cartaz nos cinemas de São Paulo, conta a história verídica de um aristocrata que ficou quadriplégico e contratou um jovem incomum para seus cuidados. Seu sucesso de público se deve à química dos atores principais, François Cluzet e Omar Sy, e pelo roteiro que explora muito bem as diferenças culturais dos dois personagens.

Amour, de Michael Haneke: diretor austríaco (à esq) dirige os veteranos Emmanuelle Riva e Jean-Louis Trintignant. A Palma de Ouro lhe deu a merecida notoriedade.

Entretanto, os franceses têm dura competição com o representante da Áustria: o drama Amour, de Michael Haneke, uma vez que arrebatou a última Palma de Ouro em Cannes e conta ainda com uma ótima dupla de atores, o casal Jean-Louis Trintignant e Emmanuelle Riva, ambos cotados para indicações nas categorias de atuação. Conta a favor também o fato de Michael Haneke ter a segunda chance na categoria depois que perdeu em 2010 pelo forte drama A Fita Branca, quando concorria pela Alemanha.

Em termos de favoritismo, parece claro que os três filmes citados acima estão com maiores chances. Porém, como se trata de uma categoria bastante imprevisível às vezes, vale a pena ressaltar alguns trabalhos bem comentados até o momento pela mídia e que não são necessariamente do mainstream, como é o caso do romeno Beyond the Hills, de Cristian Mungiu. Foi graças ao diretor que o cinema da Romênia voltou ao cenário internacional em 2007, quando seu filme anterior, o drama 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias foi reconhecido pela Palma de Ouro. O fato de Beyond the Hills ter saído com dois prêmios de Cannes esse ano: Melhor Atriz (recebido pela dupla de protagonistas Cosmina Stratan e Cristina Flutur) e Melhor Roteiro (Cristian Mungiu) certamente colabora na campanha, mas por se tratar de temática religiosa e sobrenatural envolvendo exorcismo verídico, os votantes velhinhos podem molhar suas fraldas geriátricas e nem terminar de ver o filme até o fim.

Beyond the Hills, de Cristian Mungiu: exorcismo na Academia? Só se for pra compensar O Exorcista (1973).

O mesmo asco deve acontecer entre os votantes ao ver o filme sul-coreano Pietá, de Kim Ki-duk, pois contém violência (apenas alguns membros decepados) e cenas de incesto (coisa mais light hoje em dia). Apesar de ter levado o Leão de Ouro em Veneza, as chances do filme ficar entre os cinco finalistas são as mesmas do mundo acabar em 2012.

Outros concorrentes apresentam alguns elementos que podem facilitar a indicação. No caso do israelense Fill the Void, o prêmio Volpi Cup de Melhor Atriz para Hadas Yaron seria um bom adendo, mas convenhamos que a maioria vontante judia também dá uma forcinha. Já o dinamarquês A Royal Affair, de Nikolaj Arcel, que ganhou Melhor Ator e Melhor Roteiro em Berlim, ganha pontos pela produção caprichada de filme de época, com figurinos e direção de arte vistosos, contando com Mads Mikkelsen, ator em ascensão internacional.

A Suécia pode conseguir grande ajuda pelo peso do nome Lasse Hallström. O diretor chegou a ser indicado ao Oscar de Melhor Diretor e Melhor Roteiro Adaptado pelo drama sueco Minha Vida de Cachorro em 1988 e novamente como Melhor Diretor pelo meloso Regras da Vida em 2000. Lasse Hallström conseguiu comandar bons projetos em Hollywood, resultando em Gilbert Grape – Aprendiz de um Sonhador (1993), Chocolate (2000), Chegadas e Partidas (2001), Sempre ao seu Lado (2009) e mais recentemente o drama baseado no best-seller de Nicholas Sparks, Querido John (2010). Ele pode voltar a competir com The Hypnotist, adaptação literária homônima da obra de Lars Kepler.

The Hypnotist, de Lasse Hallström. O diretor retorna à gélida Suécia e volta a ter boas chances no Oscar.

Se forçar um pouco a barra, dá pra incluir na briga o musical no melhor estilo Bollywood, Barfi!. A última indicação da Índia aconteceu em 2002 com outro musical Lagaan – Era Uma Vez na Índia, de Ashutosh Gowariker. Quem sabe não sai uma dobradinha musical com uma possível vitória de Les Miserábles, de Tom Hooper? OK, já seria muita ilusão de minha parte…

E o que dizer da primeira participação da Quênia no Oscar? Eles selecionaram o drama Nairobi Half Life, de David ‘Tosh’ Gitonga. Obviamente, trata-se de uma produção de baixo orçamento que acompanha a trajetória de um jovem aspirante a ator que se muda para a cidade grande (Nairobi) a fim de tentar a sorte na carreira. Talvez o filme tenha baixa qualidade técnica pelas dificuldades do país, mas se mandaram bem no lado emotivo da história, por que não teria chances reais? Se uma coisa eu aprendi nesses anos acompanhando o Oscar foi que a categoria de Filme Estrangeiro privilegia a boa e velha catarse. Histórias que mexem com elementos de superação são os favoritos.

Nairobi Half Life, de David ‘Tosh’ Gitonga: Primeiríssima participação do Quênia no Oscar. Motivo de orgulho e torcida.

