O diretor Pawel Pawlikowski posa com seu Oscar de Filme em Língua Estrangeira este ano por Ida (photo by thehindubissinessline.com)
COM INSCRIÇÕES TERMINADAS, COMEÇAM AS ESPECULAÇÕES
Apesar de não ter havido quebra de recordes, 81 filmes foram selecionados para a disputa pelo Oscar de Filme de Língua Estrangeira, dois a menos do que o ano anterior com 83. A novidade deste ano atende pelo nosso vizinho Paraguai, que inscreveu um longa-metragem pela primeira vez ao prêmio. Embora as chances de vitória não sejam lá das maiores, é bacana ver mais um país latino concorrendo com uma obra que representa sua cultura, e também vale lembrar que a própria Academia tem se demonstrado mais aberta às produções de países sem muito histórico cinematográfico. Nesse ano, por exemplo, a Mauritânia e a Estônia receberam suas primeiras indicações por Timbuktu e Tangerinas, respectivamente. Então por que não sonhar com uma vaga?
E O BRASIL?
O Brasil corre atrás de sua 5ª indicação na categoria, algo que não acontece desde o longínquo ano de 1999, quando Central do Brasil perdeu para o italiano A Vida é Bela. O MinC selecionou a ‘dramédia’ Que Horas Ela Volta?, de Anna Muylaert, que ganhou o título internacional de The Second Mother, em referência ao personagem central de Regina Casé, que vive uma empregada doméstica que cuida do filho dos patrões como se fosse seu.
Cena de Que Horas Ela Volta?, de Anna Muylaert, presentante do Brasil este ano (photo by cine.gr)
O filme funciona bem como crítica social e um retrato das classes brasileiras, assim como comédia graças à atuação de Casé. Ganhou prêmios importantes em festivais como o de Sundance e Berlim, o que sempre ajuda na campanha e também na conquista do próprio público brasileiro que costuma olhar com mais atenção as produções premiadas, mas ainda está bem longe da própria campanha vitoriosa de Central do Brasil. A seleção de Que Horas Ela Volta? me agrada por representar bem o que acontece no país, o que não deixa de ser uma decisão corajosa, mas em termos de chances reais, acredito que o Brasil terá de esperar mais um ano ainda por uma nova indicação.
FAVORITOS ATÉ O MOMENTO
Em se tratando de Oscar de Filme em Língua Estrangeira, digamos que é uma caixinha de surpresas. Às vezes acontece de haver um franco-favorito como o iraniano A Separação ou o austríaco Amor, mas na maioria das vezes a Academia gosta de surpreender, infelizmente pra pior. São raríssimos os casos em que me surpreendi positivamente como quando o argentino O Segredo dos Seus Olhos e do alemão A Vida dos Outros levaram o prêmio batendo os favoritos.
Nessa altura do campeonato ainda é difícil prever os reais favoritos. Muitas vezes a gente se baseia em participações e premiações em grandes festivais como Cannes e Veneza, mas nada é 100% garantido. Ano passado, muitos apostaram no turco Winter Sleep como dono de uma das indicações por ter levado a Palma de Ouro, mas acabou nem passando pras semi-finais. Mas, se existe algum tipo de certeza, o chamado ‘Oscar lock’, este seria o representante húngaro O Filho de Saul, de László Nemes. Além de ter levado o Grande Prêmio do Júri em Cannes, tem o elemento-chave para quase todo filme vencedor desta categoria: 2ª Guerra Mundial e Judeus.
Cena de O Filho de Saul, ainda sem previsão de estréia no Brasil (photo by cine.gr)
A trama do filme se passa em 1944, no campo de concentração de Auschwitz, onde o prisioneiro Saul tem a ingrata tarefa de queimar os corpos de seus colegas até encontrar o corpo daquele que acredita ser seu filho. O filme tem toda a receita pronta para ganhar a estatueta. Podem me cobrar em fevereiro: O Filho de Saul vai ganhar o Oscar.
Além do húngaro, existem alguns filmes que estão sendo bem comentados pela crítica internacional e devem figurar pelo menos na lista dos semi-finalistas, graças ao comitê executivo criado pelo produtor Mark Johnson. Explico. Depois que o super bem criticado filme romeno 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias, de Cristian Mungiu, ficou de fora da categoria de Filme em Língua Estrangeira de 2008, a Academia criou com a ajuda de Johnson um comitê responsável por selecionar três títulos na lista dos nove semi-finalistas para que não dependam exclusivamente dos votos dos velhinhos judeus que assistem às sessões dos filmes estrangeiros. Foi graças aos esforços desse comitê que filmes mais ousados foram indicados como o grego Dente Canino em 2010. Acredito que se esse comitê tivesse existido desde o início dos anos 2000, filmes muito bons porém violentos teriam sido indicados como o brasileiro Cidade de Deus e o sul-coreano Oldboy.
Enfim, águas passadas. Agora o comitê tem a chance de promover mais três filmes relevantes no cenário internacional. Eles têm o chileno O Clube, que tem um tema polêmico de padres católicos que se isolam numa casa após cometerem abuso sexual com menores. O filme é dirigido por Pablo Larraín, anteriormente indicado por No; Tem o sueco Um Pombo Pousou num Galho Refletindo Sobre a Existência, que ganhou o Leão de Ouro de 2014 e tem o nome do diretor veterano Roy Andersson pra ajudar; E de Taiwan, The Assassin concorre como filme mais belo visualmente e a Academia tem uma chance de ouro para premiar um dos melhores diretores asiáticos da atualidade: Hou Hsiao-Hsien, que levou o prêmio de Direção em Cannes este ano. Caso o filme asiático não passe, existe uma boa possibilidade de concorrer nas categorias de Figurino e Direção de Arte.
Bela cena de The Assassin, de Hou Hsiao-Hsien (photo by cine.gr)
Cena de Um Pombo Pousou num Galho Refletindo Sobre a Existência, de Roy Andersson. (photo by cine.gr)
Cena de O Clube, de Pablo Larraín (photo by cine.gr)
Outro representante bem comentado foi o português As Mil e uma Noites: Vol. 2, o Desolado, de Miguel Gomes. Trata-se da segunda parte da trilogia baseada na obra anônima de contos, pelo qual o diretor busca fazer críticas à política econômica atual de seu país. Ao contrário do que acontece com todos os filmes divididos em volumes, esta trilogia toda foi lançada no mesmo ano, totalizando mais de 6 horas de filme. A escolha pelo segundo volume foi uma aposta dos organizadores em Portugal, muito provavelmente para instigar ainda mais os votantes a conferir os demais filmes da trilogia.
Cena de As Mil e uma Noites,: Vol. 2, O Desolado, de Miguel Gomes (photo by outnow.ch)
Vale também citar aqui o filme romeno Aferim!, de Radu Jude, que levou o Urso de Prata de Melhor Diretor no último Festival de Berlim. Filmado em preto-e-branco, esse western moderno romeno se passa no século XIX, e apresenta uma trama de captura de um escravo cigano que teve um caso com a esposa de seu dono. Seria uma forma de crítica ao escravismo de que persiste na Romênia atual. Apresenta uma bela fotografia PB e pode surpreender.
Cena de Aferim!, de Radu Jude (photo by outnow.ch)
MINHA TORCIDA
Como muitos sabem, gosto de defender material diferente no Oscar, especialmente quando o candidato possui características diferentes, criativas, bizarras. Apesar de não ter visto ainda, o representante da Áustria deste ano parece ter todos esses elementos citados. Goodnight Mommy é sobre dois meninos gêmeos que se mudam para uma nova casa com sua mãe depois que ela passa por uma cirurgia plástica facial. Coberto por ataduras no rosto, a mãe se torna irreconhecível pelos filhos.
Cena do terror psicológico Goodnight Mommy, de Severin Fiala e Veronika Franz (photo by outnow,ch)
Existe uma bizarrice que lembra o do grego Dente Canino, mas é nitidamente um filme de terror psicológico, daqueles excelentes que Roman Polanski costumava fazer nos anos 60 e 70. Caso o filme austríaco seja reconhecido por prêmios da crítica americana, existe uma boa chance de ser defendido pelo comitê, caso contrário, não deve passar de uma ótima e corajosa tentativa.
Confira o trailer:
Segue a lista com os 81 filmes inscritos oficialmente para a 88ª edição do Academy Awards:
• AFEGANISTÃO:Utopia
Dir: Hassan Nazer
• ÁFRICA DO SUL: The Two of Us
Dir: Ernest Nkosi
• ALBÂNIA:Bota
Dir: Iris Elezi & Thomas Logoreci
• ALEMANHA: Labirinto de Mentiras (Im Labyrinth des Schweigens)
Dir: Giulio Ricciarelli
• ARGÉLIA:Twilight of Shadows
Dir: Mohamed Lakhdar Hamina
• ARGENTINA:The Clan (El Clan)
Dir: Pablo Trapero
• AUSTRÁLIA:Arrows of the Thunder Dragon
Dir: Greg Sneddon
• ÁUSTRIA:Goodnight Mommy
Dir: Veronika Franz & Severin Fiala
• BANGLADESH:Jalal’s Story
Dir: Abu Shahed Emon
• BÉLGICA:The Brand New Testament
Dir: Jaco Van Dormael
• BÓSNIA HERZEGOVINA:Our Everyday Story
Dir: Ines Tanović
• BRASIL:Que Horas Ela Volta? (The Second Mother)
Dir: Anna Muylaert
• BULGÁRIA:The Judgment
Dir: Stephan Komandarev
• CAMBOJA:The Last Reel
Dir: Sotho Kulikar
• CANADÁ:Félix and Meira
Dir: Maxime Giroux
• CAZAQUISTÃO: Stranger
Dir: Yermek Tursunov
• CHILE:O Clube (El Club)
Dir: Pablo Larraín
• CHINA:Go Away Mr. Tumor
Dir: Han Yan
• COLÔMBIA:O Abraço da Serpente (El Abrazo de la Serpiente)
Dir: Ciro Guerra
• CORÉIA DO SUL: The Throne
Dir: Lee Joon-ik
• COSTA DO MARFIM: Run
Dir: Philippe Lacôte
• COSTA RICA:Imprisoned
Dir: Esteban Ramírez
• CROÁCIA:The High Sun
Dir: Dalibor Matanić
• DINAMARCA:Guerra (Krigen)
Dir: Tobias Lindholm
• ESLOVÁQUIA:Goat
Dir: Ivan Ostrochovský
• ESLOVÊNIA: The Tree
Dir: Sonja Prosenc
• ESPANHA: Flowers
Dir: Jon Garaño & Jose Mari Goenaga
• ESTÔNIA:1944
Dir: Elmo Nüganen
• ETIÓPIA:Cordeiro (Lamb)
Dir: Yared Zeleke
• FILIPINAS:Heneral Luna
Dir: Jerrold Tarog
• FINLÂNDIA:The Fencer
Dir: Klaus Härö
• FRANÇA:Mustang
Dir: Deniz Gamze Ergüven
• GEORGIA:Moira
Dir: Levan Tutberidze
• GRÉCIA:Xenia
Dir: Panos H. Koutras
• GUATEMALA:Ixcanul
Dir: Jayro Bustamante
• HOLANDA: The Paradise Suite
Dir: Joost van Ginkel
• HONG KONG:To the Fore
Dir: Dante Lam
• HUNGRIA:O Filho de Saul (Saul Fia)
Dir: László Nemes
• ÍNDIA:Court
Dir: Chaitanya Tamhane
• IRÃ:Muhammad: The Messenger of God
Dir: Majid Majidi
• IRAQUE:Memories on Stone
Dir: Shawkat Amin Korki
Pôster de Que Horas Ela Volta?, de Anna Muylaert (photo by quadroporquadro.com.br)
BRASIL SELECIONA FILME EM ALTA INTERNACIONALMENTE
Na última quinta-feira, dia 10, o MinC anunciou o filme que representará o país na corrida pelo Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira. A nova produção, escrita e dirigida por Anna Muylaert, Que Horas Ela Volta?, ou The Second Mother, como é conhecido internacionalmente, já era apontada por muitos como a grande favorita entre os oito que competiam.
Os demais sete filmes competidores foram:
A História da Eternidade, de Camila Cavalcante
Alguém Qualquer, de Tristan Aronovich
Campo de Jogo, de Eryc Rocha
Casa Grande, de Felipe Barbosa
Entrando numa Roubada, de André Miraes
A Estrada 47, de Vicente Ferraz
Estranhos, de Paulo Alcântara
Quando vi o cartaz de A Estrada 47 e descobri que se trata de um filme sobre a Segunda Guerra Mundial com soldados brasileiros, na hora pensei: “Taí o representante brasileiro no Oscar do ano que vem!”, afinal a Academia adora duas coisas nessa categoria: Guerra e Judeus. Portanto, pra mim foi uma surpresa a seleção deste drama com humor. Até o momento em que pude conferir no cinema.
Em Que Horas Ela Volta?, acompanhamos a vida da emprega doméstica Val, que cuida do filho dos patrões como se fosse seu, mas precisa lidar com a filha que não vê há mais de 10 anos, quando ela sai de Pernambuco pra morar com ela em São Paulo.
À esquerda, Camila Márdila contracena com Regina Casé. Elas interpretam filha e mãe, respectivamente. (photo by outnow.ch)
Talvez alguns cinéfilos me crucifiquem aqui, mas a trama me lembrou um pouco a do néo-clássico Teorema (1968), de Pier Paolo Pasolini, no qual vemos um estranho (Terence Stamp) entrar na casa e na vida de todos os membros de uma família da burguesia italiana, bagunçando toda a estrutura familiar pra sempre. Claro que, em menor escala, o filme de Muylaert tem sua crítica social, abordando os limites da classe mais baixa e o papel do nordestino na maior cidade do país, quase como os de imigrantes de países subdesenvolvidos em países de primeiro mundo.
No filme nacional, um dos grandes diferenciais atende pelo nome de Regina Casé. Sim, aquela apresentadora da Rede Globo do programa dominical “Esquenta!”. Ela surpreende com tamanho carisma e bom humor, que fica impossível de não se identificar e torcer por sua personagem diante das adversidades. A partir da segunda metade do filme, ela divide as atenções com Camila Márdila, que interpreta sua filha, e sua atuação fica ainda mais consistente por justamente elevar a questão de sua ausência na criação da filha.
Pelas atuações, as duas receberam um prêmio especial no último Festival de Berlim, de onde também saiu com o prêmio do público. A diretora comemorou bastante a seleção de seu trabalho, uma vez que deve aumentar a renda nas bilheterias, que até o momento foi de apenas 66 mil espectadores no Brasil. “Existe um público que está sabendo, mais elitizado. Mas acredito que a natureza dele é popular. Não temos verba para publicidade em ônibus, outdoor. [A escolha] pode fazer com que o filme chegue mais longe. Isso, para mim, é a grande notícia de hoje.”, declarou Muylaert em entrevista à Folha de S. Paulo.
Na coletiva de imprensa do filme Que Horas Ela Volta? no Festival de Berlim, da esquerda para a direita: o produtor Fabiano Gullane, a atriz Camila Márdila e a diretora Anna Muylaert (photo by berlinale.de)
Quanto às chances reais do filme no Oscar, ela comentou: “Ele está quente na imprensa internacional. Na americana, incluisve. As críticas são incrivelmente positivas.”. Além de Berlim, Que Horas Ela Volta? conquistou o prêmio especial do júri no Festival de Sundance, e as críticas vêm do site Rotten Tomatoes, com o número altíssimo de 96% de aprovação, e do site Indiewire. Quando vi o filme no cinema, tive a boa sensação que costumo ter quando assisto a um bom filme argentino e isso é ótimo, pois o cinema dos hermanos privilegia um bom roteiro, boas atuações e reflete a situação político-social do país. E a Argentina já levou duas estatuetas do Oscar.
Claro que se tivesse um filme de guerra com judeus seria o ideal (não, eu não concordo com esse sistema, mas é assim que funciona pra ganhar), mas considero uma decisão coerente da comissão do MinC ao selecionar um filme que proporcione uma identificação com o povo ali representado. Poderiam ter ido na cola das maiores bilheterias e selecionado outra produção mais popular, mas optaram por algo que passasse alguma mensagem sobre a atual situação do país. Pode não resultar em prêmio, nem mesmo em indicação, mas mostra um amadurecimento da cinema como Arte.
Por enquanto, a concorrência pelo Oscar está apenas esquentando. Nosso vizinho Chile escolheu O Clube, de Pablo Larraín, que foi indicado por No. Taiwan escolheu The Assassin, de Hou Hsiao-Hsien, que levou o prêmio de direção em Cannes. A Suécia vai com o vencedor do Leão de Ouro de 2014, o drama Um Pombo Pousou Num Galho Refletindo Sobre a Existência, de Roy Andersson. E até o momento, o concorrente mais forte vem da Hungria, com Son of Saul (Saul Fia), de László Nemes. Além de ter conquistado o Grande Prêmio do Júri em Cannes, tem como cenário um campo de concentração, e aí já viu, né? Os velhinhos votantes da Academia vão chorar horrores lembrando de seus antepassados e dar seus votos. Claro que o filme pode ser maravilhoso, mas é um artifício que todo cineasta do planeta já conhece pra ganhar esse Oscar.
Cena do representante húngaro Son of Saul (Saul fia), de László Nemes (photo by cine.gr)
Nos últimos anos, o Brasil selecionou filmes razoáveis e bons como Hoje Eu Quero Voltar Sozinho, O Som ao Redor, O Palhaço e Tropa de Elite 2: Agora o Inimigo é Outro. Na minha humilde opinião, Tropa de Elite 2, de José Padilha, merecia facilmente estar entre os finalistas, mas sequer passou pra segunda fase do processo de seleção. Sabem qual foi o último a conseguir essa proeza? O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias, de Cao Hamburger, de 2006. Apesar de ser um filme bom, ele tinha uma carta na manga: um dos personagens centrais era judeu.
Enfim, além dessa cartilha para ganhar o Oscar de Filme em Língua Estrangeira que posto todo ano aqui, o filme de Anna Muylaert está seguindo uma estratégia que já funcionou: lançar o filme primeiro em festivais internacionais, conseguir voltar ao país com alguma consagração e obter apoio nacional mais facilmente. Foi assim com Central do Brasil, de Walter Salles, que, aliás, foi a última produção brasileira indicada ao Oscar nessa categoria no longínquo ano de 1999.
Haverá uma pré-seleção, que reduz todos os representantes numa lista de nove filmes, e em seguida, a lista dos cinco indicados será divulgada no dia 14 de janeiro.
Jafar Panahi se torna taxista em filme vencedor do Urso de Ouro, Taxi (photo by outnow.ch)
BERLIM PREMIA FILME POLÍTICO, MAS TAMBÉM PROTESTA PELA PRISÃO DE DIRETOR IRANIANO
Eu sei, eu sei… notícia velha. Estive concentrado no Oscar e como o Festival de Berlim insiste em permanecer em fevereiro, tive que deixar de escanteio. Enfim, estou aqui para registrar os vencedores do 65º Festival de Berlim, que foram anunciados no último dia 14 de fevereiro.
O grande vencedor foi o filme Taxi, do iraniano Jafar Panahi. Quando soube da sinopse do filme, na hora me lembrei daquele quadro-farsa “Táxi do Gugu”, pois basicamente foi o que Panahi fez: ele se transformou num motorista de táxi, mas ao contrário do nosso apresentador sem carisma, seu intuito era conhecer melhor a sociedade iraniana através de diálogos dentro do veículo, que escondia câmeras.
Vale relembrar que em março de 2010, o diretor foi preso por autoridades iranianas depois que descobriram que seu documentário levantava suspeitas de fraudes na reeleição do presidente Mahmud Ahmadinejad em 2009. Foi sentenciado a prisão domiciliar e teoricamente, não poderia filmar por dez anos.
Muito conhecido por suas críticas sociais, Panahi se firmou como um dos grandes representantes do cinema iraniano com filmes como O Balão Branco e O Círculo, que além de revelarem a situação de seu país, influenciaram outros diretores como Walter Salles. Este é seu primeiro Urso de Ouro. Ele já venceu o Urso de Prata pelo roteiro de Cortinas Fechadas em 2013, e o Urso de Prata do Grande Prêmio do Júri por Fora do Jogo em 2006.
Em prisão domiciliar há quatro anos, Panahi foi representado por familiares na cerimônia de premiação, então quando o presidente do júri, Darren Aronofsky, anunciou seu nome como vencedor, sua sobrinha Hanna Saeidi subiu ao palco para receber o prêmio. Muito emocionada, ela chorou ao pegar o Urso de Ouro e foi amparada por Aronofsky. “Não consigo dizer nada. Estão tão emocionada”, disse entre lágrimas.
Hanna Saeidi se emociona ao receber o Urso de Ouro pelo tio, Jafar Panahi, pelo filme Taxi (photo by http://www.rbb-online.de)
Embora a idéia do filme seja digna de premiação, o Urso de Ouro para Taxi certamente sofreu algum nível de influência pela continuidade da prisão do diretor por tanto tempo. Por mais que o presidente do júri se esperneie todo pra explicar que a decisão foi unânime entre os demais membros do júri, é praticamente impossível não enxergar esse reconhecimento como uma forma de protesto internacional que busque indiretamente a liberdade do artista em terras iranianas. Apesar de improvável, espero que esse prêmio colabore pelo menos com a redução da pena de Jafar Panahi.
Caso Panahi não estivesse preso, muitos críticos presentes no festival defenderam que o filme Aferim! poderia ser o grande vencedor. Filmado em preto-e-branco, esse western moderno romeno se passa no século XIX, e apresenta uma trama de captura de um escravo cigano que teve um caso com a esposa de seu dono. Seria uma forma de crítica ao escravismo de que persiste na Romênia atual. Apesar do tema sério, Aferim! teria um humor que lembra os antigos filmes de Emir Kusturica. Acabou levando o prêmio de Diretor para Radu Jude, compartilhado com o filme Body, da diretora Malgorzata Szumowska.
Cena de Aferim!, de Radu Jude, que levou o Urso de Prata de Diretor (photo by outnow.ch)
Já o Grande Prêmio do Júri, uma espécie de segundo lugar, ficou com o chileno Pablo Larraín e seu El Club, que aborda contradições da Igreja Católica através de sacerdotes de uma cidade costeira do Chile. Para quem não se lembra, Larraín foi responsável pelo politicamente inovador No, que concorreu ao Oscar de Filme em Língua Estrangeira em 2013.
Quanto aos prêmios de atuação, ambos foram para a mesma produção. Charlotte Rampling e Tom Courtenay foram reconhecidos por 45 Years, um drama britânico que mostra o impacto sobre um casamento de 45 anos quando o corpo da ex-namorada do marido é encontrado 50 anos depois. É muito bacana ver um ator de 78 anos retornando aos holofotes depois de já ter sido indicado ao Oscar por Doutor Jivago (1965) e O Fiel Camareiro (1983). Já Rampling há tempos merecia um prêmio do naipe de Berlim, pois consegue atuar bem em qualquer gênero ou papel. Como cinéfilo, torço para que ambos estejam no burburinho e consigam até indicações ao Oscar 2016!
Premiados em Berlim: Tom Courtenay e Charlotte Rampling em 45 Years (photo by outnow.ch)
Apesar de não terem sido premiados, os filmes Cinderella e Mr. Holmes tiveram boas críticas relacionadas aos atores Cate Blanchett e Ian McKellen, respectivamente. Enquanto a primeira interpretou a madrasta má da princesa, o segundo soube humanizar o velho personagem de Arthur Conan Doyle. Quem sabe essas performances também não sobrevivem até o próximo Oscar?
Cate Blanchett como lady Tremaine em Cinderella (photo by outnow.ch)
Vencedores do 65º Festival de Berlim:
URSO DE OURO
Taxi, de Jafar Panahi
URSO DE PRATA – Grande Prêmio do Júri
El Club (The Club), de Pablo Larraín
URSO DE PRATA – Alfred Bauer Prize
Ixcanul (Ixcanul Volcano), de Jayro Bustamante – para filme que abre novas perspectivas
URSO DE PRATA para MELHOR DIRETOR (empate)
Radu Jade (Aferim!)
Malgorzata Szumowska (Body)
URSO DE PRATA para MELHOR ATRIZ
Charlotte Rampling (45 Years)
URSO DE PRATA para MELHOR ATOR
Tom Courtenay (45 Years)
URSO DE PRATA para MELHOR ROTEIRO
Patricio Guzmán (El boton de nacar) (The Pearl Button)
URSO DE PRATA para MELHOR CONTRIBUIÇÃO ARTÍSTICA (empate)
Sturla Brandth Grøvlen (Victoria) – pela câmera
Evgeniy Privin e Sergey Mikhalchuk (Pod electricheskimi oblakami) (Under Electric Clouds) – pela câmera
Rampling e Courtenay com seus Ursos de Prata por 45 Years (photo by files.prokerala.com)
FESTIVAL APRESENTA BOA SELEÇÃO COM VETERANOS E TALENTOS PROMISSORES
É curioso ver um ano depois os vencedores do Festival de Berlim 2014 entre os favoritos ao Oscar 2015. Em 2014, o festival premiou Boyhood: Da Infância à Juventude como Melhor Diretor, enquanto O Grande Hotel Budapeste levou o Prêmio Especial do Júri. É uma pena que o festival fique meio de escanteio com a alta temporada de premiações como o BAFTA e o Oscar.
A edição deste ano traz nomes ilustres como Terrence Malick, Kenneth Branagh, Werner Herzog, Oliver Hirschbiegel e Wim Wenders, que será homenageado com o Urso de Ouro pela carreira. Haverá sessões especiais de alguns de seus filmes como O Amigo Americano, Asas do Desejo e Paris, Texas.
O presidente do júri, Darren Aronofsky (photo by novostimira.com)
O júri, presidido pelo diretor de Cisne Negro, Darren Aronofsky, contará ainda com o ator alemão Daniel Brühl, o diretor sul-coreano Bong Joon-ho, a produtora Martha De Laurentiis, a diretora peruana Claudia Llosa, a atriz francesa Audrey Tautou e o produtor executivo norte-americano Matthew Weiner.
Eles terão a tarefa de conferir e avaliar as 23 produções internacionais, concedendo em seguida prêmios que podem mudar o rumo de cineastas promissores como a italiana Laura Bispuri que trouxe seu filme de estréia Vergine Giurata, ou consagrar nomes conhecidos do grande público como Werner Herzog, Peter Greenaway e Terrence Malick.
Além dos nomes mais conhecidos, estou ansioso para conferir os novos trabalhos do diretor chileno Pablo Larraín, que chegou a ser indicado ao Oscar pelo criativo No, e a espanhola Isabel Coixet, que causou furor pelo tocante drama Minha Vida Sem Mim (2003). E bastante curioso pra ver a nova parceria do diretor Bill Condon com o veterano Ian McKellen numa nova aventura de Sherlock em Mr. Holmes. Eles fizeram uma gema sobre a vida do diretor James Whale em Deuses e Monstros (1998), que lhe rendeu o Oscar de Roteiro Adaptado. Particularmente, já considero McKellen um sério candidato a Melhor Ator no Oscar 2016.
Ian McKellen como Sherlock Holmes em Mr. Holmes (photo by outnow.ch)
O evento também estará muito bem servido de celebridades no tapete vermelho. Além de figuras carimbadas dos festivais como Juliette Binoche (Nobody Wants the Night), Léa Seydoux (Diary of a Chambermaid), Charlotte Rampling (45 Years), são aguardadas as presenças de Christian Bale, Natalie Portman (Knight of Cups), Nicole Kidman, James Franco (Queen of the Desert) – sendo que Franco ainda estrela Every Thing Will Be Fine – e Ian McKellen (Mr. Holmes). Até daria pra apostar que os vencedores dos prêmios de atuação estarão entre esses nomes acima, mas como depende demais das preferências do júri, não dá pra descartar premiação para nomes praticamente desconhecidos.
Christian Bale e Natalie Portman em cena de Knight of Cups, novo filme de Terrence Malick: cheiro de prêmios. (photo by outnow.ch)
Seguem os indicados ao 65º Festival de Berlim:
45 Years
Dir: Andrew Haigh
Reino Unido
Als wir träumten (As We Were Dreaming)
Dir: Andreas Dresen
Alemanha/França
Body
Dir: Malgorzata Szumowska
Polônia
Cha va con va (Big Father, Small Father and Other Stories)
Dir: Phan Dang Di
Vietnã/França/Alemanha/Holanda
Cinderella
Dir: Kenneth Branagh
EUA
Eisenstein in Guanajuato
Dir: Peter Greenaway
Holanda/México/Bélgica/Finlândia
A Árvore da Vida, Terrence Malick: um dos trabalhos recentes mais bem votados entre diretores e críticos (photo by outnow.ch)
SELEÇÃO DE DIRETORES APRESENTA SENSO CRÍTICO E GOSTO PESSOAL
Para quem estava acompanhando as escolhas de filmes dos diretores (1ª parte: https://cinemaoscareafins.wordpress.com/2012/08/11/top-10-dos-diretores/ e 2ª parte: https://cinemaoscareafins.wordpress.com/2013/11/16/top-10-dos-diretores-parte-2/), esta é a terceira e última parte da matéria especial, lançada a cada dez anos pela revista britânica Sight & Sound. Infelizmente, a pesquisa não alcançou nomes consagrados como Steven Spielberg, Tim Burton, Clint Eastwood e Peter Jackson, mas há nomes interessantes como o do roteirista da nova trilogia de Star Wars, Lawrence Kasdan; do cineasta turco Nuri Bilge Ceylan, que venceu a Palma de Ouro este ano; do britânico Paul Greengrass que trabalha tão bem o limite entre ficção e documentário através de câmera na mão e montagem frenética nos filmes do agente Jason Bourne e do aclamado Vôo United 93.
Particularmente, gostei bastante das escolhas de Peter Farrelly. Como um dos melhores diretores de comédias atualmente, obviamente, ele não poderia deixar de mencionar o clássico Apertem os Cintos… O Piloto Sumiu, mas soube também valorizar a coragem de se fazer humor a partir de temas tabus à sociedade como fez Borat: O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Viaja à América, que fala sobre gênero, raça e religião de forma que ilumina preconceitos existentes. Ele destaca o amor pela arte do humor do comediante Sacha Baron Cohen, que poderia ter sido espancado ou até morto por suas piadas infames em prol de uma boa risada. Por Borat, ele sofreu uma série de processos judiciais por se passar por um personagem ingênuo para provocar gargalhadas. Apesar de tudo isso, Farrelly ressalta a injustiça da comédia ainda ser tratada como uma espécie de sub-gênero. Claro que Farrelly ganha pontos comigo por ter selecionado Sideways – Entre Umas e Outras, um de meus filmes favoritos.
Sacha Baron Cohen em cena de Borat. Segundo Farrelly, um dos mais corajosos filmes de comédia. (photo by outnow.ch)
Embora trate-se de uma matéria sobre diretores, vale destacar as escolhas do recém-falecido crítico de cinema Roger Ebert. Esta é a quinta vez que ele vota para a pesquisa da Sight & Sound, e confessa que é um desafio enorme incluir um filme novo a cada década. Para esta eleição, estava na dúvida entre Sinédoque, Nova York, de Charlie Kaufman e A Árvore da Vida, de Terrence Malick. Optou pelo último por acreditar que sua importância crescerá ao longo dos anos. Sua lista contempla uma abrangência da década de 40 até a atual, recordando grandes diretores como Federico Fellini, Yasujirô Ozu, Alfred Hitchcock e Stanley Kubrick.
É interessante verificar também as escolhas de três diretores brasileiros: Walter Salles e Tata Amaral, que elegeram trabalhos brasileiros como fonte rica de inspiração como O Bandido da Luz Vermelha, Terra em Transe e Vidas Secas, que reflete a ternura e a crueza do nordeste brasileiro em Central do Brasil e Abril Despedaçado de Walter Salles.
Lawrence Kasdan
Nasceu em janeiro de 1949 – Florida, EUA
Trabalhos em destaque: Corpos Ardentes (1981), O Reencontro (1983), O Turista Acidental (1988), Grand Canyon – Ansiedade de uma Geração (1991)
O Exército das Sombras (L’Armée des Ombres/ 1969, dir. Jean-Pierre Melville)
A Batalha de Argel (La Battaglia di Algeri/ 1966, dir. Gillo Pontecorvo)
Dr. Fantástico (Dr. Strangelove or: How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb/ 1964, dir. Stanley Kubrick)
O Poderoso Chefão (The Godfather/ 1972, dir. Francis Ford Coppola)
As Vinhas da Ira (The Grapes of Wrath/ 1940, dir. John Ford)
Lawrence da Arábia (Lawrence of Arabia/ 1962, dir. David Lean)
Fuga ao Passado (Out of the Past/ 1947, dir. Jacques Tourneur)
A Regra do Jogo (La Règle du Jeu/ 1939, dir. Jean Renoir)
Os Sete Samurais (Shichinin no Samurai/ 1954, dir. Akira Kurosawa)
O Tesouro de Sierra Madre (The Treasure of the Sierra Madre/ 1948, dir. John Huston)
Lone Scherfig
Nasceu em maio de 1959 – Copenhague, Dinamarca
Trabalhos em destaque: Italiano Para Principiantes (2000), Educação (2009), Um Dia (2011).
1900 (Novecento/ 1976, dir. Bernardo Bertolucci)
Se Meu Apartamento Falasse (The Apartment/ 1960, dir. Billy Wilder)
Ondas do Destino (Breaking the Waves/ 1996, dir. Lars von Trier)
Acossado (À bout de Souffle/ 1960, dir. Jean-Luc Godard)
Vidas Amargas (East of Eden/ 1955, dir. Elia Kazan)
Fanny & Alexander (Fanny och Alexander/ 1982, dir. Ingmar Bergman)
Desejo e Perigo (Se, jie/ 2007, dir. Ang Lee)
Songs from the Second Floor (Sånger från andra våningen/ 2000, dir. Roy Andersson)
A Fita Branca (Das weiße Band – Eine deutsche Kindergeschichte/ 2009, dir. Michael Haneke)
Ventos da Liberdade (The Wind that Shakes the Barley/ 2006, dir. Ken Loach)
Lukas Moodysson
Nasceu em janeiro de 1969 – Skåne Iän, Suécia
Trabalhos em destaque: Amigas de Colégio (1998), Bem-Vindos (2000), Para Sempre Lilya (2002), Corações em Conflito (2009).
4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias (4 Luni, 3 Saptâmani si 2 Zile/ 2007, dir. Cristian Mungiu)
O Barco – Inferno no Mar (Das Boot/ 1981, dir. Wolfgang Petersen)
Fanny & Alexander (Fanny och Alexander/ 1982, dir. Ingmar Bergman)
Hotel do Norte (Hôtel Du Nord/ 1938, dir. Marcel Carné)
A Morte de um Bookmaker Chinês (The Killing of a Chinese Bookie/ 1976, dir. John Cassavetes)
A Última Sessão de Cinema (The Last Picture Show/ 1971, dir. Peter Bogdanovich)
The Man on the Roof (Mannen på taket/ 1976, dir. Bo Widerberg)
Margot e o Casamento (Margot at the Wedding/ 2007, dir. Noah Baumbach)
O Espelho (Zerkalo/ 1975, dir. Andrei Tarkovsky)
A Swedish Love Story (En Kärlekshistoria/ 1970, dir. Roy Andersson)
Manoel de Oliveira
Nasceu em dezembro de 1908 – Oporto, Portugal
Trabalhos em destaque: A Divina Comédia (1991), Cada um Com seu Cinema (2007), Singularidades de uma Loira (2009), O Estranho Caso de Angélica (2010).
O Encouraçado Potemkin (Bronenosets Potemkin/ 1925, dir. Sergei M. Eisenstein)
Gertrud (Gertrud/ 1964, dir. Carl Theodor Dreyer)
Em Busca do Ouro (The Gold Rush/ 1925, dir. Charles Chaplin)
O Delator (The Informer/ 1935, dir. John Ford)
Ivan, o Terrível (Ivan Groznyy/ 1944, dir. Sergei M. Eisenstein)
Romance na Itália (Viaggio in Italia/ 1954, dir. Roberto Rossellini)
Mouchette, a Virgem Possuída (Mouchtte/ 1967, dir. Robert Bresson)
O Martírio de Joana D’Arc (La Passion de Jeanne d’Arc/ 1928, dir. Carl Theodore Dreyer)
Playtime – Tempo de Diversão (Playtime/ 1967, dir. Jacques Tati)
Contos da Lua Vaga (Ugetsu Monogatari/ 1953, dir. Kenji Mizoguchi)
Marc Webb
Nasceu em agosto de 1974 – Indiana, EUA
Trabalhos em destaque: (500) Dias com Ela(2009), O Espetacular Homem-Aranha (2012), O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro (2014).
8½ (8½/ 1963, dir. Federico Fellini)
Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (Annie Hall/ 1977, dir. Woody Allen)
A Ponte do Rio Kwai (The Bridge on the River Kwai/ 1957, dir. David Lean)
Filhos da Esperança (Children of Men/ 2006, dir. Alfonso Cuarón)
Luzes da Cidade (City Lights/ 1931, dir. Charles Chaplin)
Sociedade dos Poetas Mortos (Dead Poets Society/ 1989, dir. Peter Weir)
A Primeira Noite de um Homem (The Graduate/ 1967, dir. Mike Nichols)
Cantando na Chuva (Singin’ in the Rain/ 1952, dir. Gene Kelly e Stanley Donen)
A Fraternidade é Vermelha (Trois Couleurs: Rouge/ 1994, dir. Krzysztof Kieslowski)
O Ano em que Vivemos em Perigo (The Year of Living Dangerously/ 1982, dir. Peter Weir)
Mark Romanek
Nasceu em setembro de 1959 – Illinois, EUA
Trabalhos em destaque: Static (1985), Retratos de uma Obsessão (2002), Não me Abandone Jamais (2010)
8½ (8½/ 1963, dir. Federico Fellini)
Andrei Rublev (Andrey Rublyov/ 1966, dir. Andrei Tarkovsky)
Apocalypse Now (Apocalyse Now/ 1979, dir. Francis Ford Coppola)
Barry Lyndon (Barry Lyndon/ 1975, dir. Stanley Kubrick)
Cidadão Kane (Citizen Kane/ 1941, dir. Orson Welles)
Cinzas no Paraíso (Days of Heaven/ 1978, dir. Terrence Malick)
Fanny & Alexander (Fanny och Alexander/ 1982, dir. Ingmar Bergman)
O Poderoso Chefão – Parte 2 (The Godfather: Part II/ 1974, dir. Francis Ford Coppola)
O Portal do Paraíso (Heaven’s Gate/ 1980, dir. Michael Cimino)
Lawrence da Arábia (Lawrence of Arabia/ 1962, dir. David Lean)
Martin McDonagh
Nasceu em março de 1970 – Londres, Inglaterra
Trabalhos em destaque: Six Shooter (2004), Na Mira do Chefe (2008), Sete Psicopatas e um Shih Tzu (2011).
Terra de Ninguém (Badlands/ 1973, dir. Terrence Malick)
Cidadão Kane (Citizen Kane/ 1941, dir. Orson Welles)
O Poderoso Chefão (The Godfather/ 1972, dir. Francis Ford Coppola)
Três Homens em Conflito (Il Buono, Il Brutto, Il Cattivo/ 1966, dir. Sergio Leone)
Manhattan (Manhattan/ 1979, dir. Woody Allen)
Neste Mundo e no Outro (A Matter of Life and Death/ 1946, dir. Michael Powell e Eric Pressburger)
O Mensageiro do Diabo (The Night of the Hunter/ 1955, dir. Charles Laughton)
Os Sete Samurais (Shichinin no Samurai/ 1954, dir. Akira Kurosawa)
Taxi Driver (Taxi Driver/ 1976, dir. Martin Scorsese)
Meu Ódio Será sua Herança (The Wild Bunch/ 1969, dir. Sam Peckinpah)
Matthew Vaughn
Nasceu em março de 1971 – Londres, Inglaterra
Trabalhos em destaque: Nem Tudo é o que Parece (2004), Stardust: O Mistério da Estrela (2007), Kick Ass: Quebrando Tudo (2010), X-Men: Primeira Classe (2011).
De Volta Para o Futuro (Back to the Future/ 1985, dir. Robert Zemeckis)
Muito Além do Jardim (Being There/ 1979, dir. Hal Ashby)
O Franco Atirador (The Deer Hunter/ 1978, dir. Michael Cimino)
Três Homens em Conflito (Il Buono, Il Brutto, Il Cattivo/ 1966, dir. Sergio Leone)
Lawrence da Arábia (Lawrence of Arabia/ 1962, dir. David Lean)
Os Caçadores da Arca Perdida (Raiders of the Lost Ark/ 1981, dir. Steven Spielberg)
Cães de Aluguel (Reservoir Dogs/ 1992, dir. Quentin Tarantino)
Rocky III (Rocky III/ 1982, dir. Sylvester Stallone)
Scarface (Scarface/ 1983, dir. Brian De Palma)
Guerra nas Estrelas (Star Wars/ 1977, dir. George Lucas)
Michael Apted
Nasceu em fevereiro de 1941 – Buckinghamshire, Inglaterra
Trabalhos em destaque: O Destino Mudou Sua Vida (1980), Nas Montanhas dos Gorilas (1988), Nell (1994), 007 – O Mundo Não é o Bastante (1999).
2001: Uma Odisséia no Espaço (2001: A Space Odyssey/ 1968, dir. Stanley Kubrick)
8½ (8½/ 1963, dir. Federico Fellini)
A Batalha de Argel (La Battaglia di Algeri/ 1966, dir. Gillo Pontecorvo)
Acossado (À bout de Souffle/ 1960, dir. Jean-Luc Godard)
Cidadão Kane (Citizen Kane/ 1941, dir. Orson Welles)
Desafio à Corrupção (The Hustler/ 1961, dir. Robert Rossen)
Kes (Kes/ 1969, dir. Ken Loach)
Noite e Neblina (Night and Fog/ 1955, dir. Alain Resnais)
O Sétimo Selo (Det Sjunde Inseglet/ 1957, dir. Ingmar Bergman)
Quanto Mais Quente Melhor (Some Like it Hot/ 1959, dir. Billy Wilder)
Mika Kaurismäki
Nasceu em setembro de 1955 – Orimatilla, Finlândia
Trabalhos em destaque: Absolutamente Los Angeles (1998), Moro no Brasil (2002), O Ciúme Mora ao Lado (2009).
Os Profissionais do Crime (Le Deuxième Souffle/ 1966, dir. Jean-Pierre Melville)
Mouchette, a Virgem Possuída (Mouchtte/ 1967, dir. Robert Bresson)
Era Uma Vez no Oeste (C’Era una Volta il West/ 1968, dir. Sergio Leone)
O Paraíso Infernal (Only Angels Have Wings/ 1939, dir. Howard Hawks)
Paixões que Alucinam (Shock Corridor/ 1963, dir. Samuel Fuller)
Quanto Mais Quente Melhor (Some Like it Hot/ 1959, dir. Billy Wilder)
Aurora (Sunrise: A Song of Two Humans/ 1927, dir. F.W. Murnau)
Ser ou Não Ser (To Be or Not to Be/ 1946, dir. Ernst Lubitsch)
Era Uma Vez em Tóquio (Tôkyô Monogatari/ 1953, dir. Yasujirô Ozu)
Contos da Lua Vaga (Ugetsu Monogatari/ 1953, dir. Kenji Mizoguchi)
Mike Figgis
Nasceu em fevereiro de 1948 – Cumberland, Inglaterra
Trabalhos em destaque: Despedida em Las Vegas (1995), Por uma Noite Apenas (1997), Timecode (2000), Garganta do Diabo (2010).
Bonnie e Clyde – Uma Rajada de Balas (Bonnie and Clyde/ 1967, dir. Arthur Penn)
Amargo Pesadelo (Deliverance/ 1972, dir. John Boorman)
A Doce Vida (La Dolce Vita/ 1960, dir. Federico Fellini)
Festa de Família (Festen/ 1998, dir. Thomas Vinterberg)
I Am Curious Yellow (Jag är nyfiken – en film i gult/ 1967, dir. Vilgot Sjöman)
A Última Sessão de Cinema (The Last Picture Show/ 1971, dir. Peter Bogdanovich)
Esse Obscuro Objeto do Desejo (Cet Obscur objet du Désir/ 1977, dir. Luis Buñuel)
Noite de Estréia (Opening Night/ 1977, dir. John Cassavetes)
Quando Duas Mulheres Pecam (Persona/ 1966, dir. Ingmar Bergman)
Week-End à Francesa (Week End/ 1967, dir. Jean-Luc Godard)
Mike Newell
Nasceu em março de 1942 – Hertfordshire, Inglaterra
Trabalhos em destaque: Quatro Casamentos e um Funeral (1994), Donnie Brasco (1997), O Sorriso de Mona Lisa (2003), Harry Potter e o Cálice de Fogo (2005).
Andrei Rublev (Andrey Rublyov/ 1966, dir. Andrei Tarkovsky)
Trens Estreitamente Vigiados (Ostre sledované vlaky/ 1966, dir. Jirí Menzel)
Os Bons Companheiros (The Goodfellas/ 1990, dir. Martin Scorsese)
A Grande Ilusão (La Grande Illusion/ 1937, dir. Jean Renoir)
O Leopardo (Il Gattopardo, 1963, dir. Luchino Visconti)
Sob o Domínio do Mal (The Manchurian Candidate/ 1962, dir. John Frankenheimer)
Os Sete Samurais (Shichinin no Samurai/ 1954, dir. Akira Kurosawa)
A Estrada da Vida (La Strada/ 1954, dir. Federico Fellini)
Pacto Sinistro (Strangers on a Train/ 1951, dir. Alfred Hitchcock)
A Fita Branca (Das weiße Band – Eine deutsche Kindergeschichte/ 2009, dir. Michael Haneke)
Nuri Bilge Ceylan
Nasceu em janeiro de 1959 – Istambul, Turquia
Trabalhos em destaque: Distante (2002), 3 Macacos (2008), Era uma Vez na Anatolia (2011), Winter Sleep (2014).
Andrei Rublev (Andrey Rublyov/ 1966, dir. Andrei Tarkovsky)
A Grande Testemunha (Au Hasard Balthazar/ 1966, dir. Robert Bresson)
A Aventura (L’Avventura/ 1960, dir. Michelangelo Antonioni)
O Eclipse (L’Eclisse/ 1962, dir. Michelangelo Antonioni)
Pai e Filha (Banshun/ 1949, dir. Yasujirô Ozu)
Um Condenado à Morte Escapou (Un condamné à mort s’est échappé ou Le vent souffle où il veut/ 1956, dir. Robert Bresson)
O Espelho (Zerkalo/ 1975, dir. Andrei Tarkovsky)
Quando Duas Mulheres Pecam (Persona/ 1966, dir. Ingmar Bergman)
Vergonha (Skammen/ 1968, dir. Ingmar Bergman)
Era Uma Vez em Tóquio (Tôkyô Monogatari/ 1953, dir. Yasujirô Ozu)
Olivier Assayas
Nasceu em janeiro de 1955 – Paris, França
Trabalhos em destaque: Espionagem na Rede (2002), Clean (2004), Paris, Te Amo (2006), Horas de Verão (2008), Depois de Maio (2012).
2001: Uma Odisséia no Espaço (2001: A Space Odyssey/ 1968, dir. Stanley Kubrick)
O Evangelho Segundo São Mateus (Il Vangelo Secondo Matteo/ 1964, dir. Pier Paolo Pasolini)
Ludwig (Ludwig/ 1972, dir. Luchino Visconti)
Um Condenado à Morte Escapou (Un condamné à mort s’est échappé ou Le vent souffle où il veut/ 1956, dir. Robert Bresson)
O Espelho (Zerkalo/ 1975, dir. Andrei Tarkovsky)
Napoleão (Napoléon/ 1927, dir. Abel Gance)
Playtime – Tempo de Diversão (Playtime/ 1967, dir. Jacques Tati)
A Regra do Jogo (La Règle du Jeu/ 1939, dir. Jean Renoir)
A Árvore da Vida (The Tree of Life/ 2011, dir. Terrence Malick)
Van Gogh (Van Gogh/ 1991, dir. Maurice Pialat)
Pablo Larraín
Nasceu em agosto de 1976 – Santiago, Chile
Trabalhos em destaque: Fuga (2006), Tony Manero (2008), Post Mortem (2010), No (2012).
2001: Uma Odisséia no Espaço (2001: A Space Odyssey/ 1968, dir. Stanley Kubrick)
8½ (8½/ 1963, dir. Federico Fellini)
Apocalypse Now (Apocalyse Now/ 1979, dir. Francis Ford Coppola)
A Infância de Ivan (Ivanovo detstvo/ 1962, dir. Andrei Tarkovsky)
A Palavra (Ordet/ 1955, dir. Carl Theodor Dreyer)
Rashomon (Rashômon/ 1950, dir. Akira Kurosawa)
Crepúsculo dos Deuses (Sunset Blvd./ 1950, dir. Billy Wilder)
Era Uma Vez em Tóquio (Tôkyô Monogatari/ 1953, dir. Yazujirô Ozu)
Um Corpo que Cai (Vertigo/ 1958, dir. Alfred Hitchcock)
Viver a Vida (Vivre sa vie: Film en douze tableaux/ 1962, dir. Jean-Luc Godard)
Pablo Stoll
Nasceu em 1954 – Montevidéu, Uruguai
Trabalhos em destaque: 25 Watts (2001), Whisky (2004), Hiroshima – Um Musical Silencioso (2009), 3(2012).
Se Meu Apartamento Falasse (The Apartment/ 1960, dir. Billy Wilder)
The Dependent (El Dependiente/ 1969, dir. Leonardo Favio)
Eleição (Election/ 1999, dir. Alexander Payne)
O Carrasco (El Verdugo/ 1963, dir. Luis García Berlanga)
Memórias do Subdesenvolvimento (Memorias del Subdesarrollo/ 1968, dir. Tomás Gutiérrez Alea)
A Noite dos Mortos-Vivos (The Night of the Living Dead/ 1968, dir. George Romero)
Rio 40 Graus (Rio 40 Graus/ 1955, dir. Nelson Pereira dos Santos)
Onde Começa o Inferno (Rio Bravo/ 1959, dir. Howad Hawks)
Estranhos no Paraíso (Stranger than Paradise/ 1984, dir. Jim Jarmusch)
O Pântano (La Ciénaga/ 2001, dir. Lucrecia Martel)
Pablo Trapero
Nasceu em outubro de 1971 – Buenos Aires, Argentina
Trabalhos em destaque: Mundo Grúa (1999), Leonera (2008), Abutres (2010), Elefante Branco (2012).
Os Incompreendidos (Les Quatre Cents Coups/ 1959, dir. François Truffaut)
8½ (8½/ 1963, dir. Federico Fellini)
Aguirre, a Cólera dos Deuses (Aguirre, der Zorn Gottes/ 1972, dir. Werner Herzog)
Se Meu Apartamento Falasse (The Apartment/ 1960, dir. Billy Wilder)
O Poderoso Chefão (The Godfather/ 1972, dir. Francis Ford Coppola)
Tempos Modernos (Modern Times/ 1936, dir. Charles Chaplin)
Não Amarás (Krótki film o milosci/ 1988, dir. Krzysztof Kieslowski)
Taxi Driver (Taxi Driver/ 1976, dir. Martin Scorsese)
Os Imperdoáveis (Unforgiven/ 1992, dir. Clint Eastwood)
Viridiana (Viridiana/ 1961, dir. Luis Buñuel)
Paul Greengrass
Nasceu em agosto de 1955 – Surrey, Inglaterra
Trabalhos em destaque: Domingo Sangrento (2002), A Supremacia Bourne (2004), Vôo United 93 (2006), O Ultimato Bourne (2007), Capitão Phillips (2013).
A Batalha de Argel (La Battaglia di Algeri/ 1966, dir. Gillo Pontecorvo)
O Encouraçado Potemkin (Bronenosets Potemkin/ 1925, dir. Sergei M. Eisenstein)
Ladrões de Bicicletas (Ladri di Biciclette/ 1948, dir. Vittorio De Sica)
Acossado (À bout de Souffle/ 1960, dir. Jean-Luc Godard)
Cidadão Kane (Citizen Kane/ 1941, dir. Orson Welles)
O Evangelho Segundo São Mateus (Il Vangelo Secondo Matteo/ 1964, dir. Pier Paolo Pasolini)
Kes (Kes/ 1969, dir. Ken Loach)
Os Sete Samurais (Shichinin no Samurai/ 1954, dir. Akira Kurosawa)
O Jogo da Guerra (The War Game/ 1965, dir. Peter Watkins)
Z (Z/ 1969, dir. Costa-Gavras)
Paul Schrader
Nasceu em julho de 1946 – Michigan, EUA
Trabalhos em destaque: Gigolô Americano (1980), A Marca da Pantera (1982), Temporada de Caça (1997), Auto Focus (2002).
Cidadão Kane (Citizen Kane/ 1941, dir. Orson Welles)
O Conformista (Il Conformista/ 1970, dir. Bernardo Bertolucci)
Amor à Flor da Pele (Fa Yeung nin Wa/ 2000, dir. Wong Kar-Wai)
As Três Noites de Eva (The Lady Eve/ 1941, dir. Preston Sturges)
Orfeu (Orphée/ 1950, dir. Jean Cocteau)
O Batedor de Carteiras (Pickpocket/ 1959, dir. Robert Bresson)
A Regra do Jogo (La Règle du Jeu/ 1939, dir. Jean Renoir)
Era Uma Vez em Tóquio (Tôkyô Monogatari/ 1953, dir. Yasujirô Ozu)
Um Corpo que Cai (Vertigo/ 1958, dir. Alfred Hitchcock)
Meu Ódio Será sua Herança (The Wild Bunch/ 1969, dir. Sam Peckinpah)
Peter Davis
Nasceu em janeiro de 1937 – California, EUA
Trabalhos em destaque: Corações e Mentes (1974), Winnie and Nelson Mandela (1986), Nelson Mandela: Prisoner to President (1994).
Ladrões de Bicicletas (Ladri di Biciclette/ 1948, dir. Vittorio De Sica)
Acossado (À bout de Souffle/ 1960, dir. Jean-Luc Godard)
Casablanca (Casablanca/ 1942, dir. Michael Curtiz)
Cidadão Kane (Citizen Kane/ 1941, dir. Orson Welles)
O Discreto Charme da Burguesia (Le charme discret de la bourgeoisie/ 1972, dir. Luis Buñuel)
O Sétimo Selo (Det Sjunde Inseglet/ 1957, dir. Ingmar Bergman)
Quanto Mais Quente Melhor (Some Like it Hot/ 1959, dir. Billy Wilder)
Sempre aos Domingos (Les dimanches de Ville d’Avray/ 1962, dir. Serge Bourguignon)
Laços Humanos (A Tree Grows in Brooklyn/ 1945, dir. Elia Kazan)
A Hora do Lobo (Vargtimmen/ 1969, dir. Ingmar Bergman)
Peter Farrelly
Nasceu em dezembro de 1956 – Pennsylvania, EUA
Trabalhos em destaque: Debi & Lóide: Dois Idiotas em Apuros (1994), Quem Vai Ficar com Mary? (1998), O Amor é Cego (2001), Ligado em Você (2003), Antes Só do que Mal Casado (2007).
Apertem os Cintos… O Piloto Sumiu (Airplane!/ 1980, dir. Jim Abrahams, David Zucker, Jerry Zucker)
Borat: O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Viaja à América (Borat: Cultural Learnings of America for Make Benefit Glorious Nation of Kazakhstan/ 2006, dir. Larry Charles)
A Felicidade Não se Compra (It’s a Wonderful Life/ 1946, dir. Frank Capra)
Tubarão (Jaws/ 1975, dir. Steven Spielberg)
Perdidos na Noite (Midnight Cowboy/ 1969, dir. John Schlesinger)
Um Estranho no Ninho (One Flew Over the Cuckoo’s Nest/ 1975, dir. Milos Forman)
Cães de Aluguel (Reservoir Dogs/ 1992, dir. Quentin Tarantino)
A Lista de Schindler (Schindler’s List/ 1993, dir. Steven Spielberg)
Sideways – Entre Umas e Outras (Sideways/ 2004, dir. Alexander Payne)
O Mágico de Oz (The Wizard of Oz/ 1939, dir. Victor Fleming)
Roger Ebert
Nasceu em junho de 1942 – Illinois, EUA
Trabalhos em destaque: “Sneak Previews” (1975-1983), “At the Movies” (1982 – 1986), “Siskel & Ebert” e mais recentemente, crítico de cinema pelo jornal The Chicago Sun.
2001: Uma Odisséia no Espaço (2001: A Space Odyssey/ 1968, dir. Stanley Kubrick)
Aguirre, a Cólera dos Deuses (Aguirre, der Zorn Gottes/ 1972, dir. Werner Herzog)
Apocalypse Now (Apocalyse Now/ 1979, dir. Francis Ford Coppola)
Cidadão Kane (Citizen Kane/ 1941, dir. Orson Welles)
A Doce Vida (La Dolce Vita/ 1960, dir. Federico Fellini)
General (The General/ 1926, dir. Buster Keaton)
Touro Indomável (Raging Bull/ 1980, dir. Martin Scorsese)
Era Uma Vez em Tóquio (Tôkyô Monogatari/ 1953, dir. Yasujirô Ozu)
A Árvore da Vida (The Tree of Life/ 2011, dir. Terrence Malick)
Um Corpo que Cai (Vertigo/ 1958, dir. Alfred Hitchcock)
Sam Mendes
Nasceu em agosto de 1965 – Berkshire, Inglaterra
Trabalhos em destaque: Beleza Americana (1999), Estrada Para Perdição (2002), Foi Apenas um Sonho (2008), 007 – Operação Skyfall (2012).
Os Incompreendidos (Les Quatre Cents Coups/ 1959, dir. François Truffaut)
Veludo Azul (Blue Velvet/ 1986, dir. David Lynch)
Cidadão Kane (Citizen Kane/ 1941, dir. Orson Welles)
Fanny & Alexander (Fanny och Alexander/ 1982, dir. Ingmar Bergman)
O Poderoso Chefão – Parte 2 (The Godfather: Part II/ 1974, dir. Francis Ford Coppola)
Kes (Kes/ 1969, dir. Ken Loach)
O Bebê de Rosemary (Rosemary’s Baby/ 1968, dir. Roman Polanski)
Taxi Driver (Taxi Driver/ 1976, dir. Martin Scorsese)
Sangue Negro (There Will be Blood/ 2007, dir. Paul Thomas Anderson)
Um Corpo que Cai (Vertigo/ 1958, dir. Alfred Hitchcock)
Susanne Bier
Nasceu em abril de 1960 – Copenhague, Dinamarca
Trabalhos em destaque: Brothers (2004), Depois do Casamento (2006), Em um Mundo Melhor (2010), Serena (2014).
Os Incompreendidos (Les Quatre Cents Coups/ 1959, dir. François Truffaut)
Se Meu Apartamento Falasse (The Apartment/ 1960, dir. Billy Wilder)
Apocalypse Now (Apocalyse Now/ 1979, dir. Francis Ford Coppola)
Ladrões de Bicicletas (Ladri di Biciclette/ 1948, dir. Vittorio De Sica)
Morte em Veneza (Morte a Venezia/ 1971, dir. Luchino Visconti)
O Franco Atirador (The Deer Hunter/ 1978, dir. Michael Cimino)
Fanny & Alexander (Fanny och Alexander/ 1982, dir. Ingmar Bergman)
Aconteceu Naquela Noite (It Happened One Night/ 1934, dir. Frank Capra)
Era Uma Vez no Oeste (C’Era una Volta il West/ 1968, dir. Sergio Leone)
Janela Indiscreta (Rear Window/ 1954, dir. Alfred Hitchcock)
Suzana Amaral
Nasceu em março de 1932 – São Paulo, Brasil
Trabalhos em destaque: A Hora da Estrela (1991), Uma Vida em Segredo (2001), Hotel Atlântico (2009).
8½ (8½/ 1963, dir. Federico Fellini)
Berlin Alexanderplatz (Berlin Alexanderplatz/ 1980, dir. Rainer Werner Fassbinder)
Acossado (À bout de Souffle/ 1960, dir. Jean-Luc Godard)
Cidadão Kane (Citizen Kane/ 1941, dir. Orson Welles)
O Conformista (Il Conformista/ 1970, dir. Bernardo Bertolucci)
O Enigma de Kaspar Hauser (Jeder für sich und Gott gegen alle/ 1974, dir. Werner Herzog)
O Poderoso Chefão – Parte 2 (The Godfather: Part II/ 1974, dir. Francis Ford Coppola)
O Informante (The Insider/ 1999, dir. Michael Mann)
Pulp Fiction – Tempo de Violência (Pulp Fiction/ 1994, dir. Quentin Tarantino)
O Tambor (Die Blechtrommel/ 1979, dir. Volker Schlöndorff)
Tata Amaral
Nasceu em setembro de 1960 – São Paulo, Brasil
Trabalhos em destaque: Um Céu de Estrelas (1986), Através da Janela (2000), Antônia: O Filme (2006), Hoje (2011).
Acossado (À bout de Souffle/ 1960, dir. Jean-Luc Godard)
Um Dia de Cão (Dog Day Afternoon/ 1975, dir. Sidney Lumet)
Memórias do Subdesenvolvimento (Memorias del Subdesarrollo/ 1968, dir. Tomás Gutiérrez Alea)
Noite e Neblina (Night and Fog/ 1955, dir. Alain Resnais)
Nostalgia de la Luz (Nostalgia de la Luz/ 2010, dir: Patricio Guzmán)
Noite de Estréia (Opening Night/ 1977, dir. John Cassavetes)
Paranoid Park (Paranoid Park/ 2007, dir. Gus Van Sant)
O Bandido da Luz Vermelha (O Bandido da Luz Vermelha/ 1968, dir. Rogério Sganzerla)
Rocco e Seus Irmãos (Rocco e i Suoi Fratelli/ 1960, dir. Luchino Visconti)
Terra em Transe (Terra em Transe/ 1967, dir. Glauber Rocha)
Terry Jones
Nasceu em fevereiro de 1942 – Colwyn Bay, País de Gales
Trabalhos em destaque: Monty Python Em Busca do Cálice Sagrado (1975), A Vida de Brian (1979), Monty Python – O Sentido da Vida (1983).
Crimes e Pecados (Crimes and Misdemeanors/ 1989, dir. Woody Allen)
E.T. – O Extraterrestre (E.T. The Extra-Terrestrial/ 1982, dir. Steven Spielberg)
Fanny & Alexander (Fanny och Alexander/ 1982, dir. Ingmar Bergman)
Festa de Família (Festen/ 1998, dir. Thomas Vinterberg)
General (The General/ 1926, dir. Buster Keaton)
Feitiço do Tempo (Groundhog Day/ 1993, dir. Harold Ramis)
Eles e Elas (Guys and Dolls/ 1955, dir. Joseph L. Mankiewicz)
Santa Não Sou (I’m no Angel/ 1933, dir. Wesley Ruggles)
Branca de Neve e os Sete Anões (Snow White and the Seven Dwarfs/ 1937, dir. David Hand)
Toy Story 3 (Toy Story 3/ 2010, dir. Lee Unkrich)
Tsai Ming-Liang
Nasceu em outubro de 1957 – Sarawak, Malásia
Trabalhos em destaque: Vive L’Amour (1994), O Rio (1997), O Buraco (1998), Adeus, Dragon Inn (2003), O Sabor da Melancia (2005).
Os Incompreendidos (Les Quatre Cents Coups/ 1959, dir. François Truffaut)
O Eclipse (L’Eclisse/ 1962, dir. Michelangelo Antonioni)
O Medo Consome a Alma (Angst essen Seele auf/ 1974, dir. Rainer Werner Fassbinder)
Adeus, Dragon Inn (Bu san/ 2003, dir. Tsai Ming-Liang)
Mouchette, a Virgem Possuída (Mouchtte/ 1967, dir. Robert Bresson)
O Mensageiro do Diabo (The Night of the Hunter/ 1955, dir. Charles Laughton)
Filho Único (Hitori Musuko/ 1936, dir. Yasujirô Ozu)
O Martírio de Joana D’Arc (La Passion de Jeanne d’Arc/ 1928, dir. Carl Theodore Dreyer)
Spring in a Small Town (Xiao cheng zhi chun/ 1948, dir. Fei Mu)
Aurora (Sunrise: A Song of Two Humans/ 1927, dir. F.W. Murnau)
Walter Salles
Nasceu em abril de 1956 – Rio de Janeiro, Brasil
Trabalhos em destaque: Central do Brasil (1998), Abril Despedaçado (2001), Diários de Motocicleta (2004), Linha de Passe (2008), Na Estrada (2012).
8½ (8½/ 1963, dir. Federico Fellini)
Andrei Rublev (Andrey Rublyov/ 1966, dir. Andrei Tarkovsky)
Apocalypse Now (Apocalyse Now/ 1979, dir. Francis Ford Coppola)
Luzes da Cidade (City Lights/ 1931, dir. Charles Chaplin)
Memórias do Subdesenvolvimento (Memorias del Subdesarrollo/ 1968, dir. Tomás Gutiérrez Alea)
Profissão: Repórter (Professione: Reporter/ 1975, dir. Michelangelo Antonioni)
O Martírio de Joana D’Arc (La Passion de Jeanne d’Arc/ 1928, dir. Carl Theodore Dreyer)
O Demônio das Onze Horas (Pierrot le Fou/ 1965, dir: Jean-Luc Godard)
Vidas Secas (Vidas Secas/ 1963, dir. Nelson Pereira dos Santos)
A Hora do Lobo (Vargtimmen/ 1969, dir. Ingmar Bergman)
Pôster da 70ª edição do Festival de Veneza, inspirada pelo filme A Eternidade e Um Dia, de Theodoro Angelopoulos
Primeiramente, gostaria de pedir desculpas pelo atraso nesse post dos indicados ao Festival de Veneza. Como estive muito atarefado no final de julho, acabei me esquecendo do evento italiano.
Em segundo lugar, os organizadores do evento resolveram fazer uma bela homenagem ao diretor grego Theodoro Angelopoulos, morto num acidente de carro em janeiro desse ano. Concorreu ao Leão de Ouro por O Megalexandros (1980), O Melissokromos (1986) e Paisagem na Neblina (1988), mas nunca levou o prêmio máximo. Já em Cannes, conseguiu o feito em 1998 pelo drama A Eternidade e Um Dia.
Bernardo Bertolucci
Este ano, resolveram convocar um diretor italiano para presidir o júri. O premiado e consagrado cineasta Bernardo Bertolucci, conhecido por dirigir obras marcantes como O Último Imperador (com o qual ganhou 9 Oscars, inclusive Melhor Filme e Direção), Os Sonhadores (2003) e o eternamente erótico O Último Tango em Paris (1972). Apesar de nunca ter concorrido ao Leão de Ouro, Bertolucci foi homenageado em 2007 pelo conjunto da obra.
Em sua bancada, temos nomes conhecidos como a da atriz americana Carrie Fisher (a Princesa Leia da saga Star Wars) e da francesa Virginie Ledoyen (pra quem viu 8 Mulheres e A Praia); dois nomes de diretores em alta: a britânica Andrea Arnold, que já concorreu duas vezes à Palma de Ouro em Cannes por Red Road e Fish Tank, e o chileno Pablo Larraín, cujo filme No foi indicado ao último Oscar de Filme Estrangeiro; o conceituado compositor japonês Ryuichi Sakamoto, que trabalhou com Bertolucci e Nagisa Oshima em Furyo, em Nome da Honra (1983), que será reexibido no festival.
Completam o júri o diretor de fotografia suíço Renato Berta, que já trabalhou com diretores como Jean-Luc Godard, Louis Malle e Alain Resnais; a atriz alemã Martina Gedeck, que atuou em O Grupo Baader Meinhof e A Vida dos Outros, indicado e vencedor do Oscar de Filme Estrangeiro, respectivamente; e o diretor e ator chinês Jian Wen, que protagonizou Sorgo Vermelho, de Zhang Yimou. Sua estréia na direção em Yangguang canlan de rizi (In the Heat of the Sun, 1994) competiu em Veneza, e saiu com o prêmio Volpi Cup de Melhor Ator para Yu Xia.
Esses artistas terão a tarefa de votar os melhores entre 20 filmes concorrentes. Aparentemente, a seleção desse ano está mais fraca se levarmos em consideração os diretores presentes. Dentre eles, destacam-se poucos nomes como o de Terry Gilliam, que ficou conhecido por integrar o grupo de comédia Monty Phyton. Ele foi indicado duas vezes ao Leão de Ouro: em 2005 por Irmãos Grimm, e em 1991 por O Pescador de Ilusões, com o qual venceu o Leão de Prata. Ele retorna com mais uma visão bem particular do futuro underground na linha de Brazil: O Filme (1985) e O Mundo Imaginário do Doutor Parnassus (2009) com a ficção científica The Zero Theorem. Com credibilidade, Gilliam conseguiu atrair bons atores para seu filme: Tilda Swinton, David Thewlis, Matt Damon e o vencedor do último Oscar de coadjuvante por Django Livre: Christoph Waltz, o que certamente fará diferença na contagem final dos votos.
The Zero Theorem, de Terry Gilliam. Em cena, Christoph Waltz e David Thewlis. (photo by http://www.indiewire.com)
Ainda na sombra do terrorismo que afetou os EUA, o documentarista norte-americano Errol Morris busca os segredos do Secretário de Defesa Donald Rumsfeld em The Unknown Known: The Life and Times of Donald Rumsfeld, desde seus dias como congressista na década de 60 até a invasão ao Iraque em 2003. Morris, que já ganhou o Oscar por Sob a Névoa da Guerra em 2003, tem sua primeira indicação em Veneza e pode surpreender se as ficções estiverem fracas.
Já o novo filme do britânico Stephen Frears, Philomena, parece já ter um propósito definido: premiar Judi Dench como Melhor Atriz, e impulsioná-la para o Oscar 2014. Assim como aconteceu com A Rainha, que resultou no Oscar para Helen Mirren, o drama sobre a busca de um filho desaparecido há décadas tem mais cara de filme feito para a TV, mas se realmente extrair atuação primorosa de Dench, acho que o filme já valeu a pena.
Vencedor do Leão de Ouro em 1994 por Vive L’Amour, o malaio Tsai Ming-Liang recebe sua quarta indicação ao prêmio com Jiao You (Stray Dogs), novamente estrelado por seu ator-fetiche Lee Kang-Sheng. Seus filmes costumam apelar bastante para os longos planos-sequência que se tornaram uma marca de sua linguagem. Autor de seus próprios roteiros, Ming-Liang costuma criar personagens praticamente mudos, o que torna suas ações em personalidades fortes. Dependendo da temática do filme, não acredito que ele tenha grandes chances, pois ele não muda quase nada de seu estilo.
Ainda da Ásia, pra quem acredita que a presença da nova animação do mestre nipônico Hayao Miyazaki, Kaze Tachinu (The Wind Rises), trará mais leveza ao festival, pode estar seriamente enganado. Baseado numa história em quadrinhos de autoria do próprio Miyazaki, o filme se passa durante a 2ª Guerra Mundial e acompanha a vida do designer dos aviões de guerra Jiro Horikoshi. Segundo a crítica, Kaze Tachinu busca atingir o nível de dramaticidade e tragédia da clássica animação Túmulo dos Vagalumes(1988), do diretor Isao Takahata. Miyazaki conta novamente com a importante colaboração do compositor Joe Hisaishi.
Kaze Tachinu (The Wind Rises), de Hayao Miyazaki
Como de costume, os festivais podem dar aquela forcinha para as produções conterrâneas. Caso uma produção italiana não seja agraciada com o Leão de Ouro, existe forte possibilidade de ser compensada com algum outro prêmio, principalmente pelo presidente do júri também ser italiano. Seguindo essa lógica, os representantes conterrâneos: Via Castellana Bandiera (Castellana Bandiera Street) e Sacro GRA (Sacred GRA)podem se beneficiar, inclusive o veterano Gianni Amelio, que já tem um Leão de Ouro pelo filme Assim é que Se Ria (1998), que volta a competir com L’intrepido (The Intrepid).
Contudo, ao contrário de edições anteriores, a competição está bastante nivelada. Embora haja alguns diretores mais experientes, não necessarimente indica um favoritismo. Nessas situações mais neutras, torna-se mais propício uma revelação ganhar reconhecimento. Temos vários nomes menos conhecidos como o do grego Alexandros Avranas, que vem com seu segundo longa Miss Violence. Vale a pena ficar de olho também no francês Philippe Garrel (La jalousie), no jovem britânico Jonathan Glazer (Under the Skin) e no pupilo do cinema independente americano David Gordon Green (Joe), uma vez que ganhou o Urso de Prata de direção no último Festival de Berlim por Prince Avalanche, que devem surpreender a crítica e o público.
O homenageado diretor William Friedkin
O Festival de Veneza homenageará com o prêmio pelo conjunto da obra o diretor norte-americano William Friedkin, que, apesar de ter ficado mundialmente conhecido pelo terror O Exorcista (1973) e pelo oscarizado Operação França (1971), que renovou Hollywood na década de 70, também contribuiu para a modernização da linguagem televisiva. Aproveitando sua presença no festival, uma cópia restaurada de seu filme O Comboio do Medo (Sorcerer, de 1977) será exibida. “Considero Comboio do Medo meu filme mais pessoal e difícil”, declarou Friedkin.
Fora de competição, o novo filme do mexicano Alfonso Cuarón, Gravidade, será exibido com a presença dos astros George Clooney e Sandra Bullock.
Os 20 indicados ao Leão de Ouro são:
– Es-Stouh (The Rooftops)
Dir: Merzak Allouache (Argélia/ France)
– L’intrepido (The Intrepid)
Dir: Gianni Amelio (Itália)
– Miss Violence
Dir: Alexandros Avranas (Grécia)
– Tracks
Dir: John Curran (Inglaterra/ Austrália)
– Via Castellana Bandiera (Castellana Bandiera Street)
Dir: Emma Dante (Itália/ Suíça/ França)
– Tom a la ferme (Tom at the Farm)
Dir: Xavier Dolan (Canadá/ França)
– Child of God
Dir: James Franco (EUA)
– Philomena
Dir: Stephen Frears (Inglaterra)
– La jalousie (Jealousy)
Dir: Philippe Garrel (França)
– The Zero Theorem
Dir: Terry Gilliam (Inglaterra/ EUA)
– Ana Arabia
Dir: Amos Gitai (Israel/ França)
– Under the Skin
Dir: Jonathan Glazer (Inglaterra/ EUA)
– Joe
Dir: David Gordon Green (EUA)
– Die Frau des Polizisten (The Police Officer’s Wife)
Dir: Philip Groening (Alemanha)
– Parkland
Dir: Peter Landesman (EUA)
– Kaze tachinu (The Wind Rises)
Dir: Hayao Miyazaki (Japão)
– The Unknown Known: the Life and Times of Donald Rumsfeld
Dir: Errol Morris (EUA)
– Night Moves
Dir: Kelly Reichardt (EUA)
– Sacro GRA (Sacred GRA)
Dir: Gianfranco Rosi (Itália)
O diretor Calin Peter Netzer e seu Urso de Ouro em Berlim (photo by timesofomam.com)
Numa edição considerada fraca, o júri presidido pelo cineasta Wong Kar wai teve trabalho para fazer a seleção dos premiados. Premiado com o Urso de Ouro, o drama Child’s Pose acompanha a história de uma mãe da elite romena que vê uma oportunidade de reatar o relacionamento com seu filho quando ele se envolve num acidente de carro e é preso. Em nota clara à imprensa, o presidente do júri declarou que seu filme favorito era o chileno Gloria, mas optou pela democracia entre os demais membros do júri como Susanne Bier e Tim Robbins.
Urso de Ouro: A atriz Luminita Gheorghiu em cena do drama romeno Child’s Pose (photo by OutNow.CH)
Gloria também tem uma mulher madura como protagonista, mas ela é uma recém-divorciada de 58 anos em busca de um recomeço amoroso. A personagem foi tão bem defendida por Paulina García que acabou levando o prêmio de Melhor Atriz. Apesar de não ter visto o filme de Sebastián Lelio, seria uma ótima oportunidade de consagrar uma produção latino-americana em festivais internacionais. Curiosamente, o chileno No, de Pablo Larraín, concorre ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro no domingo.
O único filme a ganhar mais de um prêmio, An Episode in the Life of an Iron Pricker, reproduz uma história real de um catador de lixo que luta por tratamento médico para sua esposa doente. Para criar o docu-drama, o diretor Danis Tanovic decidiu escalar o próprio homem da história: Nazif Mujic. Curiosamente, ele acabou levando o prêmio de Melhor Ator por viver ele mesmo no filme. Este seria um voto polêmico por não haver um trabalho de atuação e interpretação, mas também como protesto devido à pobreza de performances de atores masculinos.
A arte imita a vida: o ator Nazif Mujic reencena sua própria vida em An Episode in the Life of an Iron Pricker (photo by OutNow.CH)
Talvez a maior surpresa tenha sido o reconhecimento a David Gordon Green com o Urso de Prata de Direção por Prince Avalanche. Como o filme não era considerado um forte concorrente, sua vitória surpreendeu boa parte da imprensa que cobria o evento. Além disso, por se tratar de uma comédia com os atores hollywoodianos (Paul Rudd e Emile Hirsch) num festival que prioriza questões políticas, foi um choque entre as escolhas do júri.
A comédia Prince Avalanche com os americanos Emile Hirsch e Paul Rudd (photo by OutNow.CH)
Na tentativa de compensar essa amenidade, o prêmio de roteiro foi para Closed Curtains, de Jafar Panahi. Independentemente da qualidade do longa, só o fato do diretor estar em prisão domiciliar no Irã por motivos de censura, já valeria como forma de manifestar a desaprovação da falta de liberdade à qualquer forma de Arte.
Enquanto o americano Promised Land, de Gus Van Sant, saiu com uma Menção Especial, o conterrâneo Steven Soderbergh saiu de mãos vazias por seu drama Terapia de Risco (Side Effects), protagonizado pelas estrelas hollywoodianas Jude Law, Rooney Mara, Catherine Zeta-Jones e Channing Tatum, comprovando que o filme só foi selecionado para trazer brilho ao tapete vermelho.
Urso de Ouro:Child’s Pose, de Calin Peter Netzer (Romênia).
Urso de Prata:An Episode in the Life of an Iron Picker, de Danis Tanovic (Bósnia).
Urso de Prata Alfred Bauer (por sua inovação artística):Vic + Flo Saw a Bear, de Denis Côté (Canadá).
Urso de Prata de Melhor Diretor: David Gordon Green (Prince Avalanche)
Urso de Prata de Melhor Atriz: Paulina García (Gloria)
Urso de Prata de Melhor Ator: Nazif Mujic (An Episode in the Life of an Iron Picker)
Urso de Prata Contribuição Artística: Aziz Zhambakiyev (Harmony Lessons)
Urso de Prata de Roteiro: Jafar Panahi (Closed Curtain)
Filme de Estreia:The Rocket, de Kim Mourdant
Urso de Ouro de Melhor Curta:La Fugue, de Jean-Bernard Marlin
Menção Especial:Promised Land, de Gus Van Sant
Menção Especial:Layla Fourie, de Pia Marais
A atriz Paulina García em Gloria (photo by OutNow.CH)
David O. Russell, vencedor de Melhor Diretor e Roteiro por O Lado Bom da Vida, no Independent Spirit Awards (photo by latimes.com)
Um dia antes de concorrer em oito categorias no Oscar, a comédia O Lado Bom da Vida(Silver Linings Playbook) se tornou a grande vitoriosa do prêmio que prestigia o cinema mais independente. Além de Melhor Filme, o filme de David O. Russell levou Direção, Roteiro e Atriz para Jennifer Lawrence.
Curiosamente, o orçamento de produção do vencedor ultrapassa em 1 milhão de dólares do limite estipulado pela premiação para poder concorrer, mas parece que o lobby da distribuidora Weinstein Company falou mais alto. Aliás, esta é a segunda produção consecutiva da Weinstein a ganhar o Independent Spirit Awards depois de O Artista.
Jennifer Lawrence aceitando prêmio de Melhor Atriz por O Lado Bom da Vida (photo by movies.yahoo.com)
Em 2012, havia uma discussão sobre a eligibilidade de O Artista nas principais categorias. Como ambos os atores principais (Jean Dujardin e Bérènice Bejo) e o diretor Michel Hazanavicius são franceses, o filme deveria ter competido apenas como produção estrangeira. Acabou também limpando a premiação com Melhor Filme, Diretor, Fotografia e Ator.
Com o domínio de O Lado Bom da Vida, um dos principais concorrentes ficou praticamente esquecido: Indomável Sonhadora. Apesar de terem tentado compensar o pequeno filme apenas com o prêmio de Fotografia para Ben Richardson, o público ficou com a sensação de injustiça, afinal, terá poucas chances nas quatro categorias que está indicado no Oscar ao contrário do filme vencedor.
Pelo histórico do Independent Spirit Awards, surgiu uma famosa frase: “Ganhe no sábado e perca no domingo”. Normalmente o filme vencedor perde no Oscar no dia seguinte. Casos mais recentes incluem Cisne Negro, Preciosa – Uma História de Esperança e O Lutador. O único a quebrar esta escrita foi justamente O Artista, que levou ambos o Independent e o Oscar.
Contudo, essa aliança tende a ficar mais recorrente. Desde 2000, 10 dos 13 vencedores de Melhor Filme foram também indicados a Melhor Filme no Oscar. Sem contar os atores que ganharam os dois prêmios: Jean Dujardin (O Artista), Christopher Plummer (Toda Forma de Amor), Natalie Portman (Cisne Negro), Mo’Nique (Preciosa – Uma História de Esperança) e Jeff Bridges (Coração Louco).
Ainda sobre os vencedores nas categorias de atuação, o Independent Spirit Awards salvou o ano dos atores John Hawkes e Matthew McConaughey. Ambos tiveram suas interpretações muito elogiadas pela crítica no final de 2012, mas viram suas boas campanhas naufragarem com a ausência na lista do Oscar. Em seu discurso de agradecimento, McConaughey, que venceu pelo papel de um dono de clube de striptease em Magic Mike, soltou um desabafo: “Tive que tirar minhas calças pra ganhar um troféu!”. E com a ausência da favorita Anne Hathaway, Helen Hunt acabou levando a melhor na categoria de atriz coadjuvante por As Sessões.
John Hawkes recebe prêmio de Melhor Ator por As Sessões das mãos de Salma Hayek (photo by sfgate.com)
Amor, de Michael Haneke, confirmou seu favoritismo e deve chegar com força total para o Oscar, mesmo que seus concorrentes diretos (o chileno No e o norueguês Expedição Kon-Tiki) não tenham sido sequer indicados ao Independent Spirit.
Acompanhe novamente os indicados e os vencedores (assinalados em negrito):
MELHOR FILME Indomável Sonhadora (Beasts of the Southern Wild)
Bernie
Deixe a Luz Acesa (Keep the Lights On)
Moonrise Kingdom (Moonrise Kingdom) • O Lado Bom da Vida (Silver Linings Playbook)
MELHOR DIRETOR
Wes Anderson, Moonrise Kingdom
Julia Loktev, The Loneliest Planet • David O. Russell, O Lado Bom da Vida
Ira Sachs, Deixe a Luz Acesa
Benh Zeitlin, Indomável Sonhadora
MELHOR ROTEIRO
Wes Anderson & Roman Coppola, Moonrise Kingdom
Zoe Kazan, Ruby Sparks – A Namorada Perfeita
Martin McDonagh, Sete Psicopatas e um Shih Tzu • David O. Russell, O Lado Bom da Vida
Ira Sachs, Deixe a Luz Acesa
MELHOR FILME DE ESTREANTE Fill the Void Gimme the Loot Sem Segurança Nenhuma (Safety Not Guaranteed) Sound of My Voice • As Vantagens de Ser Invisível (The Perks of Being a Wallflower)
MELHOR ROTEIRO DE ESTREANTE
Rama Burshtein, Fill the Void • Derek Connolly, Sem Segurança Nenhuma
Christopher Ford, Frank e o Robô
Rashida Jones & Will McCormack, Celeste e Jesse Para Sempre
Jonathan Lisecki, Gayby
JOHN CASSAVETES AWARD – (para produções abaixo de 500 mil dólares) Breakfast with Curtis • Middle of Nowhere Mosquita y Mari Starlet The Color Wheel
MELHOR ATRIZ
Linda Cardellini, Return
Emayatzy Corinealdi, Middle of Nowhere • Jennifer Lawrence, O Lado Bom da Vida
Quvenzhané Wallis, Indomável Sonhadora
Mary Elizabeth Winstead, Smashed
MELHOR ATOR
Jack Black, Bernie
Bradley Cooper, O Lado Bom da Vida • John Hawkes, As Sessões
Thure Lindhardt, Deixe a Luz Acesa
Matthew McConaughey, Killer Joe – Matador de Aluguel
Wendell Pierce, Four
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Rosemarie DeWitt, Your Sister’s Sister
Ann Dowd, Compliance • Helen Hunt, As Sessões
Brit Marling, Sound of My Voice
Lorraine Toussaint, Middle of Nowhere
MELHOR ATOR COADJUVANTE • Matthew McConaughey, Magic Mike
David Oyelowo, Middle of Nowhere
Michael Péna, Marcados Para Morrer
Sam Rockwell, Sete Psicopatas e um Shih Tzu
Bruce Willis, Moonrise Kingdom
MELHOR FOTOGRAFIA
Yoni Brook, Valley of Saints
Lol Crawley, Here • Ben Richardson, Indomável Sonhadora
Roman Vasyanov, Marcados Para Morrer
Robert Yeoman, Moonrise Kingdom
MELHOR DOCUMENTÁRIO How to Survive a Plague Marina Abramović: The Artist is Present The Central Park Five • The Invisible War The Waiting Room
MELHOR FILME INTERNACIONAL • Amor (França) de Michael Haneke Once Upon A Time in Anatolia (Turquia), de Nuri Bilge Ceylan Ferrugem e Osso (França/Bélgica), de Jacques Audiard Sister (Suíça), de Ursula Meier A Feiticeira da Guerra (República Democrática do Congo), de Kim Nguyen
PIAGET PRODUCERS AWARD Nobody Walks, Alicia Van Couvering Prince Avalanche, Derrick Tseng • Stones in the Sun, Mynette Louie
SOMEONE TO WATCH AWARD Pincus, diretor David Fenster • Gimme the Loot, diretor Adam Leon Electrick Children, diretora Rebecca Thomas
TRUER THAN FICTION AWARD (dado para documentaristas emergentes) Leviathan, diretores Lucien Castaing-Taylor and Véréna Paravel • The Waiting Room, diretor Peter Nicks Only the Young, diretores Jason Tippet & Elizabeth Mims ROBERT ALTMAN AWARD (pelo elenco) Starlet
Diretor: Sean Baker
Diretor de Casting: Julia Kim
Elenco: Dree Hemingway, Besedka Johnson, Karren Karagulian, Stella Maeve, James Ransone.
FIND Your Audience Award • Breakfast With Curtis, de Laura Colella The History of Future Folk, de John Mitchell, Jeremy Kipp Walker
Matthew McConaughey com o prêmio de coadjuvante por Magic Mike (photo by beaumontenterprise.com)
Pôster oficial do Oscar 2013 no tradicional preto e dourado (art by oscars.org)
O Oscar 2013 pode entrar para a História. Como todos sabem, o mais importante prêmio da indústria cinematográfica tem sido cada vez mais tachado de previsível. Criado no final dos anos 20, o Oscar foi o primeiro a reconhecer talentos da Sétima Arte, criando uma competição saudável como pretexto para atrair mais público e novos artistas. No entanto, novos prêmios foram criados na década de 40 como o Globo de Ouro, concedido pela Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood, e o BAFTA, outorgado pela Academia Britânica de Filmes e TV, acabando com o reinado supremo do Oscar.
Cientes da importância da estatueta da Academia, os prêmios criados posteriormente foram praticamente obrigados a divulgarem seus resultados antes, pois corriam sério risco de ficarem obsoletos. No cenário atual, como existem incontáveis prêmios e todos se apertam no calendário entre os meses de janeiro e fevereiro, quando chega a vez do Oscar, os vencedores já se tornaram previsíveis. Esse panorama claramente prejudicava o interesse do público em relação ao Oscar, fazendo com que os organizadores da Academia resolvessem adotar uma nova estratégia a partir deste ano.
Primeiramente, adeus aos votos impressos em papel. Além de ser ecologicamente melhor aceito e eliminar custos de envio, a votação por meio da internet possibilitaria adiantar a cerimônia do Oscar para mais cedo. Seguindo essa estratégia, conseguiram adiantar em três dias o anúncio dos indicações em relação à entrega dos Globos de Ouro, que era visto como parâmetro na escolha dos indicados. Se formos pensar em surpresa como objetivo, pode-se afirmar que o plano da Academia funcionou, pois além do vencedor do Globo de Ouro de direção Ben Affleck sequer ter sido indicado, apenas 14 dos 20 atores nomeados do SAG Awards (Screen Actors Guild) e apenas 2 dos 5 indicados ao DGA Awards (Directors Guild) passaram para a lista final do Oscar, contrariando as médias de 18 e 4 respectivamente.
Está vendo esses felizes funcionários? Estão todos no olho da rua (photo by npr.org)
Por outro lado, a ausência de alguns nomes consagrados de 2012 causaram enorme estardalhaço na mídia e entre cinéfilos revoltados ao redor do mundo. No topo, o fato de Ben Affleck ter ficado de fora da competição de diretores foi considerado um erro gritante. Alguns especialistas tentaram justificar sua exclusão por considerarem Affleck ainda muito imaturo para o cargo (Argo é seu terceiro filme na direção), já outros mais radicais acreditam que a ala conservadora da Academia estaria aplicando um castigo por erros passados como ator, especialmente em 2003 pelos fracassos de Demolidor – O Homem Sem Medo e Conduta de Risco. Por mais que a primeira dedução seja a mais plausível, o que dizer então da indicação do estreante Benh Zeitlin, de Indomável Sonhadora? Incoerência?
Ben Affleck dirigindo cena de Argo (photo by BeyondHollywood.com)
A categoria de direção foi o grande alvo de controvérsias. Havia três diretores praticamente garantidos na corrida: Kathryn Bigelow (A Hora Mais Escura), Tom Hooper (Os Miseráveis) e Affleck por terem sido indicados ao DGA (Directors Guild of America, o melhor parâmetro do Oscar, com apenas seis divergências de vencedor desde 1949), mas foram ignorados e substituídos por nomes menos comentados e premiados: David O. Russell (O Lado Bom da Vida), Michael Haneke (Amor) e Benh Zeitlin (Indomável Sonhadora). Assim como Ben Affleck, seu filme Argo também conquistou inúmeros prêmios da temporada, inclusive o PGA (Producers Guild of America), mas com a exclusão de seu diretor, as chances de vitória como Melhor Filme reduziram drasticamente, uma vez que a última produção a vencer o Oscar sem ter seu diretor indicado foi há 23 anos, quando Conduzindo Miss Daisy ganhou.
Nesse cenário polêmico, estariam os organizadores da Academia satisfeitos ou completamente arrependidos? Se realmente buscavam agitar os resultados e se desprenderem dos demais prêmios, a estratégia funcionou tão bem que pode se repetir nos anos seguintes, especialmente se esse burburinho refletir na audiência da cerimônia na TV, no dia 24 de fevereiro.
Particularmente, acredito que parte dos votantes da Academia vão tentar compensar essa mancada e eleger Argo como Melhor Filme, ainda mais que Ben Affleck receberia seu Oscar, mas como produtor do longa ao lado de George Clooney e Grant Heslov. Mas para isso acontecer, o filme precisa ganhar pelo menos mais dois prêmios, pois o último Melhor Filme com dois Oscars foi O Maior Espetáculo da Terra, de 1952. Montagem e Roteiro Adaptado são as melhores possibilidades para Argo.
Depois de se encantar com a história do rei britânico gago de O Discurso do Rei e de um ator fadado ao fracasso da era muda de Hollywood em O Artista, o Oscar volta a centrar suas atenções às sagas políticas americanas. Liderando com 12 indicações, o drama histórico sobre o presidente que aboliu a escravidão de Lincoln, junta-se ao resgate dos diplomatas americanos no Irã em 1980 de Argo e a busca por vingança pelos ataques terroristas do 11 de setembro de A Hora Mais Escura. Tematicamente, temos ligeira vantagem para Argo por mostrar Hollywood salvando vidas.
A Hora Mais Escura retrata a incansável caça ao líder terrorista Bin Laden (photo by BeyondHollywood.com)
Além do aspecto da votação eletrônica inédita e da mudança de calendário, este Oscar 2013 apresenta dois novos recordes curiosamente na mesma categoria: Melhor Atriz. Enquanto a francesa Emmanuelle Riva (Amor) se torna a mais velha indicada aos 85 anos, a americana estreante Quvenzhané Wallis (Indomável Sonhadora) se torna a mais jovem aos 9.
Vale ressaltar a força do lobby da distribuidora Weinstein Company. Seu fundador, Harvey Weinstein, que já liderou a Miramax, foi responsável por vitórias recentes do Oscar de Melhor Filme: Chicago (2002), Onde os Fracos Não Têm Vez (2007), O Discurso do Rei (2010) e O Artista (2011), sem contar com o escandaloso ano em que Shakespeare Apaixonado bateu o favorito O Resgate do Soldado Ryan, e Roberto Benigni levou Melhor Ator por A Vida é Bela.
O produtor Thomas Langmann beija Harvey Weinstein por ter feito impecável lobby na vitória de O Artista no Oscar: Filme, Diretor, Ator, Trilha Musical Original e Figurino (photo by Getty Images in http://blogs.forward.com/)
Este ano, a Weinstein Company soma 17 indicações através de O Lado Bom da Vida, Django Livre, O Mestre e o norueguês Expedição Kon-Tiki. Seu lobby funcionou tão bem para a comédia O Lado Bom da Vida, que catapultou a produção como uma das favoritas ao lado de Argo e Lincoln, podendo surpreender nas categorias de direção e ator coadjuvante.
Em relação à cerimônia em si, esta será a primeira vez de Seth MacFarlane como host. Criador da série animada Uma Família da Pesada e American Dad!, ele enfrentará um grande desafio na carreira de qualquer comediante: apresentar um evento ao vivo transmitido para vários países. Sua escolha foi considerada uma surpresa, pois não tem experiência nesse tipo de programa (talvez sua maior tenha sido o Saturday Night Live pela rede de TV americana) e sua marca registrada, a boca suja, não teria lugar no comedido Oscar. Apesar de torcer por MacFarlane, existe a forte possibilidade de frustrar seu público fiel por motivos de censura e, ao mesmo tempo, não ter o tipo de humor que a platéia da cerimônia espera. Vale lembrar que o comediante pode subir ao palco também para receber o Oscar de Melhor Canção Original por “Everybody Needs a Best Friend” de Ted, interpretada por Norah Jones.
Seth MacFarlane em foto promocional do Oscar 2013. Ele também concorre em Melhor Canção Original (photo by filmequals.com)
Apesar de favoritismos e zebras, as apostas para o Oscar costumam criar momentos imprevisíveis, mas que vençam os melhores!
MELHOR FILME
Indicados:
– Amor (Amour)
– Argo (Argo)
– As Aventuras de Pi (Life of Pi)
– Django Livre (Django Unchained)
– A Hora Mais Escura (Zero Dark Thirty)
– Indomável Sonhadora (Beasts of the Southern Wild)
– O Lado Bom da Vida (Silver Linings Playbook)
– Lincoln (Lincoln)
– Os Miseráveis (Les Misérables)
DEVE GANHAR:Argo DEVERIA GANHAR:A Hora Mais Escura ZEBRA:Amor
INJUSTIÇADOS:O Mestre e Moonrise Kingdom
Argo, de Ben Affleck
Amor
5 indicações: Filme, Diretor, Atriz (Emmanuelle Riva), Roteiro Original e Filme Estrangeiro
Amor, de Michael Haneke
Desde que venceu a Palma de Ouro em Cannes, Amor, uma co-produção entre França, Alemanha e Áustria, foi conquistando toda uma legião de críticos internacionais e acabou surpreendendo ao receber cinco indicações ao Oscar, inclusive para Filme e Diretor. O filme acompanha o casal de professores de música octagenários, cujos laços são postos à prova quando a mulher sofre um derrame. Trata-se de um belo porém doloroso retrato do amor no fim da vida. A veterana Emmanuelle Riva recebeu sua primeira indicação, tornando-se a atriz mais velha a concorrer aos 85 anos, porém a melhor aposta seria como Melhor Filme Estrangeiro por também disputar como Melhor Filme.
Argo
7 indicações: Filme, Ator Coadjuvante (Alan Arkin), Roteiro Adaptado, Montagem, Trilha Musical Original, Som e Efeitos Sonoros
Argo, de Ben Affleck
O terceiro longa dirigido pelo ator Ben Affleck se beneficiou da escolha de uma ótima história verídica. Quando seis diplomatas americanos ficam presos no Irã em plena revolução, um agente da CIA bola um plano que envolve a criação de um filme hollywoodiano falso para resgatá-los como uma equipe de filmagem. A grande credibilidade do trabalho de direção de Ben Affleck é a passagem imperceptível de gêneros. Começamos com um filme político, passando por uma comédia satírica, terminando com um thriller. Argo recebeu todos os prêmios possíveis da indústria cinematográfica: Globo de Ouro, SAG (Screen Actors Guild), PGA (Producers Guild), DGA (Directors Guild) e o BAFTA. Contudo, a Academia resolveu deixar Affleck de lado na categoria de direção, o que comprometeria suas chances como Melhor Filme, afinal, a última produção premiada sem ter seu diretor sequer indicado foi Conduzindo Miss Daisy em 1990.
As Aventuras de Pi
11 indicações: Filme, Diretor, Roteiro Adaptado, Fotografia, Montagem, Direção de Arte, Trilha Musical Original, Canção Original, Som, Efeitos Visuais e Efeitos Sonoros
As Aventuras de Pi, de Ang Lee
A adaptação do livro de Yann Martel era considerada “infilmável” por muitos realizadores, mas felizmente, o diretor Ang Lee adora um bom desafio. As Aventuras de Pi narra a história de um rapaz indiano que perde toda sua família num naufrágio e se vê obrigado a dividir o bote salva-vidas com um tigre de bengala chamado Richard Parker. Visualmente, Ang Lee entrega um filme muito bonito, que se apoia em efeitos de computação gráfica imperceptíveis. E procura se aprofundar em questões filosóficas aproveitando-se de que o protagonista segue três religiões: hinduísta, católica e muçulmana. Contudo, o filme suaviza a importância da religião em relação à obra original de Martel, provavelmente, visando uma censura bem mais light: PG (a partir de 10 anos). Embora não tenha estatísticas de favorito, o filme conseguiu 11 indicações, ficando atrás apenas de Lincoln. A produção deve faturar alguns prêmios técnicos como Efeitos Visuais.
Ao lado de A Hora Mais Escura, Django Livre é um dos filmes mais comentados pelas polêmicas. O cineasta Spike Lee, muito conhecido por realizar filmes com tema ético e étnico, criticou diretamente Quentin Tarantino por usar o “termo racista” nigger (crioulo), o que estaria desrespeitando seus antepassados de escravos provindos do continente africano. O mais inacreditável dessa crítica é que Spike Lee nem se deu ao trabalho de ver Django Livre! Como fazer um filme sobre esse período sem utilizar o “termo racista” utilizado pelos senhores para se referirem a seus escravos? A sociedade americana atual, mergulhada no sistema politicamente correto, ignora o fato de que cinema de ficção não precisa se apoiar em valores éticos e na veracidade dos fatos históricos. Se nem alguns documentários ficam presos a essa meta, por que deveriam as ficções? Além disso, Django Livre repete o mesmo feito de Bastardos Inglórios, ao dar uma chance às vítimas do passado se vingarem de seus carrascos. Porém, quando se tratam de judeus castigando os nazistas, aí não tem problema nenhum. Falta de critério também pesa nessa polêmica. Infelizmente, Quentin Tarantino também não foi indicado como Melhor Diretor, mas tem boas chances como Melhor Roteiro Original.
A Hora Mais Escura
5 indicações: Filme, Roteiro Original, Montagem, Som e Efeitos Sonoros
A Hora Mais Escura, de Kathryn Bigelow
O novo filme de Kathryn Bigelow sobre a caça a Bin Laden começou bem a temporada de premiações, vencendo o National Board of Review e o New York Film Critics Circle, mas então começou a controvérsia da tortura. Um membro da Academia chamado David Clennon alegou em carta aberta que não votaria no filme porque faz apologia à tortura, em seguida, foi a vez dos senadores John McCain e Dianne Feinstein apoiarem a mesma causa. Com receio de que esses boatos pudessem acarretar em desentendimentos e processos, Bigelow e o roteirista Mark Boal contestaram pela mídia, sustentando que a tortura fez parte da busca e que não poderia ser ignorada no filme. O documentarista Michael Moore defendeu o filme ao dizer que causa justamente o efeito contrário: “faz você odiar a tortura”. Toda essa controvérsia talvez tenha explicação: o acesso exclusivo e “supostamente proibido” aos arquivos da operação da CIA da caça a Bin Laden revoltou o partido Republicano, que também acreditava em conspiração devido a estréia do filme coincidir com as eleições americanas em novembro, servindo como propaganda dos adversários Democratas. Por causa dessa briga, o lançamento teve de ser adiado para dezembro. Definitivamente, A Hora Mais Escura não é para o público comum, porque cuida de verdades que não são fáceis de digerir, especialmente para americanos republicanos e patriotas. Obviamente, a tortura aplicada por autoridades americanas foi varrida para debaixo do tapete, afinal qual governo se orgulharia disso? E como a Academia costuma fugir de polêmicas (lembrando aqui o apelativo Crash – No Limite batendo o franco-favorito O Segredo de Brokeback Mountain sobre cowboys homossexuais), A Hora Mais Escura deve permanecer no escuro.
Indomável Sonhadora
4 indicações: Filme, Diretor, Atriz (Quvenzhané Wallis) e Roteiro Adaptado
Indomável Sonhadora, de Benh Zeitlin
Que trajetória fenomenal de Indomável Sonhadora! Um filme com baixíssimo orçamento, mesmo para uma produção independente, conquista o prêmio máximo do Festival de Sundance e o Camera d’Or (reconhecimento técnico de Cannes) e termina com quatro indicações ao Oscar. Para criar o universo de seu filme, o jovem diretor Benh Zeitlin tomou a cidade de New Orleans como cenário depois que o furacão Katrina devastou o local. A pequena Quvenzhané Wallis, descoberta entre mais de quatro mil candidatas, dá vida à protagonista Hushpuppy como uma força da natureza. Coerente com a humildade do projeto, escalaram Dwight Henry para interpretar seu pai Wink. Ele fora descoberto por ser dono de uma padaria próxima às locações, entretanto, como não tinha nenhuma ambição em atuar, só aceitou depois que o diretor se comprometeu a realizar os ensaios nos horários de madrugada enquanto fazia os pães. Indomável Sonhadora explora a imaginação fértil de uma criança para encarar a dura realidade e a ausência da mãe. Embora seja muito nova, Wallis pode ser uma grande surpresa se os votos se dividirem na categoria.
Após o sucesso de crítica de O Vencedor (2010), David O. Russell decidiu adaptar o livro homônimo de Matthew Quick na tentativa de mostrar a seu filho, que sofre de transtorno bipolar como o protagonista Pat, que a doença não o torna menos humano. Muito semelhante à estrutura de uma comédia romântica, a história chega a ser igualmente previsível, mas a direção leve de Russell guia tão bem seus atores que a trama quase fica irrelevante. Para isso, começou usando outro de seus dons: escalar bem seu elenco. Apostou em Bradley Cooper para viver o personagem bipolar, Jennifer Lawrence para a viúva Tiffany, e resgatou Robert De Niro de sua zona de conforto. Com o poder do lobby da distribuidora Weinstein Company, o filme pode surpreender bastante, minando as chances de Lincoln e Argo. Vencedora do SAG, Jennifer Lawrence é a franco-favorita por sua versatilidade aos 22 anos.
Lincoln
12 indicações: Filme, Diretor, Ator (Daniel Day-Lewis), Ator Coadjuvante (Tommy Lee Jones), Atriz Coadjuvante (Sally Field), Roteiro Adaptado, Fotografia, Montagem, Direção de Arte, Figurino, Trilha Musical Original e Som
Lincoln, de Steven Spielberg
Lincoln é uma aula de História americana, mas lecionada por um professor com pouca didática. Apesar de bem escrito, o roteiro de Tony Kushner presume que seu público conheça o histórico de todos os personagens e a importância de cada um na votação da 13ª emenda contra a escravidão. Spielberg também peca por levar o assunto de forma extremamente séria (apenas o personagem de Tommy Lee Jones consegue extrair um pouco de humor) e limitar o filme tecnicamente a planos e contra-planos infindáveis de diálogos. O trabalho de direção de Spielberg ficou pesado, faltando equilíbrio para relatar esse importante momento da História e, por isso, seu terceiro Oscar talvez fique para uma próxima oportunidade. Para quem gosta e conhece a filmografia do diretor, sofre sério risco de desapontamento. Provavelmente, a melhor e única chance esteja nas mãos do ator Daniel Day-Lewis que, como sempre, impressiona por viver a figura imponente do político Abraham Lincoln. Se ganhar, será o terceiro Oscar do ator e a primeira atuação oscarizada sob direção de Spielberg.
Os Miseráveis
8 indicações: Filme, Ator (Hugh Jackman), Atriz Coadjuvante (Anne Hathaway), Direção de Arte, Figurino, Maquiagem, Canção Original e Som
Os Miseráveis, de Tom Hooper
O romance de Victor Hugo é um clássico da Literatura. E as adaptações musicais vem conquistando o público desde os anos 80. Mas apesar de todo esse sucesso, essa adaptação ficou muito aquém do esperado. Só o fato do filme ser um musical não significa que todo e qualquer diálogo deva ser musicado. O tão importante elemento da música deveria elevar a cena, mas acaba se tornando num mero artifício banal utilizado à exaustão. Muito popular nos anos 50 e 60, o gênero musical ficou ultrapassado nas décadas seguintes, contudo, com a coragem de alguns cineastas como Baz Luhrmann, Lars von Trier e Rob Marshall, voltou a encantar platéias no início dos anos 2000. Felizmente, o filme de Tom Hooper tem Victor Hugo e as canções clássicas por trás, caso contrário, poderia ser um fracasso gritante. Do elenco, Hugh Jackman (Jean Valjean), Samantha Barks (Eponine), Daniel Huttlestone (Gavroche) e claro, Anne Hathaway (Fantine) se destacam através de suas cordas vocais. Hathaway cantou “I Dreamed a Dream” com o coração na mão e deve levar seu primeiro Oscar.
MELHOR DIRETOR
Indicados:
– Michael Haneke (Amor)
– Benh Zeitlin (Indomável Sonhadora)
– Ang Lee (As Aventuras de Pi)
– Steven Spielberg (Lincoln)
– David O. Russell (O Lado Bom da Vida)
DEVE GANHAR: David O. Russell (O Lado Bom da Vida) DEVERIA GANHAR: Ang Lee (As Aventuras de Pi) ZEBRA: Benh Zeitlin (Indomável Sonhadora)
INJUSTIÇADOS: Ben Affleck (Argo) e Kathryn Bigelow (A Hora Mais Escura)
David O. Russell (centro) dirige a cena de O Lado Bom da Vida na lanchonete (photo by indiewire.com)
Este ano, a categoria de Direção foi a mais discutida desde que foram anunciadas as indicações. Dois dos diretores mais premiados da temporada sequer figuraram na lista: Ben Affleck (Argo) e Kathryn Bigelow (A Hora Mais Escura). Ambos foram indicados pelo Directors Guild of America (Affleck ganhou), mas foram substituídos por Michael Haneke (Amor) e Benh Zeitlin (Indomável Sonhadora).
Com suas exclusões dos favoritos, tudo indica que há uma espécie de complô para o terceiro Oscar para Spielberg. No papel, o retorno à glória do diretor soa muito bem, especialmente por se tratar de um filme sobre um dos presidentes mais queridos dos EUA, mas para quem viu Lincoln, sabe que não se trata de um dos seus melhores trabalhos. Temos uma série de discursos, reuniões e audiências em fóruns, mas sem o brilho de um Sidney Lumet de 12 Homens e uma Sentença, tanto que Spielberg sequer foi indicado ao BAFTA, prêmio da Academia Britânica. E como ele já tem dois Oscars na carreira (por A Lista de Schindler e O Resgate do Soldado Ryan), David O. Russell passa a ganhar força na campanha em sua segunda indicação.
Em O Lado Bom da Vida, ele consegue extrair boa atuação de Bradley Cooper, acredita na jovem Jennifer Lawrence para viver uma viúva, resgata um pouco do talento esquecido de Robert De Niro e explora o pouco tempo de tela de Jacki Weaver, tornando-se o primeiro filme depois de Reds (1981), de Warren Beatty, a ter seus atores indicados em todas as categorias de atuação. Seu filme anterior, O Vencedor, rendeu dois Oscars para Christian Bale e Melissa Leo, ambos coadjuvantes.
Com as ausências de Affleck e Bigelow, alguns especialistas não descartam um improvável triunfo do taiwanês Ang Lee. Primeiro diretor asiático a vencer o Oscar de direção por O Segredo de Brokeback Mountain, Lee também tem em seu currículo laureado um Urso de Ouro, dois Leões de Ouro, dois DGAs e dois Globos de Ouro. Tem como uma das grandes qualidades a versatilidade de temas: culinária, história em quadrinhos, kung fu, espionagem, western, Woodstock, famílias suburbanas entre outros. Seu grande mérito aqui é concretizar um projeto difícil que foi recusado por M. Night Shyamalan, Alfonso Cuarón e Jean-Pierre Jeunet, criando um visual arrebatador.
MELHOR ATOR
Indicados:
– Bradley Cooper (O Lado Bom da Vida)
– Daniel Day-Lewis (Lincoln)
– Hugh Jackman (Os Miseráveis)
– Joaquin Phoenix (O Mestre)
– Denzel Washington (O Vôo)
DEVE GANHAR: Daniel Day-Lewis (Lincoln) DEVERIA GANHAR: Joaquin Phoenix (O Mestre) ZEBRA: Bradley Cooper (O Lado Bom da Vida)
INJUSTIÇADOS: John Hawkes (As Sessões) e Denis Lavant (Holy Motors)
Daniel Day-Lewis em Lincoln (photo by theartsdesk.com)
95% da população cinéfila deve votar em Daniel Day-Lewis, afinal, é um dos melhores atores de sua geração e venceu o SAG por incorporar o presidente Abraham Lincoln num momento crucial da História americana. Seus métodos de interpretação são tão profundos e rigorosos que ele permanece no personagem entre um take e outro. No set de Lincoln, era chamado de “Mr. President”. Quais as chances de ele não ganhar?
Bem, se Day-Lewis confirmar seu favoritismo, este será seu terceiro Oscar de Melhor Ator (principal). E NENHUM ator conseguiu tamanha proeza. Só para citar profissionais mais recentes: Tom Hanks, Jack Nicholson e Sean Penn têm dois. E para a Academia quebrar um novo recorde, seria necessário um milagre.
O único que pode realmente derrubar o favoritismo de Daniel Day-Lewis é Joaquin Phoenix. Sim, o mesmo ator que anunciara aposentadoria em 2008 para se tornar um rapper! Felizmente, mudou de idéia e construiu esse ótimo personagem veterano de guerra, alcóolatra e de comportamento explosivo de O Mestre. Sua performance impressiona pelo esforço físico e uma sensação de completa desordem, fazendo com que seja o oposto necessário para contrabalancear a serenidade do líder da Cientologia, vivido por Philip Seymour Hoffman. Sua vitória seria uma grata surpresa, ainda mais porque Phoenix teve um momento de rebeldia à la Marlon Brando e George C. Scott ao dizer para a mídia: “O Oscar é uma besteira. Nunca mais quero passar por aquela experiência de novo”. A tática já funcionou antes: tanto Brando como Scott ganharam o Oscar sem marcarem presença na cerimônia.
Apesar da competição estar acirrada, John Hawkes poderia ser um dos indicados. Ele interpreta um homem com seus dias contados e que busca perder sua virgindade com uma terapeuta do sexo (Helen Hunt) em As Sessões. Praticamente se valendo apenas das expressões faciais, ele consegue demonstrar extrema fragilidade física, inclusive pela voz mais quebradiça. Infelizmente, os votantes da ala conservadora da Academia não apoiaram o sexo casual que o filme levanta, assim como a cota de atores franceses ser superior a um (Emmanuelle Riva), pois Denis Lavant merecia reconhecimento pelo ótimo Holy Motors. No filme de Leos Carax, que esteve presente em Cannes, ele interpreta nada menos que onze personagens diferentes em situações que beiram o absurdo, mas com muita propriedade e criatividade.
MELHOR ATRIZ
Indicadas:
– Jessica Chastain (A Hora Mais Escura)
– Jennifer Lawrence (O Lado Bom da Vida)
– Emmanuelle Riva (Amor)
– Quvenzhané Wallis (Indomável Sonhadora)
– Naomi Watts (O Impossível)
DEVE GANHAR: Jennifer Lawrence (O Lado Bom da Vida) DEVERIA GANHAR: Jessica Chastain (A Hora Mais Escura) ZEBRA: Naomi Watts (O Impossível)
INJUSTIÇADA: Marion Cottilard (Ferrugem e Osso)
Jennifer Lawrence em O Lado Bom da Vida (photo by CineMagia.ro)
Nesta categoria, temos duas atrizes americanas em extrema ascensão. Jennifer Lawrence ganhou o Globo de Ouro de Melhor Atriz – Musical ou Comédia e o SAG Award, enquanto Jessica Chastain levou o Globo de Ouro de Melhor Atriz – Drama. Ambas estão em sua segunda indicação ao Oscar e têm grandes chances de vitória. Porém Lawrence tem ligeira vantagem por seu papel em O Lado Bom da Vida ser bem cativante. Tiffany, a personagem que ela defende, tem forte personalidade e ganha ares excêntricos por seu passado recente com medicamentos de depressão por causa da morte do marido. Provavelmente, a maioria dos diretores não conseguiriam enxergar a jovem atriz como uma viúva, mas ela convence com bastante naturalidade. Além disso, Jennifer Lawrence estrela a nova franquia de sucesso Jogos Vorazes, tornando-se uma figura muito querida pela indústria e fãs da série.
Justamente o oposto, Jessica Chastain interpreta uma personagem cujas emoções precisam ser escondidas por ser uma agente de operações da CIA em A Hora Mais Escura. Sua personagem Maya sente-se predestinada a encontrar Bin Laden nos mais de 10 anos de busca incansável, o que lhe traz muito sofrimento ao testemunhar sessões de tortura e muita solidão por excesso de trabalho. Esse papel poderia ser facilmente masculinizado, mas Chastain consegue dar um toque de feminilidade sem perder a compostura da agente.
Com tamanha competitividade, os votos podem se dividir, permitindo que uma terceira candidata chegue atropelando. Esta poderia ser a atriz mais velha a ser indicada, a veterana francesa Emmanuelle Riva (Amor), seguida de perto pela mais jovem, a pequena Quvenzhané Wallis (Indomável Sonhadora). Recentemente, Riva ganhou o prêmio BAFTA, enquanto Wallis recebeu incontáveis prêmios de Revelação, podendo ser o único Oscar do filme independente.
Com a presença de Emmanuelle Riva na categoria, a conterrânea Marion Cottilard perdeu espaço. Sua performance dramática em Ferrugem e Osso vinha sendo bem recebida desde Cannes, mas preferiram a fraca atuação de Naomi Watts em O Impossível.
MELHOR ATOR COADJUVANTE
Indicados:
– Alan Arkin (Argo)
– Robert De Niro (O Lado Bom da Vida)
– Philip Seymour Hoffman (O Mestre)
– Tommy Lee Jones (Lincoln)
– Christoph Waltz (Django Livre)
DEVE GANHAR: Robert De Niro (O Lado Bom da Vida) DEVERIA GANHAR: Christoph Waltz (Django Livre) ZEBRA: Alan Arkin (Argo)
INJUSTIÇADO: Samuel L. Jackson (Django Livre)
Robert De Niro (centro) em O Lado Bom da Vida (photo by CineMagia.ro)
Fato número 1: Todos os cinco indicados desta categoria já ganharam o Oscar anteriormente. Nesse sentido, o ator que mais leva desvantagem é o austríaco Christoph Waltz (Django Livre), pois vencera há três anos por Bastardos Inglórios. E, discordem ou não, apesar de sua performance ser excelente, lembra o jeito culto e a excelente dicção do Coronel Hans Landa. Waltz levou o Globo de Ouro em janeiro, mas foi Tommy Lee Jones quem levou o SAG por Lincoln. Seu personagem serve como ótimo alívio cômico para os 160 minutos de pura politicagem burocrática do filme de Steven Spielberg.
Contudo, como Hollywood adora resgatar grandes nomes do passado e Robert De Niro não recebe uma indicação há 20 anos, ele pode se tornar a grande surpresa da noite. Em O Lado Bom da Vida, ele interpreta Pat Sr., que é viciado em jogos, prende-se demais às superstições e se arrepende por ter deixado seu filho mais novo de lado. Existe uma cena, que deve passar como clipe de sua atuação, em que seu personagem chora umas lágrimas de forma tímida. E isso deve bastar para a Academia lhe conceder seu terceiro Oscar (coadjuvante por O Poderoso Chefão – Parte II em 1975, e ator por Touro Indomável em 1981) a fim de incentivá-lo a buscar projetos mais ambiciosos como ator. Por muito tempo, De Niro ficou preso e limitado a caricaturas de si mesmo como na trilogia Entrando Numa Fria. Vale lembrar que a categoria costuma render prêmios para atores consagrados como James Coburn, Michael Caine e Christopher Plummer.
Se não vivêssemos em tempos tão politicamente corretos, Samuel L. Jackson estaria indicado por Django Livre e com as melhores chances de ganhar, mas seu personagem é um negro extremamente racista com os demais negros na era escravista dos EUA. Talvez seja sua melhor interpretação da carreira, mas as questões “éticas” atrapalharam sua campanha para o Oscar.
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Indicadas:
– Amy Adams (O Mestre)
– Sally Field (Lincoln)
– Anne Hathaway (Os Miseráveis)
– Helen Hunt (As Sessões)
– Jacki Weaver (O Lado Bom da Vida)
DEVE GANHAR: Anne Hathaway (Os Miseráveis) DEVERIA GANHAR: Anne Hathaway (Os Miseráveis) ZEBRA: Helen Hunt (As Sessões)
INJUSTIÇADA: Ann Dowd (Compliance)
Anne Hathaway em Os Miseráveis (photo by BeyondHollywood.com)
Logo depois que as indicações foram anunciadas, parecia que o duelo final seria entre Anne Hathaway e Sally Field. Mas Hathaway se tornou uma unanimidade na temporada: vencedora do Globo de Ouro, SAG e BAFTA. Mesmo com pouco tempo de tela, sua performance como Fantine praticamente se resume à cena em que canta aos prantos “I Dreamed a Dream”, conseguindo comover o público.
Além de demonstrar talento através de suas cordas vocais, Anne Hathaway perdeu mais de dez quilos para o papel. Sem contar que cortaram seu cabelo em cena, pois sua personagem vende seu cabelo. Tamanho esforço para um papel menor que valorizou bastante sua participação deve lhe render uma estatueta do Oscar. Outro fator curioso que colabora para sua vitória é que sua mãe interpretou a mesma Fantine no musical da Broadway.
E o retorno de Helen Hunt pode ser interpretado como uma segunda chance na carreira. Depois de ganhar como Melhor Atriz em 1998 por Melhor é Impossível, nunca mais escolheu projetos que pudessem mantê-la em destaque. Em As Sessões, ela interpreta uma terapeuta do sexo e aparece nua, coragem que pode já ter sido recompensada pela indicação, mas que pode ter maquiado a real intenção da Academia de desfazer outra maldição do Oscar.
Uma reclamação muito pertinente neste Oscar é a falta de atores mais desconhecidos. Tradicionalmente, a Academia “planta” um candidato que não esteve presente nas listas das demais premiações como a própria Jacki Weaver em 2011. Este ano, essa vaga poderia ter sido preenchida por Ann Dowd por sua ótima performance no independente Compliance, no qual faz uma gerente de fast-food que se vê obrigada a interrogar uma de suas funcionárias devido a uma denúncia anônima.
MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
Indicados:
– Michael Haneke (Amor)
– Quentin Tarantino (Django Livre)
– John Gatlins (O Vôo)
– Wes Anderson, Roman Coppola (Moonrise Kingdom)
– Mark Boal (A Hora Mais Escura)
DEVE GANHAR: Quentin Tarantino (Django Livre) DEVERIA GANHAR: Mark Boal (A Hora Mais Escura) ZEBRA: Wes Anderson e Roman Coppola (Moonrise Kingdom)
INJUSTIÇADO: Rian Johnson (Looper: Assassinos do Futuro)
Quentin Tarantino no set de Django Livre (photo by filmstage.com)
Embora tenha sido alvo dos comentários de preconceito racial do diretor Spike Lee, o roteiro de Quentin Tarantino consegue extrair excelente humor negro (sem trocadilhos) da época escravista dos EUA como a sequência hilária da Ku Klux Klan. Como de costume, seus personagens possuem diálogos memoráveis e em situações inusitadas. Como tem poucas chances de levar Melhor Filme, Tarantino deve levar o Oscar de Roteiro Original, o segundo de sua carreira.
Trancado a sete chaves, o roteiro de A Hora Mais Escura sofreu alterações drásticas, pois o objetivo inicial era questionar o sumiço do líder terrorista Bin Laden, mas depois que ele foi encontrado e eliminado, o roteirista Mark Boal reescreveu praticamente outro filme com novos questionamentos. Valendo-se também de consulta dos arquivos secretos da CIA sobre a operação, o filme sofreu duras críticas de americanos politicamente corretos por expôr a tortura para conseguir pistas sobre o paradeiro de Bin Laden. Como a Academia evita esse tipo de polêmica mais dura e Mark Boal ganhou recentemente por Guerra ao Terror, suas chances caem um pouco.
Infelizmente, o romance Moonrise Kingdom ficou limitado a essa única categoria. Poderia ter sido reconhecido também em Direção de Arte, Figurino, Trilha Musical, Montagem e Filme. Porém o filme tem grandes chances no Independent Spirit Awards, que premia filmes independentes. E embora o roteiro de Looper: Assassinos do Futuro tenha vencido o National Board of Review, o gênero de ficção científica que envolve viagens no tempo não costuma ser unanimidade nesta categoria.
MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
Indicados:
– Chris Terrio (Argo)
– Benh Zeitlin, Lucy Alibar (Indomável Sonhadora)
– David Magee (As Aventuras de Pi)
– Tony Kushner (Lincoln)
– David O. Russell (O Lado Bom da Vida)
DEVE GANHAR: Chris Terrio (Argo) DEVERIA GANHAR: Chris Terrio (Argo) ZEBRA: David Magee (As Aventuras de Pi)
INJUSTIÇADO: Stephen Chbosky (As Vantagens de ser Invisível)
Chris Terrio em lançamento de Argo (photo by zimbio.com)
Como a briga de Roteiro Adaptado inclui os principais concorrentes do Oscar, o vencedor daqui pode definir o Melhor Filme do ano. À princípio, o dramaturgo Tony Kushner levaria vantagem por concorrer pelo drama histórico Lincoln e ser um prestigioso vencedor do prêmio Pulitzer pela peça Angels in America que foi adaptada para a TV em 2003, afinal o Oscar premiaria um consagrado autor. Contudo, nessa reta final, um democrata americano expôs um erro histórico em seu roteiro. No filme, dois representantes de seu Estado, Connecticut, votam contra a abolição da escravidão em 1865, sendo que foram à favor da emenda. Apesar de Kushner admitir o erro e pedir desculpas publicamente, esse erro pode ter minado suas chances, ainda mais agora que o filme de Spielberg está em queda.
Assim, a vitória do estreante Chris Terrio pode ajudar Argo a ter mais sustentação como Melhor Filme (já que seu diretor sequer foi indicado), ao lado do prêmio de Montagem. Contudo, se Spielberg levar Melhor Diretor, David O. Russell deve levar o Oscar de consolação por O Lado Bom da Vida.
Muito elogiado pela crítica, o drama juvenil sobre um universitário acolhido por dois veteranos de As Vantagens de ser Invisível só ficou de fora porque a categoria estava sobrecarregada de fortes concorrentes.
MELHOR FOTOGRAFIA
Indicados:
– Seamus McGarvey (Anna Karenina)
– Robert Richardson (Django Livre)
– Claudio Miranda (As Aventuras de Pi)
– Janusz Kaminski (Lincoln)
– Roger Deakins (007 – Operação Skyfall)
DEVE GANHAR: Claudio Miranda (As Aventuras de Pi) DEVERIA GANHAR: Roger Deakins (007 – Operação Skyfall) ZEBRA: Seamus McGarvey (Anna Karenina)
INJUSTIÇADO: Mihai Malaimare Jr. (O Mestre)
Visual exuberante de As Aventuras de Pi gerado pela fotografia de Claudio Miranda com CG (photo by cinemagia.ro)
O diretor de fotografia Claudio Miranda (photo by arri.com)
Apesar do chileno Claudio Miranda ser relativamente novo na indústria do cinema (passou a trabalhar com cinema desde 2005), sua fotografia ficou marcada pelo equilíbrio do bom uso de efeitos de computação gráfica em O Curioso Caso de Benjamin Button e Tron: O Legado. Em As Aventuras de Pi, essa característica de seu trabalho atinge seu ápice, pois cerca de 70% do filme é filmado em green screen (fundo verde a serem inseridos os efeitos em pós-produção). Casos mais recentes que continham muitos efeitos e que ganharam o Oscar, A Origem e Avatar, sustentam seu favoritismo.
A fotografia de Robert Richardson também imprime visual exuberante ao western Django Livre, porém como já tem três Oscars e o último ganhou no ano anterior por A Invenção de Hugo Cabret, suas chances reduzem bastante. Do outro lado, o inglês Roger Deakins já foi indicado 10 vezes e nunca ganhou. Seu trabalho em 007 – Operação Skyfall eleva o filme de ação a um nível artístico. A beleza das cenas do cassino de Shangai e da mansão da Escócia em chamas já valem o ingresso.
Incluiria a fotografia de Mihai Malaimare Jr. de O Mestre na competição. Utilizando-se de filme 65mm, ele consegue passar uma sensação de irreal pertinente ao mundo fora de controle de Freddie Quell, assim como as idéias surreais de Lancaster Dodd. Mihai tem sido o braço direito dos últimos filmes de Francis Ford Coppola como Tetro.
MELHOR MONTAGEM
Indicados:
– William Goldenberg (Argo)
– Tim Squyres (As Aventuras de Pi)
– Michael Khan (Lincoln)
– Jay Cassidy, Crispin Struthers (O Lado Bom da Vida)
– William Goldenberg, Dylan Tichenor (A Hora Mais Escura)
DEVE GANHAR: William Goldenberg (Argo) DEVERIA GANHAR: William Goldenberg (Argo) ZEBRA: Jay Cassidy, Crispin Struthers (O Lado Bom da Vida)
INJUSTIÇADO: Andrew Weisblum (Moonrise Kingdom)
Momento de tensão em Argo (photo by BeyondHollywood.com)
William Goldenberg, recebendo seu BAFTA por Argo (photo by latinospost.com)
Normalmente, o prêmio de montagem é concedido a filmes de ação como Bullitt, Rocky – Um Lutador e o recente O Ultimato Bourne por conseguirem criar tensão no uso eficiente de cortes. Em outros casos, a montagem premiada vem de histórias interligadas que criam um senso de unidade como em Traffic e Crash – No Limite. Em Argo, temos bons exemplos das duas situações, pois lida com vários personagens, costurando suas cenas e oferecendo tensão na parte final do longa. Além disso, William Goldenberg também concorre por A Hora Mais Escura, o que poderia ser interpretado como um prêmio para dois filmes.
Muito do humor ácido de Wes Anderson provém da montagem de Andrew Weisblum em Moonrise Kingdom. Seus cortes secos chegam em ótimo timing e ditam o tom desta fábula sobre duas crianças apaixonadas. Se fosse para optar por uma comédia, poderiam incluir esta montagem e deixar O Lado Bom da Vida de lado.
MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
Indicados:
– Sarah Greenwood, Katie Spencer (Anna Karenina)
–Dan Hennah, Ra Vincent, Simon Bright (O Hobbit: Uma Jornada Inesperada)
– Eve Stewart, Anna Lynch-Robinson (Os Miseráveis)
– David Gropman, Anna Pinnock (As Aventuras de Pi)
– Rick Carter, Jim Erickson (Lincoln)
DEVE GANHAR: Sarah Greenwood, Kate Spencer (Anna Karenina) DEVERIA GANHAR: Sarah Greenwood, Kate Spencer (Anna Karenina) ZEBRA: Dan Hennah, Ra Vincent, Simon Bright (O Hobbit: Uma Jornada Inesperada)
INJUSTIÇADO: Hugh Bateup, Uli Hanisch (A Viagem)
A direção de arte de Anna Karenina recria a Rússia do século XIX: precisão nas paredes e chão (photo by cinemagia.ro)
Sarah Greenwood no set de Anna Karenina (photo by btlnews.com)
Nos últimos anos, o prêmio de Direção de Arte tem destoado do vencedor do Melhor Filme e costuma valorizar filmes de temática fantasiosa como Avatar e Alice no País das Maravilhas. Entretanto, como a direção de arte do representante de fantasia O Hobbit: Uma Jornada Inesperada praticamente recicla o design da trilogia de O Senhor dos Anéis, o Oscar pode recompensar o belo trabalho de recriação da Rússia do século XIX de Anna Karenina. Trata-se da quinta colaboração de Sarah Greenwood com o diretor Joe Wright, desde Orgulho & Preconceito (2005), e sua quarta indicação ao Oscar sem vitórias até o momento.
Negligenciado em excesso pela crítica americana, a ficção científica A Viagem que busca algum sentido para a vida acabou excluída de quase todas as premiações, contudo o design de produção chama a atenção por conseguir cobrir passado, presente e futuro com cenários convincentes e inovadores. Mesmo com chances quase nulas de vitória, já serviria como um sopro de criatividade nesta categoria de muitas recriações e reformulações.
MELHOR FIGURINO
Indicados:
– Jacqueline Durran (Anna Karenina)
– Paco Delgado (Os Miseráveis)
– Joanna Johnston (Lincoln)
– Eiko Ishioka (Espelho, Espelho Meu)
– Colleen Atwood (Branca de Neve e o Caçador)
INJUSTIÇADO: Kym Barrett, Pierre-Yves Gayraud (A Viagem)
Um dos belos figurinos de Anna Karenina (photo by cinemagia.ro)
A figurinista Jacqueline Durran (à dir) ao lado da atriz Keira Knightley com figurino de Anna Karenina (photo by elle.com)
Muitas vezes, a categoria de figurino se tornou apenas uma contribuição no número de Oscars do Melhor Filme do ano, o que beneficiaria Joanna Johnston por Lincoln, mas como a competição está bem acirrada, a qualidade deve falar mais alto. Assim, Jacqueline Durran tem leve vantagem também por ter sido indicada em outras duas oportunidades por colaborações com o diretor Joe Wright em Orgulho & Preconceito e Desejo e Reparação, mas nunca ter levado.
Contudo, não será surpresa se Eiko Ishioka for anunciada vencedora, pois seus figurinos brilham muito mais do que os atores na adaptação dos Irmãos Grimm de Branca de Neve e os Sete Anões, o fraco Espelho, Espelho Meu, e este seria seu segundo e último Oscar, pois morreu em janeiro desse ano. Ela venceu em 1993 por Drácula de Bram Stoker.
Abrangendo figurinos de eras diferentes e criando roupas inovadoras futurísticas, o trabalho dos figurinistas Kym Barrett e Pierre-Yves Gayraud em A Viagem poderiam preencher a vaga do razoável figurino de Lincoln.
MELHOR MAQUIAGEM
Indicados:
– Howard Berger, Peter Montagna, Martin Samuel (Hitchcock)
– Peter King, Rick Findlater, Tami Lane (O Hobbit: Uma Jornada Inesperada)
– Lisa Westcott, Julie Dartnell (Os Miseráveis)
DEVE GANHAR:O Hobbit: Uma Jornada Inesperada DEVERIA GANHAR:O Hobbit: Uma Jornada Inesperada ZEBRA:Hitchcock
INJUSTIÇADO:Homens de Preto 3
Novos personagens do universo de J.R.R. Tolkien permitiram trabalho novo de maquiagem (photo by cinemagia.ro)
Um dos milhares trabalhos de maquiagem de O Hobbit: Uma Jornada Inesperada (photo by digititles.com)
Sem a presença do mestre Rick Baker, responsável por criações como Um Lobisomem Americano em Londres e O Grinch, a competição perde muito de seu prestígio. Com uma penca de anões para colocar barbas, bigodes e narigões, o trabalho de maquiagem de O Hobbit: Uma Jornada Inesperada claramente é o melhor e mais trabalhoso dos três indicados. Talvez o pobre trabalho de maquiagem de Os Miseráveis ganhe para elevar o número de Oscars, mas não por méritos próprios.
Provavelmente por se tratar de uma sequência com poucas chances de vitória, o terceiro filme sobre os Homens de Preto acabou sendo ignorado pela comissão. Só a criação do vilão grotesco Boris the Animal já valeria uma indicação na categoria.
MELHOR TRILHA MUSICAL ORIGINAL
Indicados:
– Dario Marianelli (Anna Karenina)
– Alexandre Desplat (Argo)
– Mychael Danna (As Aventuras de Pi)
– John Williams (Lincoln)
– Thomas Newman (007 – Operação Skyfall)
DEVE GANHAR: Mychael Danna (As Aventuras de Pi) DEVERIA GANHAR: Mychael Danna (As Aventuras de Pi) ZEBRA: Dario Marianelli (Anna Karenina)
INJUSTIÇADO: Jonny Greenwood (O Mestre)
Mychael Danna trabalhando na trilha de As Aventuras de Pi com o diretor Ang Lee (photo by deadline.com)
Nos últimos anos, os vencedores desta categoria trabalharam com algum instrumento diferente ou inusitado. Por exemplo, o compositor A. R. Rahman utilizou a cítara indiana para criar a trilha romântica de Quem Quer Ser um Milionário?, e Dario Marianelli explorou pertinentemente o som das teclas de uma máquina escrever para formar o ritmo agitado de Desejo e Reparação. Este ano, a trilha mais inusitada entre os indicados pertence a Mychael Danna. Ele explora alguns instrumentos indianos como o Santoor de 108 cordas e o Sarangi, que originou o violino, além de acordões franceses e mandolins para contar essa jornada fantástica de Pi.
Não que a música erudita de Anna Karenina seja inferior – muito pelo contrário! – mas como o compositor ganhou recentemente, suas chances devem ser mínimas. Seguindo esta lógica, se a Academia quiser terminar o jejum de vitórias, Alexandre Desplat (Argo) acumula 5 indicações e Thomas Newman (007 – Operação Skyfall) está em sua 11ª indicação sem nunca ter ganhado.
E esta é a segunda vez que Jonny Greenwood acaba ignorado pela Academia. Em O Mestre, sua segunda colaboração com o diretor Paul Thomas Anderson, ele cria uma trilha estranha que dita o tom do filme. Sua música parece dizer ao espectador que nada daquilo que estamos vendo é, de fato, real, sensação reforçada pela alternância de filmes 35mm para 65mm que o diretor aplica.
MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
Indicados:
– “Before My Time”, de J. Ralph (Chasing Ice)
– “Suddenly”, de Alain Boublil, Claude-Michel Schönberg e Herbert Kretzmer (Os Miseráveis)
– “Pi’s Lullaby”, de Mychael Danna e Bombay Jayshri (As Aventuras de Pi)
– “Everybody Needs a Best Friend”, de Walter Murphy e Seth MacFarlane (Ted)
– “Skyfall”, de Adele Adkins e Paul Epworth (007 – Operação Skyfall)
DEVE GANHAR: “Skyfall”, de Adele Adkins e Paul Epworth (007 – Operação Skyfall) DEVERIA GANHAR: “Skyfall”, de Adele Adkins e Paul Epworth (007 – Operação Skyfall) ZEBRA: “Before my Time”, de J. Ralph (Chasing Ice)
INJUSTIÇADO: “Dull Tool”, de Fiona Apple (Bem-vindo aos 40)
Adele e 007 – Operação Skyfall: grandes chances de premiação (foto por twentyfourbit.com)
Se a canção de Adele já era favorita antes, agora com o anúncio de que haverá uma homenagem aos 50 anos de James Bond e que Shirley Bassey, a diva que cantou três temas de Bond: “Goldfinger”, “Diamonds Are Forever” e “Moonraker” se apresentará no palco pela primeira vez, então pode-se considerar certo este Oscar para 007 – Operação Skyfall. Existiria uma ligeira possibilidade da música de Ted, “Everybody Needs a Best Friend”, ganhar por ser interpretada pela talentosa Norah Jones, mas após ganhar todos os prêmios da categoria, incluindo o Globo de Ouro, ninguém tira o reconhecimento merecido de Adele. Esta é apenas a quarta canção indicada ao Oscar de toda a franquia de sucesso de 007. As anteriores foram “Live and Let Die”, por Paul McCartney (007 – Viva e Deixe Morrer), “Nobody Does it Better”, por Carly Simon (007 – O Espião que me Amava), e “For Your Eyes Only”, por Sheena Easton (007 – Somente Para Seus Olhos).
Com uma canção que destrincha os problemas de um relacionamento através da letra, mas mantendo o estilo musical de Fiona Apple, a canção “Dull Tool” da comédia Bem-vindo aos 40 seria uma boa pedida para incluir um nome de peso à lista de apresentações, mas a palavra “fuck” usada na canção seria um empecilho na transmissão ao vivo.
MELHOR SOM
Indicados:
– John T. Reitz, Gregg Rudloff, José Antonio García (Argo)
– Andy Nelson, Mark Paterson, Simon Hayes (Os Miseráveis)
– Ron Bartlett, Doug Hemphill, Drew Kunin (As Aventuras de Pi)
– Andy Nelson, Gary Rydstrom, Ron Judkins (Lincoln)
– Scott Millan, Greg P. Russell, Stuart Wilson (007 – Operação Skyfall)
DEVE GANHAR:Os Miseráveis DEVERIA GANHAR:007 – Operação Skyfall ZEBRA:Lincoln
INJUSTIÇADO:A Hora Mais Escura
Além do som das armas e canhões, o som de Os Miseráveis se vale pela captação da cantoria do elenco no set de filmagem (photo by BeyondHollywood.com)
A inédita técnica de gravação de som para musicais de Os Miseráveis deve ser recompensada. Contrariando o sistema de playback, toda a cantoria dos atores foi gravada em set de filmagem e mesmo vulnerável a ruídos externos de cenários e locações, o resultado ficou muito bom. Claro que se a voz de Russell Crowe colaborasse, o som seria mais agradável aos ouvidos.
Normalmente, o que dita a regra desta categoria é saber qual o filme mais barulhento do ano. Pela obviedade, 007 – Operação Skyfall seria o eleito, e o trabalho de mixagem de som de A Hora Mais Escura certamente estaria indicado.
MELHORES EFEITOS SONOROS
Indicados:
– Erik Aadahl, Ethan Van der Ryn (Argo)
– Wylie Stateman (Django Livre)
– Eugene Gearty, Philip Stockton (As Aventuras de Pi)
– Per Hallberg, Karen M. Baker (007 – Operação Skyfall)
– Paul N.J. Ottosson (A Hora Mais Escura)
DEVE GANHAR:A Hora Mais Escura DEVERIA GANHAR:007 – Operação Skyfall ZEBRA:Argo
INJUSTIÇADO:Os Vingadores
Efeitos sonoros de A Hora Mais Escura são compostos de tiros, explosões e queda de helicóptero (photo by BeyondHollywood.com)
Só a sequência da destruição da mansão Skyfall de 007 – Operação Skyfall com granadas já deveria render um Oscar de efeitos sonoros, mas talvez a Academia se sinta na obrigação de compensar A Hora Mais Escura. Em 2007, o filme de Clint Eastwood, Cartas de Iwo Jima, estava indicado a Melhor Filme e Diretor, mas acabou levando apenas Efeitos Sonoros. Acontece.
Na questão de criação de sons, o blockbuster Os Vingadores já seria candidato pela sequência de destruição de Nova York pela invasão alienígena. Pelo visto, o sucesso nas bilheterias não assegurou mais de uma indicação ao filme.
MELHORES EFEITOS VISUAIS
Indicados:
– Janek Sirrs, Jeff White, Guy Williams, Daniel Sudick (Os Vingadores)
– Joe Letteri, Eric Saindon, David Clayton, R. Christopher White (O Hobbit: Uma Jornada Inesperada)
– Bill Westenhofer, Guillaume Rocheron, Erik De Boer, Donald Elliott (As Aventuras de Pi)
– Richard Stammers, Trevor Wood, Charley Henley, Martin Hill (Prometheus)
– Cedric Nicolas-Troyan, Phil Brennan, Neil Corbould, Michael Dawson (Branca de Neve e o Caçador)
DEVE GANHAR:As Aventuras de Pi DEVERIA GANHAR:As Aventuras de Pi ZEBRA:Prometheus
INJUSTIÇADO:John Carter – Entre Dois Mundos
O tigre de bengala Richard Parker de As Aventuras de Pi é um dos feitos por computação gráfica (photo by OutNow.CH)
Antes rotulado como “infilmável”, os efeitos visuais possibilitaram a própria existência de As Aventuras de Pi. Além de boa parte do roteiro se passar num bote salva-vidas, temos animais que alternam entre reais e feitos por computação gráfica. O tigre de bengala Richard Parker impressiona pelos movimentos e o brilho dos olhos do animal.
O fracasso nas bilheterias e com a crítica esgotou qualquer possibilidade dos efeitos visuais de John Carter – Entre Dois Mundos figurar nessa lista. Por outro lado, os cinco finalistas representam bem os melhores efeitos de 2012.
MELHOR FILME ESTRANGEIRO
Indicados:
– Amor, de Michael Haneke (Áustria)
– War Witch, de Kim Nguyen (Canadá)
– No, de Pablo Larraín (Chile)
– O Amante da Rainha, de Nikolaj Arcel (Dinamarca)
– ExpediçãoKon-Tiki, de Joachim Rønning e Espen Sandberg (Noruega)
DEVE GANHAR:Amor, de Michael Haneke (Áustria) DEVERIA GANHAR:Amor, de Michael Haneke (Áustria) ZEBRA:Expedição Kon-Tiki, de Joachim Rønning, Espen Sandberg (Noruega)
INJUSTIÇADO:Holy Motors, de Leos Carax (França)
Michael Haneke dirige lendas do cinema francês em Amor (photo by OutNow.CH)
Depois que o sucesso francês Intocáveis caiu fora da disputa, ficou muito mais fácil o representante austríaco Amor levar o prêmio. Além disso, tem se tornado uma regra constante o filme estrangeiro que for indicado a Melhor Filme acabar levando Melhor Filme Estrangeiro. Aconteceu com A Vida é Bela e O Tigre e o Dragão. Embora a categoria seja imprevisível às vezes, Amor não deve perder esse prêmio.
Infelizmente, a França optou por Intocáveis. Se tivesse escolhido Holy Motors para ser o filme representante, a crítica americana poderia apoiar sua indicação. Por se tratar de um filme inovador que abusa do non-sense, suas chances de vitória seriam baixas, mas a imprevisibilidade da categoria poderia atuar novamente a seu favor.
MELHOR ANIMAÇÃO
Indicados:
– Valente (Brave)
– Frankenweenie (Frankenweenie)
– ParaNorman (ParaNorman)
– Piratas Pirados! (The Pirates! In an Adventure with Scientists!)
–Detona Ralph (Wreck-it Ralph)
DEVE GANHAR:Frankenweenie DEVERIA GANHAR:Frankenweenie ZEBRA:Piratas Pirados!
INJUSTIÇADO: The Painting (Le Tableau)
Como a criatura Frankenstein, a animação Frankenweenie é um bom misto de homenagens a filmes clássicos (photo by OutNow.CH)
Se formos levantar a contagem de prêmios da categoria, Detona Ralph sai na frente com sua história metalinguística sobre personagens de video-game, mas como não se trata de uma unanimidade, o nome de Tim Burton pode dar a vitória para Frankenweenie. A animação em preto-e-branco revisita o passado do diretor ao retomar o roteiro de um curta-metragem de mesmo nome de 1984, produzido pela mesma produtora Disney. Burton concorre pela segunda vez como Melhor Animação. Em 2006, foi indicado por A Noiva Cadáver, mas perdeu para Wallace & Gromit: A Batalha dos Vegetais. Esta pode ser sua chance de ouro para ser aplaudido e ovacionado por vários colaboradores presentes na cerimônia.
Ao contrário dos outros anos, as animações européias (excluindo o Reino Unido) e asiáticas ficaram de fora. O francês The Painting tem um visual magnífico com bela palheta de cores, que traria um frescor artístico à predominância de animações da Disney e Pixar.
MELHOR DOCUMENTÁRIO
Indicados:
– 5 Broken Cameras
– The Gatekeepers
– How to Survive a Plague
– The Invisible War
– Searching for Sugar Man
DEVE GANHAR:Searching for Sugar Man DEVERIA GANHAR:The Gatekeepers ZEBRA:The Invisible War
INJUSTIÇADO:Central Park Five
Documentário sobre o músico Rodriguez, Searching for Sugar Man (photo by OutNow.CH)
O documentário Searching for Sugar Man levou os principais prêmios da temporada e não deve ficar sem o Oscar, já que aborda um tema tocante e simples. No filme, dois fãs da música dos anos 70 procuram saber o paradeiro do artista musical Rodriguez na África do Sul. Foi premiado com o BAFTA, National Board of Review, DGA e PGA, e recentemente levou o WGA e o Eddie award, reconhecimentos de roteiro e montagem, respectivamente.
Já o polêmico The Invisible War vai na direção oposta ao tocar num assunto tabu: o estupro de militares femininas por seus colegas de profissão. Igualmente controverso, o também investigativo documentário Central Park Five seria um importante indicado nesta competição. O caso verídico aconteceu em 1989, quando cinco jovens (negros e latinos) foram condenados pelo estupro de uma mulher branca no Central Park. Depois de passarem de 6 a 13 anos na prisão, um estuprador em série confessou o crime, confirmando que a sentença se mostrou uma combinação trágica entre tensão racial, a polícia querendo mostrar serviço e a cobertura sensacionalista da mídia.
MELHOR CURTA-DOCUMENTÁRIO
Indicados:
– Inocente
– Kings Point
– Mondays at Racine
– Open Heart
– Redemption
DEVE GANHAR:Mondays at Racine DEVERIA GANHAR:Mondays at Racine ZEBRA:Inocente
Mondays at Racine: comovente história sobre câncer (photo by andsoitbeginsfilms.com)
O premiado curta Mondays at Racine já conquista pelo tema: Toda terceira segunda-feira do mês, duas irmãs carecas abrem seu salão para atenderem vítimas diagnosticadas com câncer.
MELHOR CURTA-METRAGEM
Indicados:
– Asad
– Buzkashi Boys
– Curfew
– Dood van een Schaduw
– Henry
DEVE GANHAR:Curfew DEVERIA GANHAR: Curfew ZEBRA:Henry
Curfew: curta premiado com história de descobertas
Entre os indicados, Curfew é o mais premiado até o momento. Num momento muito delicado de sua vida, Richie recebe uma ligação da irmã para cuidar de sua sobrinha por algumas horas.
MELHOR CURTA DE ANIMAÇÃO
Indicados:
– Adam and Dog
– Fresh Guacamole
– Head Over Heels
– Paperman
– The Simpsons: The Longest Daycare
DEVE GANHAR:Paperman DEVERIA GANHAR:Fresh Guacamole ZEBRA TOTAL:The Simpsons: The Logest Daycare
Paperman: uma bela e mágica história de amor à primeira vista (photo by cineol.net)
Paperman tem todos os méritos de ganhar o Oscar, pois oferece uma história muito simples e ingênua sobre amor à primeira vista. Além disso, por ter sido produzido pela Disney, o curta teve muito mais exposição ao público por ter sido exibido antes da animação Detona Ralph nos cinemas. Já Fresh Guacamole ensina a receita do típico prato mexicano através da técnica do stop-motion de forma muito criativa. Vale a pena conferir todos os cinco indicados nessa categoria pelo link abaixo:
Acompanhe o artigo também pelo site da Revista O Grito! nos links abaixo
* Em convite especial, este artigo foi escrito juntamente para o site Revista O Grito!, parceiro do UOL e o portal NE10. Agradecimentos especiais a Paulo Floro. Confira nos links abaixo:
Seth MacFarlane e Emma Stone anunciam a categoria de Melhor Filme (photo by guardian.co.uk)
As indicações acabaram de sair, mas já é possível acompanhar alguns filmes (lembrando que de forma legal, claro) nos cinemas e pelas locadoras e Netflixes da vida. Este ano, a maioria dos indicados estrearam em dezembro nos EUA, acarretando num atraso um pouco maior do que nos anos anteriores aqui no Brasil.
Ao contrário do ano passado, essa relação de filmes indicados será alterada toda semana para que todos possam acompanhar. Infelizmente, a maioria das cidades brasileiras não oferece a diversidade de produções necessária para os cinéfilos, mas, nesses casos, existem “outros meios”, certo?
DISPONÍVEIS EM DVD/BLU-RAY
•Branca de Neve e o Caçador (Snow White and the Huntsman)
1 indicação: Efeitos Visuais
• Espelho, Espelho Meu (Mirror Mirror)
1 indicação (póstuma): Figurino
•ParaNorman (ParaNorman)
1 indicação: Animação
•Prometheus (Prometheus)
1 indicação: Efeitos Visuais
•Ted (Ted)
1 indicação: Canção Original
•Valente (Brave)
1 indicação: Animação
•Os Vingadores (The Avengers)
1 indicação: Efeitos Visuais
Os efeitos visuais de Prometheus foram reconhecidos
FILMES EM CARTAZ NOS CINEMAS – com base na programação de São Paulo
•007 – Operação Skyfall (Skyfall)
5 indicações: Fotografia, Trilha Musical Original, Canção Original, Som e Efeitos Sonoros.
•O Amante da Rainha (En kongelig affære)
1 indicação: Filme Estrangeiro
• Amor (Amour)
5 indicações: Filme, Diretor, Atriz (Emmanuelle Riva), Roteiro Original e Filme Estrangeiro.
•Argo (Argo)
7 indicações: Filme, Ator Coadjuvante (Alan Arkin), Roteiro Original, Montagem, Trilha Musical Original, Som e Efeitos Sonoros.
•As Aventuras de Pi (Life of Pi)
11 indicações: Filme, Diretor, Roteiro Adaptado, Fotografia, Montagem, Direção de Arte, Trilha Musical Original, Canção Original, Som, Efeitos Sonoros, Efeitos Visuais.