A BARREIRA DO BILHÃO: O Cinema das Bilheterias Massivas

jaws-box-office-lines

Filas que dobram o quarteirão de Tubarão, considerado o primeiro blockbuster da história do Cinema (pic by johnrieber.com)

O SITE IMDb FEZ UM LEVANTAMENTO DAS 44 PRODUÇÕES QUE SUPERARAM A BARREIRA DE UM BILHÃO DE DÓLARES NAS BILHETERIAS

O sucesso comercial de um filme nem sempre justifica a qualidade dele, ou vice-versa. Muitas vezes um excelente filme passa quase em branco nos cinemas para depois conquistar seu público em fitas VHS e DVD como aconteceu com Blade Runner (1982) e Um Sonho de Liberdade (1994). Esta matéria procura entender o mercado cinematográfico e confirma que os grandes estúdios não querem mais dar nenhuma chance ao fracasso e ao prejuízo.

“O QUE A MARVEL FAZ NÃO É CINEMA”

As palavras do diretor Martin Scorsese ecoaram relevantemente no último mês. Houve debates, discussões e reinterpretações por parte de cineastas, atores, crítica e público, mas a verdade é que os filmes da Marvel estão incomodando muitos profissionais da área, que perderam consideravelmente seu espaço no circuito comercial .

irishman-prem

No centro, Martin Scorsese promove seu novo filme O Irlandês pela Netflix, ao lado de Al Pacino e Robert De Niro (pic by Empire)

Partindo do princípio básico que Cinema é uma história bem contada (até mesmo os filmes experimentais têm sua narrativa), a Marvel consegue cativar seu público através de suas histórias. Claro que o elenco tem seu carisma, os efeitos visuais e sonoros são excelentes, mas é a narrativa que atrai o público para as salas, mantendo vivo o hábito das salas de projeção.

Responsável pelo planejamento da Marvel Studios, o produtor Kevin Feige soube extrair o melhor da linguagem e material dos quadrinhos e transformá-lo em uma longa série de filmes que beiram o espetáculo. Foi alguém que teve visão e soube explorá-la de forma estupenda. E, como se tratam de produções de alto custo, o estúdio, produtores e investidores, buscam retorno financeiro elevado, não apenas nas bilheterias, mas todo um marketing inteligente que vai de parques temáticos da Disney, video-games, brinquedos e até produtos escolares como cadernos e canetas.

O sucesso comercial é tão colossal, que seria impossível não ficar admirado e invejado (que o diga a DC Comics que falhou por vários anos até acertar com Aquaman). E é nessa categoria que se encaixa o comentário de Scorsese. Assim como outros diretores atuantes, ele busca seu espaço para exibir seus novos trabalhos, mas diante do cenário dominado por filmes de super-heróis, ele se viu obrigado a bater a porta da Netflix e pedir dinheiro e espaço na plataforma de streaming para seu novo O Irlandês.

Não é vergonha alguma se render à Netflix e ao streaming. Muito pelo contrário! São formas alternativas de produção de filmes (que muitas vezes não encontram meios de venda nos cinemas) e de exibição, afinal quantas casas a Netflix não alcança mundialmente? Quando estudei Cinema e lia muitos livros a respeito, todos diziam que o mais importante era seu filme alcançar o público. De que adianta ter feito um filmaço se ninguém o assiste? E o que importa se o filme não está na tela grande com caixas de som THX e DTS? Melhor ser visto num computador ou tablet do que nunca visto! Claro que o ideal seria que TODOS os filmes tivessem seu espaço no circuito comercial, mas seria algo economicamente inviável, infelizmente.

ESTRATÉGIAS PARA CONQUISTAR MAIS PÚBLICO

Mesmo a Disney ou Marvel, que são extremamente bem-sucedidos, buscam estratégias para chamar mais público. Recentemente, os grandes estúdios estão mirando cada vez mais o mercado chinês, já que se trata do maior público mundial. Para conquistá-lo, os produtores chegam a fazer versões específicas dos filmes para esse público, como aconteceu com Homem de Ferro 3, no qual a personagem chinesa interpretada por BingBing Fan sequer aparece na versão original. A franquia Transformers, que aparece duas vezes aqui, contratou a atriz Bingbing Li para viver uma das personagens em Transformers: A Era da Extinção.

Para filmar Vingadores: Era de Ultron e Pantera Negra, a Marvel optou por selecionar a Coréia do Sul como locação pelo custo mais baixo e para tentar conquistar mais espaço nas bilheterias do país, já que a nação asiática é uma das raras em que as produções nacionais arrecadam mais do que as norte-americanas. Vale lembrar que escalaram a atriz sul-coreana Claudia Kim para viver a personagem cientista Dra. Helen Cho.

E, claro, as campanhas publicitárias contam com a presença dos astros dos filmes. Robert Downey Jr. foi à China para divulgar Homem de Ferro 3. Todos os Vingadores foram à Coréia do Sul prestigiar o público. Tom Holland e Jake Gyllenhaal vieram ao evento da CCXP aqui no Brasil para divulgar Homem-Aranha: Longe de Casa em 2018, e este ano, o elenco de Star Wars: A Ascensão Skywalker marcará presença no mesmo evento, confirmando que o Brasil também é um mercado enorme para as grandes produções.

avengerskoreahead

Premiere de Vingadores: Ultimato na Coréia do Sul, com as presenças dos diretores Anthony e Joe Russo, o produtor Kevin Feige, e os atores Robert Downey Jr., Brie Larson e Jeremy Renner (pic by vitalthrills.com)

Não deixa de ser uma estratégia também a aquisição da Twentieth Century Fox pela Disney, que já tinha outras grandes corporações em seu bolso: a Marvel Studios, a LucasFilm e a Pixar Animations. Completando, na semana passada, a empresa lançou a sua própria plataforma de streaming intitulada Disney Plus, que disponibiliza filmes e séries de todos esses selos. Apesar de ainda estar em seu início, em breve deve competir com a Netflix e até ultrapassá-la em números de usuários.

disney plus_1.0

Plataforma de streaming da Disney Plus contendo produções da Disney, Pixar, Marvel, Star Wars e até National Geographic (pic by Polygon)

Tais fatores ajudam a explicar melhor os números de bilheteria desses 44 filmes que ultrapassaram a barreira de 1 bilhão de dólares, e explicam o medo que muitos profissionais da área têm do monopólio desenfreado da Disney.

GALINHA DE OVOS DE OURO

Todo grande estúdio tem sua própria galinha de ovos de ouro. No caso da Universal, eles têm nesta lista o sétimo e o oitavo filme da franquia Velozes & Furiosos. Vocês acham que eles vão parar por aí? Com um elenco relativamente mais barato e sequências de ação com automóveis, os filmes mostraram sobrevida mesmo com a saída de Paul Walker (falecido em 2013). A cada nova produção, a fórmula é a mesma: prover novas sequências de ação com carros e contratar algum nome de destaque como Charlize Theron. E no caso da nova trilogia de Jurrasic World, bastam novos tipos de dinossauros, inclusive os mutados geneticamente, e novos personagens para servirem de refeição aos animais pré-históricos.

Outra franquia que, honestamente, não vejo como conseguem atrair tanto público para assistir aos filmes é a dos Transformers! Bom, a Paramount sabe muito bem como, e pretende manter assim. O diretor Michael Bay pode não ser uma unanimidade entre cinéfilos, mas se derem uns 200 milhões de orçamento, espera-se que ele arrecade cinco vezes mais. São casos que exemplificam o famoso “em time que está ganhando não se mexe”. Por um lado temos outros artistas e cinéfilos que reclamam da mesmice, como Scorsese, por outro temos um público fiel às franquias que querem ainda mais.

Pelo lado da Pixar, as animações são sempre garantia de sucesso comercial. Apesar de ter primado pela criatividade e originalidade na década anterior com Os Incríveis, Ratatouille e Wall-E, nos últimos anos deram uma relaxada para se apoiarem nas sequências lucrativas: Carros 2, Carros 3, Os Incríveis 2, Toy Story 4, Procurando Dory e Universidade Monstros. Mesmo assim, duas dessas sequências ultrapassaram um bilhão nas bilheterias.

Aliás, as animações são um segmento naturalmente lucrativo, independente se é original ou sequência, porque são filmes destinados ao público infantil, que obriga os pais ou tios a levarem as crianças aos cinemas. Se o filme não se limitar ao universo infantil, pode conquistar os adultos também como aconteceu com Up – Altas AventurasZootopia e Homem-Aranha no Aranha-Verso, que conquistaram o Oscar de Melhor Animação também.

E para aqueles que defendem que a Academia só premia os sucessos de bilheteria, vale lembrar que apenas dois filmes nesta lista do bilhão venceram o Oscar de Melhor Filme: O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei (2003) e Titanic (1997), curiosamente ambos os filmes conquistaram onze estatuetas, mantendo um recorde histórico ao lado de Ben-Hur (1959).

ACORDO COM DIRETORES

Os grandes estúdios estão cada vez mais rígidos a fechados para novos projetos. Eles não trocam o certo pelo duvidoso, pois isto representaria um alto risco que eles não estão dispostos a correr. Por outro lado, se você lhes trouxe um bom lucro através de seu filme anterior, é muito mais fácil eles abrirem os bolsos para seu próximo projeto como uma forma de retribuição.

Olhando a lista dos 44 filmes, vemos alguns diretores que marcaram presença mais de uma vez. Christopher Nolan é um deles. O diretor britânico rendeu mais de dois bilhões com suas duas sequências do Batman de Christian Bale. Como forma de agradecimento e até investimento mais arriscado, a Warner Bros. deu carta branca (e montanhas de dinheiro) para que ele realizasse seus projetos mais pessoais como O Grande Truque (2006), A Origem (2010), Interestelar (2014) e Dunkirk (2017). Hoje, Nolan é visto como sinônimo de sucesso garantido, independente do projeto que ele toque, um privilégio cada vez mais raro no sistema industrial.

O diretor malaio James Wan também aparece duas vezes nessa lista em duas franquias diferentes, Velozes & Furiosos e Aquaman, o que certamente lhe rendeu sinal verde com bom orçamento para que ele continue filmando seus ótimos filmes de terror como Invocação do Mal, Sobrenatural e atualmente está filmando Malignant, que tem estréia marcada para 2020.

São as regras do jogo no Cinema que fazem as engrenagens rodarem e produzirem grandes sucessos. Vamos à lista dos 44 filmes mais bem-sucedidos em ordem crescente:

44. The Dark Knight43. Joker42.The Hobbit

41. Zootopia40. Alice in Wonderland39. Star Wars Episode I38. Finding Dory37. Kurassic Park36. Despicable Me 335. Pirates of the Caribbean On Stranger Tides34. Aladdin33. Rogue One32. Pirates of the Caribbean Dead Mans Chest31. Toy Story 330. Toy Story 429. The Dark Knight Rises28. Transformers Age of Extinction27. Skyfall26. The Lord of the Rings25. Transformers Dark of the Moon24. Captain Marvel23. SpiderMan Far from Home22. Aquaman21. Captain America Civil War20. Minions19. Iron Man 318. Fate of the Furious17. The Incredibles 216. Beauty and the Beast15. Frozen14. Jurassic World Fallen Kingdom13. Star Wars The Last Jedi12. Harry Potter and the Deathly Hallows part 211. Black Panther10. Avengers Age of Ultron9. Furious Seven8. The Avengers7. The Lion King6. Jurassic World5. Avengers Infinity War4. Star Wars The Force Awakens3. Titanic2. Avatar1. Avengers Endgame

PRIMEIRO PREVIEW OSCAR 2016

QUEM ESTARÁ NO TAPETE VERMELHO EM 2016?

Sim, estamos no mês de agosto, ainda a 6 meses da cerimônia do Oscar 2016, mas já está rolando um burburinho de algumas produções que liberaram seus press releases e trailers. Muitos dos candidatos presentes nesse post foram baseados no histórico dos nomes envolvidos (sejam atores, diretores e equipe técnica) e indicações anteriores, uma vez que a Academia tem o costume de favorecer os artistas que já foram nomeados, mas nunca levaram a estatueta como é o caso do ator Johnny Depp. Muito querido pelo público, ele já teve três oportunidades de ganhar, mas nunca levou, assim como Leonardo DiCaprio, que pode ter sua sexta indicação com o trabalho do diretor Alejandro González Iñárritú.

No geral, muitos trabalhos candidatos beberam da fonte das histórias verídicas, uma vez que a Academia tem um perfil que valoriza temas e tramas calcadas na realidade. Só para citar alguns exemplos mais recentes, temos 12 Anos de Escravidão, Argo e O Discurso do Rei. As cinebiografias também estão em alta, pois sempre proporcionam papéis de maior profundidade e com capacidade para se destacar na temporada de premiações, como é o caso de Tom Hiddleston que interpreta o cantor e compositor Hanks Williams em I Saw the Light, ou Eddie Redmayne, que encorpora Lili Elbe, uma das primeiras pessoas a passar por cirurgia de troca de sexo em The Danish Girl.

CRÍTICOS FAZEM AS PRIMEIRAS TRIAGENS

Quando estamos nesse período do ano, o burburinho (o chamado Oscar buzz) corre solto e há listas e mais listas de vários tipos possíveis de indicados, que muitas vezes refletem o desejo dos próprios autores dessas mesmas listas. Portanto, a coisa só começa a ficar séria mesma quando os críticos americanos passam a eleger seus melhores do ano.

O primeiro a revelar sua lista é o National Board of Review (NBR). Apesar de não ter coincidido seus vencedores com o do Oscar, a organização fundada em 1909 busca ser fiel aos seus princípios e acaba elegendo grandes filmes como A Hora Mais Escura, A Invenção de Hugo Cabret e A Rede Social.

Já o New York Film Critics Circle (NYFCC) e o Los Angeles Film Critics Association (LAFCA) costumam ter maior porcentagem de acerto, mas ultimamente tem sido mais pelas categorias de atuação. Esses críticos abrem caminho para que os grandes prêmios como o Critics’ Choice Awards e o Globo de Ouro possam avaliar melhor o que houve de melhor em cinema no ano. Para eles, não importa muito o histórico da equipe ou do elenco, mas a produção em si, gerando uma votação livre de hábitos e círculos viciosos.

PREVISÃO PARA 2016

Ao contrário dos previews anteriores, resolvi simplificar e gerar as possíveis indicações por filme, e não por categoria. Claro que devem existir mais alguns filmes com chance, mas seria praticamente impossível relacionar todos aqui. Algumas vezes, os favoritos ao Oscar surgem na reta final e acabam surpreendendo como aconteceu com quando O Discurso do Rei tomou a dianteira de A Rede Social pouco antes do Oscar.

Então, sem mais delongas, vamos aos possíveis indicados ao Oscar 2016 (em ordem aleatória):

OS OITO ODIADOS (The Hateful Eight)
Dir: Quentin Tarantino

Os Oito Odiados: (photo by blogbusters.ch)

Os Oito Odiados: Kurt Russell, Jennifer Jason Leigh e Bruce Dern na primeira foto. Samuel L. Jackson na segunda e Michael Madsen na terceira. (photo by blogbusters.ch)

Sinopse: Numa Wyoming pós-Guerra Civil, caçadores de recompensa buscam abrigo durante nevasca, mas acabam se envolvendo numa trama de traição e decepção. Eles sobreviverão?

Deve receber indicação: Roteiro Original (Quentin Tarantino), Fotografia (Robert Richardson), Trilha Musical Original (Ennio Morricone)

Dúvida: Filme, Diretor (Quentin Tarantino), Ator Coadjuvante (Bruce Dern), Ator Coadjuvante (Samuel L. Jackson), Montagem (Fred Raskin), Figurino (Courtney Hoffman) e Maquiagem

Quentin Tarantino vive sua segunda ascensão junto à Academia. Depois de estourar com Pulp Fiction – Tempo de Violência em 1994, vencendo o Oscar de Roteiro Original, passou por um ostracismo com os dois volumes de Kill Bill (2003 e 2004) e À Prova de Morte (2007), que não receberam nenhuma indicação, e voltou ao topo com Bastardos Inglórios (2009) e Django Livre (2012), ganhando seu segundo Oscar pelo roteiro do último. Assim, existem altas expectativas para que este oitavo longa de sua autoria esteja na lista de indicações da Academia. Logo de cara, seu roteiro já figura como quase uma indicação unânime. O diretor de fotografia Robert Richardson, que já levou 3 Oscars, aparece logo atrás, assim como Ennio Morricone, mundialmente famoso por suas trilhas de western spaghetti que fez em parceria com o diretor Sergio Leone. O compositor italiano foi indicado 5 vezes, mas só ganhou o Oscar Honorário em 2007, e a Academia gosta de premiar os artistas mesmo após a honraria, como foi o caso do ator Paul Newman.

Sem Christoph Waltz, que levou dois Oscars de coadjuvante pelos últimos trabalhos de Tarantino, o diretor conta com a experiência do veterano Bruce Dern, que passou por um momento revival graças ao filme Nebraska, de Alexander Payne, que lhe rendeu sua segunda indicação ao Oscar em 2014. Se seu papel como General Sandy Smithers for consistente, pode se tornar material de Oscar. No elenco, alguns nomes também podem virar ouro como Demian Bichir (indicado ao Oscar de Melhor Ator em 2012 por Uma Vida Melhor), e os colaboradores assíduos Samuel L. Jackson e Tim Roth, e até a meio sumida Jennifer Jason Leigh.

O REGRESSO (The Revenant)
Dir: Alejandro González Iñárritú

Leonardo DiCaprio em cena de O Regresso (photo by outnow.ch)

Leonardo DiCaprio em cena de O Regresso (photo by outnow.ch)

Sinopse: Em 1820, o fronteiriço Hugh Glass (Leonardo DiCaprio) busca vingança contra aqueles que deixaram-no para morrer num ataque de ursos.

Deve receber indicação: Filme, Diretor (Alejandro G. Iñárritú), Ator (Leonardo DiCaprio), Fotografia (Emmanuel Lubezki), Montagem (Stephen Mirrione), Direção de Arte (Jack Fisk), Som e Efeitos Sonoros.

Dúvida: Ator Coadjuvante (Tom Hardy), Roteiro Adaptado (Alejandro G. Iñárritú e Mark L. Smith), Figurino (Jacqueline West)

Depois de ter conquistado o Oscar com Birdman este ano, o diretor mexicano Alejandro González Iñárritú tem cartucho pra gastar. Ele retorna com a mesma equipe técnica vencedora com uma saga de vingança e de época, que praticamente garante a presença do filme nas categorias de fotografia e direção de arte. No ano passado, rolaram alguns memes sobre a impossibilidade de DiCaprio ganhar o Oscar que considero meio exageradas. Primeiramente, o ator teve apenas 4 indicações, número relativamente baixo se comparado a Peter O’Toole, que saiu derrotado em 8 ocasiões, e Richard Burton em 7. E em segundo lugar, DiCaprio evoluiu bastante desde o começo de sua parceria com o diretor Martin Scorsese. Particularmente, acho as performances dele exageradas. Se ele souber ser mais contido, terá mais chances de agradar e cansar menos o público com suas expressões de nervosismo e gritos esporádicos. Esse seu estilo casou bem com o papel de Jordan Belfort em O Lobo de Wall Street, e por isso considero sua melhor atuação, mas nem sempre servirá para outros tipos de papéis.

Apesar de incluir o filme nas principais categorias, ainda tenho minhas dúvidas. Pelo trailer, pareceu ser mais um filme de ação do que um épico que agrade a todos. Caso o filme não tenha uma pegada mais social, dificilmente será abraçado pela Academia, restando apenas as categorias mais técnicas. Com o pano de fundo com índios, pode ser comparado a Dança com Lobos, mas o filme de Kevin Costner, que conquistou 7 estatuetas em 1991, tinha como foco o comportamento social entre povos indígenas e o homem branco, não meramente a ação.

ALIANÇA DO CRIME (Black Mass)
Dir: Scott Cooper

Benedict Cumberbatch atua com um Johnny Depp quase irreconhecível em Aliança do Crime (photo by outnow.ch)

Benedict Cumberbatch atua com um Johnny Depp quase irreconhecível em Aliança do Crime (photo by outnow.ch)

Sinopse: Cinebiografia de Whitey Bulger, um dos criminosos mais procurados de South Boston, que acabou se tornando informante do FBI.

Deve receber indicação: Melhor Ator (Johnny Depp), Maquiagem

Dúvida: Filme, Diretor (Scott Cooper), Ator Coadjuvante (Benedict Cumberbatch), Ator Coadjuvante (Joel Edgerton), Montagem (David Rosenbloom)

Essa transformação de Johnny Depp vem sendo comentada pela mídia especializada há um bom tempo, no mesmo nível de repercussão de Meryl Streep como Margareth Thatcher (A Dama de Ferro), Kate Winslet como Hannah Schmidt (O Leitor) e Jamie Foxx como Ray Charles (Ray), o que certamente colabora na campanha do ator para sua primeira estatueta depois de três indicações anteriores (Piratas do Caribe: A Maldição do Pérola Negra, Em Busca da Terra do Nunca e Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet).

Apesar do diretor meio desconhecido (Scott Cooper dirigiu apenas Coração Louco, que rendeu o Oscar para Jeff Bridges, e Tudo por Justiça), Aliança do Crime é impulsionado pela força de seu elenco, formado por Benedict Cumberbatch, Kevin Bacon, Joel Edgerton, Juno Temple e Peter Sarsgaard.

CAROL
Dir: Todd Haynes

Cate Blanchett em Carol, de Todd Haynes. (photo by Weinstein Co. through variety.com)

Cate Blanchett em Carol, de Todd Haynes. (photo by Weinstein Co. through variety.com)

Sinopse: A jovem Therese conhece a elegante Carol, recém-divorciada. As duas percebem que têm muito em comum, e logo um romance se desenvolve entre elas. Para fugir aos olhares dos moradores locais, elas decidem fazer uma viagem pelos EUA, mas percebem que um detetive está seguindo os seus passos.

Deve receber indicação: Diretor (Todd Haynes), Atriz (Cate Blanchett), Atriz Coadjuvante (Rooney Mara), Figurino (Sandy Powell)

Dúvida: Filme, Roteiro Adaptado (Phyllis Nagy)

O filme se tornou um estouro no último Festival de Cannes e a imprensa estrangeira logo colocou Blanchett como favorita ao prêmio de interpretação feminina. Contudo, o júri presidido pelos irmãos Coen não foi na onda, e o prêmio foi parar nas mãos de Rooney Mara (mais cotada como coadjuvante pelo mesmo filme). Ela dividiu o prêmio com Emmanuelle Bercot (Mon Roi).

Com a distribuidora Weinstein Company por trás da campanha, o filme deve conseguir sem grandes dificuldades as indicações para as atrizes, mas devido ao tom lésbico, ainda é cedo pra garantir lugar entre os acadêmicos do Oscar.

THE DANISH GIRL
Dir: Tom Hooper

Eddie Redmayne caracterizado como a Danish Girl (photo by cine.gr)

Eddie Redmayne caracterizado como a Danish Girl (photo by cine.gr)

Sinopse: Nos anos 20 na Dinamarca, a artista Gerda Wegener pintou seu marido, Einar Wegener, como uma mulher. Depois que a pintura ganhou popularidade, ele começou a mudar sua aparência para feminina e adotar o nome Lili Elbe. Com o apoio da esposa, ele se tornou o primeiro homem a passar por cirurgia de troca de sexo.

Deve receber indicação: Ator (Eddie Redmayne), Atriz Coadjuvante (Alicia Vikander), Trilha Musical Original (Alexandre Desplat), Direção de Arte (Eve Stewart), Figurino (Paco Delgado)

Dúvida: Filme, Diretor (Tom Hooper), Roteiro Adaptado (Lucinda Coxon)

Eddie Redmayne acaba de ganhar o Oscar de Melhor Ator por sua impecável reprodução de Stephen Hawking em A Teoria de Tudo, e agora volta como outra figura importante utilizando mais um processo de transformação. Alguns mais exaltados já estão apostando no segundo Oscar consecutivo, o que o colocaria no mesmo patamar de Spencer Tracy e Tom Hanks, os únicos a ganhar Oscar de Ator consecutivamente.

Claro que ajuda o fato de contar com um diretor vencedor do Oscar, Tom Hooper, que venceu por O Discurso do Rei. O diretor foi responsável por 5 indicações de atores até o momento, e duas vitórias: Colin Firth (O Discurso do Rei) e Anne Hathaway (Os Miseráveis).

JOY: O NOME DO SUCESSO (Joy)
Dir: David O. Russell

Cena com Jennifer Lawrence em Joy (photo by cine.gr)

Cena com Jennifer Lawrence em Joy (photo by cine.gr)

Sinopse: O filme acompanha a trajetória de sucesso da criadora da Ingenious Designs, Joy Mangano, além da história de sua família por quatro gerações até se tornar a fundadora e matriarca de uma poderosa dinastia de família de negócios.

Deve receber indicação: Filme, Diretor (David O. Russell), Atriz (Jennifer Lawrence), Ator Coadjuvante (Bradley Cooper), Ator Coadjuvante (Robert De Niro), Roteiro Original (David O. Russell e Annie Mumolo)

Dúvida: Figurino (Michael Wilkinson)

Ok, vamos contabilizar. Em 2011, O Vencedor recebeu 7 indicações ao Oscar e levou dois de Coadjuvante para Christian Bale e Melissa Leo. Em 2013, O Lado Bom da Vida recebeu 8 indicações e levou Melhor Atriz para Jennifer Lawrence. Em 2014, Trapaça acumulou 10 indicações, mas não levou nada. Todos os últimos filmes de David O. Russel foram indicados a Melhor Filme e Melhor Diretor, portanto não dá pra esperar menos deste Joy: O Nome do Sucesso, que conta com muitos dos mesmos atores e da mesma equipe técnica.

Vendo o trailer, não dá pra esperar muita coisa do filme, mas Russell está em alta com a Academia, e mesmo que as vitórias ainda não venham, certamente as indicações já estão encaminhadas.

PONTE DOS ESPIÕES (Bridge of Spies)
Dir: Steven Spielberg

Em primeiro plano, Tom Hanks vive o advogado James Donovan em Ponte de Espiões (photo by outnow.ch)

Em primeiro plano, Tom Hanks vive o advogado James Donovan em Ponte dos Espiões (photo by outnow.ch)

Sinopse: Um advogado é recrutado pela CIA durante a Guerra Fria para resgatar um piloto detido na União Soviética.

Deve receber indicação: Filme, Diretor (Steven Spielberg), Ator (Tom Hanks), Roteiro Original (Matt Charman, Joel Coen e Ethan Coen), Fotografia (Janusz Kaminski), Montagem (Michael Khan). Trilha Musical Original (Thomas Newman), Direção de Arte (Adam Stockhausen), Efeitos Sonoros

Dúvida: Ator Coadjuvante (Alan Alda), Atriz Coadjuvante (Amy Ryan) e Figurino (Kasia Walicka-Maimone)

Steven Spielberg e Tom Hanks já trabalharam juntos em O Resgate do Soldado Ryan (1998), Prenda-me Se For Capaz (2002) e O Terminal (2005). Em 1999, Spielberg levou seu segundo Oscar e Hanks uma indicação pelo filme de guerra, portanto as chances são boas de sucesso na Academia com este Ponte dos Espiões.

Trata-se da primeira vez que Spielberg dirige um roteiro escrito pelos irmãos Coen, o que deve facilitar as coisas na campanha. Além disso, se Spielberg está entre os indicados, toda sua trupe técnica deve comparecer e preencher as vagas de indicações como aconteceu em seus últimos filmes: Cavalo de Guerra (2011) e Lincoln (2012).

SNOWDEN
Dir: Oliver Stone

Joseph Gordon-Levitt como Edward Snowden, em Snowden (photo by outnow.ch)

Joseph Gordon-Levitt como Edward Snowden, em Snowden (photo by outnow.ch)

Sinopse: Agente da CIA, Edward Snowden, vaza uma série de informações confidenciais para a imprensa, causando sua deserção na Rússia até os dias de hoje.

Deve receber indicação: Ator (Joseph Gordon-Levitt) e Roteiro Adaptado (Kieran Fitzgerald)

Dúvida: Diretor (Oliver Stone), Atriz Coadjuvante (Shailene Woodley) e Fotografia (Anthony Dod Mantle)

Pró: Novo filme de Oliver Stone. Contra: Quando foi a última vez que um filme de Oliver Stone repercutiu tanto? JFK – A Pergunta que Não Quer Calar (1991)? Assassinos por Natureza (1994)? Claro que Stone sempre terá prestígio junto à Academia por suas vitórias com Platoon (1986) e Nascido em Quatro de Julho (1989), mas nas últimas décadas, tem caído no esquecimento, principalmente depois do fiasco de Alexandre (2004).

Mas com este Snowden, um tema bastante polêmico que o diretor sabe tirar de letra, Oliver Stone pode finalmente ter seu retorno triunfal. Se a Academia gostar do filme, certamente estará na lista de diretores, caso contrário, a indicação pode ficar apenas com o ator Joseph Gordon-Levitt, que seria sua primeira. Vale lembrar que Gordon-Levitt tem outro trabalho em destaque neste ano por A Travessia (veja mais abaixo), o que sempre ajuda na hora de descolar a primeira indicação ao Oscar.

  • A estréia de Snowden foi adiada para Maio de 2016, portanto, fora do próximo Oscar.

TRUMBO
Dir: Jay Roach

Bryan Cranston caracterizado como o roteirista Dalton Trumbo (photo by elfilm.com)

Bryan Cranston caracterizado como o roteirista Dalton Trumbo (photo by elfilm.com)

Sinopse: A carreira bem-sucedida do roteirista em Hollywood é comprometida quando ele é inserido na lista negra do senador Joseph McCarthy nos anos 40 por suspeita de ser comunista.

Deve receber indicação: Ator (Bryan Cranston), Atriz Coadjuvante (Helen Mirren)

Dúvida: Filme, Roteiro Adaptado (John McNamara)

Por se tratar de uma receita básica que funciona no Oscar, Trumbo está aqui na lista: 1º filme biográfico. 2º sobre roteirista de Hollywood, que foi inclusive vencedor do Oscar usando pseudônimos 3º porque foi perseguido por estar na lista negra do McCarthismo 4º e contando com a ajuda de um ator em extrema ascensão depois da série de TV Breaking Bad. “Só” por esses motivos o filme tem lugar cativo nas previsões.

O único, porém maior problema, é o nome fraco na direção. Não que Jay Roach, responsável pelas trilogias de comédia Austin Powers e Entrando Numa Fria não tenha seu talento, mas à princípio não era o nome mais apropriado para assumir este projeto mais sério. Só pra exemplificar, se Ron Howard, Bennett Miller ou mesmo George Clooney estivesse por trás da câmera, Trumbo já figuraria como franco-favorito ao Oscar 2016.

FREEHELD
Dir: Peter Sollett

Ellen Page e Julianne Moore em cena de Freeheld

Ellen Page e Julianne Moore em cena de Freeheld

Sinopse: A policial Laurel Hester (Julianne Moore) e sua companheira Stacie (Ellen Page) lutam na justiça para conseguir os benefícios de pensão para Hester quando ela é diagnosticada com câncer terminal.

Deve receber indicação: Atriz (Julianne Moore), Atriz Coadjuvante (Ellen Page)

Dúvida: Ator Coadjuvante (Michael Shannon)

Baseado em um documentário-curta vencedor do Oscar em 2008, Freeheld tem a fórmula para se destacar na temporada de premiações: drama, doença terminal, opção sexual e ótimo elenco. Mas estaria a Academia aberta a um filme de temática lésbica? A última produção que apresentava lesbianismo, Minhas Mães e Meu Pai, foi até indicada a Melhor Filme em 2011, mas não levou nada. Indicar é relativamente fácil, mas ganhar é outros quinhentos…

Toda vez que lembro desse conservadorismo teimoso, vem à mente a derrota de O Segredo de Brokeback Mountain diante do maniqueísta e bidimensional Crash – No Limite em 2006. De qualquer forma, a expectativa é de que pelo menos as atrizes sejam reconhecidas por suas performances. Não ajuda o fato do diretor ser praticamente desconhecido, mas Julianne Moore acaba de ganhar seu primeiro Oscar e pode, com este papel, ganhar seu segundo consecutivo e ainda puxar a segunda indicação da jovem Ellen Page como coadjuvante.

STEVE JOBS
Dir: Danny Boyle

Michael Fassbender como Steve Jobs (photo by cine.gr)

Michael Fassbender como Steve Jobs (photo by cine.gr)

Sinopse: A vida e o legado de Steve Jobs, baseado na biografia de Walter Isaacson.

Deve receber indicação: Ator (Michael Fassbender), Atriz Coadjuvante (Kate Winslet), Roteiro Adaptado (Aaron Sorkin)

Dúvida: Filme, Diretor (Danny Boyle), Ator Coadjuvante (Jeff Daniels)

Quando o filme biográfico Jobs saiu em 2013, havia uma especulação de que Ashton Kutcher poderia ser indicado ao Oscar. Mas esse burburinho só rendeu durante o período em que a foto dele foi divulgada já como Steve Jobs, pois havia uma semelhança bem considerável entre ambos, mas logo acabou quando a crítica viu o filme e sua interpretação. Dois anos depois, um novo filme sobre o criador da Apple surge no horizonte, mas com uma equipe técnica infinitamente superior: Danny Boyle na direção, Scott Rudin na produção, Aaron Sorkin (A Rede Social) no roteiro e Guy Hendrix Dyas (A Origem) na direção de arte. Com esses nomes, o filme Steve Jobs automaticamente se tornou um forte candidato ao Oscar.

Particularmente, por mais que Michael Fassbender seja um dos melhores atores dessa geração, ainda tenho minhas ressalvas se ele foi a melhor opção pra dar vida ao inventor, já que é alemão e não se parece quase nada com a figura pública (talvez um trabalho de maquiagem bem feito teria ajudado…), mas torço para que ele possa surpreender positivamente. Claro que a presença da vencedora do Oscar, Kate Winslet, no elenco ajuda e muito na campanha do filme na temporada de premiações.

SR. HOLMES (Mr. Holmes)
Dir: Bill Condon

Ian McKellen como Sherlock Holmes em Mr. Holmes (photo by outnow.ch)

Ian McKellen como Sherlock Holmes em Mr. Holmes (photo by outnow.ch)

Sinopse: O já aposentado Sherlock Holmes destrincha seu passado quando tenta desvendar um mistério não solucionado envolvendo uma bonita mulher.

Deve receber indicação: Ator (Ian McKellen), Atriz Coadjuvante (Laura Linney)

Dúvida: Roteiro Adaptado (Jeffrey Hatcher), Direção de Arte (Martin Childs), Trilha Musical Original (Carter Burwell)

Logo que foi anunciado o filme de Sherlock Holmes com Ian McKellen, já previa uma indicação para o ator britânico. McKellen foi roubado na cara dura em 1999, quando perdeu para o pastelão do Roberto Benigni (A Vida é Bela), por sua atuação magnânima em Deuses e Monstros. Depois disso, tornou-se muito popular ao assumir papéis icônicos da cultura pop: o mutante Magneto nos filmes dos X-Men e o mago Gandalf nas trilogias de O Hobbit e O Senhor dos Anéis, por qual recebeu sua segunda indicação ao Oscar em 2002, mas perdeu pra um inspirado Jim Broadbent em Iris.

Claro que, se o filme for bom e sua performance estiver à altura de seu talento, trata-se de uma excelente oportunidade de premiar com um Oscar um dos melhores atores vivos. Sr. Holmes se torna ainda mais especial por reprisar a parceria do ator com o diretor Bill Condon, com quem trabalhou em Deuses e Monstros. No elenco, Laura Linney tem tudo pra receber sua 4ª indicação.

AS SUFRAGISTAS (Suffragette)
Dir: Sarah Gavron

Carey Mulligan (centro) em cena de protesto de Suffragette (photo by cine.gr)

Carey Mulligan (centro) e Helena Bonham Carter (à direita) em cena de protesto de As Sufragistas (photo by cine.gr)

Sinopse: O filme retrata um dos primeiros movimentos feministas contra o Estado machista e opressor. As integrantes do movimento viram seus protestos pacíficos resultarem em nada para então partir para a violência, o que ameaçava suas vidas, seus empregos e suas famílias.

Deve receber indicação: Atriz (Carey Mulligan), Atriz Coadjuvante (Meryl Streep), Atriz Coadjuvante (Helena Bonham Carter)

Dúvida: Filme, Roteiro Original (Abi Morgan), Trilha Musical Original (Alexandre Desplat), Montagem (Barney Pilling), Figurino (Jane Petrie), Direção de Arte (Alice Normington)

Lembram-se do discurso pró-igualdade para as mulheres de Patricia Arquette no Oscar deste ano? E do apoio incondicional de Meryl Streep (“Yes! Yes!”) da poltrona? Pois é, o movimento feminista em alta ganha mais um reforço com este filme de época no qual a luta das mulheres se tornou um marco na história. E com Streep no elenco, o filme tem tudo pra se destacar na temporada de premiações do Globo de Ouro, Oscar, BAFTA e SAG.

Por mais que a diretora seja meio desconhecida, acho bacana tanto a diretora quanto a roteirista serem mulheres, afinal ninguém melhor do que as próprias mulheres pra contar uma história de luta feminista. A roteirista Abi Morgan pode conseguir sua primeira indicação após destaque por Shame e A Dama de Ferro. Já Carey Mulligan, que brilhou como a estudante inocente de Educação, precisa cumprir seu papel de jovem promessa de Hollywood. Como se trata de uma produção de época, são esperadas indicações de direção de arte e figurino.

NOCAUTE (Southpaw)
Dir: Antoine Fuqua

Jake Gyllenhaal como o boxeador Billy Hope com o treinador Tick Wills (Forest Whitaker) em cena de Southpaw (photo by outnow.ch)

Jake Gyllenhaal como o boxeador Billy Hope com o treinador Tick Wills (Forest Whitaker) em cena de Nocaute (photo by outnow.ch)

Sinopse: O boxeador Billy Hope procura o treinador Tick Wills para colocá-lo de volta aos trilhos depois que perde sua mulher num trágico acidente e sua filha para o serviço de proteção à criança.

Deve receber indicação: Ator (Jake Gyllenhaal), Trilha Musical Original (James Horner)

Dúvida: Ator Coadjuvante (Forest Whitaker), Montagem (John Refoua), Canção Original (Eminem)

Depois da inacreditável ausência de Jake Gyllenhaal na lista de atores indicados a Melhor Ator este ano por O Abutre, a Academia automaticamente está em dívida com o ator, que já foi indicado como Coadjuvante por O Segredo de Brokeback Mountain. Além disso, chama atenção sua transformação do esquelético videomaker de O Abutre para este atlético e forte boxeador de Nocaute, que lembra a flexibilidade de Edward Norton que passou do forte neo-nazista de A Outra História Americana para o franzino de Clube da Luta. Essas transformações costumam ser a base de uma boa campanha para o Oscar. Claro que se o filme também for bom, as chances de vitória são ainda maiores. Já quando o filme não colabora, as chances caem drasticamente. Em 2000, o filme Hurricane – O Furacão conseguiu conquistar apenas a indicação de Denzel Washington, que acabou perdendo para Kevin Spacey (Beleza Americana), porque o filme de Sam Mendes era bem mais consistente.

Vale lembrar que este é um dos últimos trabalhos do compositor James Horner, que morreu numa queda de avião no final de junho. E por se tratar de um filme de boxe, as chances da trilha musical e da montagem se destacarem são ótimas. Resta saber se o filme de Antoine Fuqua (Dia de Treinamento) vai agradar à crítica.

SICARIO: TERRA DE NINGUÉM (Sicario)
Dir: Dennis Villeneuve

Em segundo plano, da esquerda para a direita: Emily Blunt, Josh Brolin e Benicio Del Toro em cena de Sicario: Terra de Ninguém (photo by cine.gr)

Em segundo plano, da esquerda para a direita: Emily Blunt, Josh Brolin e Benicio Del Toro em cena de Sicario: Terra de Ninguém (photo by cine.gr)

Sinopse: Uma agente idealista do FBI é designada pelo governador numa força-tarefa contra as drogas na área da fronteira dos EUA com o México.

Deve receber indicação: Atriz (Emily Blunt), Fotografia (Roger Deakins), Trilha Musical Original (Jóhann Jóhannsson), Montagem (Joe Walker)

Dúvida: Ator Coadjuvante (Benicio Del Toro), Ator Coadjuvante (Josh Brolin)

A sinopse me lembrou O Silêncio dos Inocentes ao ter como protagonista uma jovem agente do FBI em formação encarando um universo bem sombrio. E o diretor canadense Dennis Villeneuve já demonstrou que conhece bem esse território sombrio com Os Suspeitos (2013). O filme concorreu à Palma de Ouro no último Festival de Cannes e por muitos críticos foi considerado um “soco no estômago” por suas cenas fortes. Por esse mesmo motivo, não deve concorrer ao Oscar de Melhor Filme, porque os acadêmicos têm aversão à violência.

Mas se a campanha for boa, o diretor pode ser recompensado em sua categoria. E quem sabe a fotografia de Roger Deakins não ganha seu primeiro Oscar depois de 12 indicações? Já dentre os atores, apesar de contar com Benicio Del Toro (vencedor de Ator Coadjuvante por Traffic) e Josh Brolin (indicado para Ator Coadjuvante por Milk – A Voz da Igualdade), o maior destaque do filme é Emily Blunt, que passa por uma experiência transformadora como a agente do FBI, podendo finalmente conquistar sua primeira indicação.

A TRAVESSIA (The Walk)
Dir: Robert Zemeckis

Cena de A Travessia com Joseph Gordon-Levitt e Charlotte Le Bon (photo by outnow.ch)

Cena de A Travessia com Joseph Gordon-Levitt e Charlotte Le Bon (photo by outnow.ch)

Sinopse: A trajetória do artista francês Phillippe Petit para cruzar as Torres Gêmeas sobre um cabo de aço em 1974.

Quem deve receber indicação: Ator (Joseph Gordon-Levitt), Roteiro Adaptado (Robert Zemeckis e Christopher Browne)

Dúvida: Filme, Diretor (Robert Zemeckis), Ator Coadjuvante (Ben Kingsley), Trilha Musical Original (Alan Silvestri)

Apesar de Forrest Gump: O Contador de Histórias ter ganhado 6 Oscars há mais de 20 anos, o diretor Robert Zemeckis sempre terá um prestígio na Academia e por isso mesmo, seus filmes têm lugar cativo no burburinho do Oscar. Em 2013, seu filme O Vôo recebeu duas indicações (Melhor Ator para Denzel Washington e Roteiro Original), o que significa que Zemeckis está buscando retorno triunfal. Com este novo projeto baseado na história real de Phillippe Petit, que caminhou sobre um cabo de aço entre as duas Torres Gêmeas, ele pode ter sua chance.

A história verídica já foi tema do documentário O Equilibrista (Man on Wire), que venceu o Oscar de Melhor Documentário em 2009, o que concede maior credibilidade ao filme. Se Zemeckis souber captar bem o lado emocional da história, o filme pode conquistar o público e a crítica. Para ajudá-lo nessa difícil tarefa, ele conta com o veterano Ben Kingsley no elenco e o jovem Joseph Gordon-Levitt como o protagonista Petit.

O CORAÇÃO DO MAR (In the Heart of the Sea)
Dir: Ron Howard

Chris Hemsworth em cena de O Coração do Mar (photo by cine.gr)

Chris Hemsworth em cena de O Coração do Mar (photo by cine.gr)

Sinopse: Baseado em história ocorrida em 1820, sobre embarcação que é caçada por baleia durante 90 dias em alto mar. Adaptação de livro de Nathaniel Philbrick que teria inspirado o clássico literário Moby Dick.

Quem deve receber indicação: Fotografia (Anthony Dod Mantle), Montagem (Daniel P. Hanley e Mike Hill) e Som.

Dúvida: Filme, Diretor (Ron Howard)

Após ganhar prestígio com o Oscar de direção e filme com Uma Mente Brilhante em 2002, Ron Howard se tornou nome relevante a cada novo trabalho, e assim acabou novamente indicado ao Oscar de direção com Frost/Nixon em 2009 e foi bem cotado por Rush: No Limite da Emoção em 2014, mas tenho minhas dúvidas se ele retorna ao tapete vermelho com um filme de aventura estrelado por Chris Hemsworth.

Embora o elenco tenha nomes razoáveis como Cillian Murphy, Ben Wishaw e o novo Homem-Aranha, Tom Holland, acredito que O Coração do Mar ficará limitado às categorias mais técnicas, a menos que sua bilheteria seja extremamente expressiva e colabore em sua campanha vitoriosa.

SPOTLIGHT
Dir: Tom McCarthy

Da esquerda pra direita: Michael Keaton, Liv Schreiber, Mark Ruffalo, Rachel McAdams... em Spotlight (photo by outnow.ch)

Da esquerda pra direita: Michael Keaton, Liv Schreiber, Mark Ruffalo, Rachel McAdams, John Slattery e Brian d’Arcy James em Spotlight (photo by outnow.ch)

Sinopse: A verdadeira história de como o jornal The Boston Globe desvendou o escândalo de abuso de crianças e encoberto pela igreja Arquidiocese local que estremeceu a Igreja Católica toda.

Deve receber indicação: Roteiro Original (Tom McCarthy e Josh Singer)

Dúvida: Filme, Diretor (Tom McCarthy), Ator (Mark Ruffalo), Trilha Musical Original (Howard Shore)

O roteiro do filme foi baseado numa história verídica que gerou uma matéria que venceu o prestigiado prêmio Pullitzer, fato que já chama a atenção por si só. Esse tipo de história costuma atrair bons nomes para os papéis porque são criados a partir de heróis reais como uma Erin Brockovich, por exemplo, que desmantelou toda uma grande corporação ao descobrir que contaminavam a água de sua cidade.

Dessa forma, temos Mark Ruffalo como o protagonista e Michael Keaton como seu parceiro. Ruffalo é um nome que vem em ascensão há anos e só não conseguirá sua terceira indicação se o páreo da categoria de Melhor Ator estiver muito duro. Quanto a Keaton, acredito que corre bem por fora, mas já é extremamente gratificante vê-lo em grandes produções novamente após tantos anos no ostracismo.

ESPECIALISTA EM CRISE (Our Brand is Crisis)
Dir: David Gordon Green

Sandra Bullock filma cena em Porto Rico (photo by www.laineygossip.com)

Sandra Bullock filma cena em Porto Rico (photo by http://www.laineygossip.com)

Sinopse: Baseado no documentário homônimo sobre o uso de estratégias políticas de campanha americanas na América do Sul.

Deve receber indicação: Filme, Diretor (David Gordon Green), Atriz (Sandra Bullock), Roteiro Original (Peter Straughan)

Dúvida: Ator Coadjuvante (Billy Bob Thornton), Atriz Coadjuvante (Zoe Kazan), Montagem (Colin Patton)

Mais um filme com temática política pode ganhar espaço no Oscar 2016. Além de Spotlight e Suffragette, o filme procura revelar os bastidores da política e a forma como alavancam os candidatos desejados. Curiosamente, assim como Freeheld (citado acima), Especialista em Crise também é uma ficção baseada num documentário.

O roteiro de Peter Straughan (indicado para Roteiro Adaptado em 2012 por O Espião que Sabia Demais) busca destrinchar esse universo do vale-tudo das campanhas políticas na América do Sul contando com o promissor diretor David Gordon Green (vencedor do prêmio de Direção no Festival de Berlim 2013 por Prince Avalanche ), elenco encabeçado por Sandra Bullock e Billy Bob Thornton, e um ótimo ímã para o Oscar: George Clooney como produtor. Ter nomes de celebridades na produção muitas vezes é recompensado pela Academia, como aconteceu com Brad Pitt em 2014 por 12 Anos de Escravidão.

TRUTH
Dir: James Vanderbilt

Cate Blanchett em cena com Robert Reford em Truth (photo by collider.com)

Cate Blanchett em cena com Robert Reford em Truth (photo by collider.com)

Sinopse: Durante seus últimos dias como âncora no noticiário CBS News, Dan Rather apresenta uma notícia falsa sobre como o então presidente Bush se apoiou no privilégio e nas conexões familiares para evitar convocação militar para lutar na Guerra do Vietnã, o que lhe custou seu emprego e de sua superiora Mary Mapes.

Deve receber indicação: Ator (Robert Redford), Atriz Coadjuvante (Cate Blanchett) e Roteiro Adaptado (James Vanderbilt)

Dúvida: Montagem (Richard Francis-Bruce)

Seguindo a linha de candidatos ao Oscar de temática política, Truth pode surpreender e conquistar seu espaço, ainda mais por contar com dois nomes de peso junto à Academia: os atores Cate Blanchett, que ganhou seu segundo Oscar em 2014 por Blue Jasmine, e o veterano Robert Redford, que merecia uma indicação por sua atuação no ótimo Até o Fim (2013).

Ainda no elenco, nomes como Dennis Quaid, Bruce Greenwood e Elisabeth Moss (em ascensão depois da série Mad Men) podem colaborar para um número maior de indicações dependendo da profundidade de seus papéis. Como se trata da estréia na direção do conhecido roteirista do brilhante Zodíaco (2007), James Vanderbilt, sua melhor chance no Oscar está na categoria que lhe consagrou.

DIVERTIDA MENTE (Inside Out)
Dir: Pete Docter

As emoções Tristeza, Raiva, Medo, Nojinho e Alegria em cena de Divertida Mente (photo by outnow,ch)

As emoções Tristeza, Raiva, Medo, Nojinho e Alegria em cena de Divertida Mente (photo by outnow,ch)

Sinopse: Depois de se mudar com seus pais para San Francisco, as emoções da jovem Riley (Alegria, Tristeza, Nojinho, Raiva e Medo) entram em conflito sobre a melhor forma de explorar a nova cidade, casa e escola.

Deve receber indicação: Animação

Dúvida: Roteiro Original (Meg LeFauve, Josh Cooley e Pete Docter) e Trilha Musical Original (Michael Giacchino)

Assim como Monstros S.A., a idéia bastante original não segura um longa-metragem, pelo menos não da forma como foi escrito. Alguns trabalhos da Pixar apresentam esse obstáculo na hora de desenvolver uma história que se desenvolva, e não apenas se desenrole. Por questões de histórico, acredito que consegue facilmente uma indicação ao Oscar de Animação. Depois de perder o Oscar duas vezes consecutivas para produções da Disney (Frozen: Uma Aventura Congelante e Operação Big Hero), a Pixar está tentando recuperar seu posto de supremacia.

Dependendo da competição, o roteiro pode ser, sim, indicado ao Oscar, assim como de outras animações anteriores foram como de Procurando Nemo, Up – Altas Aventuras e Toy Story 3, mas geralmente o que ocorre é o filme ganhando apenas Melhor Animação. E se o roteiro praticamente perfeito de Toy Story 3 não ganhou, dificilmente outro não ganhará também. Já a trilha do compositor Michael Giacchino pode ser reconhecida, mas as chances de vitória são pequenas, ainda mais que já levou a estatueta por Up – Altas Aventuras.

MACBETH: AMBIÇÃO E GUERRA (Macbeth)
Dir: Justin Kurzel

O casal Macbeth: Michael Fassbender e Marion Cotillard na adaptação de Shakespeare (photo by cine.gr)

O casal Macbeth: Michael Fassbender e Marion Cotillard na adaptação de Shakespeare (photo by cine.gr)

Sinopse: Macbeth, um duque da Escócia, recebe a profecia das três bruxas que um dia ele se tornará rei da Escócia. Consumido por ambição e impulsionado à ação por sua esposa, Macbeth assassina seu rei e toma controle do trono.

Deve receber indicação: Figurino (Jacqueline Durran)

Dúvida: Ator (Michael Fassbender) e Atriz (Marion Cotillard)

Clássico de Shakespeare, a adaptação de Macbeth chegou no último Festival de Cannes como o filme responsável por premiar a dupla de atores centrais: o alemão Michael Fassbender e a francesa Marion Cotillard, ambos nomes em alta tanto na Europa quanto em Hollywood (ele foi indicado ao Oscar de Coadjuvante por 12 Anos de Escravidão e ela recebeu sua segunda indicação de Atriz por Dois Dias, Uma Noite), mas não foi isso que aconteceu na Riviera Francesa.

Apesar do filme de Justin Kurzel não ter levado nada, pode ter sua segunda chance na campanha ao Oscar, já que vai ser alavancada pela Weinstein Company. Contudo, se Fassbender for indicado, suas chances são bem maiores pelo filme de Danny Boyle, Steve Jobs. Posso estar enganado, mas pela experiência que tenho em Oscar, esse filme está com cheiro de uma única indicação: Melhor Figurino.

I SAW THE LIGHT
Dir: Marc Abraham

Tom Hiddleston caracterizado como o cantor Hank Williams (photo by outnow.ch)

Tom Hiddleston caracterizado como o cantor Hank Williams (photo by outnow.ch)

Sinopse: Cinebiografia do cantor e compositor de country norte-americano Hank Williams.

Deve receber indicação: Ator (Tom Hiddleston)

Dúvida: Atriz Coadjuvante (Elizabeth Olsen), Roteiro Adaptado (Marc Abraham)

A Academia adora cinebiografia de cantores e compositores, especialmente os americanos. Basta olhar a presença de filmes como O Destino Mudou Sua Vida (1980), Ray (2004) e Johnny & June (2005). Contando com esse histórico positivo, o ator britânico Tom Hiddleston, conhecido mundialmente por viver o papel do vilão Loki nos filmes da Marvel, tem boas chances na aparecer na lista por retratar uma figura emblemática da música. Curiosamente, como não foi aposta unânime para o papel, além de se empenhar bastante no sotaque americano, tocou piano para o elenco e a equipe durante as filmagens e todos os dias, como forma de extrema gratidão, ele cumprimentava cada membro da equipe, do encarregado da limpeza até seus colegas de atuação.

Elizabeth Olsen, que já trabalhou com Hiddleston em Vingadores: Era de Ultron, interpretará sua primeira esposa, Audrey Mae Williams, que pode lhe render sua primeira indicação ao Oscar. Como Marc Abraham é um diretor praticamente novato, suas chances residem mais na categoria de roteiro, por ter adaptado a biografia escrita por Colin Escott.

MAD MAX: ESTRADA FÚRIA (Mad Max: Fury Road)
Dir: George Miller

Tom Hardy e Charlize Theron em cena de Mad Max: Estrada da Fúria (photo by outnow.ch)

Tom Hardy e Charlize Theron em cena de Mad Max: Estrada da Fúria (photo by outnow.ch)

Sinopse: Furiosa, uma mulher que se rebela contra seu tirano numa pós-Apocalíptica Austrália, vai em busca de sua terra natal com a ajuda de um grupo de prisioneiras, um adorador psicótico e um andarilho chamado Max.

Deve receber indicação: Fotografia (John Seale), Direção de Arte (Colin Gibson), Figurino (Jenny Beavan), Maquiagem, Som, Efeitos Sonoros

Dúvida: Filme, Diretor (George Miller), Roteiro Original (George Miller, Brendan McCarthy e Nick Lauthoris)

Quarta parte de uma quadrilogia? Sequência? Prequel? Reboot? Ninguém sabe ao certo o que essa loucura chamada Mad Max: Estrada da Fúria é, mas todos concordam com sua qualidade técnica impecável e acima de tudo: sua audácia. Há quanto tempo não vemos um filme politicamente incorreto assim feito por um estúdio nos cinemas? Nos últimos anos (pra não dizer na última década), o cinema de estúdio tem sido tomado por produtores que visam apenas o lucro, mas sem coragem alguma para arriscar em novas visões. Claro que o trabalho de Mad Max não é novidade alguma, mas joga na tela imagens que dizem: “Isso é cinema. Vocês se esqueceram?”

Além da qualidade técnica merecedora de todas as indicações, felizmente a produção australiana colheu ótimos frutos nas bilheterias mundias, fato que ajuda muito na composição das indicações ao Oscar. Contudo, acredito que o responsável por tudo isso pode nem sequer ser reconhecido com uma mera indicação, seja como diretor ou como roteirista. Curiosamente, George Miller já ganhou um Oscar por, acreditem, Melhor Animação com Happy Feet: O Pingüim em 2007. Anteriormente, ele havia sido indicado pelo Roteiro Original de O Óleo de Lorenzo em 1993, e pelo Roteiro Adaptado e Produção (Melhor Filme) de Babe – O Porquinho Atrapalhado em 1996. Vamos torcer para que os votantes da Academia dêem um tempo no conservadorismo e reconheçam o talento e a audácia de Miller. Seria utopia demais?

À BEIRA MAR (By the Sea)
Dir: Angelina Jolie

Angelina Jolie com o marido Brad Pitt ao fundo em cena de À Beira Mar. É a primeira vez que a atriz dirige a si mesma. (Photo by outnow.ch)

Angelina Jolie com o marido Brad Pitt ao fundo em cena de À Beira Mar. É a primeira vez que a atriz dirige a si mesma. (Photo by outnow.ch)

Sinopse: Nos anos 70 na França, conforme a ex-dançarina Vanessa e seu marido escritor Roland viajam pelo país juntos, eles se distanciam um do outro, até pararem numa cidade costeira onde eles passam a se aproximar dos habitantes locais.

