GLENN CLOSE ENTRE INDICADOS do FRAMBOESA DE OURO 2021

ATRIZ VETERANA PODE CONSEGUIR UMA RARA COMBINAÇÃO DE FRAMBOESA E OSCAR PELA MESMA PERFORMANCE

A primeira coisa que deve ter vindo à mente de Glenn Close ao ler esta notícia foi: “Mais um ano sem Oscar”. A atriz vinha num bom momento com indicações ao Globo de Ouro, Critics’ Choice e SAG, mesmo num filme de qualidade questionável como Era uma Vez um Sonho. Apesar de não carregar o favoritismo de Maria Bakalova, Yuh-Jung Youn ou mesmo de Jodie Foster, que ganhou o Globo de Ouro, Glenn Close ainda tinha chances reais de vitória no Oscar pela instabilidade da categoria de Atriz Coadjuvante. E sua derrota dolorida em 2019 no Oscar certamente lhe renderia votos de consolação por muitos membros da Academia.

Não estamos dizendo que o Oscar de Glenn Close já era, até mesmo porque ela tem muita credibilidade ainda (foi sua primeira indicação ao Framboesa) e ainda há tempo para se recuperar até o final de Abril quando acontece a cerimônia do Oscar. Vale lembrar aqui que houve dois raríssimos casos que podem se tornar iguais ao dela: Amy Irving e James Coco. Ela foi indicada para o Oscar e Framboesa pela atuação em Yentl, enquanto ele foi lembrado por ambos os prêmios por O Doce Sabor de um Sorriso. Nenhum dos dois ganhou nenhum dos prêmios.

Ainda no campo dos atores, tem sido cada vez mais recorrente a presença de atores indicados ou vencedores do Oscar na lista do Framboesa. Só para lembrar dois casos icônicos: Halle Berry por Mulher-Gato e Sandra Bullock por Maluca Paixão. Este ano, temos Robert Downey Jr., que acreditava que conseguiria firmar uma nova franquia com Dolittle; Anne Hathaway, que tem tido um dedo podre para escolher projetos depois do Oscar, por A Última Coisa que Ele Queria e Convenção das Bruxas; Kate Hudson, que concorreu ao Globo de Ouro de Atriz de Comédia pela mesma performance, por Music; e Kristen Wiig, que foi indicada ao Oscar como roteirista de Missão Madrinha de Casamento, por Mulher-Maravilha 1984; além da já citada Glenn Close, sete vezes indicada ao Oscar sem vitória.

Muitos acusam o Framboesa de serem cruéis com alguns atores, mas a verdade que muitos não querem ouvir é que o prêmio é uma forma de apoio. Tudo bem, um tapa na cara primeiro (pra acordar) e depois um apoio moral. Quando atores conhecidos e até Oscarizados são lembrados é porque a equipe da seleção deseja uma escolha melhor de projetos para o ator ou a atriz. Um ator que gostamos é o Nicolas Cage, que já ganhou o Oscar de Melhor Ator nos anos 90, mas convenhamos que ele fez péssimas escolhas nas décadas seguintes, mas de vez em quando ainda acerta. Outro exemplo que vem bem a calhar é Eddie Murphy, que após ser eleito o pior ator da década em 2010 pelo Framboesa, repensou a carreira e passou a escolher melhores projetos como Meu Nome é Dolemite.

SOBRE A 41ª EDIÇÃO DO FRAMBOESA

Toda vez que a lista de indicados ao Framboesa de Ouro é anunciada, a primeira sensação costuma ser de alívio por não ter visto quase nenhum dos filmes reconhecidos. Claro que seria ótimo ver todos esses filmes para criticar com propriedade, mas nessas horas que reforçamos o quão precioso é o nosso tempo. Muitos que estão lendo agora devem ter visto pelo menos um dos indicados a Pior Filme do Ano: 365 Dias, Absolute Proof, Dolittle, A Ilha da Fantasia ou Music. Aí lhe perguntamos: São tão ruins assim?

Chamamos a atenção para as duas indicações a Borat: Fita de Cinema Seguinte, que recentemente foi indicado a Melhor Filme no Sindicato de Produtores (PGA) e ganhou o Critics’ Choice de Atriz Coadjuvante. Achamos justa a indicação de Rudy Giuliani como Pior Ator Coadjuvante, porque aquele ser é realmente detestável, mas contestamos a indicação de Pior Dupla para ele e Maria Bakalova. Claro que a cena no quarto de hotel foi horrenda, mas no aspecto chocante do flagra, e por isso mesmo, Bakalova não merecia essa mancha no currículo. Entendemos a intenção do Framboesa, mas de alguma forma, acaba prejudicando a carreira da novata. Achamos bem difícil ele ganhar o Oscar, porque a Academia costuma fugir desse tipo de filme polêmico e de comédia, mas poderiam tê-la poupado.

E o que dizer desse 365 Dias? Parece que assumiu o posto de softporn deixado pela trilogia Cinquenta Tons de Cinza. No mês de seu lançamento na plataforma da Netflix, o filme polonês foi o mais visto pelo público brasileiro (que adora uma putaria rs), mas mal sabiam os atores que essa fama instantânea renderia indicações ao Framboesa. E vale lembrar que é o primeiro filme em língua estrangeira a ser indicado a Pior Filme, tornando-se um marco na história do prêmio. Já para a Netflix, cujo lema é “Falem mal, mas falem de mim”, deve ter comemorado mais uma propaganda para sua plataforma, que agora quer caçar usuários que estão compartilhando senhas. Quem não faz isso??

E quem disse que não há representatividade feminina no Framboesa? Enquanto Chloé Zhao, Emerald Fennell e Regina King estão bem reconhecidas na temporada, Barbara Bialowas (365 Dias) e Sia (Music) estão na lista de piores diretores, comprovando que a ascensão feminina cresce em todos os âmbitos. Ah! E nosso querido Ron Howard, que venceu o Oscar de David Lynch e Robert Altman em 2002 por Uma Mente Brilhante, recebe sua segunda indicação por Era uma Vez um Sonho após O Código Da Vinci em 2007.

VOTOS PESSOAIS

Das produções lançadas no ano 2020, incluiríamos: O Grito, Os Novos Mutantes, a animação A Caminho da Lua (que pode ser indicada ao Oscar) e o documentário O Dilema das Redes, que tem um ótimo tema mas extremamente pobre, apelativo e com péssimas dramatizações.

confira todos os indicados ao 41º Framboesa de Ouro:

PIOR FILME

365 Dias
Absolute Proof
Dolittle
A Ilha da Fantasia (Fantasy Island)
Music

PIOR ATOR

Robert Downey Jr. / Dolittle
Mike Lindell / Absolute Proof
Michele Morrone / 365 Dias
Adam Sandler / O Halloween do Hubie
David Spade / A Missy Errada

PIOR ATRIZ

Anne Hathaway / A Última Coisa que Ele Queria & Convenção das Bruxas
Katie Holmes / Brahms: O Boneco do Mal II & O Segredo: Ouse Sonhar
Kate Hudson / Music
Lauren Lapkus / A Missy Errada
Anna-Maria Sieklucka / 365 Dias

PIOR ATRIZ COADJUVANTE

Glenn Close / Era uma Vez um Sonho
Lucy Hale / A Ilha da Fantasia
Maggie Q / A Ilha da Fantasia
Kristen Wiig / Mulher-Maravilha 1984
Maddie Ziegler / Music

PIOR ATOR COADJUVANTE

Chevy Chase / The Very Excellent Mr. Dundee
Rudy Giuliani / Borat: Fita de Cinema Seguinte
Shia LaBeouf / The Tax Collector
Arnold Schwarzeneggar / Iron Mask
Bruce Willis / Breach, Hard Kill & Sobreviver à Noite

PIOR DUPLA NA TELA

Maria Bakalova & Rudy Giuliani / Borat: Fita de Cinema Seguinte
Robert Downey Jr. & seu sotaque galês nada convincente / Dolittle
Harrison Ford & aquele cachorro CGI totalmente falso / O Chamado da Floresta
Lauren Lapkus & David Spade / The Missy Errada
Adam Sandler & sua voz irritante / O Halloween do Hubie

PIOR DIRETOR

Charles Band / Todos os 3 filmes de Barbie & Kendra
Barbara Bialowas & Tomasz Mandes / 365 Dias
Stephen Gaghan / Dolittle
Ron Howard / Era uma Vez um Sonho
Sia / Music

PIOR ROTEIRO

365 Dias
Todos os 3 filmes de Barbie & Kendra
Dolittle
A Ilha da Fantasia
Era uma Vez um Sonho

PIOR REMAKE, CÓPIA OU SEQUÊNCIA

365 Dias
Dolittle
A Ilha da Fantasia
O Halloween do Hubie
Mulher-Maravilha 1984

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A cerimônia do Framboesa de Ouro acontecerá no dia 24 de Abril, um dia antes do Oscar.

RETROSPECTIVA 2020: CINEMA vs. PANDEMIA

PANDEMIA NOS MOSTROU COMO O CINEMA E AS ARTES SÃO FUNDAMENTAIS PARA A HUMANIDADE

Olá a todos! Chegou aquele momento que consigo escrever o post mais pessoal do ano, no qual consigo expor melhor algumas idéias e opiniões. Antigamente, eu costumava fazer isso com mais frequência, mas com o passar dos anos, vi que as opiniões próprias estavam sendo apedrejadas de forma brutal na internet. Cada vez mais havia menos espaço e paciência para ler ou ouvir o que o outro tem a dizer, e muitos adotaram a política da tolerância zero, e isso justifica a polarização política que vivemos.

Este ano, a pandemia mudou bastante as nossas vidas, e vimos o quão frágil somos diante de uma ameaça biológica. Apesar de entender que uma quarentena bem-sucedida 100% seja impossível, ainda mais em cidades grandes, fiquei estupefato ao ver o quanto algumas pessoas estão pouco se lixando para a saúde coletiva. Desde discussões por não querer usar uma máscara até festas clandestinas que certamente contribuíram enormemente para o aumento de casos e mortes.

