Viggo Mortensen contracena com Mahershala Ali em cena de Green Book: O Guia
FILME-FÓRMULA SOBRE RELAÇÃO INTER-RACIAL CONQUISTA O NBR
O National Board of Review divulgou sua seleção de 2018 hoje, dia 27 de novembro. De todos os prêmios da crítica, o NBR é o que mais perdeu credibilidade nos últimos anos. Não somente por não prever os filmes do Oscar, mas por reconhecer produções de qualidade meio duvidosa.
Em 2017, a organização composta por cineastas, profissionais e acadêmicos concedeu o prêmio de Melhor Filme para The Post: A Guerra Secreta. Fala sério! Até o Spielberg sabe que este foi um de seus piores trabalhos! Em 2015, deram os prêmios de Ator para Matt Damon e Diretor para Ridley Scott por Perdido em Marte. E em 2014, premiaram O Ano Mais Violento como Melhor Filme e seus atores Oscar Isaac e Jessica Chastain.
Este ano, o NBR premiou Green Book: O Guia como Melhor Filme, e reconheceram Viggo Mortensen como Melhor Ator. Até então, o filme dirigido por Peter Farrelly tinha como maior reconhecimento em seu currículo o prêmio do People’s Choice Award no Festival de Toronto. Pode ser um ótimo filme? Sim, claro. Mas pelas críticas até o momento, o filme seria uma versão masculina da fórmula batida de Estrelas Além do Tempo e Histórias Cruzadas, ambos indicados ao Oscar de Melhor Filme. A questão racial continua em alta em Hollywood e Green Book certamente fará a alegria da ideologia do politicamente correto.
Vencedores do NBR, Lady Gaga e Bradley Cooper em cena de Nasce uma Estrela (pic by OutNow.CH)
Pelas categorias de atuação, o histórico dos últimos cinco anos não é nada bom. Três acertos em 20 possíveis em relação ao Oscar, ou seja, Viggo Mortensen, Lady Gaga, Sam Elliott e Regina King não se animem muito! Com exceção de Elliott, acredito que os outros três vencedores estarão entre os futuros indicados pela Academia, mas mesmo assim, as chances de vitória ainda são relativamente baixas.
Pelas categorias de Roteiro, tanto Paul Schrader, que acabou de levar o Gotham Awards por First Reformed, como Barry Jenkins por Se a Rua Beale Falasse, devem ser figuras presentes durante toda esta temporada. Por se tratar de um filme meio pesado pela temática e até filosófico demais para o Oscar, acreditava que Schrader morreria na praia, mas com esses prêmios recentes, sua campanha pode deslanchar de vez. Já Jenkins, já premiado por Moonlight, não deve encontrar dificuldades de ser indicado novamente.
Honestamente, fiquei um pouco surpreso com a vitória de Bradley Cooper como Diretor por Nasce uma Estrela. Não que não mereça tal honraria, mas por se tratar de uma estréia na direção, poderiam tê-lo premiado como Diretor Estreante, que foi para Bo Burnham, merecidamente, por Oitava Série.
Dentre os filmes totalmente ignorados pelo NBR estão A Favorita, do Yorgos Lanthimos (nenhuma das três atrizes deu as caras por aqui), O Primeiro Homem, de Damien Chazelle, o Vice, de Adam McKay, e o Infiltrado na Klan, de Spike Lee.
Por preferência pessoal, votaria em Ilha dos Cachorros no lugar de Os Incríveis 2 como Melhor Longa de Animação, e votaria no sul-coreano Em Chamas no lugar do polonês Guerra Fria como Filme em Língua Estrangeira. Aliás, foi uma surpresa Roma, de Alfonso Cuarón, não ter sido o premiado aqui, mas ficou entre os cinco melhores.
Joanna Kulig e Tomasz Kot em cena de Guerra Fria (pic by OutNow.CH)
Apesar da lista de vencedores já ter sido divulgada, a cerimônia de entrega dos prêmios só acontecerá no dia 08 de janeiro em Nova York.
Vencedores do National Board of Review 2018:
FILME Green Book: O Guia (Green Book)
DIREÇÃO Bradley Cooper (Nasce uma Estrela)
ATOR Viggo Mortensen (Green Book: O Guia)
ATRIZ Lady Gaga (Nasce uma Estrela)
ATOR COADJUVANTE Sam Elliott (Nasce uma Estrela)
ATRIZ COADJUVANTE Regina King (Se a Rua Beale Falasse)
ROTEIRO ORIGINAL Paul Schrader (First Reformed)
ROTEIRO ADAPTADO Barry Jenkins (Se a Rua Beale Falasse)
LONGA DE ANIMAÇÃO Os Incríveis 2 (Incredibles 2)
REVELAÇÃO Thomasin McKenzie (Não Deixe Rastros)
DIRETOR ESTREANTE Bo Burnham (Oitava Série)
FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA Guerra Fria (Zimna wojna), de Pawel Pawlikowski
DOCUMENTÁRIO RBG, de Julie Cohen e Betsy West
ELENCO Podres de Ricos (Crazy Rich Asians)
WILLIAM K. EVERSON FILM HISTORY AWARD O Outro Lado do Vento (The Other Side of the Wind), de Orson Welles Serei Amado Quando Morrer (They’ll Love Me When I’m Dead), de Morgan Neville
NBR FREEDOM OF EXPRESSION AWARD 22 de Julho (22 July), de Paul Greengrass On Her Shoulders, de Alexandria Bombach
TOP 10 FILMES (em ordem alfabética) The Ballad of Buster Scruggs Pantera Negra (Black Panther) Poderia me Perdoar? (Can You Ever Forgive Me?) Oitava Série (Eighth Grade) First Reformed Se a Rua Beale Falasse (If Beale Street Could Talk) O Retorno de Mary Poppins (Mary Poppins Returns) Um Lugar Silencioso (A Quiet Place) Roma Nasce uma Estrela (A Star Is Born)
TOP 5 FILMES EM LÍNGUA ESTRANGEIRA (in alphabetical order) Em Chamas (Beoning) Custódia (Jusqu’à la garde) A Culpa (Den skyldige) Happy as Lazzaro (Lazzaro Felice) Assunto de Família (Manbiki kazoku)
TOP 5 DOCUMENTÁRIOS (in alphabetical order) Crime + Punishment Free Solo Minding the Gap Three Identical Strangers Won’t You Be My Neighbor?
TOP 10 FILMES INDEPENDENTES (in alphabetical order) A Morte de Stalin (The Death of Stalin) A Rota Selvagem (Lean on Pete) Não Deixe Rastros (Leave No Trace) Mid90s The Old Man & the Gun Domando o Destino (The Rider) Buscando… (Searching) Sorry to Bother You We the Animals Você Nunca Esteve Realmente Aqui (You Were Never Really Here)
Cena de Suburbicon, novo filme dirigido por George Clooney, com Julianne Moore e Matt Damon (pic by cine.gr)
PRÉ-CANDIDATOS AO OSCAR BUSCAM OS HOLOFOTES INTERNACIONAIS PARA ABRIR A TEMPORADA DE PREMIAÇÕES
Houve um tempo em que os filmes selecionados pelo Festival de Veneza, o mais antigo do mundo, tinham um distância quilométrica do Oscar. Era extremamente raro que um filme presente no evento italiano também estivesse no prêmio da Academia. Claro que todos os grandes festivais hoje tiveram uma aproximação com o Oscar por causa da projeção internacional, mas Veneza se tornou palco do “esquenta”.
Pra isso, Veneza convidou artistas hollywoodianos que certamente atrairão mais olhares para o evento e ao mesmo tempo se beneficiarão com a abertura de temporada de premiações. Assim, teremos os novos trabalhos de George Clooney, Darren Aronofsky, Alexander Payne e Guillermo del Toro. Se vão ganhar prêmios são outros quinhentos, mas somente a presença no festival já os consolida como fortes candidatos ao Oscar. Vale sempre ressaltar que Veneza teve recordistas de indicações ao Oscar nos últimos 4 anos: Gravidade (2013), Birdman (2014) e La La Land (2016).
Particularmente, já dou como certas as indicações para Clooney e Payne, que costumam ter uma forte afinidade com os gostos da Academia. Curiosamente, ambos os filmes foram protagonizados por Matt Damon, que pode ter até dupla indicação na categoria de Ator – Comédia ou Musical no próximo Globo de Ouro.
Já os filmes de Aronofsky e del Toro ainda tenho minhas dúvidas por apresentarem elementos do gênero terror, mas acredito que devem obter sucesso em categorias técnicas. Contudo, ambos podem ter ótimas chances com suas atrizes: Jennifer Lawrence e Sally Hawkins, respectivamente, em Mother! e The Shape of Water.
Sally Hawkins interage com um experimento do governo em The Shape of Water, de Guillermo del Toro
Particularmente, tenho boas expectativas em relação a três diretores:
Martin McDonagh
Mais conhecido pelas ótimas comédias Na Mira do Chefe e Sete Psicopatas e um Shih Tzu, o diretor britânico chega com Three Billboards Outside Ebbing, Missouri. Aqui temos a atriz Frances McDormand como uma mãe que desafia o chefe da polícia da cidade depois que sua filha foi assassinada e não houve nenhum preso. É curiosa a capacidade de McDonagh de conseguir extrair humor de temas bastante pesados, algo que apenas os irmãos Coen conseguiam fazer com maestria até alguns anos atrás. E engana-se quem pensa que se trata de apenas uma comédia. O filme critica a baixa eficiência policial (imagina se a personagem vivesse no Brasil…) e a prisão e tortura de negros, que continua recorrente nos EUA. Veja trailer abaixo:
Andrew Haigh
Admito que a trama de Lean on Pete, adaptação homônima do romance, sobre um jovem que busca sua tia perdida acompanhado por um cavalo de corrida não me animou muito, mas pra quem amou seu filme anterior, 45 Anos, é impossível não criar expectativas. No elenco, o diretor conta com os experientes Steve Buscemi e Chloë Sevigny. É esperar pra ver…
Abdellatif Kechiche
Esse diretor tunisiano conquistou Cannes e o mundo com seu filme anterior: Azul é a Cor Mais Quente, mas pra quem conferiu seus outros trabalhos como O Segredo do Grão e Vênus Negra, sabe que estamos diante de um diretor extremamente cuidadoso esteticamente e que não abre mão de seu olhar minucioso do comportamento humano. Ele traz Mektoub, My Love: Canto Uno que aborda a difícil decisão de um roteirista entre seu amor e sua carreira, curiosamente, um tema bastante parecido com o musical La La Land.
FORA DE COMPETIÇÃO
Embora não estejam competindo pelo Leão de Ouro, algumas produções também podem conseguir seu lugar ao sol na temporada de premiações. O novo filme de Stephen Frears, Victoria and Abdul, sobre a história verídica da amizade entre a rainha Victoria e um serviçal indiano, aparentemente se assemelha ao A Rainha (2006), que rendeu o Oscar para Helen Mirren. Honestamente, com exceção do ótimo Philomena (2014), os últimos trabalhos de Frears me desagradam um pouco por apresentarem formato e linguagem de TV, mas o diretor britânico tem seu talento inquestionável na direção de atores. E curiosamente Judi Dench volta a interpretar a rainha Victoria depois de Sua Majestade Mrs. Brown (1997), filme pelo qual foi indicada ao Oscar e perdeu injustamente para Helen Hunt.
Achei interessante o documentário que William Friedkin trouxe a Veneza: The Devil and Father Amorth (em tradução livre: “O Diabo e o Padre Amorth”), que captura imagens do nono exorcismo praticado pelo padre na Itália. Mesmo após mais de quatro décadas do clássico O Exorcista (1973), o diretor americano continua muito vinculado ao exorcismo, portanto, esse documentário pode de alguma forma “exorcizá-lo” dessa ligação e ao mesmo tempo, alimentar a sede de seus incontáveis fãs de como ele tratará desse tema novamente.
DISPUTA POR NOVOS FILMES
Por se tratar de um festival que acontece em setembro, existem desvantagens também, pois as atenções se dividem com o festival canadense de Toronto. Embora não tenha o mesmo prestígio do italiano, tem servido de vitrine para os filmes americanos, os vencedores do People’s Choice Awards costumam ser indicados a Melhor Filme (vide os recentes O Quarto de Jack, O Jogo da Imitação, 12 Anos de Escravidão e O Lado Bom da Vida), sem contar que o país é vizinho dos EUA e o mesmo idioma.
Em entrevista, o diretor do Festival de Veneza, Alberto Barbera, se disse “97% satisfeito” com sua seleção, já que houve apenas dois ou três filmes que ele queria exibir, mas não pôde porque já estavam comprometidos com outros festivais, provavelmente Toronto.
Contudo, se formos analisar os filmes exibidos em Veneza, temos muitos que também estarão presentes em Toronto. A única diferença é que o festival italiano exibirá alguns dias antes. Entre algumas exclusividades estão o novo filme de Angelina Jolie como diretora, First They Killed My Father, um drama pesado sobre o genocídio no Camboja feito para a Netflix; a nova produção de Joe Wright, Darkest Hour, que promete gerar a segunda indicação ao Oscar para Gary Oldman, interpretando um impecável Winston Churchill; o drama verídico Film Stars Don’t Die in Liverpool sobre um romance da atriz Gloria Grahame com um jovem traz Annette Bening como a protagonista (será que ela ganha o Oscar desta vez?); e Stronger, um drama que recria o atentado da Maratona de Boston e uma vítima que perdeu as pernas com a explosão da bomba. Jake Gyllenhaal promete arrancar lágrimas do público.
Estou bastante curioso pra conferir o novo filme da dupla Jonathan Dayton e Valerie Faris, que se consagraram com Pequena Miss Sunshine (2006): Battle of the Sexes, que recria uma disputa de tênis bastante curiosa ocorrida em 1973 entre Billie Jean King (Emma Stone) e o ex-campeão Bobby Riggs (Steve Carell). Além de toda a caracterização de época (Emma Stone está quase irreconhecível com aqueles óculos fundo de garrafa), será curioso ver o quanto de atual ainda temos sobre essa discussão de igualdade entre gêneros.
Emma Stone e Steve Carell fazem dupla de tenistas em 1973 em Battle of the Sexes (pic by moviepilot.de)
E também bastante interessado em assistir ao francês 120 Battements par Minute (BPM (Beats per Minute), de Robin Campillo, que foi bem ovacionado em Cannes. Trata-se da luta de um portador de Aids contra a indiferença no início dos anos 90. Embora os filmes representantes para o Oscar de Filme Estrangeiro ainda não tenham sido definidas, muito provavelmente este será o candidato da França e com fortes chances de ganhar a estatueta, que o país não ganha desde 1993 com Indochina.
SELEÇÃO DO FESTIVAL INTERNACIONAL DE TORONTO
GALAS Breathe The Catcher Was A Spy Darkest Hour Film Stars Don’t Die in Liverpool Kings Long Time Running Mary Shelley The Mountain Between Us Mudbound Stronger The Wife Woman Walks Ahead
APRESENTAÇÕES ESPECIAIS Battle of the Sexes BPM (Beats Per Minute) The Brawler The Breadwinner Call Me By Your Name Catch the Wind
The Current War The Children Act Disobedience Downsizing A Fantastic Woman First They Killed My Father The Guardians Hostiles The Hungry I, Tonya mother! Novitiate Omerta Plonger The Price of Success Professor Marston & the Wonder Women The Rider A Season in France The Shape of Water Sheikh Jackson The Square Submergence Suburbicon Thelma Three Billboards Outside Ebbing, Missouri
Untitled Bryan Cranston/Kevin Hart Film Victoria and Abdul
INDICADOS AO LEÃO DE OURO 2017
Human Flow
Dir: Ai Weiwei (Alemanha, EUA)
Mother!
Dir: Darren Aronofsky (EUA)
Suburbicon
Dir: George Clooney (EUA)
The Shape Of Water
Dir: Guillermo Del Toro (EUA)
L’Insulte
Dir: Ziad Doueiri (França, Líbano)
La Villa
Dir: Robert Guediguian (França)
Lean on Pete
Dir: Andrew Haigh (Reino Unido)
Mektoub, My Love: Canto Uno
Dir: Abdellatif Kechiche (França)
The Third Murder
Dir: Hirkazu Koreeda (Japão)
Jusqu’a La Garde
Dir: Xavier Legrand (França)
Amore e Malavita
Dir: Manetto Bros. (Itália)
Three Billboards Outside Ebbing, Missouri
Dir: Martin McDonagh (Reino Unido)
Hannah
Dir: Andrea Pallaoro (Itália, Bélgica, França)
Downsizing
Dir: Alexander Payne (EUA)
Angels Wear White
Dir: Vivian Qu (China, França)
Una Famiglia
Dir: Sebastiano Risio (Itália)
First Reformed
Dir: Paul Schrader (EUA)
Sweet Country
Dir: Warwick Thornton (Austrália)
The Leisure Seeker
Dir: Paolo Virzì (Itália)
Ex Libris – The New York Public Library
Dir: Frederick Wiseman (EUA)
FORA DE COMPETIÇÃO
Eventos Especiais
Casa D’Altri
Dir: Gianni Amelio (Itália)
Michael Jackson’s ‘Thriller’ 3D
Dir: John Landis (EUA)
Making of Michael Jackson’s ‘Thriller’
Dir: Jerry Kramer (EUA)
FICÇÃO
Our Souls at Night
Dir: Ritesh Batra (EUA)
Il Signor Rotopeter
Dir: Antonietta De Lillo (Itália)
Victoria and Abdul
Dir: Stephen Frears (Reino Unido)
La Melodie
Dir: Rachid Hami (França)
Outrage Coda
Dir: Takeshi Kitano (Japão)
Loving Pablo
Dir: Fernando Leon De Aranoa (Espanha)
Zama
Dir: Lucrecia Martel (Argentina, Brasil)
Wormwood
Dir: Errol Morris (EUA)
Diva!
Dir: Francesco Patierno (Itália)
La Fidele
Dir: Michael R. Roskam (Bélgica, França, Holanda)
The Private Life of a Modern Woman
Dir: James Toback (EUA)
Brawl in Cell Block 99
Dir: S. Craig Zahler (EUA)
NÃO-FICÇÃO
Cuba and the Cameraman
Dir: Jon Albert (EUA)
My Generation
Dir: David Batty (Reino Unido)
The Devil and Father Amorth
Dir: William Friedkin (EUA)
This Is Congo
Dir: Daniel McCabe (Congo)
Ryuichi Sakamoto: Coda
Dir: Stephen Nomura Schible (EUA, Japão)
Jim & Andy: The Great Beyond. The Story of Jim Carrey, Andy Kaufman, and Tony Clifton
Dir: Chris Smith (EUA)