ROTEIROS de ‘PARASITA’ e ‘JOJO RABBIT’ SÃO os VENCEDORES do WGA

 

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Taika Waititi e Bong Joon Ho com seus prêmios do WGA (pic by @neonrated)

FILMES GANHAM PRÊMIOS COM ASTERISCOS

Na noite deste sábado, dia 1º de fevereiro, o sindicato de roteiristas (WGA) entregou seus prêmios de Cinema e de TV.

Seguem os vencedores destacados na cor azul:

ROTEIRO ORIGINAL

  • 1917, de Sam Mendes e Krysty Wilson-Cairns
  • Fora de Série (Booksmart), de Emily Halpern, Sarah Haskins, Susanna Fogel e Katie Silberman
  • Entre Facas e Segredos (Knives Out), de Rian Johnson
  • História de um Casamento (Marriage Story), de Noah Baumbach
  • Parasita (Parasite), de Bong Joon Ho e Han Jin Won

ROTEIRO ADAPTADO

  • Um Lindo Dia na Vizinhança (A Beautiful Day in the Neighborhood), de Micah Fitzerman-Blue e Noah Harpster – inspirado no artigo “Can You Say… Hero?”, por Tom Junod
  • O Irlandês (The Irishman), de Steven Zaillian – baseado no livro “I Heard You Paint Houses”, de Charles Brandt
  • Jojo Rabbit, de Taika Waititi – baseado no livro “Caging Skies”, de Christine Leunens
  • Coringa (Joker), de Todd Phillips e Scott Silver – baseado nos personagens da DC Comics
  • Adoráveis Mulheres (Little Women), de Greta Gerwig – baseado no romance de Louisa May Alcott

ROTEIRO DE DOCUMENTÁRIO

  • Citizen K, de Alex Gibney
  • Foster, de Mark Jonathan Harris
  • The Inventor: Out for Blood in Silicon Valley, de Alex Gibney
  • Joseph Pulitzer: Voice of the People, de Robert Seidman e Oren Rudavsky
  • The Kingmaker, de Lauren Greenfield
Design sem nome

Cenas de Parasita e Jojo Rabbit, que venceram os prêmios de roteiro

A vitória de Taika Waititi dá um novo fôlego para seu Jojo Rabbit, já que bateu três dos seus quatro concorrentes ao Oscar, faltando apenas Anthony McCarten de Dois Papas. Vencedor do prêmio do público no último Festival de Toronto, a sátira do Nazismo também levou os prêmios dos sindicatos de Montagem (Comédia ou Musical) e Figurino (de Época). Com essa campanha vitoriosa, é provável que Jojo Rabbit saia do Oscar com pelo menos uma estatueta… mas qual?

Até antes desta premiação, Greta Gerwig era a favorita por sua adaptação de Adoráveis Mulheres, mas Taika Waititi pode se tornar uma ameaça com o WGA vencido. Lembrando que a votação do Oscar se encerra apenas no dia 04 de Fevereiro (terça-feira), o que permite mudanças de escolhas de última hora.

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Cena de Adoráveis Mulheres, de Greta Gerwig (pic by IMDb)

Já na categoria de Roteiro Original, embora a premiação de Bong Joon Ho e Han Jin Won por Parasita ajude a manter o filme na mente dos votantes, é preciso se ater ao fato de que Quentin Tarantino não concorria com Era Uma Vez em… Hollywood, já que ele não é membro do sindicato. E mais importante: Tarantino já ganhou o Oscar (por Django Livre) mesmo nem concorrendo ao WGA. Será que a história de 2013 vai se repetir aqui? E se for o caso, Bong Joon Ho vai levar apenas o Oscar de Melhor Filme Internacional? Porque o DGA praticamente sacramentou a vitória de Sam Mendes como Melhor Diretor…

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Cena de Era Uma Vez em… Hollywood (pic by IMDb)

Em seu discurso de agradecimento, o diretor e roteirista sul-coreano disse: “Vocês entenderam a estrutura e nossa história e as nuances de nossos diálogos. É surpreendente!”, e depois fechou com uma declaração anti-Trump: “Algumas pessoas constroem barreiras mais altas. Nós, escritores, nós amamos destrui-las.”

A categoria de Documentário acaba não interferindo na corrida pelo Oscar, pois nenhum dos indicados aqui estão na lista final da Academia. Mas vale lembrar que o vencedor Alex Gibney, já venceu o Oscar por Táxi Para a Escuridão em 2008.

Pra quem ficou curioso, segue a tabela dos últimos dez anos comparando o WGA e o Oscar:

ANO WGA ORIGINAL OSCAR ORIGINAL WGA ADAPTADO OSCAR ADAPTADO
2019 Oitava Série Green Book Poderia Me Perdoar? Infiltrado na Klan
2018 Corra! Corra! Me Chame Pelo seu Nome Me Chame Pelo seu Nome
2017 Moonlight Manchester à Beira-Mar A Chegada Moonlight
2016 Spotlight Spotlight A Grande Aposta A Grande Aposta
2015 O Grande Hotel Budapeste Birdman O Jogo da Imitação O Jogo da Imitação
2014 Ela Ela Capitão Phillips 12 Anos de Escravidão
2013 A Hora Mais Escura Django Livre Argo Argo
2012 Meia-Noite em Paris Meia-Noite em Paris Os Descendentes Os Descendentes
2011 A Origem O Discurso do Rei A Rede Social A Rede Social
2010 Guerra ao Terror Guerra ao Terror Amor Sem Escalas Preciosa

Normalmente, o WGA acerta pelo menos um dos vencedores do Oscar de Roteiro, mas por exemplo, no ano passado, tivemos duas divergências, algo que foi raro nos anos anteriores.

No final das contas, o resultado do WGA não ajuda em nada nas previsões, pois Era Uma Vez em… Hollywood não estava concorrendo, e na categoria de Roteiro Adaptado, é provável que muitos votantes (especialmente as mulheres) optem por Greta Gerwig como forma de protesto pela ausência de mulheres na categoria de Direção.

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Cena da série Succession, da HBO (pic by IMDb)

Confira os vencedores das categorias de TV:

TELEVISION

Drama series
“Succession” (HBO)

Comedy series
“Barry,” written by Alec Berg, Duffy Boudreau, Bill Hader, Emily Heller, Jason Kim, Taofik Kolade, Elizabeth Sarnoff (HBO)

New Series
“Watchmen” (HBO)

Long Form Original
“Chernobyl,” written by Craig Mazin (HBO)

Long Form Adapted
“Fosse/Verdon” (FX)

Short Form New Media
“Special,” written by Ryan O’Connell (Netflix)

Animation
“Thanksgiving of Horror” (“The Simpsons”) (FOX)

Episodic Drama
“Tern Haven” (“Succession”), written by Will Tracy (HBO)

Episodic Comedy
“Pilot” (“Dead to Me”), written by Liz Feldman (Netflix)

Comedy/Variety Talk Series
“Last Week Tonight with John Oliver” (HBO)

Comedy/Variety Sketch Series
“Full Frontal with Samantha Bee Presents: Not the White House Correspondents’ Dinner Part 2” (TBS)

Comedy/Variety Specials
“I Think You Should Leave with Tim Robinson” (Netflix)

Daytime
“The Young and the Restless,” written by Amanda L. Beall, Jeff Beldner, Sara Bibel, Matt Clifford, Annie Compton, Christopher Dunn, Sara Endsley, Janice Ferri Esser, Mellinda Hensley, LynnMartin, Anne Schoettle, Natalie Minardi Slater, Teresa Zimmerman (CBS) WINNER

Documentary Script — Other than Current Events
“Right to Fail” (Frontline), written by Tom Jennings (PBS)

Documentary Script — Current Events
“Trump’s Trade War” (Frontline), written by Rick Young (PBS)

News Script — Analysis, Feature or Commentary
“Fly Like An Eagle” (60 Minutes), written by Katie Kerbstat Jacobson, Scott Pelley, Nicole Young (CBS)

News Script — Regularly Scheduled, Bulletin or Breaking Report
“Terror in America: The Massacres in El Paso and Dayton” (Special Edition of the CBS Evening News with Norah O’Donnell), written by Jerry Cipriano, Joe Clines, Bob Meyer (CBS)

Quiz and Audience Participation
“Are You Smarter Than a 5th Grader?,” head writer Bret Calvert, writers Seth Harrington, Rosemarie DiSalvo (Nickelodeon)

Children’s Episodic, Longform and Specials
“Remember Black Elvis?” (Family Reunion), written by Howard Jordan, Jr. (Netflix)


A 92ª cerimônia do Oscar acontece no dia 09 de Fevereiro. Não esqueça de participar de nosso Bolão do Oscar.

‘DOMANDO O DESTINO’ rouba a cena no GOTHAM AWARDS

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Brady Jandreau em cena do vencedor do Gotham Domando o Destino (pic by The Hollywood Reporter)

LANÇADO EM 2017, ‘DOMANDO O DESTINO’ CONTINUA CONQUISTANDO PRÊMIOS

Com três produções com chances no Oscar no páreo de Melhor Filme no Gotham, premiação do cinema independente, foi o humilde Domando o Destino (The Rider) que acabou conquistando o maior prêmio da noite.

Dirigido pela chinesa Chloé Zhao, o filme acompanha a recuperação do peão de rodeio Brady após um acidente com seu cavalo. Baseado na vida do peão Brady Jandreau, Domando o Destino foi uma forma ficcional da diretora recontar sua história. Curiosamente, o filme concorreu ao Independent Spirit Awards de 2017, mas volta agora à temporada de premiações pelo Gotham.

Em sua 34ª edição, o Gotham Awards elevou seu grau de importância no cenário quando coincidiu seus vencedores com os do Oscar de Melhor Filme em 3 oportunidades consecutivas com Moonlight, Spotlight e Birdman. Ano passado, o Gotham elegeu Me Chame Pelo seu Nome, mas deu A Forma da Água no Oscar.

Pelas categorias de atuação, o Gotham conquistou acertos bem esporádicos como Julianne Moore (Para Sempre Alice) e Casey Affleck (Manchester à Beira-Mar). Assim sendo, os vencedores deste ano: Ethan Hawke (First Reformed) e Toni Collette (Hereditário) podem não ter grandes chances no Oscar, mas certamente são vitórias merecidas que precisam ser celebradas.

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Ethan Hawke aceita prêmio de Ator por First Reformed (pic by IMDb)

Excetuando o prêmio de Melhor Filme, o grande vencedor da edição foi o drama adolescente Oitava Série, que ganhou dois prêmios: de Atuação Revelação para Elsie Fisher, e de Direção Revelação para o jovem Bo Burnham. Trata-se de um retrato bem fresco dessa nova geração de jovens e como eles lidam com interação social e familiar com o suporte da tecnologia.

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O diretor estreante Bo Burnham de Oitava Série discursa no palco do Gotham (pic by IMDb)

Apesar da categoria de Atuação Revelação ser unissex, este ano foi composta apenas por mulheres: além de Fisher, estavam indicadas a mexicana Yalitza Aparicio de Roma, Helena Howard de A Madeline de Madeline, KiKi Layne de Se a Rua Beale Falasse e Thomasin McKenzie de Não Deixe Rastros, atestando uma força feminina nos filmes.

Vale destacar os dois prêmios também para o drama existencial First Reformed, que além de levar o prêmio de Ator para Ethan Hawke, conquistou o de Roteiro para o veterano Paul Schrader. Também indicado ao Independent Spirit, Schrader está caminhando bem para sua possível primeira indicação ao Oscar. Seria uma ótima oportunidade de reconhecer o roteirista de Taxi Driver (1976) e Touro Indomável (1980).

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Diretor e roteirista Paul Schrader aceita o prêmio de Roteiro por First Reformed (pic by Arizona Daily Star)

Confira os vencedores do 34º Gotham Awards assinalados na cor laranja:

MELHOR FILME
First Reformed
A Favorita (The Favorite)
Madeline de Madeline (Madeline’s Madeline)
If Beale Street Could Talk
Domando o Destino (The Rider)

MELHOR DOCUMENTÁRIO
Bisbee ‘17
Hale County This Morning, This Evening
Minding the Gap
Shirkers
Won’t You Be My Neighbor?

