RIZ AHMED e CAREY MULLIGAN VENCEM o INDEPENDENT SPIRIT de ‘NOMADLAND’

FILME DE CHLOÉ ZHAO VENCE ÚLTIMO PRÊMIO ANTES DO OSCAR. RIZ AHMED GANHA SEU PRÊMIO MAIS RELEVANTE NA TEMPORADA.

A 36ª edição do Independent Spirit Awards aconteceu nesta quinta-feira (22), mas desta vez não contou com transmissão fora do território americano. Tradicionalmente, a premiação ocorria um dia antes do Oscar, mas a organização do evento optou por adiantar uns dias para ter um tempo maior de repercussão na mídia. Vale ressaltar que o resultado deste prêmio não interfere diretamente no Oscar, já que a votação da Academia já se encerrou.

De uma forma geral, os vencedores foram bastante previsíveis, com NOMADLAND levando a melhor em 4 categorias: Filme, Direção, Fotografia e Montagem. Logo atrás, O SOM DO SILÊNCIO coletou 3 prêmios: Ator (Riz Ahmed), Ator Coadjuvante (Paul Raci) e Filme de Estreante, seguido por BELA VINGANÇA que ficou com 2 prêmios: Atriz (Carey Mulligan) e Roteiro. Das produções com mais indicações, NUNCA RARAMENTE ÀS VEZES SEMPRE e A VOZ SUPREMA DO BLUES foram os grandes perdedores da noite, já que ambos saíram da cerimônia sem nenhum prêmio.

Embora a votação do Oscar já esteja fechada, o reconhecimento de RIZ AHMED demorou mas chegou! Com amplo predomínio de Chadwick Boseman na categoria, a performance do ator em O Som do Silêncio acabou ficando de lado em premiações televisionadas, mas agora fecha com chave de ouro no Independent Spirit. Sua vitória no Oscar continua bem improvável, mas não tão impossível como antes, porque a ascensão de Anthony Hopkins no BAFTA mexeu com o favoritismo de Boseman.

Ainda sobre atuações, esperávamos ver um nome menos conhecido levando o prêmio de Melhor Atriz como Sidney Flanigan, mas CAREY MULLIGAN acabou conquistando a estatueta por Bela Vingança. Nessa temporada bem maluca, a categoria tem sido a maior incógnita, pois cada indicada levou um prêmio mais importante. Mulligan coleta o segundo após vitória no Critics’ Choice Awards, mas isso pode não ser o suficiente na disputa pelo Oscar.

Nas categorias de Coadjuvante, PAUL RACI acabou ganhando como Melhor Ator Coadjuvante com certa facilidade, já que não disputava com nenhum indicado ao Oscar, que deve ir para o franco-favorito Daniel Kaluuya. Já na categoria feminina, YUH-JUNG YOUN vence novamente após levar o SAG e o BAFTA, consolidando seu favoritismo na reta final do Oscar.

Talvez as maiores surpresas da noite foram nas categorias de FILME INTERNACIONAL e DOCUMENTÁRIO, vencidos por Quo Vadis, Aida? e Crip Camp, respectivamente, já que havia a expectativa de que Bacurau e As Mortes de Dick Johnson (ou Time) levassem esses prêmios. Aparentemente, no Oscar, o favoritismo de Druk – Mais uma Rodada e Professor Polvo deve prevalecer, mas como dissemos no Episódio 5 do podcast, não subestimem o representante da Bósnia e Herzegovina para Filme Internacional, porque deve ter havido muitos votantes que torceram o nariz para o filme do Vinterberg com um “Eu não vou votar em filme sobre apologia às bebidas alcóolicas” ou algo do tipo.

Pela primeira vez em 36 anos, o Independent Spirit Awards resolveu premiar séries de TV independentes, com orçamentos bem limitados. Provavelmente foi uma estratégia de atrair mais atenção do público mais jovem que acompanha e maratona séries em plataformas de streaming. As séries I MAY DESTROY YOU e UNORTHODOX foram as grandes vencedoras da edição. Não conferimos essas séries, mas até onde sabemos, foram uma chuva de elogios apenas.

CONFIRA TODOS OS VENCEDORES (em negrito) DO INDEPENDENT SPIRIT AWARDS:

MELHOR FILME
First Cow
A Voz Suprema do Blues (Ma Rainey’s Black Bottom)
Minari
Nunca Raramente Às Vezes Sempre (Never Rarely Sometimes Always)
Nomadland

MELHOR DIREÇÃO
Lee Isaac Chung (Minari)
Emerald Fennell (Bela Vingança)
Eliza Hittman (Nunca Raramente Às Vezes Sempre)
Kelly Reichardt (First Cow)
Chloé Zhao (Nomadland)

MELHOR FILME DE ESTRÉIA
I Carry You With Me
The 40-Year-Old Version
O Som do Silêncio (Sound of Metal)
Miss Juneteenth
Nine Days

MELHOR ATRIZ
Nicole Beharie (Miss Juneteenth)
Viola Davis (A Voz Suprema do Blues)
Sidney Flanigan (Nunca Raramente Às Vezes Sempre)
Julia Garner (A Assistente)
Frances McDormand (Nomadland)
Carey Mulligan (Bela Vingança)

MELHOR ATOR
Riz Ahmed (O Som do Silêncio)
Chadwick Boseman (A Voz Suprema do Blues)
Rob Morgan (Bull)
Steven Yeun (Minari)
Adarsh Gourav (O Tigre Branco)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Alexis Chikaeze (Miss Juneteenth)
Yeri Han (Minari)
Valerie Mahaffey (French Exit)
Talia Ryder (Nunca Raramente Às Vezes Sempre)
Yuh-jung Youn (Minari)

MELHOR ATOR COADJUVANTE
Colmand Domingo (A Voz Suprema do Blues)
Orion Lee (First Cow)
Paul Raci (O Som do Silêncio)
Glynn Turman (A Voz Suprema do Blues)
Benedict Wong (Nine Days)

MELHOR ROTEIRO
Má Educação (Bad Education)
Minari
Você Nem Imagina (The Half of It)
Nunca Raramente Às Vezes Sempre (Never Rarely Sometimes Always)
Bela Vingança (Promising Young Woman)

MELHOR PRIMEIRO ROTEIRO
Kitty Green (A Assistente)
Noah Hutton (Lapsis)
Channing Godfrey Peoples (Miss Juneteenth)
Andy Siara (Palm Springs)
James Sweeney (Straight Up)

MELHOR FOTOGRAFIA
Jay Keitel (She Dies Tomorrow)
Shabier Kirchner (Bull)
Michael Latham (A Assistente)
Hélène Louvart (Nunca Raramente Às Vezes Sempre)
Joshua James Richards (Nomadland)

MELHOR MONTAGEM
I Carry You With Me
O Homem Invisível
Residue
Nunca Raramente Às Vezes Sempre
Nomadland

PRÊMIO JOHN CASSAVETES (filmes com orçamentos abaixo de 500 mil dólares)
The Killing of Two Lovers
La Leyenda Negra
Lingua Franca
Residue
Saint Frances

PRÊMIO ROBERT ALTMAN
Uma Noite em Miami

MELHOR DOCUMENTÁRIO
Collective
Crip Camp: Revolução Pela Inclusão (Crip Camp)
As Mortes de Dick Johnson (Dick Johnson Is Dead)
Time
Agente Duplo (The Mole Agent)

MELHOR FILME INTERNACIONAL
Bacurau
The Disciple
Night of the Kings
Preparations to be Together for an Unknown Period of Time
Quo Vadis, Aida?

Piaget Producers Award
Kara Durrett
Lucas Joaquin
Gerry Kim

Someone to Watch Award
David Midell – Diretor de The Killing of Kenneth Chamberlain
Ekwa Msangi – Diretor de Farewell Amor
Annie Silverstein – Diretora de Bull

Truer Than Fiction Award
Cecilia Aldarondo – Diretor de Landfall
Elegance Bratton – Diretora de Pier Kids
Elizabeth Lo – Diretora de Stray

MELHOR SÉRIES NÃO-ROTEIRIZADAS OU DOCUMENTÁRIOS
Atlanta’s Missing and Murdered: The Lost Children
City So Real
Immigration Nation
Love Fraud
We’re Here

MELHORES SÉRIES ROTEIRIZADAS
I May Destroy You
Little America
Small Axe
A Teacher
Unorthodox

MELHOR ATRIZ
Elle Fanning (The Great)
Shira Haas (Unorthodox)
Abby McEnany (Work in Progress)
Maitreyi Ramakrishnan (Never Have I Ever)
Jordan Kristine Seamón (We Are Who We Are)

MELHOR ATOR
Conphidance (Little America)
Adam Ali (Little America)
Nicco Annan (P-Valley)
Amit Rahav (Unorthodox)
Harold Torre (Zero, Zero, Zero)

MELHOR ELENCO NUMA SÉRIE ROTEIRIZADA
I May Destroy You

ENQUANTO ‘OS 7 DE CHICAGO’ VENCE o EDDIE, ‘MANK’ GANHA o ASC

FILME DE TRIBUNAL GANHA UMA SOBREVIDA NA RETA FINAL PARA O OSCAR

Se existia uma forte tendência de que o filme de Aaron Sorkin saísse de mãos vazias da próxima cerimônia do Oscar, depois da vitória de Melhor Elenco no SAG e agora no Sindicato de Editores, o céu parece menos nebuloso. Alan Baumgarten bateu dois de seus quatro concorrentes ao Oscar: O Som do Silêncio e Nomadland, além de Minari e Mank.

Obviamente, esta vitória é muito importante para a campanha de Os 7 de Chicago, que vinha desacreditado até o mês de Março, mas que agora cresce na última semana antes do Oscar. O prêmio de Montagem pode não ser tão determinante para eleger o vencedor de Melhor Filme como nos anos 70, mas certamente mantém o filme na disputa, ainda mais se levarmos em consideração a relação do Eddie com o Oscar nos últimos 15 anos.

Foram 10 vencedores em comum, mas vale ressaltar que nos últimos 10 anos, foram 5 vencedores em comum, lembrando que no ano passado, a montagem de Parasita levou o Eddie, mas não ganhou o Oscar, mas mesmo assim o filme de Bong Joon Ho levou o Oscar de Melhor Filme.

ANOEDDIE DRAMAEDDIE COMÉDIAOSCAR de MONTAGEM
2021Os 7 de ChicagoPalm Springs?
2020ParasitaJojo RabbitFord vs. Ferrari
2019Bohemian RhapsodyA FavoritaBohemian Rhapsody
2018DunkirkEu, TonyaDunkirk
2017A ChegadaLa La LandAté o Último Homem
2016Mad Max: Estrada da FúriaA Grande ApostaMad Max: Estrada da Fúria
2015BoyhoodO Grande Hotel BudapesteWhiplash
2014Capitão PhillipsTrapaçaGravidade
2013ArgoO Lado Bom da VidaArgo
2012O ArtistaOs DescendentesA Invenção de Hugo Cabret
2011A Rede SocialAlice no País das MaravilhasA Rede Social
2010Guerra ao TerrorSe Beber, Não Case!Guerra ao Terror
2009Quem Quer Ser um Milionário?WALL-EQuem Quer Ser um Milionário?
2008O Ultimato BourneSweeney ToddO Ultimato Bourne
2007BabelDreamgirlsOs Infiltrados
2006Crash: No LimiteJohnny & JuneCrash: No Limite
2005O AviadorRayO Aviador

Até semana passada, o grande favorito desta categoria era O Som do Silêncio, que venceu o BAFTA da categoria. E agora? Seria esta vitória de Os 7 de Chicago mero fogo de palha ou o poderio financeiro da Netflix está fazendo a diferença agora no final da temporada?

Particularmente, teria votado na montagem de Meu Pai, que além de muito eficiente no que se refere a ritmo, proporciona excelentes momentos e valoriza o roteiro de Florian Zeller e Christopher Hampton. Já o trabalho de Baumgarten em Os 7 de Chicago é praticamente resgatar flashbacks dos personagens que estão sendo julgados no tribunal, entregando uma montagem correta e que afasta o filme de um marasmo enorme. Entre Os 7 de Chicago e O Som do Silêncio, prefiro a montagem do último porque apresenta um diferencial que é valorizar o trabalho sonoro, que proporciona uma experiência sensorial ao público.

E devo ressaltar que a derrota da montagem de Bela Vingança na categoria de Comédia ou Musical praticamente sepulta as chances do filme de Emerald Fennell sonhar com algo maior no Oscar. Se ganhasse, poderia haver uma possibilidade (nem que fosse mínima) de levar Melhor Filme. De qualquer forma, a vitória de Palm Springs é merecida por explorar bem a questão do time looping da trama.

Já a vitória de Professor Polvo praticamente sacramenta sua vitória no Oscar de Melhor Documentário. Quero acreditar que não vai levar, mas depois de tantos prêmios importantes e a campanha da Netflix, realmente é quase impossível perder a estatueta. Apesar do relato emotivo da relação do homem com o polvo, não o consideraria entre os melhores documentários do ano, mas muita gente abraçou a ideia do filme e isso impulsionou os votos.

CONFIRA A LISTA DE VENCEDORES DAS CATEGORIAS DE CINEMA DO 71º ACE AWARDS:

MONTAGEM – DRAMA

  • MANK – Kirk Baxter
  • MINARI – Harry Yoon
  • NOMADLAND – Chloé Zhao
  • O SOM DO SILÊNCIO – Mikkel E.G. Nielsen
  • OS 7 DE CHICAGO – Alan Baumgarten

MONTAGEM – COMÉDIA

  • BORAT: FITA DE CINEMA SEGUINTE – James Thomas, Craig Alpert, Mike Giambra
  • EU ME IMPORTO – Mark Eckersley
  • ON THE ROCKS – Sarah Flack
  • PALM SPRINGS – Matthew Friedman, Andrew Dickler
  • BELA VINGANÇA – Frédéric Thoraval

MONTAGEM – ANIMAÇÃO

  • OS CROODS 2: UMA NOVA ERA – James Ryan
  • DOIS IRMÃOS: UMA JORNADA FANTÁSTICA – Catherine Apple
  • A CAMINHO DA LUA – Edie Ichioka
  • SOUL – Kevin Nolting
  • WOLFWALKERS – Darragh Byrne, Richie Cody, Darren Holmes

MONTAGEM – DOCUMENTÁRIO

  • ATÉ O FIM: A LUTA PELA DEMOCRACIA – Nancy Novack
  • AS MORTES DE DICK JOHNSON – Nels Bangerter
  • THE DISSIDENT – Scott D. Hanson, James Leche, Wyatt Rogowski, Avner Shiloah
  • PROFESSOR POLVO – Pippa Ehrlich, Dan Schwalm
  • O DILEMA DAS REDES – Davis Coombe

MONTAGEM – DOCUMENTÁRIO (NÃO LANÇADO EM CINEMA)

  • BEASTIE BOYS STORY – Jeff Buchanan, Zoe Schack
  • THE BEE GEES: HOW CAN YOU MEND A BROKEN HEART – Derek Boonstra, Robert A. Martinez
  • THE LAST DANCE – Chad Beck, Devin Concannon, Abhay Sofsky, Ben Sozanski
  • SEDUCED: INSIDE THE NXIVM CULT – Inbal B. Lessner, Alex Jablonski, Gillian McCarthy, Matthew Moul, Chris A. Peterson

_________________________________________________________________________

SINDICATO DE DIRETORES DE FOTOGRAFIA SURPREENDE COM VITÓRIA DE ‘MANK’

Em cerimônia virtual, o American Society of Cinematographers (ASC) resolveu dar uma apimentada na disputa de Melhor Fotografia, concedendo o principal prêmio para Erik Messerschmdit, de MANK, batendo o favorito Joshua James Richards de Nomadland.

Mank foi o primeiro trabalho de Messerschmidt para longa de cinema. Sua parceria com o diretor David Fincher foi tão boa na série de TV Mindhunter, que foi resgatada para esse projeto bem pessoal do diretor, baseado no roteiro do falecido pai dele, Jack Fincher. Vendo o filme pela tela do notebook, a fotografia em preto-e-branco de Mank passa um pouco mais desapercebida, pois é um trabalho mais minucioso, que se alinha bem com os efeitos visuais, mas não chega a encher os olhos como a de Nomadland, que explora o cenário de belezas naturais americanas.

Apesar da vitória, não acreditamos que Mank vá surpreender no Oscar da categoria, ainda mais se o Oscar de Fotografia for uma base para a vitória de Melhor Filme para Nomadland, mas tudo é possível, ainda mais se considerarmos a tabela abaixo dos últimos 5 anos, em que houve apenas três vencedores em comum: as duas vitórias de Roger Deakins por Blade Runner 2049 e 1917, e a de Emmanuel Lubezki por O Regresso.

ANOASCOSCAR
202019171917
2019Guerra FriaRoma
2018Blade Runner 2049Blade Runner 2049
2017Lion: Uma Jornada Para CasaLa La Land
2016O RegressoO Regresso

Nas demais categorias, que não interferem no Oscar pois não estão entre os indicados, o filme francês Nós Duas levou o prêmio Spotlight para filmes de menor projeção e/ou independentes, e The Truffle Hunters levou a Melhor Fotografia de Documentário.

Confira os VENCEDORES (em negrito) DO 35º ASC:

FOTOGRAFIA – CINEMA

  • Erik Messerschmidt (Mank)
  • Phedon Papamichael (Os 7 de Chicago)
  • Joshua James Richards (Nomadland)
  • Newton Thomas Sigel (Cherry)
  • Dariusz Wolski (Relatos do Mundo)

PRÊMIO SPOTLIGHT

  • Katelin Arizmendi (Swallow)
  • Aurélien Marra (Nós Duas)
  • Andrey Naidenov (Dear Comrades!)

FOTOGRAFIA – DOCUMENTÁRIO

  • Viktor Kosakovskiy, Egil Håskjold Larsen (Gunda)
  • Gianfranco Rosi (Notturno)
  • Michael Dweck, Gregory Kershaw (The Truffle Hunters)

‘NOMADLAND’ VENCE o BAFTA em 4 CATEGORIAS: FILME, DIREÇÃO, ATRIZ e FOTOGRAFIA

ACADEMIA BRITÂNICA SE RENDE AO ROAD MOVIE DE CHLOÉ ZHAO QUE CARREGA FAVORITISMO A DUAS SEMANAS DO OSCAR

Como divulgado anteriormente, a edição do BAFTA este ano foi dividida em 2 dias. No sábado, oito categorias tiveram seus vencedores revelados, e hoje, domingo, as outras 16 categorias foram apresentadas diretamente de Londres, contando com a presença virtual da maioria dos indicados via Zoom.

O grande vencedor foi o road movie NOMADLAND, que ganhou 4 prêmios: Filme, Direção, Atriz (Frances McDormand) e Fotografia. Em 2º lugar, 5 produções empataram com 2 prêmios cada: BELA VINGANÇA (Filme Britânico e Roteiro Original), MEU PAI (Ator (Anthony Hopkins) e Roteiro Adaptado), O SOM DO SILÊNCIO (Montagem e Som), SOUL (Trilha Original e Longa de Animação) e A VOZ SUPREMA DO BLUES (Figurino e Maquiagem), demonstrando um equilíbrio entre vários filmes.

Talvez a maior e melhor surpresa tenha sido a vitória merecidíssima de ANTHONY HOPKINS para Melhor Ator. Embora estivesse indicado em todos os prêmios televisionados, o ator britânico estava perdendo todas as premiações para Chadwick Boseman. O diretor Florian Zeller, que já havia aceitado o prêmio de Roteiro Adaptado, também aceitou o prêmio em nome de Hopkins, que já havia vencido em 2 oportunidades por O Silêncio dos Inocentes e Vestígios do Dia. Terá forças para uma virada até o Oscar? Esperamos que sim. Mas o ator já adiantou que não vai comparecer ao evento em Los Angeles, o que pode lhe tirar alguns votos.

Não necessariamente uma surpresa, mas a vitória de FRANCES MCDORMAND como Melhor Atriz é no mínimo curiosa. Com as ausências de outras fortes concorrentes Carey Mulligan, Viola Davis e Andra Day, o favoritismo estava entre McDormand e Vanessa Kirby, já que são os nomes que mais marcaram presença na temporada. McDormand vence seu segundo BAFTA, pois venceu apenas em 2018 por Três Anúncios Para um Crime. Já no Oscar, se ganhar, ela teria 3 Oscars de Melhor Atriz, um feito que apenas Katharine Hepburn conseguiu (terminando com 4 estatuetas), ou seja, seria quase impossível porque a Academia gosta de dosar os prêmios para não haver acúmulos demais em um nome. Haveria comparações indesejadas do tipo: Frances é mais atriz do que Meryl Streep, que tem dois Oscars de Atriz e um de Coadjuvante? Além disso, o segundo Oscar de Frances ainda está bem fresco e recente na memória dos votantes.

DANIEL KALUUYA ganha outro prêmio importante em sua campanha praticamente irretocável e segue como franco-favorito por Judas e o Messias Negro. Já YUH-JUNG YOUN está em extrema ascensão com o recente SAG e agora o BAFTA de Atriz Coadjuvante por Minari. Em seu discurso, ela se mostra surpresa, manda suas condolências pela morte do príncipe Philip e ainda faz uma piada dizendo que este prêmio é ainda mais especial porque foi votado pelos britânicos, que são conhecidos por serem “esnobes”.

De uma forma geral, as premiações das categorias de atuação têm sido uma ótima surpresa. Independente pra quem você torça, esse rodízio de vencedores é infinitamente melhor e mais excitante do que as cartas marcadas de sempre dos últimos anos. Não sabemos se haverá surpresa no Oscar, mas já adiantamos que a maior seria a vitória de Vanessa Kirby para Melhor Atriz, porque só está faltando ela para ganhar um grande prêmio na temporada.

O resultado do BAFTA foi justo e parece bem menos suscetível às reclamações. Particularmente gostamos dos dois prêmios para Meu Pai (poderia ter levado Filme Britânico também), os dois prêmios para O Som do Silêncio, o prêmio para Diretor estreante para O Que Ficou Para Trás, um ótimo filme de terror sobre os horrores da imigração ilegal na Europa, o prêmio de Casting para Rocks, que garimpou nomes de atrizes jovens desconhecidas a dedo. Até a vitória de Druk – Mais uma Rodada como Filme em Língua Não Inglesa. Embora não seja um filme formidável, diante da concorrência, foi uma boa escolha. Talvez a única vitória que não nos agradou muito foi a vitória de Professor Polvo como Melhor Documentário, que nos parece ter ganho mais pelo aspecto emocional do que por outros méritos. Teríamos votado para o assombroso Collective, da Romênia.

A cerimônia do Oscar acontece daqui a duas semanas, então resta sabermos se os resultados do BAFTA vão influenciar no prêmio da Academia.

CONFIRA TODOS OS VENCEDORES DA 74ª EDIÇÃO DO BAFTA:

FILME

MEU PAI Philippe Carcassonne, Jean-Louis Livi, David Parfitt
THE MAURITANIAN TBC
NOMADLAND Mollye Asher, Dan Janvey, Frances McDormand, Peter Spears, Chloé Zhao
BELA VINGANÇA Ben Browning, Emerald Fennell, Ashley Fox, Josey McNamara
OS 7 DE CHICAGO Stuart Besser, Marc Platt

FILME BRITÂNICO

CALM WITH HORSES Nick Rowland, Daniel Emmerson, Joe Murtagh
A ESCAVAÇÃO Simon Stone, Gabrielle Tana, Moira Buffini
MEU PAI Florian Zeller, Philippe Carcassone, Jean-Louis Livi, David Parfitt, Christopher Hampton
O QUE FICOU PARA TRÁS Remi Weekes, Martin Gentles, Edward Kings, Roy Lee
LIMBO Ben Sharrock, Irune Gurtubai, Angus Lamont
THE MAURITANIAN Kevin Macdonald, Rory Haines, Sohrab Noshirvani, M.B. Traven
MOGUL MOWGLI Bassam Tariq, Riz Ahmed, Thomas Benski, Bennett McGhee
BELA VINGANÇA Emerald Fennell, Ben Browning, Ashley Fox, Josey McNamara
ROCKS Sarah Gavron, Ameenah Ayub Allen, Faye Ward, Theresa Ikoko, Claire Wilson
SAINT MAUD Rose Glass, Andrea Cornwell, Oliver Kassman

ESTREIA DE DIRETOR, ROTEIRISTA OU PRODUTOR BRITÂNICO

O QUE FICOU PARA TRÁS Remi Weekes (Writer/Director)
LIMBO Ben Sharrock (Writer/Director), Irune Gurtubai (Producer) [also produced by Angus Lamont]
MOFFIE Jack Sidey (Writer/Producer) [also written by Oliver Hermanus and produced by Eric Abraham]
ROCKS Theresa Ikoko, Claire Wilson (Writers)
SAINT MAUD Rose Glass (Writer/Director), Oliver Kassman (Producer) [also produced by Andrea Cornwell]

FILME EM LÍNGUA NÃO-INGLESA

DRUK – MAIS UMA RODADA Thomas Vinterberg, Sisse Graum Jørgensen
DEAR COMRADES! Andrei Konchalovsky, Alisher Usmanov
LES MISÉRABLES Ladj Ly
MINARI Lee Isaac Chung, Christina Oh
QUO VADIS, AIDA? Jasmila Žbanić, Damir Ibrahimovich

DOCUMENTÁRIO

COLLECTIVE Alexander Nanau
DAVID ATTENBOROUGH: A LIFE ON OUR PLANET Alastair Fothergill, Jonnie Hughes, Keith Scholey
THE DISSIDENT Bryan Fogel, Thor Halvorssen
PROFESSOR POLVO Pippa Ehrlich, James Reed, Craig Foster
THE SOCIAL DILEMMA Jeff Orlowski, Larissa Rhodes

LONGA DE ANIMAÇÃO

DOIS IRMÃOS: UMA JORNADA FANTÁSTICA Dan Scanlon, Kori Rae
SOUL Pete Docter, Dana Murray
WOLFWALKERS Tomm Moore, Ross Stewart, Paul Young

DIREÇÃO

DRUK – MAIS UMA RODADA Thomas Vinterberg
DENTE DE LEITE Shannon Murphy
MINARI Lee Isaac Chung
NOMADLAND Chloé Zhao
QUO VADIS, AIDA? Jasmila Žbanić
ROCKS Sarah Gavron

ROTEIRO ORIGINAL

DRUK – MAIS UMA RODADA Tobias Lindholm, Thomas Vinterberg
MANK Jack Fincher
BELA VINGANÇA Emerald Fennell
ROCKS Theresa Ikoko, Claire Wilson
OS 7 DE CHICAGO Aaron Sorkin

ROTEIRO ADAPTADO

A ESCAVAÇÃO Moira Buffini
MEU PAI Christopher Hampton, Florian Zeller
THE MAURITANIAN Rory Haines, Sohrab Noshirvani, M.B. Traven
NOMADLAND Chloé Zhao
THE WHITE TIGER Ramin Bahrani

ATRIZ

BUKKY BAKRAY Rocks
RADHA BLANK The Forty-Year-Old Version
VANESSA KIRBY Pieces of a Woman
FRANCES McDORMAND Nomadland
WUNMI MOSAKU O Que Ficou Para Trás
ALFRE WOODARD Clemency

ATOR

RIZ AHMED O Som do Silêncio
CHADWICK BOSEMAN A Voz Suprema do Blues
ADARSH GOURAV The White Tiger
ANTHONY HOPKINS Meu Pai
MADS MIKKELSEN Druk – Mais uma Rodada
TAHAR RAHIM The Mauritanian

ATRIZ COADJUVANTE

NIAMH ALGAR Calm With Horses
KOSAR ALI Rocks
MARIA BAKALOVA Borat: Fita de Cinema Seguinte
DOMINIQUE FISHBACK Judas e o Messias Negro
ASHLEY MADEKWE County Lines
YUH-JUNG YOUN Minari

ATOR COADJUVANTE

DANIEL KALUUYA Judas e o Messias Negro
BARRY KEOGHAN Calm With Horses
ALAN KIM Minari
LESLIE ODOM JR. Uma Noite em Miami…
CLARKE PETERS Destacamento Blood
PAUL RACI O Som do Silêncio

TRILHA ORIGINAL

MANK Trent Reznor, Atticus Ross
MINARI Emile Mosseri
RELATOS DO MUNDO James Newton Howard
BELA VINGANÇA Anthony Willis
SOUL Jon Batiste, Trent Reznor, Atticus Ross

CASTING

CALM WITH HORSES Shaheen Baig
JUDAS E O MESSIAS NEGRO Alexa L. Fogel
MINARI Julia Kim
BELA VINGANÇA Lindsay Graham Ahanonu, Mary Vernieu
ROCKS Lucy Pardee

FOTOGRAFIA

JUDAS E O MESSIAS NEGRO Sean Bobbitt
MANK Erik Messerschmidt
THE MAURITANIAN Alwin H. Küchler
RELATOS DO MUNDO Dariusz Wolski
NOMADLAND Joshua James Richards

MONTAGEM

MEU PAI Yorgos Lamprinos
NOMADLAND Chloé Zhao
BELA VINGANÇA Frédéric Thoraval
O SOM DO SILÊNCIO Mikkel E.G. Nielsen
OS 7 DE CHICAGO Alan Baumgarten

DESIGN DE PRODUÇÃO

A ESCAVAÇÃO Maria Djurkovic, Tatiana Macdonald
MEU PAI Peter Francis, Cathy Featherstone
MANK Donald Graham Burt, Jan Pascale
RELATOS DO MUNDO David Crank, Elizabeth Keenan
REBECCA Sarah Greenwood, Katie Spencer

FIGURINO

AMMONITE Michael O’Connor
A ESCAVAÇÃO Alice Babidge
EMMA. Alexandra Byrne
A VOZ SUPREMA DO BLUES Ann Roth
MANK Trish Summerville

MAQUIAGEM E PENTEADO

A ESCAVAÇÃO Jenny Shircore
ERA UMA VEZ UM SONHO Patricia Dehaney, Eryn Krueger Mekash, Matthew Mungle
A VOZ SUPREMA DO BLUES Matiki Anoff, Larry M. Cherry, Sergio Lopez-Rivera, Mia Neal
MANK Kimberley Spiteri, Gigi Williams
PINÓQUIO Mark Coulier

SOM

GREYHOUND: NA MIRA DO INIMIGO TBC
RELATOS DO MUNDO Michael Fentum, William Miller, Mike Prestwood Smith, John Pritchett, Oliver Tarney
NOMADLAND Sergio Diaz, Zach Seivers, M. Wolf Snyder
SOUL Coya Elliott, Ren Klyce, David Parker
O SOM DO SILÊNCIO Jaime Baksht, Nicolas Becker, Phillip Bladh, Carlos Cortés, Michelle Couttolenc

EFEITOS VISUAIS ESPECIAIS

GREYHOUND: NA MIRA DO INIMIGO Pete Bebb, Nathan McGuinness, Sebastian von Overheidt
O CÉU DA MEIA-NOITE Matt Kasmir, Chris Lawrence, David Watkins
MULAN Sean Faden, Steve Ingram, Anders Langlands, Seth Maury
O GRANDE IVAN Santiago Colomo Martinez, Nick Davis, Greg Fisher
TENET Scott Fisher, Andrew Jackson, Andrew Lockley

CURTA BRITÂNICO DE ANIMAÇÃO

THE FIRE NEXT TIME Renaldho Pelle, Yanling Wang, Kerry Jade Kolbe
THE OWL AND THE PUSSYCAT Mole Hill, Laura Duncalf
THE SONG OF A LOST BOY Daniel Quirke, Jamie MacDonald, Brid Arnstein

EE RISING STAR

BUKKY BAKRAY
CONRAD KHAN
KINGSLEY BEN-ADIR
MORFYDD CLARK
SOPE DIRISU

‘MANK’ LIDERA INDICAÇÕES ao OSCAR 2021. THOMAS VINTERBERG e LAKEITH STANFIELD são as GRANDES SURPRESAS

PELA PRIMEIRA VEZ, DUAS DIRETORAS SÃO INDICADAS EM MESMA EDIÇÃO

O anúncio dos indicados ao Oscar estava previamente agendado para às 10h19, horário de Brasília, mas com a entrada do horário de verão nos EUA, o evento ao vivo foi antecipado para às 9h19. Muitos canais online que queriam cobrir o anúncio em lives também sofreram com essa mudança de última hora. Conforme combinado, o casal Priyanka Chopra e Nick Jonas dividiram essa responsabilidade em duas partes. Ela ficou bastante feliz pela indicação a Melhor Roteiro Original para o filme O Tigre Branco, no qual estrela ao lado de Adarsh Gourav. Poderiam ter caprichado um pouco mais na arte e inserido fotos dos filmes e atores indicados, mas preferiram apenas o texto. Confira o anúncio em vídeo do YouTube abaixo:

NÚMEROS DO OSCAR

Como previsto, Mank foi o filme que mais acumulou indicações nesta 93ª edição do Oscar, com 10. Com 6 indicações cada, seis filmes empataram: MEU PAI, JUDAS E O MESSIAS NEGRO, MINARI, NOMADLAND, O SOM DO SILÊNCIO e OS 7 DE CHICAGO. Todos os filmes acima foram indicados a Melhor Filme ao lado de BELA VINGANÇA que recebeu 5 indicações.

Num ano marcado pela pandemia, a NETFLIX foi a recordista pelo segundo ano consecutivo com 35 indicações. Em 2020, a companhia de streaming havia acumulado 24 indicações.

Esta foi a última vez que a categoria de MELHOR FILME terá número de indicados flexível dependendo do número de votos. Foi combinado que a partir da próxima edição, teremos sempre DEZ filmes indicados a Melhor Filme, como foi em 2010 e 2011. O objetivo é aumentar a visibilidade de mais filmes que tragam maior diversidade ao Oscar (e por que não audiência?). Este ano, tivemos oito indicados, e tivemos ausência de três indicados ao PGA: Borat: Fita de Cinema Seguinte, A Voz Suprema do Blues e Uma Noite em Miami.

HISTÓRICOS

Depois de 93 anos, finalmente temos duas diretoras indicadas na categoria de DIREÇÃO: Emerald Fennell por Bela Vingança e CHLOÉ ZHAO por Nomadland. Elas se tornaram apenas a SEXTA e SÉTIMA mulheres indicadas nesta categoria. Enquanto Zhao se tornou a primeira diretora não-branca indicada e foi a primeira mulher a receber 4 indicações (Filme, Direção, Roteiro Adaptado e Montagem), Fennell foi a terceira mulher a acumular 3 indicações (Filme, Direção e Roteiro Original). Havia a possibilidade de Regina King também integrar essa acirrada competição por Uma Noite em Miami, mas sua possível vaga foi “roubada” pelo dinamarquês THOMAS VINTERBERG por Druk – Mais uma Rodada.

Pela primeira vez, tivemos NOVE ATORES NÃO-BRANCOS indicados nas 4 categorias: Chadwick Boseman, Riz Ahmed (primeiro descendente de Paquistanês indicado), Steven Yeun e Yuh-Jung Youn (primeiros atores sul-coreanos), Andra Day, Viola Davis, Daniel Kaluuya, LaKeith Stanfield e Leslie Odom Jr.

CHADWICK BOSEMAN se tornou apenas o sétimo ator a receber indicação póstuma. O jovem ator, que faleceu em Agosto de 2020 aos 43 anos, junta-se a nomes consagrados como James Dean (Vidas Amargas e Assim Caminha a Humanidade) e os vencedores do Oscar Peter Finch (Rede de Intrigas) e Heath Ledger (Batman – O Cavaleiro das Trevas). Ele é o primeiro ator negro a ser indicado postumamente.

SURPRESAS E AUSÊNCIAS

Talvez a maior surpresa desta edição tenha sido a indicação de LaKeith Stanfield. Se ele fosse indicado para Melhor Ator já seria uma surpresa, mas como foi indicado a Ator Coadjuvante, foi um CHOQUE! Mais uma vez vemos aquela manipulação entre as categorias de atuação, mas de forma mais descarada aqui, afinal, se Stanfield e Kaluuya são Coadjuvantes, quem é o protagonista em Judas e o Messias Negro??

A segunda maior surpresa foi a de Thomas Vinterberg na Melhor Direção. Embora ele tivesse sido recentemente indicado ao BAFTA, poucos previram outra indicação a não ser na categoria de Filme Internacional pela Dinamarca. Havia uma chance mínima também para uma indicação de Melhor Ator para Mads Mikkelsen, mas a disputa estava acirradíssima. Num ano conturbado, com Minari levando vários prêmios de Filme em Língua Estrangeira, mas não podendo concorrer ao Oscar da categoria por ser uma produção americana, e Bacurau excluído por ter competido em 2020, Druk – Mais uma Rodada foi se firmando como favorito.

Ainda sobre a categoria de Filme Internacional, embora imprevisível este ano, podemos considerar surpresas as indicações do filme de Hong Kong, Better Days, e da Tunísia, The Man Who Sold His Skin. Havia uma expectativa de indicações para o filme La Llorona, da Guatemala, Nós Duas, da França, e até A Sun, de Taiwan. Romênia e Tunísia comemoram suas primeiras indicações ao Oscar.

Voltando às categorias de atuação, e GLENN CLOSE? Ela se tornou a terceira pessoa a ter a mesma performance indicada para o Oscar e para o Framboesa de Ouro! Se ganhar o Oscar, torna-se a primeira a conquistar esse feito. E se perder, será sua oitava derrota sem nenhuma vitória. Pra sorte dela, não existe uma franco-favorita na categoria (Yuh-Jung Youn é a mais cotada), então pode ser que ela ganhe, mas será aquela vitória com bastante ressalva por causa do Framboesa. E se perder, será a atriz recordista de indicações sem vitória, igualando o recorde histórico do já falecido Peter O’Toole.

Depois de muita pressão por não terem indicado SONG KANG HO ano passado por Parasita, STEVEN YEUN se torna o primeiro ator sul-coreano indicado ao Oscar por Minari. Quando se fala sobre #OscarsSoWhite, é mais comum discutirmos a ausência de atores negros, então ficamos contentes com a inclusão de dois atores asiáticos numa só edição, já que YUH-JUNG YOUN também foi reconhecida na categoria de Atriz Coadjuvante. Ela tem tudo para representar Minari no palco, pois a disputa entre as atrizes está bastante confusa ainda. Aliás, o SAG que será no próximo dia 04 de Abril, deve esclarecer melhor as reais chances dos atores até o final da temporada.

Com uma boa safra de performances, muitos atores acabaram sendo esnobados, mas felizmente nenhuma dessas ausências pode ser considerada um absurdo ou um ultraje. Melhor Ator: Delroy Lindo (Destacamento Blood) e Tahar Rahim (The Mauritanian); Melhor Atriz: Amy Adams (Era uma Vez um Sonho), Sophia Loren (Rosa e Momo) e Zendaya (Malcolm & Marie); Melhor Ator Coadjuvante: Chadwick Boseman (Destacamento Blood), Alan Kim (Minari), Bill Murray (On the Rocks) e Jared Leto (Os Pequenos Vestígios); Melhor Atriz Coadjuvante: Jodie Foster (The Mauritanian), Helena Zengel (Relatos do Mundo) e Dominique Fishback (Judas e o Messias Negro). Desses acima, gostaríamos de ter visto indicações para Tahar Rahim que está fantástico em The Mauritanian, e para Alan Kim, que conquista o coração de todos em Minari. Já das atuações que foram esnobadas por todos, mas adoraríamos ver aqui é a de Elisabeth Moss em O Homem Invisível, que também merecia indicação pelos efeitos visuais.

Dentre outras boas surpresas, destacamos a dupla indicação do filme romeno COLLECTIVE para DOCUMENTÁRIO e FILME INTERNACIONAL, repetindo o raro feito de Honeyland na última edição, que saiu sem nenhuma estatueta. A categoria de Documentário está bem representada também por AGENTE DUPLO, CRIP CAMP, TIME e PROFESSOR POLVO. Na categoria de Longa de Animação, gostamos da entrada do simpático trabalho de stop motion SHAUN, O CARNEIRO: O FILME – A FAZENDA CONTRA-ATACA, mas esperávamos que ele tomasse o lugar do fraco A CAMINHO DA LUA, para que a sequência Croods 2: Uma Nova Era fosse indicada.

Comemoramos duas ausências que indicam uma queda nas chances de Melhor Filme. A primeira para JACK FINCHER pelo roteiro de MANK. O filme de David Fincher pode ser perfeito em muitos aspectos técnicos, principalmente Fotografia e Som, mas seu roteiro, escrito décadas atrás, não chega a empolgar para um filme de bastidores de Hollywood e de Cidadão Kane. E a segunda seria a de AARON SORKIN na categoria de DIREÇÃO por OS 7 DE CHICAGO. Sorkin ainda precisa comer muito arroz e feijão para se tornar um bom diretor, então ficamos felizes por sua substituição na categoria. Ambas as ausências enfraquecem as campanhas dos filmes para ganhar o Oscar de Melhor Filme, afinal, indicações para direção e roteiro costumam ser essenciais para levar o prêmio principal da noite.

