‘La Vie d’Adèle (Blue is the Warmest Color)’ vence a Palma de Ouro de Cannes 2013

Palma de Ouro para La Vie d'Adèle (Blue is the Warmest Color), de Abdellatif Kechiche, que está entre as atrizes Léa Seydoux e Adèle Exarchopoulos

Palma de Ouro para La Vie d’Adèle (Blue is the Warmest Color), de Abdellatif Kechiche, que está entre as atrizes Léa Seydoux e Adèle Exarchopoulos

Contradizendo todos, o presidente do júri, Steven Spielberg, premiou um filme francês com temática lésbica quase explícita de três horas de duração! Talvez eu seja uma das pessoas mais surpresas com essa escolha. Explico. O filme que mais aprecio de Spielberg é Tubarão (1975) por uma série de motivos, mas a coragem e a ousadia do projeto que realmente me impressionaram. Claro que o diretor era muito jovem na época e permitia-se tais loucuras, mas ao longo dos últimos anos, acompanhei algumas mudanças de pensamento que causaram certa desilusão. Além de Steven Spielberg afirmar que mudaria o final de Contatos Imediatos do Terceiro Grau (1977), ele fez aquela terrível lambança na nova versão de E.T. – O Extraterrestre (1982) ao apagar digitalmente as armas de fogo dos policiais e trocá-las por walkie talkies por considerar violento demais. Pensei comigo: “Steven está ficando um senhor conservador, mas com espírito gagá de George Lucas!”

Então, eis a grande surpresa em ver o senhor Spielberg premiando um filme ousado e polêmico! Obviamente, não conferi o vencedor da Palma de Ouro, mas fico feliz pela escolha, afinal o filme foi bastante elogiado e o diretor Abdellatif Kechiche é um cineasta em extrema ascensão por seu perfeccionismo e diálogo com seu tempo. Havia um forte rumor de que La Vie d’Adèle (Blue is the Warmest Color) sequer tinha chances de prêmio justamente pelo conhecido conservadorismo de Spielberg. Quem diria que ele surpreenderia todos? Claro que existe um grupo de artistas no júri como Ang Lee, Cristian Mungiu e Christoph Waltz, que certamente tiveram alto poder de decisão, mas por ora, não vamos estragar a coragem do presidente, afinal, ele justificou sua escolha com belas palavras:

“Uma grande história de amor que fez todos nós nos sentirmos privilegiados de ser uma mosca na parede para admirar esta história de amor profundo e desgosto profundo evoluir desde o início. O diretor não colocou quaisquer restrições sobre a narrativa. Ele deixou as cenas tocarem na vida real, e ficamos absolutamente encantados.”

Pôster de Blue is the Warmest Color

Pôster de Blue is the Warmest Color

Baseado numa graphic novel de Julie Maroh, La Vie d’Adèle (Blue is the Warmest Color) acompanha a vida da adolescente de 15 anos Jocelyne, interpretada pela elogiadíssima Adèle Exarchopoulos. Ela se apaixona por uma moça um pouco mais velha do que ela e com cabelos azuis (referência ao título do filme). Além de despertar sexual, o longa de Kechiche procura destrinchar todo esse relacionamento até o coração partido e claro, a auto-descoberta.

Claro que aos olhos de mente livre, trata-se apenas de uma história de amor com todos os prazeres e dissabores. Contudo, em pleno século XXI, o homossexualismo continua causando polêmicas. Na própria França, país-sede do Festival de Cannes e terra da Revolução, houve protestos violentos da extrema direita e de grupos católicos nesse domingo (dia 26) contra a lei de 23 de abril que permite o casamento de pessoas do mesmo sexo no país. Apesar de já aprovada, a lei acabou sendo promulgada até o dia 18 de maio devido às fortes resistências no parlamento e nas ruas.

Manifestante protestam contra casamento gay na França. Repare nas bandeiras com a típica família feliz (foto Revista Exame)

Manifestantes protestam contra casamento gay na França. Repare nas bandeiras com a típica família feliz (foto Revista Exame)

Spielberg desmentiu a possibilidade da política ter influenciado na decisão. “Como vocês sabem, as personagens do filme não se casam. Política nunca esteve na mesma sala que nós do júri”. Questionado sobre a trajetória de La Vie d’Adèle (Blue is the Warmest Color) nos EUA , foi sucinto: “Não tenho certeza se será exibido em todos os estados”.

Aqui no Brasil, o mesmo protesto da França tem cara: para quem acompanha as notícias, o presidente da Comissão dos Direitos Humanos (!), o deputado Marco Feliciano, não precisa nem de apresentações. Desde o dia 14 de maio, os cartórios do Brasil são obrigados a registrar a união legal de casais homossexuais, um direito conquistado graças ao presidente do Supremo Tribunal Federal e autor da lei, Joaquim Barbosa. Mas Feliciano (do Partido Social Cristão – PSC) está tentando entrar com pedido de suspensão do casamento alegando que esta decisão cabe ao Congresso Nacional. Nessas horas as leis valem mais do que o bem-estar da sociedade…

Alguém me explica como um deputado que é homofóbico, racista e religioso se torna presidente da Comissão de Direitos Humanos?

Alguém me explica como um deputado que é homofóbico, racista e religioso se torna presidente da Comissão de Direitos Humanos?

Os demais prêmios do festival foram bastante democráticos, tanto que nenhum filme acumulou mais do que um reconhecimento. O Grande Prêmio do Júri, uma espécie de segundo colocado, acabou nas mãos dos irmãos Joel e Ethan Coen por Inside Llewyn Davis, que tem como cenário a Nova York do ano 1961. Havia uma dúvida se Oscar Isaac ganharia o prêmio de interpretação masculina, mas a larga experiência de Bruce Dern se destacou mais pelo drama Nebraska, de Alexander Payne.

E já que Adèle Exarchopoulos foi compensada pela Palma de Ouro, o prêmio de interpretação feminina foi para a bela francesa Bérénice Bejo pelo drama Le Passé (The Past), de Asghar Farhadi. Apesar de repetir a fórmula de A Separação, o filme foi bem recebido em Cannes, rendendo esse reconhecimento importante. Para quem não se lembra, Bejo foi indicada ao Oscar de Atriz Coadjuvante em 2012 por O Artista. Com a vitória em Cannes, ambos os atores têm suas chances multiplicadas para o Oscar 2014. No caso de Dern em particular, além de estrelar um filme americano com um diretor muito querido pela Academia (Alexander Payne), o ator já tem 76 anos e nunca levou o Oscar. Acredito que sua indicação já é certa. Em caso de vitória, seria a primeira (merecida) da carreira de diretor para Payne.

Bérénice Bejo volta a brilhar em Cannes por Le Passé

Bérénice Bejo volta a brilhar em Cannes por Le Passé

O veterano Bruce Dern ao lado da filha, a também atriz Laura Dern, em sessão de fotos de Cannes pelo filme Nebraska.

O veterano Bruce Dern ao lado da filha, a também atriz Laura Dern, em sessão de fotos de Cannes pelo filme Nebraska.

Talvez a maior surpresa tenha ficado na categoria de direção, na qual o espanhol Amat Escalante foi reconhecido pelo violento Heli, um drama cruel sobre a decadência de uma família por causa de uma gangue de drogas. Causou certo rebuliço devido a cenas fortes como na qual um homem tem suas genitálias queimadas.

Os demais prêmios foram distribuídos de forma muito democrática. Dois dos três filmes asiáticos em competição que foram aplaudidos receberam um prêmio. Enquanto Like Father, Like Son, de Hirokazu Kore-eda levou o Prêmio do Júri por se tratar de um drama delicado de duas famílias que descobrem que seus filhos foram trocados na maternidade, o chinês Jia Zhangke foi contemplado pelo prêmio de roteiro por sua abordagem episódica da violência em seu país em A Touch of Sin.

Like Father, Like Son, de Hirokazu Kore-eda

Like Father, Like Son, de Hirokazu Kore-eda

Até mesmo na competição Un Certain Regard, o drama independente americano Fruitvale Station, que tinha grandes chances, recebeu o Future Prize como incentivo e propulsor para a corrida do Oscar 2014, com a Weinstein Company fazendo lobby.

CONFIRA OS PRINCIPAIS PRÊMIOS DE CANNES 2013:

Palma de Ouro: La Vie d’Adèle (Blue Is the Warmest Color), de Abdellatif Kechiche

Grande Prêmio do Júri: Inside Llewyn Davis, de Joel Coen e Ethan Coen

Direção: Amat Escalante (Heli)

Prêmio do Júri: Like Father, Like Son, de Hirokazu Kore-eda

Interpretação Masculina: Bruce Dern (Nebraska)

Interpretação Feminina: Bérénice Bejo (Le Passé)

Roteiro: A Touch of Sin, de Jia Zhangke

 

UN CERTAIN REGARD JURY PRIZES

Un Certain Regard: The Missing Picture, de Rithy Panh

Prêmio do Júri: Omar, de Hany Abu-Assad

Direção: Alain Guiraudie (Stranger by the Lake)

Future prize: Fruitvale Station, de Ryan Coogler

A Certain Talent prize: O elenco de La jaula de oro

The Missing Picture, de Rithy Panh, que levou o Un Certain Regard

The Missing Picture, de Rithy Panh, que levou o Un Certain Regard

OTHER JURY PRIZES

Camera d’Or: Ilo ilo, de Anthony Chen

Directors’ Fortnight Art Cinema Award: Me Myself and Mum, de Guillaume Gallienne

Directors’ Fortnight Europa Cinemas Label: The Selfish Giant, de Clio Barnard

Directors’ Fortnight SACD Prize: Me Myself and Mum, de Guillaume Gallienne

Critics’ Week Grand Prix: Salvo, de Fabio Grassadonia e Antonio Piazza

Critics’ Week Visionary Prize: Salvo, de Fabio Grassadonia e Antonio Piazza

Critics’ Week Special Mention: The Owners, de Agustin Toscano e Ezequiel Radusky

Critics’ Week SACD Prize for Screenplay: Le Demantelement, de Sebastien Pilote

Palma de Ouro de Curta-Metragem: Safe, de Moon Byoung-gon

Ecumenical Jury Prize: Le Passé, de Asghar Farhadi

 

FIPRESCI PRIZES

Competition: La Vie d’Adèle (Blue Is the Warmest Color), de Abdellatif Kechiche

Un Certain Regard: Manuscripts Don’t Burn, de Mohammad Rasoulof

Directors’ Fortnight: Blue Ruin, de Jeremy Saulnier

Indicados à Palma de Ouro de Cannes 2013

Pôster do Festival de Cannes 2013, estrelado pelo casal hollywoodiano Paul Newman e Joanne Woodward

Pôster do Festival de Cannes 2013, estrelado pelo casal hollywoodiano Paul Newman e Joanne Woodward

Foi dada a largada do maior festival de cinema do mundo com o anúncio dos filmes indicados ao mais cobiçado prêmio: a Palma de Ouro. É importante destacar que o elo entre Cannes e o Oscar, outrora frio e distante, está numa crescente. Em 2011, o vencedor do prêmio de interpretação masculina, O Artista, acabou levando 5 Oscars incluindo Melhor Filme. Já neste ano,  além da produção franco-austríaca Amor, vencedora da Palma de Ouro, ter vencido o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, outros filmes que participaram das seleções de Cannes como Moonrise Kingdom e Indomável Sonhadora conquistaram indicações ao prêmio da Academia.

Essa ponte entre o Festival de Cannes, que ocorre em maio, e o Oscar, em fevereiro, tem sido benéfica para ambos. Enquanto os realizadores selecionados na França podem ambicionar vôos mais altos e comerciais com um possível reconhecimento nos EUA, o fato da lista de indicados ao Oscar terem esse “pedigree” de sucesso oriundo de Cannes eleva o patamar de qualidade da Academia, que já sofreu muitas críticas por valorizarem demais produções que se deram bem nas bilheterias sem levar muito em consideração a veia artística do filme.

O presidente do júri: Steven Spielberg (photo by goodfellasmovie.blogspot.com)

O presidente do júri: Steven Spielberg (photo by goodfellasmovie.blogspot.com)

Este ano, o presidente do júri de Cannes, Steven Spielberg, contará com uma seleção bem eclética que vai de nomes consagrados como os irmãos Coen e Roman Polanski (que já venceram a Palma de Ouro com Barton Fink – Delírios de Hollywood e O Pianista, respectivamente) até realizadores desconhecidos do cenário internacional como o espanhol Amat Escalante e italiana Valeria Bruni Tedeschi, atriz que já trabalhou com outro indicado este ano, o francês François Ozon, e o próprio Spielberg em Munique (2005).

Normalmente, os presidentes do júri evitam conceder a Palma às produções de seu país a fim de não criar polêmicas na divulgação dos premiados no encerramento, como o compatriota Quentin Tarantino já fez duas vezes. Em 2004, ele premiou o documentarista americano Michael Moore por Fahrenheit 11 de Setembro, e ficou marcado por ter dado explicações de sua escolha pela primeira vez na história do festival. Já em 2010, como presidente do Festival de Veneza, concedeu o Leão de Ouro à americana e ex-namorada Sofia Coppola por Um Lugar Qualquer. Ok, pode acontecer, afinal o sistema não é como futebol, no qual os árbitros não são do mesmo país ou estado dos times em campo, mas os reclamantes defendem que havia escolhas mais interessantes em competição.

Segue a lista dos indicados à Palma de Ouro, lembrando que no decorrer do evento, cerca de três filmes são inclusos na competição oficial:

Palma de Ouro

Palma de Ouro

PALMA DE OURO

O Grande Gatsby (The Great Gatsby), de Baz Luhrmann (FILME DE ABERTURA)

Un Château en Italie, de Valeria Bruni-Tedeschi
Inside Llewyn Davis, de Ethan Coen e Joel Coen
Michael Kohlhaas, de Arnaud del Pallières
Jimmy P. (Psychotherapy of Plains Indian), de Arnaud Desplechin
Heli, de Amat Escalante
Le Passé (The Past), de Asghar Farhadi
The Immigrant, de James Gray
Grigris, de Mahamat-Saleh Haroun
Tian Zhu Ding (A Touch of Sin), de Jia Zhanke
Soshite Chichi ni Naru (Like Father, Like Son), de Kore-eda Hirokazu
La Vie d’Adèle (Blue is the Warmest Color), de Abdellatif Kechiche
Wara no Tate (Shield of Straw), de Takashi Miike
Jeune et Jolie (Young and Beautiful), de François Ozon
Nebraska, de Alexander Payne
La Vénus à la Fourrure, de Roman Polanski
Behind the Candelabra, de Steven Soderbergh
La Grande Bellezza (The Great Beauty), de Paolo Sorrentino
Borgman, de Alex van Warmerdam
Only God Forgives, de Nicolas Winding Refn

Zulu, de Jérôme Salle (FILME DE ENCERRAMENTO)

Independente dos vencedores, já vale conferir novos trabalhos de diretores de visão singular como os japoneses Takashi Miike e Kore-eda Hirokazu, o chinês Jia Zhang Ke (que sabe retratar como ninguém as transformações da China na globalização), o dinamarquês Nicolas Winding Refn, que ganhou o prêmio de direção com Drive, e o italiano Paolo Sorrentino, que está em ascensão.

Particularmente, fiquei feliz com a indicação de Alexander Payne por Nebraska. O diretor é um dos poucos americanos que sabem conciliar sua veia comercial ao lado de estrelas como George Clooney e Jack Nicholson com uma perspectiva bastante humana. Para este novo projeto Nebraska, havia rumores de que o ator Robert Duvall assumiria o papel de protagonista aos 82 anos, mas outro veterano conquistou o papel principal: Bruce Dern, 76, pai da atriz Laura Dern. Ele foi considerado uma das grandes promessas no campo da atuação na década de 70, chegando a ser indicado ao Oscar de coadjuvante por Amargo Regresso, mas não vingou em Hollywood.

Claro que não tem como não mencionar o novo filme de Steven Soderbergh, afinal, o diretor tem sérios planos de parar de fazer filmes para lançamento em salas de cinema, muito em razão da covardia dos grandes estúdios de Hollywood. Numa entrevista, Soderbergh revelou que o filme foi planejado para lançamento em cinema, mas acabou indo para o ar pelo canal HBO porque os estúdios alegaram que a história era “muito gay”. “Ninguém queria fazer. Fomos atrás de todo mundo na cidade. Todos disseram que era muito gay. E isso veio depois de O Segredo de Brokeback Mountain(!), que nem é engraçado como esse filme. Fiquei chocado. Não fez nenhum sentido para nós.” Behind the Candelabra conta o caso de amor verídico entre o músico Liberace (Michael Douglas) e o bem mais jovem Scott (Matt Damon).

Michael Douglas e Matt Damon já caracterizados em Behind the Candelabra, de Steven Soderbergh: "Gay demais"? (photo by www.cine.gr)

Michael Douglas e Matt Damon já caracterizados em Behind the Candelabra, de Steven Soderbergh: “Gay demais”? (photo by http://www.cine.gr)

Além dessa polêmica, com a indicação de Behind the Candelabra, o Festival de Cannes garante a presença de estrelas hollywoodianas no tapete vermelho. Além dos já citados Michael Douglas e Matt Damon, a veterana Debbie Reynolds (do musical Cantando na Chuva), Dan Aykroyd e Rob Lowe podem comparecer ao evento. Já Leonardo DiCaprio, Tobey Maguire e Carey Mulligan devem marcar presença pela nova adaptação de O Grande Gatsby, de Baz Luhrmann, ainda mais que o filme abrirá o festival. Mulligan ainda compete pelo novo filme dos irmãos Coen, Inside Llewyn Davis, que conta também com Justin Timberlake e John Goodman. E ainda estão convidados Ryan Gosling e Kristin Scott Thomas pelo novo filme de Nicolas Winding Refn, Only God Forgives, que aborda uma vingança no submundo do crime em Bangkok.

Carey Mulligan e Justin Timberlake em Inside Llewyn Davis

Carey Mulligan e Justin Timberlake em Inside Llewyn Davis (photo by http://www.elfilm.com)

Apesar de contar também com a presença das estrelas Joaquin Phoenix, Jeremy Renner e Marion Cotillard, vale a pena ficar atento ao novo filme James Gray, The Immigrant (Lowlife). Embora seja relativamente jovem, o diretor tem chamado atenção por seu trabalho com o elenco, tendo valorizado o potencial de Joaquin Phoenix através dos filmes Os Donos da Noite (2007) e Amantes (2008). Talvez um dos prêmios de atuação saia deste filme.

Joaquin Phoenix e Marion Cotillard em The Immigrant, de James Gray (photo by www.elfilm.com

Joaquin Phoenix e Marion Cotillard em The Immigrant, de James Gray (photo by http://www.elfilm.com

E pra fechar, a indicação de Le Passé (The Past) possibilita o público de conferir o primeiro filme do iraniano Asghar Farhadi depois do sucesso de A Separação (vencedor do Urso de Ouro e o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro) numa produção em língua francesa, dirigindo a atriz Bérènice Bejo (de O Artista).

Bérènice Bejo em Le Passé (The Past), do iraniano Asghar Farhadi (photo by www.cineimage.ch)

Bérènice Bejo em Le Passé (The Past), do iraniano Asghar Farhadi (photo by http://www.cineimage.ch)

O Festival de Cannes também oferece outras seleções, sendo a mais instigante a Mostra Un Certain Regard, que visa buscar um olhar inovador que reflita os problemas dos tempos atuais. Em 2012, o mexicano Depois de Lúcia se sagrou vencedor dessa competição ao questionar a eficiência do sistema educacional (confira post sobre o filme em https://cinemaoscareafins.wordpress.com/2013/03/24/depois-de-lucia-despues-de-lucia-de-michel-franco-2012/).

Seleção Un Certain Regard

Seleção Un Certain Regard

UN CERTAIN REGARD (Um Certo Olhar):

The Bling Ring, de Sofia Coppola
Omar, de Hany Abu-Assad
Death March, de Adolfo Alix Jr.
Fruitvale, de Ryan Coogler
Les Salauds, de Claire Denis
Norte, Hangganan Ng Kasaysayan (Norte, the End of History), de Lav Diaz
As I Lay Dying, de James Franco
Miele, de Valeria Golino
L’Inconnu du Lac, de Alain Guiraudie
Bends, de Flora Lau
L’Image Manquante, de Rithy Panh
La Jaula de Oro, de Diego Quemada-Diez
Sarah Préfère la Course (Sarah Would Rather Run), de Chloé Robichaud
Grand Central, de Rebecca Zlotowski

FORA DE COMPETIÇÃO

All is Lost, de J.C. Chandor
Blood Ties, de Guillaume Canet

Resumidamente, vale destacar a forte presença de Sofia Coppola com o filme pop The Bling Ring, sobre uma gangue real de jovens de classe média alta roubando casas de celebridades em Beverly Hills. Coppola apostou suas fichas na jovem Emma Watson, da extinta cinessérie Harry Potter, que comprova que cresceu uma bela atriz.

Emma Watson (à dir.) em cena de The Bling Ring (photo by OutNow.CH)

Emma Watson (à dir.) em cena de The Bling Ring (photo by OutNow.CH)

Os atores James Franco e Valeria Golino foram selecionados por trabalhos na direção, denotando uma forte tendência de novos diretores oriundos da escola de atuação tendo como forte referência Ben Affleck (vencedor do Oscar de Melhor Filme por Argo).

E Fruitvale, de Ryan Coogler, que já ganhou o Grande Prêmio do Jury – Dramático no Festival de Sundance, volta a concorrer por outro importante reconhecimento em Cannes, podendo seguir os mesmos passos de Indomável Sonhadora, de Benh Zeitlin.

O Festival de Cannes 2013 tem início no dia 15 de maio e vai até o dia 26, quando serão divulgados os vencedores desta edição.

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