ROMENO ‘BAD LUCK BANGING OR LOONY PORN’ VENCE o URSO DE OURO em BERLIM

COMÉDIA ROMENA SOBRE PRÉ-JULGAMENTO CONQUISTA JÚRI COMPOSTO POR VENCEDORES ANTERIORES

Nesta primeira edição online do Festival de Berlim, tivemos apenas 15 filmes selecionados oficialmente (normalmente são cerca de 18) e o júri foi composto exclusivamente por vencedores do Urso de Ouro. O maior destaque da seleção havia sido o novo filme da diretora francesa Céline Sciamma (conhecida mundialmente por Retrato de uma Jovem em Chamas), Petite Maman, mas curiosamente foi um dos poucos filmes que saiu do evento sem nenhum prêmio.

Talvez o fato do festival alemão ter um histórico de filmes mais políticos ou politizados tenha desfavorecido Sciamma, mas felizmente o júri tinha bom humor para reconhecer uma comédia romena com o Urso de Ouro. Bad Luck Banging or Loony Porn (que poderia ser traduzido livremente como ‘Azar na Transa ou Pornografia Maluca’) acompanha a professora Emi, que tem sua vida e carreira ameaçadas após um vídeo de sexo ter vazado na internet. Apesar da forte pressão da escola e dos pais dos alunos, ela se recusa a se render.

Pra quem conhece ou já viu um dos filmes do diretor Radu Jude (aliás, ele ganhou o prêmio de Direção em 2015 por Aferim!, que é ótimo), sabe que ele tem um senso de humor incomum, sutil e sofisticado. O júri defendeu sua escolha dizendo que o filme tem “a rara e essencial qualidade de uma obra duradoura. Ele captura na tela o próprio conteúdo e essência, a mente e o corpo, os valores e a carne crua de nosso presente momento. Deste exato momento da existência humana”. Obviamente, não vi o filme, mas vendo o trailer, é possível dizer que se trata de uma sátira sobre esse julgamento moral existente em redes sociais e na opinião pública que pode facilmente destruir uma vida. Segue link abaixo para o trailer em inglês:

Considerado o 2º lugar, o Grande Prêmio do Júri foi para o filme japonês Wheel of Fortune and Fantasy (traduzindo livremente “A Roda da Fortuna e da Fantasia”), que narra três histórias sobre amor centradas em personagens femininas. Em 2018, Asako I e II foi um dos meus filmes favoritos, então tenho expectativas para este novo trabalho de Ryusuke Hamaguchi. Com histórias delicadas e bem humoradas, o diretor trabalha como poucos o lado singelo e lúdico que merece mais reconhecimento.

O cinema sul-coreano de Hong Sang-soo foi novamente premiado. Embora o autor tenha se tornado uma figura carimbada em festivais internacionais nos últimos anos, sempre tem batido na trave quando se trata de prêmio máximo. Já venceu prêmio de Direção em Berlim, Un Certain Regard em Cannes e indicado na mostra Horizontes em Veneza, mas ainda está faltando aquele prêmio para consagrar sua carreira. Nesta edição de Berlim, seu filme Introduction levou o prêmio de Melhor Roteiro sobre um homem que viaja para a Alemanha para surpreender sua namorada.

Fugindo da tradição, o festival alterou as categorias de atuação. Ao invés de premiar atuações masculinas e femininas, o reconhecimento foi para personagem primário e secundário. Maren Eggert foi eleita a Melhor Atriz ao interpretar uma cientista que se submete a um experimento de conviver por três semanas com um robô humanóide para obter fundos para sua pesquisa na comédia I’m Your Man. Já como Coadjuvante, a jovem Lilla Kizlinger foi reconhecida pelo filme Forest – I See You Everywhere.

Vale lembrar que a 71ª edição de Berlim ainda não acabou. Entre 09 e 20 de Junho, o evento será presencial com público, ainda respeitando as normas sanitárias da pandemia.

Confira todos os vencedores do Festival de Berlim:

URSO DE OURO
Bad Luck Banging or Loony Porn
Dir: Radu Jude

GRANDE PRÊMIO DO JÚRI
Wheel of Fortune and Fantasy
Dir: Ryusuke Hamaguchi

PRÊMIO DO JÚRI
Mr Bachmann and His Class
Dir: Maria Speth

DIREÇÃO
Dénes Nagy (Natural Light)

ATUAÇÃO PRIMÁRIA
Maren Eggert (I’m Your Man)

ATUAÇÃO SECUNDÁRIA
Lilla Kizlinger (Forest – I See You Everywhere)

ROTEIRO
Hong Sangsoo (Introduction)

CONTRIBUIÇÃO ARTÍSTICA
Yibrán Asuad pela montagem de A Cop Movie, de Alonso Ruizpalacios

MOSTRA PARALELA ENCONTROS

MELHOR FILME
We
Dir: Alice Diop

PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI
Taste
Dir: Lê Bảo

MELHOR DIREÇÃO
The Girl and the Spider
Dir: Ramon Zürcher, Silvan Zürcher


Social Hygiene
Dir: Denis Côté

MENÇÃO ESPECIAL
Rock Bottom Riser
Dir: Fern Silva

FESTIVAL DE BERLIM DIVULGA sua SELEÇÃO OFICIAL

Cena do filme Petite Maman, de Céline Sciamma.

EM SUA 1ª EDIÇÃO NA PANDEMIA, EVENTO ALEMÃO BUSCA ADAPTAÇÕES PARA NÃO SER CANCELADO

A 71ª edição do Festival de Berlim acaba de anunciar os filmes selecionados para competição oficial. Neste ano, a seleção foi mais enxuta com apenas 15 títulos (em 2020 foram 18), representando 16 países, e dentre eles 5 foram dirigidos por mulheres (alguns co-dirigidos).

“Se a Competição oferece um retrato do cinema de como é e como será, podemos dizer que a perturbação provocada pelos acontecimentos de 2020 levou os cineastas a aproveitarem o máximo dessa situação e a criarem filmes profundamente pessoais. Esta competição é menos rica em números, mas muito densa em conteúdo e estilo,” comentou o diretor artístico Carlo Chatrian.

Esta edição também será diferente devido à pandemia, pois será realizada em duas etapas. No início de Março, teremos a parte que envolve o Mercado Cinematográfico, no qual serão negociados os direitos de exibição entre as distribuidoras de forma online. Já entre 09 e 20 de Junho, ocorrerá o festival físico com público, mas ainda respeitando as normas sanitárias. “Queremos oferecer um gostinho das celebrações em Junho quando todos nós poderemos nos encontrar nos cinemas novamente,” defendeu a diretora executiva Mariette Rissenbeek.

E ao contrário das edições anteriores, o júri foi formado apenas por vencedores do Urso de Ouro recentemente. Ao todo são seis: o diretor iraniano Mohammad Rasoulof (There Is No Evil), a israelense Nadav Lapid (Sinônimos), a romena Adina Pintilie (Touch Me Not), o húngaro Ildikó Enyedi (On Body and Soul), o italiano Gianfranco Rosi (Fire at Sea) e a bósnia Jasmila Žbanić (Grbavica).

Da seleção, o novo filme da francesa Céline Sciamma, Petite Maman, é o que mais chama a atenção, já que ela ainda está muito em evidência depois do sucesso de Retrato de uma Jovem em Chamas, mas vale destacar também os novos trabalhos de Hong Sangsoo, Xavier Beauvois e a estreia na direção do ator alemão Daniel Brühl.

INDICADOS AO URSO DE OURO:

  • Albatros (Drift Away)
    Dir: Xavier Beauvois
    França
  • Babardeală cu buclucsau porno balamuc (Bad Luck Banging or Loony Porn)
    Dir: Radu Jude
    Romênia/Luxemburgo/Croácia/República Tcheca
  • Fabian oder Der Gang vor die Hunde (Fabian – Going to the Dogs)
    Dir: Dominik Graf
    Alemanha
  • Ghasideyeh gave sefid (Ballad of a White Cow)
    Dir: Behtash Sanaeeha, Maryam Moghaddam
    Irã/França
  • Guzen to sozo (Wheel of Fortune and Fantasy)
    Dir: Ryusuke Hamaguchi
    Japão
  • Herr Bachmann und seine Klasse (Mr Bachmann and His Class)
    Dir: Maria Speth
    Alemanha
  • Ich bin dein Mensch (I’m Your Man)
    Dir: Maria Schrader
    Alemanha
  • Inteurodeoksyeon (Introduction)
    Dir: Hong Sang-soo
    Coréia do Sul
  • Memory Box
    Dir: Joana Hadjithomas, Khalil Joreige
    França/Líbano/Canadá/Catar
  • Nebenan (Next Door)
    Dir: Daniel Brühl
    Alemanha
  • Petite Maman
    Dir: Céline Sciamma
    França
  • Ras vkhedavt, rodesac cas vukurebt? (What Do We See When We Look at the Sky?)
    Dir: Alexandre Koberidze
    Alemanha/Geórgia
  • Rengeteg – mindenhol látlak (Forest – I See You Everywhere)
    Dir: Bence Fliegauf
    Hungria
  • Természetes fény (Natural Light)
    Dir: Dénes Nagy
    Hungria/Letônia/França/Alemanha
  • Una Película de Policías (A Cop Movie)
    Dir: Alonso Ruizpalacios
    México

‘OS MISERÁVEIS’ CONQUISTA MELHOR FILME no CÉSAR AWARDS. POLANSKI LEVA DIREÇÃO

Les Miserables

À direita, o diretor Ladj Ly agradece ao prêmio César de Melhor Filme para Les Misérables (pic by Teller Report)

EM ANO DE CONTROVÉRSIA, FILME SOBRE DESIGUALDADE SOCIAL QUASE FICA DE ESCANTEIO

Antes de começar a falar sobre o César Awards, o Oscar francês, gostaria de agradecer ao amigo Antonio Lopes Moraes, que nesta semana me questionou sobre os motivos de nunca ter escrito sobre o César. Como discutimos, a premiação francesa tem histórico de alguns problemas crônicos como o fato da própria mídia internacional não dar muita bola, a data no calendário não ajudar, o visual do próprio prêmio parecer uma obra de 15 artistas diferentes, e provavelmente o maior de todos: ao contrário das premiações televisionadas como o Oscar e o BAFTA, era quase impossível assistir aos filmes indicados antes de acompanhar o evento ao vivo.

Claro que ainda é difícil conferir todos os filmes, mas esse cenário mudou um pouco este ano com a presença de Retrato de uma Jovem em Chamas, Os Miseráveis e animação Perdi Meu Corpo, já que permearam a temporada de premiações e foram melhor divulgados em campanhas publicitárias nos últimos meses.

ACADEMIA FRANCESA EM CHAMAS

Há duas semanas, a diretoria da Academia Francesa havia renunciado por considerar que o sistema de votação era injusto e pouco transparente, o que contribuiu para as 12 indicações para o novo filme de Roman Polanski, O Oficial e o Espião, que se tornou o recordista desta 45ª edição do prêmio. “Para honrar os que fizeram filmes em 2019, para reconquistar serenidade e tornar o evento de cinema uma celebração, o conselho de diretores tomou uma decisão unânime de renunciar”, anunciaram em nota oficial.

Apesar da renúncia e de protestos feministas, o filme se tornou um sucesso de bilheteria na França, inclusive se tornando a maior estréia da carreira do diretor, e agora leva 3 prêmios Cesár: Figurino, Roteiro Adaptado e Direção para Polanski. Há dois dias, o diretor anunciou que não compareceria à festa pra evitar um possível linchamento. E toda a equipe do filme também não participou da festa, provavelmente em solidariedade ao seu diretor… ou com receio de uma retaliação colateral.

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A atriz Emmanuelle Bercot a diretora Claire Denis apresentam e recebem o prêmio de Direção em nome de Polanski no César Awards (pic by https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2020/02/roman-polanski-vence-premio-de-melhor-diretor-e-atrizes-se-retiram-da-cerimonia-em-protesto.shtml)

Após a revelação de Polanski como vencedor do César, várias pessoas abandonaram o teatro, sendo uma delas a atriz Adèle Haenel, de Retrato de uma Jovem em Chamas. Revoltada, ela teria declarado: “Premiar Polanski é o mesmo que cuspir na cara de todas as vítimas. Quer dizer que estuprar mulheres não é um problema”. Lembrando que Haenel participa ativamente do movimento #MeToo, e recentemente denunciou o diretor francês Christophe Ruggia, que teria abusado dela em 1991, quando ela tinha apenas 12 anos. Segue link de vídeo da atriz saindo do recinto logo após a premiação de Diretor e antes de Melhor Filme:

Se antes essa divisão entre pessoa e artista já era complicada, agora ficou ainda mais difícil. Você consegue assistir a um filme de Roman Polanski sem misturar o profissional do pessoal? Ou aquela pergunta hipotética: você compraria e penduraria um quadro na sua casa pintado por um criminoso condenado? A atriz Brigitte Bardot consegue sem qualquer problema, defendendo o diretor: “Deveríamos agradecer por Polanski estar vivo e salvando o cinema francês da mediocridade”.

O Ministro da Cultura da França, Franck Riester, chegou a comentar antes do César Awards que premiar Polanski passaria a mensagem errada para o mundo. Mas será que todos que supostamente votaram nele tinham intuito de passar a mensagem de que esse crime dele já prescreveu? Acreditamos que muitos votaram pelo trabalho de direção dele. Lembrando que o Festival de Veneza já havia concedido o Leão de Prata de Diretor para o filme em setembro passado.

Mesmo que haja reuniões futuras na Academia Francesa (são cerca de 4.300 membros atualmente), consideramos delicada a situação por haver inúmeros argumentos e pontos de vista que podem não levar a lugar algum, ainda mais se a discussão chegar ao nível de ética e moral. Mas pelo menos, nessa mesma reunião, poderiam decidir uma nova data no calendário, repensar na distribuição dos filmes fora da Europa, e claro, chamarem um único artista plástico pra remodelar esse prêmio.

César award

Dê sua opinião sincera sobre o design do prêmio César

E você achava que Hollywood e a Academia Americana já tinham problemas o suficiente com a ausência de mulheres na categoria de Direção…

PRÊMIOS DA NOITE

O grande vencedor da noite foi Os Miseráveis, filme de estréia do diretor Ladj Ly, que começou sua trajetória de sucesso no Festival de Cannes ocorrido em Maio de 2019, de onde saiu com o prêmio do Júri, dividido com o brasileiro Bacurau. Além de ter sido indicado ao Oscar de Filme Internacional este ano, Os Miseráveis venceu como Melhor Filme, Melhor Montagem e Melhor Revelação Masculina para o ator Alexis Manenti.

Filmado no estilo realista, o longa aborda a tensa relação de uma patrulha policial no subúrbio de Montfermeil com os habitantes da região durante uma prisão supostamente simples. Inspirado nos tumultos ocorridos em 2005, Ladj Ly buscou destacar o abismo social e racial enraizada na história e cultura da França.

Também com três prêmios, além de O Oficial e o Espião, tivemos o drama La Belle Époque, que conquistou os prêmios de Roteiro Original, Design de Produção e Atriz Coadjuvante para a veterana Fanny Ardant. A trama seria uma mistura de artifícios teatrais e reconstrução de época para os personagens reviverem a fase desejada de suas vidas. Infelizmente, ainda não há data de estréia aqui no Brasil, mas caso aconteça, Maio e Junho devem ser os meses mais propícios.

Indicado a 10 Césars, Retrato de uma Jovem em Chamas saiu apenas com o prêmio de Fotografia para Claire Mathon. Muitos reclamaram da injustiça na categoria de Atriz, mas a derrota foi compreensível, já que as duas atrizes do filme competiram juntas, o que certamente dividiu os votos. Acredito que se Céline Sciamma tivesse sido premiada como Diretora, a revolta seria beeem menor. Mas no final, sem querer soar como teoria conspiratória, até parece que foi manipulação da Academia Francesa premiar Polanski justamente para causar burburinho na mídia e chamar atenção de todos.

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Vencedora de Melhor Atriz, Anaïs Demoustier por Alice and The Mayor (pic by https://world.smiilee.com/)

E por último, vale ressaltar os dois prêmios conquistados pela bela animação Perdi Meu Corpo: Melhor Longa de Animação e Melhor Trilha Original para Dan Levy. Disponível na Netflix, este singelo trabalho merecia ser reconhecido na temporada, já que o centro das atenções foi o embate entre Klaus e Toy Story 4. E a trilha merecia ter sido indicada ao Oscar…

E, claro, na categoria de Filme Estrangeiro, deu Parasita novamente. O elenco e o diretor Bong Joon Ho não estavam presentes, mas enviaram um vídeo de agradecimento em volta de uma mesa brindando e bebendo. Essa ressaca vai durar até 2021… rs

Seguem os vencedores do 45º César Awards:

MELHOR FILME
LA BELLE ÉPOQUE (La Belle Époque), de Nicolas Bedos
GRAÇAS A DEUS (Grâce à Dieu), de François Ozon
THE SPECIALS (Hors Normes), de Eric Toledano, Olivier Nakache
O OFICIAL E O ESPIÃO (J’Accuse), de Roman Polanski
OS MISERÁVEIS (Les Miserables) Ladj Ly
RETRATO DE UMA JOVEM EM CHAMAS (Portrait de la Jeune Fille en feu), de Céline Sciamma
OH MERCY! (Roubaix, une Lumière), de Arnaud Desplechin

MELHOR DIREÇÃO
Nicolas Bedos (La Belle Époque)
François Ozon (Graças a Deus)
Eric Toledano, Olivier Nakache (The Specials)
Roman Polanski (O Oficial e o Espião)
Ladj Ly (Os Miseráveis)
Céline Sciamma (Retrato de uma Jovem em Chamas)
Arnaud Desplechin (Oh Mercy!)

MELHOR ATRIZ
Anaïs Demoustier (Alice and The Mayor)
Eva Green (Proxima)
Adele Haenel (Retrato de uma Jovem em Chamas)
Chiara Mastroianni (Quarto 212)
Noémie Merlant (Retrato de uma Jovem em Chamas)
Doria Tillier (La Belle Époque)
Karin Viard (The Perfect Nanny)

MELHOR ATOR
Daniel Auteuil (La Belle Époque)
Damien Bonnard (Os Miseráveis)
Vincent Cassel (The Specials)
Jean Dujardin (O Oficial e o Espião)
Reda Kateb (The Specials)
Melvil Poupaud (Graças a Deus)
Roschdy Zem (Oh Mercy!)

Roschdy Zem

Vencedor de Melhor Ator: Roschdy Zem por Oh Mercy! (pic by https://www.moustique.be/)

MELHOR FILME ESTRANGEIRO
Dor e Glória, de Pedro Almodovar
O Jovem Ahmed, de Jean-Pierre e Luc Dardenne
Coringa, de Todd Phillips
Lola vers la mer, de Laurent Micheli
Era Uma Vez em… Hollywood, de Quentin Tarantino
Parasita, de Bong Joon-Ho
O Traidor, de Marco Bellocchio

MELHOR FILME DE ESTRÉIA
Atlantique, de Mati Diop
In the Name of the Land, de Edouard Bergeon
Alerta Lobo, de Antonin Baudry
Os Miseráveis, de Ladj Ly
Papicha, de Mounia Meddour

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
Nicolas Bedos (La Belle Époque)
François Ozon (Graças a Deus)
Eric Toledano, Olivier Nakache (The Specials)
Ladj Ly, Giordano Gederlini, Alexis Manenti (Os Miseráveis)
Céline Sciamma (Retrato de uma Jovem em Chamas)

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
Costa-Gavras (Adults in the Room)
Roman Polanski, Robert Harris (O Oficial e o Espião)
Jeremy Clapin, Guillaume Laurent (Perdi Meu Corpo)
Arnaud Desplechin, Lea Mysius (Oh Mercy!)
Dominik Moll, Gilles Marchand (Only the Animals)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Fanny Ardant (La Belle Époque)
Josiane Balasko (Graças a Deus)
Laure Calamy (Only the Animals)
Sara Forestier (Oh Mercy!)
Hélène Vincent (The Specials)

MELHOR ATOR COADJUVANTE
Swann Arlaud (Graças a Deus)
Grégory Gadebois (O Oficial e o Espião)
Louis Garrel (O Oficial e o Espião)
Benjamin Lavernhe (Amor à Segunda Vista)
Denis Ménochet (Graças a Deus)

MELHOR REVELAÇÃO FEMININA
Luàna Bajrami (Retrato de uma Jovem em Chamas)
Céleste Brunnquell (The Dazzled)
Lyna Khoudri (Papicha)
Nina Meurisse (Camille)
Mama Sané (Atlantique)

MELHOR REVELAÇÃO MASCULINA
Anthony Bajon (In the Name of the Land)
Benjamin Lesieur (The Specials)
Alexis Manenti (Os Miseráveis)
Liam Pierron (School Life)
Djebril Zonga (Os Miseráveis)

MELHOR LONGA DE ANIMAÇÃO
The Bears’ Famous Invasion of Sicily, de Lorenzo Mattotti
Os Olhos de Cabul, de Zabou Breitman
Perdi Meu Corpo, de Jérémy Clapin

MELHOR MONTAGEM
Anna Danché, Florent Vassault (La Belle Époque)
Laure Gardette (Graças a Deus)
Dorian Rigal-Ansous (The Specials)
Hervé de Luze (O Oficial e o Espião)
Flora Volpelière (Os Miseráveis)

MELHOR FOTOGRAFIA
Nicolas Bolduc (La Belle Époque)
Pawel Edelman (O Oficial e o Espião)
Julien Poupard (Os Miseráveis)
Claire Mathon (Retrato de uma Jovem em Chamas)
Irina Lubtchansky (Oh Mercy!)

MELHOR FIGURINO
Emmanuelle Youchnovski (La Belle Époque)
Thierry Delettre (Cyrano Mon Amour)
Pascaline Chavanne (O Oficial e o Espião)
Alexandra Charles (Joan of Arc)
Dorothée Guiraud (Retrato de uma Jovem em Chamas)

MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO
Stéphane Rozenbaum (La Belle Époque)

Benoît Barouh (Alerta Lobo)
Franck Schwarz (Cyrano mon Amour)
Jean Rabasse (O Oficial e o Espião)
Thomas Grézaud (Retrato de uma Jovem em Chamas)

MELHOR TRILHA MUSICAL ORIGINAL
Fatima Al Qadiri (Atlantique)
Alexandre Desplat (O Oficial e o Espião)
Dan Levy (Perdi Meu Corpo)
Marco Casanova, Kim Chapiron (Os Miseráveis)
Grégoire Hetzel (Oh, Mercy!)

MELHOR SOM
Rémi Daru, Séverin Favriau, Jean-Paul Hurier (La Belle Époque)
Nicolas Cantin, Thomas Desjonquères, Raphael Mouterde, Olivier Goinard, Randy Thom  (Alerta Lobo)
Lucien Balibar, Aymeric Devoldère, Cyril Holtz, Niels Barletta (O Oficial e o Espião)
Arnaud Lavaleix, Jérôme Gonthier, Marco Casanova (Os Miseráveis)
Julien Sicart, Valérie de Loof, Daniel Sobrino (Retrato de uma Jovem em Chamas)

MELHOR DOCUMENTÁRIO
68, mon père et les clous, de Samuel Bigiaoui
La cordillère des songes, de Patricio Guzman
Lourdes, de Thierry Demaizière, Alain Teurlai
M, de Yolande Zauberman
Wonder Boy Olivier Rousteing, né sous X, de Anissa Bonnefont

MELHOR CURTA-METRAGEM
Beautiful Loser
Chien Bleu
Le Chant d’Ahmed
Nefta Futebol Clube
Pile Poil

MELHOR CURTA DE ANIMAÇÃO
This Magnificent Cake!
Je Sors Acheter des Cigarettes
La Nuit des sacs Plastiques
Make it Soul

 

‘JOJO RABBIT’ e ‘MALÉVOLA: DONA DO MAL’ VENCEM o PRÊMIO do SINDICATO de FIGURINISTAS

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Vencedores do CDG Awards: Entre Facas e Segredos, Jojo Rabbit e Malévola: Dona do Mal

COM EXCELENTE APROVEITAMENTO COM O OSCAR, CDG PODE TER SUA PRIMEIRA DIVERGÊNCIA EM ANOS

Na noite desta segunda, dia 28, o sindicato de Figurinistas (Costume Designers Guild) entregou seus prêmios para as produções de cinema e de televisão. Assim como o sindicato de Diretores de Arte (ADG), o prêmio se divide em três categorias: Contemporâneo, De Época e Ficção Científica/Fantasia.

Nos últimos cinco anos, houve um aproveitamento de 100% da CDG, já que pelo menos um dos três vencedores acabou levando o Oscar de Melhor Figurino, sendo a última Ruth E. Carter por Pantera Negra, que venceu o CDG de Melhor Figurino de Ficção Científica/Fantasia. Falando na figurinista, ainda não entendemos a sua exclusão do Oscar este ano por seu belo trabalho em Meu Nome é Dolemite, que recria as roupas extravagantes da onda Blaxploitation dos anos 70, assim como não entendemos as indicações para Mark Bridges (pelo figurino do protagonista Coringa) e Mayes C. Rubeo (por figurinos de nazistas em Jojo Rabbit), que acabou levando o prêmio.

Em seu discurso de agradecimento, Rubeo disse: “Nós estamos colocando o México num patamar diferente.” Rubeo se tornou a primeira latina indicada ao Oscar de Figurino, que tem Jacqueline Durran como franco-favorita por Adoráveis Mulheres, que sequer foi indicada ao CDG. Existe uma forte possibilidade dos vencedores do CDG deste ano não levarem o Oscar, o que não acontece desde 2012, quando O Artista levou o Oscar.

Não costumamos fazer isso, mas gostaríamos de ilustrar através de nossas preferências de figurinos elegíveis, como a Academia poderia ter diversificado os indicados da categoria mas sem perder a qualidade. Nossas escolhas buscam também fugir do lugar comum dos figurinos como por exemplo o trabalho de Midsommar, que criou todo um visual para a cerimônia festiva da Suécia. Se indicassem, seria uma bela forma de prestigiar trabalhos diferentes e atrair a atenção do público.

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Trabalho esnobado de Andrea Flesch em Midsommar (pic by IMDb)

INDICADOS AO OSCAR NOSSAS PREFERÊNCIAS
O Irlandês Meu Nome é Dolemite
Jojo Rabbit Midsommar
Coringa Retrato de uma Jovem em Chamas
Adoráveis Mulheres Rocketman
Era Uma Vez em… Hollywood Shadow

Na cerimônia do CDG, Charlize Theron recebeu um dos prêmios especiais chamado Spotlight. No palco, a atriz agradeceu todos figurinistas com quem já trabalhou e brincou que ela ainda usa os vestidos que Colleen Atwood criou para ela no filme Branca de Neve e o Caçador. “Todo dia eu uso e meus filhos adoram!”, revelou Theron.

SEGUEM OS VENCEDORES DO 22º CDG AWARDS:

FILME CONTEMPORÂNEO
Jenny Eagan (Entre Facas e Segredos)

FILME DE ÉPOCA
Mayes C. Rubeo (Jojo Rabbit)

FILME DE FICÇÃO CIENTÍFICA/FANTASIA
Ellen Mirojnick (Malévola: Dona do Mal)

SÉRIE CONTEMPORÂNEA
Debra Hanson (Schitt’s Creek) – Episódio: The Dress

SÉRIE DE ÉPOCA
Donna Zakowska (The Marvelous Mrs. Maisel) –  Episódio: It’s Comedy or Cabbage

SÉRIE DE FICÇÃO CIENTÍFICA/FANTASIA
Michele Clapton (Game of Thrones)  – Episódio: The Iron Throne

SÉRIE DE REALITY SHOW, VARIEDADES E TV AO VIVO
Marina Toybina (The Masked Singer: Season Finale: And the Winner Takes It All and Takes It Off)

SHOWS DE CURTA DURAÇÃO
Christopher Lawrence (United Airlines: “Star Wars Wing Walker”, commercial)

NOSSAS APOSTAS para o GLOBO DE OURO 2020!

COM RICKY GERVAIS COMO HOST, E TOM HANKS E ELLEN DEGENERES HOMENAGEADOS, A 77ª CERIMÔNIA DO GLOBO DE OURO ACONTECE HOJE, A PARTIR DAS 22H, HORÁRIO DE BRASÍLIA, COM TRANSMISSÃO PELO CANAL PAGO TNT.

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‘O Irlandês’ parece ser a melhor aposta nesta categoria, mesmo que leve apenas este prêmio na noite. Já “Era uma Vez em… Hollywood” se mostra uma unanimidade como Comédia.

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Como a maioria sabe, “Parasita” é inelegível como Filme – Drama, então as chances do diretor sul-coreano são bem maiores na categoria de Direção. Além disso, os votos para Tarantino e Scorsese podem se anular. Sem indicação como Diretor, Noah Baumbach tem tudo para ser recompensado pelo seu roteiro por “História de um Casamento”.

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Embora não se trate de uma comédia, Awkwafina apresenta uma mistura de dramaticidade com humor, além disso, sua concorrência não é das mais fortes. Pela ala de drama, Renée Zellweger está bastante sólida como Judy Garland, e os votos entre Charlize Theron e Scarlett Johansson devem se dividir.

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Se formos pegar Comédia de verdade, Eddie Murphy leva o prêmio por “Meu Nome é Dolemite”. Leonardo DiCaprio já tem 3 Globos de Ouro na carreira, e sua indicação ao Oscar já parece certa. Já Joaquin Phoenix é o grande destaque de “Coringa” por sua transformação física e psicológica. Adam Driver Antonio Banderas viriam logo atrás.

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Laura Dern parece ser a aposta mais segura, contudo a atriz já tem 4 Globos de Ouro (!) e sua indicação ao Oscar já é considerada garantida. Jennifer Lopez está todos os anos na festa, pois a HFPA a adora. Sua performance em “As Golpistas” vai além de coadjuvante também. Bastante disputada, a categoria masculina deve decidir à base de popularidade. Brad Pitt esbanja charme no papel do dublê Cliff Booth, o herói que todo cinéfilo queria.

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Num ano repleto de sequências e remakes, “Toy Story 4” parece ter sido a que foi feita com mais amor e carinho, contudo seria um bom ano pra premiar uma animação estrangeira, ausente entre os indicados. Na categoria de Filme Estrangeiro, “Parasita” é unanimidade, mesmo com “Retrato de uma Jovem em Chamas”.

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Se a HFPA quiser impulsionar o primeiro Oscar para Thomas Newman, o Globo de Ouro será dele, ou pelo menos para o primo Randy Newman. Mas a trilha de “Coringa” está entre as melhores do ano. Em Canção, muitas estrelas como Taylor Swift (será que ela vai na festa??), Beyoncé, Idina Menzel… mas a HFPA adora Elton John.

RETROSPECTIVA 2019: O Ano das Diretoras e da A24

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Mais um ano se foi. Tradicionalmente, nessa época faço uma espécie de balanço sobre tudo relacionado a Cinema. Filmes vistos, amados e odiados, como foi o Oscar, o que mudou no cenário e as perdas que tivemos ao longo do ano. É um exercício bacana de ser feito, lido e relido para acompanhar as mudanças e adaptações que o Cinema sofre de tempos em tempos.

Sintam-se à vontade para postar nos comentários seus Tops 5 ou 10 dos melhores e piores. Se tem uma coisa bacana de listas é que eles sempre acrescentam novas opiniões e novas descobertas. Espero poder compartilhar um pouco disso tudo com vocês seguidores do blog, da página do Facebook e agora do nosso perfil no Instagram.

OSCAR 2019: ANO DOS BLOCKBUSTERS MAS SEM UM HOST!

Primeiramente, gosto da idéia de abrir a cerimônia com uma performance musical. Por mim, podia se tornar uma tradição, afinal, temos que ouvir as 5 canções indicadas de qualquer jeito, então por que não adiantar? Em 2017, Justin Timberlake logo cantou a canção de Trolls e logo animou o público.

Este ano, apesar de ter gostado de ver os integrantes do Queen ali no palco, não apreciei a performance vocal de Adam Lambert. E foi logo aí que senti falta de um host. Pra quem não se lembra do episódio, a Academia chamou Kevin Hart para ser o host, mas descobriram que ele não é uma figura politicamente correta, aí lançaram aquele ultimato ridículo do “Ou pede desculpas ou você cai fora!”. Felizmente Hart peitou a instituição e pediu demissão. Aí, vimos um cenário em Hollywood que ninguém estava disposto a ter a vida pessoal vasculhada para ocupar a vaga de Hart. Então, alguém da produção do evento teve a brilhante idéia: “Por que não fazer o show sem host? Vamos economizar uma hora!”. A verdade é que conseguiram eliminar alguns minutos do programa, mas o Oscar ficou sem graça. Se fosse só pra revelar os resultados, preferia um powerpoint.

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A cerimônia só melhorou depois de mais de uma hora com a apresentação de “Shallow” de Lady Gaga e Bradley Cooper. E teve o momento mais surpreendente e caloroso com a vitória de Olivia Colman para Melhor Atriz por A Favorita. A gente que é cinéfilo sente muito por mais uma derrota de Glenn Close, mas no fundo sabe que Colman entregou uma performance melhor e mais original.

Dentre as vitórias, também fiquei feliz por Ruth E. Carter, que venceu o Oscar de Figurino por Pantera Negra. Claro que a mídia a saudou como a primeira negra a ganhar o Oscar dessa categoria, o que é bastante válido para a história da premiação, mas o que me chama bastante a atenção é o capricho dela para que os figurinos revelem mais sobre a personalidade dos personagens. Embora seja baseado em material pré-existente dos quadrinhos da Marvel, toda a cultura afro ficou muito bem impressa e representada nos figurinos. E foi uma vitória diferenciada na categoria, que costuma premiar filmes de época praticamente todos os anos.

E pra fechar, a vitória de Homem-Aranha no Aranha-Verso pra mim foi um respiro pra fora da água dominada por Disney e Pixar. Não que eu morra de paixão pelo filme (considero a história relativamente fraca comparada à própria qualidade da animação e design), mas certamente foi uma grata surpresa da Sony, que explora bem a questão da diversidade na identidade do personagem. Aproveitando o assunto do Oscar de Longa de Animação, ficaria mais feliz se filmes mais alternativos ganhassem de vez em quando. Neste ano, por exemplo, Mirai e Ilha dos Cachorros eram trabalhos criativos que poderiam ter vencido também.

BALANÇO FEMININO

Depois dos movimentos feministas do Me Too e Time’s Up, Hollywood se sentiu acuada para se adaptar aos novos tempos. Felizmente, houve um crescimento considerável cerca de 33% de mulheres atrás das câmeras, tanto nas produções cinematográficas como nas televisivas. Claro que ainda há um longo caminho a percorrer, já que essas atividades eram exclusivamente predominadas por homens por mais de um século, mas os grandes estúdios estão enxergando essa mudança como benéfica, e não se limitar apenas a cumprir uma cota.

Uma das grandes mudanças foi que, antes, qualquer projeto poderia ser dirigido por homens. Hoje, existem alguns projetos, principalmente de temática feminina, que são praticamente impossíveis de contar com uma visão masculina. Por exemplo: a comédia Fora de Série (Booksmart), sobre duas meninas colegiais que buscam farrear antes da formatura, ou As Golpistas (Hustlers), que acompanham a volta por cima das strippers que perderam muito dinheiro por causa de Wall Street. Como em qualquer forma de arte, quanto maior o número de visões e perspectivas, melhor e mais completa fica a arte em si. Não deve se tratar apenas de porcentagens de mulheres empregadas, mas que suas vozes sejam trabalhadas em projetos que as façam ser ouvidas.

Dentre as diretoras de 2019, destacamos algumas mais relevantes:

  • Olivia Wilde (Fora de Série)
  • Mati Diop (Atlantique)
  • Céline Sciamma (Retrato de uma Jovem em Chamas)
  • Marielle Heller (Um Lindo Dia na Vizinhança)
  • Greta Gerwig (Adoráveis Mulheres)
  • Lulu Wang (The Farewell)
  • Melina Matsoukas (Queen & Slim)
  • Lorene Scafaria (As Golpistas)
  • Alma Har’el (Honey Boy)
  • Kasi Lemmons (Harriet)
  • Elizabeth Banks (As Panteras)

Houve muita reclamação de cineastas sobre a exclusão de mulheres na categoria de Direção no Globo de Ouro 2020. Eles não indicam uma mulher desde 2015, quando Ava DuVernay foi reconhecida por Selma. Embora tenhamos maior número de mulheres nas cadeiras de direção, não significa necessariamente que as premiações precisam ou são obrigadas a indicar ou premiá-las. Calma! O reconhecimento vai vir, e muito em breve, mas ele tem de vir com o devido mérito para que entre na história. Esta é uma luta que precisa ser contínua para que possa colher os frutos, que certamente virão.

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Greta Gerwig dá orientações a Meryl Streep nas filmagens de Adoráveis Mulheres (pic by IMDb)

Honestamente, acredito que a Academia pode indicar uma diretora este ano, pois são milhares de membros votantes contra 90 jornalistas da HFPA. Contudo, mesmo que haja um esforço coletivo, não existe um consenso entre Greta Gerwig, Lulu Wang e Olivia Wilde. Se houvesse um foco como a própria Gerwig com Lady Bird há dois anos, seria mais fácil. Esse cenário pode e deve mudar com o anúncio do DGA, sindicato dos diretores, em 07 de Janeiro.

Falando em futuro, em 2020 estão previstos grandes projetos comandados por diretoras que prometem melhorar ainda mais o quadro feminino em Hollywood. Só para citar algumas: Niki Caro (Mulan), Chloé Zhao (Os Eternos), Cate Shortland (Viúva Negra), Patty Jenkins (Mulher-Maravilha 1984) e Lana Wachowski (Matrix 4).

MARTIN SCORSESE vs MARVEL STUDIOS

Já abordamos este assunto aqui antes, mas na área de cinema, foi um dos que mais repercutiu. E mal para Martin Scorsese. Apesar de entendermos o desabafo do cineasta ítalo-americano, a frase “Os filmes da Marvel não são cinema. São um parque temático” soou como  uma estratégia barata de desvalorizar o concorrente das bilheterias porque está morrendo de inveja, mas não pode demonstrar.

Como um diretor renomado dos anos 70, Scorsese poderia ter se aposentado como o colega Francis Ford Coppola, porque depois de Taxi Driver, O Rei da Comédia e Touro Indomável, ele não precisava provar mais nada pra ninguém, mas admiro muito a vontade criativa dele. Foi um dos poucos de sua geração que ainda busca fazer filmes bons e inventivos como O Lobo de Wall Street, A Invenção de Hugo Cabret e o recente O Irlandês. Então pra que expôr uma opinião fútil como essa?

A Marvel Studios e o produtor Kevin Feige estão colhendo os merecidos frutos de um planejamento muito bem feito que se iniciou lá em 2008. Vingadores: Ultimato se tornou a maior bilheteria de todos os tempos, conseguindo superar os dois filmes de James Cameron: Titanic e Avatar. Você pode não gostar dos filmes, mas eles têm uma boa carga de entretenimento que muitos apreciam (taí os números pra confirmar essa paixão). E as adaptações de histórias em quadrinhos começou há pouco tempo. São décadas e mais décadas de HQs repletas de material para o cinema, então essa onda não vai acabar tão cedo, a menos que o público decida que termine antes.

Irishman Scorsese

Scorsese entre Al Pacino e Robert De Niro na premiere de O Irlandês da Netflix (pic by IMDb)

Quanto a Scorsese, felizmente ele se encaixou bem no sistema da Netflix, que se tornou um oásis para diretores autores como ele. Cada cinema tem seu próprio espaço. Não precisa desmerecer os outros trabalhos para valorizar o seu próprio.

O ANO DA A24

Fundado em 2012, o estúdio nova-iorquino (que era apenas uma distribuidora no início) já vinha se destacando pelos seus títulos e suas passagens vitoriosas em premiações nos últimos anos. Ex-Machina, O Quarto de Jack, Moonlight, A Bruxa, Lady Bird e Projeto Flórida, só para citar alguns.

Este ano, foi um dos grandes destaques ao lado da Netflix (aliás, falando na plataforma de streaming, a partir de 2020, os filmes da A24 serão exibidos apenas na plataforma da concorrente Apple Plus TV devido a um acordo firmado). Embora ainda não tenha produções muito bem-sucedidas nas bilheterias, estão chamando atenção pelas apostas mais arriscadas em originalidade como Midsommar, um filme de terror psicológico que se passa na Suécia e dispensa a escuridão para assustar.

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Muita luz do sol e cores: Florence Pugh em Midsommar (pic by IMDb)

Essa filosofia do estúdio tem atraído vários cineastas que também estão cansados das mesmices dos lançamentos de cinema e estão buscando novas temas e novas vozes. Enquanto a Netflix tem abrigado os diretores renomados que perderam espaço nos cinemas como Martin Scorsese, Noah Baumbach, Fernando Meirelles e até o falecido Orson Welles, a A24 tem apostado em novos talentos ou diretores em início de carreira. Entre os novatos estão Robert Eggers, Ari Aster, Lulu Wang, David Robert Mitchell, Trey Edward Shults e os irmãos Benny e Josh Safdie. Todos são nomes que você pode apostar em originalidade e personalidade.

Eis alguns destaques do estúdio lançados em 2019:

  • Jóias Brutas (Uncut Gems)
  • O Farol (The Lighthouse)
  • Midsommar
  • The Farewell
  • The Last Black Man in San Francisco
  • Waves
  • The Souvenir
  • Gloria Bell
  • Under the Silver Lake

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Adam Sandler como o dono de joalheria Howard Ratner em Uncut Gems (pic by IMDb)

CRÍTICAS

Bom, apesar de não ter conseguido conferir trabalhos badalados como Jojo Rabbit, O EscândaloDois Papas, procurei assistir ao maior número possível de potenciais da temporada de premiações e futuros indicados ao Oscar como O Irlandês, História de um Casamento, The Farewell, Dor e Glória, Coringa, Atlantique e Bacurau. A lista provavelmente seria um pouco diferente se eu apenas privilegiasse a qualidade artística, mas procurei valorizar a questão da originalidade e perspectiva.

Dentre alguns trabalhos que não estão na lista, destaco Atlantique e Bacurau. Ambos trabalham com elementos do cinema de gênero com a finalidade de reforçar uma mensagem sócio-econômica, embora suas metáforas ainda estejam aquém do nível de um John Carpenter, por exemplo. Fora de Série da diretora estreante Olivia Wilde também vale a citação. Não que seja um primor como filme, mas por ela conseguir fazer uma versão feminina daqueles típicos filmes de adolescente americano que pipocaram nos anos 80 e 90 imprimindo sua personalidade logo em seu primeiro filme.

Já o novo filme de Tarantino, Era uma Vez em… Hollywood, tem seus méritos principalmente no quesito da paixão que o diretor nutre pelo cinema como um escape da realidade cruel dos anos 70. Ele faz do filme uma espécie de carta de amor à poesia da arte. Como roteiro, deixou um pouco a desejar, principalmente por personagens secundários e por repetir a fórmula de mudar o curso da História como fez em Bastardos Inglórios com os nazistas, e Django Livre com os escravistas.

META 2019

Não tive exatamente uma meta estipulada em números, mas acho vergonhoso da minha parte assistir a menos de 100 filmes em um ano. Em 2019, consegui fazer as pazes com o tempo e consegui me dedicar mais aos filmes, resultando em 234 longas e 26 curtas até a presente data. Talvez ainda consiga ver mais um ou outro antes da virada do ano.

Além dos lançamentos, procurei assistir a alguns filmes que estavam na minha watchlist há um bom tempo como os clássicos A Montanha dos Sete Abutres (1951), Anatomia de um Crime (1959), Cléo das 5 às 7 (1962) e voltar a ter contato com os mestres Akira Kurosawa em Trono Manchado de Sangue (1957), Vittorio De Sica em Vítimas da Tormenta (1946), Jean Renoir em A Regra do Jogo (1939) e John Cassavettes em Amantes (1984), enquanto descobria filmes excepcionais como A Longa Caminhada (1971), O Espírito da Colméia (1973), Alambrista! (1977), El Norte (1983) e Tudo por Dinheiro (1982).

PIORES DO ANO

Não sei quanto a vocês, mas apesar de gostar de assistir de tudo, se possível prefiro economizar meu tempo e dinheiro com filmes que estão destinados a serem ruins, de gosto duvidoso ou com complicações na produção. Então, dificilmente assistirei a Playmobil: O Filme, por exemplo. Já há casos que até me interessei pelos diretores envolvidos, mas após conferir os trailers e ler as críticas, acabei desanimando como aconteceu com Projeto Gemini (Ang Lee), Hellboy (Neil Marshall) e Cadê Você, Bernadette? (Richard Linklater). Provavelmente vou conferir esses últimos filmes, mas quem sabe depois do Oscar?

TOP 5 PIORES LANÇAMENTOS DO ANO

5. DORA E A CIDADE PERDIDA (Dora and the Lost City of Gold)
Dir: James Bobin
Apesar de ser destinado a um público infantil, trata-se de uma adaptação com zero de imaginação, péssimos diálogos e personagens. E que ainda não dá pra ser sustentado por um carisma ainda meio verde de Isabela Moner. Se fosse lançado direto para home video, ainda estaria sendo privilegiado.

4. X:MEN: FÊNIX NEGRA (Dark Phoenix)
Dir: Simon Kinberg
Tudo bem que a Fox estava praticamente vendida para a Disney, mas quem teve a brilhante idéia de contratar um diretor estreante que ficou conhecido por ser produtor de algumas pérolas como X-Men: O Confronto Final, Jumper e Quarteto Fantástico (2015)? Desgastou uma das maiores sagas dos quadrinhos dos X-Men… mais uma vez.

3. A LAVANDERIA (The Laundromat)
Dir: Steven Soderbergh
É difícil acreditar que um cineasta criativo como Soderbergh, que já realizou Sexo, Mentiras e Videotape (1989) e Irresistível Paixão (1998) se tornou um Adam McKay genérico. Ele quis imitar o filme da crise econômica A Grande Aposta (2015), e acabou fazendo um vídeo institucional de 1 hora e meia.

2. O PINTASSILGO (The Goldfinch)
Dir: John Crowley
Esse filme é uma verdadeira aula de como NÃO adaptar um livro, ainda mais vencedor do Pulitzer, para o cinema. As cenas não têm carga emocional, e o péssimo trabalho de montagem só piora o material. O que mais dói é que Crowley tinha Roger Deakins como diretor de fotografia (não sabia que era possível fazer filme ruim com ele na câmera) e Nicole Kidman e Sarah Paulson no elenco. Um erro em todos os departamentos.

1. O REI LEÃO (The Lion King)
Dir: Jon Favreau
Pra quem acompanha o blog, sabe que sou contra essa onda de Live-Actions da Disney. Claro que eles estão na deles de querer lucrar com um material conhecido, mas essa falta de criatividade e falta de propósito nos remakes me assombra como cinema. E acredito (e espero) que este filme seja o ápice do vazio desses live-actions. Não se trata apenas de animais sem expressão humanizada, mas de uma história clássica recontada de forma praticamente idêntica, porém sem alma. Alguém lembra da versão colorida de Psicose de Gus Van Sant? Os atores que dublaram, com exceção óbvia de James Earl Jones, são infinitamente piores do que aqueles de 1994, o que elimina qualquer rastro de humanidade num filme que mais precisava dele. Os efeitos visuais são ótimos e merecem o Oscar da categoria, mas se quer reviver o Hamlet da Disney, reveja a animação.

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Cena do live action O Rei Leão (pic by IMDb)

MELHORES DO ANO

TOP 5 MELHORES LANÇAMENTOS DO ANO

5. O FAROL (The Lighthouse/ 2019)
Dir: Robert Eggers
Talvez a decisão mais difícil neste top 5. Havia colocado O Irlandês aqui, mas algumas coisas pesaram a favor de O Farol, começando pela incrível estética. Robert Eggers foi extremamente ousado ao decidir filmar em 35mm, em preto-e-branco e numa real locação, onde ficaram expostos a inúmeros contratempos. A fotografia de Jarin Blaschkin é primorosa, pois além do aspecto expressionista repleto de sombras, sua granulação permite uma vibe tátil e é quase possível sentir o cheiro do mar. Ótimas atuações, especialmente de Willem Dafoe, um ator versátil como poucos. Diria que é um filme perturbador pelo aspecto de isolamento.

4. LUCE (Luce/2019)
Dir: Julius Onah
Fui atrás desse filme depois das indicações ao Independent Spirit e me surpreendi pela evolução na temática racista. É como se o cinema já estivesse saturado da superficialidade da questão racial e decidisse se aprofundar com uma trama diferente com personagens mais densos e com backgrounds alternativos. O protagonista Luce é um aluno prodígio no colégio, mas com idéias um tanto radicais que podem ter explicação em seu passado. Grandes atuações, especialmente de Kelvin Harrison Jr. e Octavia Spencer.

3. NÓS (Us/ 2019)
Dir: Jordan Peele
No papel, é um filme inferior a Corra!, mas Jordan Peele fez o que se esperava dele: foi mais ambicioso, tanto na questão racial quanto na questão filosófica.  A primeira vez que se assiste a Nós, a ação e a tensão crescente nos entretém como um bom filme de terror psicológico. A partir da segunda vez, é possível analisar melhor os detalhes que perdemos para nos proporcionar uma reflexão maior sobre as metáforas e simbolismos. Lupita Nyong’o extraordinária em dois papéis.

2. JÓIAS BRUTAS (Uncut Gems/ 2019)
Dir: Benny Sadie e Josh Safdie
Depois de se encantar com o filme anterior dos irmãos Safdie, Bom Comportamento, havia altas expectativas em relação a este novo trabalho. Mesmo assim, Jóias Brutas consegue nos surpreender, principalmente pela fluidez de sua narrativa. Como uma marca dos diretores, a imprevisibilidade faz parte dos acontecimentos, o que reforça ainda mais as atuações de Julia Fox, e principalmente de Adam Sandler. Ótima combinação de montagem com a trilha de Daniel Lopatin. É aquele típico filme que não tem cara de Oscar, mas que depois a Academia vai se arrepender de não ter premiado ou sequer indicado.

1. PARASITA (Gisaengchung/ 2019)
Dir: Bong Joon-Ho
Parasita é aquele fruto perfeito que o diretor Bong Joon-Ho plantou lá atrás com os intrigantes Memórias de um Assassino (2003), O Hospedeiro (2006), Mother (2009), O Expresso do Amanhã (2013) e Okja (2017). Aqui ele volta a dialogar com vários temas que já tratou como a família, a luta de classes e até a questão da superpopulação, mas de uma forma completamente diferente. A mistura de gêneros é tamanha que dá a impressão de que o filme vai se perder a qualquer momento, mas a direção de Joon-Ho é tão segura do primeiro ao último minuto que é impossível não ficar impressionado pelo seu controle. Um filme pra se ver várias vezes, descobrir coisas novas e com chances mínimas de ficar datado. Um dos melhores filmes deste século XXI.

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Cena de Parasita (pic by OutNow.CH)

TOP 5 MELHORES em ACERVO MÍDIA DIGITAL ou STREAMING

5. OASIS (Oasiseu/ 2002)
Dir: Chang-dong Lee
Depois de me apaixonar por seus outros trabalhos posteriores: Poesia, Sol Secreto e Em Chamas, finalmente consegui conferir Oasis. Lee escolhe a dedo seu protagonista atrapalhado que consegue enxergar muito mais além da superfície de preconceitos e ir fundo na alma da debilitada Gong-ju (aliás, impressionante atuação de So-ri Moon, que deixa Eddie Redmayne no chão). Um filme extremamente poético que merece ser descoberto.

Oasis

4. WANDA (Wanda/ 1970)
Dir: Barbara Loden
Muito se fala hoje de mulheres no cinema, então ninguém melhor do que Barbara Loden para abrir a discussão. Ela teve a audácia de dirigir um filme escrito e atuado por ela no final dos anos 60, tornando-se a primeira mulher a fazê-lo com este belo e tocante Wanda. A protagonista de mesmo nome é uma ex-dona de casa, recém-divorciada em uma pequena cidade de mineração nos EUA que tem uma segunda chance na vida ao ser acolhida por um ladrão. A atriz pioneira morreu muito jovem, aos 48 anos, vítima de câncer de mama. 

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3. A MONTANHA DOS SETE ABUTRES (Ace in the Hole/ 1952)
Dir: Billy Wilder
Este filme é um TAPA enorme no sensacionalismo da mídia. Jornalista de NY explora o circo midiático de um acidente na montanha que deixa um homem soterrado por dias. Somente Billy Wilder, grande diretor dos clássicos Se Meu Apartamento Falasse, Testemunha de Acusação e Pacto de Sangue, poderia destrinchar a podridão do jornalismo nos anos 50. Confirmando que o mestre estava à frente de seu tempo, o filme foi um fracasso de crítica e de público, mas ainda permanece muito relevante nos dias de hoje, e sua qualidade inquestionável. Talvez o melhor papel de Kirk Douglas na carreira, e estupenda atuação de Jan Sterling.

Ace in the Hole

2. MARGARET (Margaret/ 2011)
Dir: Kenneth Lonergan
Fiquei com esse filme na cabeça por alguns dias por vários motivos. Margaret é um filme sobre uma moça (Anna Paquin) que testemunha um acidente de ônibus na cidade. Com enorme peso na consciência, ela busca respostas se realmente foi acidental ou um erro grave. Só a cena do acidente em si já te deixa baqueado por um bom tempo, depois essa questão ética te drena de uma forma contundente. Paquin entrega sua melhor performance, Jeannie Berlin rouba suas cenas e temos uma vibe mega ôrganica nesse filme que é difícil não ficar perdido. Originalmente, o filme estava previsto para lançamento em 2007, mas devido às brigas de corte final com a Fox Searchlight, Lonergan teve de aguardar QUATRO anos para seu filme ser descoberto.

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1. O REI DA COMÉDIA (The King of Comedy/ 1982)
Dir: Martin Scorsese
Dentre alguns filmes de Scorsese que deixei escapar, estava O Rei da Comédia. Yes, my bad!  O filme é focado na vida de Rupert Pupkin (Robert De Niro), um comediante amador que sonha em fazer sucesso no programa de TV de Jerry Langford (Jerry Lewis). Aproveitei a oportunidade do lançamento de Coringa para conferir este filme, para então descobrir que o diretor Todd Phillips praticamente copiou este filme e Taxi Driver para criar sua Gotham City dos anos 70. Não que copiar seja algo necessariamente inválido, mas o impacto que Coringa causou em muitos cinéfilos não se aplicava naqueles que já haviam visto os filmes de Scorsese. Honestamente, considero o Rupert Pupkin de De Niro e a Masha de Sandra Bernhard mais assustadores do que Joaquin Phoenix como Arthur Fleck. Pupkin tem uma imprevisibilidade deixariam muitos stalkers no chão. Filme perfeito de Scorsese, cujas cenas são inestimáveis, e ele pratica o humor negro que nunca imaginei que ele teria.

King of Comedy

Jerry Lewis e Robert De Niro em cena de O Rei da Comédia (pic by IMDb)

IN MEMORIAN

Foi triste acompanharmos a partida de atores muito jovens partindo como o nosso Caio Junqueira, que morreu num acidente de carro aos 42 anos, o ator americano Luke Perry aos 52 anos, e o diretor John Singleton aos 51, vítimas de AVC. Singleton foi o primeiro diretor negro a ser indicado ao Oscar de Direção e também o mais jovem aos 24 anos por Os Donos da Rua (1991).

Perdemos grandes mestres do cinema como a emblemática Agnès Varda, Franco Zeffirelli, Stanley Donen, e os diretores brasileiros Domingos de Oliveira e Fábio Barreto.

Dentre os atores, o britânico Albert Finney (indicado a 5 Oscars sem vitória), Doris Day (uma indicação por Confidências à Meia-Noite), Peter Fonda (2 indicações: uma por Roteiro Original e outra como Ator por O Ouro de Ulisses), Seymour Cassel (uma indicação por Faces), Robert Forster (uma indicação por Jackie Brown), Danny Aiello (uma indicação por Faça a Coisa Certa).

Outros atores que marcaram sua época estão Bibi Andersson (uma das favoritas de Ingmar Bergman), Rutger Hauer (Blade Runner), Bruno Ganz (que foi anjo em Asas do Desejo e Hitler em A Queda), Anna Karina (O Demônio das Onze Horas), Julie Adams (a moça que encantou o Monstro da Lagoa Negra) e Peter Mayhew, que foi o Chewbacca de Star Wars.

Também gostaríamos de destacar o grande compositor francês Michel Legrand, que venceu 2 Oscars de Trilha Musical (Houve uma Vez um Verão e Yentl) e 1 Oscar de Canção Original (Crown, o Magnífico).

Mais fora do âmbito do cinema, sentimos pela perda da cantora sueca Marie Fredriksson da banda Roxette (ela tinha câncer no cérebro), e dos brasileiros Gugu Liberato (que foi vítima de um acidente doméstico, e que participou de uns filmes brasileiros com a Xuxa e os Trapalhões) e o jornalista Ricardo Boechat (vítima de um acidente de helicóptero). Boechat era um dos raros âncoras de telejornal que expressava a nossa indignação com as notícias da política brasileira.

Ainda abro espaço para o crítico de cinema Rubens Ewald Filho, que nos deixou em junho. Apesar de ter trabalhos como ator e escritor, ficou conhecido por ser o “homem do Oscar”, que fez a conexão de incontáveis cinéfilos à Sétima Arte por seu vasto conhecimento sobre filmes e artistas. Trabalhou como apresentador de TV nas transmissões das cerimônias do Oscar pelo SBT, Globo e TNT, e foi autor de inúmeros guias de filmes. Em 1998, assisti à cerimônia em que Titanic venceu 11 Oscars e fiquei abismado com a memória cinematográfica dele, especialmente naquela bela homenagem intitulada “Álbum de Família do Oscar”, na qual vários atores que venceram a estatueta eram saudados no palco. Rubens sabia todos os atores e os filmes pelos quais eles ganharam seus prêmios. Eu tinha gravado o evento no meu velho aparelho de videocassete e assisti inúmeras vezes a este Oscar, decorando os nomes através da voz dele. Em 2009, fui a um evento na extinta videolocadora 2001 em São Paulo, onde tive o prazer de conhecê-lo. Tive o privilégio de declarar meu enorme respeito e carinho para aquele que me introduziu a este universo de premiações de cinema. Era um homem muito querido e de uma bondade tremenda com seus fãs. Que descanse em paz, Rubens!

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Encontro com Rubens Ewald Filho em evento do lançamento de mais um guia de filmes de sua autoria

VOTOS PARA 2020

Não sei como foi o ano para vocês, mas o meu foi uma montanha-russa de altos e baixos. E foram nos momentos baixos que o Cinema mais me serviu como alento e fuga. Porém, além dessa característica quase medicinal, os filmes vêm com um propósito pouco comentado mas essencial que é sua capacidade de promover a compreensão entre as pessoas, os povos, as raças e as religiões. Tudo o que as diferenças separam, o cinema tem a incrível capacidade de unir… talvez com raras exceções entre os fãs de Marvel e DC, ou de Star Wars.

Então, proponho um exercício para 2020. Você, que tem aquele preconceito sobre determinado assunto, determinado perfil de pessoas, determinado tipo de crença, assista a um filme sobre esses temas (claro, não sendo um filme supérfluo). Seja uma ficção, ou seja um documentário, o Cinema vai oferecer luz de conhecimento e empatia para aqueles cantos escuros da sua mente. Sinta na pele como é ser outra pessoa, entender seus problemas e refletir sobre seus dilemas. Na maioria das vezes, o cinema é somente associado a entretenimento porque é o grande chamariz que atrai o público, mas sempre foi e nunca deixará de ser uma forma de arte que busca entender o mundo e as pessoas que vivem nele. Dá pra aprender muito, principalmente se escolher aqueles filmes dos diretores que também têm essa missão.

Feliz Natal e Próspero Ano Novo para todos que acompanham o blog, Facebook e Instagram. Sigam as páginas, opinem, compartilhem. Obrigado a todos e que tenham um ano de muita paz, saúde, alegria e, claro, muitos bons filmes!

Macaulay Culkin Home Alone

Macaulay Culkin no eterno filme natalino Esqueceram de Mim (pic by eye-contact.tumblr.com)

‘O IRLANDÊS’ e ‘ERA UMA VEZ EM… HOLLYWOOD’ DOMINAM as INDICAÇÕES ao CRITICS’ CHOICE AWARDS

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O Irlandês e Era uma Vez em… Hollywood lideram o Critics’ Choice Awards

SCORSESE E TARANTINO PROTAGONIZAM A 25ª EDIÇÃO DO CRITICS’ CHOICE

No último domingo, houve o anúncio dos indicados ao Critics’ Choice Awards. Por causa do tumulto desses dias, acabamos priorizando o Globo de Ouro e o LAFCA (Associação dos Críticos de Los Angeles) por motivos óbvios de importância.

Claro que o Critics’ ganhou sua relevância no cenário hollywoodiano nos últimos anos, mas ainda assim possui uma vertente genérica caracterizada por sua seleção excessiva de indicados. No início, nos anos 90, eram apenas um vencedor e um segundo lugar, depois eram três indicados. Há poucos anos, já eram seis por categoria. Hoje são sete em várias delas (oito em alguns casos como Ator em Série Dramática), enquanto nos demais prêmios televisionados são apenas cinco reconhecidos.

Além dessa expansão de indicados, houve a criação de inúmeras novas categorias num curto espaço de tempo, copiando descaradamente categorias até então exclusivas de outros prêmios como o Saturn Award que tem uma categoria de Filmes de Terror e outra de Ficção Científica, ou do SAG Awards com sua categoria de Elenco. Obviamente as premiações precisam passar por um processo de modernização e atualização, mas o Critics’ Choice segue a linha do “atirar para todos os lados”, o que nos fez apelidá-lo carinhosamente de “A Bolha Assassina”. Lembram daquele filme em que uma gosma rosa alienígena passa a engolir uma cidade inteira e vai ficando cada vez maior? É o Blob Awards.

Contudo, apesar dessa abrangência toda, em anos como este de 2019 quando houve inúmeras  produções e performances de qualidade acima da média, esse alto número de indicados acolheu quase todos dos mais elogiados e praticamente impossibilitou aquelas reclamações costumeiras de esnobados. O caso mais nítido foi de Robert De Niro, que ficou de fora do Globo de Ouro e do SAG, mas achou seu cantinho no Critics’ Choice por sua interpretação em O Irlandês. Aliás, a categoria de Melhor Ator este ano foi alvo de vários pedidos não atendidos. Tinha gente que pedia “Cadê Eddie Murphy?” e outros “Cadê Antonio Banderas?”, “E o Adam Sandler?” Bom, no Critics’ tem todos esses aí, Robert De Niro, Adam Driver, Leonardo DiCaprio e Joaquin Phoenix! Se bem que ainda deve ter gente que reclamou das ausências de Christian Bale, Taron Egerton e Jonathan Pryce. Isso significa que a safra 2019 foi boa, e que mesmo com 10 indicados, ainda teriam nomes excluídos.

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Sete atores disputam o prêmio de Melhor Ator: Antonio Banderas, Leonardo DiCaprio, Eddie Murphy, Adam Sandler, Adam Driver, Robert De Niro e Joaquin Phoenix.

Inclusive, concederam espaço até para Greta Gerwig na categoria de Direção por Adoráveis Mulheres, e indicações para Awkwafina, Cynthia Erivo e Lupita Nyong’o na categoria de Melhor Atriz, evitando críticas de movimentos feministas e anti-racistas.

Embora ainda não tenhamos conferido Uncut Gems, ficamos felizes pela inclusão do filme nas categorias de Melhor Filme, Direção, Ator e Montagem, pois confiamos numa breve ascensão dos irmãos Josh e Benny Safdie com sua criatividade e ousadia vistas em Bom Comportamento (2017).

Também vamos dar o braço a torcer porque o Critics’ reconheceu a série Watchmen, que tem colhido inúmeros elogios, mas não tem figurado nas demais premiações, além de algumas performances que eram esperadas nas listas mas ficaram de fora como Zendaya na série da Netflix, Euphoria. O que não entendemos é: Se estão dando indicações à baciadas, por que não expandir os filmes em língua estrangeira também? Foram apenas cinco produções reconhecidas num ano repleto de bons filmes internacionais como o colombiano Monos, o francês Les Miserábles e o nosso brasileiro A Vida Invisível. Cadê a flexibilidade nesta categoria?

Fechando a crítica ao prêmio, o Critics’ Choice atualmente conta com 42 categorias (!), mas os organizadores alegam que não há tempo para televisionar todas ao vivo, senão seriam sete horas de transmissão! Então, eles escolhem várias categorias técnicas e de suma importância como Roteiro e Longa de Animação, e anunciam num PowerPoint mixuruca antes do intervalo comercial. Achamos esse tipo de postura extremamente desrespeitosa com os profissionais. Se não for premiar todos no palco, por que não reduzir as categorias?

O canal KTLA disponibilizou o vídeo com os indicados ao Critics’ Choice. É meio tosquinho, mas vale para conhecer um poucos mais dos indicados através de mini-clipes das performances:

NÚMEROS DO CRITICS’ CHOICE

O filme de Martin Scorsese foi o grande recordista de indicações desta edição com o total de 14. Logo atrás, com 12 indicações, aparece o novo filme de Quentin Tarantino. Também figurando na lista de indicados a Melhor Filme, surgem Adoráveis Mulheres com nove indicações, História de um Casamento com oito, e Jojo Rabbit e Parasita com sete cada.

No centro do palco mais uma vez, a Netflix acumulou um total de 30 indicações apenas na ala do cinema, fazendo com que Hollywood repense melhor sua indústria de cinema e distribuição de filmes.

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Scarlett Johansson em Jojo Rabbit e História de um Casamento. Vem dupla indicação ao Oscar também?

Com duas indicações cada, temos Scarlett Johansson, que concorre por História de um Casamento e por Jojo Rabbit, assim como os diretores-autores: Greta Gerwig, Quentin Tarantino e Bong Joon-Ho, todos indicados por Direção e Roteiro. É aquela velha história: podem ganhar dois prêmios numa noite, mas também podem perder dois prêmios.

QUERO SER O MELHOR PARÂMETRO DO OSCAR

Além de convidar Hollywood inteira pra festa, o Critics’ Choice quer tomar o posto que uma vez já pertenceu ao Globo de Ouro, que previa os futuros vencedores do Oscar. Pra quem está curioso sobre o cumprimento da meta deles, fizemos uma tabela dos últimos dez anos na categoria de Melhor Filme:

ANO CRITICS’ CHOICE AWARDS ACADEMY AWARDS (OSCAR)
2018 Roma Green Book: O Guia
2017 A Forma da Água A Forma da Água
2016 La La Land Moonlight
2015 Spotlight Spotlight
2014 Boyhood Birdman
2013 12 Anos de Escravidão 12 Anos de Escravidão
2012 Argo Argo
2011 O Artista O Artista
2010 A Rede Social O Discurso do Rei
2009 Guerra  ao Terror Guerra ao Terror

Foram SEIS acertos nos últimos DEZ anos. 60% não seria nada mal em qualquer outro contexto, mas estamos falando de um prêmio que quer ser a maior bola de cristal do Oscar, então essa porcentagem anda baixa. Contudo, nessa última década, confessamos que nossa preferência é a seleção do Critics’ Choice, que premiou A Rede Social, La La Land e Roma.

Esperamos que eles saibam escolher os melhores, e não apenas quem ou qual filme vai ganhar o Oscar. As premiações, assim como os críticos em geral, têm esse propósito de valorizar produções que podem não encontrar espaço num Oscar ou num Globo de Ouro, fazer com que elas tenham maior visibilidade, e conquistem maior número de público, que é o maior objetivo pra quem faz cinema.


CINEMA

MELHOR FILME
1917
Ford vs Ferrari (Ford v Ferrari)
O Irlandês (The Irishman)
Jojo Rabbit
Coringa (Joker)
Adoráveis Mulheres (Little Women)
História de um Casamento (Marriage Story)
Era uma Vez em… Hollywood (Once Upon a Time… in Hollywood)
Parasita (Parasite)
Uncut Gems

MELHOR ATOR
Antonio Banderas (Dor e Glória)
Robert De Niro (O Irlandês)
Leonardo DiCaprio (Era uma Vez em… Hollywood)
Adam Driver (História de um Casamento)
Eddie Murphy (Meu Nome é Dolemite)
Joaquin Phoenix (Coringa)
Adam Sandler (Uncut Gems)

MELHOR ATRIZ
Awkwafina (The Farewell)
Cynthia Erivo (Harriet)
Scarlett Johansson (História de um Casamento)
Lupita Nyong’o (Nós)
Saoirse Ronan (Adoráveis Mulheres)
Charlize Theron (O Escândalo)
Renée Zellweger (Judy: Muito Além do Arco-Íris)

MELHOR ATOR COADJUVANTE
Willem Dafoe (O Farol)
Tom Hanks (Um Lindo Dia na Vizinhança)
Anthony Hopkins (Dois Papas)
Al Pacino (O Irlandês)
Joe Pesci (O Irlandês)
Brad Pitt (Era uma Vez em… Hollywood)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Laura Dern (História de um Casamento)
Scarlett Johansson (Jojo Rabbit)
Jennifer Lopez (As Golpistas)
Florence Pugh (Adoráveis Mulheres)
Margot Robbie (O Escândalo)
Zhao Shuzhen  (The Farewell)

MELHOR ATOR OU ATRIZ JOVEM
Julia Butters (Era uma Vez em… Hollywood)
Roman Griffin Davis (Jojo Rabbit)
Noah Jupe (Honey Boy)
Thomasin McKenzie (Jojo Rabbit)
Shahadi Wright Joseph (Nós)
Archie Yates (Jojo Rabbit)

MELHOR ELENCO
O Escândalo
O Irlandês
Entre Facas e Segredos
Adoráveis Mulheres
História de um Casamento
Era uma Vez em… Hollywood
Parasita

MELHOR DIREÇÃO
Noah Baumbach (História de um Casamento)
Greta Gerwig (Adoráveis Mulheres)
Bong Joon Ho (Parasita)
Sam Mendes(1917)
Josh Safdie e Benny Safdie (Uncut Gems)
Martin Scorsese (O Irlandês)
Quentin Tarantino (Era uma Vez em… Hollywood)

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
Noah Baumbach (História de um Casamento)
Rian Johnson (Entre Facas e Segredos)
Bong Joon Ho and Han Jin Won (Parasita)
Quentin Tarantino (Era uma Vez em… Hollywood)
Lulu Wang (The Farewell)

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
Greta Gerwig (Adoráveis Mulheres)
Noah Harpster and Micah Fitzerman-Blue (Um Lindo Dia na Vizinhança)
Anthony McCarten (Dois Papas)
Todd Phillips & Scott Silver (Coringa)
Taika Waititi (Jojo Rabbit)
Steven Zaillian  (O Irlandês)

MELHOR FOTOGRAFIA
Jarin Blaschke (O Farol)
Roger Deakins (1917)
Phedon Papamichael (Ford vs Ferrari)
Rodrigo Prieto (O Irlandês)
Robert Richardson (Era uma Vez em… Hollywood)
Lawrence Sher (Coringa)

MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO
Mark Friedberg, Kris Moran (Coringa)
Dennis Gassner, Lee Sandales  (1917)
Jess Gonchor, Claire Kaufman (Adoráveis Mulheres)
Lee Ha Jun (Parasita)
Barbara Ling, Nancy Haigh (Era uma Vez em… Hollywood)
Bob Shaw, Regina Graves (O Irlandês)
Donal Woods, Gina Cromwell (Downton Abbey)

MELHOR MONTAGEM
Ronald Bronstein, Benny Safdie (Uncut Gems)
Andrew Buckland, Michael McCusker (Ford vs Ferrari)
Yang Jinmo  (Parasita)
Fred Raskin (Era uma Vez em… Hollywood)
Thelma Schoonmaker (O Irlandês)
Lee Smith (1917)

MELHOR FIGURINO
Ruth E. Carter (Meu Nome é Dolemite)
Julian Day (Rocketman)
Jacqueline Durran (Adoráveis Mulheres)
Arianne Phillips (Era uma Vez em… Hollywood)
Sandy Powell, Christopher Peterson (O Irlandês)
Anna Robbins (Downton Abbey)

MELHOR MAQUIAGEM E CABELO
O Escândalo
Meu Nome é Dolemite
O Irlandês
Coringa
Judy: Muito Além do Arco-Íris
Era uma Vez em… Hollywood
Rocketman

MELHORES EFEITOS VISUAIS
1917
Ad Astra
The Aeronauts
Vingadores: Ultimato
Ford vs Ferrari
O Irlandês
O Rei Leão

MELHOR LONGA DE ANIMAÇÃO
Abominável (Abominable)
Frozen 2 (Frozen II)
Como Treinar o Seu Dragão 3 (How to Train Your Dragon: The Hidden World)
Perdi Meu Corpo (I Lost My Body)
Link Perdido (Missing Link)
Toy Story 4 (Toy Story 4)

MELHOR FILME DE AÇÃO
1917
Vingadores: Ultimato (Avengers: Endgame)
Ford vs Ferrari (Ford v Ferrari)
John Wick 3: Parabellum (John Wick: Chapter 3 – Parabellum)
Homem-Aranha: Longe de Casa (Spider-Man: Far From Home)

MELHOR COMÉDIA
Fora de Série (Booksmart)
Meu Nome é Dolemite (Dolemite Is My Name)
The Farewell
Jojo Rabbit
Entre Facas e Segredos (Knives Out)

MELHOR FICÇÃO CIENTÍFICA E TERROR
Ad Astra: Rumo às Estrelas (Ad Astra)
Vingadores: Ultimato (Avengers: Endgame)
Midsommar: O Mal Não Espera a Noite (Midsommar)
Nós (Us)

MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
Atlantique (Atlantics)
Les Misérables
Dor e Glória (Pain and Glory)
Parasita (Parasite)
Retrato de uma Jovem em Chamas (Portrait of a Lady on Fire)

MELHOR CANÇÃO
“Glasgow (No Place Like Home)” (As Loucuras de Rose)
“(I’m Gonna) Love Me Again” (Rocketman)
“I’m Standing With You” (Superação: O Milagre da Fé)
“Into the Unknown” (Frozen 2)
“Speechless” (Aladdin)
“Spirit” (O Rei Leão)
“Stand Up” (Harriet)

MELHOR TRILHA
Michael Abels (Nós)
Alexandre Desplat   (Adoráveis Mulheres)
Hildur Guðnadóttir (Coringa)
Randy Newman (História de um Casamento)
Thomas Newman  (1917)
Robbie Robertson (O Irlandês)

TELEVISÃO/STREAMING

SÉRIE DRAMÁTICA
The Crown (Netflix)
David Makes Man (OWN)
Game of Thrones (HBO)
The Good Fight (CBS All Access)
Pose (FX)
Succession (HBO)
This Is Us (NBC)
Watchmen (HBO)

ATOR EM SÉRIE DRAMÁTICA
Sterling K. Brown – This Is Us (NBC)
Mike Colter – Evil (CBS)
Paul Giamatti – Billions (Showtime)
Kit Harington – Game of Thrones (HBO)
Freddie Highmore – The Good Doctor (ABC)
Tobias Menzies – The Crown (Netflix)
Billy Porter – Pose (FX)
Jeremy Strong – Succession (HBO)

ATRIZ EM SÉRIE DRAMÁTICA
Christine Baranski – The Good Fight (CBS All Access)
Olivia Colman – The Crown (Netflix)
Jodie Comer – Killing Eve (BBC America)
Nicole Kidman – Big Little Lies (HBO)
Regina King – Watchmen (HBO)
Mj Rodriguez – Pose (FX)
Sarah Snook – Succession (HBO)
Zendaya – Euphoria (HBO)

ATOR COADJUVANTE EM SÉRIE DRAMÁTICA
Asante Blackk – This Is Us (NBC)
Billy Crudup – The Morning Show (Apple)
Asia Kate Dillon – Billions (Showtime)
Peter Dinklage – Game of Thrones (HBO)
Justin Hartley – This Is Us (NBC)
Delroy Lindo – The Good Fight (CBS All Access)
Tim Blake Nelson – Watchmen (HBO)

ATRIZ COADJUVANTE EM SÉRIE DRAMÁTICA
Helena Bonham Carter – The Crown (Netflix)
Gwendoline Christie – Game of Thrones (HBO)
Laura Dern – Big Little Lies (HBO)
Audra McDonald – The Good Fight (CBS All Access)
Jean Smart – Watchmen (HBO)
Meryl Streep – Big Little Lies (HBO)
Susan Kelechi Watson – This Is Us (NBC)

SÉRIE DE COMÉDIA
Barry (HBO)
Fleabag (Amazon)
The Marvelous Mrs. Maisel (Amazon)
Mom (CBS)
One Day at a Time (Netflix)
Pen15 (Hulu)
Schitt’s Creek (Pop)

ATOR EM SÉRIE DE COMÉDIA
Ted Danson – The Good Place (NBC)
Walton Goggins – The Unicorn (CBS)
Bill Hader – Barry (HBO)
Eugene Levy – Schitt’s Creek (Pop)
Paul Rudd – Living with Yourself (Netflix)
Bashir Salahuddin – Sherman’s Showcase (IFC)
Ramy Youssef – Ramy (Hulu)

ATRIZ EM SÉRIE DE COMÉDIA
Christina Applegate – Dead to Me (Netflix)
Alison Brie – GLOW (Netflix)
Rachel Brosnahan – The Marvelous Mrs. Maisel (Amazon)
Kirsten Dunst – On Becoming a God in Central Florida (Showtime)
Julia Louis-Dreyfus – Veep (HBO)
Catherine O’Hara – Schitt’s Creek (Pop)
Phoebe Waller-Bridge – Fleabag (Amazon)

ATOR COADJUVANTE EM SÉRIE DE COMÉDIA
Andre Braugher – Brooklyn Nine-Nine (NBC)
Anthony Carrigan – Barry (HBO)
William Jackson Harper – The Good Place (NBC)
Daniel Levy – Schitt’s Creek (Pop)
Nico Santos – Superstore (NBC)
Andrew Scott – Fleabag (Amazon)
Henry Winkler – Barry (HBO)

ATRIZ COADJUVANTE EM SÉRIE DE COMÉDIA
Alex Borstein – The Marvelous Mrs. Maisel (Amazon)
D’Arcy Carden – The Good Place (NBC)
Sian Clifford – Fleabag (Amazon)
Betty Gilpin – GLOW (Netflix)
Rita Moreno – One Day at a Time (Netflix)
Annie Murphy – Schitt’s Creek (Pop)
Molly Shannon – The Other Two (Comedy Central)

MINISSÉRIE
Catch-22 (Hulu)
Chernobyl (HBO)
Fosse/Verdon (FX)
The Loudest Voice (Showtime)
Unbelievable (Netflix)
When They See Us (Netflix)
Years and Years (HBO)

FILME PARA TV
Brexit (HBO)
Deadwood: The Movie (HBO)
El Camino: Um Filme de Breaking Bad (El Camino: A Breaking Bad Movie) (Netflix)
Guava Island (Amazon)
Native Son (HBO)
Patsy & Loretta (Lifetime)

ATOR EM MINISSÉRIE OU FILME PARA TV
Christopher Abbott – Catch-22 (Hulu)
Mahershala Ali – True Detective (HBO)
Russell Crowe – The Loudest Voice (Showtime)
Jared Harris – Chernobyl (HBO)
Jharrel Jerome – When They See Us (Netflix)
Sam Rockwell – Fosse/Verdon (FX)
Noah Wyle – The Red Line (CBS)

ATRIZ EM MINISSÉRIE OU FILME PARA TV
Kaitlyn Dever – Unbelievable (Netflix)
Anne Hathaway – Modern Love (Amazon)
Megan Hilty – Patsy & Loretta (Lifetime)
Joey King – The Act (Hulu)
Jessie Mueller – Patsy & Loretta (Lifetime)
Merritt Wever – Unbelievable (Netflix)
Michelle Williams – Fosse/Verdon (FX)

ATOR COADJUVANTE EM MINISSÉRIE OU FILME PARA TV
Asante Blackk – When They See Us (Netflix)
George Clooney – Catch-22 (Hulu)
John Leguizamo – When They See Us (Netflix)
Dev Patel – Modern Love (Amazon)
Jesse Plemons – El Camino: Um Filme Breaking Bad (Netflix)
Stellan Skarsgård – Chernobyl (HBO)
Russell Tovey – Years and Years (HBO)

ATRIZ COADJUVANTE EM MINISSÉRIE OU FILME PARA TV
Patricia Arquette – The Act (Hulu)
Marsha Stephanie Blake – When They See Us (Netflix)
Toni Collette – Unbelievable (Netflix)
Niecy Nash – When They See Us (Netflix)
Margaret Qualley – “Fosse/Verdon” (FX)
Emma Thompson – Years and Years (HBO)
Emily Watson – Chernobyl (HBO)

SÉRIE ANIMADA
“Big Mouth” (Netflix)
“BoJack Horseman” (Netflix)
“The Dark Crystal: Age of Resistance” (Netflix)
“She-Ra and the Princesses of Power” (Netflix)
“The Simpsons” (Fox)
“Undone” (Amazon)

TALK SHOW
“Desus & Mero” (Showtime)
“Full Frontal with Samantha Bee” (TBS)
“The Kelly Clarkson Show” (NBC)
“Last Week Tonight with John Oliver” (HBO)
“The Late Late Show with James Corden” (CBS)
“Late Night with Seth Meyers” (NBC)

ESPECIAL DE COIMÉDIA
“Amy Schumer: Growing” (Netflix)
“Jenny Slate: Stage Fright” (Netflix)
“Live in Front of a Studio Audience: Norman Lear’s ‘All in the Family’ and ‘The Jeffersons’” (ABC)
“Ramy Youssef: Feelings” (HBO)
“Seth Meyers: Lobby Baby” (Netflix)
“Trevor Noah: Son of Patricia” (Netflix)
“Wanda Sykes: Not Normal” (Netflix)


 

A cerimônia do Critics’ Choice Awards acontece no dia 12 de Janeiro e deve ser transmitida pela TNT.

‘HISTÓRIA DE UM CASAMENTO’ LIDERA as INDICAÇÕES ao GLOBO DE OURO

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MELHOR FILME – DRAMA

FILME DA NETFLIX CONQUISTAM 6 INDICAÇÕES

Antes de listar os maiores indicados por filme, é importante ressaltar a escalada da Netflix. Foram ao todo 34 indicações (!) entre filmes, séries, minisséries e filmes para TV. A plataforma de streaming definitivamente está colhendo os frutos de seu alto investimento em conteúdo. Há poucos anos, a Netflix era vista apenas como uma plataforma para assistir aos filmes de outros estúdios. Hoje, ela produz muito material de qualidade, principalmente por investir nas vozes de autores esnobados na rede comercial de cinema como Martin Scorsese e Noah Baumbach.

Na ala de cinema, o drama conjugal História de um Casamento foi muito beneficiado por seu elenco: Adam Driver, Scarlett Johansson e Laura Dern receberam indicações individuais, contudo, Noah Baumbach não foi indicado na categoria de Direção. Ele foi lembrado apenas como roteirista, o que pode elevar suas chances de vitória. O filme também foi reconhecido pela trilha musical singela de Randy Newman.

Também da Netflix, O Irlandês acumulou 5 indicações, e deve ter as maiores chances de vencer o Globo de Ouro de Filme – Drama, justamente pela ausência de Noah Baumbach como diretor. Aliás, a categoria de Direção já foi alvo da primeira controvérsia, que cobra mulheres diretoras, especialmente Greta Gerwig por Adoráveis Mulheres. A crítica vem mais pesada na premiação, já que em 2017, esnobaram Gerwig por Lady Bird pra indicar o ranzinza Ridley Scott por Todo o Dinheiro do Mundo.

Numa resposta rápida, o presidente da HFPA, Lorenzo Soria, retrucou: “O que aconteceu é que nós não votamos por gênero. Votamos por filme e merecimento”. Além de Greta Gerwig, havia outras opções femininas como Lulu Wang (The Farewell), Lorene Scafaria (As Golpistas), Olivia Wilde (Fora de Série), Marielle Heller (Um Lindo Dia na Vizinhança) e Alma Har’el (Honey Boy), contudo, nenhuma delas teve um alto reconhecimento crítico que acarretasse numa forte cobrança.

Em 77 anos de Globo de Ouro, foram apenas cinco mulheres indicadas na categoria de Direção: Ava DuVernay (Selma), Barbra Streisand (Yentl e O Príncipe das Marés), Jane Campion (O Piano), Sofia Coppola (Encontros e Desencontros) e Kathryn Bigelow (Guerra ao Terror e A Hora Mais Escura), e apenas Barbra Streisand ganhou o Globo de Ouro de direção por Yentl em 1984.

Voltando ao filme de Gerwig, Adoráveis Mulheres foi praticamente esnobado. Recebeu ao todo duas indicações: Trilha Musical para Alexandre Desplat, e Atriz para Saoirse Ronan. Nem mesmo Florence Pugh conseguiu espaço como Coadjuvante, nem Gerwig como roteirista (mas ela deve conseguir indicação ao Oscar por Roteiro ter duas categorias: original e adaptado).

Também com 5 indicações como O Irlandês, o novo filme de Quentin Tarantino, Era uma Vez em… Hollywood obteve maior ocupação nas principais categorias por estar disputando como filme de Comédia ou Musical. Assim, foi reconhecido como Filme, Diretor, Ator (Leonardo DiCaprio), Ator Coadjuvante (Brad Pitt) e Roteiro.

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MELHOR FILME – COMÉDIA OU MUSICAL

DECEPÇÕES E SURPRESAS

É sempre bom lembrarmos que 2019 foi um ano excepcional para o cinema. E isso é consenso em inúmeros sites especializados de cinema e de crítica. Portanto, nada mais natural do que observarmos vários filmes e atuações sem lugar nas premiações mais importantes, assim como lermos várias críticas por qualquer ausência. Sabem aquele velho ditado de agradar gregos e troianos, né?

Contudo, com base nas últimas semanas em que prêmios da crítica foram divulgados, é importante ressaltar algumas ausências e outras surpresas que incrementam ainda mais a temporada.

MELHOR ATRIZ- DRAMA (1)

Entre as ausências mais sentidas: Robert De Niro (O Irlandês) e Adam Sandler (Uncut Gems) na categoria de Ator -Drama. Em seus lugares, as performances menos celebradas de Jonathan Pryce (Dois Papas) e Christian Bale (Ford vs Ferrari) foram reconhecidas. Ainda nesta categoria, poderia haver espaço para nomes menos famosos como Paul Walter Hauser (O Caso Richard Jewell) e George McKay (1917). Aliás, essa falta de reconhecimento do elenco pode limitar o filme de guerra de Sam Mendes apenas às categorias mais técnicas de Montagem, Fotografia e Som no Oscar.

Na categoria de Atriz, Cynthia Erivo conquistou um importante espaço com sua atuação em Harriet, contudo num ano em que o quarteiro loiro formado por Renée Zellwegger, Charlize Theron, Saoirse Ronan e Scarlett Johansson, outros nomes ficaram de fora como Alfre Woodard (Clemency), Mary Kay Place (A Vida de Diane) e Lupita Nyong’o (Nós). Com bom hype, Awkwafina conseguiu espaço na categoria de Atriz – Comédia ou Musical, na qual se torna a favorita por The Farewell. Aliás, a indicação de Cate Blanchett nessa categoria por Cadê Você, Bernadette? foi vista como total surpresa, pois o filme de Richard Linklater foi mal nas bilheterias e de crítica.

MELHOR ATRIZ- DRAMA

Nas categorias de Coadjuvante, Shia Labeouf foi esquecido por seu filme autobiográfico Honey Boy, assim como por The Peanut Butter Falcon, enquanto Shuzhen Zhao foi esnobada por The Farewell. Willem Dafoe, recentemente indicado por Projeto Flórida e No Portal da Eternidade, foi ignorado por O Farol. Por outro lado, as indicações de Kathy Bates (O Caso de Richard Jewell) e Annette Bening (O Relatório) podem ser interpretadas como ótimo início de campanha.

Na categoria de Longa de Animação, uma decepção e uma crítica ao mesmo tempo. O Globo de Ouro incluiu o bilionário live-action de O Rei Leão, sendo que nem consideramos um trabalho de animação, não possui criatividade alguma, e ainda rouba lugares de trabalhos criativos e alternativos como Perdi Meu Corpo, que recentemente foi eleito Melhor Animação e Trilha Musical pelo LAFCA.

Talvez este seja o principal defeito do Globo de Ouro: puxa muito o saco de grandes estúdios e de celebridades. Quem aí não se lembra das indicações de Angelina Jolie e Joaquin Phoenix por aquele horrendo O Turista?

PELAS CATEGORIAS TELEVISIVAS

Chernobyl, The Crown e Unbelievable dominaram as categorias com 4 indicações cada. Enquanto, Barry, Succession, Big Little Lies, Fleabag, Fosse/ Verdon, The Kominsky Method e The Morning Show acumularam três cada.

Para quem quiser acompanhar o anúncio das indicações, segue link para o vídeo no YouTube:

Tim Allen, Dakota Fanning e Susan Kelechi Watson se incumbiram da tarefa de anunciar os indicados na manhã desta segunda-feira.

Lembrando que a cerimônia do 77º Globo de Ouro está marcada para o dia 05 de janeiro, e será apresentada pelo hilário Ricky Gervais.


INDICADOS AO 77º GLOBO DE OURO:

CINEMA

MELHOR FILME – DRAMA
O Irlandês (The Irishman) (Netflix)
História de um Casamento (Marriage Story) (Netflix)
1917 (Universal)
Coringa (Joker) (Warner Bros.)
Dois Papas (The Two Popes) (Netflix)

MELHOR ATRIZ – DRAMA
Cynthia Erivo (Harriet)
Scarlett Johansson (História de um Casamento)
Saoirse Ronan (Adoráveis Mulheres)
Charlize Theron (O Escândalo)
Renée Zellweger (Judy)

MELHOR ATOR – DRAMA
Christian Bale (Ford vs Ferrari)
Antonio Banderas (Dor e Glória)
Adam Driver (História de um Casamento)
Joaquin Phoenix (Coringa)
Jonathan Pryce (Dois Papas)

MELHOR FILME – COMÉDIA OU MUSICAL
Meu Nome é Dolemite (Dolemite Is My Name) (Netflix)
Jojo Rabbit (Fox Searchlight)
Entre Facas e Segredos (Knives Out) (Lionsgate)
Era uma Vez em… Hollywood (Once Upon a Time in Hollywood) (Sony)
Rocketman (Paramount)

MELHOR ATRIZ – COMÉDIA OU MUSICAL
Ana de Armas (Entre Facas e Segredos)
Awkwafina (The Farewell)
Cate Blanchett (Cadê Você, Bernadette?)
Beanie Feldstein (Fora de Série)
Emma Thompson (Late Night)

MELHOR ATOR – COMÉDIA OU MUSICAL
Daniel Craig (Entre Facas e Segredos)
Roman Griffin Davis (Jojo Rabbit)
Leonardo DiCaprio (Era uma Vez em… Hollywood)
Taron Egerton (Rocketman)
Eddie Murphy (Meu Nome é Dolemite)

MELHOR LONGA DE ANIMAÇÃO
Frozen 2 (Disney)
Como Treinar o Seu Dragão 3 (How to Train Your Dragon: The Hidden World) (Universal)
O Rei Leão (The Lion King) (Disney)
Link Perdido (Missing Link) (United Artists Releasing)
Toy Story 4 (Disney)

MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
The Farewell (A24)
Les Misérables (Amazon)
Dor e Glória (Pain and Glory) (Sony Pictures Classics)
Parasita (Parasite) (Neon)
Retrato de uma Jovem em Chamas (Portrait of a Lady on Fire) (Neon)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Kathy Bates (O Caso Richard Jewell)
Annette Bening (O Relatório)
Laura Dern (História de um Casamento)
Jennifer Lopez (As Golpistas)
Margot Robbie (O Escândalo)

MELHOR ATOR COADJUVANTE
Tom Hanks (Um Lindo Dia na Vizinhança)
Anthony Hopkins (Dois Papas)
Al Pacino (O Irlandês)
Joe Pesci (O Irlandês)
Brad Pitt (Era uma Vez em… Hollywood)

MELHOR DIRETOR
Bong Joon-ho (“Parasite”)
Sam Mendes (“1917”)
Todd Phillips (“Joker”)
Martin Scorsese (O Irlandês)
Quentin Tarantino (Era uma Vez em… Hollywood)

MELHOR ROTEIRO
Noah Baumbach (História de um Casamento)
Bong Joon-ho and Han Jin-won (Parasita)
Anthony McCarten (Dois Papas)
Quentin Tarantino (Era uma Vez em… Hollywood)
Steven Zaillian (O Irlandês)

MELHOR TRILHA MUSICAL
Alexandre Desplat (Adoráveis Mulheres)
Hildur Guðnadóttir (Coringa)
Randy Newman (História de um Casamento)
Thomas Newman (1917)
Daniel Pemberton (Brooklyn: Sem Pai Nem Mãe)

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
“Beautiful Ghosts” (Cats)
“I’m Gonna Love Me Again” (Rocketman)
“Into the Unknown” (Frozen 2)
“Spirit” (O Rei Leão)
“Stand Up” (Harriet)


TELEVISÃO/STREAMING

MELHOR SÉRIE – DRAMA
“Big Little Lies” (HBO)
“The Crown” (Netflix)
“Killing Eve” (BBC America)
“The Morning Show” (Apple TV Plus)
“Succession” (HBO)

MELHOR ATRIZ DE SÉRIE – DRAMA
Jennifer Aniston (“The Morning Show”)
Olivia Colman (“The Crown”)
Jodie Comer (“Killing Eve”)
Nicole Kidman (“Big Little Lies”)
Reese Witherspoon (“The Morning Show”)

MELHOR ATOR DE SÉRIE – DRAMA
Brian Cox (“Succession”)
Kit Harington (“Game of Thrones”)
Rami Malek (“Mr. Robot”)
Tobias Menzies (“The Crown”)
Billy Porter (“Pose”)

MELHOR SÉRIE – COMÉDIA OU MUSICAL
“Barry” (HBO)
“Fleabag” (Amazon)
“The Kominsky Method” (Netflix)
“The Marvelous Mrs. Maisel” (Amazon)
“The Politician” (Netflix)

MELHOR ATRIZ DE SÉRIE – COMÉDIA OU MUSICAL
Christina Applegate (“Dead to Me”)
Rachel Brosnahan (“The Marvelous Mrs. Maisel”)
Kirsten Dunst (“On Becoming a God in Central Florida”)
Natasha Lyonne (“Russian Doll”)
Phoebe Waller-Bridge (“Fleabag”)

MELHOR ATOR DE SÉRIE – COMÉDIA OU MUSICAL
Michael Douglas (“The Kominsky Method”)
Bill Hader (“Barry”)
Ben Platt (“The Politician”)
Paul Rudd (“Living with Yourself”)
Ramy Youssef (“Ramy”)

MELHOR MINISSÉRIE OU FILME PARA TV
“Catch-22″ (Hulu)
“Chernobyl” (HBO)
“Fosse/Verdon” (FX)
The Loudest Voice (Showtime)
“Unbelievable” (Netflix)

MELHOR ATRIZ DE MINISSÉRIE OU FILME PARA TV
Kaitlyn Dever (“Unbelievable”)
Joey King (“The Act”)
Helen Mirren (“Catherine the Great”)
Merritt Wever (“Unbelievable”)
Michelle Williams (“Fosse/Verdon”)

MELHOR ATOR DE MINISSÉRIE OU FILME PARA TV
Christopher Abbott (“Catch-22”)
Sacha Baron Cohen (“The Spy”)
Russell Crowe (“The Loudest Voice”)
Jared Harris (“Chernobyl”)
Sam Rockwell (“Fosse/Verdon”)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE DE SÉRIE, MINISSÉRIE OU FILME PARA TV
Patricia Arquette (“The Act”)
Helena Bonham Carter (“The Crown”)
Toni Collette (“Unbelievable”)
Meryl Streep (“Big Little Lies”)
Emily Watson (“Chernobyl”)

MELHOR ATOR COADJUVANTE DE SÉRIE, MINISSÉRIE OU FILME PARA TV
Alan Arkin (“The Kominsky Method”)
Kieran Culkin (“Succession”)
Andrew Scott (“Fleabag”)
Stellan Skarsgård (“Chernobyl”)
Henry Winkler (“Barry”)

‘PARASITA’ É O MELHOR FILME pelos CRÍTICOS de LOS ANGELES

MELHOR FILME: Parasita

ASSOCIAÇÃO TEM UMA QUEDA TRADICIONAL POR FILMES EM LÍNGUA ESTRANGEIRA

Apesar de ter o costume maior de premiar atores estrangeiros, a associação de críticos de Los Angeles elegeu como Melhor Filme pela segunda vez consecutiva uma produção de língua estrangeira após o mexicano Roma. E em 2012, elegeu o europeu Amor, de Michael Haneke.

Além de ser reconhecido como Melhor Filme, Parasita foi premiado nas categorias de Direção para Bong Joon-Ho e Ator Coadjuvante para Song Kang Ho, que interpreta o pai da família Kim. O filme sul-coreano também conquistou o segundo lugar nas categorias de Roteiro e Design de Produção (por aquela belíssima e funcional mansão da família Park).

ATOR COADJUVANTE: Song Kang-Ho (Parasita)

“Nossos estimados vencedores deste ano dão seguimento à tendência da nossa associação de defender um quadro diverso e inclusivo de filmes extraordinários. Cineastas vencedores são saudados ao redor do globo, incluindo Coréia do Sul, Espanha e França, enfatizando como filme transcende as fronteiras geográficas e dialoga com nossa experiência emocional compartilhada” declarou a presidente Claudia Puig.

Nos últimos anos, a LAFCA elegeu Moonlight e Spotlight como Melhor Filme, que acabaram levando o Oscar também. Em outros anos, seus vencedores estavam na lista de indicados a Melhor Filme: Roma, Me Chame Pelo Seu Nome, Boyhood e Gravidade e Ela, que dividiram o prêmio em 2013.

ATOR: Antonio Banderas (Dor e Glória)

SOBRE OS VENCEDORES

Além do ótimo desempenho de Parasita, que certamente melhora ainda mais a campanha do filme na temporada, a premiação também dá aquele up para o espanhol Dor e Glória, que venceu como Filme em Língua Estrangeira, e para o francês Retrato de uma Jovem em Chamas, que além de ter ficado com o 2° lugar, ainda levou o prêmio de Fotografia, dando um apoio importante ao filme de Céline Sciamma, que foi preterido pela comissão francesa que optou por Les Miserábles para representar o país no Oscar. A diretora de fotografia Claire Mathon venceu por dois trabalhos: Retrato e Atlantique (que está na Netflix). Caso sua campanha continue avançando, ela pode se tornar a segunda mulher indicada ao Oscar de Fotografia depois de Rachel Morrison (Mudbound).

ATRIZ COADJUVANTE: Jennifer Lopez (As Golpistas)

Na categoria de Longa de Animação, o francês Perdi Meu Corpo bateu os grandes da Pixar (Toy Story 4 ficou com o 2º lugar), da Disney (Frozen 2) e Dreamworks (Como Treinar o Seu Dragão 3), levando ainda o prêmio de Trilha Musical, e com essas vitórias praticamente crava sua indicação ao Oscar, até mesmo porque sua disponibilidade no acervo da Netflix ajuda bastante a conquistar votos.

Pelas categorias de atuação, Mary Kay Place (A Vida de Diane) ganha uma sobrevida diante da campanha quase imbatível de Renée Zellwegger por Judy, assim como Jennifer Lopez (As Golpistas) contra Laura Dern (História de um Casamento). Na ala masculina,os estrangeiros Antonio Banderas e Song Kang-Ho reforçam suas campanhas na tentativa de conquistar suas primeiras indicações ao Oscar num ano bastante disputado.

ATRIZ: Mary Kay Place (A Vida de Diane)

VENCEDORES DO LAFCA 2019:

MELHOR FILME: Parasita
2° lugar: O Irlandês

MELHOR DIRETOR: Bong Joon-Ho (Parasita)
2° lugar: Martin Scorsese (O Irlandês)

MELHOR ATRIZ: Mary Kay Place (A Vida de Diane)
2° lugar: Lupita Nyong’o (Nós)

MELHOR ATOR: Antonio Banderas (Dor e Glória)
2° lugar: Adam Driver (História de um Casamento)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE: Jennifer Lopez (As Golpistas)
2° lugar: Shuzhen Zhao (The Farewell)

MELHOR ATOR COADJUVANTE: Song Kang Ho (Parasita)
2° lugar: Joe Pesci (O Irlandês)

MELHOR DOCUMENTÁRIO: American Factory
2° lugar: Apollo 11

MELHOR ROTEIRO: Noah Baumbach (História de um Casamento)
2° lugar: Bong Joon-Ho e Han Jin Won (Parasita)

MELHOR FOTOGRAFIA: Claire Mathon (Retrato de uma Jovem em Chamas) (Atlantique)
2° lugar: Roger Deakins (1917)

MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO: Barbara Ling (Era uma Vez em… Hollywood)
2° lugar: Ha Jun Lee (Parasita)

MELHOR MONTAGEM: Todd Douglas Miller (Apollo 11)
2° lugar: Ronald Bronstein & Benny Safdie (Uncut Gems)

MELHOR TRILHA: Dan Levy (Perdi Meu Corpo)
2° lugar: Thomas Newman (1917)

MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA: Dor e Glória
2° lugar: Retrato de uma Jovem em Chamas

MELHOR LONGA DE ANIMAÇÃO: Perdi Meu Corpo
2° lugar: Toy Story 4

New Generation Prize: Joe Talbot, Jimmie Fails e Jonathan Majors (The Last Black Man in San Francisco)

Douglas Edwards Experimental Film Award: The Giverny Document

‘O IRLANDÊS’ TAMBÉM CONQUISTA os CRÍTICOS de NOVA YORK

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UM DIA APÓS SE SAGRAR MELHOR FILME PELO NATIONAL BOARD OF REVIEW, FILME DA NETFLIX DE MARTIN SCORSESE FATURA O NYFCC

Pelo visto, a Netflix não ficou apenas se queixando do Oscar concedido a Green Book no lugar de sua produção Roma. Eles resolveram agir logo e contra-atacar ao abrir as portas para profissionais que estão perdendo espaço e liberdade artística no circuito comercial. O resultado dessa estratégia está dando frutos com os recentes prêmios da crítica. O Irlandês levou os prêmios de Filme, Roteiro Adaptado e um especial para Scorsese, De Niro e Pacino no National Board of Review.

Já em sua 85ª edição anual, o círculo de críticos filmes de Nova York (New York Film Critics Circle) não tem conseguido eleger o vencedor do Oscar de Melhor Filme desde 2011, quando ambos elegeram O Artista. Contudo, esta premiação, assim como a dos críticos de Los Angeles (cujos premiados serão divulgados no próximo dia 08, domingo) não tem apenas o intuito de servir de parâmetro para o Oscar (como o faz o Critics’ Choice Awards de forma descarada), mas de lembrar e celebrar os filmes e nomes alternativos entre os melhores do ano.

Assim, enquanto a Academia elegeu nos últimos cinco anos os filmes: Green Book, A Forma da Água, Moonlight, Spotlight e Birdman, o NYFCC elegeu: Roma, Lady Bird, La La Land, Carol e Boyhood. Como não são um prêmio da indústria, não ficam suscetíveis ao mercado e campanhas publicitárias caríssimas, e desta forma, podem ousar mais em suas escolhas. Neste ano, a ousadia deles foi direcionada às categorias de Direção, Atriz, Fotografia e Longa de Animação.

Abaixo, faremos uma breve análise de cada categoria, com contexto e momento (o chamada hype).

VENCEDORES DO 85º NYFCC:

MELHOR FILME
O Irlandês (The Irishman), de Martin Scorsese

Embora não tenha vencido Melhor Direção, a mensagem dos críticos de Nova York me parece muito clara. “Vamos reconhecer a coragem de Scorsese, um veterano dos anos 70, ao filmar um épico de 3 horas e meia, com atores da velha guarda, e ainda com a plataforma de streaming da Netflix”. Como todos devem saber, Scorsese comprou uma briga com a Marvel Studios e Disney ao criticar as mega produções de temática de super-heróis. O fato de ele ser premiado pela crítica não necessariamente confirma o apoio para o cineasta, mas definitivamente defende que se faz necessário filmes mais ousados e diferentes de fórmulas batidas.

MELHOR DIREÇÃO
Benny Safdie e Josh Safdie (Uncut Gems)

Os irmão Safdie estão se tornando os novos irmãos Coen. Além de formarem uma nova dupla de irmãos no comando da direção, eles trazem um sopro de criatividade aos filmes policiais e noir assim como os Coen fizeram entre os anos 80 e 90. Após os merecidos elogios para o trabalho anterior deles, Bom Comportamento, a crítica passou a acompanhar mais atentamente seus novos projetos. Em Uncut Gems, além da ótima técnica de filmagem, eles dão crédito a um ator desacreditado (de Robert Pattinson a Adam Sandler agora) e descobrem novos talentos (Julia Fox tem chamado atenção como atriz revelação).

MELHOR ATRIZ
Lupita Nyong’o (Nós)

A franco-favorita da categoria, Renée Zellwegger, pode estar com o reinado ameaçado. Embora sua performance como Judy Garland seja louvável, é sempre bom termos concorrência de alto nível. Lupita Nyong’o era um nome que merecia esse destaque para que as premiações televisivas lembrem de sua atuação formidável e assustadora em Nós, novo filme de Jordan Peele. Claro que o histórico de vitória do gênero terror no Oscar é quase inexistente, mas Lupita merece pelo menos uma indicação por interpretar duas personagens de forma estupenda.

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MELHOR ATOR
Antonio Banderas (Dor e Glória)

Trabalhando em Hollywood há muito tempo, o ator espanhol ficou mais conhecido como a voz do Gato de Botas nos filmes de Shrek, mas foi sua ampla experiência com o diretor Pedro Almodóvar que possibilitou sua interpretação tão distinta em Dor e Glória, onde ele faz um diretor de cinema em crise de existência e criatividade. Num ano bastante competitivo para atores principais, este prêmio pode ajudar Banderas a conquistar aquela quinta vaga na categoria de Melhor Ator no Oscar. Seria sua primeira indicação ao prêmio da Academia.

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Laura Dern (História de um Casamento)

Laura Dern está vivendo um novo auge em sua carreira depois da indicação a Atriz Coadjuvante por Livre em 2015. Atuou nas séries Big Little Lies e Twin Peaks, participou da nova trilogia de Star Wars e agora volta com dois novos tabalhos em Adoráveis Mulheres e História de um Casamento. Até o momento, com mais este reconhecimento, Dern é a franco-favorita na corrida de Atriz Coadjuvante, mas tem concorrentes de peso como Jennifer Lopez e Kathy Bates. Muito querida pela HFPA, acreditamos que sua vitória é certa no Globo de Ouro, e caso não haja imprevistos, deve conquistar sua primeira estatueta do Oscar em sua terceira indicação.

MELHOR ATOR COADJUVANTE
Joe Pesci (O Irlandês)

Depois de muito falarem de Brad Pitt e Al Pacino, o NYFCC voltou a lembrar que Joe Pesci é sim um nome forte para a categoria de Coadjuvante. Com uma habilidade tremenda para atuações realistas, não foi à toa que Scorsese o tirou da aposentadoria para participar de O Irlandês. Até semana passada, Pesci estava praticamente fora da competição, mas este prêmio o recoloca na disputa e pode garanti-lo no Globo de Ouro e no Oscar, pelo menos como indicado. O ator já ganhou um Oscar por outro filme de Scorsese, Os Bons Companheiros, em 1991.

MELHOR ROTEIRO
Quentin Tarantino (Era uma vez em… Hollywood)

Acho que se existe alguém igualmente apaixonado por cinema como Scorsese, este é Quentin Tarantino. Em várias entrevistas, ele defende os filmes longos e de qualidade. Ele é fascinado por detalhes que para muitos passam desapercebidos. Em Era Uma Vez em… Hollywood, ele faz o cinema vencer a realidade cruel e violenta. Pode não ser seu melhor trabalho (acreditamos que ele precisa de outro montador para substituir à altura a saudosa Sally Menke), mas seu roteiro sempre reserva ótimos personagens e diálogos. Além disso, Tarantino é um dos poucos que consegue ganhar o Oscar mesmo não sendo membro do sindicato de roteiristas.

MELHOR FOTOGRAFIA
Claire Mathon (Retrato de uma Jovem em Chamas)

Num ano dividido entre as fotografias de O Irlandês, Coringa, Era Uma Vez em… Hollywood e Parasita, o NYFCC resolveu conceder o prêmio ao filme francês Retrato de uma Jovem em Chamas, que vem coletando elogios desde sua passagem em Cannes em Maio. Como o filme não foi selecionado pela comissão da França para representar o país no Oscar, os críticos deram um bom jeito de lembrar do filme para concorrer a outras categorias.

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Retrato de uma Jovem em Chamas

MELHOR FILME ESTRANGEIRO
Parasita (Parasite), de Bong Joon-Ho

Supremacia. Até agora, 100% de aproveitamento do filme sul-coreano em todos os prêmios mais importantes na categoria de Filme Estrangeiro. E anotem aí: vai ser premiado como Melhor Filme no LAFCA, os críticos de Los Angeles, que ainda podem eleger Kang-Ho Song como Melhor Ator. Será que finalmente teremos o Oscar de Melhor Filme concedido a uma produção em língua estrangeira?

MELHOR LONGA DE ANIMAÇÃO
Perdi Meu Corpo (I Lost My Body), de Jérémy Clapin

Como dissemos no post do Annie Awards, a falta de criatividade dos grandes estúdios que só lançaram sequências este ano (Frozen 2, Toy Story 4 e Como Treinar o Seu Dragão 3) tem chamado a atenção dos críticos para animações mais modestas como este delicado Perdi Meu Corpo, que já está disponível no catálogo da Netflix. Com este prêmio, o filme praticamente garante vaga na categoria de Animação do Oscar. Só falta uma vitória de uma produção estrangeira, o que não acontece desde 2002, quando A Viagem de Chihiro levou o Oscar.

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Perdi Meu Corpo

MELHOR DOCUMENTÁRIO
Honeyland, de Tamara Kotevska e Ljubomir Stefanov

Honeyland é um caso peculiar. Ele concorre em duas frentes: Documentário e Filme Internacional no Oscar, representando a modesta Macedônia do Norte. Embora tenha chances na última categoria, tem maior possibilidade de indicação como documentário, onde terá que competir com os fortes candidatos Apollo 11 e American Factory.

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Honeyland

MELHOR FILME DE ESTREANTE
Atlantics, de Mati Diop

Representante do Senegal para o Oscar, e vencedor do Grande Prêmio do Júri em Cannes, Atlantics fala diretamente sobre a nossa realidade que lida com os problemas da imigração ilegal. Este prêmio coloca o filme da estreante Mati Diop no mapa, juntamente com a colaboração da Netflix, que já disponibilizou o filme no acervo. Sempre bom termos produções vindas do continente africano, cujo cinema acaba mais fragilizado diante da situação econômica dos países.

PRÊMIO ESPECIAL
Randy Newman

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