Voltando mais ao nosso tema de Cinema, gostaria de aproveitar e fazer um desabafo. Muitos indivíduos, como eu, que optaram por estudar e trabalhar no ramo artístico muitas vezes são humilhadas e tachadas de vagabundas aqui no Brasil. Para muitas pessoas, profissão boa mesmo é advogado, engenheiro, arquiteto, médico… Quantas vezes não fomos marginalizados por várias dessas pessoas, parentes e até família por nossas escolhas! A pandemia pode ter sido horrível em inúmeros aspectos, mas ela fez com que muitos percebessem a importância do Cinema e das artes em geral.

Em plena quarentena, trabalhando de home office, milhões ficaram aprisionados em casa, e nesse cenário, os filmes e séries que podemos acompanhar nos trazem diversão, entretenimento, assunto novo e uma distração perante um cenário caótico. Por isso, não menospreze e valorize aqueles que decidiram se dedicar às artes. São eles que continuam trabalhando para prover conteúdo novo todos os dias para que desfrutemos no conforto de nossos lares.

Eu mesmo poderia ter desistido de manter o blog, a página do Facebook e o perfil do Instagram, mas foi justamente esse trabalho que me permitiu manter minha sanidade em tempos de quarentena. A partir de Maio, comecei a recomendar dois filmes por semana no intuito de trazer um pouco de alegria, diversão e distração em tempos difíceis. Como não li nenhuma reclamação até o momento, espero conseguir manter esse quadro pelo menos até a vacinação alcançar a maioria da população.

OSCAR 2020: HISTÓRICO!

Como já rolou em muitos memes, o ano de 2020 começou muito bem com a vitória de Parasita, mas depois descambou com a pandemia e o fechamento das salas de cinema… talvez melhorando apenas nos últimos meses do ano com a vitória de Joe Biden na Casa Branca e o início da vacinação. Particularmente, fiquei bastante feliz com os 4 Oscars conquistados pelo filme sul-coreano, ainda mais num ano bastante competitivo com grandes concorrentes como Dor e Glória, O Irlandês, História de um Casamento e Era uma Vez em… Hollywood, e sem contar que tudo levava a crer que 1917 seria o grande vencedor após levar o DGA, PGA e o BAFTA. O discurso do diretor Bong Joon Ho após levar o Oscar de Direção foi o melhor momento da noite, principalmente por ele saudar a importância que Martin Scorsese para novos cineastas.

Talvez impulsionado pela derrota de Roma perante Green Book no ano anterior, a Academia sentiu necessidade de votar mais consciente, e claramente o filme de Bong Joon Ho era disparado o melhor filme do ano após vencer a Palma de Ouro em Cannes. Parasita quebrou inúmeros tabus, dentre eles o fato de nenhum filme em língua estrangeira ter conquistado o Oscar de Melhor Filme em 92 anos de Oscar, e obviamente nenhum filme levar a dobradinha Melhor Filme e Filme Internacional. A vitória de Parasita no Oscar também representa um protesto contra o governo xenófobo de Trump (que chegou a zombar da vitória no palanque), e principalmente que é possível fazer filmes em nossos próprios países e sermos reconhecidos pela Academia nas categorias principais, e não somente como Filme Estrangeiro.

Em relação aos demais resultados, preferi Klaus a Toy Story 4 como Melhor Longa de Animação, Parasita a Ford vs. Ferrari como Melhor Montagem, e Honeyland a Indústria Americana como Melhor Documentário. Apesar de não haver bem melhores opções, todas as quatro categorias de atuação me decepcionaram pela previsibilidade, já que todos ganharam Globo de Ouro, SAG e BAFTA, o que nos faz repensar novas formas para que a Academia não fique tão refém dos prêmios anteriores. Apesar de gostar de Brad Pitt no filme de Tarantino, teria votado para Joe Pesci por O Irlandês pra ganhar seu segundo Oscar de Coadjuvante.

PANDEMIA: CINEMAS FECHADOS

Em Março, os cinemas de todo o mundo começaram a fechar suas portas. Na época, pouco se sabia sobre o vírus, e ninguém usava máscara ainda. Inicialmente, não senti muita falta de cinema porque Março e Abril são meses que não frequento muito as salas pelo tipo de filme que costuma estrear: aqueles blockbusters que interessam para grupos mais jovens como Dois Irmãos, Bloodshot, Um Lugar Silencioso II e Mulan, mas com o passar dos meses, passei a ficar preocupado com os lançamentos mais interessantes do 2º semestre de 2020. Enquanto isso, foi curioso ver o ressurgimento do filme Contágio (2011), de Steven Soderbergh, nas plataformas de streaming sendo altamente visto, revisto e comentado dadas as semelhanças da trama com o real vírus da Covid que se espalha a partir da China e dá origem a uma onda de contágio mundial e o desespero da ciência em buscar uma vacina.

Com as salas de cinemas fechadas, os serviços de streaming foram bastante valorizados. Embora a Netflix lançasse suas produções novas como Resgate, Destacamento Blood, The Old Guard, e mais recentemente os candidatos ao Oscar Os 7 de Chicago, Mank e A Voz Suprema do Blues, foi definitivamente um ano pra assistir aqueles filmes que você tinha botado na watchlist há anos, mas nunca achava tempo para conferir.

Em Novembro, foi a vez da Disney Plus chegar ao Brasil e oferecer títulos de seu gigantesco acervo, já que nos últimos anos engoliu (comprou o estúdios) a Pixar, a Marvel Studios, Lucasfilms e Fox. Embora a maioria das pessoas já tenha visto boa parte desse catálogo, que estava presente nos concorrentes poucos meses antes, um dos grandes atrativos de assinar esse serviço foi a dublagem clássica de inúmeras animações e filmes infantis para entreter tanto o público infantil quanto o adulto.

Vale destacar também o retorno dos cinemas de Drive In, que marcaram a época romântica dos nossos pais e avós. A partir de Junho, as telas grandes passaram a marcar presença em estacionamentos de shoppings e em locais de eventos como o Memorial da América Latina em São Paulo. A programação inicial era composta por clássicos como Apocalypse Now, 2001: Uma Odisséia no Espaço e O Iluminado, mas aproveitavam para incluir filmes de grande sucesso nas bilheterias como Mad Max: Estrada da Fúria, Matrix, Kill Bill, além de filmes brasileiros como Turma da Mônica: Laços. Claro que acaba sendo uma barreira para quem não tem carro, mas demonstra o quanto as pessoas já sentiam falta das telas grandes.

FESTIVAL de CANNES CANCELADO

Por ter acontecido no início do ano, o Festival de Berlim e o Oscar não sofreram alterações bruscas por causa da pandemia, mas o evento francês não teve a mesma sorte. O presidente Thierry Fremaux até tentou fazer o festival acontecer e segurou até o último minuto, mas tudo o que conseguiu foi manter o mercado de venda de filmes através de reuniões online com compradores de distribuidoras.

No início de Junho, com o evento já cancelado de forma presencial, eles divulgaram uma lista de 56 filmes que fariam parte da seleção oficial, mas sem estipular quais disputariam a Palma de Ouro ou o Un Certain Regard, por exemplo. O intuito era conceder o selo oficial de Cannes para que esses filmes pudessem ser melhor promovidos em campanhas de marketing e que pudessem automaticamente fazer parte da seleção dos festivais de Telluride e Toronto.

O Brasil foi representado pelo filme Casa de Antiguidades, de João Paulo Miranda Maria, e por isso se tornou um forte candidato a ser o representante do Brasil no Oscar 2021, mas em Novembro, o comitê da Academia Brasileira de Cinema optou pelo filme Babenco – Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer: Parou, da estreante Bárbara Paz. Apesar de ser um documentário em preto-e-branco sobre o cineasta Hector Babenco, o objetivo dessa escolha parece ter sido a classificação automática para disputar o Oscar de Melhor Documentário. Vamos aguardar pra ver se essa previsão se realiza e termos o segundo documentário brasileiro consecutivo disputando o Oscar após Democracia em Vertigem.

…E O VENTO LEVOU BANIDO do STREAMING

Em junho, o serviço de streaming da HBO Max foi pressionado pela onda de protestos contra o racismo e por um artigo escrito pelo roteirista John Ridley (que venceu o Oscar por 12 Anos de Escravidão) no jornal Los Angeles Times a retirar do catálogo o clássico de 1939 …E o Vento Levou, de Victor Fleming. Segundo Ridley, o filme “perpetua alguns dos estereótipos mais dolorosos das pessoas de cor”. Entendemos os protestos por causa da morte de George Floyd, mas faltou alguém explicar para o roteirista revoltado que o filme foi feito nos anos 30, adaptado de um livro sobre o período da Guerra da Secessão, e que bani-lo agora não ajuda em absolutamente nada, como também piora a polarização política no país e no mundo. Infelizmente, a História não se apaga com uma borracha, então ela deve servir para nos lembrar sempre das atrocidades do passado para que não voltem a se repetir. Manter essas obras nos proporciona diálogos e debates de conscientização, além de estimular novas obras sob a perspectiva da cultura negra.

Certamente foi um episódio muito triste de 2020 que demonstrou a fragilidade de um estúdio perante a opinião pública. É preciso debater, conversar sobre o assunto, e não simplesmente banir ou censurar. Como as demais artes, o Cinema existe para proporcionar reflexão e empatia.

LANÇAMENTO SIMULTÂNEO da WARNER no HBO MAX

Aproveitando a pisada de bola da HBO Max no episódio de …E o Vento Levou, a Warner Bros cometeu outra atrocidade na base do impulso. Com a Netflix lançando inúmeros produções próprias e a Disney Plus estreando lançamentos blockbusters como Mulan direto no streaming por causa das salas de cinema fechadas, a Warner se sentiu pressionada a tomar uma decisão, e esta foi: lançar simultaneamente os grandes lançamentos de 2021 na plataforma HBO Max. Com a pandemia ainda longe de acabar nos EUA, o estúdio não quis manter Godzilla vs. Kong, Matrix 4, O Esquadrão Suicida, Duna e Tom & Jerry por mais tempo na geladeira e decidiu oferecer essa opção doméstica para seus assinantes.

O problema foi que não consultaram os diretores desses filmes antes de baterem o martelo, e assim Denis Villeneuve, que já teve seu Duna prorrogado para 2021, ficou pistola com os executivos do estúdio por não querer seu filme de proporções épicas lançado na telinha. Claro que, à princípio, essa postura parece resultado de um preciosismo estético do diretor apenas, mas trata-se de grana! Sim, nos contratos assinados, existe uma porcentagem maior caso os filmes atinjam uma meta de espectadores nos cinemas, e isso seria perdido caso o streaming competisse com as salas. A única exceção ao caso por enquanto foi a sequência Mulher-Maravilha 1984, que foi lançado recentemente nos cinemas. Com expectativas de ultrapassar a barreira de 1 bilhão de dólares na bilheteria mundial, o estúdio se sentiu na obrigação de manter o lançamento exclusivo nas telas grandes.

Não querendo abrir uma discussão interminável aqui, mas não considero a decisão da Warner de toda ruim. Há vários anos, o cinema tem perdido uma batalha contra a ascensão da TV com suas séries milionárias e mais recentemente, contra o crescimento dos serviços de streaming. O ingresso do cinema é caro para a maioria da população mundial, o que dificulta o crescimento da bilheteria (com exceção dos filmes da Disney-Marvel-Pixar-Star Wars-Fox), e com o passar dos anos, cinema tem se tornado cada vez mais um programa de luxo. Em São Paulo mesmo, se você leva sua namorada ou namorado para ver um filme numa sala de shopping, você paga uns 60 reais por 2 ingressos (podendo chegar a 150 se for filme 3D), paga entre 20 a 40 reais de estacionamento e mais uns 40 reais de refrigerante e pipoca.

As salas de cinema não vão deixar de existir, como muitos profetizaram, mas deverão passar por algumas modificações para manter seu público fiel, começando pela redução do valor de ingresso. E não se trata apenas de preços, tem muita gente que trabalha bastante ou cuida de filhos e não tem tempo hábil para se programar para ir ao cinema. O streaming veio para ajudar essa fatia do público que consome cinema. O único porém que vemos no momento é a nossa situação de refém dos serviços de streaming. Por exemplo, se quisermos assistir Mulan, temos que assinar o Disney Plus. Se quisermos ver o lançamento A Voz Suprema do Blues, temos que ter Netflix. Para ver o novo filme do Borat, temos que assinar Prime Video e etc. Se formos assinar tudo, gastaríamos mais do que indo ao cinema, portanto sugiro que você tenha amigos que possa fazer um compartilhamento de senhas: o Pedro assina Netflix, a Mônica assina Prime, a Viviane assina Disney Plus, entende?

CRÍTICAS

META 2020

Não estipulei nenhuma meta específica, mas eu queria ultrapassar a marca de 268 filmes assistidos em 2019 pelo menos. Com a quarentena, acabou ficando mais fácil bater essa meta, mas confesso que na reta final do ano, tive mais dificuldades de manter a frequência semanal de filmes. Até o momento, 280 filmes, ou seja, meta batida.

Dentre alguns títulos que finalmente consegui assistir estão alguns clássicos como A Batalha da Argel (1966), O Medo Consome a Alma (1974) e Paixões que Alucinam (1963) que me fizeram lembrar porque o Cinema me encantou.

PIORES DO ANO

TOP 5 PIORES LANÇAMENTOS DO ANO

5. ROSA E MOMO (La Vita Davanti a Sé/ The Life Ahead). Dir: Edoardo Ponti
Claro que é sempre bom contarmos com o retorno de uma grande estrela do passado como Sophia Loren. Além de ela ter se tornado a primeira atriz a vencer o Oscar por uma atuação em língua estrangeira por Duas Mulheres em 1962, já trabalhou com grandes mestres do ofício como Ettore Scola, Vittorio De Sica, Charles Chaplin e Anthony Mann. Porém aqui temos uma refilmagem de Madame Rosa (197), repleta de clichês de vítimas de Holocausto, que poderia ter se aprofundado na questão da imigração ilegal na Europa para revitalizar a história antiga, mas que prefere oferecer cenas fúteis na tentativa de promover Loren para uma nova indicação ao Oscar. O diretor Edoardo Ponti, que é filho da atriz, até consegue extrair bons momentos no início, mas depois é ladeira abaixo. Nem a boa química entre Loren e o jovem Ibrahima Gueye salva o filme.

4. O DILEMA DAS REDES (The Social Dilemma). Dir: Jeff Orlowski
O fato de ser um documentário feito pela Netflix para ser exibido somente nas plataformas digitais não implica que o filme tenha permissão ou liberdade para ser um documentário ralo e descartável. A impressão que tive é que os realizadores estavam mais do que satisfeitos com a escolha do tema (o alarmante impacto das redes sociais no controle da humanidade), e por isso mesmo, não fizeram questão de desenvolvê-lo mais a fundo. Além de entrevistarem apenas pessoas que tinham uma versão da história, não apresentou possíveis e palatáveis soluções para o problema. Filmar umas duas sessões parlamentares onde o tema é discutido superficialmente não ajuda em nada, assim como aquelas dramatizações chulas da família que proíbe o uso de celular à mesa.

3. OS NOVOS MUTANTES (The New Mutants). Dir: Josh Boone
Trata-se de um projeto natimorto. Bem antes de seu lançamento, houve tantos problemas que já fizeram com que prevíssemos uma tragédia anunciada. Primeiro, não entendi a contratação de Josh Boone como diretor. Só porque ele dirigiu A Culpa é da Estrelas que tem personagens com problemas de saúde? Se confiavam tanto no talento dele, por que refilmar as cenas após o término das filmagens? Além disso, a Fox já estava em negociações para ser vendida para a Disney, que tinha zero de interesse em tocar esse projeto, já que certamente fará sua própria versão de filmes de mutantes do universo dos X-Men. Como se não bastasse, o filme apanhou da pandemia no calendário, pois foi adiado. A Disney só lançou mesmo porque teve pena, porque sabia que era quase impossível recuperar o investimento.

2. HOLLY SLEPT OVER. Dir: Joshua Friedlander
Lembra quando havia o Cine Privé na Band? Soft porns que apresentavam uma trama escrita por um adolescente com ebulição de hormônios com cenas que existiam somente para justificar desejo e sexo? Aqui temos um casal com problemas matrimoniais que recebe a visita de uma amiga, personificada pela bela Nathalie Emmanuel. Claro que botam ela para ser a amiga do ménage a trois. Consegue ser pior do que os vídeos do Porn Hub… ouvi dizer rs.

1. O GRITO (The Grudge). Dir: Nicolas Pesce
Todo mundo já sabe que estamos vivendo ainda em tempos de remakes, reboots e sequências, porém essa falta de criatividade costuma vir acompanhada de pelo menos uma razão, nem que seja o dinheiro das bilheterias. No caso de O Grito, nem isso é possível contabilizar. Na falta de uma trama minimamente convincente e sem lógica, inserem inúmeros jump scares gratuitos pra pelo menos não terem o público reclamando da falta de sustos de um filme de terror.

MELHORES DO ANO

5. PALM SPRINGS (Palm Springs). Dir: Max Barbacow
Depois de fazer um tremendo sucesso em Sundance, esta comédia caiu nas graças do público quando estreou no serviço de streaming da Hulu nos EUA. O roteiro pega a mesma premissa de time loop de O Feitiço do Tempo (1993) e expande esse universo com a colaboração essencial da personagem feminina Sarah. Enquanto a química do casal Nyles e Sarah nos diverte, o filme tem muito a nos dizer sobre as diferenças de maturidade entre os homens e as mulheres, especialmente como eles estão deslocados no tempo.

4. O REI DE STATEN ISLAND (The King of Staten Island). Dir: Judd Apatow
Apesar de se tratar de uma comédia, este novo filme de Apatow tem uma profundidade bastante humana por se basear na vida pessoal do ator Pete Davidson, que perdeu seu pai bombeiro aos 7 anos enquanto ele salvava vidas no 11 de Setembro. Não sabia que ele tinha veia cômica há anos no Saturday Night Live, então me surpreendi com o humor natural do ator. Todos os personagens secundários apresentam boas atuações, o que reforça o tratamento sério do tema do deslocamento de geração do protagonista. Indo mais à fundo, isso cria uma ligação mais forte com o meu livro favorito “O Apanhador no Campo de Centeio”, de J.D. Salinger.

3. FIRST COW. Dir: Kelly Reichardt
Este foi o terceiro filme que vi de Kelly Reichardt, então já tinha aderido à direção minimalista dela, assim como o trabalho das temáticas femininas em universos masculinos. Dá pra dizer que Reichardt é uma das melhores diretoras mulheres da atualidade justamente por saber trabalhar o feminino sem fazer muito barulho e levantar a bandeira muito alto. Aqui ela escolhe um personagem chinês para dizer que a América foi feita por estrangeiros, e um cozinheiro desvalorizado pela própria equipe, para contar uma história de amizade, de política social e de amor à natureza. Definitivamente é um filme para se ver mais de uma vez, porque é possível pegar significados e simbolismos em pequenos detalhes.

2. A ASSISTENTE (The Assistant). Dir: Kitty Green
Quando fiquei sabendo desse filme no último Festival de Sundance, previa um filme bastante oportunista ao ir na onda do #MeToo e da recente prisão do produtor Harvey Weinstein, esperando ainda um filme repleto de escândalos e discussões acaloradas que Hollywood adora. Mas encontrei um filme bastante lúcido, com uma direção minimalista e atuações bem discretas. Esse trabalho de sutilezas serve justamente para tornar a mensagem ainda mais poderosa. A diretora nos mostra que os assédios no ambiente de trabalho começam nas pequenas coisas, nos pequenos detalhes e vão se tornando uma bola de neve. Definitivamente um filme que reflete bem os nossos tempos e comprova que há muito a se fazer ainda para mudar esse cenário.

1.O HOMEM INVISÍVEL (The Invisible Man). Dir: Leigh Whannell
A primeira vez que vi o nome de Leigh Whannell foi nos filmes de James Wan, Jogos Mortais e Sobrenatural, como roteirista. Quando vi sua estréia na direção em Sobrenatural: A Origem, pensei: “Esse cara estragou a franquia”. Isso só foi mudar depois que vi Upgrade, três anos mais tarde. Ali, Whannell demonstrava personalidade numa ficção científica com poucos recursos. Quando assisti a O Homem Invisível, vi que aquele diretor promissor havia se firmado. Não apenas conseguiu ótimo retorno nas bilheterias (que só não foi maior por causa da pandemia), mas finalmente revitalizou o universo dos monstros clássicos da Universal Pictures que há tantos anos o estúdio almejava. No roteiro, Leigh trouxe a trama original dos anos 30 para algo bastante contemporâneo: um relacionamento abusivo. Com a invisibilidade do traje do vilão, o diretor soube explorar os vazios das cenas como combustível para a paranóia na cabeça de Cecilia (uma inspirada Elisabeth Moss). Um filme que revitaliza uma história clássica, conta com ótimas cenas e atuações, e dialoga perfeitamente com nossos tempos de #MeToo.

TOP 5 MELHORES em MÍDIA DIGITAL OU STREAMING

5. TAMPOPO: OS BRUTOS TAMBÉM COMEM SPAGHETTI (Tampopo, 1985). Dir: Jûzo Itami
Imaginem um western sobre cozinhar e a arte de comer. São histórias divertidas que exploram a relação dos personagens com a comida, principalmente de Tampopo, que quer revitalizar seu restaurante com a ajuda de um caminhoneiro.

4. O REFLEXO DO MAL (The Reflecting Skin, 1990). Dir: Philip Ridley
Talvez o filme mais esquisito que vi este ano, mas que tem uma aura muito bonita vindo dos personagens e de suas situações do pós-guerra. Passado num ambiente rural dos anos 50, um menino acredita que sua vizinha viúva é uma vampira e é responsável pelo desaparecimento de crianças na região. Fotografia lindíssima de Dick Pope com atuação tocante de Lindsay Duncan.

3. UM CAMINHO PARA DOIS (Two for the Road, 1967). Dir: Stanley Donen
Quando se olha o pôster e vê Audrey Hepburn beijando Albert Finney, é impossível não querer achar que se trata de mais uma comédia romântica boba, mas estamos falando de Stanley Donen, um dos diretores mais marcantes da Hollywood dos anos 50 e 60. Acompanhamos o casal improvável Joanna e Mark numa viagem e imediatamente nos apaixonamos por eles, porque o roteiro e a montagem explora as ironias do casal em flashbacks. Hepburn e Finney tornam tudo mais apaixonante tamanho o carisma que eles compartilham do início ao fim. Impossível não se identificar e se emocionar com as situações que o casal passa ao longo do filme.

2. A BATALHA DE ARGEL (La Battaglia di Algeri, 1966). Dir: Gillo Pontecorvo
É impressionante a forma como Pontecorvo filmou essa história sobre o crescimento dos movimentos que lutam pela independência da Argélia nos anos 50. Temos a impressão de que o diretor realmente se infiltrou numa guerrilha e está filmando um documentário. Seu trabalho com atores não-profissionais também é formidável. Com a colaboração da ótima trilha de Ennio Morricone, existe uma tensão crescente do início ao fim. Até hoje, A Batalha de Argel é uma referência para o cinema de conflitos sociais.

  1. ONDE FICA A CASA DO MEU AMIGO? (Khane-ye doust kodjast?, 1987). Dir: Abbas Kiarostami
    Honestamente, nunca fui muito fã do cinema iraniano, mas este filme de Kiarostami demonstra com muita simplicidade e bom humor o povo iraniano. Com uma história boba de um menino que precisa devolver o caderno que pegou sem querer de seu amigo, acompanhamos sua jornada, que se assemelha à Odisséia de Homero, enquanto topamos com personagens inusitados que explicitam o conservadorismo extremo interferindo na educação infantil. É impossível não torcer pelo jovem protagonista, já que o ator mirim que o interpreta, Babek Ahmed Poor, é introvertido mas bem carismático. Um filme com uma carga humana altíssima que pode ser apreciado por qualquer país ou cultura e enxergar o poder que o Cinema tem como fonte de empatia.

IN MEMORIAM

Relembrando as pessoas que perdemos em 2020, é impossível não lamentar a morte de milhares de vítimas da Covid-19. Aqui no Brasil, estamos beirando os 200 mil mortos. Porém, o mais alarmante é ver a desumanidade de inúmeras pessoas em redes sociais, espalhando fake news, desacreditando a ciência (não vou nem mencionar os “terraplanistas”), fazendo festas e espalhando um vírus altamente contagioso sem ligar para a saúde coletiva, nem mesmo da própria família. Não vou prolongar a crítica, mas gostaria de homenagear os profissionais da saúde que estão se arriscando para salvar vidas (muitas das quais não querem tomar vacina) ao redor do mundo, e conceder meus profundos sentimentos às famílias que perderam entes queridos nessa pandemia.

Essa sessão In Memoriam parece desnecessária, mas acho importante relembrar artistas e profissionais do Cinema que perdemos. Eles não estão mais conosco, mas seus trabalhos certamente contribuíram e sempre vão contribuir para o nosso desenvolvimento como seres humanos. Gostaria de começar pela realeza de Hollywood. Este ano perdemos dois ícones da era de ouro: Olivia de Havilland e Kirk Douglas. Ela foi a última atriz viva do elenco do clássico …E o Vento Levou, acumulou 5 indicações ao Oscar e levou 2 estatuetas de Melhor Atriz por Só Resta uma Lágrima e Tarde Demais. Foi de extrema importância nos anos 40 quando enfrentou o estúdio Warner Bros. que queria controlá-la ao suspendê-la por 6 meses e ainda descontar esse período do pagamento. Havilland foi à corte e venceu a batalha contra o estúdio, beneficiando inúmeros outros atores que tinham contratos longos. Já Kirk demonstrou um enorme senso de justiça e moral em tempos complicados de McCarthismo e Guerra Fria. O ator fez questão de dar créditos a roteiristas que tinham seus nomes na Lista Negra e eram obrigado a inventarem pseudônimos para continuarem trabalhando. Sua influência e insistência pesaram na decisão e os condenados voltaram a ter dignidade no ofício. Em 1996, Kirk Douglas acabou ganhando o Oscar Honorário por sua força moral e criativa em Hollywood, e claro, por ter sido indicado 3 vezes sem nunca ter levado a estatueta.

Não apenas cinéfilos, mas músicos ao redor do mundo ficaram entristecidos pela morte do maestro italiano Ennio Morricone. Honestamente, não acredito que haverá outro compositor como ele. Desde o início da carreira, ele buscou desafiar os paradigmas do gênero western com instrumentos pouco ortodoxos como guitarra elétrica, sinos, gaitas e até as vozes femininas, e isso fez com que seu nome se tornasse sinônimo de um western moderno. Além de Sergio Leone, trabalhou com inúmeros diretores de prestígio como Brian De Palma, Pier Paolo Pasollini, Gillo Pontecorvo, Giuseppe Tornatore, John Carpenter e Terrence Malick, obteve 6 indicações ao Oscar, ganhou pela última por Os Oito Odiados, além do Oscar Honorário concedido em 2007. Suas composições engrandecem qualquer filme e conseguem a proeza de serem independentes de seus filmes e agradarem qualquer músico ou fã de música.

Dentre os atores que perdemos este ano, destaco Sir Sean Connery que imortalizou o agente secreto britânico James Bond e não se contentou em ser um ator de um papel só; o sueco Max von Sydow que ficou marcado pela parceria com o mestre Ingmar Bergman e pelo personagem do Padre Merrin em O Exorcista (é incrível como todas as suas aparições evidenciam sua credibilidade na tela); e Chadwick Boseman, que apesar de ser eternamente lembrado como o Pantera Negra, demonstrou uma vivacidade digna de orgulho diante de um câncer que estava enfrentando. Se você assistir a qualquer filme com o ator, perceberá que ele trata seu personagem como se fosse seu último. Aliás, seu derradeiro papel em A Voz Suprema do Blues pode lhe conceder um Oscar póstumo em 2021. Entre outras perdas irreparáveis de atores, lembro Brian Dennehy, Shirley Knight, Irrfan Kahn, Michel Piccoli, Ian Holm e Diana Rigg.

Já entre os diretores que perdemos, destaque para Terry Jones (que dirigiu e co-dirigiu os filmes da trupe Monty Python), Alan Parker (dividido entre filmes musicais e de violência extrema), Jirí Menzel (diretor tcheco que trabalhou com a sátira e contornou a censura), Kim Ki-duk (sul-coreano que conquistou crítica e público com personagens calados), e Joel Schumacher, que apesar de ter sido marcado injustamente pelos mamilos nos uniformes de Batman & Robin, é carinhosamente lembrado por cults da juventude como O Primeiro Ano do Resto de Nossas Vidas, Os Garotos Perdidos e Linha Mortal. Lembramos também dos roteiristas Ronald Harwood (O Pianista) e Buck Henry (A Primeira Noite de um Homem), os diretores de fotografia Allen Daviau (E.T. o Extraterrestre) e Michael Chapman (Taxi Driver e Touro Indomável), e o diretor de arte Peter Lamont (Titanic e 007: O Espião que me Amava).

José Mojica Marins, o nosso querido Zé do Caixão, a diretora Suzana Amaral e a atriz Nicette Bruno foram as grandes perdas do nosso Cinema Brasileiro. Lembramos também aqui as perdas lastimáveis da juíza Ruth Bader Ginsburg, que lutou pelos direitos femininos e estrelou o documentário RBG, o cartunista argentino Quino que criou a amada personagem Mafalda, o jogador de basquete Kobe Bryant que ganhou o Oscar de curta de animação sobre sua vida Dear Basketball, e o autor britânico John le Carré, que inspirou inúmeros filmes como O Espião que Saiu do Frio (1965), O Jardineiro Fiel (2005) e O Espião que Sabia Demais (2011).

VOTOS PARA 2021

No ano passado, desejei um ano de mais empatia e vou continuar nessa tecla. É preciso reduzir essa polarização que tanto nos divide, pois fica parecendo que somos de torcidas de clubes de futebol inimigas. Quantas vezes não li este ano em redes sociais: “Adivinha pra quem ele votou”, “Como não votei em ladrão, não falo com você”, “Alugo vagas de quarto, exceto para quem votou no Bozo” etc. Não é porque a pessoa tem uma opinião política que não seja a sua que ela será sua inimiga. Existem pessoas muito boas de ambos os lados e estamos recusando qualquer contato por termos nossos preconceitos. Claro que não é uma tarefa fácil, mas peço para que todos possamos praticar a nossa civilidade, conversando, trocando idéias, e acima de tudo, respeitando o outro, pois você estará respeitando a si mesmo também.

Desejo um Feliz Natal e Próspero Ano Novo para todos que seguem o blog, a página do Facebook e o nosso Instagram. Agradeço muito por terem me acompanhado neste ano difícil de 2020, mas espero que possamos manter nosso trabalho e nossa apreciação pelos filmes que tanto amamos. Cuidem-se bem, pensem nas suas famílias e no próximo que logo sairemos dessa situação juntos!

Preview Cinema 2013

Fila de Cinema (Ilustração por estudandosampa.zip.net)

Fila de Cinema (Ilustração por estudandosampa.zip.net)

Como todo ano afirmo que a safra de filmes piora, este post pode tentar me provar do contrário. Como os Maias estavam enganados e o ano não acabou em 2012, parece que Hollywood quer nos convencer de que desse ano não passa o apocalipse. Pelo menos sete produções focam num futuro sombrio, seja com zumbis ou com invasões alienígenas. Minha preocupação pessoal nessa questão é que os americanos destruíam tantas vezes Nova York nos filmes que Bin Laden acabou concretizando esse desejo. Agora, com tantas previsões do fim do mundo, outro gênio da lâmpada pode aparecer.

Para quem não quer ver mortos-vivos ou cenários de destruição, não se preocupe. Temos uma nova enxurrada de adaptações de quadrinhos. Três filmes devem confirmar o ápice do reinado Marvel Comics: Homem de Ferro 3, Wolverine – Imortal e Thor: The Dark World, enquanto a DC Comics busca um recomeço depois do fim da trilogia de Batman com um novo reboot de Super-Homem. Dizem que se este filme for bem recebido, existe a possibilidade de haver um filme da Liga da Justiça, como houve com Os Vingadores.

Dos filmes considerados blockbuster, se pudesse escolher apenas um, acredito que Star Trek Into Darkness seja a melhor aposta. Mesmo não sendo um fã desse universo, o trabalho de J.J. Abrams impressiona já pelo trailer. Ao contrário de 80% dos filmes, o 3D realmente está sendo bem utilizado. Além disso, existe uma certa expectativa quanto à performance de Benedict Cumberbatch como o novo vilão Khan.

Também acho que vale a pena conferir o primeiro trabalho do diretor sul-coreano Chan-wook Park nos EUA com atores americanos como Nicole Kidman e o britânico Matthew Goode. Além da aguardada adaptação do romance de F. Scott Fitzgerald, O Grande Gatsby, pelas idéias mirabolantes de Baz Luhrmann.

Independente de seu gosto cinematográfico, espero que a safra 2013 seja melhor do que anos anteriores e que o Cinema possa sair mais fortalecido como Arte, e menos como produto comercial. Bons filmes!

CAÇA AOS GÂNGSTERES (Gangster Squad)

Dir: Ruben Fleischer

Elenco: Sean Penn, Ryan Gosling, Josh Brolin, Emma Stone

Previsão de estréia: 01/02 (Brasil)

The-Gangster-Squad-2012

Caça aos Gângsteres: Adiamento para 2013

Curiosamente, Caça aos Gângsteres estava previsto para estrear em setembro de 2012. Seu trailer foi retirado dos cinemas depois que houve o atentado em Colorado, pois havia uma cena em que gângsteres atiravam dentro da sala de cinema. Aproveitaram o adiamento para filmar novas sequências para o lançamento em janeiro. Sem querer menosprezar, mas não entendi o motivo de entregarem um filme grande desse com elenco de estrelas nas mãos de um diretor novato e sem experiência no gênero como Ruben Fleischer, que havia dirigido apenas a comédia Zumbilândia. Inicialmente, Caça aos Gângsteres era tratado como material para Oscar, mas seu lançamento em janeiro comprova que os produtores perderam a fé no filme.

MEU NAMORADO É UM ZUMBI (Warm Bodies)

Dir: Jonathan Levine

Elenco: Nicholas Hoult, Teresa Palmer, John Malkovich

Previsão de estréia: 01/02 (Brasil e EUA)

Meu Namorado é um Zumbi, título brasileiro que visa maiores bilheterias (photo by BeyondHollywood.com)

Meu Namorado é um Zumbi, tradução que visa vender o filme através do título brasileiro (photo by BeyondHollywood.com)

Um tempo atrás, existia a “ondinha” do cinema de terror japonês, que trouxe títulos como O Chamado e O Grito. Recentemente, as salas de cinema do mundo foram invadidas por vampiros e lobisomens (uma tal Saga Crepúsculo), dando continuidade na TV com séries como True Blood e Vampire Diaries. Atualmente, a moda são os zumbis, outrora criação do mestre do terror George Romero (A Noite dos Mortos-Vivos, de 1968). Além de dúzias de filmes como Extermínio, Madrugada dos Mortos e Resident Evil, nossos amigos sedentos por cérebro estão fazendo sucesso com a série The Walking Dead. Por se tratar de um tipo de história muito propício ao humor, já surgiram boas sátiras como Zumbilândia (2009), e esse Meu Namorado é um Zumbi tem tudo pra se tornar outro sucesso para agradar jovens de ambos os sexos. A grande idéia do filme é mostrar que o amor pode destruir barreiras, inclusive sobrenaturais. Pode um zumbi se apaixonar por uma mulher? O título original Warm Bodies (Corpos Quentes) já responde a pergunta. Muita gente acredita que as sátiras são um tipo de filme inútil. Ok, concordo que a maioria atual é uma perda de tempo (mesmo se tratando de 80 a 90 minutos por filme). Mas é uma qualidade única do cinema norte-americano que, desde os anos 80 com Apertem os Cintos… o Piloto Sumiu, sabe fazer uma auto-análise como nenhum outro país e tirar sarro do próprio cinema e da sua indústria.

SIDE EFFECTS

Dir: Steven Soderbergh

Elenco: Jude Law, Rooney Mara, Channing Tatum, Catherine Zeta-Jones

Previsão de estréia: 08/02 (EUA)

Pôster de Side Effects, de Steven Soderbergh (photo by beyondhollywood.com)

Pôster que copia uma receita médica de Side Effects, de Steven Soderbergh (photo by beyondhollywood.com)

O diretor Steven Soderbergh, que ficou conhecido pelo ótimo trabalho com elenco numeroso e histórias alternadas de Traffic, volta a reunir bons atores em prol de uma trama envolvendo relacionamentos, medicamentos e crime. Devido ao lançamento do filme no começo do ano, acredita-se que não há pretensões de Oscar, mas em se tratando de um filme de Soderbergh, sempre existe essa possibilidade de reconhecimento, ainda mais que temos uma Rooney Mara inspirada, fazendo o papel de uma mulher que toma remédios controlados para reduzir sua ansiedade com a liberação de seu marido da prisão. E Channing Tatum em ascensão através de papéis mais profundos. Vale ressaltar que este pode ser o último filme lançado no cinema de Soderbergh, uma vez que ele está em busca de meios mais alternativos de fazer cinema direto para a TV.

DURO DE MATAR: UM BOM DIA PARA MORRER (A Good Day to Die Hard)

Dir: John Moore

Elenco: Bruce Willis, Mary Elizabeth Winstead, Patrick Stewart

Previsão de estréia: 15/02 (EUA) e 22/02 (Brasil)

Bruce Willis e Jai Courtney (McClane pai e McClane filho) em Duro de Matar: Um Bom Dia Para Morrer (photo by BeyondHollywood.com)

Bruce Willis e Jai Courtney (McClane pai e McClane filho) em Duro de Matar: Um Bom Dia Para Morrer (photo by BeyondHollywood.com)

Para quem já não acreditava que haveria um Duro de Matar 4.0 (2007), doze anos depois do terceiro filme da série, não deve mais se incomodar com o lançamento do quinto, certo? Bruce Willis, que vive o azarado e persistente policial John McClane, retorna depois de alguns anos bastante produtivos em sua carreira. Participou de Planeta Terror, Red – Aposentados e Perigosos, Looper: Assassinos do Futuro e Moonrise Kingdom, que gerou um burburinho de premiação. Ao lado de colegas de gênero como Sylvester Stallone, Arnold Schwarzenegger, Willis ainda mostra disposição para ação e aventura. A presença deles nas bilheterias americanas denota um certo saudosismo daquele cinema americano dos anos 80 e 90 em que tudo era mais politicamente incorreto. Era possível chamar o vilão de mother fucker nigger e dar boas risadas. Desta vez, seu personagem vai à Rússia, onde se alia a seu filho, agente da CIA, para frustrar planos com armas nucleares.

A GLIMPSE INSIDE THE MIND OF CHARLES SWAN III

Dir: Roman Coppola

Elenco: Charlie Sheen, Bill Murray, Mary-Elizabeth Winstead, Jason Schwartzman

Previsão de estréia nos EUA: 15/02 (EUA)

A Glimpse Inside the Mind of Charles Swan III: Charlie Sheen bebendo ao lado de mulheres. Two and a Half Men no cinema?

A Glimpse Inside the Mind of Charles Swan III: Charlie Sheen bebendo ao lado de mulheres. Two and a Half Men no cinema? (photo by cinemagia.ro)

Há um bom tempo Charlie Sheen ficou associado ao Charlie de Two and a Half Men, sitcom da Warner. Com o fim de seu contrato por motivos de briga com o produtor da série, ele retorna aos filmes a pedido de Roman Coppola, colaborador de Wes Anderson no roteiro de Moonrise Kingdom, e filho de um certo diretor chamado Francis Ford Coppola… Acostumado a ser diretor de segunda unidade dos filmes da irmã Sofia Coppola e de Wes Anderson, Roman dirige seu segundo longa com traços bastante non-sense semelhantes ao humor de seu colaborador. Quando via seu nome nos créditos, já imaginava que Roman iria seguir seu próprio caminho, afinal seu sobrenome tem um peso muito forte na indústria hollywoodiana. Aos cinéfilos cabe decidir se o jovem tem talento ou foi uma criação de produtores e agentes. A Glimpse Inside the Mind of Charlie Swann III conta uma história de término de relacionamento, mas como tende a estrear apenas em salas mais cults em São Paulo, não tem previsão de estréia por aqui.

STOKER

Dir: Chan-wook Park

Elenco: Nicole Kidman, Matthew Goode, Mia Wasikowska, Jacki Weaver

Previsão de estréia nos EUA: 01/03

Stoker: Mia Wasikowska e Matthew Goode em clima familiar estranho

Stoker: Mia Wasikowska e Matthew Goode em clima familiar estranho (photo by BeyondHollywood.com)

A primeira vez que ouvi falar de Stoker, acreditava que se tratava de uma trama envolvendo o criador de Drácula, Bram Stoker. Contudo, quando li a sinopse e vi o trailer, o filme mais se assemelhava ao clássico de Alfred Hitchcock, A Sombra de uma Dúvida (1943). Ambos têm um personagem misterioso chamado Tio Charlie, que surge do nada e esconde alguns segredos da família. Talvez exista alguma inspiração livre sobre Hitchcock, porém não creditada do roteiro de Wentworth Miller (sim, o protagonista da série Prison Break). Além dessa curiosa ligação, Stoker apresenta um diferencial chamativo: o diretor sul-coreano Chan-wook Park, de Oldboy (2003) e Lady Vingança (2005). Quanta violência coreana Hollywood estaria disposta a liberar? Além disso, o elenco é bastante promissor: Nicole Kidman (que quando quer ser bizarra, ela consegue), Jacki Weaver, Mia Wasikowska e um intrigante Matthew Goode. A produção também conta o ótimo compositor Clint Mansell, colaborador de Darren Aronosfky (Cisne Negro).

JACK – O MATADOR DE GIGANTES (Jack the Giant Slayer)

Dir: Bryan Singer

Elenco: Nicholas Hoult, Ewan McGregor, Stanley Tucci, Bill Nighy, Ian McShane

Previsão de estréia nos EUA: 01/03 (EUA) e 22/03 (Brasil)

Jack - O Matador de Gigantes: Bryan Singer pode ter seu barco afundado mais uma vez

Jack – O Matador de Gigantes: Bryan Singer pode ter seu barco afundado mais uma vez (photo by BeyondHollywood.com)

2012 foi o ano de Branca de Neve e os Sete Anões virarem personagens de carne e osso. Este ano, além de João e Maria: Caçadores de Bruxas (que conretiza um futuro sombrio para as crianças que seriam comidas pela Bruxa), aquele conto de fada normalmente intitulada “João e o Pé de Feijão” ganhou finalmente sua versão cinematográfica pelas mãos do talentoso Bryan Singer. Apesar do diretor ter um currículo que inclui sucessos comerciais e de crítica como Os Suspeitos (1995) e X-Men (2000), a super-produção ainda é vista com certa cautela pelos especialistas na mídia devido ao fracasso comercial de algumas adaptações de contos e fada. Acrescento também certo receio devido a qualidade duvidosa dos efeitos digitais que criaram os gigantes. Não se deve esquecer que Singer sujou um pouco sua reputação com o desastre de Superman – O Retorno (2006), e que Nicholas Hoult nunca estrelou de fato um filme desse tamanho. Se a sátira Meu Namorado é um Zumbi for bem, a presença do jovem pode somar pontos.

OZ: MÁGICO E PODEROSO (Oz the Great and Powerful)

Dir: Sam Raimi

Elenco: James Franco, Mila Kunis, Michelle Williams, Rachel Weisz, Bruce Campbell

Previsão de estréia: 08/03 (Brasil e EUA)

Oz: Mágico e Poderoso: Michelle Williams está encantadora com a feiticeira Glinda (photo by BeyondHollywood.com)

Oz: Mágico e Poderoso: Michelle Williams está encantadora com a feiticeira Glinda (photo by BeyondHollywood.com)

Há muito, muito tempo que Hollywood queria refazer um novo O Mágico de Oz, clássico musical de 1939, estrelado pela jovem Judy Garland. Então, já dá pra imaginar as expectativas criadas sobre um projeto desse tamanho. E este aspecto pode custar muito caro ao sucesso do filme, pois não sabemos exatamente o quanto de liberdade artística a Disney, produtora, deu para seu diretor Sam Raimi trabalhar. Ao ver o trailer, as imagens são muito semelhantes ao Alice no País das Maravilhas, de Tim Burton, até mesmo com o mesmo mote: uma terra que aguarda por seu salvador. O elenco está bem escalado com Rachel Weisz, Michelle Williams, James Franco e uma belíssima Mila Kunis, mas apesar de todo o esforço coletivo, Oz: Mágico e Poderoso pode naufragar pelas críticas. O filme também pode servir de ótima prévia para saber qual o tratamento da Disney em relação à nova trilogia de Star Wars.

OBLIVION

Dir: Joseph Kosinski

Elenco: Tom Cruise, Olga Kurylenko, Morgan Freeman, Melissa Leo

Previsão de estréia: 12/04 (Brasil), 19/04 (EUA)

Oblivion: Tom Cruise em nova ficção científica depois de Minority Report (photo by BeyondHollywood.com)

Oblivion: Tom Cruise em nova ficção científica depois de Minority Report (photo by BeyondHollywood.com)

Trata-se do segundo filme do diretor Joseph Kosinski de Tron – O Legado. Mesmo que tenha sido uma sequência de Tron – Uma Odisséia Eletrônica (1982), o trabalho visual de Kosinski foi bastante elogiado pelos especialistas em ficção científica, pois criara um novo universo respeitando o filme original. Originalmente, Oblivion fora concebido como um projeto no formato de graphic novel (quadrinhos) em 2007, mas com o sucesso de Tron e a entrada de Tom Cruise, acabou se tornando um filme no cenário pós-apocalíptico, que promete inovações na área de design e figurino. No elenco, Cruise atuará ao lado de Morgan Freeman, Olga Kurylenko e Andrea Risenborough. Na equipe de roteiro, a colaboração de Michael Arndt pode ter ajudado em sua escalação para ser roteirista de Star Wars: Episode VII, previsto para 2015.

jOBS

Dir: Joshua Michael Stern

Elenco: Ashton Kutcher, Dermot Mulroney, James Woods, Josh Gad

Previsão de estréia: 19/04 (EUA)

jOBS: Ashton Kutcher como o criador da Apple, Steve Jobs?

jOBS: Ashton Kutcher como o criador da Apple, Steve Jobs? (photo by businessinsider.com)

Nunca acreditei que Ashton Kutcher fosse um bom ator. Nem mesmo boto fé em seu carisma para essas comédias românticas bobas ou como substituto de Charlie Sheen na série Two and a Half Men. É tão nítido seu esforço em fazer rir que chega a cansar o espectador. Então, quando soube que ele pegou o papel de Steve Jobs no cinema, achei que era o fim do mundo. Mas esse mesmo mundo dá voltas, e esta pode ser a oportunidade de ouro que Kutcher estava aguardando para virar o jogo. Pela foto acima e uns trechos do filme, é possível detectar algumas semelhanças físicas entre ambos, mas apesar da barba e o figurino dos anos 70, Kutcher ainda está muito bonito para um nerd. Apesar do tom pessimista dessa prévia, sempre torço para que eu esteja enganado.

HOMEM DE FERRO 3 (Iron Man 3)

Dir: Shane Black

Elenco: Robert Downey Jr., Gwyneth Paltrow, Ben Kingsley, Guy Pearce

Previsão de estréia: 03/05 (Brasil e EUA)

Homem de Ferro 3: Sim, o Homem de Ferro consegue cruzar as pernas (photo by OutNow.CH)

Homem de Ferro 3: Sim, o Homem de Ferro consegue cruzar as pernas (photo by OutNow.CH)

Foi graças ao grande sucesso do primeiro filme Homem de Ferro (2008), que a produtora Marvel Comics conseguiu deslanchar as adaptações seguintes como O Incrível Hulk, Capitão América: O Primeiro Vingador e consequentemente Os Vingadores. Os primeiros dois filmes do personagem foram dirigidos pelo carismático Jon Favreau (que vive o motorista de Tony Stark, Happy Hogan), mas esta sequência foi passada para Shane Black. Assim como aconteceu com Favreau, Shane Black se mostra uma aposta um pouco arriscada, pois só dirigiu Beijos e Tiros (2005), um filme policial descontraído com o próprio Robert Downey Jr. e Val Kilmer. Contudo, Black foi responsável pela criação de Máquina Mortífera (1987), um filme que praticamente definiu o gênero policial nos anos 90, e também tem o apoio de Kevin Feige, o jovem produtor por trás do sucesso da Marvel no cinema, que se mostra bastante sensato nas entrevistas contidas nos extras de DVD e Blu-ray. Em Homem de Ferro 3, Stark terá seu mundo destruído pelo arqui-vilão Mandarim (Ben Kingsley) e enfrentará uma jornada para saber se ele pode se virar sem sua armadura. Esta produção deve conter elementos para preparar o público para Os Vingadores 2, previsto para 2015, e com a presença do Homem-Formiga.

O GRANDE GATSBY (The Great Gatsby)

Dir: Baz Luhrmann

Elenco: Leonardo DiCaprio, Tobey Maguire, Carey Mulligan

Previsão de estréia: 10/05/13 (EUA) e 14/06 (Brasil)

O Grande Gatsby: Lançamento adiado para 2013 será benéfico?

O Grande Gatsby: Lançamento adiado para 2013 será benéfico? (photo by OutNow.CH)

O novo filme de Baz Luhrmann estava previsto para estrear no final de 2012, mas os produtores do estúdio acreditavam que o filme continha elementos jovens que atrairiam o público no verão americano de 2013, aumentando os lucros. Embora considere uma decisão estranha pelo tipo de filme mais sério que O Grande Gatsby deve ser, a mudança no planejamento pode funcionar.  Com um elenco bastante promissor liderado por Leonardo DiCaprio, Tobey Maguire e a talentosa Carey Mulligan, Baz Luhrmann volta a dirigir um longa desde 2008, quando lançou o épico Austrália. Muito apoiado ainda pelo sucesso do musical Moulin Rouge – Amor em Vermelho (2001), o diretor pode surpreender pelo tom mais sério e trágico devido ao romance de F. Scott Fitzgerald, porém pode frustrar aqueles fãs que esperavam por um espetáculo musical.

STAR TREK INTO DARKNESS

Dir: J.J. Abrams

Elenco: Chris Pine, Zachary Quinto, Benedict Cumberbatch, Zoe Saldana

Previsão de estréia: 17/05 (EUA) e 23/07 (Brasil)

Star Trek Into Darkness: Cumberbatch (centro) é o novo Khan

Star Trek Into Darkness: Cumberbatch (centro) é o novo Khan (photo by OutNow.CH)

Sabe qual foi a melhor coisa de ter assistido a O Hobbit: Uma Jornada Inesperada no cinema? Ter conferido um trecho do filme Star Trek Into Darkness em ótimo 3D antes! Confesso que nunca fui muito fã da série criada por Gene Roddenberry, mas J.J. Abrams fez um belo trabalho na revitalização da cinessérie com Star Trek (2009) e agora tem tudo para fazer um dos melhores filmes de ficção científica da atualidade. A maioria dos fãs da série e dos filmes anteriores aponta que Jornada nas Estrelas II: A Ira de Khan (1982) foi o melhor filme de todos, portanto existe uma imensa expectativa de que esta sequência represente o mesmo nesta nova geração. Se depender do ator que interpreta o vilão, Benedict Cumberbatch (o novo Sherlock Holmes da série da BBC), Star Trek Into Darkness já é o novo favorito.

DEPOIS DA TERRA (After Earth)

Dir: M. Night Shyamalan

Elenco: Will Smith, Jaden Smith, Sophie Okonedo

Previsão de estréia: 07/06 (Brasil e EUA)

After Earth: Nova tentativa de Will Smith na ficção científica depois de Eu Sou a Lenda (photo by BeyondHollywood.com)

After Earth: Nova tentativa de Will Smith na ficção científica depois de Eu Sou a Lenda (photo by BeyondHollywood.com)

Ok, todos sabemos que M. Night Shyamalan estourou com O Sexto Sentido (1999) e depois entrou em decadência. Tem gente que odeia Sinais (2002), A Dama na Água (2006) e Fim dos Tempos (2008). Já eu pertenço ao grupo dos que não gostam de A Vila (2004). Alguns amigos e eu já discutimos seriamente sobre a carreira do diretor indiano M. Night Shyamalan, quero dizer, o que aconteceu? Teve apenas um lampejo de inspiração que deu certo? Claro que em proporções bem menores, seria ele uma espécie de Orson Welles, cujo primeiro filme Cidadão Kane fora seu ápice? Talvez a causa resida no fato de Shyamalan trabalhar apenas com roteiros de sua autoria. Nessa teoria, talvez Depois da Terra signifique um recomeço em sua carreira como diretor, pois pela primeira vez, trabalha com roteiro escrito por outro profissional: Stephen Gaghan, que ganhou o Oscar por Traffic (2000). Depois da Terra conta com Will Smith e seu filho Jaden Smith na história de uma nave que cai em um planeta evacuado por humanos há mil anos. Shyamalan tem talento para criar cenas, mas suas idéias como roteirista podem estar atrapalhando há um bom tempo.

MUCH ADO ABOUT NOTHING

Dir: Joss Whedon

Elenco: Nathan Fillion, Clark Gregg, Amy Acker, Alexis Denisof

Previsão de estréia: 05/04 (Brasil) e 07/06 (EUA)

Much Ado About Nothing: filme despretensioso de Joss Whedon (photo by movieplayer.it)

Much Ado About Nothing: filme despretensioso de Joss Whedon (photo by movieplayer.it)

Por que falar apenas sobre grandes produções se há incontáveis gemas na programação? Este pequeno e despretensioso filme baseado numa peça de William Shakespeare foi filmado em segredo em apenas 12 dias logo depois que Joss Whedon acabara de dirigir a mega produção Os Vingadores. Tratava-se de um projeto pessoal há tempos idealizado, mas que só foi concretizado graças à esposa dele, Kai Cole, que decorou a casa onde a ação do filme se passa. Much Ado About Nothing é uma comédia clássica sobre dois casais com diferentes abordagens sobre amor. O filme estreou no último Festival de Toronto e deve criar espectadores fiéis de Whedon, criador da série Firefly e Buffy: A Caça-Vampiros.

O HOMEM DE AÇO (Man of Steel)

Dir: Zack Snyder

Elenco: Henry Cavill, Amy Adams, Russell Crowe, Kevin Costner, Diane Lane, Michael Shannon

Previsão de estréia: 14/06 (EUA) e 12/07 (Brasil)

O Homem de Aço: Depois de Christopher Reeve e Brandon Routh, chegou a vez de Henry Cavill (photo by BeyondHollywood.com)

O Homem de Aço: Depois de Christopher Reeve e Brandon Routh, chegou a vez de Henry Cavill (photo by BeyondHollywood.com)

A idéia da DC Comics é criar um novo Superman – O Filme (1978), mostrando as origens da Kal-El, o alienígena de Krypton mais conhecido como Super-Homem. Para isso, contrataram Zack Snyder, que ficou conhecido por seu estilo com câmeras lentas do épico espartano 300 e da adaptação do clássico graphic novel de Alan Moore, Watchmen. Pessoalmente, não gosto do personagem, nem de seus quadrinhos. Milhares de fãs vão querer me esganar, mas acredito que o mote de Super-Homem é fraco. Ao contrário de seu colega Batman, o personagem criado por Jerry Siegel e Joe Shuster é um alienígena que ganha poderes na Terra e os usa para o bem da humanidade. Ele tem um alter-ego jornalista chamado Clark Kent e seu ponto fraco é kryptonita, que seu vilão Lex Luthor sempre tem uma. Claro que com Zack Snyder como diretor e Christopher Nolan como produtor, esta nova versão de Super-Homem deve entregar sequências de ação memoráveis. O roteiro de David S. Goyer, colaborador na trilogia de Batman, deve buscar recriar o universo do personagem de forma mais realista, mas talvez não seja a melhor pedida num filme com alienígenas. Independente do resultado final, o elenco deve valer a pena: Russell Crowe como o pai de Superman, Amy Adams como Lois Lane, Kevin Costner e Diane Lane como os Kent, e minha maior expectativa: Michael Shannon como o General Zod. O jovem Henry Cavill pode ser uma boa aposta para o papel principal.

UNIVERSIDADE MONSTROS (Monsters University)

Dir: Dan Scanlon

Elenco: (Vozes de) Billy Crystal, John Goodman, Steve Buscemi

Previsão de estréia: 21/06 (Brasil e EUA)

Universidade Monstros: Pixar traz personagens queridos de volta (photo by BeyondHollywood.com)

Universidade Monstros: Pixar traz personagens queridos de volta (photo by BeyondHollywood.com)

Não é porque funcionou com a trilogia Toy Story que vai funcionar com outros sucessos da Pixar. Embora seja muito comum haver sequências de animações, a Pixar costuma rejeitar essa idéia porque acredita que o bom cinema vem de boas histórias e não apenas de lucro. Contudo, depois que o estúdio foi comprado pela Disney, algumas políticas mudaram e logo veio a primeira sequência: Toy Story 3. Tinha tudo para dar errado, afinal fazia 11 anos que Toy Story 2 havia sido lançado e tudo indicava que só queriam fazer a terceira parte por motivos comerciais. Felizmente, eu estava bem enganado. Mas uma continuação de Monstros S.A.?! O original já não tinha história o suficiente para suportar um longa… Espero estar enganado novamente. Universidade Monstros é uma prequência de Monstros S.A., que revela como a amizade entre Mike e Sulley começou.

GUERRA MUNDIAL Z (World War Z)

Dir: Marc Forster

Elenco: Brad Pitt, Matthew Fox, Mireille Enos

Previsão de estréia: 21/06 (EUA) e 28/06 (Brasil)

Guerra Mundial Z: outra produção pós-apocalíptica envolvendo zumbis (photo by BeyondHollywood.com)

Guerra Mundial Z: outra produção pós-apocalíptica envolvendo zumbis (photo by BeyondHollywood.com)

Marc Forster dirigiu dois bons dramas: Gritos na Noite e A Última Ceia. Quando resolveu aceitar a proposta de assumir 007 – Quantum of Solace (2008), arriscou sua reputação de bom diretor de dramas para se aventurar com James Bond. O resultado foi meio catastrófico, pois além de Forster perder a mão na direção, entregando um filme decepcionante depois do sucesso de 007 – Cassino Royale, acabou pedindo desculpas publicamente pelo fracasso. E este Guerra Mundial Z está com cara de repeteco desse pedido de desculpas. Nada contra a presença de Brad Pitt nesse filme-catástrofe, mas fiquei com a impressão de que o ator aceitou a proposta apenas pelo cachê milionário. Tudo bem que tem uns 17 filhos pra cuidar em casa, mas não acho que justifique.

O CAVALEIRO SOLITÁRIO (The Lone Ranger)

Dir: Gore Verbinski

Elenco: Armie Hammer, Johnny Depp, Helen Bonham Carter, Tom Wilkinson

Previsão de estréia: 05/07 (EUA) e 12/07 (Brasil)

O Cavaleiro Solitário: Johnny Depp e Armie Hammer fazem dupla que faz justiça no velho oeste (photo by BeyondHollywood.com)

O Cavaleiro Solitário: Johnny Depp e Armie Hammer fazem dupla que faz justiça no velho oeste (photo by BeyondHollywood.com)

Todo mundo está careca de saber que a parceria entre Johnny Depp e Tim Burton costuma render bons frutos. Contudo, sua colaboração com o diretor Gore Verbinski nos filme de Piratas do Caribe e na criativa animação Rango, Depp passou a firmar essa nova sintonia. Desta vez, eles se unem para trazer uma dupla que fez sucesso na TV durante a década de 50. Tudo parece muito promissor, mas existe uma certa maldição que ronda Hollywood de transpor séries televisivas antigas para o cinema. Alguns exemplos de fracasso são Agente 86 e A Feiticeira. Será que esta parceria resistirá a isso?

CÍRCULO DE FOGO (Pacific Rim)

Dir: Guillermo del Toro

Elenco: Ron Perlman, Charlie Hunnam, Idris Elba, Rinko Kikuchi

Previsão de estréia: 12/07 (EUA) e 09/08 (Brasil)

Círculo de Fogo:

Círculo de Fogo: humanos pilotam robôs em novo filme de Guillermo del Toro (photo by BeyondHollywood.com)

Reconhecido por seus filmes fantasiosos como O Labirinto do Fauno (2006) e dos dois filmes de Hellboy, aparentemente o diretor mexicano Guillermo del Toro também tem paixão por ficção científica. Depois que sua tentativa de dirigir O Hobbit: Uma Jornada Inesperada fracassou, ele decidiu filmar essa aventura pós-apocalíptica em que humanos pilotam robôs gigantes para combater uma raça alienígena que invadiu a Terra. Novamente ele conta com seu ator-fetiche Ron Perlman, e escalou Idris Elba quando Tom Cruise resolveu filmar Oblivion. Pelo fato de não haver uma estrela no elenco, sempre existe uma possibilidade de fracasso comercial, mas acredito que o talento de del Toro compense até demais essa ausência.

WOLVERINE – IMORTAL (The Wolverine)

Dir: James Mangold

Elenco: Hugh Jackman, Will Yun Lee, Tao Okamoto

Previsão de estréia: 26/07 (Brasil e EUA)

Wolverine na terra do sol nascente em Wolverine - Imortal (photo by OutNow.CH)

Wolverine na terra do sol nascente em Wolverine – Imortal (photo by OutNow.CH)

Depois dos créditos finais de X-Men Origens: Wolverine (2009), existe uma cena em que o personagem está num bar no Japão, o que já indicava que o próximo filme do mutante com garras de adamantium se passaria na terra do sol nascente, mais precisamente adaptando uma famosa saga escrita por Frank Miller e Chris Claremont no universo dos quadrinhos dos anos 80. Será a sexta aparição de Hugh Jackman como Wolverine e o primeiro filme sem “X-Men” no título. Nesta aventura, ele treinará com um samurai e terá como oponente o Samurai de Prata.

ELYSIUM

Dir: Neill Blomkamp

Elenco: Matt Damon, Jodie Foster, Sharlto Copley, Alice Braga

Previsão de estréia: 09/08 (EUA) e 16/08 (Brasil)

Matt Damon em Elysium (photo by OutNow.CH)

Matt Damon em Elysium (photo by OutNow.CH)

No ano de 2159, os milionários vivem numa estação espacial enquanto o resto da população vive numa Terra arruinada e destruída. Existe uma missão que busca trazer um pouco mais de igualdade nesse abismo social. Este é o segundo longa de Neill Blomkamp, depois do sucesso de Distrito 9, que conquistou quatro indicações no Oscar, incluindo Melhor Filme. De volta ao cenário do futuro, Blomkamp promete uma abordagem diferente (sem alienígenas), mas mantendo um forte senso de crítica sócio-política.

GRAVIDADE (Gravity)

Dir: Alfonso Cuarón

Elenco: George Clooney, Sandra Bullock

Previsão de estréia: 04/10 (EUA)

Drama sobre astronautas que querem voltar para casa após acidente na espaçonave. Sim, você já viu esse filme e tem nome: Apollo 13 (1995). Mas no lugar de Tom Hanks falando “Houston we have a problem”, temos George Clooney e Sandra Bullock. Pouco se sabe ainda sobre o filme, mas só o fato de Alfonso Cuarón estar na cadeira de diretor já podemos esperar algo acima da média pelo menos. Seu último filme, Filhos da Esperança (2006) foi uma das melhores ficções científicas contemporâneas, sem nem mesmo contar com efeitos digitais e altos orçamentos.

OLDBOY

Dir: Spike Lee

Elenco: Josh Brolin, Elizabeth Olsen, Samuel L. Jackson

Previsão de estréia: 11/10 (EUA)

Será engraçado e curioso ver esta refilmagem do sucesso sul-coreano de mesmo título de 2003 querendo surpreender o público com a mesma revelação do final original. Na época, o filme asiático foi muito bem recebido no Festival de Cannes, ganhando o Grande Prêmio do Júri. Por isso, talvez a história de vingança doentia e bem arquitetada tenha que passar por algumas alterações se quiser agradar a todos. Será que a cena das marteladas no corredor vai sobreviver ao corte final? Definitivamente o polvo não fará parte do cardápio de Josh Brolin.

CAPTAIN PHILLIPS

Dir: Paul Greengrass

Elenco: Tom Hanks, Catherine Keener

Previsão de estréia: 11/10 (EUA) e 18/10 (Brasil)

A história verídica do Capitão Richard Phillips e o sequestro de um navio cargueiro americano por piratas somálios em 2009. Como fez nos sucessos de Domingo Sangrento (2002) e Vôo United 93 (2007), ambos baseados em fatos reais, o diretor Paul Greengrass deve abusar de câmeras na mão para nos contar como foi esse crime que mistura o mundo contemporâneo com o mundo antigo dos piratas. Pode se tornar um papel importante para Tom Hanks numa possível indicação ao Oscar 2014.

CARRIE, A ESTRANHA (Carrie)

Dir: Kimberly Peirce

Elenco: Chloë Grace Moretz, Julianne Moore, Judy Greer

Previsão de estréia: 18/10 (EUA)

Pôster da refilmagem Carrie, a Estranha. Sai Sissy Spacek. Entra Chloe Grace-Moretz.

Pôster da refilmagem Carrie, a Estranha. Sai Sissy Spacek. Entra Chloe Grace-Moretz.

Há tempos que essa refilmagem quer sair do papel. Desde 1976, houve uma sequência intitulada A Maldição de Carrie (1999) e o filme feito para TV Carrie, a Estranha (2002), ambos fracassos. Nas mãos da diretora Kimberly Peirce, o romance de Stephen King sobre garota que sofre bullying e tem poderes telecinéticos pode realmente ganhar uma nova roupagem, uma vez que ela trabalhou bem a questão do preconceito em Meninos Não Choram (1999). No elenco, Chloë Grace Moretz e Julianne Moore têm talento para substituírem Sissy Spacek e Piper Perabo, respectivamente.

THE WORLD’S END

Dir: Edgar Wright

Elenco: Simon Pegg, Martin Freeman, Rosamund Pike, Paddy Considine

Previsão de estréia: 25/10 (EUA)

The World's End: nova comédia de Edgar Wright (photo by BeyondHollywood.com)

The World’s End: nova comédia de Edgar Wright (photo by BeyondHollywood.com)

Que tal um pouco de comédia no assunto fim do mundo? Edgar Wright, conhecido por sua sátira inovadora Todo Mundo Quase Morto (2004), volta à questão pós-apocalíptica sobre grupo de cinco amigos que se reúnem num pub há 20 anos e que podem ser a única esperança da humanidade. Como em seus filmes anteriores, diálogos britânicos marcantes e o tipo de comédia física devem predominar nessa aguardada sátira.

THOR: THE DARK WORLD

Dir: Alan Taylor

Elenco: Chris Hemsworth, Natalie Portman, Christopher Eccleston, Anthony Hopkins

Previsão de estréia: 08/11 (EUA) e 22/11 (Brasil)

Thor: The Dark World:

Thor: The Dark World: Terceiro filme da Marvel em 2013

Depois de um início shakespearino com Kenneth Brannagh na direção, Thor ganha um clima mais medieval nas mãos do criador da série de sucesso Game of Thrones. Com todo o elenco de volta, inclusive Natalie Portman (que aceitou o papel por causa de Brannagh) e Tom Hiddleston, Thor: The Dark World apresenta o novo vilão Malekith, vivido por Christopher Eccleston, que controla uma horda de Elfos Negros para destruir a Terra.

JOGOS VORAZES: EM CHAMAS (The Hunger Games: Catching Fire)

Dir: Francis Lawrence

Elenco: Jennifer Lawrence, Josh Hutcherson, Liam Hemsworth, Elizabeth Banks, Philip Seymour Hoffman

Previsão de estréia: 22/11 (Brasil e EUA)

Jogos Vorazes: Em Chamas: Jennifer Lawrence em ascensão

Jogos Vorazes: Em Chamas: Jennifer Lawrence em ascensão

Depois que o público jovem ficou órfão de Harry Potter, a série Jogos Vorazes entrou em cena para tentar suprir esse consumismo com incontáveis produtos de marketing com a imagem de Katniss, a protagonista defendida por Jennifer Lawrence. Gary Ross, um bom roteirista mas limitado como diretor, dá lugar a Francis Lawrence, mais conhecido por dirigir videoclipes e a adaptação dos quadrinhos do selo Vertigo, Constantine (2005). Felizmente, ele contará com o trabalho do roteirista vencedor do Oscar por Quem Quer Ser um Milionário?, Simon Beaufoy. Outro importante plus nesta sequência é a presença de Philip Seymour Hoffman como Plutarch Heavensbee. Nada como um ator experiente para ensinar algo de valor pra essa garotada.

THE HOBBIT: THE DESOLATION OF SMAUG

Dir: Peter Jackson

Elenco: Martin Freeman, Ian McKellen, Andy Serkis, Benedict Cumberbatch

Previsão de estréia: 13/12 (EUA) e 20/12 (Brasil)

The Hobbit: The Desolation of Smaug: Martin Freeman em meio ao ouro dos duendes (photo by BeyondHollywood.com)

The Hobbit: The Desolation of Smaug: Martin Freeman em meio ao ouro dos duendes (photo by BeyondHollywood.com)

Admito que não sou fã do universo de O Senhor dos Anéis, de J.R.R. Tolkien, mas meu comentário seguinte nada tem a ver com essa opinião: Por que transformar um livro em três filmes de três horas? Eu entendo que a escrita de Tolkien é muito descritiva e minuciosa, mas não justifica essa adaptação desproporcional. Claro que os produtores do estúdio querem lucrar três vezes mais com os filmes, mas acho que Peter Jackson, como diretor e contador de histórias, deveria ter interferido na decisão de fazer três produções longas. Talvez por isso mesmo que Guillermo del Toro tenha saído da cadeira de diretor. E se o primeiro filme desta nova trilogia já se mostrou fraca, a previsão para os próximos dois não é nada boa. Perdoem-me, fãs de Tolkien, mas esse requentadão de O Senhor dos Anéis só teve propósitos nitidamente lucrativos até agora.

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