APOSTAS PARA O OSCAR 2018: O ANO DO FEMINISMO

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Um dos vários cartazes da 90ª edição do Oscar com o host Jimmy Kimmel

AINDA SE RECUPERANDO DO #OSCARSSOWHITE, ACADEMIA TENTA LIDAR COM A QUESTÃO DO FEMINISMO E DOS ASSÉDIOS SEXUAIS NESTA 90ª EDIÇÃO

“It’s a wonderful night for Oscar! Oscar! Oscar! Who will win?” – É assim que Billy Crystal sempre abria seus monólogos do Oscar.  Que filme vai ganhar? Este ano, o mistério está ainda maior depois da surpresa de Moonlight no ano passado. Afinal, que mensagem a Academia quer passar este ano? Ou seria apenas uma questão de sistema de votação?

Pra quem acompanhou as notícias de Hollywood em 2017, as denúncias de assédio e abuso predominaram as manchetes, causando um enorme rebuliço e até a expulsão do produtor e lobbista do Oscar, Harvey Weinstein. Com isso, todas as mulheres que trabalham na indústria reagiram ferozmente e levantaram a bandeira do movimento Time’s Up por uma indústria mais segura e igualitária para o sexo feminino. Há poucos dias, foi anunciado que a cerimônia do Oscar dedicará um momento para o movimento tamanha sua repercussão.

Pra ser bem sincero, estou com receio de que se Lady Bird, único representante entre os nove indicados a Melhor Filme dirigido por uma mulher, não levar nenhum prêmio, as ativistas subam ao palco e causem destruição em massa! Mas, brincadeiras à parte, o Oscar deste ano está bastante dividido, especialmente entre quatro filmes: Três Anúncios Para um Crime, A Forma da Água, Corra! e Lady Bird, algo muito raro em anos recentes do evento. Com isso, espera-se que novamente o anúncio de Melhor Filme seja o mais esperado da noite, que curiosamente, contará novamente com a dupla de atores Warren Beatty e Faye Dunaway, que protagonizaram a gafe do envelope.

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Volta tudo: Faye Dunaway e Warren Beatty querem se redimir da gafe do envelope errado (pic US Weekly)

Falando em apresentadores, a Academia anunciou listas dos encarregados da tarefa. Assim como o momento pede, são nomes bem diversos que vão dos mais famosos como Viola Davis e Emma Stone até desconhecidos do grande público como Kumail Nanjiani,  Eiza González e Eugenio Derbez. De estrelas de outras épocas como Jane Fonda, Rita Moreno e Eva Marie Saint até as recentes como Gal Gadot, Ansel Elgort e Oscar Isaac.

HOST PELA SEGUNDA VEZ: JIMMY KIMMEL

Assim que confirmaram que Jimmy Kimmel seria host novamente, tive a impressão de que estavam tentando compensá-lo pela lambança do envelope do ano passado, afinal, ser host quando tudo corre bem é uma coisa, agora ser host quando rola uma gafe enorme dessas, precisa ter muita calma e sangue frio para contornar a situação.

Mas deixando essa lambança de lado, Kimmel fez um bom trabalho como host, desde seu monólogo de abertura, apontando críticas políticas a Trump, até sua interação com algumas celebridades na platéia, com direito a doces jogados com mini-pára-quedas. Porém pecou com seu quadro de “pegadinha” com os turistas, que adentraram o Dolby Theater ao vivo e interagiram eternamente com alguns atores na primeira fileira. Aquilo custou um tempo precioso e não funcionou.

E continuo com a minha campanha para a volta de Jon Stewart como host em 2019, ou a estréia de Jim Carrey. Seria fantástico! Mas até lá, vou torcer para que Jimmy faça uma ótima apresentação e eleve a audiência em decadência do Oscar.

A 90ª EDIÇÃO DO OSCAR: O QUE PODE ACONTECER

Nesta edição especial de 90 anos do Oscar, podemos presenciar momentos históricos como o primeiro Oscar para Roger Deakins após 14 indicações. Outros momentos podem acontecer sobre o palco e que podem fazer história: primeira vitória de um diretor negro (se Jordan Peele levar por Corra!), primeira vitória de uma pessoa transgênero (se Yance Ford levar Melhor Documentário por Strong Island), primeira mulher negra a ganhar o Oscar de Roteiro Adaptado (se Dee Rees levar por Mudbound), primeira mulher a vencer Melhor Fotografia (se Rachel Morrison ganhar por Mudbound), a vencedora mais velha a ganhar o Oscar (se Agnès Varda conquistar Melhor Documentário por Visages, Villages aos 89 anos), o vencedor mais velho nas categorias de atuação (se Christopher Plummer receber seu segundo Oscar por Todo o Dinheiro do Mundo aos 88 anos), vencedor mais novo de Melhor Ator (se Timothée Chalamet ganhar por Me Chame Pelo Seu Nome aos 22 anos), primeiro ator a ganhar 4 estatuetas de Melhor Ator (se Daniel Day-Lewis vencer por Trama Fantasma).

MELHOR FILME

  • Me Chame Pelo Seu Nome (Call Me By Your Name)
  • O Destino de uma Nação (Darkest Hour)
  • Dunkirk (Dunkirk)
  • Corra! (Get Out)
  • Lady Bird: A Hora de Voar (Lady Bird)
  • Trama Fantasma (Phantom Thread)
  • The Post: A Guerra Secreta (The Post)
  • A Forma da Água (The Shape of Water)
  • Três Anúncios Para um Crime (Three Billboards Outside Ebbing, Missouri)

DEVE GANHAR: A Forma da Água
DEVERIA GANHAR: Corra!
ZEBRA: The Post: A Guerra Secreta

ESNOBADO: Projeto Flórida

Embora A Forma da Água tenha ganhado os principais prêmios da temporada que indicam forte favoritismo como o PGA (sindicato de produtores), a corrida está bem aberta nesta categoria, principalmente por causa do sistema de votação que permite que filmes “rankiados” na média possam ultrapassar os melhores posicionados como aconteceu ano passado com Moonlight. Além disso, nesta era politicamente correta, pesa bastante a mensagem que a Academia quer passar com seu vencedor de Melhor Filme.

E nesse quesito, Três Anúncios Para um Crime é o que mais se aproxima pela temática da impunidade relacionado a crimes sexuais. Logo em seguida, viria Lady Bird, por ser o único aqui dirigido e escrito por uma cineasta mulher (Greta Gerwig). Contudo, a meu ver, pelo sistema de votação, acredito no potencial de Corra! surpreender na noite e ser coroado o Melhor Filme do Ano, até porque é o melhor filme (e mais ousado) e se ganhar, ninguém ficaria insatisfeito.

Particularmente, adoraria também que Trama Fantasma fosse o coelho da cartola, mas acho muito pouco provável sua vitória, mesmo que seu diretor, Paul Thomas Anderson, seja finalmente reconhecido na categoria de Diretor.

A seguir, vou comentar um pouco de cada um dos nove filmes indicados. Eles estão listados por ordem de preferência pessoal, do pior para o melhor:

THE POST: A GUERRA SECRETA
Em poucas palavras: o pior filme de Spielberg em décadas. Nitidamente, vemos que ele fez o filme nas coxas, não tendo o costumeiro cuidado que ele tem em filmes históricos. Tudo isso pra poder aproveitar o momento de crítica ao governo Trump que é contra a liberdade de imprensa. Assim, faltou emoção, faltou catarse, faltou empatia com qualquer personagem, faltou praticamente tudo. Nem Meryl Streep merecia indicação…

The Post

O DESTINO DE UMA NAÇÃO
Joe Wright se consagrou com Orgulho e Preconceito e Desejo e Reparação, dois filmes de época. Mas, este O Destino de uma Nação não tem a mesma leveza dos filmes anteriores. É pesado, repleto de diálogos, monólogos e preso demais aos fatos históricos. Embora tenha um visual interessante pela fotografia de Bruno Delbonnel, Wright entrega uma cinebiografia quadrada que outros diretores menos talentosos poderiam entregar.

The Darkest Hour

DUNKIRK
No geral, não achei que a ausência de um protagonista tenha funcionado, mesmo entendendo os motivos para isso. Porém, o que mais valorizo em Dunkirk é um amadurecimento de Christopher Nolan. Se antes ele fazia filmes extremamente verborrágicos e didáticos, ele procurou fazer justamente o oposto neste trabalho: poucos diálogos e menos explicações. E ele é um dos poucos diretores que sempre buscam fazer algo novo e feito para ser visto numa sala de cinema, de preferência com as caixas de som “bombando”.

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LADY BIRD
Pra quem já assistiu aos filmes de John Hughes, que dissecou como poucos o universo juvenil, conferir Lady Bird parece mais uma versão com a geração dos anos 90. Aqui temos uma jovem perdida em seus sonhos enquanto luta para entender sua realidade. Honestamente, não entendi o alvoroço em volta do nome de Greta Gerwig, mas por causa de alguns momentos do filme, como a cena na loja de departamentos, é possível ver um futuro promissor na carreira dela.

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TRÊS ANÚNCIOS PARA UM CRIME
Pra quem tem humor negro e aprecia algumas coisas absurdas e non-sense, Três Anúncios soa como um respiro de originalidade no cenário. Embora tenha defeitos no roteiro e arcos um pouco difíceis de engolir, o filme de Martin McDonagh pegou carona no momento pró-feminismo ao abordar a história de uma mulher que busca justiça no caso não solucionado do assassinato de sua filha.

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A FORMA DA ÁGUA
Versão romântica e com final feliz de O Monstro da Lagoa Negra (1954). Guillermo del Toro concebe uma visão bastante romântica dessa história de amor inter-racial (?) entre uma mulher muda e uma criatura aquática presa. Claro que você consegue enxergar sob um viés político se trocarmos a muda por uma americana e a criatura por um mexicano sendo deportado por Trump, mas consigo ver mais como uma grande história de redenção de excluídos da sociedade: além da muda e da criatura, temos um homossexual idoso e uma faxineira negra.

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ME CHAME PELO SEU NOME
Pra ser bem honesto, nunca pensei que este filme chegaria à festa do Oscar. Não que seja um filme ruim ou não merecedor de tamanha atenção, mas a Academia dificilmente reconhece produções com aspecto mais europeu e dirigido por um italiano (Luca Guadagnino). Mas essa história de um caso amoroso entre dois jovens conquistou o público, especialmente com o monólogo de encerramento por Michael Stuhlbarg. Assim como em outros filmes de Guadagnino, ele toma o tempo necessário para você entrar naquele universo e também utiliza metáforas que o cinema americano não usaria.

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TRAMA FANTASMA
Quando se assiste ao trailer deste filme, não se cria expectativa alguma, pra não dizer que cria ânimo para vê-lo. Mas não estamos falando de qualquer cineasta, mas de Paul Thomas Anderson, um cineasta que parece à prova de filmes ruins em sua cinematografia. Aqui ele faz um belíssimo estudo das relações humanas através de dois personagens de comportamentos desagradáveis e que precisam aprender a lidar um com o outro. Além de todos os atores em sintonia e em estado de graça, a trilha de Jonny Greenwood acentua as cenas e concede um tom clássico ao filme. Em Trama Fantasma, existem tantas nuances que é impossível apreciar tudo numa única sessão.

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CORRA!
Quantos filmes você já não assistiu com a temática do racismo? Inúmeros, certo? Todos se tornam clichês se comparados à trama de Jordan Peele em Corra!. Colocar dois personagens discutindo e se xingando por causa da cor da pele é coisa de amadores. Peele se utiliza de convenções sociais para gerar um impasse entre um rapaz negro e a família branca de sua namorada. Jordan não apenas atualiza o filme de Sidney Poitier, Adivinhe Quem Vem Para Jantar, mas consegue atingir as vísceras do racismo.

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MELHOR DIRETOR

  • Paul Thomas Anderson (Trama Fantasma)
  • Guillermo del Toro (A Forma da Água)
  • Greta Gerwig (Lady Bird: A Hora de Voar)
  • Christopher Nolan (Dunkirk)
  • Jordan Peele (Corra!)
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Jordan Peele (Corra!) pic by moviepilot.de

DEVE GANHAR: Guillermo del Toro (A Forma da Água)
DEVERIA GANHAR: Jordan Peele (Corra!)
ZEBRA: Paul Thomas Anderson (Trama Fantasma)

ESNOBADO: Sean Baker (Projeto Flórida)

É muito raro na história da Academia, o diretor que levou o prêmio do sindicato de diretores (DGA) não levar a estatueta do Oscar em seguida. Mais especificamente, esse fato ocorreu apenas sete vezes, portanto, o mexicano Guillermo del Toro já é tecnicamente o vencedor. Se confirmado esse reconhecimento, ele será o terceiro mexicano a vencer nesta categoria em menos de dez anos (!), seguido por Alfonso Cuarón e Alejandro G. Iñárritu. Dá-lhe, México!

Del Toro consegue criar esse universo de fantasia com atmosfera bem romântica, calcada na ótima trilha de Alexandre Desplat, na direção de arte, na fotografia e nas referências cinematográficas, ficando impossível de não reconhecer como um filme dele. Mas pra mim, Jordan Peele fez tudo isso e teve a ousadia que faltou para os outros: ele teceu uma crítica racial formidável em forma de filme de terror e ficção científica como grandes mestres fizeram no passado como John Carpenter. Nem ligo pra essa coisa de primeiro diretor negro a ganhar o Oscar, e ficarei extremamente feliz se ele ganhar.

MELHOR ATOR

  • Timothée Chalamet (Me Chame Pelo Seu Nome)
  • Daniel Day-Lewis (Trama Fantasma)
  • Daniel Kaluuya (Corra!)
  • Gary Oldman (O Destino de uma Nação)
  • Denzel Washington (Roman J. Israel, Esq.)
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Timothée Chalamet (Me Chame Pelo Seu Nome)

DEVE GANHAR: Gary Oldman (O Destino de uma Nação)
DEVERIA GANHAR: Timothée Chalamet (Me Chame Pelo Seu Nome)
ZEBRA: Denzel Washington (Roman J. Israel, Esq.)

ESNOBADO: James Franco (O Artista do Desastre), Robert Pattinson (Bom Comportamento)

Ok, que Gary Oldman é um dos melhores atores de sua geração não há dúvida ou discordância, mas é realmente toda essa unanimidade por O Destino de uma Nação? Sabemos que a fórmula das cinebiografias aliada a uma boa maquiagem já proporciona ótima vantagem no Oscar, mas toda vez que via Oldman dando berros como Winston Churchill, achava que estava beirando o caricato. De novo: eu entendo que isso vende no Oscar e que ele merece um Oscar pela carreira, mas e como fica Timothée Chalamet, que entregou a melhor performance masculina do ano? Espera ele ser indicado por um filme bobo e dar o Oscar pra compensar por essa derrota? Ok, o Oscar pode ser prematuro e estragar a carreira dele se formos pensar em consequências pessimistas, mas ele merece pela naturalidade de suas expressões, diálogos e mudança de idiomas.

Dois adendos rápidos: Daniel Day-Lewis traz novamente uma ótima performance. É doloroso saber que este pode ser seu último filme, já que anunciou aposentadoria. Mas nem por isso, apoio votação nele porque vai se retirar do cinema, mas pela performance em si, repleta de nuances.

E o que dizer de James Franco fora da corrida por causa de denúncias? Justo? Injusto? Foi realmente uma pena ele ser excluído por esse motivo. Sua interpretação-imitação de Tommy Wiseau é excelente, e o filme O Artista do Desastre se baseia demais na atuação dele. Ah, e se tivesse que exclui-lo mesmo, poderiam tê-lo substituído por algum material mais fresco como Robert Pattison em Bom Comportamento.

MELHOR ATRIZ

  • Sally Hawkins (A Forma da Água)
  • Frances McDormand (Três Anúncios Para um Crime)
  • Margot Robbie (Eu, Tonya)
  • Saoirse Ronan (Lady Bird: A Hora de Voar)
  • Meryl Streep (The Post: A Guerra Secreta)
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Sally Hawkins (A Forma da Água) pic by cine.gr

 

DEVE GANHAR: Frances McDormand (Três Anúncios Para um Crime)
DEVERIA GANHAR: Sally Hawkins (A Forma da Água)
ZEBRA: Meryl Streep (The Post: A Guerra Secreta)

ESNOBADO: Brooklynn Prince (Projeto Flórida), Daniela Vega (Uma Mulher Fantástica)

Certamente foi um ano excepcional para as atrizes. E esse movimento Time’s Up pode e deve proporcionar mais papéis de protagonismo para elas, o que me agrada muito devido à atual escassez de papéis mais interessantes no cinema (porque na TV tem sobrando…). Pra quem acompanhou a temporada, Frances McDormand já levou esse Oscar. Mas devo lembrar que este será seu segundo Oscar, e poucas atrizes conseguiram esse feito. Muitos votantes utilizam esse critério na hora de votar: “Fulana já ganhou antes”. E curiosamente, o papel de Midred Hayes muito lembra a policial Marge Gundersson de Fargo. Particularmente, não vi nenhuma interpretação nova na carreira de McDormand. Pra mim, ela ganhará por puro carisma e torcida.

Das indicadas, a melhor performance foi de Sally Hawkins. E não é só porque ela interpreta uma mulher muda, e teve que aprender linguagem de sinais. Não. Ela consegue personificar uma mulher solitária que se apaixona e nunca desiste de uma vida melhor. Quem consegue fingir amor por um ser aquático sem cair no ridículo? Hawkins consegue e com certa ousadia, pois não teme expôr sua nudez e desejo carnal.

Não me entendam mal. Sou fã de Meryl Streep, tanto que assisti The Post só por causa dela no cinema. Contudo, mais uma vez, ela não mereceu uma nova indicação. Tudo bem que ela consegue dar maior profundidade à sua personagem que vive num universo masculino, mas o filme não ajuda em nenhum momento. Não sou muito a favor de indicar crianças por causa das altas expectativas, mas trocaria fácil Meryl Streep pela pequena-prodígio Brooklynn Prince de Projeto Flórida, ou a atriz chilena Daniela Vega por Uma Mulher Fantástica. E não, não estou selecionando por ser transgênero, mas pela performance corajosa mesmo.

MELHOR ATOR COADJUVANTE

  • Willem Dafoe (Projeto Flórida)
  • Woody Harrelson (Três Anúncios Para um Crime)
  • Richard Jenkins (A Forma da Água)
  • Christopher Plummer (Todo o Dinheiro do Mundo)
  • Sam Rockwell (Três Anúncios Para um Crime)
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Willem Dafoe (Projeto Flórida)

DEVE GANHAR: Sam Rockwell (Três Anúncios Para um Crime)
DEVERIA GANHAR: Willem Dafoe (Projeto Flórida)
ZEBRA: Woody Harrelson (Três Anúncios Para um Crime)

ESNOBADO: Steve Carell (A Guerra dos Sexos)

Das categorias de atuação, é a que menos me agrada. Mas confesso que não assisti a Todo o Dinheiro do Mundo, então vou deixar o Christopher Plummer longe da crítica. Dos quatro, todos têm alguma deficiência, seja de interpretação ou de profundidade de papel. Por exemplo, Sam Rockwell está bem, mas o arco de seu personagem com essa suposta redenção não rolou pra mim. Já Willem Dafoe é a performance que mais me agrada, porém sinto que faltou uma cena que pudesse entregar um pouco mais sobre quem era seu personagem ou como ele chegou ali. Mas resumindo: adoraria ver o Dafoe ganhar.

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE

  • Mary J. Blige (Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississipi)
  • Allison Janney (Eu, Tonya)
  • Lesley Manville (Trama Fantasma)
  • Laurie Metcalf (Lady Bird: A Hora de Voar)
  • Octavia Spencer (A Forma da Água)
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Laurie Metcalf (Lady Bird) pic by cine.gr

 

DEVE GANHAR: Allison Janney (Eu, Tonya)
DEVERIA GANHAR: Laurie Metcalf (Lady Bird)
ZEBRA: Octavia Spencer (A Forma da Água)

ESNOBADO: Holly Hunter (Doentes de Amor)

Sou meio suspeito pra falar de Holly Hunter, porque costumo gostar de quase tudo o que ela faz, inclusive como dubladora em Os Incríveis, mas a interpretação dela em Doentes de Amor faz toda a diferença para a personagem dela, que poderia muito bem ser esquecível se fosse outra atriz. Holly cria alguns maneirismos e tiques para sua personagem sem gerar alarde exagerado. Prefiro ela a Octavia Spencer que, apesar de fazer uma personagem de alívio cômico em A Forma da Água, parece repetir o mesmo personagem em todo novo trabalho.

Pra mim, a grande atuação de coadjuvante deste ano é de Laurie Metcalf. Ela não usa maquiagem transformadora, não apresenta sotaques de caipira, nem tem cenas de gritaria, porque não precisa disso para mostrar suas habilidades naturais de interpretação. Ela faz a aquela mãe que toda adolescente já teve, que guarda para si suas dores e sonhos, é protetora e zela pelo bem-estar dos filhos. Se Lesley Manville ganhar, também seria um Oscar mais do que merecido. E se Allison Janney ganhar por Eu, Tonya, será a confirmação de que maquiagem e papel excêntrico sempre ganham.

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL

  • Kumail Nanjiani, Emily V. Gordon (Doentes de Amor)
  • Jordan Peele (Corra!)
  • Greta Gerwig (Lady Bird: A Hora de Voar)
  • Guillermo del Toro, Vanessa Taylor (A Forma da Água)
  • Martin McDonagh (Três Anúncios Para um Crime)
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Cena de Corra! (pic by cine.gr)

DEVE GANHAR: Martin McDonagh (Três Anúncios Para um Crime)
DEVERIA GANHAR: Jordan Peele (Corra!)
ZEBRA: Kumail Nanjiani, Emily V. Gordon (Doentes de Amor)

ESNOBADO: Adrian Molina, Matthew Aldrich (Viva: A Vida é uma Festa)

Provavelmente o Oscar que deve definir qual filme leva o maior prêmio da noite: Melhor Filme. Se Jordan Peele levar, Corra! deve ganhar Filme, Greta Gerwig com Lady Bird e Martin McDonagh com Três Anúncios. Esperamos que Jordan Peele vença aqui pela sua originalidade, claro.

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO

  • James Ivory (Me Chame Pelo Seu Nome)
  • Scott Neustadter, Michael H. Weber (O Artista do Desastre)
  • Scott Frank, James Mangold, Michael Green (Logan)
  • Aaron Sorkin (A Grande Jogada)
  • Dee Rees, Virgil Williams (Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississippi)
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Cena de Me Chame Pelo Seu Nome

DEVE GANHAR: James Ivory (Me Chame Pelo Seu Nome)
DEVERIA GANHAR: James Ivory (Me Chame Pelo Seu Nome)
ZEBRA: Aaron Sorkin (A Grande Jogada)

Quando o votante encarar essa categoria na cédula de votação, ele deve pensar: “Logan? Oscar para quadrinhos? Nem pensar… O Artista do Desastre? Depois de tantas denúncias… Aaron Sorkin não ganhou uns anos atrás por Rede Social? Mudbound… não vi! Não quero dar roteiro para Me Chame Pelo Seu Nome, mas é melhorzinho aqui e leva pelo menos um prêmio.” Resumindo a ópera, não há competição contra o roteiro de James Ivory, que aliás, foi indicado três vezes como diretor e nunca levou. Só espero que Timothée Chalamet esteja por perto para ajudá-lo a subir no palco como fez no WGA.

MELHOR FOTOGRAFIA

  • Roger Deakins (Blade Runner 2049)
  • Bruno Delbonnel (O Destino de uma Nação)
  • Hoyte Van Hoytema (Dunkirk)
  • Rachel Morrison (Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississippi)
  • Dan Laustsen (A Forma da Água)
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Fotografia de Roger Deakins em Blade Runner 2049

DEVE GANHAR: Blade Runner 2049
DEVERIA GANHAR: Blade Runner 2049
ZEBRA: Dunkirk

ESNOBADO: Sayombhu Mukdeeprom (Me Chame Pelo Seu Nome)

Depois de “apenas” 14 indicações, finalmente parece ter chegado a vez de Roger Deakins subir ao palco. Mas engana-se aquele que pensa que o diretor de fotografia está sendo reconhecido pelo conjunto da obra, como em muitos casos, mas pelo trabalho excepcional no visual de Blade Runner 2049. Como já citei aqui em posts anteriores, era um desafio enorme fazer a fotografia desta sequência do cultuado original de 1982, Blade Runner: O Caçador de Andróides, pois era necessário respeitar a identidade visual criada por Jordan Cronenweth (diretor de fotografia) e ainda criar sua própria. Um Oscar para Deankins mataria três coelhos numa só cajadada: seria uma forma de reconhecer o filme original de 1982 (que não levou nada na época), de reconhecer esta sequência bastante elogiada pela crítica, e de reconhecer o trabalho de um dos maiores diretores de fotografia das últimas décadas.

MELHOR MONTAGEM

  • Paul Machliss, Jonathan Amos (Em Ritmo de Fuga)
  • Lee Smith (Dunkirk)
  • Tatiane S. Riegel (Eu, Tonya)
  • Sidney Wolinsky (A Forma da Água)
  • Jon Gregory (Três Anúncios Para um Crime)
Bodega Bay

Cena de Dunkirk (pic by cine.gr)

DEVE GANHAR: Dunkirk
DEVERIA GANHAR: Dunkirk
ZEBRA: Três Anúncios Para um Crime

ESNOBADO: Ronald Bronstein, Benny Safdie (Bom Comportamento)

Lee Smith deveria ganhar só por ter editado um filme do Christopher Nolan com menos de duas horas de duração! Há quanto tempo você não via um filme do diretor tão econômico na duração? Mas além do tempo, a edição de Lee Smith conseguiu gerar tensão do início ao fim, seja na praia, na embarcação ou dentro do avião pilotado por Tom Hardy. Vale lembrar que o montador foi previamente indicado duas vezes, mas nunca levou.

Como o BAFTA anda prevendo os vencedores de Montagem (previu a vitória de Whiplash e Até o Último Homem), pode ser que Em Ritmo de Fuga conquiste seu Oscar também. E pra mim, uma montagem que ficou faltando aqui foi do independente Bom Comportamento.

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE

  • Sarah Greenwood, Katie Spencer (A Bela e a Fera)
  • Dennis Gassner, Alessandra Querzola (Blade Runner 2049)
  • Sarah Greenwood, Katie Spencer (O Destino de uma Nação)
  • Nathan Crowley, Gary Fettis (Dunkirk)
  • Paul D. Austerberry, Shane Vieau, Jeffrey A. Melvin (A Forma da Água)
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Cena de Blade Runner 2049

DEVE GANHAR: A Forma da Água
DEVERIA GANHAR: Blade Runner 2049
ZEBRA: A Bela e a Fera

ESNOBADO: Assassinato no Expresso Oriente

Tenho uma dura crítica a fazer em relação a Direção de Arte e Figurino. Fui contra à decisão da Academia de indicar o filme A Bela e a Fera em ambas as categorias, porque são Production Design e Costume Design, ou seja, estão reconhecendo o design desses dois setores. E o grande problema é que essas versões live-action das animações da Disney copiam tudo dos originais; não apenas o roteiro, mas os cenários e os figurinos. Se queriam premiar o design mesmo, tinham que premiar os artistas das animações. E isso é extremamente preocupante porque a Disney está filmando uma série de versões live-action como Mulan e O Rei Leão.

Enfim, após esse breve desabafo,  a competição está acirrada entre Blade Runner 2049 e A Forma da Água, pois ambos saíram vencedores no prêmio do sindicato de Diretores de Arte. O primeiro venceu como Fantasia, e o segundo levou como Filme de Época. Qualquer um vencendo o Oscar, será um prêmio bem dado e merecido. Contudo, acredito que A Forma da Água leva pra ganhar aquela “gordurinha” proporcional às 13 indicações.

MELHOR FIGURINO

  • Jacqueline Durran (A Bela e a Fera)
  • Jacqueline Durran (O Destino de uma Nação)
  • Mark Bridges (Trama Fantasma)
  • Luis Sequeira (A Forma da Água)
  • Consolata Boyle (Victoria e Abdul: O Confidente da Rainha)
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Cena de Trama Fantasma com Vicky Krieps (pic by outnow.ch)

DEVE GANHAR: Trama Fantasma
DEVERIA GANHAR: Trama Fantasma
ZEBRA: Victoria e Abdul

ESNOBADO: Alexandra Byrne (Assassinato no Expresso Oriente)

Acho que ninguém tira esse segundo Oscar de Mark Bridges (ele venceu por O Artista). Vamos aos fatos: Trama Fantasma é um filme sobre roupas e moda. Quando as vestimentas são importantes para a trama, costuma ganhar muitos pontos. Foi assim que Memórias de uma Gueixa, A Jovem Rainha Vitória e A Duquesa levaram seus Oscars de Figurino.

A única concorrente que pode ameaçar o favoritismo de Bridges é Jacqueline Durran, que este ano concorre com dois filmes: A Bela e a Fera e O Destino de uma Nação, ou seja, os votos dela certamente vão se dividir e possibilitar ainda maior vantagem de favorito.

MELHOR MAQUIAGEM E CABELO

  • Arjen Tuiten (Extraordinário)
  • Kazuhiro Tsuji, David Malinowski, Lucy Sibbick (O Destino de uma Nação)
  • Daniel Phillips, Loulia Sheppard (Victoria e Abdul: O Confidente da Rainha)
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Jacob Tremblay em cena de Extraordinário (pic by cine.gr)

DEVE GANHAR: O Destino de uma Nação
DEVERIA GANHAR: Extraordinário
ZEBRA: Victoria e Abdul

ESNOBADO: Eu, Tonya

Não é a primeira vez que falo isso aqui no blog, mas eu sinto falta daqueles filmes de criaturas como Um Lobisomem Americano em Londres e A Mosca, em que o excepcional trabalho de maquiagem de transformação era de encher os olhos. Infelizmente, com o passar do tempo, esse talento foi cada vez mais desvalorizado por produtores de Hollywood, que queriam reduzir custos e fazer tudo numa computação gráfica barata.

Dos três indicados, não gosto de nenhum de fato. Mas me parece que a maquiagem de Extraordinário está melhor executada e a interpretação do jovem Jacob Tremblay consegue se destacar mesmo debaixo dela. Já a maquiagem de O Destino de uma Nação não está ruim, mas fica mais perceptível de que é uma pessoa maquiada pra ficar mais velha.

Eu tiraria Victoria e Abdul da jogada e o substituiria por Eu, Tonya. Acredito que sua maquiagem consegue caracterizar melhor as personagens no melhor estilo início dos anos 90, e a performance de Allison Janney muito se deve à maquiagem, e o processo de “enfeiamento” de Margot Robbie também contribui com o aspecto biográfico.

MELHOR TRILHA MUSICAL ORIGINAL

  • Hans Zimmer (Dunkirk)
  • Jonny Greenwood (Trama Fantasma)
  • Alexandre Desplat (A Forma da Água)
  • John Williams (Star Wars: Os Últimos Jedi)
  • Carter Burwell (Três Anúncios Para um Crime)
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Vicky Krieps e Daniel Day-Lewis em cena de Trama Fantasma (pic by cineimage.ch)

DEVE GANHAR: A Forma da Água
DEVERIA GANHAR: Trama Fantasma
ZEBRA: Três Anúncios Para um Crime

ESNOBADO: Michael Abels (Corra!), Daniel Lopatin (Bom Comportamento), Michael Giacchino (Planeta dos Macacos: A Guerra)

Vamos ser honestos? Não tem trilha mais bela deste ano do que a de Jonny Greenwood. Suas composições são tão bonitas e clássicas que também podem muito bem ser apreciadas além do filme Trama Fantasma. Sua parceria com o diretor Paul Thomas Anderson já deveria ter rendido um Oscar pelo menos, principalmente por Sangue Negro, portanto sua primeira indicação é mais do que merecida.

Contudo, a trilha de Alexandre Desplat pontua tão bem a atmosfera fantasiosa e lúdica de A Forma da Água, que é praticamente impossível de não conceder um segundo Oscar para o compositor francês. Sua composição aqui se utiliza de sons que remetem ao universo aquático, e a Academia adora sons bem específicos que destacam a trilha nos filmes.

Não desmerecendo o trabalho de Carter Burwell, e nem de John Williams, mas eu os substituiria pelo frescor das trilhas de Michael Abels e Daniel Lopatin. O primeiro criou uma música sensacional para a atmosfera de estranhamento de Corra!, principalmente para as sequências de hipnose. Já o segundo coordenou o ritmo frenético e empolgante de Bom Comportamento. Duas ausências injustificáveis.

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL

  • “Mighty River” (Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississippi)
  • “Mystery of Love” (Me Chame Pelo Seu Nome)
  • “Remember Me” (Viva: A Vida é uma Festa)
  • “Stand Up for Something” (Marshall)
  • “This is Me” (O Rei do Show)

DEVE GANHAR: “This is Me”
DEVERIA GANHAR: “This is Me”
ZEBRA: “Stand Up for Something”

ESNOBADO: “Visions of Gideon” (Me Chame Pelo Seu Nome)

Esses dias atrás, quando vi Mudbound, pensei: “A Mary J. Blige está bem como atriz, mas pouca gente está falando dela. Quem sabe ela não surpreende na categoria de Canção?” A música “Mighty River” não é tão empolgante, mas caiu bem no filme de Dee Rees. Será que vão compensar a artista e o filme?

A única chance disso acontecer é se os votos de “Remember Me” e “This is Me” se dividirem. Particularmente, vejo “This is Me” como a grande favorita, especialmente pelo “making of” divulgado no YouTube (link acima), mas a canção também é de extrema importância para a trama de Viva: A Vida é uma Festa. O grande contra de O Rei do Show é que só foi indicado para Canção.

Só um adendo: a canção “Stand Up for Something” é a nona indicação da ótima compositora Diane Warren, responsável por grandes hits como “Because You Loved Me”, “How do I Live” e “I Don’t Want to Miss a Thing”. Infelizmente, acho bem improvável sua vitória aqui, mas acredito que ela vai acabar ganhando seu Oscar com direito a uma salva de palmas de pé do público.

MELHOR SOM

  • Em Ritmo de Fuga
  • Blade Runner 2049
  • Dunkirk
  • A Forma da Água
  • Star Wars: Os Últimos Jedi
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Cena de Dunkirk (pic by cine.gr)

DEVE GANHAR: Dunkirk
DEVERIA GANHAR: Dunkirk
ZEBRA: A Forma da Água

Normalmente, a regra que funciona nesta categoria é: o filme mais barulhento ganha. Então sempre temos filmes de guerra e ação aqui. Só para citar vencedores mais recentes: Até o Último Homem e Mad Max: Estrada da Fúria. Este ano, o candidato que mais se encaixa nesse perfil é Dunkirk, que apresenta sons de tiros, explosões, barcos, aviões, enfim, um festival sonoro pra quem viu numa sala de cinema de boa qualidade como o IMAX. Existe uma chance mínima de Em Ritmo de Fuga surpreender aqui, mas como disse, mínima.

MELHORES EFEITOS SONOROS

  • Em Ritmo de Fuga
  • Blade Runner 2049
  • Dunkirk
  • A Forma da Água
  • Star Wars: Os Últimos Jedi
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Cena de Tom Hardy em Dunkirk (pic by cine.gr)

DEVE GANHAR: Dunkirk
DEVERIA GANHAR: Dunkirk
ZEBRA: A Forma da Água

Richard King é o grande nome desta categoria. É um senhorzinho de óculos que consegue recriar em estúdio os melhores efeitos sonoros da atualidade. Foi assim que ele ganhou dois Oscars por Mestre dos Mares e Batman: O Cavaleiro das Trevas. Essa sua parceria com o diretor Christopher Nolan lhe proporciona sempre novos desafios com grandes potenciais para o Oscar. Esse seu novo trabalho em Dunkirk é fenomenal! Seu design de som é o grande responsável pela tensão contínua do filme, e não a trilha musical de Hans Zimmer, como muitos creditam.

MELHORES EFEITOS VISUAIS

  • Blade Runner 2049
  • Guardiões da Galáxia Vol. 2
  • Kong: A Ilha da Caveira
  • Planeta dos Macacos: A Guerra
  • Star Wars: Os Últimos Jedi
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Andy Serkis como Caesar em Planeta dos Macacos: A Guerra (pic by moviepilot.de)

DEVE GANHAR: Planeta dos Macacos: A Guerra
DEVERIA GANHAR: Planeta dos Macacos: A Guerra
ZEBRA: Kong: A Ilha da Caveira

Apesar de Blade Runner 2049 ser praticamente uma criação toda feita em computação gráfica, não há outro trabalho mais bem feito e bem integrado aos atores do que Planeta dos Macacos: A Guerra. Muitos podem defender que se ganhar o Oscar, será pra compensar a falta de estatuetas por toda a trilogia, mas a verdade é que o segundo filme já deveria ter sido premiado antes. E isso só aumenta as chances deste terceiro e último ato. Além disso, uma vitória nesta categoria, valoriza, e muito, os esforços descomunais do ator Andy Serkis, responsável por outras criaturas digitais como o Gollum e King Kong.

MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA

  • Corpo e Alma
  • O Insulto
  • Sem Amor
  • The Square: A Arte da Discórdia
  • Uma Mulher Fantástica
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Daniela Vega em cena de Uma Mulher Fantástica (pic by cine.gr)

DEVE GANHAR: The Square
DEVERIA GANHAR: Uma Mulher Fantástica
ZEBRA: Corpo e Alma

ESNOBADO: Em Pedaços (ALEMANHA)

O fato mais curioso desta categoria é que o favorito até as indicações ao Oscar era o alemão Em Pedaços, de Fatih Akin, que levou o Globo de Ouro e o Critics’ Choice Awards, mas todo esse histórico vitorioso se esvaiu quando ficou de fora da lista oficial. E agora? Qual era o segundo favorito? Muitos estão defendendo que o Chile vencerá seu primeiro Oscar com Uma Mulher Fantástica, mas tenho minhas dúvidas por causa do alto conservadorismo dos votantes, que não vêem com muito bons olhos esse universo LGBT do filme. Claro que adoraria estar enganado e ver Sebastián Lélio no palco, mas acho que o representante sueco, The Square, tem mais chances por ter vencido a Palma de Ouro em Cannes e por abordar o universo das Artes e exposições.

MELHOR LONGA DE ANIMAÇÃO

  • Com Amor, Van Gogh
  • O Poderoso Chefinho
  • O Touro Ferdinando
  • The Breadwinner
  • Viva: A Vida é uma Festa
COCO

Cena da animação da Pixar, Viva: A Vida é uma Festa 

DEVE GANHAR: Viva: A Vida é uma Festa
DEVERIA GANHAR: Viva: A Vida é uma Festa
ZEBRA: O Touro Ferdinando

ESNOBADO: Mary and the Witch’s Flower

Uma das categorias mais sem surpresa do ano é esta. O novo filme da Pixar, Viva: A Vida é uma Festa, é uma obra visualmente impecável, tem um excelente timing político, já que aborda e homenageia a cultura mexicana (Trump quer construir o muro na fronteira do México) e ainda tem um forte elemento emocional nas últimas cenas que dificilmente não conquista o votante. Depois de ganhar seu primeiro Oscar pelo excelente Toy Story 3, o diretor Lee Unkrich demonstra que tem muito talento para criação também, algo que o estúdio estava precisando urgentemente após tantas sequências. Só não gostei do título brasileiro, mas ao mesmo tempo, entendo o porquê de abandonarem o título original Coco.

Achei bacana ver o cineasta brasileiro Carlos Saldanha novamente indicado ao Oscar (ele havia sido indicado pelo curta Gone Nutty em 2004), mas seu filme aqui nesta categoria é o azarão.

MELHOR DOCUMENTÁRIO

  • Abacus: Pequeno o Bastante Para Condenar
  • Visages Villages
  • Strong Island
  • Ícaro
  • Últimos Homens em Aleppo
Visages Villages JR

Cena de Visages Villages com JR e Agnès Varda (pic by cine.gr)

DEVE GANHAR: Últimos Homens em Aleppo
DEVERIA GANHAR: Visages Villages
ZEBRA: Abacus: Pequeno o Bastante Para Condenar

ESNOBADO: Jane

A grande questão desta categoria é: será que Agnès Varda, que recebeu o Oscar Honorário em novembro, vai ganhar seu primeiro Oscar competitivo? Acredito que seria o primeiro caso nos 90 anos da Academia: um homenageado ganhar no mesmo ano uma estatueta. A verdade é que o documentário dela, feito com JR, Visages Villages, é um tocante retrato de pessoas comuns da França. Como num road movie, a cineasta busca histórias de vida enquanto o artista tira fotos das pessoas e as cola em muros, casas e monumentos. O resultado visual é impressionante.

Dentre os excluídos desta lista, destaco o documentário da cientista Jane Goodall, que fez carreira cuidando de chimpanzés. O filme conquistou inúmeros prêmios na temporada, mas ficou para trás na pré-seleção do Oscar.

MELHOR DOCUMENTÁRIO-CURTA

  • Edith+Eddie
  • Heaven is a Traffic Jam on the 405
  • Heroin(e)
  • Knife Skills
  • Traffic Stop

DEVE GANHAR: Heroin(e)
DEVERIA GANHAR: Edith+Eddie
ZEBRA: Knife Skills

Pelo que andei lendo, o curta Heroin(e) está com uma forte campanha por parte da Netflix para ganhar esse Oscar. O documentário acompanha três mulheres tentando quebrar o ciclo da droga. Não sei se a campanha surtirá efeito, mas Edith+Eddie é um bom candidato pelo seu tema: a relação inter-racial mais antiga dos EUA.

MELHOR CURTA-METRAGEM

  • DeKalb Elementary
  • The Eleven O’Clock
  • My Nephew Emmett
  • The Silent Child
  • Watu Wote: All of Us

DEVE GANHAR: DeKalb Elementary
DEVERIA GANHAR: Watu Wote: All of Us
ZEBRA: The Nephew Emmett

O curta DeKalb Elementary ganha vantagem por abordar um tema polêmico e bastante atual nos EUA: o controle de armas de fogo. No filme, acompanhamos um rapaz bem instável psicologicamente invadindo salas de aula com um rifle. Infelizmente não consegui conferir o curta por indisponibilidade, mas acredito que o tema já deva chamar a atenção de muitos votantes da Academia.

MELHOR CURTA DE ANIMAÇÃO

  • Dear Basketball
  • Garden Party
  • LOU
  • Negative Space
  • Revolting Rhymes

DEVE GANHAR: Dear Basketball
DEVERIA GANHAR: Garden Party
ZEBRA: LOU

O curta de animação baseado no poema do jogador de basquete, Kobe Bryant, já vinha crescendo desde que estava na pré-seleção da categoria. No Oscar luncheon, Bryant foi uma das figuras mais ovacionadas quando chamada para a foto oficial. E basquete nos EUA é a mesma coisa que futebol aqui no Brasil: uma obsessão. Vi o curta pelo YouTube e ele tem traços de lápis que remetem a rascunho, acompanhado de narração em off do próprio jogador.

COMEMORAÇÃO

Vamos às satisfações pessoais? Se Roger Deakins e Jordan Peele ganharem o Oscar, já me dou por satisfeito. Agora se Jonny Greenwood e a canção “This is Me” ganharem os respectivos Oscars de Trilha Musical e Canção Original, vou ter orgasmos múltiplos. Agora, se Paul Thomas Anderson, Timothée Chalamet e Laurie Metcalf ganharem, aí eu atinjo o nirvana! Vou passar o resto de 2018 num eterno chá de cogumelo.

Bom, independente dos resultados, que todos tenham uma ótima noite de Oscar!

***

A 90ª cerimônia do Oscar terá transmissão ao vivo pela TNT no dia 04 de março a partir das 21h, horário de Brasília.

‘TRÊS ANÚNCIOS PARA UM CRIME’ LEVA 5 PRÊMIOS NO BAFTA

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Da esquerda para a direita: Martin McDonagh, Pete Czernin, Sam Rockwell, Frances McDormand e Graham Broadbent ostentam seus BAFTAs por Três Anúncios Para um Crime (pic by cnn.com)

DRAMA SOBRE IMPUNIDADE CONQUISTA A ACADEMIA BRITÂNICA

Há dois modos de vermos o BAFTA. Primeiro (que é minha preferência): quando o BAFTA acontecia depois do Oscar, com a poeira devidamente baixa, reconhecia como Melhor Filme as comédias Ou Tudo ou Nada (1997) e Quatro Casamentos e um Funeral (1994), e por que não lembrar que premiou Os Bons Companheiros (1990) e seu diretor Martin Scorsese? O BAFTA podia não ser tão badalado na época, mas sabia ter personalidade, pra não dizer que estava praticamente cagando e andando para o Oscar.

E segundo, é o BAFTA antes do Oscar, já nos anos 2000, deixando seu isolamento de lado para ser mais um parâmetro para Hollywood, pra não dizer um nobre “esquenta” do Oscar. De lá pra cá, não houve mais nenhuma escolha mais ousada ou ponto fora da curva. Tudo estava devidamente planejado e nos conformes e isso tirou a graça do prêmio. Claro que para os que estão concorrendo, deve ser ótimo ter mais um prêmio relevante antes da noite do Oscar e dar aquela encorpada na campanha, mas por outro lado, existem inúmeras outras produções menores que perderam seu espaço.

Acredito que havia um medo por parte dos organizadores do BAFTA do prêmio se tornar obsoleto no cenário de premiações de cinema, optando assim pela integração no calendário americano. E não dá pra negar que o BAFTA melhorou seu status de importância, uma vez que boa parte dos cineastas e artistas internacionais agora faz questão de marcar presença no evento.

Este ano, como parâmetro do Oscar, o prêmio da Academia Britânica não revelou nenhuma grande surpresa. Pelo contrário, elegeu a maioria dos favoritos das categorias de atuação como Gary Oldman, Frances McDormand, Sam Rockwell e Allison Janney, que já havia vencido o Globo de Ouro e o SAG Awards.

Allison Janney BAFTA

Allison Janney vence o BAFTA de Atriz Coadjuvante por Eu, Tonya (pic by imdb.com)

Ainda sem surpresas, Guillermo del Toro conquistou o prêmio de Direção por A Forma da Água, que levou ainda Trilha Musical e Direção de Arte. Essas três vitórias, inclusive, podem e devem se repetir no Oscar. Aliás, o BAFTA vem “estragando” possíveis surpresas ao adiantar as vitórias do Oscar como quando Whiplash e Até o Último Homem levaram o prêmio de Montagem. Isso pode abrir um presságio de que Em Ritmo de Fuga pode bater o grandioso Dunkirk, já que levou o BAFTA dessa categoria.

Claro que existem categorias em que os prêmios podem divergir nas escolhas. E este ano, acredito que Efeitos Visuais pode finalmente consagrar os excelentes efeitos digitais da trilogia de O Planeta dos Macacos (os dois primeiros filmes foram indicados, mas não levaram). Enquanto o BAFTA premiou os efeitos de Blade Runner 2049, o Oscar pode reconhecer os efeitos de Planeta dos Macacos: A Guerra, reconhecendo por tabela os esforços descomunais de Andy Serkis como protagonista.

Como impulsionador ou estimulador, o BAFTA pode ter ajudado bastante a campanha de James Ivory em Roteiro Adaptado por Me Chame Pelo Seu Nome. Após levar o WGA, prêmio do sindicato de roteiristas, o filme de Luca Guadagnino pode ter garantido seu único Oscar, já que as chances de Timothée Chalamet se mostram quase remotas diante do favoritismo de Oldman como Winston Churchill.

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Gary Oldman vence o BAFTA por O Destino de uma Nação (pic by The Sun)

Já pelo lado de Roteiro Original, a vitória de Três Anúncios Para um Crime resgata Martin McDonagh do limbo e pode ter enfraquecido os favoritismos de Greta Gerwig por Lady Bird e de Jordan Peele por Corra!.

Aliás, uma questão importante: depois de sair de mãos vazias do BAFTA, existem ainda chances reais de Lady Bird levar alguma estatueta do Oscar? Se o filme de Gerwig não vencer nada, as mulheres do movimento Time’s Up vão quebrar geral no Oscar? Particularmente, eu daria o Oscar de Atriz Coadjuvante para Laurie Metcalf, mas talvez os membros da Academia queiram premiar a criadora por trás de Lady Bird de alguma forma e isso só viria através do prêmio de Roteiro Original, onde o páreo é um dos mais duros.

Bom, por motivos de estréias em solo britânico fora do calendário, o vencedor do BAFTA de Filme em Língua Estrangeira deste ano foi para o fenomenal sul-coreano A Criada, de Park Chan-wook. O filme de época com temática sexual ganhou inúmeros prêmios em 2017, mas como foi preterido pelo próprio governo de seu país (houve uma espécie de golpe à la Temer), A Criada não conseguiu sequer a indicação no Oscar.

PROTEST IN BLACK

Assim como aconteceu no Globo de Ouro, os atores e celebridades foram trajados de preto como forma de protesto contra a onda de assédios em Hollywood e em união ao movimento feminista Time’s Up.

Trajada num vestido vermelho, rosa, branco e preto, a vencedora do BAFTA de Melhor Atriz, Frances McDormand, viu-se obrigada a justificar seu vestuário “inapropriado” no enterro. “Eu tenho um pequeno problema com obediência, mas quero que vocês saibam que eu me posiciono com total solidariedade com minhas irmãs que vieram de preto esta noite. Também quero dizer que eu aprecio um ato bem organizado de desobediência civil”, discursou a atriz.

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Frances McDormand vence seu primeiro BAFTA por Três Anúncios Para um Crime e precisa justificar sua vestimenta não-preta (pic by stylist.co.uk)

Aproveitando a carona nesse tema, tenho muitas ressalvas em relação à essa mistura de selecionar filmes e atuações com temas polêmicos da atualidade. Afinal, estamos votando nos melhores trabalhos cinematográficos ou nos trabalhos que tem mais a ver com o momento conturbado? Quer dizer, vamos eleger Greta Gerwig a diretora do ano porque ela é mulher e dirigiu um filme sobre o crescimento de uma menina ou vamos eleger Jordan Peele ou Guillermo del Toro pelos excelentes trabalhos na criação de um universo?

O politicamente correto tem dominado o pensamento do século XXI e agora invade as praias das Artes, onde sempre reinou a liberdade de expressão. Agora temos que usar preto obrigatoriamente numa premiação de cinema porque é a coisa certa a se fazer diante da mídia?

VENCEDORES DO 71º BAFTA:

FILME
Três Anúncios Para um Crime (Three Billboards Outside Ebbing, Missouri)
Produtores: Graham Broadbent, Pete Czernin, Martin McDonagh

DIRETOR
Guillermo Del Toro (A Forma da Água)

ATOR
Gary Oldman (O Destino de uma Nação)

ATRIZ
Frances McDormand (Três Anúncios Para um Crime)

ATOR COADJUVANTE
Sam Rockwell (Três Anúncios Para um Crime)

ATRIZ COADJUVANTE
Allison Janney (Eu, Tonya)

FILME BRITÂNICO
Três Anúncios Para um Crime (Three Billboards Outside Ebbing, Missouri)
Produtores: Martin McDonagh, Graham Broadbent, Pete Czernin

LONGA DE ANIMAÇÃO
Viva: A Vida é uma Festa (Coco)

FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
A Criada (The Handmaiden) – CORÉIA DO SUL
Dir: Park Chan-wook

DOCUMENTÁRIO
Eu Não Sou Seu Negro (I Am Not Your Negro)
Dir: Raoul Peck

EE RISING STAR AWARD (VOTO DO PÚBLICO)
Daniel Kaluuya

DIRETOR, ROTEIRISTA OU PRODUTOR BRITÂNICO ESTREANTE
I Am Not a Witch

Rungano Nyoni (Roteirista/Diretor), Emily Morgan (Produtora)

ROTEIRO ORIGINAL
Martin McDonagh (Três Anúncios Para um Crime)

ROTEIRO ADAPTADO
James Ivory (Me Chame Pelo Seu Nome)

TRILHA MUSICAL ORIGINAL
Alexandre Desplat (A Forma da Água)

FOTOGRAFIA
Roger Deakins (Blade Runner 2049)

MONTAGEM
Jonathan Amos, Paul Machliss (Em Ritmo de Fuga)

FIGURINO
Mark Bridges (Trama Fantasma)

DIREÇÃO DE ARTE
Paul Austerberry, Jeff Melvin, Shane Vieau (A Forma da Água)

MAQUIAGEM E CABELO
David Malinowski, Ivana Primorac, Lucy Sibbick, Kazuhiro Tsuji (O Destino de uma Nação)

EFEITOS VISUAIS
Richard R. Hoover, Paul Lambert, Gerd Nefzer, John Nelson (Blade Runner 2049)

SOM
Alex Gibson, Richard King, Gregg Landaker, Gary A. Rizzo, Mark Weingarten (Dunkirk)

CURTA DE ANIMAÇÃO BRITÂNICO 
Poles Apart
Paloma Baeza, Ser En Low 

CURTA BRITÂNICO
Cowboy Dave
Colin O’Toole, Jonas Mortense

CONTRIBUIÇÃO BRITÂNICA PARA O CINEMA
National Film and Television School (NFTS)

BAFTA FELLOWSHIP (PREVIAMENTE ANUNCIADO)
Ridley Scott

***

A 90ª cerimônia do Oscar acontece no dia 04 de março e será transmitido pelo canal pago TNT.

OSCAR 2018: ‘A FORMA DA ÁGUA’ LIDERA COM 13 INDICAÇÕES. MARTIN MCDONAGH FICA DE FORA COMO DIRETOR POR ‘TRÊS ANÚNCIOS PARA UM CRIME’

oscars-logo

ANÚNCIO DAS INDICAÇÕES

Não sei porque nos últimos dois anos, a Academia tem inventado moda no anúncio dos indicados. Não tem muito segredo: coloquem alguém para falar em voz alta, um monitor atrás com as imagens dos filme indicados e pronto!

Fizeram uma série de mini curtinhas com atores sintetizando as especificações de cada categoria, mas na hora do anúncio, não se deram nem o trabalho de inserir imagens no telão dos filmes indicados.

Mas o pior de tudo foi a escolha dos apresentadores. Os atores Andy Serkis e Tiffany Haddish não têm química alguma, e mais grave ainda: Haddish errava a pronúncia de vários nomes dos indicados. Pô, peraí! Não podiam colocar alguém menos analfabeto? Ou pelo menos que tivesse treinado para se apresentar? Não sei como os indicados se sentiram, mas se eu fosse indicado, não gostaria que errassem meu nome de forma tão esculachada como aconteceu ao vivo.

Obviamente, o público presente no local do anúncio era formado por jornalistas, mas pelas risadas bem forçadas pras piadas sem graça da Tiffany Haddish, parecia que eram figurantes contratados pra dar risada como naquelas gravações de sitcoms.

OSCAR EM NÚMEROS

Como esperado, o recordista de indicações desta edição foi A Forma da Água com 13. Bem depois, vem Três Anúncios Para um Crime com sete indicações. Aliás, ambos são filmes da Fox Searchlight, que totalizou 20 indicações. E agora? Será que a Fox terá o mesmo respeito e liberdade sendo propriedade da Disney?

Dunkirk, da Warner Bros., conquistou oito respeitáveis indicações, inclusive para Filme e Diretor. Com seis indicações, O Destino de uma Nação e Trama Fantasma também tiveram boa aceitação.

Favoritos durante a primeira metade da temporada de premiações tiveram que se contentar com menos indicações: cinco para Lady Bird, quatro para Corra! e quatro para Me Chame Pelo Seu Nome.

Não é exatamente uma novidade, mas Meryl Streep conquistou sua 21ª indicação ao Oscar, batendo um novo recorde que parece inalcançável. The Post: A Guerra Secreta foi indicado a Melhor Filme, mas falhou em ser reconhecido pra Diretor, Ator (Tom Hanks), Roteiro, Montagem e Trilha Musical, portanto suas chances são bastante remotas neste ano.

E um fato super interessante desta edição: como não víamos há muito tempo, filmes de gênero estão bem representados. Além das 13 indicações para a FANTASIA A Forma da Água, temos o TERROR de Corra! (o último terror indicado a Melhor Filme foi Cisne Negro em 2011), temos a adaptação de HQ de Logan e temos as cinco indicações para a FICÇÃO CIENTÍFICA de Blade Runner 2049.

SURPRESAS E MARCAS HISTÓRICAS

As surpresas nas atuações ficaram nas categorias de Coadjuvantes. Christopher Plummer, que havia sido indicado ao Globo de Ouro, foi reconhecido aqui também por Todo o Dinheiro do Mundo, no qual substituiu às pressas o acusado de abusos contra menores Kevin Spacey. A indicação única para o filme no Oscar representa um prêmio de consolação para Ridley Scott, que lutou duramente contra o estúdio para refilmar as cenas de Spacey com Plummer.

Já na categoria feminina, a surpresa foi Lesley Manville por Trama Fantasma. Mais conhecida por filmes britânicos menores e por ter trabalhado com um dos melhores diretores de atores no cinema, Mike Leigh, em Um Ano Mais. Esta é sua primeira indicação ao Oscar.

Aliás, o novo filme de Paul Thomas Anderson foi aquele filme que chegou atrasado e já sentou na janelinha. A previsão era de que Trama Fantasma conquistasse no máximo umas três indicações: Ator (Daniel Day-Lewis), Figurino e Trilha Musical, mas acabou coletando Atriz Coadjuvante, Diretor para Anderson e Melhor Filme!

Rachel Morrison se tornou a primeira diretora de fotografia mulher a ser indicada ao Oscar de Melhor Fotografia em 90 anos de história. Ela concorre pelo filme Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississipi, que já estava concorrendo também ao ASC, prêmio do sindicato de Diretores de Fotografia, onde ela também foi a pioneira. Felizmente, seu trabalho foi reconhecido por méritos, e não por motivos politicamente corretos, como muitos podem pensar.

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A primeira diretora de fotografia indicada ao Oscar, Rachel Morrison, por Mudbound.

E Greta Gerwig se tornou a quinta mulher indicada na categoria de Direção por Lady Bird, assim como Jordan Peele se tornou o quinto negro a ser indicado na categoria por Corra!. E Christopher Nolan finalmente conseguiu conquistar sua primeira indicação de Diretor no Oscar por Dunkirk após duas indicações como roteirista por Amnésia e A Origem, e como produtor por A Origem.

Outra surpresa desta edição ficou por conta da indicação de Roteiro Adaptado de Logan. Como todos sabem, a Academia nunca levou à sério filmes baseados em quadrinhos de super-heróis, tanto que eles ficam limitados às categorias de efeitos visuais, efeitos sonoros, maquiagem… (única exceção feita ao Oscar de Heath Ledger, que incorporou Coringa em Batman: O Cavaleiro das Trevas), portanto uma indicação para Roteiro certamente é uma surpresa agradável. Apesar de ser baseado em HQ, Logan mais parece um filme futurista de ficção científica, o que certamente contribuiu para esse reconhecimento. Além disso, a Academia pode ter pensado em compensar a ausência de Deadpool no ano passado na mesma categoria.

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Hugh Jackman e Dafne Keen em cena de Logan, indicado ao Oscar de Roteiro Adaptado. pic by imdb.com

AUSÊNCIAS

A ausência mais sentida aqui foi de Martin McDonagh na categoria de Diretor. Embora seu roteiro tenha sido indicado, ele havia sido reconhecido pelo DGA, prêmio do sindicato de diretores. Sua ausência nessa categoria pode significar um enfraquecimento de Três Anúncios Para um Crime na votação de Melhor Filme, já que é um fato muito raro um filme ganhar o prêmio máximo da noite e sequer ter seu diretor indicado. A última vez que isso aconteceu foi em 2013, quando Ben Affleck foi “esquecido” por Argo numa trapalhada no calendário da Academia. O filme acabou levando Melhor Filme numa tentativa de compensar o erro. Antes disso, isso só aconteceu em 1990, quando Conduzindo Miss Daisy levou Melhor Filme sem seu diretor indicado.

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Martin McDonagh dirige Woody Harrelson em cena de Três Anúncios Para um Crime: indicação apenas pelo Roteiro Original

Embora muitos achem surpresa a ausência de James Franco como Melhor Ator por O Artista do Desastre, eu tinha certeza de que ele ficaria de fora por causa dos escândalos recentes de assédio de cinco mulheres logo depois do Globo de Ouro. Se a Academia tem pegado pesado nessa questão, expulsando inclusive o produtor Harvey Weinstein da associação, seria estranho e incoerente se indicassem Franco agora. Além disso, acredito que se ele fosse indicado, não haveria muito clima pro ator no tapete vermelho ou mesmo durante a cerimônia. Muitas mulheres iriam destratá-lo ou ignorá-lo. Resta saber se os roteiristas do filme vão aguentar o interrogatório sobre ele no evento. Minha opinião? Indicação para Franco já! Além da atuação, ele dirigiu o filme (garimpou ouro no filme de Tommy Wiseau, The Room). A Academia deveria reconhecer o trabalho. Deixem os pudicos julgarem o lado pessoal.

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No centro, James Franco dirige O Artista do Desastre. Sua indicação como Ator naufragou após as cinco denúncias de abuso. Pic by Variety

Ok, a tailandesa Hong Chau não foi indicada por Pequena Grande Vida. E daí? Acontece. E não somente porque ela é asiática ou oriental. Ela foi substituída por uma grande atriz, Lesley Manville, então não vejo nenhum problema. Se o pessoal do politicamente correto ficar resmungando por causa disso, tem que se tratar numa clínica psicológica. Se eu que sou asiático não estou ligando pra isso, por que alguém que não é deveria perder as estribeiras?? Vale lembrar que o novo filme de Alexander Payne recebeu péssimas críticas e talvez por isso, Hong Chau tenha ficado de fora.

Bom, a ausência de Tom Hanks aqui também não me surpreende. Ele pode ter recebido indicações do Globo de Ouro e do Critics’ Choice, que costumam ser puxa-sacos de celebridades, mas na Academia as coisas são diferentes: são os colegas de profissão de Hanks que votam nos indicados. Portanto, conclui-se de que não sou somente eu que pensa que Tom Hanks tem interpretado a si mesmo nos nas últimas duas décadas. Ele pode ter um carisma fenomenal, mas sua capacidade de atuação não é a mesma dos anos 90.

Vale a pena ressaltar aqui as ausências dos coadjuvantes de Me Chame Pelo Seu Nome: Armie Hammer e Michael Stuhlbarg. Ambos foram indicados pelo Critics’ Choice, e Hammer também foi reconhecido pelo Globo de Ouro. Hammer tem uma boa presença no filme, e Stuhlbarg é mais reconhecido pelo monólogo final sobre se apaixonar, contudo, para ser indicado ao Oscar, acho que faltaram mais cenas desses personagens, algo que dissesse ao espectador que são táteis e tridimensionais.

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Ao fundo, os coadjuvantes Michael Stuhlbarg e Armie Hammer em cena de Me Chame Pelo seu Nome com Amira Casar e Timothée Chalamet. Pic by imdb.com

E pelamor de deus, não me venham com esse papo de “ausência relevante” de Mulher-Maravilha! A Academia pode ter errado muuuuito nas últimas décadas, mas felizmente soube enxergar que o filme da heroína amazona dirigido por Patty Jenkins nada mais é do que hype momentâneo que pegou carona com o movimento feminista, apoiado por seu sucesso de bilheteria.

MINHA TORCIDA

Sobre os filmes de 2017, cansei de falar que o melhor filme foi Corra!, de Jordan Peele. Um filme que soube abordar o tema do racismo como nenhum outro, sabendo dosar drama, humor negro e tensão na medida certa. E isso tudo é mérito total de Peele, que escreveu o roteiro baseado no sentimento horrível que ele tinha de se sentir acuado como minoria. Não sei se tem chances reais de ganhar uma estatueta, mas ponto pra Academia que incluiu esta pérola do cinema nas indicações.

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Racismo tratado como nunca em Corra!, de Jordan Peele (pic by imdb.com)

Gostei também de ver Timothée Chalamet indicado como Ator por Me Chame Pelo Seu Nome. Esse menino prodígio tem um grande futuro no cinema! Se o filme não foi tão bem aceito pela Academia, pelo menos foi indicado a Melhor Filme.

Não sou da onda politicamente correta, mas foi bacana ver Greta Gerwig indicada. Muitas e muitas mulheres, sejam artistas ou cinéfilas, elogiaram bastante Lady Bird por saber retratar como nunca o universo feminino e suas incertezas da juventude. Não sei se tem chances de levar Diretor, mas pode levar Roteiro Original. Gostaria que o filme levasse Atriz Coadjuvante para Laurie Metcalf, mas o favoritismo de Allison Janney chega a espantar.

Só mais um adendo que não vi ninguém comentar até agora. Se indicaram a Direção de Arte e Figurino de A Bela e a Fera, deveriam ter indicado os artistas que fizeram essas funções no longa de animação homônimo de 1991, já que esse live-action é uma cópia deslavada. Como os próprios nomes em inglês dizem: Production Design e Costume Design, ou seja, estão reconhecendo o design, que veio da animação. Não sou purista, nem nada do tipo, mas acho hipocrisia reconhecer o mesmo trabalho duas vezes. Só espero que não ganhe nenhuma estatueta, porque daí seria demais…

INDICADOS AO 90th ACADEMY AWARDS:

MELHOR FILME
* Me Chame Pelo Seu Nome (Call me by Your Name)
* O Destino de uma Nação (Darkest Hour)
* Dunkirk (Dunkirk)
* Corra! (Get Out)
* Lady Bird: É Hora de Voar (Lady Bird)
* Trama Fantasma (Phantom Thread)
* The Post: A Guerra Secreta (The Post)
* A Forma da Água (The Shape of Water)
* Três Anúncios Para um Crime (Three Billboards Outside Ebbing, Missouri)

MELHOR DIRETOR
* Christopher Nolan (Dunkirk)
* Jordan Peele (Corra!)
* Greta Gerwig (Lady Bird)
* Paul Thomas Anderson (Trama Fantasma)
* Guillermo del Toro (A Forma da Água)

MELHOR ATOR
* Timothée Chalamet (Me Chame Pelo Seu Nome)
* Daniel Day-Lewis (Trama Fantasma)
* Daniel Kaluuya (Corra!)
* Gary Oldman (O Destino de uma Nação)
* Denzel Washington (Roman J. Israel, Esq.)

MELHOR ATRIZ
* Sally Hawkins (A Forma da Água)
* Frances McDormand (Três Anúncios Para um Crime)
* Margot Robbie (Eu, Tonya)
* Saoirse Ronan (Lady Bird)
* Meryl Streep (The Post: A Guerra Secreta)

MELHOR ATOR COADJUVANTE
* Willem Dafoe (Projeto Flórida)
* Woody Harrelson (Três Anúncios Para um Crime)
* Richard Jenkins (A Forma da Água)
* Christopher Plummer (Todo o Dinheiro do Mundo)
* Sam Rockwell (Três Anúncios Para um Crime)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
* Mary J. Blige (Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississipi)
* Allison Janney (Eu, Tonya)
* Lesley Manville (Trama Fantasma)
* Laurie Metcalf (Lady Bird)
* Octavia Spencer (A Forma da Água)

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
* Kumail Nanjiani, Emily V. Gordon (Doentes de Amor)
* Jordan Peele (Corra!)
* Greta Gerwig (Lady Bird)
* Guillermo del Toro e Vanessa Taylor (A Forma da Água)
* Martin McDonagh (Três Anúncios Para um Crime)

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
* James Ivory (Me Chame Pelo Seu Nome)
* Scott Neustadter, Michael H. Weber (O Artista do Desastre)
* Scott Frank, James Mangold, Michael Green (Logan)
* Aaron Sorkin (A Grande Jogada)
* Virgil Williams, Dee Rees (Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississipi)

MELHOR FOTOGRAFIA
* Roger Deakins (Blade Runner 2049)
* Bruno Delbonel (O Destino de uma Nação)
* Hoyte van Hoytema (Dunkirk)
* Rachel Morrison (Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississipi)
* Dan Laustsen (A Forma da Água)

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
* Sarah Greenwood, Katie Spencer (A Bela e a Fera)
* Dennis Gassner, Alessandra Querzola (Blade Runner 2049)
* Sarah Greenwood, Katie Spencer (O Destino de uma Nação)
* Nathan Crowley, Gary Fettis (Dunkirk)
* Paul D. Austerberry, Shane Vieau, Jeffrey A. Melvin (A Forma da Água)

MELHOR MONTAGEM
* Paul Machliss, Jonathan Amos (Em Ritmo de Fuga)
* Lee Smith (Dunkirk)
* Tatiana S. Riegel (Eu, Tonya)
* Sidney Wolinsky (A Forma da Água)
* John Gregory (Três Anúncios Para um Crime)

MELHOR FIGURINO
* Jacqueline Durran (A Bela e a Fera)
* Luis Sequeira (A Forma da Água)
* Jacqueline Durran (O Destino de uma Nação)
* Mark Bridges (Trama Fantasma)
* Consolata Boyle (Victoria e Abdul: O Confidente da Rainha)

MELHOR MAQUIAGEM E CABELO
* Kazuhiro Tsuji, David Malinowski, Lucy Sibbick (O Destino de uma Nação)
* Daniel Phillips, Loulia Sheppard (Victoria e Abdul: O Confidente da Rainha)
* Arjen Tuiten (Extraordinário)

MELHOR TRILHA MUSICAL ORIGINAL
* Hans Zimmer (Dunkirk)
* Jonny Greenwood (Trama Fantasma)
* Alexandre Desplat (A Forma da Água)
* John Williams (Star Wars: Os Últimos Jedi)
* Carter Burwell (Três Anúncios Para um Crime)

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
* “Mighty River”, de Raphael Saadiq, Mary J. Blige, Taura Stinson (Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississipi)
* “Mystery of Love”, de Sufjan Stevens (Me Chame Pelo Seu Nome)
* “Remember Me”, de Kristen Anderson-Lopez, Robert Lopez (Viva: A Vida é uma Festa!)
* “Stand up for Something”, de Common, Diane Warren (Marshall)
* “This is Me”, de Benj Pasek, Justin Paul (O Rei do Show)

MELHOR SOM
* Tim Cavagin, Mary H. Ellis, Julian Slater (Em Ritmo de Fuga)
* Ron Bartlett, Doug Hemphill, Mac Ruth (Blade Runner 2049)
* Gregg Landaker, Gary Rizzo, Mark Weingarten (Dunkirk)
* Christian T. Cooke, Glen Gauthier, Brad Zoern (A Forma da Água)
* Michael Semanick, David Parker, Stuart Wilson, Ren Klyce (Star Wars: Os Últimos Jedi)

MELHORES EFEITOS SONOROS
* Julian Slater (Em Ritmo de Fuga)
* Mark A. Mangini, Theo Green (Blade Runner 2049)
* Richard King, Alex Gibson (Dunkirk)
* Nathan Robitaille, Nelson Ferreira (A Forma da Água)
* Matthew Wood, Ren Klyce (Star Wars: Os Últimos Jedi)

MELHORES EFEITOS VISUAIS
* John Nelson, Ger Jeff White, Scott Benza, Michael MeiardusNefzer, Paul Lambert, Richard R. Hoover (Blade Runner 2049)
* Christopher Townsend, Guy Williams, Jonathan Fawkner, Daniel Sudick (Guardiões da Galáxia Vol. 2)
* Stephen Rosenbaum, Jeff White, Scott Benza, Michael Meinardus (Kong: A Ilha da Caveira)
* Ben Morris, Michael Mulholland, Neal Scanlan, Chris Corbould (Star Wars: Os Últimos Jedi)
* Joe Letteri, Daniel Barrett, Dan Lemmon, Joel Whist (Planeta dos Macacos: A Guerra)

MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
* Uma Mulher Fantástica (CHILE)
* O Insulto (LÍBANO)
* Desamor (RÚSSIA)
* Corpo e Alma (HUNGRIA)
* The Square: A Arte da Discórdia (SUÉCIA)

MELHOR ANIMAÇÃO
* O Poderoso Chefinho (The Boss Baby)
* The Breadwinner
* Viva: A Vida é uma Festa! (Coco)
* O Touro Ferdinando (Ferdinand)
* Com Amor, Van Gogh (Loving Vincent)

MELHOR DOCUMENTÁRIO
* Abacus: Small Enough to Jail
* Faces Places
* Ícaro
* Last Men in Aleppo
* Strong Island

MELHOR DOCUMENTÁRIO-CURTA
* Edith + Eddie
* Heaven is a Traffic Jam on the 405
* Heroin(e)
* Knife Skills
* Traffic Stop

MELHOR CURTA-METRAGEM
* DeKalb Elementary
* The Eleven O’Clock
* My Nephew Emmett
* The Silent Child
* Watu Wote: All of Us

MELHOR CURTA DE ANIMAÇÃO
* Dear Basketball
* Garden Party
* LOU
* Negative Space
* Revolting Rhymes Part One

***

A 90ª cerimônia do Oscar está marcada para o dia 04 de março.

SEM SURPRESAS, SAG PREMIA ‘TRÊS ANÚNCIOS PARA UM CRIME’ com 3 prêmios

24th Screen Actors Guild Awards – Show – Los Angeles

Elenco de Três Anúncios Para um Crime vence prêmio de Ensemble Cast no SAG Awards (pic by Malay Mail Online)

PRÊMIO DO SINDICATO DE ATORES REPETE OS MESMOS VENCEDORES

Depois do Globo de Ouro e Critics’ Choice Awards, foi a vez do SAG repetir os atores vencedores das quatro categorias: Gary Oldman, Frances McDormand, Sam Rockwell e Allison Janney. Essa trinca de vitórias importantes consecutivas praticamente garante a estatueta do Oscar para os mesmos, mas existe um pequeno detalhe a considerar: este ano, as indicações ao Oscar serão anunciadas depois do SAG (devido às Olimpíadas de Inverno na Coréia do Sul).

Amanhã, dia 23, se o anúncio dos indicados ao Oscar revelar candidatos-surpresa como uma Kate Winslet (por Roda Gigante) ou uma Daniela Vega (atriz trans do filme chileno Uma Mulher Fantástica) por exemplo, teria Frances McDormand seu reinado garantido? E como todos sabem, a Academia sempre busca lançar alguma surpresa nessas categorias, justamente para impactar alto na temporada e conquistar maiores números de audiência.

HOSTESS PARA…?

Seguindo a tendência de protesto feminista das premiações deste ano, o SAG procurou se expressar de alguma forma, então resolveu escalar a atriz Kristen Bell como a primeira hostess da cerimônia (em 23 anos, nunca houve hosts) e convidou apenas mulheres para apresentar os prêmios da noite.

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Primeira hostess do SAG Awards, a atriz Kristen Bell: não fede, nem cheira (pic by Zimbio)

Entendo que se o SAG não fizesse absolutamente nada a respeito dos escândalos sexuais, cairia mal para os organizadores do evento e do próprio sindicato, afinal, boa parte das vítimas foram atrizes, mas achei desnecessária a presença breve de Kristen Bell, que deu apenas uma cutucadinha na Primeira Dama, Melania Trump, ao criticar o cyberbullying (do presidente Trump) e soltou umas declarações já bem batidas sobre o movimento feminista. E convenhamos que ela não tem cacife pra representar as mulheres…

Querem ser relevantes de forma eficiente sem perder a classe? Convoquem todas as atrizes que sofreram assédio ou abuso para abrir a cerimônia e dizer palavras de conforto para outras vítimas e instruções de como se portar em caso de assédio. Já que foram expostas pela mídia, poderiam dar suporte às outras colegas de trabalho de forma mais aberta, ao mesmo tempo em que mostra para o mundo que Hollywood está trabalhando para mudar o sistema.

DOS VENCEDORES

Se A Forma da Água tem fortes chances em categorias técnicas como Direção, Fotografia e Direção de Arte, o filme Três Anúncios Para um Crime tem as melhores chances nas categorias de roteiro original e de atuação. Assim, Sam Rockwell venceu o prêmio de Ator Coadjuvante pelo papel do policial que busca a redenção, e Frances McDormand venceu como Atriz pela personagem Mildred Hayes, que quer acabar com a impunidade depois do assassinato de sua filha.

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Frances McDormand e Peter Dinklage têm uma estranha relação em Três Anúncios Para um Crime (pic by imdb.com)

Aliás, Frances entrou para a história do SAG já que se tornou a primeira a ganhar duas vezes o prêmio de Melhor Atriz. Ele venceu há mais de 20 anos com Fargo em 1997. Além disso, Três Anúncios Para um Crime ficou com o cobiçado prêmio de Ensemble Cast (Elenco). Nos últimos 5 anos, três filmes que venceram o prêmio acabaram conquistando o Oscar de Melhor Filme: Spotlight, Birdman e Argo.

Além do fator surpresa não ter marcado presença no SAG Awards, fiquei com expectativa de que Laurie Metcalf (Lady Bird) ou Willem Dafoe (Projeto Flórida) pudessem ganhar e dar aquela embaralhada nos favoritismos de Janney e Rockwell, respectivamente. Seria algo mais “saudável” em termos de competição… mas de qualquer forma, os atores que venceram também mereceram as honrarias.

Com as derrotas de Metcalf, Saoirse Ronan e do elenco, Lady Bird foi o filme mais perdedor desta edição, saindo de mãos vazias. Havia uma possibilidade de Ronan ou Sally Hawkins (A Forma da Água) baterem McDormand se os votantes levassem em consideração que a última venceu o SAG de Atriz em Minissérie há apenas três anos com Olive Kitteridge, mas esse fato não contou muito.

 

Pelos prêmios televisivos, a maior surpresa foi Claire Foy (The Crown) derrotando a franco-favorita Elisabeth Moss (The Handmaid’s Tale). Talvez a saída da atriz da série seja uma forma de reconhecê-la pela última vez. E o momento mais solene foi a vitória de Julia Louis-Dreyfus como Atriz em Série de Comédia por Veep. Ela não estava presente na cerimônia, pois está se tratando do câncer de mama, revelado em setembro de 2017.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

VENCEDORES DO 24º SCREEN ACTORS GUILD AWARDS:

Outstanding Performance by a Male Actor in a Leading Role:
Gary Oldman (O Destino de uma Nação)

Outstanding Performance by a Female Actor in a Leading Role:
Frances McDormand (Três Anúncios Para um Crime)

Outstanding Performance by a Male Actor in a Supporting Role:
Sam Rockwell (Três Anúncios Para um Crime)

Outstanding Performance by a Female Actor in a Supporting Role:
Allison Janney (Eu, Tonya)

Outstanding Performance by a Cast in a Motion Picture:
Três Anúncios Para um Crime

Outstanding Performance by a Male Actor in a Television Movie or Miniseries:
Alexander Skarsgard (Big Little Lies)

Outstanding Performance by a Female Actor in a Television Movie or Miniseries:
Nicole Kidman (Big Little Lies)

Outstanding Performance by a Male Actor in a Drama Series:
Sterling K. Brown (This Is Us)

Outstanding Performance by a Female Actor in a Drama Series:
Claire Foy (The Crown)

Outstanding Performance by a Male Actor in a Comedy Series:
William H. Macy (Shameless)

Outstanding Performance by a Female Actor in a Comedy Series:
Julia Louis-Dreyfus (Veep)

Outstanding Performance by an Ensemble in a Drama Series:
This Is Us

Outstanding Performance by an Ensemble in a Comedy Series:
Veep

Outstanding Action Performance by a Stunt Ensemble in a Comedy or Drama Series:
Game of Thrones

Outstanding Action Performance by a Stunt Ensemble in a Motion Picture:
Mulher-Maravilha

‘A FORMA DA ÁGUA’ tem 12 INDICAÇÕES AO BAFTA. DENIS VILLENEUVE é INDICADO por ‘BLADE RUNNER 2049’

The Shape of Water 5

12 Indicações para A FORMA DA ÁGUA, com Doug Jones e Sally Hawkins (pic by imdb.com)

ACADEMIA BRITÂNICA SEGUE O GLOBO DE OURO E FILME DE DEL TORO É O RECORDISTA DE INDICAÇÕES

Se você achou que conseguiria um break depois do Globo de Ouro, nada disso. Existem trocentos prêmios que precisam ser distribuídos em menos de dois meses, antes do Oscar, portanto deixe para dormir depois de morrer!

Dois dias depois, o BAFTA (British Academy of Film Television and Arts) anunciou suas indicações através das atrizes Natalie Dormer e Letitia Wright. Importante ressaltar que antes do evento, a presidente da Academia britânica, Jane Lush, decidiu fazer uma breve declaração sobre a posição da instituição a respeito das práticas abusivas da indústria artística e seu endosso sobre as palavras de Seth Meyers e de Oprah Winfrey, ditas na cerimônia do Globo de Ouro. Definitivamente, esta será a tônica de todos os prêmios desta temporada, e não poderia ser diferente.

NÚMEROS DO BAFTA

Como esperado, o novo filme do mexicano Guillermo del Toro, A Forma da Água, foi o recordista de indicações desta edição com doze menções, incluindo as principais de Filme, Diretor, Atriz e Roteiro Original. Existe a forte possibilidade do filme conquistar também o maior número de estatuetas, assim como de perder nas principais categorias.

E os filmes que podem fazer isso receberam ambos nove indicações cada: Três Anúncios Para um Crime, que acaba de levar quatro Globos de Ouro, e O Destino de uma Nação, que levou o Globo de Ouro de Ator – Drama para Gary Oldman. Eles levam uma certa vantagem no BAFTA por se tratarem de produções britânicas (e a Academia sempre gosta de privilegiar seus “filhos”) e claro, por concorrerem também como Melhor Filme Britânico.

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NOVE Indicações para O DESTINO DE UMA NAÇÃO, com Gary Oldman e Lily James. Pic by imdb.com

SURPRESAS DO BAFTA

Ainda sobre puxar a sardinha para a sua brasa, o BAFTA tem o costume de incluir atores britânicos nas categorias de atuação, o que acaba excluindo alguns nomes fortes da disputa. Na categoria de Ator Coadjuvante, retiraram Richard Jenkins e Armie Hammer e incluíram Hugh Grant pela comédia familiar As Aventuras de Paddington 2. Claro que é ótimo haver outras performances reconhecidas, mas me pareceu um ponto fora da curva…

Na ala feminina, a inclusão de duas atrizes britânicas coadjuvantes era de alguma forma esperada pelo lado patriótico. Lesley Manville por A Trama Fantasma, ainda mais por ser cria do cultuado diretor Mike Leigh que dirige atores como ninguém, e Kristin Scott Thomas, que interpreta a esposa de Winston Churchill em O Destino de uma Nação.

Lembro lá atrás quando começavam os burburinhos para a temporada, comentaram sobre Film Star Don’t Die in Liverpool, que é baseado num romance entre a atriz Gloria Grahame (que ganhou o Oscar de Coadjuvante por Assim Estava Escrito e é interpretada por Annette Bening) com um rapaz mais jovem, Peter Turner (interpretado por Jamie Bell). Como Bening vive uma atriz conhecida, na hora, pensei que ela seria indicada ao Globo de Ouro e Oscar, porque essa receita é praticamente infalível, ainda mais se houver trabalho de maquiagem. Mas se Bening não foi convidada no Globo de Ouro, ela foi acolhida pelo BAFTA, assim como Bell e o roteiro. Será que ela tem chances no Oscar ainda?

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TRÊS indicações para FILM STARS DON’T DIE IN LIVERPOOL com Annette Bening e Jamie Bell. Pic by telegraph.co.uk

Porém a maior surpresa aqui foi a indicação de Denis Villeneuve na categoria de Diretor por Blade Runner 2049. Embora tenha sido considerado um dos melhores filmes de 2017, por se tratar de uma ficção científica e uma sequência de um cult, o filme parecia ter sido rebaixado ao posto dos filmes que ficam limitados aos prêmios técnicos. O BAFTA decidiu reconhecer a assinatura autoral que Villeneuve conseguiu imprimir sem desrespeitar o primeiro filme de Ridley Scott. Ponto para a Academia britânica.

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OITO indicações para BLADE RUNNER 2049. Na foto, Denis Villeneuve (direita) conversa com Harrison Ford e Ryan Gosling em set. Pic by imdb.com

Acho que vale citar aqui a inclusão de dois importantes filmes de 2016 na categoria de Filme em Língua Estrangeira. O francês Elle, de Paul Verhoeven, e o sul-coreano A Criada, de Park Chan-wook. Ambos estão no meu top 5 de 2016, e por terem estreado apenas em 2017 no Reino Unido, acabaram qualificados apenas este ano no BAFTA. As duas produções vão disputar o prêmio com o vencedor do último Oscar, o iraniano O Apartamento, o representante do Camboja First They Killed My Father, e o russo Desamor.

AUSÊNCIAS

A mais sentida foi do filme The Post: A Guerra Secreta, que à princípio acreditava que havia sido excluído por motivos de prazo de inscrição ultrapassado, mas segundo matérias internacionais, o novo trabalho de Spielberg não foi bem votado na terra da Rainha. Nem Melhor Atriz para Meryl Streep, Ator para Tom Hanks, muito menos Melhor Filme. Essa derrocada pode, sim, prejudicar a campanha do drama político no anúncio dos indicados ao Oscar.

E para os cinéfilos politicamente corretos de plantão, mais uma vez nenhuma mulher na lista de Melhor Diretor, mais precisamente não indicaram Greta Gerwig, que é a diretora de mais destaque da temporada por Lady Bird. Mas se analisarmos pela vertente da qualidade fílmica (como deveria ser), o BAFTA acertou em cheio ao indicar Denis Villeneuve e o italiano Luca Guadagnino de Me Chame Pelo Seu Nome, ambos preteridos no Globo de Ouro.

Nas categorias de atuação, além de Armie Hammer e Richard Jenkins já citados, temos as exclusões das indicadas ao Globo de Ouro, Hong Chau e Mary J. Blige, e por que não Holly Hunter? Não tenho certeza do motivo da exclusão, mas as ausências mais estranhas foram de Judi Dench por Victoria e Abdul: O Confidente da Rainha, por se tratar do retrato de uma rainha britânica e de ser protagonizado por uma das atrizes britânicas mais prestigiadas, e de O Artista do Desastre, representado pelo vencedor do Globo de Ouro, James Franco.

Mesmo que ele tenha sido acusado de abuso em redes sociais logo depois do Globo de Ouro por mais de uma mulher, não acredito que o BAFTA mudaria repentinamente sua indicação. Talvez nunca saberemos…

INDICADOS AO BAFTA 2018

FILME
» ME CHAME PELO SEU NOME Emilie Georges, Luca Guadagnino, Marco Morabito, Peter Spears
» O DESTINO DE UMA NAÇÃO Tim Bevan, Lisa Bruce, Eric Fellner, Anthony McCarten, Douglas Urbanski
» DUNKIRK Christopher Nolan, Emma Thomas
» A FORMA DA ÁGUA Guillermo del Toro, J. Miles Dale
» TRÊS ANÚNCIOS PARA UM CRIME Graham Broadbent, Pete Czernin, Martin McDonagh

DIRETOR
» BLADE RUNNER 2049 Denis Villeneuve
» ME CHAME PELO SEU NOME Luca Guadagnino
» DUNKIRK Christopher Nolan
» A FORMA DA ÁGUA Guillermo del Toro
» TRÊS ANÚNCIOS PARA UM CRIME Martin McDonagh

ATRIZ
» ANNETTE BENING Film Stars Don’t Die in Liverpool
» FRANCES McDORMAND Três Anúncios Para um Crime
» MARGOT ROBBIE Eu, Tonya
» SALLY HAWKINS A Forma da Água
» SAOIRSE RONAN Lady Bird

ATOR
» DANIEL DAY-LEWIS Trama Fantasma
» DANIEL KALUUYA Corra!
» GARY OLDMAN O Destino de uma Nação
» JAMIE BELL Film Stars Don’t Die in Liverpool
» TIMOTHÉE CHALAMET Me Chame Pelo Seu Nome

ATRIZ COADJUVANTE
» ALLISON JANNEY Eu, Tonya
» KRISTIN SCOTT THOMAS O Destino de uma Nação
» LAURIE METCALF Lady Bird
» LESLEY MANVILLE Trama Fantasma
» OCTAVIA SPENCER A Forma da Água

ATOR COADJUVANTE
» CHRISTOPHER PLUMMER Todo o Dinheiro do Mundo
» HUGH GRANT As Aventuras de Paddington 2
» SAM ROCKWELL Três Anúncios Para um Crime
» WILLEM DAFOE Projeto Flórida
» WOODY HARRELSON Três Anúncios Para um Crime

FILME BRITÂNICO
» O DESTINO DE UMA NAÇÃO Joe Wright, Tim Bevan, Lisa Bruce, Eric Fellner, Anthony McCarten, Douglas Urbanski
» THE DEATH OF STALIN Armando Iannucci, Kevin Loader, Laurent Zeitoun, Yann Zenou, Ian Martin, David Schneider
» GOD’S OWN COUNTRY Francis Lee, Manon Ardisson, Jack Tarling
» LADY MACBETH William Oldroyd, Fodhla Cronin O’Reilly, Alice Birch
» AS AVENTURAS DE PADDINGTON 2 Paul King, David Heyman, Simon Farnaby
» TRÊS ANÚNCIOS PARA UM CRIME Martin McDonagh, Graham Broadbent, Pete Czernin

ESTRÉIA DE ROTEIRISTA, DIRETOR OU PRODUTOR BRITÂNICO
» THE GHOUL Gareth Tunley (Writer/Director/Producer), Jack Healy Guttman & Tom Meeten (Producers)
» I AM NOT A WITCH Rungano Nyoni (Writer/Director), Emily Morgan (Producer)
» JAWBONE Johnny Harris (Writer/Producer), Thomas Napper (Director)
» KINGDOM OF US Lucy Cohen (Director)
» LADY MACBETH Alice Birch (Writer), William Oldroyd (Director), Fodhla Cronin O’Reilly (Producer)

FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
» ELLE Paul Verhoeven, Saïd Ben Saïd
» FIRST THEY KILLED MY FATHER Angelina Jolie, Rithy Panh
» A CRIADA Park Chan-wook, Syd Lim
» DESAMOR Andrey Zvyagintsev, Alexander Rodnyansky
» O APARTAMENTO Asghar Farhadi, Alexandre Mallet-Guy

DOCUMENTÁRIO
» CITY OF GHOSTS Matthew Heineman
» I AM NOT YOUR NEGRO Raoul Peck
» ICARUS Bryan Fogel, Dan Cogan
» AN INCONVENIENT SEQUEL Bonni Cohen, Jon Shenk
» JANE Brett Morgen

LONGA DE ANIMAÇÃO
» VIVA: A VIDA É UMA FESTA Lee Unkrich, Darla K. Anderson
» COM AMOR, VAN GOGH Dorota Kobiela, Hugh Welchman, Ivan Mactaggart
» MINHA VIDA DE ABOBRINHA Claude Barras, Max Karli

ROTEIRO ORIGINAL
» CORRA! Jordan Peele
» EU, TONYA Steven Rogers
» LADY BIRD Greta Gerwig
» A FORMA DA ÁGUA Guillermo del Toro, Vanessa Taylor
» TRÊS ANÚNCIOS PARA UM CRIME Martin McDonagh

ROTEIRO ADAPTADO
» ME CHAME PELO SEU NOME James Ivory
» THE DEATH OF STALIN Armando Iannucci, Ian Martin, David Schneider
» FILM STARS DON’T DIE IN LIVERPOOL Matt Greenhalgh
» A GRANDE JOGADA Aaron Sorkin
» AS AVENTURAS DE PADDINGTON 2 Simon Farnaby, Paul King

TRILHA MUSICAL ORIGINAL
» BLADE RUNNER 2049 Benjamin Wallfisch, Hans Zimmer
» O DESTINO DE UMA NAÇÃO Dario Marianelli
» DUNKIRK Hans Zimmer
» TRAMA FANTASMA Jonny Greenwood
» A FORMA DA ÁGUA Alexandre Desplat

FOTOGRAFIA
» BLADE RUNNER 2049 Roger Deakins
» O DESTINO DE UMA NAÇÃO Bruno Delbonnel
» DUNKIRK Hoyte van Hoytema
» A FORMA DA ÁGUA Dan Laustsen
» TRÊS ANÚNCIOS PARA UM CRIME Ben Davis

MONTAGEM
» EM RITMO DE FUGA Jonathan Amos, Paul Machliss
» BLADE RUNNER 2049 Joe Walker
» DUNKIRK Lee Smith
» A FORMA DA ÁGUA Sidney Wolinsky
» TRÊS ANÚNCIOS PARA UM CRIME Jon Gregory

DIREÇÃO DE ARTE
» A BELA E A FERA Sarah Greenwood, Katie Spencer
» BLADE RUNNER 2049 Dennis Gassner, Alessandra Querzola
» O DESTINO DE UMA NAÇÃO Sarah Greenwood, Katie Spencer
» DUNKIRK Nathan Crowley, Gary Fettis
» A FORMA DA ÁGUA Paul Austerberry, Jeff Melvin, Shane Vieau

FIGURINO
» A BELA E A FERA Jacqueline Durran
» O DESTINO DE UMA NAÇÃO Jacqueline Durran
» EU, TONYA Jennifer Johnson
» TRAMA FANTASMA Mark Bridges
» A FORMA DA ÁGUA Luis Sequeira

MAQUIAGEM E CABELO
» BLADE RUNNER 2049 Donald Mowat, Kerry Warn
» O DESTINO DE UMA NAÇÃO David Malinowski, Ivana Primorac, Lucy Sibbick, Kazuhiro Tsuji
» EU, TONYA Deborah La Mia Denaver, Adruitha Lee
» VICTORIA E ABDUL: O CONFIDENTE DA RAINHA Daniel Phillips
» EXTRAORDINÁRIO Naomi Bakstad, Robert A. Pandini, Arjen Tuiten

SOM
» EM RITMO DE FUGA Tim Cavagin, Mary H. Ellis, Julian Slater
» BLADE RUNNER 2049 Ron Bartlett, Doug Hemphill, Mark Mangini, Mac Ruth
» DUNKIRK Richard King, Gregg Landaker, Gary A. Rizzo, Mark Weingarten
» A FORMA DA ÁGUA Christian Cooke, Glen Gauthier, Nathan Robitaille, Brad Zoern
» STAR WARS: OS ÚLTIMOS JEDI Ren Klyce, David Parker, Michael Semanick, Stuart Wilson, Matthew Wood

EFEITOS VISUAIS
» BLADE RUNNER 2049 Gerd Nefzer, John Nelson
» DUNKIRK Scott Fisher, Andrew Jackson
» A FORMA DA ÁGUA Dennis Berardi, Trey Harrell, Kevin Scott
» STAR WARS: OS ÚLTIMOS JEDI
» PLANETA DOS MACACOS: A GUERRA

CURTA BRITÂNICO DE ANIMAÇÃO
» HAVE HEART Will Anderson
» MAMOON Ben Steer
» POLES APART Paloma Baeza, Ser En Low

CURTA BRITÂNICO
» AAMIR Vika Evdokimenko, Emma Stone, Oliver Shuster
» COWBOY DAVE Colin O’Toole, Jonas Mortensen
» A DROWNING MAN Mahdi Fleifel, Signe Byrge Sørensen, Patrick Campbell
» WORK Aneil Karia, Scott O’Donnell
» WREN BOYS Harry Lighton, Sorcha Bacon, John Fitzpatrick

EE RISING STAR AWARD
DANIEL KALUUYA
FLORENCE PUGH
JOSH O’CONNOR
TESSA THOMPSON
TIMOTHÉE CHALAMET

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Cinco novos talentos indicados ao Rising Star (pic by youtube BAFTA)

***

A cerimônia do BAFTA está marcada para o próximo dia 18 de fevereiro no London’s Royal Albert Hall. Após vários anos como host, Stephen Fry, cederá seu posto para a atriz Joanna Lumley.

‘TRÊS ANÚNCIOS PARA UM CRIME’ domina o SAG com 4 indicações

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Sam Rockwell e Frances McDormand em cena de Três Anúncios Para um Crime (pic by CineImage)

FILME SOBRE IMPUNIDADE CONQUISTA 4 INDICAÇÕES, INCLUINDO ELENCO

Na manhã da última quarta, dia 13, as atrizes Olivia Munn e Niecy Nash se encarregaram de anunciar os indicados do SAG Awards, prêmio do sindicato de atores. Pelo menos o anúncio contou com uma TV com a imagem de cada indicado, ao contrário do precário anúncio do Globo de Ouro.

“Big Little Lies,” “Stranger Things,” and “GLOW” each scored four nods on the TV side, while “Three Billboards Outside Ebbing, Missouri” landed four nominations and “Lady Bird” received three for film.

NÚMEROS

O novo filme de Martin McDonagh lidera o ranking com quatro indicações: Atriz (Frances McDormand), Ator Coadjuvante (Woody Harrelson e Sam Rockwell) e Elenco. Logo em seguida, com 3 indicações, Lady Bird conquistou Atriz (Saoirse Ronan), Atriz Coadjuvante (Laurie Metcalf) e Elenco, que curiosamente inclui Timothée Chalamet, indicado como Melhor Ator por Me Chame Pelo Seu Nome.

Já pela ala da TV, houve um empate entre Big Little Lies, Stranger Things e GLOW, cada um com quatro indicações cada. Embora não seja um acompanhador assíduo de séries, foi uma surpresa ver esse alto reconhecimento para GLOW, série da Netflix sobre a vida pessoal e profissional de mulheres que lutam Luta Livre em Los Angeles.

LGBT EM QUEDA…

O fato do filme de Luca Gudagnino ter conquistado apenas uma indicação certamente enfraqueceu a campanha do filme rumo ao Oscar. Já é possível ler uma série de comentários na internet criticando essa decaída, e por consequência, o conservadorismo da Academia que voltaria a prevalecer contra um filme de temática LGBT.

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Timothée Chalamet em cena de Me Chame Pelo Seu Nome com Armie Hammer e Michael Stuhlbarg (pic by outnow.ch)

Realmente, a Academia sempre torceu o nariz para esses filmes, mas acredito que os caubóis de Brokeback Mountain ainda podem ser vingados. Se o filme obtiver indicações relevantes no Oscar como Filme, Diretor, Ator e Roteiro Adaptado, pode haver boas chances de vitória, pois não devemos esquecer que nos últimos 3 anos, vários novos membros foram convidados para votar no Oscar, incluindo profissionais internacionais, mulheres e minorias étnicas. Resta saber se esse novo contingente pode já fazer a diferença.

… E THE POST DE FORA DA FESTA

Se o novo filme de Steven Spielberg começou bem a temporada arrebatando três prêmios no National Board of Review, e depois conquistando importantes indicações no Critics’ Choice e Globo de Ouro, acabou sendo esquecido por completo no SAG. Tom Hanks era dúvida, mas Meryl Streep parecia ser uma certeza, até mesmo porque sua atuação foi bem elogiada, ou seja, não seria uma indicação cômoda.

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Tom Hanks e Meryl Streep em The Post: A Guerra Secreta. Nenhuma indicação ao SAG. Pic by outnow.ch

Como The Post: A Guerra Secreta foi exibido para o comitê de indicações do SAG uma semana antes do encerramento, isso pode ter contribuído, e muito, para sua ausência na lista de indicados, mas acredito que não deva ser grande empecilho para o Oscar. Outro filme que passou atrasado foi Trama Fantasma, de Paul Thomas Anderson, que também falhou em indicar seus atores: Daniel Day-Lewis, Vicky Krieps e Lesley Manville.

SURPRESAS NO ELENCO

As inclusões de Lady Bird e Três Anúncios Para um Crime eram esperadas na categoria. Já as exclusões de The Post e A Forma da Água causaram certo choque. O filme de Guillermo del Toro foi indicado apenas para Atriz (Sally Hawkins) e Ator Coadjuvante (Richard Jenkins), porém Octavia Spencer, que vinha sendo reconhecida em premiações, ficou de fora como Atriz Coadjuvante.

As surpresas ficaram por conta de Doentes de Amor (The Big Sick) e Mudbound. Curiosamente, ambas as produções conquistaram apenas mais uma indicação, mais especificamente na categoria de Atriz Coadjuvante: Holly Hunter pelo primeiro, e Mary J. Blige pelo segundo. Com esse reconhecimento no SAG, as duas devem ser indicadas ao Oscar.

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Cena de Doentes de Amor com Holly Hunter e Ray Romano. Hunter obteve indicação com Coadjuvante. Pic by moviepilot.de

ESTATÍSTICAS DO SAG NO OSCAR

Nos últimos 22 anos, nenhum filme vencedor do Oscar de Melhor Filme deixou de ser pelo menos indicado a Melhor Elenco no SAG. A última vez que isso aconteceu foi em 1996, quando Coração Valente levou o Oscar, enquanto Apollo 13 papou os prêmios dos sindicatos. Este ano, La La Land não estava entre os indicados a Elenco no SAG. Resultado: Moonlight levou Melhor Filme no Oscar. Essa estatística dá uma boa brecada no hype de A Forma da Água, que vinha de dois recordes de indicação no Critics’ Choice e Globo de Ouro, mas que não consegui indicação para Elenco no SAG. Assim como Dunkirk que ficou apenas com indicação para o trabalho de Dublês, se bem que convenhamos, nenhum personagem nesse filme se destaca, mesmo Tom Hardy como o piloto.

Dos últimos 24 anos, houve um número excepcional de acertos de vencedores do Oscar: 67 de 92 atores levaram ambos os prêmios. Normalmente, das quatro categorias (Ator, Atriz, Ator Coadjuvante e Atriz Coadjuvante), o SAG costuma acertar pelo menos três. A explicação para esse alto índice pode vir da porcentagem de atores membros da Academia: estima-se que dos 7 mil membros, 2 mil sejam atores.

OPINIÕES PESSOAIS

Particularmente, fiquei feliz com as indicações de Daniel Kaluuya por Corra! e Judi Dench por Victoria e Abdul, mas estou quase admitindo que ambos serão substituídos nas indicações ao Oscar. Kaluuya por Daniel Day-Lewis (pelo carinho que a Academia tem por ele, e por supostamente Trama Fantasma ser seu último trabalho como ator, já que anunciou sua aposentadoria) ou Jake Gyllenhaal (é um ator que vem se destacado em papéis interessantes e profundos como parece ser esse de O Que Te Faz Mais Forte, no qual vive personagem vítima do atentado terrorista de Boston). E Dench por Meryl Streep (também pelo carinho da Academia e porque Oscar sem Streep tem se tornado um ano bastante atípico).

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Daniel Kaluuya hipnotizado em ótima cena de Corra! (pic by moviepilot.de)

Nas categorias de coadjuvante, não considero um ultraje a indicação de Steve Carell como coadjuvante por A Guerra dos Sexos. Seu personagem, perante a Billie Jean King de Emma Stone, é um pouco secundário. E acredito que Woody Harrelson morre na praia e Armie Hammer tome seu lugar por Me Chame Pelo Seu Nome. O vencedor desta categoria deve ser Willem Dafoe, que tem se sobressaído diante dos demais candidatos.

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Steve Carell como Coadjuvante? em A Guerra dos Sexos? pic by moviepilot.de

Já na ala feminina, gostei da indicação para a tailandesa Hong Chau, que conseguiu interpretar uma personagem que para muitos era algo impossível de ser feito em Pequena Grande Vida. Ela interpreta uma ativista vietnamita que o governo americano encolhe contra sua vontade. Pelas características de sua personagem, Ngoc Lan Tran, com forte sotaque e uma perna prostética, tinha tudo para ser algo estereotipado, mas a atriz procurou deixá-la bem equilibrada e sensível a fim de torná-la palpável. Certamente, um trabalho com o dedo do diretor Alexander Payne, que sempre busca o lado mais humano dos personagens. Na corrida pelo prêmio, não vejo nenhuma favorita, porém Laurie Metcalf conquistou a maioria dos prêmios até o momento, enquanto Allison Janney era vice ou indicada com frequência.

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Ao lado de Matt Damon, Hong Chau interpreta ativista vietnamita em Pequena Grande Vida (pic by moviepilot.de)

Vale lembrar que assim como nas demais premiações, embora os atores Jeffrey Tambor (Transparent) e Kevin Spacey (House of Cards) tenham performances elegíveis, ambos foram excluídos devido aos escândalos sexuais.

INDICADOS AO SCREEN ACTORS GUILD AWARDS:

Outstanding Performance by a Male Actor in a Leading Role:
Timothée Chalamet (Me Chame Pelo Seu Nome)
James Franco (Artista do Desastre)
Daniel Kaluuya (Corra!)
Gary Oldman (O Destino de uma Nação)
Denzel Washington (Roman J. Israel, Esq.)

Outstanding Performance by a Female Actor in a Leading Role:
Judi Dench (Victoria e Abdul: O Confidente da Rainha)
Sally Hawkins (A Forma da Água)
Frances McDormand (Três Anúncios Para um Crime)
Margot Robbie (Eu, Tonya)
Saoirse Ronan (Lady Bird: É Hora de Voar)

Outstanding Performance by a Male Actor in a Supporting Role:
Steve Carell (A Guerra dos Sexos)
Willem Dafoe (Projeto Flórida)
Woody Harrelson (Três Anúncios Para um Crime)
Richard Jenkins (A Forma da Água)
Sam Rockwell (Três Anúncios Para um Crime)

Outstanding Performance by a Female Actor in a Supporting Role:
Mary J. Blige (Mudbound)
Hong Chau (Pequena Grande Vida)
Holly Hunter (Doentes de Amor)
Allison Janney (Eu, Tonya)
Laurie Metcalf (Lady Bird: É Hora de Voar)

Outstanding Performance by a Cast in a Motion Picture:
Doentes de Amor
Corra!
Lady Bird: É Hora de Voar
Mudbound
Três Anúncios Para um Crime

Outstanding Performance by a Male Actor in a Television Movie or Miniseries:
Benedict Cumberbatch (Sherlock)
Jeff Daniels (Godless)
Robert De Niro (The Wizard of Lies)
Geoffrey Rush (Genius)
Alexander Skarsgard (Big Little Lies)

Outstanding Performance by a Female Actor in a Television Movie or Miniseries:
Laura Dern (Big Little Lies)
Nicole Kidman (Big Little Lies)
Jessica Lange (Feud: Bette & Joan)
Susan Sarandon (Feud: Bette & Joan)
Reese Witherspoon (Big Little Lies)

Outstanding Performance by a Male Actor in a Drama Series:
Jason Bateman (Ozark)
Sterling K. Brown (This Is Us)
Peter Dinklage (Game of Thrones)
David Harbour (Stranger Things)
Bob Odenkirk (Better Call Saul)

Outstanding Performance by a Female Actor in a Drama Series:
Millie Bobby Brown (Stranger Things)
Claire Foy (The Crown)
Laura Linney (Ozark)
Elisabeth Moss (The Handmaid’s Tale)
Robin Wright (House of Cards)

Outstanding Performance by a Male Actor in a Comedy Series:
Anthony Anderson (Black-ish)
Aziz Ansari (Master of None)
Larry David (Curb Your Enthusiasm)
Sean Hayes (Will & Grace)
William H. Macy (Shameless)
Marc Maron (GLOW)

Outstanding Performance by a Female Actor in a Comedy Series:
Uzo Aduba (Orange Is the New Black)
Alison Brie (GLOW)
Jane Fonda (Grace and Frankie)
Julia Louis-Dreyfus (Veep)
Lily Tomlin (Grace and Frankie)

Outstanding Performance by an Ensemble in a Drama Series:
The Crown
Game of Thrones
The Handmaid’s Tale
Stranger Things
This Is Us

Outstanding Performance by an Ensemble in a Comedy Series:
Black-ish
Curb Your Enthusiasm
GLOW
Orange is the New Black
Veep

Outstanding Action Performance by a Stunt Ensemble in a Comedy or Drama Series:
Game of Thrones
GLOW
Homeland
Stranger Things
The Walking Dead

Outstanding Action Performance by a Stunt Ensemble in a Motion Picture:
Em Ritmo de Fuga
Dunkirk
Logan
Planeta dos Macacos: A Guerra
Mulher-Maravilha

***

A cerimônia do SAG Awards está marcada para o dia 21 de janeiro e terá transmissão da TNT. Pela primeira vez, a entrega de prêmios do sindicato de atores terá um host, na verdade, uma hostess: a atriz Kristen Bell.

E Morgan Freeman será homenageado com o prêmio pelo Conjunto da Obra.

‘A FORMA DA ÁGUA’ conquista SETE indicações ao GLOBO DE OURO. ‘ALL THE MONEY IN THE WORLD’ entra aos 48 do segundo tempo

 

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Cena icônica de A Forma da Água, de Guillermo del Toro. Sete indicações no Globo de Ouro.

FANTASIA DE GUILLERMO DEL TORO NOVAMENTE LIDERA INDICAÇÕES APÓS O CRITICS’ CHOICE

Não sei se sou o único que acha monótono o anúncio dos indicados, mas pra mim a forma como foi feito se classifica como amadorismo. Quatro atores: Kristen Bell, Garrett Hedlund, Alfre Woodard e Sharon Stone se revezando com papéis impressos no Word sem qualquer tipo de arte ou letreiro demonstra qualquer preparo por parte da HFPA (Hollywood Foreign Press Association). Pra quem não viu a transmissão, segue link do canal do Golden Globes:

NÚMEROS DESTA EDIÇÃO

A Forma da Água é o recordista de indicações com sete, seguido de perto por The Post: A Guerra Secreta e Três Anúncios Para um Crime, ambos conquistaram seis indicações cada.

Tanto Guillermo del Toro quanto Martin McDonagh se tornaram duplo indicados, já que ambos concorrem nas categorias de Diretor e Roteiro, por A Forma da Água e Três Anúncios Para um Crime, respectivamente.

Do lado da TV, a mini-série Big Little Lies lidera com seis indicações, seguida por Feud com quatro. Fargo, The Handmaid’s Tale e This Is Us conquistaram três indicações cada.

SURPRESAS

Claro que todo ano teremos surpresas, mas as três indicações para All the Money in the World foram o ápice desta edição. Como um filme que ainda está em fase final de edição foi incluído na votação? Esse tipo de conduta questionável que difama a HFPA, que há alguns anos tenta se livrar dos boatos de que aceitariam propina e presentes para indicar filmes e atores, como os sempre citados Burlesque e O Turista, com Johnny Depp e Angelina Jolie.

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Michelle Williams e Mark Wahlberg em cena de All the Money in the World, de Ridley Scott (pic by outnow.ch)

Bom, pra quem pegou o bonde andando, o novo filme de Ridley Scott estava com seu lançamento agendado agora para dezembro, contudo, com as várias acusações de assédio contra o ator Kevin Spacey, o diretor e o estúdio decidiram que seria melhor eliminar todas as cenas em que o ator atuava e refilmá-las com o ator Christopher Plummer, que foi chamado às pressas. Além da própria produção das refilmagens, o estúdio teve que arcar com prejuízos da reformulação dos pôsteres, dos letreiros e de toda a campanha que já vinha trabalhando com uma possível indicação pra Spacey como coadjuvante.

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À esquerda, Kevin Spacey caracterizado como Paul Getty em All in the Money in the World. À direita, Christopher Plummer escalado para substitui-lo. Pic by cinema com rapadura

Com o filme incompleto até o momento (até onde se sabe, ninguém viu a versão final do filme), o estúdio e os produtores devem ter pago muitos Champagne Moët e chocolates Lindt pra cerimônia do Globo de Ouro para que o filme chegasse às principais categorias do prêmio com o intuito exclusivo de salvar o filme de um possível desastre. Claro que, embora meus comentários elaborem uma teoria da conspiração, o filme de Ridley Scott pode ser bom e as indicações merecidas, mas não deixa de ser um tanto “estranha” sua participação na premiação.

Bom, além dessa surpresa, não dá pra deixar de lado as três indicações para O Rei do Show para Melhor Filme de Comédia ou Musical, Ator – Comédia ou Musical para Hugh Jackman e Canção. Até o momento, o filme havia passado desapercebido pela temporada de premiações, mas a lembrança do Globo de Ouro pode ajudar na campanha do Oscar, pelo menos nas categorias de Direção de Arte, Figurino e Canção, já que conta com a dupla de compositores de La La Land.

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Ao centro, Hugh Jackman encarna o showbusiness man P.T. Barnum em O Rei do Show. Pic by outnow.ch

Assim como Jackman, Denzel Washington, que foi indicado por Roman J. Israel, Esq., no qual interpreta um advogado de defesa idealista, também iniciou sua campanha pelo Globo de Ouro. Particularmente, não sou muito fã do ator, ele sempre busca a mesma essência amargurada em seus últimos personagens, mas como a comunidade hollywoodiana tem muito carinho por ele, não vejo com tanta surpresa assim seu nome na lista.

ESNOBADOS

Falando ainda da categoria de Ator – Drama, Denzel acabou roubando o lugar de Jake Gyllenhaal por O Que Te Faz Mais Forte, no qual ele interpreta uma vítima do atentado terrorista da maratona de Boston, ficando sem as pernas. Quero deixar claro que o fato do personagem ser debilitado física ou mentalmente não influi diretamente na qualidade da performance. O personagem pode não ter as pernas, ter o rosto deformado, não ter dentes e ter dificuldade pra falar, mas se não tiver uma alma bem trabalhada, a atuação perde seu valor. Não vi o filme ainda, mas quem viu só o trailer, sabe que Gyllenhaal está bem. Aliás, ele vem escolhendo papéis e projetos interessantes como em O Abutre e Os Suspeitos. O Globo de Ouro perde sem sua presença na cerimônia.

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Jake Gyllenhaal como o habitante de Boston, Jeff Bauman, em O Que Te Faz Mais Forte (pic by moviepilot.de)

Outras ausências muito sentidas foi na categoria de Direção: Jordan Peele de Corra! e Greta Gerwig de Lady Bird ficaram de fora. Honestamente, eu acreditava na indicação de Gerwig na direção, e de Peele no roteiro, mas pura e simplesmente por méritos, e não por eles serem negro e mulher.

Acabei de ler uma matéria da Indiewire com o seguinte título “Globo de Ouro é criticado por excluir mulheres e minorias”. No texto, os nomes de Jordan Peele, Greta Gerwig, Dee Rees e Patty Jenkins (sim, a diretora daquele filmaço chamado Mulher-Maravilha) foram citados como os esnobados da vez, incitando ainda que suas exclusões se deram pelo quesito social, racial e de gênero. E o que dizer da exclusão do diretor de Me Chame Pelo Seu Nome, Luca Guadagnino, que ganhou vários prêmios e está em várias listas de melhores do ano? Foi esnobado por ser italiano?

E é preciso reforçar que o Globo de Ouro não é o Critics’ Choice Awards, que tem sete indicados a Melhor Diretor. Alguém tem que ser excluído! Particularmente, não acho que Ridley Scott tenha um trabalho tão bom quanto o Corra!, por exemplo, mas trata-se apenas de uma dedução até eu assistir ao filme.

Podem me chamar de antiquado, mas odeio quando o politicamente correto interfere onde não é chamado. Então, pro autor da Indiewire e os críticos, se esses nomes excluídos tivessem sido indicados pelo Globo de Ouro, estaria tudo certo e de acordo com os tempos que vivemos? Não importando qualquer análise crítica e artística dos filmes?

Das exclusões dos filmes, vale citar Doentes de Amor, que chegou a conquistar seis indicações no Critics’ Choice Awards (inclusive Melhor Filme!), e o representante da França no Oscar, 120 Batimentos Por Minuto, de Robin Campillo. Embora Em Pedaços seja co-produção francesa, havia altas expectativas de que o filme que trata do preconceito do HIV chegaria ao Globo de Ouro.

Pelas categorias de TV e streaming, a ausência da atriz Julia Louis-Dreyfus pela série Veep após cinco indicações consecutivas chamou a atenção, já que os fãs esperavam que a hora da atriz ganhar finalmente havia chegado.

REPERCUSSÃO DOS ASSÉDIOS SEXUAIS EM HOLLYWOOD

Algumas produções, sejam de cinema ou TV, sofreram algum desprezo por parte da crítica e de associações por seus vínculos com figuras públicas envolvidas em denúncias de assédios sexuais. Os casos mais evidentes foram do produtor Harvey Weinstein, que afetou a campanha do novo filme de Taylor Sheridan, Terra Selvagem, e do ator Jeffrey Tambor que, não apenas deixou de ser indicado, mas levou toda a série Transparent para o ostracismo até segunda ordem.

O único que, supostamente teria tido comportamento inapropriado com uma atriz australiana numa peça de teatro há dois anos, conseguiu ser indicado foi Geoffrey Rush pela série biográfica de Albert Einstein, Genius. E vale também citar que Christopher Plummer só está na lista de atores coadjuvantes porque Kevin Spacey foi excluído do filme de Ridley Scott, All the Money in the World.

E O QUE REALMENTE IMPORTA?

Há algumas décadas, todos os indicados, e principalmente vencedores do Globo de Ouro tinham seus lugares garantidos no Oscar, pois o prêmio da HFPA era o melhor parâmetro de todos. Mas de uns tempos pra cá, as escolhas entre as duas premiações têm divergido constantemente, inclusive na escolha do Melhor Filme, demonstrando assim mais identidade própria por parte da HFPA.

Mas uma característica do Globo de Ouro que persiste é seu amor por celebridades. Se tiverem que optar entre um ator bom e uma celebridade, normalmente eles ficam com a segunda, porque apreciam essa aproximação com as estrelas e todo o glamour. Quando indicaram o péssimo O Turista e seus atores, eles visavam a presença de Johnny Depp e Angelina Jolie. O próprio host Ricky Gervais havia ressaltado isso na época. Enfim, o Globo de Ouro se tornou um prêmio que não se deve levar tão à sério assim.  Se nem eles levam, por que você deveria levar?

Indicados ao 75º Globo de Ouro:

CINEMA

Best Motion Picture – Drama:
Me Chame Pelo Seu Nome (Call me by your Name)
Dunkirk (Dunkirk)
The Post: A Guerra Secreta (The Post)
A Forma da Água (The Shape of Water)
Três Anúncios Para um Crime (Three Billboards Outside Ebbing, Missouri)

Best Motion Picture – Musical or Comedy:
Artista do Desastre (The Disaster Artist)
Corra! (Get Out)
I, Tonya
Lady Bird: É Hora de Voar (Lady Bird)
O Rei do Show (The Greatest Showman)

Best Performance by an Actor in a Motion Picture – Drama:
Timothée Chalamet (Me Chame Pelo Seu Nome)
Daniel Day-Lewis (Trama Fantasma)
Tom Hanks (The Post: A Guerra Secreta)
Gary Oldman (O Destino de uma Nação)
Denzel Washington (Roman J. Israel, Esq.)

Best Performance by an Actress in a Motion Picture – Drama:
Jessica Chastain (A Grande Jogada)
Sally Hawkins (A Forma da Água)
Frances McDormand (Três Anúncios Para um Crime)
Meryl Streep (The Post: A Guerra Secreta)
Michelle Williams (All the Money in the World)

Best Performance by an Actor in a Motion Picture – Musical or Comedy:
Steve Carell (A Guerra dos Sexos)
Ansel Elgort (Em Ritmo de Fuga)
James Franco (Artista do Desastre)
Hugh Jackman (O Rei do Show)
Daniel Kaluuya (Corra!)

Best Performance by an Actress in a Motion Picture – Musical or Comedy:
Judy Dench (Victoria e Abdul)
Helen Mirren (The Leisure Seeker)
Margot Robbie (I, Tonya)
Saoirse Ronan (Lady Bird)
Emma Stone (A Guerra dos Sexos)

Best Performance by an Actor in a Supporting Role in a Motion Picture:
Willem Dafoe (Projeto Flórida)
Armie Hammer (Me Chame Pelo Seu Nome)
Richard Jenkins (A Forma da Água)
Christopher Plummer (All the Money in the World)
Sam Rockwell (Três Anúncios Para um Crime)

Best Performance by an Actress in a Supporting Role in a Motion Picture:
Mary J. Blige (Mudbound)
Hong Chau (Pequena Grande Vida)
Allison Janney (I, Tonya)
Laurie Metcalf (Lady Bird)
Octavia Spencer (A Forma da Água)

Best Director – Motion Picture:
Guillermo de Toro (A Forma da Água)
Martin McDonagh (Três Anúncios Para um Crime)
Christopher Nolan (Dunkirk)
Ridley Scott (All the Money in the World)
Steven Spielberg (The Post: A Guerra Secreta)

Best Screenplay:
Greta Gerwig (Lady Bird)
Aaron Sorkin (A Grande Jogada)
Liz Hannah, Josh Singer (The Post: A Guerra Secreta)
Guillermo del Toro (A Forma da Água)
Martin McDonagh (Três Anúncios Para um Crime)

Best Motion Picture – Foreign Language:
Em Pedaços – ALEMANHA/FRANÇA
Uma Mulher Fantástica – CHILE
First They Killed My Father – CAMBOJA
Loveless – RÚSSIA
The Square – SUÉCIA/ALEMANHA/FRANÇA

Best Motion Picture – Animated:
The Breadwinner
Viva – A Vida é uma Festa (Coco)
Com Amor, Van Gogh (Loving Vincent)
O Poderoso Chefinho (Baby Boss)
O Touro Ferdinando (Ferdinand)

Best Original Song – Motion Picture:
“The Star” (A Estrela de Belém)
“Mighty River” (Mudbound)
“This is Me” (O Rei do Show)
“Home” (O Touro Ferdinando)
“Remember Me” (Viva – A Vida é uma Festa)

Best Original Score – Motion Picture:
Alexandre Desplat (A Forma da Água)
Hans Zimmer (Dunkirk)
Jonny Greenwood (Trama Fantasma)
John Williams (The Post: A Guerra Secreta)
Carter Burwell (Três Anúncios Para um Crime)

TELEVISÃO

Best Television Series – Drama:
Game of Thrones
The Handmaid’s Tale
Stranger Things
The Crown
This is Us

Best Television Series – Musical or Comedy:
Black-ish
Master of None
SMILF
The Marvelous Mrs. Maisel
Will & Grace

Best Performance by an Actor in a Television Series – Drama:
Bob Odenkirk (Better Call Saul)
Freddie Highmore (The Good Doctor)
Jason Bateman (Ozark)
Liev Schreiber (Ray Donovan)
Sterling K. Brown (This Is Us)

Best Performance by an Actress in a Television Series – Drama:
Caitriona Balfe (Outlander)
Claire Foy (The Crown)
Elisabeth Moss (The Handmaid’s Tale)
Katherine Langford (13 Reasons Why)
Maggie Gyllenhaal (The Deuce)

Best Performance by an Actor in a Television Series – Musical or Comedy:
Anthony Anderson (Black-ish)
Aziz Ansari (Master of None)
Eric McCormack (Will & Grace)
Kevin Bacon (I Love Dick)
William H. Macy (Shameless)

Best Performance by an Actress in a Television Series – Musical or Comedy:
Alison Brie (GLOW)
Frankie Shaw (SMILF)
Issa Rae (Insecure)
Pamela Adlon (Better Things)
Rachel Brosnahan (The Marvelous Mrs. Maisel)

Best Television Limited Series or Motion Picture Made for Television:
Big Little Lies
Fargo
Feud
The Sinner
Top of the Lake

Best Performance by an Actor in a Limited Series or Motion Picture Made for Television:
Ewan McGregor (Fargo)
Geoffrey Rush (Genius)
Jude Law (The Young Pope)
Kyle MacLachlan (Twin Peaks)
Robert De Niro (The Wizard of Lies)

Best Performance by an Actress in a Limited Series or Motion Picture Made for Television:
Jessica Biel (The Sinner)
Jessica Lange (Feud)
Nicole Kidman (Big Little Lies)
Reese Witherspoon (Big Little Lies)
Susan Sarandon (Feud)

Best Performance by an Actress in a Supporting Role in a Series, Limited Series or Motion Picture Made for Television:
Ann Dowd (The Handmaid’s Tale)
Chrissy Metz (This Is Us)
Laura Dern (Big Little Lies)
Michelle Pfeiffer (The Wizard of Lies)
Shailene Woodley (Big Little Lies)

Best Performance by an Actor in a Supporting Role in a Series, Limited Series or Motion Picture Made for Television:
Alexander Skarsgård (Big Little Lies)
Alfred Molina (Feud)
Christian Slater (Mr. Robot)
David Harbour (Stranger Things)
David Thewlis (Fargo)

***

A 75ª cerimônia do Globo de Ouro está marcada para o dia 07 de janeiro, e terá Seth Meyers como host pela primeira vez.

‘A FORMA DA ÁGUA’ lidera o CRITICS’ CHOICE AWARDS com 14 INDICAÇÕES

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Indicada para Melhor Atriz, Sally Hawkins, em cena de A Forma da Água

EM SUA 23ª EDIÇÃO, O CRITICS’ CHOICE DESTACA NOVO FILME DO MEXICANO GUILLERMO DEL TORO

OK, acabou a brincadeira: a Bolha Assassina do Critics’ Choice Awards liberou seus quinhentos indicados em suas duzentas categorias. E como se não bastassem seis indicados por categoria, agora eles fizeram uma licença poética e ampliaram para sete indicados nas categorias de Diretor, Ator e Atriz Coadjuvante. Daqui a pouco, vai ter atores do Framboesa de Ouro entre os indicados!

Podem me considerar um crítico chato, mas a cada ano que passa, estou pegando mais “bode” do Critics’ Choice Awards. Além de ser um prêmio sem personalidade nenhuma (só se preocupam em acertar os vencedores do Oscar), eles se expandem todo ano, mas se esquecem de valorizar seus próprios convidados. Ano passado, entregaram vários prêmios no tapete vermelho (pra não dizer no porão da casa), inclusive o de Roteiro (!!!), porque obviamente não havia tempo pra tanta categoria ao vivo. Acho um descaso total; se for assim “nas coxas”, melhor excluir!

E outra coisa: eles se gabam tanto de serem a melhor prévia do Oscar (posto anteriormente ocupado pelo Globo de Ouro), mas será mesmo que a bola de cristal deles está funcionado? Dos últimos 4 vencedores do prêmio de Melhor Filme, eles acertaram dois: 12 Anos de Escravidão e Spotlight, e erraram com Boyhood e La La Land. Pra mim, prévia certeira é aquela próxima de 100%… Honestamente, não entendo o crescimento de popularidade desse prêmio, tirando o fato de que daqui a pouco vai ter mais gente indicada do que não-indicada no mundo.

CRITICS’ CHOICE E SEUS NÚMEROS

Bom, vamos aos fatos desta 23ª edição. Primeiramente, A Forma da Água conseguiu 14 indicações, um número muito alto, mas explicável por se tratar de um filme tecnicamente bem feito, possibilitando reconhecimento em Direção de Arte, Fotografia e Trilha Musical, por exemplo. Dessas 14 indicações, apenas uma pertence a uma categoria inexistente no Oscar: Melhor Filme de Ficção Científica ou Terror, portanto o filme de Guillermo del Toro pode também ser o recordista de indicações do próximo Oscar.

Curiosamente, A Forma da Água abriu uma ampla vantagem de 6 indicações em relação aos filmes que ficaram em segundo lugar. Me Chame Pelo Seu Nome, Dunkirk, Lady Bird e The Post: A Guerra Secreta obtiveram oito indicações cada. Vale ressaltar que desses quatro títulos, três ganharam prêmios de Melhor Filme recentemente: O LAFCA premiou Me Chame Pelo Seu Nome, o NYFCC premiou Lady Bird e o NBR premiou The Post, ou seja, existe uma diversidade muito boa de títulos com possibilidades de vitória no Oscar.

Ainda sobre números, importante destacar a tripla indicação para o ator e roteirista paquistanês Kumail Nanjiani. Além de ter sido indicado a Melhor Ator em Comédia e Roteiro Adaptado com o filme Doentes de Amor (The Big Sick), ele foi reconhecido por sua performance cômica na série The Sillicon Valley. Embora seja o recordista individual desta edição, existe boa possibilidade de ele ser triplo perdedor.

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Zoe Kazan e Kumail Nanjiani em cena de Doentes de Amor (pic by moviepilot.de)

Outros artistas acumularam duas indicações individuais. São os casos da diretora e roteirista de Lady Bird, Greta Gerwig; do diretor e ator de Artista do Desastre, James Franco; da atriz Tiffany Hadish que compete como Atriz Coadjuvante e Atriz em Comédia por Viagem das Garotas; do diretor e roteirista de Três Anúncios Para um Crime, Martin McDonagh; e obviamente, do diretor e roteirista Guillermo del Toro.

SURPRESAS E AUSÊNCIAS

Eu sei, você deve ter pensado: “É possível ter ausências com sete indicados?”. Pois é, na reunião de condomínio da categoria de Melhor Diretor, faltou uma vaguinha para Sean Baker, que na semana passada foi reconhecido pelo NYFCC por Projeto Flórida. A verdade é que ele pode se ausentar de qualquer lista, EXCETO na seleção do Directors Guild of America (DGA), onde se separa o joio do trigo.

Com menos chances, poderia citar aqui também o nome de Dee Rees, a jovem diretora negra (ou como dizem hoje “afrodescendente”) do drama Mudbound. Não sei dizer se o fato do filme ser produção da Netflix e não ser exibido em telas de cinema enfraqueceu sua campanha, mas até então eu acreditava que este ano poderia ser o ano das mulheres na direção no Oscar. Além dela, existem chances para Greta Gerwig, Kathryn Bigelow, Angelina Jolie e Sofia Coppola. Não, não me venham com Patty Jenkins por Mulher-Maravilha

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Mary J. Blige recebe orientações da diretora Dee Rees em set de Mudbound

Nas categorias de atuação, por mais que haja seis (ou sete) vagas e as categorias de atuação de comédia e de ação, sempre vai haver algum nome faltando. Este ano, este ator excluído é Robert Pattison. Sempre passei longe desses filmes de Crepúsculo que ele estrelou, mas depois de ver sua atuação em Bom Comportamento, passei a enxergá-lo como um ator promissor. Acho que boa parte do crédito de sua evolução se deve ao diretor canadense David Cronenberg com quem trabalhou em Cosmópolis e Mapa Para as Estrelas. Estou torcendo para que ele saia na lista do Globo de Ouro. E ainda falando de Bom Comportamento, ficou faltando uma indicação para Daniel Lopatin por suas belas composições musicais que reverberam a tensão do filme todo.

Na ala feminina, dois nomes mais comentados são de Kate Winslet por Roda Gigante, e Judi Dench por Victoria e Abdul – O Confidente da Rainha. Ambas têm chances de aparecer na lista do Globo de Ouro de Atriz – Drama e Atriz – Comédia, respectivamente. Além delas, o nome mais polêmico também ficou de fora: Daniela Vega, uma atriz transsexual que atuou no filme chileno Uma Mulher Fantástica. Se o Critics’ Choice quisesse demonstrar personalidade, perdeu uma ótima oportunidade de indicá-la. Na categoria de Coadjuvante, um dos nomes mais citados até o momento, mas ausente é o de Lois Smith, pelo filme futurista Marjorie Prime, onde ela conversa e interage com o holograma de seu marido morto há quinze anos.

Já no campo das surpresas, eu destacaria a indicação de Jake Gyllenhaal por O Que te Faz Mais Forte, onde ele interpreta uma vítima dos atentados terroristas da maratona de Boston. Embora seja daqueles papéis que costumam render prêmios, seu nome mal havia sido mencionado até o momento.

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Jake Gyllenhaal em cena de O Que Te Faz Mais Forte (pic by moviepilot.de)

E Patrick Stewart concorrendo como Ator Coadjuvante por Logan. Particularmente, gosto da atuação de Stewart como um homem idoso e debilitado, mas se formos analisar sob outro ângulo, o ator já interpretou o mesmo personagem de Professor Charles Xavier mais de quatro vezes. Acho bem difícil ele seguir adiante nessa campanha…

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Patrick Stewart como Professor Charles Xavier em Logan (pic by moviepilot.de)

Já na categoria de Filme em Língua Estrangeira, temos uma surpresa e uma ausência. A primeira atende pelo nome de Thelma, um filme norueguês que envolve eventos sobrenaturais e lesbianismo. E a segunda é a ausência do russo Loveless, do diretor Andrey Zvyagintsev, que é considerado um dos favoritos para seguir no Oscar.

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À direita, Eili Harboe interpreta a perturbada Thelma no filme homônimo. Pic by outnow.ch

ENQUANTO ISSO, NO UNIVERSO DAS SÉRIES…

A série Feud: Bette and Joan da FX, sobre a treta entre as atrizes Bette Davis e Joan Crawford, foi a recordista desta edição com seis indicações. Logo em seguida, com cinco indicações, aparece Big Little Lies da HBO, que conquistou vários prêmios no último Emmy. Alguém pode, por favor, me explicar por que Jessica Lange foi indicada para Melhor Atriz e Susan Sarandon não? Até onde sei, o grande chamariz dessa série foi o embate dessas duas atrizes veteranas que interpretaram duas lendas de Hollywood, não?

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Susan Sarandon como Bette Davis e Jessica Lange como Joan Crawford em Feud: Bette and Joan (pic by time.com)

Apesar disso, foi a plataforma de streaming Netflix que conquistou maior número de indicações: 20, graças à ampla variedade de conteúdo como The Crown, Stranger Things, GLOW e até a animação BoJack Horseman. Se no universo da séries a Netflix já reina, será questão de tempo até que um filme da Netflix ganhe o Oscar. Pra isso, basta eles pararem de investir apenas em filmes com Adam Sandler…

Uma curiosidade pra quem curte: Kevin Spacey não está entre os indicados de Ator em Série Dramática por House of Cards. Pelo visto, ninguém quer se comprometer e inclui-lo depois de todas as polêmicas de abuso sexual envolvendo o nome dele. Por um lado eu entendo que ele seja excluído das festinhas, mas é preciso lembrar que outros nomes envolvidos em polêmicas já foram indicados e ganharam prêmios como Roman Polanski e Woody Allen, portanto, fica essa questão no ar de saber separar artista da pessoa, e vice-versa. É possível?

INDICADOS AO CRITICS’ CHOICE AWARDS 2018:

CINEMA

MELHOR FILME
– Doentes de Amor (The Big Sick)
– Me Chame Pelo Seu Nome (Call Me by Your Name)
– O Destino de uma Nação (Darkest Hour)
– Dunkirk (Dunkirk)
– Projeto Flórida (The Florida Project)
– Corra! (Get Out)
– Lady Bird: É Hora de Voar (Lady Bird)
– The Post: A Guerra Secreta (The Post)
– A Forma da Água (The Shape of Water)
– Três Anúncios Para um Crime (Three Billboards Outside Ebbing, Missouri)

MELHOR DIREÇÃO
– Guillermo del Toro (A Forma da Água)
– Greta Gerwig (Lady Bird)
– Martin McDonagh (Três Anúncios Para um Crime)
– Christopher Nolan (Dunkirk)
– Luca Guadagnino (Me Chame Pelo Seu Nome)
– Jordan Peele (Corra!)
– Steven Spielberg (The Post: A Guerra Secreta)

MELHOR ATOR
– Timothée Chalamet (Me Chame Pelo seu Nome)
– James Franco (Artista do Desastre)
– Jake Gyllenhaal (O Que Te Faz Mais Forte)
– Tom Hanks (The Post: A Guerra Secreta)
– Daniel Kaluuya (Corra!)
– Daniel Day-Lewis (Trama Fantasma)
– Gary Oldman (O Destino de uma Nação)

MELHOR ATRIZ
– Jessica Chastain (A Grande Jogada)
– Sally Hawkins (A Forma da Água)
– Frances McDormand (Três Anúncios Para um Crime)
– Margot Robbie (I, Tonya)
– Saoirse Ronan (Lady Bird)
– Meryl Streep (The Post: A Guerra Secreta)

MELHOR ATOR COADJUVANTE
– Willem Dafoe (Projeto Flórida)
– Armie Hammer (Me Chame Pelo seu Nome)
– Richard Jenkins (A Forma da Água)
– Sam Rockwell (Três Anúncios Para um Crime)
– Patrick Stewart (Logan)
– Michael Stuhlbarg (Me Chame Pelo seu Nome)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
– Mary J. Blige (Mudbound)
– Hong Chau (Pequena Grande Vida)
– Tiffany Haddish (Viagem das Garotas)
– Holly Hunter (Doentes de Amor)
– Allison Janney (I, Tonya)
– Laurie Metcalf (Lady Bird)
– Octavia Spencer (A Forma da Água)

MELHOR JOVEM ATOR OU ATRIZ
– Mckenna Grace (Um Laço de Amor)
– Dafne Keen (Logan)
– Brooklynn Prince (Projeto Flórida)
– Millicent Simmonds (Sem Fôlego)
– Jacob Tremblay (Extraordinário)

MELHOR ELENCO
– Dunkirk
– Lady Bird
– Mudbound
– The Post: A Guerra Secreta
– Três Anúncios Para um Crime

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
– James Ivory (Me Chame Pelo seu Nome)
– Scott Neustadter, Michael H. Weber (Artista do Desastre)
– Virgil Williams, Dee Rees (Mudbound)
– Aaron Sorkin (A Grande Jogada)
– Jack Thorne, Steve Conrad, Stephen Chbosky (Extraordinário)

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
– Emily V. Gordon, Kumail Nanjiani (Doentes de Amor)
– Jordan Peele Corra!)
– Greta Gerwig (Lady Bird)
– Liz Hannah, Josh Singer (The Post: A Guerra Secreta)
– Guillermo del Toro, Vanessa Taylor (A Forma da Água)
– Martin McDonagh (Três Anúncios Para um Crime)

MELHOR FOTOGRAFIA
– Roger Deakins (Blade Runner 2049)
– Sayombhu Mukdeeprom (Me Chame Pelo seu Nome)
– Hoyte van Hoytema (Dunkirk)
– Rachel Morrison (Mudbound)
– Dan Lausten (A Forma da Água)

MELHOR FIGURINO
– Jacqueline Durran (A Bela e a Fera)
– Renée April (Blade Runner 2049)
– Mark Bridges (Trama Fantasma)
– Luis Sequeira (A Forma da Água)
– Lindy Hemming (Mulher-Maravilha)

MELHOR MONTAGEM
– Paul Machliss, Jonathan Amos (Em Ritmo de Fuga)
– Joe Walker (Blade Runner 2049)
– Lee Smith (Dunkirk)
– Michael Kahn, Sarah Broshar (The Post: A Guerra Secreta)
– Sidney Wolinsky (A Forma da Água)

MELHOR CABELO E MAQUIAGEM
– A Bela e a Fera
– O Destino de uma Nação
– I, Tonya
– A Forma da Água
– Extraordinário

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
– Sarah Greenwood; Katie Spencer (A Bela e a Fera)
– Dennis Gassner; Alessandra Querzola (Blade Runner 2049)
– Nathan Crowley; Gary Fettis (Dunkirk)
– Jim Clay; Rebecca Alleway (Assassinato no Expresso Oriente)
– Mark Tildesley; Véronique Melery (Trama Fantasma)
– Paul Denham Austerberry; Shane Vieau, Jeff Melvin (A Forma da Água)

MELHOR TRILHA MUSICAL
– Benjamin Wallfisch, Hans Zimmer (Blade Runner 2049)
– Dario Marianelli (O Destino de uma Nação)
– Jonny Greenwood (Trama Fantasma)
– John Williams (The Post: A Guerra Secreta)
– Alexandre Desplat (A Forma da Água)

MELHOR CANÇÃO
– “Evermore” (A Bela e a Fera)
– “Mystery of Love” (Me Chame Pelo Seu Nome)
– “Remember Me” (Viva – A Vida é uma Festa)
– “Stand Up for Something” (Marshall)
– “This Is Me” (O Rei do Show)

MELHORES EFEITOS VISUAIS
– Blade Runner 2049
– Dunkirk
– A Forma da Água
– Thor: Ragnarok
– Planeta dos Macacos: A Guerra
– Mulher-Maravilha

MELHOR LONGA DE ANIMAÇÃO
– The Breadwinner
– Viva – A Vida é uma Festa (Coco)
– Meu Malvado Favorito 3 (Despicable Me 3)
– LEGO Batman: O Filme (The Lego Batman Movie)
– Com Amor, Van Gogh (Loving Vincent)

MELHOR FILME DE AÇÃO
– Em Ritmo de Fuga (Baby Driver)
– Logan (Logan)
– Thor: Ragnarok (Thor: Ragnarok)
– Planeta dos Macacos: A Guerra (War for the Planet of the Apes)
– Mulher-Maravilha (Wonder Woman)

MELHOR COMÉDIA
– Doentes de Amor (The Big Sick)
– Artista do Desastre (The Disaster Artist)
– Viagem das Garotas (Girls Trip)
– I, Tonya
– Lady Bird: É Hora de Voar (Lady Bird)

MELHOR ATOR EM COMÉDIA
– Steve Carell (A Guerra dos Sexos)
– James Franco (Artista do Desastre)
– Chris Hemsworth (Thor: Ragnarok)
– Kumail Nanjiani (Doentes de Amor)
– Adam Sandler (Os Meyerowitz: Família Não se Escolhe)

MELHOR ATRIZ EM COMÉDIA
– Tiffany Haddish (Viagem das Garotas)
– Zoe Kazan (Doentes de Amor)
– Margot Robbie (I, Tonya)
– Saoirse Ronan (Lady Bird)
– Emma Stone (A Guerra dos Sexos)

MELHOR FICÇÃO CIENTÍFICA OU TERROR
– Blade Runner 2049 (Blade Runner 2049)
– Corra! (Get Out)
– It: A Coisa (It)
– A Forma da Água (The Shape of Water)

MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
– 120 Batimentos Por Minuto (BPM (Beats Per Minute))
– Uma Mulher Fantástica (Una Mujer Fantástica)
– First They Killed My Father
– Em Pedaços (In the Fade)
– The Square
– Thelma

TELEVISÃO E STREAMING

 

Best Drama Series
– American Gods (Starz)
– The Crown (Netflix)
– Game of Thrones (HBO)
– The Handmaid’s Tale (Hulu)
– Stranger Things (Netflix)
– This Is Us (NBC)

Best Actor in a Drama Series
– Sterling K. Brown (This Is Us)
– Paul Giamatti (Billions)
– Freddie Highmore (Bates Motel)
– Ian McShane (American Gods)
– Bob Odenkirk (Better Call Saul)
– Liev Schreiber (Ray Donovan)

Best Actress in a Drama Series
– Caitriona Balfe (Outlander)
– Christine Baranski (The Good Fight)
– Claire Foy (The Crown)
– Tatiana Maslany (Orphan Black)
– Elisabeth Moss (The Handmaid’s Tale)
– Robin Wright (House of Cards)

Best Supporting Actor in a Drama Series
– Bobby Cannavale (Mr. Robot)
– Asia Kate Dillon (Billions)
– Peter Dinklage (Game of Thrones)
– David Harbour (Stranger Things)
– Delroy Lindo (The Good Fight)
– Michael McKean (Better Call Saul)

Best Supporting Actress in a Drama Series
– Gillian Anderson (American Gods)
– Emilia Clarke (Game of Thrones)
– Ann Dowd (The Handmaid’s Tale)
– Cush Jumbo (The Good Fight)
– Margo Martindale (Sneaky Pete)
– Chrissy Metz (This Is Us)

Best Comedy Series
– The Big Bang Theory (CBS)
– Black-ish (ABC)
– GLOW (Netflix)
– The Marvelous Mrs. Maisel (Amazon)
– Modern Family (ABC)
– Patriot (Amazon)

Best Actor in a Comedy Series
– Anthony Anderson (Black-ish)
– Aziz Ansari (Master of None)
– Hank Azaria (Brockmire)
– Ted Danson (The Good Place)
– Thomas Middleditch (Silicon Valley)
– Randall Park (Fresh Off the Boat)

Best Actress in a Comedy Series
– Kristen Bell (The Good Place)
– Alison Brie (GLOW)
– Rachel Brosnahan (The Marvelous Mrs. Maisel)
– Sutton Foster (Younger)
– Ellie Kemper (Unbreakable Kimmy Schmidt)
– Constance Wu (Fresh Off the Boat)

Best Supporting Actor in a Comedy Series
– Tituss Burgess (Unbreakable Kimmy Schmidt)
– Walton Goggins (Vice Principals)
– Sean Hayes (Will & Grace)
– Marc Maron (GLOW)
– Kumail Nanjiani (Silicon Valley)
– Ed O’Neill (Modern Family)

Best Supporting Actress in a Comedy Series
– Mayim Bialik (The Big Bang Theory)
– Alex Borstein (The Marvelous Mrs. Maisel)
– Betty Gilpin (GLOW)
– Jenifer Lewis (Black-ish)
– Alessandra Mastronardi (Master of None)
– Rita Moreno (One Day at a Time)

Best Limited Series
– American Vandal (Netflix)
– Big Little Lies (HBO)
– Fargo (FX)
– Feud: Bette and Joan (FX)
– Godless (Netflix)
– The Long Road Home (National Geographic)

Best Movie Made for TV
– Flint (Lifetime)
– I Am Elizabeth Smart (Lifetime)
– The Immortal Life of Henrietta Lacks (HBO)
– Sherlock: The Lying Detective (PBS)
– The Wizard of Lies (HBO)

Best Actor in a Movie Made for TV or Limited Series
– Jeff Daniels (Godless)
– Robert De Niro (The Wizard of Lies)
– Ewan McGregory (Fargo)
– Jack O’Connell (Godless)
– Evan Peters (American Horror Story: Cult)
– Bill Pullman (The Sinner)
– Jimmy Tatro (American Vandal)

Best Actress in a Movie Made for TV or Limited Series
– Jessica Biel (The Sinner)
– Alana Boden (I Am Elizabeth Smart)
– Carrie Coon (Fargo)
– Nicole Kidman (Big Little Lies)
– Jessica Lange (Feud: Bette and Joan)
– Reese Witherspoon (Big Little Lies)

Best Supporting Actor in a Movie Made for TV or Limited Series
– Johnny Flynn (Genius)
– Benito Martinez (American Crime)
– Alfred Molina (Feud: Bette and Joan)
– Alexander Skarsgård (Big Little Lies)
– David Thewlis (Fargo)
– Stanley Tucci (Feud: Bette and Joan)

Best Supporting Actress in a Movie Made for TV or Limited Series
– Judy Davis (Feud: Bette and Joan)
– Laura Dern (Big Little Lies)
– Jackie Hoffman (Feud: Bette and Joan)
– Regina King (American Crime)
– Michelle Pfeiffer (The Wizard of Lies)
– Mary Elizabeth Winstead (Fargo)

Best Talk Show
– Ellen (NBC)
– Harry (Syndicated)
– Jimmy Kimmel Live! (ABC)
– The Late Late Show with James Corden (CBS)
– The Tonight Show Starring Jimmy Fallon (NBC)
– Watch What Happens Live with Andy Cohen (Bravo)

Best Animated Series
– Archer (FX)
– Bob’s Burgers (Fox)
– BoJack Horseman (Netflix)
– Danger & Eggs (Amazon)
– Rick and Morty (Adult Swim)
– The Simpsons (Fox)

Best Unstructured Reality Series
– Born This Way (A&E)
– Ice Road Truckers (History)
– Intervention (A&E)
– Live PD (A&E)
– Ride with Norman Reedus (AMC)
– Teen Mom (MTV)

Best Structured Reality Series
– The Carbonaro Effect (truTV)
– Fixer Upper (HGTV)
– The Profit (CNBC)
– Shark Tank (ABC)
– Undercover Boss (CBS)
– Who Do You Think You Are? (TLC)

Best Reality Competition Series
– America’s Got Talent (NBC)
– Chopped (Food Network)
– Dancing with the Stars (ABC)
– Project Runway (Lifetime)
– RuPaul’s Drag Race (VH1)
– The Voice (NBC)

Best Reality Show Host
– Ted Allen (Chopped)
– Tyra Banks (America’s Got Talent)
– Tom Bergeron (Dancing With the Stars)
– Cat Deeley (So You Think You Can Dance)
– Joanna and Chip Gaines (Fixer Upper)
– RuPaul (RuPaul’s Drag Race)

***

A 23ª cerimônia do Critics’ Choice Awards acontece no dia 11 de Janeiro, numa quinta-feira. Não me perguntem por que numa quinta.

‘ME CHAME PELO SEU NOME’ é eleito MELHOR FILME segundo críticos de LOS ANGELES

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ENQUANTO DRAMA LGBT RETOMA PROTAGONISMO DA TEMPORADA, OUTROS DOIS FAVORITOS VOLTAM A MOSTRAR SINAIS DE VIDA

Após a consagração de The Post no National Board of Review, e de Lady Bird no NYFCC, o drama independente Me Chame Pelo seu Nome volta a ser protagonista no Los Angeles Film Critics Association (LAFCA), acumulando seu hype depois do Gotham Awards e da liderança nas indicações do Independent Spirit.

Embora tenha levado o prêmio principal de Filme, de Diretor para Luca Guadagnino e de Ator para Timothée Chalamet, Me Chame Pelo seu Nome teve uma grande sombra na premiação que atende pelo nome de A Forma da Água. O filme de Guillermo del Toro reaparece pela primeira vez no cenário desde que saiu com o Leão de Ouro em Veneza. A aventura fantástica conquistou os prêmios de Diretor (empate com Guadagnino), Atriz para Sally Hawkins e Fotografia, além de ser segundo lugar em Direção de Arte e Trilha Musical.

Sally Hawkins Shape of Water

Vencedora do prêmio de Melhor Atriz: Sally Hawkins em cena de A Forma da Água (pic by outnow.ch)

Além de ressuscitar A Forma da Água, o LAFCA também trouxe de volta ao palco Três Anúncios Para um Crime. Apesar de não ter ganhado nenhum prêmio, o filme de Martin McDonagh foi segundo lugar nas categorias de Atriz (Frances McDormand), Ator Coadjuvante (Sam Rockwell) e Roteiro (o próprio McDonagh). O filme, que critica a impunidade e ineficiência policial, havia levado o prêmio de roteiro em Veneza e o prestigiado People’s Choice Award do Festival de Toronto que costuma ter forte sintonia com o Oscar, mas perdeu espaço no Gotham, NBR e NYFCC. Tanto A Forma da Água quanto Três Anúncios ressurgem na hora certa, já que as indicações ao Critics’ Choice Awards e do Globo de Ouro se aproximam: dias 06 e 11, respectivamente.

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À esquerda, Woody Harrelson com Frances McDormand, que ficou em 2º lugar como Melhor Atriz por Três Anúncios Para um Crime (pic by moviepilot.de)

Se Saoirse Ronan não levou o prêmio de Atriz novamente por Lady Bird, o filme de Greta Gerwig foi representado aqui pela atriz Laurie Metcalf, que levou como Atriz Coadjuvante. A diretora recebeu a honraria especial do New Generation.

Já a nova vitória de Willem Dafoe por Projeto Flórida já o consolida como franco-favorito na categoria de Ator Coadjuvante após vencer consecutivamente o NBR, NYFCC e agora o LAFCA. Vale lembrar que o ator já foi duas vezes indicado ao Oscar: em 1987 por Platoon, e em 2001 por A Sombra do Vampiro, mas nunca levou a estatueta. Esse histórico existente com o Oscar conta bastante na hora da votação, por isso, já dá pra garanti-lo como um indicado pelo menos.

Pela categoria de Melhor Ator, acho importante ressaltar duas coisas: com mais essa vitória, Timothée Chalamet se fortalece como candidato, deixando de ser um jovem ator com poucas chances. Se ele ganhar o Globo de Ouro e/ou SAG, pode se tornar o vencedor mais jovem do Oscar de Ator. E por outro lado, onde está Gary Oldman? Até antes de começarem esses prêmios, ele era considerado o franco-favorito ao Oscar com sua interpretação da figura histórica do primeiro ministro britânico Winston Churchill em O Destino de uma Nação, mas até o momento, ninguém lembrou de seu nome ou sequer do filme de Joe Wright. Claro que ainda está cedo, mas Oldman precisa reagir se quiser um lugar ao sol.

Destaque para a vitória do humilde The Breadwinner, que bateu a franco-favorita Viva – A Vida é uma Festa, da Pixar, como Melhor Longa de Animação. Embora seja muito difícil a Pixar perder este Oscar (seu competidor faz uma bela homenagem à cultura mexicana em tempos de xenofobia do governo Trump), o reconhecimento de The Breadwinner permite que o filme também seja melhor apreciado e quem sabe, conseguir uma indicação ao Oscar.

Ao analisar os demais vencedores do LAFCA, tudo leva a crer que os filmes Blade Runner 2049 e Dunkirk devem prevalecer nas categorias técnicas do Oscar, mas com poucas chances de indicação e vitórias nas categorias principais. Embora a fotografia de Blade Runner 2049 tenha ficado em segundo lugar, como o diretor de fotografia Roger Deakins tem um histórico impressionante de 13 indicações e zero vitórias, a Academia deve finalmente premiá-lo, ao mesmo tempo em que reconhece tardiamente a fotografia do Blade Runner original, feita pelo competente Jordan Cronenweth.

Em relação ao prêmio de Trilha Musical, o colaborador assíduo de Paul Thomas Anderson, Jonny Greenwood, pode finalmente competir no Oscar por sua composição de Trama Fantasma. Sua trilha anterior feita para Sangue Negro havia sido desclassificada por supostamente conter música pré-existente na composição, que teria de ser original. Ainda sobre trilhas, os críticos de LA se esqueceram do belo trabalho de Daniel Lopatin em Bom Comportamento. Sua trilha carrega toda a tensão do filme dos irmãos Josh e Benny Safdie.

VENCEDORES DO LAFCA 2017:

MELHOR FILME: Me Chame Pelo seu Nome (Call me by your Name)
2º lugar: Projeto Flórida (The Florida Project)

MELHOR DIRETOR: Guillermo del Toro (A Forma da Água) e Luca Guadagnino (Me Chame Pelo seu Nome) – EMPATE

MELHOR ATOR: Timothée Chalamet (Me Chame Pelo seu Nome)
2º lugar: James Franco (O Artista do Desastre)

MELHOR ATRIZ: Sally Hawkins (A Forma da Água)
2º lugar: Frances McDormand (Três Anúncios Para um Crime)

MELHOR ATOR COADJUVANTE: Willem Dafoe (Projeto Flórida)
2º lugar: Sam Rockwell (Três Anúncios Para um Crime)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE: Laurie Metcalf (Lady Bird)
2º lugar: Mary J. Blige (Mudbound)

MELHOR ROTEIRO: Jordan Peele (Corra!)
2º lugar: Martin McDonagh (Três Anúncios Para um Crime)

MELHOR FOTOGRAFIA: Dan Lausten (A Forma da Água)
2º lugar: Roger Deakins (Blade Runner 2049)

MELHOR MONTAGEM: Lee Smith (Dunkirk)
2º lugar: Tatiana S. Riegel (I, Tonya)

MELHOR TRILHA MUSICAL: Jonny Greenwood (Trama Fantasma)
2º lugar: Alexandre Desplat (A Forma da Água)

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE: Dennis Gassner (Blade Runner 2049)
2º lugar: Paul D. Austerberry (A Forma da Água)

MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA: 120 Batimentos Por Minuto, de Robin Campillo (FRANÇA) e Loveless, de Andrey Zvyagintsev (RÚSSIA) – EMPATE

MELHOR LONGA DE ANIMAÇÃO: The Breadwinner, de Nora Twomey
2º lugar: Viva – A Vida é uma Festa (Coco), de Lee Unkrich e Adrian Molina

MELHOR DOCUMENTÁRIO: Faces Places, de Agnès Varda e JR
2º lugar: Jane, de Brett Morgen

PRÊMIO DOUGLAS EDWARDS PARA FILME EXPERIMENTAL: Purge This Land, de Lee Anne Schmitt

PRÊMIO NEW GENERATION: Greta Gerwig (Lady Bird)

PRÊMIO PELO CONJUNTO DA OBRA: Max von Sydow

‘LADY BIRD’ surpreende e conquista críticos de NOVA YORK

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Saoirse Ronan consola Laurie Metcalf em cena de Lady Bird, de Greta Gerwig (pic by cine.gr)

CRÍTICOS APROVAM E APOIAM CINEMA INDEPENDENTE FEMININO DE GRETA GERWIG

Na última quinta-feira, dia 30, os críticos de Nova York divulgaram sua lista de melhores do ano.  Embora o novo filme de Greta Gerwig, Lady Bird, já ser conhecido por muitos, sua vitória no New York Film Critics Circle (NYFCC) não era prevista, já que a maioria apostava em Me Chame Pelo Seu Nome, Corra! ou Projeto Flórida. Vencedor dos prêmios de Melhor Filme e Melhor Atriz para Saoirse Ronan, o filme ganha fôlego para entrar na temporada de premiações.

Apesar da pouca idade (34), a atriz Greta Gerwig já trabalhou com bons diretores em sua filmografia de 25 filmes. Só para citar alguns nomes: Woody Allen, Barry Levinson, Todd Solondz, Pablo Larraín, Mike Mills e Noah Baumbach, com quem trabalhou em três longas e também mantém relacionamento desde 2011. Por isso, para quem a acompanha, seu amadurecimento como diretora não é exatamente uma surpresa. Ela vem recebendo elogios e ganhando pontos por sua visão bastante feminina do universo retratado em Lady Bird, algo que tem sido cada vez mais exigido na indústria cinematográfica dominada por homens.

Além dessa escolha, os críticos de Nova York resolveram quebrar umas barreiras históricas. Pela primeira vez, desde 1936, o prêmio de Fotografia foi para uma mulher. A diretora de fotografia Rachel Morrison foi reconhecida por seu trabalho em Mudbound, da diretora Dee Rees, que retrata a Mississippi escravista do pós-guerra. Como se trata de uma produção da Netflix, resta saber se teremos como apreciar esta bela fotografia em tela grande.

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Fotografia de Rachel Morrison em Mudbound. Primeira mulher a vencer na categoria. Pic by cine.gr

 

Ainda no campo histórico, elegeram Timothée Chalamet (Me Chame Pelo seu Nome) como Melhor Ator, o mais novo ator a vencer com 21 anos de idade. Essa vitória nos faz pensar se sua campanha vai se tornar uma indicação ao Oscar, ou vai acabar morrendo na praia, já que a Academia não costuma indicar jovens atores na categoria de Ator que é bastante disputada.

Timothée Chalamet Call me

Timothée Chalamet se tornou o ator mais jovem a vencer em NYFCC. Pic by outnow.ch

Contudo, se formos eleger uma surpresa, esta seria o nome de Tiffany Hadish. Quem? Com um pouco de pesquisa, é possível confirmar que a atriz tem larga experiência com comédias, desde séries, talk shows e filmes, portanto ela tem bom timing cômico. Ela vem se especializando em projetos com artistas negros, incluindo este Viagem das Garotas, que atua com Queen Latifah, Jada Pinkett Smith e Regina Hall. É a primeira vez que o nome da atriz surge na temporada de premiações, e surpreende por se tratar de uma comédia (daquelas de dar risada, não de humor, gênero bastante incomum para a crítica). Se seu nome parar nas listas do Globo de Ouro e/ou SAG, sua campanha pode avançar e ela pode se tornar uma indicada incomum como Melissa McCarthy por Missão Madrinha de Casamento.

Girls Trip

À esquerda, Tiffany Hadish ao lado de Regina Hall, Queen Latifah e Jada Pinkett Smith em Viagem das Garotas (pic by outnow.ch)

Para Ator Coadjuvante, o NYFCC elegeu Willem Dafoe por Projeto Flórida. O ator já havia vencido o National Board of Review há pouco tempo. O filme também levou o prêmio de Diretor para Sean Baker.

E vale lembrar que a jovem Saoirse Ronan levou seu segundo prêmio de Atriz em três anos pelos críticos nova-iorquinos. O primeiro foi por sua bela performance em Brooklyn (2015).

As vitórias da animação Viva – A Vida é uma Festa e do filme francês 120 Batimentos por Minuto vão consolidando suas campanhas rumo ao favoritismo nas categorias de Longa de Animação e Filme em Língua Estrangeira, respectivamente. E curiosamente, o vencedor de documentário é co-dirigido pela cineasta belga Agnès Varda, que foi recentemente homenageada pela Academia com o Oscar Honorário.

Visages Villages.jpg

Agnès Varda e JR em cena do documentário Faces Places. Pic by outnow.ch

VENCEDORES DO NYFCC 2017:

MELHOR FILME
Lady Bird: É Hora de Voar (Lady Bird), de Greta Gerwig

MELHOR DIRETOR
Sean Baker (Projeto Flórida)

MELHOR ATRIZ
Saoirse Ronan (Lady Bird)

MELHOR ATOR
Timothée Chalamet (Me Chame Pelo seu Nome)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Tiffany Haddish (Viagem das Garotas)

MELHOR ATOR COADJUVANTE
Willem Dafoe (Projeto Flórida)

MELHOR ROTEIRO
Paul Thomas Anderson (Trama Fantasma)

MELHOR FOTOGRAFIA
Rachel Morrison (Mudbound)

MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
120 Batimentos Por Minuto (BPM (Beats Per Minute)), de Robin Campillo – FRANÇA

MELHOR LONGA DE ANIMAÇÃO
Viva – A Vida é uma Festa (Coco), Lee Unkrich e Adrian Molina

MELHOR FILME DE ESTRÉIA
Corra! (Get Out), de Jordan Peele

MELHOR DOCUMENTÁRIO
Faces Places (Visages, Villages), de Agnès Varda e JR

PRÊMIO ESPECIAL PELO CONJUNTO DA OBRA
Molly Haskell – por sua carreira como crítica de notável voz feminina do Village Voice e do New York Magazine.

***

A cerimônia está marcada para o dia 03 de janeiro em Nova York, e será dedicada ao crítico Richard Schickel, falecido em fevereiro.

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