Andy Samberg e Sandra Oh apresentam o Globo de Ouro (pic by Variety)
Para você que achou que Vice levaria tudo nas categorias de comédia, e que Nasce uma Estrela surrupiaria tudo nas de drama, o pessoal do Globo de Ouro resolveu bagunçar as casas de apostas. A Hollywood Foreign Press Association (HFPA) é fã de Queen!
Na reta final da cerimônia, mais precisamente no último bloco, a cinebiografia chapa branca de Bohemian Rhapsody levou Melhor Ator – Drama para Rami Malek, e em seguida, a equipe subiu ao palco, juntamente com os integrantes da banda Queen, para receber Melhor Filme. Curiosamente, o filme sequer tinha seu diretor (ou melhor, diretores Bryan Singer e Dexter Fletcher indicados), mas o sucesso comercial de mais 700 milhões arrecadados fez a diferença. Malek sequer mencionou Singer no palco, já que eles brigaram durante as filmagens, quando o diretor não comparecia nos horários. Apesar da confusão dos bastidores, as músicas da banda tocadas no filme foram a verdadeira fórmula do sucesso.
Rami Malek agradece todos, exceto Bryan Singer, ao levar Melhor Ator por Bohemian Rhapsody.
Já Green Book: O Guia surpreendeu ao conquistar três prêmios, especialmente o de Roteiro e Filme – Comédia ou Musical. A premiação de Mahershala Ali como coadjuvante obviamente reforça sua campanha ao Oscar, mas é preciso lembrar duas coisas: Ele ganhou o Oscar há dois anos por Moonlight, e o Globo de Ouro não o premiou naquele ano, quando Aaron Taylor-Johnson levou por Animais Noturnos. O filme de Peter Farrelly, Green Book, é aquele típico de fórmula com história verídica de dois personagens de culturas diferentes, mas que ganha seu público com certa facilidade, tanto que levou o prestigiado prêmio de público do Festival de Toronto.
A grande produtora da noite acabou sendo a Netflix, que conquistou 5 Globos de Ouro: 2 pelo mexicano Roma, 2 pela série O Método Kominsky, e 1 pela série Bodyguard, todos disponíveis no catálogo do serviço de streaming. A vitória de Roma na categoria de Filme Estrangeiro era esperada, mas Melhor Direção ainda era incerta, já que Bradley Cooper era um candidato fortíssimo, mesmo sendo seu projeto de estréia. Acabou saindo de mãos abanando da cerimônia, apesar de ter visto Lady Gaga levando por Melhor Canção com “Shallow”. Outra que saiu sem prêmios apesar da dupla indicação foi Amy Adams, que perdeu como Coadjuvante por Vice, e como Atriz de série por Sharp Objects.
O diretor Alfonso Cuarón venceu por Filme Estrangeiro e Direção por Roma (pic by Vanity Fair)
Gostei da vitória de Glenn Close como Melhor Atriz por A Esposa (previsão de estréia aqui no dia 10 de janeiro). Com todo o hype em cima de Lady Gaga, até ela ficou surpresa quando anunciaram seu nome. O filme em si é meio fraquinho, mas a personagem dela é bem interessante e atual. Ela faz a esposa de um escritor que ganha o prêmio Nobel de Literatura, mas vamos descobrindo que ela abdicou sua vida profissional em prol do casamento e bons costumes da época. E no discurso de agradecimento, Glenn Close citou sua mãe, que passou pela mesma situação, concluindo que, apesar das dificuldades e da maternidade, “nós [as mulheres] temos que dizer ‘Eu posso fazer aquilo e eu deveria se permitir fazer aquilo”. O público presente ficou emocionado e a ovacionou. Certamente, um discurso que alavanca sua campanha rumo ao primeiro Oscar às alturas.
Glenn Close aceita seu Globo de Ouro por A Esposa.
Muito boas as vitórias de Trilha Musical para Justin Hurwitz em O Primeiro Homem, e Melhor Longa de Animação para o fantástico Homem-Aranha no Aranhaverso. Não vi o filme Vice, mas só pelo discurso de Christian Bale agradecendo Satã pela inspiração para interpretar Dick Cheney é memorável! E adorei quando Olivia Colman chamou Emma Stone e Rachel Weisz de “my bitches” quando levou Melhor Atriz – Comédia ou Musical por A Favorita. A vitória de Regina King como Coadjuvante por Se a Rua Beale Falasse ajuda, mas não apaga o fato de ela estar ausente da lista no SAG Awards.
Sobre a apresentação dos hosts Andy Samberg e Sandra Oh, eu poderia dizer “nice try” (boa tentativa). Tiveram alguns momentos engraçados como a “expulsão” de Jim Carrey da seção dos artistas de cinema, mas o melhor momento mesmo foi quando Sandra Oh levou o prêmio de Atriz em série por Killing Eve. Ela agradeceu a equipe e aos pais presentes, dizendo “Pai, mãe, eu amo vocês” em coreano.
Sandra Oh posa com seu Globo de Ouro de Melhor Atriz pela série Killing Eve
Ainda aproveitando o momento emotivo, bela homenagem a Jeff Bridges que, só pela montagem de clipes, dá pra ver que ele fez muitos filmes bons com ótimos diretores. E também pela singela homenagem a Carol Burnett, que teve o prêmio para TV batizado com seu nome. “Isso significa que terei que aceitar o prêmio todo ano?”, brincou Burnett.
E só mais um adendo: equipe da TNT Brasil, pelamor, vamos melhorar essa transmissão! Inúmeros erros de datilografia na legenda das imagens do tipo “Golen Globe” e confundindo uma atriz com Constance Wu, sem contar ainda com as péssimas entrevistas no tapete vermelho que parecem aquelas de campo de futebol.
VENCEDORES DO 76º GLOBO DE OURO
MELHOR FILME – DRAMA Bohemian Rhapsody (Bohemian Rhapsody)
MELHOR ATRIZ – DRAMA Glenn Close (A Esposa)
MELHOR ATOR – DRAMA Rami Malek (Bohemian Rhapsody)
MELHOR FILME – COMÉDIA OU MUSICAL Green Book: O Guia (Green Book)
MELHOR ATRIZ – COMÉDIA OU MUSICAL Olivia Colman (A Favorita)
MELHOR ATOR – COMÉDIA OU MUSICAL Christian Bale (Vice)
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE Regina King (Se a Rua Beale Falasse)
MELHOR ATOR COADJUVANTE Mahershala Ali (Green Book: O Guia)
MELHOR LONGA DE ANIMAÇÃO Homem-Aranha no Aranhaverso (Spider-Man: Into the Spider-Verse)
MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA Roma (Roma) – MÉXICO
MELHOR DIREÇÃO Alfonso Cuarón (Roma)
MELHOR ROTEIRO Peter Farrelly, Nick Vallelonga, Brian Currie (Green Book: O Guia)
MELHOR TRILHA MUSICAL Justin Hurwitz (O Primeiro Homem)
MELHOR CANÇÃO ORIGINAL “Shallow” (Nasce uma Estrela)
MELHOR SÉRIE – DRAMA The Americans
MELHOR ATRIZ EM SÉRIE DRAMÁTICA Sandra Oh (Killing Eve)
MELHOR ATOR EM SÉRIE DRAMÁTICA Richard Madden (Bodyguard)
MELHOR SÉRIE DE COMÉDIA OU MUSICAL “The Kominsky Method” (Netflix)
MELHOR ATRIZ EM SÉRIE DE COMÉDIA OU MUSICAL Rachel Brosnahan (The Marvelous Mrs. Maisel)
MELHOR ATOR EM SÉRIE DE COMÉDIA OU MUSICAL Michael Douglas (The Kominsky Method)
MELHOR MINISSÉRIE OU FILME PARA TV The Assassination of Gianni Versace: American Crime Story (FX)
MELHOR ATRIZ EM MINISSÉRIE OU FILME PARA TV Patricia Arquette (Escape at Dannemora)
MELHOR ATOR EM MINISSÉRIE OU FILME PARA TV Darren Criss (The Assassination of Gianni Versace: American Crime Story)
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE EM SÉRIE, MINISSÉRIE OU FILME PARA TV Patricia Clarkson (Sharp Objects)
MELHOR ATOR COADJUVANTE EM SÉRIE, MINISSÉRIE OU FILME PARA TV Ben Whishaw (A Very English Scandal)
Ryan Gosling e Emma Stone em cena do musical La La Land, de Damien Chazelle, que agora lidera as indicações ao Globo de Ouro (pic by moviepilot.de)
DEPOIS DE UMA VITÓRIA INDUBITÁVEL NO CRITICS’ CHOICE, O MUSICAL DE DAMIEN CHAZELLE GARANTE LUGAR NO GLOBO DE OURO
Depois de uma estréia arrasadora no Festival de Veneza e no Festival de Toronto, seria muito improvável que o musical ode à cidade de Los Angeles não estivesse no posto de favorito na temporada de premiações. Além de ter faturado o prêmio de Melhor Filme dos críticos de Nova York (NYFCC) e o Critics’ Choice Awards, La La Land conquista agora sete indicações ao Globo de Ouro, e deve levar o de Melhor Filme – Comédia ou Musical.
Logo em seguida, o drama sobre amadurecimento Moonlight ficou com seis indicações, enquanto Manchester à Beira-Mar conquistou cinco. O anúncio das indicações foi feito ao vivo na manhã dessa última segunda-feira, dia 12, pelos atores Don Cheadle, Laura Dern e Anna Kendrick. O presidente da Hollywood Foreign Press Association (HFPA), Lorenzo Soria, aproveitou para apresentar as misses Golden Globe: o trio de irmãs Sophia, Sistine e Scarlet Stallone, obviamente, filhas do ator Sylvester Stallone.
O presidente danadinho Lorenzo Soria entre as misses Golden Globe: Sophia, Sistine e Scarlet Stallone. Pic by thesun.co.uk
DAVI VS. GOLIAS
Pra começar, temos algo pouco comum. Os grandes estúdios, que dominavam as categorias principais até alguns anos atrás, estão perdendo espaço para produtoras menores. Era comum vermos Disney, Warner Bros, Fox, Sony, Paramount e Universal por trás dos grandes concorrentes no Globo de Ouro. Já este ano, temos Lionsgate, CBS Films, The Weinstein Co., Amazon/Roadside Attractions e A24. A Lionsgate lidera com 10 indicações, seguida pela A24 com nove. O grande estúdio mais bem colocado vem em 3º com as oito indicações da Paramount. Por isso que eu digo, não adianta ter a bufunfa se não tiver criatividade e talento.
VAGAS PARA COMÉDIAS E MUSICAIS… PARA COMÉDIAS E MUSICAIS
Depois de algumas polêmicas envolvendo a inclusão de dramas em categorias de comédia, e vice-versa, como Perdido em Marte ganhando como comédia, simplesmente para incluir o filme na lista, o Globo de Ouro parece que aprendeu sua lição. Este ano, a categoria Melhor Filme – Comédia ou Musical realmente tem comédias e musicais. La La Land e Sing Street preenchem os pré-requisitos do gênero musical, enquanto Deadpool e Florence: Quem é Essa Mulher? fazem o público rir. Já o quinto indicado, embora não se dê gargalhadas em 20th Century Women, o novo filme de Mike Mills é um humor leve e tem sua graça.
Brianna Hildebrand ao lado de Ryan Reynolds como Deadpool. Duas indicações ao Globo de Ouro (pic by moviepilot.de)
Felizmente, também apresentaram coerência nas categorias de atuação. Na ala masculina, seguindo as escolhas dos filmes, Ryan Gosling (La La Land), Hugh Grant (Florence: Quem é Essa Mulher?) e Ryan Reynolds (Deadpool) eram esperados. Já as entradas de Jonah Hill pela comédia Cães de Guerra, e de Colin Farrell pela comédia de humor negro O Lagosta foram surpresas, mas surpresas coerentes.
Pelo lado feminino, Emma Stone (La La Land), Meryl Streep (Florence: Quem é Essa Mulher?) e Annette Bening (20th Century Women) eram figuras já carimbadas. As outras duas vagas foram para duas estreantes no Globo de Ouro: Hailee Steinfeld (sim, aquela menina falante da refilmagem de Bravura Indômita) e Lily Collins (embora seja mais conhecida por ser filha do cantor Phil Collins, já estrelou boas produções como Espelho, Espelho Meu). Elas foram indicadas por dois filmes bem falados: The Edge of Seventeen (uma espécie de John Hughes do século XXI) e Rules Don’t Apply (uma comédia que tem o milionário e polêmico Howard Hughes vivido por Warren Beatty), respectivamente. Muitos esperavam uma indicação para as veteranas Sally Field (Doris, Redescobrindo o Amor) e Susan Sarandon (A Intrometida), mas o Globo de Ouro resolveu apostar em sangue novo.
Lily Collins em cena de Rules Don’t Apply, pelo qual recebeu sua primeira indicação ao Globo de Ouro. Pic by moviepilot.de
BOAS SURPRESAS
Bom, vamos às boas surpresas. Particularmente, fiquei bastante feliz pela lembrança de Animais Noturnos. Dos filmes que vi na 40ª Mostra de Cinema de SP, o segundo filme de Tom Ford foi o que mais me deixou pensativo por dias. Talvez, ele não funcione tão bem como um todo, mas existem cenas ali tão bem dirigidas e filmadas que a produção merecia reconhecimento.
Sempre estiloso: o diretor Tom Ford (à direita) passa instruções para os atores Jake Gyllenhaal e Michael Shannon em set de Animais Noturnos. Pic by moviepilot.de
Na maioria dos prêmios anteriores, Animais Noturnos aparecia como candidato apenas pelo Roteiro Adaptado ou pelo Ator Coadjuvante para Michael Shannon, mas agora no Globo de Ouro, Shannon deu lugar para Aaron Taylor-Johnson, que conseguiu se transformar nesse papel de um delinquente. E, claro, Tom Ford conseguiu dupla indicação, como roteirista e como diretor também. Acho que ficou faltando uma indicação para a ótima Trilha Musical de Abel Korzeniowski.
Também foi uma manhã gloriosa para Mel Gibson. Seu filme sobre a Segunda Guerra Mundial, Até o Último Homem, conseguiu indicações para Melhor Filme – Drama, para seu protagonista Andrew Garfield, e para Direção. Ele conseguiu bater fortes concorrentes como Denis Villeneuve (A Chegada) e Denzel Washington (Fences). Embora seja uma figura polêmica após ter sido preso dirigindo bêbado e de suas declarações anti-semitas, Mel Gibson é um artista idolatrado pela HFPA, tanto que eles sempre dão um jeitinho de colocá-lo no palco para apresentar um prêmio.
Cena de Até o Último Homem com Andrew Garfield. Mel Gibson retorna como indicado após vários anos. Pic by moviepilot.de
Na categoria de Ator Coadjuvante, além de Taylor-Johnson, a indicação de Simon Helberg também causou alvoroço, já que ele não havia sido reconhecido anteriormente em prêmio algum. Mais conhecido pelo personagem Howard da série The Big Bang Theory, o ator contracenou com Meryl Streep em Florence: Quem é Essa Mulher? como um treinador vocal.
Ao lado de Meryl Streep, Simon Helberg atua como vocal coach de Florence Foster Jenkins. Pic by moviepilot.de
Já a indicação de Viggo Mortensen como Melhor Ator – Drama por Capitão Fantástico foi bastante comemorada. No filme, ele interpreta um pai de seis filhos que vive na natureza selvagem. Em entrevista, o ator esperava que filme seria abraçado pela temporada de premiação, mas sua indicação de Ator num ano bem concorrido já é digno de nota.
… E OUTRAS NEM TANTO
Embora Sully: O Herói do Rio Hudson não estivesse tão em alta, muitos davam como certa a indicação de Tom Hanks como Melhor Ator – Drama, já que ele é uma figura bem querida. Mas o filme de Clint Eastwood foi totalmente ignorado pela HFPA, que pode ter sido influenciada pela posição política favorável a Donald Trump por Eastwood. De qualquer forma, ultimamente tenho visto bem mais carisma do que interpretação nos filmes de Tom Hanks.
Porém, em pior situação está Silêncio. Depois de ficar fora de quase todos os prêmios de críticos (recebeu apenas um 2º lugar de Ator Coadjuvante no LAFCA), e do Critics’ Choice Awards, o novo trabalho de Martin Scorsese ficou esquecido novamente, devido ao atraso nas projeções para a imprensa e a crítica. Com isso, o estúdio Paramount Pictures passa a ficar preocupado até com a bilheteria diante de uma possível ausência no Oscar.
Outra ausência sentida foi da animação Procurando Dory, sequência do sucesso de 2003 Procurando Nemo. Embora o filme tenha sido um sucesso arrasador com mais 400 milhões de bilheteria nos EUA, falhou em conseguir uma indicação da categoria, que preferiu reconhecer até a desconhecida produção suíça My Life as a Zucchini. Talvez seja hora da Pixar descartar alguns projetos de sequências e criar coisas novas e frescas.
Cena da animação franco-suíça My Life as a Zucchini, que chutou Procurando Dory da categoria (pic by moviepilot.de)
Pelas categorias de atuação, a ausência de Lucas Hedges foi uma das mais comentadas. No Critics’ Choice, ele levou o prêmio de Jovem Ator, e foi indicado como Coadjuvante pelo drama Manchester à Beira-Mar. Apesar de haver boas chances de aparecer na lista do Oscar, suas chances foram reduzidas pelo Globo de Ouro, que fortalece as campanhas de Mahershala Ali e Jeff Bridges.
PRÊMIOS PARA PRODUÇÕES DE TV
Pelas categorias televisivas, o Globo de Ouro resolveu dar aquela limpada nos candidatos de sempre. Exceto por Game of Thrones, as séries The Crown, Stranger Things, This Is Us e Westworld foram indicados pela primeira vez. Por outro lado, pela categoria de séries de comédia, a novidade ficou por conta apenas de Atlanta, que trata de rap no cenário da cidade de Atlanta, já que os demais indicados já foram previamente reconhecidos.
Entretanto, o destaque do lado da TV novamente ficou para The People v. O.J. Simpson: American Crime Story, que somou cinco indicações ao Globo de Ouro, sendo quatro para seus atores Courtney B. Vance, Sarah Paulson, Sterling K. Brown e John Travolta.
Cena de American Crime Story: The People v. O.J. Simpson, com Cuba Gooding Jr. ao centro como O.J. (pic by moviepilot.de)
***
Indicados ao 74º Globo de Ouro:
CINEMA
Best Motion Picture – Drama:
Até o Último Homem (Hacksaw Ridge)
A Qualquer Custo (Hell or High Water)
Lion
Manchester à Beira-Mar (Manchester by the Sea)
Moonlight
Best Motion Picture – Musical or Comedy:
20th Century Women
Deadpool (Deadpool)
La La Land: Cantando Estações (La La Land)
Florence: Quem é Essa Mulher? (Florence Foster Jenkins)
Sing Street
Best Performance by an Actor in a Motion Picture – Drama:
Casey Affleck (Manchester à Beira Mar)
Joel Edgerton (Loving)
Andrew Garfield (Até o Último Homem)
Viggo Mortensen (Capitão Fantástico)
Denzel Washington (Fences)
Best Performance by an Actress in a Motion Picture – Drama:
Amy Adams (A Chegada)
Jessica Chastain (Miss Sloane)
Isabelle Huppert (Elle)
Ruth Negga (Loving)
Natalie Portman (Jackie)
Best Performance by an Actor in a Motion Picture – Musical or Comedy:
Colin Farrell (O Lagosta)
Ryan Gosling (La La Land)
Hugh Grant (Florence: Quem é Essa Mulher?)
Jonah Hill (Cães de Guerra)
Ryan Reynolds (Deadpool)
Best Performance by an Actress in a Motion Picture – Musical or Comedy:
Annette Bening (20th Century Women)
Lily Collins (Rules Don’t Apply)
Hailee Steinfeld (The Edge of Seventeen)
Emma Stone (La La Land)
Meryl Streep (Florence: Quem é Essa Mulher?)
Best Performance by an Actor in a Supporting Role in a Motion Picture:
Mahershala Ali (Moonlight)
Jeff Bridges (A Qualquer Custo)
Simon Helberg (Florence: Quem é Essa Mulher?)
Dev Patel (Lion)
Aaron Taylor-Johnson (Animais Noturnos)
Best Performance by an Actress in a Supporting Role in a Motion Picture:
Viola Davis (Fences)
Naomie Harris (Moonlight)
Nicole Kidman (Lion)
Octavia Spencer (Estrelas Além do Tempo)
Michelle Williams (Manchester à Beira-Mar)
Best Director – Motion Picture:
Damien Chazelle (La La Land)
Tom Ford (Animais Noturnos)
Mel Gibson (Até o Último Homem)
Barry Jenkins (Moonlight)
Kenneth Lonergan (Manchester à Beira-Mar)
Best Screenplay:
La La Land
Animais Noturnos
Moonlight
Manchester à Beira-Mar
A Qualquer Custo
Best Motion Picture – Foreign Language:
Divines – França
Elle – França
Neruda – Chile
O Apartamento – Irã/França
Toni Erdmann – Alemanha
Best Motion Picture – Animated:
Kubo e as Cordas Mágicas
Moana: Um Mar de Aventuras
My Life as a Zucchini
Sing: Quem Canta Seus Males Espanta
Zootopia
Best Original Song – Motion Picture:
“Can’t Stop the Feeling” (Trolls)
“City of Stars” (“La La Land)
“Faith” (Sing: Quem Canta Seus Males Espanta)
“Gold” (Ouro e Cobiça)
“How Far I’ll Go” (Moana: Um Mar de Aventuras)
Best Original Score – Motion Picture:
Nicholas Britell (Moonlight)
Justin Hurwitz (La La Land)
Johann Johannsson (A Chegada)
Dustin O’Halloran, Hauschka (Lion)
Hans Zimmer, Pharrell Williams, Benjamin Wallfisch (Estrelas Além do Tempo)
TELEVISÃO
Best Television Series – Drama:
The Crown
Game of Thrones
Stranger Things
This is Us
Westworld
Best Television Series – Musical or Comedy:
Atlanta
Black-ish
Mozart in the Jungle
Transparent
Veep
Best Performance by an Actor in a Television Series – Drama:
Rami Malek (Mr. Robot)
Bob Odenkirk (Better Call Saul)
Matthew Rhys (The Americans)
Liev Schreiber (Ray Donovan)
Billy Bob Thornton (Goliath)
Best Performance by an Actress in a Television Series – Drama:
Caitriona Balfe (Outlander)
Claire Foy (The Crown)
Keri Russell (The Americans)
Winona Ryder (Stranger Things)
Evan Rachel Wood (Westworld)
Best Performance by an Actor in a Television Series – Musical or Comedy:
Anthony Anderson (Black-ish)
Gael García Bernal (Mozart in the Jungle)
Donald Glover (Atlanta)
Nick Nolte (Graves)
Jeffrey Tambor (Transparent)
Best Performance by an Actress in a Television Series – Musical or Comedy:
Rachel Bloom Crazy (Ex-Girlfriend)
Julia Louis-Dreyfus (Veep)
Sarah Jessica Parker (Divorce)
Issa Rae (Insecure)
Gina Rodriguez (Jane the Virgin)
Tracee Ellis Ross (Black-ish)
Best Television Limited Series or Motion Picture Made for Television:
American Crime
The Dresser
The Night Manager
The Night Of
The People v. O.J. Simpson: American Crime Story
Best Performance by an Actor in a Limited Series or Motion Picture Made for Television:
Riz Ahmed (The Night Of)
Bryan Cranston (All The Way)
Tom Hiddleston (The Night Manager)
John Turturro (The Night Of)
Courtney B. Vance (The People v. O.J. Simpson: American Crime Story)
Best Performance by an Actress in a Limited Series or Motion Picture Made for Television: Felicity Huffman (American Crime)
Riley Keough (The Girlfriend Experience)
Sarah Paulson (The People v. O.J. Simpson: American Crime Story)
Charlotte Rampling (London Spy)
Thandie Newton (Westworld)
Best Performance by an Actress in a Supporting Role in a Series, Limited Series or Motion Picture Made for Television:
Olivia Colman (The Night Manager)
Lena Headey (Game Of Thrones)
Chrissy Metz (This Is Us)
Mandy Moore (This Is Us)
Kerry Washington (Confirmation)
Best Performance by an Actor in a Supporting Role in a Series, Limited Series or Motion Picture Made for Television:
Sterling K. Brown (The People v. O.J. Simpson: American Crime Story)
Hugh Laurie (The Night Manager)
John Lithgow (The Crown)
Christian Slater (Mr. Robot)
John Travolta (The People v. O.J. Simpson: American Crime Story)
***
A 74ª cerimônia do Globo de Ouro está marcada para o dia 08 de janeiro, e terá Jimmy Fallon como host pela primeira vez.
Elenco e equipe de Game of Thrones posa para fotos após vitória histórica no Emmy (photo by radiotimes.com)
SÉRIE QUE CONQUISTOU TODA UMA LEGIÃO DE FÃS FINALMENTE CONQUISTA SEU EMMY
Bom, provavelmente não sou a pessoa mais indicada para falar e destrinchar as incontáveis séries de TV que competiram pelo Emmy, porque não acompanho de fato as séries e minisséries de forma aprofundada. Vários amigos já me recomendaram zilhões de séries como a própria Game of Thrones, mas não tenho muita paciência, especialmente para aquelas com episódios de quase uma hora de duração que parecem nunca ter fim. Não tenho a mínima dúvida de que esses trabalhos premiados pelo Emmy apresentam qualidade indiscutível, e que provavelmente vou gostar quando assistir, mas tenho que acumular uma boa dose de persistência antes.
Independente da minha expertise em séries, deu pra notar que houve algumas mudanças na premiação que refletem um mercado em constante transformação. Primeiramente, os principais vencedores Game of Thrones, Veep e Olive Kitteridge são produções da HBO, canal pago americano, que superou as séries mais tradicionais da TV aberta como Modern Family. Quanto aos filhos do streaming, as séries conquistaram prêmios coadjuvantes, mas já demonstram maior força a cada ano. Prova disso foi a vitória de Jeffrey Tambor por Transparent do streaming Amazon, e a de Uzo Aduba como Coadjuvante por Orange is the New Black, da Netflix.
Jeffrey Tambor com seu Emmy e ao lado direito, caracterizado como seu personagem pela série Transparent (photo by syracuse.com)
Apesar da extrema popularidade de Game of Thrones, para muitos especialistas em premiações, a vitória expressiva da série foi considerada uma surpresa. Outras surpresas respondem pelo nome de Regina King, vencedora de Melhor Atriz Coadjuvante por American Crime, batendo as favoritas Kathy Bates e Sarah Paulson por American Horror Story: Freak Show; Tony Hale, que venceu por Veep como Coadjuvante; e a vitória de The Voice por sua nona temporada batendo a franco-favorita Amazing Race.
Assim como o Oscar, o Emmy também gosta de deixar o reconhecimento para o último momento. Se a Academia premiou o terceiro e último O Senhor dos Anéis. o Emmy deixou o ator Jon Hamm esperar até a última temporada de Mad Men para lhe reconhecer. Nos últimos anos, ele foi batido por nomes como Bryan Cranston (Breaking Bad), Jeffrey Daniels (The Newsroom), Damian Lewis (Homeland) e Kyle Chandler (Friday Night Lights), comprovando também que a concorrência foi bastante acirrada.
Jon Hamm posa para fotos no backstage com seu primeiro e último Emmy por Mad Men (photo by latimes.com)
Em clima de despedida também foi a premiação do programa The Daily Show With Jon Stewart. Ele encerrou sua participação iniciada em 1999 pelo canal Comedy Central e cede lugar ao humorista sul-africano Trevor Noah. Sem planos de carreira após a aposentadoria do The Daily Show, espero que Jon Stewart abra a possibilidade de retornar como host do Oscar 2016! Na minha opinião, foi um dos melhores hosts dos últimos anos e merece retornar com sua língua afiada.
O apresentador e humorista Jon Stewart agradece por todos os anos no Daily Show (photo by variety.com)
Embora a noite tenha sido da série Game of Thrones, houve um discurso que arrepiou muitos espectadores. Viola Davis se tornou a primeira atriz negra a ganhar o Emmy de Melhor Atriz de Série Dramática por seu trabalho em How to Get Away With Murder. Ciente do momento histórico de sua vitória, ela começa citando Harriet Tubman, o famoso ativista que lutou pela abolição da escravidão nos EUA: “Em minha cabeça, vejo uma linha, vejo campos verdes e flores adoráveis e mulheres brancas lindas, com seus braços estendidos para mim. Mas parece que não consigo chegar lá, não importa como. Não consigo superar esta linha”. E as frases que ficaram super marcadas de seu discurso: “A única coisa que separa os mulheres negras de qualquer outra raça é oportunidade. Você não consegue ganhar um Emmy por papéis que simplesmente não existem”.
Viola Davis derrotou outras fortes candidatas na categoria
O jornal Folha de S. Paulo citou em matéria alguns estudos estatísticos que revelam que realmente os negros são minoria, tanto na frente como atrás das câmeras em trabalhos para a televisão nos EUA. Não costumo abrir discussões sobre porcentagens de negros, amarelos e índios em ocupações, pois sou contra cotas raciais e não consigo enxergar talento e profissionalismo baseado em cor, sexo ou religião, até mesmo porque a Arte está acima disso, mas como boa parte da História humana, os homens brancos sempre foram dominantes, ainda vai levar muito tempo pra quebrar tabus tão seculares. Viola Davis declarou no Los Angeles Times que “[…] em breve, a frase ‘a primeira negra a…’ deixará de existir”. É uma previsão otimista, mas espero que ela esteja certa.
VENCEDORES DO 67º EMMYS
MELHOR SÉRIE DRAMÁTICA
Game of Thrones
MELHOR SÉRIE DE COMÉDIA
Veep
ATOR EM SÉRIE DRAMÁTICA
Jon Hamm (Mad Men)
ATRIZ EM SÉRIE DRAMÁTICA
Viola Davis (How to Get Away With Murder)
ROTEIRO – SÉRIE DRAMÁTICA
David Benioff, D.B. Weiss (Game of Thrones) pelo episódio “Mother’s Mercy”
ATRIZ COADJUVANTE EM SÉRIE DRAMÁTICA
Uzo Aduba (Orange is the New Black)
DIREÇÃO – SÉRIE DRAMÁTICA
David Nutter (Game of Thrones) pelo episódio “Mother’s Mercy”
ATOR COADJUVANTE EM SÉRIE DRAMÁTICA
Peter Dinklage (Game of Thrones)
MELHOR PROGRAMA DE VARIEDADES
The Daily Show With Jon Stewart
MELHOR SÉRIE DE COMÉDIA DE ESQUETES
Inside Amy Schumer
MELHOR TELEFILME
Bessie
MELHOR MINISSÉRIE
Olive Kitteridge
ATRIZ – MINISSÉRIE OU TELEFILME
Frances McDormand (Olive Kiiteridge)
ATOR – MINISSÉRIE OU TELEFILME
Richard Jenkins (Olive Kitteridge)
DIREÇÃO – MINISSÉRIE OU TELEFILME
Lisa Cholodenko (Olive Kitteridge)
ATOR COADJUVANTE EM MINISSÉRIE OU TELEFILME
Bill Murray (Olive Kitteridge)
ATRIZ COADJUVANTE EM MINISSÉRIE OU TELEFILME
Regina King (American Crime)
ROTEIRO – MINISSÉRIE, TELEFILME OU ESPECIAL DE DRAMA
Jane Anderson (Olive Kitteridge)
MELHOR PROGRAMA DE REALITY
The Voice
MELHOR HOST EM PROGRAMA DE REALITY
Jane Lynch (Hollywood Game Night)
ATRIZ EM SÉRIE DE COMÉDIA
Julia Louis-Dreyfus (Veep)
ATOR EM SÉRIE DE COMÉDIA
Jeffrey Tambor (Transparent)
DIREÇÃO – SÉRIE DE COMÉDIA
Jill Soloway (Transparent) pelo episódio “Best New Girl”
ATRIZ COADJUVANTE EM SÉRIE DE COMÉDIA
Allison Janney (Mom)
ROTEIRO – SÉRIE DE COMÉDIA
Simon Blackwell, Armando Iannucci, Tony Roche (Veep) pelo episódio “Election Night”
ATOR CODJUVANTE EM SÉRIE DE COMÉDIA
Tony Hale (Veep)
ROTEIRO – SÉRIE DE VARIEDADES
The Daily Show With Jon Stewart
DIREÇÃO – SÉRIE DE VARIEDADES
Chuck O’Neil (The Daily Show With Jon Stewart)
ATRIZ CONVIDADA EM SÉRIE DE COMÉDIA
Joan Cusack (Shameless)
ATOR CONVIDADO EM SÉRIE DE COMÉDIA
Bradley Whitford (Transparent)
ATRIZ CONVIDADA EM SÉRIE DRAMÁTICA
Margo Martindale (The Americans)
ATOR CONVIDADO EM SÉRIE DRAMÁTICA
Reg E. Cathey (House of Cards)
Julia Louis-Dreyfus com seu sexto Emmy na mão (photo by usatoday.com)