RETROSPECTIVA 2021: CINEMA PÓS-PANDEMIA?

CINEMA BUSCA RECONSTRUÇÃO APÓS PANDEMIA, MAS TEME POR FUTURO COM VARIANTES

Olá a todos! Este ano, meu fim de ano está sendo bastante corrido, então meu post de retrospectiva será mais breve e resumido. Como as plataformas do Facebook e principalmente Instagram (como eu odeio aquele número de caracteres limitadíssimo!) não permitem um texto mais longo, faço questão de escrever um post aqui no WordPress, onde não há restrições.

Assim como o mundo tentou se recuperar em 2021 com a vacinação da COVID, o Cinema também se aproveitou das dificuldades impostas pela pandemia para tentar se reinventar com equipes de filmagem reduzidas, orçamentos ainda menores e temáticas que refletem esse momento delicado na sociedade. Em 2020, vimos como os serviços de streaming foram essenciais para manter nossa sanidade mental enquanto passamos a maior parte do tempo em casa isolados, e por isso mesmo passamos a recomendar filmes (na maior parte do tempo interligados por temáticas) todos os finais de semana como forma de entreter os seguidores cinéfilos.

Ainda não sabemos se a variante Ômicron e outras que possam vir causarão novos picos de casos e mortes pelo mundo, mas os governos (pelo menos boa parte) estão mais alertas e alguns já aplicam novos lockdowns. É triste só de pensar que podemos enfrentar uma onda igual ou maior, mas espero que a ciência possa continuar nos auxiliando nessa luta. Fico feliz que o público está voltando às salas de cinema, mas caso a pandemia persista, talvez seja necessário fechá-las novamente… pelo menos por um tempo.

OSCAR 2021: MUDANÇAS QUE NÃO SURTIRAM EFEITO

Por se tratar da primeira edição do Oscar após o início da pandemia, havia forte possibilidade de que a cerimônia fosse totalmente virtual como aconteceu com o Globo de Ouro, contudo o céu nublado começou a abrir quando o Grammy foi um evento bem-sucedido ao apostar no híbrido, com participações virtuais, poucos convidados no local e num ambiente aberto para driblar o contágio do vírus. Esse era o caminho a seguir para o Oscar dar certo presencialmente: mudar do Dolby Theater para a Union Station.

Sob essas condições limitadas, o ideal seria fazer o simples e o básico, e tentar reduzir o tempo da transmissão para melhorar a audiência decadente, mas Steven Soderbergh (eleito para dirigir a cerimônia), estava repleto de ideias e queria botar todas em prática. 1º Queria transformar o Oscar num filme e seguiu Regina King caminhando pelo tapete vermelho enquanto os créditos de abertura estampavam a tela; 2º Houve redução drástica de videoclipes com trechos dos filmes indicados substituídos por um roteiro de curiosidades sobre os indicados e não impôs limite de tempo para os discursos de agradecimento; 3º Alterou a ordem natural dos principais prêmios, apresentando Melhor Direção na primeira metade da cerimônia e fechou com Atriz e Ator, apostando um clímax estrelado por uma homenagem para o recém-falecido Chadwick Boseman, mas… faltou combinar com os votantes porque Anthony Hopkins, que estava dormindo em sua casa, foi o vencedor. E pra piorar, os números de audiência do Oscar foram os piores da história. Soderbergh não deve voltar tão cedo aos bastidores do Oscar…

Sobre os resultados, as vitórias de Anthony Hopkins, Frances McDormand, Yuh-jung Youn e Daniel Kaluuya foram justas pelas performances apresentadas. Quero dizer, não houve um prêmio servindo de compensação por uma derrota anterior, por exemplo. O terceiro Oscar para Frances McDormand a tornou a atriz mais premiada, atrás apenas da lendária Katharine Hepburn, que tem 4.

PANDEMIA: CINEMAS REABRINDO

Muita gente ainda não voltou às salas de cinema, mesmo com o avanço da vacinação. É super compreensível, afinal a sala de cinema ainda é um ambiente propício para um contágio (um monte de gente aglomerada sob o mesmo ar condicionado). Mas muitos já se arriscaram para voltar a ver um filme na tela grande, como eu.

Voltei para ver Invocação do Mal 3, depois fui ver os blockbusters Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis, 007 Sem Tempo Para Morrer, Eternos, e por último, Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa (aliás, este último é o verdadeiro filme do retorno do público aos cinemas e foi bom estar numa sala com fãs reagindo positivamente ao filme). Gostaria de ter visto alguns filmes melhores e alternativos como Benedetta, Titane e Noite Passada no Soho, mas os cinemas do interior de SP são uma tristeza em termos de diversidade (e legenda em português!). Queria ter visto Ataque dos Cães da Netflix nos cinemas, mas foram raríssimas sessões somente na capital paulista.

Espero que essa variante Ômicron não represente uma ameaça tão grande a ponto de impedir os avanços da vacinação, pois a experiência de ver um filme no cinema é incomparável, ainda mais depois de tanto tempo vendo filmes em casa.

GLOBO DE OURO EM CRISE

Mesmo virtualmente, houve a cerimônia do Globo de Ouro com as hostesses Tina Fey e Amy Poehler, e havia motivo para celebração, pois pela primeira vez na história, três diretoras mulheres haviam sido indicadas na categoria: Chloé Zhao, Emerald Fennell e Regina King. Mas dois escândalos acabaram com a credibilidade do prêmio da HFPA num piscar de olhos: 1º Apesar de ser composto por menos de 90 jornalistas, não havia nenhum membro negro entre eles, e alguns membros sequer tinham publicações sobre cinema. 2º Havia fortes indícios que votantes da HFPA receberam diárias de hotéis na França em troca de votos para a série da Netflix, Emily in Paris.

Foi um desastre irreversível naquele momento. Dentre as consequências: a rede NBC decidiu que não iria transmitir a cerimônia de 2022; os principais estúdios anunciaram que não fariam campanha junto a HFPA até que as coisas estivessem melhores; e pra fechar com chave de ouro, Tom Cruise ficou tão cabreiro que quis devolver os três Globos de Ouro que ele ganhou na carreira (será que devolveu mesmo ou foi apenas uma ameaça publicitária?).

Nesses últimos 8 meses, a HFPA passou por algumas reformulações como a adesão de mais de 20 novos membros (sim, alguns são negros) e a mudança no regulamento que agora permite produções estrangeiras de competirem em categorias principais como Melhor Série e Melhor Filme. Nos últimos anos, produções de idiomas asiáticos não puderam competir como Parasita, A Despedida e Minari. Este ano, a série sul-coreana Round 6 (ou Squid Game) já concorre à Melhor Série – Drama.

Nitidamente, o Globo de Ouro parou no tempo e não deu um update no seu regulamento e precisava há tempos de uma varredura nesse clube elitista de membros, mas não se trata de qualquer prêmio para jogar no lixo quase 80 anos de história. Particularmente, acho de uma hipocrisia lastimável a postura desses estúdios, pois a maioria (se não todos) jogou por décadas esse jogo de compra de votos quando lhes conveio. Agora seria a hora de apoiar e sugerir mudanças na reforma, mas tudo se resumiu a abandono e descaso. Foi triste ver Snoop Dogg como a única celebridade a aceitar o convite da HFPA para anunciar os indicados de 2022.

AMAZON STUDIOS COMPRA A MGM

Não vou ser hipócrita de criticar o Capitalismo agora porque grandes estúdios estão comendo uns aos outros, pois é assim que o mundo gira, mas confesso que foi um pouco triste de ver a lendária MGM vendida pela “bagatela” de 8,45 bilhões de dólares no último mês de Maio. Embora estivesse em decadência financeira há alguns anos, o estúdio fez parte da nossa História com tantos filmes marcantes e qualidade como a mais longeva franquia de 007, a franquia de Rocky, RoboCop, A Pantera Cor-de-Rosa… Como elas serão continuadas sob nova direção?

Contudo, o que mais me preocupa é essa pasteurização, pois cada estúdio tinha uma ousadia singular que proporcionava uma diversidade de produções que fazia bem para o Cinema como forma de arte. É claro que não podemos ser meramente saudosistas e precisamos visualizar que os filmes mudam a cada década assim como a forma de fazê-los, mas existe sim um um pessimismo no futuro porque os estúdios estão sendo cada vez mais controlados por produtores mais interessados nos lucros das bilheterias e merchadising do que com a qualidade da história, sem contar com a falta de coragem de apostar em materiais originais e inovadores.

MORTE NO SET DE FILMAGENS

Em Outubro, durante as filmagens do filme Rust no Novo México, o ator e produtor Alec Baldwin acidentalmente atirou com uma arma de fogo real e matou a diretora de fotografia Halyna Hutchins e feriu o diretor Joel Souza. Além de muito nova (42 anos), ela havia sido nomeada como uma “rising star” pela revista American Cinematographer em 2019, destacando a ascensão de uma mais uma mulher na função. A princípio, o disparo parecia meramente acidental, mas as investigações levantaram más condições de trabalho e o não cumprimento de leis trabalhistas e de segurança. Atualmente, a polícia está pedindo acesso ao celular do ator para maiores esclarecimentos.

Após esse incidente, muito se discutiu sobre o uso de armas de fogo reais em sets de filmagens, abrindo a possibilidade de utilizarem armas de brinquedo ou até feitas pela computação gráfica, reduzindo a zero as chances de um tiro acidental. Infelizmente, essa discussão já foi feita anteriormente e nada mudou de lá pra cá. Em 1994, durante filmagens de O Corvo, o ator Brandon Lee, filho de Bruce Lee, foi baleado por balas de verdade e acabou morrendo.

CRÍTICAS

META 2021

Ao contrário dos últimos dois anos, não tive tanto tempo disponível para ver filmes, mas na medida do possível, consegui assistir a 156 filmes até o momento. Dentre os títulos que finalmente conferi, destaco Uma Equipe Muito Especial (achava que era apenas um filme bobo de baseball, mas tem muito a dizer sobre a força feminina no cinema), A Hora da Zona Morta (ótima e curiosa colaboração entre Stephen King e David Cronenberg), A Fantástica Fábrica de Chocolate (todo mundo já viu na Sessão da Tarde! Adorei o humor negro que não se faz mais hoje), Era uma Vez na América (embora seja fã do diretor Sergio Leone, tenho certa aversão a filmes muito longos, mas esse épico realmente valeu a pena), e O Estranho Mundo de Jack (realmente filmes natalinos não são meu forte).

Em 2022, quero finalmente ver alguns filmes do Akira Kurosawa que estão na minha lista há tempos como Yojimbo, Ikiru e Ran, outros do Jean-Luc Godard como Masculino-Feminino, e de Federico Fellini como A Doce Vida. E vocês? Tem aqueles filmes que estão mofando na sua watchlist há vários anos? Comente no final do post.

PIORES DO ANO

TOP 5 PIORES LANÇAMENTOS DO ANO

5. ESTADOS UNIDOS VS. BILLIE HOLIDAY (The United States vs. Billie Holiday, 2020). Dir: Lee Daniels

4. ERA UMA VEZ UM SONHO (Hilbilly Elegy, 2020). Dir: Ron Howard

3. EMMA. (Emma., 2020). Dir: Autumn de Wilde

2. UM PRÍNCIPE EM NOVA YORK 2 (Coming 2 America, 2021). Dir: Craig Brewer

1.MORTAL KOMBAT (Mortal Kombat, 2021). Dir: Simon McQuoid

Resolvi assistir logo após a loucura que foi a temporada de premiações, pois precisava de algo urgente que não precisasse usar o cérebro, mas não achei que Mortal Kombat chegasse a ferir meus neurônios. Pelo visual e design do trailer, parecia algo um pouco mais promissor, mas foi uma maçaroca detestável e ainda com ambições de criar um universo como a Marvel em um único filme. Muita pretensão!

MELHORES DO ANO

Como revelei acima, só consegui assistir a cinco filmes nas salas de cinema este ano, portanto a seleção de melhores do ano será composta de lançamentos de 2020 e 2021.

5. MINARI: EM BUSCA DA FELICIDADE (Minari). Dir: Lee Isaac Chung

4.NOMADLAND (Nomadland). Dir: Chloé Zhao

3. ATAQUE DOS CÃES (The Power of the Dog). Dir: Jane Campion

2. MEU PAI (The Father). Dir: Florian Zeller

1. FLEE. Dir: Jonas Poher Rasmussen

A essa altura do campeonato, muitos já conhecem o filme dinamarquês que mistura animação e documentário. Não apresenta algo realmente inovador, mas possui muita alma no relato do refugiado Amin, que passou por inúmeras situações desumanas. Não sei se vai ganhar algum Oscar, mas merece destaque na temporada.

TOP 5 MELHORES em MÍDIA DIGITAL OU STREAMING

5. CONFRONTO NO PAVILHÃO 99 (Brawl in Cell Block 99, 2017) & JUSTIÇA BRUTAL (Dragged Across Concrete, 2018). Dir: S. Craig Zahler

4. SORRIA (Smile, 1975). Dir: Michael Ritchie (Obrigado pela recomendação, Carlos!)

3. UMA EQUIPE MUITO ESPECIAL (A Legue of Their Own, 1992). Dir: Penny Marshall

2. CABRA MARCADO PARA A MORTE (1984). Dir: Eduardo Coutinho

1. OS SAPATINHOS VERMELHOS (The Red Shoes, 1948). Dir: Michael Powell e Emeric Pressburger

Há muito tempo estava na minha lista, mas só agora consegui conferir este clássico sobre música e dança da dupla britânica Powell e Pressburger. Teria sido lindo se fosse numa sala de cinema, pois é um espetáculo inquestionável, mas saí muito feliz da sessão do streaming do Belas Artes a la Carte.

IN MEMORIAM

2021 já começou com tristes despedidas dos atores Cloris Leachman, Cicely Tyson, Hal Holbrook e Christopher Plummer só nos primeiros dois meses. Depois perdemos outros atores como Yaphet Kotto, Olympia Dukakis, Ned Beatty, Dean Stockwell, Jean-Paul Belmondo e os brasileiros Tarcísio Meira e o impagável Paulo Gustavo.

Entre os diretores, demos adeus à primeira diretora indicada ao Oscar de Direção, a italiana Lina Wertmuller, que felizmente recebeu o Oscar Honorário há um ano. Também perdemos Richard Donner, responsável por clássicos dos anos 70 e 80 como Superman: O Filme, Os Goonies, O Feitiço de Áquila, Máquina Mortífera e A Profecia, mas que infelizmente não teve a mesma homenagem da Academia…

VOTOS PARA 2022

Primeiramente, agradecer aos inúmeros voluntários e colaboradores da saúde que possibilitaram o avanço da campanha de vacinação no Brasil, apesar das inúmeras dificuldades e o combate a tantas fake news. Vamos torcer para que a ciência possa nos prover imunizantes seguros para essa e outras variantes que possam vir e se alastrar. E claro, desejo muita saúde a todos!

Aproveito para desejar um Feliz Natal e Próspero Ano Novo a todos os seguidores, independente das plataformas, seja comentando, curtindo ou simplesmente visualizando nossas postagens. Espero que consiga cobrir as notícias desta próxima temporada de premiação e compartilhar opiniões sobre as produções, sempre com muito respeito e dedicação.

CAMPION, ALMODÓVAR e SORRENTINO na DISPUTA pelo LEÃO DE OURO. ‘DUNA’ e ‘O ÚLTIMO DUELO’ COMPETEM por FORA

Benedict Cumberbatch em The Power of the Dog

FESTIVAL ITALIANO PROCURA REPETIR PRÉVIA DO OSCAR DAS ÚLTIMAS EDIÇÕES

Logo após o término de um prorrogado Festival de Cannes, o festival de cinema mais tradicional de todos acaba de divulgar seus filmes selecionados da sua 78ª edição. Para quem não se recorda, nos últimos quatro anos, Veneza premiou dois vencedores do Oscar de Melhor Filme: Nomadland e A Forma da Água, e dois fortes indicados: Coringa e Roma. Pelo calendário, Veneza divide as atenções com o Festival de Toronto, mas não há dúvidas que tem se tornado um ótimo chamariz para estúdios lançarem seus filmes e iniciarem a temporada de premiações.

Contudo, apesar de um boa seleção oficial, filmes altamente aguardados como Duna, de Denis Villeneuve, O Último Duelo, de Ridley Scott, e Last Night in Soho, de Edgar Wright, serão exibidos fora de competição. Teria sido alguma ordem dos estúdios, dos realizadores ou simplesmente não qualificaram para a disputa principal pelo Leão de Ouro?

Já dentre os filmes na competição oficial, Pedro Almodóvar abre o festival com Parallel Mothers, teremos também a neozelandesa Jane Campion com The Power of the Dog, Paul Schrader com uma história de vingança The Card Counter, Paolo Sorrentino com The Hand of God, Michael Franco (que venceu o Grande Prêmio do Júri no ano passado por New Order) com Sundown, o retorno do único venezuelano vencedor do Leão de Ouro Lorenzo Vigas com La Caja, a estreia na direção da atriz Maggie Gyllenhaal com The Lost Daughter, adaptação do romance de Elena Ferrante, e a iraniana-americana Ana Lily Amirpour, conhecida por Garota Sombria Caminha Pela Noite, com Mona Lisa and the Blood Moon.

Obviamente, há nomes de atores conhecidos nessas produções que podem levar o Volpi Cup de interpretação. Pelo filme de Gyllenhaal, temos “só” Olivia Colman, Ed Harris, Jessie Buckley e Peter Sarsgaard, enquanto pelo filme de Campion, Benedict Cumberbatch, Kirsten Dunst e Jesse Plemons. A disputa entre as atrizes também ganha os nomes de Penélope Cruz (que compete por Parallel Mothers, de Almodóvar, e Official Competition, da dupla Mariano Cohn e Gastón Duprat), e Kristen Stewart que viveu a Princesa Diana em Spencer, de Pablo Larraín.

Assim como em Cannes, haverá uma mostra paralela intitulada Horizontes Extra, que tem o intuito de acolher mais produções que sofreram com a pandemia e perderam espaço em festivais. Aliás, é nessa mostra que está o único representante do Brasil: 7 Prisioneiros, de Alexandre Moratto, filme sobre tráfico humano com Rodrigo Santoro e Christian Malheiros, que disputou o Independent Spirit Award de Melhor Ator por Sócrates em 2019.

Vale lembrar que este ano, Veneza concederá um Leão de Ouro Honorário pela carreira dos atores Jamie Lee Curtis, que estrela o novo Halloween Kills, que será exibido fora de competição, e Roberto Benigni, que recentemente foi Gepeto na nova adaptação de Pinóquio.

A 78ª edição do Festival de Veneza começa no dia 1º de Setembro e termina no dia 11. O júri será presidido pelo diretor de Parasita, Bong Joon Ho, que contará também com Chloé Zhao (atual vencedora do Oscar e Leão de Ouro por Nomadland), a atriz Virginie Efira (Benedetta), Cynthia Erivo (Harriet), atriz e produtora canadense Sarah Gadon (O Homem Duplicado), o diretor italiano Saverio Costanzo (Hungry Hearts) e documentarista romeno Alexander Nanau, recém-indicado ao Oscar por Collective.

Confira a seleção completa de Veneza:

COMPETIÇÃO

Parallel Mothers, Pedro Almodovar (Espanha) – FILME DE ABERTURA
Mona Lisa and the Blood Moon, Ana Lily Amirpour (EUA)
Un Autre Monde, Stephane Brizé (França)
The Power of the Dog, Jane Campion (Nova Zelândia, Austrália)
America Latina, Damiano D’Innocenzo, Fabio D’Innocenzo (Itália, França)
L’Evenement, Audrey Diwan (França)
Official Competition, Gaston Depart, Mariano Cohn (Espanha, Argentina)
Il Buco, Michelangelo Frammartino (Itália, France, Alemanha)
Sundown, Michel Franco (México, França, Suécia)
Lost Illusions, Xavier Giannoli (França)
The Lost Daughter, Maggie Gyllenhaal (Grécia, EUA, Reino Unido, Israel)
Spencer, Pablo Larrain (Alemanha, Reino Unido)
Freaks Out, Gabriele Mainetti (Itália, Bélgica)
Qui Rido Io, Mario Martone (Itália, Espanha)
On The Job: The Missing 8, Eric Matti (Filipinas)
Leave No Traces, Jan P. Matuszyski (Polônia, França, República Tcheca)
Captain Volkonogov Escaped, Yuriy Borisov (Rússia, Estônia, França)
The Card Counter, Paul Schrader (EUA, Reino Unido, China)
The Hand of God, Paolo Sorrentino (Itália)
Reflection, Valentin Vasyanovych (Ucrânia)
La Caja, Lorenzo Vigas (México, EUA)

FORA DE COMPETIÇÃO – Ficção

Il Bambino Nascosto, Roberto Andò (Itália) – FILME DE ENCERRAMENTO
Les Choses Humaines, Yvan Attal (França)
Ariaferma, Leonardo Di Costanzo (Itália, Suíça)
Halloween Kills, David Gordon Green (EUA)
La Scuola Cattolica, Stefano Mordini (Itália)
Old Henry, Potsy Ponciroli (EUA)
The Last Duel, Ridley Scott (EUA, Reino Unido)
Dune, Denis Villeneuve (EUA, Hungria, Jordânia, Emirados Árabes, Noruega, Canadá)
Last Night in Soho, Edgar Wright (Reino Unido)

FORA DE COMPETIÇÃO – Não-Ficção

Life of Crime 1984-2020, Jon Albert (EUA)
Tranchées, Loup Bureau (França)
Viaggio Nel Crepuscolo, Augusto Contento (França, Itália)
Republic of Silence, Diana El Jeiroudi (Alemanha, França, Síria, Catar)
Hallelujah: Leonard Cohen, A Journey, A Song, Daniel Geller, Dayna Goldfine (EUA)
DeAndré#Deandré Storia di un Impiegato, Roberta Lena (Itália)
Django & Django, Luca Rea (Itália)
Ezio Bosso. Le Cose Che Restano, Giorgio Verdelli (Itália)

FORA DE COMPETIÇÃO – Série de TV

“Scenes From a Marriage” (episodes 1-5), Hagai Levi (EUA)

HORIZONTES

Les Promesses, Thomas Kruithof (França) – FILME DE ABERTURA
Atlantide, Yuri Ancarani (Itália, França, EUA, Catar)
Miracle Bogdan George Apetri (Romênia, República Tcheca, Letônia)
Pilgrims, Laurynas Bareisa (Lituânia)
The Peackock’s Paradise, Laura Bispuri (Itália, Alemanha)
The Falls, Chung Mong-Hong (Taiwan)
El Hoyo En La Cerca, Joachin Del Paso (México, Polônia)
Amira, Mohamed Diab (Egito, Jordânia, Emirados Árabes, Arábia Saudita)
A Plein Temps, Eric Gravel (França)
107 Mothers, Peter Kerkekes (Eslovênia, República Tcheca, Ucrânia)
Vera Dreams of the Sea, Kaltrina Krasniqi (Albânia, Macedônia do Norte)
White Building, Kavich Neang (Camboja, França, China, Catar)
Anatomy of Time, Jakrawal Nilthamrong (Tailândia, França, Holanda, Singapura, Alemanha)
El Otro Tom, Rodrigo Pla, Laura Santullo (México, EUA)
El Gran Movimiento, Kiro Russo (Bolívia, França, Catar, Suíça)
Once Upon a Time in Calcutta, Adita Vikram Sengupta (Índia, França, Noruega)
Rhino, Oleg Sentsov (Ucrânia, Polônia, Alemanha)
True Things, Harry Wootliff (Reino Unido)
Inu-Oh, Yuasa Masaaki (Japão, China)

HORIZONTES EXTRA

Land of Dreams, Shirin Neshat, Shoja Azari (EUA, Alemanha, Catar) — FILME DE ABERTURA
Costa Brava, Mounia Akl (Líbano, França, Espanha, Suécia, Dinamarca, Noruega, Catar)
Mama, I’m Home, Vladimir Bitokov (Rússia)
Ma Nuit, Antoinette Boulot (França, Bélgica)
La Ragazza Ha Volato, Wilma Labate (Itália, Eslovênia)
7 Prisoners, Alexandre Moratto (Brasil)
The Blind Man Who Did Not Want to See Titanic, Teemu Nikki (Finlândia)
La Macchina Delle Immagini di Alfredo C, Roland Sejko (Itália)

‘NOMADLAND’ CONQUISTA os OSCARS de MELHOR FILME, DIREÇÃO e ATRIZ!

CERIMÔNIA MAIS CONTIDA PELA PANDEMIA FUNCIONA, MAS DISCURSOS LONGOS NÃO AJUDAM

Havia uma expectativa enorme em torna desta 93ª cerimônia do Oscar, afinal existia um sério risco do evento sequer acontecer por causa da pandemia. Apesar da vacinação nos EUA estar bem avançada, seria necessário respeitar uma série de protocolos sanitários para garantir o bem estar de todos os envolvidos. A organização do Oscar não queria uma cerimônia como as demais premiações anteriores, formada por reuniões virtuais de Zoom, por isso fizeram todo o possível para criar um ambiente seguro para os convidados. Apesar do capricho do evento, nem todos os indicados puderam comparecer, mas montaram toda uma estrutura profissional em várias localidades no mundo como Londres, Paris e Roma para que houvesse a participação de todos.

A Union Station, que também fica em Los Angeles, ofereceu um clima aconchegante para a cerimônia. Os convidados presentes pareciam bem confortáveis em seus assentos. Quando subiam ao palco, não havia sequer a pessoa encarregada de entregar o prêmio para evitar contato, então puseram a estatueta numa espécie de pódio para o vencedor retirar. Aliás, era sempre uma única estatueta no pódio, independente do número de vencedores da categoria. Particularmente, senti falta de uma orquestra que sempre torna tudo muito marcante e glorioso, mas é compreensível a presença do DJ Questlove.

Falando em música, todas as cinco canções indicadas foram pré-gravadas e exibidas antes do início da cerimônia, mais precisamente durante as entrevistas no tapete vermelho. Já que reclamam sempre do excesso de tempo, resolveram antecipar as performances musicais. Foi uma ótima ideia que permitiu a gravação de “Husavik” direto da Islândia. Contudo, esse ganho de tempo não se converteu bem nos discursos de agradecimento que foram quase todos muito longos. Como não havia a tradicional orquestra para cortar os discursos, os vencedores abraçavam o microfone e não queriam largar mais! Aliás, de uma forma geral, os discursos foram muito politicamente corretos, protocolares e até meio robóticos, passando longe daqueles discursos super animados que extravasam a alegria do momento.

Fiquei na maior expectativa do discurso da Frances McDormand porque o último dela em 2018 foi fenomenal, mas ela foi bem mais contida, muito provavelmente porque já havia discursado poucos minutos antes com a vitória de Melhor Filme. Então, o melhor da noite foi da Yuh-Jung Youn, que venceu Atriz Coadjuvante por Minari. Conhecida por ser bem sincera, ela passou a autenticidade que a cerimônia precisava. Apesar de longo, dá pra incluir o lado emotivo do discurso de THOMAS VINTERBERG ao mencionar a morte prematura de sua filha num atropelamento causado por um motorista usando celular ao volante. E o melhor momento da noite foi quando GLENN CLOSE, 74 anos, levantou-se para rebolar ao vivo ao som de um hip hop.

NÚMEROS DO OSCAR

Em termos de estúdio, a NETFLIX foi a grande vencedora da edição com 7 estatuetas: 2 para MANK, 2 para A VOZ SUPREMA DO BLUES, 1 para PROFESSOR POLVO, 1 para COLETTE e 1 para SE ALGO ACONTECER… TE AMO. Bem mais atrás ficou a WARNER, que levou 3 prêmios: 2 por JUDAS E O MESSIAS NEGRO e 1 por TENET. Empatados com 2 vitórias cada, tivemos a AMAZON (2 por O SOM DO SILÊNCIO), DISNEY (2 por SOUL) e SONY PICTURES CLASSICS (2 por MEU PAI).

Em termos de filme, NOMADLAND ficou em 1º lugar com 3 estatuetas (Filme, Direção e Atriz), seguido por 6 filmes que levaram 2 estatuetas cada: Meu Pai (Ator e Roteiro Adaptado), MANK (Fotografia e Design de Produção), JUDAS E O MESSIAS NEGRO (Ator Coadjuvante e Canção Original), A VOZ SUPREMA DO BLUES (Figurino e Maquiagem), O SOM DO SILÊNCIO (Montagem e Som), SOUL (Longa de Animação e Trilha Original), mostrando-se um Oscar melhor distribuído.

Claro que mesmo assim, houve alguns filmes que saíram de mãos vazias. O maior perdedor da noite foi OS 7 DE CHICAGO, o único entre os oito indicados a Melhor Filme que não ganhou nenhum prêmio. Vale destacar também as campanhas sem vitória de RELATOS DO MUNDO (4 indicações) e UMA NOITE EM MIAMI (3 indicações).

SURPRESAS

Talvez a maior surpresa da noite tenha sido a ordem de apresentação das categorias. A intenção dos produtores do evento era assemelhar o Oscar com a produção de um filme, então começaram com a entrega dos dois Oscars de Roteiro. Até aí, tudo ok. Inclusive, no ano de Spotlight aconteceu a mesma coisa. Mas duas trocas foram estranhas: Oscar de Direção foi o sétimo prêmio, e principalmente o Oscar de Melhor Filme sendo o antepenúltimo da noite. A intenção dos organizadores era ter um grand finale com a possível vitória de Chadwick Boseman com uma salva de palmas acompanhadas de lágrimas, mas a vitória de Anthony Hopkins frustrou esses planos, não tanto pela troca de vencedor em si, mas porque Hopkins não compareceu ao evento.

Sobre os resultados, é impossível falar de surpresas sem mencionar os dois Oscars de MEU PAI. Alguns já esperavam que levasse Roteiro Adaptado muito em função do BAFTA que conquistou há duas semanas, mas pouquíssimos não imaginaram que a Academia não homenagearia Chadwick Boseman postumamente com um Oscar. Felizmente, a qualidade da atuação de ANTHONY HOPKINS foi primordial para que o britânico levasse sua segunda estatueta de Melhor Ator. Desde que ele ganhou o BAFTA, acreditei nessa virada contra Boseman. Muitos acreditaram que ele só havia ganhado porque era britânico e o BAFTA o teria reconhecido somente por esse motivo, mas eu acreditava que todos que viram Meu Pai se convenceriam da qualidade da atuação dele. É realmente uma pena que o ator não tenha comparecido à cerimônia… Preferiu ficar resguardado em sua casa no País de Gales.

Ainda sobre atuação, a vitória de FRANCES MCDORMAND também acabou com o bolão de muita gente, que estava entre Carey Mulligan e Viola Davis. Particularmente, achei que o Oscar como produtora de Nomadland seria o suficiente para a atriz, mas sua performance cativou muitos votantes, além, claro, de toda sua figura emblemática nessa Hollywood em metamorfose após os movimentos feministas. A verdade é que McDormand é uma das melhores atrizes do momento, ganhando suas terceira estatueta de Melhor Atriz, aliás a única com essa estatística atualmente. Meryl Streep e Ingrid Bergman têm dois Oscars de Melhor Atriz e um de Coadjuvante. E ela está a apenas um Oscar da lendária Katherine Hepburn com 4 Oscars de Melhor Atriz. Num ano bastante disputado, em que não havia uma favorita, a divisão de votos beneficiou McDormand, mas poderia ter beneficiado qualquer outra, dadas as qualidades de suas atuações.

Ainda das surpresas da noite, destaco o Oscar de Canção Original para “Fight for You” de JUDAS E O MESSIAS NEGRO, já que todos estavam entre as canções de Uma Noite em Miami e Rosa e Momo. Inicialmente a canção não tinha me cativado, mas confesso que ouvindo na apresentação, a música me pegou melhor e me fez lembrar de toda a essência do filme de Shaka King. E a vitória de COLETTE como Documentário-curta não chega a ser aqueeeeeela surpresa, mas a maioria apostava em Uma Canção Para Latasha. Não sei se dá pra defender que o Oscar de Fotografia de MANK foi surpresa, porque tinha levado o prêmio do sindicato, mas é inegável que foi um reconhecimento merecido.

DESTAQUES

Como dito inúmeras vezes, CHLOÉ ZHAO se tornou a segunda diretora mulher a ganhar o Oscar de Direção por Nomadland, 11 anos após Kathryn Bigelow por Guerra ao Terror. Como citado acima, FRANCES MCDORMAND se torna a única a vencer 3 vezes o Oscar de Melhor Atriz. Ela havia vencido anteriormente por Fargo e Três Anúncios Para um Crime. MIA NEAL e JAMIKA WILSON se tornaram as primeiras negras a ganhar o Oscar de Maquiagem e Penteado por A Voz Suprema do Blues. YUH-JUNG YOUN obviamente se tornou a primeira atriz sul-coreana a vencer um Oscar por Minari.

Por Bela Vingança, EMERALD FENNELL foi a primeira roteirista feminina a levar um Oscar de Roteiro desde 2008, quando Diablo Cody levou por Juno. Aos 89 anos, a figurinista ANN ROTH se iguala ao roteirista James Ivory (por Me Chame Pelo Seu Nome) ao se tornar a pessoa mais idosa a ganhar um Oscar por A Voz Suprema do Blues.

OPINIÕES PESSOAIS

De uma forma geral, dá pra dizer que o Oscar 2021 mais acertou do que errou, partindo do princípio que não dá pra agradar a gregos e troianos. Por um lado não gostei do Oscar de Documentário para Professor Polvo (que teria dado para Crip Camp ou Collective), mas por outro, aplaudi os Oscars para Anthony Hopkins, para o Roteiro de Meu Pai e Yuh-Jung Youn. Gostaria que Meu Pai tivesse sido indicado à Direção e até levado Melhor Filme, mas ao mesmo tempo, entendo a vitória de Nomadland e ressalto que adoraria rever esse filme numa tela de cinema, porque acredito que a experiência seria infinitamente mais transcendental do que numa tela de notebook em casa.

Sobre a cerimônia, primeiramente foi uma vitória da Academia ter conseguido realizar um evento dessa proporção sem nenhum problema técnico em plena pandemia. Claro que não dá pra cobrar coisa muito melhor devido às circunstâncias, mas eu queria ter visto mais clipes dos filmes e atuações ao invés daquele monte de falatório sobre as curiosidades dos indicados, gostaria de ter visto mais humor de forma geral, seja através de uma brincadeira ou de um comediante no palco, e claro, discursos mais empolgantes e emocionantes. Parece que os vencedores estavam com receio de se soltarem e serem julgados pela mídia por “furar a quarentena”. Enfim, houve aquele momento de descontração no final com o comediante Lil Rel Howery fazendo um quizz sobre canções com convidados, culminando na rebolada de Glenn Close, mas aquele momento deveria ter ocorrido no início para quebrar o gelo e proporcionar um clima mais leve à premiação…

CONFIRA TODOS OS VENCEDORES DO 93º ACADEMY AWARDS:

FILME
NOMADLAND (Nomadland)

DIREÇÃO
* CHLOÉ ZHAO (Nomadland)

ATOR
* ANTHONY HOPKINS (Meu Pai)

ATRIZ
* FRANCES MCDORMAND (Nomadland)

ATOR COADJUVANTE
DANIEL KALUUYA (Judas e o Messias Negro)

ATRIZ COADJUVANTE
* YUH-JUNG YOUN (Minari)

ROTEIRO ORIGINAL
* BELA VINGANÇA – Emerald Fennell

ROTEIRO ADAPTADO
* MEU PAI – Christopher Hampton, Florian Zeller

FOTOGRAFIA
* MANK – Erik Messerschmidt

MONTAGEM
* O SOM DO SILÊNCIO – Mikkel E.G. Nielsen

DESENHO DE PRODUÇÃO 
* MANK – Donald Graham Burt, Jan Pascale

FIGURINO
* A VOZ SUPREMA DO BLUES – Ann Roth

MAQUIAGEM E PENTEADO
* A VOZ SUPREMA DO BLUES – Matiki Anoff, Mia Neal, Larry M. Cherry

TRILHA MUSICAL ORIGINAL
* SOUL – Trent Reznor, Atticus Ross, Jon Batiste

CANÇÃO ORIGINAL
* “Fight for You” – JUDAS E O MESSIAS NEGRO
Música por H.E.R. and Dernst Emile II; Letra por H.E.R. e Tiara Thomas

SOM
* O SOM DO SILÊNCIO – Phillip Bladh, Nicolas Becker, Jaime Baksht, Michelle Couttolenc, Carlos Cortés, Carolina Santana

EFEITOS VISUAIS
* TENET – Andrew Jackson, Andrew Lockley, Scott R. Fisher, Mike Chambers 

LONGA DE ANIMAÇÃO
* SOUL

DOCUMENTÁRIO
* PROFESSOR POLVO

FILME INTERNACIONAL
* DRUK – MAIS UMA RODADA – Dinamarca

CURTA-METRAGEM
* DOIS ESTRANHOS (TWO DISTANT STRANGERS)

CURTA DE ANIMAÇÃO
* SE ALGO ACONTECER… TE AMO (IF ANYTHING HAPPENS… I LOVE YOU)

DOCUMENTÁRIO-CURTA
* COLETTE

ENQUANTO ‘OS 7 DE CHICAGO’ VENCE o EDDIE, ‘MANK’ GANHA o ASC

FILME DE TRIBUNAL GANHA UMA SOBREVIDA NA RETA FINAL PARA O OSCAR

Se existia uma forte tendência de que o filme de Aaron Sorkin saísse de mãos vazias da próxima cerimônia do Oscar, depois da vitória de Melhor Elenco no SAG e agora no Sindicato de Editores, o céu parece menos nebuloso. Alan Baumgarten bateu dois de seus quatro concorrentes ao Oscar: O Som do Silêncio e Nomadland, além de Minari e Mank.

Obviamente, esta vitória é muito importante para a campanha de Os 7 de Chicago, que vinha desacreditado até o mês de Março, mas que agora cresce na última semana antes do Oscar. O prêmio de Montagem pode não ser tão determinante para eleger o vencedor de Melhor Filme como nos anos 70, mas certamente mantém o filme na disputa, ainda mais se levarmos em consideração a relação do Eddie com o Oscar nos últimos 15 anos.

Foram 10 vencedores em comum, mas vale ressaltar que nos últimos 10 anos, foram 5 vencedores em comum, lembrando que no ano passado, a montagem de Parasita levou o Eddie, mas não ganhou o Oscar, mas mesmo assim o filme de Bong Joon Ho levou o Oscar de Melhor Filme.

ANOEDDIE DRAMAEDDIE COMÉDIAOSCAR de MONTAGEM
2021Os 7 de ChicagoPalm Springs?
2020ParasitaJojo RabbitFord vs. Ferrari
2019Bohemian RhapsodyA FavoritaBohemian Rhapsody
2018DunkirkEu, TonyaDunkirk
2017A ChegadaLa La LandAté o Último Homem
2016Mad Max: Estrada da FúriaA Grande ApostaMad Max: Estrada da Fúria
2015BoyhoodO Grande Hotel BudapesteWhiplash
2014Capitão PhillipsTrapaçaGravidade
2013ArgoO Lado Bom da VidaArgo
2012O ArtistaOs DescendentesA Invenção de Hugo Cabret
2011A Rede SocialAlice no País das MaravilhasA Rede Social
2010Guerra ao TerrorSe Beber, Não Case!Guerra ao Terror
2009Quem Quer Ser um Milionário?WALL-EQuem Quer Ser um Milionário?
2008O Ultimato BourneSweeney ToddO Ultimato Bourne
2007BabelDreamgirlsOs Infiltrados
2006Crash: No LimiteJohnny & JuneCrash: No Limite
2005O AviadorRayO Aviador

Até semana passada, o grande favorito desta categoria era O Som do Silêncio, que venceu o BAFTA da categoria. E agora? Seria esta vitória de Os 7 de Chicago mero fogo de palha ou o poderio financeiro da Netflix está fazendo a diferença agora no final da temporada?

Particularmente, teria votado na montagem de Meu Pai, que além de muito eficiente no que se refere a ritmo, proporciona excelentes momentos e valoriza o roteiro de Florian Zeller e Christopher Hampton. Já o trabalho de Baumgarten em Os 7 de Chicago é praticamente resgatar flashbacks dos personagens que estão sendo julgados no tribunal, entregando uma montagem correta e que afasta o filme de um marasmo enorme. Entre Os 7 de Chicago e O Som do Silêncio, prefiro a montagem do último porque apresenta um diferencial que é valorizar o trabalho sonoro, que proporciona uma experiência sensorial ao público.

E devo ressaltar que a derrota da montagem de Bela Vingança na categoria de Comédia ou Musical praticamente sepulta as chances do filme de Emerald Fennell sonhar com algo maior no Oscar. Se ganhasse, poderia haver uma possibilidade (nem que fosse mínima) de levar Melhor Filme. De qualquer forma, a vitória de Palm Springs é merecida por explorar bem a questão do time looping da trama.

Já a vitória de Professor Polvo praticamente sacramenta sua vitória no Oscar de Melhor Documentário. Quero acreditar que não vai levar, mas depois de tantos prêmios importantes e a campanha da Netflix, realmente é quase impossível perder a estatueta. Apesar do relato emotivo da relação do homem com o polvo, não o consideraria entre os melhores documentários do ano, mas muita gente abraçou a ideia do filme e isso impulsionou os votos.

CONFIRA A LISTA DE VENCEDORES DAS CATEGORIAS DE CINEMA DO 71º ACE AWARDS:

MONTAGEM – DRAMA

  • MANK – Kirk Baxter
  • MINARI – Harry Yoon
  • NOMADLAND – Chloé Zhao
  • O SOM DO SILÊNCIO – Mikkel E.G. Nielsen
  • OS 7 DE CHICAGO – Alan Baumgarten

MONTAGEM – COMÉDIA

  • BORAT: FITA DE CINEMA SEGUINTE – James Thomas, Craig Alpert, Mike Giambra
  • EU ME IMPORTO – Mark Eckersley
  • ON THE ROCKS – Sarah Flack
  • PALM SPRINGS – Matthew Friedman, Andrew Dickler
  • BELA VINGANÇA – Frédéric Thoraval

MONTAGEM – ANIMAÇÃO

  • OS CROODS 2: UMA NOVA ERA – James Ryan
  • DOIS IRMÃOS: UMA JORNADA FANTÁSTICA – Catherine Apple
  • A CAMINHO DA LUA – Edie Ichioka
  • SOUL – Kevin Nolting
  • WOLFWALKERS – Darragh Byrne, Richie Cody, Darren Holmes

MONTAGEM – DOCUMENTÁRIO

  • ATÉ O FIM: A LUTA PELA DEMOCRACIA – Nancy Novack
  • AS MORTES DE DICK JOHNSON – Nels Bangerter
  • THE DISSIDENT – Scott D. Hanson, James Leche, Wyatt Rogowski, Avner Shiloah
  • PROFESSOR POLVO – Pippa Ehrlich, Dan Schwalm
  • O DILEMA DAS REDES – Davis Coombe

MONTAGEM – DOCUMENTÁRIO (NÃO LANÇADO EM CINEMA)

  • BEASTIE BOYS STORY – Jeff Buchanan, Zoe Schack
  • THE BEE GEES: HOW CAN YOU MEND A BROKEN HEART – Derek Boonstra, Robert A. Martinez
  • THE LAST DANCE – Chad Beck, Devin Concannon, Abhay Sofsky, Ben Sozanski
  • SEDUCED: INSIDE THE NXIVM CULT – Inbal B. Lessner, Alex Jablonski, Gillian McCarthy, Matthew Moul, Chris A. Peterson

_________________________________________________________________________

SINDICATO DE DIRETORES DE FOTOGRAFIA SURPREENDE COM VITÓRIA DE ‘MANK’

Em cerimônia virtual, o American Society of Cinematographers (ASC) resolveu dar uma apimentada na disputa de Melhor Fotografia, concedendo o principal prêmio para Erik Messerschmdit, de MANK, batendo o favorito Joshua James Richards de Nomadland.

Mank foi o primeiro trabalho de Messerschmidt para longa de cinema. Sua parceria com o diretor David Fincher foi tão boa na série de TV Mindhunter, que foi resgatada para esse projeto bem pessoal do diretor, baseado no roteiro do falecido pai dele, Jack Fincher. Vendo o filme pela tela do notebook, a fotografia em preto-e-branco de Mank passa um pouco mais desapercebida, pois é um trabalho mais minucioso, que se alinha bem com os efeitos visuais, mas não chega a encher os olhos como a de Nomadland, que explora o cenário de belezas naturais americanas.

Apesar da vitória, não acreditamos que Mank vá surpreender no Oscar da categoria, ainda mais se o Oscar de Fotografia for uma base para a vitória de Melhor Filme para Nomadland, mas tudo é possível, ainda mais se considerarmos a tabela abaixo dos últimos 5 anos, em que houve apenas três vencedores em comum: as duas vitórias de Roger Deakins por Blade Runner 2049 e 1917, e a de Emmanuel Lubezki por O Regresso.

ANOASCOSCAR
202019171917
2019Guerra FriaRoma
2018Blade Runner 2049Blade Runner 2049
2017Lion: Uma Jornada Para CasaLa La Land
2016O RegressoO Regresso

Nas demais categorias, que não interferem no Oscar pois não estão entre os indicados, o filme francês Nós Duas levou o prêmio Spotlight para filmes de menor projeção e/ou independentes, e The Truffle Hunters levou a Melhor Fotografia de Documentário.

Confira os VENCEDORES (em negrito) DO 35º ASC:

FOTOGRAFIA – CINEMA

  • Erik Messerschmidt (Mank)
  • Phedon Papamichael (Os 7 de Chicago)
  • Joshua James Richards (Nomadland)
  • Newton Thomas Sigel (Cherry)
  • Dariusz Wolski (Relatos do Mundo)

PRÊMIO SPOTLIGHT

  • Katelin Arizmendi (Swallow)
  • Aurélien Marra (Nós Duas)
  • Andrey Naidenov (Dear Comrades!)

FOTOGRAFIA – DOCUMENTÁRIO

  • Viktor Kosakovskiy, Egil Håskjold Larsen (Gunda)
  • Gianfranco Rosi (Notturno)
  • Michael Dweck, Gregory Kershaw (The Truffle Hunters)

‘NOMADLAND’ VENCE o BAFTA em 4 CATEGORIAS: FILME, DIREÇÃO, ATRIZ e FOTOGRAFIA

ACADEMIA BRITÂNICA SE RENDE AO ROAD MOVIE DE CHLOÉ ZHAO QUE CARREGA FAVORITISMO A DUAS SEMANAS DO OSCAR

Como divulgado anteriormente, a edição do BAFTA este ano foi dividida em 2 dias. No sábado, oito categorias tiveram seus vencedores revelados, e hoje, domingo, as outras 16 categorias foram apresentadas diretamente de Londres, contando com a presença virtual da maioria dos indicados via Zoom.

O grande vencedor foi o road movie NOMADLAND, que ganhou 4 prêmios: Filme, Direção, Atriz (Frances McDormand) e Fotografia. Em 2º lugar, 5 produções empataram com 2 prêmios cada: BELA VINGANÇA (Filme Britânico e Roteiro Original), MEU PAI (Ator (Anthony Hopkins) e Roteiro Adaptado), O SOM DO SILÊNCIO (Montagem e Som), SOUL (Trilha Original e Longa de Animação) e A VOZ SUPREMA DO BLUES (Figurino e Maquiagem), demonstrando um equilíbrio entre vários filmes.

Talvez a maior e melhor surpresa tenha sido a vitória merecidíssima de ANTHONY HOPKINS para Melhor Ator. Embora estivesse indicado em todos os prêmios televisionados, o ator britânico estava perdendo todas as premiações para Chadwick Boseman. O diretor Florian Zeller, que já havia aceitado o prêmio de Roteiro Adaptado, também aceitou o prêmio em nome de Hopkins, que já havia vencido em 2 oportunidades por O Silêncio dos Inocentes e Vestígios do Dia. Terá forças para uma virada até o Oscar? Esperamos que sim. Mas o ator já adiantou que não vai comparecer ao evento em Los Angeles, o que pode lhe tirar alguns votos.

Não necessariamente uma surpresa, mas a vitória de FRANCES MCDORMAND como Melhor Atriz é no mínimo curiosa. Com as ausências de outras fortes concorrentes Carey Mulligan, Viola Davis e Andra Day, o favoritismo estava entre McDormand e Vanessa Kirby, já que são os nomes que mais marcaram presença na temporada. McDormand vence seu segundo BAFTA, pois venceu apenas em 2018 por Três Anúncios Para um Crime. Já no Oscar, se ganhar, ela teria 3 Oscars de Melhor Atriz, um feito que apenas Katharine Hepburn conseguiu (terminando com 4 estatuetas), ou seja, seria quase impossível porque a Academia gosta de dosar os prêmios para não haver acúmulos demais em um nome. Haveria comparações indesejadas do tipo: Frances é mais atriz do que Meryl Streep, que tem dois Oscars de Atriz e um de Coadjuvante? Além disso, o segundo Oscar de Frances ainda está bem fresco e recente na memória dos votantes.

DANIEL KALUUYA ganha outro prêmio importante em sua campanha praticamente irretocável e segue como franco-favorito por Judas e o Messias Negro. Já YUH-JUNG YOUN está em extrema ascensão com o recente SAG e agora o BAFTA de Atriz Coadjuvante por Minari. Em seu discurso, ela se mostra surpresa, manda suas condolências pela morte do príncipe Philip e ainda faz uma piada dizendo que este prêmio é ainda mais especial porque foi votado pelos britânicos, que são conhecidos por serem “esnobes”.

De uma forma geral, as premiações das categorias de atuação têm sido uma ótima surpresa. Independente pra quem você torça, esse rodízio de vencedores é infinitamente melhor e mais excitante do que as cartas marcadas de sempre dos últimos anos. Não sabemos se haverá surpresa no Oscar, mas já adiantamos que a maior seria a vitória de Vanessa Kirby para Melhor Atriz, porque só está faltando ela para ganhar um grande prêmio na temporada.

O resultado do BAFTA foi justo e parece bem menos suscetível às reclamações. Particularmente gostamos dos dois prêmios para Meu Pai (poderia ter levado Filme Britânico também), os dois prêmios para O Som do Silêncio, o prêmio para Diretor estreante para O Que Ficou Para Trás, um ótimo filme de terror sobre os horrores da imigração ilegal na Europa, o prêmio de Casting para Rocks, que garimpou nomes de atrizes jovens desconhecidas a dedo. Até a vitória de Druk – Mais uma Rodada como Filme em Língua Não Inglesa. Embora não seja um filme formidável, diante da concorrência, foi uma boa escolha. Talvez a única vitória que não nos agradou muito foi a vitória de Professor Polvo como Melhor Documentário, que nos parece ter ganho mais pelo aspecto emocional do que por outros méritos. Teríamos votado para o assombroso Collective, da Romênia.

A cerimônia do Oscar acontece daqui a duas semanas, então resta sabermos se os resultados do BAFTA vão influenciar no prêmio da Academia.

CONFIRA TODOS OS VENCEDORES DA 74ª EDIÇÃO DO BAFTA:

FILME

MEU PAI Philippe Carcassonne, Jean-Louis Livi, David Parfitt
THE MAURITANIAN TBC
NOMADLAND Mollye Asher, Dan Janvey, Frances McDormand, Peter Spears, Chloé Zhao
BELA VINGANÇA Ben Browning, Emerald Fennell, Ashley Fox, Josey McNamara
OS 7 DE CHICAGO Stuart Besser, Marc Platt

FILME BRITÂNICO

CALM WITH HORSES Nick Rowland, Daniel Emmerson, Joe Murtagh
A ESCAVAÇÃO Simon Stone, Gabrielle Tana, Moira Buffini
MEU PAI Florian Zeller, Philippe Carcassone, Jean-Louis Livi, David Parfitt, Christopher Hampton
O QUE FICOU PARA TRÁS Remi Weekes, Martin Gentles, Edward Kings, Roy Lee
LIMBO Ben Sharrock, Irune Gurtubai, Angus Lamont
THE MAURITANIAN Kevin Macdonald, Rory Haines, Sohrab Noshirvani, M.B. Traven
MOGUL MOWGLI Bassam Tariq, Riz Ahmed, Thomas Benski, Bennett McGhee
BELA VINGANÇA Emerald Fennell, Ben Browning, Ashley Fox, Josey McNamara
ROCKS Sarah Gavron, Ameenah Ayub Allen, Faye Ward, Theresa Ikoko, Claire Wilson
SAINT MAUD Rose Glass, Andrea Cornwell, Oliver Kassman

ESTREIA DE DIRETOR, ROTEIRISTA OU PRODUTOR BRITÂNICO

O QUE FICOU PARA TRÁS Remi Weekes (Writer/Director)
LIMBO Ben Sharrock (Writer/Director), Irune Gurtubai (Producer) [also produced by Angus Lamont]
MOFFIE Jack Sidey (Writer/Producer) [also written by Oliver Hermanus and produced by Eric Abraham]
ROCKS Theresa Ikoko, Claire Wilson (Writers)
SAINT MAUD Rose Glass (Writer/Director), Oliver Kassman (Producer) [also produced by Andrea Cornwell]

FILME EM LÍNGUA NÃO-INGLESA

DRUK – MAIS UMA RODADA Thomas Vinterberg, Sisse Graum Jørgensen
DEAR COMRADES! Andrei Konchalovsky, Alisher Usmanov
LES MISÉRABLES Ladj Ly
MINARI Lee Isaac Chung, Christina Oh
QUO VADIS, AIDA? Jasmila Žbanić, Damir Ibrahimovich

DOCUMENTÁRIO

COLLECTIVE Alexander Nanau
DAVID ATTENBOROUGH: A LIFE ON OUR PLANET Alastair Fothergill, Jonnie Hughes, Keith Scholey
THE DISSIDENT Bryan Fogel, Thor Halvorssen
PROFESSOR POLVO Pippa Ehrlich, James Reed, Craig Foster
THE SOCIAL DILEMMA Jeff Orlowski, Larissa Rhodes

LONGA DE ANIMAÇÃO

DOIS IRMÃOS: UMA JORNADA FANTÁSTICA Dan Scanlon, Kori Rae
SOUL Pete Docter, Dana Murray
WOLFWALKERS Tomm Moore, Ross Stewart, Paul Young

DIREÇÃO

DRUK – MAIS UMA RODADA Thomas Vinterberg
DENTE DE LEITE Shannon Murphy
MINARI Lee Isaac Chung
NOMADLAND Chloé Zhao
QUO VADIS, AIDA? Jasmila Žbanić
ROCKS Sarah Gavron

ROTEIRO ORIGINAL

DRUK – MAIS UMA RODADA Tobias Lindholm, Thomas Vinterberg
MANK Jack Fincher
BELA VINGANÇA Emerald Fennell
ROCKS Theresa Ikoko, Claire Wilson
OS 7 DE CHICAGO Aaron Sorkin

ROTEIRO ADAPTADO

A ESCAVAÇÃO Moira Buffini
MEU PAI Christopher Hampton, Florian Zeller
THE MAURITANIAN Rory Haines, Sohrab Noshirvani, M.B. Traven
NOMADLAND Chloé Zhao
THE WHITE TIGER Ramin Bahrani

ATRIZ

BUKKY BAKRAY Rocks
RADHA BLANK The Forty-Year-Old Version
VANESSA KIRBY Pieces of a Woman
FRANCES McDORMAND Nomadland
WUNMI MOSAKU O Que Ficou Para Trás
ALFRE WOODARD Clemency

ATOR

RIZ AHMED O Som do Silêncio
CHADWICK BOSEMAN A Voz Suprema do Blues
ADARSH GOURAV The White Tiger
ANTHONY HOPKINS Meu Pai
MADS MIKKELSEN Druk – Mais uma Rodada
TAHAR RAHIM The Mauritanian

ATRIZ COADJUVANTE

NIAMH ALGAR Calm With Horses
KOSAR ALI Rocks
MARIA BAKALOVA Borat: Fita de Cinema Seguinte
DOMINIQUE FISHBACK Judas e o Messias Negro
ASHLEY MADEKWE County Lines
YUH-JUNG YOUN Minari

ATOR COADJUVANTE

DANIEL KALUUYA Judas e o Messias Negro
BARRY KEOGHAN Calm With Horses
ALAN KIM Minari
LESLIE ODOM JR. Uma Noite em Miami…
CLARKE PETERS Destacamento Blood
PAUL RACI O Som do Silêncio

TRILHA ORIGINAL

MANK Trent Reznor, Atticus Ross
MINARI Emile Mosseri
RELATOS DO MUNDO James Newton Howard
BELA VINGANÇA Anthony Willis
SOUL Jon Batiste, Trent Reznor, Atticus Ross

CASTING

CALM WITH HORSES Shaheen Baig
JUDAS E O MESSIAS NEGRO Alexa L. Fogel
MINARI Julia Kim
BELA VINGANÇA Lindsay Graham Ahanonu, Mary Vernieu
ROCKS Lucy Pardee

FOTOGRAFIA

JUDAS E O MESSIAS NEGRO Sean Bobbitt
MANK Erik Messerschmidt
THE MAURITANIAN Alwin H. Küchler
RELATOS DO MUNDO Dariusz Wolski
NOMADLAND Joshua James Richards

MONTAGEM

MEU PAI Yorgos Lamprinos
NOMADLAND Chloé Zhao
BELA VINGANÇA Frédéric Thoraval
O SOM DO SILÊNCIO Mikkel E.G. Nielsen
OS 7 DE CHICAGO Alan Baumgarten

DESIGN DE PRODUÇÃO

A ESCAVAÇÃO Maria Djurkovic, Tatiana Macdonald
MEU PAI Peter Francis, Cathy Featherstone
MANK Donald Graham Burt, Jan Pascale
RELATOS DO MUNDO David Crank, Elizabeth Keenan
REBECCA Sarah Greenwood, Katie Spencer

FIGURINO

AMMONITE Michael O’Connor
A ESCAVAÇÃO Alice Babidge
EMMA. Alexandra Byrne
A VOZ SUPREMA DO BLUES Ann Roth
MANK Trish Summerville

MAQUIAGEM E PENTEADO

A ESCAVAÇÃO Jenny Shircore
ERA UMA VEZ UM SONHO Patricia Dehaney, Eryn Krueger Mekash, Matthew Mungle
A VOZ SUPREMA DO BLUES Matiki Anoff, Larry M. Cherry, Sergio Lopez-Rivera, Mia Neal
MANK Kimberley Spiteri, Gigi Williams
PINÓQUIO Mark Coulier

SOM

GREYHOUND: NA MIRA DO INIMIGO TBC
RELATOS DO MUNDO Michael Fentum, William Miller, Mike Prestwood Smith, John Pritchett, Oliver Tarney
NOMADLAND Sergio Diaz, Zach Seivers, M. Wolf Snyder
SOUL Coya Elliott, Ren Klyce, David Parker
O SOM DO SILÊNCIO Jaime Baksht, Nicolas Becker, Phillip Bladh, Carlos Cortés, Michelle Couttolenc

EFEITOS VISUAIS ESPECIAIS

GREYHOUND: NA MIRA DO INIMIGO Pete Bebb, Nathan McGuinness, Sebastian von Overheidt
O CÉU DA MEIA-NOITE Matt Kasmir, Chris Lawrence, David Watkins
MULAN Sean Faden, Steve Ingram, Anders Langlands, Seth Maury
O GRANDE IVAN Santiago Colomo Martinez, Nick Davis, Greg Fisher
TENET Scott Fisher, Andrew Jackson, Andrew Lockley

CURTA BRITÂNICO DE ANIMAÇÃO

THE FIRE NEXT TIME Renaldho Pelle, Yanling Wang, Kerry Jade Kolbe
THE OWL AND THE PUSSYCAT Mole Hill, Laura Duncalf
THE SONG OF A LOST BOY Daniel Quirke, Jamie MacDonald, Brid Arnstein

EE RISING STAR

BUKKY BAKRAY
CONRAD KHAN
KINGSLEY BEN-ADIR
MORFYDD CLARK
SOPE DIRISU

Com ‘NOMADLAND’, CHLOÉ ZHAO se torna 2ª MULHER a VENCER o DGA

VENCEDORA DE QUASE TODOS OS PRÊMIOS DA TEMPORADA, CHINESA CONFIRMA FAVORITISMO AO OSCAR

A cerimônia virtual da 73ª edição do prêmio do Sindicato de Diretores (DGA) aconteceu neste sábado (10) e já praticamente sacramentou a vitória de Chloé Zhao no Oscar ao vencer MELHOR DIREÇÃO. É claro que nada está realmente garantido, afinal o DGA também tem suas raras diferenças com a Academia, como no ano passado em que Sam Mendes ganhou no Sindicato e viu Bong Joon Ho levar o Oscar, mas estamos falando de uma campanha irretocavelmente vitoriosa da cineasta chinesa, e que ainda conta com o fator diversidade que tanto a Academia está em busca.

Como muitos já sabem, Zhao tem tudo para se tornar a 2ª mulher a ganhar o Oscar de Direção após Kathryn Bigelow em 2010, e claro, a 1ª asiática. Particularmente, apoiamos cada vez mais a inclusão de cineastas mulheres nesta categoria que já foi predominantemente masculina por várias décadas. E não apenas por diversidade, mas também pela visão diferente que elas podem oferecer aos filmes.

Ajuda ainda mais o fato de Chloé Zhao ser uma figura bastante humilde e carismática. Ao aceitar o prêmio através do Zoom, ela dirigiu um elogio a cada um de seus colegas de profissão. Para Emerald Fennell, ela disse: “Você tem um controle absurdo do seu ofício, e com um voz tão única. Mal posso esperar para ver qual a próxima jornada instigante que você nos levará.” Para Lee Isaac Chung: Seu filme “me tocou num nível muito pessoal.” Após chamar Aaron Sorkin de “poeta”, ela acrescentou: “Pude sentir meu coração pulsar quando eu assisti ao seu filme.” E Zhao classificou todos os filmes de David Fincher como uma “master class,” e ainda soltou um “E você também é super engraçado, acabei de descobrir!”

Já na categoria de DIRETOR ESTREANTE, houve uma pequena surpresa. Havia uma expectativa de que Regina King levaria esse prêmio de consolação por não ter conseguido uma indicação ao Oscar por Uma Noite em Miami, mas foi Darius Marder que levou esse reconhecimento por O Som do Silêncio. No agradecimento, ele expressou o desejo de encontrar seus colegas indicados assim que a pandemia acabar: “Eu os saúdo com um copo plástico do hotel.” Com certeza é um grande passo na carreira de Marder, que até então era conhecido apenas por ser roteirista do filme O Lugar Onde Tudo Termina (2012), de Derek Cianfrance. No filme, ele oferece ao público a traumática experiência do baterista Ruben quando ele perde sua audição, retirando e distorcendo o som do próprio filme.

Não querendo jogar água no chopp de Marder, que merecia o prêmio, nosso voto teria sido para Florian Zeller, que realizou uma fantástica adaptação de uma peça teatral (algo que costuma ser monótono e limitado no cinema) para o cinema. Meu Pai acompanha a decadência do octogenário Anthony que sofre de demência e vai se esquecendo de tudo gradativamente. Com um uso inteligente da montagem, fotografia e direção de arte, o jovem diretor nos transmite o desespero dessa situação do início ao fim, e dirigiu seus atores (especialmente Anthony Hopkins) de forma brilhante, concisa e que foge dos estereótipos.

Para MELHOR DIREÇÃO DE DOCUMENTÁRIO, a dupla Michael Dweck e Gregory Kershaw levou por The Truffle Hunters, que acompanha um grupo de idosos italianos na caça às trufas, que são frutas do gênero dos fungos que são encontradas debaixo da terra próximas às raízes de algumas árvores como o carvalho e salgueiro. “Fizemos este filme porque nos deparamos com um mundo que parecia um conto de fadas, e queríamos traduzir isso de uma forma cinematográfica. Queríamos celebrar a alegria e a beleza que ainda existem neste mundo”, defendeu Kershaw. Pena que o documentário sequer foi indicado ao Oscar, mas não custa lembrar que estamos numa temporada bastante competitiva no gênero.

Nas categorias televisivas, Homeland e The Flight Attendant levaram os prêmios de Série Dramática e de Comédia, respectivamente, enquanto a mega-sucesso The Queen’s Gambit levou o prêmio de Direção de Minissérie.

VENCEDORES DO DGA AWARDS:

DIREÇÃO
Chloé Zhao (Nomadland)

DIREÇÃO ESTREANTE
Darius Marder (O Som do Silêncio)

DIREÇÃO DE DOCUMENTÁRIO
Michael Dweck, Gregory Kershaw (The Truffle Hunters)

DIREÇÃO DE SÉRIE DRAMÁTICA
Leslie Linka Glatter (Homeland), episódio: “Prisoners of War”

DIREÇÃO DE SÉRIE DE COMÉDIA
Susanna Fogel (The Flight Attendant), episódio: “In Case of Emergency”

DIREÇÃO DE MINISSÉRIE OU FILME PARA TV
Scott Frank (The Queen’s Gambit)

DIREÇÃO DE PROGRAMA DE VARIEDADES/TALK SHOW/ESPORTES – ESPECIAIS
Thomas Schlamme (A West Wing Special to Benefit When We All Vote)

DIREÇÃO DE PROGRAMA DE VARIEDADES/TALK SHOW/ESPORTES – REGULARES
Don Roy King (Saturday Night Live) episódio: “Dave Chappelle, Foo Fighters”

DIREÇÃO DE REALITY SHOW
Joseph Guidry (Full Bloom) episódio: “Petal to the Metal”

DIREÇÃO DE PROGRAMA INFANTIL 
Amy Schatz (We Are the Dream: The Kids of the Oakland MILK Oratorical Fest)

DIREÇÃO DE COMERCIAL
Melina Matsoukas (Prettybird)

________________________________________________________________________________________________________________

INDICADOS AO OSCAR DE DESIGN DE PRODUÇÃO, MANK E TENET SÃO RECONHECIDOS NO ADG

Em cerimônia híbrida, o Sindicato de Diretores de Arte (ADG) premiou suas quatro categorias de Cinema. O Oscar de Design de Produção costuma premiar filmes de época em que esse trabalho é mais vistoso, portanto a vitória da reconstrução da Hollywood dos anos 30/40 de Mank já larga na frente pela estatueta, e deve retirar a forte possibilidade do filme de David Fincher sair de mãos vazias da cerimônia do Oscar. Claro que existem chances para os demais concorrentes A Voz Suprema do Blues e Mulan, mas se tornam definitivamente menores após essa vitória de Mank.

De vez em quando, trabalhos de filmes de fantasia e ficção científica levam o Oscar. Só pra citar exemplos recentes: A Forma da Água e Pantera Negra, portanto a vitória de Tenet ainda o credencia para estragar a festa de Mank. Mas ao contrário dos filmes anteriores de Christopher Nolan, este não teve o mesmo prestígio entre a crítica e o público.

Dentre os indicados na categoria de Animação, embora Soul realmente tenha feito uma direção de arte muito bonita e competente, adoraríamos que Wolfwalkers tivesse levado esse prêmio. Só aquela belíssima floresta com habitada por lobos com árvores retorcidas merecia esse reconhecimento, sem falar na palheta de cores de encher os olhos. Nessa altura do campeonato, fica difícil o filme menor surpreender no Oscar contra a gigante Disney/Pixar, mas estaremos torcendo até o final na categoria de Longa de Animação.

Filme de Época

Donald Graham Burt (Mank)

Fantasia

Nathan Crowley (Tenet)

Filme Contemporâneo

Wynn Thomas (Destacamento Blood)

Animação

Steve Pilcher (Soul)

‘OS 7 DE CHICAGO’ CONQUISTA o SAG de ELENCO. VIOLA DAVIS SURPREENDE

SINDICATO DE ATORES APONTA E POSSIBILITA MAIOR DIVERSIDADE ENTRE VENCEDORES DO OSCAR

Após descobrir que o SAG Awards não seria transmitido no Brasil, houve uma corrida contra o tempo para tentar dar algum jeito de acompanhar a cerimônia de forma “alternativa”. Claro que não é algo aconselhável ou recomendável, mas estávamos curiosos para ver como seria esse SAG pré-gravado por causa da pandemia. A intenção de pré-gravar os discursos de agradecimento era reduzir a duração do evento para uma hora, com a intenção de fugir da monotonia das conexões via Zoom ao vivo. Para isso funcionar, a organização do evento teria pedido bico calado aos indicados e vencedores nas redes sociais para tentar manter o elemento surpresa dos resultados.

Claro que houve um suposto vazamento que indicava as vitórias de Viola Davis e Maria Bakalova, mas esse boato se mostrou apenas 50% correto. Viola Davis foi a grande surpresa da noite ao vencer como Melhor Atriz por A Voz Suprema do Blues. Assim como nós, muitos sequer consideravam essa possibilidade já que ela já havia conquistado 2 SAG por Histórias Cruzadas e Um Limite Entre Nós, além de outros dois pela série How to Get Away With Murder. Num ano bastante imprevisível na categoria, em que Andra Day levou o Globo de Ouro, Carey Mulligan levou o Critics’ Choice e agora Viola leva o SAG (sendo que nem Viola, nem Carey, nem Andra foram indicadas ao BAFTA), talvez exista uma tendência para tornar Viola Davis a segunda atriz negra a vencer o Oscar de Melhor Atriz na história, quebrando finalmente a marca de 2002 de Halle Berry. E mesmo que isso não se concretize e Carey Mulligan leve o Oscar, não poderemos reclamar da previsibilidade que tem dominado as últimas temporadas de premiações.

Já a derrota de Maria Bakalova não chega a ser tão surpreendente, pois a categoria de Atriz Coadjuvante está bastante imprevisível. A vitória da coreana Yuh-Jung Youn reforça a campanha de Minari no Oscar, e a atriz veterana tem as melhores chances de conquistar a estatueta. Por se tratar de uma performance em língua estrangeira, não descartamos totalmente Glenn Close ou Olivia Colman.

Nas categorias masculinas, deu o óbvio: Chadwick Boseman por A Voz Suprema do Blues, e Daniel Kaluuya por Judas e o Messias Negro. Caso esses mesmos vencedores se repitam no Oscar, será a primeira vez em 93 anos que não haveria atores brancos entre os vencedores, ou pelo menos que eles deixarão de ser a maioria. Gostaríamos muito que Anthony Hopkins tivesse levado o SAG pela magistral performance em Meu Pai, mas a comoção relacionada a Chadwick ainda pesa contra sua campanha.

Embora tenha Sacha Baron Cohen entre os indicados de Ator Coadjuvante, Os 7 de Chicago tinha única chance real como Melhor Elenco, mas não necessariamente por reunir o melhor elenco em si, mas de contar com grandes nomes numa história com tantos personagens. O filme de tribunal de Aaron Sorkin começou a temporada como o grande favorito, mas hoje tem o SAG de Elenco como único embasamento até o Oscar. Claro que existe a chance de ganhar Roteiro Original, mas após a vitória de Bela Vingança nesta categoria no WGA (sindicato de roteiristas), o panorama decaiu novamente. Se nos últimos 10 anos, o vencedor do SAG de Elenco ajudou na escolha de Melhor Filme no Oscar, é quase certeza de que isso não se repetirá em 2021.

CONFIRA TODOS OS VENCEDORES DO 27º SAG AWARDS:

CINEMA

MELHOR ELENCO
* Destacamento Blood (Da 5 Bloods)
* A Voz Suprema do Blues (Ma Rainey’s Black Bottom)
* Minari
* Uma Noite em Miami… (One Night in Miami)
* Os 7 de Chicago (The Trial of the Chicago 7)

MELHOR ATOR
* Riz Ahmed (O Som do Silêncio)
* Chadwick Boseman (A Voz Suprema do Blues)
* Anthony Hopkins (Meu Pai)
* Gary Oldman (Mank)
* Steven Yeun (Minari)

MELHOR ATRIZ 
* Amy Adams (Era uma Vez um Sonho)
* Viola Davis (A Voz Suprema do Blues)
* Vanessa Kirby (Pieces of a Woman)
* Frances McDormand (Nomadland)
* Carey Mulligan (Bela Vingança)

MELHOR ATOR COADJUVANTE
* Chadwick Boseman (Destacamento Blood)
* Sacha Baron Cohen (Os 7 de Chicago)
* Daniel Kaluuya (Judas e o Messias Negro)
* Jared Leto (The Little Things)
* Leslie Odom Jr. (Uma Noite em Miami…)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
* Maria Bakalova (Borat: Fita de Cinema Seguinte)
* Glenn Close (Era uma Vez um Sonho)
* Olivia Colman (Meu Pai)
* Yuh-Jung Youn (Minari)
* Helena Zengel (Relatos do Mundo)

MELHOR ELENCO DE DUBLÊS
– Destacamento Blood
– Mulan
– Relatos do Mundo
– Os 7 de Chicago
* Mulher Maravilha 1984

TV/STREAMING

MELHOR ELENCO – SÉRIE DRAMÁTICA
* Better Call Saul
* Bridgerton
* The Crown
* Lovecraft Country
* Ozark

MELHOR ATOR – SÉRIE DRAMÁTICA
* Jason Bateman (Ozark)
* Sterling K. Brown (This is Us)
* Josh O’Connor (The Crown)
* Bob Odenkirk (Better Call Saul)
* Rege-Jean Page (Bridgerton)

MELHOR ATRIZ – SÉRIE DRAMÁTICA
* Gillian Anderson (The Crown)
* Olivia Colman (The Crown)
* Emma Corrin (The Crown)
* Julia Garner (Ozark)
* Laura Linney (Ozark)

MELHOR ATOR – MINISSÉRIE OU FILME PARA TV
* Bill Camp (The Queen’s Gambit)
* Daveed Diggs (Hamilton)
* Hugh Grant (The Undoing)
* Ethan Hawke (The Good Lord Bird)
* Mark Ruffalo (I Know This Much Is True)

MELHOR ATRIZ – MINISSÉRIE OU FILME PARA TV
* Cate Blanchett (Mrs. America)
* Michaela Coel (I May Destroy You)
* Nicole Kidman (The Undoing)
* Anya Taylor-Joy (The Queen’s Gambit)
* Kerry Washington (Little Fires Everywhere)

MELHOR ELENCO – SÉRIE DE COMÉDIA
* Dead to Me
* The Flight Attendant
* The Great
* Schitt’s Creek
* Ted Lasso

MELHOR ATOR – SÉRIE DE COMÉDIA
* Nicholas Hoult (The Great)
* Dan Levy (Schitt’s Creek)
* Eugene Levy (Schitt’s Creek)
* Jason Sudeikis (Ted Lasso)
* Ramy Youssef (Ramy)

MELHOR ATRIZ – SÉRIE DE COMÉDIA
* Christina Applegate (Dead to Me) 
* Linda Cardellini (Dead to Me) 
* Kaley Cuoco (The Flight Attendant) 
* Annie Murphy (Schitt’s Creek) 
* Catherine O’Hara (Schitt’s Creek) 

MELHOR ELENCO DE DUBLÊS EM SÉRIE DRAMÁTICA OU DE COMÉDIA
– The Boys
– Cobra Kai
– Lovecraft Country
* The Mandalorian
– Westworld

‘NOMADLAND’ VENCE o PRÊMIO do SINDICATO de PRODUTORES (PGA) e se aproxima do OSCAR

ROAD MOVIE DE CHLOÉ ZHAO DÁ IMPORTANTE PASSO PARA O OSCAR DE MELHOR FILME

A cerimônia virtual do Producers Guild of America (PGA) aconteceu nesta quarta (24), com todos os discursos pré-gravados. A vitória de Nomadland reforça ainda mais seu favoritismo na temporada, batendo concorrentes fortes e diretos no Oscar como Bela Vingança, Minari e Os 7 de Chicago.

É importante destacar que a vitória do PGA não garante o Oscar, principalmente se lembrarmos da temporada passada em que 1917 ganhou o prêmio do sindicato, mas perdeu para Parasita na cerimônia da Academia. O filme de guerra de Sam Mendes conquistou o PGA e o DGA, enquanto o drama coreano de Bong Joon Ho conquistou o SAG. Curiosamente, Nomadland não está sequer indicado ao SAG de Elenco, apenas Frances McDormand como Melhor Atriz, o que deve dar um novo impulso para os filmes indicados por lá: Destacamento Blood, A Voz Suprema do Blues, Minari, Os 7 de Chicago e Uma Noite em Miami.

Se compararmos as estatísticas nesses 31 anos de PGA, continuam bem positivas: foram 21 acertos em relação ao Oscar, sendo o último Green Book. Veja tabela abaixo dos últimos 10 anos:

ANOPGA FILMEOSCAR FILME
2021Nomadland???
20201917Parasita
2019Green BookGreen Book
2018A Forma da ÁguaA Forma da Água
2017La La LandMoonlight
2016A Grande ApostaSpotlight
2015BirdmanBirdman
201412 Anos de Escravidão12 Anos de Escravidão
2013ArgoArgo
2012O ArtistaO Artista
2011O Discurso do ReiO Discurso do Rei

Na categoria de Animação, também deu a aposta mais óbvia de Soul. Como existe uma opinião generalizada de que não se trata de um dos melhores trabalhos da Pixar, ainda há chances para Wolfwalkers no Oscar, mas com este prêmio, são bem menores. Não sei quanto a vocês, mas pela categoria costumar ser diversificada, torcemos por produções menores e igualmente bem feitas como no ano passado o Klaus ou Perdi Meu Corpo, por isso ficamos um pouco decepcionados quando o Oscar vai sempre pra Disney ou Pixar. E todo ano indicam uma produção em língua estrangeira, mas a última e única vez que uma delas foi premiada foi em 2002 com A Viagem de Chihiro.

Já entre os Documentários, surpreendentemente Professor Polvo levou a melhor. A surpresa é que 2020 foi um ano bastante competitivo no gênero, com fortes títulos como Time, As Mortes de Dick Johnson e The Truffle Hunters, e acaba ganhando um documentário bem simples com uma vertente mais “fofinha” de um homem que faz amizade com um polvo, ou melhor, “polva”. Diríamos que a campanha milionária da Netflix tem sido bem eficiente, pois o filme também está entre os indicados ao Oscar de Melhor Documentário. Com essa vitória, não duvidamos de um novo triunfo no Oscar. Se isso acontecer, pode ser alvo de críticas por haver filmes melhores e com temáticas mais sérias e urgentes como o racismo e a política.

A matéria da Variety destacou que houve dois erros crassos de digitação na cerimônia virtual. No primeiro, erraram o nome do ator Steven Yeun ao introduzi-lo como “Steven Yuen”. Já no segundo, na seção do In Memoriam, o nome do ator indiano Irrfan Khan foi escrito como “Irrif Kahn”. Aí o corpo do Irrfan se revirou no túmulo.

CONFIRA OS VENCEDORES DO 32º PGA AWARDS:

PRÊMIO DARRYL F. ZANUCK DE MELHOR PRODUÇÃO DE CINEMA

  • NOMADLAND (Nomadland) (Searchlight Pictures)
    Produtores: Mollye Asher, Dan Janvey, Frances McDormand, Peter Spears, Chloé Zhao

MELHOR PRODUÇÃO DE LONGA DE ANIMAÇÃO

  • SOUL (Soul) (Pixar)
    Produtora: Dana Murray

MELHOR PRODUÇÃO DE DOCUMENTÁRIO

  • PROFESSOR POLVO (My Octopus Teacher) (Netflix)
    Produtor: Craig Foster

MELHOR PRODUÇÃO DE SÉRIE EPISÓDICA

  • THE CROWN (Netflix)
    Produtores: Peter Morgan, Suzanne Mackie, Stephen Daldry, Andy Harries, Benjamin Caron, Matthew Byam Shaw, Robert Fox, Michael Casey, Andy Stebbing, Martin Harrison, Oona O’Beirn

MELHOR PRODUÇÃO DE SÉRIE DE COMÉDIA

  • SCHITT’S CREEK (Pop TV)
    Produtores: Eugene Levy, Daniel Levy, Andrew Barnsley, Fred Levy, David West Read, Ben Feigin, Michael Short, Kurt Smeaton, Kosta Orfanidis

MELHOR PRODUÇÃO DE MINISSÉRIE

  • O GAMBITO DA RAINHA (The Queen’s Gambit) (Netflix)
    Produtores: William Horberg, Allan Scott, Scott Frank, Marcus Loges, Mick Aniceto

MELHOR PRODUÇÃO DE FILME FEITO PARA TV

  • HAMILTON (Hamilton) (Disney Plus)
    Produtores: Thomas Kail, Lin-Manuel Miranda, Jeffrey Seller

‘BORAT’ e ‘BELA VINGANÇA’ VENCEM o PRÊMIO do SINDICATO de ROTEIRISTAS

SEQUÊNCIA DE COMÉDIA SUPERA UMA NOITE EM MIAMI E A VOZ SUPREMA DO BLUES

A 73ª edição do Writers Guild of America aconteceu neste último domingo (21) numa cerimônia virtual e mais curta apresentada por Kal Penn. Embora tenha sua importância no extenso calendário de premiações, este prêmio apresenta inúmeras ressalvas quando se trata de previsão do Oscar.

Décadas atrás, o WGA apontava com bastante precisão quais roteiros iriam vencer o Oscar nas categorias de Roteiro Original e Roteiro Adaptado selecionando os mesmos filmes, mas nos últimos anos, devido ao seu regulamento altamente restritivo, o prêmio tem se tornado cada vez mais ultrapassado. Uma de suas regras é proibir a participação de filmes em língua estrangeira, o que inviabiliza a ascensão de filmes globais como o oscarizado Parasita, e este ano, Minari.

Mas talvez a regra que mais prejudica a projeção do WGA seja a obrigatoriedade dos roteiristas serem filiados ao sindicato. Outros prêmios de sindicato indicam e premiam mesmo aqueles que não são filiados, mas o de Roteiristas tenta ser bem mais protetivo, mas acaba causando o efeito contrário. Este ano, Chloé Zhao, que adaptou o livro para o road movie Nomadland, não pôde concorrer por não ser um membro do sindicato, mas mesmo com a vitória de Borat no WGA, ainda tem as melhores chances de conquistar o Oscar. Aí perguntamos: “Será que essa regra tem mais aumentado ou diminuído o número de filiados nos últimos anos?”

Apesar de ter sido indicado ao Oscar de Roteiro Adaptado, a vitória de Borat: Fita de Cinema Seguinte foi surpreendente, já que havia concorrentes de peso como A Voz Suprema do Blues, Relatos do Mundo, O Tigre Branco e principalmente Uma Noite em Miami, que parecia o favorito. No Oscar, a história tende a ser diferente, pois o roteiro da comédia de Sacha Baron Cohen enfrenta o roteiro de Meu Pai e do já citado Nomadland. Em seu discurso, Cohen agradeceu sua equipe composto por mais oito escritores e ao político e aliado de Trump: “Rudolph Giuliani, who did everything we hoped for”. (Rudolph Giuliani, que fez tudo o que esperávamos).

Vencedora na categoria de Roteiro Original, Emerald Fennell fez o típico discurso que é tão benéfico para o WGA que parece encomendado: “It’s such a big deal to me that I’m a member of this organization.” (É de extrema importância pra mim que eu seja membro desta organização). Mas claro, ela está fazendo o jogo estratégico para encaminhar a estatueta do Oscar de Roteiro Original por Bela Vingança, porque suas chances na Direção são irrisórias diante do extremo favoritismo de Chloé Zhao. E com isso, o segundo Oscar para Aaron Sorkin (Os 7 de Chicago) tem se tornado cada vez mais distante de acontecer, felizmente, porque em pouco tempo será um filme esquecido.

Mais uma vez, nenhum dos indicados na categoria de Roteiro de Documentário vingou no Oscar, tornando irrelevante o vencedor da categoria.

CONFIRA LISTA DOS VENCEDORES DO WGA:

ROTEIRO ORIGINAL
Emerald Fennell (Bela Vingança)

ROTEIRO ADAPTADO
Sacha Baron Cohen, Anthony Hines, Dan Swimer, Peter Baynham, Erica Rivinoja, Dan Mazer, Jena Friedman, Lee Kern, Nina Pedrad (Borat: Fita de Cinema Seguinte)

ROTEIRO DE DOCUMENTÁRIO
Mark Monroe e Bryan Fogel (The Dissident)

Veja tabela comparativa do WGA em relação ao Oscar nos últimos 10 anos (vencedores que coincidiram em negrito)

ANOWGA ORIGINALOSCAR ORIGINALWGA ADAPTADOOSCAR ADAPTADO
2020ParasitaParasitaJojo RabbitJojo Rabbit
2019Oitava SérieGreen BookPoderia Me Perdoar?Infiltrado na Klan
2018Corra!Corra!Me Chame Pelo seu NomeMe Chame Pelo seu Nome
2017MoonlightManchester à Beira-MarA ChegadaMoonlight
2016SpotlightSpotlightA Grande ApostaA Grande Aposta
2015O Grande Hotel BudapesteBirdmanO Jogo da ImitaçãoO Jogo da Imitação
2014ElaElaCapitão Phillips12 Anos de Escravidão
2013A Hora Mais EscuraDjango LivreArgoArgo
2012Meia-Noite em ParisMeia-Noite em ParisOs DescendentesOs Descendentes
2011A OrigemO Discurso do ReiA Rede SocialA Rede Social

A 93ª cerimônia do Oscar será no dia 25 de Abril, com transmissão da TNT.

PODCAST CINEMA OSCAR e AFINS – EPISÓDIO 4: INDICADOS ao OSCAR 2021

Neste dia 20/03, lançamos mais um episódio do nosso podcast, agora em nova hospedagem da Anchor, e disponível no Spotify. Na companhia de Hugo Cancela, discutimos sobre as indicações da Academia, dando destaque para algumas surpresas como LaKeith Stanfield, Thomas Vinterberg e Steven Yeun.

Confira o episódio 4 pelos links abaixo.

Pelo SPOTIFY:

E pelo nosso novo serviço de hospedagem ANCHOR:

A 93ª cerimônia do Oscar está agendada para o dia 25 de Abril, e será transmitida pelo canal pago TNT.

%d blogueiros gostam disto: