QUAIS FILMES DISPUTAM o OSCAR 2021 de FILME INTERNACIONAL

APÓS VITÓRIA DE ‘PARASITA’ COMO MELHOR FILME E FILME INTERNACIONAL, CAMPANHAS TENDEM A SER MAIS AMBICIOSAS

Neste segundo ano da categoria renomeada Filme Internacional (ex-Filme em Língua Estrangeira), houve um pró e um contra. O pró se deve à vitória da produção sul-coreana Parasita na última edição do Oscar, na qual venceu 4 estatuetas, sendo uma histórica: Melhor Filme. Até o ano passado, todos imaginavam que isso seria impossível, já que em 91 anos de premiação, a Academia sempre preteriu filmes de outros idiomas nessa categoria, embora tenha indicado alguns ao longo de sua história como Roma, de Alfonso Cuarón. Com essa porta finalmente aberta, as campanhas de filmes internacionais não devem mais se limitar a uma única categoria, e o Oscar tem tudo para se tornar um prêmio mais globalizado e diversificado.

O contra fica por conta da pandemia do Covid-19. Embora os prazos para inscrições tenham se estendido, trata-se de um ano atípico, pois as campanhas não poderão atuar como antes com sessões fechadas para evitar aglomerações. Por outro lado, a vantagem é que a Academia lançou sua própria plataforma de streaming para membros, o que em tese facilita o acesso dos filmes para os votantes. Resta saber se eles vão conseguir assistir cerca de 90 filmes (quase ninguém vai) e quais filmes eles vão selecionar para assistir e porquê. Se houvesse campanha normal, ela faria diferença, mas nesse cenário, vai depender apenas de publicidade em sites e revistas; lembrando ainda que este é o último ano permitido para cópias de DVD e Blu-ray para membros, pois a Academia está buscando sustentabilidade há alguns anos.

CURIOSIDADES

Devido à pandemia, os filmes elegíveis tiveram um prazo maior no quesito data de lançamento, que pode ter ocorrido em seus países entre os dias 1º de Outubro de 2019 a 31 de Dezembro de 2020, o que acaba atrasando um pouco as inscrições. Até o momento, temos 87 filmes inscritos, mas esse número pode aumentar ainda com a oficialização de países como Camboja, Gana, Nepal, Uganda e Malawi. Este ano, três países inscreveram um filme pela primeira vez na história: o Sudão, que enviou You Will Die at 20, o Suriname, que inscreveu Wiren, e o Lesoto, que com seu Isso Não é um Enterro, É uma Ressurreição tem grandes chances de conquistar também sua primeira indicação.

O país asiático Butão, que inscreveu Lunana: A Yak in the Classroom, participa do Oscar após um longo intervalo de 21 anos.

COMO ESTÁ A DISPUTA ATÉ O MOMENTO?

Apesar da pandemia, a melhor forma de publicidade continua sendo a inclusão em festivais internacionais como Cannes (que embora não tenha acontecido fisicamente, liberou uma lista de selecionados), Berlim, Veneza, Sundance e Toronto, portanto, aquelas produções que tiveram passagem nesses eventos acabam largando na frente dos demais.

ANOTHER ROUND (Dinamarca). Dir: Thomas Vinterberg
Nesse quesito, o representante dinamarquês é um dos que mais se destacam. Selecionado no Festival de Cannes, o filme acompanha quatro professores colegiais que fazem um teste que melhoraria a qualidade de suas vidas ao manter um nível constante de álcool no sangue. Comédia pode não ser o gênero favorito da Academia, mas vale lembrar que a parceria entre o diretor Vinterberg (um dos fundandores do movimento Dogma 95) e o ator Mads Mikkelsen deu origem à indicação ao Oscar por A Caça em 2013.

QUO VADIS, AIDA? (Bósnia Herzegovina). Dir: Jasmila Zbanic
Além de ter sido indicado ao Leão de Ouro no último Festival de Veneza, o filme apresenta uma premissa que parece concebida para conquistar uma vaga no Oscar: a tradutora Aida, que trabalha para a ONU, tem sua família procurando por abrigo no acampamento da ONU após o exército Sérvio tomar conta de sua cidade. A última vez que a Bósnia esteve no Oscar foi em 2002, quando ganhou o prêmio de Filme em Língua Estrangeira pelo bom Terra de Ninguém, que curiosamente também lida com guerra e ONU.

ISSO NÃO É UM ENTERRO, É UMA RESSURREIÇÃO (Lesoto). Dir: Lemohang Jeremiah Mosese
Com passagem em vários festivais, inclusive Sundance, onde foi indicado ao Grande Prêmio do Júri, esta modesta produção tem como protagonista uma senhora viúva de mais de 80 anos que, quando ameaçada para sair de suas terras para a construção de uma barragem, acende seu espírito de resiliência. A trama lembra um pouco o brasileiro Aquarius, e o filme foi bastante elogiado na última edição da Mostra de Cinema de SP.

AND TOMORROW THE ENTIRE WORLD (Alemanha). Dir: Julia von Heinz
Este filme alemão foi indicado ao Leão de Ouro em Veneza, mas o que mais chama a atenção é sua vertente mais política que ajuda a conquistar votos. Na trama, uma estudante de Direito de 20 anos se junta ao movimento anti-fascista (Antifa) por se opor à ascensão da extrema direita na Alemanha. A história teria como base a experiência da própria diretora Julia von Heinz, que já foi integrante do movimento, e agora busca discutir suas perspectivas a respeito.

LA LLORONA (Guatemala). Dir: Jayro Bustamante
Com passagem também em Veneza, este filme apresenta uma mistura de filme político e ficção com toques sobrenaturais. Um general aposentado que supervisionou um genocídio foi absolvido dos crimes e assassinatos, mas passa a sofrer de crises de demência relacionada ao Alzheimer. Contudo, o filme apoia a sugestão de que o espírito tradicional da Llorona esteja por trás dessa vingança.

OUTROS DESTAQUES

Muitas vezes, os países selecionam seus filmes baseados na credibilidade dos diretores. No caso do Japão, República Tcheca e do Irã, por exemplo, os respectivos nomes de Naomi Kawase, Agnieszka Holland e Majid Majidi reforçam essa estratégia de largar na frente com nomes já consagrados em festivais e até no Oscar. Brillante Mendoza é talvez o cineasta mais famoso das Filipinas e vive nos festivais. Já Fernando Trueba já ganhou o Oscar pela Espanha por Sedução, mas este ano defende a Colômbia.

Embora não esteja tão forte na disputa, é preciso ressaltar que o representante turco, O Milagre na Cela 7, ganhou notoriedade após o sucesso de público na plataforma da Netflix. Ainda sobre a Netflix, o representante da Áustria, Quando a Vida Acontece (What We Wanted) também está disponível no catálogo. Já pela Globoplay, temos disponível o chileno Agente Duplo no acervo.

E O BRASIL?

A comissão formada por membros da Academia Brasileira de Cinema (lembrando novamente que não houve interferência do governo) apostou suas fichas em Babenco: Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer Parou. Foi uma escolha incomum por se tratar de um documentário, e ainda em preto-e-branco, mas dentre alguns argumentos para sua defesa estão o tema (Babenco já foi um diretor indicado ao Oscar nos anos 80) e a classificação automática na categoria de Melhor Documentário. O filme de estréia de Bárbara Paz pode ser indicado nessas duas categorias ao mesmo tempo, assim como aconteceu este ano com o filme da Macedônia do Norte, Honeyland.

Apesar de não ter havido um franco-favorito nessa seleção brasileira, Casa de Antiguidades (que foi selecionado por Cannes) era cotado como um dos favoritos, mas logo atrás vinham Pacarrete (que conquistou o festival de Gramado), Sertânia e Marighella. Agora não adianta pensar em hipóteses do que poderia acontecer, mas uma coisa é certa: se Bacurau fosse o selecionado deste ano (já concorreu ano passado), as chances do Brasil no Oscar seriam infinitamente maiores, pois o filme de Kléber Medonça Filho e Juliano Dornelles estreou comercialmente nos EUA este ano e vem conquistando a crítica e até aparecendo em listas de melhores de 2020. Uma pena. Central do Brasil continua sendo nossa última indicação nesta categoria, desde 1999.

A 93ª cerimônia do Oscar acontecerá no dia 25 de Abril, e as indicações serão anunciadas no dia 15 de Março.

CONFIRA OS FILMES SELECIONADOS POR SEUS PAÍSES PARA DISPUTAR VAGA NO OSCAR 2021 (ATÉ O MOMENTO):

PAÍSFILMEDIRETOR (A) (ES)
África do SulToorbosRene van Rooyen
AlbâniaOpen DoorFlorenc Papas
AlemanhaAnd Tomorrow the Entire WorldJulia von Heinz
Arábia SauditaScalesShahad Ameen
ArgéliaHéliopolisDjafar Gacem
ArgentinaThe SleepwalkersPaula Hernández
ArmêniaSongs of SolomonArman Nshanyan
ÁustriaQuando a Vida AconteceUlrike Kofler
BangladeshSincerely Yours, Dhaka11 diretores
BélgicaWorking GirlsFrédéric Fonteyne, Anne Paulicevich
BielorússiaPersian LessonsVadim Perelman
BolíviaChacoDiego Mondaca
Bósnia HerzegovinaQuo Vadis, Aida?Jasmila Žbanić
BrasilBabenco: Alguém tem que Ouvir o Coração e Dizer ParouBárbara Paz
BulgáriaThe FatherKristina Grozeva, Petar Valchanov
ButãoLunana: A Yak in the ClassroomPawo Choyning Dorji
Canadá14 Days, 12 NightsJean-Philippe Duval
CazaquistãoThe Crying SteppeMarina Kunarova
ChileAgente DuploMaite Alberdi
ChinaLeapPeter Chan
ColômbiaForgotten We’ll BeFernando Trueba
Coréia do SulThe Man Standing NextWoo Min-ho
Costa do MarfimNight of the KingsPhilippe Lacôte
Costa RicaTerra das CinzasSofía Quirós Ubeda
CroáciaExtracurricularIvan-Goran Vitez
DinamarcaAnother RoundThomas Vinterberg
EgitoWhen We’re BornTamer Ezzat
EquadorEmptinessPaul Venegas
EslováquiaThe Auschwitz ReportPeter Bebjak
EslovêniaStories from the Chestnut WoodsGregor Bozic
EspanhaThe Endless TrenchAitor Arregi, Jon Garaño, Jose Mari Goenaga
EstôniaThe Last OnesVeiko Õunpuu
FilipinasMindanaoBrillante Mendoza
FinlândiaToveZaida Bergroth
FrançaNós DuasFilippo Meneghetti
GeórgiaBeginningDea Kulumbegashvili
GréciaApplesChristos Nikou
GuatemalaLa LloronaJayro Bustamante
HolandaBuladóÉche Janga
Hong KongBetter DaysDerek Tsang
HungriaPreparations to be Together for an Unknown Period of TimeLili Horvát
ÍndiaJallikattuLijo Jose Pellissery
IndonésiaImpetigoreJoko Anwar
IrãCrianças do SolMajid Majidi
IrlandaArrachtTom Sullivan
IslândiaAgnes JoySilja Hauksdóttir
IsraelAsiaRuthy Pribar
JapãoMães de VerdadeNaomi Kawase
Jordânia200 MetersAmeen Nayfeh
KosovoExileVisar Morina
LesotoIsso Não é um Enterro, É uma RessurreiçãoLemohang Jeremiah Mosese
LetôniaBlizzard of SoulsDzintars Dreibergs
LíbanoBroken KeysJimmy Keyrouz
LituâniaNova LituaniaKarolis Kaupinis
LuxemburgoRiver TalesJulie Schroell
Macedônia do NorteWillowMilcho Manchevski
MalásiaRohEmir Ezwan
MarrocosThe Unknown SaintAlaa Eddine Aljem
MéxicoI’m No Longer HereFernando Frías de la Parra
MontenegroBreastsMarija Perovic
NigériaThe MilkmaidDesmond Ovbiagele
NoruegaHopeMaria Sødahl
PalestinaGaza mon AmourTarzan Nasser, Arab Nasser
PanamáCausa JustaLuis Franco Brantley, Luis Pacheco
PaquistãoZindagi TamashaSarmad Khoosat
ParaguaiKilling the DeadHugo Giménez
PeruCanção Sem Nome Melina León
PolôniaNever Gonna Snow AgainMalgorzata Szumowska, Michal Englert
PortugalVitalina VarelaPedro Costa
QuêniaThe LetterMaia Lekow, Chris King
QuirguistãoRunning to the SkyMirlan Abdykalykov
República DominicanaA State of MadnessLeticia Tonos
República TchecaCharlatanAgnieszka Holland
RomêniaCollectiveAlexander Nanau
RússiaDear ComradesAndrei Konchalovskiy
SérviaDara in JasenovacPredrag Antonijevic
SingapuraEstação das ChuvasAnthony Chen
SudãoYou Will Die at 20Amjad Abu Alala
SuéciaCharterAmanda Kernell
SuíçaMy Little SisterStéphanie Chuat, Véronique Reymond
SurinameWirenIvan Tai-Apin
TailândiaHappy Old YearNawapol Thamrongrattanarit
TaiwanA SunChung Mong-hong
TunísiaThe Man Who Sold His SkinKaouther Bem Hania
TurquiaMilagre na Cela 7Mehmet Ada Oztekin
UcrâniaAtlantisValentyn Vasyanovych
UruguaiAlelíLeticia Jorge
Uzbequistão2000 Songs of FaridaYalkin Tuychiev
VenezuelaOnce Upon a Time in VenezuelaAnabel Rodríguez Ríos
VietnãDreamy EyesVictor Vu

SELEÇÃO OFICIAL DE CANNES 2020!

France Cannes Film Festival Lineup

Vídeo dos presidentes de Cannes divulgando os selecionados (pic by Fairfield Citizen)

COM EVENTO CANCELADO, ORGANIZAÇÃO ANUNCIA SELEÇÃO COM 56 FILMES COM SELO OFICIAL DE CANNES

Nessa altura do campeonato, já saberíamos o vencedor da Palma de Ouro de 2020, mas como todos sabem, a pandemia da COVID jogou água no chopp francês. Após semanas aguardando algum desfecho feliz, o presidente do festival, Thierry Frémaux, viu-se obrigado a declarar derrota e o cancelamento desta edição.

Os boatos iniciais seriam de uma mescla de Cannes com o Festival de Veneza, que por enquanto, está confirmado para setembro, contudo isso foi desmentido. Como a exibição de filmes com a presença das equipes foi suspensa no tapete vermelho, restaram duas atividades. A primeira seria manter o mercado de vendas dos direitos dos filmes via streaming para compradores, e a segunda seria filtrar os filmes selecionados, vendo com os realizadores desses filmes se eles preferem aguardar um ano e serem exibidos na edição de 2021, ou se aceitam receber o selo oficial de Cannes para valorizá-los ainda nesta temporada.

Dentre os que decidiram aguardar, estaria o novo filme de Paul Verhoeven, Benedetta. Não sabemos como esse acordo teria sido firmado, mas não duvidamos que alguns  possam “trair” o festival de Cannes e arranjar uma sessão em Veneza. Já outras produções que já tinham um planejamento todo desenhado, decidiram manter o curso e aceitaram o selo de Cannes, como foi o caso do novo filme de Wes Anderson, The French Dispatch, que havia lançado trailer oficial. Embora seja uma incógnita saber qual filme levaria a Palma de Ouro, dificilmente Anderson levaria, já que não se trata de um filme com cara de prêmio de Cannes, ainda mais com o politizado Spike Lee como presidente do júri.

The French Dispatch

Cena de The French Dispatch, de Wes Anderson, com Elisabeth Moss, Owen Wilson, Tilda Swinton, Fisher Stevens e Griffin Dunne

Normalmente, a seleção oficial é dividida em mostras: a Competição, Un Certain Regard, Fora de Competição, Special Screenings e Midnight Screenings, entretanto, sem premiações, a divulgação dos filmes foram divididas de outra forma: The Faithful (Os Fiéis), com diretores que já passaram por Cannes; The Newcomers (os recém-chegados); An Omnibus Film (filme co-dirigido por vários autores); The First Features (os estreantes); 3 Documentary Films (3 documentários); 5 Comedy Films (5 comédias); e 4 Animated Films (4 animações).

SOBRE A SELEÇÃO

Segundo Frémaux, 2.067 filmes foram avaliados para chegar aos 56 finalistas. Como de costume, essas produções serão convidadas a passar em vários festivais internacionais como Locarno, Telluride, Toronto, Deauville, San Sebastian, Pusan, Angoulême, Morelia, New York, Lyon, Rome, Rio, Tokyo, Mumbai ou Mar del Plata, e Sundance.

É difícil prever quais filmes poderiam ser premiados sem assisti-los antes, ainda mais nessa situação de pandemia, mas a japonesa Naomi Kawase, que apresenta um drama sobre uma mulher que adotou uma criança e é contatada pela mãe biológica dela em True Mothers, certamente seria uma das favoritas à Palma de Ouro, também considerando seu histórico em Cannes com 5 indicações à Palma e com uma vitória do Grande Prêmio do Júri, podendo ter se tornado a segunda mulher a vencer o prêmio máximo.

No caso da dupla seleção do diretor Steve McQueen, conhecido por 12 Anos de Escravidão, ainda há dúvidas sobre o formato dos trabalhos, pois no IMDb consta que se tratam de episódios de uma minissérie de TV intitulada Small Axe, sobre a comunidade indiana em Londres entre 1969 e 1982, porém segundo a BBC Films, seriam dois filmes que fazem parte de uma série de antologia. Ao saber da seleção, o diretor logo declarou:  “Dedico estes filmes a George Floyd e todas as outras pessoas negras que foram assassinadas, com ou sem testemunhas, por quem vocês são, nos EUA, no Reino Unido ou qualquer outro lugar”, e em seguida citou um provérbio de Bob Marley: ‘If you are the big tree, we are the small axe.’ Black Lives Matter.”

Design sem nome (3)

Letitia Wright (à esquerda) em Mangrove, e à direita Lovers Rock, ambos de Steve McQueen

Uma excelente notícia para o Cinema Brasileiro é a inclusão do filme de estréia de João Paulo Miranda Maria, Casa de Antiguidades. No filme, o ator Antônio Pitanga interpreta um personagem que enfrenta o racismo de um vilarejo, ao mesmo tempo em que lida com encarnações passadas. Apesar de ser a estréia de João em longas, ele já havia vencido um prêmio em Cannes com o curta A Moça que Dançou com o Diabo. A temática racial certamente ganharia pontos com o então presidente do júri Spike Lee. Uma pena…

Casa de Antiguidades

Antônio Pitanga em cena de Casa de Antiguidades, de João Paulo Miranda Maria

Já para a temporada de premiações, que teoricamente vai ocorrer, além do filme de Wes Anderson que está com cara de que vai dominar as categorias técnicas como Design de Produção, Fotografia, Figurino, Maquiagem e Trilha Musical, temos Kate Winslet e Saoirse Ronan dando vida a um casal homossexual no século XIX na Inglaterra em Ammonite, e as animações Aya and the Witch do Studio Ghibli, e a nova animação da Pixar, Soul, que têm chances reais no Oscar.

CONFIRA A SELEÇÃO DOS 56 FILMES DE CANNES 2020:

OS FIÉIS

  • THE FRENCH DISPATCH by Wes Anderson (USA) – 1h43
  • SUMMER 85 by François Ozon (France) – 1h40
  • ASA GA KURU (True Mothers) by Naomi Kawase (Japan) – 2h20
  • LOVERS ROCK by Steve McQueen (England) – 1h08
  • MANGROVE by Steve McQueen (England) – 2h04
  • DRUK (Another Round) by Thomas Vinterberg (Denmark) – 1h55
  • Maïwenn’s DNA (DNA) (Algeria / France) – 1h30
  • LAST WORDS by Jonathan Nossiter (USA) – 2h06
  • HEAVEN: TO THE LAND OF HAPPINESS by IM Sang-Soo (Korea) – 1h40
  • EL OLVIDO QUE SEREMOS (Forgotten we’ll be) by Fernando Trueba (Spain) – 2h16
  • PENINSULA by YEON Sang-Ho (Korea) – 1h54
  • IN THE DUSK (At dusk) by Sharunas BARTAS (Lithuania) – 2h06
  • DES HOMMES (Home Front) by Lucas BELVAUX (Belgium) – 1h40
  • THE REAL THING by Kôji Fukada (Japan) – 3h48

Peninsula

A sequência do filme sul-coreano Invasão Zumbi está entre os selecionados.

OS RECÉM-CHEGADOS

  • PASSION SIMPLE by Danielle Arbid – (Lebanon) – 1h36
  • A GOOD MAN by Marie Castille Mention-Schaar (France) – 1h47
  • THE THINGS YOU SAY, THE THINGS YOU DO by Emmanuel Mouret (France) – 2h
  • SOUAD by Ayten Amin (Egypt) 1h30
  • LIMBO by Ben Sharrock (England) – 1h53
  • ROUGE (Red Soil) by Farid Bentoumi (France) – 1h26
  • SWEAT by Magnus Von Horn (Sweden) – 1h40
  • TEDDY by Ludovic and Zoran Boukherma (France) – 1h28
  • FEBRUARY (February) by Kamen Kalev (Bulgaria) – 2h05
  • AMMONITE by Francis Lee (England) – 2h
  • A NIGHT DOCTOR by Elie Wajeman (France) – 1h40
  • ENFANT TERRIBLE by Oskar Roehler (Germany) – 2h14
  • NADIA, BUTTERFLY by Pascal Plante (Canada) – 1h46
  • HERE WE ARE by Nir Bergman (Israel) – 1h34

AMMONITE

Kate Winslet e Saoirse Ronan em Ammonite, de Francis Lee 

AN OMNIBUS FILM

  • SEPTET: THE STORY OF HONG KONG by Ann Hui, Johnnie TO, Tsui Hark, Sammo Hung, Yuen Woo-Ping and Patrick Tam (Hong Kong) – 1h53

OS ESTREANTES

  • FALLING by Viggo Mortensen (USA) – 1h52
  • PLEASURE by Ninja Thyberg (Sweden) – 1h45
  • SLALOM by Charlène Favier (France) – 1h32
  • CASA DE ANTIGUIDADES (Memory House) by Joao Paulo Miranda Maria (Brazil) – 1h27
  • BROKEN KEYS (False note) by Jimmy Keyrouz (Lebanon) – 1h30
  • IBRAHIM by Samir Guesmi (France) – 1h20
  • BEGINNING (In the beginning) by Déa Kulumbegashvili (Georgia) – 2h10
  • GAGARINE by Fanny Liatard and Jérémy Trouilh (France) – 1h35
  • 16 SPRING by Suzanne Lindon (France) – 1h13
  • VAURIEN by Peter Dourountzis (France) – 1h35
  • GARÇON CHIFFON by Nicolas Maury (France) – 1h48
  • SI LE VENT TOMBE ( Should the Wind Fall ) by Nora Martirosyan (Armenia) – 1h40
  • JOHN AND THE HOLE by Pascual Sisto (USA) – 1h38
  • INTO THE WIND ( Running with the Wind ) Shujun WEI (China) – 2:36
  • THE DEATH OF CINEMA AND MY FATHER TOO ( The film Death and my father too ) Dani Rosenberg (Israel) – 1:40

3 DOCUMENTÁRIOS

  • ON THE ROUTE FOR THE BILLION ( The Billion Road ) by Dieudo Hamadi (Democratic Republic of the Congo) – 1h30
  • THE TRUFFLE HUNTERS by Michael Dweck and Gregory Kershaw (USA) – 1h24
  • 9 DAYS AT RAQQA by Xavier de Lauzanne (France) – 1h30

5 COMÉDIAS

  • ANTOINETTE IN THE CÉVÈNNES by Caroline Vignal (France) – 1h35
  • LES DEUX ALFRED by Bruno Podalydès (France) – 1h30
  • UN TRIOMPHE ( The big hit ) by Emmanuel Courcol (France) – 1h40
  • THE ORIGIN OF THE WORLD by Laurent Lafitte ( France) – 1st film
  • THE SPEECH by Laurent Tirard (France) – 1h27

4 ANIMAÇÕES

  • AYA TO MAJO (Earwig and the Witch) by Gorô Miyazaki (Japan) – 1h22
  • FLEE by Jonas Poher Rasmussen (Denmark) – 1h30
  • JOSEP by Aurel (France) – 1h20 – 1st film
  • SOUL by Pete Docter (USA) – 1h30

Soul

Cena da nova animação da Pixar, Soul, de Pete Docter, com as vozes de Jamie Foxx e Angela Bassett.

21 Animações inscritas para o Oscar 2013

O diretor Tim Burton trabalhando num dos moldes da animação Franknweenie, provável candidato a favorito ao Oscar 2013 (photo by Enterntainment Weekly)

Inscrições encerradas. O Oscar 2013 já fechou com 21 animações que se tornarão cinco finalistas. Vendo os concorrentes, dá pra fazer uma breve análise de quem tem maiores chances de chegar ao tapete vermelho. Apesar da categoria de Melhor Animação ser a mais nova da premiação com seus 11 aninhos, é possível distinguir um certo padrão nos indicados.

Regrinha número 1: Reserve uma das vagas para a PIXAR. Se lançaram um filme produzido pela Pixar, pode incluí-lo na lista. E os números são impressionantes. Dos dez vencedores do Oscar de animação, a Pixar levou o ouro seis vezes! Concorreu em oito oportunidades e perdeu em apenas duas ocasiões: Em 2002, Monstros S.A. para o imbatível Shrek. E em 2007, Carros foi batido por Happy Feet – O Pinguim. A Pixar só não chegou na reta final em uma única vez, este ano, porque Carros 2 foi nitidamente feito pra ganhar dinheiro e agradar um dos chefes da produtora e diretor do próprio filme: John Lasseter.

Procurando Nemo (2003), de Andrew Stanton. Vencedor pela Pixar em 2004 foi relançado nas salas de cinema este ano no formato 3D.

Em 2013, a Pixar deve voltar a concorrer pelo novo trabalho Valente, de Mark Andrews e Brenda Chapman. Não sei se tentaram ir na onda do sucesso de Como Treinar Seu Dragão, mas a temática viking não fez o sucesso que se esperava. Por se tratar de uma animação com o selo da Pixar, a bilheteria costuma ficar garantida e a vaga no Oscar também, mas deve se tornar a terceira derrota da produtora.

Regrinha número 2: Traga material estrangeiro para a categoria. O segundo Oscar de animação foi para o pioneiro Hayao Miyazaki e seu belíssimo filme A Viagem de Chihiro. Nos anos seguintes, a Academia pegou esse costume de tentar trazer sempre produções internacionais, valorizando a categoria, os artistas responsáveis e a audiência na TV. Além do Japão de Miyazaki, que voltou a concorrer em 2006 com O Castelo Animado, a França se destacou com As Bicicletas de Belleville e O Mágico, ambos de Sylvain Chomet, com Persepolis, de Marjane Satrapi e Vincent Paronnaud, e este ano com o espanhol Chico & Rita, de Tono Errando, Javier Mariscal e Fernando Trueba, e o francês Um Gato em Paris, de Jean-Loup Felicioli e Alain Gagnol.

As Bicicletas de Belleville (2003), de Sylvain Chomet, marcou a estréia da França na categoria. Merecia o Oscar.

Independente dos motivos comerciais e de audiência do Oscar, a presença da diversidade internacional ressalta a qualidade de trabalhos feitos fora do território americano, dominado pela técnica de 3D (animações tridimensionais como as da Pixar). As animações cresceram bastante com o 3D, mas pra mim, o 2D tem muito mais charme.

Regrinha número 3: Não se trata exatamente de um regra, mas uma tendência. Nos últimos anos, alguns diretores de filmes com atores vêm se aventurando no gênero da animação. O primeiro diretor sem tradição com desenho a ganhar o Oscar da categoria foi George Miller com Happy Feet – O Pinguim em 2007. Miller ficou mais conhecido pela trilogia do violento Mad Max, estrelada pelo jovem Mel Gibson. Este ano, o vencedor Rango foi dirigido por Gore Verbinski, cuja filmografia inclui Piratas do Caribe – A Maldição do Pérola Negra e O Chamado.

Quando as pessoas ainda estavam na onda “fofa” dos pinguins de A Marcha dos Pinguins, Happy Feet – O Pinguim (2006), de George Miller, foi o vencedor da categoria por causa de sua alta bilheteria. Mas quem realmente merecia era A Casa Monstro, de Gil Kenan.

Em 2013, Tim Burton pode se juntar a essa tendência. Embora tenha realizado alguns curtas de animação (como o próprio curta Frankenweenie, de 1984, que dá origem ao longa) e o longa Noiva-Cadáver (2005), que lhe rendeu a primeira e única indicação ao Oscar, o diretor ficou bem mais marcado por trabalhos com atores como Edward Mãos-de-Tesoura (1990), Ed Wood (1994) e A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça (1999).

DOS CONCORRENTES DE 2013

Como a Academia fez a pré-seleção com 21 candidatos, isso significa que haverão cinco finalistas. Para que isso aconteça, é necessário o mínimo de 16 produções. Abaixo disso, a categoria teria apenas 3 finalistas.

Obviamente, não conferi todos os 21 filmes, mas dei uma olhada em cada um e cheguei a algumas conclusões. Primeiro, vamos conferir a lista das 21 animações, em ordem alfabética:

Frankenweenie, de Tim Burton: Favorito ao Oscar 2013.

Delhi Safari, de Nikhil Advani (Índia)

Detona Ralph (Wreck-It Ralph), de Rich Moore (EUA)

A Era do Gelo 4 (Ice Age Continental Drift), de Steve Martino e Mike Thurmeier (EUA)

Frankenweenie (Frankenweenie), de Tim Burton (EUA)

From Up on Poppy Hill (Kokuriko-zaka Kara), de Goro Miyazaki (Japão)

O Gato do Rabino (Le Chat du Rabbin), de Antoine Delesvaux e Joann Sfar (França/ Áustria)

Hey Krishna (Krishna Aur Kans), de Vikram Veturi (Índia)

Hotel Transilvânia (Hotel Transylvania), de Genndy Tartakovsky (EUA)

A Liar’s Autobiography: The Untrue Story of Monty Python’s Graham Chapman, de Bill Jones, Jeff Simpson e Ben Timlett (Reino Unido)

O Lorax: Em Busca da Trúfula Perdida (Dr. Seuss’ The Lorax), de Chris Renauld (EUA)

Madagascar 3: Os Procurados (Madagascar 3: Europe’s Most Wanted), de Eric Darnell, Tom McGrath e Conrad Vernon (EUA)

The Mystical Laws (Shinpi no hô), de Isamu Imakake (Japão)

A Origem dos Guardiões (Rise of the Guardians), de Peter Ramsey (EUA)

The Painting (Le Tableau), de Jean-François Laguionie (França)

ParaNorman (ParaNorman), de Chris Butler e Sam Fell (EUA)

Piratas Pirados! (The Pirates! Band of Misfits), de Peter Lord (Reino Unido/ EUA)

Tinker Bell: O Segredo das Fadas (Secret of the Wings), de Roberts Gannaway e Peggy Holmes (EUA)

Valente (Brave), de Mark Andrews e Brenda Chapman (EUA)

Walter & Tandoori’s Christmas (Le Noël de Walter et Tandoori), de Sylvain Viau (Canadá)

Zambezia, de Wayne Thornley (África do Sul)

Zarafa, de Rémi Bezançon e Jean-Christophe Lie (França/ Bélgica)

Piratas Pirados!, de Peter Lord: animação de massinha muito bem representado.

Como realizador, só o fato de ter seu filme lançado numa sala de cinema já seria motivo de orgulho. Imagine então tê-lo nessa lista! Apesar da quantidade de animações lançadas em um ano ser bem inferior ao de filmes com atores (live-action), ainda assim, trata-se de uma seleção oficial da Academia. Contudo, alguns desses trabalhos não devem seguir adiante na classificação como são os casos de Tinker Bell: O Segredo das Fadas e Walter & Tandoori’s Christmas, por se tratarem de filmes mais comuns.

Voltando ao tema da diversidade internacional, acho muito bacana ver uma produção sul-africana na lista. Apesar de Zambezia parecer um clone genérico de Madagascar, vale pelo incentivo aos artistas do continente africano, que têm orçamento bastante reduzido. As animações indianas Delhi Safari e Hey Krishna também não vão muito longe no âmbito visual, mas para quem achava que a Índia só tinha musicais à la Bollywood, aí está a prova de que existe diversidade em todos os países.

Tirando Frankenweenie e Valente, que já são presença certa entre os indicados pelos motivos citados no início do post, não existem mais favoritismos. Porém, por se tratar da única animação feita com massinha, Piratas Pirados! tem boas chances de concorrer. Além de reforçar a diversidade, a Academia já comprovou que gosta dessa técnica de stop-motion ao premiar Wallace & Grommit – A Batalha dos Vegetais, de Steve Box e Nick Park, em 2006.

Detona Ralph pode se tornar uma grata surpresa na lista pelo sucesso de público.

Outro detalhe que faz diferença é a bilheteria da animação. Nesse quesito, Detona Ralph, que conta com vários personagens do universo do video-game, estreou semana passada em primeiro lugar nos EUA, com 49 milhões de dólares. É lógico que os números não se comparam a uma estréia da Pixar, que costuma superar os 100 milhões, mas devemos considerar como um sucesso grande nessa reta final. Vale lembrar que o simpático Hotel Transilvânia está na sua sexta semana em cartaz e já faturou 137 milhões.

Não acredito que a Academia vá compensar com uma indicação as sequências A Era do Gelo 4 e Madagascar 3 – Os Procurados, mas não podemos ignorar que Shrek 2 e Kung Fu Panda 2 já foram finalistas. Isso acabaria abrindo uma bela brecha para que a produção com visual mais caprichado entre na roda: o francês The Painting (Le Tableau), que mexe com pinturas e surrealismo. Por mais que não agrade alguns votantes, é inegável a qualidade estética da animação de Jean-François Laguionie, um veterano que já dirigiu sete curtas e quatro longas. Deve e merece ser indicado. Veja a foto abaixo e tente discordar:

The Painting (Le Tableau): um espetáculo visual que merece maior exposição internacional

Ainda vale citar alguns trabalhos que podem surpreender como o japonês From Up on Poppy Hill, dirigido pelo filho de Hayao Miyazaki, Goro Miyazaki. O Gato do Rabino seria uma segunda opção para a França, caso The Painting não passe, ainda mais que contém elementos da religião judaica, muito forte entre os votantes da Academia. Eu também citaria ParaNorman pelo sucesso que fez em solo americano, mas talvez o fato de ter algumas semelhanças mórbidas com Frankenweenie atrapalhe na seleção.

E pra fechar, gostaria muito de ver o alternativo britânico A Liar’s Autobiography: The Untrue Story of Monty Python’s Graham Chapman entre os indicados. A animação que mistura várias técnicas diferentes como 2D, 3D, pintura e colagem pra contar a história de Graham Chapman, criador do grupo de humor Monty Phyton já vale pela idéia genial. Resta saber se os votantes têm a cabeça aberta para algo mais incomum, pois infelizmente, a maioria ainda acredita que animação é obrigatoriamente material infanto-juvenil. Vamos crescer, né?

A Liar’s Autobiography: The Untrue Story of Monty Python’s Graham Chapman: uma das cenas que contém colagem. Será que cola na Academia?

Então, sem mais delongas, minha lista de palpites ficaria assim: (Seria uma mistura das minhas apostas com o que gostaria de ver na categoria)

Detona Ralph

Frankenweenie

The Painting

Piratas Pirados!

Valente

Valente: aposta certa da Pixar, mas não detém o favoritismo desta vez

Indicações ao Oscar 2012!

Jennifer Lawrence e Tom Sherak anunciam os Indicados

As indicações ao Oscar foram anunciadas esta manhã, com um ligeiro atraso. Aqui no Brasil, o anúncio foi transmitido pelo canal Globo News. Mas para quem piscou e perdeu, confira no youtube pelo canal oficial da Academia:

http://www.youtube.com/watch?v=ODy4Z2Lp_jE&feature=g-all-u&context=G22f03c4FAAAAAAAAAAA

Infelizmente, Jennifer Lawrence não contribuiu muito para os americanos acordarem melhor. Sua roupa não favoreceu muito… E o presidente da Academia, Tom Sherak, se enrolou na pronúncia do nome de Michel Hazanavicius.

MELHOR FILME (Best Motion Picture of the Year)

– O Artista (The Artist)

– Os Descendentes (The Descendants)

– Tão Forte e Tão Perto (Extremely Loud & Incredibly Close)

– Histórias Cruzadas (The Help)

– A Invenção de Hugo Cabret (Hugo)

– Meia-Noite em Paris (Midnight in Paris)

– O Homem que Mudou o Jogo (Moneyball)

– A Árvore da Vida (The Tree of Life)

– Cavalo de Guerra (War Horse)

MELHOR DIRETOR (Achievement in Directing)

– Michel Hazanavicius (O Artista)

– Alexander Payne (Os Descendentes)

– Martin Scorsese (A Invenção de Hugo Cabret)

– Woody Allen (Meia-Noite em Paris)

– Terrence Malick (A Árvore da Vida)

MELHOR ATOR (Performance by an Actor in a Leading Role)

– Demián Bichir (A Better Life)

– George Clooney (Os Descendentes)

– Jean Dujardin (O Artista)

– Gary Oldman (O Espião que Sabia Demais)

– Brad Pitt (O Homem que Mudou o Jogo)

MELHOR ATRIZ (Performance by an Actress in a Leading Role)

Glenn Close (Albert Nobbs)

– Viola Davis (Histórias Cruzadas)

– Rooney Mara (Millennium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres)

– Meryl Streep (A Dama de Ferro)

– Michelle Williams (Sete Dias com Marilyn)

MELHOR ATOR COADJUVANTE (Performance by an Actor in a Supporting Role)

Kenneth Branagh (Sete Dias com Marilyn)

– Jonah Hill (O Homem que Mudou o Jogo)

– Nick Nolte (Guerreiro)

– Christopher Plummer (Toda Forma de Amor)

– Max Von Sydow (Tão Forte e Tão Perto)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE (Performance by an Actress in a Supporting Role)

– Bérénice Bejo (O Artista)

– Jessica Chastain (Histórias Cruzadas)

– Melissa McCarthy (Missão Madrinha de Casamento)

– Janet McTeer (Albert Nobbs)

– Octavia Spencer (Histórias Cruzadas)

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL (Screenplay Written Directly for the Screen)

– Michel Hazanavicius (O Artista)

– Kristen Wiig, Annie Mumolo (Missão Madrinha de Casamento)

– J. C. Chandor (Margin Call – O Dia Antes do Fim)

– Woody Allen (Meia-Noite em Paris)

– Asghar Farhadi (A Separação)

ROTEIRO ADAPTADO (Screenplay Based on Material Previously Produced or Published)

– Alexander Payne, Nat Faxon, Jim Rash (Os Descendentes)

– John Logan (A Invenção de Hugo Cabret)

– George Clooney, Grant Heslov, Beau Willimon (Tudo Pelo Poder)

– Steven Zaillian, Aaron Sorkin, Stan Chervin (O Homem que Mudou o Jogo)

– Bridget O’Connor, Peter Straughan (O Espião que Sabia Demais)

MELHOR LONGA DE ANIMAÇÃO (Best Animated Feature Film of the Year)
– Um Gato em Paris, de Alain Gagnol e Jean-Loup Felicioli
– Chico & Rita, de Fernando Trueba, Javier Mariscal
– Kung Fu Panda 2, de Jennifer Yuh
– Gato de Botas, de Chris Miller
– Rango, de Gore Verbinski
MELHOR FILME ESTRANGEIRO (Best Foreign Language Film of the Year)
– Bullhead, de Michael R. Roskan (Bélgica)
– Footnote, de Joseph Cedar (Israel)
– In Darkness, de Agnieszka Holland (Polônia)
– Monsieur Lazhar, de Philippe Falardeau (Canadá)
– A Separação, de Asghar Farhadi (Irã)
MELHOR FOTOGRAFIA (Best Achievement in Cinematography) 
– Guillaume Schiffman (O Artista)
– Jeff Cronenweth (Millennium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres)
– Robert Richardson (A Invenção de Hugo Cabret)
– Emmanuel Lubezki (A Árvore da Vida)
– Janusz Kaminski (Cavalo de Guerra)
MELHOR MONTAGEM (Best Achievement in Editing)
– Anne-Sophie Bion, Michel Hazanavicius (O Artista)
– Kevin Tent (Os Descendentes)
– Angus Wall, Kirk Baxter (Millennium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres)
– Thelma Schoonmaker (A Invenção de Hugo Cabret)
– Christopher Tellefsen (O Homem que Mudou o Jogo)
MELHOR DIREÇÃO DE ARTE (Best Achievement in Art Direction)
– Laurence Bennett, Robert Gould (O Artista)
– Stuart Craig, Stephenie McMillan (Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2)
– Dante Ferretti, Francesca LoSchiavo (A Invenção de Hugo Cabret)
– Anne Seibel, Hélène Dubreuil (Meia-Noite em Paris)
– Rick Carter, Lee Sandales (Cavalo de Guerra)
MELHOR FIGURINO (Best Achievement in Costume Design)
– Lisy Christl (Anonymous)
– Mark Bridges (O Artista)
– Sandy Powell (A Invenção de Hugo Cabret)
– Michael O’Connor (Jane Eyre)
– Arianne Phillips (W.E. – O Romance do Século)
MELHOR MAQUIAGEM (Best Achievement in Makeup)
– Martial Corneville, Lynn Johnson, Matthew W. Mungle (Albert Nobbs)
– Nick Dudman, Amanda Knight, Lisa Tomblin (Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2)
– Mark Coulier, J. Roy Helland (A Dama de Ferro)
MELHOR TRILHA MUSICAL (Best Achievement in Music Written for Motion Pictures, Original Score)
– John Williams (As Aventuras de Tintim)
– Ludovic Bource (O Artista)
– Howard Shore (A Invenção de Hugo Cabret)
– Alberto Iglesias (O Espião que Sabia Demais)
– John Williams (Cavalo de Guerra)
MELHOR CANÇÃO ORIGINAL (Best Achievement in Music Written for Motion Pictures, Original Song)
– “Man or Muppet”, de Bret McKenzie (Os Muppets)
– “Real in Rio”, de Sergio Mendes, Carlinhos Brown, Siedah Garrett (Rio)
MELHOR SOM (Best Achievement in Sound Mixing)
– David Parker, Michael Semanick, Ren Klyce, Bo Persson (Millennium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres)
– Tom Fleischman, John Midgley (A Invenção de Hugo Cabret)
– Deb Adair, Ron Bochar, David Giammarco, Ed Novick (O Homem que Mudou o Jogo)
– Greg P. Russell, Gary Summers, Jeffrey J. Haboush, Peter J. Devlin (Transformers: O Lado Oculto da Lua)
– Gary Rydstrom, Andy Nelson, Tom Johnson, Stuart Wilson (Cavalo de Guerra)
MELHORES EFEITOS SONOROS (Best Achievement in Sound Editing)
– Lon Bender, Victor Ray Ennis (Drive)
– Ren Klyce (Millennium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres)
– Philip Stockton, Eugene Gearty (A Invenção de Hugo Cabret)
– Ethan Van der Ryn, Erik Aadahl (Transformers: O Lado Oculto da Lua)
– Richard Hymns, Gary Rydstrom (Cavalo de Guerra)
MELHORES EFEITOS VISUAIS (Best Achievement in Visual Effects)
– Tim Burke, David Vickery, Greg Butler, John Richardson (Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2)
– Robert Legato, Joss Williams, Ben Grossmann, Alex Henning (A Invenção de Hugo Cabret)
– Erik Nash, John Rosengrant, Danny Gordon Taylor, Swen Gillberg (Gigantes de Aço)
– Joe Letteri, Dan Lemmon, R. Christopher White, Daniel Barrett (Planeta dos Macacos: A Origem)
– Scott Farrar, Scott Benza, Matthew E. Butler, John Frazier (Transformers: O Lado Oculto da Lua)
MELHOR DOCUMENTÁRIO (Best Documentary, Features)
– Hell and Back Again, de Danfung Dennis, Mike Lerner
– If a Tree Falls: A Story of the Earth Liberation Front, de Marshall Curry, Sam Cullman
– Paradise Lost 3: Purgatory, de Joe Berlinger, Bruce Sinofsky
– Pina, de Wim Wenders, Gian-Piero Ringel
– Undefeated, de Daniel Lindsay, T. J. Martin, Rich Middlemas
MELHOR DOCUMENTÁRIO-CURTA (Best Documentary, Short Subjects)
– The Barber of Birmingham: Foot Soldier of the Civil Rights Movement, de Robin Fryday, Gail Dolgin
– God is the Bigger Elvis, de Rebecca Cammisa, Julie Anderson
– Incident in New Baghdad, de James Spione
– Saving Face, de Daniel Junge, Sharmeen Obaid-Chinoy
– The Tsunami and the Cherry Blossom, de Lucy Walker, Kira Cartensen
MELHOR CURTA DE ANIMAÇÃO (Best Short Film, Animated)
– Dimanche, de Patrick Doyon
– The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore, de William Joyce, Brandon Oldenburg
– La Luna, de Enrico Casarosa
– A Morning Stroll, de Grant Orchard, Sue Goffe
– Wild Life, de Amanda Forbis, Wendy Tilby
MELHOR CURTA-METRAGEM (Best Short Film, Live Action)
– Pentecost, de Peter McDonald
– Raju, de MaxZähle, Stefan Gieren
– The Shore, de Terry George, Oorlagh George
– Time Freak, de Andrew Bowler, Gigi Causey
– Tuba Atlantic, de Hallvar Witzø
Nove para Melhor Filme? No post anterior, comentei a forte possibilidade de indicarem um número incomum como 7 ou 9. Dito e feito. Foram nove filmes que passaram da nova nota de corte do Oscar. O filme de Stephen Daldry, Tão Forte e Tão Perto conseguiu uma vaga e só mais uma outra indicação: ator coadjuvante. Curiosamente, no anúncio dos indicados, o filme foi deixado propositadamente por último, realçando que se tratava do nono filme.
Agora, se a Academia resolvesse arredondar para 10 filmes, provavelmente a comédia Missão Madrinha de Casamento teria entrado na briga.

Tão Forte e Tão Perto: O nono filme

Recordista de Indicações: Como previsto, o filme de Martin Scorsese, A Invenção de Hugo Cabret, levou 11 indicações e foi o recordista, o que aumenta muito suas chances de ganhar Melhor Filme. Logo em seguida, vem O Artista com 10 indicações. Nesse quesito de número de indicações, Os Descendentes sai um pouco atrás porque levou apenas 5.
Atores na Lista e Outros Esquecidos: Nunca é possível agradar a todos nas categorias de atuação. Sempre fica faltando alguém que acaba se juntando ao grupo “Os injustiçados do Oscar”.  Talvez a maior surpresa tenha ficado por conta do veterano Max von Sydow, que foi indicado para ator coadjuvante, batendo nomes como Albert Brooks, Viggo Mortensen e Armie Hammer. Sydow ficou mundialmente conhecido pelo papel de Padre Merrin em O Exorcista e foi parceiro fiel do diretor Ingmar Bergman nas produções suecas. O mexicano Démian Bichir também pode ser considerado uma surpresa na categoria de Melhor Ator, mesmo tendo sido indicado pelo SAG Awards.

Max von Sydow: já era idoso desde 1973 em O Exorcista

A ausência que mais senti foi do ator Michael Fassbender pelo drama Shame. O ator alemão vem conquistando público e crítica desde seu trabalho no filme independente Hunger e mais recentemente em Um Método Perigoso e no blockbuster X-Men: Primeira Classe. Merecia uma indicação, mas talvez o fato de seu filme apresentar cenas de nudez frontal tenha assustado os membros mais reservados da Academia. Uma pena…
Pelo lado feminino, senti a falta da Tilda Swinton pelo drama Precisamos Falar Sobre o Kevin. Sua atuação foi bastante elogiada e vem conquistando alguns prêmios importantes, mas provavelmente pelo fato do filme tratar de um tema forte (Kevin é um jovem que matou colegas na escola), Swinton tenha perdido sua chance mais pelo conservadorismo. Outro erro da Academia…
Dos nomes mais frequentes em premiações, a jovem Shailene Woodley pelo filme Os Descendentes também ficou de fora na disputa de atriz coadjuvante. Melissa McCarthy roubou a cena na comédia Missão Madrinha de Casamento e sua vaga, aparentemente. Mas Shailene é um rosto jovem e novo no mercado e acredito que terá muitas oportunidades. Só espero que ela não desande em refilmagens de terror teenagers.

Shailene Woodley: Que seu talento não seja desperdiçado em tranqueiras

Ryan Gosling foi outro nome que apareceu bastante nas listas, mas não conseguiu chegar à final. Apesar de ter feito 3 trabalhos em 2011: Drive, Tudo Pelo Poder e Amor à Toda Prova, Gosling fica de mãos abanando. Mas se ele apresentar um bom trabalho em 2012, certamente ele voltará ao Oscar no ano que vem.
Pra não dizerem que só reclamo, gostei da indicação de Gary Oldman. O ator britânico já tem uma extensa filmagrafia e com essa nova ascensão, merecia um reconhecimento por parte da Academia. Espero que sua carreira decole ainda mais e papéis mais interessantes cheguem mais à sua mesa.
Dois Robôs nos Efeitos: Não botava fé que o terceiro filme do Transformers fosse conseguir uma vaga na categoria de efeitos visuais. OK, votei no quarto filme do Piratas do Caribe, mas pelo menos os efeitos sempre apresentam algo diferente, tipo criaturas feitas de vegetais ou com tentáculos como barba. E fizeram uma campanha tão forte para que o último filme do Harry Potter vingasse em categorias principais, mas não deu certo. Tiveram que se contentar com direção de arte, efeitos visuais e maquiagem. E deve ganhar pela maquiagem, mais como conjunto da obra dos 8 filmes.
Filmes Estrangeiros Estranhos: Cadê a França, Itália, Japão, Alemanha e Espanha? O representante alemão, Pina, de Wim Wenders foi compensando da eliminação pela indicação na categoria de documentário (sim, veja como a mágica do planejamento do Oscar funciona). Se em edições anteriores, o Oscar de Filme Estrangeiro foi uma surpresa, este ano não deve escapar do favorito: o iraniano A Separação.
Animações Estranhas: Lembram-se dos filmes franceses e espanhóis que faltaram na categoria de Filme Estrangeiro? Mudaram-se para a categoria de Melhor Animação! Um Gato em Paris e Chico & Rita. Conhecem? Prazer! Fiquei com a mesma cara de dúvida no anúncio dos indicados. “Que raio de animações são essas?” Mas não sei se é porque a categoria de animação é nova, mas o Oscar tem mantido uma tradição boa de trazer alguns trabalhos meio desconhecidos para o holofote e revelar novos talentos.

Chico & Rita: Trabalho mais da linha adulta

Um Gato em Paris: produção francesa com traços fortes

%d blogueiros gostam disto: