FILME INDIANO É UMA DAS SURPRESAS NA SELEÇÃO DOS CRÍTICOS NOVA-IORQUINOS
Nesta sexta-feira, 02, o Círculo de Críticos de Nova York anunciou sua seleção de melhores de 2022. TÁR venceu como Melhor Filme e, como esperado, levou o prêmio de Atriz para Cate Blanchett. Coincidentemente, quando levou o mesmo prêmio em 2013, a australiana também levou o Oscar por Blue Jasmine.
Conforme aconteceu poucos dias atrás, o vietnamita Ke Huy Quan ganhou o prêmio de Ator Coadjuvante pela aventura Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo. Apesar de ser apenas o início da temporada de premiações, o ator certamente larga na frente e pode assumir o favoritismo da categoria. Algo um pouco semelhante acontece com Colin Farrell, que já havia faturado o prêmio de Ator no Festival de Veneza por The Banshees of Inisherin e volta a ganhar outro importante reconhecimento. O que pode lhe prejudicar é a divisão de votos que pode haver entre suas duas performances: a do filme de Martin McDonagh e de After Yang.
Duas grandes surpresas deste anúncio: Keke Palmer como Atriz Coadjuvante por Não! Não Olhe! Não que ela não mereça esse reconhecimento, mas ela não vinha nem sendo lembrada por vários especialistas. Quem sabe esse prêmio não a coloque de volta à corrida? E a outra, obviamente, é a premiação de S.S. Rajamouli pela direção do blockbuster indiano RRR, disponível na Netflix. Quando todos imaginavam que o filme seria o representante da Índia na disputa pelo Oscar de Filme Internacional, o comitê do país decidiu selecionar outra produção. Felizmente, isso não impede o filme de ser indicado em outras categorias como Fotografia, Design de Produção, Trilha Original e até mesmo Direção. Nos últimos anos, sempre tem havido pelo menos um diretor estrangeiro na categoria.
O prêmio de Fotografia para Top Gun: Maverick mostra que o filme de ação não estará presente no Oscar apenas pelo sucesso de bilheteria estrondoso, mas por sua qualidade técnica… e claro, a canção de Lady Gaga, que prevejo ganhar o Oscar da categoria. É muito bacana também ver uma animação fora do eixo Disney e Pixar ganhar, principalmente num ano em que nenhuma animação mainstream está sendo cogitada como favorita. Marcel the Shell With Shoes On é uma adorável história de um molusco utilizando a técnica de stop motion da A24 que merece mais atenção.
Pra fechar, EO, de Jerzy Skolimowski, que acompanha a jornada de um burro pela Europa moderna, vence como Filme Internacional, lembrando que é o representante oficial da Polônia, e deve figurar na pré-lista que sai ainda em Dezembro.
SEGUEM OS VENCEDORES DO NYFCC 2022:
FILME TÁR Dir: Todd Field
DIREÇÃO S. S. Rajamouli (RRR)
ATOR Colin Farrell (After Yang) (The Banshees of Inisherin)
ATRIZ Cate Blanchett (TÁR)
ATOR COADJUVANTE Ke Huy Quan (Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo)
ATRIZ COADJUVANTE Keke Palmer (Não! Não Olhe!)
ROTEIRO Martin McDonagh (The Banshees of Inisherin)
FOTOGRAFIA Claudio Miranda (Top Gun: Maverick)
FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRO EO Dir: Jerzy Skolimowski
FILME DE NÃO-FICÇÃO All the Beauty and the Bloodshed
LONGA DE ANIMAÇÃO Marcel the Shell with Shoes On Dir: Dean Fleischer-Camp
FILME DE ESTREIA Aftersun Dir: Charlotte Wells
Special Award: Jake Perlin, curador, distribuidor, editor, em reconhecimento de suas indispensáveis contribuições à cultura de filme.
Special Award: dGenerate Films, por seu inestimável trabalho em trazer filmes independentes da China.
Special Award: Jafar Panahi, por sua bravura obstinada como artista e pela humanidade e beleza de uma obra criada nas circunstâncias mais opressivas.
