‘NASCE UMA ESTRELA’ é o DESTAQUE do DGA, WGA, ASC e EDDIE AWARDS

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Indicado ao WGA: cena de Um Lugar Silencioso com John Krasinski (pic by outnow.ch)

Mal o ano começou, já tivemos as surpresas do Globo de Ouro, e agora temos o anúncios de três prêmios de sindicatos relevantes para a temporada e para a corrida do Oscar.

Vamos começar pelo mais chato e rígido de todos, o Writers Guild of America (WGA), do sindicato dos roteiristas. Pra quem está embarcando agora, o WGA é o mais complicado porque ele exige uma série de cumprimento de regras como filiação ao sindicato, e não reconhece roteiros de animações (com isso, quem sai perdendo é o próprio sindicato).

Os roteiros ausentes na lista do WGA não perdem muito, mas se forem lembrados, suas campanhas encorpam para o Oscar. Ano passado, os vencedores Corra! e Me Chame Pelo Seu Nome repetiram suas vitórias no Oscar. Apesar de serem rígidos, na última década, 2/3 dos indicados do WGA foram indicados ao Oscar também.

Este ano, entre as ausências mais notáveis que foram desqualificadas pelas toneladas de regras estão: A Favorita, Não Deixe Rastros, Domando o Destino, A Morte de Stalin, Hereditário e Sorry to Bother You, além dos estrangeiros Guerra Fria e Capernaum, e as animações Os Incríveis 2 e Ilha dos Cachorros. Já os esnobados foram Paul Schrader (No Coração da Escuridão) e Josh Singer (O Primeiro Homem).

Entre os indicados, destaque para os sucessos comerciais de Um Lugar Silencioso, Nasce uma Estrela e Pantera Negra, que pode repetir o feito de Logan (2017), que foi indicado no WGA e Oscar, tornando-se o primeiro roteiro indicado ao Oscar baseado em quadrinhos de super-heróis.

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Indicado ao WGA: Cena de Pantera Negra (pic by outnow.ch)

Pela categoria de Documentário, o curioso foi a total ausência de trabalhos reconhecidos em premiações anteriores como Won’t You Be My Neighbor, Free Solo e RBG, mas dá notoriedade para outros como o de Michael Moore, Fahrenheit 11/09.

ROTEIRO ORIGINAL
* Bo Burnham (Oitava Série)
* Nick Vallelonga, Brian Currie e Peter Farrelly (Green Book: O Guia)
* Bryan Woods, Scott Beck e John Krasinski, história de Bryan Woods e Scott Beck (Um Lugar Silencioso)
* Alfonso Cuarón (Roma)
* Adam McKay (Vice)

ROTEIRO ADAPTADO
Charlie Wachtel, David Rabinowitz, Kevin Willmott e Spike Lee – Baseado no livro de Ron Stallworth (Infiltrado na Klan)
* Ryan Coogler, Joe Robert Cole – Baseado nos quadrinhos da Marvel Comics de Stan Lee e Jack Kirby (Pantera Negra)
* Nicole Holofcener e Jeff Whitty – Baseado no livro de Lee Israel (Poderia Me Perdoar?)
* Barry Jenkins – Baseado no romance de James Baldwin (Se a Rua Beale Falasse)
* Eric Roth, Bradley Cooper e Will Fetters – Baseado no roteiro de 1954 de Moss Hart, no roteiro de 1976 de John Gregory Dunne, Joan Didion e Frank Pierson, baseado na história William Wellman e Robert Carson (Nasce uma Estrela)

ROTEIRO DE DOCUMENTÁRIO
Ozzy Inguanzo & Dava Whisenant (Bathtubs Over Broadway)
* Michael Moore (Fahrenheit 11/9)
* Lauren Greenfield (Generation Wealth)
* Gabe Polsky (In Search of Greatness)

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O anúncio dos vencedores do WGA ocorre no dia 17 de fevereiro.

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Cena dentro do cinema em Roma, de Alfonso Cuarón (pic by IMDb)

A Associação Americana de Diretores de Fotografia (ASC) também divulgou suas seleções de trabalhos. A lista demonstra diversidade técnica que vai da película de 65 mm de Roma, passando pela exploração das luzes de velas em A Favorita, até o multi-formato de O Primeiro Homem.

Felizmente, é daqueles ano em que podemos dizer “Qualquer um que ganhar merece”. Até o momento, o trabalho mais premiado foi de Alfonso Cuarón por Roma, aliás, ele se tornou o primeiro DP (director of photography) a ser indicado na categoria principal fotografando o próprio filme que dirigiu. Em 2016, Cary Joji Fukunaga conseguiu o mesmo feito por Beasts of No Nation, mas pela categoria  Spotlight Award.

Pelas estatísticas, 80% dos trabalhos nas listas do ASC vão parar na categoria de Fotografia do Oscar. Normalmente, quatro estão em ambas as listas, e um é substituído. À princípio, nessa dança das cadeiras, Matthew Libatique por Nasce uma Estrela pode perder seu lugar para um dos ausentes mais comentados: Rachel Morrison (que se tornou a primeira DP mulher indicada ao ASC e ao Oscar por Mudbound) por Pantera Negra, ou James Laxton por Se a Rua Beale Falasse.

MELHOR FOTOGRAFIA
* Alfonso Cuarón (Roma)
* Matthew Libatique (Nasce uma Estrela)
* Robbie Ryan (A Favorita)
* Linus Sandgren (O Primeiro Homem)
* Łukasz Żal (Guerra Fria)

PRÊMIO SPOTLIGHT
* Joshua James Richards (Domando o Destino)
* Giorgi Shvelidze (Namme)
* Frank van den Eeden (Girl)

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Joshua James Richards conseguiu explorar o melhor no singelo Domando o Destino (pic by IMDb)

Pela categoria do prêmio Spotlight para filmes menos conhecidos, Joshua James Richards merece o destaque por explorar a beleza natural do cenário, identificando sua luz no protagonista e seu paixão pelo cavalo em Domando o Destino, que faturou o prêmio de Melhor Filme no último Gotham Award.

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A cerimônia do 33º ASC Awards está marcado para o dia 09 de fevereiro.

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John David Washington e Laura Harrier em cena de Infiltrado na Klan (pic by outnow.ch)

Com cerca de 1.000 membros, o sindicato de Montadores também anunciou seus indicados na última segunda. Aqui a porcentagem de acerto é um pouco melhor do que a de Fotografia com 88% considerando os últimos 25 anos.

Aqui, como no Globo de Ouro, o Eddie é dividido em duas categorias: Drama e Comédia, além das de Animação e Documentário, o que dificulta no esquecimento de alguns trabalhos mais fortes. No ano passado, Dunkirk levou Montagem – Drama e acabou ficando com o Oscar também. Normalmente, os filmes de ação e guerra têm boa vantagem em relação aos demais gêneros. E o prêmio costuma revelar o Melhor Filme. Dificilmente o filme que levar Melhor Filme não vai estar indicado ao Oscar de Montagem.

Achei curiosa a indicação de Infiltrado na Klan como Drama. Apesar do tema sério do racismo, fica nítido que Spike Lee dirigiu uma comédia. O resultado pode ser catastrófico como no Globo de Ouro, de onde saiu de mãos abanando.

MELHOR MONTAGEM (DRAMA)
* Barry Alexander Brown (Infiltrado na Klan)
* John Ottman (Bohemian Rhapsody)
* Tom Cross (O Primeiro Homem)
* Alfonso Cuarón & Adam Gough (Roma)
* Jay Cassidy (Nasce uma Estrela)

MELHOR MONTAGEM (COMÉDIA)
* Myron Kerstein (Podres de Ricos)
* Craig Alpert, Elísabet Ronaldsdóttir, Dirk Westervelt (Deadpool 2)
* Yorgos Mavropsaridis (A Favorita)
* Patrick J. Don Vito (Green Book: O Guia)
* Hank Corwin (Vice)

MELHOR MONTAGEM DE ANIMAÇÃO
* Stephen Schaffer (Os Incríveis 2)
* Andrew Weisblum, Ralph Foster, Edward Bursch (Ilha dos Cachorros)
* Robert Fisher, Jr. (Homem-Aranha no Aranhaverso)

MELHOR MONTAGEM DE DOCUMENTÁRIO
* Bob Eisenhardt (Free Solo)
* Carla Gutierrez (RBG)
* Michael Harte (Três Estranhos Idênticos)
* Jeff Malmberg, Aaron Wickenden (Won’t You Be My Neighbor?)

MELHOR MONTAGEM DE DOCUMENTÁRIO (FEITO PARA TV)
* Martin Singer (A Final Cut for Orson: 40 Years in the Making)
* Greg Finton, Poppy Das (Robin Williams: Come Inside My Mind)
* Neil Meiklejohn (Wild Wild Country, Part 3)
* Joe Beshenkovsky (The Zen Diaries of Garry Shandling)

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A cerimônia do 69º Eddie Awards acontecerá no dia 1º de fevereiro.

'A Star Is Born' Film - 2018

Bradley Cooper explica cena para diretor de fotografia Matthew Libatique para Nasce uma Estrela (pic by Variety)

Entre todos os prêmios de sindicato, o Directors Guild of America (DGA) é o mais importante pelo seu histórico de ter apenas sete divergências entre ele e o Oscar, sendo a última em 2013, naquele episódio fatídico do Ben Affleck ficar de fora da categoria por Argo. As estatísticas, como citei, são as maiores: 90% de acerto em relação ao Oscar, ou seja, quem ganhar aqui, está com uma das mãos na estatueta dourada.

MELHOR DIREÇÃO

  • Bradley Cooper (Nasce uma Estrela)
  • Alfonso Cuarón (Roma)
  • Peter Farrelly (Green Book: O Guia)
  • Spike Lee (Infiltrado na Klan)
  • Adam McKay (Vice)

Apesar da vasta filmografia, Spike Lee é apenas o quinto diretor negro indicado ao DGA. O primeiro foi Lee Daniels (Preciosa) em 2010, Steve McQueen (12 Anos de Escravidão) em 2014, Barry Jenkins (Moonlight) em 2017 e Jordan Peele (Corra!) ano passado. Na verdade, esse é um dado estatístico que não costumo dar muita importância, porque parece que estou pedindo mais diretores negros indicados APENAS pela cor da pele. Gostaria de ver diretores negros mais reconhecidos apenas por seus trabalhos, assim como queria que Spike Lee tivesse sido indicado lá atrás em 1990 por Faça a Coisa Certa.

Ainda na temática politicamente correta, houve bons trabalhos de diretoras mulheres em 2018 como Poderia Me Perdoar?, da Marielle Heller, e Mais uma Chance, da Tamara Jenkins, mas particularmente, se fosse defender campanha feminina seria apenas da Chloé Zhao no independente Domando o Destino.

Voltando à lista do DGA, a inclusão de Peter Farrelly foi uma surpresa. Apesar da recente vitória de seu Green Book no Globo de Ouro ter ajudado bastante, o diretor nunca gozou de uma boa reputação como diretor em Hollywood, porque suas comédias escrachadas e politicamente incorretas sempre sofreram preconceito. Por isso, se alguém da lista não conseguir espaço no Oscar, acredito que será ele.

Por outro lado, se alguém conseguir surpreender, temos alguns nomes na fila de espera como o de Barry Jenkins (Se a Rua Beale Falasse), Damien Chazelle (O Primeiro Homem), Yorgos Lanthimos (A Favorita) e até Ryan Coogler (Pantera Negra).

MELHOR DIRETOR ESTREANTE

  • Bo Burnham (Oitava Série)
  • Bradley Cooper (Nasce uma Estrela)
  • Carlos Lopez Estrada (Ponto Cego)
  • Matthew Heineman (A Private War)
  • Boots Riley (Sorry to Bother You)

Na categoria de estreantes, Bradley Cooper aparece novamente e é o que mais tem chances de vitória, a menos que ganhe Direção e o prêmio de estreante vá para outro. Se for para Bo Burnham, seria um prêmio bem justo, pois ele trouxe muita energia e vibração desta nova geração de adolescentes em Oitava Série.

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Bo Burnham dirige Elsie Fisher em cena de Oitava Série (pic by Vanity Fair)

Não vi os demais diretores indicados aqui, mas sem querer menosprezar esses trabalhos, ressalto aqui a estréia corajosa de Ari Aster em Hereditário, que mostrou muita personalidade na criação de atmosfera de terror psicológico, e Aneesh Chaganti por Buscando…, que teve ótimas sacadas para seu filme se apoiar exclusivamente de telas de celular, computador e TV.

Sobre Matthew Heineman, um fato curioso: ele foi indicado como estreante, mas já ganhou dois prêmios do DGA por Cartel Land e City Ghosts, mas como se tratam de documentários, eles consideram estréia na ficção.

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A 71ª cerimônia de premiação do DGA está agendada para o dia 02 de fevereiro. 

JORDAN PEELE e GRETA GERWIG entre os INDICADOS ao DGA!

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INDICADOS AO DGA: GRETA GERWIG e JORDAN PEELE. Pic by Vanity Fair

ESNOBADOS POR ALGUNS PRÊMIOS IMPORTANTES, PEELE E GERWIG RETOMAM BOAS CHANCES DE INDICAÇÃO AO OSCAR

O sindicato de diretores (DGA) anunciou seus indicados da categoria e tivemos boas surpresas. Além dos habituais Guillermo del Toro, que levou o Globo de Ouro no último domingo por A Forma da Água, Martin McDonagh, que levou o Globo de Ouro de roteiro por Três Anúncios Para um Crime, e Christopher Nolan por Dunkirk, dois nomes que costumavam ficar limitados às categorias de roteiro ressurgiram para serem reconhecidos pela trabalho na direção: Jordan Peele pelo fenomenal Corra! e Greta Gerwig por Lady Bird.

Jordan Peele também foi reconhecido na categoria de Diretor Estreante, ao lado dos colegas Geremy Jasper (Patti Cake$), William Oldroyd (Lady Macbeth), Taylor Sheridan (Terra Selvagem) e Aaron Sorkin (A Grande Jogada). Sheridan e Sorkin, muito conhecidos por seus roteiros, resolveram arriscar na carreira de diretor e agora estão colhendo frutos. Sou bastante fã dos roteiros de Sheridan, mas ao ver Terra Selvagem, achei que ele desperdiçou um bom material (seu próprio roteiro) e caiu em alguns clichês do gênero policial.

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TERRA SELVAGEM: Elizabeth Olsen e Jeremy Renner em estréia de Taylor Sheridan na direção. Pic by imdb.com

Para aqueles que gostam de curiosidades e estatísticas, vale lembrar que o DGA é um dos raros parâmetros para o Oscar. Em sua 70ª edição, não coincidiu seus vencedores com o do Oscar em apenas 13 oportunidades, sendo a última em 2013, naquele caso bem atípico quando Ben Affleck sequer fora indicado por Argo. Portanto, aquele que vencer o DGA já estará praticamente com as mãos no Oscar.

Continuando, Greta Gerwig se tornou a OITAVA mulher a ser indicada ao DGA. Suas antecessoras foram:
– Lina Wertmüller (Pasqualino Sete Belezas)
– Randa Haines (Filhos do Silêncio)
– Barbra Streisand (O Príncipe das Marés)
– Jane Campion (O Piano)
– Sofia Coppola (Encontros e Desencontros)
– Valerie Faris (Pequena Miss Sunshine)
– Kathryn Bigelow (Guerra ao Terror)*
– Kathryn Bigelow (A Hora Mais Escura)

Kathryn Bigelow foi a única a vencer e a ser indicada mais de uma vez ao prêmio. E Valerie Faris foi indicada ao lado de seu parceiro Jonathan Dayton.

Jordan Peele se tornou o QUARTO diretor negro a ser indicado ao DGA. Antes dele vieram:
– Lee Daniels (Preciosa)
– Steve McQueen (12 Anos de Escravidão)
– Barry Jenkins (Moonlight)

Neste caso, nenhum deles venceu até o momento. Mas na minha opinião, Jordan Peele poderia ser o primeiro. Pra quem acompanha o blog há um tempo, sabe que minha opinião passa longe do politicamente correto. Prefiro sempre observar o talento e a qualidade do trabalho, e sob esse aspecto, Peele entregou um filme sensacional que entrou para a história do cinema. Ele falou de um tema “espinhudo” que é o preconceito racial sem ir para aquele lado mais careta e politizado que 99% dos diretores preferem trilhar nesse assunto. Provavelmente, o DGA lhe dará o prêmio de diretor estreante, o que certamente é um honra, mas esse reconhecimento em si já pode lhe render uma merecidíssima indicação ao Oscar.

PERDERAM O LUGAR

São cinco vagas para muitos diretores nessa dança, então alguns nomes não escapariam de ficar de fora. Luca Guadagnino (Me Chame Pelo Seu Nome), Steven Spielberg (The Post: A Guerra Secreta) e Ridley Scott (Todo o Dinheiro do Mundo) são nomes que já tiveram participação na temporada de premiações, mas não consolidaram uma boa campanha.

Christopher Nolan recebeu sua quarta indicação ao DGA e não deve ter chances reais de ganhar. Ele foi previamente indicado por Amnésia, Batman – O Cavaleiro das Trevas e A Origem. Em nenhum dos casos, a indicação do DGA se tornou indicação ao Oscar. Se dependesse do meu voto, ele cederia sua vaga para Sean Baker pelo ótimo Projeto Flórida ou para Denis Villeneuve por Blade Runner 2049.

Algumas matérias citam ainda as diretoras Sofia Coppola (O Estranho que Nós Amamos), Angelina Jolie (First They Killed my Father), Dee Rees (Mudbound), e Patty Jenkins (Mulher-Maravilha). Não conferi as outras diretoras, mas querer Jenkins no DGA e Oscar seria forçar a barra. Os que defendem essa idéia estão visando apenas a vibe feminista que Mulher-Maravilha proporcionou na mídia. Particularmente, as poucas cenas que gostei da sua direção (primeira metade do filme) muito se deve a Richard Donner, diretor de Superman: O Filme (1978), que serviu de inspiração/plágio para Patty Jenkins.

INDICADOS AO 70º DGA:

  • GUILLERMO DEL TORO (A Forma da Água)
  • GRETA GERWIG (Lady Bird)
  • MARTIN MCDONAGH (Três Anúncios Para um Crime)
  • CHRISTOPHER NOLAN (Dunkirk)
  • JORDAN PEELE (Corra!)

 

INDICADOS A DIRETOR ESTREANTE:

  • GEREMY JASPER (Patti Cake$)
  • WILLIAM OLDROYD (Lady Macbeth)
  • JORDAN PEELE (Corra!)
  • TAYLOR SHERIDAN (Terra Selvagem) 
  • AARON SORKIN (A Grande Jogada)

Os vencedores do DGA serão conhecidos no dia 03 de fevereiro. E as indicações ao Oscar saem no dia 23 de janeiro.

PREVISÕES OSCAR 2017! Uma breve espiada nos candidatos

DEPOIS DE POLÊMICAS RACIAIS, OSCAR 2017 PROMETE RESULTADOS MAIS DIVERSIFICADOS

É complicado prever quais filmes serão indicados ao Oscar. Como não disponho de uma bola de cristal, e não tenho credencial de jornalista estrangeiro pra cobrir os festivais internacionais, baseio-me em algumas pistas que costumam render boa porcentagem de acerto. Uma delas é dar aquela olhada básica nas produções que estiveram presentes nos festivais de Veneza (Itália), Toronto (Canadá) e Telluride (EUA), já que todos têm sido pólos artísticos que selecionam futuros vencedores do Oscar nos últimos anos. Só pra citar alguns que seguiram esse tour e saíram vitoriosos no Oscar: Gravidade, Birdman, 12 Anos de Escravidão, O Discurso do Rei e Quem Quer Ser um Milionário?. As produções que passaram por esses festivais já têm meio caminho andado.

Em segundo lugar, estar atento ao histórico dos artistas. Não é porque o novo filme de Steven Spielberg não participou de festivais que vai ficar de fora do burburinho da Academia. Foi assim com Ponte dos Espiões: estreou em outubro de 2015 sem grande alarde e acabou indicado a Melhor Filme e levou a estatueta de Ator Coadjuvante para Mark Rylance. Então, o pensamento é o seguinte: “Tem filme novo de Spielberg, Ang Lee, David O. Russell ou Clint Eastwood? Bota na roda!”. O mesmo vale para atores, que vivem aceitando desafios e chamando a atenção dos votantes da Academia como Christian Bale e obviamente, Meryl Streep, que aliás, pode conquistar sua 20ª indicação: mais um marco histórico!

Meryl Streep como Florence Foster Jenkins (photo by cine.gr)

Meryl Streep como Florence Foster Jenkins (photo by cine.gr)

E neste ano, temos um fator que pode e deve ser determinante nas indicações e vencedores: a polêmica do #OscarSoWhite. Pra quem estava em outro planeta, 2016 foi o segundo ano consecutivo em que todas as 20 vagas nas categorias de atuação foram preenchidas por atores caucasianos. Isso acabou causando protestos e levantando questões raciais na indústria cinematográfica, o que fez com que a presidente da Academia, Cheryl Boone Isaacs, convidasse artistas negros e de outras etnias como membros com o intuito de dar resultados imediatos na votação. Portanto, as produções de temática racial devem figurar nas listas de previsões e conquistar indicações, inclusive de atores negros como Viola Davis e Denzel Washington.

Ao longo das categorias (veja lista abaixo), você perceberá que nomes de profissionais negros estão em quantidade maior do que a habitual. Como não tivemos a oportunidade de conferir os trabalhos, não podemos acusar ou defender a existência de uma possível retaliação perante o “racismo” dos últimos dois anos. Como já lancei aqui em posts anteriores, teremos um ano bem politicamente correto, e isso deve prejudicar a imagem dos indicados e vencedores, levantando a questão: “Estou ganhando por méritos ou por ser negro?”.

Naomie Harris em Moonlight. Ela pode concorrer como coadjuvante (photo by variety.com)

Naomie Harris em Moonlight. Ela pode concorrer como coadjuvante (photo by variety.com)

Sou contra cotas raciais em quaisquer áreas por esse motivo. A cota julga o beneficiado como incapaz de obter sucesso pelo próprio esforço. E nas Artes, não dá pra obrigar um reconhecimento artístico. Essa atitude será bastante injusta para esses atores negros reconhecidos, pois, por mais que mereçam, correrão sério risco de serem vistos como uma mera resposta à polêmica. E depois? Teremos a revolta dos asiáticos, latinos e índios? Quem sabe uma vaga por raça e religião pra agradar gregos e troianos?

Justamente devido à essa “falta de diversidade”, um dos filmes mais bem cotados se tornou automaticamente o drama independente O Nascimento de uma Nação (The Birth of a Nation), já que se trata de uma rebelião de escravos nos EUA. O filme estreou no festival de Sundance em fevereiro, e era até então, o candidato com maior potencial de Oscar. Contudo, a campanha descambelou quando a mídia descobriu que uma jovem, que cometeu suicídio em 2012, teria sido abusada pelo diretor e ator Nate Parker em 1999. Embora tenha sido absolvido na época, a morte da vítima reacendeu o escândalo e tem prejudicado bastante a carreira de Parker e seu filme. A bilheteria de 12 milhões de dólares nos EUA sequer pagou o investimento de 20 milhões que a Fox Searchlight pagou. Por mais que Parker seja indicado e premiado na temporada, sua glória está seriamente ameaçada devido à reação do público e dos demais artistas.

No centro, Nate Parker, o diretor e ator que protagoniza O Nascimento de uma Nação (photo by cine.gr)

No centro, Nate Parker, o diretor e ator que protagoniza O Nascimento de uma Nação (photo by cine.gr)

Claro que a Academia premiou e ainda premia acusados de crimes sexuais como Roman Polanski e Woody Allen, mas como se trata de algo tão recente, tenho minhas dúvidas da participação do filme na temporada. Pude conferir O Nascimento de uma Nação recentemente na 40ª Mostra de Cinema de SP, e particularmente, considero um filme convencional com uma narrativa simples que busca a todo momento estar à altura de seu tema, mas que só consegue oferecer elementos chavões como câmera lenta e trilha musical que busca catarse no público. O recém-oscarizado 12 Anos de Escravidão é muito mais filme se formos comparar pela temática escravista.

Ainda sobre questões raciais, o filme Loving pode ser uma ótima alternativa no Oscar. Indicado à Palma de Ouro, este novo trabalho do diretor Jeff Nichols, apresenta a história verídica de um homem branco que casou com uma mulher negra na Viriginia racista dos anos 50. O amor que ultrapassa barreiras raciais deve chegar ao tapete vermelho, pelo menos através de seus atores Joel Edgerton e Ruth Negga.

Quando o casamento interracial é caso de polícia em Loving: Joel Edgerton e Ruth Negga são coagidos por policiais (photo by cine.gr)

Quando o casamento interracial é caso de polícia em Loving: Joel Edgerton e Ruth Negga são coagidos por policiais (photo by cine.gr)

E ainda nesse contexto, também vale citar o drama racial Fences, baseado numa peça de sucesso da Broadway de 1987. A história de um pai de família, ex-jogador de beisebol, que trabalha como lixeiro na década de 50 racista da Pensilvânia para sustentar sua família foi renovada como peça teatral em 2010 pela mesma equipe do filme, com Denzel Washington dirigindo, e estrelando ao lado de Viola Davis. Muitos já consideram certas as indicações para ator e atriz (ou atriz coadjuvante).

Parceria de sucesso entre Denzel Washington e Viola Davis pode resultar em Oscar para Fences (photo by cine.gr)

Parceria de sucesso entre Denzel Washington e Viola Davis pode resultar em Oscar para Fences (photo by cine.gr)

Aliás, os temas são fatores de desequilíbrio quando se trata de candidatos ao Oscar de Melhor Filme. Filmes de guerra como Até o Último Homem (Hacksaw Ridge) tem como protagonista um soldado médico que foi à guerra sem armas por não acreditar na violência, trazendo uma mensagem anti-bélica que pode resgatar o diretor Mel Gibson de seu ostracismo depois de suas declarações anti-semitas.

Cena de Até o Último Homem, dirigido por Mel Gibson. À direita, o protagonista Andrew Garfield, e à esquerda, Vince Vaughn (photo by cine.gr)

Cena de Até o Último Homem, dirigido por Mel Gibson. À direita, o protagonista Andrew Garfield, e à esquerda, Vince Vaughn (photo by cine.gr)

O drama histórico de Martin Scorsese, Silêncio, também tem boas chances por se tratar de um drama histórico de dois padres jesuítas no Japão do século XVII. Além de contar com destaques técnicos como Direção de Arte, Figurino e Fotografia, e o próprio prestígio de Scorsese, o filme tem parte do elenco japonês, o que pode ajudar na questão da “diversidade racial” da Academia.

Cena do novo filme de Martin Scorsese, estrelado por Andrew Garfield (photo by cine.gr)

Cena do novo filme de Martin Scorsese, estrelado por Andrew Garfield (photo by cine.gr)

Claro que a temporada está apenas começando, mas até o momento, boa parte da crítica acredita que o novo filme de Ang Lee tem as melhores chances. A Longa Caminhada de Billy Lynn tem elementos típicos da filmografia do diretor, como a entrega do protagonismo para um ator desconhecido (no caso, Joe Alwyn), e uma grande história: o soldado Billy volta do Iraque para um tour de vitória pelos EUA, intercalando com flashbacks do que realmente aconteceu na guerra. Esse tema era muito bem explorado pelo diretor Oliver Stone (que ganhou dois Oscars por filmes anti-bélicos Platoon e Nascido em 4 de Julho), e costuma agradar a Academia por expôr as entranhas da guerra e sua forte conexão com os EUA.

Cena de comemorações em A Longa Caminhada de Billy Lynn, de Ang Lee (photo by cine.gr)

Cena de comemorações em A Longa Caminhada de Billy Lynn, de Ang Lee (photo by cine.gr)

Não sei quais as reais chances de vitória como Melhor Filme, mas dois candidatos prometem fazer barulho nesta temporada: o drama tenso Animais Noturnos e o musical La La Land: Cantando Estações (pois é, queria esganar quem inventou esse subtítulo escroto!). Curiosamente, ambos saíram premiados no último festival de Veneza e participaram do festival de Toronto. Animais Noturnos é nada mais, nada menos do que o segundo longa do conhecido estilista Tom Ford, que dirigiu o belo Direito de Amar, com atuação soberba de Colin Firth. Depois que conferi o filme na Mostra, foi a obra que mais fiquei pensando por dias, pois tem sequências bem tensas e uma direção com personalidade. Particularmente, não acredito que seja material para Oscar porque tem a coisa da violência e do sexo (vide o fracasso de Os Suspeitos, de Denis Villeneuve no Oscar), e não há um ator que eu possa garantir que receberá uma indicação ao Oscar, mesmo que Aaron Taylor-Johnson e Laura Linney estejam bem, então restaria uma bastante justa indicação para Ford na direção.

Jake Gyllenhaal em cena de Animais Noturnos, segundo filme sob a direção de Tom Ford (photo by cine.gr)

Jake Gyllenhaal em cena de Animais Noturnos, segundo filme sob a direção de Tom Ford (photo by cine.gr)

La La Land já gerou burburinho a partir de seu trailer todo bonito e colorido. É o tipo de trabalho que, por pior que seja sua história, vale a pena ver pelo apuro visual. Mas como fã de Damien Chazelle e seu Whiplash: Em Busca da Perfeição, aposto num musical bem escrito e com ótima montagem. Aliás, além da montagem, a fotografia e a direção são categorias praticamente garantidas no Oscar, assim como a segunda indicação para Emma Stone, que já faturou o prêmio Volpi Cup de Atriz em Veneza e deve conquistar o Globo de Ouro de Atriz – Comédia ou Musical.

Coreografia do musical de Damien Chazelle, La La Land, com Ryan Gosling e Emma Stone (photo by cine.gr)

Coreografia do musical de Damien Chazelle, La La Land, com Ryan Gosling e Emma Stone (photo by cine.gr)

Manchester à Beira-Mar foi o drama que mais reviews positivos recebeu até o momento. Dirigido pelo sempre competente Kenneth Lonnergan, o filme praticamente garante as indicações de Casey Affleck como Ator, e Michelle Williams como Atriz Coadjuvante, além de uma possível para o novato Lucas Hedges como Coadjuvante. A história gira em torno de um tio que precisa cuidar de seu sobrinho após a morte do pai. Dependendo de como vai se sair nos prêmios da crítica como LAFCA e NYFCC, pode surgir como forte candidato a Melhor Filme.

Segundo críticos, Casey Affleck entrega a performance de sua vida em Manchester à Beira-Mar (photo by moviepilot.de)

Segundo críticos, Casey Affleck entrega a performance de sua vida em Manchester à Beira-Mar (photo by moviepilot.de)

Enfim, sem mais delongas, seguem minhas apostas para o momento. Assinalei aqueles que acredito que convertem seu favoritismo em indicação na cor laranja. Lembrando que de novembro até fevereiro, muita coisa pode mudar de acordo com as premiações anteriores ao Oscar, as bilheterias de cada filme, e até mesmo declarações polêmicas que podem ruir toda uma campanha.

MELHOR FILME

  • A Chegada (Arrival)
  • A Longa Caminhada de Billy Lynn (Billy Lynn’s Long Halftime Walk)
  • O Nascimento de uma Nação (The Birth of a Nation)
  • Fences
  • Até o Último Homem (Hacksaw Ridge)
  • Hell or High Water
  • Estrelas Além do Tempo (Hidden Figures)
  • Jackie
  • La La Land: Cantando Estações (La La Land)
  • A Luz Entre Oceanos (The Light Between Oceans)
  • Lion
  • Loving
  • Manchester à Beia-Mar (Manchester by the Sea)
  • Moonlight
  • Animais Noturnos (Nocturnal Animals)
  • Silêncio (Silence)
  • Sully: O Herói do Rio Hudson (Sully)
  • 20th Century Women

Talvez seja a categoria mais complicada de adivinhar, afinal, temos que levar em consideração todas as demais categorias que podem resultar em maior número de estatuetas ganhas. E, claro, a história do filme conta muuuuito. Vejam a vitória de Spotlight nesse ano! Conseguiu ganhar apenas mais um Oscar além de Melhor Filme devido ao peso de sua história verídica.

A Academia adora histórias edificantes, com redenções e humanismo. Nesse quesito, os já citados A Longa Caminhada de Billy Lynn, Até o Último Homem e Fences saem na frente. Também incluiria Estrelas Além do Tempo, que envolve um pequeno grupo de mulheres negras que foi essencial através de seus conhecimentos matemáticos na corrida espacial da NASA contra a Rússia; e o novo filme de Clint Eastwood, Sully: O Herói do Rio Hudson, pela trajetória verídica do piloto de aeronave que pousou o avião no rio para salvar seus passageiros e tripulação. Sim, lembra um pouco o filme O Vôo com Denzel Washington, mas Eastwood e Tom Hanks costumam ter mais prestígio no Oscar.

Particularmente, acredito bastante numa vitória de La La Land. Embora o gênero musical tenha perdido aquela onda dos anos 50 e 60, a Academia nunca deixou de amá-lo. Premiou Moulin Rouge – Amor em Vermelho com dois Oscars em 2001, Chicago como Melhor Filme em 2003, e mais recentemente Os Miseráveis com duas estatuetas. E este novo trabalho de Damien Chazelle, diretor de Whiplash: Em Busca da Perfeição, vem arrancando muitos aplausos desde sua estréia em Veneza e Toronto. Alguns, inclusive, já defendem a vitória incontestável de Emma Stone como atriz. Será?

DIRETOR

  • Ben Affleck (A Lei da Noite)
  • Warren Beatty (Rules Don’t Apply)
  • Damien Chazelle (La La Land)
  • Garth Davis (Lion)
  • Clint Eastwood (Sully: O Herói do Rio Hudson)
  • Tom Ford (Animais Noturnos)
  • Stephen Frears (Florence: Quem é Essa Mulher?)
  • Mel Gibson (Até o Último Homem)
  • Barry Jenkins (Moonlight)
  • Pablo Larraín (Jackie)
  • Ang Lee (A Longa Caminhada de Billy Lynn)
  • Kenneth Lonnergan (Manchester à Beira-Mar)
  • Mike Mills (20th Century Women)
  • Jeff Nichols (Loving)
  • Martin Scorsese (Silêncio)
  • Oliver Stone (Snowden)
  • Morten Tyldum (Passageiros)
  • Denis Villeneuve (A Chegada)
  • Denzel Washington (Fences)

Mesmo sem sequer ter lançado o trailer de Silêncio, Martin Scorsese já está em todas as listas do Oscar 2017 por causa de sua reputação. Aliás, considero Scorsese um caso raríssimo em que a estatueta do Oscar lhe rendeu muito mais maturidade e sabedoria na escolha de projetos. Pra mim, O Lobo de Wall Street e A Invenção de Hugo Cabret, que vieram depois do premiado Os Infiltrados, são ótimos filmes e com ousadia de linguagem. Portanto, vou com os especialistas e incluir seu nome como certo.

Damien Chazelle em set de La La Land: Cantando Estações (photo by lionsgatepublicity.com)

Damien Chazelle em set de La La Land: Cantando Estações (photo by lionsgatepublicity.com)

Em seguida, por mais jovem que seja, Damien Chazelle já merecia ter sido indicado ao Oscar de Diretor em 2015 por Whiplash, dessa forma, acredito que seja natural sua indicação nesta categoria por La La Land. Ele tem um forte apuro técnico na fotografia e na montagem, além de ser um ótimo roteirista, que busca algo inovador (quem não curtiu aquele final de Whiplash?), o que deve lhe garantir vaga na final.

Vencedor de 2 Oscars de Diretor, o taiwanês Ang Lee é aquele profissional competente que sempre tem algo de novo pra mostrar. É um dos raros diretores que consegue mudar de gênero sem perder sua capacidade de contar bem uma história. Por mais que ache difícil ele ganhar o terceiro Oscar, não deve ter dificuldade de figurar entre os cinco indicados.

Por mais que esteja pegando carona na polêmica do #OscarSoWhite, o trabalho de direção de Denzel Washington em Fences tem sido bastante elogiado.

ATOR

  • Casey Affleck (Manchester à Beira-Mar)
  • Don Cheadle (Miles Ahead)
  • Robert De Niro (The Comedian)
  • Joel Edgerton (Loving)
  • Michael Fassbender (A Luz Entre Oceanos)
  • Andrew Garfield (Até o Último Homem) (Silêncio)
  • Joseph Gordon-Levitt (Snowden)
  • Ryan Gosling (La La Land)
  • Jake Gyllenhaal (Animais Noturnos)
  • Tom Hanks (Sully)
  • Ethan Hawke (Born to be Blue)
  • Michael Keaton (Fome de Poder)
  • Matthew McConaughey (Ouro e Cobiça)
  • Viggo Mortensen (Capitão Fantástico)
  • Nate Parker (O Nascimento de uma Nação)
  • Will Smith (Beleza Oculta)
  • Miles Teller (Bleed for This)
  • Denzel Washington (Fences)

De acordo com os sites de apostas, os únicos “garantidos” na categoria até o momento são Casey Affleck e Denzel Washington. Ambos tiveram suas performances muito bem elogiadas e seriam muito improváveis suas ausências no tapete vermelho. Se confirmadas as previsões, seria a segunda indicação de Affleck (a primeira como ator principal), e a sétima indicação de Washington, que pode levar seu terceiro Oscar depois de Coadjuvante por Tempo de Glória (1989) e Ator por Dia de Treinamento (2001).

À direita, Casey Affleck contracena com Kyle Chandler em cena de Manchester à Beira-Mar (photo by moviepilot.de)

À direita, Casey Affleck contracena com Kyle Chandler em cena de Manchester à Beira-Mar (photo by moviepilot.de)

Quase garantido também está Joel Edgerton. Este ator australiano que já participou de grandes produções hollywoodianas como O Grande Gatsby (2013) e Êxodo: Deuses e Reis (2014), vem chamando atenção em papéis mais discretos como em Guerreiro (2011), Aliança do Crime (2015) e O Presente (2015), que também dirigiu. No papel verídico de Richard em Loving, arrancou aplausos em Cannes. Se o filme receber indicações para Filme e Roteiro, suas chances de vitória aumentam bastante.

Existem dois atores mais experientes que viveram músicos este ano que podem entrar na penetra na festa. Don Cheadle como Miles Davis em Miles Ahead, e Ethan Hawke como Chet Baker em Born to be Blue. Como a Academia adora personagens baseados em figuras reais, e sempre tem lugar para produções independentes, por que não?

ATRIZ

  • Amy Adams (Animais Noturnos) (A Chegada)
  • Annette Bening (20th Century Women)
  • Emily Blunt (A Garota no Trem)
  • Jessica Chastain (Miss Sloane)
  • Marion Cotillard (Aliados)
  • Rebecca Hall (Christine)
  • Taraji P. Henson (Estrelas Além do Tempo)
  • Isabelle Huppert (Elle)
  • Jennifer Lawrence (Passageiros)
  • Ruth Negga (Loving)
  • Natalie Portman (Jackie)
  • Emma Stone (La La Land: Cantando Estações)
  • Meryl Streep (Florence: Quem é Essa Mulher?)
  • Alicia Vikander (A Luz Entre Oceanos)
  • Rachel Weisz (Denial)

Quando vi o trailer de Fences, já havia decretado que 2017 seria o ano de Viola Davis. Além de já ter tido a oportunidade de ganhar o Oscar em duas vezes, e estar em alta na série How to Get Away With Murder, a polêmica da ‘diversidade’ certamente garantiria sua vitória. Mas recentemente, após conferir o filme, ela decidiu que sua personagem era coadjuvante, e que portanto, concorreria como uma.

Com o caminho aberto, os holofotes apontam para Emma Stone, que saiu premiada do último Festival de Veneza por La La Land.  Apesar de jovem (tem 28 anos), ela tem se mostrado bem versátil. Já trabalhou com comédias besteirol (A Casa das Coelhinhas), drama (Birdman), animação (Os Croods), comédia romântica (A Mentira), blockbuster (O Espetacular Homem-Aranha), terror (se considerarmos Zumbilândia) já atuou sob a batuta de Woody Allen duas vezes, e agora canta num musical!

Emma Stone em cena do musical La La Land: Cantando Estações (photo by tumblr.com)

Emma Stone em cena do musical La La Land: Cantando Estações (photo by tumblr.com)

Não se sabe se suas concorrentes terão força para bater de frente, mas Natalie Portman promete muita luta por Jackie, no qual vive a ex-primeira dama no momento crítico após o assassinato de seu marido. Estão falando bem de Amy Adams em A Chegada, o que poderia render sua sexta (!) indicação, e uma das raras para atriz em ficção científica. Particularmente, acho que ela só ganha se ela passar por alguma transformação física (será que só eu penso assim?), mas… Caso ela não agrade, temos sempre Meryl Streep à mão, que aliás se transforma em Florence Foster Jenkins, considerada a pior cantora de todos os tempos. Se cuide, Amy!

ATOR COADJUVANTE

  • Mahershala Ali (Moonlight)
  • Warren Beatty (Rules Don’t Apply)
  • Jeff Bridges (Hell or High Water)
  • Kevin Costner (Estrelas Além do Tempo)
  • John Goodman (Rua Cloverfield 10)
  • Hugh Grant (Florence: Quem é Essa Mulher?)
  • Lucas Hedges (Manchester à Beira Mar)
  • Stephen Henderson (Fences)
  • Steve Martin (A Longa Caminhada de Billy Lynn)
  • Liam Neeson (Silêncio)
  • Dev Patel (Lion)
  • Michael Shannon (Animais Noturnos)
  • Timothy Spall (Denial)
  • Aaron Taylor-Johnson (Animais Noturnos)

Das atuações coadjuvantes mais comentadas até agora foi de Lucas Hedges, como o sobrinho que passa a ser criado pelo tio após a morte do pai. Ele seria o comic relief (alívio cômico) de uma trama sobre luto e passado trágico. Esse tipo de papel apresenta elementos que o fazem se destacar num drama, iluminando ainda mais uma atuação, e de quebra, a Academia adora esse tipo de personagem. Acredito que pelo menos um dos três atores possivelmente indicados de Manchester à Beira-Mar deva levar uma estatueta pra casa. Se Casey Affleck não ganhar, temos Lucas Hedges…

À direita, Lucas Hedges atua ao lado de Casey Affleck em Manchester à Beira-Mar (photo by shootlonline.com)

À direita, Lucas Hedges atua ao lado de Casey Affleck em Manchester à Beira-Mar (photo by shootlonline.com)

Na cola de Hedges, outros dois nomes estão crescendo na temporada. Mahershala Ali em Moonlight tem despertado os críticos num drama que contém bullying, pobreza, drogas e família em frangalhos, tanto que já foi comparado a Preciosa: Uma História de Esperança (2009). E o eterno Schindler, Liam Neeson, que deu um tempo nos filmes de ação (não, não tenho nada contra, tanto que adoro o primeiro Busca Implacável) para trabalhar com Martin Scorsese em Silêncio. Como o filme só terá exibição em dezembro, não se sabe praticamente nada sobre a produção, mas quando um ator desse calibre entra num projeto de Scorsese, cheiro de indicação já tem automaticamente.

ATRIZ COADJUVANTE

  • Viola Davis (Fences)
  • Elle Fanning (20th Century Women)
  • Greta Gerwig (20th Century Women)
  • Naomie Harris (Moonlight)
  • Felicity Jones (Sete Minutos Depois da Meia-Noite)
  • Nicole Kidman (Lion)
  • Aja Naomi King (O Nascimento de uma Nação)
  • Sasha Lane (American Honey)
  • Margo Martindale (The Hollars)
  • Janelle Monáe (Estrelas Além do Tempo)
  • Lupita Nyong’o (Rainha de Katwe)
  • Octavia Spencer (Estrelas Além do Tempo)
  • Kristen Stewart (A Longa Caminhada de Billy Lynn)
  • Michelle Williams (Manchester à Beira Mar)
Viola Davis em Fences

Viola Davis em Fences

Muitos já decretaram a vitória de Viola Davis nesta categoria por Fences. Se a transição da campanha de Atriz para Atriz Coadjuvante realmente se concretizar como o estúdio e ela mesma deseja, será muito difícil não entregar o prêmio em suas mãos, já que, além de sua atuação ter sido bem elogiada, ela já foi indicada 2 vezes ao Oscar e está em alta com o público através da série How to Get Away With Murder. E além disso tudo, é uma das melhores atrizes de sua geração. Ela consegue transformar uma única cena de um papel menor em ouro como aconteceu em Dúvida.

Talvez a candidata mais forte depois de Davis, seja Naomie Harris que, além de satisfazer a “diversidade”, interpreta um papel forte de uma mãe viciada em crack no drama Moonlight. Pelas críticas que acompanhei, ela foge do estereótipo e entrega uma performance densa sem apelar. O fato de ela ser conhecida do público por ser o nova Miss Moneypenny na franquia do 007 ajuda bastante, claro.

Outra atuação bem comentada nessa temporada é a de Nicole Kidman como uma mãe que vê seu filho adotado sair em busca de seus pais biológicos. Como Lion tem a grande Weinstein Co. por trás da campanha, acredito que Kidman tem lugar garantido.

ROTEIRO ORIGINAL

  • Steven Knight (Aliados)
  • Andrea Arnold (American Honey)
  • Woody Allen (Café Society)
  • Matt Ross (Capitão Fantástico)
  • Taylor Sheridan (Hell or High Water)
  • Noah Oppenheim (Jackie)
  • Damien Chazelle (La La Land: Cantando Estações)
  • Yorgos Lanthimos e Efthymis Filippou (O Lagosta)
  • Jeff Nichols (Loving)
  • Kenneth Lonnergan (Manchester à Beira-Mar)
  • Barry Jenkins (Moonlight)
  • Mike Mills (20th Century Women)
Cena do drama independente Moonlight, de Barry Jenkins (photo by cine.gr)

Cena do drama independente Moonlight, de Barry Jenkins (photo by cine.gr)

ROTEIRO ADAPTADO

  • Eric Heisserer (A Chegada)
  • Jean-Christophe Castelli (A Longa Caminhada de Billy Lynn)
  • David Hare (Denial)
  • August Wilson (Fences)
  • Robert D. Siegel (Fome de Poder)
  • Erin Cressida Wilson (A Garota no Trem)
  • Allison Schroeder e Theodore Melfi (Estrelas Além do Tempo)
  • Luke Davies (Lion)
  • Ben Affleck (A Lei da Noite)
  • Whit Stillman (Love & Friendship)
  • Patrick Ness (Sete Minutos Depois da Meia-Noite)
  • Tom Ford (Animais Noturnos)
  • Jay Cocks (Silêncio)
  • Todd Komarnicki (Sully: O Herói do Rio Hudson)
Dev Patel em cena de Lion (photo by cine.gr)

Dev Patel em cena de Lion (photo by cine.gr)

FOTOGRAFIA

  • Bradford Young (A Chegada)
  • John Toll (A Longa Caminhada de Billy Lynn)
  • Charlotte Bruus Christensen (Fences)
  • Robert Elswit (Ouro e Cobiça)
  • Roger Deakins (Ave, César!)
  • Mandy Walker (Estrelas Além do Tempo)
  • Stéphane Fontaine (Jackie)
  • Bill Pope (Mogli: O Menino Lobo)
  • Linus Sandgren (La La Land: Cantando Estações)
  • Robert Richardson (A Lei da Noite)
  • Adam Stone (Loving)
  • James Laxton (Moonlight)
  • Seamus McGarvey (Animais Noturnos)
  • Rodrigo Prieto (Silêncio)
Fotografia de A Chegada, de Denis Villeneuve (photo by moviepilot.de)

Fotografia de Bradford Young de A Chegada, de Denis Villeneuve (photo by moviepilot.de)

MONTAGEM

  • Joe Walker (A Chegada)
  • Tim Squyres (A Longa Caminhada de Billy Lynn)
  • Steven Rosenblum (O Nascimento de uma Nação)
  • John Gilbert (Até o Último Homem)
  • Sebastián Sepúlveda (Jackie)
  • Mark Livolsi (Mogli: O Menino Lobo)
  • Tom Cross (La La Land: Cantando Estações)
  • Alexandre de Franceschi (Lion)
  • William Goldenberg (A Lei da Noite)
  • Joi McMillon e Nat Sanders (Moonlight)
  • Joan Sobel (Animais Noturnos)
  • Ruy Diaz e Thelma Schoonmaker (Silêncio)
  • Jabez Olssen (Rogue One: Uma História Star Wars)
  • Blu Murray (Sully: O Herói do Rio Hudson)
Tom Hanks como o piloto em Sully: O Herói do Rio Hudson (photo by moviepilot.de)

Tom Hanks como o piloto em Sully: O Herói do Rio Hudson (photo by moviepilot.de)

DIREÇÃO DE ARTE

  • Gary Freeman (Aliados)
  • Patrice Vermette (A Chegada)
  • Rick Carter (O Bom Gigante Amigo)
  • Mark Friedberg (A Longa Caminhada de Billy Lynn)
  • Charles Wood (Doutor Estranho)
  • Stuart Craig (Animais Fantásticos e Onde Habitam)
  • Alan MacDonald (Florence: Quem é Essa Mulher?)
  • Jess Gonchor (Ave, César!)
  • Jean Rabasse (Jackie)
  • Christopher Glass (Mogli: O Menino Lobo)
  • David Wasco (La La Land: Cantando Estações)
  • Jess Gonchor (A Lei da Noite)
  • Gavin Bocquet (O Lar das Crianças Peculiares)
  • Eugenio Caballero (Sete Minutos Depois da Meia-Noite)
  • Guy Hendrix Dyas (Passageiros)
  • Jeannine Oppewall (Rules Don’t Apply)
  • Dante Ferretti (Silêncio)
No centro, Eddie Redmayne em Animais Fantásticos e Onde Habitam (photo by cine.gr)

No centro, Eddie Redmayne em Animais Fantásticos e Onde Habitam (photo by cine.gr)

FIGURINO

  • Joanna Johnston (Aliados)
  • Colleen Atwood (Animais Fantásticos e Onde Habitam)
  • Sharen Davis (Fences)
  • Consolata Boyle (Florence: Quem é Essa Mulher?)
  • Mary Zophres (Ave, César!)
  • Seong-hie Ryu (The Handmaiden)
  • Madeline Fontaine (Jackie)
  • Mary Zophres (La La Land: Cantando Estações)
  • Jacqueline West (A Lei da Noite)
  • Colleen Atwood (O Lar das Crianças Peculiares)
  • Albert Wolsky (Rules Don’t Apply)
  • Dante Ferretti (Silêncio)
Figurinos de Colleen Atwood em O Lar das Crianças Peculiares (photo by cine.gr)

Figurinos de Colleen Atwood em O Lar das Crianças Peculiares (photo by cine.gr)

MAQUIAGEM

  • Deadpool
  • Animais Fantásticos e Onde Habitam
  • Florence: Quem é Essa Mulher?
  • Até o Último Homem
  • O Lar das Crianças Peculiares
  • Rogue One: Uma História Star Wars
  • Silêncio
  • Star Trek: Sem Fronteiras
Sofia Boutella em cena de Star Trek: Sem Fronteiras (photo by cine.gr)

Sofia Boutella em cena de Star Trek: Sem Fronteiras (photo by cine.gr)

TRILHA MUSICAL ORIGINAL

  • Alan Silvestri (Aliados)
  • Jóhann Jóhannsson (A Chegada)
  • John Williams (O Bom Gigante Amigo)
  • Jeff Danna e Mychael Danna (A Longa Caminhada de Billy Lynn)
  • James Newton Howard (Animais Fantásticos e Onde Habitam)
  • Thomas Newman (Procurando Dory)
  • Alexandre Desplat (Florence: Quem é Essa Mulher?)
  • Pharrell Williams e Hans Zimmer (Estrelas Além do Tempo)
  • Mica Levi (Jackie)
  • John Debney (Mogli: O Menino Lobo)
  • Justin Hurwitz (La La Land: Cantando Estações)
  • Alexandre Desplat (A Luz Entre Oceanos)
  • Volker Bertelmann e Dustin O’Halloran (Lion)
  • Opetaia Foa’i, Mark Mancina e Lin-Manuel Miranda (Moana – Um Mar de Aventuras)
  • Abel Korzeniowski (Animais Noturnos)
  • Thomas Newman (Passageiros)
  • Michael Giacchino (Rogue One: Uma História Star Wars)
  • Michael Giacchino (Zootopia)

CANÇÃO ORIGINAL

  • “I See a Victory” (Estrelas Além do Tempo)
  • “Audition (The Fools Who Dream”) (La La Land: Cantando Estações)
  • “City of Stars” (La La Land: Cantando Estações)
  • “Never Give Up” (Lion)
  • “How Far I’ll Go” (Moana – Um Mar de Aventuras)
  • “The Great Beyond” (Festa da Salsicha)
  • “Faith” (Sing: Quem Canta Seus Males Espanta)
  • “A Letter to the Free” (The 13th)
  • “Can’t Stop the Feeling!” (Trolls)

SOM

  • Horizonte Profundo: Desastre no Golfo
  • Até o Último Homem
  • Animais Fantásticos e Onde Habitam
  • Jason Bourne
  • Mogli: O Menino Lobo
  • La La Land: Cantando Estações
  • A Lei da Noite
  • Passageiros
  • Silêncio
  • Rogue One: Uma História Star Wars
  • Star Trek: Sem Fronteiras
  • Sully: O Herói do Rio Hudson

EFEITOS SONOROS

  • 13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi
  • A Chegada
  • Horizonte Profundo: Desastre no Golfo
  • Doutor Estranho
  • Animais Fantásticos e Onde Habitam
  • Até o Último Homem
  • A Lei da Noite
  • Passageiros
  • Rogue One: Uma História Star Wars
  • Silêncio
  • Star Trek: Sem Fronteiras
  • Sully: O Herói do Rio Hudson

EFEITOS VISUAIS

  • O Bom Gigante Amigo
  • Capitão América: Guerra Civil
  • Animais Fantásticos e Onde Habitam
  • Doutor Estranho
  • Mogli: O Menino Lobo
  • O Lar das Crianças Peculiares
  • Sete Minutos Depois da Meia-Noite
  • Passageiros
  • Meu Amigo, O Dragão
  • Rogue One: Uma História Star Wars
  • Star Trek: Sem Fronteiras
  • X-Men: Apocalipse
  • Warcraft
Efeitos visuais de Doutor Estranho (photo by moviepilot.de)

Efeitos visuais de Doutor Estranho (photo by moviepilot.de)

LONGA DE ANIMAÇÃO

  • Angry Birds: O Filme
  • Kubo e as Cordas Mágicas
  • Kung Fu Panda 3
  • Moana – Um Mar de Aventuras
  • Procurando Dory
  • O Pequeno Príncipe
  • Miss Hokusai
  • The Red Turtle 
  • Festa da Salsicha
  • A Vida Secreta dos Pets
  • Sing: Quem Canta Seus Males Espanta
  • Trolls
  • Zootopia
Cena de The Red Turtle, de Michael Dudok de Wit (photo by cine.gr)

Cena de The Red Turtle, de Michael Dudok de Wit (photo by cine.gr)

FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA

  • Afterimage, de Andrzej Wajda (Polônia)
  • Barakah Meets Barakah, de Mahmoud Sabbagh (Arábia Saudita)
  • De Longe te Observo, de Lorenzo Vigas (Venezuela)
  • Desierto, de Carlos Cuarón (México)
  • A Distinguished Citizen, de Gastón Duprat e Mariano Cohn (Argentina)
  • Elle, de Paul Verhoeven (França)
  • Fogo no Mar, de Gianfranco Rosi (Itália)
  • O Ídolo, de Hany Abu Assad (Palestina)
  • It’s Only the End of the World, de Xavier Dolan (Canadá)
  • Julieta, de Pedro Almodóvar (Espanha)
  • Land of Mine, de Martin Zandvliet (Dinamarca)
  • Ma’Rosa, de Brillante Mendoza (Filipinas)
  • Morte em Sarajevo, de Danis Tanovic (Bósnia Herzegovina)
  • Neruda, de Pablo Larraín (Chile)
  • Toni Erdmann, de Maren Ade (Alemanha)
  • O Apartamento, de Asghar Farhadi (Irã)
Cena do iraniano The Salesman, que dialoga com a obra literária de Arthur Miller. Com o histórico de vitória no Oscar, Asghar Farhadi praticamente garante sua presença no Oscar 2017, na opinião deste humilde blogueiro. (photo by cine.gr)

Cena do iraniano The Salesman, que dialoga com a obra literária de Arthur Miller. Com o histórico de vitória no Oscar, Asghar Farhadi praticamente garante sua presença no Oscar 2017, na opinião deste humilde blogueiro. (photo by cine.gr)

Na lista, existem nomes fortes na disputa, como o espanhol Pedro Almodóvar com Julieta, e o canadense Xavier Dolan com It’s Only the End of the World, mas eu, particularmente, aposto nas indicações de Neruda, de Pablo Larraín (Chile) – até mesmo porque o diretor também é responsável por Jackie, estrelado por Natalie Portman – e The Salesman, de Asghar Farhadi (Irã) – ele já venceu em 2012 com A Separação e este novo filme dialoga com a obra de Arthur Miller, “A Morte de um Caixeiro-Viajante”. Também não descartaria os vencedores de prêmios de festivais como o documentário italiano Fogo no Mar, de Gianfranco Rosi, que levou o Urso de Ouro em Berlim; o drama venezuelano De Longe te Observo, de Lorenzo Vigas, que ganhou o Leão de Ouro 2015. Gostaria muito que o representante francês Elle recebesse uma indicação, pois idolatro o diretor Paul Verhoeven. Mas as chances são mínimas, já que seu filme retrata um tema polêmico (estupro) sob uma perspectiva… bem, digamos, “Verhoevenesca”, à la provocateur. Espero que a tal “diversidade” também atinja a categoria mais conservadora do Oscar…

***

As indicações ao Oscar 2017 serão anunciadas ao vivo no dia 24 de janeiro, e a cerimônia está marcada para o dia 26 de fevereiro.

 

’12 Years a Slave’ lidera o SAG Awards com 4 indicações

12 Years a Slave abocanhou quatro indicações no SAG (photo by www.elfilm.com)

12 Years a Slave abocanhou quatro indicações no SAG (photo by http://www.elfilm.com)

COM APENAS 20 INDICAÇÕES INDIVIDUAIS,
MUITOS NOMES FICARAM DE FORA DA COMPETIÇÃO

Seguindo a cola do Independent Spirit Awards, o SAG Awards (Screen Actors Guild) apostou suas fichas no drama 12 Years a Slave, de Steve McQueen, reconhecido em quatro das cinco categorias: Melhor Ator (Chiwetel Ejiofor), Atriz Coadjuvante (Lupita Nyong’o), Ator Coadjuvante (Michael Fassbender) e Melhor Elenco, prêmio que valoriza ainda mais o trabalho de direção de McQueen, que deve concorrer ao Oscar de Melhor Diretor.

Com os atores bem encaminhados, 12 Years a Slave tem tudo para obter ainda alto número de indicações ao Oscar. Por se tratar de uma produção de época, a inclusão nas categorias de Fotografia, Direção de Arte e Figurino é praticamente automática. O roteiro adaptado por John Ridley também já figura entre os favoritos do WGA (Writers Guild of America). No mínimo, o filme deve somar nove indicações.

Voltando ao SAG, logo atrás de 12 Years a Slave, temos Álbum de Família, Dallas Buyers Club e O Mordomo da Casa Branca, todos com 3 indicações cada. Aliás, a forte presença dos três filmes surpreendeu os especialistas, que previam maior participação de O Lobo de Wall Street (Leonardo DiCaprio, Jonah Hill e elenco totalmente ignorados), Inside Llewyn Davis – Balada de um Homem Comum (Oscar Isaac, Carey Mulligan, John Goodman e elenco esnobados) e Os Suspeitos (Hugh Jackman, Jake Gyllenhaal e elenco).

Na categoria de Ator, a ausência mais sentida foi a do veterano Robert Redford, que venceu recentemente o NYFCC por sua performance em All is Lost. Além de DiCaprio, Joaquin Phoenix (Ela) e Michael B. Jordan (Fruitvale Station: A Última Parada) foram cortados. Na ala feminina, Bérénice Bejo, Adèle Exarchopoulos, Greta Gerwig, Julie Delpy e Octavia Spencer vão ficar para repescagem. Contudo, ao contrário dos anos anteriores, 2013 sofre com o excesso de bons filmes e atuações, tornando impossível o reconhecimento de todos os merecedores nos grandes prêmios como Globo de Ouro e Oscar.

Curiosamente, enquanto esses atores ficaram de fora, a cantora Mariah Carey recebeu sua segunda indicação de Melhor Elenco no SAG. Ela foi indicada anteriormente em 2010 por Preciosa – Uma História de Esperança, do mesmo diretor Lee Daniels. Aliás, considero O Mordomo da Casa Branca um filme super valorizado pela Weinstein Company. Se apenas Forest Whitaker fosse indicado, já estaria de bom tamanho.

Mariah Carey vive uma escrava em O Mordomo da Casa Branca (photo by www.elfilm.com)

Sim, ela está entre os indicados: Mariah Carey vive uma escrava em O Mordomo da Casa Branca (photo by http://www.elfilm.com)

Apesar dos indicados terem saído na frente, todos os ausentes da lista do SAG não devem se descabelar. Suas chances ainda existem, já que o SAG deixou de ser o parâmetro quase perfeito do Oscar. Até o ano passado, cerca de 18 a 19 dos 20 indicados do SAG migravam para o Oscar. Já nesse ano, apenas 14 passaram do corte.

Vencedor de cinco SAGs pelo trabalho na série televisiva The Sopranos, o recém-falecido ator James Gandolfini recebeu uma indicação póstuma pela comédia À Procura do Amor. Apesar de ter uma elogiada interpretação, alguns creditam esse reconhecimento à sua morte em junho deste ano aos 51 anos, tirando a chance de outros trabalhos serem premiados como Bradley Cooper (Trapaça), Will Forte (Nebraska), John Goodman (Inside Llewyn Davis – Balada de um Homem Comum), Jonah Hill (O Lobo de Wall Street) e Tom Hanks (Walt nos Bastidores de Mary Poppins). Mas pelo menos, Hanks recebeu indicação por Capitão Phillips.

Ao lado de Julie-Louis Dreyfuss, James Gandolfini recebe uma indicação póstuma no SAG e Independent Spirit (photo by www.outnow.ch)

Ao lado de Julia Louis-Dreyfus, James Gandolfini recebe uma indicação póstuma no SAG e Independent Spirit pela comédia À Procura do Amor (photo by http://www.outnow.ch)

Em relação aos prêmios da TV, destaque para o drama Breaking Bad e as comédias The Big Bang Theory e Modern Family com três indicações cada. As ausências mais comentadas foram das séries da Netflix: House of Cards e Orange is the New Black como Melhor Elenco, além de American Horror Story, Glee e Girls. Como no cinema, os trabalhos da TV também se excederam na quantidade e qualidade, o que acaba causando eliminações inevitáveis.

Confira o vídeo do anúncio dos indicados do 20º SAG Awards, apresentado pelos atores Clark Gregg e Sasha Alexander:

PRÊMIOS DO CINEMA

MELHOR ELENCO (BEST FILM ENSEMBLE)
12 Years a Slave
Benedict Cumberbatch, Paul Dano, Garret Dillahunt, Chiwetel Ejiofor, Michael Fassbender, Paul Giamatti, Scoot, McNairy, Lupita Nyong’o, Adepero Oduye, Sarah Paulson, Brad Pitt, Michael Kenneth Williams, Alfre Woodward
Trapaça (American Hustle)
Amy Adams, Christian Bale, Louis C.K., Bradley Cooper, Paul Herman, Jack Huston, Jennifer Lawrence, Alessandro Nivola, Michael Peña, Jeremy Renner, Elisabeth Röhm, Shea Whigham
Álbum de Família (August: Osage County)
Abigail Breslin, Chris Cooper, Benedict Cumberbatch, Juliette Lewis, Margo Martindale, Ewan McGregor, Dermot Mulroney, Julianne Nicholson, Julia Roberts, Sam Shepard, Meryl Streep, Misty Upham
Dallas Buyers Club
Jennifer Garner, Matthew McConaughey, Jared Leto, Denis O’Hare, Dallas Roberts, Steve Zahn
O Mordomo da Casa Branca (The Butler)
Mariah Carey, John Cusack, Jane Fonda, Cuba Gooding Jr., Terrence Howard, Lenny Kravitz, James Marsden, David Oyelowo, Alex Pettyfer, Vanessa Redgrave, Alan Rickman, Liev Schreiber, Forest Whitaker, Robin Williams, Oprah Winfrey

MELHOR ATOR (BEST ACTOR)
Bruce Dern (Nebraska)
Chiwetel Ejiofor (12 Years a Slave)
Tom Hanks (Capitão Phillips)
Matthew McConaughey (Dallas Buyers Club)
Forest Whitaker (O Mordomo da Casa Branca)

MELHOR ATRIZ (BEST ACTRESS)
Cate Blanchett (Blue Jasmine)
Sandra Bullock (Gravidade)
Judi Dench (Philomena)
Meryl Streep (Álbum de Família)
Emma Thompson (Walt nos Bastidores de Walt Disney)

MELHOR ATOR COADJUVANTE (BEST SUPPORTING ACTOR)
Barkhad Abdi (Capitão Phillips)
Daniel Bruhl (Rush: No Limite da Emoção)
Michael Fassbender (12 Years a Slave)
James Gandolfini (À Procura do Amor)
Jared Leto (Dallas Buyers Club)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE (BEST SUPPORTING ACTRESS)
Jennifer Lawrence (Trapaça)
Lupita Nyong’o (12 Years a Slave)
Julia Roberts (Álbum de Família)
June Squibb (Nebraska)
Oprah Winfrey (O Mordomo da Casa Branca)

MELHOR EQUIPE DE DUBLÊS (BEST STUNT ENSEMBLE)
All is Lost
Velozes e Furiosos 6 (Fast & Furious 6)
Lone Survivor
Rush: No Limite da Emoção (Rush)
Wolverine – Imortal (The Wolverine)

PRÊMIOS DA TV

MELHOR ELENCO DE TV- DRAMA
Boardwalk Empire
Patricia Arquette, Margot Bingham, Steve Buscemi, Brian Geraghty, Stephen Graham, Erik La Ray Harvey, Jack Huston, Ron Livingston, Domenick Lombardozzi, Gretchen Moll, Ben Rosenfield, Paul Sparks, Michael Stuhlbarg, Nisi Sturgis, Jacob Ware, Shea Whigham, Michael Kenneth Williams, Jeffrey Wright
Breaking Bad
Michael Bowen, Betsy Brandt, Bryan Cranston, Lavell Crawford, Tait Fletcher, Laura Fraser, Anna Gunn, Matthew T. Metzler, RJ Mitte, Dean Norris, Bob Odenkirk, Aaron Paul, Jesse Plemons, Steven Michael Quezada, Kevin Rankin, Patrick Sane
Downton Abbey
Hugh Bonneville, Laura Carmichael, Jim Carter, Brendan Coyle, Michelle Dockery, Kevin Doyle, Jessica Brown Findlay, Siobhan Finneran, Joanne Froggatt, Rob James-Collier, Allen Leech, Phyllis Logan, Elizabeth McGovern, Sophie McShera, Matt Milne, Lesley Nicol, Amy Nuttall, David Robb, Maggie Smith, Ed Speleers, Dan Stevens, Cara Theobold, Penelope Wilton
Game of Thrones
Alfie Allen, John Bradley, Oona Chaplin, Gwendoline Christie, Emilia Clarke, Nikolaj Coster-Waldau, Mackenzie Crook, Charles Dance, Joe Dempsie, Peter Dinklage, Natalie Dormer, Nathalie Emmanuel, Michelle Fairley, Jack Gleeson, Iain Glen, Kit Harington, Lena Headey, Isaac Hempstead Wright, Kristofer Hivju, Paul Kaye, Sibel Kekilli, Rose Leslie, Rochard Madden, Rory McCann, Michael McElhatton, Ian McElhinney, Philip McGinley, Hannah Murray, Iwan Rheon, Sophie Turner, Carice Van Houten, Maisie Williams
Homeland
F. Murray Abraham, Sarita Choudhury, Claire Danes, Rupert Friend, Tracy Letts, Damian Lewis, Mandy Patinkin, Morgan Saylor

MELHOR ATOR DE TV – DRAMA
Steve Buscemi (Boardwalk Empire)
Bryan Cranston (Breaking Bad)
Jeff Daniels (The Newsroom)
Peter Dinklage (Game of Thrones)
Kevin Spacey (House of Cards)

MELHOR ATRIZ DE TV – DRAMA
Claire Danes (Homeland)
Anna Gunn (Breaking Bad)
Jessica Lange (American Horror Story: Coven)
Maggie Smith (Downton Abbey)
Kerry Washington (Scandal)

MELHOR ELENCO DE TV – COMÉDIA
30 Rock
Scott Adsit, Alec Baldwin, Katrina Bowden, Kevin Brown, Grizz Chapman, Tina Fey, Judah Friedlander, Jane Krakowski, John Lutz, James Marsden, Jack McBrayer, Tracy Morgan, Keith Powell
Arrested Development
Will Arnett, Jason Bateman, John Beard, Michael Cera, David Cross, Portia de Rossi, Isla Fisher, Tony Hale, Ron Howard, Liza Minnelli, Alia Shawkat, Jeffrey Tambor, Jessica Walter, Henry Winkler
The Big Bang Theory
Mayim Bialik, Kaley Cuoco, Johnny Galecki, Simon Helberg, Kunal Nayyar, Jim Parsons, Melissa Rauch
Modern Family
Julie Bowen, Ty Burrell, Aubrey Anderson Emmons, Jesse Tyler Ferguson, Nolan Gould, Sarah Hyland, Ed O’Neill, Rico Rodriguez, Eric Stonestreet, Sofia Vergara, Ariel Winter
Veep
Sufe Bradshaw, Anna Chlumsky, Gary Cole, Kevin Dunn, Tony Hale, Julia Louis-Dreyfus, Reid Scott, Timothy Simons, Matt Walsh

MELHOR ATOR DE TV – COMÉDIA
Alec Baldwin (30 Rock)
Jason Bateman (Arrested Development)
Ty Burrell (Modern Family)
Don Cheadle (House of Lies)
Jim Parsons (The Big Bang Theory)

MELHOR ATRIZ DE TV – COMÉDIA
Mayim Bialik (The Big Bang Theory)
Julie Bowen (Modern Family)
Edie Falco (Nurse Jackie)
Tina Fey (30 Rock)
Julia Louis-Dreyfus (Veep)

MELHOR ATOR  – FILME PARA TV OU MINISSÉRIE
Matt Damon (Behind the Candelabra)
Michael Douglas (Behind the Candelabra)
Jeremy Irons (The Hollow Crown)
Rob Lowe (Killing Kennedy)
Al Pacino (Phil Spector)

MELHOR ATRIZ – FILME PARA TV OU MINISSÉRIE
Angela Bassett (Betty and Coretta)
Helena Bonham Carter (Burton and Taylor)
Holly Hunter (Top of the Lake)
Helen Mirren (Phil Spector)
Elisabeth Moss (Top of the Lake)

MELHOR EQUIPE DE DUBLÊS DE TV
Boardwalk Empire
Breaking Bad
Game of Thrones
Homeland
The Walking Dead

Lembrando que a 20º SAG Awards homenageará a atriz porto-riquenha Rita Moreno com o prêmio Lifetime Achievement. Ela foi uma das primeiras latinas a ganhar notoriedade e respeito na indústria americana, quando reinava o preconceito racial. Em 1962, Moreno foi a primeira atriz hispânica a ganhar o Oscar pelo musical Amor, Sublime Amor, que faz uma releitura do clássico de William Shakespeare, Romeu & Julieta.

Aos 30 anos, Rita Moreno se torna a primeira latina a ganhar um Oscar (photo by www.toptenz.net)

Aos 30 anos, Rita Moreno se torna a primeira latina a ganhar um Oscar (photo by http://www.toptenz.net)

O SAG Awards 2014 será transmitido ao vivo pelo canal TNT no dia 18 de janeiro.

’12 Years a Slave’ e ‘Nebraska’ são recordistas de indicações no Independent Spirit Awards 2014

Lupita Nyong'o (Twelve Years a Slave)

12 Years a Slave, de Steve McQueen, conquista sete indicações. Na foto, da esquerda pra direita: Michael Fassbender, Lupita Nyong’o e Chiwetel Ejiofor (www.outnow.ch)

O ano está chegando ao fim e as premiações já começam a divulgar as listas de indicações. A 29ª edição do Independent Spirit Awards confirma o fortalecimento das produções independentes no cenário hollywoodiano e internacional. Alguns anos atrás, apenas um ou outro indicado chegava ao tapete vermelho do Oscar, tanto que na época diziam que quem vencesse o Independent não teria chances no prêmio da Academia. Este ano, Jennifer Lawrence ganhou como Melhor Atriz por O Lado Bom da Vida em ambas as premiações.

Se analisarmos os últimos quatro vencedores de Melhor Filme no Independent Spirit Award, podemos notar que todas as produções foram indicadas para o Oscar de Melhor Filme também, com O Artista também vencendo o Oscar. Vale ressaltar que o Independent Spirit só premia filmes com orçamento de até 20 milhões de dólares.

Ano: Independent Spirit/ Oscar
2013: O Lado Bom da Vida/Argo
2012: O Artista/ O Artista
2011: Cisne Negro/ O Discurso do Rei (que levou o Independent de Filme Estrangeiro)
2010: Preciosa – Uma História de Esperança/ Guerra ao Terror

Consequência da crise econômica? Talvez. Mas o fato é que os produtores de cinema deixaram de ser aqueles apaixonados por cinema, deixando seus cargos para engravatados que só acreditam em números de bilheterias e marketing. Eles se esqueceram que o Cinema é uma Arte centenária que necessita de uma boa história contada por profissionais apaixonados pelos projetos, resultando nessa Hollywood mecânica e de baixa qualidade de hoje. Por outro lado, as produções de baixo orçamento podem não contar com equipamentos tecnológicos de filmagem e edição, nem astros carismáticos, mas sempre respeitam a essência do Cinema e buscam formas para inovar essa Arte.


Octavia Spencer e Paula Patton anunciam as indicações ao Independent Spirit Award

Nesta edição do Independent, duas produções que já vinham figurando em listas de previsões para o Oscar se tornaram as recordistas de indicações. 12 Years a Slave, de Steve McQueen, conquistou sete indicações, enquanto Nebraska, de Alexander Payne, vem logo em seguida com seis. McQueen e Payne são dois diretores que nasceram do cinema independente (Fome e Ruth em Questão foram seus primeiros longas, respectivamente) e hoje são nomes consagrados.

Vale lembrar que Nebraska já foi indicado à Palma de Ouro e Bruce Dern foi premiado Melhor Ator em Cannes. Já 12 Years a Slave ganhou o passaporte para o Oscar de Melhor Filme ao levar o People’s Choice Award do Festival de Toronto.

Alexander Payne dirige o veterano Bruce Dern em Nebraska (photo by www.outnow.ch)

Alexander Payne dirige o veterano Bruce Dern em Nebraska (photo by http://www.outnow.ch)

Os demais indicados a Melhor Filme também foram bem avaliados pela crítica e são fortes candidatos ao Oscar. All is Lost é apenas o segundo filme do jovem J.C. Chandor, que conquistou a indicação ao Oscar de Roteiro Original por Margin Call – O Dia Antes do Fim, e tem tudo para se tornar um dos grandes nomes dessa geração. Frances Ha é uma comédia leve que há muito não se via nos cinemas, devido à graça da atriz Greta Gerwig, que escreveu o roteiro junto com o diretor Noah Baumbach. Já o musical Inside Llewyn Davis – Balada de um Homem Comum, de Joel e Ethan Coen, levou o Grande Prêmio do Júri em Cannes e deve figurar entre os 10 indicados a Melhor Filme no Oscar, com boas chances do protagonista vivido por Oscar Isaacs ser reconhecido também.

O último filme de Woody Allen também foi lembrado em três categorias: Atriz (Cate Blanchett), Atriz Coadjuvante (Sally Hawkins) e Roteiro. Se Blanchett levar o Globo de Ouro em janeiro, ela já estará com uma mão na estatueta do Academia.

Indicado pelo prêmio Un Certain Regard em Cannes este ano, Fruitvale Station: A Última Parada foi comparado a Indomável Sonhadora por ter fortes chances de conquistar espaço no Oscar, principalmente depois que Harvey Wenstein comprou os direitos de distribuição e conseqüente lobby. Deve vencer o prêmio Melhor Primeiro Filme e, se houver empates nas votações, o jovem ator Michael B. Jordan pode também sair vitorioso.

Cena de Fruitvale Station: A Última Parada, produção baseada em fatos reais com Michael B. Jordan (photo by www.elfilm.com)

Cena de Fruitvale Station: A Última Parada, produção baseada em fatos reais com Michael B. Jordan (photo by http://www.elfilm.com)

Aliás, a briga entre atores está bastante acirrada. A categoria Melhor Ator conta com seis candidatos fortíssimos, sendo Matthew McConaughey um dos favoritos a levar. Para viver seu personagem aidético em Dallas Buyers Club, o ator emagreceu 18 quilos (!) e vive seu melhor momento na carreira. Ele poderia ter sido duplamente indicado, mas resolveram deixar de lado sua performance em Amor Bandido. Seu companheiro de tela em Dallas Buyers Club, Jared Leto, também não fica muito atrás, pois perdeu 13 quilos nesse seu retorno ao cinema após quatro anos.

Atores sob dieta: Jared Leto e Matthew McConaughey podem colher frutos de suas greves de fome (photo by www.elfilm.com)

Atores sob dieta: Jared Leto e Matthew McConaughey podem colher frutos de suas greves de fome (photo by http://www.elfilm.com)

Indicações ao Independent Spirit Award 2014:

MELHOR FILME
12 Years a Slave
Produtores: Dede Gardner, Anthony Katagas, Jeremy Kleiner, Steve McQueen, Arnon Milchan, Brad Pitt, Bill Pohlad
All Is Lost
Produtores: Neal Dodson, Anna Gerb
Frances Ha
Produtores: Noah Baumbach, Scott Rudin, Rodrigo Teixeira, Lila Yacoub
Inside Llewyn Davis – Balada de um Homem Comum (Inside Llewyn Davis)
Produtores: Ethan Coen, Joel Coen, Scott Rudin
Nebraska
Produtores: Albert Berger, Ron Yerxa

MELHOR DIRETOR
– Shane Carruth (Upstream Color)
– J.C. Chandor (All Is Lost)
– Steve McQueen (12 Years a Slave)
– Jeff Nichols (Amor Bandido)
– Alexander Payne (Nebraska)

MELHOR ROTEIRO
– Woody Allen (Blue Jasmine)
– Julie Delpy, Ethan Hawke & Richard Linklater (Antes da Meia-Noite)
– Nicole Holofcener (À Procura do Amor)
– Scott Neustadter & Michael H. Weber (The Spectacular Now)
– John Ridley (12 Years a Slave)

MELHOR PRIMEIRO FILME
Chevrolet Azul (Blue Caprice)
Diretor/Produtor: Alexandre Moors
Produtores: Kim Jackson, Brian O’Carroll, Isen Robbins, Will Rowbotham, Ron Simons, Aimee Schoof, Stephen Tedeschi
Concussion
Diretor: Stacie Passon
Produtor: Rose Troche
Fruitvale Station: A Última Parada (Fruitvale Station)
DIRECTOR: Ryan Coogler
PRODUCERS: Nina Yang Bongiovi, Forest Whitaker
Uma Noite (Una Noche)
Diretor/Produtor: Lucy Mulloy
Produtores: Sandy Pérez Aguila, Maite Artieda, Daniel Mulloy, Yunior Santiago
O Sonho de Wadjda (Wadjda)
Diretor: Haifaa Al Mansour
Produtores: Gerhard Meixner, Roman Paul

MELHOR PRIMEIRO ROTEIRO
– Lake Bell (In A World…)
– Joseph Gordon-Levitt (Como Não Perder Essa Mulher)
– Bob Nelson (Nebraska)
– Jill Soloway (Afternoon Delight)
– Michael Starrbury (The Inevitable Defeat of Mister & Pete)

PRÊMIO JOHN CASSAVETES (Concedido à produção com orçamento abaixo de 500 mil dólares)
Computer Chess
Diretor/Roteirista: Andrew Bujalski
Produtores: Houston King & Alex Lipschultz
Crystal Fairy & the Magical Cactus
Diretor/Roteirista: Sebastiàn Silva
Produtores: Juan de Dios Larraín & Pablo Larraín
Museum Hours
Diretor/Roteirista: Jem Cohen
Produtores: Paolo Calamita & Gabriele Kranzelbinder
Pit Stop
Diretor/Produtor: Yen Tan
Roteirista: David Lowery
Produtores: Jonathan Duffy, James M. Johnston, Eric Steele, Kelly Williams
This is Martin Bonner
Diretor/Roteirista: Chad Hartigan
Produtor: Cherie Saulter

MELHOR ATRIZ
– Cate Blanchett (Blue Jasmine)
– Julie Delpy (Antes da Meia-Noite)
– Gaby Hoffmann (Crystal Fairy & the Magical Cactus)
– Brie Larson (Short Term 12)
– Shailene Woodley (The Spectacular Now)

MELHOR ATOR
– Bruce Dern (Nebraska)
– Chiwetel Ejiofor (12 Years a Slave)
– Oscar Isaac (Inside Llewyn Davis – Balada de um Homem Comum)
– Michael B. Jordan (Fruitvale Station: A Última Parada)
– Matthew McConaughey (Dallas Buyers Club)
– Robert Redford (All Is Lost)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
– Melonie Diaz (Fruitvale Station: A Última Parada)
– Sally Hawkins (Blue Jasmine)
– Lupita Nyong’o (12 Years a Slave)
– Yolonda Ross (Go For Sisters)
– June Squibb (Nebraska)

MELHOR ATOR COADJUVANTE
– Michael Fassbender (12 Years a Slave)
– Will Forte (Nebraska)
– James Gandolfini (À Procura do Amor)
– Jared Leto (Dallas Buyers Club)
– Keith Stanfield (Short Term 12)

MELHOR FOTOGRAFIA
– Sean Bobbitt (12 Years a Slave)
– Benoit Debie (Spring Breakers: Garotas Perigosas)
– Bruno Delbonnel (Inside Llewyn Davis – Balada de um Homem Comum)
– Frank G. DeMarco (All Is Lost)
– Matthias Grunsky (Computer Chess)

MELHOR MONTAGEM
– Shane Carruth & David Lowery (Upstream Color)
– Jem Cohen & Marc Vives (Museum Hours)
– Jennifer Lame (Frances Ha)
– Cindy Lee (Uma Noite)
– Nat Sanders (Short Term 12)

MELHOR DOCUMENTÁRIO
20 Feet From Stardom
Diretor/Produtor: Morgan Neville
Produtores: Gil Friesen & Caitrin Rogers
After Tiller
Diretores/Produtores: Martha Shane & Lana Wilson
Gideon’s Army
Diretor/Produtor: Dawn Porter
Produtora: Julie Goldman
O Ato de Matar (The Act of Killing)
Diretor/Produtor: Joshua Oppenheimer
Produtores: Joram Ten Brink, Christine Cynn, Anne Köhncke, Signe Byrge Sørensen, Michael Uwemedimo
The Square (Al Midan)
Diretor: Jehane Noujaim
Produtor: Karim Amer

MELHOR FILME ESTRANGEIRO
Um Toque de Pecado (Tian zhu Ding), de Jia Zhang-Ke (China)
Azul é a Cor Mais Quente (La Vie d’Adèle), de Abdellatif Kechiche (França)
Gloria, de Sebastián Lelio (Chile)
The Great Beauty (La Grande Bellezza), de Paolo Sorrentino (Itália)
A Caça (Jagten), de Thomas Vinterberg (Dinamarca)

PRÊMIO ROBERT ALTMAN AWARD
• Amor Bandido (Mud)
Diretor: Jeff Nichols
Diretor de casting: Francine Maisler
Elenco:  Joe Don Baker, Jacob Lofland, Matthew McConaughey, Ray McKinnon, Sarah Paulson, Michael Shannon, Sam Shepard, Tye Sheridan, Paul Sparks, Bonnie Sturdivant, Reese Witherspoon

17º PRÊMIO PIAGET PRODUCERS (Concedido aos produtores emergentes pela criatividade, tenacidade e visão apesar do orçamento limitado)
– Toby Halbrooks & James M. Johnston
– Jacob Jaffke
– Andrea Roa
– Frederick Thornton

20º PRÊMIO SOMEONE TO WATCH (Concedido aos cineastas talentosos com visão singular que ainda não recebeu reconhecimento apropriado)
– My Sister’s Quinceañera, de Aaron Douglas Johnston
– Newlyweeds, de Shake King
– The Foxy Merkins, de Madeline Olnek

19º PRÊMIO STELLA ARTOIS TRUER THAN FICTION (Concedido ao diretor de não-ficção emergente que ainda não recebeu reconhecimento significante)
– A River Changes Course, de Kalvanee Mam
– Let the Fire Burn, de Jason Osder
– Manakamana, de Stephanie Spray & Pacho Velez

A 29ª edição do Independent Spirit Awards acontece no dia 1º de Março de 2014, costumeiramente um dia antes do Oscar.

Ao lado de Miles Teller, Shailene Woodley foi indicada ao prêmio de Melhor Atriz por The Spectacular Now (photo by www.elfilm.com)

Ao lado de Miles Teller, Shailene Woodley foi indicada ao prêmio de Melhor Atriz por The Spectacular Now (photo by http://www.elfilm.com)

‘O Lado Bom da Vida’ domina o Independent Spirit Awards 2013

David O. Russell, vencedor de Melhor Diretor e Roteiro por O Lado Bom da Vida, no Independent Spirit Awards

David O. Russell, vencedor de Melhor Diretor e Roteiro por O Lado Bom da Vida, no Independent Spirit Awards (photo by latimes.com)

Um dia antes de concorrer em oito categorias no Oscar, a comédia O Lado Bom da Vida (Silver Linings Playbook) se tornou a grande vitoriosa do prêmio que prestigia o cinema mais independente. Além de Melhor Filme, o filme de David O. Russell levou Direção, Roteiro e Atriz para Jennifer Lawrence.

Curiosamente, o orçamento de produção do vencedor ultrapassa em 1 milhão de dólares do limite estipulado pela premiação para poder concorrer, mas parece que o lobby da distribuidora Weinstein Company falou mais alto. Aliás, esta é a segunda produção consecutiva da Weinstein a ganhar o Independent Spirit Awards depois de O Artista.

Jennifer Lawrence aceitando prêmio de Melhor Atriz por O Lado Bom da Vida (photo by movies.yahoo.com)

Jennifer Lawrence aceitando prêmio de Melhor Atriz por O Lado Bom da Vida (photo by movies.yahoo.com)

Em 2012, havia uma discussão sobre a eligibilidade de O Artista nas principais categorias. Como ambos os atores principais (Jean Dujardin e Bérènice Bejo) e o diretor Michel Hazanavicius são franceses, o filme deveria ter competido apenas como produção estrangeira. Acabou também limpando a premiação com Melhor Filme, Diretor, Fotografia e Ator.

Com o domínio de O Lado Bom da Vida, um dos principais concorrentes ficou praticamente esquecido: Indomável Sonhadora. Apesar de terem tentado compensar o pequeno filme apenas com o prêmio de Fotografia para Ben Richardson, o público ficou com a sensação de injustiça, afinal, terá poucas chances nas quatro categorias que está indicado no Oscar ao contrário do filme vencedor.

Pelo histórico do Independent Spirit Awards, surgiu uma famosa frase: “Ganhe no sábado e perca no domingo”. Normalmente o filme vencedor perde no Oscar no dia seguinte. Casos mais recentes incluem Cisne Negro, Preciosa – Uma História de Esperança e O Lutador. O único a quebrar esta escrita foi justamente O Artista, que levou ambos o Independent e o Oscar.

Contudo, essa aliança tende a ficar mais recorrente. Desde 2000, 10 dos 13 vencedores de Melhor Filme foram também indicados a Melhor Filme no Oscar. Sem contar os atores que ganharam os dois prêmios: Jean Dujardin (O Artista), Christopher Plummer (Toda Forma de Amor), Natalie Portman (Cisne Negro), Mo’Nique (Preciosa – Uma História de Esperança) e Jeff Bridges (Coração Louco).

Ainda sobre os vencedores nas categorias de atuação, o Independent Spirit Awards salvou o ano dos atores John Hawkes e Matthew McConaughey. Ambos tiveram suas interpretações muito elogiadas pela crítica no final de 2012, mas viram suas boas campanhas naufragarem com a ausência na lista do Oscar. Em seu discurso de agradecimento, McConaughey, que venceu pelo papel de um dono de clube de striptease em Magic Mike, soltou um desabafo: “Tive que tirar minhas calças pra ganhar um troféu!”. E com a ausência da favorita Anne Hathaway, Helen Hunt acabou levando a melhor na categoria de atriz coadjuvante por As Sessões.

John Hawkes recebe prêmio de Melhor Ator por As Sessões das mãos de Salma Hayek (photo by sfgate.com)

John Hawkes recebe prêmio de Melhor Ator por As Sessões das mãos de Salma Hayek (photo by sfgate.com)

Amor, de Michael Haneke, confirmou seu favoritismo e deve chegar com força total para o Oscar, mesmo que seus concorrentes diretos (o chileno No e o norueguês Expedição Kon-Tiki) não tenham sido sequer indicados ao Independent Spirit.

Acompanhe novamente os indicados e os vencedores (assinalados em negrito):

MELHOR FILME
Indomável Sonhadora (Beasts of the Southern Wild)
Bernie
Deixe a Luz Acesa (Keep the Lights On)
Moonrise Kingdom (Moonrise Kingdom)
• O Lado Bom da Vida (Silver Linings Playbook)

MELHOR DIRETOR
Wes Anderson, Moonrise Kingdom
Julia Loktev, The Loneliest Planet
• David O. Russell, O Lado Bom da Vida
Ira Sachs, Deixe a Luz Acesa
Benh Zeitlin, Indomável Sonhadora

MELHOR ROTEIRO
Wes Anderson & Roman Coppola, Moonrise Kingdom
Zoe Kazan, Ruby Sparks – A Namorada Perfeita
Martin McDonagh, Sete Psicopatas e um Shih Tzu
• David O. Russell, O Lado Bom da Vida
Ira Sachs, Deixe a Luz Acesa

MELHOR FILME DE ESTREANTE
Fill the Void
Gimme the Loot
Sem Segurança Nenhuma (Safety Not Guaranteed)
Sound of My Voice
• As Vantagens de Ser Invisível (The Perks of Being a Wallflower)

MELHOR ROTEIRO DE ESTREANTE
Rama Burshtein, Fill the Void
• Derek Connolly, Sem Segurança Nenhuma
Christopher Ford, Frank e o Robô
Rashida Jones & Will McCormack, Celeste e Jesse Para Sempre
Jonathan Lisecki, Gayby

JOHN CASSAVETES AWARD – (para produções abaixo de 500 mil dólares)
Breakfast with Curtis
• Middle of Nowhere
Mosquita y Mari
Starlet
The Color Wheel

MELHOR ATRIZ
Linda Cardellini, Return
Emayatzy Corinealdi, Middle of Nowhere
• Jennifer Lawrence, O Lado Bom da Vida
Quvenzhané Wallis, Indomável Sonhadora
Mary Elizabeth Winstead, Smashed

MELHOR ATOR
Jack Black, Bernie
Bradley Cooper, O Lado Bom da Vida
• John Hawkes, As Sessões
Thure Lindhardt, Deixe a Luz Acesa
Matthew McConaughey, Killer Joe – Matador de Aluguel
Wendell Pierce, Four

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Rosemarie DeWitt, Your Sister’s Sister
Ann Dowd, Compliance
• Helen Hunt, As Sessões
Brit Marling, Sound of My Voice
Lorraine Toussaint, Middle of Nowhere

MELHOR ATOR COADJUVANTE
• Matthew McConaughey, Magic Mike
David Oyelowo, Middle of Nowhere
Michael Péna, Marcados Para Morrer
Sam Rockwell, Sete Psicopatas e um Shih Tzu
Bruce Willis, Moonrise Kingdom

MELHOR FOTOGRAFIA
Yoni Brook, Valley of Saints
Lol Crawley, Here
• Ben Richardson, Indomável Sonhadora
Roman Vasyanov, Marcados Para Morrer
Robert Yeoman, Moonrise Kingdom

MELHOR DOCUMENTÁRIO
How to Survive a Plague
Marina Abramović: The Artist is Present
The Central Park Five
• The Invisible War
The Waiting Room

MELHOR FILME INTERNACIONAL
Amor (França) de Michael Haneke
Once Upon A Time in Anatolia (Turquia), de Nuri Bilge Ceylan
Ferrugem e Osso (França/Bélgica), de Jacques Audiard
Sister (Suíça), de Ursula Meier
A Feiticeira da Guerra (República Democrática do Congo), de Kim Nguyen

PIAGET PRODUCERS AWARD
Nobody Walks, Alicia Van Couvering
Prince Avalanche, Derrick Tseng
Stones in the Sun, Mynette Louie

SOMEONE TO WATCH AWARD
Pincus, diretor David Fenster
Gimme the Loot, diretor Adam Leon
Electrick Children, diretora Rebecca Thomas

TRUER THAN FICTION AWARD (dado para documentaristas emergentes)
Leviathan, diretores Lucien Castaing-Taylor and Véréna Paravel
The Waiting Room, diretor Peter Nicks
Only the Young, diretores Jason Tippet & Elizabeth Mims

ROBERT ALTMAN AWARD (pelo elenco)
Starlet
Diretor: Sean Baker
Diretor de Casting: Julia Kim
Elenco: Dree Hemingway, Besedka Johnson, Karren Karagulian, Stella Maeve, James Ransone.

FIND Your Audience Award
Breakfast With Curtis, de Laura Colella
The History of Future Folk, de John Mitchell, Jeremy Kipp Walker

Matthew McConaughey com o prêmio de coadjuvante por Magic Mike (photo by beaumontenterprise.com)

Matthew McConaughey com o prêmio de coadjuvante por Magic Mike (photo by beaumontenterprise.com)

Primeira prévia do Oscar 2013: Melhor Filme

As cartas do Oscar 2013 já começam a se posicionar

Para alguns, talvez seja cedo demais para falar de favoritos ao Oscar 2013, afinal as indicações só saem no dia 15 de janeiro, duas semanas depois daquela ressaca descomunal de fim de ano. Mas com as previsões de estréia acertadas, muitos filmes já lançaram seus trailers e chamam a atenção por se encaixarem nas preferências da Academia.

Na maior parte dos casos, os diretores são os grandes responsáveis por elevar os filmes ao patamar de “material de Oscar”. Só de ouvir o nome de Steven Spielberg ou Peter Jackson, muitos especialistas no assunto já os colocam na corrida antes mesmo de verem seus filmes. Em 2013, além de ambos poderem puxar várias indicações com suas mega-produções Lincoln e O Hobbit – Uma Jornada Inesperada, podem ser concorrentes na categoria de Melhor Diretor, ao lado de outros nomes consagrados como Paul Thomas Anderson, Ang Lee e Quentin Tarantino. À primeira vista, a safra de produções parece bem promissora, e como o número de indicados a Melhor Filme expandiu desde 2010, a Academia tem ótimas condições de agradar os cinéfilos ao reconhecê-los.

A lista de filmes de 2012 poderia ser ainda maior, mas a Warner Bros. resolveu adiar dois fortes candidatos para o ano seguinte: a adaptação do romance de F. Scott Fitzgerald, O Grande Gatsby, de Baz Luhrmann, e Caça aos Gângsteres, de Ruben Fleischer. No primeiro caso, os chefões do estúdio acharam que o novo filme de Luhrmann, que conta com o trio Leonardo Di Caprio, Carey Mulligan e Tobey Maguire, tinha potencial maior para atingir o público juvenil do verão americano (que ocorre a partir de maio), então pretendem aguardar para arrecadar mais nas bilheterias. Já o segundo, apresentava uma sequência em que quatro gângsteres abrem fogo dentro de uma sala de cinema, remetendo ao recente massacre no cinema de Colorado durante sessão de estréia de Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge. https://cinemaoscareafins.wordpress.com/2012/07/21/12-mortos-em-sessao-de-batman-o-cavaleiro-das-trevas-ressurge/Resultado: o trailer foi retirado do ar, o lançamento foi reagendado para 2013 e o filme teve de ser reescrito para eliminar a sequência agora perturbadora.

Banner de Caça aos Gângsteres com a data original de lançamento. Fica para 2013.

Apesar dessas baixas, o Oscar 2013 promete. Temos também a aguardada adaptação musical do clássico literário de Victor Hugo, Les Miserables (Os Miseráveis), dirigido por Tom Hooper (vencedor do Oscar por O Discurso do Rei); o novo filme de época de Joe Wright (Desejo e Reparação) trazendo novamente o romance de Leo Tolstoy, Anna Karenina, estrelado por Keira Knightley (pra variar); e a polêmica caça ao Bin Laden trazida às telas por Kathryn Bigelow (vencedora do Oscar por Guerra ao Terror) em Zero Dark Thirty.

Seguem alguns fortes candidatos para Melhor Filme no Oscar 2013 (em ordem alfabética):

ANNA KARENINA

Dir: Joe Wright

Anna Karenina: Esse casaco diz “Quero um Oscar de Figurino”

A Academia adora filmes de época. E vale lembrar que Direção de Arte e Figurino são dois prêmios que esses filmes costumam abocanhar na cerimônia. Sarah Greenwood e Jacqueline Durran, responsáveis por esses departamentos respectivamente, têm 90% de chance de serem indicadas. Embora o diretor Joe Wright não tenha sido reconhecido, seu filme Desejo e Reparação (2007) foi indicado a 7 Oscars, incluindo Melhor Filme. Suas chances este ano aumentam por contar com o grande dramaturgo e roteirista Tom Stoppard, oscarizado por Shakespeare Apaixonado (1998) e seu elenco, que tem nomes em alta como Keira Knightley, Jude Law, Olivia Williams, Emily Watson e Kelly Macdonald.

Apesar da obra de Leo Tolstoy, Anna Karenina, já ter sido adaptada várias vezes para o cinema, nunca chegou ao Oscar com força. Talvez esta seja uma oportunidade de ouro (com o perdão do trocadilho), mas devo ressaltar que na categoria de atuação, se Greta Garbo e Vivien Leigh, que já deram vida à protagonista não foram sequer indicadas, quais as chances de Knightley? Particularmente, gostaria de ver Olivia Williams indicada, pois já merecia pela ótima performance em O Escritor Fantasma (2010). Além desse trabalho, ela tem outro trabalho chamativo este ano: Hyde Park on Hudson, no qual interpreta Eleanor Roosevelt.

ARGO (Argo)

Di: Ben Affleck

Argo: Ben Affleck trabalha em cena de atores

Quem diria que Ben Affleck, aquele ator abaixo da média que protagonizou aquela bomba chamada Contato de Risco (2003) com Jennifer Lopez, iria se tornar um bom diretor? Já calou a boca de muita gente ao dirigir dois bons dramas: Medo da Verdade (Gone Baby Gone, 2007) e Atração Perigosa (The Town, 2010). Felizmente, assim como Clint Eastwood e Robert Redford (atores que se tornaram diretores), ele aprendeu o ofício com bons profissionais do ramo: Gus van Sant, Kevin Smith e John Frankenheimer. Depois de seu sucesso, Affleck recebeu várias propostas para comandar projetos de estúdio, mas recusou todas e isso tem se tornado sua maior virtude: focar em projetos de qualidade. Desta vez, optou em contar uma história mais política, sobre o resgate de refugiados americanos no Irã.

Como Affleck já dirigiu duas performances indicadas ao Oscar (Amy Ryan e Jeremy Renner), escalar um bom elenco não tem sido nenhuma dificuldade. Para Argo, ele reuniu uma trupe talentosa: Bryan Cranston (da série de TV Breaking Bad), John Goodman, o vencedor do Oscar Alan Arkin e Kyle Chandler, podendo resultar em novas indicações. E por trás das câmeras, mais nomes conhecidos pela Academia, começando por George Clooney como produtor, o compositor Alexandre Desplat (já indicado 4 vezes), o fotógrafo Rodrigo Prieto (uma indicação), o montador William Goldenberg (2 indicações) e até a figurinista Jacqueline West (2 indicações). Continuando nesse caminho, uma indicação para Melhor Diretor para Ben Affleck seria mera questão de tempo.

AS AVENTURAS DE PI (The Life of Pi)

Dir: Ang Lee

As Aventuras de Pi: Fantasia baseada em best-seller que conta com a credibilidade de Ang Lee

Depois de conquistar seu Oscar de Melhor Diretor por O Segredo de Brokeback Mountain, o taiwanês Ang Lee dirigiu 2 filmes: Desejo e Perigo (2007), um ótimo romance na China da 2ª Guerra Mundial, que arrebatou o Leão de Ouro em Veneza, e Aconteceu em Woodstock (2009), um drama mais modesto que chegou a ser indicado à Palma de Ouro. O que fazer quando um cineasta atinge seu ápice? Aposta em projetos mais pessoais. Ang Lee se identificou com a obra de Yann Martel, sobre um rapaz indiano, Pi, que sobrevive a um naufrágio e divide um bote com animais selvagens: uma hiena, um orangotango, uma zebra e um tigre de bengala.

Como se trata de uma fantasia, suas chances em categorias técnicas são boas, principalmente em Fotografia (Claudio Miranda, diretor de fotografia de O Curioso Caso de Benjamin Button), Direção de Arte (David Gropman, de As Regras da Vida), Montagem (Tim Squyres, de O Tigre e o Dragão) e dá pra incluir também Roteiro Adaptado (David Magee, de Em Busca da Terra do Nunca), além, claro, de uma nova indicação a Ang Lee, que seria sua terceira como Melhor Diretor. Resta saber se o filme receberá impulso das bilheterias.

BATMAN – O CAVALEIRO DAS TREVAS RESSURGE (The Dark Knight Rises)

Dir: Christopher Nolan

Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge: bilheteria astronômica, mas não garante destaque no Oscar

Eu, Winston, não indicaria Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge para Melhor Filme do Oscar. MAS, como a segunda parte da trilogia, Batman – O Cavaleiro das Trevas (2008) foi o grande responsável pelo aumento de número dos indicados na categoria, não duvido nada a Academia premiar (leia-se compensar) este novo filme de Christopher Nolan. Pra quem não se recorda, em 2009, apesar de ter o total de 8 indicações, o filme ficou de fora nas principais categorias: Melhor Diretor e Melhor Filme, fato que muitos atribuem a culpa ao filme sobre nazismo (sempre ele) O Leitor, de Stephen Daldry.

Embora essa legislação do Oscar tenha mudado por motivos comerciais, a ausência do filme de Nolan na época repercutiu muito mal e fez com que a Academia temesse uma drástica redução na audiência da cerimônia. Tentaram remediar com a vitória póstuma de Heath Ledger como ator coadjuvante, mas essa ferida ainda ecoa entre os fãs do herói e dos filmes. Este já seria um motivo para que esta terceira parte figurasse entre os indicados a Melhor Filme, mas e como o Oscar se posicionaria em relação àquela sessão de Colorado, que culminou na morte de 12 espectadores?

Indicar o filme como homenagem também ou isso seria um desrespeito? Na teoria, Batman não tem nada a ver com o incidente. Aliás, até o ator Christian Bale foi lá visitar os sobreviventes no hospital. Mas na prática, essa paranóia pode influenciar nos resultados.

Ademais, Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge tem todas as condições para conquistar vagas em categorias mais técnicas como fotografia, direção de arte, montagem, som, efeitos sonoros e efeitos visuais. Christopher Nolan pode concorrer como Diretor e Roteiro adaptado, mas acho pouco provável pela repercussão das críticas.

INDOMÁVEL SONHADORA (Beasts of the Southern Wild)

Dir: Benh Zeitlin

Beasts of the Southern Wild: Apesar de azarão, tem chances com a fotografia e atriz-mirim Quvenzhané Wallis de apenas 6 aninhos

A pequena produção americana com orçamento estimado em 1 milhão e 800 mil dólares começou sua jornada de reconhecimento no último Festival de Sundance, onde conquistou o Grande Prêmio do Júri – Drama e o prêmio de Fotografia, e em seguida no Festival de Cannes, de onde saiu com os prêmios Un Certain Regard e Golden Camera, que prestigiam uma visão ímpar e a qualidade técnica de um filme, respectivamente.

Agora, comprado pela Fox Searchlight por míseros US$ 2 milhões, deverá ser distribuído pelos EUA com o devido lobby por indicações ao Oscar. Apesar de Quvenzhané Wallis ter apenas 6 anos, a Academia adora indicar novos prodígios como os recentes casos de Abigail Breslin (Pequena Miss Sunshine), Keisha Castle-Hughes (A Encantadora de Baleias) e Haley Joel Osment (O Sexto Sentido).

Também conta a favor da trama ser uma mistura de realidade dura com fantasia. Em 2010, essa mesma ambientação saiu premiada com o Oscar de Roteiro Adaptado e Atriz Coadjuvante para Mo’Nique em Preciosa – Uma História de Esperança. O feito poderia se repetir em 2013.

DJANGO LIVRE (Django Unchained)

Dir: Quentin Tarantino

Django Livre: O escravo contra o mestre. Tarantino promete um western inovador.

Tarantino já ganhou o Oscar de roteiro original em 1995 por Pulp Fiction – Tempo de Violência, mas de lá pra cá, já se aventurou em produções que não têm a cara da Academia: os dois volumes de Kill Bill e À Prova de Morte. Em 2010, seu Bastardos Inglórios foi um forte candidato e levou o Oscar de coadjuvante para a majestosa performance de Christoph Waltz.
Agora, com o western Django Livre, estrelado por Jamie Foxx, Christoph Waltz e Leonardo Di Caprio, Tarantino terá uma nova oportunidade de levar outro Oscar e mostrar que é fã nº1 do western spaghetti Três Homens em Conflito (The Good, The Bad and the Ugly, 1966), de Sergio Leone.

Como se trata de um filme ambientado no velho oeste, tem boas chances nas categorias de Direção de Arte (J. Michael Riva), Figurino (Sharen Davis), Fotografia (Robert Richardson), Som, Roteiro Original e Montagem (o assistente de edição Fred Raskin assumiu o cargo depois que a colaboradora de longa data Sally Menke faleceu em 2010). O burburinho do Oscar também atinge os atores. Jamie Foxx, que já ganhou Melhor Ator por Ray, e Leonardo Di Caprio, já indicado 3 vezes, são possíveis nomes para Ator e Ator Coadjuvante, respectivamente.

Se Tarantino não inseriu elementos pop demais em Django Livre, a Academia pode alavancar ainda mais sua bilheteria com indicações, mas o cinema praticado pelo diretor ainda sofre preconceitos por boa parte dos votantes judeus, mesmo que os tenha “defendido” na versão heróica da 2ª Guerra Mundial em Bastardos Inglórios.

O HOBBIT – UMA JORNADA INESPERADA (The Hobbit: An Unexpected Journey)

Dir: Peter Jackson

O Hobbit: Deu lucro? Volta pra Middle Earth.

Não sou fã da trilogia do Senhor dos Anéis, especialmente o último filme que tem 11 finais, mas seria ignorância da minha parte se não reconhecesse todo o trabalho de Peter Jackson para adaptar J.R.R. Tolkien para o cinema. Jackson elevou o gênero da fantasia a um novo patamar, uma vez que muitos consideravam os livros obras “infilmáveis”. Com o estrondoso sucesso de crítica e público, era apenas questão de tempo para o livro que antecedeu a trilogia, O Hobbit, passasse a ser cogitado como futuro projeto de Peter Jackson. Mas acabou parando nas mãos de outro talentoso diretor de fantasias: Guillermo del Toro.

À princípio, achei que ele não queria mais ver elfos e hobbits pela frente, porém foi uma cirurgia de úlcera que acabou tirando-o da cadeira de diretor. Guillermo, famoso diretor dos filmes de Hellboy e do premiado O Labirinto do Fauno, assumiu o projeto e respirou J.R.R. Tolkien por 2 anos e não aguentou a pressão dos estúdios e prazos de filmagem e lançamento. Sinceramente, achava que del Toro iria conseguir finalizar o filme, mas se você é daquelas pessoas que assiste aos making ofs nos DVDs e blu-rays, sabe que diretor de grandes produções sofre bastante. Entra feliz e animado e sai com expressão de cansaço total e cabelos brancos. Além disso, Guillermo tinha uma sombra muito forte por trás: o próprio Peter Jackson.

Incontáveis fãs nerds que frequentam as conferências de San Diego pediam a cabeça de Guillermo del Toro. Resultado: a voz do consumidor é a voz de Deus! Peter Jackson voltou! Bilionário, com um estômago bem menor, com corpinho mais esbelto e com 3 estatuetas do Oscar em casa. O estúdio ficou tão feliz com seu retorno à série que resolveram comemorar transformando O Hobbit em uma trilogia. Por que lucrar uma vez se você pode lucrar 3 vezes mais? Então aí está: aguente mais 3 anos de hobbits, elfos, gollums, finais melosos e incontáveis indicações ao Oscar.

INSIDE LLWELYN DAVIS

Dir: Ethan Coen e Joel Coen

Inside Llewlyn Davis: Ainda sem fotos do filme, vemos os irmãos Coen no set de filmagem que conta com Carey Mulligan nos anos 60.

Depois que os irmãos Coen ganharam o Oscar de Melhor Filme, Direção e Roteiro Adaptado pelo ótimo Onde os Fracos Não têm Vez em 2008, qualquer filme deles automaticamente se torna um forte candidato ao Oscar. Como cinéfilo e fã da filmografia bem criativa dos irmãos, considero esse reconhecimento tardio mas justo. Até um filme despretensioso como Um Homem Sério (2009) se mostrou uma ótima comédia que foi indicada a Melhor Roteiro Original e Melhor Filme, sem contar as 10 indicações que a refilmagem de Bravura Indômita conseguiu em 2011. Neste Inside Llewlyn Davis, os diretores contam com duas armas para repetir o triunfo no Oscar: filme que se passa nos anos 60, e Carey Mulligan.

Se a jovem atriz britânica não pode mais contar com O Grande Gatsby, ela pode conseguir sua segunda indicação com esta performance. Só esperamos que Justin Timberlake, que contracena com ela, não a atrapalhe. Aliás, será que os Coen conseguem realizar um milagre e fazer Timberlake atuar decentemente? Só isso já merece um Oscar, não?

Além de Mulligan e os irmãos Coen, o filme conta com o produtor Scott Rudin, que desde 2003, já foi indicado 5 vezes ao Oscar (vencendo justamente com o filme dos Coen), e o reconhecido diretor de fotografia Bruno Delbonnel, responsável pelo visual fantástico de O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (2001).

LES MISÉRABLES

Dir: Tom Hooper

Les Miserables: musical com Hugh Jackman.

Parece que depois de Moulin Rouge – Amor em Vermelho (2001), Chicago (2002) e Mamma Mia! (2008), o gênero musical tem voltado ao cenário de Hollywood. E agora, ele volta com pedigree literário. O clássico Les Miserábles de Victor Hugo foi adaptado pelo roteirista indicado ao Oscar de Gladiador, William Nicholson, e regido por Tom Hooper, mais conhecido por seu sucesso O Discurso do Rei.

Apesar de bem comentado e com altas expectativas, devemos considerar que Tom Hooper não tem experiência com musicais. É claro que pode ser um dos filmes mais premiados da temporada, mas pode amargurar no esquecimento devido ao risco. Por outro lado, se depender do elenco, o filme pode alavancar algumas indicações ao Oscar: Hugh Jackman, Russell Crowe e Anne Hathaway protagonizam a adaptação e são boas apostas, especialmente Jackman e Hathaway, pois ambos têm talento musical comprovados (sim, eu sei que Russell Crowe tem uma bandinha…), e já têm uma história de cantar juntos na cerimônia do Oscar. Também existe uma história de que Anne Hathaway cantou I Dreamed a Dream no teste de atores e fez todos chorarem.

Musicais são como boa publicidade. É muito fácil fazer uma mediocridade, mas quando se acerta o tom, podem surgir obras-primas como Cantando na Chuva. Vamos esperar que Tom Hooper acerte em cheio.

MOONRISE KINGDOM (Moonrise Kingdom)

Dir: Wes Anderson

Moonrise Kingdom: Atores já valem o ingresso

Os filmes de Wes Anderson estão um pouco longe de ser uma unanimidade entre os votantes da Academia, pois… digamos que ele tem um humor bastante peculiar. Três é Demais (1998), Os Excêntricos Tenenbauns (2001), A Vida Aquática de Steve Zissou (2004) e Viagem a Darjeeling (2007) são obras singulares, mas a Academia não estava preparada para recebê-las, ainda mais se lembrarmos que comédia nunca foi um gênero forte na premiação. Contudo, o cineasta começa a atingir maturidade e seu nome a se associar aos melhores filmes do ano. Já foi indicado ao Oscar duas vezes: pelo Roteiro Original de Os Excêntricos Tenenbauns e pela ótima animação O Fantástico Sr. Raposo (2009).

Com este novo trabalho, Moonrise Kingdom, ele volta a reunir seus colaboradores habituais Bill Murray e Jason Schwartzman, reunindo mais atores consagrados como Tilda Swinton, Frances McDormand, Edward Norton e Bruce Willis, o que sempre aumenta a atenção dos críticos. O filme fala sobre a paixão de um escoteiro por uma garota, e quando decidem fugir juntos, a cidade inteira se mobiliza para procurá-los. Embora seja uma aposta incerta para o Oscar, tem chances em algumas categorias como Roteiro Original, Trilha Musical (Alexandre Desplat), Figurino, Montagem (Andrew Weisblum) e talvez alguma de atuação.

LINCOLN

Dir: Steven Spielberg

Lincoln: pôster simples, mas que já tem cara de Oscar

Steven Spielberg. Daniel Day-Lewis. Filme sobre presidente. Desses 3 elementos, já podemos tirar uns Oscars da cartola. Lincoln tem tudo para ser um daqueles candidatos recordistas em indicações: Filme, Diretor, Ator, Ator Coadjuvante (que tem vários possíveis nomes como Tommy Lee Jones, Jackie Earle Haley, David Strathairn, John Hawkes, Hal Holbrook), Atriz Coadjuvante (Sally Field), Roteiro Adaptado, Fotografia, Trilha Musical, Montagem, Direção de Arte, Figurino, Som e Maquiagem. Total de 13, tá bom pra você, Spielberg? Depois de sair com as mãos abanando com seu Cavalo de Guerra, a Academia pode se sentir na obrigação de compensá-lo, a menos que o filme seja uma draga… Isso sem contar se não tiver uma canção original na manga. No papel, o status do filme é de vencedor de Melhor Filme, mas como todos os especialistas dizem: o Oscar é imprevisível.

Fui assistir a Cavalo de Guerra com um pé atrás, porque achava que o diretor andava meio enferrujado, e todo aquele episódio de retocar o filme E.T. o Extraterrestre (1982) ainda não me caiu bem. Mas Spielberg não desaprendeu a fazer cinema e com o filme, comprovou que ainda manda bem na catarse. E Lincoln tem todos os ingredientes épicos para fazer os votantes da Academia chorarem nos créditos finais, afinal, o presidente, considerado um dos heróis da nação, foi assassinado friamente, como outro político querido: Kennedy.

Recentemente, escrevi um post sobre os atores dirigidos por Spielberg e o fato curioso de que nenhum deles ganhou o Oscar. Agora, o diretor tem Daniel Day-Lewis em seu filme, um dos melhores profissionais de sua geração, assumindo um papel almejado por incontáveis atores de Hollywood. Lincoln seria a melhor chance do diretor depois de A Lista de Schindler. Será que é desta vez, Spielberg?

THE MASTER

Direção: Paul Thomas Anderson

The Master: Amy Adams (à esq) e Philip Seymour Hoffman (centro) são apostas certeiras com Joaquin Phoenix.

Apesar de Paul Thomas Anderson ter um gosto meio alternativo, seus filmes costumam levar algumas indicações. Foi assim com Boogie Nights – Prazer Sem Limites, Magnólia e Sangue Negro; todos receberam indicações de atuação e Daniel Day-Lewis ganhou seu segundo Oscar pelo último. A única exceção foi Embriagado de Amor, que passou desapercebido pela premiação, porque Adam Sandler não é bem uma unanimidade entre os críticos (particularmente, acho seu melhor trabalho como ator).

The Master se destaca por se tratar de um filme sobre os primórdios da cientologia. Sim, aquela polêmica religião criada pelo autor de ficção científica L. Ron Hubbard, que tem adeptos ilustres como Tom Cruise e John Travolta. Para contar essa interessante história, Anderson convocou um nome igualmente polêmico: Joaquin Phoenix, que parece ter perdido uns parafusos quando anunciou na TV, todo barbudo e de óculos escuros, a aposentadoria da carreira de ator. Juntamente com Philip Seymour Hoffman (Oscar de Ator por Capote) e Amy Adams (3 indicações), forma uma trinca poderosa na corrida ao Oscar. O favoritismo de Phoenix e Hoffman cresceu ainda mais depois que receberam o prêmio Volpi Cup no Festival de Veneza, de onde o diretor também saiu laureado com o Leão de Prata.

A produção também tem boas chances em Melhor Roteiro Original (o próprio Paul Thomas Anderson), Trilha Musical (Jonny Greenwood), Direção de Arte (Jack Fisk e David Crank), Figurino (Mark Bridges, ganhador do Oscar este ano com O Artista)e Montagem. Talvez seja o único capaz de bater Spielberg e Peter Jackson.

SILVER LININGS PLAYBOOK

Direção: David O. Russell

Silver Linings Playbook, de David O. Russell

David O. Russell era considerado um diretor alternativo, assim como Wes Anderson. Mas com o amadurecimento de seus trabalhos, Russell conseguiu destaque e indicações para seu filme O Vencedor (The Fighter, 2010). Não apenas obteve sua primeira indicação ao Oscar como Melhor Diretor, mas seus atores coadjuvantes, Christian Bale e Melissa Leo, saíram premiados daquela cerimônia. Agora, com este Silver Linings Playbook, ele volta a chamar a atenção, mas não somente dos críticos, mas do público, pois ganhou o People’s Choice Awards no último Festival de Toronto, reconhecimento também dado ao vencedor do Oscar O Discurso do Rei.

Baseado no romance de Matthew Quick, o filme acompanha o retorno de Pat Solitano (Bradley Cooper) à casa dos pais depois de ficar internado oito meses numa instituição mental. Ele busca reconstruir sua vida e reconciliação com a ex-mulher que o traiu. No caminho, ele conhece uma jovem chamada Tiffany (Jennifer Lawrence) que se oferece para ajudá-lo em troca de um favor importante para ela. Trata-se de uma história bastante simples, mas pelos comentários e críticas que ouvi, também apresenta elementos bastante humanos que, com a ajuda dos atores em forma, conquistaram o público por onde passou.

Tem se tornado a produção que mais cresceu nessa fase da corrida para o Oscar 2013, ao lado do filme de Ben Affleck, Argo. Além disso, tem boas chances de emplacar indicações para os quatro atores: Bradley Cooper (sim, aparentemente ele é mais do que um candidato a galã de Se Beber, Não Case!), Jennifer Lawrence (a Academia não perderia a oportunidade de ouro de indicá-la como Melhor Atriz com o sucesso de Jogos Vorazes), Jacki Weaver (seria sua segunda indicação depois de Reino Animal) e Robert De Niro (com seu retorno trinufal depois de 20 anos sem indicações ao Oscar).

Claro que o diretor David O. Russell deve voltar a concorrer como Melhor Diretor, mas como a competição está bem acirrada, talvez ele seja “compensado” com o prêmio de Melhor Roteiro Adaptado.

ZERO DARK THIRTY

Direção: Kathryn Bigelow

Zero Dark Thirty: Parece uma imagem da trilogia Bourne, mas ao invés de caçarem o agente, estão atrás de Bin Laden

Depois que Kathryn Bigelow se consagrou com a primeira mulher a ganhar o Oscar de Melhor Diretor, ela teve muitas propostas. Acabou repetindo sua parceria com o roteirista Mark Boal do mesmo Guerra ao Terror (2008) e deram vida ao filme que trata da caça ao líder terrrorista do Al-Qaeda, Osama Bin Laden. A produção já vinha sendo bastante comentada porque recebeu com exclusividade acesso aos arquivos da operação de captura da CIA. Recentemente, os noticiários da TV anunciaram que a estréia do filme foi adiada para depois das eleições presidenciais em novembro por causa de protestos de republicanos, que temem queda nas intenções de voto de Mitt Romney.

Importância história o filme já tem. A fama já o precede. Mas e o filme? Tem toda essa chance no Oscar como teve Guerra ao Terror? Diretor, Roteiro Original, Montagem, Som e Efeitos Sonoros são possibilidades reais, assim, por que não Melhor Filme também? Não deve sair tão vitorioso por se tratar de um filme polêmico desde seu nascimento, mas deve figurar entre os indicados.

——

Claro que a lista pode mudar nos próximos meses até o dia 10 de janeiro, quando as indicações ao Oscar serão anunciadas ao vivo. Existem algumas produções que ainda tem uma porcentagem pequena de figurarem entre os possíveis dez indicados a Melhor Filme. Lembrando que nessa categoria, podem haver de 5 a 10 filmes indicados, dependendo da votação de cada um. Eis alguns filmes que podem ganhar algum fôlego na reta final e um ou outro motivo de não estar na lista definitiva:

Amour, de Michael Haneke. O filme levou a Palma de Ouro em Cannes e tem boas chances de ver seus atores centrais indicados, mas o fato de ser falado em francês deve direcionar suas chances para a categoria de Melhor Filme Estrangeiro, uma vez que é o representante da Áustria.

O Exótico Hotel Marigold, de John Madden. Através da força de seu elenco experiente encabeçado por Judi Dench, este simpático drama senil passado na Índia pode ganhar força entre os votantes mais velhos, ainda mais se suas atrizes foram indicadas. Mas o filme tem cara de que não deve passar da lista de indicados a Melhor Filme – Comédia ou Musical no Globo de Ouro.

O Impossível, de Juan Antonio Bayona. Apesar do lado trágico que pode levar os espectadores às lágrimas, este drama familiar tem sua forte base apoiada nos atores. Naomi Watts tem grandes chances de sua segunda indicação, e Ewan McGregor pode surpreender. Mas como filme, não tem chamado tanta atenção.

The Sessions, de Ben Lewin. Este drama independente também está aqui por causa dos atores, especialmente o protagonista John Hawkes. A história do paciente diagnosticado com pouco tempo de vida e quer perder a virgindade antes de morrer só é comprada por causa de Hawkes. Claro que o elenco também conta com Helen Hunt e William H. Macy, que podem dar uma forcinha no número de indicações.

007 – Operação Skyfall, de Sam Mendes. Eu sei. Como a Academia vai indicar um filme de James Bond? Embora eu seja fã, concordo que esta não seria uma categoria mais propícia ao 23º filme da franquia, mas com os recordes de bilheteria, as críticas positivas, a equipe oscarizada chefiada pelo diretor Sam Mendes e o fato de Bond comemorar 50 anos este ano podem colaborar para a primeira inclusão de um filme de Bond como Melhor Filme. Só para matar sua curiosidade, a franquia de 007 já foi premiada com dois Oscars: Em 1965 pelo Efeitos Sonoros de 007 Contra Goldfinger, e em 1966, pelos Efeitos Visuais de 007 Contra a Chantagem Atômica.

Indicados ao PGA e Encurtando a lista de VFX (Visual Effects)

PGA

PGA

Assim como o SAG Awards, prêmio do Sindicato de Atores, serve como uma prévia para as categorias de atuação no Oscar, o PGA (Producers Guild of America) serve da mesma maneira para a categoria de Melhor Filme. Hoje, saíram os 10 indicados, revelando algumas surpresas e confirmações.

Contudo, antes de revelar os indicados, vale lembrar que este ano, a Academia decidiu que, dependendo da votação, pode não haver 10 filmes finalistas concorrendo a Melhor Filme. Se antes, 10 filmes eram obrigados a preencher as vagas, hoje a regra mudou. Por quê? Na humilde opinião deste cinéfilo e “Oscar freak” (apelido dado pelo meu amigo), a Academia percebeu que nesses 2 anos de 10 indicados, houve um ou outro filme que não merecia concorrer e possivelmente ganhar, mesmo que fosse uma chance em 100 mil. Você, fã de Cinema, que acompanha a cerimônia todo ano, há de concordar que seria quase impossível preencher merecidamente 10 indicações a Melhor Filme, e todos com grandes chances de ganhar. Se às vezes com 5 filmes já é difícil eleger um bom, imagina com 10?!

Obviamente, a Academia, em sua ampla sabedoria, teve essa idéia de aumentar de 5 para 10 filmes indicados a Melhor Filme com o intuito de promover mais filmes, estendendo ainda mais o marketing. Como muitos devem se lembrar, o grande causador dessa mudança foi a ausência de Batman – O Cavaleiro das Trevas na categoria em 2009, uma vez que tinha conseguido 8 indicações. Mas quando anunciaram essa mudança, o então presidente da Academia, Sid Gannis, vendeu essa idéia como uma “volta às origens do Oscar”, já que até 1944, 10 filmes concorriam a Melhor Filme.

Mas este ano, a Academia volta um pouco atrás por causa dessa falta de qualidade nos filmes que podem preencher as cobiçadas vagas, deixando em aberto a quantidade de filmes na categoria de acordo com a porcentagem dos votos (por exemplo, se um filme sequer atingir 5% dos votos, nem deve figurar).

Fazendo um balanço desses 2 anos, tivemos os seguintes indicados a Melhor Filme:

Em 2010

1. Avatar (idem) 2. Um Sonho Possível (The Blind Side) 3. Distrito 9 (District 9) 4. Educação (An Education) 5. Guerra ao Terror (The Hurt Locker) 6. Bastardos Inglórios (Inglourious Basterds) 7. Preciosa (Precious) 8. Um Homem Sério (A Serious Man) 9. Up – Altas Aventuras (Up) 10. Amor Sem Escalas (Up in the Air)

Gostei que Distrito 9, um filme de ficção científica sobre extraterrestres na África do Sul, foi indicado, mas Um Sonho Possível?? Eu também tiraria Preciosa, um melodrama choroso e supérfluo, e Up – Altas Aventuras por já concorrer como Melhor Animação e também por não ser um trabalho tão primoroso da Pixar.

Em 2011

1. 127 Horas (127 Hours) 2. Cisne Negro (Black Swan) 3. O Vencedor (The Fighter) 4. A Origem (Inception) 5. Minhas Mães e Meu Pai (The Kids Are All Right) 6. O Discurso do Rei (The King’s Speech) 7. A Rede Social (Social Network) 8. Toy Story 3 (idem) 9. Bravura Indômita (True Grit) 10. Inverno da Alma (Winter’s Bone)

O remake de Bravura de Indômita só esteve indicado por causa da importância dos irmãos Coen e porque coletou mais 9 indicações, mas não acho que mereça estar na lista. Quem viu o original sabe que tem muita coisa copiada e que, com todo respeito ao Jeff Bridges, ninguém se compara a John Wayne. Mas a menina Hailee Steinfeld consegue superar Kim Darby no papel de Mattie Ross. Já o drama Inverno da Alma, apesar de ter sua qualidade de filme independente, nitidamente está apenas preenchendo uma vaga.

É claro que em se tratando de escolhas, nunca dá pra agradar a todos. Mas a Academia quer, com essa decisão de reduzir os indicados, tentar evitar uma catástrofe acidental. Vamos imaginar a seguinte hipótese: digamos que o filme Alvin e os Esquilos 3 preencheu uma das 10 vagas para Melhor Filme. Automaticamente, ele terá chances reais de ganhar, mas improvavéis se considerarmos o trabalho. Mas vai que os membros da Academia ficam indignados e se juntam pra votar no Alvin e os Esquilos 3 como forma de protesto (assim como elegeram o Tiririca deputado)? A Academia perderia todo o prestígio e fecharia no dia seguinte!

Então, talvez a solução ideal seria essa de indicar apenas a quantidade de filmes que passaram dessa “nota de corte”. Apesar de poder soar bastante estranho, por exemplo, 7 indicados a Melhor Filme, evitaria acidentes de percurso. Mas, para isso acontecer de forma harmoniosa, os membros devem votar com bastante critério fílmico (e não comercial). Impossível também?

Os indicados do PGA Awards são:

– O Artista (The Artist)

– Missão Madrinha de Casamento (Bridesmaids)

– Os Descendentes (The Descendants)

– Millennium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres (The Girl With the Dragon Tattoo)

– Histórias Cruzadas (The Help)

– A Invenção de Hugo Cabret (Hugo)

– Tudo Pelo Poder (The Ides of March)

– Meia-Noite em Paris (Midnight in Paris)

– O Homem que Mudou o Jogo (Moneyball)

– Cavalo de Guerra (War Horse)

Meia-Noite em Paris: Woody Allen de volta com estilo

Apesar de só ter visto da lista Meia-Noite em Paris, que aliás é bastante merecedor da indicação e traz Woody Allen em forma, acredito que muitos pensaram como eu: Missão Madrinha de Casamento? Ok, já ouvi boas críticas em relação ao filme, mas acho que ficou um pouco deslocado. Não que A Árvore da Vida fosse o melhor substituto para a comédia, mas pelos prêmios que vem recebendo, o filme de Terrence Malick (ou melhor, a ausência dele) foi a maior surpresa. Tudo bem, se formos parar pra pensar, A Árvore da Vida seria mais um filme autoral de Malick do que de um produtor.

Já na categoria de Melhor Filme de Animação, temos:

– As Aventuras de Tintim (The Adventures of Tintin)

Rango: Referências a Sergio Leone

– Carros 2 (Cars 2)

– O Gato de Botas (Puss in Boots)

– Kung Fu Panda 2 (idem)

– Rango (idem)

A briga deve ficar entre Tintim e Rango. Vi recentemente Rango e se mostrou uma animação muito boa, repleta de referências do mundo western, além de contar com o inestimável carisma de Johnny Depp, que dubla o protagonista camaleão. Falta conferir a adaptação feita com motion capture do personagem famoso do belga Hergé, dirigida por Steven Spielberg. Não gostei da técnica em O Expresso Polar, de Robert Zemeckis, por causar uma impressão um tanto artifical de movimentos, mas gostei em A Casa Monstro, de Gil Kenan. Como terá se saído Spielberg? De qualquer forma, as imagens do trailer impressionam pela qualidade dos efeitos utilizados.

Bom, como reportado num post anterior, 15 filmes tinham sido pré-selecionados para competir na categoria Melhores Efeitos Visuais. Contudo, com a nova lista divulgada hoje, 5 filmes dão adeus à indicação. Os 10 filmes finalistas são:

– Capitão América – O Primeiro Vingador

– Harry Potter e as Relíquias Macabras – Parte 2

– A Invenção de Hugo Cabret

– Missão: Impossível 4 – Protocolo Fantasma

– Piratas do Caribe – Navegando em Águas Misteriosas

– Gigantes de Aço

– Planeta dos Macacos: A Origem

– Transformers – O Lado Oculto da Lua

– A Árvore da Vida

– X-Men: Primeira Classe

Saíram da competição: 1. Cowboys & Aliens 2. Sherlock Holmes 2 3. Sucker Punch – Mundo Surreal 4. Super 8 5. Thor. Muita gente elegeu em fóruns de discussão que os efeitos de Sucker Punch – Mundo Surreal eram os melhores. Discordo. Os efeitos lembram aqueles de Capitão Sky e o Mundo do Amanhã (2004), no qual tudo parece estar envolto numa neblina e escuridão para disfarçar as deficiências. Curiosamente, os efeitos de Sucker Punch lembram os de 300, ambos do mesmo diretor Zack Snyder, que adora um blue/green screen para lotar de efeitos, que nem sempre são necessários.

Alguns dados curiosos dos 10 finalistas: 2 dos 7 filmes do Harry Potter receberam indicação de efeitos, mas nunca ganharam nada, por isso mesmo, pode ser considerado o grande favorito. Todos os 3 filmes anteriores da série Piratas do Caribe foram indicados, mas apenas o segundo, Piratas do Caribe – O Baú da Morte (2006), ganhou. Já as séries Missão: Impossível, X-Men e Planeta dos Macacos nunca foram indicadas.

Andy Serkis dando vida ao chimpanzé Cesar

Contudo, vale ressaltar que os macacos dos filmes anteriores da série Planeta dos Macacos eram todos feitos com excelente trabalho de maquiagem, que chegou a ganhar um Oscar Honorário em 1969, recebido pelo criador do design de maquiagem, John Chambers. E agora, este Planeta dos Macacos: A Origem passa a utilizar a mesma técnica para criar o Gollum da trilogia O Senhor dos Anéis e o recente King Kong para criar o macaco Cesar. Como na foto acima, a técnica motion capture aplica pontos de expressão de um ator, no caso o ótimo Andy Serkis (que fez o Gollum e King Kong), e transpõe num personagem animado em 3D. O guru desta técnica, Joe Letteri, já ganhou 4 Oscar por O Senhor dos Anéis – As Duas Torres (2002), O Senhor dos Anéis – O Retorno do Rei (2003), King Kong (2005) e Avatar (2009), ou seja, nome de peso para enfrentar Harry Potter.

Os 5 indicados da categoria só serão conhecidos no dia 24 de janeiro de 2012, quando as indicações ao Oscar serão divulgadas. A cerimônia ocorre no dia 26 de Fevereiro, com Billy Crystal  como host.

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