Thriller francês ‘Dheepan’, de Jacques Audiard, leva a Palma de Ouro 2015

Jacques Audiard (centro) recebe a Palma de Ouro ao lado dos atores do filme Dheepan: Jesuthasan Antonythsan e Kalieaswari Srinivasan. Ao fundo, o presidente do júri, Ethan Coen (photo by theguardian.com)

Jacques Audiard (centro) recebe a Palma de Ouro ao lado dos atores do filme Dheepan: Jesuthasan Antonythsan e Kalieaswari Srinivasan. Ao fundo, o presidente do júri, Ethan Coen (photo by theguardian.com)

IMPRENSA ESTRANGEIRA QUESTIONA FORTE PRESENÇA FRANCESA E SAI INSATISFEITA COM PREMIAÇÃO

Após concorrer por três vezes à Palma de Ouro em Cannes (em 1996 com Um Herói Muito Discreto, em 2009 com O Profeta, e em 2012 com Ferrugem e Osso), o autor francês Jacques Audiard finalmente levou o prêmio máximo do festival de cinema. Bastante humorado, o cineasta disparou em seu discurso de agradecimento: “Obrigado, Michael Haneke, por não ter feito nenhum filme este ano” – ele perdeu a Palma para Haneke na últimas duas oportunidades. Considerado por muitos críticos e cinéfilos como um dos grandes cineastas franceses da atualidade, sua consagração não soa mal, porém a premiação não agradou à maioria dos jornalistas e críticos presente.

Para muitos, além do prestígio do diretor, o tema da imigração na Europa, uma questão muito atual e polêmica, colaborou bastante na escolha do longa como o melhor do evento. Dheepan apresenta elementos do seu trabalho anterior O Profeta, como as gangues violentas e a busca pela desestruturação do poder, mas desta vez seu protagonista é um membro do grupo separatista Tamil Tigers do Sri Lanka. Planejando pedir asilo político na França, ele leva consigo duas estranhas (uma mulher e uma garota de 9 anos) com documentos falsos na tentativa de facilitar sua entrada no país. Lá, ele consegue um emprego e um lar, mas acaba se envolvendo com traficantes do condomínio onde mora, reabrindo suas feridas de guerra.

Claudine Vinasithamby e Jesuthasan Antonythasan em cena de Dheepan, de Jacques Audiard (Photo by outnow.ch)

Claudine Vinasithamby e Jesuthasan Antonythasan em cena de Dheepan, de Jacques Audiard (Photo by outnow.ch)

Honestamente, a sinopse não é novidade nenhuma. Aliás, ela lembra a sinopse de Rambo – Programado Para Matar (1982) e outros filmes dos anos 80 por sua vertente das feridas de guerra. Mas Audiard filma de um modo mais europeu, valorizando mais essa questão da imigração e dissecando os dilemas morais que envolvem o personagem e a situação.

Questionados sobre a escolha de Deephan, os presidentes do júri, os irmãos Coen, não gostaram e replicaram cada um a seu modo. Enquanto Ethan Coen foi mais complacente soltando a sentença: “Todos nós ficamos entusiasmados com detalhes de vários filmes, mas esse foi uma escolha unânime.”, Joel Coen preferiu ser mais enfático sobre a liberdade de escolha: “É um prêmio, de certa forma, estético. O júri não é formado por críticos de cinema, mas por um grupo de artistas.” – o que não deixa de ser verdade.

Joel Coen e Ethan Coen na cerimônia de premiação em Cannes: escolha unânime. Será? (photo by abcnews.go.com)

Joel Coen e Ethan Coen na cerimônia de premiação em Cannes: escolha unânime. Será? (photo by abcnews.go.com)

O mais importante em premiações é saber separar o profissional do pessoal. Por exemplo, em 2010, selecionaram Quentin Tarantino para ser presidente do júri do Festival de Veneza, e ele foi lá e premiou sua ex-namorada Sofia Coppola por Um Lugar Qualquer. Mérito ou presente? Em 2009, nomearam a atriz Isabelle Huppert pra ser presidente do júri, e ela concede a Palma de Ouro para Michael Haneke por A Fita Branca. Pode até ser por méritos próprios, mas fica aquela sensação de que ela teria presenteado seu colaborador de tantos filmes como A Professora de Piano (2001), que curiosamente lhe rendeu o prêmio de interpretação feminina em Cannes. Essas situações podem e devem ser evitadas pelos

Mas enfim, muitos queriam o filme húngaro Son of Saul (Saul Fia), de László Nemes, levasse o prêmio máximo do festival, mas acabou levando o Grande Prêmio do Júri, uma espécie de segundo lugar. Considerado um filme forte sobre o Holocausto, a produção foca na vida do prisioneiro húngaro Saul, que tem a tarefa de queimar os corpos dos demais prisioneiros no campo de concentração, inclusive o de seu filho. Se selecionado pela Hungria para representar o país no Oscar, Son of Saul tem grandes chances de vencer o prêmio de Melhor Filme em Língua Estrangeira de 2016. Além de apresentar essa temática de campos de concentração que os membros mais idosos da Academia adoram, o filme será distribuído pela forte Sony Pictures Classics.

Géza Rohrig é Saul, o prisioneiro húngaro do campo de concentração de Son of Saul, de László Nemes (photo by outnow.ch)

Géza Röhrig é Saul, o prisioneiro húngaro do campo de concentração de Son of Saul, de László Nemes (photo by outnow.ch)

Contudo, a imprensa estrangeira no geral não estava criticando apenas a escolha de Dheepan, mas a forte presença de conterrâneos. Das 19 produções indicadas à Palma de Ouro, 5 são francesas e mais 4 são co-produções da França. Além disso, dos sete prêmios da competição oficial, três foram para a França: a Palma para Dheepan, Melhor Ator para Vincent Lindon por The Measure of a Man, e Melhor Atriz para Emmanuelle Bercot por Mon Roi.

Vencedor do prêmio de interpretação masculina, o ator francês Vincent Lindon posa com o prêmio por The Measure of a Man (photo by news.yahoo.com)

Vencedor do prêmio de interpretação masculina, o ator francês Vincent Lindon posa com o prêmio por The Measure of a Man (photo by news.yahoo.com)

Aliás, o prêmio de interpretação feminina por si já foi uma polêmica à parte, pois além de terem selecionado a francesa Bercot por um filme bastante criticado, o prêmio foi dividido com a americana Rooney Mara pelo drama lésbico Carol, de Todd Haynes, que aceitou o prêmio em sua ausência. A crítica dava como certa a consagração de Cate Blanchett (que contracena com Rooney Mara em Carol) e consequentemente sua indicação ao Oscar 2016, mas não foi bem isso que aconteceu.

Emmanuelle Bercot posa ao lado dos dois prêmios de interpretação feminina. Rooney Mara não esteve presente. Bercot ganha por Mon Roi (photo by news.yahoo.com)

Emmanuelle Bercot posa ao lado dos dois prêmios de interpretação feminina. Rooney Mara não esteve presente. Bercot ganha por Mon Roi (photo by news.yahoo.com)

Recompensado por seu visual deslumbrante em The Assassin, um filme com artes marciais, o cineasta chinês Hou Hsiao-Hsien levou o prêmio de Direção. Esta foi sua sétima indicação à Palma de Ouro, e seu segundo prêmio em Cannes. Em 1993, ele havia ganhado o Prêmio do Júri por Mestre das Marionetes. Membro do júri, o diretor mexicano Guillermo Del Toro, também muito elogiado por seus recursos visuais, elogiou o trabalho de Hsiao-Hsien: “Por falar numa linguagem, uma claridade e uma poesia que era excessivamente forte.”

O consagrado diretor Hou Hsiao Hsien recebe o prêmio de direção por The Assassin (photo by china.org.cn)

O consagrado diretor Hou Hsiao Hsien recebe o prêmio de direção por The Assassin (photo by china.org.cn)

Já o Prêmio do Júri, que seria o terceiro lugar, ficou com o primeiro filme em língua inglesa do diretor grego Yorgos Lanthimos, conhecido pelo bizarro Dente Canino (2009). The Lobster certamente apresenta a trama mais estranha de todos os concorrentes: Num futuro fictício, as pessoas solteiras são obrigadas a encontrar seus pares em até 45 dias, caso contrário se transformam em animais e são soltos nas florestas. Essa sinopse já seria um prato cheio para o gosto bizarro dos irmãos Coen, mas segundo as críticas, o filme perde sua força depois da metade.

O diretor grego Yorgos Lanthimos recebe o Prêmio do Júri por The Lobster (photo by lemonde.fr)

O diretor grego Yorgos Lanthimos recebe o Prêmio do Júri por The Lobster (photo by lemonde.fr)

Outro cineasta estrangeiro que fez sua estréia na língua inglesa foi o mexicano Michel Franco. Com duas produções boas e polêmicas na bagagem (Daniel & Ana, e Depois de Lúcia), o diretor aborda o tema dos doentes terminais ao focar no trabalho de um enfermeiro, interpretado por Tim Roth, que lhe entregou o prêmio de Roteiro. Em seu discurso, Franco revelou que o filme nasceu em Cannes, depois que seu filme Depois de Lúcia venceu o prêmio Un Certain Regard em 2012, concedido pelo então presidente Tim Roth. A conversa fluiu e se tornou um projeto.

O cineasta mexicano Michel Franco recebe o prêmio de roteiro por Chronic das mãos do ator Tim Roth (photo by cinema.uol.com.br)

O cineasta mexicano Michel Franco recebe o prêmio de roteiro por Chronic das mãos do ator Tim Roth (photo by cinema.uol.com.br)

Já os grandes perdedores do festival foram os italianos Paolo Sorrentino, Nanni Moretti e Matteo Garrone. Youth, My Mother e Tale of Tales, respectivamente, não levaram nenhum dos prêmios principais. Havia uma expectativa de que Michael Caine pudesse levar o prêmio de interpretação masculina por Youth, o que acabou não acontecendo, mas com tantas críticas positivas sobre sua performance, por que não pensar no Oscar 2016? A última indicação de Caine foi em 2003 por O Americano Tranquilo. Faz tempo…

VENCEDORES DE CANNES 2015:

COMPETIÇÃO

PALMA DE OURO: Dheepan, de Jacques Audiard

Grande Prêmio do Júri: Son of Saul, de Laszlo Nemes

Diretor: Hou Hsiao-hsien (The Assassin)

Ator: Vincent Lindon (The Measure of a Man)

Atriz (EMPATE): Emmanuelle Bercot (Mon roi), e Rooney Mara (Carol)

Prêmio do Júri: The Lobster, de Yorgos Lanthimos

Roteiro: Chronic, de Michel Franco

OUTROS PRÊMIOS

Palma Honorária: Agnes Varda

Camera d’Or: Land and Shade, de Cesar Augusto Acevedo

Palma de Ouro de Curta-Metragem: Waves ’98, de Ely Dagher

Ecumenical Jury Prize: My Mother, de Nanni Moretti

UN CERTAIN REGARD

Un Certain Regard: Rams, de Grimur Hakonarson

Jury prize: The High Sun, de Dalibor Matanic

Diretor: Kiyoshi Kurosawa (Journey to the Shore)

Un Certain Talent Prize: Corneliu Porumboiu (The Treasure)

Special Prize para Talentos Promissores (empate): Nahid, de Ida Panahandeh E Masaan, de Neeraj Ghaywan

DIRECTORS’ FORTNIGHT

Art Cinema Award: The Embrace of the Serpent, de Ciro Guerra

Society of Dramatic Authors and Composers Prize: My Golden Days, de Arnaud Desplechin

Europa Cinemas Label: Mustang, de Deniz Gamze Erguven

CRITICS’ WEEK

Grand Prize: Paulina, de Santiago Mitre

Visionary Prize: Land and Shade

Society of Dramatic Authors and Composers Prize: Land and Shade

FIPRESCI

Competition: Son of Saul, de László Nemes

Un Certain Regard: Masaan

Critics’ Week: Paulina

Indicados à Palma de Ouro de Cannes 2015

Pôster oficial do 68º Festival de Cannes, estrelado por Ingrid Bergman

Pôster oficial do 68º Festival de Cannes, estrelado por Ingrid Bergman

COM IRMÃOS COEN PRESIDENTES DO JÚRI, CANNES APRESENTA NOMES CONSAGRADOS COM POUCAS APOSTAS

Na última quinta-feira, dia 16, o diretor Thierry Frémaux anunciou a seleção oficial de filmes, dando início ao 68º Festival de Cannes, que tem início no dia 13 de maio e vai até o dia 24. Como tem sido tradição nos últimos anos, o pôster do evento foi preenchido por uma estrela de cinema internacional, e este ano, devido ao seu centenário, a escolhida foi a bela e talentosa Ingrid Bergman. Como sua filha Isabella Rossellini (que será presidente da seleção Un Certain Regard) destacou, ela atuou em produções européias modestas como Stromboli (1950) até produções oscarizadas de estúdios hollywoodianos como Casablanca (1943) e Anastácia, a Princesa Esquecida (1956), pelo qual ganhou seu segundo Oscar de Melhor Atriz.

Com esse start clássico, o festival se mostra promissor também pela escolha de seu presidente do júri, ou melhor, dos presidentes: Joel Coen e Ethan Coen. Os irmãos já levaram a Palma de Ouro em 1991 com Barton Fink – Delírios de Hollywood, mais três prêmios de Direção pelo mesmo Barton FinkFargo (1996) e O Homem que Não Estava Lá (2001), além do Grande Prêmio do Júri conquistado ano passado com Inside Llewyn Davis – Balada de um Homem Comum. Vale lembrar que os irmãos também já levaram o Oscar de Roteiro Original por Fargo, e a trinca de Oscars (Filme, Direção e Roteiro Adaptado) por Onde os Fracos Não Têm Vez em 2008, sendo responsáveis pelos Oscars de atuação de Frances McDormand e Javier Bardem.

Joel Coen e Ethan Coen formam a primeira dupla de presidentes da História de Cannes (photo by Alison Cohen Rosa/ Universal Pictures)

Joel Coen e Ethan Coen formam a primeira dupla de presidentes da História de Cannes (photo by Alison Cohen Rosa/ Universal Pictures)

AUTORES EM ALTA PREENCHEM AS VAGAS, MAS NÃO HÁ LATINO-AMERICANOS

A dupla americana terá prato cheio este ano para eleger os melhores. Dentre os selecionados renomados estão Gus Van Sant (vencedor da Palma de Ouro com Elefante em 2003), o canadense Denis Villeneuve (Os Suspeitos), Todd Haynes (indicado à Palma com Velvet Goldmine em 1998), o italiano Nanni Moretti (vencedor da Palma de Ouro com O Quarto do Filho em 2001), Paolo Sorrentino (vencedor do Oscar de Filme em Língua Estrangeira por A Grande Beleza, esta é sua sexta indicação sem vitória) e o também italiano Matteo Garrone, que já levou o Grande Prêmio do Júri em duas oportunidades com Gomorra (2008) e Reality – A Grande Ilusão (2012).

Matthew McConaughey e Ken Watanabe formam uma dupla nessa história de suicídio em The Sea of Trees, de Gus Van Sant (photo by filmserver.cz)

Matthew McConaughey e Ken Watanabe formam uma dupla nessa história de suicídio em The Sea of Trees, de Gus Van Sant (photo by filmserver.cz)

Neste mundo globalizado, vale destacar também a estréia de dois diretores em produções de língua inglesa. O grego Yorgos Lanthimos, que ficou conhecido pelo estranho Dente Canino (que chegou a concorrer ao Oscar de Filme em Língua Estrangeira em 2010), conta uma história futurista em que todos os solteiros são obrigados a encontrar um par em 45 dias, caso contrário, serão soltos nas florestas como animais. Para ajudar a contar essa ficção científica, The Lobster, ele terá a colaboração de um elenco hollywoodiano formado por Colin Farrell, Rachel Weisz, John C. Reilly, Ben Wishaw e Léa Seydoux. Em termos de elenco, o norueguês Joachim Trier não fica muito atrás. No drama Louder than Bombs, ele contará com Isabelle Huppert, Gabriel Byrne, David Strathairn, Amy Ryan e Jesse Eisenberg.

Da esquerda para a direita: John C. Reilly, Ben Wishaw e Colin Farrell em The Lobster (photo by indiewire.com)

Da esquerda para a direita: John C. Reilly, Ben Wishaw e Colin Farrell em The Lobster (photo by indiewire.com)

Os asiáticos também estão bem representados com o chinês Jia Zhangke, que levou o prêmio de roteiro por Um Toque de Pecado em 2013; o japonês Hirokazu Koreeda retorna com o prêmio do Júri por Pais e Filhos (2013) no currículo; e indicado seis vezes à Palma de Ouro, o taiwanês Hou Hsiao-Hsien, que conquistou o prêmio do Júri em 1993 por Mestre das Marionetes, volta depois de um hiato de 8 anos para tentar sua primeira grande vitória.

Infelizmente, não há representantes latino-americanos na seleção. Normalmente, existe uma produção argentina ou chilena concorrendo, mas essa ausência total acende um alerta para a produção cinematográfica latina e a fragilidade dos incentivos culturais de seus governos, porque alguém aí está devendo. A própria produção brasileira está sumida de Cannes, pois as últimas participações brasileiras foram com o diretor Walter Salles e seu Na Estrada, uma co-produção com a França, em 2012; e com Fernando Meirelles e seu Ensaio Sobre a Cegueira, uma co-produção com Canadá e Japão, em 2008. O último filme brasileiro de fato indicado à Palma de Ouro foi Linha de Passe (2008), de Walter Salles, que levou o prêmio de interpretação feminina para Sandra Corveloni. Se o Cinema brasileiro não estivesse tão “padrão Globo” com comédias bobas que nada têm a dizer, poderia haver mais projeção internacional.

ATORES CANDIDATOS AOS PRÊMIOS DE INTERPRETAÇÃO

Se entre os diretores, a competição já está acirrada, o mesmo pode se dizer dos atores que estão concorrendo aos prêmios de interpretação. Uma das atrizes mais prolixas da atualidade que nunca venceu em Cannes é a australiana Cate Blanchett. Ela larga na frente por sua performance no drama Carol, um romance lésbico ao lado da atriz Rooney Mara que se passa na década de 50 em Nova York. Dependendo do júri, se for do seu agrado, o prêmio pode ser dividido entre as duas, já que não existem regras rígidas como no Oscar.

Cate Blanchett em Carol, de Todd Haynes. (photo by Weinstein Co. through variety.com)

Cate Blanchett em Carol, de Todd Haynes. (photo by Weinstein Co. through variety.com)

Pela adaptação de Shakespeare, Macbeth, pode vir outra forte candidata feminina: a francesa Marion Cotillard. Ela já havia batido na trave duas vezes com Ferrugem e Osso em 2012, e com Dois Dias, Uma Noite em 2014, mas nunca levou o prêmio também. Pelo mesmo MacBeth, o alemão Michael Fassbender deve figurar entre os favoritos entre as performances masculinas, assim como a dupla Matthew McConaughey e Ken Watanabe por The Sea of Trees, de Gus Van Sant. Por Youth, de Paolo Sorrentino,  nomes de peso também chamam atenção: Michael Caine, Harvey Keitel e Jane Fonda. Já pelo filme de Garrone, The Tale of Tales, Salma Hayek e Vincent Cassel são as grandes estrelas. Enfim, será um prato cheio também para os papparazzis do tapete vermelho da Croisette.

Marion Cottilard e Michael Fassbender formam o casal MacBeth no filme homônimo. (photo by vaiety.com)

Marion Cotillard e Michael Fassbender formam o casal Macbeth no filme homônimo. (photo by vaiety.com)

VITRINE FORA DA COMPETIÇÃO

Houve o tempo em que os filmes que não concorriam à Palma de Ouro eram considerados fracos. Hoje, além da forte criatividade da seleção Un Certain Regard (Um Certo Olhar), que visa justamente trazer novo fôlego à linguagem do cinema, existem produções que simplesmente reforçam a importância do Festival de Cannes só por sua participação.

Assim, o novo filme de Woody Allen, a “dramédia” romântica Irrational Man, estrelado por Joaquin Phoenix e Emma Stone, está programado para ser exibido fora da competição. Como Cannes é também uma excelente vitrine de vendas, estão previstas as estréias da refilmagem de George Miller, Mad Max: Estrada da Fúria (Mad Max: Fury Road), estrelado por Tom Hardy e Charlize Theron; a mais nova animação da Pixar, Divertida Mente (Inside Out), com as vozes de Diane Lane, Amy Poehler e Bill Hader; e a mais nova adaptação do clássico infantil de Antoine de Saint-Exupéry, O Pequeno Príncipe, uma animação que conta com as vozes de Rachel McAdams, Jeff Bridges, Benicio Del Toro, James Franco e Marion Cotillard.

Tom Hardy, no papel que revelou Mel Gibson, em Mad Max: Estrada da Fúria (photo by outnow.ch)

Tom Hardy, no papel que revelou Mel Gibson, em Mad Max: Estrada da Fúria (photo by outnow.ch)

Tem se tornado tradição também Cannes abrir espaço para filmes de estréia de atores conhecidos. Ano passado, Ryan Gosling teve seu filme como diretor-estreante, Rio Perdido, exibido na Mostra Camera D’Or. Este ano, a estrela da vez é a israelense Natalie Portman, vencedora do Oscar por Cisne Negro. Ela dirigiu A Tale of Love and Darkness, adaptação de um livro autobiográfico de seu conterrâneo Amos Oz. sobre as décadas de 40 e 50 que ele viveu em Jerusalém. A atriz interpreta a mãe do protagonista.

Natalie Portman em seu primeiro filme como diretora em A Tale of Love and Darkness (photo by celebmafia.com)

Natalie Portman em seu primeiro filme como diretora em A Tale of Love and Darkness (photo by celebmafia.com)

INDICADOS À PALMA DE OURO 2015:

• Standing Tall – FILME DE ABERTURA
Dir: Emmanuelle Bercot

Palma de Ouro

Palma de Ouro

• The Assassin (Nie yin niang)
Dir: Hou Hsiao-Hsien

• Carol (Carol)
Dir: Todd Haynes

• Erran (Deephan)
Dir: Jacques Audiard

• The Lobster
Dir: Yorgos Lanthimos

• Louder Than Bombs
Dir: Joachim Trier

• Macbeth
Dir: Justin Kurzel

• Marguerite and Julien (Marguerite et Julien)
Dir: Valérie Donzelli

• Mon roi
Dir: Maïwenn

• Mountains May Depart (Shan He Gu Ren)
Dir: Jia Zhangke

• My Mother (Mia Madre)
Dir: Nanni Moretti

• Our Little Sister (Umimachi Diary)
Dir: Hirokazu Koreeda

• The Sea of Trees
Dir: Gus Van Sant

• Sicario
Dir: Denis Villeneuve

• A Simple Man (La loi du marché)
Dir: Stéphane Brizé

• Son of Saul (Saul Fia)
Dir: Laszlo Nemes

• The Tale of Tales (Il racconto dei racconti)
Dir: Matteo Garrone

• Youth (La Giovinezza)
Dir: Paolo Sorrentino

Cena de The Assassin, de Hsiao-Hsien Hou (photo by cine.gr)

Cena de The Assassin, de Hou Hsiao-Hsien (photo by cine.gr)

SELEÇÃO UN CERTAIN REGARD 2015:

Seleção Un Certain Regard

Seleção Un Certain Regard

♦ The Chosen Ones
Dir: David Pablos

♦ Fly Away Solo
Dir: Neeraj Ghaywan

♦ The Fourth Direction
Dir: Gurvinder Singh

♦ The High Sun
Dir: Dalibor Matanic

♦ I Am a Soldier
Dir: Laurent Lariviere

♦ Journey to the Shore (Kishibe no Tabi)
Dir: Kiyoshi Kurosawa

♦ Madonna
Dir: Shin Su-won

♦ Maryland
Dir: Alice Winocour

♦ Nahid
Dir: Ida Panahandeh

♦ One Floor Below
Dir: Radu Muntean

♦ The Other Side
Dir: Roberto Minervini

♦ Rams
Dir: Grimur Hakonarson

♦ The Shameless
Dir: Oh Seung-euk

♦ The Treasure
Dir: Corneliu Porumboiu

Cena de Journey to the Shore, de Kyoshi Kurosawa (phot by cine.gr)

Cena de Journey to the Shore, de Kyoshi Kurosawa (phot by cine.gr)

MIDNIGHT SCREENINGS

♠ Amy
Dir: Asif Kapadia

♠ Office
Dir: Hong Won-chan

Cena do documentário sobre a cantora Amy Winehouse, morta em 2011. (photo by cine.gr)

Cena do documentário sobre a cantora Amy Winehouse, morta em 2011. (photo by cine.gr)

SPECIAL SCREENINGS

♣ Amnesia
Dir: Barbet Schroeder

♣ Asphalte
Dir: Samuel Benchetrit

♣ Hayored lema’ala
Dir: Elad Keidan

♣ Oka
Dir: Souleymane Cisse

♣ Panama
Dir: Pavle Vuckovic

♣ A Tale of Love and Darkness
Dir: Natalie Portman

FORA DE COMPETIÇÃO

– Irrational Man
Dir: Woody Allen

– O Pequeno Príncipe (The Little Prince)
Dir: Mark Osborne

– Divertida Mente (Inside Out)
Dir: Pete Docter

– Mad Max: Estrada da Fúria (Mad Max: Fury Road)
Dir: George Miller

Cena da nova animação da Pixar, Divertida Mente, de Pete Docter (photo by cine.gr)

Cena da nova animação da Pixar, Divertida Mente, de Pete Docter (photo by cine.gr)

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