O diretor Pawel Pawlikowski posa com seu Oscar de Filme em Língua Estrangeira este ano por Ida (photo by thehindubissinessline.com)
COM INSCRIÇÕES TERMINADAS, COMEÇAM AS ESPECULAÇÕES
Apesar de não ter havido quebra de recordes, 81 filmes foram selecionados para a disputa pelo Oscar de Filme de Língua Estrangeira, dois a menos do que o ano anterior com 83. A novidade deste ano atende pelo nosso vizinho Paraguai, que inscreveu um longa-metragem pela primeira vez ao prêmio. Embora as chances de vitória não sejam lá das maiores, é bacana ver mais um país latino concorrendo com uma obra que representa sua cultura, e também vale lembrar que a própria Academia tem se demonstrado mais aberta às produções de países sem muito histórico cinematográfico. Nesse ano, por exemplo, a Mauritânia e a Estônia receberam suas primeiras indicações por Timbuktu e Tangerinas, respectivamente. Então por que não sonhar com uma vaga?
E O BRASIL?
O Brasil corre atrás de sua 5ª indicação na categoria, algo que não acontece desde o longínquo ano de 1999, quando Central do Brasil perdeu para o italiano A Vida é Bela. O MinC selecionou a ‘dramédia’ Que Horas Ela Volta?, de Anna Muylaert, que ganhou o título internacional de The Second Mother, em referência ao personagem central de Regina Casé, que vive uma empregada doméstica que cuida do filho dos patrões como se fosse seu.
Cena de Que Horas Ela Volta?, de Anna Muylaert, presentante do Brasil este ano (photo by cine.gr)
O filme funciona bem como crítica social e um retrato das classes brasileiras, assim como comédia graças à atuação de Casé. Ganhou prêmios importantes em festivais como o de Sundance e Berlim, o que sempre ajuda na campanha e também na conquista do próprio público brasileiro que costuma olhar com mais atenção as produções premiadas, mas ainda está bem longe da própria campanha vitoriosa de Central do Brasil. A seleção de Que Horas Ela Volta? me agrada por representar bem o que acontece no país, o que não deixa de ser uma decisão corajosa, mas em termos de chances reais, acredito que o Brasil terá de esperar mais um ano ainda por uma nova indicação.
FAVORITOS ATÉ O MOMENTO
Em se tratando de Oscar de Filme em Língua Estrangeira, digamos que é uma caixinha de surpresas. Às vezes acontece de haver um franco-favorito como o iraniano A Separação ou o austríaco Amor, mas na maioria das vezes a Academia gosta de surpreender, infelizmente pra pior. São raríssimos os casos em que me surpreendi positivamente como quando o argentino O Segredo dos Seus Olhos e do alemão A Vida dos Outros levaram o prêmio batendo os favoritos.
Nessa altura do campeonato ainda é difícil prever os reais favoritos. Muitas vezes a gente se baseia em participações e premiações em grandes festivais como Cannes e Veneza, mas nada é 100% garantido. Ano passado, muitos apostaram no turco Winter Sleep como dono de uma das indicações por ter levado a Palma de Ouro, mas acabou nem passando pras semi-finais. Mas, se existe algum tipo de certeza, o chamado ‘Oscar lock’, este seria o representante húngaro O Filho de Saul, de László Nemes. Além de ter levado o Grande Prêmio do Júri em Cannes, tem o elemento-chave para quase todo filme vencedor desta categoria: 2ª Guerra Mundial e Judeus.
Cena de O Filho de Saul, ainda sem previsão de estréia no Brasil (photo by cine.gr)
A trama do filme se passa em 1944, no campo de concentração de Auschwitz, onde o prisioneiro Saul tem a ingrata tarefa de queimar os corpos de seus colegas até encontrar o corpo daquele que acredita ser seu filho. O filme tem toda a receita pronta para ganhar a estatueta. Podem me cobrar em fevereiro: O Filho de Saul vai ganhar o Oscar.
Além do húngaro, existem alguns filmes que estão sendo bem comentados pela crítica internacional e devem figurar pelo menos na lista dos semi-finalistas, graças ao comitê executivo criado pelo produtor Mark Johnson. Explico. Depois que o super bem criticado filme romeno 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias, de Cristian Mungiu, ficou de fora da categoria de Filme em Língua Estrangeira de 2008, a Academia criou com a ajuda de Johnson um comitê responsável por selecionar três títulos na lista dos nove semi-finalistas para que não dependam exclusivamente dos votos dos velhinhos judeus que assistem às sessões dos filmes estrangeiros. Foi graças aos esforços desse comitê que filmes mais ousados foram indicados como o grego Dente Canino em 2010. Acredito que se esse comitê tivesse existido desde o início dos anos 2000, filmes muito bons porém violentos teriam sido indicados como o brasileiro Cidade de Deus e o sul-coreano Oldboy.
Enfim, águas passadas. Agora o comitê tem a chance de promover mais três filmes relevantes no cenário internacional. Eles têm o chileno O Clube, que tem um tema polêmico de padres católicos que se isolam numa casa após cometerem abuso sexual com menores. O filme é dirigido por Pablo Larraín, anteriormente indicado por No; Tem o sueco Um Pombo Pousou num Galho Refletindo Sobre a Existência, que ganhou o Leão de Ouro de 2014 e tem o nome do diretor veterano Roy Andersson pra ajudar; E de Taiwan, The Assassin concorre como filme mais belo visualmente e a Academia tem uma chance de ouro para premiar um dos melhores diretores asiáticos da atualidade: Hou Hsiao-Hsien, que levou o prêmio de Direção em Cannes este ano. Caso o filme asiático não passe, existe uma boa possibilidade de concorrer nas categorias de Figurino e Direção de Arte.
Bela cena de The Assassin, de Hou Hsiao-Hsien (photo by cine.gr)
Cena de Um Pombo Pousou num Galho Refletindo Sobre a Existência, de Roy Andersson. (photo by cine.gr)
Cena de O Clube, de Pablo Larraín (photo by cine.gr)
Outro representante bem comentado foi o português As Mil e uma Noites: Vol. 2, o Desolado, de Miguel Gomes. Trata-se da segunda parte da trilogia baseada na obra anônima de contos, pelo qual o diretor busca fazer críticas à política econômica atual de seu país. Ao contrário do que acontece com todos os filmes divididos em volumes, esta trilogia toda foi lançada no mesmo ano, totalizando mais de 6 horas de filme. A escolha pelo segundo volume foi uma aposta dos organizadores em Portugal, muito provavelmente para instigar ainda mais os votantes a conferir os demais filmes da trilogia.
Cena de As Mil e uma Noites,: Vol. 2, O Desolado, de Miguel Gomes (photo by outnow.ch)
Vale também citar aqui o filme romeno Aferim!, de Radu Jude, que levou o Urso de Prata de Melhor Diretor no último Festival de Berlim. Filmado em preto-e-branco, esse western moderno romeno se passa no século XIX, e apresenta uma trama de captura de um escravo cigano que teve um caso com a esposa de seu dono. Seria uma forma de crítica ao escravismo de que persiste na Romênia atual. Apresenta uma bela fotografia PB e pode surpreender.
Cena de Aferim!, de Radu Jude (photo by outnow.ch)
MINHA TORCIDA
Como muitos sabem, gosto de defender material diferente no Oscar, especialmente quando o candidato possui características diferentes, criativas, bizarras. Apesar de não ter visto ainda, o representante da Áustria deste ano parece ter todos esses elementos citados. Goodnight Mommy é sobre dois meninos gêmeos que se mudam para uma nova casa com sua mãe depois que ela passa por uma cirurgia plástica facial. Coberto por ataduras no rosto, a mãe se torna irreconhecível pelos filhos.
Cena do terror psicológico Goodnight Mommy, de Severin Fiala e Veronika Franz (photo by outnow,ch)
Existe uma bizarrice que lembra o do grego Dente Canino, mas é nitidamente um filme de terror psicológico, daqueles excelentes que Roman Polanski costumava fazer nos anos 60 e 70. Caso o filme austríaco seja reconhecido por prêmios da crítica americana, existe uma boa chance de ser defendido pelo comitê, caso contrário, não deve passar de uma ótima e corajosa tentativa.
Confira o trailer:
Segue a lista com os 81 filmes inscritos oficialmente para a 88ª edição do Academy Awards:
• AFEGANISTÃO:Utopia
Dir: Hassan Nazer
• ÁFRICA DO SUL: The Two of Us
Dir: Ernest Nkosi
• ALBÂNIA:Bota
Dir: Iris Elezi & Thomas Logoreci
• ALEMANHA: Labirinto de Mentiras (Im Labyrinth des Schweigens)
Dir: Giulio Ricciarelli
• ARGÉLIA:Twilight of Shadows
Dir: Mohamed Lakhdar Hamina
• ARGENTINA:The Clan (El Clan)
Dir: Pablo Trapero
• AUSTRÁLIA:Arrows of the Thunder Dragon
Dir: Greg Sneddon
• ÁUSTRIA:Goodnight Mommy
Dir: Veronika Franz & Severin Fiala
• BANGLADESH:Jalal’s Story
Dir: Abu Shahed Emon
• BÉLGICA:The Brand New Testament
Dir: Jaco Van Dormael
• BÓSNIA HERZEGOVINA:Our Everyday Story
Dir: Ines Tanović
• BRASIL:Que Horas Ela Volta? (The Second Mother)
Dir: Anna Muylaert
• BULGÁRIA:The Judgment
Dir: Stephan Komandarev
• CAMBOJA:The Last Reel
Dir: Sotho Kulikar
• CANADÁ:Félix and Meira
Dir: Maxime Giroux
• CAZAQUISTÃO: Stranger
Dir: Yermek Tursunov
• CHILE:O Clube (El Club)
Dir: Pablo Larraín
• CHINA:Go Away Mr. Tumor
Dir: Han Yan
• COLÔMBIA:O Abraço da Serpente (El Abrazo de la Serpiente)
Dir: Ciro Guerra
• CORÉIA DO SUL: The Throne
Dir: Lee Joon-ik
• COSTA DO MARFIM: Run
Dir: Philippe Lacôte
• COSTA RICA:Imprisoned
Dir: Esteban Ramírez
• CROÁCIA:The High Sun
Dir: Dalibor Matanić
• DINAMARCA:Guerra (Krigen)
Dir: Tobias Lindholm
• ESLOVÁQUIA:Goat
Dir: Ivan Ostrochovský
• ESLOVÊNIA: The Tree
Dir: Sonja Prosenc
• ESPANHA: Flowers
Dir: Jon Garaño & Jose Mari Goenaga
• ESTÔNIA:1944
Dir: Elmo Nüganen
• ETIÓPIA:Cordeiro (Lamb)
Dir: Yared Zeleke
• FILIPINAS:Heneral Luna
Dir: Jerrold Tarog
• FINLÂNDIA:The Fencer
Dir: Klaus Härö
• FRANÇA:Mustang
Dir: Deniz Gamze Ergüven
• GEORGIA:Moira
Dir: Levan Tutberidze
• GRÉCIA:Xenia
Dir: Panos H. Koutras
• GUATEMALA:Ixcanul
Dir: Jayro Bustamante
• HOLANDA: The Paradise Suite
Dir: Joost van Ginkel
• HONG KONG:To the Fore
Dir: Dante Lam
• HUNGRIA:O Filho de Saul (Saul Fia)
Dir: László Nemes
• ÍNDIA:Court
Dir: Chaitanya Tamhane
• IRÃ:Muhammad: The Messenger of God
Dir: Majid Majidi
• IRAQUE:Memories on Stone
Dir: Shawkat Amin Korki
Pôster do 72º Festival de Veneza com Nastassja Kinski e Jean-Pierre Léaud.
FESTIVAL CONTA COM SELEÇÃO QUE MISTURA NOMES CONSAGRADOS COM NOMES EM ASCENSÃO
Nesse último dia 29 de julho, o Festival de Veneza anunciou sua seleção oficial para esta edição de nº 72. A homenageada deste ano é a atriz alemã Nastassja Kinski, cujo retrato estampa o pôster do evento. Ao fundo, o jovem personagem Antoine Doinel dos filmes de François Truffaut indica a homenagem ao ator Jean-Pierre Léaud.
Para avaliar e premiar as produções selecionadas, o júri será presidido pelo diretor mexicano Alfonso Cuarón, que foi o primeiro latino a ganhar o Oscar de Direção por Gravidade em 2014. Ele contará com a colaboração de outros diretores como o turco Nuri Bilge Ceylan (que ganhou a Palma de Ouro com Winter Sleep), o polonês Pawel Pawlikowski (que ganhou o Oscar de Filme em Língua Estrangeira com Ida), a britânica Lynne Ramsay, o chinês Hou Hsiao-Hsien (que já levou o Leão de Ouro em 1989 por A Cidade do Desencanto) e o italiano Francesco Munzi. Além dos diretores, as atrizes Elizabeth Banks e Diane Kruger e o roteirista Emmanuel Carrère participarão do júri.
O presidente do júri Alfonso Cuarón (photo by cineuropa.org)
Embora não se confirme, com Cuarón na presidência, os concorrentes latino-americanos acabam ganhando algum status de favoritos. Pior para o Brasil que não teve nenhum representante na seleção oficial, aliás, fato que não ocorre há tempos. Felizmente, para não passar em branco na cerimônia, o país conta com dois longas na mostra paralela Orizzonti (Horizontes): Boi Neon, de Gabriel Mascaro; e Mate-me Por Favor, da estreante carioca Anita Rocha da Silveira. Além dos longas, o curta-metragem paranaense de Aly Muritiba e Marja Calafange, Tarântula, também integrará a mostra.
Cena do longa brasileiro Mate-Me Por Favor, de Anita Rocha da Silveira (photo by reicine.com.ar)
Já os latino-americanos marcam presença com um total de nove produções, tendo duas concorrendo ao prêmio máximo: Desde Allá, de Lorenzo Vigas (México – Venezuela), e El Clan, do argentino Pablo Trapero. O primeiro foca na busca de um homem de 50 anos por jovens para passar uma noite, enquanto o segundo se baseia em fatos verídicos sobre uma família que tinha uma loja e um bar para praticar sequestros, extorsões e até assassinatos na época da ditadura militar na Argentina.
Cena de Desde Allá, de Lorenzo Vigas (photo by filmaffinity.com)
O diretor do festival, Alberto Barbera confirmou o bom momento do cinema latino-americano: “O que há de mais fresco e inovador no cinema hoje em dia vem da América Latina. Finalmente, além da quantidade, há qualidade. São filmes que surpreendem.”
Cena do filme argentino El Clan, de Pablo Trapero (photo by cine.gr)
Na corrida pelo Leão de Ouro, outros nomes já figuram como fortes candidatos. O italiano Marco Bellochio (Sangue del Mio Sangue) é considerado um dos cineastas mais influentes dessa geração e deve estar na lista de premiados. O canadense Atom Egoyan (Remember), o norte-americano Cary Fukunaga, que ficou conhecido pela série de TV True Detective (Beasts of No Nation), o israelense Amos Gitai (Rabin, the Last Day), o italiano Luca Guadagnino (A Bigger Splash), o russo Aleksandr Sokurov, que levou o prêmio por Fausto em 2011 (Francofonia), e os hollywoodianos Charlie Kaufman, que traz a animação de comédia e fantasia Anomalisa, e o britânico Tom Hooper, que dirigiu The Danish Girl, sobre um dos primeiros homens que passaram por cirurgia de troca de sexo.
Além de The Danish Girl, outro grande favorito ao Oscar 2016, Aliança do Crime (Black Mass), de Scott Cooper, será exibido em Veneza, mas fora de competição. Ambos os filmes apresentam dois fortíssimos candidatos ao Oscar de Melhor Ator: Pelo primeiro, Eddie Redmayne em outro papel transformador, e pelo segundo, Johnny Depp, caracterizado como o criminoso Bill Bulger com sua aparência calva e grisalha.
Eddie Redmayne caracterizado como The Danish Girl (photo by cine.gr)
Johnny Depp como Bill Bulger em Aliança do Crime (photo by independent.co.uk)
O 72º Festival de Veneza acontece entre os dias 02 e 12 de setembro.
INDICADOS AO LEÃO DE OURO:
FRENZY (Abluka), de Emin Alper
HEART OF A DOG, de Laurie Anderson
SANGUE DEL MIO SANGUE, de Marco Bellocchio
LOOKING FOR GRACE, de Sue Brooks
EQUALS, de Drake Doremus
REMEMBER, de Atom Egoyan
BEASTS OF NO NATION, de Cary Fukunaga
PER AMOR VOSTRO, Giuseppe M. Gaudino
MARGUERITE, de Xavier Giannoli
RABIN, THE LAST DAY, de Amos Gitai
A BIGGER SPLASH, de Luca Guadagnino
THE ENDLESS RIVER, Oliver Hermanus
THE DANISH GIRL, de Tom Hooper
ANOMALISA, de Charlie Kaufman e Duke Johnson
L’ATTESA, Piero Messina
11 MINUTES (11 Minuts), de Jerzy Skolimowski
FRANCOFONIA, de Aleksandr Sokurov
EL CLAN, Pablo Trapero
DESDE ALLÁ, Lorenzo Vigas
L’HERMINE, de Christian Vincent
BEHEMOTH, Zhao Liang
Idris Elba em cena de Beasts of No Nation, de Cary Fukunaga (photo by cine.gr)
MOSTRA HORIZONTES (ORIZZONTI)
Madame Courage, de Merzak Allouache A Copy of My Mind, de Joko Anwar Pecore in erba, de Alberto Caviglia Tempete, de Samuel Collardey The Childhood of a Leader, de Brady Corbet Italian Gangster, de Renato De Maria Wednesday, May 9, de Vahid Jalilvand Mountain, de Yaelle Kayam A War, de Tobias Lindholm Interrogation, de Vetri Maaran Free in Deed, de Jake Mahaffy Boi Neon, de Gabriel Mascaro Man Down, de Dito Montiel Why Hast Thou Forsaken Me?, de Hadar Morag Un monstruo de mil cabezas, de Rodrigo Pla Mate-me Por Favor, de Anita Rocha Da Silveira Taj Mahal, de Nicolas Saada Interruption, de Yorgos Zois