Deve receber indicação: Fotografia (Christian Berger)

Dúvida: Diretor (Angelina Jolie), Atriz Coadjuvante (Mélanie Laurent), Trilha Musical Original (Gabriel Yared)

Após ser ignorada pela Academia depois de forte burburinho por seu trabalho anterior Invencível (Unbroken), Angelina Jolie lança seu terceiro longa na direção com os holofotes sobre a possível campanha no Oscar 2016. Honestamente, só incluí o filme aqui por causa da comentada e discutida exclusão dela na premiação deste ano, porque se depender do filme em si, não se trata de material para Oscar.

Claro que se ela quiser, Jolie pode se beneficiar de seu filme anterior e tentar sua primeira indicação como diretora, mas acho meio difícil com um romance. A seu favor estão a presença dela mesma  e do marido, Brad Pitt, no elenco, assim como a trilha de Gabriel Yared (vencedor do Oscar por O Paciente Inglês) e do diretor de fotografia austríaco e colaborador assíduo do diretor Michael Haneke, Christian Berger (indicado por A Fita Branca).

THE LAST FACE
Dir: Sean Penn

O diretor Sean Penn conversa com a jovem Adèle Exarchopoulos em set de The Last Face (photo by filmaffinity.com)

O diretor Sean Penn conversa com a jovem Adèle Exarchopoulos em set de The Last Face (photo by filmaffinity.com)

Sinopse: A diretora de uma agência internacional de ajuda humanitária na África conhece um carismático médico que trabalha na causa. Ele se divide entre o amor por ela e seu trabalho.

Deve receber indicação: Fotografia (Barry Ackroyd)

Dúvida: Diretor (Sean Penn), Montagem (Jay Cassidy)

Assim como outros atores que se tornaram diretores, Sean Penn busca experiência em nomes profissionais como o diretor de fotografia Barry Ackroyd (indicado por Guerra ao Terror) e o montador Jay Cassidy (três vezes indicado) com quem já trabalhou no cult Na Natureza Selvagem. Desta vez, ele também escalou sua própria mulher, Charlize Theron, que vive uma nova ascensão depois de seu desatque como Furiosa em Mad Max: Estrada da Fúria, o que certamente ajuda o filme a alavancar.

No elenco, Penn ainda conta com Javier Bardem como o médico, e os coadjuvantes Jean Renno, e a jovem talentosa francesa Adèle Exarchopoulos, de Azul é a Cor Mais Quente. Apesar de todos os fatores positivos, The Last Face ainda pode se tornar aqueles filmes que tinha tudo pra chegar ao Oscar, mas morre na praia.

PERDIDO EM MARTE (The Martian)
Dir: Ridley Scott

Da esquerda pra direita: Matt Damon, Jessica Chastain, Kate Mara e Sebastian Stan em cena de Perdido em Marte (photo by outnow.ch)

Da esquerda pra direita: Matt Damon, Jessica Chastain, Sebastian Stan, Kate Mara e Aksel Hennie em cena de Perdido em Marte (photo by outnow.ch)

Sinopse: Depois de uma missão em Marte, o astronauta Mark Watney é considerado morto depois de ter sido abandonado por colegas, mas ele está vivo e sozinho no planeta. Com pouquíssimos recursos, ele deve usar todas as suas habilidades e seu conhecimento para enviar um sinal para a Terra para dizer que está vivo.

Deve receber indicação: Filme, Diretor (Ridley Scott), Ator (Matt Damon), Atriz Coadjuvante (Jessica Chastain), Roteiro Adaptado (Drew Goddard), Fotografia (Dariusz Wolski), Direção de Arte (Arthur Max), Montagem (Pietro Scalia), Trilha Musical Original (Harry Gregson-Williams), Som, Efeitos Sonoros e Efeitos Visuais.

Dúvida: Figurino (Janty Yates)

Até pouco tempo atrás, Perdido em Marte era considerado uma incógnita, mas depois do lançamento de seu trailer, o filme ganhou novo status e pode ser muito bem o recordista de indicações ao Oscar 2016. Após trabalhos abaixo da média do veterano Ridley Scott (reconhecido mundialmente pelos clássicos Alien: O Oitavo Passageiro e Blade Runner: O Caçador de Andróides) pode finalmente voltar à tona com um projeto mais respeitável. Sinceramente, espero que a execução seja infinitamente superior ao de Prometheus, que tinha tudo pra ser um estouro.

Elenco e equipe Ridley Scott tem de primeiro nível: vencedores e indicados ao Oscar de baciada. E ainda conta com atores experientes que acabaram de trabalhar em outro filme de temática espacial, Interestelar: Matt Damon e Jessica Chastain. O roteiro, escrito pelo jovem promissor Drew Goddard (de O Segredo da Cabana), foi baseado no livro best-seller The Martian, de Andy Weir. Resta saber se o filme refletirá suas expectativas nas bilheterias e se a Academia está aberta a premiar uma ficção científica depois de bater na trave com Gravidade em 2014.

EU, VOCÊ E A GAROTA QUE VAI MORRER (Me and Earl and the Dying Girl)
Dir: Alfonso Gomez-Rejon

Olivia Cooke, Thomas Mann e RJ Cyler posam para foto de Me and Earl and the Dying Girl (photo by outnow.ch)

Olivia Cooke, Thomas Mann e RJ Cyler posam para foto de Me and Earl and the Dying Girl (photo by outnow.ch)

Sinopse: O estudante Greg, que passa a maior parte de seu tempo fazendo filmes de paródia com seu amigo Earl, tem sua vida mudada quando ele passa a fazer amizade com Rachel, uma colega de classe que acaba de ser diagnosticada com leucemia.

Deve receber indicação: Roteiro Adaptado (Jesse Andrews)

Dúvida: Filme

Sensação do último Festival de Sundance, Eu, Você e a Garota que Vai Morrer já chama atenção pelo seu título inusitado que mistura drama com comédia e humor negro. O filme independente tem um clima leve que muito se assemelha a (500) Dias com Ela e Juno, tanto que o trailer se apropria dos mesmos títulos para atrair o interesse do público.

Não sei se se trata de uma previsão otimista ou pessimista, mas o filme tem mais cara de indicado e até vencedor do Globo de Ouro de Melhor Filme – Comédia ou Musical, mas no Oscar teria que se contentar com uma única indicação de Roteiro Adaptado. Este ano, outro sucesso de público com temática de doença entre jovens, A Culpa é das Estrelas, acabou ficando de fora do Oscar.

BROOKLYN
Dir: John Crowley

Saoirse Ronan e Emory Cohen em cena de Brooklyn (photo by cine.gr)

Saoirse Ronan e Emory Cohen em cena de Brooklyn (photo by cine.gr)

Sinopse: Nos anos 50, a jovem imigrante irlandesa Eilis Lacey se muda para os EUA, onde conhece e se envolve com um rapaz americano, mas devido a um tragédia familiar, precisa voltar ao seu país, onde acaba conhecendo outro amor.

Deve receber indicação: Atriz (Saoirse Ronan), Roteiro Adaptado (Nick Hornby)

Dúvida: Fotografia (Yves Bélanger) e Trilha Musical Original (Michael Brook)

Incluí o filme na lista por ter sido alvo de burburinho por parte de alguns sites especializados e também por ser adaptação do best-seller de Colm Tóibín, mas tenho minhas dúvidas se esse filme vai chegar ao tapete vermelho. Ele tem uma pinta de filme bonito e até com seus devidos momentos emotivos que fazem um candidato, mas não tem muito pedigree. John Crowley é um diretor que ficou conhecido pelo filme independente Rapaz A, de 2007, mas depois não deslanchou nada relevante.

Saoirse Ronan pode conseguir sua segunda indicação, desta vez como Melhor Atriz, principalmente por seu empenho no sotaque irlandês de sua personagem. E pelo visto, o escritor Nick Hornby está se empenhando a escrever roteiros agora. Depois de Educação (2009), ele fez o roteiro de Livre (2014) e agora deste Brooklyn. Pode receber sua segunda indicação também.

STAR WARS: EPISÓDIO VII – O DESPERTAR DA FORÇA (Star Wars: Episode VII – The Force Awakens)
Dir: J.J. Abrams

Daisy Ridley corre em cena de Star Wars: Episódio VII - O Despertar da Força (photo by (outnow.ch)

Daisy Ridley corre em cena de Star Wars: Episódio VII – O Despertar da Força (photo by (outnow.ch)

Sinopse: Continuação da saga de George Lucas na galáxia muito distante.

Deve receber indicação: Maquiagem, Som, Efeitos Sonoros e Efeitos Visuais

Dúvida: Direção de Arte (Rick Carter), Trilha Musical Original (John Williams)

Mais um filme de Star Wars lançado 10 anos após o último, mas com uma diferença bastante relevante: a Lucas Film foi comprada pela Disney. Aliás, o que não é comprado pela Disney?? A empresa comprou também a Pixar e a Marvel, o que pode causar uma padronização (pra não dizer pasteurização) do cinema comercial como o conhecemos.

Felizmente, o diretor J.J. Abrams tem um bom feeling pra franquias como pudemos constatar no reboot de Star Trek (2009), mas não creio numa revolução, até mesmo porque a Disney está mais preocupada em vender seus produtos do que fazer um filme consistente, então provavelmente o diretor não tem carta branca pra tudo, muito menos para o corte final do filme. Claro que este novo Star Wars vai criar novos recordes de bilheteria e muito provavelmente terá presença garantida nas categorias mais técnicas do Oscar.

RICKI AND THE FLASH: DE VOLTA PARA CASA (Ricki and the Flash)
Dir: Jonathan Demme

Mamie Gummer e Meryl Streep, filha e mãe na vida real e na ficção em cena de Ricki and the Flash: De Volata Para Casa (photo by outnow.ch)

Mamie Gummer e Meryl Streep, filha e mãe na vida real e na ficção em cena de Ricki and the Flash: De Volata Para Casa (photo by outnow.ch)

Sinopse: Ricki, que desistiu de tudo por seu sonho de se tornar uma estrela do rock, retorna para casa e procura fazer as coisas certas com sua família.

Deve receber indicação: Atriz (Meryl Streep)

Dúvida: Ator Coadjuvante (Kevin Kline), Roteiro Original (Diablo Cody), Canção Original

Assim que vi a primeira foto de Meryl Streep caracterizada como uma roqueira dos anos 80 em decadência, logo associei a…? Sim, o Oscar! Esta seria sua 20ª indicação, um recorde que demoraria muito pra ser ultrapassado! Porém, andei lendo alguns rumores de que Meryl Streep não participaria de nenhum campanha do filme para o Oscar.

Independente de seus supostos motivos, a atriz tem tudo para conseguir no mínimo uma indicação ao Globo de Ouro de Melhor Atriz – Comédia ou Musical. Curiosamente, sua filha na vida real, Mamie Gummer, interpreta sua filha no filme.

GRANDMA
Dir: Paul Weitz

Lily Tomlin em primeiro plano e Julie Garner ao fundo em cena de Grandma (photo by latimes.com)

Lily Tomlin em primeiro plano e Julie Garner ao fundo em cena de Grandma (photo by latimes.com)

Sinopse: Declarada misantropa, Elle Reid tem sua bolha protetora estourada quando sua neta de 18 anos aparece precisando de ajuda. As duas partem numa viagem que as obrigará a confrontar passado e futuro.

Deve receber indicação: Atriz (Lily Tomlin)

Dúvida: Ator Coadjuvante (Sam Elliott), Roteiro Original (Paul Weitz)

Típica dramédia em que dois personagens são obrigados a conviver e acabam descobrindo um sentimento mútuo durante uma road trip. Claro que o filme independente Grandma não tem maiores pretensões na temporada de premiações, mas só o fato de trazer de volta a veterana Lily Tomlin ao centro do palco já é algo digno de nota. Se ela receber indicação, será sua segunda depois da de Coadjuvante por Nashville em 1976! Esse tipo de retorno a Academia costuma reconhecer, então Tomlin tem grandes chances.

Assim como outra veterana Meryl Streep, Lily Tomlin também tem ótima chance de ser premiada pelo Globo de Ouro de Melhor Atriz – Comédia ou Musical, podendo trazer junto o ator Sam Elliott.

007 CONTRA SPECTRE (Spectre)
Dir: Sam Mendes

Daniel Craig como James Bond em cena de 007 Contra Spectre (photo by outnow.ch)

Daniel Craig como James Bond em cena de 007 Contra Spectre (photo by outnow.ch)

Sinopse: Uma mensagem criptografada do passado de Bond o envia numa trilha para desvendar uma organização criminosa. Enquanto M luta contra forças políticas para manter o serviço secreto vivo, James Bond investiga a SPECTRE.

Deve receber indicação: Trilha Musical Original (Thomas Newman), Canção Original, Som e Efeitos Sonoros

Dúvida: Fotografia (Hoyte Van Hoytema), Montagem (Lee Smith)

O prestigiado diretor Sam Mendes retorna pela segunda vez à cadeira de direção da franquia 007, mas desta vez não conta com um colaborador que faz a diferença: o diretor de fotografia Roger Deakins, que fez um trabalho estupendo em 007 – Operação Skyfall. Contudo, ele será substituído por outro bom profissional (Hoyte Van Hoytema) e contará com o retorno do compositor Thomas Newman, que foi indicado pelo filme anterior de Bond.

Aliás, 007 – Operação Skyfall ganhou o primeiro Oscar de Canção Original da série toda, criada em 1962 com 007 Contra o Satânico Dr. No, portanto existe uma expectativa em relação à canção de abertura deste novo trabalho. Independente do músico ou banda que interprete a nova canção (alguns sites indicaram Ellie Goulding), 007 Contra Spectre deve ser mais um sucesso arrebatador e deve conquistar indicações técnicas e quem sabe mais uma de canção…

Mesmo que tenha poucas chances no Oscar, vale lembrar que Christoph Waltz (vencedor de duas estatuetas por Bastardos Inglórios e Django Livre) está no elenco. Ele interpreta Oberhauser, o líder da organização Spectre. Por 007 – Operação Skyfall, Javier Bardem chegou a ser indicado para o SAG de Coadjuvante por interpretar o vilão Silva.

CINDERELA (Cinderella)
Dir: Kenneth Branagh

No centro, Cate Blanchett como a Madrasta em cena de Cinderela (photo by outnow.ch)

No centro, Cate Blanchett como a Madrasta em cena de Cinderela (photo by outnow.ch)

Sinopse: Versão live-action da fábula da Cinderela, a Gata Borralheira que sofre nas mãos da madrasta e das meia-irmãs até ter sua sorte mudada com a ajuda de uma fada.

Deve receber indicação: Direção de Arte (Dante Ferretti) e Figurino (Sandy Powell)

Dúvida: Atriz Coadjuvante (Cate Blanchett), Trilha Musical Original (Patrick Doyle)

Depois do sucesso comercial de Malévola no ano passado, a Disney resolveu apostar as fichas nas adaptações em live-action de muitas animações consagradas por ela mesma. Então, depois desse Cinderela, estão nos planos a versão de Mulan e A Bela e a Fera, ou seja, acabaram as idéias até para animações novas…

Felizmente, a Academia sabe reconhecer qualidades técnicas mesmo em refilmagens. O próprio Malévola foi indicado este ano para Figurino, o que favorece a inclusão de Cinderela na lista de indicações, especialmente no Figurino caprichado da veterana Sandy Powell e do primoroso trabalho de production design do italiano Dante Ferretti, que já ganhou 3 Oscars. Já os rumores de uma indicação para Cate Blanchett como a Madrasta chegaram a ser comentados em alguns sites, mas seria bem improvável.

—–

Alguns trabalhos não devem alçar vôos mais altos na temporada, mas pode sobrar uma vaguinha em uma ou outra categoria, portanto, os filmes seguintes são listados de forma mais simples:

MILES AHEAD
Dir: Don Cheadle

Don Cheadle como o músico Miles Davis em Miles Ahead (photo by jazzmusic.in)

Don Cheadle como o músico Miles Davis em Miles Ahead (photo by jazzmusic.in)

Cinebiografia do músico Miles Davis.

Melhor chance: Ator (Don Cheadle), Trilha Musical Original (Herbie Hancock)
Forçando a barra: Ator Coadjuvante (Ewan McGregor)

HOMEM-FORMIGA (Ant-Man)
Dir: Peyton Reed

Paul Rudd como o herói em Homem-Formiga (photo by outnow.ch)

Paul Rudd como o herói em Homem-Formiga (photo by outnow.ch)

Adaptação dos quadrinhos de Scott Lang e seu alter-ego, o super-herói Homem-Formiga. Ele deve ajudar seu mentor Hank Pym a roubar uma armadura que ajudou a criar.

Melhor chance: Efeitos Visuais
Forçando a barra: Efeitos Sonoros

VINGADORES: ERA DE ULTRON (Avengers: Age of Ultron)
Dir: Joss Whedon

Homem de Ferro em ação contra o Hulk em Vingadores: Era de Ultron (photo by cinemagia.ro)

Homem de Ferro em ação contra o Hulk em Vingadores: Era de Ultron (photo by cinemagia.ro)

Tony Stark e Bruce Banner criam um programa chamado Ultron para dar paz ao mundo, mas os planos dão errado e os Vingadores precisam evitar que ele destrua o planeta.

Melhor chance: Efeitos Visuais
Forçando a barra: Som e Efeitos Sonoros

JURASSIC WORLD: O MUNDO DOS DINOSSAUROS (Jurassic World)
Dir: Colin Trevorrow

Chris Pratt trabalha com os velociraptors em Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros (photo by outnow.ch)

Chris Pratt trabalha com os velociraptors em Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros (photo by outnow.ch)

Quarta parte iniciada com Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros (1993). Com o parque finalmente aberto ao público e funcionando, as coisas começam a dar errado quando criam um dinossauro geneticamente modificado para atrair mais pessoas.

Melhor chance: Efeitos Visuais e Som
Forçando a barra: Trilha Musical Original (Michael Giacchino) e Efeitos Sonoros

LONGE DESTE INSENSATO MUNDO (Far from the Madding Crowd)
Dir: Thomas Vinterberg

Carey Mulligan em cena de Longe Deste Insensato Mundo (photo by outnow.ch)

Carey Mulligan em cena de Longe Deste Insensato Mundo (photo by outnow.ch)

Baseado no clássico romance homônimo de Thomas Hardy, o filme se passa na Inglaterra Vitoriana, onde a jovem Bathsheba Everdene atrai três homens diferentes: um criador de ovelhas, um sargento e um próspero e maduro bacharel.

Melhor chance: Figurino (Janett Patterson)
Forçando a barra: Atriz (Carey Mulligan)

O QUARTO DE JACK (Room)
Dir: Lenny Abrahamson

Brie Larson como a mãe em cena de Room (photo by outnow.ch)

Brie Larson como a mãe em cena de Room (photo by outnow.ch)

História contemporânea sobre o amor entre mãe e filho. O jovem Jack não conhece nada do mundo, exceto pelo quarto em que nasceu e foi criado.

Melhor chance: Atriz (Brie Larson)
Forçando a barra: Atriz Coadjuvante (Joan Allen)

O FIM DA TURNÊ (The End of the Tour)
Dir: James Ponsoldt

Jesse Eisenberg como o repórter e o Jason Segel como David Foster Wallace em cena de The End of the Tour (photo by elfilm.com)

Jesse Eisenberg como o repórter e o Jason Segel como David Foster Wallace em cena de The End of the Tour (photo by elfilm.com)

A história de uma entrevista que durou 5 dias entre o repórter da Rolling Stone, David Lipsky, e o aclamado autor David Foster Wallace, que aconteceu logo depois da publicação do romance dele chamado “Infinite Jest” em 1996.

Melhor chance: Roteiro Adaptado (Donald Margulies)
Forçando a barra: Ator (Jason Segel)

*** As indicações ao Oscar 2016 serão anunciadas no dia 14 de janeiro.

Top 10 dos Diretores – Parte 3

A fotografia intimista de A Árvore da Vida

A Árvore da Vida, Terrence Malick: um dos trabalhos recentes mais bem votados entre diretores e críticos (photo by outnow.ch)

SELEÇÃO DE DIRETORES APRESENTA SENSO CRÍTICO E GOSTO PESSOAL

Para quem estava acompanhando as escolhas de filmes dos diretores (1ª parte: https://cinemaoscareafins.wordpress.com/2012/08/11/top-10-dos-diretores/ e 2ª parte: https://cinemaoscareafins.wordpress.com/2013/11/16/top-10-dos-diretores-parte-2/), esta é a terceira e última parte da matéria especial, lançada a cada dez anos pela revista britânica Sight & Sound. Infelizmente, a pesquisa não alcançou nomes consagrados como Steven Spielberg, Tim Burton, Clint Eastwood e Peter Jackson, mas há nomes interessantes como o do roteirista da nova trilogia de Star Wars, Lawrence Kasdan; do cineasta turco Nuri Bilge Ceylan, que venceu a Palma de Ouro este ano; do britânico Paul Greengrass que trabalha tão bem o limite entre ficção e documentário através de câmera na mão e montagem frenética nos filmes do agente Jason Bourne e do aclamado Vôo United 93.

Particularmente, gostei bastante das escolhas de Peter Farrelly. Como um dos melhores diretores de comédias atualmente, obviamente, ele não poderia deixar de mencionar o clássico Apertem os Cintos… O Piloto Sumiu, mas soube também valorizar a coragem de se fazer humor a partir de temas tabus à sociedade como fez Borat: O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Viaja à América, que fala sobre gênero, raça e religião de forma que ilumina preconceitos existentes.  Ele destaca o amor pela arte do humor do comediante Sacha Baron Cohen, que poderia ter sido espancado ou até morto por suas piadas infames em prol de uma boa risada. Por Borat, ele sofreu uma série de processos judiciais por se passar por um personagem ingênuo para provocar gargalhadas. Apesar de tudo isso, Farrelly ressalta a injustiça da comédia ainda ser tratada como uma espécie de sub-gênero. Claro que Farrelly ganha pontos comigo por ter selecionado Sideways – Entre Umas e Outras, um de meus filmes favoritos.

Sacha Baron Cohen em cena de Borat. Segundo Farrelly, um dos mais corajosos filmes de comédia. (photo by outnow.ch)

Sacha Baron Cohen em cena de Borat. Segundo Farrelly, um dos mais corajosos filmes de comédia. (photo by outnow.ch)

Embora trate-se de uma matéria sobre diretores, vale destacar as escolhas do recém-falecido crítico de cinema Roger Ebert. Esta é a quinta vez que ele vota para a pesquisa da Sight & Sound, e confessa que é um desafio enorme incluir um filme novo a cada década. Para esta eleição, estava na dúvida entre Sinédoque, Nova York, de Charlie Kaufman e A Árvore da Vida, de Terrence Malick. Optou pelo último por acreditar que sua importância crescerá ao longo dos anos. Sua lista contempla uma abrangência da década de 40 até a atual, recordando grandes diretores como Federico Fellini, Yasujirô Ozu, Alfred Hitchcock e Stanley Kubrick.

É interessante verificar também as escolhas de três diretores brasileiros: Walter Salles e Tata Amaral, que elegeram trabalhos brasileiros como fonte rica de inspiração como O Bandido da Luz Vermelha, Terra em Transe e Vidas Secas, que reflete a ternura e a crueza do nordeste brasileiro em Central do Brasil e Abril Despedaçado de Walter Salles.

Lawrence Kasdan

Nasceu em janeiro de 1949 – Florida, EUALawrence Kasdan
Trabalhos em destaque: Corpos Ardentes (1981), O Reencontro (1983), O Turista Acidental (1988), Grand Canyon – Ansiedade de uma Geração (1991)

  • O Exército das Sombras (L’Armée des Ombres/ 1969, dir. Jean-Pierre Melville)
  • A Batalha de Argel (La Battaglia di Algeri/ 1966, dir. Gillo Pontecorvo)
  • Dr. Fantástico (Dr. Strangelove or: How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb/ 1964, dir. Stanley Kubrick)
  • O Poderoso Chefão (The Godfather/ 1972, dir. Francis Ford Coppola)
  • As Vinhas da Ira (The Grapes of Wrath/ 1940, dir. John Ford)
  • Lawrence da Arábia (Lawrence of Arabia/ 1962, dir. David Lean)
  • Fuga ao Passado (Out of the Past/ 1947, dir. Jacques Tourneur)
  • A Regra do Jogo (La Règle du Jeu/ 1939, dir. Jean Renoir)
  • Os Sete Samurais (Shichinin no Samurai/ 1954, dir. Akira Kurosawa)
  • O Tesouro de Sierra Madre (The Treasure of the Sierra Madre/ 1948, dir. John Huston)

Lone Scherfig

Nasceu em maio de 1959 – Copenhague, Dinamarcalonescherfig_250x375
Trabalhos em destaque: Italiano Para Principiantes (2000), Educação (2009), Um Dia (2011).

  • 1900 (Novecento/ 1976, dir. Bernardo Bertolucci)
  • Se Meu Apartamento Falasse (The Apartment/ 1960, dir. Billy Wilder)
  • Ondas do Destino (Breaking the Waves/ 1996, dir. Lars von Trier)
  • Acossado (À bout de Souffle/ 1960, dir. Jean-Luc Godard)
  • Vidas Amargas (East of Eden/ 1955, dir. Elia Kazan)
  • Fanny & Alexander (Fanny och Alexander/ 1982, dir. Ingmar Bergman)
  • Desejo e Perigo (Se, jie/ 2007, dir. Ang Lee)
  • Songs from the Second Floor (Sånger från andra våningen/ 2000, dir. Roy Andersson)
  • A Fita Branca (Das weiße Band – Eine deutsche Kindergeschichte/ 2009, dir. Michael Haneke)
  • Ventos da Liberdade (The Wind that Shakes the Barley/ 2006, dir. Ken Loach)

Lukas Moodysson

Nasceu em janeiro de 1969 – Skåne Iän, SuéciaLukas+Moodysson+Best+Portraits+Toronto+jwY182nqFqZl
Trabalhos em destaque: Amigas de Colégio (1998), Bem-Vindos (2000), Para Sempre Lilya (2002), Corações em Conflito (2009).

  • 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias (4 Luni, 3 Saptâmani si 2 Zile/ 2007, dir. Cristian Mungiu)
  • O Barco – Inferno no Mar (Das Boot/ 1981, dir. Wolfgang Petersen)
  • Fanny & Alexander (Fanny och Alexander/ 1982, dir. Ingmar Bergman)
  • Hotel do Norte (Hôtel Du Nord/ 1938, dir. Marcel Carné)
  • A Morte de um Bookmaker Chinês (The Killing of a Chinese Bookie/ 1976, dir. John Cassavetes)
  • A Última Sessão de Cinema (The Last Picture Show/ 1971, dir. Peter Bogdanovich)
  • The Man on the Roof (Mannen på taket/ 1976, dir. Bo Widerberg)
  • Margot e o Casamento (Margot at the Wedding/ 2007, dir. Noah Baumbach)
  • O Espelho (Zerkalo/ 1975, dir. Andrei Tarkovsky)
  • A Swedish Love Story (En Kärlekshistoria/ 1970, dir. Roy Andersson)

Manoel de Oliveira

Nasceu em dezembro de 1908 – Oporto, PortugalManoel de Oliveira
Trabalhos em destaque: A Divina Comédia (1991), Cada um Com seu Cinema (2007), Singularidades de uma Loira (2009), O Estranho Caso de Angélica (2010).

  • O Encouraçado Potemkin (Bronenosets Potemkin/ 1925, dir. Sergei M. Eisenstein)
  • Gertrud (Gertrud/ 1964, dir. Carl Theodor Dreyer)
  • Em Busca do Ouro (The Gold Rush/ 1925, dir. Charles Chaplin)
  • O Delator (The Informer/ 1935, dir. John Ford)
  • Ivan, o Terrível (Ivan Groznyy/ 1944, dir. Sergei M. Eisenstein)
  • Romance na Itália (Viaggio in Italia/ 1954, dir. Roberto Rossellini)
  • Mouchette, a Virgem Possuída (Mouchtte/ 1967, dir. Robert Bresson)
  • O Martírio de Joana D’Arc (La Passion de Jeanne d’Arc/ 1928, dir. Carl Theodore Dreyer)
  • Playtime – Tempo de Diversão (Playtime/ 1967, dir. Jacques Tati)
  • Contos da Lua Vaga (Ugetsu Monogatari/ 1953, dir. Kenji Mizoguchi)

Marc Webb

Nasceu em agosto de 1974 – Indiana, EUAmarc-webb
Trabalhos em destaque: (500) Dias com Ela(2009), O Espetacular Homem-Aranha (2012), O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro (2014).

  • 8½ (8½/ 1963, dir. Federico Fellini)
  • Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (Annie Hall/ 1977, dir. Woody Allen)
  • A Ponte do Rio Kwai (The Bridge on the River Kwai/ 1957, dir. David Lean)
  • Filhos da Esperança (Children of Men/ 2006, dir. Alfonso Cuarón)
  • Luzes da Cidade (City Lights/ 1931, dir. Charles Chaplin)
  • Sociedade dos Poetas Mortos (Dead Poets Society/ 1989, dir. Peter Weir)
  • A Primeira Noite de um Homem (The Graduate/ 1967, dir. Mike Nichols)
  • Cantando na Chuva (Singin’ in the Rain/ 1952, dir. Gene Kelly e Stanley Donen)
  • A Fraternidade é Vermelha (Trois Couleurs: Rouge/ 1994, dir. Krzysztof Kieslowski)
  • O Ano em que Vivemos em Perigo (The Year of Living Dangerously/ 1982, dir. Peter Weir)

Mark Romanek

Nasceu em setembro de 1959 – Illinois, EUAmark_romanek_getty_225
Trabalhos em destaque: Static (1985), Retratos de uma Obsessão (2002), Não me Abandone Jamais (2010)

  • 8½ (8½/ 1963, dir. Federico Fellini)
  • Andrei Rublev (Andrey Rublyov/ 1966, dir. Andrei Tarkovsky)
  • Apocalypse Now (Apocalyse Now/ 1979, dir. Francis Ford Coppola)
  • Barry Lyndon (Barry Lyndon/ 1975, dir. Stanley Kubrick)
  • Cidadão Kane (Citizen Kane/ 1941, dir. Orson Welles)
  • Cinzas no Paraíso (Days of Heaven/ 1978, dir. Terrence Malick)
  • Fanny & Alexander (Fanny och Alexander/ 1982, dir. Ingmar Bergman)
  • O Poderoso Chefão – Parte 2 (The Godfather: Part II/ 1974, dir. Francis Ford Coppola)
  • O Portal do Paraíso (Heaven’s Gate/ 1980, dir. Michael Cimino)
  • Lawrence da Arábia (Lawrence of Arabia/ 1962, dir. David Lean)

Martin McDonagh

Nasceu em março de 1970 – Londres, InglaterraMartin_McDonagh
Trabalhos em destaque: Six Shooter (2004), Na Mira do Chefe (2008), Sete Psicopatas e um Shih Tzu (2011).

  • Terra de Ninguém (Badlands/ 1973, dir. Terrence Malick)
  • Cidadão Kane (Citizen Kane/ 1941, dir. Orson Welles)
  • O Poderoso Chefão (The Godfather/ 1972, dir. Francis Ford Coppola)
  • Três Homens em Conflito (Il Buono, Il Brutto, Il Cattivo/ 1966, dir. Sergio Leone)
  • Manhattan (Manhattan/ 1979, dir. Woody Allen)
  • Neste Mundo e no Outro (A Matter of Life and Death/ 1946, dir. Michael Powell e Eric Pressburger)
  • O Mensageiro do Diabo (The Night of the Hunter/ 1955, dir. Charles Laughton)
  • Os Sete Samurais (Shichinin no Samurai/ 1954, dir. Akira Kurosawa)
  • Taxi Driver (Taxi Driver/ 1976, dir. Martin Scorsese)
  • Meu Ódio Será sua Herança (The Wild Bunch/ 1969, dir. Sam Peckinpah)

Matthew Vaughn

Nasceu em março de 1971 – Londres, InglaterraMatthew Vaughn
Trabalhos em destaque: Nem Tudo é o que Parece (2004), Stardust: O Mistério da Estrela (2007), Kick Ass: Quebrando Tudo (2010), X-Men: Primeira Classe (2011).

  • De Volta Para o Futuro (Back to the Future/ 1985, dir. Robert Zemeckis)
  • Muito Além do Jardim (Being There/ 1979, dir. Hal Ashby)
  • O Franco Atirador (The Deer Hunter/ 1978, dir. Michael Cimino)
  • Três Homens em Conflito (Il Buono, Il Brutto, Il Cattivo/ 1966, dir. Sergio Leone)
  • Lawrence da Arábia (Lawrence of Arabia/ 1962, dir. David Lean)
  • Os Caçadores da Arca Perdida (Raiders of the Lost Ark/ 1981, dir. Steven Spielberg)
  • Cães de Aluguel (Reservoir Dogs/ 1992, dir. Quentin Tarantino)
  • Rocky III (Rocky III/ 1982, dir. Sylvester Stallone)
  • Scarface (Scarface/ 1983, dir. Brian De Palma)
  • Guerra nas Estrelas (Star Wars/ 1977, dir. George Lucas)

Michael Apted

Nasceu em fevereiro de 1941 – Buckinghamshire, InglaterraMichael+Apted+Chronicles+Narnia+London+Premiere+c-IJPcC89ozl
Trabalhos em destaque: O Destino Mudou Sua Vida (1980), Nas Montanhas dos Gorilas (1988), Nell (1994), 007 – O Mundo Não é o Bastante (1999).

  • 2001: Uma Odisséia no Espaço (2001: A Space Odyssey/ 1968, dir. Stanley Kubrick)
  • 8½ (8½/ 1963, dir. Federico Fellini)
  • A Batalha de Argel (La Battaglia di Algeri/ 1966, dir. Gillo Pontecorvo)
  • Acossado (À bout de Souffle/ 1960, dir. Jean-Luc Godard)
  • Cidadão Kane (Citizen Kane/ 1941, dir. Orson Welles)
  • Desafio à Corrupção (The Hustler/ 1961, dir. Robert Rossen)
  • Kes (Kes/ 1969, dir. Ken Loach)
  • Noite e Neblina (Night and Fog/ 1955, dir. Alain Resnais)
  • O Sétimo Selo (Det Sjunde Inseglet/ 1957, dir. Ingmar Bergman)
  • Quanto Mais Quente Melhor (Some Like it Hot/ 1959, dir. Billy Wilder)

Mika Kaurismäki

Nasceu em setembro de 1955 – Orimatilla, FinlândiaMika Kaurismaki
Trabalhos em destaque: Absolutamente Los Angeles (1998), Moro no Brasil (2002), O Ciúme Mora ao Lado (2009).

  • Os Profissionais do Crime (Le Deuxième Souffle/ 1966, dir. Jean-Pierre Melville)
  • Mouchette, a Virgem Possuída (Mouchtte/ 1967, dir. Robert Bresson)
  • Era Uma Vez no Oeste (C’Era una Volta il West/ 1968, dir. Sergio Leone)
  • O Paraíso Infernal (Only Angels Have Wings/ 1939, dir. Howard Hawks)
  • Paixões que Alucinam (Shock Corridor/ 1963, dir. Samuel Fuller)
  • Quanto Mais Quente Melhor (Some Like it Hot/ 1959, dir. Billy Wilder)
  • Aurora (Sunrise: A Song of Two Humans/ 1927, dir. F.W. Murnau)
  • Ser ou Não Ser (To Be or Not to Be/ 1946, dir. Ernst Lubitsch)
  • Era Uma Vez em Tóquio (Tôkyô Monogatari/ 1953, dir. Yasujirô Ozu)
  • Contos da Lua Vaga (Ugetsu Monogatari/ 1953, dir. Kenji Mizoguchi)

Mike Figgis

Nasceu em fevereiro de 1948 – Cumberland, InglaterraFilm director Mike Figgis sits for a portrait in London, 12th August 2011.
Trabalhos em destaque: Despedida em Las Vegas (1995), Por uma Noite Apenas (1997), Timecode (2000), Garganta do Diabo (2010).

  • Bonnie e Clyde – Uma Rajada de Balas (Bonnie and Clyde/ 1967, dir. Arthur Penn)
  • Amargo Pesadelo (Deliverance/ 1972, dir. John Boorman)
  • A Doce Vida (La Dolce Vita/ 1960, dir. Federico Fellini)
  • Festa de Família (Festen/ 1998, dir. Thomas Vinterberg)
  • I Am Curious Yellow (Jag är nyfiken – en film i gult/ 1967, dir. Vilgot Sjöman)
  • A Última Sessão de Cinema (The Last Picture Show/ 1971, dir. Peter Bogdanovich)
  • Esse Obscuro Objeto do Desejo (Cet Obscur objet du Désir/ 1977, dir. Luis Buñuel)
  • Noite de Estréia (Opening Night/ 1977, dir. John Cassavetes)
  • Quando Duas Mulheres Pecam (Persona/ 1966, dir. Ingmar Bergman)
  • Week-End à Francesa (Week End/ 1967, dir. Jean-Luc Godard)

Mike Newell

Nasceu em março de 1942 – Hertfordshire, Inglaterramike-newell-024-20772
Trabalhos em destaque: Quatro Casamentos e um Funeral (1994), Donnie Brasco (1997), O Sorriso de Mona Lisa (2003), Harry Potter e o Cálice de Fogo (2005).

  • Andrei Rublev (Andrey Rublyov/ 1966, dir. Andrei Tarkovsky)
  • Trens Estreitamente Vigiados (Ostre sledované vlaky/ 1966, dir. Jirí Menzel)
  • Os Bons Companheiros (The Goodfellas/ 1990, dir. Martin Scorsese)
  • A Grande Ilusão (La Grande Illusion/ 1937, dir. Jean Renoir)
  • O Leopardo (Il Gattopardo, 1963, dir. Luchino Visconti)
  • Sob o Domínio do Mal (The Manchurian Candidate/ 1962, dir. John Frankenheimer)
  • Os Sete Samurais (Shichinin no Samurai/ 1954, dir. Akira Kurosawa)
  • A Estrada da Vida (La Strada/ 1954, dir. Federico Fellini)
  • Pacto Sinistro (Strangers on a Train/ 1951, dir. Alfred Hitchcock)
  • A Fita Branca (Das weiße Band – Eine deutsche Kindergeschichte/ 2009, dir. Michael Haneke)

Nuri Bilge Ceylan

Nasceu em janeiro de 1959 – Istambul, Turquianuri bilge ceylan
Trabalhos em destaque: Distante (2002), 3 Macacos (2008), Era uma Vez na Anatolia (2011), Winter Sleep (2014).

  • Andrei Rublev (Andrey Rublyov/ 1966, dir. Andrei Tarkovsky)
  • A Grande Testemunha (Au Hasard Balthazar/ 1966, dir. Robert Bresson)
  • A Aventura (L’Avventura/ 1960, dir. Michelangelo Antonioni)
  • O Eclipse (L’Eclisse/ 1962, dir. Michelangelo Antonioni)
  • Pai e Filha (Banshun/ 1949, dir. Yasujirô Ozu)
  • Um Condenado à Morte Escapou (Un condamné à mort s’est échappé ou Le vent souffle où il veut/ 1956, dir. Robert Bresson)
  • O Espelho (Zerkalo/ 1975, dir. Andrei Tarkovsky)
  • Quando Duas Mulheres Pecam (Persona/ 1966, dir. Ingmar Bergman)
  • Vergonha (Skammen/ 1968, dir. Ingmar Bergman)
  • Era Uma Vez em Tóquio (Tôkyô Monogatari/ 1953, dir. Yasujirô Ozu)

Olivier Assayas

Nasceu em janeiro de 1955 – Paris, FrançaOlivier Assayas
Trabalhos em destaque: Espionagem na Rede (2002), Clean (2004), Paris, Te Amo (2006), Horas de Verão (2008), Depois de Maio (2012).

  • 2001: Uma Odisséia no Espaço (2001: A Space Odyssey/ 1968, dir. Stanley Kubrick)
  • O Evangelho Segundo São Mateus (Il Vangelo Secondo Matteo/ 1964, dir. Pier Paolo Pasolini)
  • Ludwig (Ludwig/ 1972, dir. Luchino Visconti)
  • Um Condenado à Morte Escapou (Un condamné à mort s’est échappé ou Le vent souffle où il veut/ 1956, dir. Robert Bresson)
  • O Espelho (Zerkalo/ 1975, dir. Andrei Tarkovsky)
  • Napoleão (Napoléon/ 1927, dir. Abel Gance)
  • Playtime – Tempo de Diversão (Playtime/ 1967, dir. Jacques Tati)
  • A Regra do Jogo (La Règle du Jeu/ 1939, dir. Jean Renoir)
  • A Árvore da Vida (The Tree of Life/ 2011, dir. Terrence Malick)
  • Van Gogh (Van Gogh/ 1991, dir. Maurice Pialat)

Pablo Larraín

Nasceu em agosto de 1976 – Santiago, Chile67th Venice Film Festival - 'Post Mortem' Photocall
Trabalhos em destaque: Fuga (2006), Tony Manero (2008), Post Mortem (2010), No (2012).

  • 2001: Uma Odisséia no Espaço (2001: A Space Odyssey/ 1968, dir. Stanley Kubrick)
  • 8½ (8½/ 1963, dir. Federico Fellini)
  • Apocalypse Now (Apocalyse Now/ 1979, dir. Francis Ford Coppola)
  • A Infância de Ivan (Ivanovo detstvo/ 1962, dir. Andrei Tarkovsky)
  • A Palavra (Ordet/ 1955, dir. Carl Theodor Dreyer)
  • Rashomon (Rashômon/ 1950, dir. Akira Kurosawa)
  • Crepúsculo dos Deuses (Sunset Blvd./ 1950, dir. Billy Wilder)
  • Era Uma Vez em Tóquio (Tôkyô Monogatari/ 1953, dir. Yazujirô Ozu)
  • Um Corpo que Cai (Vertigo/ 1958, dir. Alfred Hitchcock)
  • Viver a Vida (Vivre sa vie: Film en douze tableaux/ 1962, dir. Jean-Luc Godard)

Pablo Stoll

Nasceu em 1954 – Montevidéu, UruguaiPabloStoll
Trabalhos em destaque: 25 Watts (2001), Whisky (2004), Hiroshima – Um Musical Silencioso (2009), 3(2012).

  • Se Meu Apartamento Falasse (The Apartment/ 1960, dir. Billy Wilder)
  • The Dependent (El Dependiente/ 1969, dir. Leonardo Favio)
  • Eleição (Election/ 1999, dir. Alexander Payne)
  • O Carrasco (El Verdugo/ 1963, dir. Luis García Berlanga)
  • Memórias do Subdesenvolvimento (Memorias del Subdesarrollo/ 1968, dir. Tomás Gutiérrez Alea)
  • A Noite dos Mortos-Vivos (The Night of the Living Dead/ 1968, dir. George Romero)
  • Rio 40 Graus (Rio 40 Graus/  1955, dir. Nelson Pereira dos Santos)
  • Onde Começa o Inferno (Rio Bravo/ 1959, dir. Howad Hawks)
  • Estranhos no Paraíso (Stranger than Paradise/ 1984, dir. Jim Jarmusch)
  • O Pântano (La Ciénaga/ 2001, dir. Lucrecia Martel)

Pablo Trapero

Nasceu em outubro de 1971 – Buenos Aires, ArgentinaPablo Trapero
Trabalhos em destaque: Mundo Grúa (1999), Leonera (2008), Abutres (2010), Elefante Branco (2012).

  • Os Incompreendidos (Les Quatre Cents Coups/ 1959, dir. François Truffaut)
  • 8½ (8½/ 1963, dir. Federico Fellini)
  • Aguirre, a Cólera dos Deuses (Aguirre, der Zorn Gottes/ 1972, dir. Werner Herzog)
  • Se Meu Apartamento Falasse (The Apartment/ 1960, dir. Billy Wilder)
  • O Poderoso Chefão (The Godfather/ 1972, dir. Francis Ford Coppola)
  • Tempos Modernos (Modern Times/ 1936, dir. Charles Chaplin)
  • Não Amarás (Krótki film o milosci/ 1988, dir. Krzysztof Kieslowski)
  • Taxi Driver (Taxi Driver/ 1976, dir. Martin Scorsese)
  • Os Imperdoáveis (Unforgiven/ 1992, dir. Clint Eastwood)
  • Viridiana (Viridiana/ 1961, dir. Luis Buñuel)

Paul Greengrass

Nasceu em agosto de 1955 – Surrey, Inglaterra The Great British Talent Event
Trabalhos em destaque: Domingo Sangrento (2002), A Supremacia Bourne (2004), Vôo United 93 (2006), O Ultimato Bourne (2007), Capitão Phillips (2013).

  • A Batalha de Argel (La Battaglia di Algeri/ 1966, dir. Gillo Pontecorvo)
  • O Encouraçado Potemkin (Bronenosets Potemkin/ 1925, dir. Sergei M. Eisenstein)
  • Ladrões de Bicicletas (Ladri di Biciclette/ 1948, dir. Vittorio De Sica)
  • Acossado (À bout de Souffle/ 1960, dir. Jean-Luc Godard)
  • Cidadão Kane (Citizen Kane/ 1941, dir. Orson Welles)
  • O Evangelho Segundo São Mateus (Il Vangelo Secondo Matteo/ 1964, dir. Pier Paolo Pasolini)
  • Kes (Kes/ 1969, dir. Ken Loach)
  • Os Sete Samurais (Shichinin no Samurai/ 1954, dir. Akira Kurosawa)
  • O Jogo da Guerra (The War Game/ 1965, dir. Peter Watkins)
  • Z (Z/ 1969, dir. Costa-Gavras)

Paul Schrader

Nasceu em julho de 1946 – Michigan, EUAPaul Schrader
Trabalhos em destaque: Gigolô Americano (1980), A Marca da Pantera (1982), Temporada de Caça (1997), Auto Focus (2002).

  • Cidadão Kane (Citizen Kane/ 1941, dir. Orson Welles)
  • O Conformista (Il Conformista/ 1970, dir. Bernardo Bertolucci)
  • Amor à Flor da Pele (Fa Yeung nin Wa/ 2000, dir. Wong Kar-Wai)
  • As Três Noites de Eva (The Lady Eve/ 1941, dir. Preston Sturges)
  • Orfeu (Orphée/ 1950, dir. Jean Cocteau)
  • O Batedor de Carteiras (Pickpocket/ 1959, dir. Robert Bresson)
  • A Regra do Jogo (La Règle du Jeu/ 1939, dir. Jean Renoir)
  • Era Uma Vez em Tóquio (Tôkyô Monogatari/ 1953, dir. Yasujirô Ozu)
  • Um Corpo que Cai (Vertigo/ 1958, dir. Alfred Hitchcock)
  • Meu Ódio Será sua Herança (The Wild Bunch/ 1969, dir. Sam Peckinpah)

Peter Davis

Nasceu em janeiro de 1937 – California, EUAPeter Davis
Trabalhos em destaque: Corações e Mentes (1974), Winnie and Nelson Mandela (1986), Nelson Mandela: Prisoner to President (1994).

  • Ladrões de Bicicletas (Ladri di Biciclette/ 1948, dir. Vittorio De Sica)
  • Acossado (À bout de Souffle/ 1960, dir. Jean-Luc Godard)
  • Casablanca (Casablanca/ 1942, dir. Michael Curtiz)
  • Cidadão Kane (Citizen Kane/ 1941, dir. Orson Welles)
  • O Discreto Charme da Burguesia (Le charme discret de la bourgeoisie/ 1972, dir. Luis Buñuel)
  • O Sétimo Selo (Det Sjunde Inseglet/ 1957, dir. Ingmar Bergman)
  • Quanto Mais Quente Melhor (Some Like it Hot/ 1959, dir. Billy Wilder)
  • Sempre aos Domingos (Les dimanches de Ville d’Avray/ 1962, dir. Serge Bourguignon)
  • Laços Humanos (A Tree Grows in Brooklyn/ 1945, dir. Elia Kazan)
  • A Hora do Lobo (Vargtimmen/ 1969, dir. Ingmar Bergman)

Peter Farrelly

Nasceu em dezembro de 1956 – Pennsylvania, EUAPeter+Farrelly
Trabalhos em destaque: Debi & Lóide: Dois Idiotas em Apuros (1994), Quem Vai Ficar com Mary? (1998), O Amor é Cego (2001), Ligado em Você (2003), Antes Só do que Mal Casado (2007).

  • Apertem os Cintos… O Piloto Sumiu (Airplane!/ 1980, dir. Jim Abrahams, David Zucker, Jerry Zucker)
  • Borat: O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Viaja à América (Borat: Cultural Learnings of America for Make Benefit Glorious Nation of Kazakhstan/ 2006, dir. Larry Charles)
  • A Felicidade Não se Compra (It’s a Wonderful Life/ 1946, dir. Frank Capra)
  • Tubarão (Jaws/ 1975, dir. Steven Spielberg)
  • Perdidos na Noite (Midnight Cowboy/ 1969, dir. John Schlesinger)
  • Um Estranho no Ninho (One Flew Over the Cuckoo’s Nest/ 1975, dir. Milos Forman)
  • Cães de Aluguel (Reservoir Dogs/ 1992, dir. Quentin Tarantino)
  • A Lista de Schindler (Schindler’s List/ 1993, dir. Steven Spielberg)
  • Sideways – Entre Umas e Outras (Sideways/ 2004, dir. Alexander Payne)
  • O Mágico de Oz (The Wizard of Oz/ 1939, dir. Victor Fleming)

Roger Ebert

Nasceu em junho de 1942 – Illinois, EUABookstore Appearance By Roger Ebert
Trabalhos em destaque: “Sneak Previews” (1975-1983), “At the Movies” (1982 – 1986), “Siskel & Ebert” e mais recentemente, crítico de cinema pelo jornal The Chicago Sun.

  • 2001: Uma Odisséia no Espaço (2001: A Space Odyssey/ 1968, dir. Stanley Kubrick)
  • Aguirre, a Cólera dos Deuses (Aguirre, der Zorn Gottes/ 1972, dir. Werner Herzog)
  • Apocalypse Now (Apocalyse Now/ 1979, dir. Francis Ford Coppola)
  • Cidadão Kane (Citizen Kane/ 1941, dir. Orson Welles)
  • A Doce Vida (La Dolce Vita/ 1960, dir. Federico Fellini)
  • General (The General/ 1926, dir. Buster Keaton)
  • Touro Indomável (Raging Bull/ 1980, dir. Martin Scorsese)
  • Era Uma Vez em Tóquio (Tôkyô Monogatari/ 1953, dir. Yasujirô Ozu)
  • A Árvore da Vida (The Tree of Life/ 2011, dir. Terrence Malick)
  • Um Corpo que Cai (Vertigo/ 1958, dir. Alfred Hitchcock)

Sam Mendes

Nasceu em agosto de 1965 – Berkshire, InglaterraCharlie and the Chocolate Factory - opening night
Trabalhos em destaque: Beleza Americana (1999), Estrada Para Perdição (2002), Foi Apenas um Sonho (2008), 007 – Operação Skyfall (2012).

  • Os Incompreendidos (Les Quatre Cents Coups/ 1959, dir. François Truffaut)
  • Veludo Azul (Blue Velvet/ 1986, dir. David Lynch)
  • Cidadão Kane (Citizen Kane/ 1941, dir. Orson Welles)
  • Fanny & Alexander (Fanny och Alexander/ 1982, dir. Ingmar Bergman)
  • O Poderoso Chefão – Parte 2 (The Godfather: Part II/ 1974, dir. Francis Ford Coppola)
  • Kes (Kes/ 1969, dir. Ken Loach)
  • O Bebê de Rosemary (Rosemary’s Baby/ 1968, dir. Roman Polanski)
  • Taxi Driver (Taxi Driver/ 1976, dir. Martin Scorsese)
  • Sangue Negro (There Will be Blood/ 2007, dir. Paul Thomas Anderson)
  • Um Corpo que Cai (Vertigo/ 1958, dir. Alfred Hitchcock)

Susanne Bier

Nasceu em abril de 1960 – Copenhague, Dinamarcasusannebier
Trabalhos em destaque: Brothers (2004), Depois do Casamento (2006), Em um Mundo Melhor (2010), Serena (2014).

  • Os Incompreendidos (Les Quatre Cents Coups/ 1959, dir. François Truffaut)
  • Se Meu Apartamento Falasse (The Apartment/ 1960, dir. Billy Wilder)
  • Apocalypse Now (Apocalyse Now/ 1979, dir. Francis Ford Coppola)
  • Ladrões de Bicicletas (Ladri di Biciclette/ 1948, dir. Vittorio De Sica)
  • Morte em Veneza (Morte a Venezia/ 1971, dir. Luchino Visconti)
  • O Franco Atirador (The Deer Hunter/ 1978, dir. Michael Cimino)
  • Fanny & Alexander (Fanny och Alexander/ 1982, dir. Ingmar Bergman)
  • Aconteceu Naquela Noite (It Happened One Night/ 1934, dir. Frank Capra)
  • Era Uma Vez no Oeste (C’Era una Volta il West/ 1968, dir. Sergio Leone)
  • Janela Indiscreta (Rear Window/ 1954, dir. Alfred Hitchcock)

Suzana Amaral

Nasceu em março de 1932 – São Paulo, BrasilSuzana Amaral
Trabalhos em destaque: A Hora da Estrela (1991), Uma Vida em Segredo (2001), Hotel Atlântico (2009).

  • 8½ (8½/ 1963, dir. Federico Fellini)
  • Berlin Alexanderplatz (Berlin Alexanderplatz/ 1980, dir. Rainer Werner Fassbinder)
  • Acossado (À bout de Souffle/ 1960, dir. Jean-Luc Godard)
  • Cidadão Kane (Citizen Kane/ 1941, dir. Orson Welles)
  • O Conformista (Il Conformista/ 1970, dir. Bernardo Bertolucci)
  • O Enigma de Kaspar Hauser (Jeder für sich und Gott gegen alle/ 1974, dir. Werner Herzog)
  • O Poderoso Chefão – Parte 2 (The Godfather: Part II/ 1974, dir. Francis Ford Coppola)
  • O Informante (The Insider/ 1999, dir. Michael Mann)
  • Pulp Fiction – Tempo de Violência (Pulp Fiction/ 1994, dir. Quentin Tarantino)
  • O Tambor (Die Blechtrommel/ 1979, dir. Volker Schlöndorff)

Tata Amaral

Nasceu em setembro de 1960 – São Paulo, Brasiltata_amaral_29052007_01
Trabalhos em destaque: Um Céu de Estrelas (1986), Através da Janela (2000), Antônia: O Filme (2006), Hoje (2011).

  • Acossado (À bout de Souffle/ 1960, dir. Jean-Luc Godard)
  • Um Dia de Cão (Dog Day Afternoon/ 1975, dir. Sidney Lumet)
  • Memórias do Subdesenvolvimento (Memorias del Subdesarrollo/ 1968, dir. Tomás Gutiérrez Alea)
  • Noite e Neblina (Night and Fog/ 1955, dir. Alain Resnais)
  • Nostalgia de la Luz (Nostalgia de la Luz/ 2010, dir: Patricio Guzmán)
  • Noite de Estréia (Opening Night/ 1977, dir. John Cassavetes)
  • Paranoid Park (Paranoid Park/ 2007, dir. Gus Van Sant)
  • O Bandido da Luz Vermelha (O Bandido da Luz Vermelha/ 1968, dir. Rogério Sganzerla)
  • Rocco e Seus Irmãos (Rocco e i Suoi Fratelli/ 1960, dir. Luchino Visconti)
  • Terra em Transe (Terra em Transe/ 1967, dir. Glauber Rocha)

Terry Jones

Nasceu em fevereiro de 1942 – Colwyn Bay, País de GalesTerry_Jones
Trabalhos em destaque: Monty Python Em Busca do Cálice Sagrado (1975), A Vida de Brian (1979), Monty Python – O Sentido da Vida (1983).

  • Crimes e Pecados (Crimes and Misdemeanors/ 1989, dir. Woody Allen)
  • E.T. – O Extraterrestre (E.T. The Extra-Terrestrial/ 1982, dir. Steven Spielberg)
  • Fanny & Alexander (Fanny och Alexander/ 1982, dir. Ingmar Bergman)
  • Festa de Família (Festen/ 1998, dir. Thomas Vinterberg)
  • General (The General/ 1926, dir. Buster Keaton)
  • Feitiço do Tempo (Groundhog Day/ 1993, dir. Harold Ramis)
  • Eles e Elas (Guys and Dolls/ 1955, dir. Joseph L. Mankiewicz)
  • Santa Não Sou (I’m no Angel/ 1933, dir. Wesley Ruggles)
  • Branca de Neve e os Sete Anões (Snow White and the Seven Dwarfs/ 1937, dir. David Hand)
  • Toy Story 3 (Toy Story 3/ 2010, dir. Lee Unkrich)

Tsai Ming-Liang

Nasceu em outubro de 1957 – Sarawak, Malásiatsai-ming-Liang
Trabalhos em destaque: Vive L’Amour (1994), O Rio (1997), O Buraco (1998), Adeus, Dragon Inn (2003), O Sabor da Melancia (2005).

  • Os Incompreendidos (Les Quatre Cents Coups/ 1959, dir. François Truffaut)
  • O Eclipse (L’Eclisse/ 1962, dir. Michelangelo Antonioni)
  • O Medo Consome a Alma (Angst essen Seele auf/ 1974, dir. Rainer Werner Fassbinder)
  • Adeus, Dragon Inn (Bu san/ 2003, dir. Tsai Ming-Liang)
  • Mouchette, a Virgem Possuída (Mouchtte/ 1967, dir. Robert Bresson)
  • O Mensageiro do Diabo (The Night of the Hunter/ 1955, dir. Charles Laughton)
  • Filho Único (Hitori Musuko/ 1936, dir. Yasujirô Ozu)
  • O Martírio de Joana D’Arc (La Passion de Jeanne d’Arc/ 1928, dir. Carl Theodore Dreyer)
  • Spring in a Small Town (Xiao cheng zhi chun/ 1948, dir. Fei Mu)
  • Aurora (Sunrise: A Song of Two Humans/ 1927, dir. F.W. Murnau)

Walter Salles

Nasceu em abril de 1956 – Rio de Janeiro, Brasilwalter-salles
Trabalhos em destaque: Central do Brasil (1998), Abril Despedaçado (2001), Diários de Motocicleta (2004), Linha de Passe (2008), Na Estrada (2012).

  • 8½ (8½/ 1963, dir. Federico Fellini)
  • Andrei Rublev (Andrey Rublyov/ 1966, dir. Andrei Tarkovsky)
  • Apocalypse Now (Apocalyse Now/ 1979, dir. Francis Ford Coppola)
  • Luzes da Cidade (City Lights/ 1931, dir. Charles Chaplin)
  • Memórias do Subdesenvolvimento (Memorias del Subdesarrollo/ 1968, dir. Tomás Gutiérrez Alea)
  • Profissão: Repórter (Professione: Reporter/ 1975, dir. Michelangelo Antonioni)
  • O Martírio de Joana D’Arc (La Passion de Jeanne d’Arc/ 1928, dir. Carl Theodore Dreyer)
  • O Demônio das Onze Horas (Pierrot le Fou/ 1965, dir: Jean-Luc Godard)
  • Vidas Secas (Vidas Secas/ 1963, dir. Nelson Pereira dos Santos)
  • A Hora do Lobo (Vargtimmen/ 1969, dir. Ingmar Bergman)

 

 

‘La Vie d’Adèle (Blue is the Warmest Color)’ vence a Palma de Ouro de Cannes 2013

Palma de Ouro para La Vie d'Adèle (Blue is the Warmest Color), de Abdellatif Kechiche, que está entre as atrizes Léa Seydoux e Adèle Exarchopoulos

Palma de Ouro para La Vie d’Adèle (Blue is the Warmest Color), de Abdellatif Kechiche, que está entre as atrizes Léa Seydoux e Adèle Exarchopoulos

Contradizendo todos, o presidente do júri, Steven Spielberg, premiou um filme francês com temática lésbica quase explícita de três horas de duração! Talvez eu seja uma das pessoas mais surpresas com essa escolha. Explico. O filme que mais aprecio de Spielberg é Tubarão (1975) por uma série de motivos, mas a coragem e a ousadia do projeto que realmente me impressionaram. Claro que o diretor era muito jovem na época e permitia-se tais loucuras, mas ao longo dos últimos anos, acompanhei algumas mudanças de pensamento que causaram certa desilusão. Além de Steven Spielberg afirmar que mudaria o final de Contatos Imediatos do Terceiro Grau (1977), ele fez aquela terrível lambança na nova versão de E.T. – O Extraterrestre (1982) ao apagar digitalmente as armas de fogo dos policiais e trocá-las por walkie talkies por considerar violento demais. Pensei comigo: “Steven está ficando um senhor conservador, mas com espírito gagá de George Lucas!”

Então, eis a grande surpresa em ver o senhor Spielberg premiando um filme ousado e polêmico! Obviamente, não conferi o vencedor da Palma de Ouro, mas fico feliz pela escolha, afinal o filme foi bastante elogiado e o diretor Abdellatif Kechiche é um cineasta em extrema ascensão por seu perfeccionismo e diálogo com seu tempo. Havia um forte rumor de que La Vie d’Adèle (Blue is the Warmest Color) sequer tinha chances de prêmio justamente pelo conhecido conservadorismo de Spielberg. Quem diria que ele surpreenderia todos? Claro que existe um grupo de artistas no júri como Ang Lee, Cristian Mungiu e Christoph Waltz, que certamente tiveram alto poder de decisão, mas por ora, não vamos estragar a coragem do presidente, afinal, ele justificou sua escolha com belas palavras:

“Uma grande história de amor que fez todos nós nos sentirmos privilegiados de ser uma mosca na parede para admirar esta história de amor profundo e desgosto profundo evoluir desde o início. O diretor não colocou quaisquer restrições sobre a narrativa. Ele deixou as cenas tocarem na vida real, e ficamos absolutamente encantados.”

Pôster de Blue is the Warmest Color

Pôster de Blue is the Warmest Color

Baseado numa graphic novel de Julie Maroh, La Vie d’Adèle (Blue is the Warmest Color) acompanha a vida da adolescente de 15 anos Jocelyne, interpretada pela elogiadíssima Adèle Exarchopoulos. Ela se apaixona por uma moça um pouco mais velha do que ela e com cabelos azuis (referência ao título do filme). Além de despertar sexual, o longa de Kechiche procura destrinchar todo esse relacionamento até o coração partido e claro, a auto-descoberta.

Claro que aos olhos de mente livre, trata-se apenas de uma história de amor com todos os prazeres e dissabores. Contudo, em pleno século XXI, o homossexualismo continua causando polêmicas. Na própria França, país-sede do Festival de Cannes e terra da Revolução, houve protestos violentos da extrema direita e de grupos católicos nesse domingo (dia 26) contra a lei de 23 de abril que permite o casamento de pessoas do mesmo sexo no país. Apesar de já aprovada, a lei acabou sendo promulgada até o dia 18 de maio devido às fortes resistências no parlamento e nas ruas.

Manifestante protestam contra casamento gay na França. Repare nas bandeiras com a típica família feliz (foto Revista Exame)

Manifestantes protestam contra casamento gay na França. Repare nas bandeiras com a típica família feliz (foto Revista Exame)

Spielberg desmentiu a possibilidade da política ter influenciado na decisão. “Como vocês sabem, as personagens do filme não se casam. Política nunca esteve na mesma sala que nós do júri”. Questionado sobre a trajetória de La Vie d’Adèle (Blue is the Warmest Color) nos EUA , foi sucinto: “Não tenho certeza se será exibido em todos os estados”.

Aqui no Brasil, o mesmo protesto da França tem cara: para quem acompanha as notícias, o presidente da Comissão dos Direitos Humanos (!), o deputado Marco Feliciano, não precisa nem de apresentações. Desde o dia 14 de maio, os cartórios do Brasil são obrigados a registrar a união legal de casais homossexuais, um direito conquistado graças ao presidente do Supremo Tribunal Federal e autor da lei, Joaquim Barbosa. Mas Feliciano (do Partido Social Cristão – PSC) está tentando entrar com pedido de suspensão do casamento alegando que esta decisão cabe ao Congresso Nacional. Nessas horas as leis valem mais do que o bem-estar da sociedade…

Alguém me explica como um deputado que é homofóbico, racista e religioso se torna presidente da Comissão de Direitos Humanos?

Alguém me explica como um deputado que é homofóbico, racista e religioso se torna presidente da Comissão de Direitos Humanos?

Os demais prêmios do festival foram bastante democráticos, tanto que nenhum filme acumulou mais do que um reconhecimento. O Grande Prêmio do Júri, uma espécie de segundo colocado, acabou nas mãos dos irmãos Joel e Ethan Coen por Inside Llewyn Davis, que tem como cenário a Nova York do ano 1961. Havia uma dúvida se Oscar Isaac ganharia o prêmio de interpretação masculina, mas a larga experiência de Bruce Dern se destacou mais pelo drama Nebraska, de Alexander Payne.

E já que Adèle Exarchopoulos foi compensada pela Palma de Ouro, o prêmio de interpretação feminina foi para a bela francesa Bérénice Bejo pelo drama Le Passé (The Past), de Asghar Farhadi. Apesar de repetir a fórmula de A Separação, o filme foi bem recebido em Cannes, rendendo esse reconhecimento importante. Para quem não se lembra, Bejo foi indicada ao Oscar de Atriz Coadjuvante em 2012 por O Artista. Com a vitória em Cannes, ambos os atores têm suas chances multiplicadas para o Oscar 2014. No caso de Dern em particular, além de estrelar um filme americano com um diretor muito querido pela Academia (Alexander Payne), o ator já tem 76 anos e nunca levou o Oscar. Acredito que sua indicação já é certa. Em caso de vitória, seria a primeira (merecida) da carreira de diretor para Payne.

Bérénice Bejo volta a brilhar em Cannes por Le Passé

Bérénice Bejo volta a brilhar em Cannes por Le Passé

O veterano Bruce Dern ao lado da filha, a também atriz Laura Dern, em sessão de fotos de Cannes pelo filme Nebraska.

O veterano Bruce Dern ao lado da filha, a também atriz Laura Dern, em sessão de fotos de Cannes pelo filme Nebraska.

Talvez a maior surpresa tenha ficado na categoria de direção, na qual o espanhol Amat Escalante foi reconhecido pelo violento Heli, um drama cruel sobre a decadência de uma família por causa de uma gangue de drogas. Causou certo rebuliço devido a cenas fortes como na qual um homem tem suas genitálias queimadas.

Os demais prêmios foram distribuídos de forma muito democrática. Dois dos três filmes asiáticos em competição que foram aplaudidos receberam um prêmio. Enquanto Like Father, Like Son, de Hirokazu Kore-eda levou o Prêmio do Júri por se tratar de um drama delicado de duas famílias que descobrem que seus filhos foram trocados na maternidade, o chinês Jia Zhangke foi contemplado pelo prêmio de roteiro por sua abordagem episódica da violência em seu país em A Touch of Sin.

Like Father, Like Son, de Hirokazu Kore-eda

Like Father, Like Son, de Hirokazu Kore-eda

Até mesmo na competição Un Certain Regard, o drama independente americano Fruitvale Station, que tinha grandes chances, recebeu o Future Prize como incentivo e propulsor para a corrida do Oscar 2014, com a Weinstein Company fazendo lobby.

CONFIRA OS PRINCIPAIS PRÊMIOS DE CANNES 2013:

Palma de Ouro: La Vie d’Adèle (Blue Is the Warmest Color), de Abdellatif Kechiche

Grande Prêmio do Júri: Inside Llewyn Davis, de Joel Coen e Ethan Coen

Direção: Amat Escalante (Heli)

Prêmio do Júri: Like Father, Like Son, de Hirokazu Kore-eda

Interpretação Masculina: Bruce Dern (Nebraska)

Interpretação Feminina: Bérénice Bejo (Le Passé)

Roteiro: A Touch of Sin, de Jia Zhangke

 

UN CERTAIN REGARD JURY PRIZES

Un Certain Regard: The Missing Picture, de Rithy Panh

Prêmio do Júri: Omar, de Hany Abu-Assad

Direção: Alain Guiraudie (Stranger by the Lake)

Future prize: Fruitvale Station, de Ryan Coogler

A Certain Talent prize: O elenco de La jaula de oro

The Missing Picture, de Rithy Panh, que levou o Un Certain Regard

The Missing Picture, de Rithy Panh, que levou o Un Certain Regard

OTHER JURY PRIZES

Camera d’Or: Ilo ilo, de Anthony Chen

Directors’ Fortnight Art Cinema Award: Me Myself and Mum, de Guillaume Gallienne

Directors’ Fortnight Europa Cinemas Label: The Selfish Giant, de Clio Barnard

Directors’ Fortnight SACD Prize: Me Myself and Mum, de Guillaume Gallienne

Critics’ Week Grand Prix: Salvo, de Fabio Grassadonia e Antonio Piazza

Critics’ Week Visionary Prize: Salvo, de Fabio Grassadonia e Antonio Piazza

Critics’ Week Special Mention: The Owners, de Agustin Toscano e Ezequiel Radusky

Critics’ Week SACD Prize for Screenplay: Le Demantelement, de Sebastien Pilote

Palma de Ouro de Curta-Metragem: Safe, de Moon Byoung-gon

Ecumenical Jury Prize: Le Passé, de Asghar Farhadi

 

FIPRESCI PRIZES

Competition: La Vie d’Adèle (Blue Is the Warmest Color), de Abdellatif Kechiche

Un Certain Regard: Manuscripts Don’t Burn, de Mohammad Rasoulof

Directors’ Fortnight: Blue Ruin, de Jeremy Saulnier

WGA elege os 101 Melhores Roteiros

Cena antológica do roteiro de Casablanca, o primeiro colocado da lista da WGA

Cena antológica do roteiro de Casablanca, o primeiro colocado da lista da WGA

O Writers Guild of America (WGA) não se limita apenas a eleger os melhores trabalhos de roteiro do ano para que a Academia use de parâmetro no Oscar. Não. Nas horas vagas, eles também fazem listinhas! Afinal, que tipo de cinéfilo não curte listas?

O intuito dessa nova lista seria a inclusão de filmes mais recentes como o cult romântico Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças (2004) e o metalingüístico Adaptação. (2002), ambos de autoria de Charlie Kaufman, um dos mais inovadores roteiristas da nova geração. Alguns filmes da década de 90 também se misturam entre os grandes clássicos do Cinema: Beleza Americana (1999), Los Angeles – Cidade Proibida (1997), Forrest Gump – O Contador de Histórias (1994), Um Sonho de Liberdade (1994), Os Suspeitos (1995) e Thelma & Louise (1991).

Sendo o Cinema a Sétima e mais nova Arte, alguns filmes são figuras carimbadas nesses quase 120 anos de existência. São obras tão fundamentais que dificilmente largam as primeiras posições: Casablanca (1943), Cidadão Kane (1941), O Poderoso Chefão (1972) e Chinatown (1974) sempre servem como filmes de análise de roteiro em livros como os dos experts de Hollywood Robert McKee e Syd Field.

Claro que, como toda lista, esta serve como ótima referência para aqueles que buscam uma luz no conhecimento dos filmes. “Por que aqueles críticos dos jornais falam tão mal do filme em cartaz nos cinemas?”, muitos se perguntam. Seriam os críticos pessoas azedas por natureza? Um ou outro, sim. Mas a maioria assistiu aos filmes inclusos nessa lista abaixo e não há como ficar indiferente depois.

Vale ressaltar que o diretor/roteirista/ator Woody Allen é o recordista na lista com 4 trabalhos: Noivo Neurótico, Noiva Nervosa, Manhattan, Crimes e Pecados e Hannah e Suas Irmãs.

Particularmente, senti falta dos roteiros de Horton Foote de A Força do Carinho e Regresso Para Bountiful. E como se trata de uma lista de 101 filmes, inevitavelmente há vários roteiros famosos de ficaram de fora, como os oscarizados Fale com Ela, de Pedro Almodóvar, O Segredo de Brokeback Mountain, de Larry McMurtry e Diana Ossana, e Pequena Miss Sunshine, de Michael Arndt. Por outro lado, note que a maioria foi pelo menos indicada ao Oscar.

1. CASABLANCA
Roteiro de Julius J. & Philip G. Epstein e Howard Koch.
Baseado na peça “Everybody Comes to Rick’s” de Murray Burnett e Joan AlisonGOLD-Icon_CampasR
Vencedor do Oscar de Roteiro (1944)
2. O PODEROSO CHEFÃO (THE GODFATHER)
Roteiro de Mario Puzo e Francis Ford Coppola. Baseado no romance de Mario Puzo
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Adaptado (1973)
3. CHINATOWN
Escrito por Robert Towne
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Original (1975)
4. CIDADÃO KANE (CITIZEN KANE)
Escrito por Herman Mankiewicz e Orson Welles
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Original (1942)
5. A MALVADA (ALL ABOUT EVE)
Roteiro de Joseph L. Mankiewicz. Baseado na história curta e peça de rádio “The Wisdom of Eve,” de Mary Orr
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro (1951)
6. NOIVO NEURÓTICO, NOIVA NERVOSA (ANNIE HALL)
Escrito por Woody Allen e Marshall Brickman
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Original (1978)
7. CREPÚSCULO DOS DEUSES (SUNSET BLVD.)
Escrito por Charles Brackett, Billy Wilder e D.M. Marshman, Jr.
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro (1951)
8. REDE DE INTRIGAS (NETWORK)
Escrito por Paddy Chayefsky
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Original (1977)
9. QUANTO MAIS QUENTE MELHOR (SOME LIKE IT HOT)
Roteiro de Billy Wilder & I.A.L. Diamond. Baseado no filme alemão “Fanfare of Love,” escrito por Robert Thoeren e M. Logan
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Adaptado (1960)
10. O PODEROSO CHEFÃO – PARTE II (THE GODFATHER II)
Roteiro de Francis Ford Coppola e Mario Puzo. Baseado no romance “The Godfather” de Mario Puzo
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Adaptado (1975)
11. BUTCH CASSIDY (BUTCH CASSIDY AND THE SUNDANCE KID)
Escrito por William Goldman
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Original (1970)
12. DR. FANTÁSTICO (DR. STRANGELOVE OR: HOW I LEARNED TO STOP WORRYING AND LOVE THE BOMB)
Roteiro de Stanley Kubrick, Peter George e Terry Southern. Baseado no romance “Red Alert” de Peter George
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Adaptado (1965)
13. A PRIMEIRA NOITE DE UM HOMEM (THE GRADUATE)
Roteiro de Calder Willingham e Buck Henry. Baseado no romance de Charles Webb
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Adaptado (1968)
14. LAWRENCE DA ARÁBIA (LAWRENCE OF ARABIA)
Roteiro de Robert Bolt e Michael Wilson. Baseado nos diários de Col. T.E. Lawrence
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Adaptado (1963)
15. SE MEU APARTAMENTO FALASSE (THE APARTMENT)
Escrito por Billy Wilder & I.A.L. Diamond
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Original (1961)
16. PULP FICTION – TEMPO DE VIOLÊNCIA (PULP FICTION)
Escrito por Quentin Tarantino. Histórias de Quentin Tarantino & Roger Avary
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Original (1995)
17. TOOTSIE
Roteiro de Larry Gelbart e Murray Schisgal. História de Don McGuire e Larry Gelbart
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Original (1983)
18. SINDICATO DE LADRÕES (ON THE WATERFRONT)
Roteiro de Budd Schulberg. Baseado em “Crime on the Waterfront” artigos de Malcolm Johnson
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro (1955)
19. O SOL É PARA TODOS (TO KILL A MOCKINGBIRD)
Roteiro de Horton Foote. Baseado no romance de Harper Lee
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Adaptado (1963)
20. A FELICIDADE NÃO SE COMPRA (IT’S A WONDERFUL LIFE)
Roteiro de Frances Goodrich & Albert Hackett & Frank Capra. Baseado na história curta “The Greatest Gift” de Philip Van Doren Stern. Contribuições ao roteiro por Michael Wilson e Jo Swerling
21. INTRIGA INTERNACIONAL (NORTH BY NORTHWEST)
Escrito por Ernest Lehman
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Original (1960)
22. UM SONHO DE LIBERDADE (THE SHAWSHANK REDEMPTION)
Roteiro de Frank Darabont. Baseado na história curta “Rita Hayworth and the Shawshank Redemption” de Stephen King
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Adaptado (1995)
23. … E O VENTO LEVOU (GONE WITH THE WIND)
Roteiro de Sidney Howard. Baseado no romance de Margaret Mitchell
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro (1940)
24. BRILHO ETERNO DE UMA MENTE SEM LEMBRANÇAS (ETERNAL SUNSHINE OF THE SPOTLESS MIND)
Roteiro de Charlie Kaufman. História de Charlie Kaufman & Michel Gondry & Pierre Bismuth
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Original (2005)
25. O MÁGICO DE OZ (THE WIZARD OF OZ)
Roteiro de Noel Langley, Florence Ryerson e Edgar Allan Woolf Adaptation por Noel Langley. Baseado no romance de L. Frank Baum
26. PACTO DE SANGUE (DOUBLE INDEMNITY)
Roteiro de Billy Wilder e Raymond Chandler. Baseado no romance de James M. Cain
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro (1945)
27. FEITIÇO DO TEMPO (GROUNDHOG DAY)
Roteiro de Danny Rubin e Harold Ramis. História de Danny Rubin
28. SHAKESPEARE APAIXONADO (SHAKESPEARE IN LOVE)
Escrito por Marc Norman e Tom Stoppard
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Adaptado (1999)
29. CONTRASTES HUMANOS (SULLIVAN’S TRAVELS)
Escrito por Preston Sturges
30. OS IMPERDOÁVEIS (UNFORGIVEN)
Escrito por David Webb Peoples
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Original (1993)
31. JEJUM DE AMOR (HIS GIRL FRIDAY)
Roteiro de Charles Lederer. Baseado na peça “The Front Page” de Ben Hecht & Charles MacArthur
32. FARGO
Escrito por Joel Coen & Ethan Coen
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Original (1997)
33. O TERCEIRO HOMEM (THE THIRD MAN)
Roteiro de Graham Greene. História de Graham Greene. Baseado na história curta de Graham Greene
34. A EMBRIAGUEZ DO SUCESSO (THE SWEET SMELL OF SUCCESS)
Roteiro de Clifford Odets e Ernest Lehman. De um mini-romance de Ernest Lehman
35. OS SUSPEITOS (THE USUAL SUSPECTS)
Escrito por Christopher McQuarrie
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Original (1996)
36. PERDIDOS NA NOITE (MIDNIGHT COWBOY)
Roteiro de Waldo Salt. Baseado no romance de James Leo Herlihy
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Adaptado (1970)
37. NÚPCIAS DE ESCÂNDALO (THE PHILADELPHIA STORY)
Roteiro de Donald Ogden Stewart. Baseado na peça de Philip Barry
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro (1941)
38. BELEZA AMERICANA (AMERICAN BEAUTY)
Escrito por Alan Ball
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Original (2000)
39. GOLPE DE MESTRE (THE STING)
Escrito por David S. Ward
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Original (1974)
40. HARRY & SALLY – FEITOS UM PARA O OUTRO (WHEN HARRY MET SALLY…)
Escrito por Nora Ephron
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Original (1990)
41. OS BONS COMPANHEIROS (GOODFELLAS)
Roteiro de Nicholas Pileggi & Martin Scorsese. Baseado no livro “Wise Guy” de Nicholas Pileggi
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Adaptado (1991)
42. OS CAÇADORES DA ARCA PERDIDA (RAIDERS OF THE LOST ARK)
Roteiro de Lawrence Kasdan. História de George Lucas e Philip Kaufman
43. TAXI DRIVER
Escrito por Paul Schrader
44. OS MELHORES ANOS DE NOSSAS VIDAS (THE BEST YEARS OF OUR LIVES)
Roteiro de Robert E. Sherwood. Baseado no romance “Glory For Me” de MacKinley Kantor
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro (1947)
45. UM ESTRANHO NO NINHO (ONE FLEW OVER THE CUCKOO’S NEST)
Roteiro de Lawrence Hauben e Bo Goldman. Baseado no romance de Ken Kesey
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Adaptado (1976)
46. O TESOURO DE SIERRA MADRE (THE TREASURE OF THE SIERRA MADRE)
Roteiro de John Huston. Baseado no romance de B. Traven
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro (1949)
47. O FALCÃO MALTÊS/ RELÍQUIA MACABRA (THE MALTESE FALCON)
Roteiro de John Huston. Baseado no romance de Dashiell Hammett
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro (1942)
48. A PONTE DO RIO KWAI (THE BRIDGE ON THE RIVER KWAI)
Roteiro de Carl Foreman e Michael Wilson. Baseado no romance de Pierre Boulle
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Adaptado (1958)
49. A LISTA DE SCHINDLER (SCHINDLER’S LIST)
Roteiro de Steven Zaillian. Baseado no romance de Thomas Keneally
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Adaptado (1994)
50. O SEXTO SENTIDO (THE SIXTH SENSE)
Escrito por M. Night Shyamalan
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Original (2000)
51. NOS BASTIDORES DA NOTÍCIA (BROADCAST NEWS)
Escrito por James L. Brooks
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Original (1988)
52. AS TRÊS NOITES DE EVA (THE LADY EVE)
Roteiro de Preston Sturges. História de Monckton Hoffe
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro (1942)
53. TODOS OS HOMENS DO PRESIDENTE (ALL THE PRESIDENT’S MEN)
Roteiro de William Goldman. Baseado no livro de Carl Bernstein & Bob Woodward
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Adaptado (1977)
54. MANHATTAN
Escrito por Woody Allen & Marshall Brickman
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Original (1980)
55. APOCALYPSE NOW
Escrito por John Milius e Francis Coppola. Narração por Michael Herr
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Adaptado (1980)
56. DE VOLTA PARA O FUTURO (BACK TO THE FUTURE)
Escrito por Robert Zemeckis & Bob Gale
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Original (1986)
57. CRIMES E PECADOS (CRIMES AND MISDEMEANORS)
Escrito por Woody Allen
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Original (1990)
58. GENTE COMO A GENTE (ORDINARY PEOPLE)
Roteiro de Alvin Sargent. Baseado no romance de Judith Guest
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Adaptado (1981)
59. ACONTECEU NAQUELA NOITE (IT HAPPENED ONE NIGHT)
Roteiro de Robert Riskin. Baseado na história “Night Bus” de Samuel Hopkins Adams
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Adaptado (1935)
60. LOS ANGELES – CIDADE PROIBIDA (L.A. CONFIDENTIAL)
Roteiro de Brian Helgeland & Curtis Hanson. Baseado no romance de James Ellroy
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Adaptado (1998)
61. O SILÊNCIO DOS INOCENTES (THE SILENCE OF THE LAMBS)
Roteiro de Ted Tally. Baseado no romance de Thomas Harris
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Adaptado (1992)
62. FEITIÇO DA LUA (MOONSTRUCK)
Escrito por John Patrick Shanley
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Original (1988)
63. TUBARÃO (JAWS)
Roteiro de Peter Benchley e Carl Gottlieb. Baseado no romance de Peter Benchley
64. LAÇOS DE TERNURA (TERMS OF ENDEARMENT)
Roteiro de James L. Brooks. Baseado no romance de Larry McMurtry
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Adaptado (1984)
65. CANTANDO NA CHUVA (SINGIN’ IN THE RAIN)
Roteiro de Betty Comden & Adolph Green. Baseado na canção de Arthur Freed e Nacio Herb Brown
66. JERRY MAGUIRE – A GRANDE VIRADA (JERRY MAGUIRE)
Escrito por Cameron Crowe
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Original (1997)
67. E.T. – O EXTRATERRESTRE (E.T. THE EXTRA-TERRESTRIAL)
Escrito por Melissa Mathison
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Original (1983)
68. GUERRA NAS ESTRELAS (STAR WARS)
Escrito por George Lucas
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Original (1978)
69. UM DIA DE CÃO (DOG DAY AFTERNOON)
Roteiro de Frank Pierson. Baseado no artigo de revista de P.F. Kluge e Thomas Moore
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Original (1976)
70. UMA AVENTURA NA ÁFRICA (THE AFRICAN QUEEN)
Roteiro de James Agee e John Huston. Baseado no romance de C.S. Forester
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro (1952)
71. O LEÃO NO INVERNO (THE LION IN WINTER)
Roteiro de James Goldman. Baseado na peça de James Goldman
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Adaptado (1969)
72. THELMA & LOUISE
Escrito por Callie Khouri
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Original (1992)
73. AMADEUS
Roteiro de Peter Shaffer. Baseado em sua peça
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Adaptado (1985)
74. QUERO SER JOHN MALKOVICH (BEING JOHN MALKOVICH)
Escrito por Charlie Kaufman
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Original (2000)
75. MATAR OU MORRER (HIGH NOON)
Roteiro de Carl Foreman. Baseado na história curta “The Tin Star” de John W. Cunningham
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro (1953)
76. TOURO INDOMÁVEL (RAGING BULL)
Roteiro de Paul Schrader e Mardik Martin. Baseado no livro de Jake La Motta com Joseph Carter e Peter Savage
77. ADAPTAÇÃO. (ADAPTATION.)
Roteiro de Charlie Kaufman e Donald Kaufman. Baseado no livro “The Orchid Thief” de Susan Orlean
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Adaptado (2003)
78. ROCKY – UM LUTADOR (ROCKY)
Escrito por Sylvester Stallone
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Original (1977)
79. APRENDA A PERDER DINHEIRO (THE PRODUCERS)
Escrito por Mel Brooks
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Original (1969)
80. A TESTEMUNHA (WITNESS)
Roteiro de Earl W. Wallace & William Kelley. História de William Kelley e Pamela Wallace & Earl W. Wallace
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Original (1986)
81. MUITO ALÉM DO JARDIM (BEING THERE)
Roteiro de Jerzy Kosinski. Inspirado no romance de Jerzy Kosinski
82. REBELDIA INDOMÁVEL (COOL HAND LUKE)
Roteiro de Donn Pearce e Frank Pierson. Baseado no romance de Donn Pearce
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Adaptado (1968)
83. JANELA INDISCRETA (REAR WINDOW)
Roteiro de John Michael Hayes. Baseado na história curta de Cornell Woolrich
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro (1955)
84. A PRINCESA PROMETIDA (THE PRINCESS BRIDE)
Roteiro de William Goldman. Baseado em seu romance
85. A GRANDE ILUSÃO (LA GRANDE ILLUSION)
Escrito por Jean Renoir e Charles Spaak
86. ENSINA-ME A VIVER (HAROLD & MAUDE)
Escrito por Colin Higgins
87. 8 ½
Roteiro de Federico Fellini, Tullio Pinelli, Ennio Flaiano, Brunello Rond. História de Fellini, Flaiano
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Original (1964)
88. CAMPO DOS SONHOS (FIELD OF DREAMS)
Roteiro de Phil Alden Robinson. Baseado no livro de W.P. Kinsella
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Adaptado (1990)
89. FORREST GUMP – O CONTADOR DE HISTÓRIAS (FORREST GUMP)
Roteiro de Eric Roth. Baseado no romance de Winston Groom
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Adaptado (1995)
90. SIDEWAYS – ENTRE UMAS E OUTRAS (SIDEWAYS)
Roteiro de Alexander Payne & Jim Taylor. Baseado no romance de Rex Pickett
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Adaptado (2005)
91. O VEREDICTO (THE VERDICT)
Roteiro de David Mamet. Baseado no romance de Barry Reed
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Adaptado (1983)
92. PSICOSE (PSYCHO)
Roteiro de Joseph Stefano. Baseado no romance de Robert Bloch
93. FAÇA A COISA CERTA (DO THE RIGHT THING)
Escrito por Spike Lee
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Original (1990)
94. PATTON – REBELDE OU HERÓI? (PATTON)
Roteiro de Francis Ford Coppola e Edmund H. North. Baseado em “A Soldier’s Story” de Omar H. Bradley e “Patton: Ordeal and Triumph” de Ladislas Farago
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Original (1971)
95. HANNAH E SUAS IRMÃS (HANNAH AND HER SISTERS)
Escrito por Woody Allen
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Original (1987)
96. DESAFIO À CORRUPÇÃO (THE HUSTLER)
Roteiro de Sidney Carroll & Robert Rossen. Baseado no romance de Walter Tevis
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Adaptado (1962)
97. RASTROS DE ÓDIO (THE SEARCHERS)
Roteiro de Frank S. Nugent. Baseado no romance de Alan Le May
98. AS VINHAS DA IRA (THE GRAPES OF WRATH)
Roteiro de Nunnally Johnson. Baseado no romance de John Steinbeck
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro (1941)
99. MEU ÓDIO SERÁ SUA HERANÇA (THE WILD BUNCH)
Roteiro de Walon Green e Sam Peckinpah. História por Walon Green e Roy Sickner
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Original (1970)
100. AMNÉSIA (MEMENTO)
Roteiro de Christopher Nolan. Baseado na história curta “Memento Mori” de Jonathan Nolan
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Original (2002)
101. INTERLÚDIO (NOTORIOUS)
Escrito por Ben Hecht
GOLD-Icon_CampasRIndicado o Oscar de Roteiro Original (1947)

Cavalo de Guerra (War Horse), de Steven Spielberg (2011)

Cavalo de Guerra

Steven Spielberg prova que ainda entende de catarse

Finalmente posso parar de dizer: “Não vejo um bom filme do Spielberg desde Munique (2005)”. Não que Cavalo de Guerra possa se equiparar à época de ouro do diretor (assim como o próprio Munique), mas se pegarmos os últimos trabalhos do diretor, como O Terminal, Guerra dos Mundos, Prenda-me se for Capaz e Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal, parece que Spielberg está voltando a ficar inspirado.

Mas ainda falta muito para se recuperar. Na minha opinião, ele perdeu muita credibilidade quando alterou seu filme E.T. – O Extraterrestre. Pra quem não se recorda, no aniversário de 20 anos do filme, em 2002, o diretor relançou o filme e digitalmente tirou das mãos dos policiais suas armas e as trocou por walkie talkies por achar que foi um exagero. Isso se chama Síndrome George Lucas. Ficar remexendo no trabalho (leia-se Star Wars) é coisa de retardado e sem criatividade. Se em 1982 ele achou que os policiais deveriam estar armados, então eles devem permanecer armados. Querer apagar o passado, literalmente, só por ser politicamente correto 20 anos depois é patético. É quase como a Xuxa querer comprar todas as fitas do seu filme soft pornô, Amor Estranho Amor (1982), do mercado por ter vergonha dele.

E.T. Remix – Spielberg dando uma de George Lucas

Além disso, como Peter Pan, personagem que ele trabalhou em Hook – A Volta do Capitão Gancho, Spielberg parece não querer crescer às vezes. Depois de O Resgate do Soldado Ryan, parece que só quer fazer filmes que seus filhos podem ver. Ele pode não ter perdido a mão de diretor, mas certamente perdeu muita da coragem que tinha quando fez Tubarão e os filmes do Indiana Jones. O próprio reconhece essa teoria num depoimento de making of e ainda acrescenta que hoje também mudaria o final de Contatos Imediatos do Terceiro Grau. (Quem não viu o filme, pule essa próxima sentença) Ele não deixaria o protagonista entrar na nave! Uma das melhores coisas no filme e ele também quer mudar…

Mas apesar de todas as minhas críticas, Spielberg tem crédito na casa. E muito. Não se fazem mais cineastas como ele, e não é à toa que seu nome virou sinônimo de qualidade. Ele tem o chamado “toque de Midas”: tudo que toca se transforma em ouro. E nesse Cavalo de Guerra, seu grande mérito vem de sua decisão de prestar uma bela homenagem a outro grande diretor americano por excelência: John Ford. Especialmente nas cenas que se passam na fazenda, há elementos clássicos “fordianos” como aquele belo plano do pôr-do-sol, aquelas nuvens feito pinturas impressionistas, a porteira aberta e personagens no contra-luz. Obviamente o crédito técnico pertence ao diretor de fotografia, Janusz Kaminski, mas a intenção de engrandecer uma sequência e tornar o filme em épico é de Spielberg, que com isso me fez queimar a língua ao dizer que a idéia de um filme sobre cavalo na guerra era estúpida. Curiosamente, ele já prestou uma homenagem mais explícita a Ford em E.T. – O Extraterrestre ao incluir a cena que John Wayne puxa Maureen O’Hara no filme Depois do Vendaval.

Homenagem a John Ford

Se por um lado ele acerta com John Ford, por outro, erra num detalhe importante. Na guerra de Spielberg, todos os personagens falam um bom Inglês. Não sou contra personagens de outras nacionalidades falarem outro idioma. O espectador pode muito bem aceitar e quebrar essa barreira da língua. Entretanto, nessa hipótese, gostaria que o filme assumisse essa licença poética por completo e evitasse essa terrível mania de transfigurar os diálogos em Inglês com sotaque carregado. A intenção de facilitar para o público que fala Inglês acaba indo por água abaixo ao desviar a atenção para esse sotaque. Faltou bom senso.

A narrativa é pontuada pela troca de dono do cavalo Joey. A cada troca, novos personagens surgem e um novo ambiente é desmistificado, atingindo o objetivo maior do roteiro de fazer com que o espectador visse todos os ângulos de uma guerra e concluísse que não há necessidade de ela existir. O cavalo passa entre os britânicos, os alemães e os inocentes (franceses e os que querem fugir da guerra), resgatando valores básicos e essenciais da vida. O filme levanta a bandeira branca do início ao fim.

Joey encanta a todos que conhece

Aliás, a cena mais comentada do filme é quando o cavalo consegue uma pausa na guerra. Como o cavalo sofre muito fisicamente nessa sequência (fica todo enroscado em arame farpado), e para manter o bom e velho “Nenhum animal foi maltratado durante as filmagens”, a produção providenciou um cavalo animatronic, uma técnica antiga que utiliza robôs para reproduzir criaturas vivas como a rainha em Aliens, o Resgate (1986). O resultado impressiona pela combinação de iluminação, a lama e os efeitos sonoros.

Cavalo-robô: Quase um transformer

Outro fato curioso nessa produção foi a entrada de Spielberg na era digital. Após décadas montando seus filmes na moviola (mesa-trambolho usada para cortar as películas), finalmente parte para o software de edição. Apesar do salto tecnológico, talvez tenha trazido má sorte, pois o veterano montador Michael Khan não conseguiu uma indicação ao Oscar, mas o filme conquistou 6 indicações, incluindo Melhor Filme. E se está longe dos anos dourados de um Spielberg corajoso, Cavalo de Guerra é um belo filme que consegue demonstrar a maturidade de um diretor que entende da boa e velha catarse. O público comprova ao levar os lenços aos olhos lacrimejantes no final da sessão.

%d blogueiros gostam disto: