APOSTAS PARA o OSCAR 2020: 2º ROUND de CINEMA vs NETFLIX

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Pôster da 92ª edição do Oscar

PELO SEGUNDO ANO CONSECUTIVO, UM FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA PODE LEVAR O OSCAR DE MELHOR FILME

Além da briga entre Cinema e Netflix continuar este ano, a busca pelo Oscar de Melhor Filme por um filme de língua estrangeira permanece. Em 2019, apesar de toda uma alta expectativa, Roma falhou e o prêmio foi para o mais tradicional Green Book, que sofreu críticas ainda maiores após a consagração.

Nesta edição, o cenário ficou mais interessante. Desta vez, não temos um filme estrangeiro e em preto-e-branco concorrendo pela Netflix (Roma), agora tem a alta cúpula de Hollywood, bitch! A Netflix resolveu apelar e trouxe O Irlandês, História de um Casamento e Dois Papas, pensando: “Agora vai!” Bem… lá no início da temporada de premiações, o filme de Martin Scorsese chegou a figurar como favorito, ganhando o National Board of Review e o New York Film Critics Circle (NYFCC), e o drama conjugal de Noah Baumbach levou o prêmio do Gotham Awards. Estava tudo caminhando nos conformes para o presidente da Netflix, Ted Sarandos, mas… a temporada de premiações é longa (vai de setembro a fevereiro), e muita coisa pode mudar nesses meses.

Nesse período, já vimos O Segredo de Brokeback Mountain ceder o topo para Crash, e A Rede Social ceder o topo para O Discurso do Rei. Aí que entra o poder uma boa campanha publicitária (Harvey Weinstein era o expert no assunto) e questões pessoais como preconceito e má informação. No primeiro caso, é nítido o prevalecimento do preconceito contra o homossexualismo do filme de Ang Lee, e no segundo, uma campanha que certamente elevou o lado mais conservador da Academia de que seria imaturo premiar um filme sobre o Facebook.

E houve alguma mudança nesse cenário? A verdade é que a Academia está passando por transformações hoje. Nos últimos anos, a ex-presidente da Academia, Cheryl Boone Isaacs, abriu as portas da Academia para cerca de 2.500 novos membros de várias etnias, várias nações e mulheres de todo o mundo, fazendo parte das consequências do protesto #OscarsSoWhite, mas a grande maioria permanece sendo o perfil homem branco e mais velho, o que poderia explicar o conservadorismo predominante. Mas é preciso ter um pouco mais de paciência com o Oscar. Se um filme mais conservador ganhar, não significa que toda a instituição é conservadora. Eleger o vencedor do Oscar é uma eleição democrática; vence aquele que obteve maior número de votos.

Se o filme estrangeiro Parasita não ganhar este ano, vamos bater palmas do mesmo jeito, porque o filme de Bong Joon Ho já é um filme extremamente vitorioso. Até ano passado, NENHUM filme coreano conseguiu chegar ao Oscar! Nem sequer na categoria de Filme Internacional! O mais próximo disso foi a inclusão na shortlist de Em Chamas, mas foi só. Parasita recebeu 6 indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme. Nem o diretor imaginava que seu filme conseguiria tanto prestígio assim. Se não ganhar o prêmio principal da noite, não tem problema. Ele já terá amadurecido mais essa idéia para os próximos filmes de língua estrangeira.

Se a Netflix não ganhar Melhor Filme, provavelmente significa que a maioria ainda tem receio do crescimento da empresa ligado a uma possível queda do sistema de grandes estúdios, e o medo de perder o emprego. E tem toda aquela questão da preferência do filme ser exibido em salas de cinema do que na TV de casa. Obviamente que também preferimos que todos os filmes pudessem ser exibidos nos cinemas, mas não há espaço para todos. Então, entre não passar nos cinemas e passar na TV e alcançar um bom público, preferimos que chegue ao espectador! Sobre as chances de O Irlandês, temos absoluta certeza de que se ele tivesse sido exibido nos cinemas comerciais de todo o mundo, ele seria o franco-favorito do Oscar.

PODCAST

Pela primeira vez, lançamos um episódio de podcast. Mas calma! Não se animem tanto, pois foi um trabalho extremamente amador. Se você nunca ouviu um podcast, pode ser que sua experiência seja menos dolorosa kk Agora, se já conhece, você aguenta uns 5 minutos no máximo!

Estamos buscando novas alternativas para o blog, a página do Facebook e o Instagram @cinemaoscareafins . Vamos ver até onde isso vai dar! Desde já, agradecemos o seu apoio! É muito importante pra nós!

SEGUNDO ANO DE OSCAR SEM HOST

A audiência da edição passada teria crescido um pouco em relação ao ano anterior, ou pelo menos se estabilizada, mas a justificativa teria sido a curiosidade do público em saber como seria uma cerimônia do Oscar sem um host, algo que não acontecia desde a década de 80. Mas e agora neste segundo ano sem host? A curiosidade já passou, mas aparentemente o público se dividiu sobre a ausência de um apresentador.

Nossa opinião sempre foi clara desde o início: preferimos um host, uma hostess ou até mais de um host, contanto que haja um. Não que seja algo essencial para o Oscar, mas havendo um bom host (tem que saber escolher bem), ele ou ela vai saber brincar com os filmes indicados de uma forma leve ou até meio ácida, fazer aquela ponte entre os filmes e os acontecimentos da atualidade, dar unidade à cerimônia de três horas, evitar dar mais espaço para os apresentadores dos prêmios que costumam vir com aquela piadinha rala e sem graça antes de abrir o envelope, e, se o host (ess) se sair bem, será mais um assunto pra conversa do dia seguinte entre colegas e amigos.

Em nossa humilde opinião, a última edição do Oscar só começou a ficar interessante a partir da apresentação de “Shallow” de Bradley Cooper e Lady Gaga. Antes estava tudo muito mecânico: entram apresentadores, piadinha, “e o Oscar vai para…”. Isso um Powerpoint já resolvia bem.

No ano passado, na ausência de um host, a Academia trouxe a banda Queen pra abrir o evento ao vivo, com Adam Lambert fazendo cover. Este ano, os organizadores da cerimônia, decidiram apostar na nova sensação da música Billie Eilish, que recentemente venceu os 4 principais Grammys. Ainda não se sabe qual música ela vai cantar, mas entendemos que a Academia está buscando atrair um público mais jovem para a transmissão.

Billie Eilish

Billie Eilish no Oscar 2020

92ª EDIÇÃO: O QUE PODE ACONTECER

1º filme em língua estrangeira a ganhar Melhor Filme
Sim, Parasita pode se tornar o primeiro filme todo legendado a levar o prêmio principal da noite. Claro que as chances ficaram pequenas após as vitórias de 1917 no PGA e no DGA, mas as vitórias expressivas do filme sul-coreano no sindicato de montadores e de atores (SAG) podem causar uma reviravolta de última hora.

1º filme da Netflix a ganhar Melhor Filme
Ainda na mesma luta de Roma, os filmes O Irlandês e História de um Casamento representam duas chances do estúdio de streaming a conquistar o prêmio pela primeira vez. Apesar de agora contar com o apoio importante de nomes como Martin Scorsese, Robert De Niro e Al Pacino, ainda existe uma parte conservadora muito grande na Academia que considera a Netflix o fim dos cinemas como os conhecemos hoje.

1ª vitória da Coréia do Sul
Parasita pode ser o responsável por seis conquistas inéditas na história do Oscar, já que é o primeiro filme coreano que participa da premiação em 92 anos. Então o filme pode fincar a bandeira do país asiático em seis categorias: Filme, Diretor, Roteiro Original, Montagem, Design de Produção e Filme Internacional. Além disso, o documentário-curta coreano In the Absence pode se tornar o primeiro a vencer na categoria.

MELHOR FILME

  • FORD VS FERRARI (Ford V Ferrari)
  • O IRLANDÊS (The Irishman)
  • JOJO RABBIT (Jojo Rabbit)
  • CORINGA (Joker)
  • ADORÁVEIS MULHERES (Little Women)
  • HISTÓRIA DE UM CASAMENTO (Marriage Story)
  • 1917 (1917)
  • ERA UMA VEZ EM… HOLLYWOOD (Once Upon a Time… in Hollywood)
  • PARASITA (Gisaengchung)

DEVE GANHAR: Parasita
DEVERIA GANHAR: Parasita
SE ROLAR, É ZEBRA: Ford vs Ferrari

NÃO RECEBEU O CONVITE: Jóias Brutas (Uncut Gems)

Parasite sag

A família Kim de Parasita (pic by IMDb)

Sim, vamos apostar alto, e com todas as nossas fichas para a quebra de tabu. Parasita vai vencer o Oscar de Melhor Filme e se tornar o primeiro filme em língua estrangeira na história da Academia… na segunda-feira, a gente volta aqui com o rabinho entre as pernas e diz: “A gente se empolgou demais” kkk

MELHOR DIREÇÃO

  • Martin Scorsese (O Irlandês)
  • Todd Phillips (Coringa)
  • Sam Mendes (1917)
  • Quentin Tarantino (Era Uma Vez em… Hollywood)
  • Bong Joon Ho (Parasita)

DEVE GANHAR: Sam Mendes (1917)
DEVERIA GANHAR: Bong Joon Ho (Parasita)
SE ROLAR, É ZEBRA: Todd Phillips (Coringa)

NÃO RECEBEU O CONVITE: Benny e Josh Safdie (Jóias Brutas)

Sam Mendes 1917 2

Sam Mendes passa instruções para seus atores Dean-Charles Chapman e George McKay em set de 1917 (pic by OutNow,CH)

Depois da vitória de Mendes no DGA, ficou bem difícil pra qualquer outro indicado. São apenas sete divergências entre o DGA e a Academia. E Sam Mendes se encaixa no perfil “experiência cinematográfica” dos vencedores recentes Alejandro G. Iñárritu e Alfonso Cuarón.

MELHOR ATRIZ

  • Cynthia Erivo (Harriet)
  • Scarlett Johansson (História de um Casamento)
  • Saoirse Ronan (Adoráveis Mulheres)
  • Charlize Theron (O Escândalo)
  • Renée Zellweger (Judy: Muito Além do Arco-Íris)

DEVE GANHAR: Renée Zellweger (Judy: Muito Além do Arco-Íris)
DEVERIA GANHAR: Renée Zellweger (Judy: Muito Além do Arco-Íris)
SE ROLAR, É ZEBRA: Saoirse Ronan (Adoráveis Mulheres)

NÃO RECEBEU O CONVITE: Lupita Nyong’o (Nós), Jessie Buckley (As Loucuras de Rose)

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Renée Zellweger como Judy Garland em seu camarim (pic by OutNow.CH)

Infelizmente, a melhor performance do ano sequer foi indicada. Com Lupita Nyong’o fora do páreo, ficou mais fácil para Renée Zellweger conquistar sua segunda estatueta do Oscar, e a primeira como Atriz principal. Embora não apresente nada de muito novo, Zellweger incorpora a estrela da era de ouro de Hollywood, Judy Garland, com todos os trejeitos, e acaba se parecendo bastante com a figura real graças ao trabalho de maquiagem e de cabelo, além do figurino.

Depois de tantos anos na pele da Viúva Negra da Marvel, foi uma grata surpresa ver Scarlett Johansson mostrando seu talento num papel dramático mais profundo. Que venham mais projetos desse naipe para que ela continue sua ascensão menos comercial.

MELHOR ATOR

  • Antonio Banderas (Dor e Glória)
  • Leonardo DiCaprio (Era Uma Vez em… Hollywood)
  • Adam Driver (História de um Casamento)
  • Joaquin Phoenix (Coringa)
  • Jonathan Pryce (Dois Papas)

DEVE GANHAR: Joaquin Phoenix (Coringa)
DEVERIA GANHAR: Joaquin Phoenix (Coringa)
SE ROLAR, É ZEBRA: Jonathan Pryce (Dois Papas)

NÃO RECEBEU O CONVITE: Adam Sandler (Jóias Brutas), Christian Bale (Ford Vs Ferrari)

Joaquin Phoenix Joker 2

Joaquin Phoenix fazendo sua pintura de guerra em Coringa (pic by OutNow.CH)

Claro que cada um tem direito a opinar, mas em nossa visão, teríamos Adam Sandler e Christian Bale nos lugares de Leonardo DiCaprio e Jonathan Pryce. De qualquer forma, independente de quais atores estivessem indicados, este é o ano de Joaquin Phoenix. Em seu histórico, temos três indicações sem vitória (sendo que já merecia ter levado por O Mestre em 2013), com o ator atingindo seu ápice como Coringa. A adaptação dos quadrinhos foi um sucesso nas bilheterias, o que proveu apoio popular na campanha do Oscar.

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE

  • Kathy Bates (O Caso Richard Jewell)
  • Laura Dern (História de um Casamento)
  • Scarlett Johansson (Jojo Rabbit)
  • Florence Pugh (Adoráveis Mulheres)
  • Margot Robbie (O Escândalo)

DEVE GANHAR: Laura Dern (História de um Casamento)
DEVERIA GANHAR: Scarlett Johansson (Jojo Rabbit)
SE ROLAR, É ZEBRA: Kathy Bates (O Caso Richard Jewell)

NÃO RECEBEU O CONVITE: Jennifer Lopez (As Golpistas), Taylor Russell (Waves)

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Laura Dern tirando seu casaco na corte em História de um Casamento (pic by IMDb)

Laura Dern está muito bem como a advogada Nora Fanshaw. Rouba todas as cenas em que está, porém são poucas as cenas. Assim, a personagem dela não tem tanta profundidade, mas certamente chama a atenção nos poucos minutos em que aparece.

MELHOR ATOR COADJUVANTE

  • Tom Hanks (Um Lindo Dia na Vizinhança)
  • Anthony Hopkins (Dois Papas)
  • Al Pacino (O Irlandês)
  • Joe Pesci (O Irlandês)
  • Brad Pitt (Era Uma Vez em… Hollywood)

DEVE GANHAR: Brad Pitt (Era Uma Vez em… Hollywood)
DEVERIA GANHAR: Joe Pesci (O Irlandês)
SE ROLAR, É ZEBRA: Tom Hanks (Um Lindo Dia na Vizinhança)

NÃO RECEBEU O CONVITE: Willem Dafoe (O Farol), Song Kang Ho (Parasita), Shia LaBeouf (Honey Boy), Noah Jupe (Honey Boy)

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Brad Pitt como Cliff Booth em Era Uma Vez em… Hollywood (pic by OutNow.CH)

Uma categoria bastante disputada este ano, que facilmente poderia incluir Willem Dafoe ou Song Kang Ho. Embora Brad Pitt mal tenha suado a camisa (apenas a tirou em cima do telhado!), ele é o franco-favorito numa campanha que contou muito com seu carisma pessoal e o prestígio que ele tem perante seus companheiros de profissão, que certamente se perguntaram: “Como assim Brad Pitt não tem um Oscar de atuação ainda?”. E assim como nós, estamos ansiosos por mais um discurso bem humorado do ator.

Já em termos de atuação, ninguém melhor do que Joe Pesci, que rouba todas as suas cenas com um único olhar. Ao contrário de papéis anteriores, o ator está extremamente contido, trabalhando apenas com detalhes e nuances. Martin Scorsese merecia um prêmio só por ter resgatado este homem da aposentadoria.

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL

  • Entre Facas e Segredos, Rian Johnson
  • História de um Casamento, Noah Baumbach
  • 1917, Sam Mendes e Krysty Wilson-Cairns
  • Era Uma Vez em… Hollywood, Quentin Tarantino
  • Parasita, Bong Joon Ho e Han Jin Won

DEVE GANHAR: Bong Joon Ho e Han Jin Won (Parasita)
DEVERIA GANHAR: Bong Joon Ho e Han Jin Won (Parasita)
SE ROLAR, É ZEBRA: Rian Johnson (Entre Facas e Segredos)

NÃO RECEBEU O CONVITE: Emily Halpern, Sarah Haskins, Susanna Fogel e Katie Silberman (Fora de Série)

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Roteiro Original para Parasita, que venceu o BAFTA e o WGA (pic by OutNow.CH)

Até pouco tempo atrás, Tarantino era o grande favorito nesta categoria, já que não levaria o prêmio como diretor. Contudo, com a ascensão de Sam Mendes, que venceu o DGA, o prêmio de Roteiro Original foi a forma encontrada para que Bong Joon Ho não saísse da noite sem nenhum prêmio individual (o Oscar de Filme Internacional seria para a Coréia do Sul). Essa tendência começou no sindicato de Roteiristas (WGA) e perdurou até o BAFTA.

Retiraríamos o roteiro previsível e repleto de artifícios de 1917 e colocaríamos o roteiro da comédia juvenil Fora de Série (Booksmart). Temos certeza de que, assim como os filmes de terror, os filmes teenagers sofrem enorme preconceito da Academia, que enxerga o filme de estréia de Olivia Wilde como uma comédia bobinha.

Se houvesse uma surpresa na categoria, seria bacana ver Rian Johnson subir ao palco pelo roteiro de Entre Facas e Segredos. Ele ressuscita o subgênero do “Quem Matou?” com muita elegância e humor. E seria bacana pra mostrar à Disney que Johnson é bom demais pra Star Wars.

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO

  • O Irlandês, Steven Zaillian
  • Jojo Rabbit, Taika Waititi
  • Coringa, Todd Phillips, Scott Silvers
  • Adoráveis Mulheres, Greta Gerwig
  • Dois Papas, Anthony McCarten

DEVE GANHAR: Taika Waititi (Jojo Rabbit)
DEVERIA GANHAR: Steven Zaillian (O Irlandês)
SE ROLAR, É ZEBRA: Anthony McCarten (Dois Papas)

NÃO RECEBEU O CONVITE: J.C. Lee e Julius Onah (Luce)

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Roteiro Adaptado para Jojo Rabbit, que venceu o BAFTA e o WGA (pic by OutNow.CH)

Até pouco tempo atrás, nossa aposta segura para Roteiro Adaptado era Greta Gerwig, mas depois do WGA e BAFTA concederem o prêmio para Taika Waititi, temos nossas dúvidas. Além dos prêmios, se Taika perder, existe um sério risco de Jojo Rabbit não levar nada na noite, enquanto Adoráveis Mulheres, já tem um Oscar praticamente garantido de Figurino. Claro que não é a mesma coisa, mas deixaria de ser um filme indicado ao Oscar para ser um filme vencedor do Oscar.

Por outro lado, existe toda uma política para que Greta vença como Roteiro Adaptado. Primeiramente, depois dos protestos sobre a ausência de mulheres na categoria de Direção, muitos votantes se sentiram obrigados a “compensar” isso ao elegê-la como a melhor roteirista. Mas claro que essa estratégia não tem nada combinado oficialmente, ainda mais numa instituição com cerca de 8 mil membros. Será que a maioria das mulheres vai realmente votar em Greta Gerwig? Até o momento, seu filme passa longe de ser uma unanimidade no quesito roteiro…

MELHOR FOTOGRAFIA

  • O Irlandês, Rodrigo Prieto
  • Coringa, Lawrence Sher
  • O Farol, Jarin Blaschke
  • 1917, Roger Deakins
  • Era Uma Vez em… Hollywood, Robert Richardson

DEVE GANHAR: Roger Deakins (1917)
DEVERIA GANHAR: Roger Deakins (1917) ou Jarin Blaschke (O Farol)
SE ROLAR, É ZEBRA: Rodrigo Prieto (O Irlandês)

NÃO RECEBEU O CONVITE: Phedon Papamichael (Ford Vs Ferrari), Jasper Wolf (Monos)

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Roger Deakins em set de 1917 com uma equipe de filmagem maior que muito elenco (pic by OutNow.CH)

Se fotografia fosse apenas iluminação e enquadramento, este Oscar seria de Jarin Blaschke. Num preto-e-branco soberbo, com formato praticamente quadrado, sua fotografia ajuda a situar e narrar a história dos dois marinheiros em O Farol. Mas quando entra o quesito movimento de câmera também, Roger Deakins mostra porque é o melhor diretor de fotografia vivo.

Em seu trabalho, temos beleza plástica, com cores e enquadramentos, movimentação de todos os tipos, e com gruas especiais. É uma fotografia extremamente pensada, planejada e executada à perfeição. Deakins prova para todos os outros diretores de fotografia que ele ainda consegue se superar. Segundo Oscar merecidíssimo.

MELHOR MONTAGEM

  • Ford Vs Ferrari, Andrew Buckland e Michael McCusker
  • O Irlandês, Thelma Schoonmaker
  • Jojo Rabbit, Tom Eagles
  • Coringa, Jeff Groth
  • Parasita, Jinmo Yang

DEVE GANHAR: Parasita
DEVERIA GANHAR: Parasita
SE ROLAR, É ZEBRA: Coringa

NÃO RECEBEU O CONVITE: Benny Safdie e Ronald Bronstein (Joias Brutas)

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O plano do pêssego exemplifica o melhor da montagem de Parasita (pic by IMDb)

Com um roteiro bastante preciso como o de Parasita, fica um pouco mais fácil observar o trabalho de montagem de Jinmo Yang, que entrelaça linhas temporais com cortes sutis. Na sequência do plano do pêssego, vemos como a montagem funciona à perfeição.

O trabalho de montagem de Thelma Schoonmaker em O Irlandês deve ter sido o mais trabalhoso. Pra chegar num corte final de três horas e meia, imaginamos o quanto de material bruto ela não teve que lapidar. Com a edição dela, a duração do filme parece cair uma hora. Mas pra muitos, aquela meia hora final ficou um pouco arrastada.

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE

  • O Irlandês, Bob Shaw e Regina Graves
  • Jojo Rabbit, Ra Vincent e Nora Sopková
  • 1917, Dennis Gassner e Lee Sandales
  • Era Uma Vez em… Hollywood, Barbara Ling e Nancy Haigh
  • Parasita, Lee Ha Jun e Cho Won Woo

DEVE GANHAR: Era Uma Vez em… Hollywood
DEVERIA GANHAR: Parasita
SE ROLAR, É ZEBRA: O Irlandês

NÃO RECEBEU O CONVITE: Dor e Glória, Midsommar

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Cena entre Brad Pitt e Leo DiCaprio em Era Uma Vez em… Hollywood com a direção de arte de Barbara Ling (pic by OutNow.CH)

Claro que é muito nítido o trabalho de recriação de direção de arte de Era Uma Vez em… Hollywood, pois a Los Angeles volta para o final dos anos 60, e temos o estúdio de cinema em que o protagonista, vivido por Leonardo DiCaprio, atua num western.

Apesar da mansão da família Park ser um personagem à parte, o trabalho de direção de arte de Parasita é muito sutil no bairro mais humilde da família Kim. Fazer com que tudo pareça locação é uma tarefa mais complicada, ainda mais quando há uma enchente.

MELHOR FIGURINO

  • O Irlandês, Christopher Peterson e Sandy Powell
  • Jojo Rabbit, Mayes C. Rubeo
  • Coringa, Mark Bridges
  • Adoráveis Mulheres, Jacqueline Durran
  • Era Uma Vez em… Hollywood, Arianne Phillips

DEVE GANHAR: Adoráveis Mulheres
DEVERIA GANHAR: Adoráveis Mulheres
SE ROLAR, É ZEBRA: O Irlandês

NÃO RECEBEU O CONVITE: Midsommar, Meu Nome é Dolemite, Rocketman

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A típica cena pra garantir uma indicação ao Oscar de figurino em Adoráveis Mulheres (pic by OutNow.CH)

Não sei o que houve nessa categoria. Tudo bem, entendemos que os uniformes dos nazistas em Jojo Rabbit passaram por modificações para se adequarem ao ponto de vista infantil do protagonista, mas nos parece um exagero toda essa atenção.

O próprio trabalho de figurino de Jacqueline Durran em Adoráveis Mulheres não é dos melhores. Ele se destaca por ser de época, mas de longe, parece meio genérico. Citamos aí acima três trabalhos melhores de figurino que esqueceram de indicar nesta categoria. O comitê de Figurinistas da Academia, que seleciona os indicados, pisaram feio na bola este ano.

MELHOR MAQUIAGEM E CABELO

  • O Escândalo, Kazu Hiro, Anne Morgan e Vivian Baker
  • Coringa, Nicki Ledermann e Kay Georgiou
  • Judy: Muito Além do Arco-Íris, Jeremy Woodhead
  • Malévola: Dona do Mal, Paul Gooch, Arjen Tuiten e David White
  • 1917, Naomi Donne, Tristan Versluis e Rebecca Cole

DEVE GANHAR: O Escândalo
DEVERIA GANHAR: O Escândalo
SE ROLAR, É ZEBRA: Malévola: Dona do Mal

NÃO RECEBEU O CONVITE: Rocketman

Bombshell

Charlize Theron e John Lithgow em cena de O Escândalo (pic by OutNow.CH)

Esta é a primeira vez na história que a categoria possui 5 indicados, mas mesmo assim está difícil selecionar um que realmente mereça o prêmio. A maquiagem de Kazu Hiro em O Escândalo é a que mais chamou a atenção até o momento pela transformação de Charlize Theron na âncora da Fox News Megyn Kelly. O rosto da atriz passou por algumas técnicas para abaixar a linha dos olhos dela e uso de prótese. Se for pra premiar com o Oscar quem deixou a Charlize Theron estranha à perfeição, deveriam ter dado o Oscar para o maquiador de Monster (2003).

No campo da sutileza, preferimos o trabalho de maquiagem em Renée Zellweger para se tornar Judy Garland. São alguns detalhes que fizeram toda a diferença.

MELHOR TRILHA MUSICAL ORIGINAL

  • Coringa, Hildur Guðnadóttir
  • Adoráveis Mulheres, Alexandre Desplat
  • História de um Casamento, Randy Newman
  • 1917, Thomas Newman
  • Star Wars: A Ascensão Skywalker, John Williams

DEVE GANHAR: Coringa
DEVERIA GANHAR: Coringa
SE ROLAR, É ZEBRA: Star Wars: A Ascensão Skywalker

NÃO RECEBEU O CONVITE: Michael Abels (Nós), Daniel Lopatin (Jóias Brutas), Dan Levy (Perdi Meu Corpo), Mica Levi (Monos)

Joker

A cena de transformação no banheiro elevada pela trilha musical (pic by OutNow.CH)

É triste vermos um bom compositor como Thomas Newman indicado 15 vezes sem nunca ter levado o Oscar. Será mesmo que nas 15 vezes ele não merecia? Em nossa opinião, o melhor trabalho dele foi em Beleza Americana, sua 4ª indicação. O que prejudicou um pouco sua campanha foi o destaque que Sam Mendes deu à música em determinadas cenas, fazendo soar como um mero artifício emocional.

Por outro lado, a trilha de Hildur Guðnadóttir consegue crescer com o filme Coringa, e colabora demais com a atuação de seu protagonista Arthur Fleck (Joaquin Phoenix), exemplificada na cena do banheiro (ouça um pouco em nosso podcast!).

E apesar de gostarmos das trilhas de John Williams e Randy Newman, consideramos outras opções como Michael Abels em Nós e Daniel Lopatin em Joias Brutas.

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL

  • “I Can’t Let You Throw Yourself Away”, Toy Story 4 (escrita por Randy Newman)
  • “I’m Gonna Love Again”, Rocketman (escrita por Elton John e Bernie Taupin)
  • “I’m Standing With You”, Superação: O Milagre da Fé (escrita por Diane Warren)
  • “Into the Unknown”, Frozen 2 (escrita por Kristen Anderson-Lopez e Robert Lopez)
  • “Stand Up”, Harriet (escrita por Cynthia Erivo e Joshuah Brian Campbell)

DEVE GANHAR: “I’m Gonna Love Me Again”(Rocketman)
DEVERIA GANHAR: “I’m Gonna Love Me Again”(Rocketman)
SE ROLAR, É ZEBRA: “I Can’t Let You Throw Yourself Away”(Toy Story 4)

NÃO RECEBEU O CONVITE: “Glasgow (No Place Like Home)” de As Loucuras de Rose

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Taron Egerton em cena de Rocketman, indicado a Melhor Canção Original (pic by OutNow.CH)

O Oscar de Melhor Canção para Toy Story 3 já havia sido um pouco exagerado, pois se parecia com a canção do primeiro filme, mas naquele ano, a concorrência estava abaixo da média. Portanto, não entendemos a indicação da canção desse Toy Story 4… que poderia ter cedido espaço para a canção de As Loucuras de Rose, e de quebra dar aquela força para a atriz Jessie Buckley, que canta a canção na última sequência do filme.

Apesar da força da canção “Stand Up” de Harriet, e toda a polêmica envolvendo a recusa de Cynthia Erivo cantar no BAFTA em protesto, acreditamos que a Academia prefere Elton John levando seu segundo Oscar da carreira por seu filme autobiográfico Rocketman.

MELHOR MIXAGEM DE SOM

  • Ad Astra, Gary Rydstrom, Tom Johnson e Mark Ulano
  • Ford Vs Ferrari, Paul Massey, David Giammarco, Steven Morrow
  • Coringa, Tom Ozanich, Dean A. Zupancic e Tod A. Maitland
  • 1917, Mark Taylor e Stuart Wilson
  • Era Uma Vez em… Hollywood, Michael Minkler, Christian P. Minkler e Mark Ulano

DEVE GANHAR: Ford vs Ferrari
DEVERIA GANHAR: 1917
SE ROLAR, É ZEBRA: Coringa

NÃO RECEBEU O CONVITE: Vingadores: Ultimato

Ford v Ferrari

Christian Bale e Matt Damon em Ford vs Ferrari (pic by OutNow.CH)

Pra quem conferiu Ford vs Ferrari numa boa sala de cinema, sabe que o som te transporta diretamente para os autódromos das corridas. Embora o filme tenha boas chances de levar o Oscar de Montagem, acreditamos que se o filme da Disney/Fox levar um Oscar, este será de Melhor Som.

MELHORES EFEITOS SONOROS

  • Ford Vs Ferrari, Donald Sylvester
  • Coringa, Alan Robert Murray
  • 1917, Oliver Tarney, Rachael Tate
  • Era Uma Vez em… Hollywood, Wylie Stateman
  • Star Wars: A Ascensão Skywalker, Matthew Wood, David Acord

DEVE GANHAR: 1917
DEVERIA GANHAR: 1917
SE ROLAR, É ZEBRA: Star Wars: A Ascensão Skywalker

NÃO RECEBEU O CONVITE: John Wick 3: Parabellum

1917

Sequência da trincheira em 1917 (pic by OutNow.CH)

Dunkirk, Mad Max: Estrada da Fúria e Sniper Americano são alguns dos últimos vencedores desta categoria. Se você ouvir muitos tiros ou explosões no filme, aposte suas fichas neste filme.  No caso, os melhores efeitos foram de 1917. Pra quem conseguiu conferir o filme numa sala de cinema com sistema de som profissional como o THX, com certeza pulou da poltrona a cada tiro (como eu e o senhor do meu lado fizemos).

MELHORES EFEITOS VISUAIS

  • Vingadores: Ultimato, Dan DeLeeuw, Russell Earl, Matt Aitken e Daniel Sudick
  • O Irlandês, Pablo Helman, Leandro Estebecorena, Nelson Sepulveda, Stephen Grabli
  • O Rei Leão, Robert Legato, Adam Valdez, Andrew R. Jones, Elliot Newman
  • 1917, Guillaume Rocheron, Greg Butler, Dominic Tuohy
  • Star Wars: A Ascensão Skywalker, Neal Scanlan, Patrick Tubach, Dominic Tuohy e Roger Guyett

DEVE GANHAR: 1917
DEVERIA GANHAR: O Rei Leão
SE ROLAR, É ZEBRA: Star Wars: A Ascensão Skywalker

NÃO RECEBEU O CONVITE: Alita: Anjo de Combate

1917 VFX

Os bonecos de corpos em decomposição fazem parte dos efeitos visuais, além das transições sutis de cortes de 1917 (pic by OutNow.CH)

Acho que a Academia mudou um pouco o perfil dos vencedores desta categoria. Antes, tudo que saltava aos olhos ganhava o Oscar de Efeitos Especiais. Hoje eles buscam um perfil mais discreto e mais eficiente para a narrativa, como os últimos vencedores Ex-Machina e O Primeiro Homem. Então, nesse aspecto, 1917 tem as maiores chances de vitória, embora os efeitos de O Rei Leão serem impressionantes pelo realismo dos animais.

MELHOR DOCUMENTÁRIO

  • Indústria Americana, Steven Bognar, Julia Reichert e Jeff Reichert
  • The Cave, Feras Fayyad, Kirstine Barfod e Sigrid Dyekjær
  • Democracia em Vertigem, Petra Costa, Joanna Natasegara, Shane Boris e Tiago Pavan
  • For Sama, Waad Al-Kateab e Edward Watts
  • Honeyland, Ljubomir Stefanov, Tamara Kotevska e Atanas Georgiev

DEVE GANHAR: Honeyland
DEVERIA GANHAR: Honeyland
SE ROLAR, É ZEBRA: The Cave

NÃO RECEBEU O CONVITE: Apollo 11, One Child Nation, Virando a Mesa do Poder

Honeyland

Cenas belíssimas de Honeyland e sua narrativa ficcional (pic by OutNow.CH)

Todos retratam e analisam muito bem suas temáticas aqui, sem sombra de dúvidas. Porém, Honeyland faz isso com beleza plástica (a fotografia, que levou três anos, ganhou o prêmio Spotlight do sindicato de diretores de fotografia) e ainda aplica uma narrativa que beira a ficção para analisarmos como o Capitalismo é destrutivo no ecossistema.

Mas se o Oscar considerar que um voto para Indústria Americana for um voto para os Obamas, que produziram este documentário, então teremos a produção da Netflix vencendo aqui.

MELHOR DOCUMENTÁRIO-CURTA

  • In the Absence, Seung-jun Yi e Gary Byung-Seok Kam
  • Learning to Skateboard in a Warzone (If You’re a Girl), Carol Dysinger e Elena Andreicheva
  • A Vida em Mim, Kristine Samuelson, John Haptas
  • St. Louis Superman, Sami Khan, Smriti Mundhra
  • Walk Run Cha-Cha, Laura Nix, Colette Sandstedt

DEVE GANHAR: Learning to Skateboard in a Warzone (If You’re a Girl)
DEVERIA GANHAR: In the Absence
SE ROLAR, É ZEBRA: A Vida em Mim

Learning to Skateboard

Cena de Learning to Skateboard in a War Zone (If You’re a Girl). Pic by IMDb

Crianças oprimidas por uma dura realidade é um prato cheio nesta categoria, e um voto da Academia é considerado um apoio às causas humanitárias. Além disso, o BAFTA e o Festival de Tribeca já premiaram este curta há pouco tempo.

O retrato de uma tragédia nos mares da Coréia do Sul expõe uma grande insatisfação com o governo e sua burocracia estúpida no ótimo documentário In the Absence, que pode surpreender aqui.

MELHOR CURTA-METRAGEM

  • Brotherhood, Meryam Joobeur e Maria Gracia Turgeon
  • Nefta Football Club, Yves Piat e Damien Megherbi
  • The Neighbors’ Window, Marshall Curry
  • Saria, Bryan Buckley e Matt Lefebvre
  • A Sister, Delphine Girard

DEVE GANHAR: The Neighbors’Window
DEVERIA GANHAR: Brotherhood
SE ROLAR, É ZEBRA: Saria

My Neighbors window

My Neighbors’ Window (pic by IMDb)

Brotherhood tem a história mais intensa dos cinco indicados e também é o mais bem filmado. Porém, em se tratando de curtas, o pessoal da Academia curte bastante uma virada com tom de moral no final. Basta lembrarmos do último vencedor da categoria Skin, para votarmos em My Neighbors’ Window.

MELHOR CURTA DE ANIMAÇÃO

  • Dcera (Daughter), Daria Kashcheeva
  • Hair Love, Matthew A. Cherry, Karen Rupert Toliver
  • Kitbull, Rosana Sullivan e Kathryn Hendrickson
  • Mémorable, Bruno Collet e Jean-François Le Corre
  • Sister, Siqi Song

DEVE GANHAR: Hair Love
DEVERIA GANHAR: Mémorable
SE ROLAR, É ZEBRA: aqui qualquer um pode ganhar

Hair Love

Curta de animação Hair Love com a dublagem de Issa Rae (pic by IMDb)

Alguns preconceitos nesta categoria ainda perduram. Muitos consideram que a melhor animação é aquela mais colorida e fofinha, de preferência com personagens infantis ou animais. Por isso mesmo, consideramos Hair Love e KitBull como os favoritos. Não que sejam necessariamente inferiores, mas pra quem viu Mémorable, sabe que ali tem qualidade técnica impressionante e emoções mais sutis.

MELHOR LONGA DE ANIMAÇÃO

  • Como Treinar o seu Dragão 3 (How to Train Your Dragon: The Hidden World), Dean DeBlois, Bradford Lewis e Bonnie Arnold
  • Perdi Meu Corpo (J’ai Perdu Mon Corps), Jérémy Clapin e Marc Du Pontavice
  • Klaus (Klaus), Sergio Pablos, Jinko Gotoh e Marisa Roman
  • Link Perdido (Missing Link), Chris Butler, Arianne Sutner e Travis Knight
  • Toy Story 4 (Toy Story 4), Josh Cooley, Mark Nielsen e Jonas Rivera

DEVE GANHAR: Klaus
DEVERIA GANHAR: Klaus
SE ROLAR, É ZEBRA: Como Treinar o seu Dragão 3

NÃO RECEBEU O CONVITE: O Tempo com Você, de Makoto Shinkai

Klaus

Cena de Klaus, da Netflix (pic by OutNow.CH)

Você sabia que um 2/3 dos 19 Oscars de Animação foi pra Disney ou Pixar? Claro que a maioria desses prêmios foi super merecida como Os Incríveis, Ratatouille e Wall-E, mas nem sempre eles entregam o melhor trabalho de animação. Neste ano, a Disney veio de Frozen 2, e a Pixar de Toy Story 4, duas sequências de franquias.  E a má recepção da sequência de Frozen a tirou da disputa.

Klaus pode não ser um trabalho formidável, principalmente em termos de criatividade no roteiro, mas ele emociona tão bem quanto os melhores trabalhos da Pixar. E o BAFTA e o Annie Awards concordam com isso, tanto que deram o prêmio de animação para Klaus. Um Oscar para Klaus definitivamente colocaria a Netflix no mapa da animação.

MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA

  • Corpus Christi – POLÔNIA
  • Honeyland – MACEDÔNIA DO NORTE
  • Os Miseráveis (Les Miserábles) – FRANÇA
  • Dor e Glória (Dolor y GLoria) – ESPANHA
  • Parasita (Gisaengchung) – CORÉIA DO SUL

DEVE GANHAR: Parasita
DEVERIA GANHAR: Parasita
SE ROLAR, É ZEBRA: Corpus Chisti

NÃO RECEBEU O CONVITE: Monos (Colômbia)

Parasite_Filmstill1

Cena do WiFi de Parasita (Pic by CineImage.ch)

Ao lado do prêmio para Joaquin Phoenix como Melhor Ator, este prêmio de Melhor Filme Internacional é daqueles com 99,99% de certeza para o filme sul-coreano. Claro que o filme de Almodóvar, Dor e Glória, é belo e poético, mas é inegável a unanimidade de Parasita nesta categoria desde sua vitória da Palma de Ouro em Cannes. Esta é a primeira indicação para a Coréia do Sul e tudo leva a crer que será de cara a primeira vitória também.

Mais do que uma simples vitória de Oscar, Parasita conseguiu o feito de puxar o olhar do mundo para o cinema de seu país, que vinha de uma ascensão desde o início dos anos 2000 com filmes como OldBoy (2003), Casa Vazia (2004), O Hospedeiro (2006), A Criada (2016) e Em Chamas (2018).

É uma pena que não houve espaço para um filme da América da Latina, especialmente da Colômbia, que também está em franca ascensão com os filmes de Ciro Guerra, e agora Alejandro Landes e seu sufocante Monos.


A 92ª cerimônia do Oscar acontece a partir das 22h na TNT e… no GloboPlay, e sei lá quando depois do BBB na Globo.

‘CORINGA’, ‘1917’ e ‘FORD vs FERRARI’ são INDICADOS ao ASC

Design sem nome

Era uma Vez em… Hollywood, Coringa, 1917, O Irlandês e Ford vs Ferrari indicados ao ASC

FRANCO-FAVORITO E VETERANO ROGER DEAKINS CONQUISTA SUA 16ª INDICAÇÃO

Nesta última sexta-feira, dia 03, o sindicato de Diretores de Fotografia anunciou seus indicados nas duas categorias de cinema para sua 34ª edição: Fotografia e Spotlight Award, um prêmio dedicado aos filmes com menos chances de projeção nos cinemas.

THEATRICAL RELEASE (Lançamento de Cinema)

  • Roger Deakins (1917)
  • Phedon Papamichael (Ford Vs Ferrari)
  • Rodrigo Prieto (O Irlandês)
  • Robert Richardson (Era uma Vez em… Hollywood)
  • Lawrence Sher (Coringa)

SPOTLIGHT AWARD

  • Jarin Blaschke (O Farol)
  • Natasha Braier (Honey Boy)
  • Jasper Wolf (Monos)

Na categoria principal, a 16ª indicação de Roger Deakins é a principal atração por seu trabalho no filme de guerra 1917, que foi filmado e editado para parecer um único take em tempo real. Vencedor de quatro prêmios ASC, o diretor de fotografia britânico deve receber sua 15ª indicação ao Oscar no próximo dia 13, e com ótimas chances de conquistar seu segundo Oscar.

Rodrigo Prieto por O Irlandês e Robert Richardson por Era uma Vez em… Hollywood devem confirmar suas indicações ao Oscar também pela ótima campanha que os filmes têm feito desde o ano passado. Aliás, se formos falar de campanha, a Disney tem feito de tudo para colocar Ford vs. Ferrari na temporada de premiações. Botou Christian Bale no Globo de Ouro e SAG, e agora no sindicato de Diretores de Fotografia. Não que a fotografia de Phedon Papamichael não seja merecedora de reconhecimento, mas talvez num ano mais competitivo na categoria, tenha ficado de fora.

Apesar dos elogios à fotografia dos anos 70 de Lawrence Sher em Coringa, havia uma expectativa de que a fotografia PB de O Farol com seu formato quadrado fosse emplacar uma indicação na categoria principal, contudo acabou parando na categoria Spotlight Award, concedida aos lançamentos menores. Já que a ASC costuma acertar 4 dos 5 indicados ao Oscar, é possível que Ford vs Ferrari ou Coringa cedam lugar para O Farol, cuja fotografia foi uma das mais comentadas e aclamadas de 2019.

Jarin Blaschke compete com Natasha Braier por Honey Boy (talvez a maior surpresa desta edição) e Jasper Wolf por Monos, o filme representante da Colômbia ao Oscar de Filme Internacional que acabou não se classificando para a pré-lista como muitos esperavam.

Seguem as estatísticas das últimas seis edições do ASC em relação ao Oscar de Fotografia:

ANO ASC CINEMA SPOTLIGHT OSCAR
2019 Łukasz Żal (Guerra Fria) Giorgi Shvelidze (Namme) Alfonso Cuarón (Roma)
2018 Roger Deakins (Blade Runner 2049) Mart Taniel (November) Roger Deakins (Blade Runner 2049)
2017 Greig Fraser (Lion: Uma Jornada Para Casa) Gorka Gómez Andreu (House of Others) Linus Sandgren (La La Land)
2016 Emmanuel Lubezki (O Regresso) Adam Arkapaw (Macbeth: Ambição e Guerra)
Mátyás Erdély (Filho de Saul)
Emmanuel Lubezki (O Regresso)
2015 Emmanuel Lubezki (Birdman) Peter Flinckenberg (Noite Decisiva) Emmanuel Lubezki (Birdman)
2014 Emmanuel Lubezki (Gravidade) Łukasz Żal, Ryszard Lenczewski (Ida) Emmanuel Lubezki (Gravidade)

Claro que quatro acertos em seis não é nada mau, porém o prêmio do ASC tem essa tradição de acertar bem os indicados, mas errar nos vencedores. Honestamente, num ano mediano para fotografia, Roger Deakins tem tudo para ser o cara no Oscar pela segunda vez. Não seria nenhum exagero, já que o homem tem 14 indicações ao Oscar e apenas uma estatueta.


 

A 34ª edição do Annual ASC Awards acontece no dia 25 de Janeiro, sábado.

 

93 PRODUÇÕES DISPUTAM O OSCAR DE FILME INTERNACIONAL

Alfonso Cuarón, com as três estatuetas que ganhou com Roma, incluindo o último Oscar de Filme em Língua Estrangeira

CATEGORIA QUE MUDOU DE NOME RECEBEU O TOTAL DE 94 INSCRIÇÕES

Sim, a categoria Filme em Língua Estrangeira, criada oficialmente na década de 50, foi rebatizada para Melhor Filme Internacional no último mês de Abril, pois consideraram o termo “Estrangeiro” ultrapassado. Outras mudanças significativas foram da pré-lista de dezembro, que pula de nove para dez filmes pré-selecionados, e pela primeira vez, os votantes poderão assistir aos dez filmes online, sem precisar comparecer às salas de Los Angeles, Nova York ou Londres.

Dos 94 filmes inscritos, logo de cara já houve uma desqualificação do Afeganistão. Havia questionamento de legitimidade do comitê que elegeu o representante do país, portanto foi descartado antes mesmo do anúncio dos oficialmente inscritos.

Em seguida, no dia 04 de Novembro, a Academia anunciou a desqualificação da Nigéria, que havia inscrito um filme na competição pela primeira vez com Lionheart. Segundo o departamento responsável que viu a película, houve uma infração do regulamento que exige língua não-inglesa predominante. Foi constatado que o filme continha apenas onze minutos no idioma estrangeiro. Essa ilegalidade causou revolta na Nigéria e conquistou apoio da cineasta Ava DuVernay.

Em sua conta do Twitter, a diretora de Selma esbravejou:
“Para a Academia, Vocês desqualificaram a primeiríssima inscrição da Nigéria para Melhor Filme Internacional porque está em Inglês. Mas Inglês é a língua oficial da Nigéria. Vocês estão barrando este país para que nunca dispute um Oscar em sua língua oficial?…”

Há duas formas de enxergar a situação. Pelo lado da Academia, regras são regras. Essa que exige predominância de língua não-inglesa existe há décadas. Faltou atenção ao comitê nigeriano ao regulamento da categoria. Já pelo lado da Nigéria, da modernização e do bom senso, a Academia não poderia ter sido mais flexível nessa questão do idioma ao modernizar o nome do prêmio de Filme em Língua Estrangeira para Filme Internacional? Quer dizer, todas as nações que foram colonizadas no passado jamais poderão disputar esse Oscar? Além disso, há algum tempo, é uma raridade vermos produções de um único país. Atualmente, o normal é a realização de co-produções em conjunto com dois ou mais países. Hoje, se um filme co-produzido por três países, apenas um pode selecioná-lo como representante no Oscar.

Não acreditamos que a Academia vá voltar atrás agora nessas questões, contudo os responsáveis do departamento podem estudar o caso para uma próxima cerimônia. Desta forma, permanecerão 92 filmes inscritos, número que mesmo assim iguala o recorde anterior de 2017.  Ainda sobre números, mesmo com a queda da Nigéria, temos 28 diretoras mulheres nessa disputa, um recorde na história da premiação.

COMO ESTÁ A DISPUTA ATÉ O MOMENTO?

Parasita, de Bong Joon-ho

PARASITA (Coréia do Sul) Dir: Bong Joon-ho
Vamos resumir assim: o filme sul-coreano Parasita está trilhando o mesmo caminho de Roma, de Alfonso Cuarón. Além de ter faturado prêmios importantes como a Palma de Ouro em Cannes, vem conquistando toda a crítica e o público de forma unânime, o que leva o filme a ser considerado inclusive para outras categorias como Melhor Filme, Direção, Roteiro Original, Fotografia, Direção de Arte e Ator Coadjuvante. Curiosamente, se concretizada, seria a primeira indicação do país na história do Oscar. Particularmente, sentimos que o Cinema Sul-coreano tem sido injustiçado há duas décadas pelo Oscar. Só para citar alguns filmes que mereciam uma indicação estão Oldboy (2002), Oasis (2002), Memórias de um Assassino (2003), Casa Vazia (2004), Secret Sunshine (2007), Poesia (2010), A Criada (2016) e Em Chamas (2018).

Dor e Glória, de Pedro Almodóvar

DOR E GLÓRIA (Espanha) Dir: Pedro Almodóvar
Quando o filme estava entre os indicados à Palma de Ouro deste ano, havia uma forte especulação de que Pedro Almodóvar ganharia pelo menos o prêmio de Direção ou o Grande Prêmio do Júri, mas acabou ficando apenas com o prêmio de interpretação masculina para Antonio Banderas, que vive o alter-ego do diretor espanhol. Muito querido entre os membros da Academia, o diretor já ganhou duas estatuetas: Filme em Língua Estrangeira por Tudo Sobre Minha Mãe em 2000, e Melhor Roteiro Original por Fale com Ela em 2003. Ao lado do representante sul-coreano, este espanhol está praticamente garantido entre os cinco indicados.

Les Misérables, de Ladj Ly

LES MISÉRABLES (França) Dir: Ladj Ly
Havia uma forte expectativa para que Retrato de uma Jovem em Chamas fosse o representante da França para o Oscar, mas talvez por motivos homofóbicos, o filme cedeu lugar a Les Misérables. Apesar de compartilhar o mesmo título da obra de Victor Hugo e o musical homônimo de 2012, o primeiro filme de Ladj Ly aborda a violência e o preconceito vivido por habitantes dos subúrbios franceses. A produção faturou o mesmo Prêmio do Júri ao lado do brasileiro Bacurau, o que pode facilitar um pouco sua campanha. Ladj Ly é o primeiro diretor negro que representa a França.

Monos, de Alejandro Landes

MONOS (Colômbia) Dir: Alejandro Landes
Para quem acompanha o Oscar, sabe que o cinema colombiano tem se destacado recentemente na premiação como o indicado O Abraço da Serpente (2015) e Pássaros de Verão (2018), que estava na última pré-lista. E pra elevar a ainda mais a campanha de Monos, os diretores mexicanos Alejandro González Iñárritu e Guillermo del Toro esbanjaram rasgaram elogios publicamente ao filme, o que certamente chamará a atenção de outros votantes, especialmente os latinos. Monos, que estava na Mostra Internacional de São Paulo, acompanha oito jovens militantes em um acampamento no alto da montanha. Eles precisam manter uma refém americana (Julianne Nicholson), mas os planos mudam quando eles matam acidentalmente uma vaca que os mantinha no local. Vale ressaltar que o diretor Alejandro Landes é brasileiro, filho de mãe colombiana.

Atlantics, de Mati Diop

ATLANTICS (Senegal) Dir: Mati Diop
A carreira do filme senegalês começou com sua indicação à Palma de Ouro em Cannes. Mati Diop se tornou a primeira mulher negra na competição oficial. Produção da Netflix, o filme aborda uma história de amor com a imigração ilegal como pano de fundo. Trata-se da segunda inscrição do país africano no Oscar, sendo que a primeira, Félicité, esteve entre os nove filmes pré-selecionados de 2018. Seria um reconhecimento para coroar o crescimento do cinema do continente africano, e dar um equilíbrio entre as produções indicadas, que costumam ficar restritas à Europa.

OUTROS EM DESTAQUE

Da esquerda para a direita: Honeyland, Papicha, O Paraíso Deve Ser Aqui, O Menino que Descobriu o Vento, e O Traidor

Honeyland (Macedônia do Norte): Elogiada produção de ficção que se assemelha a um documentário ao narrar a história de uma apicultora tradicional considerada a última da região.

Papicha (Argélia): Passado nos anos 90, acompanha a opressão sofrida por todas as mulheres por terroristas islâmicos, buscando alterar de forma conservadora seus hábitos, suas vestimentas e seus espaços públicos.

O Paraíso Deve Ser Aqui (Palestina): Trata-se de uma comédia autobiográfica do diretor Elia Suleiman que, ao viajar para fora de seu país para encontrar paz, acaba se deparando com os mesmos problemas de racismo e dificuldades sociais nas terras consideradas paraísos como EUA e França.

O Menino que Descobriu o Vento (Reino Unido): Embora tenha poucas chances no Oscar, pode surpreender por dirigido e atuado pelo ator indicado ao Oscar Chiwetel Ejiofor (de 12 Anos de Escravidão) e estar disponível na plataforma da Netflix. O filme narra a história de um menino no Malawi que desenvolve uma turbina de vento em seu vilarejo.

O Traidor (Itália): Além do renome do diretor Marco Bellocchio, o país europeu aposta na fama do mafioso Tommaso Buscetta, que fugiu para o Brasil e para os EUA e delatou a máfia italiana Costa Nostra. A atriz brasileira Maria Fernanda Cândido faz parte do elenco.

E O BRASIL?

A Academia de Cinema Brasileiro enfrentou um duro dilema este ano. Bacurau ou A Vida Invisível? Ambos os filmes haviam sido bem recebidos e premiados no Festival de Cannes. Enquanto o primeiro faturou o Prêmio do Júri (uma espécie de terceiro lugar), o segundo levou o cobiçado prêmio Un Certain Regard. Uma coisa era certa: o representante brasileiro tinha que ser um dos dois, mas qual?

A Vida Invisível, de Karim Ainouz

A presidente da comissão Anna Muylaert acabou desempatando a briga. Cinco votos para A Vida Invisível e quatro para Bacurau. Dentre as justificativas para a escolha, teria pesado a presença de Fernanda Montenegro no elenco, uma vez que ela já foi indicada ao Oscar por Central do Brasil. Além disso, Bacurau pode ser interpretado como uma afronta para o público norte-americano, pois eles são os vilões do filme de Kleber Mendonça Filho que se passa no sertão de Pernambuco. Já A Vida Invisível busca exaltar a força feminina através de suas protagonistas irmãs, algo em voga nas premiações.

Alguns alegam que Bacurau teria sido uma escolha mais ousada e por isso, teria mais chances de ser notado entre os votantes da Academia. Será? Claro que depende muito da campanha de publicidade rumo ao Oscar, que acontece em Fevereiro. Vamos torcer para que Vida Invisível se torne a 5ª indicação do Brasil após a última de Central do Brasil em 1999.

SEGUE LISTA COMPLETA DAS PRODUÇÕES INSCRITAS PARA O OSCAR 2020:

PAÍS FILME DIRETOR(A)(ES)
África do Sul Knuckle City Jahmil X.T. Qubeka
Albânia The Delegation Bujar Alimani
Alemanha System Crasher Nora Fingscheidt
Arábia Saudita The Perfect Candidate Haifaa al-Mansour
Argélia Papicha Mounia Meddour
Argentina Heroic Losers Sebastián Borensztein
Armênia Lengthy Night Edgar Baghdasaryan
Austrália Buoyancy Rodd Rathjen
Áustria Joy Sudabeh Mortezai
Bangladesh Alpha Nasiruddin Yousuff
Bélgica Our Mothers César Díaz
Bielorrússia Debut Anastasiya Miroshnichenko
Bolívia I Miss You Rodrigo Bellott
Bósnia Herzegovina The Son Ines Tanovic
Brasil A Vida Invisível Karim Aïnouz
Bulgária Ága Milko Lazarov
Camboja In the Life of Music Caylee So, Sok Visal
Canadá Antigone Sophie Deraspe
Cazaquistão Kazakh Khanate – Golden Throne Rustem Abdrashev
Chile Spider Andrés Wood
China Ne Zha Jiaozi
Colômbia Monos Alejandro Landes
Coréia do Sul Parasita Bong Joon-ho
Costa Rica The Awakening of the Ants Antonella Sudasassi
Croácia Mali Antonio Nuic
Cuba A Translator Rodrigo Barriuso, Sebastián Barriuso
Dinamarca Queen of Hearts May el-Toukhy
Egito Poisonous Roses Fawzi Saleh
Equador The Longest Night Gabriela Calvache
Eslováquia Let There Be Light Marko Skop
Eslovênia History of Love Sonja Prosenc
Espanha Dor e Glória Pedro Almodóvar
Estônia Truth and Justice Tanel Toom
Etiópia Running Against the Wind Jan Philipp Weyl
Filipinas Verdict Raymund Ribay Gutierrez
Finlândia Stupid Young Heart Selma Vilhunen
França Les Misérables Ladj Ly
Gana Azali Kwabena Gyansah
Geórgia Shindisi Dito Tsintsadze
Grécia When Tomatoes Met Wagner Marianna Economou
Holanda Instinct Halina Reijn
Honduras Blood, Passion and Coffee Carlos Membreño
Hong Kong The White Storm 2 – Drug Lords Herman Yau
Hungria Those Who Remained Barnabás Tóth
Índia Gully Boy Zoya Akhtar
Indonésia Memories of my Body Garin Nugroho
Irã Finding Fariden Kourosh Ataee, Azadeh Moussavi
Irlanda Gaza Garry Keane, Andrew McConnell
Islândia A White, White Day Hlynur Pálmason
Israel Incitement Yaron Zilberman
Itália O Traidor Marco Bellocchio
Japão Weathering With You Makoto Shinkai
Kosovo Zana Antoneta Kastrati
Látvia The Mover Davis Simanis
Líbano 1982 Oualid Mouaness
Lituânia Bridges of Time Kristine Briede, Audrius Stonys
Luxemburgo Tel Aviv on Fire Sameh Zoabi
Macedônia do Norte Honeyland Tamara Kotevska, Ljubomir Stefanov
Malásia M for Malaysia Dian Lee, Ineza Roussille
Marrocos Adam Maryam Touzani
México The Chambermaid Lila Avilés
Mongólia The Steed Erdenebileg Ganbold
Montenegro Neverending Past Andro Martinovic
Nepal Bulbul Binod Paudel
Nigéria Lionheart Genevieve Nnaji
Noruega Out Stealing Horses Hans Petter Moland
Palestina It Must Be Heaven Elia Suleiman
Panamá Everybody Changes Arturo Montenegro
Paquistão Laal Kabootar Kamal Khan
Peru Retablo Alvaro Delgado-Aparicio
Polônia Corpus Christi Jan Komasa
Portugal The Domain Tiago Guedes
Quênia Subira Ravneet Sippy Chadha
Quirguistão Aurora Bekzat Pirmatov
Reino Unido O Menino que Descobriu o Vento Chiwetel Ejiofor
Rep Dominicana The Projectionist José María Cabral
Rep Tcheca The Painted Bird Václav Marhoul
Romênia The Whistlers Corneliu Porumboiu
Rússia Beanpole Kantemir Balagov
Senegal Atlantics Mati Diop
Sérvia King Petar of Serbia Petar Ristovski
Singapura A Land Imagined Yeo Siew Hua
Suécia And Then We Danced Levan Akin
Suíça Wolkenbruch’s Wondrous Journey Into the Arms of a Shiksa Michael Steiner
Tailândia Krasue: Inhuman Kiss Sitisiri Mongkolsiri
Taiwan Dear Ex Mag Hsu, Hsu Chih-yen
Tunísia Dear Son Mohamed Ben Attia
Turquia Commitment Semih Kaplanoglu
Ucrânia Homeward Nariman Aliev
Uruguai The Moneychanger Federico Veiroj
Uzbequistão Hot Bread Umid Khamdamov
Venezuela Being Impossible Patricia Ortega
Vietnã Furie Lê Van Kiêt

A pré-lista com os dez filmes será divulgada no dia 16 de dezembro. O anúncio das indicações ao Oscar estão marcadas para o dia 13 de janeiro.

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