‘1917’ É O GRANDE VENCEDOR do BAFTA com SETE PRÊMIOS

1917

Começando pela esquerda: o produtor Callum McDougall, os atores Charles Chapman, George Mackay, os produtores Jayne-Ann Tenggren, Sam Mendes, Pippa Harris, a roteirista Krysty Wilson-Cairns, e os atores Mark Strong e Andrew Scott. Pic by https://www.citynews1130.com/Photo by Joel C Ryan/Invision/AP)

ENQUANTO ISSO, COM 10 INDICAÇÕES, O IRLANDÊS SAI DE MÃOS VAZIAS , CENÁRIO QUE PODE SE REPETIR NO OSCAR

A cerimônia do BAFTA aconteceu neste domingo e confirmou várias previsões como as vitórias de todos os quatro atores, e a consagração do filme de guerra de Sam Mendes. Dentre as poucas surpresas da noite estão a vitória de Ford vs Ferrari na categoria de montagem, e de Klaus como a Melhor Animação.

Primeiro, vamos aos números desta 73ª edição. 1917 acumulou sete prêmios e foi o maior vencedor, inclusive vencendo duplamente como Filme e Filme Britânico, o que para alguns soou como exagero, já que a Academia Britânica poderia ter prestigiado outro concorrente como Dois Papas, Rocketman, o documentário For Sama ou o novo filme de Ken Loach, Você Não Estava Aqui.

Em 2º lugar, com três prêmios, ficou Coringa. Venceu como Melhor Ator para Joaquin Phoenix, Melhor Trilha Musical para Hildur Guđnadóttir, e levou o primeiro BAFTA da categoria nova de Melhor Casting.

E em 3º lugar, o filme sul-coreano Parasita conquistou dois prêmios: Filme em Língua Estrangeira e Roteiro Original. Conceder o prêmio de Roteiro para o diretor Bong Joon Ho parece ter sido a forma encontrada de reconhecerem o trabalho dele, já que o favoritismo de Sam Mendes como Diretor parece inabalável no momento. E essa “distribuição” estratégica pode se repetir na cerimônia do Oscar.

Aliás, os dois vencedores do WGA, Sindicato de Roteiristas, foram os mesmos do BAFTA: Parasita e Jojo Rabbit. Será que isso também se repete no Oscar? Ou Greta Gerwig realmente vai levar o Oscar por Adoráveis Mulheres?

A partir daí, houve uma pulverização dos prêmios. Os seguintes filmes conquistaram apenas um BAFTA:

Ford vs Ferrari (Montagem)
Jojo Rabbit (Roteiro Adaptado)
Judy (Atriz para Renée Zellweger)
História de um Casamento (Atriz Coadjuvante para Laura Dern)
O Escândalo (Maquiagem)
Adoráveis Mulheres (Figurino)
Klaus (Longa de Animação)
Era Uma Vez em… Hollywood (Ator Coadjuvante para Joaquin Phoenix)
For Sama (Documentário)

E apesar das 10 indicações, o novo filme de Martin Scorsese, O Irlandês, saiu da cerimônia sem nenhum prêmio. Foi o mesmo cenário ocorrido no Globo de Ouro, no SAG e por pouco também não acontece no Critics’ Choice Awards, onde o filme levou apenas o prêmio de Elenco.

Dentre os discursos da noite, destaque para Joaquin Phoenix, que novamente alfinetou a indústria de cinema com uma declaração poderosa: “Eu acho que mandamos uma mensagem bem clara para as pessoas de cor, que vocês não são bem-vindas aqui. Acho que é esta mensagem que estamos mandando para essas pessoas que contribuíram tanto para a nossa mídia e para nossa indústria de modos que nos beneficiamos com isso. […] Acho que é obrigação das pessoas que criaram e perpetuaram e se beneficiaram de um sistema opressor  a desmantelar isso, então é nossa responsabilidade.” Tem sido uma marca de Joaquin Phoenix criticar o sistema, e isso começou de forma gradativa no Globo de Ouro, no Critics’ Choice e no SAG, mas que tem se intensificado no tom. Dessa forma, ficamos bastante ansiosos aqui pelo discurso final do Oscar!

Ainda no campo da polêmica, o BAFTA foi alvo de duras críticas por não ter indicado nenhum ator ou atriz negros em suas quatro categorias de atuação. Apesar de entendermos o protesto, que é sempre bem-vindo com o propósito de melhorar, sempre lembramos que as premiações de cinema não podem (e não devem) ser vistas como uma justiça social. Se fosse o caso, o Oscar ou qualquer outra premiação teria como obrigação reservar uma vaga para o ator negro, para o ator asiático, para o ator latino, para o ator indígena.

Particularmente, estamos bem chateados com a exclusão da performance da atriz Lupita Nyong’o no filme Nós. Mas não porque ela é negra, mas pela qualidade da atuação dela e pela coragem em assumir um papel tão abstrato. Seria ótimo que ela estivesse concorrendo ao BAFTA, assim como Cynthia Erivo, Alfre Woodard, Awkwafina, mas são cinco vagas por ano por categoria. Alguém tem que ficar de fora, infelizmente. Embora entendamos a recusa de Cynthia Erivo em cantar a música de Harriet, “Stand Up”, no BAFTA como protesto às ausências de atores negros, acreditamos que ela deveria aceitar o convite e usar o palco e a projeção a seu favor. Além disso, a recusa do convite, de alguma forma, desprestigia toda a equipe do filme Harriet, que adoraria ver a canção apresentada no BAFTA.

Logo após o anúncio dos indicados ao BAFTA, e das críticas nas mídias, a organização da Academia Britânica prometeu realizar mudanças drásticas no sistema de votação para o ano de 2021. Mas o que seriam essas mudanças? Vão interferir de forma ilegal nos resultados? Não houve qualquer esclarecimento sobre essa parte, mas na cerimônia, o príncipe William tratou de jogar panos quentes na polêmica com a seguinte declaração: “Nos encontramos conversando novamente sobre a necessidade de fazer mais para abordar a diversidade no setor. Isso não pode estar certo nos dias de hoje”, ou seja, endossou que vai haver mudanças, nem que a família real precise intervir.

Prince-William

Príncipe William promete mudanças para o BAFTA de 2021 (pic by independenteagle.com)

E pra fechar, gostaria de mencionar o discurso de agradecimento de Brad Pitt (ele sempre agrada em seus discursos). Infelizmente, o ator não pôde comparecer ao evento devido a obrigações familiares, mas enviou uma nota para Margot Robbie ler em sua ausência:

Dentre as piadas de Pitt, destaque para duas: “Hey, Inglaterra! Fiquei sabendo que você ficou solteira. Bem-vinda ao clube!”, e depois fecha com uma melhor ainda, dizendo: “Vou chamar (o prêmio) de Harry, porque estou realmente excitado de trazê-lo para os Estados Unidos com ele”, demonstrando apoio à separação do príncipe Harry e Meghan Markle da família britânica.

SEGUEM OS VENCEDORES DO 73º BAFTA:

MELHOR FILME
1917 Pippa Harris, Callum McDougall, Sam Mendes, Jayne-Ann Tenggren

MELHOR FILME BRITÂNICO
1917 Sam Mendes, Pippa Harris, Callum McDougall, Jayne-Ann Tenggren, Krysty Wilson-Cairns

ROTEIRISTA, DIRETOR OU PRODUTOR BRITÂNICO ESTREANTE
BAIT Mark Jenkin (Roteirista/Diretor), Kate Byers, Linn Waite (Produtores)

FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
PARASITA Bong Joon-ho

DOCUMENTÁRIO
FOR SAMA Waad al-Kateab, Edward Watts

LONGA DE ANIMAÇÃO
KLAUS Sergio Pablos, Jinko Gotoh

DIREÇÃO
1917 Sam Mendes

ROTEIRO ORIGINAL
PARASITA Han Jin Won, Bong Joon-ho

ROTEIRO ADAPTADO
JOJO RABBIT Taika Waititi

ATRIZ
RENÉE ZELLWEGER Judy: Muito Além do Arco -Íris

ATOR
JOAQUIN PHOENIX Coringa

ATRIZ COADJUVANTE
LAURA DERN História de um Casamento

ATOR COADJUVANTE
BRAD PITT Era uma Vez em… Hollywood

TRILHA ORIGINAL
CORINGA Hildur Guđnadóttir

CASTING
CORINGA Shayna Markowitz

FOTOGRAFIA
1917 Roger Deakins

MONTAGEM
FORD VS FERRARI Andrew Buckland, Michael McCusker

DESIGN DE PRODUÇÃO
1917 Dennis Gassner, Lee Sandales

FIGURINO
ADORÁVEIS MULHERES Jacqueline Durran

MAQUIAGEM E CABELO
O ESCÂNDALO Vivian Baker, Kazu Hiro, Anne Morgan

SOM
1917 Scott Millan, Oliver Tarney, Rachael Tate, Mark Taylor, Stuart Wilson

EFEITOS VISUAIS
1917 Greg Butler, Guillaume Rocheron, Dominic Tuohy

CURTA DE ANIMAÇÃO BRITÂNICO
GRANDAD WAS A ROMANTIC. Maryam Mohajer

CURTA-METRAGEM BRITÂNICO
LEARNING TO SKATEBOARD IN A WARZONE (IF YOU’RE A GIRL) Carol Dysinger, Elena Andreicheva

EE RISING STAR AWARD
MICHEAL WARD

Indicações ao Oscar 2012!

Jennifer Lawrence e Tom Sherak anunciam os Indicados

As indicações ao Oscar foram anunciadas esta manhã, com um ligeiro atraso. Aqui no Brasil, o anúncio foi transmitido pelo canal Globo News. Mas para quem piscou e perdeu, confira no youtube pelo canal oficial da Academia:

http://www.youtube.com/watch?v=ODy4Z2Lp_jE&feature=g-all-u&context=G22f03c4FAAAAAAAAAAA

Infelizmente, Jennifer Lawrence não contribuiu muito para os americanos acordarem melhor. Sua roupa não favoreceu muito… E o presidente da Academia, Tom Sherak, se enrolou na pronúncia do nome de Michel Hazanavicius.

MELHOR FILME (Best Motion Picture of the Year)

– O Artista (The Artist)

– Os Descendentes (The Descendants)

– Tão Forte e Tão Perto (Extremely Loud & Incredibly Close)

– Histórias Cruzadas (The Help)

– A Invenção de Hugo Cabret (Hugo)

– Meia-Noite em Paris (Midnight in Paris)

– O Homem que Mudou o Jogo (Moneyball)

– A Árvore da Vida (The Tree of Life)

– Cavalo de Guerra (War Horse)

MELHOR DIRETOR (Achievement in Directing)

– Michel Hazanavicius (O Artista)

– Alexander Payne (Os Descendentes)

– Martin Scorsese (A Invenção de Hugo Cabret)

– Woody Allen (Meia-Noite em Paris)

– Terrence Malick (A Árvore da Vida)

MELHOR ATOR (Performance by an Actor in a Leading Role)

– Demián Bichir (A Better Life)

– George Clooney (Os Descendentes)

– Jean Dujardin (O Artista)

– Gary Oldman (O Espião que Sabia Demais)

– Brad Pitt (O Homem que Mudou o Jogo)

MELHOR ATRIZ (Performance by an Actress in a Leading Role)

Glenn Close (Albert Nobbs)

– Viola Davis (Histórias Cruzadas)

– Rooney Mara (Millennium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres)

– Meryl Streep (A Dama de Ferro)

– Michelle Williams (Sete Dias com Marilyn)

MELHOR ATOR COADJUVANTE (Performance by an Actor in a Supporting Role)

Kenneth Branagh (Sete Dias com Marilyn)

– Jonah Hill (O Homem que Mudou o Jogo)

– Nick Nolte (Guerreiro)

– Christopher Plummer (Toda Forma de Amor)

– Max Von Sydow (Tão Forte e Tão Perto)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE (Performance by an Actress in a Supporting Role)

– Bérénice Bejo (O Artista)

– Jessica Chastain (Histórias Cruzadas)

– Melissa McCarthy (Missão Madrinha de Casamento)

– Janet McTeer (Albert Nobbs)

– Octavia Spencer (Histórias Cruzadas)

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL (Screenplay Written Directly for the Screen)

– Michel Hazanavicius (O Artista)

– Kristen Wiig, Annie Mumolo (Missão Madrinha de Casamento)

– J. C. Chandor (Margin Call – O Dia Antes do Fim)

– Woody Allen (Meia-Noite em Paris)

– Asghar Farhadi (A Separação)

ROTEIRO ADAPTADO (Screenplay Based on Material Previously Produced or Published)

– Alexander Payne, Nat Faxon, Jim Rash (Os Descendentes)

– John Logan (A Invenção de Hugo Cabret)

– George Clooney, Grant Heslov, Beau Willimon (Tudo Pelo Poder)

– Steven Zaillian, Aaron Sorkin, Stan Chervin (O Homem que Mudou o Jogo)

– Bridget O’Connor, Peter Straughan (O Espião que Sabia Demais)

MELHOR LONGA DE ANIMAÇÃO (Best Animated Feature Film of the Year)
– Um Gato em Paris, de Alain Gagnol e Jean-Loup Felicioli
– Chico & Rita, de Fernando Trueba, Javier Mariscal
– Kung Fu Panda 2, de Jennifer Yuh
– Gato de Botas, de Chris Miller
– Rango, de Gore Verbinski
MELHOR FILME ESTRANGEIRO (Best Foreign Language Film of the Year)
– Bullhead, de Michael R. Roskan (Bélgica)
– Footnote, de Joseph Cedar (Israel)
– In Darkness, de Agnieszka Holland (Polônia)
– Monsieur Lazhar, de Philippe Falardeau (Canadá)
– A Separação, de Asghar Farhadi (Irã)
MELHOR FOTOGRAFIA (Best Achievement in Cinematography) 
– Guillaume Schiffman (O Artista)
– Jeff Cronenweth (Millennium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres)
– Robert Richardson (A Invenção de Hugo Cabret)
– Emmanuel Lubezki (A Árvore da Vida)
– Janusz Kaminski (Cavalo de Guerra)
MELHOR MONTAGEM (Best Achievement in Editing)
– Anne-Sophie Bion, Michel Hazanavicius (O Artista)
– Kevin Tent (Os Descendentes)
– Angus Wall, Kirk Baxter (Millennium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres)
– Thelma Schoonmaker (A Invenção de Hugo Cabret)
– Christopher Tellefsen (O Homem que Mudou o Jogo)
MELHOR DIREÇÃO DE ARTE (Best Achievement in Art Direction)
– Laurence Bennett, Robert Gould (O Artista)
– Stuart Craig, Stephenie McMillan (Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2)
– Dante Ferretti, Francesca LoSchiavo (A Invenção de Hugo Cabret)
– Anne Seibel, Hélène Dubreuil (Meia-Noite em Paris)
– Rick Carter, Lee Sandales (Cavalo de Guerra)
MELHOR FIGURINO (Best Achievement in Costume Design)
– Lisy Christl (Anonymous)
– Mark Bridges (O Artista)
– Sandy Powell (A Invenção de Hugo Cabret)
– Michael O’Connor (Jane Eyre)
– Arianne Phillips (W.E. – O Romance do Século)
MELHOR MAQUIAGEM (Best Achievement in Makeup)
– Martial Corneville, Lynn Johnson, Matthew W. Mungle (Albert Nobbs)
– Nick Dudman, Amanda Knight, Lisa Tomblin (Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2)
– Mark Coulier, J. Roy Helland (A Dama de Ferro)
MELHOR TRILHA MUSICAL (Best Achievement in Music Written for Motion Pictures, Original Score)
– John Williams (As Aventuras de Tintim)
– Ludovic Bource (O Artista)
– Howard Shore (A Invenção de Hugo Cabret)
– Alberto Iglesias (O Espião que Sabia Demais)
– John Williams (Cavalo de Guerra)
MELHOR CANÇÃO ORIGINAL (Best Achievement in Music Written for Motion Pictures, Original Song)
– “Man or Muppet”, de Bret McKenzie (Os Muppets)
– “Real in Rio”, de Sergio Mendes, Carlinhos Brown, Siedah Garrett (Rio)
MELHOR SOM (Best Achievement in Sound Mixing)
– David Parker, Michael Semanick, Ren Klyce, Bo Persson (Millennium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres)
– Tom Fleischman, John Midgley (A Invenção de Hugo Cabret)
– Deb Adair, Ron Bochar, David Giammarco, Ed Novick (O Homem que Mudou o Jogo)
– Greg P. Russell, Gary Summers, Jeffrey J. Haboush, Peter J. Devlin (Transformers: O Lado Oculto da Lua)
– Gary Rydstrom, Andy Nelson, Tom Johnson, Stuart Wilson (Cavalo de Guerra)
MELHORES EFEITOS SONOROS (Best Achievement in Sound Editing)
– Lon Bender, Victor Ray Ennis (Drive)
– Ren Klyce (Millennium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres)
– Philip Stockton, Eugene Gearty (A Invenção de Hugo Cabret)
– Ethan Van der Ryn, Erik Aadahl (Transformers: O Lado Oculto da Lua)
– Richard Hymns, Gary Rydstrom (Cavalo de Guerra)
MELHORES EFEITOS VISUAIS (Best Achievement in Visual Effects)
– Tim Burke, David Vickery, Greg Butler, John Richardson (Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2)
– Robert Legato, Joss Williams, Ben Grossmann, Alex Henning (A Invenção de Hugo Cabret)
– Erik Nash, John Rosengrant, Danny Gordon Taylor, Swen Gillberg (Gigantes de Aço)
– Joe Letteri, Dan Lemmon, R. Christopher White, Daniel Barrett (Planeta dos Macacos: A Origem)
– Scott Farrar, Scott Benza, Matthew E. Butler, John Frazier (Transformers: O Lado Oculto da Lua)
MELHOR DOCUMENTÁRIO (Best Documentary, Features)
– Hell and Back Again, de Danfung Dennis, Mike Lerner
– If a Tree Falls: A Story of the Earth Liberation Front, de Marshall Curry, Sam Cullman
– Paradise Lost 3: Purgatory, de Joe Berlinger, Bruce Sinofsky
– Pina, de Wim Wenders, Gian-Piero Ringel
– Undefeated, de Daniel Lindsay, T. J. Martin, Rich Middlemas
MELHOR DOCUMENTÁRIO-CURTA (Best Documentary, Short Subjects)
– The Barber of Birmingham: Foot Soldier of the Civil Rights Movement, de Robin Fryday, Gail Dolgin
– God is the Bigger Elvis, de Rebecca Cammisa, Julie Anderson
– Incident in New Baghdad, de James Spione
– Saving Face, de Daniel Junge, Sharmeen Obaid-Chinoy
– The Tsunami and the Cherry Blossom, de Lucy Walker, Kira Cartensen
MELHOR CURTA DE ANIMAÇÃO (Best Short Film, Animated)
– Dimanche, de Patrick Doyon
– The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore, de William Joyce, Brandon Oldenburg
– La Luna, de Enrico Casarosa
– A Morning Stroll, de Grant Orchard, Sue Goffe
– Wild Life, de Amanda Forbis, Wendy Tilby
MELHOR CURTA-METRAGEM (Best Short Film, Live Action)
– Pentecost, de Peter McDonald
– Raju, de MaxZähle, Stefan Gieren
– The Shore, de Terry George, Oorlagh George
– Time Freak, de Andrew Bowler, Gigi Causey
– Tuba Atlantic, de Hallvar Witzø
Nove para Melhor Filme? No post anterior, comentei a forte possibilidade de indicarem um número incomum como 7 ou 9. Dito e feito. Foram nove filmes que passaram da nova nota de corte do Oscar. O filme de Stephen Daldry, Tão Forte e Tão Perto conseguiu uma vaga e só mais uma outra indicação: ator coadjuvante. Curiosamente, no anúncio dos indicados, o filme foi deixado propositadamente por último, realçando que se tratava do nono filme.
Agora, se a Academia resolvesse arredondar para 10 filmes, provavelmente a comédia Missão Madrinha de Casamento teria entrado na briga.

Tão Forte e Tão Perto: O nono filme

Recordista de Indicações: Como previsto, o filme de Martin Scorsese, A Invenção de Hugo Cabret, levou 11 indicações e foi o recordista, o que aumenta muito suas chances de ganhar Melhor Filme. Logo em seguida, vem O Artista com 10 indicações. Nesse quesito de número de indicações, Os Descendentes sai um pouco atrás porque levou apenas 5.
Atores na Lista e Outros Esquecidos: Nunca é possível agradar a todos nas categorias de atuação. Sempre fica faltando alguém que acaba se juntando ao grupo “Os injustiçados do Oscar”.  Talvez a maior surpresa tenha ficado por conta do veterano Max von Sydow, que foi indicado para ator coadjuvante, batendo nomes como Albert Brooks, Viggo Mortensen e Armie Hammer. Sydow ficou mundialmente conhecido pelo papel de Padre Merrin em O Exorcista e foi parceiro fiel do diretor Ingmar Bergman nas produções suecas. O mexicano Démian Bichir também pode ser considerado uma surpresa na categoria de Melhor Ator, mesmo tendo sido indicado pelo SAG Awards.

Max von Sydow: já era idoso desde 1973 em O Exorcista

A ausência que mais senti foi do ator Michael Fassbender pelo drama Shame. O ator alemão vem conquistando público e crítica desde seu trabalho no filme independente Hunger e mais recentemente em Um Método Perigoso e no blockbuster X-Men: Primeira Classe. Merecia uma indicação, mas talvez o fato de seu filme apresentar cenas de nudez frontal tenha assustado os membros mais reservados da Academia. Uma pena…
Pelo lado feminino, senti a falta da Tilda Swinton pelo drama Precisamos Falar Sobre o Kevin. Sua atuação foi bastante elogiada e vem conquistando alguns prêmios importantes, mas provavelmente pelo fato do filme tratar de um tema forte (Kevin é um jovem que matou colegas na escola), Swinton tenha perdido sua chance mais pelo conservadorismo. Outro erro da Academia…
Dos nomes mais frequentes em premiações, a jovem Shailene Woodley pelo filme Os Descendentes também ficou de fora na disputa de atriz coadjuvante. Melissa McCarthy roubou a cena na comédia Missão Madrinha de Casamento e sua vaga, aparentemente. Mas Shailene é um rosto jovem e novo no mercado e acredito que terá muitas oportunidades. Só espero que ela não desande em refilmagens de terror teenagers.

Shailene Woodley: Que seu talento não seja desperdiçado em tranqueiras

Ryan Gosling foi outro nome que apareceu bastante nas listas, mas não conseguiu chegar à final. Apesar de ter feito 3 trabalhos em 2011: Drive, Tudo Pelo Poder e Amor à Toda Prova, Gosling fica de mãos abanando. Mas se ele apresentar um bom trabalho em 2012, certamente ele voltará ao Oscar no ano que vem.
Pra não dizerem que só reclamo, gostei da indicação de Gary Oldman. O ator britânico já tem uma extensa filmagrafia e com essa nova ascensão, merecia um reconhecimento por parte da Academia. Espero que sua carreira decole ainda mais e papéis mais interessantes cheguem mais à sua mesa.
Dois Robôs nos Efeitos: Não botava fé que o terceiro filme do Transformers fosse conseguir uma vaga na categoria de efeitos visuais. OK, votei no quarto filme do Piratas do Caribe, mas pelo menos os efeitos sempre apresentam algo diferente, tipo criaturas feitas de vegetais ou com tentáculos como barba. E fizeram uma campanha tão forte para que o último filme do Harry Potter vingasse em categorias principais, mas não deu certo. Tiveram que se contentar com direção de arte, efeitos visuais e maquiagem. E deve ganhar pela maquiagem, mais como conjunto da obra dos 8 filmes.
Filmes Estrangeiros Estranhos: Cadê a França, Itália, Japão, Alemanha e Espanha? O representante alemão, Pina, de Wim Wenders foi compensando da eliminação pela indicação na categoria de documentário (sim, veja como a mágica do planejamento do Oscar funciona). Se em edições anteriores, o Oscar de Filme Estrangeiro foi uma surpresa, este ano não deve escapar do favorito: o iraniano A Separação.
Animações Estranhas: Lembram-se dos filmes franceses e espanhóis que faltaram na categoria de Filme Estrangeiro? Mudaram-se para a categoria de Melhor Animação! Um Gato em Paris e Chico & Rita. Conhecem? Prazer! Fiquei com a mesma cara de dúvida no anúncio dos indicados. “Que raio de animações são essas?” Mas não sei se é porque a categoria de animação é nova, mas o Oscar tem mantido uma tradição boa de trazer alguns trabalhos meio desconhecidos para o holofote e revelar novos talentos.

Chico & Rita: Trabalho mais da linha adulta

Um Gato em Paris: produção francesa com traços fortes

%d blogueiros gostam disto: