GLENN CLOSE ENTRE INDICADOS do FRAMBOESA DE OURO 2021

ATRIZ VETERANA PODE CONSEGUIR UMA RARA COMBINAÇÃO DE FRAMBOESA E OSCAR PELA MESMA PERFORMANCE

A primeira coisa que deve ter vindo à mente de Glenn Close ao ler esta notícia foi: “Mais um ano sem Oscar”. A atriz vinha num bom momento com indicações ao Globo de Ouro, Critics’ Choice e SAG, mesmo num filme de qualidade questionável como Era uma Vez um Sonho. Apesar de não carregar o favoritismo de Maria Bakalova, Yuh-Jung Youn ou mesmo de Jodie Foster, que ganhou o Globo de Ouro, Glenn Close ainda tinha chances reais de vitória no Oscar pela instabilidade da categoria de Atriz Coadjuvante. E sua derrota dolorida em 2019 no Oscar certamente lhe renderia votos de consolação por muitos membros da Academia.

Não estamos dizendo que o Oscar de Glenn Close já era, até mesmo porque ela tem muita credibilidade ainda (foi sua primeira indicação ao Framboesa) e ainda há tempo para se recuperar até o final de Abril quando acontece a cerimônia do Oscar. Vale lembrar aqui que houve dois raríssimos casos que podem se tornar iguais ao dela: Amy Irving e James Coco. Ela foi indicada para o Oscar e Framboesa pela atuação em Yentl, enquanto ele foi lembrado por ambos os prêmios por O Doce Sabor de um Sorriso. Nenhum dos dois ganhou nenhum dos prêmios.

Ainda no campo dos atores, tem sido cada vez mais recorrente a presença de atores indicados ou vencedores do Oscar na lista do Framboesa. Só para lembrar dois casos icônicos: Halle Berry por Mulher-Gato e Sandra Bullock por Maluca Paixão. Este ano, temos Robert Downey Jr., que acreditava que conseguiria firmar uma nova franquia com Dolittle; Anne Hathaway, que tem tido um dedo podre para escolher projetos depois do Oscar, por A Última Coisa que Ele Queria e Convenção das Bruxas; Kate Hudson, que concorreu ao Globo de Ouro de Atriz de Comédia pela mesma performance, por Music; e Kristen Wiig, que foi indicada ao Oscar como roteirista de Missão Madrinha de Casamento, por Mulher-Maravilha 1984; além da já citada Glenn Close, sete vezes indicada ao Oscar sem vitória.

Muitos acusam o Framboesa de serem cruéis com alguns atores, mas a verdade que muitos não querem ouvir é que o prêmio é uma forma de apoio. Tudo bem, um tapa na cara primeiro (pra acordar) e depois um apoio moral. Quando atores conhecidos e até Oscarizados são lembrados é porque a equipe da seleção deseja uma escolha melhor de projetos para o ator ou a atriz. Um ator que gostamos é o Nicolas Cage, que já ganhou o Oscar de Melhor Ator nos anos 90, mas convenhamos que ele fez péssimas escolhas nas décadas seguintes, mas de vez em quando ainda acerta. Outro exemplo que vem bem a calhar é Eddie Murphy, que após ser eleito o pior ator da década em 2010 pelo Framboesa, repensou a carreira e passou a escolher melhores projetos como Meu Nome é Dolemite.

SOBRE A 41ª EDIÇÃO DO FRAMBOESA

Toda vez que a lista de indicados ao Framboesa de Ouro é anunciada, a primeira sensação costuma ser de alívio por não ter visto quase nenhum dos filmes reconhecidos. Claro que seria ótimo ver todos esses filmes para criticar com propriedade, mas nessas horas que reforçamos o quão precioso é o nosso tempo. Muitos que estão lendo agora devem ter visto pelo menos um dos indicados a Pior Filme do Ano: 365 Dias, Absolute Proof, Dolittle, A Ilha da Fantasia ou Music. Aí lhe perguntamos: São tão ruins assim?

Chamamos a atenção para as duas indicações a Borat: Fita de Cinema Seguinte, que recentemente foi indicado a Melhor Filme no Sindicato de Produtores (PGA) e ganhou o Critics’ Choice de Atriz Coadjuvante. Achamos justa a indicação de Rudy Giuliani como Pior Ator Coadjuvante, porque aquele ser é realmente detestável, mas contestamos a indicação de Pior Dupla para ele e Maria Bakalova. Claro que a cena no quarto de hotel foi horrenda, mas no aspecto chocante do flagra, e por isso mesmo, Bakalova não merecia essa mancha no currículo. Entendemos a intenção do Framboesa, mas de alguma forma, acaba prejudicando a carreira da novata. Achamos bem difícil ele ganhar o Oscar, porque a Academia costuma fugir desse tipo de filme polêmico e de comédia, mas poderiam tê-la poupado.

E o que dizer desse 365 Dias? Parece que assumiu o posto de softporn deixado pela trilogia Cinquenta Tons de Cinza. No mês de seu lançamento na plataforma da Netflix, o filme polonês foi o mais visto pelo público brasileiro (que adora uma putaria rs), mas mal sabiam os atores que essa fama instantânea renderia indicações ao Framboesa. E vale lembrar que é o primeiro filme em língua estrangeira a ser indicado a Pior Filme, tornando-se um marco na história do prêmio. Já para a Netflix, cujo lema é “Falem mal, mas falem de mim”, deve ter comemorado mais uma propaganda para sua plataforma, que agora quer caçar usuários que estão compartilhando senhas. Quem não faz isso??

E quem disse que não há representatividade feminina no Framboesa? Enquanto Chloé Zhao, Emerald Fennell e Regina King estão bem reconhecidas na temporada, Barbara Bialowas (365 Dias) e Sia (Music) estão na lista de piores diretores, comprovando que a ascensão feminina cresce em todos os âmbitos. Ah! E nosso querido Ron Howard, que venceu o Oscar de David Lynch e Robert Altman em 2002 por Uma Mente Brilhante, recebe sua segunda indicação por Era uma Vez um Sonho após O Código Da Vinci em 2007.

VOTOS PESSOAIS

Das produções lançadas no ano 2020, incluiríamos: O Grito, Os Novos Mutantes, a animação A Caminho da Lua (que pode ser indicada ao Oscar) e o documentário O Dilema das Redes, que tem um ótimo tema mas extremamente pobre, apelativo e com péssimas dramatizações.

confira todos os indicados ao 41º Framboesa de Ouro:

PIOR FILME

365 Dias
Absolute Proof
Dolittle
A Ilha da Fantasia (Fantasy Island)
Music

PIOR ATOR

Robert Downey Jr. / Dolittle
Mike Lindell / Absolute Proof
Michele Morrone / 365 Dias
Adam Sandler / O Halloween do Hubie
David Spade / A Missy Errada

PIOR ATRIZ

Anne Hathaway / A Última Coisa que Ele Queria & Convenção das Bruxas
Katie Holmes / Brahms: O Boneco do Mal II & O Segredo: Ouse Sonhar
Kate Hudson / Music
Lauren Lapkus / A Missy Errada
Anna-Maria Sieklucka / 365 Dias

PIOR ATRIZ COADJUVANTE

Glenn Close / Era uma Vez um Sonho
Lucy Hale / A Ilha da Fantasia
Maggie Q / A Ilha da Fantasia
Kristen Wiig / Mulher-Maravilha 1984
Maddie Ziegler / Music

PIOR ATOR COADJUVANTE

Chevy Chase / The Very Excellent Mr. Dundee
Rudy Giuliani / Borat: Fita de Cinema Seguinte
Shia LaBeouf / The Tax Collector
Arnold Schwarzeneggar / Iron Mask
Bruce Willis / Breach, Hard Kill & Sobreviver à Noite

PIOR DUPLA NA TELA

Maria Bakalova & Rudy Giuliani / Borat: Fita de Cinema Seguinte
Robert Downey Jr. & seu sotaque galês nada convincente / Dolittle
Harrison Ford & aquele cachorro CGI totalmente falso / O Chamado da Floresta
Lauren Lapkus & David Spade / The Missy Errada
Adam Sandler & sua voz irritante / O Halloween do Hubie

PIOR DIRETOR

Charles Band / Todos os 3 filmes de Barbie & Kendra
Barbara Bialowas & Tomasz Mandes / 365 Dias
Stephen Gaghan / Dolittle
Ron Howard / Era uma Vez um Sonho
Sia / Music

PIOR ROTEIRO

365 Dias
Todos os 3 filmes de Barbie & Kendra
Dolittle
A Ilha da Fantasia
Era uma Vez um Sonho

PIOR REMAKE, CÓPIA OU SEQUÊNCIA

365 Dias
Dolittle
A Ilha da Fantasia
O Halloween do Hubie
Mulher-Maravilha 1984

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A cerimônia do Framboesa de Ouro acontecerá no dia 24 de Abril, um dia antes do Oscar.

Oscar 2014: Primeiríssima Previsão

Cedo demais para o Oscar 2014? Nem tanto. Se olharmos para os filmes que já estrearam, realmente não há grandes candidatos a Melhor Filme. Contudo, produções milionárias como Homem de Ferro 3, Homem de Aço, Além da Escuridão – Star Trek e Círculo de Fogo podem e devem preencher algumas indicações nas categorias mais técnicas do Oscar como Melhor Som, Efeitos Sonoros e Efeitos Visuais, uma “rotina” que tem se tornado cada vez mais comum, enquanto os possíveis principais candidatos ao Oscar estréiam no final do ano justamente com esse intuito de deixar os filmes mais frescos nas memórias dos votantes da Academia.

Como a maioria dos candidatos sequer estrearam, muitos palpites aqui são parte de previsões de alguns sites especializados como o Indiewire, além de um apanhado das seleções de festivais como o de Cannes e Berlim. Vale a pena lembrar que o Festival de Toronto (Canadá) tem sido um dos maiores termômetros para o Oscar. Nos últimos anos, os vencedores do prêmio People’s Choice Award foram indicados ou vencedores do Oscar de Melhor Filme: O Lado Bom da Vida, O Discurso do Rei, Preciosa e Quem Quer Ser um Milionário?. Este ano, o novo filme de David O. Russell, American Hustle, pode ser reconhecido em Toronto e praticamente garantir seu acesso ao prêmio da Academia.

Não podemos deixar de lado que há também aquelas produções que já nasceram candidatas ao Oscar, como é o caso de August: Osage County, adaptação de um livro vencedor do Pulitzer, que conta a saga da família Weston. Apesar do diretor inexperiente John Wells, convocaram atores que fazem a diferença e podem render indicações de atuação: Julia Roberts, Ewan McGregor, Chris Cooper, Abigail Breslin e Benedict Cumberbatch. Mas o fator determinante aqui são apenas dois: 1º É produzido por ninguém menos que Harvey Weinstein, o papa-Oscar. E 2º No elenco, tem ninguém menos que Meryl Streep, que pode bater seu próprio recorde de 17 indicações. Você achou que ela fosse sossegar depois de ganhar seu 3º Oscar? Nada disso! Meryl quer bater o recorde de Katharine Hepburn, vencedora de 4 estatuetas de atriz. E, ao que tudo indica, ela deve conquistar sua 18ª indicação, pois Violet Weston, sua personagem, é uma viciada em drogas com câncer (duas tragédias que costumam elevar o potencial de prêmios de atuação). Resta saber se seu papel é principal ou secundário. Veja uma das primeiras fotos de Meryl Streep caracterizada abaixo (a mulher tira de letra!):

Julia Roberts, Ewan McGregor e Meryl Streep em cena de August: Osage County

Julia Roberts, Ewan McGregor e Meryl Streep em cena de August: Osage County (photo by http://www.cinemagia.ro)

Outro que já nasceu com cheiro de premiação foi The Wolf of Wall Street, mais novo filme de Martin Scorsese. Depois de quase ter levado seu segundo Oscar com a bela produção de A Invenção de Hugo Cabret, ele volta à temática criminosa que marcou sua carreira. Desta vez, apóia-se na história verídica de Jordan Belfort, de sua ascensão no mundo dos acionistas até sua queda através de envolvimento com o crime, corrupção e polícia federal. Acredito que Scorsese busque uma história que envolva o mercado financeiro a fim de atingir a crise econômica que devastou os Estados Unidos em 2008.

E mais uma vez Leonardo DiCaprio protagoniza o filme. Trata-se de sua 5ª colaboração com o diretor. Posso estar enganado quanto à eficiência da aliança, mas não sei se o ator consegue atingir o nível de profundidade que Scorsese busca. Pelo tamanho do projeto e da credibilidade de seu diretor, DiCaprio deve ser indicado para Melhor Ator, mas a vitória em si deve levar mais alguns anos. Aos 39 de idade, o ator se mostra cada vez mais esforçado como em Django Livre, mas ainda peca no tom e no excesso.

Leonardo DiCaprio em The Wolf of Wall Street. Mais uma chance no Oscar?

Leonardo DiCaprio em The Wolf of Wall Street. Mais uma chance no Oscar?

O projeto de Scorsese pode ainda render indicações para os atores Matthew McConaughey e Jonah Hill como coadjuvantes, além dos mais corriqueiros como Montagem para Thelma Schoonmaker, Trilha Musical para Howard Shore e Fotografia para Rodrigo Prieto. Resta aguardar o resultado de sua bilheteria e a crítica.

Outro veterano, aliás, veteranoS que podem voltar a concorrer ao Oscar são os irmãos Coen. Em maio, os diretores participaram do último Festival de Cannes com Inside Llewyn Davis, reconhecido pelo Grande Prêmio do Júri. Trata-se de um filme sobre música, especificamente a folk dos anos 60 em Nova York, onde acompanhamos a trajetória do compositor Llewyn Davis.

Além da indicação quase certa de Roteiro Original, como se trata de uma produção de época, pode conquistar indicações para Fotografia (Bruno Delbonnel), Direção de Arte (Jess Gonchor) e Figurino (Mary Zophres). Após atuar nos últimos dois vencedores do Oscar de Melhor Filme (O Artista e Argo), John Goodman pode finalmente ser reconhecido por uma indicação através deste filme dos Coen.

Mas talvez a mais forte aposta seja a atuação de Oscar Isaac, que foi apontado pela mídia especializada como um dos que tem grandes chances de figurar na lista de indicados a Melhor Ator. Sua atuação foi bastante elogiada e, se for reconhecida por alguns prêmios de círculos norte-americanos, pode acabar no Globo de Ouro e no Oscar.

Oscar Isaac tem grandes chances para Melhor Ator por Inside Llewyn Davis (photo by www.OutNow.CH)

Oscar Isaac tem grandes chances para Melhor Ator por Inside Llewyn Davis (photo by http://www.OutNow.CH)

Em alta depois das indicações de seus últimos dois filmes, O Vencedor e O Lado Bom da Vida, o diretor e roteirista David O. Russell vem acumulando um total de 3 indicações sem vitória. Com seu novo filme, American Hustle, a história pode ser diferente.

David O. Russell: 3 indicações ao Oscar. Até o momento, nenhum vitória.

David O. Russell: 3 indicações ao Oscar. Até o momento, nenhum vitória.

Ele retoma a escalação de seus colaboradores como Robert De Niro e Bradley Cooper, podendo receber indicações com Christian Bale, Jennifer Lawrence, Amy Adams e Jeremy Renner. Apesar de todos os atores apresentarem visuais diferentes que merecem atenção, é inegável que Christian Bale se destaca por seu empenho em “desaparecer” no personagem. Bastante comprometido com seus papéis desde Psicopata Americano, O Operário e O Vencedor, Bale ganhou peso, mudou seu penteado radicalmente (ficou meio calvo) e alterou até sua postura. E por isso, é aposta certa para o Oscar 2014, provavelmente como Melhor Ator.

Amy Adams, Bradley Cooper. Jeremy Renner, Christian Bale

Indicados anteriormente: Amy Adams, Bradley Cooper e Jeremy Renner. Vencedores do Oscar: Christian Bale e Jennifer Lawrence. Todos sob direção de David O. Russell (photo by http://www.elfilm.com)

Existe outro filme que começa a ganhar força nos bastidores de Hollywood. Depois do sucesso de Preciosa, o diretor Lee Daniels passou a ganhar prestígio da ala afro-americana (não gosto de usar esse termo politicamente correto, mas tem gente sensível demais atualmente pra ouvir a palavra “negro”). Seu mais novo trabalho, O Mordomo da Casa Branca (The Butler), registra a história supostamente verídica do mordomo negro, Cecil Gaines, que trabalhou na Casa Branca servindo a oito presidentes e testemunhando acontecimentos históricos como a Guerra do Vietnã.

Lee Daniels: 1 indicação por Preciosa.

Lee Daniels: 1 indicação por Preciosa.

Forest Whitaker, que protagoniza o filme, está cotado para sua segunda indicação, e pode render indicações de coadjuvante para Vanessa Redgrave, Alan Rickman, Jane Fonda e principalmente Oprah Winfrey, cuja participação já é um forte lobby em si. Recentemente, ela confessou que teve grande receio de pagar outro mico na tela do cinema, uma vez que seu último filme, Bem-Amada (1998), foi um fracasso de bilheteria.

Mas, felizmente, ela não precisa se preocupar. O público alvo, formado por negros adultos, parece ter aceitado bem a idéia e já responde nas bilheterias americanas. O Mordomo da Casa Branca estreou nos EUA em 1º lugar com 24 milhões de dólares, números que impressionam para uma produção humilde de 25 milhões. Tamanho sucesso comercial deve impulsionar algumas indicações nas categorias principais como Melhor Filme e Diretor, uma vez que não houve diretor negro premiado na história da Academia.

Oprah Winfrey e Forest Whitaker em cena de The Butler

Oprah Winfrey e Forest Whitaker em cena de O Mordomo da Casa Branca (photo by http://www.blackfilm.com)

Se Leo DiCaprio, Oscar Isaacs e Whitaker se classificarem, terão forte competição pela frente. Temos Tom Hanks interpretando o capitão Richard Phillips, que sofreu ataque real de piratas somalianos em 2009 em Captain Phillips; Matthew McConaughey vivendo um aidético que luta contra a indústria farmacêutica em Dallas Buyers Club; o veterano Bruce Dern tendo seu talento redescoberto pelo diretor Alexander Payne em Nebraska, que lhe rendeu o prêmio de Melhor Ator no último Festival de Cannes; Chiwetel Ejiofor sendo o escravo da vez no novo filme do conceituado Steve McQueen, Twelve Years a Slave; e o carismático Robert Redford voltando em grande estilo em All is Lost, uma espécie de Náufrago mais moderno.

E se a Academia estiver disposta a recompensar um jovem talento, Michael B. Jordan pode receber sua primeira indicação por Fruitvale Station, uma produção independente que vem seguindo os passos do bem-sucedido Indomável Sonhadora ao conquistar prêmio no Festival de Sundance e ser selecionado em Cannes. Além disso, conta com a ajuda excepcional da Weinstein Company,  que já se comprometeu a distribuir o filme nos EUA e fazer o lobby costumeiro.

Michael B. Jordan no Festival de Cannes e no pôster do filme (photo by www.fruitvalefilm.com)

Michael B. Jordan no Festival de Cannes e no pôster do filme (photo by http://www.fruitvalefilm.com)

Ao contrário dos anos anteriores, a categoria de Melhor Atriz finalmente pode contar com cinco vencedoras do Oscar. Além de Meryl Streep, a australiana Cate Blanchett está encaminhando sua 6ª indicação através do novo filme de Woody Allen, Blue Jasmine, no qual vive a socialite falida Jasmine. Vencedora do Oscar de coadjuvante por O Aviador em 2005, a Academia sente que deve um Oscar de atriz principal para Blanchett, considerada uma das maiores intérpretes do cinema atual. Sally Hawkins e Alec Baldwin podem ser reconhecidos como coadjuvantes, e Woody Allen como roteirista em sua 16ª indicação.

Cate Blanchett em Blue Jasmine (photo by www.OutNow.CH)

Cate Blanchett em Blue Jasmine (photo by http://www.OutNow.CH)

Na mesma linha, a experiente Judi Dench pode ter mais uma chance de conquistar o Oscar de Melhor Atriz. Com um total de seis indicações, ela ganhou apenas uma vez como coadjuvante por Shakespeare Apaixonado (1998), com uma atuação de 8 minutos. Sob direção de Stephen Frears, Judi Dench interpreta uma senhora que procura por seu filho, que foi tirado dela há décadas quando foi forçada a entrar num convento em Philomena.

Os especialistas colocaram Kate Winslet pelo novo filme de Jason Reitman, Labor Day, outros colocaram Sandra Bullock como forte concorrente por Gravidade, filme sobre acidente espacial do mexicano Alfonso Cuarón. O retorno de Winslet ao Oscar seria bem-vindo, pois a Academia gosta de resgatar seus premiados para afastar a sina de maldição do Oscar, mas no caso de Bullock, não creio que suas chances sejam tão boas pelo histórico do gênero.

Sumida do Oscar desde 1996, a inglesa Emma Thompson pode ter seu retorno triunfal com Saving Mr. Banks, no qual interpreta P.L. Travers, autora do livro que deu origem ao clássico musical Mary Poppins (1964). Ao ver o trailer, é possível deduzir que a atuação de Thompson apresentará alguns trejeitos de Julie Andrews. Como o filme pode render indicações para Roteiro Original e Ator Coadjuvante para Tom Hanks (interpretando Walt Disney), Saving Mr. Banks deve figurar entre os candidatos a Melhor Filme. O diretor John Lee Hancock teve seu último trabalho indicado a Melhor Filme em 2010: Um Sonho Possível.

Tom Hanks e Emma Thompson em Saving Mr. Banks.

Tom Hanks (como Walt Disney) mostra o parque Disneyland para a escritora P.L. Travers (Emma Thompson) em Saving Mr. Banks (photo by http://www.disney.com)

E como a Academia tem uma paixão por realeza, as atrizes Nicole Kidman e Naomi Watts podem concorrer por seus papéis de Princesa Grace Kelly e Princesa Diana em Grace of Monaco e Diana, respectivamente. Enquanto Kidman trabalha com Olivier Dahan, que conquistou o Oscar de Atriz para Marion Cotillard por Piaf – Um Hino ao Amor, Watts atua sob direção do alemão Oliver Hirschbiegel (A Queda! As Últimas Horas de Hitler) na tentativa de distrinchar aqueles dias polêmicos em que Lady Di tinha um amante. Em termos de caracterização, Naomi Watts sai um pouco na frente, mas ambas aparentam ter pouco trabalho de maquiagem, ao contrário de Meryl Streep em A Dama de Ferro, por exemplo. Mas o que realmente conta é a atuação e a carga dramática que as atrizes imprimem nos filmes. Vamos torcer por boas atuações!

À esquerda, Grace Kelly. Nicole Kidman enfrenta dura desafio de trazer a princesa e atriz de volta à vida em Grace of Monaco (photo by mamamia.au)

À esquerda, Grace Kelly. Nicole Kidman enfrenta dura desafio de trazer a princesa e atriz de volta à vida em Grace of Monaco (photo by mamamia.com.au)

Naomi Watts (à direita) reproduz os mesmos gestos de Princesa Diana em Diana (photo by eonline.com)

Naomi Watts (à direita) reproduz os mesmos gestos de Princesa Diana em Diana (photo by eonline.com)

Indo na cola do sucesso de Bastardos Inglórios, o novo filme do diretor George Clooney, The Monuments Men, também retoma a Segunda Guerra Mundial ao contar a história de um grupo de historiadores de Arte que busca resgatar importantes obras de arte dos nazistas antes que Hitler as destrua. Por se tratar de uma aventura mais cômica, talvez a produção não seja bem cotada para os prêmios principais do Oscar, mas como Clooney tem boa reputação e seu elenco é super qualificado, pode surpreender na reta final. Apesar de contar com Matt Damon, Bill Murray, Jean Dujardin, John Goodman e do próprio George, a atuação mais comentada (pra variar) é de Cate Blanchett, que capricha no sotaque e pode conquistar indicação de coadjuvante.

Ao centro: John Goodman, George Clooney e Matt Damon checam as obras roubadas em The Monuments Men (photo by www.outnow.ch)

Ao centro: John Goodman, George Clooney e Matt Damon checam as obras roubadas em The Monuments Men (photo by http://www.outnow.ch)

Aliás, nas categorias de coadjuvantes, algumas performances já merecem destaque, como a transformação de Jared Leto num travesti (ou transsexual) no drama sobre HIV, Dallas Buyers Club. O jovem ator, que ficou conhecido como o filho drogado da personagem de Ellen Burstyn em Réquiem Para um Sonho (2000), também emagreceu consideravelmente para o papel. Contudo, nem sempre a Academia está disposta a premiar papéis nada conservadores.

Indicado por Minhas Mães e Meu Pai em 2011, Mark Ruffalo vai na contramão e engorda para o papel. Na verdade, ele ganha massa muscular para viver o campeão olímpico de wrestling, Dave Schultz, assassinado pelo esquizofrênico John duPont, interpretado por Steve Carell, que usa um nariz prostético para incorporar o personagem em Foxcatcher, do diretor Bennett Miller de Capote.

Seguindo o sucesso do nariz prostético de Nicole Kidman em As Horas, Steve Carell repete o feito em Foxcatcher

Seguindo o sucesso do nariz prostético de Nicole Kidman em As Horas, Steve Carell repete o feito em Foxcatcher (photo by http://www.digitalspy.com)

Já na corrida da ala feminina, as vencedoras do Oscar Cate Blanchett, Jennifer Lawrence, Vanessa Redgrave e Octavia Spencer podem figurar na lista final novamente. Previamente indicadas mas sem vitória, Oprah Winfrey, Laura Linney, Catherine Keener, Carey Mulligan, Kristin Scott Thomas e Amy Adams têm novas oportunidades de ganhar, especialmente Amy Adams que, além de ter duas atuações de destaque em 2013 (American Hustle e Her), participou no sucesso comercial Homem de Aço, e já foi indicada 4 vezes como coadjuvante e nunca levou a estatueta.

Vale lembrar que como boa parte dos filmes sequer estrearam, as atuações podem variar entre atores principais e coadjuvantes, fato que depende também do lobby das distribuidoras como a Weinstein Company. Ao longo dos próximos meses, postarei mais previsões e premiações que consolidem a corrida para o Oscar 2014, cujas indicações serão anunciadas no dia 16 de janeiro. Confira as apostas:

MELHOR FILME
– The Wolf of Wall Street
– The Monuments Men
– Twelve Years a Slave
– Saving Mr. Banks
– August: Osage County
– Inside Llewyn Davis
– Gravidade (Gravity)
– American Hustle
– Captain Phillips
– Fruitvale Station
– Blue Jasmine
– All Is Lost
– Foxcatcher
– O Conselheiro do Crime (The Counselor)
– Labor Day
– Mandela: Long Walk To Freedom
– Rush: No Limite da Emoção (Rush)
– O Quinto Poder (The Fifth Estate)
– Out of the Furnace
– Dallas Buyers Club
– Nebraska
– The Past
– O Mordomo (The Butler)
– Os Suspeitos (Prisoners)

MELHOR DIRETOR


– George Clooney (The Monuments Men)
– Joel Coen e Ethan Coen (Inside Llewyn Davis)
– Lee Daniels (O Mordomo)
– Paul Greengrass (Captain Phillips)
– Steve McQueen (Twelve Years a Slave)
– Bennett Miller (Foxcatcher)
– Alexander Payne (Nebraska)
– David O. Russell (American Hustle)
– Martin Scorsese (The Wolf of Wall Street)
– Ridley Scott (O Conselheiro do Crime)
– Alfonso Cuarón (Gravidade)
– John Wells (August: Osage County)
– Ryan Coogler (Fruitvale Station)
– Spike Jonze (Her)
– Jason Reitman (Labor Day)
– Ron Howard (Rush: No Limite da Emoção)
– J.C. Chandor (All is Lost)
– Bill Condon (O Quinto Poder)
– Denis Villeneuve (Os Suspeitos)

MELHOR ATOR

– Christian Bale (American Hustle)
– Steve Carell (Foxcatcher)
– Benedict Cumberbatch (O Quinto Poder)
– Bruce Dern (Nebraska)
– Leonardo DiCaprio (The Wolf of Wall Street)
– Idris Elba (Mandella: Long Walk to Freedom)
– Chiwetel Ejiofor (Twelve Years a Slave)
– Michael Fassbender (O Conselheiro do Crime)
– Ralph Fiennes (The Invisible Woman)
– Colin Firth (The Railway Man)
– Tom Hanks (Captain Phillips)
– Oscar Isaac (Inside Llewyn Davis)
– Michael B. Jordan (Fruitvale Station)
– Joaquin Phoenix (Her)
– Ben Stiller (The Secret Life of Walter Mitty)
– Matthew McConaughey (Dallas Buyers Club)
– Ashton Kutcher (jOBS)
– Ethan Hawke (Antes da Meia-Noite)
– Robert Redford (All is Lost)
– Hugh Jackman (Os Suspeitos)

MELHOR ATRIZ

– Cate Blanchett (Blue Jasmine)
– Judi Dench (Philomena)
– Meryl Streep (August: Osage County)
– Emma Thompson (Saving Mr. Banks)
– Sandra Bullock (Gravidade)
– Amy Adams (American Hustle)
– Naomi Watts (Diana)
– Nicole Kidman (Grace of Monaco)
– Julia Roberts (August: Osage County)
– Julie Delpy (Antes da Meia-Noite)
– Marion Cotillard (The Immigrant)
– Bérénice Bejo (The Past)
– Kate Winslet (Labor Day)
– Jessica Chastain (The Disappearance of Eleanor Rigby)
– Jennifer Lawrence (Serena)
– Samantha Morton (Decoding Annie Parker)
– Felicity Jones (The Invisible Woman)
– Elizabeth Olsen (Therese Raquin)
– Greta Gerwig (Frances Ha)
– Rooney Mara (Ain’t Them Bodies Saints)

MELHOR ATOR COADJUVANTE

– Casey Affleck (Out of Furnace)
– Alec Baldwin (Blue Jasmine)
– Javier Bardem (O Conselheiro do Crime)
– Josh Brolin (Labor Day)
– Daniel Brühl (Rush: No Limite da Emoção)
– George Clooney (Gravidade)
– Bradley Cooper (American Hustle)
– Michael Fassbender (Twelve Years a Slave)
– Harrison Ford (42: A História de uma Lenda)
– Ben Foster (Ain’t Them Bodies Saints)
– John Goodman (Inside Llewyn Davis)
– Tom Hanks (Saving Mr. Banks)
– Woody Harrelson (Out of Furnace)
– Jonah Hill (The Wolf of the Wall Street)
– Phillip Seymour Hoffman (A Most Wanted Man)
– Jared Leto (Dallas Buyers Club)
– Matthew McConaughey (Amor Bandido)
– Matthew McConaughey (The Wolf of the Wall Street)
– Jeremy Renner (American Hustle)
– Mark Ruffalo (Foxcatcher)
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE

– Amy Adams (American Hustle)
– Amy Adams (Her)
– Cate Blanchett (The Monuments Men)
– Viola Davis (Os Suspeitos)
– Cameron Diaz (O Conselheiro do Crime)
– Jennifer Garner (Dallas Buyers Club)
– Naomie Harris (Mandela: Long Walk to Freedom)
– Sally Hawkins (Blue Jasmine)
– Catherine Keener (Captain Phillips)
– Jennifer Lawrence (American Hustle)
– Laura Linney (O Quinto Poder)
– Margot Martindale (August: Osage County)
– Carey Mulligan (Inside Llewyn Davis)
– Lupita Nyong’o (Twelve Years a Slave)
– Vanessa Redgrave (Foxcatcher)
– Zoe Saldana (Out of the Furnace)
– Octavia Spencer (Fruitvale Station)
– June Squibb (Nebraska)
– Kristin Scott Thomas (The Invisible Woman)
– Oprah Winfrey (O Mordomo)

NOTA IMPORTANTE: No dia 26 de setembro, a Sony Pictures Classics decidiu adiar a estréia de Foxcatcher para 2014, abandonando a corrida para o Oscar. A nobre intenção é conceder mais tempo ao diretor Bennett Miller para a finalização do filme. Poucos dias atrás, a Weinstein Co. também transferiu Grace of Monaco, estrelado por Nicole Kidman, para o ano seguinte. Mas lembrando que as datas ainda podem sofrer alterações até o final do ano, caso surjam boas oportunidades de encaixe.

Foxcatcher: Estréia adiada e ausência no Oscar 2014.

Foxcatcher: Estréia adiada e ausência no Oscar 2014.

Prévia do Oscar 2013: Ator Coadjuvante

O último vencedor da categoria, Christopher Plummer, por Toda Forma de Amor.

Criada em 1937, a categoria de Melhor Ator Coadjuvante passou a suprir a demanda de atores hollywoodianos que mereciam reconhecimento, mesmo não estrelando uma produção. O maior vencedor foi o americano Walter Brennan, que levou para casa três vezes o prêmio por Meu Filho é Meu Rival (1936), Kentucky (1938) e A Última Fronteira (1940). Normalmente, vence aquele que tem um papel que costuma roubar a cena, como aconteceu com Sean Connery em Os Intocáveis (1987) ou Christoph Waltz em Bastardos Inglórios (2009). A categoria, que antes era considerada menos importante, passou a ganhar relevância quando atores do quilate de Walter Huston (O Tesouro de Sierra Madre, 1948), George Sanders (A Malvada, 1950), Jack Lemmon (Mister Roberts, 1955) e Peter Ustinov (Spartacus, 1960) se sagraram vencedores.

Vencedor de três Oscars de coadjuvante: Walter Brennan. Além de ter atuado em muitos westerns, trabalhou com grandes atores como Humphrey Bogart, Lauren Bacall, Gary Cooper e John Wayne.

Nas últimas décadas, as categorias de coadjuvante serviram como reduto de atores renomados. Nos bastidores, a estratégia da Academia seria de compensar atores de peso que não ganharam em oportunidades prévias. Claro que oficialmente, ninguém vai confirmar essa informação, mas a vitória de Morgan Freeman por Menina de Ouro em 2005 é um exemplo disso, pois o ator fora indicado em outras três vezes, mas nunca levou a estatueta. Essa leitura da premiação acredita que as chances de ele levar Melhor Ator (principal) nos próximos anos seriam pequenas e que, por isso, sua vitória como coadjuvante seria uma forma de garantir que Freeman encerre sua carreira como vencedor do Oscar.

Morgan Freeman em Menina de Ouro: Oscar de coadjuvante. Antes tarde do que nunca?

Com certeza, muitos fãs de Morgan Freeman vão discordar dessa opinião, mas as mesmas pessoas sabem que ele mereceu mais por Conduzindo Miss Daisy ou Um Sonho de Liberdade. Particularmente, sou contra esse sistema de compensação, pois pode desbancar a melhor performance do ano que, nesse ano, deveria ter ido para Thomas Haden Church (Sideways – Entre Umas e Outras) ou Clive Owen (Closer – Perto Demais).

Claro que adoraria ver atores veteranos e consagrados ganhando o Oscar pela primeira vez como aconteceu com Christopher Plummer este ano, mas nem sempre a maré está a favor deles. Nesses casos, existe o Oscar Honorário, que costuma premiar profissionais do cinema que nunca tiveram a oportunidade de levar a estatueta pra casa. Vencedores recentes atestam: James Earl Jones, Eli Wallach, Lauren Bacall e o compositor italiano Ennio Morricone, todos foram previamente indicados mas nunca venceram nas respectivas categorias.

Este ano, temos fortes candidatos vencedores do Oscar. Alan Arkin, Robert De Niro, Philip Seymour Hoffman, Russell Crowe e Tommy Lee Jones podem voltar ao tapete vermelho como indicados. O retorno mais triunfal seria o de Robert De Niro, que teve sua época de glória nas décadas de 70, 80 e 90, mas que não figura na lista há vinte anos (!). Tem também indicados prévios, mas que nunca ganharam e agora podem ter a chance de ouro como Leonardo DiCaprio, que concorreu três vezes, e em 2013, pode finalmente passar para o time dos Academy Award Winners.

Apesar de ainda estar cedo para favoritismos, Robert De Niro está na frente pelo sucesso de Silver Linings Playbook. O filme de David O. Russell vem arrancando aplausos pelos festivais que passa, especialmente o de Toronto (Canadá), de onde saiu com o prêmio People’s Choice Award. Particularmente, mesmo que ainda não tenha conferido sua performance, gostaria que esse retorno de De Niro fosse coroado para que sirva de incentivo ao ator para escolher projetos mais ousados e não somente pelo alto cachê, como vinha fazendo nas últimas duas décadas. Contudo, Philip Seymour Hoffman pode ser a pedra no meio do caminho com sua presença magnética no novo filme de Paul Thomas Anderson, The Master, que já lhe rendeu o prêmio Volpi Cup de Melhor Ator (juntamente com Joaquin Phoenix) no último Festival de Veneza.

Alan Arkin em Argo

ALAN ARKIN (Argo)

Muita gente conhece Alan Arkin como o vovô maconheiro e tutor da pequena Olive de Pequena Miss Sunshine, papel pelo qual ele ganhou seu único Oscar em 2007, batendo o favorito Eddie Murphy de Dreamgirls, mas este ator americano de 78 anos é um veterano em Hollywood, tendo participado de alguns clássicos como a comédia de guerra de Norman Jewison, Os Russos Estão Chegando! Os Russos Estão Chegando! (1966) e no suspense Um Clarão nas Trevas (1967), ao lado de Audrey Hepburn. Chegou a atuar no filme brasileiro indicado ao Oscar de Filme Estrangeiro, O que é isso, Companheiro? (1997), de Bruno Barreto.

Nessa idade e já com um Oscar em casa, alguns críticos já aposentavam Alan Arkin, mas com Argo, ele prova que tem muito ainda a ensinar e mostrar. Ele interpreta o produtor de Hollywood, Lester Siegel, que ajuda o maquiador John Chambers na missão de vender um filme fictício para encobrir a saída de seis americanos do Irã durante a Revolução Iraniana em 1980. Ao lado de John Goodman, que vive Chambers, Alan Arkin rouba a cena com seu humor escrachado repleto de palavrões, muito semelhante ao revoltado vovô de Miss Sunshine.

É claro que o fato de Arkin já ter ganhado o Oscar recentemente implica em perda de pontos na corrida, afinal os votantes certamente consideram o histórico do ator. Mas se os votos se dividirem entre Robert De Niro e Philip Seymour Hoffman, Alan Arkin viria logo em seguida para roubar a cena na cerimônia.

Russell Crowe em Les Misérables

RUSSELL CROWE (Les Miserábles)

Depois de um início fenomenal em seus primeiros anos de Hollywood com três indicações ao Oscar, Russell Crowe deu uma relaxada. Quer dizer, ainda trabalha em projetos ambiciosos e com diretores consagrados como Ridley Scott e Peter Weir, mas suas atuações deram uma estabilizada. Em O Informante, Crowe engordou para interpretar Jeffrey Wigand. Já em Gladiador, ganhou massa muscular e fez cara de mau. A Academia reconheceu oficialmente seu esforço, premiando-o com o Oscar de Melhor Ator em 2001 pelo épico Gladiador.

Talvez, com esta adaptação musical do clássico literário de Victor Hugo, Russell Crowe volte aos holofotes pelas performances na tela, e não pelos escândalos de porrada em papparazzi ou que bateu na pobre esposa. Na mega-produção, o ator neozelandês dá vida ao Inspetor Javert, que fica na cola do protagonista Jean Valjean (Hugh Jackman).

Particularmente, nunca ouvi nenhuma faixa da banda australiana de Russell Crowe, 30 Odd Foot of Grunts. Mas pelos comentários, vale aquele bom e velho ditado: “Como cantor, Russell Crowe é um ótimo ator”. E pelo que me informei, não há playbacks nas canções, tanto que os atores cantavam ao vivo no set usando um fone que tocava piano para manter o ritmo. A música era acrescentada na montagem final. Será que Crowe se saiu bem ou todo mundo aplaudia por educação e com medo de levar um soco? Só vendo mesmo, mas se ele não se saiu no mínimo bem, esquece a indicação…

Robert De Niro em cena de Silver Linings Playbook

ROBERT DE NIRO (Silver Linings Playbook)

Que Robert De Niro não precisa provar mais nada pra ninguém, isso todo mundo já sabe. Afinal, não é qualquer ator que fez Taxi Driver (1976), O Poderoso Chefão: Parte II (1974), Touro Indomável (1980), Os Bons Companheiros (1990) e aterrorizou como o presidiário Max Cady em Cabo do Medo (1991). Tem dois Oscars na bagagem, mas um terceiro pode estar por vir.

Com Silver Linings Playbook, o veterano de Hollywood pode ressuscitar na temporada de prêmios. Ele faz o pai protetor e conselheiro de Pat (Bradley Cooper), que acaba de sair de uma instituição psicológica depois de pegar sua mulher traindo. Pelo trailer, já é possível ver que De Niro já se desvencilha da típica atuação de mafioso ou gângster que praticamente impregnou sua pele, crédito do ótimo diretor de atores David O. Russell.

O retorno de Robert De Niro aos bons papéis era há muito aguardada, pois o ator passou por duas décadas de filmes medianos e alguns claramente para poder pagar as contas como a comédia As Aventuras de Rocky & Bullwinkle (podem falar o que quiser do filme, mas está nítido que o contrato foi gordo).

Aí você vai se perguntar: “Mas se o De Niro já tem dois Oscars, por que ele ganharia um terceiro?”. Realmente, se levarmos em consideração o histórico vitorioso, existem outros atores da nova geração que são tão merecedores quanto ele. Mas Hollywood e sua comunidade admiram Robert De Niro e gostariam de vê-lo no topo depois de tanto tempo. Muitos acreditam que o grande ator ainda existe, mas que não teve as devidas oportunidades nas últimas duas décadas. Infelizmente, só vamos poder comprovar o potencial do papel em fevereiro, quando está prevista a estréia no Brasil.

Leonardo DiCaprio em Django Livre

LEONARDO DiCAPRIO (Django Livre)

Desde que estrelou Titanic como o pobretão galã Jack e se tornou pôster de milhões de quartos de menininhas, Leo DiCaprio decidiu virar o disco e se tornar um ator de respeito. Sua tática era formar parcerias com profissionais consagrados como forma de aprendizado e se destacar como ator e não apenas ídolo teen. Como cinéfilo, admiro bastante sua disposição para mover montanhas, mas ainda não me convenci de que ele é um bom ator. DiCaprio é esforçado: aprendeu o sotaque sul-africano para filmar Diamante de Sangue, tomou uma nova aparência mais nojenta em O Aviador e mais velha em J. Edgar, mas ainda não apresenta algumas nuances e tonalidade de voz diferenciada. Ele precisa trabalhar mais o interior do que o exterior. Pode-se dizer que Leonardo DiCaprio é um diamante bruto que precisa ser esculpido.

Creio que o diretor Martin Scorsese também pensou o mesmo a respeito dele. Contratou-o para filmar Gangues de Nova York (2002), O Aviador (2004), Os Infiltrados (2006) e A Ilha do Medo (2010). Claro que depois do curso intensivo de Scorsese, Leo ficou melhor, tanto que conseguiu mais duas indicações ao Oscar (a primeira foi aos 19 anos como coadjuvante por Gilbert Grape – Aprendiz de um Sonhador) por O Aviador e Diamante de Sangue.

Agora, em sua primeira participação num filme de Quentin Tarantino, as esperanças se renovam, ainda mais que o diretor conseguiu um Oscar de coadjuvante para Christoph Waltz em Bastardos Inglórios há dois anos. No western Django Livre, Leonardo DiCaprio interpreta o vilão, no caso, o proprietário de terras brutal de Mississipi, Calvin Candie, que tem posse da mulher do herói Django (Jamie Foxx). As expectativas sempre são altas quando se fala de um filme de Tarantino. Espera-se que a performance de DiCaprio também esteja no mesmo nível.

John Goodman em Argo

JOHN GOODMAN (Argo)

Para o público brasileiro em geral, John Goodman ficou marcado por viver Fred Flinstone nos cinemas e dar sua voz ao personagem Sully na animação Monstros S.A.. Chegou a cantar a canção “If I Didn’t Have You”, que venceu o Oscar para Randy Newman em 2002. Mas para os cinéfilos de carteirinha, o ator robusto ficará marcado eternamente pelo papel de Walter Sobchak, o sem-noção traumatizado da Guerra do Vietnã na comédia de humor negro O Grande Lebowski (1998), dos irmãos Coen.

De lá pra cá, além das participações nos filmes dos Coen, Goodman tem sido escalado para papéis menores que exigem uma presença de tela. Foi assim no blockbuster Speedy Racer, na comédia Os Delírios de Consumo de Becky Bloom e no último vencedor do Oscar, O Artista. Com o sucesso de Argo, espera-se que ele finalmente consiga sua primeira indicação ao Oscar e consequentemente, melhores ofertas de papéis.

No filme de Ben Affleck, John Goodman se destaca em todas as cenas em que aparece como o maquiador de Hollywood, John Chambers. É realmente uma pena que seu personagem não tenha mais tempo de tela, porque sua atuação merecia mais alguns minutos. Apesar da curta duração, uma indicação a Goodman se mostra bastante plausível devido ao reconhecimento da figura de Chambers com um Oscar Honorário pelas próteses inovadoras de O Planeta dos Macacos (1968).

Philip Seymour Hoffman em The Master

PHILIP SEYMOUR HOFFMAN (The Master)

Philip Seymour Hoffman começou a atuar em filmes no começo dos anos 90. Felizmente, nunca foi do tipo galã, então teve que ralar bastante para conquistar seu lugar ao sol. Mesmo em papéis menores, teve oportunidade de conhecer e atuar com grandes atores como Paul Newman, Al Pacino, James Woods e Ellen Burstyn, buscando construir seu próprio estilo de interpretação. Na maioria de seus trabalhos, percebe-se que Hoffman prioriza a atuação mais contida, mesmo com seu trabalho premiado pela Academia em Capote (2005), em que teve que copiar alguns trejeitos típicos do romancista Truman Capote, ele procurou reprimir a sexualidade de seu personagem.

Além do aprendizado com referências de Hollywood, outro fator notável na carreira de Hoffman foi o início de uma parceria forte com o jovem cineasta norte-americano Paul Thomas Anderson que, aos 26 anos, realizou seu primeiro longa, Jogada de Risco (1996). Com o diretor, Philip Seymour Hoffman voltou a trabalhar em Boogie Nights – Prazer Sem Limites (1997), Magnólia (1999), Embriagado de Amor (2002) e agora no tão aguardado The Master, no qual dá vida ao filósofo carismático Lacaster Dodd, que seria baseado na figura do criador da Cientologia, L. Ron Hubbard.

Pelo filme, Philip Seymour Hoffman já ganhou o Volpi Cup de Melhor Ator (compartilhado com seu colega Joaquin Phoenix) no último Festival de Veneza, de onde Paul Thomas Anderson também saiu premiado como Melhor Diretor. Hoffman já foi indicado três vezes ao Oscar: Melhor Ator por Capote (2005), Melhor Ator Coadjuvante por Jogos do Poder (2007) e Dúvida (2008), tendo levado pelo primeiro.

Tommy Lee Jones em Lincoln

TOMMY LEE JONES (Lincoln)

Muita gente conhece Tommy Lee Jones como o agente K da trilogia de Homens de Preto, que com sua expressão de pedra, contrabalanceou muito bem com o humor mais extrovertido de Will Smith. Contudo, Jones já possui uma extensa filmografia, que começou lá em 1970 no bem-sucedido romance Love Story – Uma História de Amor, num papel menor. Apesar de ganhar notoriedade ao atuar ao lado de Sissy Spacek na biografia da cantora country Loretta Lynn em 1980, Tommy Lee Jones só teve seu talento reconhecido nos anos 90, quando trabalhou com Oliver Stone no aclamado JFK – A Pergunta que Não Quer Calar e no polêmico Assassinos por Natureza. Em 1995, ganhou seu único Oscar de coadjuvante pelo thriller policial O Fugitivo, no qual interpreta o agente do FBI Samuel Gerard que tem a missão de perseguir Kimble (Harrison Ford), acusado de matar sua própria esposa.

Como muitos atores, Tommy desfrutou de seu sucesso tardio em Hollywood e assinou contrato para alguns filmes blockbusters como o fraco Volcano (1997) e no carnavalesco Batman Eternamente (1995), em que deu vida ao vilão Duas-Caras. Mais recentemente, estrelou o western pós-moderno dos irmãos Coen, Onde os Fracos Não Têm Vez (2007), foi indicado ao Oscar pela atuação no policial No Vale das Sombras (2007) e em 2005, ganhou o prêmio de ator no Festival de Cannes pelo ótimo Três Enterros, primeiro longa sob sua direção.

2012 foi um ano cheio para Tommy Lee Jones. Quatro produções em que participou estrearam este ano: Lincoln, Homens de Preto 3, Emperor e Um Divã Para Dois. Além do sucesso comercial de Homens de Preto 3, sua atuação na comédia romântica Um Divã Para Dois ao lado de Meryl Streep já havia chamado a atenção da crítica, o que certamente aumenta as chances de indicação pelo filme político de Steven Spielberg. Em Lincoln, ele interpreta o vice-presidente abolicionista Thadeus Stevens, que tem suma-importância como o braço direito do presidente. Na grande produção de época de Spielberg, existem vários bons atores em papéis secundários como David Strathairn, Jackie Earle Haley, John Hawkes, Joseph Gordon-Levitt, James Spader e Hal Holbrook, mas pelas críticas, Tommy Lee Jones deve representar todo o elenco secundário masculino no Oscar.

William H. Macy em The Sessions

WILLIAM H. MACY (The Sessions)

Este ator franzino norte-americano parece ter nascido para papéis secundários. Hollywood nunca lhe deu uma real oportunidade de protagonista, mas já trabalhou com diretores renomados como Woody Allen (A Era do Rádio e Neblina e Sombras), Rob Reiner (Fantasmas do Passado), Paul Thomas Anderson (Boogie Nights – Prazer Sem Limites e Magnólia), Barry Levinson (Mera Coincidência) e os irmãos Coen (Fargo), pelo qual conseguiu sua única indicação ao Oscar, como coadjuvante, claro. Na TV, William H. Macy teve mais sorte ao estrelar o filme televisivo De Porta em Porta, no qual se destaca como o vendedor ambulante com problemas mentais Bill Porter.

Casado com a atriz Felicity Huffman, da série de TV Desperate Housewives, William H. Macy tem enorme carinho por colegas de trabalho, pois costuma emprestar seu carisma para seus papéis. Desta vez, ele interpreta um padre, que enfrenta uma questão eticamente controversa. No filme independente The Sessions, seu amigo e fiel Mark O’Brien (John Hawkes) tem condições médicas delicadas e pouco tempo de vida, o que o leva a querer perder sua virgindade antes que o pior aconteça. Como padre e conselheiro, ele tenta guiar Mark pelo melhor caminho sem afetar sua fé.

No último Festival de Sundance, o filme ganhou o prêmio de público e um reconhecimento especial do júri pela atuação do elenco todo. Dependendo de como vai se sair entre os prêmios da crítica americana como o National Board of Review, New York Film Critics Circle e o Los Angeles Film Critics Association, William H. Macy tem boas chances de aparecer na lista de Melhor Ator Coadjuvante em 2013. Seria sua segunda indicação ao Oscar.

Matthew McConaughey em Magic Mike

MATTHEW McCONNAUGHEY (Magic Mike)

Galã de segunda linha, Matthew McConnaughey costuma estrelar comédias românticas com atrizes regulares como Sarah Jessica Parker e Kate Hudson, tanto que o público feminino o conhece como o conquistador de Como Perder um Homem em 10 Dias (2003). Mas de vez em quando, o ator decide participar de alguns projetos mais ambiciosos como a ficção científica Contato (1997), o filme de época de Spielberg, Amistad (1997) e ganhou certo prestígio ao interpretar advogados em Tempo de Matar (1996) e em O Poder e a Lei (2011).

Trabalhando com o diretor Steven Soderbergh (vencedor do Oscar por Traffic) em Magic Mike, McConnaughey faz o papel de Dallas, um veterano do mundo do striptease masculino no clube de mulheres. Ele rouba a cena ao passar seus ensinamentos eróticos para o jovem Mike (Channing Tatum) e, claro, em seus shows que levam as mulheres ao delírio.

Com tantas performances boas nessa categoria, McConnaughey corre por fora nessa competição. Contudo, como a maioria dos relacionados já foi indicada ou ganhou um Oscar, existe uma possibilidade do ator ser o único a conquistar a primeira indicação. A votantes femininas podem dar uma mãozinha.

 

POSSÍVEIS SURPRESAS

As categorias de coadjuvante costumam ser as mais imprevisíveis. Na reta final, surge alguém para roubar a vaga garantida de outro ator. Este ano, o veterano sueco Max von Sydow (Tão Forte e Tão Perto) foi a surpresa, passando uma rasteira em Albert Brooks (Drive) e Armie Hammer (J. Edgar), ambos indicados ao Globo de Ouro e SAG Awards, respectivamente. Alguns sites como IndieWire, colocaram alguns nomes que podem figurar como supresa na lista final. Confira:

– Javier Bardem (007 – Operação Skyfall)

– Don Cheadle (Flight)

– James D’Arcy (Hitchcock)

– Michael Fassbender (Prometheus)

– James Gandolfini (O Homem da Máfia)

– Dwight Henry (Indomável Sonhadora)

– Hal Holbrook (Promised Land)

– Ewan McGregor (O Impossível)

– Ian McKellen (O Hobbit – Uma Jornada Inesperada)

– Guy Pearce (Os Infratores)

Também considero baixas as possibilidades desses atores entrarem na lista, mas adoraria ver Michael Fassbender ser incluso de última hora por Prometheus, uma vez que o ator alemão já merecia uma indicação este ano pelo drama independente Shame. Além de seu ciborgue David ser muito convincente e deixar todo o resto do elenco no chão, ele demonstra a calma na fala mansa e pausada, e ainda empresta um carisma que às vezes se mostra mais humano do que os personagens humanos. Com certeza, um grande ator em extrema ascensão que merece ser reconhecido pela Academia, que só tem a ganhar com sua inclusão na categoria.

Michael Fassbender como o ciborgue David em Prometheus

Como fã de James Bond, seria uma grata surpresa ver Javier Bardem e seu vilão Raoul Silva de 007 – Operação Skyfall indicado ao Oscar, mas acho bastante improvável pelo papel ser parecido com o Coringa de Heath Ledger. Entretanto, o mega sucesso das bilheterias do 23º filme de Bond pode mexer na corrida.

Argo (Argo), de Ben Affleck (2012)

Argo, de Ben Affleck. Fortíssimo candidato ao Oscar 2013.

TERCEIRO FILME DE BEN AFFLECK RESGATA HUMOR POLÍTICO

Apesar de ser inspirada em fatos verídicos, a história de Argo contém elementos fictícios que simplificam o contexto de forma que qualquer espectador possa entender e embarcar na arriscada missão. Desde que estreou nos EUA em outubro, vem conquistando elogios da crítica e tem se tornado um dos fortes candidatos ao Oscar.

Logo no início, somos apresentados a uma breve história do Irã, passando pela desavença causada pelo exílio do Xá e a revolta do povo xiita liderado pelo aiatolá Khomeini para invadir a embaixada americana no Teerã com o objetivo de levar o líder político a julgamento. Nesse cenário de caos e barbárie, seis funcionários da embaixada conseguem escapar a tempo e se refugiam na casa do embaixador canadense. Com a pressão política devastando o país, a CIA se vê obrigada a retirá-los do solo iraniano antes que haja uma tragédia e comprometa o diplomata canadense.

Os seis americanos na casa do embaixador canadense.

Incontáveis idéias surgem das cabeças do alto escalão, sendo uma delas conseguir documentos de professores estrangeiros. Nesse momento conturbado, surge o agente Tony Mendez (Ben Affleck), especializado em exfiltração. Numa noite, ao falar com o filho que mora com a mãe por telefone, ele assiste a um dos filmes da série O Planeta dos Macacos e dali nasce o plano mirabolante. Mendez precisa convencer as autoridades do aeroporto do Irã que seus seis refugiados são parte de uma equipe de filmagem canadense para o falso filme de ficção científica intitulado Argo, que teria vindo ao país para pesquisar locações para os cenários de desertos.

Como o agente desconhece o universo fílmico, é enviado para Los Angeles, mais precisamente em Hollywood, onde conhece o maquiador John Chambers (artista verídico, falecido em 2001), vivido por John Goodman, e o produtor fictício Lester Siegel (Alan Arkin). Nessa parte que Argo mais cresce, pois explora o paralelo entre a vida e a arte, e a CIA e Hollywood. Chambers e Siegel brilham na tela ao criticar Hollywood e seu mercenarismo. São deles os melhores diálogos do roteiro de Chris Terrio, jovem escritor nova-iorquino que deve ter inúmeras oportunidades depois do sucesso de Argo.

Quando a idéia vira realidade. Chambers (Goodman), Siegel (Arkin) e Mendez (Affleck) se reunem para discutir a “Opção Hollywood”

Como se tratava de uma operação altamente confidencial, pela mídia, os refugiados conseguiram escapar graças aos esforços do Canadá, que ganharam o crédito do salvamento das vidas. Só depois de 17 anos que o então presidente americano Bill Clinton tornou público todo o planejamento originado na CIA, em parceria com Hollywood, e o cabeça Tony Mendez, que ganhou dinheiro depois ao publicar um livro. Mas ao contrário do que muitos pensam, o roteiro de Chris Terrio nada tem a ver com o livro de Mendez, pois é baseado no artigo de Joshuah Bearman, publicado na revista Wired.

Outra fato que parece ter alguma influência ou ligação com Argo seria o exílio do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, na embaixada do Equador em Londres. O abrigo político de Assange, que se iniciou em junho deste ano, ainda continua sem solução. Infelizmente, com a popularidade do filme de Affleck, a estratégia de  sair disfarçado como membro de equipe de filmagem já está batida. Agora vai ter que ser bem mais criativo pra sair de lá…

Julian Assange, fundador do WikiLeaks, exilado na embaixada do Equador. Devido ao vazamento de informações confidenciais de alguns governos, muitos querem entregá-lo às autoridades…

… já outros querem a sua liberdade. O protesto homenageia a graphic novel de Alan Moore, V de Vingança, protagonizada pelo anti-herói anarquista V.

Em seu terceiro longa como diretor, Ben Affleck confirma maturidade com uma trama política, pela qual consegue extrair críticas a Hollywood, aos governos americano e iraniano e ainda entregar um filme tenso do começo ao fim. Com o roteiro altamente abrangedor, ele desvia das armadilhas e salta com leveza entre os gêneros do drama, comédia e suspense, resultando num filme coerente, que agrada a todos os públicos. Sem contar que enquanto cuida desses aspectos, ainda dirige a si mesmo de forma convincente. Affleck queria Brad Pitt para o papel de Tony Mendez, mas como ele estava bastante atarefado, acabou protagonizando.

Em se tratando de atuação, depois de sua aclamada estréia na direção com Medo da Verdade (Gone Baby Gone), Ben Affleck voltou a surpreender os críticos com o drama policial Atração Perigosa (The Town, 2010). Além dos elogios, os filmes renderam duas indicações ao Oscar: Melhor Atriz Coadjuvante para Amy Ryan por Medo da Verdade, e Melhor Ator Coadjuvante para Jeremy Renner por Atração Perigosa.

Mesmo que tenha convencido a todos de suas qualidades no quesito direção de atores, Ben Affleck ainda permanece uma grata surpresa, afinal, ele mesmo nunca se firmou como um dos bons. Na carreira de atuação, Affleck teve algumas performances razoáveis nos filmes de Kevin Smith (Barrados no Shopping, Procura-se Amy e Dogma), participou de alguns filmes em destaque como Shakespeare Apaixonado (1998) e chegou a ganhar o Volpi Cup de Melhor Ator no Festival de Veneza por Hollywoodland – Bastidores da Fama (2006) ao interpretar o ator que foi o Super-Homem na TV, George Reeves. Contudo, a carreira de ator para Affleck não deslanchava porque tentaram vendê-lo como galã nos filmes Armageddon (1998), Pearl Harbor (2001), na refilmagem do sucesso estrelado por Harrison Ford, A Soma de Todos os Medos (2002) e até como o herói da Marvel no fracasso Demolidor – O Homem Sem Medo (2003).

Ben Affleck ao lado de Matt Damon (a esquerda). Vencedores do Oscar de Melhor Roteiro Original por Gênio Indomável (1997).

Embora a estratégia tenha fracassado, especialmente no filme Contato de Risco (2003) quando Ben atingiu o fundo do poço ao lado da então namorada Jennifer Lopez, ele aprendeu bastante com bons diretores. Além do já citado Kevin Smith, Ben Affleck pôde observar de camarote o método de trabalho de Gus Van Sant (Gênio Indomável, pelo qual ganhou o Oscar de Roteiro Original com Matt Damon), Michael Bay (sim, aprendeu como não fazer filmes com Armageddon e Pearl Harbor), John Madden (Shakespeare Apaixonado) e com o falecido John Frankenheimer (sequências de ação e tensão em Jogo Duro). Dessa diversidade de projetos e estilos, Affleck foi criando seu próprio métodos de trabalho que acaba sintetizando muitas das qualidades que ele presenciou nos sets de filmagem, além das suas próprias referências pessoais.

Vale ressaltar que nesses três primeiros filmes, ele soube escolher minuciosamente seu elenco, tarefa nada fácil para um diretor novato. Aí entra também seu trabalho como ator, pois ao longo de sua experiência, pôde ver e conhecer melhor os atores com quem poderia trabalhar no futuro. Logo em seu primeiro projeto, conseguiu escalar Morgan Freeman. Já no segundo, convenceu os veteranos Pete Postlethwaite e Chris Cooper a embarcar na história de ladrões de banco de Atração Perigosa. Em Argo, a façanha se repete devido ao seu alto comprometimento profissional. Alan Arkin, John Goodman e Bryan Cranston fazem parte de um forte grupo que tem grandes chances de ganhar o prêmio de Melhor Elenco (Ensemble Cast in a Movie) do SAG Awards em 2013.

Ben Affleck dirige John Goodman (a esquerda). O jovem diretor vem confirmando seu talento para trabalhar com atores.

O sucesso de Ben Affleck na cadeira de diretor também possibilita novas parcerias por trás das câmeras. Além da diretora de arte Sharon Seymour, que trabalhou nas três produções, Affleck conseguiu colaborações importantes como a do compositor Harry Gregson-Williams e agora com Alexandre Desplat, o montador William Goldenberg (que trabalha frequentemente com Michael Mann), os produtores George Clooney e Grant Heslov para dar mais tranquilidade ao diretor, e apesar de não ter repetido, conseguiu três excelentes diretores de fotografia na ordem: John Toll, Robert Elswitt e Rodrigo Prieto.

Curiosamente, Argo, antes intitulado Escape from Tehran (Fuga de Teerã) estava previsto para ser dirigido por George Clooney e co-escrito por Grant Heslov em 2007 devido ao sucesso de crítica que foi Boa Noite e Boa Sorte (2005). Mas algumas complicações surgiram e o projeto ficou encalhado até 2011, quando Ben Affleck foi apadrinhado por Clooney e desenvolveu o filme com a Warner Bros.

A aposta deu certo. Argo estreou em primeiro lugar nos EUA e se manteve na mesma posição por mais quatro semanas, tendo faturado até o momento, mais de 76 milhões de dólares só em solo americano, fato que só favorece indicações ao Oscar, pois a Academia costuma premiar produções que tiveram pelo menos um sucesso razoável nas bilheterias.

Ainda na questão do Oscar, Alan Arkin e John Goodman podem se tornar indicados na categoria de Melhor Ator Coadjuvante. Infelizmente, seus papéis têm pouco tempo na tela, o que pode atrapalhar no favoritismo, mas certamente ambos roubam a cena por seu lado cômico que satiriza Hollywood. Arkin já venceu na mesma categoria em 2007 pela comédia independente Pequena Miss Sunshine e Goodman pode finalmente ter sua primeira indicação por interpretar uma figura importante como John Chambers, que ficou mundialmente conhecido por ter criado as próteses dos macacos de O Planeta dos Macacos e ter ganhado um Oscar Honorário de Maquiagem em 1969 (a categoria de Melhor Maquiagem foi criada apenas em 1981, quando Rick Baker venceu pelo primoroso trabalho em Um Lobisomem Americano em Londres).

John Chambers (a esquerda) ao lado de sua criação de O Planeta dos Macacos, que lhe renderia um Oscar Honorário de Maquiagem.

Além de Melhor Filme, Argo pode conseguir a primeira indicação para Melhor Diretor para coroar a maturidade de Ben Affleck que, a esse ponto, não passa mais desapercebido pela temporada de premiações. Também deve obter indicações nas categorias Melhor Roteiro Original (Chris Terrio), Melhor Fotografia (Rodrigo Prieto), Melhor Montagem (William Goldenberg) e Melhor Trilha Musical (Alexandre Desplat), podendo totalizar oito indicações. Sem contar as chances no Globo de Ouro, que acontece no dia 13 de janeiro.

Argo é um filme bem dirigido, atuado e com qualidades técnicas, especialmente o roteiro e a montagem. Mas para a avaliação ainda conto o fato do filme trazer questões políticas de volta ao cenário hollywoodiano. E não se trata de mais um filme político chato e quadrado, senão não estaria fazendo o sucesso comercial que vem fazendo. E vem num momento curioso em que o vídeo Inocência dos Muçulmanos, que causou enorme rebuliço no Oriente Médio, ainda estremece a delicada relação entre os EUA e o Irã.

AVALIAÇÃO: MUITO BOM

Golden Globe Nominations 2011 (Indicações ao Globo de Ouro)

69º Globo de Ouro

Apesar de todos os outros prêmios de críticos e organizações dizerem que o Globo de Ouro não serve mais como parâmetro para o Oscar, é imposível não associar ambos mesmo que as escolhas não sejam mais tão iguais como alguns décadas atrás. Para quem desconhece a premiação, uma das coisas mais bacanas é que a Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood (que comanda o Globo de Ouro) apresenta duas divisões: Drama e outra de Comédia ou Musical, para as categorias de atuação e filmes. Eu sei que isso pode soar ridículo se levarmos em conta que hoje não há mais como dividir os filmes como uma locadora fazia no século XX através de gênero, mas certamente isso possibilita que mais filmes sejam indicados e, consequentemente, mais divulgados e vistos. Atitude também tomada pela Academia, que desde 2010, resolveu indicar 10 filmes para Melhor Filme, fato que não ocorria desde 1944.

Enfim, as indicações saíram nesta quinta-feira, dia 15, e já é possível tirar algumas conclusões. A primeira coisa que se percebe ao ver as indicações é a total ausência do filme A Árvore da Vida e de seu diretor consagrado Terrence Mallick. O filme ganhou a Palma de Ouro em Cannes e vinha coletando alguns prêmios de críticos americanos, mas não passou do corte desta vez. Além disso, pesou o fato de que o filme é daquele tipo “ame ou odeie”, e parece que os membros da Associção foram mais no “Odeie”. É claro que se for pensar bem, os atores de A Árvore da Vida, Brad Pitt e Jessica Chastain, foram indicados como Melhor Ator – Drama e Melhor Atriz Coadjuvante, contudo por outros filmes: O Homem que Mudou o Jogo (Moneyball) e Histórias Cruzadas (The Help).

Outro que ficou completamente fora da festa foi o drama Extremely Loud and Incredibly Close (ainda sem título traduzido), dirigido por Stephen Daldry (Billy Elliot e As Horas). Trata-se de uma história de um menino de 9 anos que procura uma fechadura em New York que encaixa a chave deixada por seu pai, que morreu no atentado terrorista de 11 de Setembro. Levando em consideração o diretor e a história, o trailer já anuncia um drama meio meloso, ainda mais se tratando do atentado, além disso, dá a impressão de que o final é daqueles repletos de moral e mensagem de “ame o próximo”. O filme vinha sendo bastante cogitado para a temporada de premiações, pois além do diretor consagrado, as estrelas são Tom Hanks e Sandra Bullock, ambos vencedores de Oscar.

Nesta edição, os recordistas em número de indicações são: O Artista (The Artist), liderando com 6. Os Descendentes (The Descendants) e Histórias Cruzadas (The Help) vêm logo atrás com 5 indicações cada. A produção francesa O Artista vêm conquistando a crítica com sua história de conversão de cinema mudo para o falado nos anos 20 de Hollywood, além de apresentar um espetáculo visual através de fotografia preto-e-branco e direção de arte. Dessa forma, sua vitória já pode ser considerada certa como Melhor Filme – Comédia ou Musical.

O Artista

Os Descendentes

Histórias Cruzadas

Uma surpresa acabou sendo as 4 indicações para o drama político Tudo Pelo Poder (The Ides of March), dirigido por George Clooney (triplamente indicado: como roteirista e diretor, além de ator por Os Descendentes). O longa-metragem tenta recontar o caso amoroso entre o então presidente americano Bill Clinton com a estagiária Monica Lewinski, ocorrido no final dos anos 90, mas com uma dose de ficção e nomes fictícios, claro. Tudo Pelo Poder estava perdendo fôlego nos últimos meses nos prêmios de críticos, mas agora com o reconhecimento do Globo de Ouro, pode ser que ganhe mais espaço no Oscar.

Já o épico drama de guerra dirigido por Steven Spielberg, War Horse (ainda sem título brasileiro), foi apontado por uma penca de críticos e especialistas do site oscarcentral.com como o favorito da temporada. Ok, é compreensível que qualquer filme de Spielberg já seja um papa-prêmios, ainda mais um filme de guerra. Mas quando fui ver o trailer, achei muito estúpido. Perdoe-me o mestre Spielberg (sou fã de Tubarão, Encurralado e os primeiros trabalhos dele), mas por que ele foi aceitar dirigir um filme sobre um cavalo na guerra? Olhem a sinopse e me digam se gostariam de ver: “O jovem Albert se alista no Exército para a Segunda Guerra Mundial depois que seu amado cavalo, Joey, é vendido para a Cavalaria. A jornada cheia de esperança de Albert o leva para fora da Inglaterra e Europa quando a guerra estoura”. Ainda estão aí? Eu já estava dormindo faz tempo… Vi o trailer agora há pouco e na hora me veio à cabeça aquela draga de filme chamado Seabiscuit – Alma de Herói (2003). Alguém aí se lembra? Além disso, dá vontade de vomitar ao ver aqueles longos planos de câmera lenta cobertos por aquela trilha melosa do John Williams para ressaltar o espírito equino de guerra! Já deve ter gente querendo me jogar pedra, mas não estou querendo desmerecer o trabalho de ninguém e posso estar errado porque ainda não vi o filme, mas pelo trailer, parece que estão querendo transformar o cavalo do filme num candidato à presidência americana! Felizmente, só foi indicado a Melhor Filme e Melhor Trilha Musical.

Além das indicações para Os Descendentes e O Artista, gostei que o Globo de Ouro reconheceu o ator Christopher Plummer pelo filme Toda Forma de Amor, em que vive um recém-viúvo que se descobre gay e com doença terminal. Como eu disse no post anterior, não gosto quando a Academia premia alguém simplesmente por tentar compensar derrotas anteriores ou anos de carreira sem uma indicação, mas quando o artista ganha por puro mérito. E parece que Plummer chegou a seu merecido ápice como ator.

Tilda Swinton

Também já estou torcendo pela atriz Tilda Swinton por sua performance em Precisamos Falar Sobre o Kevin. Sempre digo em conversas com amigos que um bom ator ou atriz não é somente aquele que sabe atuar, mas que sabe escolher projetos que propiciem novos desafios com profundidade. E a inglesa Swinton se encaixa nesse perfil. Tirando o blockbuster As Crônicas de Nárnia: o Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, que serviu para pagar suas contas e atendido pedido do filho, suas escolhas têm coerência, seja pelo papel, seja pelo diretor ou pelo elenco.

Morgan Freeman

Lembrando também que o veterano ator Morgan Freeman receberá o prêmio Cecil B. DeMille pelo conjunto da obra. Freeman que teve seu auge nos anos 80 e 90 com filmes como Conduzindo Miss Daisy (1989), Um Sonho de Liberdade (1994) e Seven – Os Sete Crimes Capitais (1995), passou a se tornar coadjuvante de luxo de alguns filmes grandes como Batman – O Cavaleiro das Trevas (2008)e Menina de Ouro (2004) pelo qual ganhou seu único Oscar, sem esquecer que é dono de uma voz idolatrada por documentaristas para ser o narrador como no sucesso A Marcha dos Pinguins (2005). Receber o prêmio Cecil B. DeMille certamente é uma honra, levando-se em consideração que nomes como Jack Nicholson, Elizabeth Taylor, Harrison Ford e Steven Spielberg já receberam.

A 69ª edição do Globo de Ouro será transmitido pelo canal pago Sony no dia 15 de Janeiro de 2012.

Segue a lista dos indicados ao Globo de Ouro:

Melhor Filme – Drama

Os Descendentes

Histórias Cruzadas

A Invenção de Hugo Cabret

Tudo pelo Poder

O Homem Que Mudou o Jogo

War Horse

Melhor Filme – Musical ou Comédia

O Artista

Missão Madrinha de Casamento

50%

Meia-Noite em Paris

My Week with Marilyn

Melhor Ator – Drama

George Clooney  (Os Descendentes)

Leonardo DiCaprio (J. Edgar)

Michael Fassbender (Shame)

Ryan Gosling (Tudo pelo Poder)

Brad Pitt (O Homem Que Mudou o Jogo)

Melhor Atriz – Drama

Glenn Close (Albert Nobbs)

Viola Davis (Histórias Cruzadas)

Rooney Mara (Millennium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres)

Meryl Streep (A Dama de Ferro)

Tilda Swinton (Precisamos Conversar Sobre o Kevin)

Melhor Ator – Musical ou Comédia

Jean Dujardin (O Artista)

Brendan Gleeson (O Guarda)

Joseph Gordon-Levitt (50%)

Ryan Gosling (Amor a Toda Prova)

Owen Wilson (Meia-Noite em Paris)

Melhor Atriz – Musical ou Comédia

Jodie Foster (Carnage)

Charlize Theron (Jovens Adultos)

Kristen Wiig (Missão Madrinha de Casamento)

Michelle Williams (My Week with Marilyn)

Kate Winslet (Carnage)

Melhor Ator Coadjuvante

Kenneth Branagh (My Week with Marilyn)

Albert Brooks (Drive)

Jonah Hill (O Homem Que Mudou o Jogo)

Viggo Mortensen (Um Método Perigoso)

Christopher Plummer (Toda Forma de Amor)

Melhor Atriz Coadjuvante

Bérénice Bejo (O Artista)

Jessica Chastain (Histórias Cruzadas)

Janet McTeer (Albert Nobbs)

Octavia Spencer (Histórias Cruzadas)

Shailene Woodley (Os Descendentes)

Melhor Diretor

Woody Allen (Meia-Noite em Paris)

George Clooney (Tudo Pelo Poder)

Michel Hazanavicius (O Artista)

Alexander Payne (Os Descendentes)

Martin Scorsese (A Invenção de Hugo Cabret)

Melhor Roteiro

Michel Hazanavicius (O Artista)

Alexander Payne, Nat Faxon, Jim Rash (Os Descendentes)

George Clooney, Grant Heslov, Beau Willimon (Tudo Pelo Poder)

Woody Allen (Meia-Noite em Paris)

Steven Zaillian, Aaron Sorkin, Stan Chervin (O Homem que Mudou o Jogo)

 

Melhor Canção

Brian Byrne, Glenn Close(“Lay Your Head Down”) – Albert Nobbs

Elton John, Bernie Taupin(“Hello Hello”) – Gnomeu e Julieta

Mary J. Blige, Thomas Newman, Harvey Mason Jr., Damon Thomas(“The Living Proof”) – Histórias Cruzadas

Chris Cornell(“The Keeper”) – Redenção

Madonna, Julie Frost, Jimmy Harry(“Masterpiece”) – W.E. – O Romance do Século

Melhor Trilha Musical

Ludovic Bource (O Artista)

Trent Reznor, Atticus Ross (Millennium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres)

Howard Shore (A Invenção de Hugo Cabret)

John Williams (War Horse)

Abel Korzeniowski (W.E. – O Romance do Século)

 

Melhor Animação

As Aventuras de Tintim

Operação Presente

Carros 2

Gato de Botas

Rango

Melhor Filme Estrangeiro

Jin líng shí san chai (China)

In the Land of Blood and Honey (EUA)

O Garoto de Bicicleta (Bélgica)

A Separação (Irã)

A Pele que Habito (Espanha)

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