‘ME CHAME PELO SEU NOME’ é eleito MELHOR FILME segundo críticos de LOS ANGELES

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ENQUANTO DRAMA LGBT RETOMA PROTAGONISMO DA TEMPORADA, OUTROS DOIS FAVORITOS VOLTAM A MOSTRAR SINAIS DE VIDA

Após a consagração de The Post no National Board of Review, e de Lady Bird no NYFCC, o drama independente Me Chame Pelo seu Nome volta a ser protagonista no Los Angeles Film Critics Association (LAFCA), acumulando seu hype depois do Gotham Awards e da liderança nas indicações do Independent Spirit.

Embora tenha levado o prêmio principal de Filme, de Diretor para Luca Guadagnino e de Ator para Timothée Chalamet, Me Chame Pelo seu Nome teve uma grande sombra na premiação que atende pelo nome de A Forma da Água. O filme de Guillermo del Toro reaparece pela primeira vez no cenário desde que saiu com o Leão de Ouro em Veneza. A aventura fantástica conquistou os prêmios de Diretor (empate com Guadagnino), Atriz para Sally Hawkins e Fotografia, além de ser segundo lugar em Direção de Arte e Trilha Musical.

Sally Hawkins Shape of Water

Vencedora do prêmio de Melhor Atriz: Sally Hawkins em cena de A Forma da Água (pic by outnow.ch)

Além de ressuscitar A Forma da Água, o LAFCA também trouxe de volta ao palco Três Anúncios Para um Crime. Apesar de não ter ganhado nenhum prêmio, o filme de Martin McDonagh foi segundo lugar nas categorias de Atriz (Frances McDormand), Ator Coadjuvante (Sam Rockwell) e Roteiro (o próprio McDonagh). O filme, que critica a impunidade e ineficiência policial, havia levado o prêmio de roteiro em Veneza e o prestigiado People’s Choice Award do Festival de Toronto que costuma ter forte sintonia com o Oscar, mas perdeu espaço no Gotham, NBR e NYFCC. Tanto A Forma da Água quanto Três Anúncios ressurgem na hora certa, já que as indicações ao Critics’ Choice Awards e do Globo de Ouro se aproximam: dias 06 e 11, respectivamente.

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À esquerda, Woody Harrelson com Frances McDormand, que ficou em 2º lugar como Melhor Atriz por Três Anúncios Para um Crime (pic by moviepilot.de)

Se Saoirse Ronan não levou o prêmio de Atriz novamente por Lady Bird, o filme de Greta Gerwig foi representado aqui pela atriz Laurie Metcalf, que levou como Atriz Coadjuvante. A diretora recebeu a honraria especial do New Generation.

Já a nova vitória de Willem Dafoe por Projeto Flórida já o consolida como franco-favorito na categoria de Ator Coadjuvante após vencer consecutivamente o NBR, NYFCC e agora o LAFCA. Vale lembrar que o ator já foi duas vezes indicado ao Oscar: em 1987 por Platoon, e em 2001 por A Sombra do Vampiro, mas nunca levou a estatueta. Esse histórico existente com o Oscar conta bastante na hora da votação, por isso, já dá pra garanti-lo como um indicado pelo menos.

Pela categoria de Melhor Ator, acho importante ressaltar duas coisas: com mais essa vitória, Timothée Chalamet se fortalece como candidato, deixando de ser um jovem ator com poucas chances. Se ele ganhar o Globo de Ouro e/ou SAG, pode se tornar o vencedor mais jovem do Oscar de Ator. E por outro lado, onde está Gary Oldman? Até antes de começarem esses prêmios, ele era considerado o franco-favorito ao Oscar com sua interpretação da figura histórica do primeiro ministro britânico Winston Churchill em O Destino de uma Nação, mas até o momento, ninguém lembrou de seu nome ou sequer do filme de Joe Wright. Claro que ainda está cedo, mas Oldman precisa reagir se quiser um lugar ao sol.

Destaque para a vitória do humilde The Breadwinner, que bateu a franco-favorita Viva – A Vida é uma Festa, da Pixar, como Melhor Longa de Animação. Embora seja muito difícil a Pixar perder este Oscar (seu competidor faz uma bela homenagem à cultura mexicana em tempos de xenofobia do governo Trump), o reconhecimento de The Breadwinner permite que o filme também seja melhor apreciado e quem sabe, conseguir uma indicação ao Oscar.

Ao analisar os demais vencedores do LAFCA, tudo leva a crer que os filmes Blade Runner 2049 e Dunkirk devem prevalecer nas categorias técnicas do Oscar, mas com poucas chances de indicação e vitórias nas categorias principais. Embora a fotografia de Blade Runner 2049 tenha ficado em segundo lugar, como o diretor de fotografia Roger Deakins tem um histórico impressionante de 13 indicações e zero vitórias, a Academia deve finalmente premiá-lo, ao mesmo tempo em que reconhece tardiamente a fotografia do Blade Runner original, feita pelo competente Jordan Cronenweth.

Em relação ao prêmio de Trilha Musical, o colaborador assíduo de Paul Thomas Anderson, Jonny Greenwood, pode finalmente competir no Oscar por sua composição de Trama Fantasma. Sua trilha anterior feita para Sangue Negro havia sido desclassificada por supostamente conter música pré-existente na composição, que teria de ser original. Ainda sobre trilhas, os críticos de LA se esqueceram do belo trabalho de Daniel Lopatin em Bom Comportamento. Sua trilha carrega toda a tensão do filme dos irmãos Josh e Benny Safdie.

VENCEDORES DO LAFCA 2017:

MELHOR FILME: Me Chame Pelo seu Nome (Call me by your Name)
2º lugar: Projeto Flórida (The Florida Project)

MELHOR DIRETOR: Guillermo del Toro (A Forma da Água) e Luca Guadagnino (Me Chame Pelo seu Nome) – EMPATE

MELHOR ATOR: Timothée Chalamet (Me Chame Pelo seu Nome)
2º lugar: James Franco (O Artista do Desastre)

MELHOR ATRIZ: Sally Hawkins (A Forma da Água)
2º lugar: Frances McDormand (Três Anúncios Para um Crime)

MELHOR ATOR COADJUVANTE: Willem Dafoe (Projeto Flórida)
2º lugar: Sam Rockwell (Três Anúncios Para um Crime)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE: Laurie Metcalf (Lady Bird)
2º lugar: Mary J. Blige (Mudbound)

MELHOR ROTEIRO: Jordan Peele (Corra!)
2º lugar: Martin McDonagh (Três Anúncios Para um Crime)

MELHOR FOTOGRAFIA: Dan Lausten (A Forma da Água)
2º lugar: Roger Deakins (Blade Runner 2049)

MELHOR MONTAGEM: Lee Smith (Dunkirk)
2º lugar: Tatiana S. Riegel (I, Tonya)

MELHOR TRILHA MUSICAL: Jonny Greenwood (Trama Fantasma)
2º lugar: Alexandre Desplat (A Forma da Água)

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE: Dennis Gassner (Blade Runner 2049)
2º lugar: Paul D. Austerberry (A Forma da Água)

MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA: 120 Batimentos Por Minuto, de Robin Campillo (FRANÇA) e Loveless, de Andrey Zvyagintsev (RÚSSIA) – EMPATE

MELHOR LONGA DE ANIMAÇÃO: The Breadwinner, de Nora Twomey
2º lugar: Viva – A Vida é uma Festa (Coco), de Lee Unkrich e Adrian Molina

MELHOR DOCUMENTÁRIO: Faces Places, de Agnès Varda e JR
2º lugar: Jane, de Brett Morgen

PRÊMIO DOUGLAS EDWARDS PARA FILME EXPERIMENTAL: Purge This Land, de Lee Anne Schmitt

PRÊMIO NEW GENERATION: Greta Gerwig (Lady Bird)

PRÊMIO PELO CONJUNTO DA OBRA: Max von Sydow

114 Trilhas Musicais e 79 Canções competem por 10 indicações no Oscar 2015

Alexandre Desplat tem 5 trilhas elegíveis este ano. O homem mais compõe do que dorme (photo by nytimes.com)

Alexandre Desplat tem 5 trilhas elegíveis este ano. O homem mais compõe do que dorme (photo by Annamaria DiSanto in nytimes.com)

CATEGORIAS MUSICAIS APRESENTAM SEUS VÁRIOS CONCORRENTES PARA O OSCAR 2015

A Academia anunciou 114 trilhas musicais elegíveis para disputar as cobiçadas 5 indicações da categoria Melhor Trilha Musical Original. Trata-se de uma das mais disputadas categorias da premiação, pois além do alto número de competidores, existem regras bem rígidas que desqualificam trabalhos interessantes como aconteceu com a trilha de Howard Shore de O Aviador por apresentar trechos pré-existentes de outras composições ou a intensa trilha de Jonny Greenwood de Sangue Negro por não se encaixar na musicalidade do departamento musical acadêmico.

Este ano, dois trabalhos interessantes foram tachados de inelegíveis: as trilhas de Antonio Sanches (Birdman) e Justin Hurwitz (Whiplash: Em Busca da Perfeição). Curiosamente, ambas são compostas por bateria e, segundo as regras da Academia, não apresentariam os requisitos necessários. Só para citar um exemplo que pode ter colaborado para a desqualificação dos trabalhos, o regulamento pede para que “a trilha seja composta especificamente para o filme pelo compositor como resultado de sua interação com o diretor, não tendo sido ouvido anteriormente em lugar nenhum”, além da regra que não permite a diluição de outras músicas no trabalho final do caso O Aviador citado no primeiro parágrafo.

O compositor Antonio Sanchez ficou de fora da corrida pelo Oscar por sua trilha de Birdman (photo by remezcla.com)

O compositor Antonio Sanchez ficou de fora da corrida pelo Oscar por sua trilha de Birdman (photo by remezcla.com)

Em termos de rigidez, a categoria de Trilha Musical talvez seja a mais chata. Não é à toa que muitas composições em destaque acabam morrendo na praia, desvalorizando a competição em si. Concordo que a Academia deve manter o padrão de sua grandiosa história, mas muitos trabalhos interessantes acabam ficando no limbo por simplesmente não se encaixarem nos moldes pré-determinados. Houve uma época em que havia uma categoria de Trilhas Musicais Adaptadas que poderia acolher estas trilhas do ostracismo, mas foi extinta há muito tempo.

Já entre as trilhas que foram classificadas, o grande herói é o compositor francês Alexandre Desplat com nada menos que CINCO trabalhos elegíveis, tendo dois fortes concorrentes: O Jogo da Imitação (já indicado para o Globo de Ouro) e O Grande Hotel Budapeste. Desplat já foi indicado 6 vezes ao Oscar, mas nunca levou. Talvez seja finalmente seu ano de consagração.

Além de sua trilha, outras quatro foram indicadas ao Globo de Ouro:
– Hans Zimmer (Interstelar)
– Antonio Sanchez (Birdman)
– Trent Reznor e Atticus Ross (Garota Exemplar)
– Jóhann Jóhannsson (A Teoria de Tudo)
– Alexandre Desplat (O Jogo da Imitação)

O jovem compositor Mica Levi, que concorre por Sob a Pele, interessante filme de Jonathan Glazer (photo by m-magazine.co.uk)

O jovem compositor Mica Levi, que concorre por Sob a Pele, interessante filme de Jonathan Glazer (photo by m-magazine.co.uk)

Outro trabalho que vem chamando atenção dos críticos é a trilha de Mica Levi por Sob a Pele. Embora seja sua primeira trilha para cinema, a Academia pode muito bem encaixá-la no lugar do desqualificado Birdman

Segue a lista das 114 trilha musicais que atravessaram a praia:

American Revolutionary: The Evolution of Grace Lee Boggs, por Vivek Maddala
Anita, por Lili Haydn
Annabelle (Annabelle), por Joseph Bishara
Um Novo Amor (At Middleton), por Arturo Sandoval
Atlas Shrugged: Who Is John Galt?, por Elia Cmiral
Ursos (Bears), por George Fenton
Belle, por Rachel Portman
Grandes Olhos (Big Eyes), por Danny Elfman
Operação Big Hero 6 (Big Hero 6), por Henry Jackman
Festa no Céu (The Book of Life), por Gustavo Santaolalla e Tim Davies
Os Boxtrolls (The Boxtrolls), por Dario Marianelli
13º Distrito (Brick Mansions), por Trevor Morris
Cake, por Christophe Beck
Calvário (Calvary), por Patrick Cassidy
Capitão América: O Soldado Invernal (Captain America: The Winter Soldier), por Henry Jackman
The Case against 8, por Blake Neely
Cheatin’, por Nicole Renaud
Planeta dos Macacos: O Confronto (Dawn of the Planet of the Apes), por Michael Giacchino
O Desaparecimento de Eleanor Rigby (The Disappearance of Eleanor Rigby: Them), por Son Lux
Divergente (Divergent), por Tom Holkenborg
Winter, o Golfinho 2 (Dolphin Tale 2), por Rachel Portman
Drácula: A História Nunca Contada (Dracula Untold), por Ramin Djawadi
A Grande Escolha (Draft Day), por John Debney
The Drop, por Marco Beltrami e Buck Sanders
Terra Para Echo (Earth to Echo), por Joseph Trapanese
No Limite do Amanhã (Edge of Tomorrow), por Christophe Beck
Amor Sem Fim (Endless Love), por Christophe Beck e Jake Monaco
O Protetor (The Equalizer), por Harry Gregson-Williams
Êxodo: Deuses e Reis (Exodus: Gods and Kings), por Alberto Iglesias
A Culpa é das Estrelas (The Fault in Our Stars), por Mike Mogis
A Fotografia Oculta de Vivian Maier (Finding Vivian Maier), por J. Ralph
Corações de Ferro (Fury), por Steven Price
Garnet’s Gold, por J. Ralph
Girl on a Bicycle, por Craig Richey
O Doador de Memórias (The Giver), por Marco Beltrami
Godzilla (Godzilla), por Alexandre Desplat
Garota Exemplar (Gone Girl), por Trent Reznor e Atticus Ross
A Boa Mentira (The Good Lie), por Martin Léon
O Grande Hotel Budapeste (The Grand Budapest Hotel), por Alexandre Desplat
The Great Flood, por Bill Frisell
Hércules (Hercules), por Fernando Velázquez
The Hero of Color City, por Zoë Poledouris-Roché e Angel Roché Jr.
O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos (The Hobbit: The Battle of the Five Armies), por Howard Shore
The Homesman, por Marco Beltrami
Quero Matar Meu Chefe 2 (Horrible Bosses 2), por Christopher Lennertz
Como Treinar o Seu Dragão 2 (How to Train Your Dragon 2), por John Powell
A 100 Passos de um Sonho (The Hundred-Foot Journey), por A.R. Rahman
Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1 (The Hunger Games: Mockingjay — Part 1), por James Newton Howard
I Origins, por Will Bates e Phil Mossman
O Jogo da Imitação (The Imitation Game), por Alexandre Desplat
Vício Inerente (Inherent Vice), por Jonny Greenwood
Interestelar (Interstellar), por Hans Zimmer
A Entrevista (The Interview), por Henry Jackman
No Olho do Tornado (Into the Storm), por Brian Tyler
Jal, por Sonu Nigam e Bickram Ghosh
O Juiz (The Judge), por Thomas Newman
O Mensageiro (Kill the Messenger), por Nathan Johnson
Kochadaiiyaan, por A.R. Rahman
A Lenda de Oz (Legends of Oz: Dorothy’s Return), por Toby Chu
Uma Aventura Lego (The Lego Movie), por Mark Mothersbaugh
Libertador (The Liberator), por Gustavo Dudamel
Life Itself – A Vida de Roger Ebert (Life Itself), por Joshua Abrams
Viver é Fácil com os Olhos Fechados (Vivir es Fácil con los Ojos Cerrados), por Pat Metheny
Lucy (Lucy), por Eric Serra
Malévola (Maleficent), por James Newton Howard
Maze Runner: Correr ou Morrer (The Maze Runner), por John Paesano
Merchants of Doubt, por Mark Adler
Arremesso de Ouro (Million Dollar Arm), por A.R. Rahman
Um Milhão de Maneiras de Pegar na Pistola (A Million Ways to Die in the West), por Joel McNeely
As Aventuras de Peabody & Sherman (Mr. Peabody & Sherman), por Danny Elfman
Sr. Turner (Mr. Turner), por Gary Yershon
Caçadores de Obras-Primas (The Monuments Men), por Alexandre Desplat
A Most Violent Year, por Alex Ebert
My Old Lady, por Mark Orton
Uma Noite no Museu 3: O Segredo da Tumba (Night at the Museum: Secret of the Tomb), por Alan Silvestri
O Abutre (Nightcrawler), por James Newton Howard
No God, No Master, por Nuno Malo
Noé (Noah), por Clint Mansell
Sem Escalas (Non-Stop), por John Ottman
The One I Love, por Danny Bensi e Saunder Jurriaans
Ouija – O Jogo dos Espíritos (Ouija), por Anton Sanko
As Aventuras de Paddington (Paddington), por Nick Urata
Os Pinguins de Madagascar (Penguins of Madagascar), por Lorne Balfe
Pompeia (Pompeii), por Clinton Shorter
Uma Noite de Crime: Anarquia (The Purge: Anarchy), por Nathan Whitehead
Uma Longa Viagem (The Railway Man), por David Hirschfelder
Red Army, por Christophe Beck and Leo Birenberg
Ride Along, por Christopher Lennertz
Rocks in My Pockets, por Kristian Sensini
Rosewater, por Howard Shore
Um Santo Vizinho (St. Vincent), por Theodore Shapiro
O Sal da Terra (The Salt of the Earth), por Laurent Petitgand
Selma, por Jason Moran
The Signal, por Nima Fakhrara
Expresso da Amanhã (Snowpiercer), por Marco Beltrami
Song of the Sea, por Bruno Coulais
Para Sempre Alice (Still Alice), por Ilan Eshkeri
O Conto da Princesa Kaguya (Kaguyahime no Monogatari), por Joe Hisaishi
As Tartarugas Ninja (Teenage Mutant Ninja Turtles), por Brian Tyler
Namoro ou Liberdade (That Awkward Moment), por David Torn
A Teoria de Tudo (The Theory of Everything), por Jóhann Jóhannsson
Sete Dias Sem Fim (This Is Where I Leave You), por Michael Giacchino
300: A Ascensão do Império (300: Rise of an Empire), por Tom Holkenborg
Tracks, por Garth Stevenson
Transformers: A Era da Extinção (Transformers: Age of Extinction), por Steve Jablonsky
Anjos da Lei 2 (22 Jump Street), por Mark Mothersbaugh
Invencível (Unbroken), por Alexandre Desplat
Sob a Pele (Under the Skin), por Mica Levi
Virunga, por Patrick Jonsson
Visitors, por Philip Glass
Caçada Mortal (A Walk among the Tombstones), por Carlos Rafael Rivera
Walking With the Enemy, por Timothy Williams
Relatos Selvagens (Relatos Salvajes), por Gustavo Santaolalla
X-Men: Dias de um Futuro Esquecido (X-Men: Days of Future Past), por John Ottman

A Academia também anunciou as 79 canções que vão disputar vaga nas 5 indicações na categoria Canção Original. Esperamos que eles tenham feito os devidos ajustes para que o deslize desse ano não volte a acontecer. Uma das canções indicadas, “Alone Yet Not Alone”, acabou desqualificada depois que descobriram que o compositor Bruce Broughton comprou votos se aproveitando de seu cargo anterior de chefe de departamento musical da Academia. Irredutível, a Academia não substituiu a canção desclassificada pela mais votada não-indicada, prejudicando o trabalho de outros compositores (veja matéria completa: https://cinemaoscareafins.wordpress.com/2014/01/30/oscar-corta-indicacao-de-alone-yet-not-alone-como-melhor-cancao-original/)

Dentre os 79 selecionáveis, existem muitas canções pertencentes aos gêneros de animação. Uma Aventura Lego, Como Treinar o Seu Dragão 2, Os Boxtrolls, Festa no Céu, Operação Big Hero 6, The Hero of Color City, As Aventuras de Peabody & Sherman, Aviões 2: Heróis do Fogo ao ResgateRio 2 correspondem ao total de 14 pré-indicados, sendo que só Rio 2 já apresenta 4 canções elegíveis.

A animação Rio 2, do brasileiro Carlos Saldanha, concorre com 4 canções originais. Pelo primeiro filme, foi indicado por "Real in Rio", mas perdeu para o filme dos Muppets (photo by outnow.ch)

A animação Rio 2, do brasileiro Carlos Saldanha, concorre com 4 canções originais. Pelo primeiro filme, foi indicado por “Real in Rio”, mas perdeu para o filme dos Muppets (photo by outnow.ch)

Apesar de nos últimos anos, muitos vencedores desta categoria serem desconhecidos do grande público como a dupla Kristen-Anderson Lopez e Robert Lopez de Frozen: Uma Aventura Congelante (“Let it Go”) e o casal Glen Hansard e Markéta Irglová de Apenas Uma Vez (“Falling Slowly”), a Academia adora indicar artistas renomados para a festa. Assim, nomes do meio musical como Coldplay (pela canção “Miracles” de Invencível) e a jovem Lorde (pela canção “Yellow Flicker Beat” de Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1) são aguardados no tapete vermelho.

A cantora Lorde em premiere do filme Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1 em Londres (photo by creativejeniusreport.com)

A cantora Lorde em premiere do filme Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1 em Londres (photo by creativejeniusreport.com)

Embora nos últimos 5 anos apenas 2 vencedores da categoria tenham coincidido, vale lembrar que os 5 indicados do Globo de Ouro desta edição são:
– “Opportunity” de Annie
– “Mecy Is” de Noé
– “Glory” de Selma
– “Big Eyes” de Grandes Olhos
– “Yellow Flicker Beat” de Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1

Segue a lista das 79 canções:

“It’s on Again” de O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro (The Amazing Spider-Man 2)
“Opportunity” de Annie
“Lost Stars” from Mesmo Se Nada Der Certo (Begin Again)
“Grateful” de Além das Luzes (Beyond the Lights)
“Big Eyes” de Grandes Olhos (Big Eyes)
“Immortals” de Operação Big Hero 6 (Big Hero 6)
“The Apology Song” de Festa no Céu (The Book of Life)
“I Love You Too Much” de Festa no Céu (The Book of Life)
“The Boxtrolls Song” de Os The Boxtrolls (The Boxtrolls)
“Quattro Sabatino” de Os Boxtrolls (The Boxtrolls)
“Ryan’s Song” de Boyhood: Da Infância à Juventude (Boyhood)
“Split the Difference” de Boyhood: Da Infância à Juventude (Boyhood)
“No Fate Awaits Me” de O Desaparecimento de Eleanor Rigby (The Disappearance of Eleanor Rigby: Them)
“Brave Souls” de Winter, o Golfinho 2 (Dolphin Tale 2)
“You Got Me” de Winter, o Golfinho (Dolphin Tale 2)
“All Our Endless Love”de Amor Sem Fim
“Let Me In” de A Culpa é das Estrelas (The Fault in Our Stars)
“Not About Angels” de A Culpa é das Estrelas (The Fault in Our Stars)
“Until the End” de Garnet’s Gold
“It Just Takes a Moment” de Girl on a Bicycle
“Last Stop Paris” de Girl on a Bicycle
“Ordinary Human” de O Doador de Memórias (The Giver)
“I’m Not Gonna Miss You” de Glen Campbell…I’ll Be Me
“Find a Way” de A Boa Mentira (The Good Lie)
“Color the World” de The Hero of Color City
“The Last Goodbye” de O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos (The Hobbit: The Battle of the Five Armies)
“Chariots” de The Hornet’s Nest
“Follow Me” de The Hornet’s Nest
“Something to Shoot For” de Hot Guys with Guns
“For the Dancing and the Dreaming” de Como Treinar o Seu Dragão 2 (How to Train Your Dragon 2)
“Afreen” de A 100 Passos de um Sonho (The Hundred-Foot Journey)
“Yellow Flicker Beat” de Jogos Vorazes: A Esperança — Parte 1 (The Hunger Games: Mockingjay – Part 1)
“Heart Like Yours” de Se Eu Ficar (If I Stay)
“I Never Wanted to Go” de Se Eu Ficar (If I Stay)
“Mind” de Se Eu Ficar (If I Stay)
“Everything Is Awesome” de Uma Aventura Lego (The Lego Movie)
“Call Me When You Find Yourself” de Life Inside Out
“Coming Back to You” de Life of an Actress The Musical
“The Life of an Actress” de Life of an Actress The Musical
“Sister Rust” de Lucy (Lucy)
“You Fooled Me” de Merchants of Doubt
“Million Dollar Dream” de Arremesso de Ouro (Million Dollar Arm)
“Spreading the Word/Makhna” de Arremesso de Ouro (Million Dollar Arm)
“We Could Be Kings” de Arremesso de Ouro (Million Dollar Arm)
“A Million Ways to Die” de Um Milhão de Maneiras de Pegar na Pistola (A Million Ways to Die in the West)
“Way Back When” de As Aventuras de Peabody & Sherman (Mr. Peabody & Sherman)
“America for Me” de A Most Violent Year
“I’ll Get You What You Want (Cockatoo in Malibu)” de Muppets 2: Procurados e Amados (Muppets Most Wanted)
“Something So Right” de Muppets 2: Procurados e Amados (Muppets Most Wanted)
“We’re Doing a Sequel” de Muppets 2: Procurados e Amados (Muppets Most Wanted)
“Mercy Is” de Noé (Noah)
“Seeds” de Occupy the Farm
“Grant My Freedom” de The One I Wrote for You
“The One I Wrote For You” de The One I Wrote for You
“Hal” de Amantes Eternos (Only Lovers Left Alive)
“Shine” de As Aventuras de Paddington (Paddington)
“Still I Fly” de Aviões 2: Heróis do Fogo ao Resgate (Planes: Fire & Rescue)
“Batucada Familia” de Rio 2 (Rio 2)
“Beautiful Creatures” de Rio 2 (Rio 2)
“Poisonous Love” de Rio 2 (Rio 2)
“What Is Love” de Rio 2 (Rio 2)
“Over Your Shoulder” de Rudderless
“Sing Along” de Rudderless
“Stay With You” de Rudderless
“Everyone Hides” de Um Santo Vizinho (St. Vincent)
“Why Why Why” de Um Santo Vizinho (St. Vincent)
“Glory” de Selma
“The Morning” de A Small Section of the World
“Special” de Special
“Gimme Some” de #Stuck
“The Only Thing” de Third Person
“Battle Cry” de Transformers: A Era da Extinção (Transformers: Age of Extinction)
“Miracles” de Invencível (Unbroken)
“Summer Nights” de Under the Electric Sky
“We Will Not Go” de Virunga
“Heavenly Father” de Wish I Was Here
“So Now What” de Wish I Was Here
“Long Braid” de WWW: Work Weather Wife
“Moon” de WWW: Work Weather Wife

As indicações ao Oscar 2015 acontece no dia 15 de janeiro. E a cerimônia será transmitida ao vivo no dia 22 de fevereiro.

Top 10 dos Diretores – Parte 3

A fotografia intimista de A Árvore da Vida

A Árvore da Vida, Terrence Malick: um dos trabalhos recentes mais bem votados entre diretores e críticos (photo by outnow.ch)

SELEÇÃO DE DIRETORES APRESENTA SENSO CRÍTICO E GOSTO PESSOAL

Para quem estava acompanhando as escolhas de filmes dos diretores (1ª parte: https://cinemaoscareafins.wordpress.com/2012/08/11/top-10-dos-diretores/ e 2ª parte: https://cinemaoscareafins.wordpress.com/2013/11/16/top-10-dos-diretores-parte-2/), esta é a terceira e última parte da matéria especial, lançada a cada dez anos pela revista britânica Sight & Sound. Infelizmente, a pesquisa não alcançou nomes consagrados como Steven Spielberg, Tim Burton, Clint Eastwood e Peter Jackson, mas há nomes interessantes como o do roteirista da nova trilogia de Star Wars, Lawrence Kasdan; do cineasta turco Nuri Bilge Ceylan, que venceu a Palma de Ouro este ano; do britânico Paul Greengrass que trabalha tão bem o limite entre ficção e documentário através de câmera na mão e montagem frenética nos filmes do agente Jason Bourne e do aclamado Vôo United 93.

Particularmente, gostei bastante das escolhas de Peter Farrelly. Como um dos melhores diretores de comédias atualmente, obviamente, ele não poderia deixar de mencionar o clássico Apertem os Cintos… O Piloto Sumiu, mas soube também valorizar a coragem de se fazer humor a partir de temas tabus à sociedade como fez Borat: O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Viaja à América, que fala sobre gênero, raça e religião de forma que ilumina preconceitos existentes.  Ele destaca o amor pela arte do humor do comediante Sacha Baron Cohen, que poderia ter sido espancado ou até morto por suas piadas infames em prol de uma boa risada. Por Borat, ele sofreu uma série de processos judiciais por se passar por um personagem ingênuo para provocar gargalhadas. Apesar de tudo isso, Farrelly ressalta a injustiça da comédia ainda ser tratada como uma espécie de sub-gênero. Claro que Farrelly ganha pontos comigo por ter selecionado Sideways – Entre Umas e Outras, um de meus filmes favoritos.

Sacha Baron Cohen em cena de Borat. Segundo Farrelly, um dos mais corajosos filmes de comédia. (photo by outnow.ch)

Sacha Baron Cohen em cena de Borat. Segundo Farrelly, um dos mais corajosos filmes de comédia. (photo by outnow.ch)

Embora trate-se de uma matéria sobre diretores, vale destacar as escolhas do recém-falecido crítico de cinema Roger Ebert. Esta é a quinta vez que ele vota para a pesquisa da Sight & Sound, e confessa que é um desafio enorme incluir um filme novo a cada década. Para esta eleição, estava na dúvida entre Sinédoque, Nova York, de Charlie Kaufman e A Árvore da Vida, de Terrence Malick. Optou pelo último por acreditar que sua importância crescerá ao longo dos anos. Sua lista contempla uma abrangência da década de 40 até a atual, recordando grandes diretores como Federico Fellini, Yasujirô Ozu, Alfred Hitchcock e Stanley Kubrick.

É interessante verificar também as escolhas de três diretores brasileiros: Walter Salles e Tata Amaral, que elegeram trabalhos brasileiros como fonte rica de inspiração como O Bandido da Luz Vermelha, Terra em Transe e Vidas Secas, que reflete a ternura e a crueza do nordeste brasileiro em Central do Brasil e Abril Despedaçado de Walter Salles.

Lawrence Kasdan

Nasceu em janeiro de 1949 – Florida, EUALawrence Kasdan
Trabalhos em destaque: Corpos Ardentes (1981), O Reencontro (1983), O Turista Acidental (1988), Grand Canyon – Ansiedade de uma Geração (1991)

  • O Exército das Sombras (L’Armée des Ombres/ 1969, dir. Jean-Pierre Melville)
  • A Batalha de Argel (La Battaglia di Algeri/ 1966, dir. Gillo Pontecorvo)
  • Dr. Fantástico (Dr. Strangelove or: How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb/ 1964, dir. Stanley Kubrick)
  • O Poderoso Chefão (The Godfather/ 1972, dir. Francis Ford Coppola)
  • As Vinhas da Ira (The Grapes of Wrath/ 1940, dir. John Ford)
  • Lawrence da Arábia (Lawrence of Arabia/ 1962, dir. David Lean)
  • Fuga ao Passado (Out of the Past/ 1947, dir. Jacques Tourneur)
  • A Regra do Jogo (La Règle du Jeu/ 1939, dir. Jean Renoir)
  • Os Sete Samurais (Shichinin no Samurai/ 1954, dir. Akira Kurosawa)
  • O Tesouro de Sierra Madre (The Treasure of the Sierra Madre/ 1948, dir. John Huston)

Lone Scherfig

Nasceu em maio de 1959 – Copenhague, Dinamarcalonescherfig_250x375
Trabalhos em destaque: Italiano Para Principiantes (2000), Educação (2009), Um Dia (2011).

  • 1900 (Novecento/ 1976, dir. Bernardo Bertolucci)
  • Se Meu Apartamento Falasse (The Apartment/ 1960, dir. Billy Wilder)
  • Ondas do Destino (Breaking the Waves/ 1996, dir. Lars von Trier)
  • Acossado (À bout de Souffle/ 1960, dir. Jean-Luc Godard)
  • Vidas Amargas (East of Eden/ 1955, dir. Elia Kazan)
  • Fanny & Alexander (Fanny och Alexander/ 1982, dir. Ingmar Bergman)
  • Desejo e Perigo (Se, jie/ 2007, dir. Ang Lee)
  • Songs from the Second Floor (Sånger från andra våningen/ 2000, dir. Roy Andersson)
  • A Fita Branca (Das weiße Band – Eine deutsche Kindergeschichte/ 2009, dir. Michael Haneke)
  • Ventos da Liberdade (The Wind that Shakes the Barley/ 2006, dir. Ken Loach)

Lukas Moodysson

Nasceu em janeiro de 1969 – Skåne Iän, SuéciaLukas+Moodysson+Best+Portraits+Toronto+jwY182nqFqZl
Trabalhos em destaque: Amigas de Colégio (1998), Bem-Vindos (2000), Para Sempre Lilya (2002), Corações em Conflito (2009).

  • 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias (4 Luni, 3 Saptâmani si 2 Zile/ 2007, dir. Cristian Mungiu)
  • O Barco – Inferno no Mar (Das Boot/ 1981, dir. Wolfgang Petersen)
  • Fanny & Alexander (Fanny och Alexander/ 1982, dir. Ingmar Bergman)
  • Hotel do Norte (Hôtel Du Nord/ 1938, dir. Marcel Carné)
  • A Morte de um Bookmaker Chinês (The Killing of a Chinese Bookie/ 1976, dir. John Cassavetes)
  • A Última Sessão de Cinema (The Last Picture Show/ 1971, dir. Peter Bogdanovich)
  • The Man on the Roof (Mannen på taket/ 1976, dir. Bo Widerberg)
  • Margot e o Casamento (Margot at the Wedding/ 2007, dir. Noah Baumbach)
  • O Espelho (Zerkalo/ 1975, dir. Andrei Tarkovsky)
  • A Swedish Love Story (En Kärlekshistoria/ 1970, dir. Roy Andersson)

Manoel de Oliveira

Nasceu em dezembro de 1908 – Oporto, PortugalManoel de Oliveira
Trabalhos em destaque: A Divina Comédia (1991), Cada um Com seu Cinema (2007), Singularidades de uma Loira (2009), O Estranho Caso de Angélica (2010).

  • O Encouraçado Potemkin (Bronenosets Potemkin/ 1925, dir. Sergei M. Eisenstein)
  • Gertrud (Gertrud/ 1964, dir. Carl Theodor Dreyer)
  • Em Busca do Ouro (The Gold Rush/ 1925, dir. Charles Chaplin)
  • O Delator (The Informer/ 1935, dir. John Ford)
  • Ivan, o Terrível (Ivan Groznyy/ 1944, dir. Sergei M. Eisenstein)
  • Romance na Itália (Viaggio in Italia/ 1954, dir. Roberto Rossellini)
  • Mouchette, a Virgem Possuída (Mouchtte/ 1967, dir. Robert Bresson)
  • O Martírio de Joana D’Arc (La Passion de Jeanne d’Arc/ 1928, dir. Carl Theodore Dreyer)
  • Playtime – Tempo de Diversão (Playtime/ 1967, dir. Jacques Tati)
  • Contos da Lua Vaga (Ugetsu Monogatari/ 1953, dir. Kenji Mizoguchi)

Marc Webb

Nasceu em agosto de 1974 – Indiana, EUAmarc-webb
Trabalhos em destaque: (500) Dias com Ela(2009), O Espetacular Homem-Aranha (2012), O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro (2014).

  • 8½ (8½/ 1963, dir. Federico Fellini)
  • Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (Annie Hall/ 1977, dir. Woody Allen)
  • A Ponte do Rio Kwai (The Bridge on the River Kwai/ 1957, dir. David Lean)
  • Filhos da Esperança (Children of Men/ 2006, dir. Alfonso Cuarón)
  • Luzes da Cidade (City Lights/ 1931, dir. Charles Chaplin)
  • Sociedade dos Poetas Mortos (Dead Poets Society/ 1989, dir. Peter Weir)
  • A Primeira Noite de um Homem (The Graduate/ 1967, dir. Mike Nichols)
  • Cantando na Chuva (Singin’ in the Rain/ 1952, dir. Gene Kelly e Stanley Donen)
  • A Fraternidade é Vermelha (Trois Couleurs: Rouge/ 1994, dir. Krzysztof Kieslowski)
  • O Ano em que Vivemos em Perigo (The Year of Living Dangerously/ 1982, dir. Peter Weir)

Mark Romanek

Nasceu em setembro de 1959 – Illinois, EUAmark_romanek_getty_225
Trabalhos em destaque: Static (1985), Retratos de uma Obsessão (2002), Não me Abandone Jamais (2010)

  • 8½ (8½/ 1963, dir. Federico Fellini)
  • Andrei Rublev (Andrey Rublyov/ 1966, dir. Andrei Tarkovsky)
  • Apocalypse Now (Apocalyse Now/ 1979, dir. Francis Ford Coppola)
  • Barry Lyndon (Barry Lyndon/ 1975, dir. Stanley Kubrick)
  • Cidadão Kane (Citizen Kane/ 1941, dir. Orson Welles)
  • Cinzas no Paraíso (Days of Heaven/ 1978, dir. Terrence Malick)
  • Fanny & Alexander (Fanny och Alexander/ 1982, dir. Ingmar Bergman)
  • O Poderoso Chefão – Parte 2 (The Godfather: Part II/ 1974, dir. Francis Ford Coppola)
  • O Portal do Paraíso (Heaven’s Gate/ 1980, dir. Michael Cimino)
  • Lawrence da Arábia (Lawrence of Arabia/ 1962, dir. David Lean)

Martin McDonagh

Nasceu em março de 1970 – Londres, InglaterraMartin_McDonagh
Trabalhos em destaque: Six Shooter (2004), Na Mira do Chefe (2008), Sete Psicopatas e um Shih Tzu (2011).

  • Terra de Ninguém (Badlands/ 1973, dir. Terrence Malick)
  • Cidadão Kane (Citizen Kane/ 1941, dir. Orson Welles)
  • O Poderoso Chefão (The Godfather/ 1972, dir. Francis Ford Coppola)
  • Três Homens em Conflito (Il Buono, Il Brutto, Il Cattivo/ 1966, dir. Sergio Leone)
  • Manhattan (Manhattan/ 1979, dir. Woody Allen)
  • Neste Mundo e no Outro (A Matter of Life and Death/ 1946, dir. Michael Powell e Eric Pressburger)
  • O Mensageiro do Diabo (The Night of the Hunter/ 1955, dir. Charles Laughton)
  • Os Sete Samurais (Shichinin no Samurai/ 1954, dir. Akira Kurosawa)
  • Taxi Driver (Taxi Driver/ 1976, dir. Martin Scorsese)
  • Meu Ódio Será sua Herança (The Wild Bunch/ 1969, dir. Sam Peckinpah)

Matthew Vaughn

Nasceu em março de 1971 – Londres, InglaterraMatthew Vaughn
Trabalhos em destaque: Nem Tudo é o que Parece (2004), Stardust: O Mistério da Estrela (2007), Kick Ass: Quebrando Tudo (2010), X-Men: Primeira Classe (2011).

  • De Volta Para o Futuro (Back to the Future/ 1985, dir. Robert Zemeckis)
  • Muito Além do Jardim (Being There/ 1979, dir. Hal Ashby)
  • O Franco Atirador (The Deer Hunter/ 1978, dir. Michael Cimino)
  • Três Homens em Conflito (Il Buono, Il Brutto, Il Cattivo/ 1966, dir. Sergio Leone)
  • Lawrence da Arábia (Lawrence of Arabia/ 1962, dir. David Lean)
  • Os Caçadores da Arca Perdida (Raiders of the Lost Ark/ 1981, dir. Steven Spielberg)
  • Cães de Aluguel (Reservoir Dogs/ 1992, dir. Quentin Tarantino)
  • Rocky III (Rocky III/ 1982, dir. Sylvester Stallone)
  • Scarface (Scarface/ 1983, dir. Brian De Palma)
  • Guerra nas Estrelas (Star Wars/ 1977, dir. George Lucas)

Michael Apted

Nasceu em fevereiro de 1941 – Buckinghamshire, InglaterraMichael+Apted+Chronicles+Narnia+London+Premiere+c-IJPcC89ozl
Trabalhos em destaque: O Destino Mudou Sua Vida (1980), Nas Montanhas dos Gorilas (1988), Nell (1994), 007 – O Mundo Não é o Bastante (1999).

  • 2001: Uma Odisséia no Espaço (2001: A Space Odyssey/ 1968, dir. Stanley Kubrick)
  • 8½ (8½/ 1963, dir. Federico Fellini)
  • A Batalha de Argel (La Battaglia di Algeri/ 1966, dir. Gillo Pontecorvo)
  • Acossado (À bout de Souffle/ 1960, dir. Jean-Luc Godard)
  • Cidadão Kane (Citizen Kane/ 1941, dir. Orson Welles)
  • Desafio à Corrupção (The Hustler/ 1961, dir. Robert Rossen)
  • Kes (Kes/ 1969, dir. Ken Loach)
  • Noite e Neblina (Night and Fog/ 1955, dir. Alain Resnais)
  • O Sétimo Selo (Det Sjunde Inseglet/ 1957, dir. Ingmar Bergman)
  • Quanto Mais Quente Melhor (Some Like it Hot/ 1959, dir. Billy Wilder)

Mika Kaurismäki

Nasceu em setembro de 1955 – Orimatilla, FinlândiaMika Kaurismaki
Trabalhos em destaque: Absolutamente Los Angeles (1998), Moro no Brasil (2002), O Ciúme Mora ao Lado (2009).

  • Os Profissionais do Crime (Le Deuxième Souffle/ 1966, dir. Jean-Pierre Melville)
  • Mouchette, a Virgem Possuída (Mouchtte/ 1967, dir. Robert Bresson)
  • Era Uma Vez no Oeste (C’Era una Volta il West/ 1968, dir. Sergio Leone)
  • O Paraíso Infernal (Only Angels Have Wings/ 1939, dir. Howard Hawks)
  • Paixões que Alucinam (Shock Corridor/ 1963, dir. Samuel Fuller)
  • Quanto Mais Quente Melhor (Some Like it Hot/ 1959, dir. Billy Wilder)
  • Aurora (Sunrise: A Song of Two Humans/ 1927, dir. F.W. Murnau)
  • Ser ou Não Ser (To Be or Not to Be/ 1946, dir. Ernst Lubitsch)
  • Era Uma Vez em Tóquio (Tôkyô Monogatari/ 1953, dir. Yasujirô Ozu)
  • Contos da Lua Vaga (Ugetsu Monogatari/ 1953, dir. Kenji Mizoguchi)

Mike Figgis

Nasceu em fevereiro de 1948 – Cumberland, InglaterraFilm director Mike Figgis sits for a portrait in London, 12th August 2011.
Trabalhos em destaque: Despedida em Las Vegas (1995), Por uma Noite Apenas (1997), Timecode (2000), Garganta do Diabo (2010).

  • Bonnie e Clyde – Uma Rajada de Balas (Bonnie and Clyde/ 1967, dir. Arthur Penn)
  • Amargo Pesadelo (Deliverance/ 1972, dir. John Boorman)
  • A Doce Vida (La Dolce Vita/ 1960, dir. Federico Fellini)
  • Festa de Família (Festen/ 1998, dir. Thomas Vinterberg)
  • I Am Curious Yellow (Jag är nyfiken – en film i gult/ 1967, dir. Vilgot Sjöman)
  • A Última Sessão de Cinema (The Last Picture Show/ 1971, dir. Peter Bogdanovich)
  • Esse Obscuro Objeto do Desejo (Cet Obscur objet du Désir/ 1977, dir. Luis Buñuel)
  • Noite de Estréia (Opening Night/ 1977, dir. John Cassavetes)
  • Quando Duas Mulheres Pecam (Persona/ 1966, dir. Ingmar Bergman)
  • Week-End à Francesa (Week End/ 1967, dir. Jean-Luc Godard)

Mike Newell

Nasceu em março de 1942 – Hertfordshire, Inglaterramike-newell-024-20772
Trabalhos em destaque: Quatro Casamentos e um Funeral (1994), Donnie Brasco (1997), O Sorriso de Mona Lisa (2003), Harry Potter e o Cálice de Fogo (2005).

  • Andrei Rublev (Andrey Rublyov/ 1966, dir. Andrei Tarkovsky)
  • Trens Estreitamente Vigiados (Ostre sledované vlaky/ 1966, dir. Jirí Menzel)
  • Os Bons Companheiros (The Goodfellas/ 1990, dir. Martin Scorsese)
  • A Grande Ilusão (La Grande Illusion/ 1937, dir. Jean Renoir)
  • O Leopardo (Il Gattopardo, 1963, dir. Luchino Visconti)
  • Sob o Domínio do Mal (The Manchurian Candidate/ 1962, dir. John Frankenheimer)
  • Os Sete Samurais (Shichinin no Samurai/ 1954, dir. Akira Kurosawa)
  • A Estrada da Vida (La Strada/ 1954, dir. Federico Fellini)
  • Pacto Sinistro (Strangers on a Train/ 1951, dir. Alfred Hitchcock)
  • A Fita Branca (Das weiße Band – Eine deutsche Kindergeschichte/ 2009, dir. Michael Haneke)

Nuri Bilge Ceylan

Nasceu em janeiro de 1959 – Istambul, Turquianuri bilge ceylan
Trabalhos em destaque: Distante (2002), 3 Macacos (2008), Era uma Vez na Anatolia (2011), Winter Sleep (2014).

  • Andrei Rublev (Andrey Rublyov/ 1966, dir. Andrei Tarkovsky)
  • A Grande Testemunha (Au Hasard Balthazar/ 1966, dir. Robert Bresson)
  • A Aventura (L’Avventura/ 1960, dir. Michelangelo Antonioni)
  • O Eclipse (L’Eclisse/ 1962, dir. Michelangelo Antonioni)
  • Pai e Filha (Banshun/ 1949, dir. Yasujirô Ozu)
  • Um Condenado à Morte Escapou (Un condamné à mort s’est échappé ou Le vent souffle où il veut/ 1956, dir. Robert Bresson)
  • O Espelho (Zerkalo/ 1975, dir. Andrei Tarkovsky)
  • Quando Duas Mulheres Pecam (Persona/ 1966, dir. Ingmar Bergman)
  • Vergonha (Skammen/ 1968, dir. Ingmar Bergman)
  • Era Uma Vez em Tóquio (Tôkyô Monogatari/ 1953, dir. Yasujirô Ozu)

Olivier Assayas

Nasceu em janeiro de 1955 – Paris, FrançaOlivier Assayas
Trabalhos em destaque: Espionagem na Rede (2002), Clean (2004), Paris, Te Amo (2006), Horas de Verão (2008), Depois de Maio (2012).

  • 2001: Uma Odisséia no Espaço (2001: A Space Odyssey/ 1968, dir. Stanley Kubrick)
  • O Evangelho Segundo São Mateus (Il Vangelo Secondo Matteo/ 1964, dir. Pier Paolo Pasolini)
  • Ludwig (Ludwig/ 1972, dir. Luchino Visconti)
  • Um Condenado à Morte Escapou (Un condamné à mort s’est échappé ou Le vent souffle où il veut/ 1956, dir. Robert Bresson)
  • O Espelho (Zerkalo/ 1975, dir. Andrei Tarkovsky)
  • Napoleão (Napoléon/ 1927, dir. Abel Gance)
  • Playtime – Tempo de Diversão (Playtime/ 1967, dir. Jacques Tati)
  • A Regra do Jogo (La Règle du Jeu/ 1939, dir. Jean Renoir)
  • A Árvore da Vida (The Tree of Life/ 2011, dir. Terrence Malick)
  • Van Gogh (Van Gogh/ 1991, dir. Maurice Pialat)

Pablo Larraín

Nasceu em agosto de 1976 – Santiago, Chile67th Venice Film Festival - 'Post Mortem' Photocall
Trabalhos em destaque: Fuga (2006), Tony Manero (2008), Post Mortem (2010), No (2012).

  • 2001: Uma Odisséia no Espaço (2001: A Space Odyssey/ 1968, dir. Stanley Kubrick)
  • 8½ (8½/ 1963, dir. Federico Fellini)
  • Apocalypse Now (Apocalyse Now/ 1979, dir. Francis Ford Coppola)
  • A Infância de Ivan (Ivanovo detstvo/ 1962, dir. Andrei Tarkovsky)
  • A Palavra (Ordet/ 1955, dir. Carl Theodor Dreyer)
  • Rashomon (Rashômon/ 1950, dir. Akira Kurosawa)
  • Crepúsculo dos Deuses (Sunset Blvd./ 1950, dir. Billy Wilder)
  • Era Uma Vez em Tóquio (Tôkyô Monogatari/ 1953, dir. Yazujirô Ozu)
  • Um Corpo que Cai (Vertigo/ 1958, dir. Alfred Hitchcock)
  • Viver a Vida (Vivre sa vie: Film en douze tableaux/ 1962, dir. Jean-Luc Godard)

Pablo Stoll

Nasceu em 1954 – Montevidéu, UruguaiPabloStoll
Trabalhos em destaque: 25 Watts (2001), Whisky (2004), Hiroshima – Um Musical Silencioso (2009), 3(2012).

  • Se Meu Apartamento Falasse (The Apartment/ 1960, dir. Billy Wilder)
  • The Dependent (El Dependiente/ 1969, dir. Leonardo Favio)
  • Eleição (Election/ 1999, dir. Alexander Payne)
  • O Carrasco (El Verdugo/ 1963, dir. Luis García Berlanga)
  • Memórias do Subdesenvolvimento (Memorias del Subdesarrollo/ 1968, dir. Tomás Gutiérrez Alea)
  • A Noite dos Mortos-Vivos (The Night of the Living Dead/ 1968, dir. George Romero)
  • Rio 40 Graus (Rio 40 Graus/  1955, dir. Nelson Pereira dos Santos)
  • Onde Começa o Inferno (Rio Bravo/ 1959, dir. Howad Hawks)
  • Estranhos no Paraíso (Stranger than Paradise/ 1984, dir. Jim Jarmusch)
  • O Pântano (La Ciénaga/ 2001, dir. Lucrecia Martel)

Pablo Trapero

Nasceu em outubro de 1971 – Buenos Aires, ArgentinaPablo Trapero
Trabalhos em destaque: Mundo Grúa (1999), Leonera (2008), Abutres (2010), Elefante Branco (2012).

  • Os Incompreendidos (Les Quatre Cents Coups/ 1959, dir. François Truffaut)
  • 8½ (8½/ 1963, dir. Federico Fellini)
  • Aguirre, a Cólera dos Deuses (Aguirre, der Zorn Gottes/ 1972, dir. Werner Herzog)
  • Se Meu Apartamento Falasse (The Apartment/ 1960, dir. Billy Wilder)
  • O Poderoso Chefão (The Godfather/ 1972, dir. Francis Ford Coppola)
  • Tempos Modernos (Modern Times/ 1936, dir. Charles Chaplin)
  • Não Amarás (Krótki film o milosci/ 1988, dir. Krzysztof Kieslowski)
  • Taxi Driver (Taxi Driver/ 1976, dir. Martin Scorsese)
  • Os Imperdoáveis (Unforgiven/ 1992, dir. Clint Eastwood)
  • Viridiana (Viridiana/ 1961, dir. Luis Buñuel)

Paul Greengrass

Nasceu em agosto de 1955 – Surrey, Inglaterra The Great British Talent Event
Trabalhos em destaque: Domingo Sangrento (2002), A Supremacia Bourne (2004), Vôo United 93 (2006), O Ultimato Bourne (2007), Capitão Phillips (2013).

  • A Batalha de Argel (La Battaglia di Algeri/ 1966, dir. Gillo Pontecorvo)
  • O Encouraçado Potemkin (Bronenosets Potemkin/ 1925, dir. Sergei M. Eisenstein)
  • Ladrões de Bicicletas (Ladri di Biciclette/ 1948, dir. Vittorio De Sica)
  • Acossado (À bout de Souffle/ 1960, dir. Jean-Luc Godard)
  • Cidadão Kane (Citizen Kane/ 1941, dir. Orson Welles)
  • O Evangelho Segundo São Mateus (Il Vangelo Secondo Matteo/ 1964, dir. Pier Paolo Pasolini)
  • Kes (Kes/ 1969, dir. Ken Loach)
  • Os Sete Samurais (Shichinin no Samurai/ 1954, dir. Akira Kurosawa)
  • O Jogo da Guerra (The War Game/ 1965, dir. Peter Watkins)
  • Z (Z/ 1969, dir. Costa-Gavras)

Paul Schrader

Nasceu em julho de 1946 – Michigan, EUAPaul Schrader
Trabalhos em destaque: Gigolô Americano (1980), A Marca da Pantera (1982), Temporada de Caça (1997), Auto Focus (2002).

  • Cidadão Kane (Citizen Kane/ 1941, dir. Orson Welles)
  • O Conformista (Il Conformista/ 1970, dir. Bernardo Bertolucci)
  • Amor à Flor da Pele (Fa Yeung nin Wa/ 2000, dir. Wong Kar-Wai)
  • As Três Noites de Eva (The Lady Eve/ 1941, dir. Preston Sturges)
  • Orfeu (Orphée/ 1950, dir. Jean Cocteau)
  • O Batedor de Carteiras (Pickpocket/ 1959, dir. Robert Bresson)
  • A Regra do Jogo (La Règle du Jeu/ 1939, dir. Jean Renoir)
  • Era Uma Vez em Tóquio (Tôkyô Monogatari/ 1953, dir. Yasujirô Ozu)
  • Um Corpo que Cai (Vertigo/ 1958, dir. Alfred Hitchcock)
  • Meu Ódio Será sua Herança (The Wild Bunch/ 1969, dir. Sam Peckinpah)

Peter Davis

Nasceu em janeiro de 1937 – California, EUAPeter Davis
Trabalhos em destaque: Corações e Mentes (1974), Winnie and Nelson Mandela (1986), Nelson Mandela: Prisoner to President (1994).

  • Ladrões de Bicicletas (Ladri di Biciclette/ 1948, dir. Vittorio De Sica)
  • Acossado (À bout de Souffle/ 1960, dir. Jean-Luc Godard)
  • Casablanca (Casablanca/ 1942, dir. Michael Curtiz)
  • Cidadão Kane (Citizen Kane/ 1941, dir. Orson Welles)
  • O Discreto Charme da Burguesia (Le charme discret de la bourgeoisie/ 1972, dir. Luis Buñuel)
  • O Sétimo Selo (Det Sjunde Inseglet/ 1957, dir. Ingmar Bergman)
  • Quanto Mais Quente Melhor (Some Like it Hot/ 1959, dir. Billy Wilder)
  • Sempre aos Domingos (Les dimanches de Ville d’Avray/ 1962, dir. Serge Bourguignon)
  • Laços Humanos (A Tree Grows in Brooklyn/ 1945, dir. Elia Kazan)
  • A Hora do Lobo (Vargtimmen/ 1969, dir. Ingmar Bergman)

Peter Farrelly

Nasceu em dezembro de 1956 – Pennsylvania, EUAPeter+Farrelly
Trabalhos em destaque: Debi & Lóide: Dois Idiotas em Apuros (1994), Quem Vai Ficar com Mary? (1998), O Amor é Cego (2001), Ligado em Você (2003), Antes Só do que Mal Casado (2007).

  • Apertem os Cintos… O Piloto Sumiu (Airplane!/ 1980, dir. Jim Abrahams, David Zucker, Jerry Zucker)
  • Borat: O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Viaja à América (Borat: Cultural Learnings of America for Make Benefit Glorious Nation of Kazakhstan/ 2006, dir. Larry Charles)
  • A Felicidade Não se Compra (It’s a Wonderful Life/ 1946, dir. Frank Capra)
  • Tubarão (Jaws/ 1975, dir. Steven Spielberg)
  • Perdidos na Noite (Midnight Cowboy/ 1969, dir. John Schlesinger)
  • Um Estranho no Ninho (One Flew Over the Cuckoo’s Nest/ 1975, dir. Milos Forman)
  • Cães de Aluguel (Reservoir Dogs/ 1992, dir. Quentin Tarantino)
  • A Lista de Schindler (Schindler’s List/ 1993, dir. Steven Spielberg)
  • Sideways – Entre Umas e Outras (Sideways/ 2004, dir. Alexander Payne)
  • O Mágico de Oz (The Wizard of Oz/ 1939, dir. Victor Fleming)

Roger Ebert

Nasceu em junho de 1942 – Illinois, EUABookstore Appearance By Roger Ebert
Trabalhos em destaque: “Sneak Previews” (1975-1983), “At the Movies” (1982 – 1986), “Siskel & Ebert” e mais recentemente, crítico de cinema pelo jornal The Chicago Sun.

  • 2001: Uma Odisséia no Espaço (2001: A Space Odyssey/ 1968, dir. Stanley Kubrick)
  • Aguirre, a Cólera dos Deuses (Aguirre, der Zorn Gottes/ 1972, dir. Werner Herzog)
  • Apocalypse Now (Apocalyse Now/ 1979, dir. Francis Ford Coppola)
  • Cidadão Kane (Citizen Kane/ 1941, dir. Orson Welles)
  • A Doce Vida (La Dolce Vita/ 1960, dir. Federico Fellini)
  • General (The General/ 1926, dir. Buster Keaton)
  • Touro Indomável (Raging Bull/ 1980, dir. Martin Scorsese)
  • Era Uma Vez em Tóquio (Tôkyô Monogatari/ 1953, dir. Yasujirô Ozu)
  • A Árvore da Vida (The Tree of Life/ 2011, dir. Terrence Malick)
  • Um Corpo que Cai (Vertigo/ 1958, dir. Alfred Hitchcock)

Sam Mendes

Nasceu em agosto de 1965 – Berkshire, InglaterraCharlie and the Chocolate Factory - opening night
Trabalhos em destaque: Beleza Americana (1999), Estrada Para Perdição (2002), Foi Apenas um Sonho (2008), 007 – Operação Skyfall (2012).

  • Os Incompreendidos (Les Quatre Cents Coups/ 1959, dir. François Truffaut)
  • Veludo Azul (Blue Velvet/ 1986, dir. David Lynch)
  • Cidadão Kane (Citizen Kane/ 1941, dir. Orson Welles)
  • Fanny & Alexander (Fanny och Alexander/ 1982, dir. Ingmar Bergman)
  • O Poderoso Chefão – Parte 2 (The Godfather: Part II/ 1974, dir. Francis Ford Coppola)
  • Kes (Kes/ 1969, dir. Ken Loach)
  • O Bebê de Rosemary (Rosemary’s Baby/ 1968, dir. Roman Polanski)
  • Taxi Driver (Taxi Driver/ 1976, dir. Martin Scorsese)
  • Sangue Negro (There Will be Blood/ 2007, dir. Paul Thomas Anderson)
  • Um Corpo que Cai (Vertigo/ 1958, dir. Alfred Hitchcock)

Susanne Bier

Nasceu em abril de 1960 – Copenhague, Dinamarcasusannebier
Trabalhos em destaque: Brothers (2004), Depois do Casamento (2006), Em um Mundo Melhor (2010), Serena (2014).

  • Os Incompreendidos (Les Quatre Cents Coups/ 1959, dir. François Truffaut)
  • Se Meu Apartamento Falasse (The Apartment/ 1960, dir. Billy Wilder)
  • Apocalypse Now (Apocalyse Now/ 1979, dir. Francis Ford Coppola)
  • Ladrões de Bicicletas (Ladri di Biciclette/ 1948, dir. Vittorio De Sica)
  • Morte em Veneza (Morte a Venezia/ 1971, dir. Luchino Visconti)
  • O Franco Atirador (The Deer Hunter/ 1978, dir. Michael Cimino)
  • Fanny & Alexander (Fanny och Alexander/ 1982, dir. Ingmar Bergman)
  • Aconteceu Naquela Noite (It Happened One Night/ 1934, dir. Frank Capra)
  • Era Uma Vez no Oeste (C’Era una Volta il West/ 1968, dir. Sergio Leone)
  • Janela Indiscreta (Rear Window/ 1954, dir. Alfred Hitchcock)

Suzana Amaral

Nasceu em março de 1932 – São Paulo, BrasilSuzana Amaral
Trabalhos em destaque: A Hora da Estrela (1991), Uma Vida em Segredo (2001), Hotel Atlântico (2009).

  • 8½ (8½/ 1963, dir. Federico Fellini)
  • Berlin Alexanderplatz (Berlin Alexanderplatz/ 1980, dir. Rainer Werner Fassbinder)
  • Acossado (À bout de Souffle/ 1960, dir. Jean-Luc Godard)
  • Cidadão Kane (Citizen Kane/ 1941, dir. Orson Welles)
  • O Conformista (Il Conformista/ 1970, dir. Bernardo Bertolucci)
  • O Enigma de Kaspar Hauser (Jeder für sich und Gott gegen alle/ 1974, dir. Werner Herzog)
  • O Poderoso Chefão – Parte 2 (The Godfather: Part II/ 1974, dir. Francis Ford Coppola)
  • O Informante (The Insider/ 1999, dir. Michael Mann)
  • Pulp Fiction – Tempo de Violência (Pulp Fiction/ 1994, dir. Quentin Tarantino)
  • O Tambor (Die Blechtrommel/ 1979, dir. Volker Schlöndorff)

Tata Amaral

Nasceu em setembro de 1960 – São Paulo, Brasiltata_amaral_29052007_01
Trabalhos em destaque: Um Céu de Estrelas (1986), Através da Janela (2000), Antônia: O Filme (2006), Hoje (2011).

  • Acossado (À bout de Souffle/ 1960, dir. Jean-Luc Godard)
  • Um Dia de Cão (Dog Day Afternoon/ 1975, dir. Sidney Lumet)
  • Memórias do Subdesenvolvimento (Memorias del Subdesarrollo/ 1968, dir. Tomás Gutiérrez Alea)
  • Noite e Neblina (Night and Fog/ 1955, dir. Alain Resnais)
  • Nostalgia de la Luz (Nostalgia de la Luz/ 2010, dir: Patricio Guzmán)
  • Noite de Estréia (Opening Night/ 1977, dir. John Cassavetes)
  • Paranoid Park (Paranoid Park/ 2007, dir. Gus Van Sant)
  • O Bandido da Luz Vermelha (O Bandido da Luz Vermelha/ 1968, dir. Rogério Sganzerla)
  • Rocco e Seus Irmãos (Rocco e i Suoi Fratelli/ 1960, dir. Luchino Visconti)
  • Terra em Transe (Terra em Transe/ 1967, dir. Glauber Rocha)

Terry Jones

Nasceu em fevereiro de 1942 – Colwyn Bay, País de GalesTerry_Jones
Trabalhos em destaque: Monty Python Em Busca do Cálice Sagrado (1975), A Vida de Brian (1979), Monty Python – O Sentido da Vida (1983).

  • Crimes e Pecados (Crimes and Misdemeanors/ 1989, dir. Woody Allen)
  • E.T. – O Extraterrestre (E.T. The Extra-Terrestrial/ 1982, dir. Steven Spielberg)
  • Fanny & Alexander (Fanny och Alexander/ 1982, dir. Ingmar Bergman)
  • Festa de Família (Festen/ 1998, dir. Thomas Vinterberg)
  • General (The General/ 1926, dir. Buster Keaton)
  • Feitiço do Tempo (Groundhog Day/ 1993, dir. Harold Ramis)
  • Eles e Elas (Guys and Dolls/ 1955, dir. Joseph L. Mankiewicz)
  • Santa Não Sou (I’m no Angel/ 1933, dir. Wesley Ruggles)
  • Branca de Neve e os Sete Anões (Snow White and the Seven Dwarfs/ 1937, dir. David Hand)
  • Toy Story 3 (Toy Story 3/ 2010, dir. Lee Unkrich)

Tsai Ming-Liang

Nasceu em outubro de 1957 – Sarawak, Malásiatsai-ming-Liang
Trabalhos em destaque: Vive L’Amour (1994), O Rio (1997), O Buraco (1998), Adeus, Dragon Inn (2003), O Sabor da Melancia (2005).

  • Os Incompreendidos (Les Quatre Cents Coups/ 1959, dir. François Truffaut)
  • O Eclipse (L’Eclisse/ 1962, dir. Michelangelo Antonioni)
  • O Medo Consome a Alma (Angst essen Seele auf/ 1974, dir. Rainer Werner Fassbinder)
  • Adeus, Dragon Inn (Bu san/ 2003, dir. Tsai Ming-Liang)
  • Mouchette, a Virgem Possuída (Mouchtte/ 1967, dir. Robert Bresson)
  • O Mensageiro do Diabo (The Night of the Hunter/ 1955, dir. Charles Laughton)
  • Filho Único (Hitori Musuko/ 1936, dir. Yasujirô Ozu)
  • O Martírio de Joana D’Arc (La Passion de Jeanne d’Arc/ 1928, dir. Carl Theodore Dreyer)
  • Spring in a Small Town (Xiao cheng zhi chun/ 1948, dir. Fei Mu)
  • Aurora (Sunrise: A Song of Two Humans/ 1927, dir. F.W. Murnau)

Walter Salles

Nasceu em abril de 1956 – Rio de Janeiro, Brasilwalter-salles
Trabalhos em destaque: Central do Brasil (1998), Abril Despedaçado (2001), Diários de Motocicleta (2004), Linha de Passe (2008), Na Estrada (2012).

  • 8½ (8½/ 1963, dir. Federico Fellini)
  • Andrei Rublev (Andrey Rublyov/ 1966, dir. Andrei Tarkovsky)
  • Apocalypse Now (Apocalyse Now/ 1979, dir. Francis Ford Coppola)
  • Luzes da Cidade (City Lights/ 1931, dir. Charles Chaplin)
  • Memórias do Subdesenvolvimento (Memorias del Subdesarrollo/ 1968, dir. Tomás Gutiérrez Alea)
  • Profissão: Repórter (Professione: Reporter/ 1975, dir. Michelangelo Antonioni)
  • O Martírio de Joana D’Arc (La Passion de Jeanne d’Arc/ 1928, dir. Carl Theodore Dreyer)
  • O Demônio das Onze Horas (Pierrot le Fou/ 1965, dir: Jean-Luc Godard)
  • Vidas Secas (Vidas Secas/ 1963, dir. Nelson Pereira dos Santos)
  • A Hora do Lobo (Vargtimmen/ 1969, dir. Ingmar Bergman)

 

 

Um breve balanço do Oscar 2013

Atores oscarizados: Daniel Day-Lewis, Jennifer Lawrence, Anne Hathaway e Christoph Waltz

Atores oscarizados: Daniel Day-Lewis, Jennifer Lawrence, Anne Hathaway e Christoph Waltz

Passado o Oscar, vale a pena dar uma olhada nos vencedores da principais categorias e fazer algumas projeções. No geral, a premiação desse ano foi bastante democrática, tanto que o filme com mais Oscars foi a produção As Aventuras de Pi, tanto que sequer levou Melhor Filme. Provavelmente se Ben Affleck tivesse sido indicado como Diretor, Argo seria também o recordista da noite com 4 Oscars. O grande perdedor da noite acabou sendo o drama histórico Lincoln que, apesar de ter levado dois prêmios (Ator e Direção de Arte), perdeu em outras 10 categorias.

Excetuando Anne Hathaway, havia ressalvas para as vitórias de todos os outros três atores premiados. Daniel Day-Lewis seria o primeiro ator a receber 3 Oscars de Melhor Ator? Jennifer Lawrence não seria jovem demais para bater a veterana Emmanuelle Riva? Christoph Waltz ganharia seu segundo Oscar no intervalo de três anos?

Já nas categorias de Roteiro, o iniciante Chris Terrio bateu veteranos ao explorar um fato verídico em que Hollywood salvou vidas no Irã, enquanto Tarantino recebe seu segundo Oscar mesmo após controvérsias politicamente corretas. O que muda depois do Oscar? A temida maldição do Oscar pode voltar a atacar?

FUTURO DOS ATORES

Daniel Day-Lewis em seus três auges no Oscar: 1990, 2008 e 2013 (photo by nydailynews.com)

Daniel Day-Lewis em seus três auges no Oscar: 1990 (Meu Pé Esquerdo), 2013 (Lincoln)e 2008 (Sangue Negro) (photo by nydailynews.com)

Daniel Day-Lewis (Lincoln)

O que dizer do primeiro a ganhar três vezes o Oscar de Melhor Ator? O britânico Daniel Day-Lewis quebrou um recorde que atores consagrados como Sean Penn, Jack Nicholson e Tom Hanks vêm tentando há décadas. O que Day-Lewis tem que os outros não têm? Há duas grandes diferenças: 1. Escolha do projeto. Infelizmente, nem todo ator tem o privilégio de escolher apenas bons papéis em filmes menores, afinal, precisam do cachê para pagar as contas. Grandes atores já sucumbiram ao poder do dinheiro. Quem não se lembra de Marlon Brando naquele horrível A Ilha do Dr. Moreau (1996), ou mesmo aquele fato marcante do maior cachê da época por sua atuação de 10 minutos em Superman – O Filme (1978)? E como explicar Michael Caine em Tubarão 4 – A Vingança (1987)? Na filmografia de Daniel Day-Lewis, temos apenas 19 participações em filmes, um número pequeno para uma carreira que começou no início dos anos 80, mas não há uma bomba sequer a ser explorada pelos tablóides. Alguns até criticam esse exagero de seriedade na escolha de seus papéis, porque gostariam de vê-lo numa comédia ou num filme de terror, já outros buscam apenas algum defeito na figura imponente do ator.

2. Preparação e Método. Esse processo bastante exaustivo ganhou tanta fama nos bastidores que virou até piada para Seth MacFarlane no último Oscar. “E se você (ao interpretar Lincoln) visse um celular? Surtaria?”. Por isso que Daniel Day-Lewis se obriga a escolher bem seus projetos seguintes, pois ele exige demais de si mesmo numa extensa pesquisa sobre os costumes da época em que se passa o filme. Além disso, o ator reúne toda a informação para poder realmente vivenciar a experiência durante a filmagem. Dizem que enquanto filmava Gangues de Nova York, ele raramente saía do personagem Bill The Butcher e falava com sotaque nova-iorquino o dia todo, além de afiar as facas do personagem durante o almoço. Já em Lincoln, cientes dessa fama, todos no set o chamavam de “Mr. President”, inclusive o diretor Steven Spielberg, que pela primeira vez abdicou do tradicional boné para trajar terno do século XIX no set para manter o clima. Aliás, seu esforço valeu a pena. O 3º Oscar de Day-Lewis foi o primeiro de um ator sob a direção de Spielberg.

Independente dos meios, Daniel Day-Lewis consegue criar performances notáveis. Essa quebra de recorde da Academia não veio por acaso. Claro que o número de Oscars conquistados não necessariamente significa que ele é o melhor ator de todos os tempos, afinal existem profissionais renomados que nunca ganharam como Richard Burton, Cary Grant e Montogomery Clift, ou os que venceram uma vez como o grande Laurence Olivier.

Daniel Day-Lewis não tem nenhum projeto engatilhado. Ele deve repousar para abandonar a personagem, mas não deve ser fácil depois dessa declaração: “I never, ever felt that depth of love for another human being that I never met. And that’s, I think, probably the effect that Lincoln has on most people that take the time to discover him… I wish he had stayed [with me] forever. (Eu nunca na vida senti tamanha profundidade de amor por outro ser humano que nunca conheci. E isso, acredito que provavelmente seja o efeito que Lincoln causava na maioria das pessoas que levaram tempo para descobri-lo… Gostaria que ele continuasse [comigo] para sempre”.

Jean Dujardin ajuda Jennifer Lawrence com o vestido que lhe causou um tombo na escada para o palco do Oscar (photo by justjared.com)

Jean Dujardin ajuda Jennifer Lawrence com o vestido que lhe causou um tombo na escada para o palco do Oscar (photo by justjared.com)

Jennifer Lawrence (O Lado Bom da Vida)

A pergunta que vem logo em seguida é: “Não seria cedo demais um Oscar para Jennifer Lawrence?” Não tanto pela idade (22 anos), afinal existem atores que começaram na infância, mas pela inexperiência. Seu primeiro papel num filme, Garden Party, foi lançado em 2008, quando ela tinha 18; são 4 anos de cinema e 1 Oscar. Nada mal.

Alguns cinéfilos também manifestaram protesto referente à sua vitória nas redes sociais, alegando que a francesa Emmanuelle Riva (86 anos) não deve ter outra chance de vencer o Oscar, enquanto Lawrence ainda teria muitas décadas a frente para conseguir o prêmio. Se analisarmos sob esse aspecto, realmente

Como muitos sabem, alguns atores mirins e jovens demais tomaram caminhos errados depois do sucesso invadir suas vidas (como nos infelizes casos de Macaulay Culkin e Edward Furlong). Felizmente, Lawrence parece ter o mesmo código genético de Jodie Foster, com quem trabalhou em Um Novo Despertar (2011), tornando-a uma jovem atriz prodígio focada em seus objetivos.

Sua grande sacada até o momento tem sido alternar projetos grandes como Jogos Vorazes com filmes independentes como Inverno da Alma e este O Lado Bom da Vida, criando uma diversidade de papéis num equilíbrio perfeito entre trabalho e diversão. Outro ator que abusa desse equilíbrio é o alemão Michael Fassbender, que fez o profundo Shame e o blockbuster Prometheus, mas atuando com a devida seriedade.

Se a atriz mantiver essa boa frequência, deve crescer bastante nos próximos anos. Jennifer Lawrence tem Serena, Jogos Vorazes: Em Chamas e um projeto sem título com o diretor David O. Russell a serem lançados este ano. Para 2014, ela já assinou contrato para reviver a mutante Mística na sequência X-Men: Dias de um Futuro Esquecido.

Christoph Waltz com seu segundo Oscar sob direção de Quentin Tarantino (photo by zimbio.com)

Christoph Waltz com seu segundo Oscar sob direção de Quentin Tarantino (photo by zimbio.com)

Christoph Waltz (Django Livre)

Esta descoberta austríaca feita por Quentin Tarantino recebeu seu segundo Oscar de coadjuvante e se junta aos atores Dianne Wiest e Jack Nicholson, que receberam dois Oscars sob o comando do mesmo diretor: Woody Allen e James L. Brooks, respectivamente. Particularmente, não acreditava que ele venceria por seu papel apresentar semelhanças com o Coronel Hans Landa de Bastardos Inglórios (o personagem Dr. Schultz seria a versão do bem), e principalmente por ter ganhado o mesmo Oscar de coadjuvante no curtíssimo período de 3 anos. Contudo, fico feliz que Waltz tenha vencido. Era a melhor atuação entre os concorrentes.

Seu personagem Dr. King Schultz, que anda numa carroça com um dente atado a uma mola, tem os diálogos mais bem humorados que, com a desenvoltura do ator, cresce absurdamente na tela. Waltz atua com uma naturalidade que impressiona e suas falas parecem cantadas como uma música. Infelizmente, a Academia não indicou Samuel L. Jackson pelo mesmo filme, porque poderia haver uma disputa mais acirrada ainda.

Depois que trabalhou com Tarantino pela primeira vez, Christoph topou participar de três filmes de cachê alto: Besouro Verde, Os Três Mosqueteiros e Água Para Elefantes, todos lançados em 2011, mas também estava em Deus da Carnificina sob a direção do brilhante Roman Polanski, que gerou um interessante embate entre atores como Jodie Foster e Kate Winslet. Como tarefa de casa para os próximos anos, ele deverá provar ao mundo que consegue atuações do mesmo nível ao colaborar com outros profissionais além de Quentin Tarantino, que escreve papéis sob medida para o ator.

Christoph Waltz empresta sua voz para a animação Epic, de Chris Wedge, e seu talento no drama The Zero Theorem, de Terry Gilliam para 2013. E preparem-se que Waltz interpretará o político russo Mikhail Gorbachev, contracenando com Michael Douglas como Ronald Reagan em Reykjavik, provável lançamento para 2014.

Anne Hathaway ostenta seu Oscar (photo by movies.yahoo.com)

Anne Hathaway ostenta seu Oscar (photo by movies.yahoo.com)

Anne Hathaway (Os Miseráveis)

Num ano considerado fraco entre as atrizes coadjuvantes, a vitória de Anne Hathaway já estava prevista logo no começo de janeiro, quando ganhou o Globo de Ouro. A receita pode ser resumida em: a) Emagrecer mais de 10 quilos para o papel; b) Ter seu cabelo cortado em cena; c) Monólogo cantado dramaticamente em close-ups. Sua breve atuação como Fantine no musical Os Miseráveis poderia ter durado mais, pois oferece um respiro ao público que se cansa de cantorias que soam banais nos 160 minutos do filme.

Hathaway, que passou a chamar atenção através do filme da Disney, O Diário de uma Princesa (2001), teve uma virada na carreira a partir de 2005. Apesar de ter atuado num papel menor no drama O Segredo de Brokeback Mountain, ela conseguiu provar que tinha potencial a ser explorado, e logo no ano seguinte, ela estrelou o sucesso mundial O Diabo Veste Prada. Claro que ficou meio de canto por causa do brilho de Meryl Streep como a chefe Miranda Priestly, mas já deixava de ser uma aspirante a estrela de Hollywood. Seu talento foi finalmente reconhecido pela Academia em 2009, quando fora indicada pelo drama O Casamento de Rachel. O diretor Jonathan Demme conseguiu forte comprometimento da atriz, que pesquisou clínicas de reabilitação pra viver sua personagem Kym.

Para interpretar Fantine, Anne bateu inúmeras candidatas como Amy Adams, Jessica Biel, Kate Winslet e Marion Cotillard, ajudada pelo protagonista Hugh Jackman com quem cantou no monólogo do Oscar 2009 a sátira ao filme Frost/Nixon. O burburinho de uma possível premiação no Oscar começou quando espalharam a notícia de que logo em seu primeiro teste, ela já havia deixado todos aos prantos ao cantar “I Dreamed a Dream”. À princípio, ela não tem o perfil de quem será vítima da maldição do Oscar, contanto que saiba escolher bem seus próximos projetos.

Anne Hathaway atualmente está dublando novamente a voz de sua personagem Jewel na sequência da animação Rio 2 (2014), mas terá um filme lançado este ano: a comédia Don Jon’s Addiction, dirigida pelo ator Joseph Gordon-Levitt.

O ÚNICO DIRETOR ASIÁTICO AGORA COM 2 OSCARS  E UM SANDUÍCHE

Já tentou comer um lanche com uma mão? Ang Lee consegue essa proeza sem se desgrudar do seu Oscar (photo by inquisitr.com)

Já tentou comer um lanche com uma mão? Ang Lee consegue essa proeza sem se desgrudar do seu Oscar (photo by inquisitr.com)

Ang Lee (As Aventuras de Pi)

Apesar de ter uma boa filmografia de Taiwan como Banquete de Casamento (1993), Ang Lee passou a trabalhar nos EUA a partir da adaptação de Jane Austen, Razão e Sensibilidade (1995), com o qual venceu o Globo de Ouro de Melhor Filme – Drama, o Urso de Ouro em Berlim e o National Board of Review. Com isso, dirigiu mais duas produções americanas: Tempestade de Gelo (1997) e Cavalgada com o Diabo (1999), mas preferiu voltar à sua terra natal para filmar O Tigre e o Dragão (2000), que lhe rendeu sua primeira indicação ao Oscar de direção e ainda levou o prêmio de Melhor Filme Estrangeiro. Resultado: foi convidado a dirigir a adaptação da HQ do personagem verde da Marvel Comics.

Como Hulk (2003) foi considerado um fracasso principalmente pelo roteiro, Ang Lee pensou em se aposentar por acreditar que não tinha mais nada a acrescentar como artista. Ledo engano. Dois anos depois, quem diria que ele reencontraria o bom cinema numa história de homossexualismo no cenário americano de O Segredo de Brokeback Mountain? Primeiro Oscar de direção para um asiático. Mas desta vez, ele não caiu na mesma armadilha e logo retornou a Taiwan, onde filmou o drama de espionagem Desejo e Perigo, que venceu o Leão de Ouro em Veneza.

Quando o projeto de adaptar o romance Life of Pi, de Yann Martel foi considerado “infilmável” pelas recusas dos diretores M. Night Shyamalan, Jean-Pierre Jeunet e Alfonso Cuarón, o nome de Ang Lee surgiu por se tratar de um diretor que gosta de desafios. Trabalhando diretamente com efeitos de computação gráfica, as filmagens de As Aventuras de Pi se passaram muito em estúdios com green screen. O filme prima pelo aspecto técnico, que envolve desde os efeitos até a fotografia de Claudio Miranda, rendendo muitos elogios da crítica e finalizando com 11 indicações ao Oscar.

Com o deslize da Academia em ignorar Ben Affleck e Kathryn Bigelow na categoria de direção, Ang Lee acabou sendo o grande beneficiado, batendo o favoritismo de Steven Spielberg. O diretor que tem em seu currículo: 2 Globos de Ouro, 2 Ursos de Ouro (Festival de Berlim), 2 Leões de Ouro (Festival de Veneza) e agora, 2 Oscars. Fica faltando apenas a Palma de Ouro de Cannes entre os principais prêmios do cinema internacional.

Por enquanto, Ang Lee não está anexado a nenhum projeto, mas eu sugeriria um filme de terror ou filme de prisão que ainda faltam em sua carreira eclética.

ARGO FUCK YOURSELF!

Os produtores galãs de Argo (da esquerda para a direita): George Clooney (finjam que não conheçam), Ben Affeck e Grant Heslov (photo thefilmspy.tumblr.com)

Os produtores galãs de Argo (da esquerda para a direita): George Clooney (finjam que não conheçam), Ben Affeck e Grant Heslov (photo thefilmspy.tumblr.com)

George Clooney, Ben Affleck e Grant Heslov (Argo)

Depois de ser esnobado na categoria de direção, eu tinha certeza de que a Academia o compensaria com o prêmio de Melhor Filme, justamente por Ben Affleck também ter crédito como produtor ao lado de George Clooney e Grant Heslov. Nesse Oscar 2013, o nome mais comentado foi o de Ben Affleck. Como ignorar o diretor do filme mais premiado do ano? Ele também havia vencido o DGA (Directors Guild of America), que é o melhor parâmetro para o Oscar, com apenas sete divergências de vencedores. Mas já era tarde: Ben Affleck ficou de fora da disputa de direção, que ficou com Ang Lee.

Além de premiar o diretor de outra maneira, a Academia também reconhece a reviravolta vitoriosa dele. De roteirista premiado com o Oscar por Gênio Indomável em 1998 para ator-protagonista de filmes pouco expressivos nos anos seguintes até a consagração como diretor a partir do bom drama Medo da Verdade (2007). Apesar de ter desapontado como intérprete, Affleck estava aprendendo o ofício com diretores renomados como John Frankenheimer, Gus Van Sant e Kevin Smith. Recentemente, ele continuou sua aprendizado ao atuar sob o comando do veterano Terrence Malick em To the Wonder, que deve ser lançado este ano depois de passar em Veneza. Também atua no drama Runner, Runner, mas até o momento, sem projetos como diretor.

Quanto à dupla George Clooney e Grant Heslov, que começou a parceria de sucesso em 2005 com Boa Noite e Boa Sorte, está se especializando em projetos de cunho político. Em 2011, produziram Tudo Pelo Poder, sobre os bastidores de uma campanha política para presidente dos EUA, e agora com Argo, sobre o resgate de diplomatas políticos no Irã. George Clooney ainda atua este ano na ficção científica Gravidade e em seu drama sob sua direção, The Monuments Men. Ambos também produzem August: Osage County, que conta com Meryl Streep, Julia Roberts, Chris Cooper, Abigail Breslin e Benedict Cumberbatch.

INICIANTES E VETERANOS

Chris Terrio (Argo)

A vida de roteiristas já é mais complicada. Às vezes, um roteiro pode demorar mais de três anos por causa de pesquisas. O iniciante Chris Terrio acertou em cheio na escolha do projeto Argo, baseado num artigo da revista Wired. Ele pode não ter a mesma sorte no próximo roteiro, mas já demonstrou que pode transformar boas histórias em idéias que funcionam no universo mais visual do cinema. Numa das brigas mais acirradas da noite, Chris Terrio saiu vitorioso entre David O. Russell (O Lado Bom da Vida) e o dramaturgo Tony Kushner (Lincoln).

Chris Terrio segurando seu bebê (photo by theurbandaily.com)

Chris Terrio segurando seu bebê (photo by theurbandaily.com)

Quentin Tarantino (Django Livre)

Conhecido por seus personagens incomuns e diálogos brilhantes, Quentin Tarantino sai fortalecido com seu segundo Oscar por Django Livre, superando ainda uma controvérsia boba originada pelo diretor Spike Lee, que criticou o uso do termo “nigger” (crioulo). O cinema americano deve muito à criatividade de Tarantino, especialmente na reciclagem que faz do mundo da cultura pop. Django Livre poderia ser um ótimo final para a segunda fase de sua carreira, que começou com os dois volumes de Kill Bill, passando por À Prova de Morte (2007) e Bastardos Inglórios (2009), que exalta o intenso elemento da vingança. Mas talvez ele retorne desnecessariamente ao universo da Noiva (Beatrix Kiddo) em Kill Bill: Vol. 3. Não sei se trata de uma pressão do produtor ou do estúdio, mas acredito que não haja nada a acrescentar à história de vingança contra Bill. Mas como já queimei a língua ao ter o mesmo argumento quando retomaram Toy Story 3 onze anos depois de Toy Story 2, podemos esperar tudo de Tarantino…

Quentin Tarantino com seu segundo Oscar. O primeiro foi em 1995 por Pulp Fiction - Tempo de Violência (photo by womanandhome.com)

Quentin Tarantino com seu segundo Oscar. O primeiro foi em 1995 por Pulp Fiction – Tempo de Violência (photo by womanandhome.com)

MALDIÇÃO DUPLA

Adele (007 – Operação Skyfall)

Tenho uma teoria de que compôr a canção-tema de um filme da série de James Bond não é um bom negócio. Afinal, todos os cantores e bandas que contribuíram para os filmes acabaram no limbo, exceto os já consagrados Paul McCartney e Madonna.

Veja alguns exemplos de artistas que decaíram depois de 007: Carly Simon, Sheena Easton, Duran Duran, A-Ha, Tina Turner, Sheryl Crow, Garbage, Chris Cornell e apesar de ainda ser um pouco cedo pra declarar o limbo: Alicia Keys e Jack White, responsáveis pelo penúltimo filme 007 – Quantum of Solace.

Do outro lado, existe sempre a temerosa maldição do Oscar. Existem alguns vencedores que nunca mais fizeram nada de relevante, provavelmente por acreditarem que atingiram o ápice com o prêmio da Academia. Ainda na categoria de Canção Original, temos alguns nomes mais recentes que não vingaram mais depois do Oscar: Jorge Drexler, Annie Lennox, Eminem e Phil Collins.

Como a cantora Adele venceu finalmente o primeiro Oscar por uma canção de James Bond, a questão que fica é: uma maldição anularia a outra? Espero que resulte numa mistura positiva.

Adele foi a primeira a vencer um Oscar com uma canção-tema de James Bond (photo by gloss.abril.com.br)

Adele foi a primeira a vencer um Oscar com uma canção-tema de James Bond (photo by gloss.abril.com.br)

104 Trilhas musicais pré-selecionadas para o Oscar 2013

O compositor e maestro John Williams conduz sua orquestra

O compositor e maestro John Williams conduz sua orquestra

Se você achava que 71 filmes estrangeiros disputando 5 vagas era um concorrência acirrada, o que dizer então das 104 trilhas musicais que foram pré-selecionadas para o Oscar?

Claro que alguns nomes dessa extensa lista são figurinhas carimbadas da Academia como é o caso de John Williams, o recordista de indicações com “apenas” 47. Ele tem praticamente uma cadeira cativa na Academia. Não tem quem preencher a última indicação? Chama o John Williams! Pode soar exagero, mas apesar da idade avançada, o compositor de tantos sucessos como Star Wars e Tubarão, continua dando um baile em muitos profissionais de renome da área.

Em termos de chances, alguns compositores previamente indicados ao Oscar estão na frente pela quantidade de trabalhos incluídos nessa lista. O artista que mais aparece é Danny Elfman, com suas cinco trilhas: Sombras da Noite, Frankenweenie, Hitchcock, Homens de Preto 3 e Promised Land. Ao todo, foi indicado quatro vezes ao Oscar por Homens de Preto, Gênio Indomável em 1998, Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas em 2004, e Milk – A Voz da Igualdade em 2009, mas nunca levou a estatueta.

O compositor francês Alexandre Desplat: 3 chances de concorrer ao Oscar

O compositor francês Alexandre Desplat: 3 chances de concorrer ao Oscar

Seguindo o mesmo jejum, o ótimo compositor francês Alexandre Desplat também teve quatro chances no Oscar: Em 2007, por A Rainha, em 2009, por O Curioso Caso de Benjamin Button, e nos dois anos seguintes por O Fantástico Sr. Raposo e O Discurso do Rei nessa ordem. Este ano, eles possui três trabalhos na lista: Argo, a animação A Origem dos Guardiões e o filme bélico Zero Dark Thirty. Acredito que sua maior chance reside no filme de Kathryn Bigelow.

Claro que, apesar de terem apenas um trabalho na lista, vale ressaltar o peso do nome do argentino Gustavo Santaolalla pelo road-movie de Walter Salles, Na Estrada. Em suas duas únicas indicações ao Oscar, Santaolalla conseguiu 100% de aproveitamento pelas belíssimas trilhas musicais de O Segredo de Brokeback Mountain e Babel. Seguramente, não há melhor compositor que explore o violão como ele, e acrescente um tempero latino aos filmes que empresta sua música.

O argentino Gustavo Santaolalla e seu violão. Terceira indicação por Na Estrada?

O argentino Gustavo Santaolalla e seu violão. Terceira indicação por Na Estrada?

Nas mesmas condições de ter um trabalho, o italiano Dario Marianelli volta com uma nova parceria com o diretor Joe Wright pelo romance de época Anna Karenina. Ele concorreu duas vezes por Orgulho e Preconceito e Desejo e Reparação, vencendo pelo último com um interessante arranjo feito pelo ruído das máquinas de escrever, explorando conceito da história. E também incluo o compositor Jonny Greenwood, que trabalhou pela segunda vez com o diretor Paul Thomas Anderson no The Master. Greenwood é mais conhecido por ser guitarrista do grupo musical Radiohead, mas já ganhou inúmeros prêmios e elogios pela trilha intensa de Sangue Negro (2007).

Ok, sem mais delongas, eis as 104 trilhas pré-selecionadas para o Oscar 2013:

Abraham Lincoln: O Caçador de Vampiros (Abraham Lincoln: Vampire Hunter), por Henry Jackman
After the Wizard, por Stephen Main
A Sombra do Inimigo (Alex Cross), por John Debney e Sebastian Morton
O Espetacular Homem-Aranha (The Amazing Spider-Man), por James Horner
Anna Karenina, por Dario Marianelli
Argo (Argo), por Alexandre Desplat
Battleship – A Batalha dos Mares (Battleship), por Steve Jablonsky
The Bay, por Marcelo Zarvos
Indomável Sonhadora (Beasts of the Southern Wild), por Dan Romer e Benh Zeitlin
Being Flynn, por Damon Gough
O Exótico Hotel Marigold (The Best Exotic Marigold Hotel), por Thomas Newman
O Grande Milagre (Big Miracle), por Cliff Eidelman
Booker’s Place: A Mississippi Story, por David Cieri

Valente (Brave), por Patrick Doyle
Brooklyn Castle, por B. Satz
Chasing Ice, por J. Ralph
Chasing Mavericks, por Chad Fischer
Frango com Ameixas (Chicken With Plums), por Olivier Bernet
Chimpanzé (Chimpanzee), por Nicholas Hooper
A Viagem (Cloud Atlas), por Reinhold Heil e Johnny Klimek
Compliance, por Heather McIntosh
Contrabando (Contraband), por Clinton Shorter
Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge (The Dark Knight Rises), por Hans Zimmer
Sombras da Noite (Dark Shadows), por Danny Elfman
Querido Companheiro (Darling Companion), por James Newton Howard
A Fuga (Deadfall), por Marco Beltrami e Buck Sanders
O Ditador (The Dictator), por Erran Baron Cohen
O Lorax: Em Busca da Trúfula Perdida (Dr. Seuss’ The Lorax), por John Powell
Marcados Para Morrer (End of Watch), por David Sardy
Ethel, por Miriam Cutler
Flight, por Alan Silvestri
For a Good Time, Call…, por John Swihart
For Greater Glory: The True Story of Cristiada, por James Horner
Frankenweenie (Frankenweenie), por Danny Elfman
Fun Size, por Deborah Lurie
Girl in Progress, por Christopher Lennertz
A Perseguição (The Grey), por Marc Streitenfeld
The Guilt Trip, por Christophe Beck
Hidden Moon, por Luis Bacalov
Hitchcock, por Danny Elfman
O Hobbit: Uma Jornada Inesperada (Hobbit: An Unexpected Journey), por Howard Shore
Hotel Transilvânia (Hotel Transylvania), por Mark Mothersbaugh
A Última Casa da Rua (House at the End of the Street, por Theo Green
Jogos Vorazes (The Hunger Games), por James Newton Howard
Hyde Park on Hudson, por Jeremy Sams
A Era do Gelo 4 (Ice Age Continental Drift), por John Powell
O Impossível (The Impossible), por Fernando Velázquez
Jack Reacher, por Joe Kraemer
John Carter – Entre Dois Mundos (John Carter), por Michael Giacchino
Viagem 2: A Ilha Misteriosa (Journey 2: The Mysterious Island), por Andrew Lockington
Os Infratores (Lawless), por Nick Cave e Warren Ellis
As Aventuras de Pi (Life of Pi), por Mychael Danna
Lincoln, por John Williams
Lola Versus, por Will Bates e Philip Mossman
Looper: Assassinos do Futuro (Looper), por Nathan Johnson
Um Homem de Sorte (The Lucky One), por Mark Isham
LUV, por Nuno Malo
The Man with the Iron Fists, por RZA e Howard Drossin
Os Vingadores (Marvel’s The Avengers), Alan Silvestri
The Master, por Jonny Greenwood
Homens de Preto 3 (Men in Black 3), por Danny Elfman
Middle of Nowhere, por Kathryn Bostic
Espelho, Espelho Meu (Mirror, Mirror), por Alan Menken
A Estranha Vida de Timothy Green (The Odd Life of Timothy Green, por Geoff Zanelli
Na Estrada (On the Road), por Gustavo Santaolalla
The Pardon, por Ashley Irwin
Parental Guidance, por Marc Shaiman
People Like Us, por A.R. Rahman
Possessão (The Possession), por Anton Sanko
Prometheus (Prometheus), por Marc Streitenfeld
Promised Land, por Danny Elfman
Operação Invasão (The Raid: Redemption), por Mike Shinoda e Joseph Trapanese
Red Tails, por Terence Blanchard
A Origem dos Guardiões (Rise of the Guardians), por Alexandre Desplat
Ruby Sparks – A Namorada Perfeita (Ruby Sparks), por Nick Urata
Protegendo o Inimigo (Safe House), por Ramin Djawadi
Safety Not Guaranteed, por Ryan Miller
Saint Dracula, por Sreevalsan J. Menon
Selvagens (Savages), por Adam Peters
Procura-se um Amigo Para o Fim do Mundo (Seeking a Friend for the End of the World), por Rob Simonsen e Jonathan Sadoff
The Sessions, por Marco Beltrami
A Entidade (Sinister), por Christopher Young
007 – Operação Skyfall (Skyfall), por Thomas Newman
Smashed, por Eric D. Johnson e Andy Cabic
Branca de Neve e o Caçador (Snow White and the Huntsman), por James Newton Howard
Busca Implacável 2 (Taken 2), por Nathaniel Mechaly
Ted (Ted), por Walter Murphy
Pense Como Eles (Think Like a Man), por Christopher Lennertz
Guerra é Guerra (This Means War), por Christophe Beck
As Mil Palavras (A Thousand Words), por John Debney
Os Três Patetas (The Three Stooges), por John Debney
Trashed, por Vangelis
Curvas da Vida (The Trouble With the Curve), por Marco Beltrami
Anjos da Lei (21 Jump Street), por Mark Mothersbaugh
A Saga Crepúsculo: Amanhecer – Parte 2 (The Twilight Saga: Breaking Dawn – Part 2), por Carter Burwell
Until They Are Home, por Jamie Dunlap
War of the Worlds The True Story, por Jamie Hall
Vizinhos Imediatos de 3º Grau (The Watch), por Christophe Beck
West of Memphis, por Nick Cave e Warren Ellis
E Agora Onde Vamos? (Where Do We Go Now?), por Khaled Mouzanar
Won’t Back Down, por Marcelo Zarvos
As Palavras (The Words), por Marcelo Zarvos
Detona Ralph (Wreck-It Ralph), por Henry Jackman
Zero Dark Thirty, por Alexandre Desplat

Hans Zimmer e James Newton Howard quando fizeram a trilha de Batman: O Cavaleiro das Trevas

Hans Zimmer e James Newton Howard quando fizeram a trilha de Batman: O Cavaleiro das Trevas

À principio, meu palpite é o seguinte:

– Danny Elfman (Frankenweenie)

– Howard Shore (O Hobbit – Uma Jornada Inesperada)

– John Williams (Lincoln)

– Jonny Greenwood (The Master)

– Alexandre Desplat (Zero Dark Thirty)

Vencedores do New York Film Critic’s Circle Awards 2012

NYFCC Awards 2012

NYFCC Awards 2012

Nesta 78ª edição, as atenções ficaram divididas entre dois filmes. Por um lado, Zero Dark Thirty, o drama de guerra sobre a caçada de Osama Bin Laden, levou três prêmios: Melhor Filme, Melhor Diretora e Melhor Fotografia. Do outro, Lincoln, filme de época sobre os últimos anos da vida do presidente americano, ficou com Melhor Ator, Melhor Atriz Coadjuvante e Melhor Roteiro.

Zero Dark Thirty, de Kathryn Bigelow

Zero Dark Thirty, de Kathryn Bigelow

Claro que se medirmos na balança, Zero Dark Thirty sai na frente pelo peso de ganhar os dois principais prêmios da edição. Vale lembrar que o lançamento do filme, que estava previsto para novembro, sofreu um adiamento devido a protestos republicanos que temiam queda de intenção de votos na eleição nos EUA, ficando para dezembro. A produção do longa também ficou marcada pelo acesso exclusivo aos arquivos da CIA da operação de captura do líder terrorista.

Kathryn Bigelow no set de filmagem

Kathryn Bigelow no set de filmagem

A diretora Kathryn Bigelow, que fez história ao ser a primeira mulher a ganhar Melhor Direção no Oscar por Guerra ao Terror, voltou a ganhar o prêmio de direção do NYFCC. Havia uma certa expectativa de que Paul Thomas Anderson, David O. Russell ou até mesmo Steven Spielberg pudessem figurar nessa categoria, mas Bigelow comprova que sua vitória anterior não foi mera sorte. E esta nova parceria com o roteirista Mark Boal parece render bons frutos, uma vez que o projeto do longa se tratava originalmente da década perdida caçando o terrorista. Com a morte de Bin Laden, toda a idéia do filme foi alterada e pelo visto, para melhor.

Como era de se esperar, Daniel Day -Lewis levou Melhor Ator. Quando confirmaram que ele viveria o presidente americano, os holofotes já estavam sobre ele. Logo que saíram as primeiras imagens do ator transformado com um belo trabalho de maquiagem, muitos críticos já o colocavam nas listas de indicação ao Oscar. Com essa vitória em Nova York, Day-Lewis já acumula quatro prêmios do NYFCC: Melhor Ator por Meu Pé Esquerdo (1989), Gangues de Nova York (2002) e Sangue Negro (2007), e Coadjuvante por Uma Janela Para o Amor (1986) e Minha Adorável Lavanderia (1985). Além disso, já se garante entre os cinco indicados ao Oscar, mas pode perder espaço para Joaquin Phoenix por The Master. Ainda pelo filme Lincoln, Sally Field ganhou o prêmio de atriz coadjuvante. A atriz que não vencia há 33 anos (em 1979, por Norma Rae), volta a ser destaque. E o dramaturgo Tony Kushner, que já venceu o Emmy pela série Angels in America, faz seu segundo trabalho com Steven Spielberg (o primeiro foi Munique em 2005) e leva Melhor Roteiro.

Rachel Weisz como Hester Collyer em The Deep Blue Sea (photo by outnow.ch)

Rachel Weisz como Hester Collyer em The Deep Blue Sea (photo by outnow.ch)

Talvez a maior surpresa tenha sido a vitória da britânica Rachel Weisz por The Deep Blue Sea. Esperava-se que a jovem Jennifer Lawrence saísse vitoriosa pelo drama O Lado Bom da Vida ou Jessica Chastain por Zero Dark Thirty. Mas Weisz é uma boa atriz e encara a personagem Hester Collyer, mulher de um juiz que tem um caso amoroso com um piloto da Força Aérea. Vale ressaltar que esse papel foi interpretado por Vivien Leigh no filme original de 1955.

E 2012 parece ser o ano de Matthew McConaughey. Depois de ganhar uma dupla indicação no Independent Spirit Awards (Ator por Killer Joe, e Coadjuvante por Magic Mike), ele ganha o prêmio NYFCC de coadjuvante por Magic Mike e por Bernie. Curiosamente, o primeiro filme é um drama focado no mundo do striptease e clube das mulheres, e o segundo é uma comédia de humor negro sobre como aplicar uma rasteira numa viúva idosa.

A vitória do NYFCC também ajuda bastante na campanha de Tim Burton e seu Frankenweenie. A animação em preto-e-branco sobre um garoto que ressuscita seu cachorrinho Sparky pode render o primeiro Oscar na carreira do renomado diretor gótico. E praticamente carimba a passagem de Michael Haneke para a cerimônia do Oscar para concorrer para Melhor Filme Estrangeiro com Amour, que já ganhou a Palma de Ouro em Cannes e recentemente levou quatro prêmios no European Film Awards: Filme, Ator, Atriz e Diretor.

A corrida para Melhor Documentário também esquenta com a vitória de Central Park Five, que trata do polêmico caso de cinco jovens (negros e latinos) que foram condenados pelo estupro de uma mulher branca no Central Park em 1989. Depois de passarem de 6 a 13 anos na prisão, um estuprador em série confessou o crime, e a sentença se mostra uma combinação trágica entre tensão racial, a polícia querendo mostrar serviço e a cobertura sensacionalista da mídia.

Central Park Five, documentário do trio Ken Burns, Sarah Burns e David McMahon.

Central Park Five, documentário do trio Ken Burns, Sarah Burns e David McMahon.

Vencedor como filme estreante, o engajado How to Survive a Plague, de David France, que facilmente seria título de uma comédia sobre zumbis, também pode ficar entre os finalistas do Oscar de Melhor Documentário. O filme de David France relata os esforços de ativistas que queriam provar para o mundo que a AIDS não era uma sentença de morte ao buscar alternativas com a indústria farmacêutica e o governo para salvar a vida de inúmeros infectados.

Pelo histórico recente, talvez o NYFCC Awards não seja um ótimo parâmetro para o Oscar, mas no ano passado, os críticos elegeram O Artista como Melhor Filme, e Michel Hazanavicius como Melhor Diretor, combinação também vitoriosa no Oscar deste ano.

Confira lista completa dos vencedores:

MELHOR FILME: Zero Dark Thirty

MELHOR DIRETOR: Kathryn Bigelow (Zero Dark Thirty)

MELHOR ROTEIRO: Tony Kushner (Lincoln)

MELHOR ATRIZ: Rachel Weisz (The Deep Blue Sea)

MELHOR ATOR: Daniel Day-Lewis (Lincoln)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE: Sally Field (Lincoln)

MELHOR ATOR COADJUVANTE: Matthew McConaughey (Magic Mike) (Bernie)

MELHOR FOTOGRAFIA: Greig Fraser (Zero Dark Thirty)

MELHOR FILME DE NÃO-FICÇÃO: Central Park Five, de Ken Burns, Sarah Burns e David McMahon

MELHOR FILME ESTRANGEIRO: Amour, de Michael Haneke

MELHOR ANIMAÇÃO: Frankenweenie, de Tim Burton

MELHOR FILME DE ESTREANTE: How to Survive a Plague, de David France

Documentário, que traduzido ao pé da letra: "Como Sobreviver a uma Praga", discute a questão da AIDS e os esforços coletivos para procurar alternativas de cura.

Documentário How to Survive a Plague, que traduzido ao pé da letra: “Como Sobreviver a uma Praga”, discute a questão da AIDS e os esforços coletivos para procurar alternativas de cura.

Prévia do Oscar 2013: Melhor Ator

O último vencedor do Oscar de Melhor Ator: Jean Dujardin por O Artista (foto por ABACA)

Quais atores que merecem ganhar um Oscar, mas nunca ganharam? Sim, essa lista é extensa. Existem casos mais gritantes em que as pessoas soltam um “Como assim Johnny Depp nunca ganhou o Oscar?!” Sem contar os vexames históricos de grandes atores que nunca foram devidamente reconhecidos com o Oscar: Cary Grant (foi indicado duas vezes, mas só levou o Oscar Honorário em 1970), Montgomery Clift (embora seja um dos ícones de atuação e beleza dos anos 50, nunca levou o Oscar apesar das quatro chances que teve), Richard Burton (infelizmente, acabou sendo um dos recordistas de derrotas no Oscar: sete em sete indicações), Peter O’Toole (supera Richard Burton com 8 derrotas, mas em 2003, levou o Oscar Honorário) e James Dean (duas indicações póstumas e só).

Embora nada esteja oficializado, para muitos especialistas na premiação, o Oscar tem essa característica (nem sempre benéfica) de tentar compensar um ator ou atriz por derrotas anteriores. Essa estratégia já ficou evidente com James Stewart, que claramente deveria ter ganhado em 1940 com A Mulher Faz o Homem, mas foi compensado logo no ano seguinte com uma atuação mais light em Núpcias de Escândalo. Compensar acaba se tornando um ciclo vicioso sem fim e muitas vezes acaba prejudicando um profissional que merecia ganhar no ano em que outro foi compensado. Continuando no mesmo exemplo, em 1941, James Stewart compensado bateu alguns nomes meio conhecidos: Laurence Olivier (Rebecca – A Mulher Inesquecível), Charles Chaplin (O Grande Ditador) e Henry Fonda (As Vinhas da Ira).

O queridíssimo Jimmy Stewart com seu Oscar. Levou pelo filme errado.

Seguindo com esse sistema de compensar nomes previamente indicados, já teríamos uma gama bem diversificada para os próximos anos: Gary Oldman, James Franco, Mark Ruffalo, Jeremy Renner, Matt Damon, Robert Downey Jr., Ryan Gosling, só pra citar atores mais contemporâneos. Este ano, um dos nomes mais fortes pertence a essa lista: Bill Murray, o comediante formado pelo Saturday Night Live na década de 70, foi indicado ao Oscar em 2004 pela ótima interpretação em Encontros e Desencontros (2003). Seu nome certamente estará em destaque na temporada de premiação por ter dois bons trabalhos: Moonrise Kingdom, de Wes Anderson, e principalmente Hyde Park on Hudson, de Roger Michell, no qual dá vida ao presidente dos EUA, Franklin D. Roosevelt, durante episódio em que recebe o rei e rainha da Inglaterra.

Outro que deve estar em alta no Oscar 2013 e pode formar a dupla favorita na categoria é o veterano Daniel Day-Lewis, que curiosamente, também interpreta um presidente americano: Abraham Lincoln no drama histórico de Steven Spielberg, Lincoln. Ambos se encaixam nas preferências da Academia: papel biográfico, grande atuação e maquiagem de envelhecimento.

Contudo, como o Oscar sempre tem envelopes com resultados imprevisíveis, Bill Murray e Daniel Day-Lewis podem bater palmas sentados nas poltronas para outro vencedor. A categoria de Melhor Ator sempre é uma das mais aguardadas por sempre apresentar fortes indicados (talvez exceto por aquele ano em que Roberto Benigni ganhou por A Vida é Bela e bancou o palhaço). Dê uma olhada em possíveis nomes que disputam as cinco cobiçadas vagas:

Clint Eastwood em Trouble With the Curve

CLINT EASTWOOD (Trouble With the Curve)

Clint Eastwood havia prometido que sua atuação em Gran Torino (2008) seria sua última da carreira, mas felizmente mudou de idéia com esse Trouble With the Curve. No filme, Clint vive Gus Lobel, um olheiro do beisebol que enfrenta dificuldades quando sua visão começa a falhar. Particularmente, gosto de assistir a um filme com Clint Eastwood, mesmo que seus últimos papéis praticamente tenham os mesmos problemas típicos da terceira idade (desde Os Imperdoáveis, 1992). Ele é uma estrela que aprendeu muito com diretores consagradíssimos como Don Siegel e Sergio Leone, tendo muito ainda a ensinar para esta geração. Aos 83 anos, não busca mais desafios como ator; simplesmente aceita seus papéis por identificação pessoal. Não é do tipo que usa maquiagem para se transformar e sequer muda os sotaques e o jeitão másculo de falar, mas mesmo assim, qualquer trabalho seu vale a pena assistir e curtir.

Ao contrário do que muitos pensam, Trouble With the Curve não foi dirigido por Eastwood, mas por seu assistente de direção de longa data, Robert Lorenz. Provavelmente, o fato de ele aceitar a atuar novamente se deve muito à gratidão a seu aprendiz e, claro, trabalhar com a jovem talentosa Amy Adams.

Já foi indicado duas vezes como Melhor Ator por Os Imperdoáveis e Menina de Ouro, mas nunca levou. Talvez a Academia tente compensar sua não-indicação por Gran Torino como forma de incentivá-lo a atuar.

Jamie Foxx em Django Livre

JAMIE FOXX (Django Livre)

Não que Jamie Foxx seja uma unanimidade para a Academia e seus votantes, mas devemos considerar dois fatos importantes: 1) Apesar de ter histórico maior com comédias, ele ganhou o Oscar merecidamente por interpretar o músico Ray Charles. 2) O diretor do filme Django Livre é Quentin Tarantino, cujo último filme, Bastardos Inglórios, conquistou 8 indicações, incluindo Melhor Filme. Apesar de serem qualificações que inevitavelmente o colocam em listas de possíveis nomes para o Oscar 2013, Jamie Foxx não teria sua maior arma: a transformação num papel biográfico.

Entretanto, seu papel de escravo que busca vingança contra seu dono e procura libertar sua mulher tem aquela alma de superação da trajetória de Russell Crowe em Gladiador, que levou o Oscar em 2001. Também conta a favor a presença de atores consagrados pela Academia: Christoph Waltz, Leonardo DiCaprio, Samuel L. Jackson, Jonah Hill e Bruce Dern.

Jamie Foxx foi indicado duas vezes ao Oscar, no mesmo ano, como Coadjuvante em Colateral (2004) e levando como Melhor Ator por Ray (2004). Sua indicação este ano por Django Livre corre por fora, mas à princípio não seria algo impossível.

John Hawkes em The Sessions

JOHN HAWKES (The Sessions)

Embora John Hawkes ainda não seja um nome bem conhecido fora de Hollywood, ele começou a atuar desde os anos 80 em papéis bem pequenos. Nessa trajetória, Hawkes soube priorizar a diversidade de gêneros que lhe trouxe maturidade. Participou do filmes de ação A Hora do Rush (1998) e Mar em Fúria (2000), filmes de terror Um Drink no Inferno (1996) e Identidade (2003), e dramas como O Gângster (2007) e Martha Marcy May Marlene (2011). Em 2011, foi indicado como Coadjuvante pelo obscuro O Inverno da Alma, fato que certamente lhe abriu muitas portas, e agoratem a grande chance de finalmente dar um salto na carreira com o filme The Sessions.

Nele, interpreta Mark O’Brien que, ao saber que tem seus dias contados, procura perder sua virgindade com uma profissional do sexo com a ajuda de sua terapeuta e um padre. Talvez a temática seja um pouco avançada para o Oscar, mas o filme saiu aplaudido e premiado do último Festival de Sundance e o trio de atores: Hawkes, Helen Hunt e William H. Macy têm sido elogiados pela crítica, o que favorece ainda mais sua indicação.

Para quem conhece alguns de seus trabalhos, sabe que o ator busca versatilidade (basta comparar Inverno da Alma e este filme) e, ao contrário de muitos colegas de profissão, não procura chamar atenção para si, mas para seus personagens. Apesar de já experiente, John Hawkes tende a crescer bastante no cenário artístico e na mídia, e sua segunda indicação ao Oscar (desta vez como ator principal) certamente o ajudará a receber projetos ainda maiores e mais ambiciosos. Não deve ganhar o prêmio este ano, mas quase 100% de certeza de que leva o Independent Spirit Award, que acontece um dia antes do Oscar.

Philip Seymour Hoffman em The Master

PHILIP SEYMOUR HOFFMAN (The Master)

Philip Seymour Hoffman começou a atuar em filmes no começo dos anos 90. Felizmente, nunca foi do tipo galã, então teve que ralar bastante para conquistar seu lugar ao sol. Mesmo em papéis menores, teve oportunidade de conhecer e atuar com grandes atores como Paul Newman, Al Pacino, James Woods e Ellen Burstyn, buscando construir seu próprio estilo de interpretação. Na maioria de seus trabalhos, percebe-se que Hoffman prioriza a atuação mais contida, mesmo com seu trabalho premiado pela Academia em Capote (2005), em que teve que copiar alguns trejeitos típicos do romancista Truman Capote, ele procurou reprimir a sexualidade de seu personagem.

Além do aprendizado com referências de Hollywood, outro fator notável na carreira de Hoffman foi o início de uma parceria forte com o jovem cineasta norte-americano Paul Thomas Anderson que, aos 26 anos, realizou seu primeiro longa, Jogada de Risco (1996). Com o diretor, Philip Seymour Hoffman voltou a trabalhar em Boogie Nights – Prazer Sem Limites (1997), Magnólia (1999), Embriagado de Amor (2002) e agora no tão aguardado The Master, no qual dá vida ao filósofo carismático Lacaster Dodd, que seria baseado na figura do criador da Cientologia, L. Ron Hubbard.

Pelo filme, Philip Seymour Hoffman já ganhou o Volpi Cup de Melhor Ator (compartilhado com seu colega Joaquin Phoenix) no último Festival de Veneza, de onde Paul Thomas Anderson também saiu premiado como Melhor Diretor. Hoffman já foi indicado três vezes ao Oscar: Melhor Ator por Capote (2005), Melhor Ator Coadjuvante por Jogos do Poder (2007) e Dúvida (2008), tendo levado pelo primeiro.

* Existe uma possibilidade dos produtores do filme quererem colocar Philip Seymour Hoffman na disputa de Ator Coadjuvante, pois na teoria aumentariam suas chances.

Anthony Hopkins em Hitchcock

ANTHONY HOPKINS (Hitchcock)

Para muitos que acompanham os trabalhos do ator briânico Anthony Hopkins, há de concordar que faz um tempo que ele não oferece uma atuação de maior relevância. Hoje em dia, é mais conhecido apenas pelo seu papel mais famoso e assustador: o Dr. Hannibal Lecter, com o qual fez três filmes: O Silêncio dos Inocentes (1991), Hannibal (2001) e Dragão Vermelho (2002). Mas apesar do atual rótulo de psicopata e o tratamento de coadjuvante de luxo, Hopkins sempre se mostrou um ator completo desde que trabalhou ao lado de dois gigantes da profissão: Katharine Hepburn e Peter O’Toole em O Leão no Inverno (1968). De lá pra cá, conquistou a confiança de renomados diretores como James Ivory, Alan Parker, Richard Attenborough, Steven Spielberg e mais recentemente, o diretor brasileiro Fernando Meirelles, com quem trabalhou em 360.

Tem muitos atores que depois de atingir seu ponto culminante na carreira, deixa de procurar novos desafios pois não teria mais nada a provar para ninguém. Com este novo filme, Anthony Hopkins comprova que não é um deles. Para isso, engordou muitos quilos e ficou algumas horinhas na cadeira de maquiagem, certamente aperfeiçoando aquele sotaque característico do diretor Alfred Hitchcock e suas expressões frias.

Em Hitchcock, dirigido pelo novato Sacha Gervasi do premiado documentário Anvil: The Story of Anvil (2008), acompanhamos as filmagens do mais famoso longa do mestre do suspense: Psicose (1960). Nele, descobrimos os bastidores do filme coberto por algumas discussões e polêmicas envolvendo desde o uso de dublê de corpo para Janet Leigh (vivida pelo sex symbol Scarlett Johansson) na antológica cena do chuveiro, sua relação de amor e profissional com sua mulher Alma Reville (interpretada por Dame Helen Mirren), as brigas contra a censura que alegava violência excessiva, os problemas financeiros para investir na produção e a superação do próprio diretor que queria provar que ainda tinha muito a ensinar a Hollywood.

Anthony Hopkins já foi indicado quatro vezes para o prêmio da Academia: Melhor Ator por Vestígios do Dia (1993) e Nixon (1995), Melhor Ator Coadjuvante por Amistad (1997) e vencedor com um belo chianti por O Silêncio dos Inocentes (1991).

Hugh Jackman em Les Miserables

HUGH JACKMAN (Les Miserables)

Para muitos, ele pode ser apenas aquele que deu vida a um dos personagens mais queridos da Marvel Comics: Wolverine em cinco filmes, mas existe um ator por trás de tudo, e dos bons. Jackman foi descoberto ao atuar numa peça musical da Broadway intitulada Oklahoma! e depois disso, foi abraçado pelo mundo através dos filmes dos X-Men. Por causa do charme e boa aparência, foi questão de tempo migrar para as comédias românticas, nas quais fez par com Ashley Judd e Meg Ryan. Mas Jackman queria aproveitar seu ápice como celebridade e atuar em filmes blockbuster. Então, além das adaptações de HQs, tentou criar uma franquia rentável com o péssimo Val Helsing – O Caçador de Monstros (2004), trabalhou com Christopher Nolan no imponente O Grande Truque (2006) ao lado de Christian Bale, fez par romântico com Nicole Kidman na grandiosa produção de Baz Luhrmann, Austrália (2008), e estrelou o bom filme de efeitos especiais Gigantes de Aço (2011). Em 2013, ele retorna ao papel que o consagrou em The Wolverine, de James Mangold.

Ainda na veia do espetáculo, Jackman tem a oportunidade de atingir seu auge no musical Les Miserábles, de Tom Hooper, uma vez que ele tem vasta experiência em montagens de palco e nas premiações em que foi anfitrião: o Tony Award e o Oscar, onde ele canta e dança com extrema facilidade. Como o retorno do gênero musical ainda é considerado uma aposta em Hollywood, esta adaptação da obra homônima de Victor Hugo vem sendo chamada de ousada pelas proporções e estrelas. Além de Jackman, o diretor chamou alguns nomes com conhecimentos musicais: Anne Hathaway, Helena Bonham Carter, Sacha Baron Cohen, Amanda Seyfried, Russell Crowe (tem uma banda de rock australiana chamada 30 Odd Foot of Grunts) e Samantha Barks (descoberta num concerto musical do próprio Les Miserábles, interpretando seu papel de Éponine).

Hugh Jackman tem a faca e o queijo na mão para finalmente conseguir sua primeira indicação ao Oscar: musical de grande produção (espera-se que as bilheterias correspondam), diretor vencedor do Oscar, roteiro baseado em antológica obra literária e elenco premiado e/ou indicada pela Academia. Ele já foi indicado para o Globo de Ouro, como Melhor Ator – Comédia ou Musical, pela comédia Kate & Leopold (2001).

Daniel Day-Lewis em Lincoln

DANIEL DAY-LEWIS (Lincoln)

Quando a parceria com Spielberg havia sido anunciada num projeto tão grandioso, Daniel Day-Lewis já estava com uma mão na estatueta do Oscar: sua terceira. Não querendo desmerecer outros atores e suas performances, mas quem conhece o trabalho de Day-Lewis, sabe que ele realmente se aprofunda na personagem (até demais) e sempre entrega uma interpretação no mínimo notável e digna de premiação. Essa colaboração de um dos maiores atores do mundo com um dos maiores diretores do mundo causa expectativas enormes antes mesmo de ver um trailer do filme.

Lincoln tem todos os ingredientes para se sagrar vencedor do Oscar de Melhor Filme, a começar pelo roteiro de Tony Kushner (vencedor do prêmio Pulitzer) que abrange um período de lutas e vitórias do presidente Abraham Lincoln, figura de extrema importância para o nascimento da nação americana. Com Steven Spielberg assumindo o controle do projeto, vários colaboradores oscarizados automaticamente embarcam como o diretor de fotografia Janusz Kaminski, o montador Michael Khan, o compositor John Williams e o diretor de arte Rick Carter. Ainda nesse tabuleiro de xadrez, temos peças de renome como Tommy Lee Jones, Sally Field, Jackie Earle Haley, James Spader, Hal Holbrook, John Hawkes e Joseph Gordon-Levitt.

Com esse cenário colossal por trás, Daniel Day-Lewis, que normalmente já seria um nome provável para o Oscar, tem chances reais de subir pela terceira vez no palco e agradecer novamente pelo Oscar e pela equipe de maquiagem, que fez um trabalho excepcional para deixá-lo com a cara de Lincoln. Suas performances são resultado de extenso trabalho de pesquisa e concentração no set de filmagem. Há quem diga que o ator não sai do personagem até pouco tempo depois das filmagens, como se estivesse possuído. Apesar de ortodoxo, esse método já foi indicado quatro vezes ao Oscar: Em Nome do Pai (1993), Gangues de Nova York (2002), Meu Pé Esquerdo (1989) e Sangue Negro (2007), vencendo duas vezes pelos dois últimos filmes. Se ganhar, Daniel Day-Lewis se torna o maior vencedor de Oscar de Melhor Ator de todos os tempos. Jack Nicholson tem três estatuetas, sendo duas como Melhor Ator e uma como Coadjuvante.

Bill Murray em Hyde Park on Hudson

BILL MURRAY (Hyde Park on Hudson)

Se Bill Murray não tivesse sido indicado por Encontros e Desencontros em 2004, talvez seu nome nem figuraria aqui na lista. Não que seu trabalho não seja digno de reconhecimento, mas como todos sabemos, a Academia costuma desprezar atores de comédia. Felizmente, mesmo que tardia, sua indicação ao Oscar veio, e desde então, todos os projetos em que Murray atua automaticamente se torna uma promessa de reconhecimento.

Murray já foi o carismático Dr. Peter Venkman de Os Caça-Fantasmas, já parou no tempo como o jornalista Phil em O Fetiço do Tempo e já foi Bosley, o chefe das Panteras. Embora não sejam exatamente filmes típicos de material de Oscar, essas comédias exercitaram bastante o timing cômico dele. Qualquer projeto em que Bill Murray participa acaba progredindo com sua presença na tela. Aquele personagem razoável do roteiro se torna uma figuraça na pele do ator-comediante. E, ao contrário de Jim Carrey, a atuação cômica de Bill Murray se mostra no tom da voz, na ironia de suas palavras e principalmente na falta de careta.

Quando esteve na cerimônia do Oscar e perdeu para Sean Penn em 2004, Bill sentiu a derrota porque queria muito ganhar, pois achava que seria muito improvável retornar à premiação. Agora com este Hyde Park on Hudson, drama com humor baseado em fatos reais do presidente Franklin D. Roosevelt durante visita do rei George VI e rainha Elizabeth da Inglaterra em 1939, ele tem a maior chance de sua vida com uma segunda indicação ao Oscar. Apesar do favoritismo de Daniel Day-Lewis, o fato de Bill Murray nunca ter ganhado o prêmio pode pesar a seu favor.

Joaquin Phoenix em The Master

JOAQUIN PHOENIX (The Master)

O irmão mais novo do promissor River Phoenix, Joaquin também teve sua carreira de ator iniciada na infância, tendo sua atuação mais memorável no drama familiar Parenthood – O Tiro que Não Saiu Pela Culatra (1989). Desiludido com os papéis oferecidos a jovens atores, decidiu se afastar da profissão e do país, vivendo no México por três anos ao lado do pai. Em 1993, voltou em circunstâncias trágicas, quando encontrou seu irmão num club em Los Angeles sofrendo de overdose. Apesar de sua ligação pedindo uma ambulância, River Phoenix morreu jovem. E esse acontecimento teve um impacto sobre seu retorno à carreira de ator. Após muita insistência por parte de amigos e familiares, Joaquin aceitou um papel em Um Sonho Sem Limites (1995), dirigido por Gus Van Sant (diretor que trabalhou com River em Garotos de Programa).

Seu retorno recebeu elogios da crítica e Joaquin Phoenix foi se animando novamente, ganhando a confiança de atores e colegas. Em 1999, numa ótima performance no polêmico 8mm – Oito Milímetros, ele havia chamado minha atenção pela frieza do personagem do submundo dos “snuff films” (filmes pornográficos com violência real). Contudo em 2000, pelo épico Gladiador, Phoenix deixou de lado a atuação contida para se acabar em gritos, gestos e expressões fortes como o jovem imperador de Roma que busca a auto-afirmação. Apesar de ter recebido sua primeira indicação pelo papel, o ator só realmente se firmou nos anos seguintes ao interpretar o cantor country Johnny Cash em Johnny & June (2005), que resultou em sua segunda indicação, e principalmente em seu trabalho no ótimo drama Os Amantes (2008), de James Gray, no qual interpreta um homem dividido entre a paixão de duas mulheres.

Não sei se o fato de Joaquin aceitar muitos papéis de personagens depressivos ou em decadência tenha lhe afetado psicologicamente, mas em 2008, ele anunciou que iria se aposentar da carreira e pouco depois, participou do talk show de David Letterman (veja vídeo da entrevista abaixo). Alguns dizem que se trata de uma atuação, outros falam de “puro maketing pessoal” e talvez os mais sensatos digam que o parafuso soltou. Na entrevista, ele chega com um visual alternativo (barba comprida e óculos escuros), parece estar totalmente alienado e indiferente em relação às perguntas de Letterman. Mas, felizmente, Joaquin Phoenix voltou a atuar e este retorno triunfal pode ser premiado pela Academia.

* Se Philip Seymour Hoffman realmente for transferido para a categoria de coadjuvante, as chances de Phoenix certamente triplicam.

Denzel Washington em Flight

DENZEL WASHINGTON (Flight)

Desde que ganhou o Oscar de Melhor Ator em 2002, Denzel Washington nunca mais figurou na lista de indicados. Seria o começo da maldição do Oscar? Entre as décadas de 80 e 90, o ator deu preferência aos personagens engajados, que buscam valores essenciais para a humanidade como a liberdade. Assim, Denzel participou de A Soldier’s Story (1984), de Norman Jewison, Um Grito de Liberdade (1987), de Richard Attenborough, e Tempo de Glória (1989), de Edward Zwick, tornando-o automaticamente uma figura que representa toda uma nação negra pelos direitos de igualdade. E quando ele aceitou trabalhar com um dos diretores mais engajados, Spike Lee, em Malcolm X (1992), todos tinham certeza de que ele seria o segundo negro a ganhar o Oscar de Melhor Ator (o primeiro foi Sidney Poitier na década de 60). Bem, ele acabou sendo o segundo negro, mas não naquele ano, pois perdeu para Al Pacino.

Depois que ganhou por um papel considerado de vilão (um policial corrupto) em Dia de Treinamento (2001), Washington passou a atuar em filmes policiais com o recém-falecido Tony Scott, como Chamas da Vingança (2004) e Déjà vu (2006), e O Gângster (2007) sob a direção do irmão Ridley Scott,  vivendo um período de descanso dos papéis políticos. Este ano, aceitou trabalhar pela primeira vez com Robert Zemeckis (diretor inovador, responsável pela trilogia De Volta para o Futuro, por Forrest Gump – O Contador de Histórias (1994) e Náufrago (2000)) no filme Flight, de temática mais séria sobre piloto que salva avião de queda e passa a ser tratado como herói nacional até que novas investigações apontam seus defeitos.

Acredito que se o filme for bem recebido pelo público americano, tem grandes chances de Denzel Washington voltar como indicado ao prêmio da Academia, pois ele é uma celebridade muito querida em Hollywood apesar da seriedade política. Já foi indicado cinco vezes: Melhor Ator Coadjuvante por Um Grito de Liberdade e por Tempo de Glória (seu primeiro Oscar), Melhor Ator por Malcolm X, em 2000 por Hurricane: O Furacão e em 2002, vencendo por Dia de Treinamento.

Primeira prévia do Oscar 2013: Melhor Filme

As cartas do Oscar 2013 já começam a se posicionar

Para alguns, talvez seja cedo demais para falar de favoritos ao Oscar 2013, afinal as indicações só saem no dia 15 de janeiro, duas semanas depois daquela ressaca descomunal de fim de ano. Mas com as previsões de estréia acertadas, muitos filmes já lançaram seus trailers e chamam a atenção por se encaixarem nas preferências da Academia.

Na maior parte dos casos, os diretores são os grandes responsáveis por elevar os filmes ao patamar de “material de Oscar”. Só de ouvir o nome de Steven Spielberg ou Peter Jackson, muitos especialistas no assunto já os colocam na corrida antes mesmo de verem seus filmes. Em 2013, além de ambos poderem puxar várias indicações com suas mega-produções Lincoln e O Hobbit – Uma Jornada Inesperada, podem ser concorrentes na categoria de Melhor Diretor, ao lado de outros nomes consagrados como Paul Thomas Anderson, Ang Lee e Quentin Tarantino. À primeira vista, a safra de produções parece bem promissora, e como o número de indicados a Melhor Filme expandiu desde 2010, a Academia tem ótimas condições de agradar os cinéfilos ao reconhecê-los.

A lista de filmes de 2012 poderia ser ainda maior, mas a Warner Bros. resolveu adiar dois fortes candidatos para o ano seguinte: a adaptação do romance de F. Scott Fitzgerald, O Grande Gatsby, de Baz Luhrmann, e Caça aos Gângsteres, de Ruben Fleischer. No primeiro caso, os chefões do estúdio acharam que o novo filme de Luhrmann, que conta com o trio Leonardo Di Caprio, Carey Mulligan e Tobey Maguire, tinha potencial maior para atingir o público juvenil do verão americano (que ocorre a partir de maio), então pretendem aguardar para arrecadar mais nas bilheterias. Já o segundo, apresentava uma sequência em que quatro gângsteres abrem fogo dentro de uma sala de cinema, remetendo ao recente massacre no cinema de Colorado durante sessão de estréia de Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge. https://cinemaoscareafins.wordpress.com/2012/07/21/12-mortos-em-sessao-de-batman-o-cavaleiro-das-trevas-ressurge/Resultado: o trailer foi retirado do ar, o lançamento foi reagendado para 2013 e o filme teve de ser reescrito para eliminar a sequência agora perturbadora.

Banner de Caça aos Gângsteres com a data original de lançamento. Fica para 2013.

Apesar dessas baixas, o Oscar 2013 promete. Temos também a aguardada adaptação musical do clássico literário de Victor Hugo, Les Miserables (Os Miseráveis), dirigido por Tom Hooper (vencedor do Oscar por O Discurso do Rei); o novo filme de época de Joe Wright (Desejo e Reparação) trazendo novamente o romance de Leo Tolstoy, Anna Karenina, estrelado por Keira Knightley (pra variar); e a polêmica caça ao Bin Laden trazida às telas por Kathryn Bigelow (vencedora do Oscar por Guerra ao Terror) em Zero Dark Thirty.

Seguem alguns fortes candidatos para Melhor Filme no Oscar 2013 (em ordem alfabética):

ANNA KARENINA

Dir: Joe Wright

Anna Karenina: Esse casaco diz “Quero um Oscar de Figurino”

A Academia adora filmes de época. E vale lembrar que Direção de Arte e Figurino são dois prêmios que esses filmes costumam abocanhar na cerimônia. Sarah Greenwood e Jacqueline Durran, responsáveis por esses departamentos respectivamente, têm 90% de chance de serem indicadas. Embora o diretor Joe Wright não tenha sido reconhecido, seu filme Desejo e Reparação (2007) foi indicado a 7 Oscars, incluindo Melhor Filme. Suas chances este ano aumentam por contar com o grande dramaturgo e roteirista Tom Stoppard, oscarizado por Shakespeare Apaixonado (1998) e seu elenco, que tem nomes em alta como Keira Knightley, Jude Law, Olivia Williams, Emily Watson e Kelly Macdonald.

Apesar da obra de Leo Tolstoy, Anna Karenina, já ter sido adaptada várias vezes para o cinema, nunca chegou ao Oscar com força. Talvez esta seja uma oportunidade de ouro (com o perdão do trocadilho), mas devo ressaltar que na categoria de atuação, se Greta Garbo e Vivien Leigh, que já deram vida à protagonista não foram sequer indicadas, quais as chances de Knightley? Particularmente, gostaria de ver Olivia Williams indicada, pois já merecia pela ótima performance em O Escritor Fantasma (2010). Além desse trabalho, ela tem outro trabalho chamativo este ano: Hyde Park on Hudson, no qual interpreta Eleanor Roosevelt.

ARGO (Argo)

Di: Ben Affleck

Argo: Ben Affleck trabalha em cena de atores

Quem diria que Ben Affleck, aquele ator abaixo da média que protagonizou aquela bomba chamada Contato de Risco (2003) com Jennifer Lopez, iria se tornar um bom diretor? Já calou a boca de muita gente ao dirigir dois bons dramas: Medo da Verdade (Gone Baby Gone, 2007) e Atração Perigosa (The Town, 2010). Felizmente, assim como Clint Eastwood e Robert Redford (atores que se tornaram diretores), ele aprendeu o ofício com bons profissionais do ramo: Gus van Sant, Kevin Smith e John Frankenheimer. Depois de seu sucesso, Affleck recebeu várias propostas para comandar projetos de estúdio, mas recusou todas e isso tem se tornado sua maior virtude: focar em projetos de qualidade. Desta vez, optou em contar uma história mais política, sobre o resgate de refugiados americanos no Irã.

Como Affleck já dirigiu duas performances indicadas ao Oscar (Amy Ryan e Jeremy Renner), escalar um bom elenco não tem sido nenhuma dificuldade. Para Argo, ele reuniu uma trupe talentosa: Bryan Cranston (da série de TV Breaking Bad), John Goodman, o vencedor do Oscar Alan Arkin e Kyle Chandler, podendo resultar em novas indicações. E por trás das câmeras, mais nomes conhecidos pela Academia, começando por George Clooney como produtor, o compositor Alexandre Desplat (já indicado 4 vezes), o fotógrafo Rodrigo Prieto (uma indicação), o montador William Goldenberg (2 indicações) e até a figurinista Jacqueline West (2 indicações). Continuando nesse caminho, uma indicação para Melhor Diretor para Ben Affleck seria mera questão de tempo.

AS AVENTURAS DE PI (The Life of Pi)

Dir: Ang Lee

As Aventuras de Pi: Fantasia baseada em best-seller que conta com a credibilidade de Ang Lee

Depois de conquistar seu Oscar de Melhor Diretor por O Segredo de Brokeback Mountain, o taiwanês Ang Lee dirigiu 2 filmes: Desejo e Perigo (2007), um ótimo romance na China da 2ª Guerra Mundial, que arrebatou o Leão de Ouro em Veneza, e Aconteceu em Woodstock (2009), um drama mais modesto que chegou a ser indicado à Palma de Ouro. O que fazer quando um cineasta atinge seu ápice? Aposta em projetos mais pessoais. Ang Lee se identificou com a obra de Yann Martel, sobre um rapaz indiano, Pi, que sobrevive a um naufrágio e divide um bote com animais selvagens: uma hiena, um orangotango, uma zebra e um tigre de bengala.

Como se trata de uma fantasia, suas chances em categorias técnicas são boas, principalmente em Fotografia (Claudio Miranda, diretor de fotografia de O Curioso Caso de Benjamin Button), Direção de Arte (David Gropman, de As Regras da Vida), Montagem (Tim Squyres, de O Tigre e o Dragão) e dá pra incluir também Roteiro Adaptado (David Magee, de Em Busca da Terra do Nunca), além, claro, de uma nova indicação a Ang Lee, que seria sua terceira como Melhor Diretor. Resta saber se o filme receberá impulso das bilheterias.

BATMAN – O CAVALEIRO DAS TREVAS RESSURGE (The Dark Knight Rises)

Dir: Christopher Nolan

Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge: bilheteria astronômica, mas não garante destaque no Oscar

Eu, Winston, não indicaria Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge para Melhor Filme do Oscar. MAS, como a segunda parte da trilogia, Batman – O Cavaleiro das Trevas (2008) foi o grande responsável pelo aumento de número dos indicados na categoria, não duvido nada a Academia premiar (leia-se compensar) este novo filme de Christopher Nolan. Pra quem não se recorda, em 2009, apesar de ter o total de 8 indicações, o filme ficou de fora nas principais categorias: Melhor Diretor e Melhor Filme, fato que muitos atribuem a culpa ao filme sobre nazismo (sempre ele) O Leitor, de Stephen Daldry.

Embora essa legislação do Oscar tenha mudado por motivos comerciais, a ausência do filme de Nolan na época repercutiu muito mal e fez com que a Academia temesse uma drástica redução na audiência da cerimônia. Tentaram remediar com a vitória póstuma de Heath Ledger como ator coadjuvante, mas essa ferida ainda ecoa entre os fãs do herói e dos filmes. Este já seria um motivo para que esta terceira parte figurasse entre os indicados a Melhor Filme, mas e como o Oscar se posicionaria em relação àquela sessão de Colorado, que culminou na morte de 12 espectadores?

Indicar o filme como homenagem também ou isso seria um desrespeito? Na teoria, Batman não tem nada a ver com o incidente. Aliás, até o ator Christian Bale foi lá visitar os sobreviventes no hospital. Mas na prática, essa paranóia pode influenciar nos resultados.

Ademais, Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge tem todas as condições para conquistar vagas em categorias mais técnicas como fotografia, direção de arte, montagem, som, efeitos sonoros e efeitos visuais. Christopher Nolan pode concorrer como Diretor e Roteiro adaptado, mas acho pouco provável pela repercussão das críticas.

INDOMÁVEL SONHADORA (Beasts of the Southern Wild)

Dir: Benh Zeitlin

Beasts of the Southern Wild: Apesar de azarão, tem chances com a fotografia e atriz-mirim Quvenzhané Wallis de apenas 6 aninhos

A pequena produção americana com orçamento estimado em 1 milhão e 800 mil dólares começou sua jornada de reconhecimento no último Festival de Sundance, onde conquistou o Grande Prêmio do Júri – Drama e o prêmio de Fotografia, e em seguida no Festival de Cannes, de onde saiu com os prêmios Un Certain Regard e Golden Camera, que prestigiam uma visão ímpar e a qualidade técnica de um filme, respectivamente.

Agora, comprado pela Fox Searchlight por míseros US$ 2 milhões, deverá ser distribuído pelos EUA com o devido lobby por indicações ao Oscar. Apesar de Quvenzhané Wallis ter apenas 6 anos, a Academia adora indicar novos prodígios como os recentes casos de Abigail Breslin (Pequena Miss Sunshine), Keisha Castle-Hughes (A Encantadora de Baleias) e Haley Joel Osment (O Sexto Sentido).

Também conta a favor da trama ser uma mistura de realidade dura com fantasia. Em 2010, essa mesma ambientação saiu premiada com o Oscar de Roteiro Adaptado e Atriz Coadjuvante para Mo’Nique em Preciosa – Uma História de Esperança. O feito poderia se repetir em 2013.

DJANGO LIVRE (Django Unchained)

Dir: Quentin Tarantino

Django Livre: O escravo contra o mestre. Tarantino promete um western inovador.

Tarantino já ganhou o Oscar de roteiro original em 1995 por Pulp Fiction – Tempo de Violência, mas de lá pra cá, já se aventurou em produções que não têm a cara da Academia: os dois volumes de Kill Bill e À Prova de Morte. Em 2010, seu Bastardos Inglórios foi um forte candidato e levou o Oscar de coadjuvante para a majestosa performance de Christoph Waltz.
Agora, com o western Django Livre, estrelado por Jamie Foxx, Christoph Waltz e Leonardo Di Caprio, Tarantino terá uma nova oportunidade de levar outro Oscar e mostrar que é fã nº1 do western spaghetti Três Homens em Conflito (The Good, The Bad and the Ugly, 1966), de Sergio Leone.

Como se trata de um filme ambientado no velho oeste, tem boas chances nas categorias de Direção de Arte (J. Michael Riva), Figurino (Sharen Davis), Fotografia (Robert Richardson), Som, Roteiro Original e Montagem (o assistente de edição Fred Raskin assumiu o cargo depois que a colaboradora de longa data Sally Menke faleceu em 2010). O burburinho do Oscar também atinge os atores. Jamie Foxx, que já ganhou Melhor Ator por Ray, e Leonardo Di Caprio, já indicado 3 vezes, são possíveis nomes para Ator e Ator Coadjuvante, respectivamente.

Se Tarantino não inseriu elementos pop demais em Django Livre, a Academia pode alavancar ainda mais sua bilheteria com indicações, mas o cinema praticado pelo diretor ainda sofre preconceitos por boa parte dos votantes judeus, mesmo que os tenha “defendido” na versão heróica da 2ª Guerra Mundial em Bastardos Inglórios.

O HOBBIT – UMA JORNADA INESPERADA (The Hobbit: An Unexpected Journey)

Dir: Peter Jackson

O Hobbit: Deu lucro? Volta pra Middle Earth.

Não sou fã da trilogia do Senhor dos Anéis, especialmente o último filme que tem 11 finais, mas seria ignorância da minha parte se não reconhecesse todo o trabalho de Peter Jackson para adaptar J.R.R. Tolkien para o cinema. Jackson elevou o gênero da fantasia a um novo patamar, uma vez que muitos consideravam os livros obras “infilmáveis”. Com o estrondoso sucesso de crítica e público, era apenas questão de tempo para o livro que antecedeu a trilogia, O Hobbit, passasse a ser cogitado como futuro projeto de Peter Jackson. Mas acabou parando nas mãos de outro talentoso diretor de fantasias: Guillermo del Toro.

À princípio, achei que ele não queria mais ver elfos e hobbits pela frente, porém foi uma cirurgia de úlcera que acabou tirando-o da cadeira de diretor. Guillermo, famoso diretor dos filmes de Hellboy e do premiado O Labirinto do Fauno, assumiu o projeto e respirou J.R.R. Tolkien por 2 anos e não aguentou a pressão dos estúdios e prazos de filmagem e lançamento. Sinceramente, achava que del Toro iria conseguir finalizar o filme, mas se você é daquelas pessoas que assiste aos making ofs nos DVDs e blu-rays, sabe que diretor de grandes produções sofre bastante. Entra feliz e animado e sai com expressão de cansaço total e cabelos brancos. Além disso, Guillermo tinha uma sombra muito forte por trás: o próprio Peter Jackson.

Incontáveis fãs nerds que frequentam as conferências de San Diego pediam a cabeça de Guillermo del Toro. Resultado: a voz do consumidor é a voz de Deus! Peter Jackson voltou! Bilionário, com um estômago bem menor, com corpinho mais esbelto e com 3 estatuetas do Oscar em casa. O estúdio ficou tão feliz com seu retorno à série que resolveram comemorar transformando O Hobbit em uma trilogia. Por que lucrar uma vez se você pode lucrar 3 vezes mais? Então aí está: aguente mais 3 anos de hobbits, elfos, gollums, finais melosos e incontáveis indicações ao Oscar.

INSIDE LLWELYN DAVIS

Dir: Ethan Coen e Joel Coen

Inside Llewlyn Davis: Ainda sem fotos do filme, vemos os irmãos Coen no set de filmagem que conta com Carey Mulligan nos anos 60.

Depois que os irmãos Coen ganharam o Oscar de Melhor Filme, Direção e Roteiro Adaptado pelo ótimo Onde os Fracos Não têm Vez em 2008, qualquer filme deles automaticamente se torna um forte candidato ao Oscar. Como cinéfilo e fã da filmografia bem criativa dos irmãos, considero esse reconhecimento tardio mas justo. Até um filme despretensioso como Um Homem Sério (2009) se mostrou uma ótima comédia que foi indicada a Melhor Roteiro Original e Melhor Filme, sem contar as 10 indicações que a refilmagem de Bravura Indômita conseguiu em 2011. Neste Inside Llewlyn Davis, os diretores contam com duas armas para repetir o triunfo no Oscar: filme que se passa nos anos 60, e Carey Mulligan.

Se a jovem atriz britânica não pode mais contar com O Grande Gatsby, ela pode conseguir sua segunda indicação com esta performance. Só esperamos que Justin Timberlake, que contracena com ela, não a atrapalhe. Aliás, será que os Coen conseguem realizar um milagre e fazer Timberlake atuar decentemente? Só isso já merece um Oscar, não?

Além de Mulligan e os irmãos Coen, o filme conta com o produtor Scott Rudin, que desde 2003, já foi indicado 5 vezes ao Oscar (vencendo justamente com o filme dos Coen), e o reconhecido diretor de fotografia Bruno Delbonnel, responsável pelo visual fantástico de O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (2001).

LES MISÉRABLES

Dir: Tom Hooper

Les Miserables: musical com Hugh Jackman.

Parece que depois de Moulin Rouge – Amor em Vermelho (2001), Chicago (2002) e Mamma Mia! (2008), o gênero musical tem voltado ao cenário de Hollywood. E agora, ele volta com pedigree literário. O clássico Les Miserábles de Victor Hugo foi adaptado pelo roteirista indicado ao Oscar de Gladiador, William Nicholson, e regido por Tom Hooper, mais conhecido por seu sucesso O Discurso do Rei.

Apesar de bem comentado e com altas expectativas, devemos considerar que Tom Hooper não tem experiência com musicais. É claro que pode ser um dos filmes mais premiados da temporada, mas pode amargurar no esquecimento devido ao risco. Por outro lado, se depender do elenco, o filme pode alavancar algumas indicações ao Oscar: Hugh Jackman, Russell Crowe e Anne Hathaway protagonizam a adaptação e são boas apostas, especialmente Jackman e Hathaway, pois ambos têm talento musical comprovados (sim, eu sei que Russell Crowe tem uma bandinha…), e já têm uma história de cantar juntos na cerimônia do Oscar. Também existe uma história de que Anne Hathaway cantou I Dreamed a Dream no teste de atores e fez todos chorarem.

Musicais são como boa publicidade. É muito fácil fazer uma mediocridade, mas quando se acerta o tom, podem surgir obras-primas como Cantando na Chuva. Vamos esperar que Tom Hooper acerte em cheio.

MOONRISE KINGDOM (Moonrise Kingdom)

Dir: Wes Anderson

Moonrise Kingdom: Atores já valem o ingresso

Os filmes de Wes Anderson estão um pouco longe de ser uma unanimidade entre os votantes da Academia, pois… digamos que ele tem um humor bastante peculiar. Três é Demais (1998), Os Excêntricos Tenenbauns (2001), A Vida Aquática de Steve Zissou (2004) e Viagem a Darjeeling (2007) são obras singulares, mas a Academia não estava preparada para recebê-las, ainda mais se lembrarmos que comédia nunca foi um gênero forte na premiação. Contudo, o cineasta começa a atingir maturidade e seu nome a se associar aos melhores filmes do ano. Já foi indicado ao Oscar duas vezes: pelo Roteiro Original de Os Excêntricos Tenenbauns e pela ótima animação O Fantástico Sr. Raposo (2009).

Com este novo trabalho, Moonrise Kingdom, ele volta a reunir seus colaboradores habituais Bill Murray e Jason Schwartzman, reunindo mais atores consagrados como Tilda Swinton, Frances McDormand, Edward Norton e Bruce Willis, o que sempre aumenta a atenção dos críticos. O filme fala sobre a paixão de um escoteiro por uma garota, e quando decidem fugir juntos, a cidade inteira se mobiliza para procurá-los. Embora seja uma aposta incerta para o Oscar, tem chances em algumas categorias como Roteiro Original, Trilha Musical (Alexandre Desplat), Figurino, Montagem (Andrew Weisblum) e talvez alguma de atuação.

LINCOLN

Dir: Steven Spielberg

Lincoln: pôster simples, mas que já tem cara de Oscar

Steven Spielberg. Daniel Day-Lewis. Filme sobre presidente. Desses 3 elementos, já podemos tirar uns Oscars da cartola. Lincoln tem tudo para ser um daqueles candidatos recordistas em indicações: Filme, Diretor, Ator, Ator Coadjuvante (que tem vários possíveis nomes como Tommy Lee Jones, Jackie Earle Haley, David Strathairn, John Hawkes, Hal Holbrook), Atriz Coadjuvante (Sally Field), Roteiro Adaptado, Fotografia, Trilha Musical, Montagem, Direção de Arte, Figurino, Som e Maquiagem. Total de 13, tá bom pra você, Spielberg? Depois de sair com as mãos abanando com seu Cavalo de Guerra, a Academia pode se sentir na obrigação de compensá-lo, a menos que o filme seja uma draga… Isso sem contar se não tiver uma canção original na manga. No papel, o status do filme é de vencedor de Melhor Filme, mas como todos os especialistas dizem: o Oscar é imprevisível.

Fui assistir a Cavalo de Guerra com um pé atrás, porque achava que o diretor andava meio enferrujado, e todo aquele episódio de retocar o filme E.T. o Extraterrestre (1982) ainda não me caiu bem. Mas Spielberg não desaprendeu a fazer cinema e com o filme, comprovou que ainda manda bem na catarse. E Lincoln tem todos os ingredientes épicos para fazer os votantes da Academia chorarem nos créditos finais, afinal, o presidente, considerado um dos heróis da nação, foi assassinado friamente, como outro político querido: Kennedy.

Recentemente, escrevi um post sobre os atores dirigidos por Spielberg e o fato curioso de que nenhum deles ganhou o Oscar. Agora, o diretor tem Daniel Day-Lewis em seu filme, um dos melhores profissionais de sua geração, assumindo um papel almejado por incontáveis atores de Hollywood. Lincoln seria a melhor chance do diretor depois de A Lista de Schindler. Será que é desta vez, Spielberg?

THE MASTER

Direção: Paul Thomas Anderson

The Master: Amy Adams (à esq) e Philip Seymour Hoffman (centro) são apostas certeiras com Joaquin Phoenix.

Apesar de Paul Thomas Anderson ter um gosto meio alternativo, seus filmes costumam levar algumas indicações. Foi assim com Boogie Nights – Prazer Sem Limites, Magnólia e Sangue Negro; todos receberam indicações de atuação e Daniel Day-Lewis ganhou seu segundo Oscar pelo último. A única exceção foi Embriagado de Amor, que passou desapercebido pela premiação, porque Adam Sandler não é bem uma unanimidade entre os críticos (particularmente, acho seu melhor trabalho como ator).

The Master se destaca por se tratar de um filme sobre os primórdios da cientologia. Sim, aquela polêmica religião criada pelo autor de ficção científica L. Ron Hubbard, que tem adeptos ilustres como Tom Cruise e John Travolta. Para contar essa interessante história, Anderson convocou um nome igualmente polêmico: Joaquin Phoenix, que parece ter perdido uns parafusos quando anunciou na TV, todo barbudo e de óculos escuros, a aposentadoria da carreira de ator. Juntamente com Philip Seymour Hoffman (Oscar de Ator por Capote) e Amy Adams (3 indicações), forma uma trinca poderosa na corrida ao Oscar. O favoritismo de Phoenix e Hoffman cresceu ainda mais depois que receberam o prêmio Volpi Cup no Festival de Veneza, de onde o diretor também saiu laureado com o Leão de Prata.

A produção também tem boas chances em Melhor Roteiro Original (o próprio Paul Thomas Anderson), Trilha Musical (Jonny Greenwood), Direção de Arte (Jack Fisk e David Crank), Figurino (Mark Bridges, ganhador do Oscar este ano com O Artista)e Montagem. Talvez seja o único capaz de bater Spielberg e Peter Jackson.

SILVER LININGS PLAYBOOK

Direção: David O. Russell

Silver Linings Playbook, de David O. Russell

David O. Russell era considerado um diretor alternativo, assim como Wes Anderson. Mas com o amadurecimento de seus trabalhos, Russell conseguiu destaque e indicações para seu filme O Vencedor (The Fighter, 2010). Não apenas obteve sua primeira indicação ao Oscar como Melhor Diretor, mas seus atores coadjuvantes, Christian Bale e Melissa Leo, saíram premiados daquela cerimônia. Agora, com este Silver Linings Playbook, ele volta a chamar a atenção, mas não somente dos críticos, mas do público, pois ganhou o People’s Choice Awards no último Festival de Toronto, reconhecimento também dado ao vencedor do Oscar O Discurso do Rei.

Baseado no romance de Matthew Quick, o filme acompanha o retorno de Pat Solitano (Bradley Cooper) à casa dos pais depois de ficar internado oito meses numa instituição mental. Ele busca reconstruir sua vida e reconciliação com a ex-mulher que o traiu. No caminho, ele conhece uma jovem chamada Tiffany (Jennifer Lawrence) que se oferece para ajudá-lo em troca de um favor importante para ela. Trata-se de uma história bastante simples, mas pelos comentários e críticas que ouvi, também apresenta elementos bastante humanos que, com a ajuda dos atores em forma, conquistaram o público por onde passou.

Tem se tornado a produção que mais cresceu nessa fase da corrida para o Oscar 2013, ao lado do filme de Ben Affleck, Argo. Além disso, tem boas chances de emplacar indicações para os quatro atores: Bradley Cooper (sim, aparentemente ele é mais do que um candidato a galã de Se Beber, Não Case!), Jennifer Lawrence (a Academia não perderia a oportunidade de ouro de indicá-la como Melhor Atriz com o sucesso de Jogos Vorazes), Jacki Weaver (seria sua segunda indicação depois de Reino Animal) e Robert De Niro (com seu retorno trinufal depois de 20 anos sem indicações ao Oscar).

Claro que o diretor David O. Russell deve voltar a concorrer como Melhor Diretor, mas como a competição está bem acirrada, talvez ele seja “compensado” com o prêmio de Melhor Roteiro Adaptado.

ZERO DARK THIRTY

Direção: Kathryn Bigelow

Zero Dark Thirty: Parece uma imagem da trilogia Bourne, mas ao invés de caçarem o agente, estão atrás de Bin Laden

Depois que Kathryn Bigelow se consagrou com a primeira mulher a ganhar o Oscar de Melhor Diretor, ela teve muitas propostas. Acabou repetindo sua parceria com o roteirista Mark Boal do mesmo Guerra ao Terror (2008) e deram vida ao filme que trata da caça ao líder terrrorista do Al-Qaeda, Osama Bin Laden. A produção já vinha sendo bastante comentada porque recebeu com exclusividade acesso aos arquivos da operação de captura da CIA. Recentemente, os noticiários da TV anunciaram que a estréia do filme foi adiada para depois das eleições presidenciais em novembro por causa de protestos de republicanos, que temem queda nas intenções de voto de Mitt Romney.

Importância história o filme já tem. A fama já o precede. Mas e o filme? Tem toda essa chance no Oscar como teve Guerra ao Terror? Diretor, Roteiro Original, Montagem, Som e Efeitos Sonoros são possibilidades reais, assim, por que não Melhor Filme também? Não deve sair tão vitorioso por se tratar de um filme polêmico desde seu nascimento, mas deve figurar entre os indicados.

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Claro que a lista pode mudar nos próximos meses até o dia 10 de janeiro, quando as indicações ao Oscar serão anunciadas ao vivo. Existem algumas produções que ainda tem uma porcentagem pequena de figurarem entre os possíveis dez indicados a Melhor Filme. Lembrando que nessa categoria, podem haver de 5 a 10 filmes indicados, dependendo da votação de cada um. Eis alguns filmes que podem ganhar algum fôlego na reta final e um ou outro motivo de não estar na lista definitiva:

Amour, de Michael Haneke. O filme levou a Palma de Ouro em Cannes e tem boas chances de ver seus atores centrais indicados, mas o fato de ser falado em francês deve direcionar suas chances para a categoria de Melhor Filme Estrangeiro, uma vez que é o representante da Áustria.

O Exótico Hotel Marigold, de John Madden. Através da força de seu elenco experiente encabeçado por Judi Dench, este simpático drama senil passado na Índia pode ganhar força entre os votantes mais velhos, ainda mais se suas atrizes foram indicadas. Mas o filme tem cara de que não deve passar da lista de indicados a Melhor Filme – Comédia ou Musical no Globo de Ouro.

O Impossível, de Juan Antonio Bayona. Apesar do lado trágico que pode levar os espectadores às lágrimas, este drama familiar tem sua forte base apoiada nos atores. Naomi Watts tem grandes chances de sua segunda indicação, e Ewan McGregor pode surpreender. Mas como filme, não tem chamado tanta atenção.

The Sessions, de Ben Lewin. Este drama independente também está aqui por causa dos atores, especialmente o protagonista John Hawkes. A história do paciente diagnosticado com pouco tempo de vida e quer perder a virgindade antes de morrer só é comprada por causa de Hawkes. Claro que o elenco também conta com Helen Hunt e William H. Macy, que podem dar uma forcinha no número de indicações.

007 – Operação Skyfall, de Sam Mendes. Eu sei. Como a Academia vai indicar um filme de James Bond? Embora eu seja fã, concordo que esta não seria uma categoria mais propícia ao 23º filme da franquia, mas com os recordes de bilheteria, as críticas positivas, a equipe oscarizada chefiada pelo diretor Sam Mendes e o fato de Bond comemorar 50 anos este ano podem colaborar para a primeira inclusão de um filme de Bond como Melhor Filme. Só para matar sua curiosidade, a franquia de 007 já foi premiada com dois Oscars: Em 1965 pelo Efeitos Sonoros de 007 Contra Goldfinger, e em 1966, pelos Efeitos Visuais de 007 Contra a Chantagem Atômica.

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