E o Brasil? Quando vem o bendito primeiro Oscar para o nosso país? Teria O Palhaço, de Selton Mello, boas chances de ficar entre os finalistas? Particularmente, gostei da escolha entre os filmes nacionais, pois mostra um Brasil diferente dos últimos retratos de Cidade de Deus (2002) e Tropa de Elite (2007). Como já afirmei antes, a categoria diverge das demais em termos de votação. Já tentamos ganhar com Walter Salles (Central do Brasil) e Fernando Meirelles (Cidade de Deus) pelo prestígio internacional. Já apelamos pelos gostos dos votantes com Olga (2004), de Jayme Monjardim, e O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias (2006), de Cao Hamburger. Nada. Então, mesmo que O Palhaço sequer figure entre os finalistas, pelo menos estamos tentando com novas perspectivas. O filme possui temática universal do circo, boas atuações e qualidades técnicas como fotografia e trilha. Quem sabe?

Vale lembrar que lista dos 71 filmes que participam da maratona do Oscar poderia ser de 72 filmes. O governo (patético) do Irã resolveu chamar a atenção da mídia ao cancelar a participação do país no Oscar como forma de protesto pelo vídeo (ainda mais patético) Inocência dos Muçulmanos, que o Youtube foi obrigado a retirar do ar por ordem do governo brasileiro (muito mais patético) que mesmo tendo mais de vinte anos de ditadura na História, ainda não aprendeu que censura é uma atitude desprezível que vai contra a liberdade que foi conquistada com muito suor e sangue. Azar também do pobre filme iraniano A Cube of Sugar, de Seyyed Reza Mir-Karimi, que teve que pagar o pato com essa história ridícula de boicote…
Segue lista completa em ordem alfabética:

Afeganistão: The Patience Stone, de Atiq Rahimi

África do Sul: Little One, de Darrell James Roodt
Albânia: Pharmakon, de Joni Shanaj

Alemanha: Barbara, de Christian Petzold
Argélia: Zabana!, de Said Ould Khelifa
Argentina: Clandestine Childhood, de Benjamín Ávila
Armênia: If Only Everyone, de Natalia Belyauskene
Austrália: Lore, de Cate Shortland
Áustria: Amour, de Michael Haneke
Azerbaijão: Buta, de Ilgar Najaf
Bangladesh: Pleasure Boy Komola, de Humayun Ahmed
Bélgica: Our Children, de Joachim Lafosse
Bósnia e Herzegovina: Children of Sarajevo, de Aida Begic
Brasil: O Palhaço, de Selton Mello
Bulgária: Sneakers, de Valeri Yordanov e Ivan Vladimirov
Camboja: Lost Loves, de Chhay Bora
Canadá: War Witch, de Kim Nguyen

Cazaquistão: Myn Bala: Warriors of the Steppe, de Akan Satayev
Chile: No, de Pablo Larraín;
China: Caught in the Web, de Chen Kaige
Colômbia: The Snitch Cartel, de Carlos Moreno

Coréia do Sul: Pieta, de Kim Ki-duk
Croácia: Vegetarian Cannibal, de Branko Schmidt
Dinamarca: A Royal Affair, de Nikolaj Arcel

Eslováquia: Made in Ash, de Iveta Grófová
Eslovênia: A Trip, de Nejc Gazvoda
Espanha: Blancanieves, de Pablo Berger
Estônia: Mushrooming, de Toomas Hussar

Filipinas: Bwakaw, de Jun Robles Lana
Finlândia: Purge, de Antti J. Jokinen
França: Intocáveis, de Olivier Nakache e Eric Toledano
Georgia: Keep Smiling, de Rusudan Chkonia
Grécia: Unfair World, de Filippos Tsitos
Greenland: Inuk, de Mike Magidson

Holanda: Kauwboy, de Boudewijn Koole
Hong Kong: Life without Principle, de Johnnie To
Hungria: Just the Wind, de Bence Fliegauf
Índia: Barfi!, de Anurag Basu
Indonésia: The Dancer, de Ifa Isfansyah

Islândia: The Deep, de Baltasar Kormákur
Israel: Fill the Void, de Rama Burshtein
Itália: Caesar Must Die, de Paolo Taviani e Vittorio Taviani
Japão: Our Homeland, de Yang Yonghi
Letônia: Gulf Stream under the Iceberg, de Yevgeny Pashkevich
Lituânia: Ramin, de Audrius Stonys
Macedônia: The Third Half, de Darko Mitrevski
Malásia: Bunohan, de Dain Iskandar Said

Marrocos: Death for Sale, de Faouzi Bensaïdi
México: After Lucia, de Michel Franco
Noruega: Kon-Tiki, de Joachim Rønning e Espen Sandberg
Palestina: When I Saw You, de Annemarie Jacir
Peru: The Bad Intentions, de Rosario García-Montero
Polônia: 80 Million, de Waldemar Krzystek
Portugal: Blood of My Blood, de João Canijo

Quênia: Nairobi Half Life, de David ‘Tosh’ Gitonga

Quirguistão: The Empty Home, de Nurbek Egen

República Dominicana: Jaque Mate, de José María Cabral

República Tcheca: In the Shadow, de David Ondrícek
Romênia: Beyond the Hills, de Cristian Mungiu
Rússia: White Tiger, de Karen Shakhnazarov
Sérvia: When Day Breaks, de Goran Paskaljevic

Singapura: Already Famous, de Michelle Chong
Suécia: The Hypnotist, de Lasse Hallström
Suíça: Sister, de Ursula Meier
Tailândia: Headshot, de Pen-ek Ratanaruang

Taiwan: Touch of the Light, de Chang Jung-Chi
Turquia: Where the Fire Burns, de Ismail Gunes
Ucrânia: The Firecrosser, de Mykhailo Illienko
Uruguai: The Delay, de Rodrigo Plá
Venezuela: Rock, Paper, Scissors, de Hernán Jabes
Vietnã: The Scent of Burning Grass, de Nguyen Huu Muoi

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