PRÊMIO BINGHAM RAY PARA DIRETOR ESTREANTE
Bo Burnham (Oitava Série)
Ari Aster (Hereditário)
Boots Riley (Sorry to Bother You)
Crystal Moselle (Skate Kitchen)
Jennifer Fox (O Conto)

MELHOR ROTEIRO
Deborah Davis, Tony McNamara (A Favorita)
Cory Finley (Thoroughbreds)
Paul Schrader (First Reformed)
Tamara Jenkins (Mais uma Chance)
Andrew Bujalski (Support the Girls)

MELHOR ATOR
Adam Driver (Infiltrado na Klan)
Ben Foster (Não Deixe Rastros)
Richard E. Grant (Poderia me Perdoar?)
Ethan Hawke (First Reformed)
Lakeith Stanfield (Sorry to Bother You)

MELHOR ATRIZ
Glenn Close (A Esposa)
Toni Collette (Hereditário)
Kathryn Hahn (Mais uma Chance)
Regina Hall (Support the Girls)
Michelle Pfeiffer (Where is Kyra?)

ATOR OU ATRIZ REVELAÇÃO
Thomasin McKenzie (Não Deixe Rastros)
Helena Howard (A Madeline de Madeline)
Kiki Layne (If Beale Street Could Talk)
Elsie Fisher (Oitava Série)
Yalitza Aparicio (Roma)

SÉRIE REVELAÇÃO – EPISÓDIOS LONGOS
Alias Grace
Big Mouth
The End of the F***ing World
Killing Eve
Pose
Sharp Objects

SÉRIE REVELAÇÃO – EPISÓDIOS CURTOS
195 Lewis
Cleaner Daze
Distance
The F Word
She’s the Ticket

PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI PARA PERFORMANCE DE ELENCO
Olivia Colman, Emma Stone, Rachel Weisz (A Favorita)

‘LA LA LAND’ leva 5 prêmios do BAFTA, mas perde 6

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Equipe do musical La La Land, da esquerda para a direita: Tom Cross, Linus Sandgren, Fred Berger, Emma Stone, Justin Hurwitz, Jordan Horowitz, Damien Chazelle e Marc Platt.

ACADEMIA BRITÂNICA BUSCOU SER MAIS GENEROSA COM OUTROS FILMES

Sim, o título está correto. As derrotas do musical La La Land no BAFTA parecem ter causado mais impacto do que suas vitórias em si. Depois de uma temporada repleta de prêmios e com quebra de recordes como os auges no Globo de Ouro, no qual se tornou o primeiro vencedor de sete prêmios, e no próprio Oscar, onde igualou o número recordista de 14 indicações, as expectativas foram às nuvens, e as derrotas aqui podem significar um: “Ei! Temos outras produções muito boas que também merecem reconhecimento”.

Além de La La Land, apenas Lion: Uma Jornada Para Casa e Manchester à Beira-Mar conseguiram vencer em mais de uma categoria. Enquanto o primeiro levou Ator Coadjuvante e Roteiro Adaptado, o segundo conquistou Ator e Roteiro Original. Contando todas as categorias, a Academia Britânica premiou 14 produções diferentes. Com um BAFTA cada vez servindo mais de parâmetro para o Oscar, fica a pergunta: Eles vão distribuir as estatuetas como os britânicos ou vão concentrar praticamente tudo em La La Land para possivelmente quebrar o recorde de 11 Oscars vencidos por Ben-Hur, Titanic e O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei?

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Dev Patel posa com seu BAFTA de Ator Coadjuvante por Lion: Uma Jornada Para Casa (pic by digitalspy.com)

Particularmente, não defendo uma vitória tão elástica para o musical de Damien Chazelle, até mesmo porque o número de Oscars conquistados não significa que o filme é necessariamente melhor do que os outros. Claro que La La Land tem seus méritos e merece levar o Oscar de Melhor Filme, mas realmente temos uma boa safra de produções de 2016 que igualmente merecem reconhecimento da Academia americana, mas que são pouco citados em inúmeras matérias da imprensa.

Embora tenha gostado muito do franco-favorito, não ficaria nem um pouco chateado se o Oscar premiasse o western moderno A Qualquer Custo, por exemplo. No mínimo, concederia o Oscar de Roteiro Original (embora considere o roteiro de Kenneth Lonergan – de Manchester à Beira-Mar – mais denso, acredito que o de Taylor Sheridan tenha mais cara de filme). Também destaco a ficção científica A Chegada (que aqui acabou levando apenas o prêmio de Som), Animais Noturnos e Elle. São filmes que se destacaram de 2016, mas que foram pouco reconhecidos.

Acredito que o Oscar pode trilhar um caminho diferente do BAFTA, mas no lugar da generosidade distribuída, estaria a necessidade de calar os críticos da polêmica racial do #OscarSoWhite. Por exemplo, o drama Moonlight, que apesar de ter sido indicado a vários prêmios, pouco se destacou na temporada. Quando teve a chance de decolar, perdeu o SAG de Elenco para Estrelas Além do Tempo. Pode ser que Academia resolva proporcionar essa consagração tardia.

Mas voltando ao BAFTA, como era esperado, La La Land venceu as categorias principais de Filme, Diretor e Atriz (Emma Stone), mas nas categorias mais “técnicas”, levou apenas Fotografia e Trilha Musical, o que significa que existe, sim, competição em muitas das categorias. Até o Último Homem levou Montagem, Jackie levou Figurino, Animais Fantásticos e Onde Habitam levou Direção de Arte e o já citado A Chegada levou Som.

Ainda sobre categorias “abertas”, a disputa por Melhor Ator não está completamente fechada. Embora Casey Affleck esteja bem à frente, vale lembrar duas coisas: Denzel Washington ganhou o SAG, e ele não estava sequer indicado aqui no BAFTA, ou seja, Affleck não bateu Denzel.

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Casey Affleck vence como Ator por Manchester à Beira-Mar (pic by livemint.com)

E na categoria de Ator Coadjuvante, muito se fala de Mahershala Ali pra cá e pra lá, mas a bem da verdade é que ele ganhou apenas o Critics’ Choice e o SAG. E curiosamente, um dos maiores vencedores Aaron Taylor-Johnson ficou de fora do Oscar e também perdeu para Dev Patel no BAFTA. Resumindo, a categoria está uma baguncinha.

Na categoria de Filme Estrangeiro, mesmo com Elle fora da disputa e com o vencedor do Oscar do ano passado, O Filho de Saul, vencendo o BAFTA (tornou-se elegível apenas nesta edição devido à data de lançamento no Reino Unido), o alemão Toni Erdmann continua com as melhores chances no Oscar. Mas enfim, quando não tem filme de Holocausto, a Academia pode surpreender e premiar algum inesperado como Um Homem Chamado Ove, que também concorre em Melhor Maquiagem.

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O filme húngaro O Filho de Saul bate o favorito deste ano Toni Erdmann (pic by Hungary Today)

VENCEDORES DO 70º BAFTA AWARDS:

FILME
La La Land: Cantando Estações
Produtores: Fred Berger, Jordan Horowitz, Marc Platt

DIRETOR
Damien Chazelle (La La Land)

ATOR
Casey Affleck (Manchester à Beira-Mar)

ATRIZ
Emma Stone (La La Land)

ATOR COADJUVANTE
Dev Patel(Lion)

ATRIZ COADJUVANTE
Viola Davis (Um Limite Entre Nós)

ROTEIRO ORIGINAL
Kenneth Lonergan (Manchester à Beira-Mar)

ROTEIRO ADAPTADO
Luke Davies (Lion)

FOTOGRAFIA
Linus Sandgren (La La Land)

MONTAGEM
John Gilbert (Até o Último Homem)

DIREÇÃO DE ARTE
Stuart Craig, Anna Pinnock (Animais Fantásticos e Onde Habitam)

FIGURINO
Madeline Fontaine (Jackie)

MAQUIAGEM E CABELO
J. Roy Helland, Daniel Phillips (Florence: Quem é Essa Mulher?)

TRILHA MUSICAL ORIGINAL
Justin Hurwitz (La La Land)

SOM
Sylvain Bellemare, Claude La Haye, Bernard Gariépy Strobl (A Chegada)

EFEITOS VISUAIS
Mogli: O Menino Lobo

FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
O Filho de Saul, de Lászlò Nemes

DOCUMENTÁRIO
A 13ª Emenda, de Ava DuVernay

LONGA DE ANIMAÇÃO
Kubo e as Cordas Mágicas

FILME BRITÂNICO
Eu, Daniel Blake, de Ken Loach

DIRETOR, ROTEIRISTA OU PRODUTOR BRITÂNICO ESTREANTE
Babak Anvari (Roteirista/Diretor), Emily Leo, Oliver Roskill, Lucan Toh (Produtores) de Sob a Sombra

CURTA DE ANIMAÇÃO BRITÂNICO
A Love Story

CURTA-METRAGEM BRITÂNICO
Home

CONTRIBUIÇÃO BRITÂNICA PARA CINEMA (PREVIAMENTE ANUNCIADO)
Curzon

EE RISING STAR AWARD (VOTADO PELO PÚBLICO)
Tom Holland

BAFTA FELLOWSHIP (PREVIAMENTE ANUNCIADO)
Mel Brooks

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O ator Tom Holland vence o EE Rising Star para talentos em ascensão (pic by Yahoo Movies UK)

***

A cerimônia da 89ª edição do Oscar acontece no dia 26 de fevereiro.

ONDE E QUANDO ACOMPANHAR OS INDICADOS AO OSCAR 2017

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Todos os 9 indicados a Melhor Filme: A Chegada, Cercas, Até o Último Homem, A Qualquer Custo, Estrelas Além do Tempo, La La Land, Lion, Manchester à Beira-Mar e Moonlight (pic by goldderby.com)

PRODUÇÕES INDICADAS AINDA SÃO DESTRATADAS PELAS DISTRIBUIDORAS BRASILEIRAS

Se os únicos filmes que você assistiu até agora foram Rogue One: Uma História Star Wars e Esquadrão Suicida, não se desespere! Você já derrubou 3 indicações! E ainda temos um mês pela frente até o Oscar, que tem data marcada para o dia 26 de fevereiro. Com um pouco de empenho, dá pra conferir pelo menos os filmes mais badalados como o musical La La Land, que equivaleu o recorde com A Malvada (1950) e Titanic (1997) com 14 indicações, e A Chegada, ficção científica moderna que conquistou 8 indicações.

Claro que algumas categorias como Documentário e Filme em Língua Estrangeira são mais difíceis de acompanhar todos os filmes, mas por exemplo, temos o ótimo documentário de Ava DuVernay, A 13ª Emenda, disponível no Netflix, ou seja, nem precisa sair de casa pra conferir.

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À direita, a diretora Ava DuVernay em still do documentário A 13ª Emenda que faz um giro pela história americana para analisar o sistema penitenciário (pic by critic.de)

Obviamente, eu poderia dizer pra todos simplesmente baixarem os torrents de todos os filmes na internet, mas legalmente, não posso recomendar isso. Mas o principal motivo que não recomendo é porque a maioria dos lançamentos não tem arquivos de ótima qualidade (risos). E alguns como La La Land merecem ser vistos numa sala de cinema, mesmo que o ingresso esteja carinho e ainda haja alguns retardados que teimam em conversar e atender o celular durante a sessão. Também tenho pavor de casaizinhos em início de relacionamento, em que o namorado quer impressionar a moça comentando o filme todo, e ela não tem coragem de mandar ele calar a boca!

Enfim, distribuidoras e empresas de cinema, estou fazendo um serviço de utilidade pública e dando um empurrãozinho aqui pra que haja mais espectadores em suas salas. Por favor, vamos colaborar e colocar esses filmes em cartaz o quanto antes! Particularmente, recomendo as salas do Espaço Itaú de Cinema, localizadas nos shoppings Bourbon Pompéia e Frei Caneca, e na rua Augusta, por apresentarem diversidade e qualidade na programação (os indicados ao Oscar devem preencher as salas), e também vale ressaltar que o público costuma ser um pouco melhor (um pouco), porque apesar de muitos serem da terceira idade, alguns ainda acham que estão vendo o filme na sala da casa deles.

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Corredor das salas do Espaço Itaú de Cinema do Shopping Bourbon Pompéia (pic by apontador.com)

Sim, existem muitas produções que sequer ganharam data de lançamento, mas as indicações, como sempre, ajudam a adiantar todo o processo. São os casos dos dramas Cercas e Loving, que concorrem em categorias principais de atuação. Já outros como o australiano Tanna (concorre como Filme em Língua Estrangeira) e o documentário Jim: The James Foley Story (concorre como Canção Original), não devem estimular as distribuidoras a se mexerem. Para esses filmes esquecidos, ou você espera por lançamentos de DVD ou Blu-ray importados, ou se vira de outras formas, se é que você me entende.

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Joel Edgerton com a indicada ao Oscar Ruth Negga em cena de Loving, ainda sem data de estréia (pic by moviepilot.de)

Só gostaria de fazer um adendo que me esqueci no post sobre as indicações: Meryl Streep fez novamente história ao ser indicada pela 20ª vez. É a atriz mais indicada da história da Academia, e acho quase impossível alguém bater essa marca um dia. Não querendo desmerecer a performance da sra. Streep, mas admito que esta indicação soou meio preguiçosa. Para quem viu Florence Foster Jenkins (prefiro não botar o título horroso brasileiro), sabe que aquela atuação dela foi meio automática, talvez sem muito esforço das habilidades de interpretação.

DISPONÍVEIS EM BLU-RAY/DVD/ON DEMAND

Ave, César! (Hail, Caesar!)
1 indicação: Direção de Arte.

Esquadrão Suicida (Suicide Squad)
1 indicação: Maquiagem.

Florence: Quem é Essa Mulher? (Florence Foster Jenkins)
2 indicações: Atriz (Meryl Streep) e Figurino.

Fogo no Mar (Fuocoammare)
1 indicação: Documentário

Mogli: O Menino Lobo (The Jungle Book)
1 indicação: Efeitos Visuais.

Star Trek: Sem Fronteiras (Star Trek Beyond)
1 indicação: Maquiagem.

Trolls (Trolls)
1 indicação: Canção Original (“Can’t Stop the Feeling”)

Zootopia (Zootopia)
1 indicação: Animação

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Cena da animação da Disney, Zootopia (pic by moviepilot.de)

DISPONÍVEL NO NETFLIX

A 13ª Emenda (The 13th)
1 indicação: Documentário

FILMES EM CARTAZ NOS CINEMAS – com base na programação de São Paulo

Animais Fantásticos e Onde Habitam (Fantastic Beasts and Where to Find Them)
2 indicações: Direção de Arte e Figurino.

Animais Noturnos (Nocturnal Animals)
1 indicação: Ator Coadjuvante (Michael Shannon)

O Apartamento (Forushande)
1 indicação: Filme em Língua Estrangeira.

Até o Último Homem (Hacksaw Ridge)
6 indicações: Filme, Diretor (Mel Gibson), Ator (Andrew Garfield), Montagem, Som e Efeitos Sonoros.

Capitão Fantástico (Captain Fantastic)
1 indicação: Ator (Viggo Mortensen)

A Chegada (Arrival)
8 indicações: Filme, Diretor (Denis Villeneuve), Roteiro Adaptado, Fotografia, Montagem, Direção de Arte, Som e Efeitos Sonoros.

Doutor Estranho (Doctor Strange)
1 indicação: Efeitos Visuais.

Elle (Elle)
1 indicação: Atriz (Isabelle Huppert)

La La Land: Cantando Estações (La La Land)
14 indicações: Filme, Diretor (Damien Chazelle), Ator (Ryan Gosling), Atriz (Emma Stone), Roteiro Original, Fotografia, Montagem, Direção de Arte, Figurino, Trilha Musical Original, Canção Original (“Audition (The Fools Who Dream)”), Canção Original (“City of Stars”), Som e Efeitos Sonoros.

Manchester à Beira-Mar (Manchester by the Sea)
6 indicações: Filme, Diretor (Kenneth Lonergan), Ator (Casey Affleck), Ator Coadjuvante (Lucas Hedges), Atriz Coadjuvante (Michelle Williams) e Roteiro Original.

Moana: Um Mar de Aventuras (Moana)
2 indicações: Canção Original (“How Far I’ll Go”) e Animação.

Passageiros (Passengers)
2 indicações: Direção de Arte e Trilha Musical Original.

Rogue One: Uma História Star Wars (Rogue One: A Star Wars Story)
2 indicações: Som e Efeitos Visuais.

Sully: O Herói do Rio Hudson (Sully)
1 indicação: Efeitos Sonoros.

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Felicity Jones e Diego Luna em cena de Rogue One: Uma História Star Wars (pic by moviepilot.de)

PREVISÃO DE ESTRÉIA – Datas previstas para São Paulo, que podem sofrer alterações de acordo com as distribuidoras

02/02: A Qualquer Custo (Hell or High Water)
4 indicações: Filme, Ator Coadjuvante (Jeff Bridges), Roteiro Original e Montagem.

02/02: Estrelas Além do Tempo (Hidden Figures)
3 indicações: Filme, Atriz Coadjuvante (Octavia Spencer) e Roteiro Adaptado.

02/02: Jackie (Jackie)
3 indicações: Atriz (Natalie Portman), Figurino e Trilha Musical Original.

02/02: Minha Vida de Abobrinha (Ma Vie de Courgette)
1 indicação: Animação.

09/02: Silêncio (Silence)
1 indicação: Fotografia.

16/02: Lion: Uma Jornada Para Casa (Lion)
6 indicações: Filme, Ator Coadjuvante (Dev Patel), Atriz Coadjuvante (Nicole Kidman), Roteiro Adaptado, Fotografia e Trilha Musical Original.

16/02: 13 Horas: Os Soldados Secretos do Benghazi (13 Hours)
1 indicação: Som.

23/02: Moonlight: Sob a Luz do Luar
8 indicações: Filme, Diretor (Barry Jenkins), Ator Coadjuvante (Mahershala Ali), Atriz Coadjuvante (Naomie Harris), Roteiro Adaptado, Fotografia, Montagem e Trilha Musical Original.

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Dev Patel em cena de Lion: Uma Jornada Para Casa (pic by moviepilot.de)

FORA DE CARTAZ E AGUARDANDO LANÇAMENTO EM BLU-RAY/DVD

Horizonte Profundo: Desastre no Golfo (Deepwater Horizon)
2 indicações: Efeitos Visuais e Efeitos Sonoros.

Kubo e as Cordas Mágicas (Kubo ans the Two Strings)
2 indicações: Efeitos Visuais e Animação.

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Kurt Russell e Mark Wahlberg em cena de Horizonte Profundo, que conquistou as indicações de Efeitos Visuais e Sonoros (pic by moviepilot.de)

SEM PREVISÃO DE ESTRÉIA (*cof! cof!* Mas pra isso existe a internet…)

Aliados (Allied)
1 indicação: Figurino.

Cercas (Fences)
4 indicações: Filme, Ator (Denzel Washington), Atriz Coadjuvante (Viola Davis) e Roteiro Adaptado.

Um Homem Chamado Ove (En man som heter Ove)
2 indicações: Maquiagem e Filme em Língua Estrangeira.

I Am Not Your Negro
1 indicação: Documentário

Jim: The James Foley Story
1 indicação: Canção Original (“The Empty Chair”)

O Lagosta (The Lobster)
1 indicação: Roteiro Original.

Life, Animated
1 indicação: Documentário.

Loving
1 indicação: Atriz (Ruth Negga)

O.J.: Made in America
1 indicação: Documentário

Tanna
1 indicação: Filme em Língua Estrangeira.

A Tartaruga Vermelha (Le Tortue Rouge)
1 indicação: Animação.

Terra de Minas (Under Sandet)
1 indicação: Filme em Língua Estrangeira.

Toni Erdmann
1 indicação: Filme em Língua Estrangeira.

20th Century Women
1 indicação: Roteiro Original.

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Rachel Weisz e Colin Farrell formam casal no futurista O Lagosta (pic by moviepilot.de)

***

A cerimônia da 89ª edição do Oscar será no dia 26 de fevereiro, e transmitida pelo canal pago TNT. Fiquem atentos pra quem costuma acompanhar pela Globo, porque a emissora deve priorizar o Carnaval.

‘LA LA LAND’ lidera as indicações ao OSCAR 2017 com 14 indicações!

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Emma Stone e Ryan Gosling em cena de La La Land: ambos fora indicados ao Oscar (pic by moviepilot.de)

MUSICAL IGUALA RECORDE DE A MALVADA (1950) E TITANIC (1997)

OSCAR EM NÚMEROS

Vamos começar com o recordista La La Land, que conquistou 14 indicações ao Oscar: um recorde equivalente ao de A Malvada e Titanic. Já me adiantando um pouco, caso o musical de Damien Chazelle leve a partir de 12 estatuetas na cerimônia no dia 26 de fevereiro, será o grande recordista de vitórias no Oscar, ultrapassando os 11 Oscars de Ben-Hur, Titanic e O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei. E embora Damien Chazelle não seja o mais jovem diretor indicado aos 32 anos (John Singleton tinha 23 quando foi indicado por Os Donos da Rua em 1991), se ganhar, ele se tornará o mais jovem diretor a conquistar a estatueta da categoria.

Bem lá atrás, empatados em segundo lugar com oito indicações cada vêm o drama Moonlight e a ficção científica A Chegada. Seguindo o script do BAFTA, o filme de alienígenas de Denis Villenueve tem se tornado um dos grandes competidores deste ano, conquistando inclusive sua primeira indicação de Diretor. Mas um dos grandes pilares da campanha, a atriz Amy Adams, não foi lembrada na categoria de Atriz.

Em seguida, compartilhando o terceiro lugar com seis indicações, estão Até o Último Homem, Lion e Manchester à Beira-Mar. Super importante ressaltar que Manchester foi produzido pela Amazon Studios também, o que o torna o pioneiro em serviço de streaming a receber uma indicação a Melhor Filme no Oscar.

Outro fato importante é que temos atores negros em todas as quatro categorias de atuação.  São sete atores negros entre vinte indicados: Ruth Negga, Denzel Washington, Viola Davis, Naomie Harris, Octavia Spencer, Mahershala Ali e Dev Patel, se o considerarmos como não-branco. Claro que houve um belo empurrãozinho da polêmica do ano passado do #OscarSoWhite, quando não houve nenhum ator negro pelo segundo ano consecutivo, mas todos os atores, sem exceção, estiveram presentes na temporada de premiação, ou seja, a Academia não trouxe nomes assim do nada.

Claro que essa polêmica racial ainda vai ser amplamente discutida ao longo desse próximo mês. Muitos inclusive já estão comentando da possível vitória de Moonlight sobre o franco-favorito La La Land como uma forma de resposta aos críticos da Academia pelo fato da diversidade. Já vi os dois filmes, e ambos são bons. Particularmente prefiro o musical por dialogar mais sobre sonhos de artista. Mas, de qualquer forma, eu espero sinceramente que não haja esse tipo de competição no quesito sócio-racial, mas apenas de Arte.

ANÚNCIO DAS INDICAÇÕES

Este ano, a Academia resolveu fazer nova alteração no anúncio dos indicados. Ao contrário dos anos anteriores, pela primeira vez, não houve transmissão num local físico. Via satélite pelos sites oscar.com e oscar.org, e pelo canal televisivo ABC (detentora dos direitos de transmissão da cerimônia do Oscar) pelo programa matinal Good Morning America, o anúncio foi misturado a um clipe de artistas previamente indicados ao Oscar com uma voz meio morna lendo os nomes indicados. À princípio, achei estranha essa combinação de clipe pré-gravado. Perdeu aquele frescor de anúncio ao vivo no palco.

Acredito que essa mudança tenha sido realizada para eliminar qualquer tipo de “ruído externo”, ou seja, torcida e ‘bafafás’ de jornalistas presentes durante o anúncio. No ano passado, por exemplo, eles urraram com o anúncio de Sylvester Stallone como Ator Coadjuvante, enquanto ficaram em silêncio absoluto com outros nomes como Matt Damon na categoria de Ator. Essa ausência de platéia elimina possíveis desconfortos para alguns indicados que não ganhariam uma única salva de palmas ou gritinhos.

No início, achei uma medida exagerada, mas depois me colocando no lugar do indicado, seria chato se depois de seu nome ser anunciado, o povo que tá gritando simplesmente ficasse calado! E fica uma coisa mais imparcial e profissional da Academia, e não um resultado de um paredão do Big Brother.

Para esta 89ª edição, a presidente Cheryl Boone Isaacs convocou uma gama diferente de apresentadores para auxiliá-la no anúncio: os atores Jennifer Hudson, Brie Larson, Ken Watanabe e Demián Bichir, e os diretores Jason Reitman (de Juno) e Guillermo del Toro (O Labirinto do Fauno).

Todas as 24 categorias foram anunciadas ao vivo.

SURPRESAS

Quando o nome de Mel Gibson foi anunciado na categoria de Direção, pensei: “A Academia, antro de judeus, finalmente teria perdoado o anti-semita Mel Gibson?”. Rusgas religiosas à parte, Até o Último Homem foi o grande filme de guerra de 2016 e o diretor tem larga experiência no gênero, já que ganhou o Oscar em 1996 pelo épico Coração Valente.

Mesmo não sendo exatamente uma surpresa, acho importante destacar a categoria de Atriz Coadjuvante, que este ano apresenta 3 candidatas negras: Viola Davis, Naomie Harris e Octavia Spencer. As outras são branquelas e loiras: Nicole Kidman e Michelle Williams. Olha o contraste! Agora, imagine o seguinte cenário: Com três atrizes negras no páreo, uma branca levar a estatueta! Aí que a casa cai de vez!  Poooor sorte, entre as negras está a franco-favorita Viola Davis, pela impecável performance em Cercas. Ela já venceu o Critics’ Choice e o Globo de Ouro, portanto, esse deve ser o Oscar mais certo da noite.

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Indicadas ao Oscar de Coadjuvante, da esquerda para a direita: Viola Davis, Nicole Kidman, Octavia Spencer, Michelle Williams e Naomie Harris (pic by GoldenGlobe)

Não vou ser um chato do tipo politicamente correto pra chegar agora e falar “E os atores latinos? E os atores asiáticos? E os indígenas? E a paz mundial??” porque a Arte não é isso. A Arte vem de qualquer lugar, de qualquer gênero, raça, religião, até mesmo de mentes criminosas. Se for pra exigir cotas como muitos na internet exigem como se fossem panfletários, teria que haver 50 indicados por categoria todo ano e aí ninguém iria aguentar o Oscar. Claro que eu acho bacana termos atores negros reconhecidos por seus trabalhos, mas não os enxergo como negros, mas atores que tiveram uma boa oportunidade de mostrar seu talento em projetos bem conceituados, e isso é isso que está faltando: projetos artísticos e oportunidades.

Outros nomes como Mike Mills (20th Century Women) foram surpresa na categoria de Roteiro Original, e de Thomas Newman (Passageiros) na de Trilha Musical. Ambos devem sair de mãos abanando, mas curiosamente, se confirmada sua derrota, esta será a 14ª derrota de Newman. Já na categoria de canção, a surpresa foi de “The Empty Chair” do documentário Jim: The James Foley Story. Claro que o nome do músico Sting ajuda, mas vale lembrar que esta é a terceira indicação do compositor J. Ralph.

Na categoria de maquiagem, a participação de Esquadrão Suicida não deixa de surpreender, já que a adaptação da DC Comics foi considerada uma das piores de 2016. Contudo, também vale ressaltar que a categoria de Maquiagem tem abrigado filmes ruins como Jackass Apresenta: Vovô Sem Vergonha e Norbit.

AUSÊNCIAS

Indubitavelmente, a grande surpresa entre os indicados pra mim foi a exclusão de Amy Adams da categoria de Atriz. Acho que pensaram: “Ela é indicada todo ano e nunca ganha. Melhor ficar de fora pra não perder de novo e virar uma nova Deborah Kerr! (foi indicada 6 vezes, mas nunca levou o prêmio)”. Curiosamente, seu filme A Chegada conquistou uma série de indicações, e ela que vinha sendo indicada em todos os grandes prêmios, acabou morrendo na praia. Sei que muitos fãs dos filme vão ficar aborrecidos comigo, mas eu acho que ela não mereceu estar entre as indicadas este ano. É o que sempre digo sobre ela: Amy Adams precisa sair um pouco da zona de conforto e assumir papéis mais desafiadores. Mudar seu timbre de voz, mudar seu visual, seu jeito de andar etc. Talento ela tem, mas a Academia quer reconhecê-la por algo maior.

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Amy Adams em cena de A Chegada. Sua ausência no Oscar foi uma das mais notáveis (photo by moviepilot.de)

Após uma trajetória de ausências na temporada de premiações, era esperado que o novo filme de Martin Scorsese ficasse praticamente de fora da cerimônia. Sua única indicação veio na forma de Melhor Fotografia para Rodrigo Prieto, que deve apenas fazer figuração na entrega dos prêmios. Como não vi ainda Silêncio, fica difícil entender os motivos do filme ter sido tão excluído. Mas uma das razões foi o erro de estratégia de lançamento atrasado, o que não permitiu os screeners para os votantes da Academia.

Um dos maiores injustiçados foi Animais Noturnos, que recebeu uma única indicação de Ator Coadjuvante para Michael Shannon. Cadê a indicação para Roteiro Adaptado para Tom Ford?? Em seu segundo filme, ele conquistou uma série de críticas positivas, seja como diretor ou como roteirista. Sua adaptação pode ter apresentado falhas, mas certamente foi um dos trabalhos mais estilizados de 2016. A Academia sai perdendo ao não convidar Ford para a festa. Havia uma divisão de votos na escolha do Ator Coadjuvante do filme. Enquanto no Globo de Ouro e BAFTA, optaram por Aaron Taylor-Johnson, a Academia preferiu  Michael Shannon, talvez numa tentativa de compensá-lo pela não-indicação no ano passado pelo drama 99 Casas. Considero a performance de Taylor-Johnson mais interessante por representar um lado sombrio da trama toda de Animais Noturnos. Já Shannon parece meio fadado a papéis “weirdos”.

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Tom Ford no set de Animais Noturnos, que recebeu uma única indicação para Michael Shannon (pic by joblo.com)

Apesar de se tratar de uma adaptação de quadrinhos, que a Academia não costuma gostar muito, achei que Deadpool entraria na lista, já que participou ativamente da temporada de premiações, tendo sido indicado inclusive para o Producers Guild (PGA). Suas maiores chances estavam nas categorias de Roteiro Adaptado e Maquiagem, mas ficou de fora por completo. Uma pena.

Entre outros ausentes da festa que estavam no burburinho destaque para Annette Bening (20th Century Women), Tom Hanks (Sully: O Herói do Rio Hudson), Hugh Grant (Florence: Quem é Essa Mulher?) e animação da Pixar, Procurando Dory. Particularmente, senti a ausência de Ben Foster como coadjuvante em A Qualquer Custo. Ele rouba toda cena em que aparece.

MINHA TORCIDA

Olha, não sei o que será de Isabelle Huppert na cerimônia, mas certamente foi a indicação que mais me deixou feliz! Soltei um Uhuuulll daqui de casa! É tão bacana quando a Academia sai de seu clubinho americano para reconhecer um grande talento estrangeiro que na hora, nem liguei que seu filme Elle tinha ficado de fora da categoria de Filme em Língua Estrangeira.

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Primeira indicação para a francesa Isabelle Huppert!!

Embora tenha vencido o prestigioso Globo de Ouro, a atriz francesa terá páreo duro pela frente, especialmente entre Emma Stone, que venceu o Globo de Ouro de Atriz – Comédia ou Musical por La La Land, e Natalie Portman, que já ganha pontos por interpretar uma figura histórica muito querida nos EUA, a ex-primeira dama Jacqueline Kennedy em Jackie. Seria o melhor momento da noite do Oscar se Huppert subisse no palco pra receber o Oscar. Dentre as indicadas, ela apresentou a maior audácia

Ainda nesse quesito de reconhecer artistas de fora, a categoria de Animação é a que mais me felicita todo ano. Mais uma vez, ela reconheceu duas produções estrangeiras, no caso, a francesa A Tartaruga Vermelha, e a suíça Minha Vida de Abobrinha. Pelo pouco que já vi, esta última é a que mais me agrada pela técnica de stop-motion, mas sob o aspecto técnico geral, Kubo e as Cordas Mágicas é imbatível, tanto que foi indicado a Melhores Efeitos Visuais. Acho que é a primeira vez que temos uma animação na categoria de Efeitos Visuais.

Meio esquecida da categoria de Trilha Musical, a compositora Mica Levi foi finalmente reconhecida no Oscar! Ela chamou a atenção para o mundo com sua trilha meio experimental do ótimo Sob a Pele (2014), e agora chega com novo trabalho por Jackie. Numa categoria de cartas marcadas com os mesmos nomes de sempre, acho interessante a inclusão de Levi com composições mais alternativas das que estamos acostumados a ouvir, mas que causam uma sensação além do que vemos na tela. Quem tiver um tempinho, dá uma olhada no YouTube e confira os arranjos de Jackie, como a faixa “Burial”, que é mais fúnebre.

A compositora Mica Levi em seu estúdio, inspirada e movida à chocolate M&M. (pic by FACT Magazine)

A compositora Mica Levi (Jackie) em seu estúdio, inspirada e movida à chocolate M&M. (pic by FACT Magazine)

Também comemorei a inclusão da canção “Audition (The Fools Who Dream)”, cantada por Emma Stone em La La Land. Apesar de “City of Stars” ser a mais querida e pegajosa, “Audition” define a personagem de Stone naquele segmento do casting belamente executado.

INDICADOS AO 89th ACADEMY AWARDS:

MELHOR FILME
* A Chegada (Arrival)
* Cercas (Fences)
* Até o Último Homem (Hacksaw Ridge)
* A Qualquer Custo (Hell or High Water)
* Estrelas Além do Tempo (Hidden Figures)
* La La Land: Cantando Estações (La La Land)
* Lion: Uma Jornada Para Casa (Lion)
* Manchester à Beira-Mar (Manchester by the Sea)
* Moonlight: Sob a Luz do Luar (Moonlight)

MELHOR DIRETOR
* Damien Chazelle (La La Land)
* Mel Gibson (Até o Último Homem)
* Barry Jenkins (Moonlight)
* Kenneth Lonergan (Manchester à Beira-Mar)
* Denis Villeneuve (A Chegada)

MELHOR ATOR
* Casey Affleck (Manchester à Beira-Mar)
* Andrew Garfield (Até o Último Homem)
* Ryan Gosling (La La Land)
* Viggo Mortensen (Capitão Fantástico)
* Denzel Washington (Cercas)

MELHOR ATRIZ
* Isabelle Huppert (Elle)
* Ruth Negga (Loving)
* Natalie Portman (Jackie)
* Emma Stone (La La Land)
* Meryl Streep (Florence: Quem é Essa Mulher?)

MELHOR ATOR COADJUVANTE
* Mahershala Ali (Moonlight)
* Jeff Bridges (A Qualquer Custo)
* Lucas Hedges (Manchester à Beira-Mar)
* Dev Patel (Lion)
* Michael Shannon (Animais Noturnos)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
* Viola Davis (Cercas)
* Naomie Harris (Moonlight)
* Nicole Kidman (Lion)
* Octavia Spencer (Estrelas Além do Tempo)
* Michelle Williams (Manchester à Beira-Mar)

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
* Taylor Sheridan (A Qualquer Custo)
* Damien Chazelle (La La Land)
* Yorgos Lanthimos e Efthymis Filippou (O Lagosta)
* Kenneth Lonergan (Manchester à Beira-Mar)
* Mike Mills (20th Century Women)

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
* Eric Heisserer (A Chegada)
* August Wilson (Cercas)
* Allison Schroeder e Theodore Melfi (Estrelas Além do Tempo)
* Luke Davis (Lion)
* Barry Jenkins (Moonlight)

MELHOR FOTOGRAFIA
* Bradford Young (A Chegada)
* Linus Sandgren (La La Land)
* Greig Fraser (Lion)
* James Laxton (Moonlight)
* Rodrigo Prieto (Silêncio)

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
* Patrice Vermette, Paul Hotte (A Chegada)
* Stuart Craig, Anna Pinnock (Animais Fantásticos e Onde Habitam)
* Jess Gonchor, Nancy Haigh (Ave, César!)
* David Wasco, Sandy Reynolds-Wasco (La La Land)
* Guy Hendrix Dyaz, Gene Sardena (Passageiros)

MELHOR MONTAGEM
* Joe Walker (A Chegada)
* John Gilbert (Até o Último Homem)
* Jake Roberts (A Qualquer Custo)
* Tom Cross (La La Land)
* Joi McMillon, Nat Sanders (Moonlight)

MELHOR FIGURINO
* Joanna Johnston (Aliados)
* Colleen Atwood (Animais Fantásticos e Onde Habitam)
* Consolata Boyle (Florence: Quem é Essa Mulher?)
* Madeline Fontaine (Jackie)
* Mary Zophres (La La Land)

MELHOR MAQUIAGEM E CABELO
* Um Homem Chamado Ove
* Star Trek: Sem Fronteiras
* Esquadrão Suicida

MELHOR TRILHA MUSICAL ORIGINAL
* Mica Levi (Jackie)
* Justin Hurwitz (La La Land)
* Dustin O’Halloran, Hauschka (Lion)
* Nicholas Britell (Moonlight)
* Thomas Newman (Passageiros)

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
* “Audition (The Fools Who Dream)”, de Justin Hurwitz, Benj Pasek, Justin Paul (La La Land)
* “Can’t Stop the Feeling”, de Justin Timberlake, Max Martin, Shellback (Trolls)
* “City of Stars”, de Justin Hurwitz, Benj Pasek, Justin Paul (La La Land)
* “The Empty Chair”, de J. Ralph, Sting (Jim: The James Foley Story)
* “How Far I’ll Go”, de Lin-Manuel Miranda (Moana: Um Mar de Aventuras)

MELHOR SOM
* A Chegada
* Até o Último Homem
* La La Land
* Rogue One: Uma História Star Wars
* 13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi

MELHORES EFEITOS SONOROS
* A Chegada
* Horizonte Profundo: Desastre no Golfo
* Até o Último Homem
* La La Land
* Sully: O Herói do Rio Hudson

MELHORES EFEITOS VISUAIS
* Horizonte Profundo: Desastre no Golfo
* Doutor Estranho
* Mogli: O Menino Lobo
* Kubo e as Cordas Mágicas
* Rogue One: Uma História Star Wars

MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
* Terra de Minas, de Martin Zandvliet (DINAMARCA)
* Um Homem Chamado Ove, de Hannes Holm (SUÉCIA)
* O Apartamento, de Asghar Farhadi (IRÃ)
* Tanna, de Martin Butler, Bentley Dean (AUSTRÁLIA)
* Toni Erdmann, de Mare Ade (ALEMANHA)

MELHOR ANIMAÇÃO
* Kubo e as Cordas Mágicas
* Minha Vida de Abobrinha
* A Tartaruga Vermelha
* Moana: Um Mar de Aventuras
* Zootopia

MELHOR DOCUMENTÁRIO
* Fogo no Mar
* I Am Not Your Negro
* Life, Animated
* O.J.: Made in America
* A 13ª Emenda

MELHOR DOCUMENTÁRIO-CURTA
* Extremis
* 4.1 Miles
* Joe’s Violin
* Watani: My Homeland
* The White Helmets

MELHOR CURTA-METRAGEM
* Ennemis Intérieurs
* La Femme et le TGV
* Mindenki
* Timecode
* Silent Nights

MELHOR CURTA DE ANIMAÇÃO
* Blind Vaysha
* Borrowed Time
* Pear Cider and Cigarettes
* Pearl
* Piper

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A 89ª cerimônia do Oscar acontece no dia 26 de fevereiro e será transmitida pelo canal pago TNT. Não conte muito com a Globo, porque o Oscar cai no fim de semana do Carnaval…

Denis Villeneuve e Garth Davis conquistam indicação no DGA Awards

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Damien Chazelle dirige Emma Stone em La La Land (pic by moviepilot.de)

CHAZELLE, JENKINS E LONERGAN GARANTEM SUAS VAGAS

Quando se trata do DGA, prêmio que tem as estatísticas mais confiáveis em relação ao Oscar, pode-se praticamente comemorar duplamente em caso de vitória. Em 68 anos de história, o vencedor do prêmio do sindicato de diretores só não ganhou o Oscar também em SETE casos, sendo o último bem incomum com aquela confusão de Ben Affleck fora do Oscar por Argo em 2014.

INDICADOS AO 69º DGA AWARDS:

  • Damien Chazelle (La La Land)
  • Garth Davis (Lion)
  • Barry Jenkins (Moonlight)
  • Kenneth Lonergan (Manchester à Beira-Mar)
  • Denis Villeneuve (A Chegada)

Portanto, esses cinco indicados já têm muito a comemorar, pois têm chances bem reais de ganhar seu primeiro Oscar. Sim, todos os cinco nunca foram indicados ao DGA e muito menos para o Oscar de Direção. Acho bacana a Academia sempre incluir novos nomes, já que muitas vezes falhou em premiar diretores renomados como George Miller (Mad Max: Estrada da Fúria), Terrence Malick (A Árvore da Vida) e David Lynch (Cidade dos Sonhos) só pra citar alguns.

Obviamente, três diretores largam na frente: Damien Chazelle (La La Land), Barry Jenkins (Moonlight) e Kenneth Lonergan (Manchester à Beira-Mar), uma vez que estiveram presentes em boa parte das premiações da temporada até o momento. O embate maior fica entre La La Land e Moonlight. Enquanto Chazelle venceu o Critics’ Choice e mais recentemente o Globo de Ouro, Jenkins levou os prêmios dos críticos de Los Angeles, Nova York e o National Board of Review. Já Lonergan esteve mais presente nas categorias de Roteiro, onde ele deve ter mais chances.

A indicação do canadense Denis Villeneuve não é bem uma surpresa. Quem conhece qualquer trabalho anterior dele como Incêndios, Os Suspeitos e Sicario: Terra de Ninguém, sabe que estamos diante de um dos diretores mais bem conceituados dessa geração, tanto que vai comandar a sequência de Blade Runner – O Caçador de Andróides. Por mais que eu considere desnecessária essa continuação do cult de Ridley Scott, concordo que não haveria ninguém melhor no mercado hoje do que Villeneuve para dar conta dos conceitos futuristas dessa realidade criada pelo autor Philip K. Dick.

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Denis Villeneuve conversa com Amy Adams em cena de A Chegada (pic by moviepilot.de)

Seu trabalho em A Chegada é interessante, começando com a perspectiva da comunicabilidade que ele toma num filme de ficção científica e de alienígenas, que poderia facilmente se tornar material para ação e explosões. Nela, é possível refletir esse problema de diálogo e compreensão da trama nas origens das guerras entre americanos e o Oriente Médio, por exemplo. E como sempre, Denis apresenta conceitos visuais fortíssimos como a própria linguagem dos aliens sobre a superfície transparente. Só acho que o filme peca quando quer justificar tudo com a idéia do “presente” para a personagem de Amy Adams, mas aí seria algo do roteiro.

Surpresa mesmo foi a indicação do australiano Garth Davis pelo drama Lion: Uma Jornada Para Casa, já que se trata de seu primeiro trabalho com longa-metragem e também porque ele não andava aparecendo nas listas de premiações. Curiosamente, ele tem todo um background como diretor de comerciais, tendo inclusive sido indicado ao DGA como Diretor de Comerciais. Nesta edição do DGA, ele é o único a receber dupla indicação, pois concorre também na categoria de Diretor Estreante.

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Garth Davis dirige as crianças em set de Lion (pic by  onset.shotonwhat.com)

INDICADOS A DIRETOR ESTREANTE:

  • Kelly Fremon Craig (Quase 18)
  • Garth Davis (Lion)
  • Tim Miller (Deadpool)
  • Nate Parker (O Nascimento de uma Nação)
  • Dan Trachtenberg (Rua Cloverfield, 10)

Claro que o nome que mais chama a atenção nessa categoria é de Nate Parker. Para quem não conhece a história: No Festival de Sundance de 2016, seu filme O Nascimento de uma Nação foi considerado um dos mais promissores, e com a polêmica do #OscarSoWhite, sua indicação era dada como certa, já que ele é negro e dirigiu um filme de temática escravista. Contudo, as coisas mudaram quando descobriram um caso antigo de estupro de 1999, em que a vítima cometeu suicídio em 2010. Sua campanha foi simplesmente arruinada com essa história chocante e todos os prêmios retiraram seu nome da lista. Claro, existe toda uma questão de Artista X Pessoa que não cabe aqui, mas particularmente, e deixando de lado todo esse embaraço, não considero O Nascimento de uma Nação tudo isso. Acho um filme razoável para um diretor estreante, que abusa de clichês do gênero para gerar catarse em seu público. Acredito que se ele tivesse explorado mais a questão da religião na escravidão, seu filme teria sido bem mais interessante…

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Também ator, Nate Parker dirige seus atores em cena de O Nascimento de uma Nação (pic by moviepilot.de)

A indicação de Dan Trachtenberg por Rua Cloverfield, 10 é bastante justa. Ele conseguiu realizar uma das ficções científicas mais interessantes dos últimos anos com poucos recursos. Como já relatei aqui no post da Retrospectiva 2016: Um Ano Tenebroso, o único problema do filme se chama J.J. Abrams, que como produtor, quis mostrar serviço e extrapolou ao botar efeitos especiais no final do filme que destoam completamente do filme todo.

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Dan Trachtenberg dirige cena com John Goodman em set de Rua Cloverfield, 10 (pic by moviepilot.de)

E claro, Tim Miller também merece o mérito por dirigir uma adaptação de quadrinhos leve, divertida e que satiriza todos os demais filmes de HQ. E estou bem ansioso pra conferir Quase 18 da indicada Kelly Fremon Craig, já que li algumas críticas comparando seu trabalho com o do grande John Hughes.

Entre os diretores excluídos estão Mel Gibson (Até o Último Homem), Martin Scorsese (Silêncio) e Denzel Washington (Cercas); se bem que há especialistas que ainda acreditam que a Academia pode abraçar Scorsese. Não vi Lion ainda, mas na minha opinião, poderiam ter incluído David Mackenzie pelo ótimo A Qualquer Custo. Ele tem uma direção bem minimalista e eficiente. Demonstra personalidade nos detalhes de uma cena como um movimento de câmera 360 graus no início do longa ou uma pausa sem trilha para criar uma tensão. Soube dirigir com precisão seus atores, dos principais (extraiu qualidade de Chris Pine e recuperou o talento esquecido de Ben Foster) aos papéis secundários. Seria uma grata surpresa se ele aparecesse nas indicações ao Oscar…

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À direita, David Mackenzie conversa com Jeff Bridges vestido com o Ranger Marcus Hamilton em A Qualquer Custo (pic by moviepilot.de)

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O 69º DGA Awards anunciará seus vencedores no dia 04 de Fevereiro em Los Angeles.

Com 11 indicações, ‘LA LA LAND’ também lidera o BAFTA 2017

Cena do filme britânico Eu, Daniel Blake, com Hayley Squire ao centro. Ela foi indicada como Atriz Coadjuvante (pic by moviepilot.de)

Cena do filme britânico Eu, Daniel Blake, com Hayley Squires ao centro. Ela foi indicada como Atriz Coadjuvante (pic by moviepilot.de)

APÓS VITÓRIA RECORDISTA NO GLOBO DE OURO, MUSICAL PODE ALCANÇAR NOVOS FEITOS EM PRÊMIO DA ACADEMIA BRITÂNICA

Nos últimos anos, o prêmio da Academia Britânica, BAFTA, deixou ser aquele mérito fechado no Reino Unido pra se tornar um ótimo parâmetro para o Oscar. Claro que existem as disparidades (nos últimos dois anos, elegeram O Regresso e Boyhood), mas certamente o Oscar está de olho nos indicados da terra da Rainha, tanto que quem estiver fora do BAFTA, tem suas chances consideravelmente reduzidas.

Sim, infelizmente, sob essa lógica, a grande Isabelle Huppert teve suas chances de vitória no Oscar de Atriz bem reduzidas com sua ausência aqui. Tudo graças ao atraso no lançamento de Elle no Reino Unido, agendado para março, o que o desqualificou para esta temporada. Claro que ela tem totais chances de indicação ao Oscar (que seria sua primeira), mas ganhar será mais difícil… Na sua ausência forçada, preencheram sua vaga com Emily Blunt por A Garota no Trem, fato que já tinha acontecido no SAG Awards.

Sophie Turner e Dominic Cooper anunciam as indicações em nove categorias (canal BAFTA no YouTube)

Bom, quanto aos números dessas indicações, temos La La Land liderando com 11 indicações, seguido por A Chegada e Animais Noturnos com nove indicações cada. Esse reconhecimento impulsiona bastante as campanhas desses dois filmes rumo ao Oscar, podendo acarretar nas inclusões de Denis Villeneuve e Tom Ford na categoria de Diretor. Ambos andavam meio esquecidos das premiações, mas mereciam mais reconhecimento por trabalhos tão diferentes da maioria.

O diretor Denis Villeneuve passa instruções para Amy Adams em set de A Chegada (pic by moviepilot.de)

O diretor Denis Villeneuve passa instruções para Amy Adams em set de A Chegada (pic by moviepilot.de)

Se por um lado, alguns ganham, outros perdem com o BAFTA. O drama independente Moonlight: Sob a Luz do Luar contou com apenas quatro indicações: Filme, Roteiro Original, Atriz Coadjuvante (Naomie Harris) e Ator Coadjuvante (Mahershala Ali). Seu diretor Barry Jenkins, que era outrora uma unanimidade na categoria, foi lembrado aqui apenas pelo roteiro. Havia uma forte expectativa de que ele seria o primeiro diretor negro a vencer o Oscar, mas com essa ausência e sua recém derrota no Globo de Ouro para Damien Chazelle, passo a ter minhas dúvidas.

Pra piorar sua situação, Moonlight, considerado um dos favoritos da temporada, perdeu em número de indicações até mesmo para Animais Fantásticos e Onde Habitam, Até o Último Homem, Lion: Uma Jornada Para Casa e Eu, Daniel Blake, todos receberam cinco indicações.

Aliás, o filme britânico Eu, Daniel Blake foi a maior surpresa desta edição. Vencedor da Palma de Ouro no último Festival de Cannes, o novo filme de Ken Loach foi bem valorizado ao ser reconhecido nas categorias de Filme, Filme Britânico, Diretor, Roteiro Original e Atriz Coadjuvante (Hayley Squires). Acho difícil a Academia indicar Loach como Diretor num ano tão concorrido, mas poderiam incluir o filme na categoria de Roteiro Original.

O diretor Ken Loach, 80 anos, vencedor de duas Palmas de Ouro, recebeu sua segunda indicação de Diretor no BAFTA (pic by moviepilot.de)

O diretor Ken Loach, 80 anos, vencedor de duas Palmas de Ouro, recebeu sua segunda indicação de Diretor no BAFTA (pic by moviepilot.de)

Deadpool, que vinha numa ascendente nas últimas semanas, acabou de fora do BAFTA. Nada. Nem uma indicaçãozinha de Melhor Maquiagem. Outros que ficaram de mãos abanando foram Sully: O Herói do Rio Hudson e Silêncio, o que praticamente enterra do filme de Scorsese para o Oscar. Claro que é complicado julgar sem ter visto o filme, mas é uma pena porque se trata de um projeto pessoal de longa data do diretor americano. Será que ele errou tão feio assim?

Quando falavam da corrida de Melhor Ator, dois nomes eram considerados certeza: Casey Affleck e Denzel Washington. Bom, agora Denzel perdeu a cadeira. A Academia Britânica preferiu indicar Jake Gyllenhaal por Animais Noturnos. Curiosamente, (isso nem eu me dei conta!) Denzel Washington nunca foi indicado para o BAFTA, mesmo com seis indicações e duas vitórias no Oscar. Particularmente, também não considero Washington um dos melhores atores, mas não posso falar antes de checar sua performance em Cercas, filme que ele também foi diretor. Já Gyllenhaal, apesar de ser um ator em ascensão, não acho um de seus melhores trabalhos, mas entendo sua inclusão. Ele faz dois personagens na adaptação de Tom Ford e isso deve ter lhe dado crédito para a indicação.

Jake Gyllenhaal em cena de Animais Noturnos, segundo filme sob a direção de Tom Ford (photo by cine.gr)

Jake Gyllenhaal em cena de Animais Noturnos: conquista sua terceira indicação ao BAFTA (photo by cine.gr)

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EE RISING STAR AWARD

E nesta edição, o prêmio de revelação selecionou os atores: Anya Taylor-Joy (A Bruxa), Laia Costa (Victoria), Lucas Hedges (Manchester à Beira-Mar), Ruth Negga (Loving) e Tom Holland (Capitão América: Guerra Civil e Homem-Aranha: De Volta ao Lar). O voto é popular nas terras britânicas, e qualquer um que ganhar, acredito que será bem merecido. Mas se eu pudesse votar, elegeria Lucas Hedges. Apesar de não ter visto Manchester à Beira-Mar ainda, li boas críticas sobre a atuação dele, e lembrando que a última vez que o diretor Kenneth Lonergan revelou um ator, este foi Mark Ruffalo pelo ótimo Conte Comigo (2000).logo_master-bafta

INDICADOS AO BAFTA

MELHOR FILME
* A Chegada (Arrival) – Produtores: Dan Levine, Shawn Levy, David Linde, Aaron Ryder
* Eu, Daniel Blake (I, Daniel Blake) – Produtora: Rebecca O’Brien
* La La Land: Cantando Estações (La La Land) – Produtores: Fred Berger, Jordan Horowitz, Marc Platt
* Manchester à Beira-Mar (Manchester by the Sea) – Produtores: Lauren Beck, Matt Damon, Chris Moore, Kimberly Steward, Kevin J. Walsh
* Moonlight: Sob a Luz do Luar (Moonlight) – Produtores: Dede Gardner, Jeremy Kleiner, Adele Romanski

DIRETOR
* Denis Villeneuve (A Chegada)
* Ken Loach (Eu, Daniel Blake)
* Damien Chazelle (La La Land: Cantando Estações)
* Kenneth Lonergan (Manchester à Beira-Mar)
* Tom Ford (Animais Noturnos)

ROTEIRO ORIGINAL
* Taylor Sheridan (A Qualquer Custo)
* Paul Laverty (Eu, Daniel Blake)
* Damien Chazelle (La La Land)
* Kenneth Lonergan (Manchester à Beira-Mar)
* Barry Jenkins (Moonlight)

ROTEIRO ADAPTADO
* Eric Heisserer (A Chegada)
* Robert Schenkkan, Andrew Knight (Até o Último Homem)
* Theodore Melfi, Allison Schroeder (Estrelas Além do Tempo)
* Luke Davies (Lion: Uma Jornada Para Casa)
* Tom Ford (Animais Noturnos)

ATOR
Andrew Garfield (Até o Último Homem)
Casey Affleck  (Manchester à Beira-Mar)
Jake Gyllenhaal (Animais Noturnos)
Ryan Gosling (La La Land: Cantando Estações)
Viggo Mortensen (Capitão Fantástico)

ATRIZ
Amy Adams (A Chegada)
Emily Blunt (A Garota no Trem)
Emma Stone (La La Land: Cantando Estações)
Meryl Streep (Florence: Quem é Essa Mulher?)
Natalie Portman (Jackie)

ATOR COADJUVANTE
Aaron Taylor-Johnson (Animais Noturnos)
Dev Patel (Lion: Uma Jornada Para Casa)
Hugh Grant (Florence: Quem é Essa Mulher?)
Jeff Bridges (A Qualquer Custo)
Mahershala Ali (Moonlight: Sob a Luz do Luar)

ATRIZ COADJUVANTE
Hayley Squires (Eu, Daniel Blake)
Michelle Williams (Manchester à Beira-Mar)
Naomie Harris (Moonlight: Sob a Luz do Luar)
Nicole Kidman (Lion: Uma Jornada Para Casa)
Viola Davis (Cercas)

FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
* Dheepan: O Refúgio – Jacques Audiard, Pascal Caucheteux
* Julieta – Pedro Almodóvar
* Cinco Graças – Deniz Gamze Ergüven, Charles Gillibert
* O Filho de Saul – László Nemes, Gábor Sipos
* Toni Erdmann – Maren Ade, Janine Jackowski

DOCUMENTÁRIO
* A 13ª Emenda – Ava Duvernay
* The Beatles: Eight Days A Week – The Touring Years – Ron Howard
* The Eagle Huntress – Otto Bell, Stacey Reiss
* Notes on Blindness – Peter Middleton, James Spinney
* Weiner – Josh Kriegman, Elyse Steinberg

LONGA DE ANIMAÇÃO
* Procurando Dory – Dir: Andrew Stanton
* Kubo e as Cordas Mágicas – Dir: Travis Knight
* Moana: Um Mar de Aventuras – Dir: Ron Clements, John Musker
* Zootopia – Dir: Byron Howard, Rich Moore

TRILHA MUSICAL ORIGINAL
* Jóhann Jóhannsson (A Chegada)
* Mica Levi  (Jackie)
* Justin Hurwitz (La La Land: Cantando Estações)
* Dustin O’halloran, Hauschka (Lion: Uma Jornada Para Casa)
* Abel Korzeniowski (Animais Noturnos)

FOTOGRAFIA
* Bradford Young (A Chegada)
* Giles Nuttgens (A Qualquer Custo)
* Linus Sandgren (La La Land: Cantando Estações)
* Greig Fraser (Lion: Uma Jornada Para Casa)
* Seamus Mcgarvey (Animais Noturnos)

MONTAGEM
* Joe Walker (A Chegada)
* John Gilbert (Até o Último Homem)
* Tom Cross (La La Land: Cantando Estações)
* Jennifer Lame (Manchester à Beira-Mar)
* Joan Sobel (Animais Noturnos)

DIREÇÃO DE ARTE
* John Bush, Charles Wood (Doutor Estranho)
* Stuart Craig, Anna Pinnock (Animais Fantásticos e Onde Habitam)
* Jess Gonchor, Nancy Haigh (Ave, César!)
* Sandy Reynolds-Wasco, David Wasco (La La Land: Cantando Estações)
* Shane Valentino, Meg Everist (Animais Noturnos)

FIGURINO
* Joanna Johnston (Aliados)
* Colleen Atwood (Animais Fantásticos e Onde Habitam)
* Consolata Boyle (Florence: Quem é Essa Mulher?)
* Madeline Fontaine (Jackie)
* Mary Zophres (La La Land: Cantando Estações)

MAQUIAGEM E CABELO
* Jeremy Woodhead (Doutor Estranho)
* J. Roy Helland, Daniel Phillips (Florence: Quem é Essa Mulher?)
* Shane Thomas (Até o Último Homem)
* Donald Mowat, Yolanda Toussieng (Animais Noturnos)
* Rogue One: Uma História Star Wars

SOM
* Claude La Haye, Bernard Gariépy Strobl, Sylvain Bellemare (A Chegada)
* Mike Prestwood Smith, Dror Mohar, Wylie Stateman, David Wyman (Horizonte Profundo: Desastre no Golfo)
* Niv Adiri, Glenn Freemantle, Simon Hayes, Andy Nelson, Ian Tapp (Animais Fantásticos e Onde Habitam)
* Peter Grace, Robert Mackenzie, Kevin O’Connell, Andy Wright (Até o Último Homem)
* Mildred Iatrou Morgan, Ai-Ling Lee, Steve A. Morrow, Andy Nelson (La La Land: Cantando Estações)

EFEITOS VISUAIS
* Louis Morin (A Chegada)
* Richard Bluff, Stephane Ceretti, Paul Corbould, Jonathan Fawkner (Doutor Estranho)
* Tim Burke, Pablo Grillo, Christian Manz, David Watkins (Animais Fantásticos e Onde Habitam)
* Robert Legato, Dan Lemmon, Andrew R. Jones, Adam Valdez (Mogli: O Menino Lobo)
* Neil Corbould, Hal Hickel, Mohen Leo, John Knoll, Nigel Sumner (Rogue One: Uma História Star Wars)

FILME BRITÂNICO
* American Honey – Produtores: Andrea Arnold, Lars Knudsen, Pouya Shahbazian, Jay Van Hoy
* Negação (Denial) – Produtores: Mick Jackson, Gary Foster, Russ Krasnoff, David Hare
* Animais Fantásticos e Onde Habitam (Fantastic Beast and Where to Find Them) – Produtores: David Yates, J.K. Rowling, David Heyman, Steve Kloves, Lionel Wigram (Animais Fantásticos e Onde Habitam)
* Eu, Daniel Blake (I, Daniel Blake) – Produtores: Ken Loach, Rebecca O’Brien, Paul Laverty
* Notes on Blindness – Produtores: Peter Middleton, James Spinney, Mike Brett, Jo-Jo Ellison, Steve Jamison
* Sob a Sombra (Under the Shadow) – Produtores: Babak Anvari, Emily Leo, Oliver Roskill, Lucan Toh

ESTRÉIA DE ROTEIRISTA, DIRETOR OU PRODUTOR BRITÂNICO
* The Girl With All the Gifts – Mike Carey (Roteirista), Camille Gatin (Produtor)
* The Hard Stop – George Amponsah (Roteirista/Diretor/Produtor), Dionne Walker (Roteirista/Produtor)
* Notes on Blindness – Peter Middleton (Roteirista/Diretor/Produtor), James Spinney (Roteirista/Diretor), Jo-Jo Ellison (Produtor)
* The Pass – John Donnelly (Roteirista), Ben A. Williams (Diretor)
* Sob a Sombra (Under the Shadow) – Babak Anvari (Roteirista/Diretor), Emily Leo, Oliver Roskill, Lucan Toh (Produtores)

CURTA DE ANIMAÇÃO BRITÂNICO
* The Alan Dimension – Jac Clinch, Jonathan Harbottle, Millie Marsh
* A Love Story – Khaled Gad, Anushka Kishani Naanayakkara, Elena Ruscombe-King
* Tough – Jennifer Zheng

CURTA-METRAGEM BRITÂNICO
* Consumed – Richard John Seymour
* Home – Shpat Deda, Afolabi Kuti, Daniel Mulloy, Scott O’Donnell
* Mouth of Hell – Bart Gavigan, Samir Mehanovic, Ailie Smith, Michael Wilson
* The Party – Farah Abushwesha, Emmet Fleming, Andrea Harkin, Conor Macneill
* Standby – Charlotte Regan, Jack Hannon

EE RISING STAR AWARD (Voto do público)
Anya Taylor-Joy
Laia Costa
Lucas Hedges
Ruth Negga
Tom Holland

Indicados ao EE Rising Star Award. pic by metro.co.uk

Indicados ao EE Rising Star Award. pic by metro.co.uk

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A cerimônia do BAFTA ocorre no dia 12 de fevereiro.

‘Deadpool’ compete no PGA com ‘La La Land’, ‘Moonlight’ e ‘A Qualquer Custo’

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Ben Foster e Chris Pine em cena de A Qualquer Custo, de David Mackenzie. Pic by moviepilot.de

SELECIONADOS DEMONSTRAM DIVERSIDADE DE GÊNEROS: SCI-FI, QUADRINHOS, DRAMAS, GUERRA E MUSICAL

Nesta terça, dia 10, o sindicato dos produtores, Producers Guild of America (PGA), elegeu seus 10 melhores do ano. Os selecionados certamente tiveram suas chances ampliadas para o Oscar. Os excluídos praticamente são cartas fora do baralho.

  • ATÉ O ÚLTIMO HOMEM (Hacksaw Ridge)
  • CERCAS (Fences)
  • A CHEGADA (Arrival)
  • DEADPOOL (Deadpool)
  • ESTRELAS ALÉM DO TEMPO (Hidden Figures)
  • LA LA LAND: CANTANDO ESTAÇÕES (La La Land)
  • LION: UMA JORNADA PARA CASA (Lion)
  • MANCHESTER À BEIRA-MAR (Manchester by the Sea)
  • MOONLIGHT: SOB A LUZ DO LUAR (Moonlight)
  • A QUALQUER CUSTO (Hell or High Water)

Logo após conquistar todos os sete Globos de Ouros a que estava indicado, o musical de Damien Chazelle, La La Land, continua sua trajetória vitoriosa ao garantir vaga no PGA. Se o vencedor do Globo de Ouro de Melhor Filme – Comédia ou Musical está dentro, o vencedor de Filme – Drama, Moonlight, também está na lista, tornando-se uma possível pedra no sapato de La La Land.

E particularmente, gostei da indicação de A Qualquer Custo.Trata-se de uma produção modesta, mas que tem muito a dizer. Sua trama sobre roubos a banco tem um fundo político que reflete bastante a realidade atual, e seus personagens são muito bem defendidos por todos os atores: dos principais como Ben Foster, Chris Pine e Jeff Bridges até as garçonetes que tem uma cena e os quase figurantes. Há sequências e diálogos que me lembram dos filmes dos irmãos Coen como Fargo e Onde os Fracos Não Têm Vez, que são excelentes referências para qualquer cineasta.

Embora tenha sido indicado ao Globo de Ouro de Melhor Filme – Comédia ou Musical, a entrada de Deadpool aqui não deixa de ser uma surpresa, afinal quando se trata de premiações sérias, as adaptações de quadrinhos só costumam ser lembradas nas categorias de efeitos visuais, efeitos sonoros e som. O filme estrelado por Ryan Reynolds é a primeira baseada em HQs a ser indicada ao PGA desde Batman – O Cavaleiro das Trevas em 2009. Resta saber se Deadpool terá mais êxito ao ser indicado para o Oscar de Melhor Filme, já que o longa de Christopher Nolan morreu na praia. Quer dizer, levou duas estatuetas (Ator Coadjuvante para Heath Ledger e Efeitos Sonoros), mas não estava entre os cinco indicados a Filme. Aliás, foi graças ao filme de Nolan que a Academia passou a indicar dez filmes no ano seguinte.

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WAAAIT! Cena de ação de Deadpool: a piada das calças marrons. Pic by cinemagia.ro

A lista de excluídos inclui alguns títulos que podem surpreender na lista da Academia como o esquecido Silêncio, de Martin Scorsese, ou Animais Noturnos (que se deu bem no BAFTA – veja matéria a seguir) ou até mesmo Florence: Quem é Essa Mulher? que pode muito bem ser impulsionado pela força do elenco e até de categorias como Direção de Arte e Figurino. Mas, por enquanto, para eles fica a torcida para que haja reviravoltas que eles possam aproveitar até o dia 24 de janeiro, quando as indicações ao Oscar serão anunciadas.

Já outras produções como 20th Century Women, Capitão Fantástico e Sully: O Herói do Rio Hudson podemos considerar praticamente cartas fora do baralho, tendo como base seu histórico nas premiações anteriores como Critics’ Choice e Globo de Ouro. Aliás, o filme de Clint Eastwood foi uma das maiores decepções até o momento, pois o mais relevante que conseguiu até agora foi a indicação de Tom Hanks no Critics’. Sendo otimista, diria que Sully consegue no máximo uma indicação para Melhor Montagem.

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Da esquerda para direita: Janelle Monáe, Taraji P. Henson e Octavia Spencer em cena de Estrelas Além do Tempo, de Theodore Melfi. Pic by moviepilot.de

As estatísticas do PGA em relação ao Oscar não é tão boa como do DGA (sindicato dos diretores), mas 19 acertos nos 27 anos é considerável. Inclusive, vinha de uma ótima sequência de oito acertos: Birdman, 12 Anos de Escravidão, Argo, O Artista, O Discurso do Rei, Guerra ao Terror, Quem Quer Ser um Milionário? e Onde os Fracos Não Têm Vez, até o ano passado, quando o PGA optou por premiar A Grande Aposta e o Oscar, Spotlight – Segredos Revelados. Mas vamos dar um desconto porque 2016 foi um ano bem dividido entre esses dois filmes e O Regresso, além de Mad Max: Estrada da Fúria.

***

Os vencedores do PGA serão anunciados no dia 28 de janeiro.

‘LA LA LAND’ leva todos os 7 Globos de Ouro a que estava indicado e quebra recorde

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Equipe a atores de ‘La La Land’ recebem o prêmio de Melhor Filme – Comédia ou Musical (pic by EOnline.com)

PREMIAÇÃO SERVE PARA CONFIRMAR FAVORITISMO ABSOLUTO DO MUSICAL DE DAMIEN CHAZELLE

Quando a cerimônia do 74º Globo de Ouro começou com a mega surpresa premiação de Aaron Taylor-Johnson como Ator Coadjuvante por Animais Noturnos, imaginei que seria um prenúncio de uma noite turbulenta e imprevisível, mas não foi bem assim. Era uma noite musical, na qual La La Land foi ganhando todos os sete prêmios a que estava indicado, quebrando o recorde que era antes de Um Estranho no Ninho e O Expresso da Meia-Noite, cada um venceu seis. As surpresas ficaram na ala da televisão.

De uma forma geral, o evento foi brando (pra não dizer “morto”), sem polêmicas. Pra quem estava acostumado com Ricky Gervais ou mesmo a dupla com língua afiada Tina Fey e Amy Poehler, Jimmy Fallon como host ficou meio nulo. Nos poucos momentos em que quis aparecer, resultaram em sorrisos amarelos. Aliás, nem ele, nem seu DJ fizeram diferença na noite. Melhor trazerem o Ricky para o ano que vem…

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O host da noite Jimmy Fallon (pic by Variety)

 

O melhor momento cômico da noite acabou vindo dos apresentadores Steve Carell e Kristen Wiig, que antes de revelar a Melhor Animação, relembraram a primeira vez que viram uma animação e choraram as tragédias pessoais. “Na noite em que vi ‘Fantasia’ da Disney, minha mãe estava no lobby do cinema e naquele momento, ela disse para o meu pai que ela queria o divórcio. Nunca mais vi meu pai depois daquele dia.” – encenou um ótimo Steve Carell.

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Kristen Wiig e Steve Carell criam ótimo momento antes da apresentar o prêmio de animação (pic by The Boston Globe)

Ainda sobre Aaron Taylor-Johnson, sua vitória choca por dois motivos. Quando o novo filme de Tom Ford, Animais Noturnos, estava começando a se destacar, todos falavam apenas da atuação de Michael Shannon como Coadjuvante. O Globo de Ouro foi o único diferente e indicou Taylor-Johnson. E sua vitória pode ter vindo da divisão de votos entre os favoritos da categoria: Mahershala Ali (Moonlight) e Jeff Bridges (A Qualquer Custo).

Das vitórias esperadas, Viola Davis (Cercas) como Atriz Coadjuvante foi um ápice. Essa mulher é uma força da natureza! Em seu discurso, ela cutuca os filmes baseados apenas em sucessos comerciais. Cercas foi baseado numa peça teatral. E tem uma coisa que Viola fala depois na coletiva que concordo em absoluto: “Os atores negros estão ficando limitados aos filmes biográficos. Apenas figuras grandes e que mudaram a história.” Sim, cadê os papéis de figuras menores e igualmente humanas? Eu ainda acrescentaria o rótulo de papéis de escravos ou serviçais para negros. Cadê a diversidade nessa âmbito?

Como o filme francês Elle ficou de fora do Oscar, não tinha certeza se venceria o Globo de Ouro, mas felizmente, o pessoal da HFPA não é careta como os membros da Academia. Em seu discurso, o diretor holandês Paul Verhoeven rasgou elogios para Isabelle Huppert. Dentre várias atrizes de renome, ela teve a coragem de aceitar o papel. E merecidamente, ela venceu o Globo de Ouro de Melhor Atriz – Drama!

74th Annual Golden Globe Awards, Press Room, Los Angeles, USA - 08 Jan 2017

Isabelle Huppert e o diretor Paul Verhoeven, ambos vencedores por Elle (pic by indiwire.com)

Embora tenha uma filmografia extensa e intensa, Huppert nitidamente estava em estado de êxtase. Ela mal conseguia se expressar diante do microfone e não se deu conta de que a música a expulsava do palco! Pô, HFPA, o melhor momento da noite e dão apenas 30 segundos pra Huppert?! Infelizmente, hoje fiquei sabendo que ela não poderá concorrer como Atriz no BAFTA, porque o filme não teria estreado no Reino Unido a tempo. Se isso for verdade, o caminho de Emma Stone (que venceu aqui como Melhor Atriz – Comédia ou Musical por La La Land) rumo ao Oscar parece bem mais tranquilo.

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Isabelle Huppert desnorteada com seu prêmio de Atriz por Elle (pic by eonline.com)

Antes do prêmio final da noite, estava quase declarando Moonlight como o maior perdedor da noite, pois estava indicado a seis prêmios e estava perdendo em todos. Bom, pelo menos até levar o Melhor Filme – Drama. Particularmente, quando vi Damien Chazelle levar Melhor Roteiro por La La Land, achava que Barry Jenkins levaria o prêmio de Direção, mas foi novamente para Chazelle. Havia um certo hype de que Jenkins seria o primeiro diretor negro a ganhar o Oscar de Direção. Será que ainda rola?

Já entre as surpresas televisivas estão: a vitória de Hugh Laurie (The Night Manager) sobre Sterling K. Brown (American Crime Story); Tom Hiddleston (The Night Manager) sobre Courtney B. Vance (American Crime Story); e Claire Foy (The Crown) sobre Evan Rachel Wood (Westworld). Aliás, a HBO foi a maior perdedora da noite com 14 indicações e nenhuma vitória.

Já o momento mais lindo da noite indubitavelmente foi o discurso de Meryl Streep, que recebeu o Cecil B. DeMille Award. Ela começa citando diversos atores e seus locais de nascimento, ressaltando que são todos estrangeiros. “O que faríamos sem estrangeiros? Assistiríamos apenas futebol e uma mistura de artes marciais (MMA)” – brinca Streep. Depois, de forma bem mais incisiva, ela afirma que a performance que mais mexeu com ela foi do presidente eleito Donald Trump ao imitar de forma desrespeitosa o repórter Serge Kovaleski, que tem uma doença congênita. Meryl reforça a necessidade dos jornalistas em tempos obscuros como esses, como guardiões da verdade.

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Em discurso, Meryl Streep ataca Donald Trump sem sequer dizer seu nome (pic by Hollywood Reporter)

Curiosamente, Viola Davis teve a honra de apresentar a homenagem a Meryl Streep, que na mesma semana, acompanhou a inclusão de Viola na calçada da fama. Quando ela for a homenageada no Globo de Ouro, certamente Streep será sua apresentadora.

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Viola Davis apresenta homenagem a Meryl Streep (pic by Variety)

Confira todos os vencedores do 74º Globo de Ouro:

CINEMA

Best Motion Picture – Drama:
Moonlight: Sob a Luz do Luar (Moonlight)

Best Motion Picture – Musical or Comedy:
La La Land: Cantando Estações (La La Land)

Best Performance by an Actor in a Motion Picture – Drama:
Casey Affleck (Manchester à Beira Mar)

Best Performance by an Actress in a Motion Picture – Drama:
Isabelle Huppert (Elle)

Best Performance by an Actor in a Motion Picture – Musical or Comedy:
Ryan Gosling (La La Land: Cantando Estações)

Best Performance by an Actress in a Motion Picture – Musical or Comedy:
Emma Stone (La La Land)

Best Performance by an Actor in a Supporting Role in a Motion Picture:
Aaron Taylor-Johnson (Animais Noturnos)

Best Performance by an Actress in a Supporting Role in a Motion Picture:
Viola Davis (Cercas)

Best Director – Motion Picture:
Damien Chazelle (La La Land)

Best Screenplay:
Damien Chazelle (La La Land: Cantando Estações)

Best Motion Picture – Foreign Language:
Elle – França

Best Motion Picture – Animated:
Zootopia

Best Original Song – Motion Picture:
“City of Stars” (La La Land)

Best Original Score – Motion Picture:
Justin Hurwitz (La La Land)

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Vencedores da noite como Melhor Ator e Atriz em Comédia ou Musical por La La Land: Ryan Gosling e Emma Stone (pic by Variety)

TELEVISÃO

Best Television Series – Drama:
The Crown

Best Television Series – Musical or Comedy:
Atlanta

Best Performance by an Actor in a Television Series – Drama:
Billy Bob Thornton (Goliath)

Best Performance by an Actress in a Television Series – Drama:
Claire Foy (The Crown)

Best Performance by an Actor in a Television Series – Musical or Comedy:
Donald Glover (Atlanta)

Best Performance by an Actress in a Television Series – Musical or Comedy:
Tracee Ellis Ross (Black-ish)

Best Television Limited Series or Motion Picture Made for Television:
The People v. O.J. Simpson: American Crime Story

Best Performance by an Actor in a Limited Series or Motion Picture Made for Television:
Tom Hiddleston (The Night Manager)

Best Performance by an Actress in a Limited Series or Motion Picture Made for Television:
Sarah Paulson (The People v. O.J. Simpson: American Crime Story)

Best Performance by an Actress in a Supporting Role in a Series, Limited Series or Motion Picture Made for Television:
Olivia Colman (The Night Manager)

Best Performance by an Actor in a Supporting Role in a Series, Limited Series or Motion Picture Made for Television:
Hugh Laurie (The Night Manager)

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Tom Hiddleston discursa por The Night Manager (pic by Variety)

***

As indicações ao Oscar serão anunciadas no dia 24 de janeiro.

‘Deadpool’ disputa o WGA com ‘A Chegada’ e ‘Animais Noturnos’

Brianna Hildebrand e Ryan Reynolds em cena de Deadpool (pic by moviepilot.de)

Brianna Hildebrand e Ryan Reynolds em cena de Deadpool (pic by moviepilot.de)

PRÊMIO DO SINDICATO DE ROTEIRISTAS RECONHECE OUTRA ADAPTAÇÃO DE QUADRINHOS

Para quem acompanha cinema, sabe que os maiores sucessos comerciais nos últimos anos têm sido as adaptações de histórias em quadrinhos, seja da Marvel, ou seja da DC. É um filão extremamente rentável, porque ao mesmo tempo em que entretém o público mais jovem (que é a grande maioria dos espectadores dos cinemas hoje), consegue atrair os adultos que leram os quadrinhos décadas atrás. Entre os maiores sucessos comerciais de 2016, estavam as adaptações de HQ: Esquadrão Suicida, Batman vs. Superman: A Origem da Justiça e Capitão América: Guerra Civil, contudo, o único ousado foi Deadpool, que manteve as piadas de humor negro, o sexo e a violência (sim, tem sangue na tela), e a censura para maiores de 16 anos (reduzindo consideravelmente a renda nas bilheterias) em prol de qualidade.

Essa coragem em peitar a censura por acreditarem no material tem sido recompensada nas premiações. Venceu o Critics’ Choice Awards de Melhor Comédia e Melhor Ator em Comédia (Ryan Reynolds), foi indicado ao Globo de Ouro nas mesmas categorias, e agora foi lembrado pelo Writers Guild Awards. Será que sobra uma indicaçãozinha no Oscar? Deadpool concorre com pesos-pesados como A Chegada e Animais Noturnos.

Amy Adams em cena de Animais Noturnos (pic by moviepilot.de)

Amy Adams em cena de Animais Noturnos (pic by moviepilot.de)

Embora, o WGA seja bem rígido quanto ao regulamento, eliminado alguns concorrentes importantes anualmente, também apresenta uma boa estatística de acerto em relação ao Oscar. São 16 acertos em 22 anos na categoria de Roteiro Adaptado, e 14 na categoria de Roteiro Original. No ano passado, Spotlight – Segredos Revelados e A Grande Aposta levaram o prêmio do sindicato e levaram as estatuetas da Academia. Vale ressaltar também que Deadpool é a segunda adaptação de quadrinhos indicada. A anterior havia sido Guardiões da Galáxia em 2015.

Entre as exclusões devido ao regulamento estão as de LionMogli: O Menino Lobo e O Lagosta (que levou o LAFCA) na categoria de Roteiro Original, e de Florence: Quem é Essa Mulher? e Zootopia na categoria de Roteiro Adaptado. A maioria dessas ausências se deve aos próprios roteiristas, que decidiram não se filiar ao sindicato. Claro que há alguns casos em que o vencedor do Oscar de Roteiro nem era filiado ao WGA como Quentin Tarantino (por Django Livre) e Alejandro González Iñárritu e sua trupe (por Birdman), mas são mais raros de acontecer.

Já entre os ausentes que os membros do WGA simplesmente não gostaram estão Silêncio (o filme de Scorsese realmente não está agradando), Até o Último Homem, Capitão Fantástico e Jackie (que levou o prêmio no Festival de Veneza).

Só uma última curiosidade: os dramas Loving e Moonlight, aqui concorrentes como Roteiro Original, tiveram sua classificação alterada para Roteiro Adaptado perante a Academia. Enquanto o primeiro teria sido baseado num documentário de 2011, o segundo teria como base uma história biográfica pré-existente.

Seguem os indicados do Writers Guild Awards:

ROTEIRO ORIGINAL

  • Taylor Sheridan (A Qualquer Custo)
  • Damien Chazelle (La La Land)
  • Jeff Nichols (Loving)
  • Kenneth Lonergan (Manchester à Beira-Mar)
  • Barry Jenkins, Story by Tarell McCraney (Moonlight)

ROTEIRO ADAPTADO

  • Eric Heisserer (A Chegada); Baseado na história “História da sua Vida” de Ted Chiang
  • Rhett Reese & Paul Wernick (Deadpool); Baseado nos quadrinhos dos X-Men
  • August Wilson (Cercas); Baseado em sua peça
  • Allison Schroeder e Theodore Melfi (Estrelas Além do Tempo); Baseado no livro de Margot Lee Shetterly
  • Tom Ford (Animais Noturnos); Baseado no romance “Tony and Susan”, de Austin Wright

ROTEIRO DE DOCUMENTÁRIO

  • Jeff Feuerzeig (Author: The JT LeRoy Story)
  • Robert Kenner e Eric Schlosser, história por Brian Pearle e Kim Roberts (Command and Control); Baseado no livro “Command and Control”, de Eric Schlosser
  • Alex Gibney (Zero Days)
Cena do documentário Zero Days, de Alex Gibney (pic by moviepilot.de)

Cena do documentário Zero Days, de Alex Gibney (pic by moviepilot.de)

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O WGA (Writers Guild of America) anunciará seus vencedores em 19 de fevereiro em Beverly Hills. E as indicações ao Oscar saem no dia 24 de janeiro.

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