39ª Mostra Internacional de Cinema de SP exibe possíveis candidatos ao Oscar 2016

Cartaz oficial da 39ª Mostra Internacional de SP composta por storyboard do próximo filmes do diretor Martin Scorsese, Silêncio. (photo by revistapreview.com)

Cartaz oficial da 39ª Mostra Internacional de SP composta por storyboard do próximo filmes do diretor Martin Scorsese, Silêncio. (photo by revistapreview.com)

MOSTRA DE CINEMA APRESENTA GRANDE MOSAICO DE FESTIVAIS INTERNACIONAIS

Todo mês de outubro é a mesma coisa. Aquelas filas extensas para comprar pacotes de filmes de 20, 40 e integral no Conjunto Nacional na Avenida Paulista, e depois mais filas para acompanhar os filmes mais badalados. A 39ª edição acontece entre os dia 22 de outubro a 04 de novembro, com direito a uns dias extras de repescagem de alguns títulos mais bem votados. Com a crise econômica, o número de produções exibidas reduziu um pouco para 312 títulos, mas que mesmo assim, abrange 62 países.

Para os aficcionados do cinema “oscarizável”, a Mostra tem em sua programação 15 representantes de países pré-selecionados para o Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira, incluindo um dos grandes favoritos: o húngaro O Filho de Saul, sobre o Holocausto. Confira a lista dos 15 filmes:

Géza Rohrig é Saul, o prisioneiro húngaro do campo de concentração de Son of Saul, de László Nemes (photo by outnow.ch)

Géza Rohrig é Saul, o prisioneiro húngaro do campo de concentração de O Filho de Saul, de László Nemes (photo by outnow.ch)

  • Labirinto de Mentiras, de Giulio Ricciarelli – ALEMANHA
  • O Abraço da Serpente, de Ciro Guerra – COLÔMBIA
  • Guerra, de Tobias Lindholm – DINAMARCA
  • Cordeiro, de Yared Zeleke – ETIÓPIA
  • O Esgrimista, de Klaus Härö – FINLÂNDIA
  • Ixcanul, de Jayro Bustamante – GUATEMALA
  • The Paradise Suite, de Joost van Ginkel – HOLANDA
  • O Filho de Saul, de László Nemes – HUNGRIA
  • A Ovelha Negra, de Grímur Hákonarson – ISLÂNDIA
  • Pai, de Visar Morina – KOSOVO
  • O Verão de Sangaile, de Alanté Kavaïté – LITUÂNIA
  • As Mil e uma Noites: Volume 2, O Desolado, de Miguel Gomes – PORTUGAL
  • Nômade Celestial, de Mirlan Abdykalykov – QUIRGUISTÃO
  • Aferim!, de Radu Jude – ROMÊNIA
  • Lo que Lleva el Río, de Mario Crespo – VENEZUELA

Além da categoria de estrangeiros, a Mostra tem em sua grade dois filmes que podem figurar na lista de indicações em janeiro. Aliança do Crime, de Scott Cooper, sobre um criminoso que se junta ao FBI, pode receber indicações até para Melhor Filme graças à força que Johnny Depp tem em Hollywood. Aliás, a grande chance que o filme tem é justamente na categoria de Melhor Ator, já que Depp está transformado com maquiagem e esta seria sua quarta indicação sem vitória.

À esquerda, Joel Edgerton atua com Johnny Depp em cena de Aliança do Crime (photo by cine.gr)

À esquerda, Joel Edgerton atua com Johnny Depp em cena de Aliança do Crime (photo by cine.gr)

E, em menor escala, a dramédia Mistress America, de Noah Baumbach, pode surpreender nas categorias de Melhor Roteiro Original e Melhor Atriz para Greta Gerwig. A jovem atriz conseguiu alavancar devido ao sucesso da parceria anterior com o diretor Baumbach (que também é seu namorado) no divertido Frances Ha (2012).

Mas obviamente, a Mostra é muito mais do que candidatos ao prêmio da Academia. Existem vários títulos premiados e selecionados de festivais prestigiados como Cannes, Berlim e Veneza. Abaixo, a lista de títulos presentes em cada um deles que está na Mostra:

FESTIVAL DE CANNES 2015

  • Dheepan – O Refúgio, de Jacques Audiard
    Vencedor da Palma de Ouro
  • O Filho de Saul, de László Nemes
    Vencedor do Grande Prêmio do Júri
  • Chronic, de Michel Franco
    Vencedor de Melhor Roteiro
  • Para o Outro Lado, de Kiyoshi Kurosawa
    Vencedor do Prêmio de Direção do Un Certain Regard
  • A Terra e a Sombra, de César Augusto Acevedo
    Vencedor do Camera D’Or
  • A Ovelha Negra, de Grímur Hákonarson
    Vencedor do Un Certain Regard
  • Paulina, de Santiago Mitre
    Vencedor do Critics Week
Cena de Dheepan, de Jacques Audiard (photo by cine.gr)

Cena de Dheepan, de Jacques Audiard (photo by cine.gr)

FESTIVAL DE VENEZA 2015

  • Desde Allá, de Lorenzo Vigas
    Vencedor do Leão de Ouro
  • Coração de Cachorro, de Laurie Anderson
    Vencedor do prêmio Lina Mangiacapre
  • Boi Neon, de Gabriel Mascaro
    Vencedor do Prêmio do Júri da Mostra Horizontes
Cena do documentário Coração de Cachorro, de Laurie Anderson (photo by cine.gr)

Cena do documentário Coração de Cachorro, de Laurie Anderson (photo by cine.gr)

FESTIVAL DE BERLIM 2015

  • Aferim!, de Radu Jude
    Vencedor do Urso de Prata de Melhor Diretor
  • Body, de Malgorzata Szumowska
    Vencedor do Urso de Prata de Melhor Diretor
  • O Botão de Pérola, de Patricio Guzmán
    Vencedor de Melhor Roteiro
  • Ixcanul, de Jayro Bustamante
    Vencedor do prêmio Alfred Bauer
Cena de O Botão de Pérola, de (photo by cine.gr)

Cena de O Botão de Pérola, de Patricio Guzmán (photo by cine.gr)

Claro que muitos dos premiados nesses festivais estão ausentes, mas alguns se deve à imposição das próprias distribuidoras que almejam destaque maior em circuito comercial como Carol, de Todd Haynes, e Sicario: Terra de Ninguém, de Denis Villeneuve.

Vale ressaltar que a Mostra contará com homenagens ao mestre italiano Mario Monicelli ao projetar os seus filmes Filhas do Desejo, Os Eternos Desconhecidos, A Grande Guerra, Ladrão Apaixonado e Casanova 70; e ao brasileiro José Mojica Marins, o Zé do Caixão, com a exibição de seus clássicos À Meia-Noite Levarei sua Alma, Encarnação do Demônio e O Desperar da Besta.

E o bacana desse evento é poder ver ou rever pérolas clássicas nas sessões especiais. Este ano, teremos a sessão de O Inquilino (1926), filme mudo de Alfred Hitchcock; da última comédia romântica muda de Mary Pickford, Meu Único Amor (1927), de Sam Taylor; e Limite (1931), de Mário Peixoto, a grande obra-prima do cinema brasileiro.

Ivor Novello como O INquilino, de Alfred Hitchcock (photo by mostra.org)

Ivor Novello como O Inquilino, de Alfred Hitchcock (photo by mostra.org)

Cena com Mary Pickford de Meu Único Amor, de Sam Taylor (photo by mostra.org)

Cena com Mary Pickford de Meu Único Amor, de Sam Taylor (photo by mostra.org)

Cena da obra-prima brasileira Limite, de Mário Peixoto (photo by mostra.org)

Cena da obra-prima brasileira Limite, de Mário Peixoto (photo by mostra.org)

Confira a programação completa da 39ª Mostra Internacional de São Paulo e os locais de exibição em:

www.mostra.org

*** Para quem tem pouco tempo como eu, vale a pena comprar pelo site ou aplicativo ingresso.com , pois por lá é possível comprar com três dias de antecedência à sessão. Bons filmes a todos!

Thriller francês ‘Dheepan’, de Jacques Audiard, leva a Palma de Ouro 2015

Jacques Audiard (centro) recebe a Palma de Ouro ao lado dos atores do filme Dheepan: Jesuthasan Antonythsan e Kalieaswari Srinivasan. Ao fundo, o presidente do júri, Ethan Coen (photo by theguardian.com)

Jacques Audiard (centro) recebe a Palma de Ouro ao lado dos atores do filme Dheepan: Jesuthasan Antonythsan e Kalieaswari Srinivasan. Ao fundo, o presidente do júri, Ethan Coen (photo by theguardian.com)

IMPRENSA ESTRANGEIRA QUESTIONA FORTE PRESENÇA FRANCESA E SAI INSATISFEITA COM PREMIAÇÃO

Após concorrer por três vezes à Palma de Ouro em Cannes (em 1996 com Um Herói Muito Discreto, em 2009 com O Profeta, e em 2012 com Ferrugem e Osso), o autor francês Jacques Audiard finalmente levou o prêmio máximo do festival de cinema. Bastante humorado, o cineasta disparou em seu discurso de agradecimento: “Obrigado, Michael Haneke, por não ter feito nenhum filme este ano” – ele perdeu a Palma para Haneke na últimas duas oportunidades. Considerado por muitos críticos e cinéfilos como um dos grandes cineastas franceses da atualidade, sua consagração não soa mal, porém a premiação não agradou à maioria dos jornalistas e críticos presente.

Para muitos, além do prestígio do diretor, o tema da imigração na Europa, uma questão muito atual e polêmica, colaborou bastante na escolha do longa como o melhor do evento. Dheepan apresenta elementos do seu trabalho anterior O Profeta, como as gangues violentas e a busca pela desestruturação do poder, mas desta vez seu protagonista é um membro do grupo separatista Tamil Tigers do Sri Lanka. Planejando pedir asilo político na França, ele leva consigo duas estranhas (uma mulher e uma garota de 9 anos) com documentos falsos na tentativa de facilitar sua entrada no país. Lá, ele consegue um emprego e um lar, mas acaba se envolvendo com traficantes do condomínio onde mora, reabrindo suas feridas de guerra.

Claudine Vinasithamby e Jesuthasan Antonythasan em cena de Dheepan, de Jacques Audiard (Photo by outnow.ch)

Claudine Vinasithamby e Jesuthasan Antonythasan em cena de Dheepan, de Jacques Audiard (Photo by outnow.ch)

Honestamente, a sinopse não é novidade nenhuma. Aliás, ela lembra a sinopse de Rambo – Programado Para Matar (1982) e outros filmes dos anos 80 por sua vertente das feridas de guerra. Mas Audiard filma de um modo mais europeu, valorizando mais essa questão da imigração e dissecando os dilemas morais que envolvem o personagem e a situação.

Questionados sobre a escolha de Deephan, os presidentes do júri, os irmãos Coen, não gostaram e replicaram cada um a seu modo. Enquanto Ethan Coen foi mais complacente soltando a sentença: “Todos nós ficamos entusiasmados com detalhes de vários filmes, mas esse foi uma escolha unânime.”, Joel Coen preferiu ser mais enfático sobre a liberdade de escolha: “É um prêmio, de certa forma, estético. O júri não é formado por críticos de cinema, mas por um grupo de artistas.” – o que não deixa de ser verdade.

Joel Coen e Ethan Coen na cerimônia de premiação em Cannes: escolha unânime. Será? (photo by abcnews.go.com)

Joel Coen e Ethan Coen na cerimônia de premiação em Cannes: escolha unânime. Será? (photo by abcnews.go.com)

O mais importante em premiações é saber separar o profissional do pessoal. Por exemplo, em 2010, selecionaram Quentin Tarantino para ser presidente do júri do Festival de Veneza, e ele foi lá e premiou sua ex-namorada Sofia Coppola por Um Lugar Qualquer. Mérito ou presente? Em 2009, nomearam a atriz Isabelle Huppert pra ser presidente do júri, e ela concede a Palma de Ouro para Michael Haneke por A Fita Branca. Pode até ser por méritos próprios, mas fica aquela sensação de que ela teria presenteado seu colaborador de tantos filmes como A Professora de Piano (2001), que curiosamente lhe rendeu o prêmio de interpretação feminina em Cannes. Essas situações podem e devem ser evitadas pelos

Mas enfim, muitos queriam o filme húngaro Son of Saul (Saul Fia), de László Nemes, levasse o prêmio máximo do festival, mas acabou levando o Grande Prêmio do Júri, uma espécie de segundo lugar. Considerado um filme forte sobre o Holocausto, a produção foca na vida do prisioneiro húngaro Saul, que tem a tarefa de queimar os corpos dos demais prisioneiros no campo de concentração, inclusive o de seu filho. Se selecionado pela Hungria para representar o país no Oscar, Son of Saul tem grandes chances de vencer o prêmio de Melhor Filme em Língua Estrangeira de 2016. Além de apresentar essa temática de campos de concentração que os membros mais idosos da Academia adoram, o filme será distribuído pela forte Sony Pictures Classics.

Géza Rohrig é Saul, o prisioneiro húngaro do campo de concentração de Son of Saul, de László Nemes (photo by outnow.ch)

Géza Röhrig é Saul, o prisioneiro húngaro do campo de concentração de Son of Saul, de László Nemes (photo by outnow.ch)

Contudo, a imprensa estrangeira no geral não estava criticando apenas a escolha de Dheepan, mas a forte presença de conterrâneos. Das 19 produções indicadas à Palma de Ouro, 5 são francesas e mais 4 são co-produções da França. Além disso, dos sete prêmios da competição oficial, três foram para a França: a Palma para Dheepan, Melhor Ator para Vincent Lindon por The Measure of a Man, e Melhor Atriz para Emmanuelle Bercot por Mon Roi.

Vencedor do prêmio de interpretação masculina, o ator francês Vincent Lindon posa com o prêmio por The Measure of a Man (photo by news.yahoo.com)

Vencedor do prêmio de interpretação masculina, o ator francês Vincent Lindon posa com o prêmio por The Measure of a Man (photo by news.yahoo.com)

Aliás, o prêmio de interpretação feminina por si já foi uma polêmica à parte, pois além de terem selecionado a francesa Bercot por um filme bastante criticado, o prêmio foi dividido com a americana Rooney Mara pelo drama lésbico Carol, de Todd Haynes, que aceitou o prêmio em sua ausência. A crítica dava como certa a consagração de Cate Blanchett (que contracena com Rooney Mara em Carol) e consequentemente sua indicação ao Oscar 2016, mas não foi bem isso que aconteceu.

Emmanuelle Bercot posa ao lado dos dois prêmios de interpretação feminina. Rooney Mara não esteve presente. Bercot ganha por Mon Roi (photo by news.yahoo.com)

Emmanuelle Bercot posa ao lado dos dois prêmios de interpretação feminina. Rooney Mara não esteve presente. Bercot ganha por Mon Roi (photo by news.yahoo.com)

Recompensado por seu visual deslumbrante em The Assassin, um filme com artes marciais, o cineasta chinês Hou Hsiao-Hsien levou o prêmio de Direção. Esta foi sua sétima indicação à Palma de Ouro, e seu segundo prêmio em Cannes. Em 1993, ele havia ganhado o Prêmio do Júri por Mestre das Marionetes. Membro do júri, o diretor mexicano Guillermo Del Toro, também muito elogiado por seus recursos visuais, elogiou o trabalho de Hsiao-Hsien: “Por falar numa linguagem, uma claridade e uma poesia que era excessivamente forte.”

O consagrado diretor Hou Hsiao Hsien recebe o prêmio de direção por The Assassin (photo by china.org.cn)

O consagrado diretor Hou Hsiao Hsien recebe o prêmio de direção por The Assassin (photo by china.org.cn)

Já o Prêmio do Júri, que seria o terceiro lugar, ficou com o primeiro filme em língua inglesa do diretor grego Yorgos Lanthimos, conhecido pelo bizarro Dente Canino (2009). The Lobster certamente apresenta a trama mais estranha de todos os concorrentes: Num futuro fictício, as pessoas solteiras são obrigadas a encontrar seus pares em até 45 dias, caso contrário se transformam em animais e são soltos nas florestas. Essa sinopse já seria um prato cheio para o gosto bizarro dos irmãos Coen, mas segundo as críticas, o filme perde sua força depois da metade.

O diretor grego Yorgos Lanthimos recebe o Prêmio do Júri por The Lobster (photo by lemonde.fr)

O diretor grego Yorgos Lanthimos recebe o Prêmio do Júri por The Lobster (photo by lemonde.fr)

Outro cineasta estrangeiro que fez sua estréia na língua inglesa foi o mexicano Michel Franco. Com duas produções boas e polêmicas na bagagem (Daniel & Ana, e Depois de Lúcia), o diretor aborda o tema dos doentes terminais ao focar no trabalho de um enfermeiro, interpretado por Tim Roth, que lhe entregou o prêmio de Roteiro. Em seu discurso, Franco revelou que o filme nasceu em Cannes, depois que seu filme Depois de Lúcia venceu o prêmio Un Certain Regard em 2012, concedido pelo então presidente Tim Roth. A conversa fluiu e se tornou um projeto.

O cineasta mexicano Michel Franco recebe o prêmio de roteiro por Chronic das mãos do ator Tim Roth (photo by cinema.uol.com.br)

O cineasta mexicano Michel Franco recebe o prêmio de roteiro por Chronic das mãos do ator Tim Roth (photo by cinema.uol.com.br)

Já os grandes perdedores do festival foram os italianos Paolo Sorrentino, Nanni Moretti e Matteo Garrone. Youth, My Mother e Tale of Tales, respectivamente, não levaram nenhum dos prêmios principais. Havia uma expectativa de que Michael Caine pudesse levar o prêmio de interpretação masculina por Youth, o que acabou não acontecendo, mas com tantas críticas positivas sobre sua performance, por que não pensar no Oscar 2016? A última indicação de Caine foi em 2003 por O Americano Tranquilo. Faz tempo…

VENCEDORES DE CANNES 2015:

COMPETIÇÃO

PALMA DE OURO: Dheepan, de Jacques Audiard

Grande Prêmio do Júri: Son of Saul, de Laszlo Nemes

Diretor: Hou Hsiao-hsien (The Assassin)

Ator: Vincent Lindon (The Measure of a Man)

Atriz (EMPATE): Emmanuelle Bercot (Mon roi), e Rooney Mara (Carol)

Prêmio do Júri: The Lobster, de Yorgos Lanthimos

Roteiro: Chronic, de Michel Franco

OUTROS PRÊMIOS

Palma Honorária: Agnes Varda

Camera d’Or: Land and Shade, de Cesar Augusto Acevedo

Palma de Ouro de Curta-Metragem: Waves ’98, de Ely Dagher

Ecumenical Jury Prize: My Mother, de Nanni Moretti

UN CERTAIN REGARD

Un Certain Regard: Rams, de Grimur Hakonarson

Jury prize: The High Sun, de Dalibor Matanic

Diretor: Kiyoshi Kurosawa (Journey to the Shore)

Un Certain Talent Prize: Corneliu Porumboiu (The Treasure)

Special Prize para Talentos Promissores (empate): Nahid, de Ida Panahandeh E Masaan, de Neeraj Ghaywan

DIRECTORS’ FORTNIGHT

Art Cinema Award: The Embrace of the Serpent, de Ciro Guerra

Society of Dramatic Authors and Composers Prize: My Golden Days, de Arnaud Desplechin

Europa Cinemas Label: Mustang, de Deniz Gamze Erguven

CRITICS’ WEEK

Grand Prize: Paulina, de Santiago Mitre

Visionary Prize: Land and Shade

Society of Dramatic Authors and Composers Prize: Land and Shade

FIPRESCI

Competition: Son of Saul, de László Nemes

Un Certain Regard: Masaan

Critics’ Week: Paulina

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