SINDICATO DE ATORES APONTA E POSSIBILITA MAIOR DIVERSIDADE ENTRE VENCEDORES DO OSCAR
Após descobrir que o SAG Awards não seria transmitido no Brasil, houve uma corrida contra o tempo para tentar dar algum jeito de acompanhar a cerimônia de forma “alternativa”. Claro que não é algo aconselhável ou recomendável, mas estávamos curiosos para ver como seria esse SAG pré-gravado por causa da pandemia. A intenção de pré-gravar os discursos de agradecimento era reduzir a duração do evento para uma hora, com a intenção de fugir da monotonia das conexões via Zoom ao vivo. Para isso funcionar, a organização do evento teria pedido bico calado aos indicados e vencedores nas redes sociais para tentar manter o elemento surpresa dos resultados.
Claro que houve um suposto vazamento que indicava as vitórias de Viola Davis e Maria Bakalova, mas esse boato se mostrou apenas 50% correto. Viola Davis foi a grande surpresa da noite ao vencer como Melhor Atriz por A Voz Suprema do Blues. Assim como nós, muitos sequer consideravam essa possibilidade já que ela já havia conquistado 2 SAG por Histórias Cruzadas e Um Limite Entre Nós, além de outros dois pela série How to Get Away With Murder. Num ano bastante imprevisível na categoria, em que Andra Day levou o Globo de Ouro, Carey Mulligan levou o Critics’ Choice e agora Viola leva o SAG (sendo que nem Viola, nem Carey, nem Andra foram indicadas ao BAFTA), talvez exista uma tendência para tornar Viola Davis a segunda atriz negra a vencer o Oscar de Melhor Atriz na história, quebrando finalmente a marca de 2002 de Halle Berry. E mesmo que isso não se concretize e Carey Mulligan leve o Oscar, não poderemos reclamar da previsibilidade que tem dominado as últimas temporadas de premiações.
Já a derrota de Maria Bakalova não chega a ser tão surpreendente, pois a categoria de Atriz Coadjuvante está bastante imprevisível. A vitória da coreana Yuh-Jung Youn reforça a campanha de Minari no Oscar, e a atriz veterana tem as melhores chances de conquistar a estatueta. Por se tratar de uma performance em língua estrangeira, não descartamos totalmente Glenn Close ou Olivia Colman.
Nas categorias masculinas, deu o óbvio: Chadwick Boseman por A Voz Suprema do Blues, e Daniel Kaluuya por Judas e o Messias Negro. Caso esses mesmos vencedores se repitam no Oscar, será a primeira vez em 93 anos que não haveria atores brancos entre os vencedores, ou pelo menos que eles deixarão de ser a maioria. Gostaríamos muito que Anthony Hopkins tivesse levado o SAG pela magistral performance em Meu Pai, mas a comoção relacionada a Chadwick ainda pesa contra sua campanha.
Embora tenha Sacha Baron Cohen entre os indicados de Ator Coadjuvante, Os 7 de Chicago tinha única chance real como Melhor Elenco, mas não necessariamente por reunir o melhor elenco em si, mas de contar com grandes nomes numa história com tantos personagens. O filme de tribunal de Aaron Sorkin começou a temporada como o grande favorito, mas hoje tem o SAG de Elenco como único embasamento até o Oscar. Claro que existe a chance de ganhar Roteiro Original, mas após a vitória de Bela Vingança nesta categoria no WGA (sindicato de roteiristas), o panorama decaiu novamente. Se nos últimos 10 anos, o vencedor do SAG de Elenco ajudou na escolha de Melhor Filme no Oscar, é quase certeza de que isso não se repetirá em 2021.
CONFIRA TODOS OS VENCEDORES DO 27º SAG AWARDS:
CINEMA
MELHOR ELENCO * Destacamento Blood (Da 5 Bloods) * A Voz Suprema do Blues (Ma Rainey’s Black Bottom) * Minari * Uma Noite em Miami… (One Night in Miami) * Os 7 de Chicago (The Trial of the Chicago 7)
MELHOR ATOR * Riz Ahmed (O Som do Silêncio) * Chadwick Boseman (A Voz Suprema do Blues) * Anthony Hopkins (Meu Pai) * Gary Oldman (Mank) * Steven Yeun (Minari)
MELHOR ATRIZ * Amy Adams (Era uma Vez um Sonho) * Viola Davis (A Voz Suprema do Blues) * Vanessa Kirby (Pieces of a Woman) * Frances McDormand (Nomadland) * Carey Mulligan (Bela Vingança)
MELHOR ATOR COADJUVANTE * Chadwick Boseman (Destacamento Blood) * Sacha Baron Cohen (Os 7 de Chicago) * Daniel Kaluuya (Judas e o Messias Negro) * Jared Leto (The Little Things) * Leslie Odom Jr. (Uma Noite em Miami…)
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE * Maria Bakalova (Borat: Fita de Cinema Seguinte) * Glenn Close (Era uma Vez um Sonho) * Olivia Colman (Meu Pai) * Yuh-Jung Youn (Minari) * Helena Zengel (Relatos do Mundo)
MELHOR ELENCO DE DUBLÊS – Destacamento Blood – Mulan – Relatos do Mundo – Os 7 de Chicago * Mulher Maravilha 1984
TV/STREAMING
MELHOR ELENCO – SÉRIE DRAMÁTICA * Better Call Saul * Bridgerton * The Crown * Lovecraft Country * Ozark
MELHOR ATOR – SÉRIE DRAMÁTICA * Jason Bateman (Ozark) * Sterling K. Brown (This is Us) * Josh O’Connor (The Crown) * Bob Odenkirk (Better Call Saul) * Rege-Jean Page (Bridgerton)
MELHOR ATRIZ – SÉRIE DRAMÁTICA * Gillian Anderson (The Crown) * Olivia Colman (The Crown) * Emma Corrin (The Crown) * Julia Garner (Ozark) * Laura Linney (Ozark)
MELHOR ATOR – MINISSÉRIE OU FILME PARA TV * Bill Camp (The Queen’s Gambit) * Daveed Diggs (Hamilton) * Hugh Grant (The Undoing) * Ethan Hawke (The Good Lord Bird) * Mark Ruffalo (I Know This Much Is True)
MELHOR ATRIZ – MINISSÉRIE OU FILME PARA TV * Cate Blanchett (Mrs. America) * Michaela Coel (I May Destroy You) * Nicole Kidman (The Undoing) * Anya Taylor-Joy (The Queen’s Gambit) * Kerry Washington (Little Fires Everywhere)
MELHOR ELENCO – SÉRIE DE COMÉDIA * Dead to Me * The Flight Attendant * The Great * Schitt’s Creek * Ted Lasso
MELHOR ATOR – SÉRIE DE COMÉDIA * Nicholas Hoult (The Great) * Dan Levy (Schitt’s Creek) * Eugene Levy (Schitt’s Creek) * Jason Sudeikis (Ted Lasso) * Ramy Youssef (Ramy)
MELHOR ATRIZ – SÉRIE DE COMÉDIA * Christina Applegate (Dead to Me) * Linda Cardellini (Dead to Me) * Kaley Cuoco (The Flight Attendant) * Annie Murphy (Schitt’s Creek) * Catherine O’Hara (Schitt’s Creek)
MELHOR ELENCO DE DUBLÊS EM SÉRIE DRAMÁTICA OU DE COMÉDIA – The Boys – Cobra Kai – Lovecraft Country * The Mandalorian – Westworld
‘BABENCO: ALGUÉM TEM QUE OUVIR O CORAÇÃO E DIZER PAROU’ NÃO CONSEGUE SE QUALIFICAR NEM COMO FILME INTERNACIONAL, NEM COMO DOCUMENTÁRIO
A Academia anunciou as nove pré-listas da próxima edição do Oscar. Foram 15 pré-selecionados nas categorias de Documentário, Filme Internacional, Trilha Musical Original e Canção Original, enquanto foram 10 pré-selecionados nas categorias de Maquiagem e Penteado, Efeitos Visuais, Documentário-Curta, Curta-Metragem e Curta de Animação. Apenas os filmes dessas listas poderão seguir adiante na disputa para conquistar indicações nessas categorias, que serão divulgadas no próximo dia 15 de Março.
Mais uma vez, o Cinema Brasileiro não participa da categoria de Filme Internacional do Oscar desde 1999 com Central do Brasil. A estratégia do Comitê que selecionou o filme representante do Brasil até tinha uma coerência: eleger o documentário sobre o cineasta argentino naturalizado brasileiro Hector Babenco, que ganhou um prêmio especial na penúltima edição do Festival de Veneza, para ter chances em duas frentes: Melhor Filme Internacional e Melhor Documentário. O objetivo ideal seria repetir o feito do filme da Macedônia do Norte, Honeyland, em 2020 mas no final, o filme de Bárbara Paz não conseguiu nem uma, nem outra indicação. Curiosamente, os representantes da Romênia, Collective, e do Chile, Agente Duplo, podem conseguir essa dobradinha de Filme Internacional e Documentário, pois ambos estão na pré-lista.
A última vez que o Brasil esteve presente na pré-lista foi lá no longínquo ano de 2007, quando O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias avançou, mas não conseguiu a indicação. Claro que a Ancine está decadente no governo Bolsonaro, mas é importante ressaltar que a seleção foi mal planejada. Bacurau foi preterido por A Vida Invisível pelo comitê em 2019, contudo com o lançamento do filme nos EUA em Março de 2020 pela Kino Lorber, o filme de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles vem conquistando prêmios e indicações importantes nesta temporada como o dos críticos de Nova York do NYFCC e Independent Spirit Awards, mas agora não pode participar desta seleção. Está faltando uma profissionalização para fazer uma seleção mais bem sintonizada e com o devido planejamento de campanha publicitária em território americano, senão o Cinema Brasileiro permanecerá fora da festa por mais alguns anos.
Abaixo, seguem as pré-listas das nove categorias e um breve panorama e comentário.
Professor Polvo (My Octopus Teacher) (Netflix) – Dir: Pippa Ehrlich, James Reed
Notturno (Neon) – Dir: Gianfranco Rosi
The Painter and the Thief (Neon) – Dir: Benjamin Ree
Time (Amazon Studios) – Dir: Garrett Bradley
The Truffle Hunters (Sony Pictures Classics) – Dir: Michael Dweck, Gregory Kershaw
Bem-Vindo à Chechênia (Welcome to Chechnya) (HBO) – Dir: David France
Como mencionado em post anterior, houve um recorde histórico de inscritos este ano com 238 documentários, número muito impulsionado pelo crescimento das plataformas digitais e da pandemia. Caso essa crescente permaneça, é possível que a Academia eleve o número de indicados da categoria de 5 para 10 nos próximos anos.
Dos 15 pré-selecionados, vale destacar que oito foram dirigidos por mulheres e de várias etnias e comunidades. Sobre a disputa, podemos dizer que se trata da categoria mais competitiva de todas daqui, e que independentemente dos cinco indicados, todos serão bem representados. Por enquanto, Time é o que vem conquistando mais prêmios e deve figurar entre os finalistas, seguido de perto por Collective. Contudo, tanto Collective quanto Agente Duplo podem ter votos anulados já que competem também como Filme Internacional.
FILME INTERNACIONAL
Druk – Mais uma Rodada (Another Round) (Dinamarca) – Dir: Thomas Vinterberg
Better Days (Hong Kong) – Dir: Derek Tsang
Charlatan (República Tcheca) – Dir: Agnieszka Holland
Night of the Kings (Costa do Marfim) – Dir: Philippe Lacôte
Quo Vadis, Aida? (Bósnia e Herzegovina) – Dir: Jasmila Žbanić
Sun Children (Irã) – Dir: Majid Majidi
Two of Us (França) – Dir: Filippo Meneghetti
A Sun (Taiwan) – Dir: Chung Mong-hong
The Man Who Sold His Skin (Tunísia) – Dir: Kaouther Ben Hania
Filmes de 93 países foram elegíveis este ano, igualando o recorde anterior. O que a Academia ainda não deixou claro é a quantidade mínima de filmes vistos para um membro da Academia estar apto a votar nesta categoria. Seriam 30? 40? 50? Talvez nunca saberemos. Felizmente, mesmo sem o comitê especial que “salva” os filmes mais conceituados da crítica, a pré-seleção mandou bem, com raras exceções, sendo uma delas a exclusão do filme do Lesoto, Isto Não é um Enterro, É uma Ressureição, e o filme espanhol A Trincheira Infinita. É uma pena também que o filme português Vitalina Varela não está na lista. Embora não tenha muito o perfil do Oscar, merecia estar pelo menos na pré-lista.
Em relação às chances, Druk – Mais uma Rodada, da Dinamarca, parece já ter uma vaga garantida, não apenas pela seleção no último Festival de Cannes, mas pelo prestígio que a parceria entre Thomas Vinterberg e Mads Mikkelsen tem. Apostaria também nas indicações de Quo Vadis, Ainda? (Bósnia e Herzegovina) e Night of the Kings (Costa do Marfim). Particularmente, gostaríamos que o filme guatemalteco La Llorona chegasse à cerimônia por apresentar uma mistura inusitada de elementos sobrenaturais com críticas políticas. E pra última vaga, a expectativa é do documentário Collective, da Romênia, mas pode ir para o mexicano I’m No Longer Here.
MAQUIAGEM E PENTEADO
Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa (Birds of Prey and the Fantabulous Emancipation of One Harley Quinn) (Warner Bros)
Emma (Focus Features)
The Glorias (Roadside Attractions and LD Entertainment)
Era uma Vez um Sonho (Hillbilly Elegy) (Netflix)
Uma Invenção de Natal (Jingle Jangle: A Christmas Journey (Netflix)
Os Pequenos Vestígios (The Little Things) (Warner Bros)
A Voz Suprema do Blues (Ma Rainey’s Black Bottom) (Netflix)
Mank (Netflix)
Uma Noite em Miami… (One Night in Miami) (Amazon Studios)
Pinóquio (Pinocchio) (Roadside Attractions)
Dos dez filmes, quatro são da Netflix. Com a ausência de Os 7 de Chicago, automaticamente A Voz Suprema do Blues assume o favoritismo. Outros quatro que podem ser indicados são Mank, Emma, Os Pequenos Vestígios e Aves de Rapina, já que Esquadrão Suicida chegou a ganhar o Oscar de Maquiagem. Ainda não descartaríamos Era uma Vez um Sonho, caso a Academia queira fazer uma dupla indicação com Glenn Close como Coadjuvante.
Particularmente, sentimos falta daquela maquiagem transformativa de criaturas fantasiosas que costumavam frequentar a categoria nos anos 80 e 90, que Rick Baker fazia de olhos vendados. Hoje em dia, a maquiagem tem seguido a linha discreta dos efeitos visuais, o que não é de todo ruim. O problema é quando a maquiagem parece básica demais pra estar entre os indicados ou até mesmo ganhar.
TRILHA MUSICAL ORIGINAL
Ammonite (Neon) – Dustin O’Halloran, Volker Bertelmann
Blizzard of Souls (Film Movement) – Lolita Ritmanis
O Homem Invisível (The Invisible Man) (Universal Pictures) – Benjamin Wallfisch
Uma Invenção de Natal (Jingle Jangle: A Christmas Journey) (Netflix) – John Debney
Rosa e Momo (The Life Ahead (La Vita Davanti a Se) (Netflix) – Gabriel Yared
Os Pequenos Vestígios (The Little Things) (Warner Bros) – Thomas Newman
Mank (Netflix) – Trent Reznor, Atticus Ross
O Céu da Meia-Noite (The Midnight Sky) (Netflix) – Alexandre Desplat
Minari (A24) – Emile Mosseri
Mulan (Walt Disney Pictures) – Henry Gregson-Williams
Relatos do Mundo (News of the World) (Universal Pictures) – James Newton Howard
Soul (Pixar) – Jon Batiste, Trent Reznor, Atticus Ross
Tenet (Warner Bros) – Ludwig Göransson
Os 7 de Chicago (The Trial of the Chicago 7) (Netflix) – Daniel Pemberton
Nesta edição, 136 trilhas foram inscritas e elegíveis, e agora restam 15 composições no pote. Não sei se essa pré-lista abre espaço para muitas surpresas no anúncio das indicações, mas fico feliz com a inclusão de Benjamin Wallfisch por O Homem Invisível. Sua trilha que acentua a paranóia da protagonista faz uma baita diferença no filme de Leigh Whannell. Felizmente não tem John Williams este ano por Star Wars, senão ele teria uma vaga cativa.
Nossos palpites são: Soul, Mank, Tenet, Relatos do Mundo e O Céu da Meia-Noite. Talvez Minari fique com a vaga de James Newton Howard ou Alexandre Desplat, caso os votantes queiram dar uma inovada. E reforçando: Se Thomas Newman for indicado novamente, com certeza será outra derrota em seu vasto histórico sem vitórias, então talvez seja o caso de nem indicá-lo (?).
CANÇÃO ORIGINAL
“Turntables” de Até o Fim: A Luta Pela Democracia (Amazon Studios)
“See What You’ve Done” de Belly of the Beast (Independent Lens)
“Wuhan Flu” de Borat: Fita de Cinema Seguinte (Amazon Studios)
“Husavik” de Festival Eurovision da Canção: A Saga de Sigrit e Lars (Netflix)
“Never Break” de Vozes que Inspiram (Netflix)
“Make It Work” de Uma Invenção de Natal (Netflix)
“Fight For You” de Judas e o Messias Negro (Warner Bros)
“lo Sì (Seen)” de Rosa e Momo (Netflix)
“Rain Song” de Minari (A24)
“Show Me Your Soul” de Mr. Soul! (Shoes in the Bed Productions)
“Loyal Brave True” de Mulan (Walt Disney Pictures)
“Free” de O Grande Ivan (Disney Plus)
“Speak Now” de Uma Noite em Miami… (Amazon Studios)
“Green” de Som do Silêncio (Amazon Studios)
“Hear My Voice” de Os 7 de Chicago (Netflix)
105 canções foram inscritas e agora restam 15 na disputa. Dos mais reconhecidos até o momento, as canções de Os 7 de Chicago, Uma Noite em Miami…, Rosa e Momo e Judas e o Messias Negro são as que têm maiores chances de concretizar indicações. Seria engraçado ver Sacha Baron Cohen fazendo uma performance de “Wuhan Flu”, de Borat: Fita de Cinema Seguinte, mas está com cara de que vai rolar uma indicação para aquela canção de letras inspiradoras porém sem musicalidade de documentários, no caso, Até o Fim: A Luta Pela Democracia, ainda mais que a canção de Andra Day em The United States vs. Billie Holiday já ficou pelo caminho.
EFEITOS VISUAIS
Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa (Birds of Prey and the Fantabulous Emancipation of One Harley Quinn) (Warner Bros)
Bloodshot (Lionsgate)
Problemas Monstruosos (Love and Monsters) (Paramount Pictures)
Mank (Netflix)
O Céu da Meia-Noite (The Midnight Sky) (Netflix)
Mulan (Walt Disney Pictures)
O Grande Ivan (The One and Only Ivan) (Disney Plus)
Soul (Pixar)
Tenet (Warner Bros)
Bem-Vindo à Chechênia (Welcome to Chechnya) (HBO)
O comitê executivo de Efeitos Visuais será convidado a conferir um trecho de 10 minutos desses dez filmes pré-selecionados no dia 06 de Março para decidirem os cinco indicados. Nos últimos anos, a Academia tem premiado filmes com efeitos bem mais discretos e que servem a narrativa sem chamar muita atenção. Foram os casos vitoriosos de O Primeiro Homem e 1917. Nesse sentido, Mank se encaixa bem já que usou efeitos para reconstruir a Hollywood dos anos 30, e em uma escala um pouco maior, temos O Céu da Meia-Noite, que usou a tecnologia para criar estações espaciais e o próprio espaço sideral. Já em termos de efeitos exibicionistas que sempre marcam presença na categoria, a indicação de Tenet é dada como 99% certa.
A presença mais curiosa da lista é do documentário Bem-Vindo à Chechênia. Afinal, por que um documentário estaria indicado a Efeitos Visuais? Simples. Por se tratar de um filme sobre pessoas gays perseguidas na Rússia, os efeitos digitais foram utilizados para aplicar o chamado Deep Fake, trocando o verdadeiro rosto das vítimas para não serem identificadas pelo governo russo. Acredito que seria indicado mais pelo uso criativo e efetivo da tecnologia.
Já entre os excluídos, dá pra destacar o filme de submarinos Greyhound: Na Mira do Inimigo e até o Sonic: O Filme, que trocou bem o design do porco-espinho. Mas a grande injustiça aqui foi a ausência de O Homem Invisível. Totalmente injustificável, pois os efeitos caíram como uma luva no thriller de paranóia.
CURTA DE ANIMAÇÃO
Burrow
Genius Loci
If Anything Happens I Love You
Kapaemahu
Opera
Out
The Snail and the Whale
To Gerard
Traces
Yes-People
96 curtas animados foram inscritos, incluindo o brasileiro Umbrella, que acabou ficando de fora. O candidato com maior visibilidade aqui certamente é If Anything Happens I Love You, que está na plataforma da Netflix, é conta com a produtora Laura Dern.
DOCUMENTÁRIO-CURTA
Abortion Helpline, This Is Lisa
Call Center Blues
Colette
A Concerto Is a Conversation
Do Not Split
Hunger Ward
Hysterical Girl
A Love Song for Latasha
The Speed Cubers
O Que Sophia Loren Faria? (What Would Sophia Loren Do?)
De 114 documentários-curtas inscritos, restaram dez na disputa. Embora a Academia tenha uma preferência por curtas envolvendo crianças, adolescentes ou pessoas doentes, já arrisco a dizer que O Que Sophia Loren Faria? já apresenta todas as justificativas para estar entre os indicados: história de superação, envolve uma atriz internacional, faz uma ode ao cinema, conta com a publicidade da Netflix, e ainda tem trechos do Oscar.
CURTA-METRAGEM
Bittu
Da Yie
Feeling Through
The Human Voice
The Kicksled Choir
The Letter Room
The Present
Two Distant Strangers
The Van
White Eye
Desses dez pré-selecionados, o que tem as maiores chances de longe é o curta The Human Voice, já que é dirigido pelo cineasta espanhol Pedro Almodóvar e estrelado por Tilda Swinton. Filmado durante a pandemia, o curta foi exibido no último Festival de Veneza.
______________________________________________________________________________________ O anúncio dos indicados ao Oscar 2021 será no dia 15 de Março.