O prêmio de direção ficou com Barry Jenkins pelo drama Moonlight, que acompanha o amadurecimento de um rapaz em Miami. Curiosamente, este é apenas o segundo trabalho de direção de longa de Jenkins. Seria muito cedo pra cogitar o primeiro Oscar para um diretor negro? Se depender da polêmica do #OscarSoWhite que deve cair matando, não duvido nem um pouco. Pelo filme, Naomie Harris também ganhou o prêmio de Atriz Coadjuvante pelo papel da mãe do rapaz, viciada em crack.

Barry Jenkins em set de Moonlight (photo by esquire.com)

Barry Jenkins em set de Moonlight (photo by esquire.com)

Nas demais categorias de atuação, Amy Adams foi reconhecida pela ficção científica A Chegada, sobre a invasão de naves alienígenas à Terra e a tarefa árdua de encontrar uma linguagem em comum. A atriz vinha sendo cogitada também pelo filme Animais Noturnos, mas acredito que sua campanha deve se prender ao filme de Denis Villeneuve. Sua vitória dá uma ofuscada no favoritismo de Emma Stone, e se junta às demais fortes candidatas: Natalie Portman, Annette Bening, Meryl Streep e Ruth Negga.

Amy Adams em cena de A Chegada. Seu primeiro grande prêmio pela performance veio no NBR (photo by moviepilot.de)

Amy Adams em cena de A Chegada. Seu primeiro grande prêmio pela performance veio no NBR (photo by moviepilot.de)

Vivendo um policial de Texas, Jeff Bridges foi agraciado com o prêmio de Ator Coadjuvante por A Qualquer Custo. Embora seja um filme tenso e pesado, a Academia tem um forte apreço por Bridges, que vem se mostrando cada vez mais eclético e maduro em suas escolhas. Sou um pouco suspeito pra falar porque gosto de filmes de crimes, mas A Qualquer Custo promete ser um dos melhores filmes do ano.

Jeff Bridges em primeiro plano, e Gil Birmingham ao fundo, em cena de A Qualquer Custo (photo by moviepilot.de)

Jeff Bridges em primeiro plano, e Gil Birmingham ao fundo, em cena de A Qualquer Custo (photo by moviepilot.de)

O prêmio de Roteiro Adaptado para Silêncio me pareceu um consolo. Trata-se de um aguardadíssimo filme de Martin Scorsese, que só recentemente lançaram o trailer. Ficou a impressão de que poucos viram e resolveram recompensar seus esforços concedendo um prêmio. O filme será lançado no final de dezembro nos EUA, e pode perder a força de sua campanha por falta de tempo. Vamos aguardar pra ver. No Brasil, não há nem previsão, mas deve chegar por aqui em fevereiro.

Na categoria de animação, vale destacar a vitória de Kubo e as Cordas Mágicas. Embora seja o primeiro filme sob a direção de Travis Knight, ele foi responsável pela produção de Os Boxtrolls (2014) e ParaNorman (2012), dois longas indicados ao Oscar. Ele bateu fortes concorrentes como Procurando Dory, Moana – Um Mar de Aventuras e Zootopia.

Cena da animação Kubo e as Cordas Mágicas, de Travis Knight (photo by moviepilot.de)

Cena da animação Kubo e as Cordas Mágicas, de Travis Knight (photo by moviepilot.de)

E, particularmente, adorei a inclusão do francês Elle e do sul-coreano The Handmaiden no Top 5 de filmes de língua estrangeira. São dois trabalhos altamente ousados pela temática sexual e pela narrativa.

Tae-ri Kim e Min-hee Kim no deslumbrante The Handmaiden, de Park Chan-wook (photo by moviepilot.de)

Tae-ri Kim e Min-hee Kim no deslumbrante The Handmaiden, de Park Chan-wook (photo by moviepilot.de)

Aqui, o grande “perdedor” entre os favoritos da temporada foi o musical La La Land. Embora tenha sido mencionado entre os melhores, não chegou a ganhar nada. Quem sabe nos prêmios dos críticos de Los Angeles e Nova York?

VENCEDORES DO NATIONAL BOARD OF REVIEW:

MELHOR FILME
Manchester à Beira-Mar