RETROSPECTIVA 2016: Um ano tenebroso

O host do Oscar 2017, Jimmy Kimmel, faz um pequeno quiz com habitante de Brooklyn

ANO FICA ASSOCIADO ÀS TRAGÉDIAS

Saudações aos cinéfilos que ficaram em casa neste fim de ano ou que conseguiram uma boa conexão de internet na praia! Primeiramente, gostaria de agradecer a todos que acompanharam aqui o blog ou pela página do Facebook, pois seu apoio significa muito pra mim, que continuo esse trabalho sem ganhar um único centavo!

Bom, acho que esse ano foi extremamente tenebroso a ponto de agradecer que estamos vivos ainda! Teve muita gente bacana partindo, muitas tragédias como a da queda do avião da Chapecoense, e para aqueles que ficaram, sobrou a crise econômica, um corrupto por dia preso pela Lava Jato (incrivelmente o Lula permanece ileso), desemprego, aumento da violência, inflação dos alimentos e agora esse calor dos infernos!

Bom, este ano foi meio atípico pra mim também, porque mudei de apartamento e acabei ocupando alguns meses para preparar e me ajeitar. Nessas horas que vejo que tinha tanta tralha em casa e deveria ter me livrado daquela coleção de VHS do James Bond! Com esses contratempos da mudança, tive bem menos tempo para assistir aos filmes, chegando num satisfatório número de 97. Não sei nem como consegui ver sete filmes na Mostra de Cinema! E não sei quanto a vocês, mas a cada ano que passa, parece que tenho mais vontade de rever os filmes que gosto do que ver filmes novos… Será que é crise de meia-idade?

Nesse post, vou tentar comentar alguns fatos relevantes de 2016. Fiquem à vontade para compartilhar seus pensamentos ou mesmo sua própria retrospectiva no final do post!

OSCAR 2016

Como há muito tempo não via, houve uma briga acirradíssima entre três filmes para ganhar o Oscar de Melhor Filme: O Regresso, A Grande Aposta e Spotlight: Segredos Revelados. Dos três, o vencedor Spotlight é o que menos gosto, porque tem menos cara de filme, e mais de televisão. Além disso, faltou um clima maior de tensão, afinal os jornalistas estavam mexendo com gente poderosa da Igreja. Cadê as ameaças? Havia uma cena que tinha um potencial enorme nesse sentido. Nela, o personagem de Mark Ruffalo está em casa falando sobre a matéria pelo telefone e a campainha toca. Seria excelente se houvesse ali uma ameaça ou iminente perigo, mas o clima simplesmente esfriou.

Enfim, a Academia foi pelo mais óbvio e se apoiou sobre um tema polêmico (pedofilia na Igreja) para justificar sua escolha. Acredito que seria mais justo premiar a ousadia da linguagem de A Grande Aposta, que além de apresentar uma montagem versátil com inserts cômicos, teve o grande mérito de saber abordar um tema chato (a crise imobiliária) num filme leve. Ou até o épico visual de Alejandro González Iñárritu, O Regresso, seria uma escolha mais sensata, porque tem cara de filme, aliás, filme de IMAX! Mas seria infinitamente mais surpreendente a vitória de Mad Max: Estrada da Fúria, porque foi o filme mais ousado de 2015, tanto que foi um sucesso entre crítica e público, além de ser um tapa na cara de todos esses produtores antiquados que só pensam em lucro. Mas enfim, a produção de George Miller ficou limitada aos prêmios técnicos.

Quanto aos prêmios de interpretação, o Oscar de Coadjuvante para Mark Rylance foi justo. Apesar de ter torcido por Stallone, todos sabíamos que seria mais pelo lado emotivo, afinal ele é uma estrela de ação extremamente carismática, reinterpretando um personagem adorado pela sétima vez. Gostaria muito de ter visto seu discurso de agradecimento, mas ainda não foi desta vez…

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Mark Rylance posa com seu Oscar por Ponte dos Espiões

Ainda não entendi o prêmio para Brie Larson como Atriz principal. Quem viu O Quarto de Jack, sabe que sua personagem é praticamente coadjuvante diante do próprio menino Jack (o ótimo Jacob Tremblay). E de qualquer forma, na minha opinião, Larson estava muito atrás de Charlotte Rampling (45 Anos) e Saoirse Ronan (Brooklyn).

E vale lembrar aqui a primeira indicação para uma animação brasileira. Só espero que O Menino e o Mundo, de Ale Abreu, consiga estimular novos animadores e, acima de tudo, o Ministério da Cultura a investir mais em cinema nacional de outros gêneros. Vejo incontáveis filmes brasileiros sendo lançados no cinema, mas que não conseguem durar mais de 2 semanas em cartaz aqui em São Paulo. Imagina em outros estados…

DESTAQUES PESSOAIS

Gostaria de citar alguns filmes que considero relevantes, mesmo não constando nas minhas listas de melhores.

RUA CLOVERFIELD, 10 (10 CLOVERFIELD LANE)
Dir: Dan Trachtenberg

Há muito tempo não via uma boa ficção científica americana com poucos recursos. Talvez a última tenha sido Gattaca – A Experiência Genética (1997). Coincidência ou não, as duas conseguiram extrair o melhor da criatividade com orçamento baixo. Rua Cloverfield, 10 se mostra minimalista ao mesmo tempo em que segura o espectador sob muita tensão no bunker. Muito se deve também à excelente performance de John Goodman como o paranóico Howard – aliás, acho a melhor interpretação de sua carreira. Pena que no final, o produtor J.J. Abrams resolveu abrir o bolso e estragou o ótimo clima.

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Mary Elisabeth Winstead em cativeiro com John Goodman em Rua Cloverfield, 10, de Dan Trachtenberg (pic by cine.gr)

DEADPOOL (DEADPOOL)
Dir: Tim Miller

Depois de tantos filmes sobre super-heróis, você acaba parando de gerar expectativas para o próximo lançamento, e foi aí que Deadpool se deu melhor. Ciente de que esse universo precisava de uma chacoalhada, os roteiristas e o diretor decidiram ousar: botaram muita violência, piadas de humor negro e sexuais, e claro, sexo. Sem esses ingredientes, Deadpool seria um fracasso monumental. A química entre Ryan Reynolds e Morena Baccarin faz com que o público simpatize com os personagens. Essa coragem foi muito bem recompensada pela bilheteria, mesmo com censura para maiores de 16 anos. E agora o filme participa de premiações importantes como o Critics’ Choice e Globo de Ouro.

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Ryan Reynolds e Morena Baccarin: o melhor casal no universo dos quadrinhos

INVOCAÇÃO DO MAL 2 (THE CONJURING 2)
Dir: James Wan

James Wan continua sendo um dos raros pólos de terror da atualidade. Seus filmes podem ter uma certa fórmula, mesmo para assustar, mas todas funcionam. São coisas básicas como uma sugestão de presença no escuro ou uma simples mudança de foco num plano fixo, mas Wan manda bem como ninguém. Nesse filme, sua ambientação dos anos 80 é muito caprichada, e ele cria uma forte empatia com o casal central vivido por Patrick Wilson e Vera Farmiga numa belíssima e tocante cena em que ele toca a música “Can’t Help Falling in Love” de Elvis Presley para as crianças da casa assombrada. Por que não ter uma cena dessas num filme de terror?

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Vera Farmiga com a freira em cena de Invocação do Mal 2 (pic by moviepilot.de)

CRÍTICAS

Vamos às listas do ano, começando com os melhores vistos nos cinemas.

TOP 5 MELHORES DO ANO NO CINEMA

5. Animais Noturnos (Nocturnal Animals/ 2016)
Dir: Tom Ford

4. A Garota Dinamarquesa (The Danish Girl/ 2015)
Dir: Tom Hooper

3. Brooklyn (Brooklyn/ 2015)
Dir: John Crowley

2. Elle (Elle/ 2016)
Dir: Paul Verhoeven

1. A Criada (Ah-ga-ssi/ 2016)
Dir: Park Chan-wook

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Elenco principal de A Criada, de Park Chan-wook (pic by moviepilot.de)

Definitivamente, a melhor produção que vi nos cinemas pela sua excelência no campo da fotografia, direção de arte e figurino.O diretor Park Chan-wook recria o início do século XX na Coréia, constrói personagens bem tridimensionais e uma estrutura narrativa que relembra o clássico de Akira Kurosawa, Rashomon. Foi uma lástima que o comitê coreano não o selecionou como representante para o Oscar, pois perdeu uma ótima chance de conseguir sua primeira indicação.

TOP 5 MELHORES EM MÍDIA DIGITAL

5. General (The General/ 1926)
Dir: Buster Keaton e Clyde Bruckman

4. O Barco: Inferno no Mar (Das Boot/ 1981)
Dir: Wolfgang Petersen

3. Um Condenado à Morte Escapou (Un condamné à mort s’est échappé ou Le vent souffle où il veut / 1956)
Dir: Robert Bresson

2. Vinhas da Ira (Grapes of Wrath/ 1940)
Dir: John Ford

1. 45 Anos (45 Years/ 2015)
Dir: Andrew Haigh

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Tom Courtenay e Charlotte Rampling em 45 Anos, de Andrew Haigh (photo by cinemagia.ro)

Não consigo parar de elogiar esse filme para todos os meus amigos. 45 Anos tem uma premissa bastante simples: Enquanto casal planeja festa de 45 anos de casamento, descobrem o corpo da ex-mulher do marido, causando um abalo sísmico no relacionamento. O filme de Andrew Haigh faz um levantamento sobre ser a segunda opção de seu parceiro. Teria sua vida valido a pena? Sua narrativa é bastante eficiente e objetiva, nunca se rendendo aos clichês que poderia facilmente cair. Atuação primorosa de Charlotte Rampling.

IN MEMORIAN

Não me recordo de um ano tão repleto de mortes como este de 2016. Logo de cara, fomos surpreendidos com a morte do ícone pop David Bowie e, mais recentemente, perdemos a nobreza intergaláctica Carrie Fisher e a estrela da era de ouro de Hollywood, Debbie Reynolds.

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O camaleão David Bowie, que também atuou em cults como Labirinto e Fome de Viver

Além de Bowie, perdemos os músicos George Michael, Prince (que venceu o Oscar de Trilha por Purple Rain – disponível no Netflix) e Leonard Cohen. Grandes escritores como Harper Lee (autora de O Sol é Para Todos) e Umberto Eco (autor de O Nome da Rosa).

Figuras emblemáticas como Gene Wilder, o eterno Willy Wonka de A Fantástica Fábrica de Chocolate; e Alan Rickman, que ficou eternizado como Hans Gruber de Duro de Matar e o professor Snape da saga Harry Potter. Vencedores do Oscar também nos deixaram: Patty Duke (Atriz Coadjuvante por O Milagre de Anne Sullivan), George Kennedy (Ator Coadjuvante por O Indomável), o diretor polonês Andrzej Wajda (Oscar Honorário), Curtis Hanson (diretor que venceu o Oscar de Roteiro Adaptado por Los Angeles – Cidade Proibida), Michael Cimino (Diretor por O Franco-Atirador) e Vilmos Szigmond (Fotografia por Contatos Imediatos do Terceiro Grau).

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Alan Rickman como Professor Snape

Grandes profissionais como Arthur Hiller (produtor de Love Story), Abbas Kiarostami (diretor responsável pelo nascimento do cinema iraniano), Robin Hardy (diretor do cult O Homem-Palha), um dos grandes diretores italianos do Neo-realismo Ettore Scola, Garry Marshall (diretor de Uma Linda Mulher), Douglas Slocombe (diretor de fotografia da trilogia Indiana Jones), o diretor de arte Gil Parrondo (responsável por Patton – Rebelde ou Herói e Nicholas e Alexandra), o jovem ator de Star Trek Anton Yelchin (que teve uma morte boba demais), o diretor dos clássicos de James Bond como 007 Contra Goldfinger, Guy Hamilton; e nossos diretores brasileiros Hector Babenco e Andrea Tonacci.

FELIZ ANO NOVO!

Depois de passar por um ano tenebroso como esse, a esperança para que 2017 seja um ano infinitamente superior cresce a cada dia. Se a economia vai estar melhor ou não, se a política brasileira vai tomar vergonha na cara ou não, se vamos ter mais “diversidade” no Oscar ou não isso eu não sei. A única coisa que quero é que cenas como essa (foto abaixo) não se repitam. Quando vi essa imagem nos jornais, fiquei estarrecido. Toda vez que olhava pra esse menino de Alepo, na Síria, que acabara de ter sua casa destruída por um bombardeio, tinha vontade de chorar. A que ponto chegamos? O menino não sabia nem o que tinha acontecido, enquanto sangrava pelo rosto todo! Esse tipo de acontecimento faz a gente perder a fé na humanidade. Por isso, meus votos para 2017 são de paz e de responsabilidade para essas pessoas e governos que muitas vidas dependem. Sejam mais conscientes de seus atos. É isso… Feliz Ano Novo para todos!

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Desnorteado, menino de Alepo sendo socorrido por uma ambulância. De cortar o coração.

‘Spotlight’ leva o Oscar de Melhor Filme e de Roteiro Original

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O produtor Michael Sugar discursa pela vitória de Spotlight – Segredos Revelados ao lado de equipe e elenco. (photo by g1.globo.com)

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Actors photo, da esquerda para direita: Mark Rylance, Brie Larson, Leonardo DiCaprio e Alicia Vikander (photo by telegraph.co.uk)

COMO HÁ MUITO NÃO SE VIA, ‘SPOTLIGHT’ FOI O GRANDE VENCEDOR COM APENAS DUAS ESTATUETAS DO OSCAR

Embora tenha sido um dos favoritos a ganhar Melhor Filme, a vitória de Spotlight – Segredos Revelados surpreendeu a todos porque até pouco antes do anúncio só tinha levado Roteiro Original. Literalmente, levou o primeiro e o último prêmio da noite! Trata-se da primeira  produção a vencer apenas com duas estatuetas depois de O Melhor Espetáculo da Terra, de Cecil B. DeMille, no longínquo ano de 1953.

Spotlight se consagrou por sua temática de denúncia de abusos sexuais cometidos por padres católicos, revelados pelo Boston Globe. É um filme sério, com um bom elenco, mas à parte de seu tema, convencional e com cara de telefilme. Acho que o prêmio de Roteiro Original já estava de bom tamanho para o filme de Tom McCarthy. Indo além, teria indicado Liev Schreiber como Ator Coadjuvante e premiado o ator, pra dar aquela “incrementada” nessa campanha! Será que foi uma boa escolha? Só o tempo dirá, mas está com cara daquelas futuras injustiças do tipo “Nossa, deveria ter perdido para Mad Max!”

E falando nele, o maior vencedor da noite foi Mad Max: Estrada da Fúria, com 6 estatuetas: Montagem, Direção de Arte, Figurino, Maquiagem, Som e Efeitos Sonoros. Foi engraçado porque o filme de George Miller estava ganhando tudo desde o início! Como muitos sabem, essa alegria dura pouco no Oscar. Eu previa que Mad Max teria o mesmo destino de A Invenção de Hugo Cabret, que no final, perdeu para O Artista, que no caso seria O Regresso. Mas foi Spotlight que roubou a cena! Se George Miller não foi coroado como Melhor Diretor, pelo menos, ele viu sua esposa, Margaret Sixel, levar o Oscar de Montagem.

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Margaret Sixel leva o Oscar de Montagem para Mad Max: Estrada da Fúria, dirigido por seu marido George Miller. O filme levou seis estatuetas de categorias técnicas. (photo by Getty through businessinsider.com.au)

O Regresso tinha tudo para ser o grande vencedor da noite: havia ganhado Melhor Fotografia, Diretor (aliás, o segundo consecutivo de Alejandro G. Iñárritu, e o terceiro consecutivo para um mexicano!) e Ator. Talvez a experiência transcendental não tenha sido comprada pela maioria dos votantes, e querendo ou não, a falta de uma indicação a Roteiro fez falta.

De qualquer forma, é o filme que finalmente trouxe o Oscar para Leonardo DiCaprio. Sim, agora chega desses memes, viu povo da internet? No clipe que mostram antes do anúncio, colocaram um trecho em que DiCaprio fala a língua indígena como se quisessem dizer: “Tá vendo? Estamos dando o Oscar para ele porque ele também fala outro idioma, e não só porque foi mordido pela ursa!”. DiCaprio foi ovacionado pela platéia, denotando que se trata de um ator muito querido por seus colegas de trabalho. Kate Winslet foi uma das mais exaltadas com a vitória dele, já que são amigos de longa data, desde Titanic!

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Não, não é uma montagem! Leonardo DiCaprio finalmente ganha seu Oscar e põe fim a jejum e aos memes da internet. (photo by indiatvnews.com)

E quanto às surpresas da noite? Acho que a maior foi a vitória de Mark Rylance sobre Sylvester Stallone. Não que o primeiro não merecesse ganhar (que por sinal, rouba todas as cenas em que aparece em Ponte dos Espiões), mas depois de toda a torcida desde o Globo de Ouro, todos esperavam uma vitória bastante emotiva. Quando ele perdeu, na hora, pensei: “Depois dessa, nunca mais vai haver outra chance de premiar Stallone!”.

Esta foi a surpresa negativa, na minha opinião. Já a surpresa positiva foi a derrota de Lady Gaga na categoria de Melhor Canção Original. Não sei quem acompanhou, mas a cantora estava com um excesso de exposição na mídia que, sinceramente, cansei. No ano passado, ela já fez aquela homenagem desnecessária cantando as trocentas músicas de A Noviça Rebelde, aí este ano, ela ganha aquele Globo de Ouro duvidoso de American Horror Story: Hotel. Desde o início do ano, ela vinha fazendo uma campanha ferrenha pela canção “Til It Happens to You” e do documentário The Hunting Ground, que acabou gerando até uma controvérsia no Twitter, quando uma colaboradora revelou que Lady Gaga não teria contribuído de fato na composição da canção, entrando de gaiato ao lado de Diane Warren. Pena que Gaga perdeu para uma canção meia-boca de James Bond.

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Lady Gaga canta sua canção “Til it Happens to You” na cerimônia do Oscar (photo by sandiegouniontribune.com)

Gostei da premiação de Ex-Machina: Instinto Artificial como Melhores Efeitos Visuais. Com tantas produções repletas de efeitos de computação megalomaníacos e em peso, é interessante ver que a Academia conseguiu enxergar o trabalho minucioso e conciso de efeitos digitais nesta modesta ficção científica. Acho que independente da época, os efeitos são bons quando bem utilizados e realmente necessários.

Para o hall dos meus likes, adorei ver o mestre Ennio Morricone premiado com um Oscar competitivo. Tudo bem que ele já havia sido honrado com o Oscar Honorário em 2007, mas convenhamos que ganhar numa categoria é infinitamente melhor! Quando seu nome foi anunciado, ele foi aplaudido de pé por todos os presentes, e entregou um discurso em italiano, passado para o inglês por um tradutor que o acompanhou. Foi bacana ver que Morricone ganhou seu Oscar graças a Quentin Tarantino, um fã obecado por western spaghettis, cujas trilhas foram compostas pelo mesmo Ennio Morricone.

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Mestre Ennio Morricone discursa em italiano, traduzido para o inglês pelo tradutor ao lado (photo by panorama.it)

A grande surpresa que estava aguardando não aconteceu. Saoirse Ronan batendo Brie Larson! Ela interpretou Eilis de forma tão cativante que gostaria muito que ela ganhasse. Mas Larson foi mais esperta e fez uma campanha impecável. Ela literalmente esteve lá, em tudo quanto é festival, cerimônias e entrevistas. Pela dedicação, ganhou status de queridinha do cinema americano. Só espero que ela aproveite esse Oscar e possa fazer escolhas sábias para futuros projetos, já que ela é uma vencedora do Oscar agora.

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Brie Larson recebe seu Oscar das mãos de Eddie Redmayne por O Quarto de Jack (photo by theverge.com)

Embora tenha achado super estranho, não desaprovo a idéia de botar aqueles letreiros correndo na parte de baixo da tela para adiantar os agradecimentos dos vencedores na tentativa de reduzir os discursos longos e chatos. A idéia teve boas intenções, mas acho que não funcionou de fato, especialmente com Alejandro González Iñárritu, que queria uns 3 minutos de agradecimento. Fico imaginando a cena de todos os indicados tentando lembrar todas as pessoas que o indivíduo quer agradecer caso vença para um estagiário anotando tudo num iPad. Só em Hollywood mesmo!

Mas todo ano faço a mesma reclamação: se estão tentando reduzir tanto tempo asssim, por que insistem em manter essas piadinhas de apresentadores que parecem intermináveis? Só porque está escrito num teleprompter? A pior de todas foi a Sarah Silverman, que falou, falou e falou, e não conseguia arrancar nem sorrisos amarelos da platéia. Por favor, Academia, vamos rever essas introduções e escolher melhores apresentadores!

Quanto à cerimônia em si, apesar dos esforços, acho que Chris Rock pegou leve nas críticas. Na verdade, ele falou algumas verdades que precisavam ser ditas após a polêmica envolvendo atores negros não terem sido indicados. “Nos anos 50 e 60, também houve Oscars sem nenhum ator negro indicado, mas ninguém protestava. E você sabe por quê? Porque tínhamos coisas reais para se protestar na época. Estávamos ocupados demais sendo estuprados e linchados para nos importar com quem iria ganhar Melhor Fotografia! Quando sua avó está enforcada na árvore, é difícil se importar com curta-documentário estrangeiro”  – e isso reflete bastante o que vivemos hoje, com essa vigilância politicamente correta constante que enxerga tudo como uma ofensa. Ele cutucou também o boicote: “Jada Pinkett Smith boicotando o Oscar é como eu boicotar a calcinha da Rihanna. Eu não fui convidado!” – se eu estivesse lá, aplaudiria de pé esse comentário. Foi bom que Chris Rock foi o host da noite, pois por ser negro, permitiu falar abertamente sobre essa tal polêmica com propriedade. Imaginem um branco falando essas coisas… seria crucificado e queimado vivo!

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Chris Rock faz seu monólogo de abertura com piadas sobre as controvérsias do Oscar “racista”. (Photo by Chris Pizzello/Invision/AP)

Chris Rock e outros artistas negros fizeram uma boa paródia ao estilo de Billy Crystal, inserindo-se em cenas de filmes protagonizados por atores brancos. A melhor foi do próprio Rock, substituindo Matt Damon em cena de Perdido em Marte. Na central de comando da Nasa, os personagens de Jeff Daniels e Kristen Wiig discutem o resgate do astronauta em Marte: “Vamos gastar 25 milhões de dólares para trazer um astronauta negro de volta?”. Definitivamente, um jeito criativo de cutucar sem soar racista ou quadrado.

Ele fez uma encenação com as supostas filhas dele, vendendo biscoitos de escoteiras para as celebridades. Embora tenha ficado bom, Ellen DeGeneres fez algo semelhante há dois anos, mas de forma muito mais inusitada e despretensiosa, quando pediu pizza e foi coletar dinheiro para pagar a conta. “Onde está Harvey Weinstein? Sem pressão! Apenas um bilhão de pessoas assistindo”.

A homenagem In Memoriam aos falecidos ficou bonita, ainda mais com a interpretação de “Blackbird” (escolha bastante coerente) por Dave Grohl ao vivo. Grandes perdas relembradas ficaram mais emocionantes.

No final, acho que os resultados condisseram com o inesperado. Spotlight levando dois Oscars, Mark Rylance batendo Stallone, 007 Contra Spectre batendo o circo em volta de Lady Gaga e os efeitos simples de Ex-Machina batendo os peixes grandes como Star Wars e Mad Max. Uma premiação atípica para um ano atípico.

Seguem todos os vencedores do Oscar 2016:

MELHOR FILME
* Spotlight – Segredos Revelados (Spotlight)

MELHOR DIRETOR
* Alejandro González Iñárritu (O Regresso)

MELHOR ATOR
* Leornardo DiCaprio (O Regresso)

MELHOR ATRIZ
* Brie Larson (O Quarto de Jack)

MELHOR ATOR COADJUVANTE
* Mark Rylance (Ponte dos Espiões)

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Mark Rylance levou Ator Coadjuvante por Ponte dos Espiões, batendo Sylvester Stallone. (photo by themalaimailonline.com)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
* Alicia Vikander (A Garota Dinamarquesa)

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
* Josh Singer, Tom McCarthy (Spotlight – Segredos Revelados)

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
* Charles Randolph, Adam McKay (A Grande Aposta)

MELHOR FOTOGRAFIA
* Emmanuel Lubezki (O Regresso)

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
* Colin Gibson, Katie Sharrock, Lisa Thompson (Mad Max: Estrada da Fúria)

MELHOR MONTAGEM
* Margaret Sixel (Mad Max: Estrada da Fúria)

MELHOR FIGURINO
* Jenny Beavan (Mad Max: Estrada da Fúria)

MELHOR MAQUIAGEM E CABELO
* Mad Max: Estrada da Fúria

MELHOR TRILHA MUSICAL ORIGINAL
* Ennio Morricone (Os 8 Odiados)

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
* “Writing’s on the Wall”, de Jimmy Napes e Sam Smith (007 Contra Spectre)

MELHOR SOM
* Mad Max

MELHORES EFEITOS SONOROS
* Mad Max: Estrada da Fúria

MELHORES EFEITOS VISUAIS
* Ex-Machina: Instinto Artificial

MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
* Filho de Saul, de László Nemes (HUNGRIA)

MELHOR ANIMAÇÃO
* Divertida Mente

MELHOR DOCUMENTÁRIO
* Amy

MELHOR DOCUMENTÁRIO-CURTA
* A Girl in the River: The Price of Forgiveness

MELHOR CURTA-METRAGEM
* Stutterer

MELHOR CURTA DE ANIMAÇÃO
* Bear Story

E pra fechar com chave de ouro, a mais belamente vestida da noite: Saoirse Ronan.

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Saoirse Ronan no tapete vermelho num belo vestido esmeralda da Calvin Klein Collection. (Photo by Jason Merritt/Getty Images through Just Jared)

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Saoirse Ronan e sua fenda nas costas ousada. (Photo by Jason Merritt/Getty Images through Just Jared)

Apostas para o Oscar 2016

Pôster do Oscar 2016 com o host da noite, Chris Rock (art by oscar.go)

Pôster do Oscar 2016 com o host da noite, Chris Rock (art by oscar.go)

TRÊS TÍTULOS DISPUTAM O COBIÇADO PRÊMIO DA ACADEMIA EM ANO BEM ATÍPICO

OK! It’s Oscar time!  Quem você quer que ganhe o Oscar? Ah é? Esqueça, que não vai acontecer! haha Talvez Leonardo DiCaprio, o rei dos memes, seja a aposta mais certa do ano! Quem diria! Num ano repleto de incertezas como não vejo há muito tempo, prever um vencedor se tornou uma tarefa bastante ingrata, principalmente a categoria de Melhor Filme, que praticamente se divide entre A Grande Aposta, O Regresso e Spotlight. Existe gente ainda na internet já dizendo que O Quarto de Jack teria boas chances por haver essa indecisão.

Acredito que pode haver terceiros beneficiados em uma ou outra categoria, porque muitos votos estão indecisos, mesmo naquelas categorias em que há um favorito, como na de Ator Coadjuvante. Sylvester Stallone definitivamente corre na frente pelos votos mais guiados pela emoção, mas vale lembrar que ele não concorreu no BAFTA e no SAG Awards, vencidos por Mark Rylance e Idris Elba, respectivamente.

Falando em Idris Elba, espere muuuuuitas piadas do host Chris Rock envolvendo a tal “falta de diversidade” do Oscar branco. Depois do anúncio dos 20 atores brancos indicados nas 4 categorias, houve boicotes declarados pelo diretor Spike Lee (que deveria comparecer à cerimônia, já que foi homenageado pelo Governos Awards em novembro), e pelos atores Jada Pinkett Smith e Will Smith. Particularmente, acho que a Academia não deveria nunca mais indicar esses boicotadores, já que não é obrigada a reconhecer ninguém, muito menos por cor, raça, religião ou opção sexual.

Há poucos dias, o primeiro transsexual indicado ao Oscar (sim, ele existe!), o compositor Antony Hegarty (conhecido como Anohni), decidiu não comparecer ao evento. Mas no caso dele, não se trata de uma baboseira de protesto racial, mas por que a canção pelo qual foi indicado “Manta Ray” do documentário Racing Extinction não será apresentada no palco. A Academia errou feio ao convidar apenas os “famosos” para cantar no palco: Sam Smith, Lady Gaga e o The Weeknd. A outra exclusão ficou por conta da canção “Simple Song # 3” de Juventude. Curiosamente, não é a primeira vez que a Academia comete essa gafe. Em 2013, quando a canção “Skyfall” de Adele venceu, dois indicados sequer se apresentaram porque não foram convidados. Aí eu concordo plenamente em boicote, e sem qualquer punição! Se não for pra apresentar, pra que indicar?

Antony Hegart (Anohni) não vai ao Oscar 2016 (photo by musictimes.com)

Antony Hegart (Anohni) não vai ao Oscar 2016 por sua canção “Manta Ray” de Racing Extinction (photo by musictimes.com)

Vendo a lista de apresentadores, estou vendo que a Academia está preocupada em abafar o caso da polêmica racial. Convidou artistas diversificados como Chadwick Boseman, Abraham Attah, Michael B. Jordan (atores negros), Priyanka Chopra (indiana), Byung-hun Lee (sul-coreano) e Sofía Vergara (colombiana), então acredito que pode haver vencedores influenciados por essa controvérsia. Acho bastante desagradável essa coisa imposta por uma polêmica que não existe, pois prejudica aqueles que estão indicados e os próximos atores negros indicados, pois levantará a seguinte questão: “Será que foi indicado por merecimento ou por cota racial?”.

Em relação ao indicados, temos bons filmes presentes nas categorias como Mad Max: Estrada da Fúria, que deve competir diretamente com O Regresso pelos prêmios mais técnicos. Dentre os indicados a Melhor Filme, tenho admiração por Brooklyn e Ponte dos Espiões. Não são filmes inovadores, mas são tão bem feitos que é impossível não se encantar.

Sim, tenho torcida pessoal por alguns indicados esta noite como as atrizes Charlotte Rampling (mesmo depois de seu comentário mal interpretado), Saoirse Ronan, Alicia Vikander (quero me casar com a personagem dela), Eddie Redmayne, George Miller, Roger Deakins (sempre perde, mas sempre estou torcendo por ele!), Anomalisa e Shaun: O Carneiro. Como sempre faço, coloquei meus votos na seção “Deveria Ganhar”, então sem mais delongas, vamos às categorias:

MELHOR FILME

* A Grande Aposta (The Big Short)
* Ponte dos Espiões (Bridge of Spies)
* Brooklyn (Brooklyn)
* Mad Max: Estrada da Fúria (Mad Max: Fury Road)
* Perdido em Marte (The Martian)
* O Regresso (The Revenant)
* O Quarto de Jack (Room)
* Spotlight – Segredos Revelados (Spotlight)

DEVE GANHAR: A Grande Aposta ou O Regresso ou Spotlight
DEVERIA GANHAR: Ponte dos Espiões
ZEBRA: Brooklyn

ESNOBADO: 45 Anos

Existia uma teoria de que este ano poderíamos ter 5 ou 10 indicados, pois o sistema de votação exige que o filme deve ter pelo menos 5% de votos de 1º lugar do ano. E já que tivemos muitas boas produções, havia essa disputa que poderia proporcionar esse cenário. No final, oito filmes foram indicados a Melhor Filme. Alguns críticos, incluindo eu, levantaram a questão: Por que não preencher as demais 2 vagas?

Desde 2010, a Academia passou a oferecer 10 vagas na principal categoria, basicamente porque Batman – O Cavaleiro das Trevas foi excluído em 2009, ou seja, eles queriam indicar mais filmes de outros gêneros justamente para trazer o público mais jovem à frente da tv no dia da cerimônia. Este ano, Mad Max parece suprir essa demanda, mas seguindo essa lógica, por que não indicar também Star Wars: O Despertar da Força? Particularmente não gosto tanto do novo filme dos jedis, mas ei! É a maior bilheteria dos últimos tempos.

Enfim… Oito filmes. O que mais tem cara de Melhor Filme é Spotlight. Um drama jornalístico que cutuca a Igreja Católica por abusos de seus padres em Boston. Possui uma história verídica por trás, o que lhe confere maior credibilidade como Melhor Filme do ano, e que lembra um pouco outro filme sobre jornalistas: Todos os Homens do Presidente. É claro que o filme de Alan J. Pakula é superior ao de Tom McCarthy, mas muitos críticos levantaram essa comparação. Considero Spotlight um bom filme para conferirmos a engenharia da notícia, mas como filme (parece telefilme) e como crítica à Igreja, ficou aquém de suas pretensões.

O Regresso parece ter as maiores chances como Melhor Filme por ter praticamente garantido o Oscar de Ator para DiCaprio e Fotografia. Ao contrário da maioria dos indicados, é um filme de enormes proporções e pretensões, mas com roteiro simples. Se ganhar, será o primeiro filme a levar Melhor Filme sem ter sido indicado a Roteiro desde Titanic (1997), e o primeiríssimo a ganhar Melhor Filme do mesmo diretor (Alejandro G. Iñárritu) consecutivamente.

E A Grande Aposta é um filme que tem a leveza a seu favor mesmo abordando um assunto extremamente sério e chato: a crise econômica que assolou o mundo em 2008. Como tem grandes chances de levar Roteiro Adaptado e possivelmente Montagem, o filme de Adam McKay pode surpreender nesta categoria, ainda mais depois que levou o PGA Awards, que costuma acertar no Oscar com uma frequência assustadora.

MELHOR DIRETOR

* Adam McKay (A Grande Aposta)
* Alejandro González Iñárritu (O Regresso)
* George Miller (Mad Max: Estrada da Fúria)
* Lenny Abrahamson (O Quarto de Jack)
* Tom McCarthy (Spotlight – Segredos Revelados)

George Miller ao lado de Tom Hardy em set de Mad Max: Estrada da Fúria (photo by collider.com)

George Miller ao lado de Tom Hardy em set de Mad Max: Estrada da Fúria (photo by collider.com)

DEVE GANHAR: Alejandro G. Iñárritu (O Regresso)
DEVERIA GANHAR: George Miller (Mad Max: Estrada da Fúria)
ZEBRA: Lenny Abrahamson (O Quarto de Jack)

ESNOBADO: Steven Spielberg (Ponte dos Espiões)

Três questões podem tirar o Oscar de George Miller: 1) O lançamento de Mad Max: Estrada da Fúria em maio. Como muitos sabem, os votantes têm memória curta, por isso os candidatos ao Oscar costumam ficar entre outubro e dezembro. 2) Com a repercussão da polêmica de “falta de diversidade” de Spike Lee e Jada Pinkett Smith, a Academia pode se sentir obrigada a compensar a falta de atores negros competindo com a premiação de um latino (Alejandro G. Iñárritu). E 3) O próprio Alejandro ganhou o DGA award, que costuma ter alta porcentagem de acerto no Oscar.

É uma pena que Alejandro G. Iñárritu entrou no caminho de George Miller. Seria uma premiação bastante louvada por todos. Tirando o diretor australiano de Mad Max, o diretor mexicano Iñárritu não tem uma competição tão forte assim, o que reforça o pensamento dos votantes de não haver problemas de eleger o mesmo diretor duas vezes seguidas. Além disso, vamos convir de que seu trabalho em O Regresso tem inúmeras qualidades, especialmente nesse âmbito mais sensorial, que lembra os filmes de Terrence Malick.

Sim, pode acontecer aqui a divisão de votos e beneficiar Tom McCarthy, Adam McKay ou mesmo Lenny Abrahamson, mas acho pouco provável.

MELHOR ATOR

* Bryan Cranston (Trumbo – Lista Negra)
* Matt Damon (Perdido em Marte)
* Leonardo DiCaprio (O Regresso)
* Michael Fassbender (Steve Jobs)
* Eddie Redmayne (A Garota Dinamarquesa)

Leonardo DiCaprio em O Regresso (photo by telegraph.co.uk)

Leonardo DiCaprio em O Regresso (photo by telegraph.co.uk)

DEVE GANHAR: Leonardo DiCaprio (O Regresso)
DEVERIA GANHAR: Eddie Redmayne (A Garota Dinamarquesa)
ZEBRA: Matt Damon (Perdido em Marte)

ESNOBADO:

Se Peter O’Toole e Richard Burton pudessem ter contado com o apoio dos fãs da internet como o DiCaprio com seus trocentos memes, quem sabe eles teriam vencido em suas épocas? Leo tem incontáveis fãs ao redor do mundo, que reconhecem seu esforço para ganhar essa estatueta. Este ano, foi até visitar o Papa Francisco! Particularmente, acho que ele merecia mais pela performance em O Lobo de Wall Street, mas acredito que o ator está progredindo nessa parte do exagero que mais critico a seu respeito. O papel de Hugh Glass também ajuda, já que seu personagem é de poucas palavras.

Honestamente falando, não vi nenhum ator este ano que eu defendesse ferrenhamente. Mas acredito que o que mais se aproximou disso foi Eddie Redmayne. E não me refiro apenas à sua transformação para transsexual em A Garota Dinamarquesa, uma vez que ele também já havia impressionado em A Teoria de Tudo, mas pela atuação mesmo. Ele consegue demonstrar de forma sensível o quanto Lili está perdida, indecisa e dividida entre sua mulher e quem realmente é. Nas mãos de um ator menos qualificado, provavelmente teríamos uma performance mais caricata, pois o papel permite muito isso, mas com Redmayne, o filme ganha força e motivação do início ao fim sem soar piegas.

Em segundo lugar, ficaria com Bryan Cranston em Trumbo – Lista Negra. Ele incorpora o roteirista Dalton Trumbo ao peitar o sistema hollywoodiano que caça os comunistas. Trata-se de um grande papel para um grande ator. E com essa interpretação, Cranston consegue comprovar que é muito mais do que Walter White de Breaking Bad.

MELHOR ATRIZ

* Cate Blanchett (Carol)
* Brie Larson (O Quarto de Jack)
* Jennifer Lawrence (Joy: O Nome do Sucesso)
* Charlotte Rampling (45 Anos)
* Saoirse Ronan (Brooklyn)

Charlotte Rampling em 45 Anos (photo by outnow.ch)

Charlotte Rampling em 45 Anos (photo by outnow.ch)

DEVE GANHAR: Brie Larson (O Quarto de Jack)
DEVERIA GANHAR: Charlotte Rampling (45 Anos) ou Saoirse Ronan (Brooklyn)
ZEBRA: Jennifer Lawrence (Joy: O Nome do Sucesso)

É difícil ir contra a maioria dos prêmios quando eles focam na mesma atriz. Globo de Ouro, Critics’ Choice, SAG e o Independent Spirit Awards reconheceram Brie Larson, praticamente uma unanimidade. Contudo, não considero sua atuação a melhor do ano. Larson é uma atriz empenhada, sim, mas seu papel é secundário na trama e poderia ser bem mais tridimensional, concedendo momentos mais profundos para a personagem Ma. Se ganhar, será uma forma de premiar o filme como um todo, ainda mais que o pequeno Jacob Tremblay, a jóia do filme, sequer foi indicado.

Charlotte Rampling e Saoirse Ronan nitidamente são as melhores da categoria. Aliás, se não houvesse as manobras marqueteiras, e Alicia Vikander e Rooney Mara estivessem concorrendo como Melhor Atriz (e não Coadjuvante), teríamos a melhor disputa de Atriz em décadas! Infelizmente, já existem justificativas para Rampling e Ronan perderem: a primeira teve suas chances reduzidas drasticamente depois que declarou numa rádio que o “boicote ao Oscar é racismo contra os brancos”. Sua interpretação dos fatos não é errada, mas veio em momento errado. E isso não deve passar desapercebido pelos votantes da Academia… uma pena! E quanto a Ronan, bem… aposto que muitas pensaram: “Ela é nova demais para ganhar um prêmio desses”. Ela tem 21 anos de idade, mas em Brooklyn, ela provou que tem talento de veterana! Ela foi previamente indicada como Coadjuvante por Desejo em Reparação em 2008, então, poderiam lhe conceder o Oscar nesta segunda indicação… Caso não vença, anotem o que digo: Ela ainda vai ganhar sua estatueta.

MELHOR ATOR COADJUVANTE

* Christian Bale (A Grande Aposta)
* Tom Hardy (O Regresso)
* Mark Ruffalo (Spotlight – Segredos Revelados)
* Mark Rylance (Ponte dos Espiões)
* Sylvester Stallone (Creed: Nascido Para Lutar)

Sylvester Stallone em Creed: Nascido Para Lutar (photo by cinemagia.ro)

Sylvester Stallone em Creed: Nascido Para Lutar (photo by cinemagia.ro)

DEVE GANHAR: Sylvester Stallone (Creed: Nascido Para Lutar)
DEVERIA GANHAR: Tom Hardy (O Regresso)
ZEBRA: Christian Bale (A Grande Aposta)

ESNOBADO: Jacob Tremblay (O Quarto de Jack)

É difícil não premiar um ator que concorreu pelo mesmo papel há 40 anos e agora retorna como Ator Coadjuvante. A Academia reconhece essa trajetória como a de um vencedor. Além disso, o nome de Sylvester Stallone foi o mais ovacionado no Globo e Ouro e no anúncio dos indicados ao Oscar, o que é garantia de voto popular. Aí você vai pensar: “Quando vão ter outra oportunidade de premiar Stallone com um Oscar? Nunca mais!”

Sou fã de Stallone desde criança, principalmente depois das três conchas do banheiro de O Demolidor, mas acho que a melhor performance este ano é de Tom Hardy. Só o olhar de psico dele bate muitas performances, e seu personagem ganancioso Fitzgerald que faz o filme ir pra frente.

Alguns estão apostando em Mark Ruffalo como válvula de escape caso Spotlight venha a ganhar Melhor Filme, mas sua atuação destoa dos demais. E eu, particularmente, estava aguardando uma revelação dele no final, dizendo que teria sido vítima de abuso quando criança, o que não aconteceu.

E quanto à ausência de Jacob Tremblay, muitos profissionais e críticos elogiaram a Academia por não indicar sua performance, porque tiraria o peso da responsabilidade das costas do menino. Alan Arkin fez o mesmo comentário sobre a derrota de Abigail Breslin em 2007 por Pequena Miss Sunshine. Todos temem que haja novos Macaulay Culkins ou Hayley Joel Osments.

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE

* Jennifer Jason Leigh (Os 8 Odiados)
* Rooney Mara (Carol)
* Rachel McAdams (Spotlight – Segredos Revelados)
* Alicia Vikander (A Garota Dinamarquesa)
* Kate Winslet (Steve Jobs)

Alicia Vikander em A Garota Dinamarquesa (photo by cine.gr)

Alicia Vikander em A Garota Dinamarquesa (photo by cine.gr)

DEVE GANHAR: Alicia Vikander (A Garota Dinamarquesa)
DEVERIA GANHAR: Alicia Vikander (A Garota Dinamarquesa)
ZEBRA: Rachel McAdams (Spotlight – Segredos Revelados)

ESNOBADAS: Kristen Stewart (Acima das Nuvens) e Marion Cotillard (Macbeth)

Não existe personagem mais adorável do que Alicia Vikander este ano em A Garota Dinamarquesa. Ok, talvez Saoirse Ronan em Brooklyn. Sua Gerda Wegener é tão compreensiva diante da transformação e perda de seu marido que leva qualquer um às lágrimas. Infelizmente, por ser um rosto novo em Hollywood (ela veio da Suécia), rebaixaram-na para a categoria de coadjuvante, sendo que seu personagem claramente é principal. Mas os fãs mais ardorosos como eu, até que não se incomodaram tanto pelo fato de ela ter maiores chances de vitória como Coadjuvante.

Em segundo lugar, ficaria com Rooney Mara (outro caso de manobra para outra categoria) e Jennifer Jason Leigh. As duas conseguem extrair o melhor das personagens com detalhes e pequenos gestos como um olhar.

E a indicação de Rachel McAdams pra mim foi a mais preguiçosa do ano, do tipo “vamos inclui-la para agradar Spotlight“. Acho que Kristen Stewart e Marion Cotillard poderiam ficar com essa vaga para haver maior competitividade na categoria, pois são trabalhos infinitamente mais consistentes.

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL

* Matt Charman, Ethan Coen, Joel Coen (Ponte dos Espiões)
* Alex Garland (Ex-Machina: Instinto Artificial)
* Pete Docter, Meg LeFauve, Josh Cooley, Ronnie Del Carmen (Divertida Mente)
* Josh Singer, Tom McCarthy (Spotlight – Segredos Revelados)
* Andrea Berloff, Jonathan Herman, S. Leigh Savidge, Alan Wenkus (Straight Outta Compton: A História do N.W.A.)

Elenco de Spotlight (photo by Open Road)

Elenco de Spotlight – Segredos Revelados (photo by Open Road)

DEVE GANHAR: Spotlight – Segredos Revelados ou Straight Outta Compton: A História do N.W.A.
DEVERIA GANHAR: Ponte dos Espiões
ZEBRA: Divertida Mente

ESNOBADO: Joel Edgerton (O Presente) e Woody Allen (O Homem Irracional)

De todas as vezes que os roteiros da Pixar foram indicados na categoria (Procurando Nemo, Os Incríveis, Ratatouille e Toy Story 3), todos ganharam o Oscar de Animação, mas sempre perderam Roteiro, por isso Divertida Mente se torna a zebra aqui. Além disso, perdoem-me fãs da Pixar, considero a história fraca para sustentar um longa-metragem, assim como foi em Monstros S.A.

Embora todos elogiem bastante o roteiro de Spotlight – Segredos Revelados, vejo o possível Oscar como uma forma de reconhecer a coragem dos jornalistas por trás das denúncias de abusos sexuais, e não como qualidade de trama, construção de personagens e diálogos. De qualquer forma, é um jeito de premiar o diretor Tom McCarthy caso ele perca na categoria de Direção, já que é um co-roteirista ao lado de Josh Singer.

Votei como o melhor roteiro aqui o de Ponte dos Espiões. Além da reconstrução de uma época extremamente paranóica da Guerra Fria, ele apresenta bons diálogos entre o advogado (Tom Hanks), líderes como o juiz e os comunistas, e o espião (Mark Rylance) que se torna seu cliente. Mas acima de tudo, a característica que mais se destaca nesse roteiro é a capacidade de refletir o momento atual xenófobo numa história que se passa nos anos 50/60, passando-nos a mensagem de que pouca coisa mudou de lá pra cá, mas que a Constituição deve ser nossa base para uma sociedade melhor.

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO

* Charles Randolph, Adam McKay (A Grande Aposta)
* Nick Hornby (Brooklyn)
* Phyllis Nagy (Carol)
* Drew Goddard (Perdido em Marte)
* Emma Donoghue (O Quarto de Jack)

Cena de vários personagens em A Grande Aposta (photo by cinemagia.ro)

Cena de A Grande Aposta (photo by cinemagia.ro)

 

DEVE GANHAR: A Grande Aposta
DEVERIA GANHAR: A Grande Aposta
ZEBRA: Brooklyn

ESNOBADO: Andrew Haigh (45 Anos), Aaron Sorkin (Steve Jobs) e Charlie Kaufman (Anomalisa)

Qual o grande mérito de um bom roteiro que se baseia num livro ou peça existentes? Fazer funcionar no filme. Manter a essência da história original e saber moldá-la no formato de cinema é basicamente a melhor qualidade para eleger o melhor desta categoria. E, na minha opinião, nenhum trabalho foi melhor do que o da dupla Charles Randolph e Adam McKay em A Grande Aposta. Além do mérito de adaptar, eles souberam “traduzir” a chatice de um livro sobre economia num filme divertido para uma grande massa. Apesar de ter seu lado didático com as inserções de celebridades explicando termos técnicos, o filme procura não subestimar a inteligência do espectador.

Embora Brooklyn tenha recebido uma indicação de Melhor Filme, a grande base do filme é a atuação de Saoirse Ronan, e em segunda instância, seu roteiro. Por mais que seja a segunda indicação do célebre escritor Nick Hornby (a primeira foi em 2010 por Educação), ainda não deve ser a vez dele no Oscar.

Não sou fã dos mais calorosos do roteiro de Aaron Sorkin, mas certamente ele tem suas qualidades e é a grande base do filme Steve Jobs ao lado de seus atores.

MELHOR FOTOGRAFIA

* Ed Lachman (Carol)
* Robert Richardson (Os 8 Odiados)
* John Seale (Mad Max: Estrada da Fúria)
* Emmanuel Lubezki (O Regresso)
* Roger Deakins (Sicario: Terra de Ninguém)

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Fotografia de Emmanuel Lubezki (O Regresso)
photo by Twentieth Century Fox Film Corporation/Regency Entertainment/ Inc. and Monarchy Enterprises S.a.r.l.

DEVE GANHAR: Emmanuel Lubezki (O Regresso)
DEVERIA GANHAR: Emmanuel Lubezki (O Regresso)
ZEBRA: Ed Lachamn (Carol)

ESNOBADO: Janusz Kaminski (Ponte dos Espiões)

Definitivamente, a categoria mais nivelada desta edição, tanto que é impossível dizer qual não tem chances de ganhar. Elegi Ed Lachamn, porque se trata de sua segunda indicação, e ele concorre com monstros como Lubezki e Deakins, e porque Carol sofreu um “rebaixamento” depois que não foi indicado a Melhor Filme e Diretor. Mas certamente é um belíssimo trabalho de fotografia em 16mm que visa destacar o lado poético do romance das protagonistas, e que adoraria ver premiado.

A fotografia de O Regresso foi uma das mais comentadas pelo preciosismo. Dois motivos, ou melhor, duas maluquices: 1) a fotografia não utiliza luzes artificiais, usufruindo apenas a luz natural. 2) aí você vai pensar: “Então vamos para um lugar onde tenha muita luz do sol!” – Não. A equipe se deslocou para lugares exóticos em que a luz era extremamente escassa. Há boatos de que havia dias em que a luz durava uma hora e meia! Se o mexicano Emmanuel Lubezki ganhar, esta será sua terceira vitória consecutiva depois de Gravidade e Birdman. É possível? Sim. Já aconteceu antes 3 vitórias consecutivas? NUNCA!

Como fã assíduo do conjunto da obra de Roger Deakins, sempre torço por ele. Acho que ele já merecia o Oscar em pelo menos 3 ocasiões: Fargo, O Homem que Não Estava Lá e 007: Operação Skyfall. O homem já tem 13 indicações sem nenhuma vitória. Até quando teremos que esperar, Academia? Place your bets.

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE

* Adam Stockhausen, Rena DeAngelo, Bernhard Henrich (Ponte dos Espiões)
* Colin Gibson, Katie Sharrock, Lisa Thompson (Mad Max: Estrada da Fúria)
* Arthur Max, Celia Bobak, Zoltán Horváth (Perdido em Marte)
* Jack Fisk, Hamish Purdy (O Regresso)
* Eve Stewart, Michael Standish (A Garota Dinamarquesa)

Direção de arte de Colin Gibson de Mad Max: Estrada da Fúria (photo by elfilm.com)

Direção de arte de Colin Gibson de Mad Max: Estrada da Fúria (photo by elfilm.com)

DEVE GANHAR: Mad Max
DEVERIA GANHAR: Mad Max
ZEBRA: A Garota Dinamarquesa

ESNOBADO: Thomas E. Sanders (A Colina Escarlate)

Primeiro, deixe eu fazer um comentário nessa categoria. Onde está a direção de arte de O Regresso? Claro, tem um forte que aparece pouco e um barquinho, mas concorrer ao Oscar? Não me levem a mal, gosto do trabalho de Jack Fisk em Sangue Negro, mas acho que aqui ele preencheu uma cota, que poderia ter ido para o caprichado cenário de A Colina Escarlate, de Guillermo del Toro. Só aquelas mansões já poderiam render o Oscar da categoria.

Os trabalhos de Ponte dos Espiões e A Garota Dinamarquesa são bons, mas são de recriações das décadas de 50 e 20, respectivamente. Ambos merecem suas indicações. Contudo, não existe melhor trabalho de design de produção do que de Mad Max: Estrada da Fúria. Ok, a maioria do filme se passa no deserto, mas todos aqueles carros e caminhões já mereciam um prêmio. A cidade desértica do vilão Immortan Joe apresenta características importantes desse universo pós-apocalíptico como as gaiolas de prisioneiros, o cativeiro das grávidas e a queda d’água que abastece a população sedenta. Se esse Oscar não for para Colin Gibson, aí eu não entendo mais nada de Oscar.

MELHOR MONTAGEM

* Hank Corwin (A Grande Aposta)
* Margaret Sixel (Mad Max: Estrada da Fúria)
* Stephen Mirrione (O Regresso)
* Tom McArdle (Spotlight – Segredos Revelados)
* MaryAnn Brandon, Mary Jo Markey (Star Wars: Episódio VII – O Despertar da Força)

Cena de Mad Max: Estrada da Fúria (photo by cine.gr)

Cena de Mad Max: Estrada da Fúria (photo by cine.gr)

DEVE GANHAR: Mad Max: Estrada da Fúria
DEVERIA GANHAR: A Grande Aposta
ZEBRA: Star Wars: O Despertar da Força

ESNOBADO: Joe Walker (Sicario: Terra de Ninguém)

Normalmente, os vencedores desta categoria tem uma montagem rápida, típica dos filmes de ação como Bullitt, Rocky – Um Lutador e mais recentemente, O Ultimato Bourne, então é garantido dizer que a montagem de Mad Max corre na frente. Vale lembrar que a montadora é ninguém menos do que Margaret Sixel, esposa do diretor George Miller. Então, caso ele não ganhe, pode servir também como bom prêmio de consolação. O mesmo já ocorreu em 2002, quando Baz Luhrmann ficou sentado a cerimônia inteira, enquanto sua esposa Catherine Martin levou dois Oscars por Moulin Rouge – Amor em Vermelho.

É claro que o caminho de Mad Max nesta categoria não está tão fácil assim. Se existe algo de destaque no outro grande favorito ao Oscar, A Grande Aposta, que não seja seu roteiro, é a montagem. Além da estrutura não-linear, aquelas inserções de celebridades explicando os termos econômicos para o espectador são dignas de um Oscar.

A montagem de Stephen Mirrione em O Regresso fica em terceiro, podendo sobrar votos em caso de divisão. E gostaria que a montagem de Joe Walker fosse reconhecida com uma indicação por Sicario: Terra de Ninguém. Só aquelas sequência final nos túneis subterrâneos já considero bem melhor do que Star Wars ou mesmo Spotlight.

MELHOR FIGURINO

* Sandy Powell (Carol)
* Sandy Powell (Cinderela)
* Paco Delgado (A Garota Dinamarquesa)
* Jenny Beavan (Mad Max: Estrada da Fúria)
* Jacqueline West (O Regresso)

Cena de Carol com figurino de Sandy Powell (photo by cinemagia.ro)

Cena de Carol com figurino de Sandy Powell (photo by cinemagia.ro)

DEVE GANHAR: Mad Max: Estrada da Fúria
DEVERIA GANHAR: Carol
ZEBRA: Cinderela

ESNOBADO: Kate Hawley (A Colina Escarlate)

Embora Sandy Powell seja uma das melhores figurinistas da atualidade, sua dupla indicação reduz suas chances de vitória (com a divisão de votos) e ainda tira a oportunidade de reconhecer o trabalho de outra talentosa figurinista: Kate Hawley de A Colina Escarlate, que baseou seus figurinos em pinturas. Enfim, em sua ausência, prefiro o trabalho de Powell em Carol.

Premiado pelo sindicato de figurinistas, o trabalho de Jenny Beavan por Mad Max pode ser coroado aqui. Esta é sua 10ª indicação como figurinista e pode ser seu segundo Oscar depois de vencer por Uma Janela Para o Amor em 1987. Gosto daquela espécie de armadura de Immortan Joe, mas os demais personagens apresentam figurinos mais fracos como as grávidas, que usam uns trapos.

MELHOR MAQUIAGEM E CABELO

* Mad Max: Estrada da Fúria
* The 100 Year-Old Man Who Climbed Out a Window and Disappeared
* O Regresso

Personagens maquiados de Mad Max: Estrada da Fúria (photo by cinemagia.ro)

Personagens maquiados de Mad Max: Estrada da Fúria (photo by cinemagia.ro)

DEVE GANHAR: Mad Max: Estrada da Fúria
DEVERIA GANHAR: Mad Max: Estrada da Fúria
ZEBRA: The 100 Year-Old Man Who Climbed Out a Window and Disappeared

ESNOBADO: Sr. Sherlock Holmes

Como se trata de uma explosão visual, é complicado enxergarmos onde necessariamente termina o trabalho de direção de arte, onde começa os figurinos e a maquiagem de Mad Max. Existem personagens como os lacaios de Immortan Joe que têm a maquiagem em seus corpos como figurinos. Mas certamente é o melhor trabalho de maquiagem e cabelo do ano.

Acho bacana que a Academia resolveu indicar este pequeno filme da Suécia: The 100 Year-Old Man Who Climbed Out a Window and Disappeared. E engana-se aquele que pensa que a maquiagem de envelhecimento é a única razão de estar concorrendo ao Oscar. O personagem é uma espécie de Forrest Gump velhinho, que passou por grandes momentos da História, conhecendo figuras emblemáticas como Stalin e Gorbachev, ou seja, existe maquiagem para recriar essas figuras na tela.

MELHOR TRILHA MUSICAL ORIGINAL

* Thomas Newman (Ponte dos Espiões)
* Carter Burwell (Carol)
* Jóhann Jóhannsson (Sicario: Terra de Ninguém)
* Ennio Morricone (Os 8 Odiados)
* John Williams (Star Wars: Episódio VII – O Despertar da Força)

KURT RUSSELL and SAMUEL L. JACKSON star in THE HATEFUL EIGHT

Kurt Russell e Samuel L. Jackson em cena de Os 8 Odiados (photo by cine.gr)

DEVE GANHAR: Ennio Morricone (Os 8 Odiados)
DEVERIA GANHAR: Jóhann Jóhannsson (Sicario: Terra de Ninguém)
ZEBRA: Thomas Newman (Ponte dos Espiões)

ESNOBADO: Alexandre Desplat (A Garota Dinamarquesa) e Ryuichi Sakamoto (O Regresso)

Até alguns anos atrás, Ennio Morricone estava naquela temida lista de artistas que foram indicados ao Oscar e nunca ganharam na vida. É uma lista que a Academia vem tentando reduzir. Infelizmente, eles não podem ressuscitar Alfred Hitchcock, Stanley Kubrick ou Orson Welles, então Morricone está aqui, em sua sexta indicação. Ele concorreu com obras-primas como a trilha de A Missão e Os Intocáveis, mas nada de Oscar. Em 2007, foi agraciado com um Oscar Honorário concedido por Clint Eastwood, mas como todos sabem, não é a meeeesma coisa. Sua trilha em Os Oito Odiados teria sido uma das trilhas descartadas por John Carpenter para o clássico O Enigma do Outro Mundo (1982), mas que caiu como uma luva neste novo filme de Quentin Tarantino. É uma música-tema que levanta um ar de mistério, perfeita para o clima do western.

Os demais trabalhos são bons, especialmente o de Jóhann Jóhannsson em Sicario: Terra de Ninguém, mas acredito que ninguém bate Morricone. Thomas Newman está em sua 13ª indicação sem vitórias e deve se manter assim por pelo menos mais um ano. E o mestre John Williams, com sua trilha clássica de Star Wars, pode sequer comparecer ao evento já que já está com seus 84 aninhos.

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL

* “Earned It”, de Abel Tesfaye, Ahmad Balshe, Jason Daheala Quenneville, Stephan Moccio (Cinquenta Tons de Cinza)
* “Manta Ray”, de J. Ralph, Antony Hegarty (Racing Extinction)
* “Simple Song #3”, de David Lang (Juventude)
* “Til it Happens to You”, de Diane Warren, Lady Gaga (The Hunting Ground)
* “Writing’s on the Wall”, de Jimmy Napes e Sam Smith (007 Contra Spectre)

Stephanie Sigman e Daniel Craig em cena inicial de 007 Contra Spectre (photo by cinemagia.ro)

Stephanie Sigman e Daniel Craig em cena inicial de 007 Contra Spectre (photo by cinemagia.ro)

DEVE GANHAR: “Writing’s on the Wall” ou “Til it Happens to You”
DEVERIA GANHAR: “Manta Ray”
ZEBRA: “Manta Ray”

ESNOBADO: “See You Again” (Velozes & Furiosos 7) e “Love me Like You do” (Cinquenta Tons de Cinza)

A categoria de Canção Original tem se tornado uma das mais difíceis de se prever o resultado, principalmente depois daquele ano de 2006, quando aquele funk horroroso “It’s Hard Out Here for a Pimp”, de Ritmo de um Sonho, levou o Oscar. Antigamente, bastava ter um artista famoso como Celine Dion ou ser da Disney, que já era favorito ao Oscar. Este ano, a categoria sofreu duas quedas inesperadas com a ausência de “Love me Like You” e “See You Again”, que vinham competindo em todas as listas. Mas no Globo de Ouro, a canção-tema de 007 Contra Spectre acabou ganhando. Sua concorrência mais forte vem do documentário The Hunting Ground, sobre estudantes universitárias vítimas de abuso sexual nos campus. A canção “Til it Happens to You” tem o pedigree de Lady Gaga e da grande compositora Diane Warren.

Acho que o prêmio deveria ir para “Manta Ray”. O protesto de seu compositor, Antony Hegarty, faz todo o sentido e deveria ser compensado pela injustiça de ficar de fora das apresentações.

MELHOR SOM

* Ponte dos Espiões
* Mad Max
* Perdido em Marte
* O Regresso
* Star Wars: Episódio VII – O Despertar da Força

Stormtroopers em ação em Star Wars: O Despertar da Força (photo by cinemagia.ro)

Stormtroopers em ação em Star Wars: O Despertar da Força (photo by cinemagia.ro)

DEVE GANHAR: Mad Max
DEVERIA GANHAR: Mad Max
ZEBRA: Ponte dos Espiões

Provavelmente um técnico de som saberia avaliar melhor o som dos filmes. São tantas minúcias que muitas vezes nem percebemos o bom trabalho de captação e edição desses sons. Normalmente, como a cartilha leiga diz, o filme mais barulhento costuma levar o Oscar. Este ano, acho que não houve filme que balançasse mais as caixas de som do que Mad Max, com aquele monte de carros se batendo, tiros e explosões. Em seguida, viria O Regresso, com tiros, cavalos trotando e flechadas.

MELHORES EFEITOS SONOROS

* Perdido em Marte
* Mad Max: Estrada da Fúria
* O Regresso
* Sicario: Terra de Ninguém
* Star Wars: Episódio VII – O Despertar da Força

Tempestade no início de Perdido em Marte (photo by cinemagia.ro)

Tempestade no início de Perdido em Marte (photo by cinemagia.ro)

DEVE GANHAR: O Regresso
DEVERIA GANHAR: Mad Max: Estrada da Fúria
ZEBRA: Sicario: Terra de Ninguém

Aqui o prêmio vai para o som feito nos estúdios, como a tempestade de areia em Perdido em Marte (foto) e em Mad Max. Se o Oscar for para um desses filmes ou O Regresso, será um prêmio merecido.

MELHORES EFEITOS VISUAIS

* Ex-Machina: Instinto Artificial
* Mad Max: Estrada da Fúria
* Perdido em Marte
* O Regresso
* Star Wars: Episódio VII – O Despertar da Força

Cena de Ex-Machina: Instinto Artificial (photo by cinemagia.ro)

Cena de Ex-Machina: Instinto Artificial (photo by cinemagia.ro)

DEVE GANHAR: Star Wars: O Despertar da Força
DEVERIA GANHAR: Mad Max: Estrada da Fúria
ZEBRA: Perdido em Marte

O novo filme de Star Wars não apresenta nenhum efeito inovador. Sabres de luz, espaçonaves e personagens feitos em computação gráfica, tudo o que já vimos na trilogia anterior. Mas o filme tem a seu favor a maior bilheteria de todos os tempos. E isso a Academia deve reconhecer com pelo menos uma estatueta. Das 5 categorias em que o filme de J.J. Abrams concorre, esta parece ser a mais viável para uma vitória. Será?

Caso não aconteça o Oscar compensatório para Star Wars, ele deve ir para Mad Max. No campo da computação gráfica, o maior feito é a tempestade de areia, mas sua grande qualidade são os efeitos práticos no set de filmagem, incluindo o trabalho árduo de dublês.

MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA

* O Abraço da Serpente, de Ciro Guerra (COLÔMBIA)
* Cinco Graças, de Deniz GamzeErgüven (FRANÇA)
* Filho de Saul, de László Nemes (HUNGRIA)
* O Lobo do Deserto, de Naji Abu Nowar (JORDÂNIA)
* A War, de Tobias Lindholm (DINAMARCA)

Cena de O Filho de Saul, ainda sem previsão de estréia no Brasil (photo by cine.gr)

Cena de Filho de Saul (photo by cine.gr)

DEVE GANHAR: Filho de Saul
DEVERIA GANHAR: O Lobo do Deserto
ZEBRA: O Lobo do Deserto

ESNOBADO: A Assassina, de Hou Hsiao-Hsien (TAIWAN)

Esse prêmio é a maior mamata deste ano ao lado de Melhor Animação. O filme húngaro Filho de Saul levou todos os prêmios possíveis como Filme em Língua Estrangeira. Além disso, tem a seu favor, a grande comunidade judia votante no Oscar. Como estou saturadíssimo de filmes de temática do Holocausto, considero um filme regular, com destaque para a câmera colada no protagonista, que parece mais uma solução para driblar o baixo orçamento do que uma opção estética.

MELHOR ANIMAÇÃO

* Anomalisa (Anomalisa)
* Divertida Mente (Inside Out)
* Shaun: O Carneiro (Shaun the Sheep Movie)
* Quando Estou com Marnie (Omoide no Mânî)
* O Menino e o Mundo

Cena de Shaun: O Carneiro (photo by cine.gr)

Cena de Shaun: O Carneiro, de Mike Burton e Richard Starzak (photo by cine.gr)

DEVE GANHAR: Divertida Mente
DEVERIA GANHAR: Anomalisa ou Shaun: O Carneiro
ZEBRA: O Menino e o Mundo

ESNOBADO: Hotel Transilvânia 2

Por sua qualidade e forte personalidade visual, jamais a animação brasileira O Menino e o Mundo seria a zebra, mas por se tratar do menor concorrente aqui, ele tem as menores chances. As técnicas de desenho aplicadas lembram um pouco o belíssimo trabalho manual de O Conto da Princesa Kaguya, que disputou o mesmo Oscar ano passado, porém o diretor Alê Abreu se utiliza de colagens também, já que critica com veemência a publicidade e a sociedade consumista. A indicação para esta pequena gema da animação pode não lhe render o prêmio, mas já proporciona acréscimo de público nas salas, maior atenção do governo em relação às animações nacionais e, principalmente, gerar inspiração para futuros animadores brasileiros.

Apesar de todo o hype em volta do filme da Pixar, sendo até elogiado como um dos melhores trabalhos do estúdio, considero sua trama mais específica para um média ou curta-metragem. Alguns roteiros da Pixar têm uma criatividade incrível para bolar tramas e universos, mas peca pelo desenvolvimento da história.

Felizmente, consegui conferir todos os trabalhos indicados aqui e posso afirmar que ficaria tremendamente feliz se o Oscar fosse para Anomalisa ou Shaun: O Carneiro. O primeiro possui uma trama bastante adulta e o segundo, mais infantil, porém ambos universais. Mas o que me chama a atenção nesses dois trabalhos é a atenção minuciosa nos detalhes da própria animação. Em Anomalisa, a cena de Lisa cantando “Girls Just Wanna Have Fun” e a cena de sexo são tão excepcionais que se tornam sublimes. Em Shaun: O Carneiro, a dupla de diretores demonstra controle absoluto na expressividade de todos os personagens sem precisar de um diálogo sequer, e no caso do fazendeiro, nem mesmo olhos! Aliás, ele lembra o personagem francês de Jacques Tati, Monsieur Hulot.

MELHOR DOCUMENTÁRIO

* Amy
* Cartel Land
* O Peso do Silêncio
* What Happened, Miss Simone?
* Winter on Fire: Ukraine’s Fight for Freedom

DEVE GANHAR: Amy
DEVERIA GANHAR: O Peso do Silêncio
ZEBRA: Winter on Fire

ESNOBADO: Going Clear: Scientology and the Prison of Belief

Cena do documentário sobre a cantora Amy Winehouse, morta em 2011. (photo by cine.gr)

Cena do documentário sobre a cantora Amy Winehouse, morta em 2011. (photo by cine.gr)

O documentário Amy se deu bem em todos esses prêmios de cerimônia como o Critics’ Choice Awards e o BAFTA, enquanto O Peso do Silêncio foi o preferido dos críticos. Acho Amy um bom documentário convencional, e a popularidade da cantora falecida Amy Winehouse não deve prevalecer aqui como uma vantagem. Por O Peso do Silêncio, Joshua Oppenheimer, pode conquistar o prêmio, mas seu tema do genocídio na Indonésia não ajuda muito. Talvez o documentário da Netflix, What Happened Miss Simone? seja uma alternativa provável, ainda mais no #OscarSoWhite.

MELHOR DOCUMENTÁRIO-CURTA

* Body Team 12
* Claude Lanzmann: Spectres of the Shoah
* A Girl in the River: The Price of Forgiveness
* War Within the Walls
* Last Day of Freedom

MELHOR CURTA-METRAGEM

* Ave Maria
* Day One
* Everything Will be OK (Alles Wird Gut)
* Shok
* Stutterer

MELHOR CURTA DE ANIMAÇÃO

* Bear Story
* We Can’t Live Without Cosmos
* Prologue
* Sanjay’s Super Team
* World of Tomorrow

Esses curtas-metragens são muitas vezes inacessíveis para o grande público. Os curtas de animação da Pixar ainda passam antes do longa nos cinemas pelo menos. Acho que a Academia poderia impôr a exibição dos indicados no YouTube por um mês.

A 88ª cerimônia do Oscar acontece hoje, dia 28 de fevereiro, e será transmitida pelo canal pago TNT. Por favor, não dêem audiência para a Globo, que prefere passar aquele lixo de Big Brother.

‘O Regresso’ conquista os prêmios principais no BAFTA 2016

Da esquerda para direita: O diretor Alejandro González Iñárritu, Tom Cruise e Leonardo DiCaprio posam com seus BAFTAs por O Regresso (photo by usatoday.com)

Da esquerda para direita: O diretor Alejandro González Iñárritu, Tom Cruise e Leonardo DiCaprio posam com seus BAFTAs por O Regresso (photo by usatoday.com)

FILME DE ALEJANDRO G. IÑÁRRITU LEVA 5 PRÊMIOS, INCLUINDO FILME E DIRETOR

Houve um tempo em que o BAFTA, o prêmio da Academia Britânica, era uma ótima alternativa para os demais prêmios da temporada até o Oscar. Nos anos 90, premiou Os Bons Companheiros, Quatro Casamentos e um Funeral, Razão e Sensibilidade e Ou Tudo ou Nada como Melhores Filmes do ano, enquanto no Oscar, ganharam prêmios menos expressivos ou foram apenas indicados. Tudo isso mudou em 2001, quando a cerimônia passou de abril para fevereiro, com o intuito de ser mais “contundente” na temporada. Acho que em termos de números, o BAFTA conseguiu seu objetivo, mas perdeu sua personalidade, ficando com mais cara de prévia do Oscar.

Portanto, nesse cenário, os resultados aqui são relevantes para quem quer ganhar no bolão da empresa! Vale lembrar, contudo, que a vitória de O Regresso e seu diretor Alejandro González Iñárritu não significa necessariamente uma garantia, já que no ano passado, a Academia Britânica preteriu Birdman para premiar Boyhood: Da Infância à Juventude. Então este BAFTA poderia ser interpretado como uma espécie de compensação pelo trabalho anterior. O mesmo aconteceu no Globo de Ouro. E o Oscar? Vai premiar dois filmes do mesmo diretor consecutivamente? Seria um marco inédito na história do prêmio.

Nesta 69ª edição, o épico de vingança levou 5 prêmios: Filme, Diretor, Fotografia, Som e Ator para Leonardo DiCaprio. Ao que tudo indica, deste ano não passa o Oscar dele e será o fim dos memes na internet! Como todo os prêmios estão reconhecendo DiCaprio, inclusive este é seu primeiro BAFTA após 4 indicações, seria um movimento errado da Academia se não fizer o mesmo. Indo no mesmo caminho, Brie Larson coleciona mais uma importante estatueta e deve seguir como única consagração de O Quarto de Jack.

Já nas categorias de coadjuvantes, Mark Rylance e Kate Winslet deram uma mudada no padrão da temporada, porém, suas vitórias podem ser consideradas “parciais”, já que não concorreram com os favoritos Sylvester Stallone e Alicia Vikander, respectivamente. Stallone não estava entre os indicados por um atraso no lançamento de Creed: Nascido Para Lutar em terras londrinas, enquanto Vikander estava disputando aqui como atriz principal por A Garota Dinamarquesa. Num ano extremamente competitivo, a atuação de Rylance foi uma das que merecia um reconhecimento desse calibre; seu papel e interpretação é fundamental para Ponte dos Espiões funcionar. Na ala feminina, prefiro o trabalho de Jennifer Jason Leigh (Os 8 Odiados) ou Rooney Mara (Carol) no lugar de Winslet por terem personagens mais profundos e tridimensionais.

Eddie Redmayne posa ao lado da vencedora de Atriz Coadjuvante Kate Winslet (Photo by Dave J Hogan/Dave J Hogan/Getty Images)

Eddie Redmayne posa ao lado da vencedora de Atriz Coadjuvante Kate Winslet (Photo by Dave J Hogan/Dave J Hogan/Getty Images)

Nas categorias mais técnicas, Mad Max: Estrada da Fúria dominou com 4 prêmios: Direção de Arte, Figurino, Maquiagem e Montagem, o que pode indicar que o filme de George Miller fique restrito a essas categorias “menores”, concretizando um possível pesadelo que os fãs previam. E o que dizer de Carol? Foi recordista de indicações ao BAFTA com nove, mas não levou nenhum! Ficou com jeitão de encheção de linguiça, ou melhor, de vaga! E é uma pena porque é um dos filmes mais belos de 2015… O outro recordista com nove foi Ponte dos Espiões, mas pelo menos levou Ator Coadjuvante. Outras produções que não levaram nada: Perdido em Marte, A Garota Dinamarquesa e Ex-Machina: Instinto Artificial.

DA CERIMÔNIA

Leonardo DiCaprio recebeu o prêmio das mãos de Tom Cruise, e agradeceu seu colega de set, Tom Hardy, pela lealdade nas filmagens e como colaborador do projeto. Também citou sua mãe por sempre encorajá-lo a seguir na carreira de ator.

Brie Larson não estava presente, então o diretor de O Quarto de Jack, Lenny Abrahamson, aceitou o prêmio em seu nome, dizendo que se trata de uma das melhores atrizes de sua geração. Ela está filmando o prequel de King Kong na Austrália, Kong: Skull Island.

Também ausente, Mark Rylance teve seu prêmio recebido por seu diretor, Steven Spielberg. Ele está atualmente em cartaz em peça da Broadway. Já Kate Winslet, que ganhou seu terceiro BAFTA, agradeceu seu companheiro de tela, Michael Fassbender: “Você nos guiou. Não sei como você fez isso.  Eu poderia assisti-lo todos os dias e ficar completamente estupefata.”

O ator Sidney Poitier foi homenageado com o BAFTA Fellowship, o maior título da Academia Britânica, mas infelizmente não pôde comparecer devido à questões de saúde. “Desculpem-me por não estar presente em Londres para esta ocasião especial, mas tenho um lugar muito especial no meu coração por sua grande cidade. Obrigad por sua calorosa recepção.” Ele foi indicado seis vezes como Melhor Ator Estrangeiro, e ganhou uma vez em 1959 por Acorrentados, um ótimo drama racial de Stanley Kramer.

Um prêmio que gostei bastante foi Melhor Filme Britânico para o encantador Brooklyn. O filme sobre a trajetória da imigrante irlandesa Eilis Lacey  para os EUA é um drama/romance tão bem feito que emociona, especialmente pela performance inspiradora de Saoirse Ronan. Pena que ela não levou o prêmio de atriz; seria um deleite.

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Melhor Filme Britânico para Brooklyn. Os apresentadores do prêmio nas pontas (Kate Winslet e Idris Elba) com (da esq para dir): Juie Walters, Domhnall Gleeson, Saoirse Ronan, John Crowley, Finola Dwyer, Amanda Posey, Nick Hornby e Eileen O’Higgins (photo by Dave Bennett/Getty Images through dailymail.co.uk)

E quanto ao vencedor do EE Rising Star, John Boyega, estrela do novo filme do Star Wars, não dá pra pôr na conta da polêmica do #OscarSoWhite, pois (teoricamente) o prêmio é votado pelo público.

Na página do BAFTA, gostei das brochuras que o artista Levente Szabó ilustrou pela Human Afert All, e resolvi postar e compartilhar por aqui:

O REGRESSO

O REGRESSO (art by Levente Szabó – BAFTA)

A GRANDE APOSTA

A GRANDE APOSTA (Art by Levente Szabó – BAFTA)

CAROL

CAROL (Art by Levente Szabó – BAFTA)

PONTE DOS ESPIÕES

PONTE DOS ESPIÕES (Art by Levente Szabó – BAFTA)

SPOTLIGHT

SPOTLIGHT (Art by Levente Szabó – BAFTA)

VENCEDORES DO 69º BAFTA AWARDS:

MELHOR FILME
O Regresso (The Revenant)

DIRETOR
Alejandro G. Iñárritu (O Regresso)

ATOR
Leonardo DiCaprio (O Regresso)

ATRIZ
Brie Larson (O Quarto de Jack)

ATOR COADJUVANTE
Mark Rylance (Ponte dos Espiões)

ATRIZ COADJUVANTE
Kate Winslet (Steve Jobs)

ROTEIRO ORIGINAL
Tom McCarthy, Josh Singer (Spotlight – Segredos Revelados)

ROTEIRO ADAPTADO
Adam McKay, Charles Randolph (A Grande Aposta)

TRILHA MUSICAL ORIGINAL
Ennio Morricone (Os 8 Odiados)

FOTOGRAFIA
Emmanuel Lubezki (O Regresso)

MONTAGEM
Margaret Sixel (Mad Max: Estrada da Fúria)

DIREÇÃO DE ARTE
Colin Gibson, Lisa Thompson (Mad Max: Estrada da Fúria)

FIGURINO
Jenny Beavan (Mad Max: Estrada da Fúria)

MAQUIAGEM
Lesley Vanderwalt, Damian Martin (Mad Max: Estrada da Fúria)

SOM
Lon Bender, Chris Duesterdiek, Martin Hernandez, Frank A. Montano, Jon Taylor, Randy Thom (O Regresso)

EFEITOS VISUAIS
Chris Corbould, Roger Guyett, Paul Kavanagh, Neal Scanlan (Star Wars: O Despertar da Força)

FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
Relatos Selvagens (Relatos Salvajes), de Damian Szifrón (Argentina)

DOCUMENTÁRIO
Amy (Amy), de Asif Kapadia, James Gay-Rees

ANIMAÇÃO
Divertida Mente, de Pete Docter

MELHOR FILME BRITÂNICO
Brooklyn (Brooklyn), de John Crowley, Finola Dwyer, Amanda Posey, Nick Hornby

MELHOR ESTRÉIA DE ROTEIRISTA, DIRETOR OU PRODUTOR BRITÂNICO
Rupert Lloyd (O Lobo do Deserto)

CURTA DE ANIMAÇÃO BRITÂNICO
Edmond, de Nina Gantz, Emilie Jouffroy

CURTA BRITÂNICO
Operator, de Caroline Bartleet, Rebecca Morgan

THE EE RISING STAR AWARD (VOTADO PELO PÚBLICO)
John Boyega

Onde e quando acompanhar os indicados ao Oscar 2016

À esquerda, John Krasinski e Cheryl Boone Isaacs divulgam os indicados a Melhor Ator (photo by gettyimages from npr.org)

À esquerda, John Krasinski e Cheryl Boone Isaacs divulgam os indicados a Melhor Ator (photo by gettyimages from npr.org)

GUIA COMPLETO PARA O OSCAR 2016

Quer assistir ao maior número de indicados antes da cerimônia de entrega? Estamos a seis semanas da cerimônia no dia 28 de fevereiro, então dá pra conferir os filmes indicados sem precisar apelar pra maratonas de 48 horas consecutivas de filmes. A maior parte dos trabalhos já está disponível, seja em mídia digital ou em cartaz nos cinemas, o que facilita bastante na jornada. Eu, particularmente, como sei que é bem difícil conferir TODOS os indicados, pelo menos procuro manter a meta de assistir a todos os indicados a Melhor Filme, o que sempre ajuda a não boiar na cerimônia.

Uma das coisas que mais gostei das indicações foi o recado indireto dado pela Academia: “Assista aos filmes no cinema!”, ou seja, “nada de computadores, tablets ou smartphones. Os filmes que reconhecemos merecem ser vistos numa sala de projeção!”. Prova disso são as 12 indicações para O Regresso e as 10 de Mad Max: Estrada da Fúria, já que são produções grandiosas em escalas do tipo Cecil B. DeMille e David Lean, que proporcionam uma experiência. Sou meio purista nessa parte, então faço questão de assistir a essas produções em salas IMAX, cujas telas enormes têm medida padrão de 22m de comprimento e 16m de altura. Até onde sei, aqui no estado de São Paulo, existem 4 salas com tecnologia IMAX: Shopping Bourbon Pompéia, Shopping Anália Franco, Shopping Granja Viana e Shopping JK Iguatemi. Infelizmente, o filme de George Miller já saiu de cartaz (e está disponível em DVD e Blu-ray), mas pra quem quiser ver O Regresso, o filme estréia no dia 04 de fevereiro (podendo haver pré-estréia na semana anterior).

Mad Max: Estrada da Fúria: o filme já vale por causa do roqueiro com guitarra que expele fogo! É uma experiência única. (photo by cine.gr)

Mad Max: Estrada da Fúria: o filme já vale por causa do roqueiro com guitarra que expele fogo! É uma experiência única. (photo by cine.gr)

Também incluiria nessa lista de filmes que merecem ser vistos no cinema pela sua alta qualidade visual e sonora, que ainda estão em cartaz: Os 8 Odiados, Carol, Ponte dos Espiões e Star Wars: O Despertar da Força. Todos serão melhor degustados com os olhos com uma projeção boa, e no caso do novo filme da saga Star Wars, todo o trabalho de som, efeitos sonoros e, claro, a trilha musical de John Williams, estão impecáveis. Se eu puder dar um conselho como cinéfilo, eu diria: “Assista a esses filmes no cinema. Não estou ganhando absolutamente nada com isso, mas faça um favor para si mesmo e confira esses belos trabalhos na sala escura, livre de interrupções e celulares”.

Aqui em São Paulo, alguns filmes estão no fim de suas trajetórias nas salas de cinema como o documentário Amy e o filme de Steven Spielberg, Ponte dos Espiões. Talvez haja a possibilidade de estenderem por mais umas semanas suas permanências nas salas de cinema. Já a animação brasileira O Menino e o Mundo, de Alê Abreu, deve voltar à programação, pelo menos em sessões especiais. A Folha de S. Paulo divulgou duas reprises nos dias 20/01 e 30/01 no Festival de Cinema Infantil Buster On Tour (Buster on Tour). Além disso, o Espaço Itaú de Cinema da Augusta anunciou que exibirá todos os 5 indicados de Longa de Animação: Divertida Mente, Shaun: O Carneiro, As Memórias de Marnie (ou Quando Estou com Marnie), O Menino e o Mundo e Anomalisa. Apesar do anúncio falar dos 5 indicados, não houve menção oficial ao filme de Charlie Kaufman e Duke Johnson, Anomalisa.

Indicado a Longa de Animação, o japonês Quando Estou com Marnie mantém a tradição do Japão no Oscar (photo by cinemagia.ro)

Indicado a Longa de Animação, o japonês Quando Estou com Marnie mantém a tradição do Japão no Oscar (photo by cinemagia.ro)

Já que a programação dos cinemas nessa época gira muito em torno do Oscar, gostaria que as distribuidoras se esforçassem mais pra manter alguns filmes nas salas e também de trazer os inéditos para as telas, mesmo aqueles com apenas uma indicação ao Oscar como o sueco The 100 Year-Old Man Who Climbed Out a Window and Disappeared, que concorre apenas na categoria de Maquiagem. Entre esses inéditos, a ausência mais absurda é a de Brooklyn, que está concorrendo como Melhor Filme, Atriz (Saoirse Ronan) e Roteiro Adaptado, mas sequer tem previsão de estréia (!).

Outra coisa que fico possesso é o atraso de lançamento por causa de “falha nas indicações”. Só porque A Garota Dinamarquesa ficou de fora das categorias principais como Filme e Diretor, o longa de Tom Hooper foi empurrado pra frente. Sua previsão de estréia está marcada para o dia 25 de fevereiro, três dias antes da entrega dos prêmios.

DISPONÍVEIS EM BLU-RAY/DVD/ON DEMAND

Cinderela (Cinderella)
1 indicação: Figurino

Cinquenta Tons de Cinza (Fifty Shades of Grey)
1 indicação: Canção Original (“Earned it”)

Divertida Mente (Inside Out)
2 indicações: Roteiro Original e Longa de Animação.

Ex-Machina: Instinto Artificial (Ex Machina)
2 indicações: Roteiro Original e Efeitos Visuais.

Mad Max: Estrada da Fúria (Mad Max: Fury Road)
10 indicações: Filme, Diretor (George Miller), Fotografia, Montagem, Direção de Arte, Figurino, Maquiagem, Efeitos Visuais, Efeitos Sonoros e Som.

Shaun: O Carneiro (Shaun the Sheep Movie)
1 indicação: Longa de Animação.

Sicario: Terra de Ninguém (Sicario)
3 indicações: Fotografia, Trilha Musical Original e Efeitos Sonoros.

Shaun: O Carneiro, indicado a Melhor Longa de Animação (photo by cinemagia.ro)

Shaun: O Carneiro, indicado a Melhor Longa de Animação (photo by cinemagia.ro)

DISPONÍVEL NO NETFLIX

Cartel Land
1 indicação: Documentário

What Happened, Miss Simone?
1 indicação: Documentário

What Happened, Miss Simone?, que aborda a vida da cantora Nina Simone, concorre como Documentário (photo by cine.gr)

What Happened, Miss Simone?, que aborda a vida e carreira da cantora Nina Simone, concorre como Documentário (photo by cine.gr)

FILMES EM CARTAZ NOS CINEMAS – com base na programação de São Paulo

007 Contra Spectre (Spectre)
1 indicação: Canção Original (“Writing’s on the Wall”)

Amy (Amy)
1 indicação: Documentário

Carol (Carol)
5 indicações: Atriz (Cate Blanchett), Atriz Coadjuvante (Rooney Mara), Roteiro Adaptado, Fotografia e Figurino.

Cinco Graças (Mustang) – Em pré-estréia
1 indicação: Filme em Língua Estrangeira (França)

Creed: Nascido Para Lutar (Creed)
1 indicação: Ator Coadjuvante (Sylvester Stallone)

A Grande Aposta (The Big Short)
5 indicações: Filme, Diretor (Adam McKay), Ator Coadjuvante (Christian Bale), Roteiro Adaptado e Montagem.

Os 8 Odiados (The Hateful Eight)
3 indicações: Atriz Coadjuvante (Jennifer Jason Leigh), Fotografia e Trilha Musical Original.

Ponte dos Espiões (Bridge of Spies)
6 indicações: Filme, Ator Coadjuvante (Mark Rylance), Roteiro Original, Direção de Arte, Trilha Musical Original e Som.

Spotlight – Segredos Revelados (Spotlight)
6 indicações: Filme, Diretor (Tom McCarthy), Ator Coadjuvante (Mark Ruffalo), Atriz Coadjuvante (Rachel McAdams), Roteiro Original e Montagem.

Star Wars – O Despertar da Força (Star Wars: The Force Awakens)
4 indicações: Montagem, Trilha Musical Original, Efeitos Visuais, Efeitos Sonoros e Som.

Steve Jobs (Steve Jobs)
2 indicações: Ator (Michael Fassbender), Atriz Coadjuvante (Kate Winslet).

Os 8 Odiados concorre por Atriz Coadjuvante, Fotografia e Trilha Musical (photo by cinemagia.ro)

Os 8 Odiados concorre por Atriz Coadjuvante, Fotografia e Trilha Musical (photo by cinemagia.ro)

PREVISÃO DE ESTRÉIA – Datas previstas para São Paulo, que podem sofrer alterações de acordo com as distribuidoras

21/01: Joy: O Nome do Sucesso (Joy)
1 indicação: Atriz (Jennifer Lawrence)

28/01: Anomalisa (Anomalisa)
1 indicação: Longa de Animação.

04/02: Filho de Saul (Saul fia)
1 indicação: Filme em Língua Estrangeira (Hungria).

04/02: O Regresso (The Revenant)
12 indicações: Filme, Diretor (Alejandro G. Iñárritu), Ator (Leonardo DiCaprio), Ator Coadjuvante (Tom Hardy), Fotografia, Montagem, Direção de Arte, Figurino, Maquiagem, Efeitos Visuais, Efeitos Sonoros e Som.

11/02: Brooklin (Brooklyn)
3 indicações: Filme, Atriz (Saoirse Ronan) e Roteiro Adaptado.

11/02: A Garota Dinamarquesa (The Danish Girl)
4 indicações: Ator (Eddie Redmayne), Atriz Coadjuvante (Alicia Vikander), Direção de Arte e Figurino.

18/02: O Quarto de Jack (Room)
4 indicações: Filme, Diretor (Lenny Abrahamson), Atriz (Brie Larson) e Roteiro Adaptado.

18/02: O Lobo do Deserto (Theeb)
1 indicação: Filme em Língua Estrangeira

18/02: Trumbo – Lista Negra (Trumbo)
1 indicação: Ator (Bryan Cranston).

25/02: O Abraço da Serpente (El Abrazo de la Serpiente)
1 indicação: Filme em Língua Estrangeira

A Garota Dinamarquesa compete nas categorias de Ator, Atriz Coadjuvante, Direção de Arte e Figurino (photo by cinemagia.ro)

A Garota Dinamarquesa compete nas categorias de Ator, Atriz Coadjuvante, Direção de Arte e Figurino (photo by cinemagia.ro)

FORA DE CARTAZ E AGUARDANDO LANÇAMENTO EM BLU-RAY/DVD

45 Anos (45 Years)
1 indicação: Atriz (Charlotte Rampling)

O Menino e o Mundo
1 indicação: Longa de Animação

Perdido em Marte (The Martian)
7 indicações: Filme, Ator (Matt Damon), Roteiro Adaptado, Direção de Arte, Efeitos Visuais, Efeitos Sonoros e Som.

Straight Outta Compton: A História do N.W.A. (Straight Outta Compton)
1 indicação: Roteiro Original

O Menino e o Mundo concorre como Melhor Longa de Animação (photo by omeninoeomundo.blogspot.com)

O Menino e o Mundo concorre como Melhor Longa de Animação (photo by omeninoeomundo.blogspot.com)

SEM PREVISÃO DE ESTRÉIA (*caham!* Mas pra isso existe a internet…)

The 100 Year-Old Man Who Climed Out a Window and Disappeared (Hundraåringen som klev ut genom fönstret och försvann)
1 indicação: Maquiagem

The Hunting Ground
1 indicação: Canção Original (“Til it Happens to You”)

Juventude (Youth)
1 indicação: Canção Original (“Simple Song #3”)

The Look of Silence
1 indicação: Documentário

Quando Estou com Marnie (Omoide no Mânî)
1 indicação: Longa de Animação

Racing Extinction
1 indicação: Canção Original (“Manta Ray”)

A War (Krigen)
1 indicação: Filme em Língua Estrangeira

Winter on Fire: Ukraine’s Fight for Freedom
1 indicação: Documentário

Juventude foi indicado apenas por Canção Original (photo by cinemagia.ro)

Juventude foi indicado apenas por Canção Original (photo by cinemagia.ro)

A cerimônia da 88ª edição do Oscar será no dia 28 de fevereiro, e transmitida pelo canal pago TNT.

Alejandro G. Iñárritu, George Miller, Tom McCarthy, Ridley Scott e Adam McKay conquistam indicação ao DGA 2016

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Do alto, da esquerda para direita: Adam McKay, Ridley Scott, Tom McCarthy, Alejandro González Iñárritu e George Miller (photo montage by awardsdaily.com)

DIRETOR BRASILEIRO, FERNANDO COIMBRA, É RECONHECIDO POR NOVA CATEGORIA PARA ESTREANTES

Por se tratar de um dos melhores parâmetros para o Oscar (se não o melhor), o DGA é praticamente garantia de que o vencedor aqui leva o prêmio de direção da Academia em seguida. E quem estiver fora dessa lista, pode praticamente dar adeus a uma vitória no Oscar. Nesse caso, os excluídos Todd Haynes (Carol) e Steven Spielberg (Ponte dos Espiões) podem até conquistar uma indicação ao Oscar na quinta-feira, mas chances reais de vitória caem drasticamente.

Pra quem não se recorda, vale lembrar que em 67 anos de existência, o DGA só não coincidiu com o vencedor do Oscar de diretor em apenas 7 ocasiões:

  • Em 1968: Anthony Harvey ganhou o DGA Award por O Leão no Inverno, enquanto Carol Reed levou o Oscar por Oliver!
  • Em 1972: Francis Ford Coppola por O Poderoso Chefão (DGA) e Bob Fosse por Cabaret (Oscar).
  • Em 1985: Steven Spielberg por A Cor Púrpura (DGA), e Sydney Pollack por Entre Dois Amores (Oscar).
  • Em 1995: Ron Howard por Apollo 13 (DGA), e Mel Gibson por Coração Valente (Oscar).
  • Em 2000: Ang Lee por O Tigre e o Dragão (DGA) e Steven Soderbergh por Traffic (Oscar).
  • Em 2002: Rob Marshall por Chicago (DGA) e Roman Polanski por O Pianista (Oscar).
  • Em 2013: Ben Affleck por Argo (DGA) e Ang Lee por As Aventuras de Pi (Oscar).

Pra ser bem sincero, acredito que Adam McKay deve ceder sua vaga no Oscar para Haynes, o que fortaleceria suas chances de ganhar como roteirista por A Grande Aposta.

Enfim… as indicações ao DGA foram anunciadas hoje, dia 12, e o presidente do sindicato, Paris Barclay, aproveitou para elogiar os trabalhos de 2015: “O que faz com que este ano seja diferente é a ambição desenfreada dos indicados – no tema , na produção, na imaginação visual. O que faz com que este ano seja o mesmo é que os filmes foram todos escolhidos pelos colegas dos diretores, e é claro que nossos membros adoram quando as pessoas usam sua visão e habilidade para elevar os meios para novos patamares. Parabéns a todos os indicados por seu trabalho incrível.”

Pelo discurso, parecia que ele estava elogiando o trabalho ousado de George Miller em Mad Max: Estrada da Fúria, o que talvez soaria como um indicativo de que este pode ser o primeiro DGA de Miller, mas ele terá dura competição pela frente, com um imbatível Alejandro González Iñárritu, que acaba de levar o Globo de Ouro por O Regresso, e Ridley Scott por Perdido em Marte, que está com cara de que pode levar mais pelo conjunto de sua obra do que pelo filme em si.

Nesta 68ª edição, o DGA resolveu criar uma nova categoria destinada a diretores estreantes, tamanho o talento encontrado em novos diretores. Por se tratar de um prêmio novíssimo, não dá pra saber ainda se ele terá algum tipo de impacto no Oscar, mas definitivamente, trata-se de um reconhecimento merecido.

Além de figuras mais conhecidas como Alex Garland (que roteirizou Extermínio, Sunshine – Alerta Solar e Não me Abandone Jamais) e Joel Edgerton (ator de Reino Animal, Guerreiro e O Grande Gatsby), o diretor brasileiro Fernando Coimbra foi indicado por seu trabalho no bom e tenso thriller O Lobo Atrás da Porta, uma espécie de Atração Fatal carioca. Ele, que já vinha em ascensão com a direção de episódios da série Narcos e agora filmando Sand Castle, longa estrelado por Henry Cavill e Nicholas Hoult, passa a ter mais destaque no cenário internacional com esta indicação. Espero que ele prospere e siga a trajetória de sucesso de nossos diretores Walter Salles, Fernando Meirelles e José Padilha.

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Em primeiro plano, Leandra Leal em cena de O Lobo Atrás da Porta, de Fernando Coimbra (photo by cinemaorama.com.br)

 

Seguem os indicados a Diretor:

ALEJANDRO GONZÁLEZ IÑÁRRITU (O Regresso)

Alejandro González IñárrituVencedor do DGA de 2015 por Birdman, esta é sua terceira indicação. Perdeu em 2007 por Babel. Como cinéfilo e admirador do diretor desde seu primeiro longa Amores Brutos (2000), acredito que ele evoluiu bastante. Por um momento, temi que ele fosse se limitar à estrutura narrativa de histórias paralelas que se cruzam com uma tragédia, mas ele conseguiu se superar com Biutiful e Birdman, e promete ser um daqueles raros diretores que buscam inovações a cada novo trabalho. Com a colaboração inestimável de seu DP (diretor de fotografia) Emmanuel Lubezki, Iñárritu se mostra promissor e deve conquistar pelo menos mais uma estatueta do Oscar.

TOM McCARTHY (Spotlight – Segredos Revelados)

Tom McCarthyFoi atuando como ator que Tom McCarthy começou a observar o trabalho dos diretores. Por estar no elenco, viu de perto o modo de trabalho de Richard Donner em Teoria da Conspiração, George Clooney em Boa Noite e Boa Sorte e Clint Eastwood em A Conquista da Honra. Logo em seu primeiro filme como diretor, em O Agente da Estação, foi premiado pelo BAFTA, Independent Spirit e Sundance. Em seguida dirigiu dois bons trabalhos em O Visitante e Ganhar ou Ganhar – A Vida é um Jogo, mas em 2014, resolveu dirigir um filme bem ruinzinho estrelado por Adam Sandler, Trocando os Pés. Felizmente, voltou a um cinema mais consistente em Spotlight – Segredos Revelados. Esta é sua primeira indicação ao DGA.

ADAM McKAY (A Grande Aposta)

Adam McKaySe olharmos para a filmografia de Adam McKay, encontraremos exemplares das comédias estreladas por Will Ferrell como Ricky Bobby – A Toda Velocidade, Quase Irmãos e Os Outros Caras, filmes que dificilmente seriam reconhecidos no Oscar ou mesmo no DGA. Imagino que deve ter amadurecido seu feeling e timing cômico nessa trama sobre a crise econômica de A Grande Aposta. Espero. Esta é sua primeira indicação ao DGA.

 

GEORGE MILLER (Mad Max: Estrada da Fúria)

George MillerGeorge Miller era daqueles diretores que eu pensava: “Por que esse cara nunca foi reconhecido pela Academia?” Ele dirigiu uma das melhores trilogias do cinema: Mad Max. E nada! Então, ele passou a ser mais sentimentalista (ou passou a se vender – dependendo do ponto de vista) dirigindo dramas como O Óleo de Lorenzo (1992) e dirigir filmes fofinhos como Babe – O Porquinho Atrapalhado na Cidade (1998) e animação Happy Feet: O Pingüim (2006) e sua continuação. Acho que só o fato de ele ter conseguido convencer o estúdio a lhe dar carta branca pra fazer esse insano e politicamente incorreto Mad Max: Estrada da Fúria em tempos de cinema careta já foi uma vitória incontestável. Esta é sua primeira indicação ao DGA.

RIDLEY SCOTT (Perdido em Marte)

Ridley ScottEu tinha uma grande admiração por Ridley Scott. Ele dirigiu duas das melhores ficções científicas da História do Cinema: Alien, o Oitavo Passageiro (1979) e Blade Runner – O Caçador de Andróides (1982), mas desde que o vi com aquela cara de mau perdedor no Oscar 2001, quando competia por Gladiador e perdeu para Steven Soderbergh (Traffic), fiquei com a expressão: “Esse mau perdedor aí é o diretor de Alien?”. Seu novo filme Perdido em Marte é uma boa ficção científica que tem como mérito ser otimista, algo muito raro no gênero. Acredito que tem grandes chances aqui e no Oscar, porém mais por sua filmografia que inclui o cult Thelma & Louise, Os Duelistas e Chuva Negra. Esta é sua quarta indicação ao DGA. Ele foi indicado antes por Thelma & Louise, Gladiador e Falcão Negro em Perigo.

Seguem os indicados a Melhor Diretor Estreante:

  • Fernando Coimbra (O Lobo Atrás da Porta)
  • Joel Edgerton (O Presente)
  • Alex Garland (Ex-Machina: Instinto Artificial)
  • Marielle Heller (O Diário de uma Adolescente)
  • László Nemes (O Filho de Saul)

 

O 68º DGA Awards acontece no dia 06 de fevereiro.

‘Ponte dos Espiões’ e ‘Carol’ lideram indicações ao BAFTA 2016

Mark Rylance e Tom Hanks em cena de Ponte dos Espiões, de Steven Spielberg: recordista com 9 indicações no BAFTA (photo by cinemagia.ro)

Mark Rylance e Tom Hanks em cena de Ponte dos Espiões, de Steven Spielberg: recordista com 9 indicações no BAFTA (photo by cinemagia.ro)

UM DOS FAVORITOS AO OSCAR, ‘SPOTLIGHT’, FICOU APENAS COM 3 INDICAÇÕES

A poucos dias da cerimônia do Globo de Ouro (neste domingo), a Academia Britânica revelou sua lista de indicados em Londres. Surpreendentemente, os recordistas desta edição foram Carol e Ponte dos Espiões com 9 indicações cada. Embora ambas sejam produções de época, que permitem maior reconhecimento em categorias técnicas como Fotografia, Direção de Arte e Figurino, acreditava que os recordistas seriam Mad Max: Estrada da Fúria e O Regresso, porém, ficaram com sete e oito indicações respectivamente. Logo atrás com seis cada, vêm Brooklyn e Perdido em Marte.

Carol, que já venceu o NYFCC e foi recordista com 5 indicações no Globo de Ouro, deve ter sua campanha reforçada para o Oscar devido ao BAFTA. Já o drama de espionagem de Spielberg, Ponte dos Espiões, que vinha recebendo prêmios apenas para ator coadjuvante para Mark Rylance, passa a ser um major player que pode se destacar no prêmio da Academia.


Stephen Fry e Gugu Mbatha-Raw anunciam os indicados do BAFTA 2016

SURPRESAS E AUSÊNCIAS

No consenso geral, o BAFTA buscou ser bem democrático e tomou cuidado para não deixar nenhum filme ou performance importante de fora. Contudo, num ano com tantos candidatos acima da média, é impossível abranger e agradar todos os paladares críticos. Diretora-executiva do BAFTA, Amanda Berry, enfatizou o alto nível de qualidade: “Parece que temos um campo bem uniforme e aberto. Estou animada com o fato de haver uma mistura muito boa de filmes independentes e blockbusters.”

Ela destacou também a dupla indicação de Alicia Vikander como Atriz por A Garota Dinamarquesa e como Coadjuvante por Ex-Machina: Instinto Artificial“Estou particularmente feliz que identificamos e iluminamos as pessoas em início de carreira e depois elas voltam com indicações”. Em 2013, a atriz sueca foi reconhecida na categoria EE Rising Star para revelações no BAFTA, mas perdeu para Juno Temple.

Alicia Vikander foi indicada por dois trabalhos: A Garota Dinamarquesa e Ex-Machina: Instinto Artificial (photo by hollywoodreporter.com)

Alicia Vikander foi indicada por dois trabalhos: A Garota Dinamarquesa e Ex-Machina: Instinto Artificial (photo by hollywoodreporter.com)

Apesar de não ter conferido ainda A Senhora da Van (tem estréia marcada aqui para 28 de janeiro), achei interessante a inclusão de Dame Maggie Smith na categoria de Atriz. Claro que se trata de uma veterana talentosíssima, mas adoraria vê-la em papéis mais distintos. Em filmes mais recentes, parece que Smith sempre encarna aquela senhorinha inglesa frágil que resmunga de tudo e de todos como foi em Assassinato em Gosford Park e O Exótico Hotel Marigold.

Maggie Smith em cena de A Senhora da Van (photo by cine.gr)

Maggie Smith em cena de A Senhora da Van (photo by cine.gr)

Já entre as atuações excluídas da festa, destaque para Charlotte Rampling por 45 Anos (além da performance em si, ela é britânica!) e Sylvester Stallone por Creed: Nascido Para Lutar (apesar de nunca ter primado como ator, seu trabalho vinha coletando boas críticas). Candidatos a Melhor Ator Johnny Depp (Aliança do Crime) e Will Smith (Um Homem Entre Gigantes) têm suas chances bem reduzidas por ficar de fora do BAFTA, assim como Paul Dano (Love & Mercy) e Michael Shannon (99 Homes) pela categoria de Coadjuvante.

Pelo lado feminino, as exclusões não param em Rampling. Jennifer Lawrence (Joy: O Nome do Sucesso) e Carey Mulligan (As Sufragistas) não apenas ficaram de fora, mas também viram seus filmes abanando as mãos. Charlize Theron (Mad Max: Estrada da Fúria) e Emily Blunt (Sicario: Terra de Ninguém) são outros nomes não-reconhecidos pelo BAFTA. Como coadjuvantes, Helen Mirren (Trumbo – Lista Negra) e Rachel McAdams (Spotlight – Segredos Revelados) estavam na lista do Globo de Ouro e SAG, mas não foram citadas aqui.

Nas demais categorias, meu maior espanto foi não ver o nome de George Miller entre os melhores diretores. WTF?! Se Mad Max: Estrada da Fúria não tinha um mega diretor por trás, eu não sei como esse filme foi lançado! Se em cada frame do filme, dá pra vermos Miller, alguém pode me explicar por que esse homem não está indicado? Estar de fora da disputa por Melhor Filme não me surpreendeu tanto quanto George Miller. Curiosamente, não houve nenhum filme britânico entre os 5 indicados a Melhor Filme.

Anomalisa fora das melhores animações também há de se questionar. Por se tratar de um trabalho mais sério e conceituado, foi no mínimo uma surpresa ver sua vaga sendo ocupada pelo infantil demais Minions. Outra exclusão total foi de Juventude, de Paolo Sorrentino. Chama a atenção por se tratar de uma produção européia com elenco internacional: Michael Caine, Jane Fonda, Harvey Keitel e Rachel Weisz, nenhum foi lembrado aqui.

Dentre os que fora indicados, acredito que Spotlight – Segredos Revelados foi um dos que ficaram para atrás com suas 3 indicações: Filme, Roteiro Original e Ator Coadjuvante (Mark Ruffalo). Claro que ainda pode ganhar o BAFTA, mas o número não se mostra tão animador para um vencedor, a menos que ganhe nas três categorias em que disputa.

Em termos de surpresa de inclusão, cito a indicação de Adam McKay como diretor de A Grande Aposta, tomando a vaga do já citado George Miller e de Tom McCarthy (Spotlight). Vale citar aqui a surpresa de ver Julie Walters por Brooklyn. Apesar de ser britânica e talentosa, ela não estava recebendo nenhum tipo de Oscar buzz.

E um comentário à parte, a categoria de Filme em Língua Estrangeira sofreu alterações devido ao atraso de lançamento em terras britânicas, portanto filmes que concorreram na temporada passada voltam este ano ao BAFTA. São os casos de Força Maior, Timbuktu e Relatos Selvagens, sendo que os dois últimos concorreram ao Oscar. O representante de Taiwan, A Assassina, já foi descartada pela Academia, mas o representante da Jordânia, Theeb, ainda pode conquistar uma indicação ao Oscar, já que está entre os 9 filmes pré-selecionados. Confira matéria em: Nove Filmes em busca do Oscar de Filme em Língua Estrangeira 2016

INDICADOS AO BAFTA 2016:

MELHOR FILME
A GRANDE APOSTA (The Big Short) – Produtores: Dede Gardner, Jeremy Kleiner, Brad Pitt
PONTE DOS ESPIÕES (Bridge of Spies) – Produtores: Kristie Macosko Krieger, Marc Platt, Steven Spielberg
CAROL (Carol) – Produtores: Elizabeth Karlsen, Christine Vachon, Stephen Woolley
O REGRESSO (The Revenant)- Produtores: Steve Golin, Alejandro G. Inarritu, Arnon Milchan, Mary Parent, Keith Redmon
SPOTLIGHT – SEGREDOS REVELADOS (Spotlight) – Produtores: Steve Golin, Blye Pagon Faust, Nicole Rocklin, Michael Sugar

DIRETOR
Adam McKay (A Grande Aposta)
Steven Spielberg (Ponte dos Espiões)
Todd Haynes (Carol)
Ridley Scott (Perdido em Marte)
Alejandro Gonzalez Iñárritu (O Regresso)

ROTEIRO ORIGINAL
Matthew Charman, Ethan Coen, Joel Coen (Ponte dos Espiões)
Alex Garland (Ex-Machina: Instinto Artificial)
Quentin Tarantino (Os 8 Odiados)
Josh Cooley, Pete Docter, Meg Lefauve (Divertida Mente)
Tom McCarthy, Josh Singer (Spotlight – Segredos Revelados)

ROTEIRO ADAPTADO
Adam McKay, Charles Randolph (A Grande Aposta)
Nick Hornby (Brooklyn)
Phyllis Nagy (Carol)
Emma Donoghue (O Quarto de Jack)
Aaron Sorkin (Steve Jobs)

ATOR
Bryan Cranston (Trumbo – Lista Negra)
Eddie Redmayne (A Garota Dinamarquesa)
Leonardo DiCaprio (O Regresso)
Matt Damon (Perdido em Marte)
Michael Fassbender (Steve Jobs)

ATRIZ
Alicia Vikander (A Garota Dinamarquesa)
Brie Larson (O Quarto de Jack)
Cate Blanchett (Carol)
Maggie Smith (A Senhora da Van)
Saoirse Ronan (Brooklyn)

ATOR COADJUVANTE
Benicio Del Toro (Sicario: Terra de Ninguém)
Christian Bale (A Grande Aposta)
Idris Elba (Beasts of No Nation)
Mark Ruffalo (Spotlight – Segredos Revelados)
Mark Rylance (Ponte dos Espiões)

ATRIZ COADJUVANTE
Alicia Vikander (Ex-Machina: Instinto Artificial)
Jennifer Jason Leigh (Os 8 Odiados)
Julie Walters (Brooklyn)
Kate Winslet (Steve Jobs)
Rooney Mara (Carol)

TRILHA MUSICAL ORIGINAL
Thomas Newman (Ponte dos Espiões)
Ennio Morricone (os 8 Odiados)
Ryuichi Sakamoto, Carsten Nicolai (O Regresso)
Johann Johannsson (Sicario: Terra de Ninguém)
John Williams (Star Wars: Episódio VII – O Despertar da Força)

FOTOGRAFIA
Janusz Kaminski  (Ponte dos Espiões)
Ed Lachman (Carol)
John Seale (Mad Max: Estrada da Fúria)
Emmanuel Lubezki (O Regresso)
Roger Deakins (Sicario: Terra de Ninguém)

MONTAGEM
Hank Corwin (A Grande Aposta)
Michael Kahn (Ponte dos Espiões)
Margaret Sixel (Mad Max: Estrada da Fúria)
Pietro Scalia (Perdido em Marte)
Stephen Mirrione (O Regresso)

DIREÇÃO DE ARTE
Adam Stockhausen, Rena Deangelo (Ponte dos Espiões)
Judy Becker, Heather Loeffler (Carol)
Colin Gibson, Lisa Thompson (Mad Max: Estrada da Fúria)
Arthur Max, Celia Bobak (Perdido em Marte)
Rick Carter, Darren Gilford, Lee Sandales (Star Wars: Episódio VII – O Despertar da Força)

FIGURINO
Odile Dicks-Mireaux (Brooklyn)
Sandy Powell  (Carol)
Sandy Powell (Cinderela)
Paco Delgado (A Garota Dinamarquesa)
Jenny Beavan (Mad Max: Estrada da Fúria)

MAQUIAGEM E CABELO
Morna Ferguson, Lorraine Glynn (Brooklyn)
Jerry Decarlo, Patricia Regan (Carol)
Jan Sewell (A Garota Dinamarquesa)
Lesley Vanderwalt, Damian Martin (Mad Max: Estrada da Fúria)
Sian Grigg, Duncan Jarman, Robert Pandini (O Regresso)

SOM
Drew Kunin, Richard Hymns, Andy Nelson, Gary Rydstrom (Ponte dos Espiões)
Scott Hecker, Chris Jenkins, Mark Mangini, Ben Osmo, Gregg Rudloff, David White (Mad Max: Estrada da Fúria)
Paul Massey, Mac Ruth, Oliver Tarney, Mark Taylor (Perdido em Marte)
Lon Bender, Chris Duesterdiek, Martin Hernandez, Frank A. Montano, Jon Taylor, Randy Thom (O Regresso)
David Acord, Andy Nelson, Christopher Scarabosio, Matthew Wood, Stuart Wilson (Star Wars: Episódio VII – O Despertar da Força)

EFEITOS VISUAIS
Jake Morrison, Greg Steele, Dan Sudick, Alex Wuttke (Homem-Formiga)
Mark Ardington, Sara Bennett, Paul Norris, Andrew Whitehurst (Ex-Machina: Instinto Artificial)
Andrew Jackson, Dan Oliver, Tom Wood, Andy Williams (Mad Max: Estrada da Fúria)
Chris Lawrence, Tim Ledbury, Richard Stammers, Steven Warner (Perdido em Marte)
Chris Corbould, Roger Guyett, Paul Kavanagh, Neal Scanlan (Star Wars: Episódio VII – O Despertar da Força)

FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
A Assassina, de Hou Hsiao-Hsien
Força Maior, de Ruben Ostlund
Theeb, de Naji Abu Nowar, Rupert Lloyd
Timbuktu, de Abderrahmane Sissako
Relatos Selvagens, de Damian Szifrón

DOCUMENTÁRIO
Amy, de Asif Kapadia, James Gay-Rees
Cartel Land, de Matthew Heineman, Tom Yellin
He Named Me Malala, de Davis Guggenheim, Walter Parkes, Laurie Macdonald
Listen to Me, de Marlon Stevan Riley, John Battsek, George Chignell, R.J. Cutler
Sherpa, de Jennifer Peedom, Bridget Ikin, John Smithson

ANIMAÇÃO
Divertida Mente (Inside Out), de Pete Docter
Minions (Minions), de Pierre Coffin, Kyle Balda
Shaun: O Carneiro (Shaun the Sheep Movie), de Mark Burton, Richard Starzak

FILME BRITÂNICO
45 Anos, de Andrew Haigh, Tristan Goligher
Amy, de Asif Kapadia, James Gay-Rees
Brooklyn, de John Crowley, Finola Dwyer, Amanda Posey, Nick Hornby
A Garota Dinamarquesa, de Tom Hooper, Tim Bevan, Eric Fellner, Anne Harrison, Gail Mutrux, Lucinda Coxon
Ex-Machina: Instinto Artificial, de Alex Garland, Andrew Macdonald, Allon Reich
The Lobster, de Yorgos Lanthimos, Ceci Dempsey, Ed Guiney, Lee Magiday, Efthimis Filippou

ESTRÉIA DE UM ESCRITOR, DIRETOR OU PRODUTOR BRITÂNICO
Alex Garland (Diretor) Ex-Machina: Instinto Artificial
Debbie Tucker Green (Roteirista/Diretor) Second Coming
Naji Abu Nowar (Roteirista/Diretor) Rupert Lloyd (Producer) Theeb
Sean Mcallister (Diretor/Produtor), Elhum Shakerifar (Producer) A Syrian Love Story
Stephen Fingleton (Roteirista/Diretor) The Survivalist

CURTA-METRAGEM BRITÂNICO DE ANIMAÇÃO
Edmond, de Nina Gantz, Emilie Jouffroy
Manoman, de Simon Cartwright, Kamilla Kristiane Hodol
Prologue, de Richard Williams, Imogen Sutton

CURTA-METRAGEM BRITÂNICO
Elephant, de Nick Helm, Alex Moody, Esther Smith
Mining Poems or Odes, de Callum Rice, Jack Cocker
Operator, de Caroline Bartleet, Rebecca Morgan
Over, de Jorn Threlfall, Jeremy Bannister
Samuel-613, de Billy Lumby, Cheyenne Conway

THE EE RISING STAR AWARD (VOTO DO PÚBLICO)
Bel Powley
Brie Larson
Dakota Johnson
John Boyega
Taron Egerton

Candidatos ao prêmio EE Rising Star para Revelação (photo by bafta.org)

Candidatos ao prêmio EE Rising Star para Revelação. Da esquerda para direita: Bel Powley, Taron Egerton, Dakota Johnson, John Boyega e Brie Larson. (photo by bafta.org)

A cerimônia do BAFTA acontecerá no dia 14 de fevereiro.

WGA indica roteiros de ‘Spotlight’, ‘A Grande Aposta’, ‘Steve Jobs’ e ‘Perdido em Marte’

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Michael Fassbender e Mackenzie Moss em cena de Steve Jobs (photo by cinemagia.ro)

MESMO COM EXCLUSÕES HABITUAIS, WGA INDICA FORTES ROTEIROS

Como em todo ano, o Writers Guild of America (WGA), sindicato dos roteiristas, costuma eliminar inúmeros candidatos por questões burocráticas como a não-filiação do roteirista à organização. Este ano, houve 61 roteiros originais e 51 adaptados sobreviventes ao corte do WGA.

Entre os eliminados de Roteiro Original estão Os 8 Odiados, O Filho de Saul, As Sufragistas, 99 Homes, Ex-Machina: Instinto Artificial, Divertida Mente e Mad Max: Estrada da Fúria. Mesmo fora do WGA, os roteiros de Quentin Tarantino (Os 8 Odiados) e da trupe da Pixar por Divertida Mente são os que conseguem manter as chances altas no Oscar.

Já entre os de Roteiro Adaptado, foram desqualificados 45 Anos, Eu, Você e a Garota que Vai Morrer, Brooklyn, A Garota Dinamarquesa e os possíveis sobreviventes para o Oscar: O Quarto de Jack e Anomalisa.

Mesmo com tantas exclusões, a taxa de acerto do WGA em relação ao Oscar permanece alta. Dos últimos 21 anos, 15 vencedores coincidiram como Melhor Roteiro Original, e 13 como Melhor Roteiro Adaptado.

Com tantos cortes também é possível ver algumas produções menores sendo reconhecidas aqui como são os casos de Straight Outta Compton: A História do N.W.A. e Descompensada na categoria de Roteiro Original, enquanto na de Adaptado, temos a inclusão de Trumbo – Lista Negra.

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Amy Schumer e Bill Hader em cena de Descompensada (photo by cinemagia.ro)

Os favoritos aos prêmios permanecem na briga aqui também: Ponte dos Espiões, Spotlight – Segredos Revelados, A Grande Aposta, Perdido em Marte e Steve Jobs devem seguir na lista da Academia.

SEGUE A LISTA DOS INDICADOS AO 68º WRITERS GUILD OF AMERICA:

ROTEIRO ORIGINAL
* Matt Charman, Ethan Coen e Joel Coen (Ponte dos Espiões)
* Taylor Sheridan (Sicario: Terra de Ninguém)
* Josh Singer e Tom McCarthy (Spotlight – Segredos Revelados)
* Jonathan Herman e Andrea Berloff; História de S. Leigh Savidge, Alan Wenkus e Andrea Berloff (Straight Outta Compton: A História do N.W.A.)
* Amy Schumer (Descompensada)

ROTEIRO ADAPTADO
* Charles Randolph e Adam McKay; Baseado no livro de Michael Lewis (A Grande Aposta)
* Phyllis Nagy; Baseado no romance ‘The Price of Salt’ de Patricia Highsmith (Carol)
* Drew Goddard; Baseado no romance homônimo de Andy Weir (Perdido em Marte)
* Aaron Sorkin; Baseado no livro de Walter Isaacson (Steve Jobs)
* John McNamara; Baseado na biografia de Bruce Cook (Trumbo – Lista Negra)

ROTEIRO DE DOCUMENTÁRIO
* Robert Cohen (Being Canadian)
* Alex Gibney (Going Clear: Scientology and the Prison of Belief)
* Brett Morgen (Cobain: Montage of Heck)
* Amy J. Berg (Prophet’s Prey)

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Centro de Cientologia mostrada no documentário Going Clear: Scientology and the Prison of Belief (photo by outnow.ch)

Os vencedores do WGA serão anunciados em cerimônia que acontecerá no dia 13 de fevereiro.

Fotografia de ‘Mad Max’ e ‘O Regresso’ disputam o ASC 2016

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Fotografia de Janusz Kaminski em Ponte dos Espiões (photo by Jaap Buitendijk in cinemagia.ro)

DO 35MM AO DIGITAL, CINCO INDICADOS REPRESENTAM O MELHOR DA FOTOGRAFIA DE 2015

Após o anúncio dos sindicatos de Editores e Diretores de Arte, chegou a vez dos Diretores de Fotografia. Vale lembrar que até agora, os únicos filmes que estão presentes nos 3 sindicatos são Mad Max: Estrada da Fúria e O Regresso, fato que certamente refletirá no número de indicações ao Oscar. Curiosamente, os dois falharam ao conseguir vaga no Sindicato de Roteiristas (mais a respeito no próximo post).

Seguem os indicados para Melhor Fotografia do 30º ASC Awards:

  • Janusz Kaminski (Ponte dos Espiões)
  • Edward Lachman (Carol)
  • John Seale (Mad Max: Estrada da Fúria)
  • Emmanuel Lubezki (O Regresso)
  • Roger Deakins (Sicario: Terra de Ninguém)

O que dizer de uma lista que conta com os melhores diretores de fotografia em atividade: Emmanuel Lubezki e Roger Deakins? A lista só não ficou perfeita porque ficou faltando o grande Robert Richardson por Os 8 Odiados. Alguns acreditam que o formato escolhido de 70mm pode ter sido a causa de sua exclusão aqui.

THE REVENANT

Fotografia de Emmanuel Lubezki em O Regresso © 2015 Twentieth Century Fox Film Corporation. © 2015 Regency Entertainment (USA), Inc. and Monarchy Enterprises S.a.r.l.  (photo by cinemagia.ro)

Se checarmos o histórico do prêmio, o recordista é o mexicano Lubezki com 4 vitórias em 5 indicações. Ele ganhou por Filhos da Esperança, A Árvore da Vida, Gravidade e Birdman. Em seguida, vem Deakins com 3 vitórias por Um Sonho de Liberdade, O Homem que Não Estava Lá e 007 – Operação Skyfall em 13 indicações.

Enquanto John Seale levou o prêmio uma vez por O Paciente Inglês em 1997, os demais Janusz Kaminski e Edward Lachman foram indicados 5 e 2 vezes, respectivamente, mas sem vitória.

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Fotografia de Edward Lachman em Carol (photo by outnow.ch)

Contudo, engana-se aquele que pensa que o vencedor do ASC terá maiores chances no Oscar. Em apenas duas oportunidades na última década, os vencedores de Fotografia coincidiram; curiosamente nos últimos dois anos, com as vitórias consecutivas de Emmanuel Lubezki por Gravidade e Birdman.

Em termos plásticos, a melhor fotografia me parece ser a de John Seale em Mad Max: Estrada da Fúria, mesmo com todos os seus efeitos de pós-produção, mas não se trata apenas de beleza visual, senão Emmanuel Lubezki não teria ganhado seu segundo Oscar por Birdman. O bom diretor de fotografia precisa saber onde colocar a câmera e ajudar a contar a história com ela. E nesse quesito, Roger Deakins se mostra mais eficiente.

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Fotografia de John Seale em Mad Max: Estrada da Fúria (photo by outnow.ch)

Em Sicario: Terra de Ninguém, na sequência final nos túneis subterrâneos, a narrativa sofre uma alteração devido à sugestão de Roger Deakins na inserção de visão de infra-vermelho na protagonista vivida por Emily Blunt contra as visões noturnas dos demais personagens na escuridão dos túneis. E plasticamente falando, ele sempre se supera na composição dos quadros.

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Fotografia de Roger Deakins em Sicario: Terra de Ninguém (photo by cinemagia.ro)

Independente de quem ganhar, os indicados representam o melhor da fotografia no cinema de 2015. Embora cada um tenha sua qualidade e técnica: Ponte dos Espiões foi filmado no tradicional 35mm; Carol em 16mm; Mad Max e Sicario com câmeras digitais da Arri Alexa; e O Regresso no formato largo da Arri Alexa 65, todos ajudaram seus diretores a contar suas histórias, ao mesmo tempo em que enchiam nossos olhos no cinema.

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O ASC também premia os melhores da televisão em duas categorias: Série e Minissérie.

FOTOGRAFIA EM SÉRIE REGULAR:

  • Vanja Cernjul (Marco Polo) – Episódio: “The Fourth Step”
  • David Greene (12 Monkeys) – Episódio: “Mentally Divergent”
  • Christopher Norr (Gotham) – Episódio: “Strike Force”
  • Crescenzo Notarile (Gotham) – Episódio: “Scarification”
  • Fabian Wagner (Game of Thrones) – Episódio: “Hardhome”

FOTOGRAFIA EM MINISSÉRIE, PILOTO OU FILME PARA TV:

  • Martin Ahlgren (Blindspot) – Piloto
  • Pierre Gill (Casanova)
  • James Hawkinson (The Man in the High Castle)
  • Jeffrey Jur (Bessie)
  • Romain Lacourbas (Marco Polo) – Piloto

Os vencedores das três categorias serão revelados no dia 14 de fevereiro em Los Angeles.

Direção de Arte de ‘Ponte dos Espiões’, ‘Mad Max’ e ‘Perdido em Marte’ concorrem pelo ADG 2016

Tom Hanks em cena de Ponte dos Espiões (photo by outnow.ch)

Tom Hanks em cena de Ponte dos Espiões (photo by outnow.ch)

SINDICATO RECONHECE GRANDES PRODUÇÕES COMO ‘STAR WARS’ A MODESTAS COMO ‘EX-MACHINA’

Chegou a vez do sindicato de Diretores de Arte divulgar seus indicados em três categorias: Filme de Época, Fantasia e Contemporâneo. Por se tratarem de trabalhos mais vistosos, as duas primeiras categorias apresentam os candidatos mais fortes para concorrer ao Oscar de Direção de Arte (ou como chamam: Production Design), e é onde estão os favoritos: Mad Max: Estrada da Fúria, O Regresso e Ponte dos Espiões.

Particularmente, considero o trabalho de Thomas E. Sanders em A Colina Escarlate o melhor entre os filmes de época. Além da experiência profissional (já foi indicado duas vezes ao Oscar por Drácula de Bram Stocker (1992) e O Resgate do Soldado Ryan (1998)), ele estava sob o comando de um diretor muito exigente na questão visual: Guillermo del Toro. Na categoria, a ausência mais sentida foi de Brooklyn, uma bela reconstituição dos EUA na década de 50 por François Séguin.

Entre as Fantasias, o padrão de excelência do italiano Dante Ferretti fez toda a diferença na refilmagem live-action de Cinderela, mas este é o ano de Mad Max: Estrada da Fúria, e a contribuição de Colin Gibson ao universo desértico de George Miller não deve passar desapercebida pela Academia.

E entre os trabalhos concorrentes de Contemporâneo, destaco a mansão subterrânea de Ex-Machina: Instinto Artificial. Mesmo com baixo orçamento, o filme de Alex Garland conseguiu sintetizar elementos futuristas na trama e criar o ambiente para a história, contudo, o design de Arthur Max em Perdido em Marte foi reconhecido pela própria Nasa, então deve ter grandes chances de sair com o prêmio.

Confira lista completa dos indicados ao 20º ADG Awards:

CINEMA

FILME DE ÉPOCA (PERIOD FILM):

– Adam Stockhausen (Ponte dos Espiões)

– Thomas E. Sanders (A Colina Escarlate)

– Eve Stewart (A Garota Dinamarquesa)

– Jack Fisk (O Regresso)

– Mark Ricker (Trumbo – Lista Negra)

Direção de arte primorosa de A Colina Escarlate (photo by cinemagia.ro)

Direção de arte primorosa de Thomas E. Sanders em A Colina Escarlate (photo by cinemagia.ro)

FILME DE FANTASIA OU FANTÁSTICO (FANTASY FILM):

– Dante Ferretti (Cinderela)

– Edward Verreaux (Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros)

– Colin Gibson (Mad Max: Estrada da Fúria)

– Rick Carter, Darren Gilford (Star Wars: Episódio VII – O Despertar da Força)

– Scott Chambliss (Tomorrowland: Um Lugar Onde Nada é Impossível)

Trabalho de Dante Ferretti em Cinderela (photo by cinemagia.ro)

Trabalho impecável de Dante Ferretti em Cinderela (photo by cinemagia.ro)

FILME CONTEMPORÂNEO (CONTEMPORARY FILM):

– Mark Digby (Ex-Machina: Instinto Artificial)

– Judy Becker (Joy: O Nome do Sucesso)

– Arthur Max (Perdido em Marte)

– Patrice Vermette (Sicario: Terra de Ninguém)

– Dennis Gassner (007 Contra Spectre)

Sala de controle da Nasa por Arthur Max em Perdido em Marte (photo by cinemagia.ro)

Sala de controle da Nasa por Arthur Max em Perdido em Marte (photo by cinemagia.ro)

TELEVISÃO

SÉRIE DE TV DE ÉPOCA OU FANTASIA DE UM HORA, CÂMERA ÚNICA:

  • Donal Woods (Downton Abbey) Episódio: “A Moorland Holiday”
  • Deborah Riley (Game of Thrones) Episódios: “High Sparrow”, “Unbowed, Unbent, Unbroken” e “Hardhome”
  • Richard Berg (Gotham) Episódios: “Strike Force,” “Dammed If You Do…”
  • Howard Cummings (The Knick) Episódios: “Ten Knots,” “The Best with the Best to Get the Best,” “Wonderful Surprises”
  • Dan Bishop (Mad Men) Episódio: “Person to Person”

SÉRIE DE TV CONTEMPORÂNEA, CÂMERA ÚNICA:

  • Tony Fanning (Better Call Saul) Episódios: “Five-O,” “Rico,” “Marco”
  • Steve Saklad (Empire) Episódio: “Pilot”
  • John D. Kretschmer (Homeland) Episódios: “The Tradition of Hospitality,” “All about Allison,” “The Litvinov Ruse”
  • Steve Arnold (House of Cards) Episódios: “Chapter 29,” “Chapter 36”
  • Alex Digerlando (True Detective) Episódios: “The Western Book of the Dead,” “Night Finds You,” “Omega Station”

MINISSÉRIE OU FILME DE TV, CÂMERA ÚNICA:

  • Mark Worthington (American Horror Story: Hotel) Episódio: “Checking in”
  • Clark Hunter (Bessie)
  • Warren Alan Young (Fargo) Episódios: “Waiting for Dutch,” “Before the Law,” “Fear and Trembling”
  • Michael Hanan (Tut) Episódios: “Power,” “Betrayal,” “Destiny”
  • Pat Campbell (Wolf Hall) Episódio: “Three Card Trick”

SÉRIE DE TV DE MEIA HORA, SÉRIE DE CÂMERAS:

  • Bruce Robert Hill (The Last Man on Earth) Episódios: “Alive in Tucson,” “Is Anybody out There?,” “Silent Night”
  • Denise Pizzini (The Muppets) Episódios: “The Ex-Factor,” “Pig’s in a Blanket”
  • Richard Toyon (Silicon Valley) Episódios: “Sand Hill Shuffle,” “Homicide,” “Adult Content”
  • Cat Smith (Transparent) Episódios: “Kina Hora,” “The Book of Life,” “Oscillate”
  • James Gloster (Veep) Episódios: “Joint Session,” “Election Night”

SÉRIE DE TV DE MULTI-CÂMERAS:

  • Glenda Rovello (2 Broke Girls) Episódios: “And the Escape Room,” “And the Maybe Baby,” “The Coming Out Party”
  • John Shaffner (The Big Bang Theory) Episódios: “The Skywalker Incursion,” “The Mystery Date Observation,” “The Platonic Permutation”
  • Greg Grande (Clipped) Episódios: “Dreamers,” “Wi-Fi,” “World’s Rudest Barbershop”
  • John Shaffner (Mom) Episódios: “Mashed Potatoes and a Little Nitrous,” “Six Popes and Red Ferrari,” “Fun Girl Stuff and Eternal Salvation”
  • Stephan Olson (Truth Be Told) Episódios: “Pilot,” “Big Black Coffee,” “Members Only”

PRÊMIOS OU EVENTOS ESPECIAIS:

  • Tamlyn Wright, Baz Halpin (67th Annual Emmy Awards)
  • Joe Stewart, John Shaffner (The American Music Awards: 2015)
  • Derek Mclane (The Oscars: 2015)
  • Keith Ian Raywood, Eugene Lee, Akira Yoshimura, N . Joseph Detullio, Peter Baran (Saturday Night Live: 40th Anniversary Special)
  • Derek Mclane (The Wiz Live)

FORMATO CURTO: WEBSÉRIES, VIDEOCLIPE OU COMERCIAL:

  • Zach Mathews (American Horror Story: Hotel) Episódio:“Hallways”
  • Jess Gonchor (Apple Music) Episódio: “The History of Sound”
  • Tom Meyer (Duracell – Star Wars) Episódio: “Battle for Christmas Morning”
  • Emma Fairley (Madonna) Episódio: “Ghosttown”
  • Jeffrey Beecroft (Victoria’s Secret) Episódio: “Rome”

PROGRAMA DE VARIEDADE, COMPETIÇÃO, REALIDADE OU SÉRIE DE GAME SHOW:

  • Christopher Goumas (Conan) Episódio: “At Comic-Con”
  • Scott Moses (The Ellen Degeneres Show) Episódio: “Halloween”
  • Gary Kordan (Key & Peele) Episódios: “Ya’ll Ready for This?” “The End”
  • Keith Ian Raywood, Eugene Lee, Akira Yoshimura, N. Joseph Detullio (Saturday Night Live) Episódios: “Tracey Morgan/Demi Lovato,” “Scarlett Johansson/Wiz Khalifa,” “Miley Cyrus”
  • James Pearse Connelly (Top Chef) Episódio: “Stop the Presses”
  • Anton Goss, James Pearse Connelly (The Voice Season 9) Episódios: “Blind Auditions Premiere,” “Battles Premiere,” “The Knockouts Premiere”

Os vencedores do 20º ADG Awards serão conhecidos no dia 31 de janeiro no Beverly Hilton Hotel.

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