CONFIRA TODOS OS INDICADOS AO 93º ACADEMY AWARDS:

FILME
Meu Pai (The Father)
Judas e o Messias Negro (Judas and the Black Messiah)
Mank (Mank)
Minari (Minari)
Nomadland (Nomadland)
Bela Vingança (Promising Young Woman)
O Som do Silêncio (Sound of Metal)
Os 7 de Chicago (The Trial of the Chicago 7)

DIREÇÃO
* Thomas Vinterberg (Druk – Mais uma Rodada)
* David Fincher (Mank)
* Lee Isaac Chung (Minari)
* Emerald Fennell (Bela Vingança)
Chloé Zhao (Nomadland)

ATOR
*
Riz Ahmed (O Som do Silêncio)
* Chadwick Boseman (A Voz Suprema do Blues)
* Anthony Hopkins (Meu Pai)
* Gary Oldman (Mank)
* Steven Yeun (Minari)

ATRIZ
* Viola Davis (A Voz Suprema do Blues)
* Andra Day (Estados Unidos vs. Billie Holiday)
* Vanessa Kirby (Pieces of a Woman)
* Frances McDormand (Nomadland)
* Carey Mulligan (Bela Vingança)

ATOR COADJUVANTE
* Sacha Baron Cohen
(Os 7 de Chicago)
* Daniel Kaluuya (Judas e o Messias Negro)
* Leslie Odom Jr. (Uma Noite em Miami)
* Paul Raci (O Som do Silêncio)
* LaKeith Stanfield (Judas e o Messias Negro)

ATRIZ COADJUVANTE
* Maria Bakalova
(Borat: Fita de Cinema Seguinte)
* Glenn Close (Era uma Vez um Sonho)
* Olivia Colman (Meu Pai)
* Amanda Seyfried (Mank)
* Yuh-Jung Youn (Minari)

ROTEIRO ORIGINAL
* Judas e o Messias Negro – Will Berson, Shaka King, Keith Lucas, Kenneth Lucas 
Minari – Lee Isaac Chung 
* Bela Vingança – Emerald Fennell
O Som do Silêncio – Abraham Marder, Darius Marder, Derek Cianfrance 
Os 7 de Chicago – Aaron Sorkin

ROTEIRO ADAPTADO
*
Borat: Fita de Cinema Seguinte – Peter Baynham, Sacha Baron Cohen, Jena Friedman, Anthony Hines, Lee Kern, Dan Mazer, Nina Pedrad, Erica Rivinoja, Dan Swimer 
Meu Pai – Christopher Hampton, Florian Zeller
Nomadland – Chloé Zhao
Uma Noite em Miami – Kemp Powers 
O Tigre Branco – Ramin Bahrani

FOTOGRAFIA
Judas e o Messias Negro – Sean Bobbitt
Mank – Erik Messerschmidt
Relatos do Mundo – Dariusz Wolski
Nomadland – Joshua James Richardson
Os 7 de Chicago – Phedon Papamichael

MONTAGEM
Meu Pai – Yorgos Lamprinos
* Nomadland – Chloé Zhao 
* Bela Vingança – Frédéric Thoraval 
* O Som do Silêncio – Mikkel E.G. Nielsen
* Os 7 de Chicago – Alan Baumgarten

DESENHO DE PRODUÇÃO
Meu Pai – Peter Francis, Cathy Featherstone
A Voz Suprema do Blues – Mark Ricker, Karen O’Hara, Diana Stoughton 
Mank – Donald Graham Burt, Jan Pascale
Relatos do Mundo – David Crank, Elizabeth Keenan
* Tenet – Nathan Crowley, Kathy Lucas

FIGURINO
*
Emma. – Alexandra Byrne
A Voz Suprema do Blues – Ann Roth
Mank – Trish Summerville
Mulan – Bina Daigeler
Pinóquio – Massimo Cantini Parrini

MAQUIAGEM E PENTEADO
* Emma. – Marese Langan
* Era uma Vez um Sonho – Eryn Krueger Mekash, Patricia Dehaney, Matthew Mungle 
A Voz Suprema do Blues – Matiki Anoff, Mia Neal, Larry M. Cherry
* Mank – Kimberley Spiteri, Gigi Williams 
* Pinóquio – Dalia Colli, Anna Kieber, Sebastian Lochmann, Stephen Murphy 

TRILHA MUSICAL ORIGINAL
Destacamento Blood – Terence Blanchard
* Mank – Trent Reznor, Atticus Ross
Minari – Emile Mosseri
Relatos do Mundo – James Newton Howard
Soul – Trent Reznor, Atticus Ross, Jon Batiste

CANÇÃO ORIGINAL
* “Fight for You” – JUDAS E O MESSIAS NEGRO
Música por H.E.R. and Dernst Emile II; Letra por H.E.R. e Tiara Thomas
* “Hear my Voice” – OS 7DE CHICAGO
Música por Daniel Pemberton; Letra por Daniel Pemberton e Celeste Waite
* “Husavik” – FESTIVAL EUROVISION DA CANÇÃO: A SAGA DE SIGRIT E LARS
Música e letra por Savan Kotecha, Fat Max Gsus e Rickard Göransson
* “Io Sì (SeEn)” – ROSA E MOMO
Música por Diane Warren; Letra por Diane Warren e Laura Pausini
* “Speak Now” – UMA NOITE EM MIAMI…
Música e letra por Leslie Odom, Jr. e Sam Ashworth

SOM
Greyhound: Na Mira do Inimigo – Odin Benitez, Jason King, Christian P. Minkler, Michael Minkler, Jeff Sawyer
Mank – Ren Klyce, Jeremy Molod, David Parker, Nathan Nance, Drew Kunin 
Relatos do Mundo – John Pritchett, Mike Prestwood Smith, William Miller, Oliver Tarney, Michael Fentum
Soul – Coya Elliott, Ren Klyce, David Parker, Vince Caro
* O Som do Silêncio – Phillip Bladh, Nicolas Becker, Jaime Baksht, Michelle Couttolenc, Carlos Cortés, Carolina Santana

EFEITOS VISUAIS
* PROBLEMAS MONSTRUOSOS
*
O Céu da Meia-Noite – Matt Kasmir, Chris Lawrence, Dave Watkins, Max Solomon 
Mulan – Sean Faden, Anders Langlands, Seth Maury, Steve Ingram
O Grande Ivan – Nick Davis, Greg Fisher, Ben Jones, Santiago Colomo Martinez 
Tenet – Andrew Jackson, Andrew Lockley, Scott R. Fisher, Mike Chambers 

LONGA DE ANIMAÇÃO
* Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica
* A Caminho da Lua
* SHAUN, O CARNEIRO: O FILME – A FAZENDA CONTRA-ATACA
* Soul
* Wolfwalkers

DOCUMENTÁRIO
* Collective
* Crip Camp: REVOLUÇÃO PELA INCLUSÃ
O
* Agente Duplo
* Professor Polvo
* Time

FILME INTERNACIONAL
Druk – Mais uma Rodada – Dinamarca
Better Days – Hong Kong
Collective – Romênia
The Man Who Sold his Skin – Tunísia
Quo Vadis, Aida? – Bósnia e Herzegovina

CURTA-METRAGEM
* Feeling Through
* The Letter Room
* The Present
* Two Distant Strangers
* White Eye

CURTA DE ANIMAÇÃO
* Burrow
* Genius Loci
* Se Algo Acontecer… Te Amo
* Opera
* Yes-People

DOCUMENTÁRIO-CURTA
* Colette
* A Concerto is a Conversation
* Do Not Split
* Hunger Ward
* UMA CANÇÃO PARA Latasha

____________________________________________________________________________________
A 93ª cerimônia do Oscar está marcada para o dia 25 de Abril.

‘NOMADLAND’ e ‘MANK’ DISPUTAM o PRÊMIO do SINDICATO ASC

FOTOGRAFIA É ANALISADA VIA STREAMING PELA PRIMEIRA VEZ

Não sei pra vocês, mas depois de vários anos seguidos com Emmanuel Lubezki e/ou Roger Deakins na disputa, ficou um vazio artístico em mim quando não vi ambos nas listas. Outra diferença enorme é que não pudemos apreciar a beleza desses trabalhos de fotografia em todo seu esplendor numa tela de cinema como costumamos fazer. Tenho certeza de que as imagens de Nomadland seriam muito mais lindas e transcendentais dentro de uma sala de cinema. Mas é o que temos para hoje com essa pandemia interminável.

A seleção da ASC parece justa. O estranho no ninho parece ser Cherry, dos irmãos Anthony e Joe Russo, que ainda não está disponível para streaming (legal), por isso mesmo, deve ser o escolhido da vez para ceder seu lugar para outro filme na transição para o Oscar. Estamos entre Minari e Judas e o Messias Negro para assumir o lugar, mas adoraríamos ver o singelo First Cow surpreendendo a todos. Embora a esperança do filme de Kelly Reichardt resida na categoria de Roteiro Adaptado, uma indicação para Fotografia seria estarrecedor.

Dentre esses cinco indicados ao ASC, Nomadland me parece o mais bonito e com maior peso na narrativa. A fotografia de Joshua James Richards é responsável por inserir o público na jornada da nômade Fern (Frances McDormand) e fazê-lo refletir da mesma forma ao contemplar a natureza em inúmeros cenários. Nesse sentido, lembra um pouco a fotografia transcendental de Lubezki em O Novo Mundo (2005), sem querer resgatar o mexicano novamente. Apesar dos demais candidatos não serem de baixa qualidade, será uma surpresa se o road movie não levar esse Oscar.

A fotografia em preto-e-branco de Mank parece refletir o filme em si: belo porém vazio. Existe todo um trabalho penoso para reproduzir o visual (e o som) daqueles anos 30 e 40, mas esse preto-e-branco não me chamou tanto a atenção como Nebraska, por exemplo, ou O Homem que Não Estava Lá, só pra citar dois filmes indicados ao Oscar nos anos anteriores. Já as fotografias de Relatos do Mundo e Os 7 de Chicago são bonitas, porém mais clássicas, mas a de Dariusz Wolski dialoga melhor com o estilo do western clássico de Paul Greengrass. Aliás, caso sua indicação se confirme, será sua primeira no Oscar, um reconhecimento bem tardio na carreira do artista, mas bem merecida.

Dentre os indicados ao prêmio Spotlight, a fotografia de Swallow trabalha bem com cores, mas se destaca bem pelos enquadramentos. A diretora de fotografia Katelin Arizmendi sempre tenta dar algum jeito de inserir a protagonista grávida num aperto, seja numa porta ou entre pilastras, espelhando a pressão que ela sente a respeito da gestação e da família do marido. Os demais trabalhos honestamente eu não vi, mas parecem interessantes, especialmente o russo Dear Comrades!. A premiação do American Society of Cinematographers é uma das raras que sabe escolher os melhores trabalhos com propriedade, porque tem alguns como o de montagem e roteiro que sempre entregam uns indicados de qualidade duvidosa, tipo a edição de Bohemian Rhapsody. Por isso, na transição para o Oscar, costuma haver apenas um indicado diferente entre ambos.

Confira todos os indicados nas categorias de cinema do ASC, sem Lubezki e Deakins:

‘NOMADLAND’ e ‘ROCKS’ LIDERAM as INDICAÇÕES ao BAFTA 2021

APÓS ESCÂNDALO DO #BAFTASOWHITE EM 2020, ACADEMIA BRITÂNICA SURPREENDE EM INÚMERAS CATEGORIAS

Quando não tivemos nenhuma diretora indicada ou nenhum ator ou atriz negros indicados na última edição do BAFTA, a Academia Britânica reuniu membros e comissão (incluindo o Príncipe William) por sete meses e decidiu fazer mudanças urgentes. Dentre elas, houve aumento de 5 para 10 filmes indicados na categoria de Melhor Filme Britânico, a divulgação de uma pré-lista extensa de possíveis indicados que expandiria as opções reconhecidas, e o convite para 1.000 novos membros votantes pertencentes à classes minoritárias ou sub-representadas. Nas categorias de atuação e direção, o número de indicados também cresceu de 5 para 6, possibilitando maior justiça.

Como é possível ver nas indicações deste ano, as mudanças logo surtiram efeito. Ao ler a lista de indicados, parecia que estávamos diante do BAFTA antigo que se perdeu depois dos anos 90, quando tinha personalidade própria e não estava buscando prever os filmes do Oscar. Pelo lado positivo, realmente houve maior inclusão de etnias e nacionalidades, o que possibilitou o reconhecimento de produções menores que não contavam com orçamentos para fazer campanhas publicitárias. Parece que os votantes realmente fizeram uma seleção própria, ao contrários dos anos anteriores em que iam muito no automático das outras premiações, fazendo alterações mínimas.

E pelo lado negativo, como toda mudança, há exclusões que não devem agradar aqueles que dão preferência a nomes mais famosos e figurinhas carimbadas da temporada. A ausência mais sentida entre os atores é de Carey Mulligan, que há dois dias levou o prêmio de Melhor Atriz por Bela Vingança no Critics’ Choice Awards. Na categoria de Direção, foram 4 mulheres entre os 6 indicados, mas com a exceção de Chloé Zhao que vinha marcando presença em todas as listas, nenhuma das outras 3 estavam na expectativa: Shannon Murphy (Dente de Leite), Jasmila Žbanić (Quo Vadis, Aida?) e Sarah Gavron (Rocks). Os ausentes masculinos David Fincher e Aaron Sorkin deram lugar a Lee Isaac-Chung (Minari) e Thomas Vinterberg (Druk – Mais uma Rodada).

Após uma década publicando notícias das temporadas de premiações, vejo essa mudança no BAFTA como muito mais positiva. Muitas vezes, as premiações parecem mais uma casa de apostas e estatísticas do que um reconhecimento dos filmes e dos profissionais da área de Cinema. Há muitos anos, vimos vários filmes de qualidade duvidosa ganhando prêmios importantes porque contaram com campanhas milionárias ou um padrinho influente como o hoje preso Harvey Weinstein. Os prêmios não apenas servem para reconhecer um trabalho bem feito, mas para ajudar aqueles cineastas emergentes a conquistar mais espaço com projetos mais ousados que estúdios conservadores não querem apostar mais por pensarem exclusivamente em lucros. Quais filmes ou profissionais vão ganhar o BAFTA é uma questão subjetiva de cada membro votante, mas ao ver essa diversidade de títulos na lista de indicados já me deixa bastante esperançoso.

NÚMEROS DO BAFTA 2021

Os recordistas desta edição, Nomadland e Rocks, acumularam sete indicações cada. Enquanto o road movie de Chloé Zhao foi indicado para Melhor Filme, Direção, Atriz (Frances McDormand), Roteiro Adaptado, Fotografia, Montagem e Som, o drama familiar de Sarah Gavron disputa Melhor Filme Britânico, Melhor Estreia de Diretor, Produtor ou Roteirista Britânico, Direção, Roteiro Original, Atriz (Bukky Bakray), Atriz Coadjuvante (Kosar Ali) e Casting.

Logo em seguida, com seis indicações cada, temos Meu Pai, Mank, Minari e Bela Vingança. Dentre eles, a queda de Mank é bastante chamativa para um filme que tinha perspectivas de ser o recordista de indicações, alavancado pela Netflix. Havia uma expectativa de 10 ou 11 indicações para o filme de David Fincher, mas teve que se contentar com apenas 6, sendo ausência em categorias-chave como Ator (Gary Oldman), Atriz Coadjuvante (Amanda Seyfried) e Direção para o próprio Fincher.

A Escavação e The Mauritanian acumularam 5 indicações cada. Curiosamente, Jodie Foster, que havia ganhado o Globo de Ouro de Atriz Coadjuvante ficou de fora, enquanto Tahar Rahim foi reconhecido como Melhor Ator.

AUSÊNCIAS

São tantas que poderíamos fazer uma lista só com os nomes que ficaram de fora: Carey Mulligan (Bela Vingança), Gary Oldman e Amanda Seyfried (Mank), Sacha Baron Cohen (Borat: Fita de Cinema Seguinte e Os 7 de Chicago), Viola Davis (A Voz Suprema do Blues), Delroy Lindo (Destacamento Blood), Olivia Colman (Meu Pai), Glenn Close (Era uma Vez um Sonho), Steven Yeun (Minari), Helena Zengel (Relatos do Mundo) e Jodie Foster (The Mauritanian).

SURPRESAS

Houve várias inclusões já citadas acima que surpreenderam como o próprio recordista Rocks. Citamos também a indicação dos atores Mads Mikkelsen (Druk – Mais uma Rodada), Radha Blank (The Forty-Year-Old Version), Wunmi Mosaku (O Que Ficou Para Trás), Dominique Fishback (Judas e o Messias Negro), Barry Keoghan (Calm With Horses), Clarke Peters (Destacamento Blood) e Alan Kim (Minari).

Existe uma expectativa mínima de que essas indicações do BAFTA influenciem de alguma forma a votação de indicados ao Oscar que começou dia 07 e termina amanhã, dia 10. Para aqueles que deixaram para votar de última hora, o BAFTA ainda pode fazer alguma diferença, mas só o fato de ter recuperado um pouco da identidade original já nos deixa satisfeitos. Lembrando que, devido à pandemia, a cerimônia será dividida em duas partes. A primeira divulgará os vencedores das categorias técnicas, e a segunda os vencedores das categorias principais, nos dias 10 e 11 de Abril, respectivamente.

CONFIRA TODOS OS INDICADOS DA 74ª EDIÇÃO DO BAFTA:

FILME

MEU PAI Philippe Carcassonne, Jean-Louis Livi, David Parfitt
THE MAURITANIAN TBC
NOMADLAND Mollye Asher, Dan Janvey, Frances McDormand, Peter Spears, Chloé Zhao
BELA VINGANÇA Ben Browning, Emerald Fennell, Ashley Fox, Josey McNamara
OS 7 DE CHICAGO Stuart Besser, Marc Platt

FILME BRITÂNICO

CALM WITH HORSES Nick Rowland, Daniel Emmerson, Joe Murtagh
A ESCAVAÇÃO Simon Stone, Gabrielle Tana, Moira Buffini
MEU PAI Florian Zeller, Philippe Carcassone, Jean-Louis Livi, David Parfitt, Christopher Hampton
O QUE FICOU PARA TRÁS Remi Weekes, Martin Gentles, Edward Kings, Roy Lee
LIMBO Ben Sharrock, Irune Gurtubai, Angus Lamont
THE MAURITANIAN Kevin Macdonald, Rory Haines, Sohrab Noshirvani, M.B. Traven
MOGUL MOWGLI Bassam Tariq, Riz Ahmed, Thomas Benski, Bennett McGhee
BELA VINGANÇA Emerald Fennell, Ben Browning, Ashley Fox, Josey McNamara
ROCKS Sarah Gavron, Ameenah Ayub Allen, Faye Ward, Theresa Ikoko, Claire Wilson
SAINT MAUD Rose Glass, Andrea Cornwell, Oliver Kassman

ESTREIA DE DIRETOR, ROTEIRISTA OU PRODUTOR BRITÂNICO

O QUE FICOU PARA TRÁS Remi Weekes (Writer/Director)
LIMBO Ben Sharrock (Writer/Director), Irune Gurtubai (Producer) [also produced by Angus Lamont]
MOFFIE Jack Sidey (Writer/Producer) [also written by Oliver Hermanus and produced by Eric Abraham]
ROCKS Theresa Ikoko, Claire Wilson (Writers)
SAINT MAUD Rose Glass (Writer/Director), Oliver Kassman (Producer) [also produced by Andrea Cornwell]

FILME EM LÍNGUA NÃO-INGLESA

DRUK – MAIS UMA RODADA Thomas Vinterberg, Sisse Graum Jørgensen
DEAR COMRADES! Andrei Konchalovsky, Alisher Usmanov
LES MISÉRABLES Ladj Ly
MINARI Lee Isaac Chung, Christina Oh
QUO VADIS, AIDA? Jasmila Žbanić, Damir Ibrahimovich

DOCUMENTÁRIO

COLLECTIVE Alexander Nanau
DAVID ATTENBOROUGH: A LIFE ON OUR PLANET Alastair Fothergill, Jonnie Hughes, Keith Scholey
THE DISSIDENT Bryan Fogel, Thor Halvorssen
MY OCTOPUS TEACHER Pippa Ehrlich, James Reed, Craig Foster
THE SOCIAL DILEMMA Jeff Orlowski, Larissa Rhodes

LONGA DE ANIMAÇÃO

DOIS IRMÃOS: UMA JORNADA FANTÁSTICA Dan Scanlon, Kori Rae
SOUL Pete Docter, Dana Murray
WOLFWALKERS Tomm Moore, Ross Stewart, Paul Young

DIREÇÃO

DRUK – MAIS UMA RODADA Thomas Vinterberg
DENTE DE LEITE Shannon Murphy
MINARI Lee Isaac Chung
NOMADLAND Chloé Zhao
QUO VADIS, AIDA? Jasmila Žbanić
ROCKS Sarah Gavron

ROTEIRO ORIGINAL

DRUK – MAIS UMA RODADA Tobias Lindholm, Thomas Vinterberg
MANK Jack Fincher
BELA VINGANÇA Emerald Fennell
ROCKS Theresa Ikoko, Claire Wilson
OS 7 DE CHICAGO Aaron Sorkin

ROTEIRO ADAPTADO

A ESCAVAÇÃO Moira Buffini
MEU PAI Christopher Hampton, Florian Zeller
THE MAURITANIAN Rory Haines, Sohrab Noshirvani, M.B. Traven
NOMADLAND Chloé Zhao
THE WHITE TIGER Ramin Bahrani

ATRIZ

BUKKY BAKRAY Rocks
RADHA BLANK The Forty-Year-Old Version
VANESSA KIRBY Pieces of a Woman
FRANCES McDORMAND Nomadland
WUNMI MOSAKU O Que Ficou Para Trás
ALFRE WOODARD Clemency

ATOR

RIZ AHMED O Som do Silêncio
CHADWICK BOSEMAN A Voz Suprema do Blues
ADARSH GOURAV The White Tiger
ANTHONY HOPKINS Meu Pai
MADS MIKKELSEN Druk – Mais uma Rodada
TAHAR RAHIM The Mauritanian

ATRIZ COADJUVANTE

NIAMH ALGAR Calm With Horses
KOSAR ALI Rocks
MARIA BAKALOVA Borat: Fita de Cinema Seguinte
DOMINIQUE FISHBACK Judas e o Messias Negro
ASHLEY MADEKWE County Lines
YUH-JUNG YOUN Minari

ATOR COADJUVANTE

DANIEL KALUUYA Judas e o Messias Negro
BARRY KEOGHAN Calm With Horses
ALAN KIM Minari
LESLIE ODOM JR. Uma Noite em Miami…
CLARKE PETERS Destacamento Blood
PAUL RACI O Som do Silêncio

TRILHA ORIGINAL

MANK Trent Reznor, Atticus Ross
MINARI Emile Mosseri
RELATOS DO MUNDO James Newton Howard
BELA VINGANÇA Anthony Willis
SOUL Jon Batiste, Trent Reznor, Atticus Ross

CASTING

CALM WITH HORSES Shaheen Baig
JUDAS E O MESSIAS NEGRO Alexa L. Fogel
MINARI Julia Kim
BELA VINGANÇA Lindsay Graham Ahanonu, Mary Vernieu
ROCKS Lucy Pardee

FOTOGRAFIA

JUDAS E O MESSIAS NEGRO Sean Bobbitt
MANK Erik Messerschmidt
THE MAURITANIAN Alwin H. Küchler
RELATOS DO MUNDO Dariusz Wolski
NOMADLAND Joshua James Richards

MONTAGEM

MEU PAI Yorgos Lamprinos
NOMADLAND Chloé Zhao
BELA VINGANÇA Frédéric Thoraval
O SOM DO SILÊNCIO Mikkel E.G. Nielsen
OS 7 DE CHICAGO Alan Baumgarten

DESIGN DE PRODUÇÃO

A ESCAVAÇÃO Maria Djurkovic, Tatiana Macdonald
MEU PAI Peter Francis, Cathy Featherstone
MANK Donald Graham Burt, Jan Pascale
RELATOS DO MUNDO David Crank, Elizabeth Keenan
REBECCA Sarah Greenwood, Katie Spencer

FIGURINO

AMMONITE Michael O’Connor
A ESCAVAÇÃO Alice Babidge
EMMA. Alexandra Byrne
A VOZ SUPREMA DO BLUES Ann Roth
MANK Trish Summerville

MAQUIAGEM E PENTEADO

A ESCAVAÇÃO Jenny Shircore
ERA UMA VEZ UM SONHO Patricia Dehaney, Eryn Krueger Mekash, Matthew Mungle
A VOZ SUPREMA DO BLUES Matiki Anoff, Larry M. Cherry, Sergio Lopez-Rivera, Mia Neal
MANK Kimberley Spiteri, Gigi Williams
PINÓQUIO Mark Coulier

SOM

GREYHOUND: NA MIRA DO INIMIGO TBC
RELATOS DO MUNDO Michael Fentum, William Miller, Mike Prestwood Smith, John Pritchett, Oliver Tarney
NOMADLAND Sergio Diaz, Zach Seivers, M. Wolf Snyder
SOUL Coya Elliott, Ren Klyce, David Parker
O SOM DO SILÊNCIO Jaime Baksht, Nicolas Becker, Phillip Bladh, Carlos Cortés, Michelle Couttolenc

EFEITOS VISUAIS ESPECIAIS

GREYHOUND: NA MIRA DO INIMIGO Pete Bebb, Nathan McGuinness, Sebastian von Overheidt
O CÉU DA MEIA-NOITE Matt Kasmir, Chris Lawrence, David Watkins
MULAN Sean Faden, Steve Ingram, Anders Langlands, Seth Maury
O GRANDE IVAN Santiago Colomo Martinez, Nick Davis, Greg Fisher
TENET Scott Fisher, Andrew Jackson, Andrew Lockley

CURTA BRITÂNICO DE ANIMAÇÃO

THE FIRE NEXT TIME Renaldho Pelle, Yanling Wang, Kerry Jade Kolbe
THE OWL AND THE PUSSYCAT Mole Hill, Laura Duncalf
THE SONG OF A LOST BOY Daniel Quirke, Jamie MacDonald, Brid Arnstein

‘NOMADLAND’ CONQUISTA 4 PRÊMIOS do CRITICS’ CHOICE, incluindo MELHOR FILME

FAVORITISMO DE ROAD MOVIE DE CHLOÉ ZHAO TEM CRESCIDO NAS ÚLTIMAS SEMANAS

Pela primeira vez, o Critics’ Choice Awards foi exibido simultaneamente pelo YouTube no canal da TNT Brasil. Os números de audiência por lá não foram dos melhores, tendo uma média de 2 mil pessoas assistindo. O lado ruim de assistir pela internet é não poder contar com a tecla SAP, e aguentar aquela montanha de comentários toscos dos espectadores. Contudo, o que mais nos incomodou foi a falta de opinião dos dois hosts da TNT. Parecia que, por contrato, eles estavam proibidos de falar mal de algum filme, série ou ator. Tudo estava “maravilhoso”. Cadê a personalidade, gente?

Em cerimônias anteriores, já era comum a ausência de indicados na premiação por ter uma relevância menor em relação ao Globo de Ouro, BAFTA, SAG e Oscar. Com o evento sendo virtual este ano, honestamente esperávamos uma presença maior dos indicados, já que poderiam prestigiar ou agradecer do conforto dos lares (inclusive Jason Sudeikis novamente estava com uma blusa moletom), mas muitos sequer se deram o trabalho de ligar o celular ou o notebook, comprovando que o Critics’ Choice ainda está longe de ter uma credibilidade na temporada de premiações.

Falando nisso, mais uma vez houve o descaso com algumas categorias técnicas, cujos indicados e vencedores tiveram que se contentar com uma tela de PowerPoint nos pré-intervalos para anunciar o vencedor. A gente entende que o tempo é curto numa já longa transmissão, mas poderiam ceder pelo menos 30 segundos para cada vencedor, nem que fossem discursos pré-gravados… Afinal, de que adianata a Bolha Assassina aumentar categorias e indicados todos os anos e não ter tempo para apresentá-los devidamente? Acreditamos que essa falta de consideração afasta muitos dos indicados a cada ano.

TEVE SURPRESAS?

É difícil surpreender numa premiação que busca apenas acertar os futuros vencedores do Oscar. O Globo de Ouro, que costumava ser o maior parâmetro do Oscar, houve espaço para três surpresas: Andra Day, Rosamund Pike e Jodie Foster. E o Critics’? Talvez a única tenha sido a premiação de Roteiro Original para Emerald Fennell por Bela Vingança. Não que o filme seja um candidato azarão, mas havia um forte favoritismo para Aaron Sorkin e seu Os 7 de Chicago. Embora não acompanhemos tão bem as séries televisivas, pelo visto as surpresas também não aconteceram, pois houve predomínio esperado de The Crown, The Queen’s Gambit, Schitt’s Creek e Ted Lasso.

A cerimônia durou cerca de 3 horas, ou melhor, 1 hora de cerimônia e 2 horas de intervalos. Acabamos de assistir ao Critics’ Choice odiando Santander, Fiat, Samsung Galaxy e Riachuelo de tanto ver suas propagandas. A respeito dos discursos de agradecimento, pelo menos pareceram mais rápidos e sucintos, mas por outro lado, perderam um pouco da naturalidade e espontaneidade, talvez com exceção do discurso do pequeno Alan Kim, que chorou ao levar o prêmio de Ator Juvenil por Minari. Destaque também para a diretora Chloé Zhao e a produtora Mollye Asher, que dedicaram os prêmios de Nomadland para o técnico de som do filme, M. Wolf Snyder, que cometeu suicídio aos 35 anos, no início de Março.

Embora tenha levado o prêmio de Design de Produção, Mank pode ser considerado um dos maiores perdedores da noite, já que foi indicado a 12 categorias. Desta vez, o diretor David Fincher nem apareceu virtualmente para tomar suas doses de tequila. Essa única vitória pode se repetir no final de Abril no Oscar, já que o filme não tem sido favorito a nenhuma outra categoria, incluindo Atriz Coadjuvante para Amanda Seyfried, que pra piorar, nem foi indicada ao SAG.

CONFIRA TODOS OS VENCEDORES DO 26º CRITICS’ CHOICE AWARDS:

MELHOR FILME
Nomadland (Searchlight Pictures)

MELHOR DIREÇÃO
Chloé Zhao (Nomadland)

MELHOR ATOR
Chadwick Boseman (A Voz Suprema do Blues) (Netflix)

MELHOR ATRIZ
Carey Mulligan (Bela Vingança) (Focus Features)

MELHOR ATOR COADJUVANTE
Daniel Kaluuya (Judas e o Messias Negro) (Warner Bros)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Maria Bakalova (Borat: Fita de Cinema Seguinte) (Amazon Studios)

MELHOR ATOR OU ATRIZ JUVENIL
Alan Kim (Minari) (A24)

MELHOR ELENCO
Os 7 de Chicago (Netflix)

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
Bela Vingança (Focus Features) – Emerald Fennell

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
Nomadland (Searchlight Pictures) – Chloé Zhao

MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO
Mank (Netflix) – Donald Graham Burt, Jan Pascale

MELHOR FOTOGRAFIA
Nomadland (Searchlight Pictures) – Joshua James Richards

MELHOR FIGURINO
A Voz Suprema do Blues (Netflix) – Ann Roth

MELHOR MONTAGEM (Empate)
O Som do Silêncio (Amazon Studios) – Mikkel E.G. Nielsen
Os 7 de Chicago (Netflix) – Alan Baumgarten

MELHOR MAQUIAGEM E PENTEADO
A Voz Suprema do Blues (Netflix)

MELHORES EFEITOS VISUAIS
Tenet (Warner Bros)

MELHOR TRILHA ORIGINAL
Soul (Pixar) – Jon Batiste, Trent Reznor, Atticus Ross

MELHOR CANÇÃO
Uma Noite em Miami… (Amazon Studios) – “Speak Now”

MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
Minari (A24)

MELHOR COMÉDIA
Palm Springs (Hulu/NEON)

TV/STREAMING

MELHOR SÉRIE DRAMÁTICA
The Crown

MELHOR ATOR – SÉRIE DRAMÁTICA
Josh O’Connor (The Crown)

MELHOR ATRIZ – SÉRIE DRAMÁTICA
Emma Corrin (The Crown)

MELHOR ATOR COADJUVANTE – SÉRIE DRAMÁTICA
Michael K. Williams (Lovecraft Country)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE – SÉRIE DRAMÁTICA
Gillian Anderson (The Crown)

MELHOR SÉRIE DE COMÉDIA
Ted Lasso (Apple TV Plus)

MELHOR ATOR – SÉRIE DE COMÉDIA
Jason Sudeikis (Ted Lasso)

MELHOR ATRIZ – SÉRIE DE COMÉDIA
Catherine O’Hara (Schitt’s Creek)

MELHOR ATOR COADJUVANTE – SÉRIE DE COMÉDIA
Daniel Levy (Schitt’s Creek)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE – SÉRIE DE COMÉDIA
Hannah Waddingham (Ted Lasso)

MELHOR MINISSÉRIE
O Gambito da Rainha (Netflix)

MELHOR FLME FEITO PARA TV
Hamilton (Disney Plus)

MELHOR ATOR – MINISSÉRIE OU FILME FEITO PARA TV
John Boyega (Small Axe)

MELHOR ATRIZ – MINISSÉRIE OU FILME FEITO PARA TV
Anya Taylor-Joy (O Gâmbito da Rainha)

MELHOR ATOR COADJUVANTE – MINISSÉRIE OU FILME FEITO PARA TV
Donald Sutherland (The Undoing)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE – MINISSÉRIE OU FILME FEITO PARA TV
Uzo Aduba (Mrs. America)

MELHOR SÉRIE – FORMATO CURTO
Better Call Saul: Ethics Training With Kim Wexler (AMC)

MELHOR ESPECIAL DE COMÉDIA (Empate)
Jerry Seinfeld: 23 Hours to Kill (Netflix)
Michelle Buteau: Welcome to Buteaupia (Netflix)

MELHOR TALK SHOW
Late Night with Seth Meyers (NBC)

#SEEHER AWARD: Zendaya

LAFCA ELEGE ‘SMALL AXE’ COMO MELHOR FILME

FILME DE STEVE MCQUEEN FOI CONCEBIDO COMO UMA MINISSÉRIE DA AMAZON PRIME VIDEO

Neste último domingo, dia 20, a Associação de Críticos de Los Angeles (LAFCA) divulgou seus filmes e performances favoritos de 2020. Seguindo outros grupos de críticos como os de Boston e Nova York, não houve prorrogação no calendário devido à pandemia, porém ela pode ter contribuído para a escolha do Melhor Filme.

Criado em 1975, o LAFCA se mostrou sempre relevante no início da temporada de premiações. Suas escolhas sempre colaboram para formar boas campanhas para as premiações televisionadas como Globo de Ouro, SAG e o Oscar. A última vez que um vencedor de Melhor Filme pelo LAFCA não foi indicado ao Oscar foi em 2008, quando WALL-E ficou limitado à categoria de Melhor Longa de Animação. Essa exceção pode voltar a acontecer este ano com a premiação de Small Axe.

O projeto foi concebido pelo diretor Steve McQueen, conhecido pelos filmes 12 Anos de Escravidão e As Viúvas, e pela Amazon Studios como uma minissérie composta por 5 episódios de durações distintas: ‘Mangrove’ (128 min), ‘Lovers Rock’ (71 min), ‘Red, White and Blue’ (81 min), ‘Alex Wheatle’ (67 min) e ‘Education’ (64 min). Dedicado a George Floyd e todas as vítimas de ataques racistas, Small Axe conta histórias da comunidade de West India em Londres entre os anos 60 e 80. Apesar de ter participado da seleção oficial do último Festival (virtual) de Cannes, Small Axe atualmente tem campanha da Amazon Studios como uma minissérie para as próximas edições do Globo de Ouro, SAG e Emmy Awards.

Ainda há tempo hábil para o estúdio inscrever Small Axe no Oscar pelo serviço de streaming da Academia para apreciação dos membros votantes, mas pelo regulamento, seriam cinco filmes inscritos, o que dificultaria bastante para McQueen, pois competiria consigo mesmo. É importante também ressaltar que, apesar da importante e histórica vitória de Melhor Filme no LAFCA, se optar pela categoria de filme, Small Axe perderá grandes chances de se tornar um recordista de indicações no Emmy, com possibilidades altas de reconhecimento para todos os departamentos envolvidos, enquanto no Oscar, se aceitos como filmes, ainda precisará contar com a compreensão dos votantes.

Alguns especialistas já chegaram a escrever textos defendendo uma relevância maior para o conteúdo em relação ao formato, ainda mais num ano bem atípico da pandemia, quando as salas de cinema foram fechadas. Claro que isso deve ser levado em consideração, mas a avaliação de uma obra começa justamente com a escolha de seu formato. Por exemplo, há filmes que ficariam melhores se fossem uma série, e há séries que seriam mais sucintas se fossem apenas um filme. Se o próprio Steve McQueen, criador do projeto, defende Small Axe como uma minissérie, deveria concorrer como uma, considerando assim, o LAFCA apenas como um belo reconhecimento fora da curva.

Voltando aos premiados do LAFCA, Chloé Zhao novamente vence o prêmio de Direção por Nomadland logo após vitória no NYFCC. Caso também vença o National Board of Review, que acontece no próximo dia 26 de Janeiro, ela se tornará a primeira mulher a vencer os 3 prêmios da crítica americana ao lado de Quentin Tarantino (Pulp Fiction), Curtis Hanson (Los Angeles: Cidade Proibida), Ang Lee (O Segredo de Brokeback Mountain), David Fincher (A Rede Social) e Barry Jenkins (Moonlight). Apesar disso não garantir uma estatueta do Oscar, afinal apenas Ang Lee ganhou desse pequeno grupo, certamente aumentará suas chances de vitória se sua indicação for confirmada.

Pelas categorias de atuação, Chadwick Boseman segue firme com seu favoritismo para Melhor Ator por A Voz Suprema do Blues. A grande surpresa atende pelo nome de Glynn Turman, que ganhou como Melhor Ator Coadjuvante ao interpretar o pianista Toledo no mesmo filme. O ator participou de inúmeros filmes como Bumblebee e Super 8, e séries como How to Get Away with Murder, mas também ficou conhecido por ter sido ex-marido da cantora Aretha Franklin nos anos 70 e 80.

Já na ala feminina, a promissora campanha de Carey Mulligan parece decolar com o prêmio de Melhor Atriz por Bela Vingança, título em português do ousado original Promising Young Woman, que também levou o prêmio de Roteiro. Como Coadjuvante, a sul-coreana Yuh-jung Youn tem um ótimo início de campanha por Minari, embora o LAFCA tenha uma preferência por atores de língua estrangeira. Hye-ja Kim (Mother) e Jeong-hie Yun (Poesia) e Song- Kang-Ho (Parasita) foram outros atores coreanos prestigiados nos últimos anos.

Destacamos também o prêmio de Longa de Animação para Wolfwalkers, que já havia vencido o mesmo prêmio no NYFCC. Felizmente, como a categoria de Animação do Oscar adora filmes de outras nacionalidades, a animação irlandesa deve figurar entre os indicados. Resta saber se terá fôlego o suficiente para derrotar a dominante Pixar/Disney, que concorre com Soul.

CONFIRA VENCEDORES DO LOS ANGELES FILM CRITICS ASSOCIATION:

MELHOR FILME: Small Axe (Prime Video)
2º Lugar: Nomadland (Searchlight Pictures)

MELHOR DIREÇÃO: Chloé Zhao, Nomadland (Searchlight Pictures)
2º Lugar: Steve McQueen, Small Axe (Prime Video)

MELHOR ATOR: Chadwick Boseman, A Voz Suprema do Blues (Netflix)
2º Lugar: Riz Ahmed, O Som do Silêncio (Amazon Studios)

MELHOR ATRIZ: Carey Mulligan, Bela Vingança (Focus Features)
2º Lugar: Viola Davis, A Voz Suprema do Blues (Netflix)

MELHOR ATOR COADJUVANTE: Glynn Turman, A Voz Suprema do Blues (Netflix)
2º Lugar: Paul Raci, O Som do Silêncio (Amazon Studios)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE: Yuh-jung Youn, Minari (A24)
2º Lugar: Amanda Seyfried, Mank (Netflix)

MELHOR LONGA DE ANIMAÇÃO: Wolfwalkers (Apple TV Plus/GKIDS)
2º Lugar: Soul (Pixar)

MELHOR DOCUMENTÁRIO/ NÃO-FICÇÃO: Time (Amazon Studios)
2º Lugar: Collective (Magnolia Pictures and Participant)

MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA: Uma Mulher Alta (Kino Lorber)
2º Lugar: Martin Eden (Kino Lorber)

MELHOR ROTEIRO: Promising Young Woman (Focus Features) – Emerald Fennell
2º Lugar: Nunca Raramente Às Vezes Sempre (Focus Features) – Eliza Hittman

MELHOR FOTOGRAFIA: Small Axe (Prime Video) – Shabier Kirchner
2º Lugar: Nomadland (Searchlight Pictures) – Joshua James Richards

MELHOR MONTAGEM: The Father (Sony Pictures Classics) – Yorgos Lamprinos
2º Lugar: Time (Amazon Studios) – Gabriel Rhodes

MELHOR TRILHA: Soul (Pixar) – Trent Reznor, Atticus Ross
2º Lugar: Lovers Rock (Prime Video) – Mica Levi

MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO: Mank (Netflix) – Donald Graham Burt
2º Lugar: Uma Mulher Alta (Kino Lorber) – Sergey Ivanov

PRÊMIO DA NOVA GERAÇÃO: The Forty-Year-Old Version, de Radha Blank (Netflix)

Prêmio Douglas Edwards para Filme Experimental: John Gianvito’s “Her Socialist Smile”

Conjunto da Obra: Hou Hsiao-Hsien e Harry Belafonte

Prêmio do Legado: Norman Lloyd

‘NASCE UMA ESTRELA’ é o DESTAQUE do DGA, WGA, ASC e EDDIE AWARDS

a quiet place 025

Indicado ao WGA: cena de Um Lugar Silencioso com John Krasinski (pic by outnow.ch)

Mal o ano começou, já tivemos as surpresas do Globo de Ouro, e agora temos o anúncios de três prêmios de sindicatos relevantes para a temporada e para a corrida do Oscar.

Vamos começar pelo mais chato e rígido de todos, o Writers Guild of America (WGA), do sindicato dos roteiristas. Pra quem está embarcando agora, o WGA é o mais complicado porque ele exige uma série de cumprimento de regras como filiação ao sindicato, e não reconhece roteiros de animações (com isso, quem sai perdendo é o próprio sindicato).

Os roteiros ausentes na lista do WGA não perdem muito, mas se forem lembrados, suas campanhas encorpam para o Oscar. Ano passado, os vencedores Corra! e Me Chame Pelo Seu Nome repetiram suas vitórias no Oscar. Apesar de serem rígidos, na última década, 2/3 dos indicados do WGA foram indicados ao Oscar também.

Este ano, entre as ausências mais notáveis que foram desqualificadas pelas toneladas de regras estão: A Favorita, Não Deixe Rastros, Domando o Destino, A Morte de Stalin, Hereditário e Sorry to Bother You, além dos estrangeiros Guerra Fria e Capernaum, e as animações Os Incríveis 2 e Ilha dos Cachorros. Já os esnobados foram Paul Schrader (No Coração da Escuridão) e Josh Singer (O Primeiro Homem).

Entre os indicados, destaque para os sucessos comerciais de Um Lugar Silencioso, Nasce uma Estrela e Pantera Negra, que pode repetir o feito de Logan (2017), que foi indicado no WGA e Oscar, tornando-se o primeiro roteiro indicado ao Oscar baseado em quadrinhos de super-heróis.

black panther 056

Indicado ao WGA: Cena de Pantera Negra (pic by outnow.ch)

Pela categoria de Documentário, o curioso foi a total ausência de trabalhos reconhecidos em premiações anteriores como Won’t You Be My Neighbor, Free Solo e RBG, mas dá notoriedade para outros como o de Michael Moore, Fahrenheit 11/09.

ROTEIRO ORIGINAL
* Bo Burnham (Oitava Série)
* Nick Vallelonga, Brian Currie e Peter Farrelly (Green Book: O Guia)
* Bryan Woods, Scott Beck e John Krasinski, história de Bryan Woods e Scott Beck (Um Lugar Silencioso)
* Alfonso Cuarón (Roma)
* Adam McKay (Vice)

ROTEIRO ADAPTADO
Charlie Wachtel, David Rabinowitz, Kevin Willmott e Spike Lee – Baseado no livro de Ron Stallworth (Infiltrado na Klan)
* Ryan Coogler, Joe Robert Cole – Baseado nos quadrinhos da Marvel Comics de Stan Lee e Jack Kirby (Pantera Negra)
* Nicole Holofcener e Jeff Whitty – Baseado no livro de Lee Israel (Poderia Me Perdoar?)
* Barry Jenkins – Baseado no romance de James Baldwin (Se a Rua Beale Falasse)
* Eric Roth, Bradley Cooper e Will Fetters – Baseado no roteiro de 1954 de Moss Hart, no roteiro de 1976 de John Gregory Dunne, Joan Didion e Frank Pierson, baseado na história William Wellman e Robert Carson (Nasce uma Estrela)

ROTEIRO DE DOCUMENTÁRIO
Ozzy Inguanzo & Dava Whisenant (Bathtubs Over Broadway)
* Michael Moore (Fahrenheit 11/9)
* Lauren Greenfield (Generation Wealth)
* Gabe Polsky (In Search of Greatness)

***

O anúncio dos vencedores do WGA ocorre no dia 17 de fevereiro.

roma dp_

Cena dentro do cinema em Roma, de Alfonso Cuarón (pic by IMDb)

A Associação Americana de Diretores de Fotografia (ASC) também divulgou suas seleções de trabalhos. A lista demonstra diversidade técnica que vai da película de 65 mm de Roma, passando pela exploração das luzes de velas em A Favorita, até o multi-formato de O Primeiro Homem.

Felizmente, é daqueles ano em que podemos dizer “Qualquer um que ganhar merece”. Até o momento, o trabalho mais premiado foi de Alfonso Cuarón por Roma, aliás, ele se tornou o primeiro DP (director of photography) a ser indicado na categoria principal fotografando o próprio filme que dirigiu. Em 2016, Cary Joji Fukunaga conseguiu o mesmo feito por Beasts of No Nation, mas pela categoria  Spotlight Award.

Pelas estatísticas, 80% dos trabalhos nas listas do ASC vão parar na categoria de Fotografia do Oscar. Normalmente, quatro estão em ambas as listas, e um é substituído. À princípio, nessa dança das cadeiras, Matthew Libatique por Nasce uma Estrela pode perder seu lugar para um dos ausentes mais comentados: Rachel Morrison (que se tornou a primeira DP mulher indicada ao ASC e ao Oscar por Mudbound) por Pantera Negra, ou James Laxton por Se a Rua Beale Falasse.

MELHOR FOTOGRAFIA
* Alfonso Cuarón (Roma)
* Matthew Libatique (Nasce uma Estrela)
* Robbie Ryan (A Favorita)
* Linus Sandgren (O Primeiro Homem)
* Łukasz Żal (Guerra Fria)

PRÊMIO SPOTLIGHT
* Joshua James Richards (Domando o Destino)
* Giorgi Shvelidze (Namme)
* Frank van den Eeden (Girl)

THE RIDER

Joshua James Richards conseguiu explorar o melhor no singelo Domando o Destino (pic by IMDb)

Pela categoria do prêmio Spotlight para filmes menos conhecidos, Joshua James Richards merece o destaque por explorar a beleza natural do cenário, identificando sua luz no protagonista e seu paixão pelo cavalo em Domando o Destino, que faturou o prêmio de Melhor Filme no último Gotham Award.

***

A cerimônia do 33º ASC Awards está marcado para o dia 09 de fevereiro.

blackkkansman8

John David Washington e Laura Harrier em cena de Infiltrado na Klan (pic by outnow.ch)

Com cerca de 1.000 membros, o sindicato de Montadores também anunciou seus indicados na última segunda. Aqui a porcentagem de acerto é um pouco melhor do que a de Fotografia com 88% considerando os últimos 25 anos.

Aqui, como no Globo de Ouro, o Eddie é dividido em duas categorias: Drama e Comédia, além das de Animação e Documentário, o que dificulta no esquecimento de alguns trabalhos mais fortes. No ano passado, Dunkirk levou Montagem – Drama e acabou ficando com o Oscar também. Normalmente, os filmes de ação e guerra têm boa vantagem em relação aos demais gêneros. E o prêmio costuma revelar o Melhor Filme. Dificilmente o filme que levar Melhor Filme não vai estar indicado ao Oscar de Montagem.

Achei curiosa a indicação de Infiltrado na Klan como Drama. Apesar do tema sério do racismo, fica nítido que Spike Lee dirigiu uma comédia. O resultado pode ser catastrófico como no Globo de Ouro, de onde saiu de mãos abanando.

MELHOR MONTAGEM (DRAMA)
* Barry Alexander Brown (Infiltrado na Klan)
* John Ottman (Bohemian Rhapsody)
* Tom Cross (O Primeiro Homem)
* Alfonso Cuarón & Adam Gough (Roma)
* Jay Cassidy (Nasce uma Estrela)

MELHOR MONTAGEM (COMÉDIA)
* Myron Kerstein (Podres de Ricos)
* Craig Alpert, Elísabet Ronaldsdóttir, Dirk Westervelt (Deadpool 2)
* Yorgos Mavropsaridis (A Favorita)
* Patrick J. Don Vito (Green Book: O Guia)
* Hank Corwin (Vice)

MELHOR MONTAGEM DE ANIMAÇÃO
* Stephen Schaffer (Os Incríveis 2)
* Andrew Weisblum, Ralph Foster, Edward Bursch (Ilha dos Cachorros)
* Robert Fisher, Jr. (Homem-Aranha no Aranhaverso)

MELHOR MONTAGEM DE DOCUMENTÁRIO
* Bob Eisenhardt (Free Solo)
* Carla Gutierrez (RBG)
* Michael Harte (Três Estranhos Idênticos)
* Jeff Malmberg, Aaron Wickenden (Won’t You Be My Neighbor?)

MELHOR MONTAGEM DE DOCUMENTÁRIO (FEITO PARA TV)
* Martin Singer (A Final Cut for Orson: 40 Years in the Making)
* Greg Finton, Poppy Das (Robin Williams: Come Inside My Mind)
* Neil Meiklejohn (Wild Wild Country, Part 3)
* Joe Beshenkovsky (The Zen Diaries of Garry Shandling)

***

A cerimônia do 69º Eddie Awards acontecerá no dia 1º de fevereiro.

'A Star Is Born' Film - 2018

Bradley Cooper explica cena para diretor de fotografia Matthew Libatique para Nasce uma Estrela (pic by Variety)

Entre todos os prêmios de sindicato, o Directors Guild of America (DGA) é o mais importante pelo seu histórico de ter apenas sete divergências entre ele e o Oscar, sendo a última em 2013, naquele episódio fatídico do Ben Affleck ficar de fora da categoria por Argo. As estatísticas, como citei, são as maiores: 90% de acerto em relação ao Oscar, ou seja, quem ganhar aqui, está com uma das mãos na estatueta dourada.

MELHOR DIREÇÃO

  • Bradley Cooper (Nasce uma Estrela)
  • Alfonso Cuarón (Roma)
  • Peter Farrelly (Green Book: O Guia)
  • Spike Lee (Infiltrado na Klan)
  • Adam McKay (Vice)

Apesar da vasta filmografia, Spike Lee é apenas o quinto diretor negro indicado ao DGA. O primeiro foi Lee Daniels (Preciosa) em 2010, Steve McQueen (12 Anos de Escravidão) em 2014, Barry Jenkins (Moonlight) em 2017 e Jordan Peele (Corra!) ano passado. Na verdade, esse é um dado estatístico que não costumo dar muita importância, porque parece que estou pedindo mais diretores negros indicados APENAS pela cor da pele. Gostaria de ver diretores negros mais reconhecidos apenas por seus trabalhos, assim como queria que Spike Lee tivesse sido indicado lá atrás em 1990 por Faça a Coisa Certa.

Ainda na temática politicamente correta, houve bons trabalhos de diretoras mulheres em 2018 como Poderia Me Perdoar?, da Marielle Heller, e Mais uma Chance, da Tamara Jenkins, mas particularmente, se fosse defender campanha feminina seria apenas da Chloé Zhao no independente Domando o Destino.

Voltando à lista do DGA, a inclusão de Peter Farrelly foi uma surpresa. Apesar da recente vitória de seu Green Book no Globo de Ouro ter ajudado bastante, o diretor nunca gozou de uma boa reputação como diretor em Hollywood, porque suas comédias escrachadas e politicamente incorretas sempre sofreram preconceito. Por isso, se alguém da lista não conseguir espaço no Oscar, acredito que será ele.

Por outro lado, se alguém conseguir surpreender, temos alguns nomes na fila de espera como o de Barry Jenkins (Se a Rua Beale Falasse), Damien Chazelle (O Primeiro Homem), Yorgos Lanthimos (A Favorita) e até Ryan Coogler (Pantera Negra).

MELHOR DIRETOR ESTREANTE

  • Bo Burnham (Oitava Série)
  • Bradley Cooper (Nasce uma Estrela)
  • Carlos Lopez Estrada (Ponto Cego)
  • Matthew Heineman (A Private War)
  • Boots Riley (Sorry to Bother You)

Na categoria de estreantes, Bradley Cooper aparece novamente e é o que mais tem chances de vitória, a menos que ganhe Direção e o prêmio de estreante vá para outro. Se for para Bo Burnham, seria um prêmio bem justo, pois ele trouxe muita energia e vibração desta nova geração de adolescentes em Oitava Série.

eighth-grade-bo-burnham

Bo Burnham dirige Elsie Fisher em cena de Oitava Série (pic by Vanity Fair)

Não vi os demais diretores indicados aqui, mas sem querer menosprezar esses trabalhos, ressalto aqui a estréia corajosa de Ari Aster em Hereditário, que mostrou muita personalidade na criação de atmosfera de terror psicológico, e Aneesh Chaganti por Buscando…, que teve ótimas sacadas para seu filme se apoiar exclusivamente de telas de celular, computador e TV.

Sobre Matthew Heineman, um fato curioso: ele foi indicado como estreante, mas já ganhou dois prêmios do DGA por Cartel Land e City Ghosts, mas como se tratam de documentários, eles consideram estréia na ficção.

***

A 71ª cerimônia de premiação do DGA está agendada para o dia 02 de fevereiro. 

‘ME CHAME PELO SEU NOME’ conquista 6 INDICAÇÕES ao INDEPENDENT SPIRIT AWARDS 2018

Call Me by Your Name - Still 1

À direita, o jovem Timithée Chalamet e Armie Hammer avaliam estátua. Mais ao fundo, Michael Stuhlbarg em cena de Me Chame Pelo seu Nome (pic by cine.gr)

PRÊMIO DO CINEMA INDEPENDENTE AMERICANO RECONHECE BONS TÍTULOS, MAS ALGUMAS AUSÊNCIAS CHEGAM A ESTRANHAR

Na manhã desta terça, dia 21, as atrizes Lily Collins e Tessa Thompson anunciaram os indicados ao 33º Independent Spirit Awards, concedido às produções de orçamento de até 20 milhões de dólares. Sim, com esse montante no Brasil, seria uma mega-produção… E sim, provavelmente desses 20 milhões, 10 estariam em malas de políticos.

Pra quem não se recorda, houve um tempo em que o prêmio Independent Spirit era o “patinho feio” da temporada, pois os vencedores passavam longe do tapete vermelho do Oscar. Agora as coisas se inverteram. As produções aqui presentes já apresentam boa vantagem em relação aos ausentes, já que dos últimos quatro vencedores do Independent acabaram ganhando o Oscar de Melhor Filme também. Para refrescar a memória:

2014: 12 Anos de Escravidão
2015: Birdman
2016: Spotlight: Segredos Revelados
2017: Moonlight: Sob a Luz do Luar

Nesta edição, o franco-favorito também se tornou o recordista com seis indicações. Me Chame Pelo seu Nome, novo trabalho do diretor italiano Luca Guadagnino, foi indicado a Filme, Diretor, Ator, Ator Coadjuvante, Fotografia e Montagem.

Não sei se é válido rotulá-lo de drama LGBT, mas a trama envolve uma relação entre um rapaz de 17 anos no auge de sua descoberta sexual e um assistente do pai dele nos anos 80 na Itália. Os atores que os interpretam, Timothée Chalamet e Armie Hammer, respectivamente, ambos indicados aqui, vêm recebendo críticas bastante positivas e devem frequentar futuras listas de melhores do ano. O diretor Guadagnino, que dirigiu o ótimo Um Sonho de Amor, costuma filmar com um olhar mais metafórico, que parece combinar com a essência mais dúbia do filme.

Com cinco indicações cada, Bom Comportamento e Corra! vêm logo em seguida. Coincidentemente, foram duas ótimas surpresas do ano. Enquanto o primeiro apresenta uma atmosfera mais crua e fria, o segundo busca ótimos artifícios cinematográficos para tornar crível a ficção. Já a diferença entre eles está nos números das bilheterias. Enquanto o tenso filme dos irmãos Josh e Bennie Safdie arrecadou apenas 2 milhões de dólares até o momento, o drama racial de Jordan Peele se tornou um sucesso comercial de mais de 250 milhões pelo mundo. Será que a Academia vai ignorar esses números na hora das indicações?

get-out-mit-daniel-kaluuya.jpg

Daniel Kaluuya em cena de desconcertante de Corra! (pic by moviepilot.de)

A ausência, se podemos dizer assim, mais sentida foi a de Três Anúncios Para um Crime na categoria de Melhor Filme. Após uma recepção extremamente favorável no Festival de Toronto, muitos especialistas já o consideravam o filme a ser batido na temporada. O novo filme de Martin McDonagh critica severamente a impunidade e a falta de eficiência policial, que embora aconteça no Missouri, é um tema bastante universal. Felizmente, a produção foi lembrada nas categorias de Atriz (Frances McDormand), Ator Coadjuvante (Sam Rockwell) e Roteiro (do próprio McDonagh).

three-billboards-outside-ebbing-missouri-mit-sam-rockwell-frances-mcdormand-und-zeljko-ivanek

Sam Rockwell, Frances McDormand e Woody Harrelson em cena tensa de Três Anúncios Para um Crime (pic by moviepilot.de)

Outra ausência sentida foi do ator americano Willem Dafoe, que vinha num crescendo de críticas positivas por seu papel em The Florida Project, que foi indicado a Melhor Filme e Diretor. Como tem prestígio junto à Academia (foi indicado ao Oscar duas vezes: em 1987 por Platoon, e em 2001 por A Sombra do Vampiro), o ator deve ter boas chances de se integrar à categoria de Ator Coadjuvante. O diretor do filme, Sean Baker, ficou conhecido pelo drama Tangerine, que acompanha dois personagens trans com a câmera do iPhone.

 

the-florida-project-mit-willem-dafoe-und-brooklynn-prince

Willem Dafoe com a pequena Brooklynn Prince em The Florida Project (pic by moviepilot.de)

 

Após vencer o cobiçado Leão de Ouro no último Festival de Veneza, muito se falou do favoritismo do novo filme de Guillermo del Toro, A Forma da Água. Porém, além de ter ficado de fora por completo no Gotham Awards, não recebeu nenhuma indicação no Independent. As melhores chances estavam com a atriz Sally Hawkins e o próprio diretor mexicano. Curiosamente, o filme teve orçamento de 19,5 milhões, como se tivesse se planejado exclusivamente para entrar no Independent Spirit, mas seus esforços foram em vão…

Falando em atriz, a categoria apresentou seis candidatas. Até o momento, as atuações de Frances McDormand e Saoirse Ronan foram as mais comentadas, mas Margot Robbie interpretando uma patinadora de gelo em I, Tonya tem recebido boas críticas, além de Allison Janney, que atua como a mãe problemática dela.

 

 

i-tonya-2017_ (6)

À esquerda, Sebastian Stan interpreta o ex-marido de Tonya (Margot Robbie) em I, Tonya. pic by myfilm.gr

Este ano, o prêmio Robert Altman pelo elenco foi para Mudbound – Lágrimas Sobre o Mississipi, da diretora Dee Rees. Este drama acompanha o retorno de dois homens que voltam da Segunda Guerra Mundial para trabalhar numa fazenda, enquanto lidam com questões de racismo no Mississipi.

Segue lista de indicados do Independent Spirit Awards:

MELHOR FILME

  • ME CHAME PELO SEU NOME (Call Me by Your Name)
    Produtores: Peter Spears, Luca Guadagnino, Emilie Georges, Rodrigo Teixeira, Marco Morabito, James Ivory, Howard Rosenman
  • THE FLORIDA PROJECT
    Produtores: Sean Baker, Chris Bergoch, Kevin Chinoy, Andrew Duncan, Alex Saks, Francesca Silvestri, Shih-Ching Tsou
  • CORRA! (Get Out)
    Produtores: Jason Blum, Edward H. Hamm Jr., Sean McKittrick, Jordan Peele
  • LADY BIRD
    Producers: Eli Bush, Evelyn O’Neill, Scott Rudin
  • THE RIDER
    Produtores: Mollye Asher, Bert Hamelinck, Sacha Ben Harroche, Chloé Zhao

MELHOR FILME DE DIRETOR ESTREANTE

  • COLUMBUS
    Diretor: Kogonada
    Produtores: Danielle Renfrew Behrens, Aaron Boyd, Giulia Caruso, Ki Jin Kim, Andrew Miano, Chris Weitz
  • INGRID GOES WEST
    Diretor: Matt Spicer
    Produtores: Jared Ian Goldman, Adam Mirels, Robert Mirels, Aubrey Plaza, Tim White, Trevor White
  • MENASHE
    Diretor/Produtor: Joshua Z. Weinstein
    Produtores: Yoni Brook, Traci Carlson, Daniel Finkelman, Alex Lipschultz
  • OH LUCY!
    Diretor/Producer: Atsuko Hirayanagi
    Produtores: Jessica Elbaum, Yukie Kito, Han West
  • PATTI CAKE$
    Diretor: Geremy Jasper
    Produtores: Chris Columbus, Michael Gottwald, Dan Janvey, Daniela Taplin Lundberg, Noah Stahl, Rodrigo Teixeira

PRÊMIO JOHN CASSAVETES – Concedido a uma produção com orçamento abaixo de 500 mil dólares.

  • Dayveon
    Roteirista/Diretor/Produtor: Amman Abbasi
    Roteirista: Steven Reneau
    Produtores: Lachion Buckingham, Alexander Uhlmann
  • A Ghost Story
    Roteirista/Diretor: David Lowery
    Produtores: Adam Donaghey, Toby Halbrooks, James M. Johnston
  • Life and nothing more
    Roteirista/Diretor: Antonio Méndez Esparza
    Produtores: Amadeo Hernández Bueno, Alvaro Portanet Hernández, Pedro Hernández Santos
  • Most Beautiful Island
    Roteirista/Diretor/Produtor: Ana Asensio
    Produtores: Larry Fessenden, Noah Greenberg, Chadd Harbold, Jenn Wexler
  • The Transfiguration
    Roteirista/Diretor: Michael O’Shea
    Produtor: Susan Leber

MELHOR DIRETOR

  • Sean Baker (The Florida Project)
  • Jonas Carpignano (A Ciambra)
  • Luca Guadagnino (Me Chame Pelo seu Nome)
  • Jordan Peele (Corra!)
  • Benny Safdie, Josh Safdie (Bom Comportamento)
  • Chloé Zhao (The Rider)

MELHOR ROTEIRO

  • Greta Gerwig (Lady Bird)
  • Azazel Jacobs (The Lovers)
  • Martin McDonagh (Três Anúncios Para um Crime)
  • Jordan Peele (Corra!)
  • Mike White (Beatriz at Dinner)

MELHOR ROTEIRO DE ESTREANTE

  • Kris Avedisian. História por: Kyle Espeleta, Jesse Wakeman (Donald Cried)
  • Emily V. Gordon, Kumail Nanjiani (The Big Sick)
  • Ingrid Jungermann (Women Who Kill)
  • Kogonada (Columbus)
  • David Branson Smith, Matt Spicer (Ingrid Goes West)

MELHOR FOTOGRAFIA

  • Thimios Bakatakis (The Killing of a Sacred Deer)
  • Elisha Christian (Columbus)
  • Hélène Louvart (Beach Rats)
  • Sayombhu Mukdeeprom (Me Chame Pelo seu Nome)
  • Joshua James Richards (The Rider)

MELHOR MONTAGEM

  • Ronald Bronstein, Benny Safdie (Bom Comportamento)
  • Walter Fasano (Me Chame Pelo seu Nome)
  • Alex O’Flinn (The Rider)
  • Gregory Plotkin (Corra!)
  • Tatiana S. Riegel (I, Tonya)

MELHOR ATRIZ

  • Salma Hayek (Beatriz at Dinner)
  • Frances McDormand (Três Anúncios Para um Crime)
  • Margot Robbie (I, Tonya)
  • Saoirse Ronan (Lady Bird)
  • Shinobu Terajima (Oh Lucy!)
  • Regina Williams (Life and nothing more)

MELHOR ATOR

  • Timothée Chalamet (Me Chame Pelo seu Nome)
  • Harris Dickinson (Beach Rats)
  • James Franco (Artista do Desastre)
  • Daniel Kaluuya (Corra!)
  • Robert Pattinson (Bom Comportamento)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE

  • Holly Hunter (The Big Sick)
  • Allison Janney (I, Tonya)
  • Laurie Metcalf (Lady Bird)
  • Lois Smith (Marjorie Prime)
  • Taliah Lennice Webster (Bom Comportamento)

MELHOR ATOR COADJUVANTE

  • Nnamdi Asomugha (Crown Heights)
  • Armie Hammer (Me Chame Pelo seu Nome)
  • Barry Keoghan (The Killing of a Sacred Deer)
  • Sam Rockwell (Três Anúncios Para um Crime)
  • Benny Safdie (Bom Comportamento)

PRÊMIO ROBERT ALTMAN – Concedido ao diretor, diretor de casting e ao elenco

  • Mudbound – Lágrimas Sobre o Mississipi (Mudbound)
    Diretor: Dee Rees
    Diretores de Casting: Billy Hopkins, Ashley Ingram
    Elenco: Jonathan Banks, Mary J. Blige, Jason Clarke, Garrett Hedlund, Jason Mitchell, Rob Morgan, Carey Mulligan

MELHOR DOCUMENTÁRIO

  • The Departure
    Diretora/Produtora: Lana Wilson
  • Faces Places
    Diretores: Agnés Varda, JR
    Produtora: Rosalie Varda
  • Last Men in Aleppo
    Diretor: Feras Fayyad
    Produtores: Kareem Abeed, Søeren Steen Jespersen, Stefan Kloos
  • Motherland
    Diretora/Produtora: Ramona S. Diaz
    Produtor: Rey Cuerdo
  • Quest
    Diretor: Jonathan Olshefski
    Produtora: Sabrina Schmidt Gordon

MELHOR FILME INTERNACIONAL

  • BPM (Beats Per Minute)
    França
    Dir: Robin Campillo
  • Uma Mulher Fantástica (Una Mujer Fantástica)
    Chile
    Dir: Sebastián Lelio
  • I Am Not a Witch
    Zâmbia
    Dir: Rungano Nyoni
  • Lady Macbeth
    Reino Unido
    Dir: William Oldroyd
  • Loveless
    Rússia
    Dir: Andrey Zvyagintsev

PRÊMIO BONNIE – Este prêmio inaugural reconhecerá uma diretora no meio de sua carreira com um prêmio de 50 mil dólares.

  • So Yong Kim
  • Lynn Shelton
  • Chloé Zhao

PRÊMIO JEEP TRUER THAN FICTION – Concedido a um diretor emergente de não-ficção que ainda não recebeu nenhum reconhecimento significante.

  • Shevaun Mizrahi
    Diretor de Distant Constellation
  • Jonathan Olshefski
    Diretor de Quest
  • Jeff Unay
    Diretor de The Cage Fighter

PRÊMIO KIEHL’S SOMEONE TO WATCH – Reconhece um cineasta talentoso de visão singular que ainda não recebeu nenhum reconhecimento apropriado.

  • Amman Abbasi
    Diretor de Dayveon
  • Justin Chon
    Diretor de Gook
  • Kevin Phillips
    Diretor de Super Dark Times

PRÊMIO PIAGET DE PRODUTORES – Honra produtores emergentes, que com poucos recursos, demonstram criatividade, tenacidade e visão necessários para produzir filmes independentes de qualidade.

  • Giulia Caruso & Ki Jin Kim
  • Ben LeClair
  • Summer Shelton

***

Como já é de costume, a cerimônia do Independent Spirit acontece um dia antes do Oscar, neste caso, no dia 03 de março.

%d blogueiros gostam disto: