20 Finalistas Disputam 5 vagas no Oscar de Efeitos Visuais de 2016

FURY ROAD

Tom Hardy no green screen de Mad Max: Estrada da Fúria (photo by oneperfectshotdb.com)

EM UM DOS ANOS MAIS CONCORRIDOS, CATEGORIA TEM ‘MAD MAX’ E ‘STAR WARS’

Até o ano passado, a Academia selecionava 10 finalistas antes de definir os 5 indicados na categoria de Efeitos Visuais, contudo, com o crescimento massivo de produções hollywoodianas que utilizam a tecnologia digital do blue/green screen, a lista aumentou para 20 concorrentes. Só relembrando: o primeiro prêmio de Efeitos Especiais foi entregue em 1940 para a aventura E as Chuvas Chegaram. Nas décadas seguintes, houve anos em que o prêmio não foi concedido por falta de candidatos (vejam só!) e alguns foram agraciados com um prêmio especial como O Vingador do Futuro (1990). Até a década de 2000, era bastante comum haver no máximo 3 indicados na categoria. Hoje são cinco.

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Cena de E as Chuvas Chegaram (1939), primeiro vencedor do Oscar de Efeitos Especiais (photo by virtual-history.com)

Como dizem em Hollywood: “Nada é impossível no cinema”, e os efeitos têm sido um importantíssimo aliado para contar histórias fantásticas, ainda mais em tempos de safra rica de adaptações de histórias em quadrinhos. Aliás, ano passado, apostei em O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos e Transformers: Era da Extinção, mas a Academia indicou para seus lugares Capitão América 2: O Soldado Invernal e X-Men: Dias de um Futuro Esquecido. Novos tempos ou as cifras falaram mais alto?

Este ano, temos duas produções da Marvel no páreo. Será que um deles passa para a lista final? Segue a relação dos 20 filmes em ordem alfabética:

Chappie (Chappie)
O Destino de Júpiter (Jupiter Ascending)
Evereste (Everest)
Ex-Machina: Instinto Artificial (Ex Machina)
O Exterminador do Futuro: Gênesis (Terminator Genisys)
Homem-Formiga (Ant-Man)
Jogos Vorazes: A Esperança – O Final (The Hunger Games: Mockingjay – Part 2)
Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros (Jurassic World)
Mad Max: Estrada da Fúria (Mad Max: Fury Road)
Missão: Impossível – Nação Secreta (Mission: Impossible – Rogue Nation)
No Coração do Mar (In the Heart of the Sea)
Perdido em Marte (The Martian)
Ponte dos Espiões (Bridge of Spies)
O Regresso (The Revenant)
Star Wars: O Despertar da Força (Star Wars: The Force Awakens)
Tomorrowland: Um Lugar Onde Nada é Impossível (Tomorrowland)
A Travessia (The Walk)
Velozes & Furiosos 7 (Furious Seven)
Vingadores: Era de Ultron (Avengers: Age of Ultron)
007 Contra Spectre (Spectre)

Mesmo com a expansão do número de candidatos, algumas produções mais comentadas ficaram de fora da primeira de duas peneiras: Cinderela, A Colina Escarlate, Quarteto Fantástico, Kingsman: Serviço Secreto, Pixels e Terremoto: A Falha de San Andreas. A segunda lista com 10 filmes será divulgada no final deste mês pelo Comitê de Efeitos Visuais da Academia.

Entre os que estão concorrendo ainda, acredito que alguns fatores devem ajudar a colocar o filme no Oscar. Primeiro: os efeitos visuais têm que ajudar a contar a história. Nada de efeitos decorativos ou ilustrativos. Imagine o seguinte: se não houvesse esse efeito, não haveria filme. Segundo: A força das bilheterias. Não sejamos hipócritas: os números de ingressos vendidos ajuda, e muito, numa indicação ao Oscar, principalmente aqui, onde os candidatos foram protagonistas da alta temporada do verão americano. Quanto mais visto for o filme, mais chances ele tem de chegar à final. Terceiro: Histórico. Grandes nomes envolvidos com efeitos superam até mesmo boas campanhas. Se você nunca ouviu falar de nomes como Jim Rygiel, Robert Legato, Tim Alexander, John Frazier, Dennis Muren, tudo bem. Mas se os diretores envolvidos tiverem um bom currículo, as chances também aumentam: George Miller, Ron Howard, Robert Zemeckis e J.J. Abrams.

Portanto, já me adiantando ao primeiro corte de 10 filmes, já divulgo minhas apostas para os 5 indicados para Efeitos Visuais.

  • Jurrasic World: O Mundo dos Dinossauros
  • Mad Max: Estrada da Fúria
  • No Coração do Mar
  • Star Wars: O Despertar da Força
  • A Travessia

Fazendo um breve resumo das escolhas:

  • Os primeiros dois Jurassic Park foram indicados a Efeitos Visuais, sendo que o primeiro ganhou com honras. Este novo, que foi um mega-sucesso, deve ter seu espaço garantido por apresentar novos dinos.
Jurassic World

Chris Pratt trabalha com os velociraptors em Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros (photo by outnow.ch)

  • O novo filme da saga Mad Max pode ser considerada a mistura perfeita entre efeitos visuais digitais com efeitos práticos, ou seja, efeitos criados com computação gráfica harmoniosamente funcionando com efeitos criados em set como explosões e batidas de carros. Com bilheteria em alta e a crítica ao seu lado, o filme de George Miller pode ser o recordista de indicações este ano no Oscar.
  • Dos cinco, No Coração do Mar foi o que mais tive dúvidas. Os efeitos lembram aqueles usados em As Aventuras de Pi (2012) e Mestre dos Mares – O Lado Mais Distante do Mundo (2003). Ambos foram indicados e o primeiro levou a estatueta. Os efeitos com água sempre estão em alta, e a baleia em si é uma protagonista. Além disso, tem o diretor vencedor do Oscar, Ron Howard, o que sempre ajuda na hora do desempate.
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Cena da baleia em No Coração do Mar (photo by cine.gr)

  • A primeira trilogia de Star Wars toda foi vencedora do Oscar da categoria. Já a segunda recebeu duas indicações, mas sem vitória. Por tradição, esta terceira deve ter sua primeira parte com lugar garantido, pelo menos como indicada. A vitória ainda é incerta, pois, apesar do sucesso estrondoso que vai ser, Star Wars: Episódio VII – O Despertar da Força não deve apresentar efeitos tão inovadores. Vale lembrar que Star Wars: Episódio I – A Ameaça Fantasma perdeu para a novidade digital da época: Matrix.
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Daisy Ridley com o robô BB8 em cena de Star Wars: Episódio VII – O Desperar da Força (photo by outnow.ch)

  • Robert Zemeckis ficou conhecido por filmes com efeitos visuais como De Volta Para o Futuro, Forrest Gump: O Contador de Histórias e Contato, fama que o coloca automaticamente na disputa. Embora A Travessia tenha recebido críticas boas e ruins, todos elogiaram os efeitos visuais da parte final da travessia do World Trade Center. E justamente os efeitos podem lhe garantir a indicação de consolação pelo filme todo no Oscar.
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Joseph Gordon-Levitt em cena final de A Travessia (photo by outnow.ch)

As indicações ao 88º Oscar serão anunciadas no dia 14 de janeiro, e a cerimônia de entrega está prevista para o dia 28 de fevereiro.

‘Perdido em Marte’ conquista Melhor Filme no Hollywood Film Awards 2015

Com sua melhor feição estilo carrancuda, o diretor Ridley Scott recebe o prêmio de Melhor Filme das mãos do ator Russell Crowe (photo by twitter.com)

Com sua melhor feição estilo carrancuda, o diretor Ridley Scott recebe o prêmio de Melhor Filme das mãos do ator Russell Crowe (photo by twitter.com)

PRIMEIRO PRÊMIO HOLLYWOODIANO APONTA FORTES CANDIDATOS AO OSCAR

Nesse último dia 1º de novembro, segundo o próprio Hollywood Film Awards, “a temporada de premiações foi oficialmente aberta”. Trata-se realmente do primeiro reconhecimento aos filmes com potencial para Oscar: em Outubro! Em sua 19ª edição (um prêmio relativamente novo no cenário), esta foi a forma que o HFA arranjou para obter algum destaque na concorridíssima temporada de premiações Daqui a pouco, vão ter prêmios de cinema a partir de agosto!

Claro que é muito cedo para dar alguma vantagem aos premiados do HFA, mas certamente já ajuda a esquentar a campanha dos filmes concorrentes. No ano passado, o prêmio conseguiu prever as vitórias de Julianne Moore (Para Sempre Alice) como Melhor Atriz, Emmanuel Lubezki (Birdman) como Melhor Fotografia e Milena Canonero (O Grande Hotel Budapeste) como Melhor Figurino no Oscar. Não é lá das melhores estatísticas em termos de coincidir com o prêmio da Academia, mas talvez nem seja esse o propósito aqui. O melhor filme do ano passado foi Garota Exemplar, que sequer figurou na lista do Oscar, ficando apenas com a indicação de Melhor Atriz para Rosamund Pike.

Este ano, o vencedor de Melhor Filme foi a ficção científica de Ridley Scott, Perdido em Marte. Além de ter recebido elogios da crítica, a bilheteria do filme ultrapassou os 100 milhões de dólares só nos EUA, e ao contrário do filme sociopata Garota Exemplar, tem uma mensagem muito otimista, mesmo se tratando de uma ficção científica. Isso conquista pontos com os votantes da Academia, vide a vitória de O Discurso do Rei sobre A Rede Social em 2011, por exemplo. Perdido em Marte deve conquistar muitas indicações técnicas como Som, Efeitos Sonoros, Efeitos Visuais, além de Direção de Arte e Fotografia. Agora, se Ridley Scott for indicado pra Diretor, prepare-se para cenas de cara fechada dele. Lembro quando ele perdeu o Oscar de direção por Gladiador em 2001 para Steven Soderbergh (Traffic). Foi por muito pouco que ele não foi embora no discurso de agradecimento do concorrente. O desconforto foi tanto que a Academia resolveu lhe compensar ao indicá-lo no ano seguinte para o regular Falcão Negro em Perigo. Infelizmente foi uma ação que coroou um mau perdedor.

Mark Watney (Matt Damon) e sua plantação de batatas em Perdido em Marte (photo by cine.gr)

Mark Watney (Matt Damon) e sua plantação de batatas em Perdido em Marte (photo by cine.gr)

Falando em diretor, o vencedor da categoria foi o inglês Tom Hooper. Conhecido por O Discurso do Rei e o musical Os Miseráveis, ele retorna com um drama sobre identidade sexual em A Garota Dinamarquesa. Apesar de considerá-lo um bom profissional, acreditava que se alguém fosse ganhar um prêmio pelo filme, este seria o ator Eddie Redmayne por viver a personagem central. É daqueles papéis que já nascem com peso de ouro como o aidético vivido por Tom Hanks em Filadélfia.

Entre os atores, a maior surpresa foi a vitória de Jane Fonda pelo filme Youth, do italiano Paolo Sorrentino. Muito se falava da boa campanha de Melhor Ator Coadjuvante para Michael Caine, que acabou não sobrando espaço para a atriz veterana. Os demais vencedores: Benicio Del Toro, Carey Mulligan e Will Smith já tinham boas chances na temporada, mas Smith certamente conta com um ótimo trunfo: seu papel em Concussion é do tipo Davi vs. Golias, do mesmo naipe de Erin Brokovich – Uma Mulher de Talento, que rendeu o Oscar para Julia Roberts. Ele interpreta um médico neuropatologista que descobre um trauma cerebral pela primeira vez num jogador de futebol americano. Se for indicado, será a terceira indicação de Will Smith.

Will Smith em cena com Gugu Mbatha-Raw em Concussion (photo by cine.gr)

Will Smith em cena com Gugu Mbatha-Raw em Concussion (photo by cine.gr)

Com exceção dos filmes Velozes & Furiosos 7, Straight Outta Compton: A História do N.W.A. e A Descompensada, todos os demais têm chances bem reais de avançar na temporada de premiações rumo à lista de indicações da Academia. Mad Max: Estrada da Fúria deve dominar as categorias técnicas, e filmes com potencial de Melhor Filme como Spotlight, Ponte dos Espiões, As Sufragistas, A Garota Dinamarquesa e o próprio Perdido em Marte já têm presença praticamente garantida no tapete vermelho. Portanto, se a intenção do Hollywood Film Awards era dar o pontapé inicial, foi muito bem sucedido.

Seguem os vencedores da 19ª edição do HFA:

MELHOR FILME
Perdido em Marte (The Martian), de Ridley Scott

MELHOR DIRETOR
Tom Hooper (A Garota Dinamarquesa)

MELHOR ATOR
Will Smith (Concussion)

MELHOR ATRIZ
Carey Mulligan (As Sufragistas)

Carey Mulligan aceita o prêmio de Atriz por As Sufragistas (Photo by Kevin Winter/Getty Images)

Carey Mulligan aceita o prêmio de Atriz por As Sufragistas (Photo by Kevin Winter/Getty Images)

MELHOR ATOR COADJUVANTE
Benicio Del Toro (Sicario: Terra de Ninguém)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Jane Fonda (Youth)

MELHOR ELENCO
Kurt Russell, Jennifer Jason Leigh, Channing Tatum, Bruce Dern, Tim Roth, Michael Madsen, Walton Goggins, Demian Bichir (Os 8 Odiados)

MELHOR ROTEIRO
Tom McCarthy, Josh Singer (Spotlight)

MELHOR FOTOGRAFIA
Janusz Kaminski (Ponte dos Espiões)

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
Colin Gibson (Mad Max: Estrada da Fúria)

MELHOR MONTAGEM
David Rosenbloom (Aliança do Crime)

MELHOR FIGURINO
Sandy Powell (Cinderela)

MELHOR TRILHA MUSICAL
Alexandre Desplat (A Garota Dinamarquesa) (As Sufragistas)

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
“See You Again”, de Wiz Khalifa, Charlie Puth (Velozes & Furiosos 7)


Confira videoclipe de Wiz Khalifa 

MELHOR SOM
Gary Rydstrom (Ponte dos Espiões)

MELHOR MAQUIAGEM
Lesley Vanderwalt (Mad Max: Estrada da Fúria)

MELHORES EFEITOS VISUAIS
Tim Alexander (Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros)

MELHOR ANIMAÇÃO
Divertida Mente (Inside Out), de Pete Docter

MELHOR DOCUMENTÁRIO
Amy, de Asif Kapadia

MELHOR ATRIZ REVELAÇÃO
Alicia Vikander (A Garota Dinamarquesa)

MELHOR ATOR REVELAÇÃO
Joel Edgerton (Aliança do Crime)

MELHOR DIRETOR REVELAÇÃO
Adam McKay (The Big Short)

MELHOR ELENCO REVELAÇÃO
Corey Hawkins, O’Shea Jackson Jr. e Jason Mitchell (Straight Outta Compton: A História do N.W.A.)

PRÊMIO NEW HOLLYWOOD
Saoirse Ronan (Brooklyn)

PRÊMIO BLOCKBUSTER HOLLYWOOD
Velozes & Furiosos 7, de James Wan

PRÊMIO HOLLYWOOD DE COMÉDIA
Amy Schumer (Descompensada)

PRÊMIO PELO CONJUNTO DA OBRA
Robert De Niro

O homenageado Robert De Niro na cerimônia da Hollywood Film Awards (photo by telegraph.co.uk)

O homenageado Robert De Niro na cerimônia da Hollywood Film Awards (photo by telegraph.co.uk)

‘Gravidade’ e ‘Trapaça’ lideram as indicações ao Oscar 2014

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COM TODAS AS CATEGORIAS BEM PREENCHIDAS, HOUVE POUCO ESPAÇO PARA SURPRESAS, SEJAM AGRADÁVEIS OU INDESEJÁVEIS

OK. Depois de vários anos convidando atrizes para anunciar as indicações ao Oscar, as indicadas finalmente tiveram o prazer de terem seus nomes pronunciados pelo sotaque australiano de Chris Hemsworth. E pelo visto, o tom mais cômico e informal do ano passado criado pela dupla Seth MacFarlane e Emma Stone não deve ter agradado a todos. A presidente da Academia, Cheryl Boone Isaacs, retoma a presença da comissão oficial ao palanque. E a ordem alfabética dos indicados foi reestabelecida.

NÚMEROS DO OSCAR 2014

Os grandes recordistas de indicações este ano são Gravidade e Trapaça com 10 indicações. Logo atrás, 12 Anos de Escravidão vem com 9 indicações. Os três estão competindo nas principais categorias, entre elas: Melhor Filme e Diretor.

Nos últimos anos, o recorde de indicações no ano não tem significado garantia de Oscar de Melhor Filme. No ano passado, por exemplo, Lincoln teve 12 indicações e acabou chupando os dedos com apenas dois Oscars, enquanto Argo se tornou Melhor Filme com 7 indicações.

Com 6 indicações, temos Nebraska e Capitão Phillips. Com 5: O Lobo de Wall Street, Ela e Clube de Compras Dallas, seguidos por Philomena com 4.

SURPRESAS OU PEQUENAS ALTERAÇÕES NOS INDICADOS?

Apesar deste ano haver pouca chance para surpresas pelo elevada quantidade de competidores de alto nível, algumas trocas chegaram a surpreender. Contrariando o mais parelho de todos os prêmios, o DGA, Alexander Payne (Nebraska) substituiu Paul Greengrass (Capitão Phillips), denotando um prestígio colossal de Payne em Hollywood. Esta é sua 3ª indicação como diretor (foi indicado por Sideways e Os Descendentes), e já ganhou 2 vezes como roteirista (Sideways e Os Descendentes). Nebraska totaliza seis indicações e pode render o Oscar para o veterano Bruce Dern.

À direita, Alexander Payne dirige o veterano Bruce Dern em set de Nebraska. Ele conseguiu sua 3ª indicação como diretor (photo by www.collider.com)

À direita, Alexander Payne dirige o veterano Bruce Dern em set de Nebraska. Ele conseguiu sua 3ª indicação como diretor (photo by http://www.collider.com)

Aliás, em sua categoria de Mehor Ator, Tom Hanks (Capitão Phillips) foi cortado de última hora. Embora não tenha vencido nenhum prêmio expressivo por essa atuação, ele vinha figurando em quase todas as listas dos melhores de 2013. Hanks também fica de fora da categoria de coadjuvante pelo filme Walt nos Bastidores de Mary Poppins. Recém-vitorioso no Globo de Ouro, Leonardo DiCaprio conseguiu sua 4ª indicação após ser ignorado pela Academia no ano passado por Django Livre.

Havia um certo hype para indicarem o galã veterano Robert Redford por Até o Fim, mas não se concretizou. Apesar de ser conhecido como ator, ele ganhou seu único Oscar como diretor em 1981 pelo drama Gente Como a Gente. Até o Fim (All is Lost) venceu o Globo de Ouro de Melhor Triha Musical, mas teve que se contentar com a única indicação para Melhores Efeitos Sonoros.

Já na ala feminina, a vencedora do Globo de Ouro, Amy Adams (Trapaça) finalmente obteve sua primeira indicação como Melhor Atriz. Suas quatro indicações anteriores foram sempre como Atriz Coadjuvante. Num ano em que teve três trabalhos em destaque (além de Trapaça, houve Ela e O Homem de Aço), sua indicação comprova essa extrema ascensão em Hollywood. Ela não é bem do tipo que se transforma fisicamente e sequer usa maquiagem para ficar mais feia (sim, ela sempre tem esse rostinho lindo de patricinha), mas ela sabe encarnar bem personagens bem distintos. Já foi garçonete, princesa, cozinheira e freira. Podia talvez ter modificado um pouco sua aparência para O Mestre, mas ela consegue entregar uma performance diferente num papel ameaçador que merecia mais tempo no filme de Paul Thomas Anderson.

Amy Adams em personagem no filme Trapaça. 1ª indicação como atriz principal (photo by www.collider.com)

Amy Adams em personagem no filme Trapaça. 1ª indicação como atriz principal (photo by http://www.collider.com)

E temos mais um novo recorde para Meryl Streep. 18ª indicação ao Oscar! Apesar de ter vencido há 2 anos por A Dama de Ferro, Meryl é sempre uma forte candidata mesmo quando sua personagem em Álbum de Família é grossa e amarga. Ela perdeu o Globo de Ouro para Amy Adams, mas consegue a vaga que poderia ter sido da britânica Emma Thompson (por Walt nos Bastidores de Mary Poppins). Aliás, o filme sobre a autora e criadora de Mary Poppins só não ficou totalmente de fora do Oscar 2014, porque a trilha musical de Thomas Newman salvou o filme do esquecimento.

Continuando nos atores, vale destacar a segunda indicação para o jovem Jonah Hill por O Lobo de Wall Street. Ele havia sido indicado anteriormente por O Homem que Mudou o Jogo na mesma categoria. Seu reconhecimento comprova o prestígio que Scorsese tem na direção de atores, pois se dependesse do currículo de comédias, dificilmente Hill teria chances no Oscar. Particularmente, adoro Jonah Hill em Superbad – É Hoje (2007), e me surpreendi com o amadurecimento do ator em tão pouco tempo. Sem 2012 ele tirou Albert Brooks da categoria, este ano ele tirou a boa atuação de Daniel Brühl (Rush: No Limite da Emoção), que vinha aparecendo em todas as listas de coadjuvante.

Jonah Hill conquista sua segunda indicação com apenas 30 anos (photo by movies.yahoo.com)

Jonah Hill conquista sua segunda indicação com apenas 30 anos (photo by movies.yahoo.com)

Entre as mulheres, havia uma forte pressão para que a Academia indicasse a estrela maior da TV americana, Oprah Winfrey por O Mordomo da Casa Branca, pois ela traria peso ao tapete vermelho do Oscar. Felizmente, os membros votantes não se intimidaram com a figura de Oprah e indicaram a britânica Sally Hawkins, por uma performance e personagens mais consistentes em Blue Jasmine.

Minha maior alegria foi ver duas produções estrangeiras concorrendo no Oscar de Melhor Animação: o japonês Vidas ao Vento, de Hayao Miyazaki, e o francês Ernest & Celestine, de Benjamin Renner e Didier Brunner, comprovando a força da escola francesa de animação. Apesar de admirar os filmes da Pixar, acho que ultimamente eles não têm acertado na escolha dos projetos. Fazer sequências nem sempre é o melhor negócio. Universidade Monstros não concorre ao Oscar. Não sei se a vitória será de um dos estrangeiros, mas se tiver de ser americana, torço por Os Croods.

Ernest & Celestine (França) e Vidas ao Vento (Japão) fazem uma mini briga de filme estrangeiro na categoria de Animação pela primeira vez (www.cartoonbrew.com)

Ernest & Celestine (França) e Vidas ao Vento (Japão) fazem uma mini briga de filme estrangeiro na categoria de Animação pela primeira vez (www.cartoonbrew.com)

O musical dos irmãos Coen, Inside Llewyn Davis, teve de se contentar com as indicações para Melhor Fotografia para Bruno Delbonnel e Melhor Som. Esperava-se que haveria pelo menos uma indicação para Melhor Canção Original, mas também ficou de fora. O filme teve boa aceitação da crítica, mas o público não abraçou o novo filme dos Coen. Em 2011, Bravura Indômita concorreu em 10 categorias, mas não ganhou nada.

Já a inclusão da comédia Jackass Apresenta: Vovô Sem Vergonha na categoria Maquiagem foi uma surpresa. Tudo bem que já haviam indicado Norbit na mesma categoria alguns anos atrás, mas o tipo de humor pornográfico e escatológico dificilmente adentra as categorias do Oscar. Com certeza, a hostess Ellen DeGeneres fará alguma piada em cima disso…

À direita, Johnny Knoxville transformado no vovô politicamente incorreto de Jackass Apresenta: Vovô Sem Vergonha (photo by www.geeksofdoom.com)

À direita, Johnny Knoxville transformado no vovô politicamente incorreto de Jackass Apresenta: Vovô Sem Vergonha (photo by http://www.geeksofdoom.com)

Se o Oscar pode indicar um filme desses, por que não perdoar e acolher o fracasso comercial O Cavaleiro Solitário? Repleto de altas expectativas, o filme estreou no verão americano, mas não obteve boa resposta nas bilhererias. A Academia deu uma nova chance ao filme de Gore Verbinski arrecadar dinheiro, reconhecendo-o nas categorias de Maquiagem e Efeitos Visuais. Aliás, ele roubou a vaga dos efeitos digitais dos ótimos monstros de Círculo de Fogo.

Gostei também da indicação para William Butler e Owen Pallett para Trilha Musical Original por Ela. Trata-se de um importante reconhecimento para a música e a canção “The Moon Song” do mesmo filme. Essa aliança, que se repete depois de Onde Vivem os Monstros, reforça o prestígio que o diretor Spike Jonze tem com os artistas musicais Karen O e a banda Arcade Fire.

Na categoria de Filme Estrangeiro, na ausência do francês Azul é a Cor Mais Quente (desqualificado pelas regras da Academia), a briga deve ficar acirrada entre o dinamarquês A Caça e o italiano A Grande Beleza, que venceu o Globo de Ouro no último domingo. Contudo, o representante belga The Broken Circle Breakdown pode surpreender em caso de empate de votos. A indicação de The Missing Picture entra para a História como a primeira do Camboja. O filme ganhou o prêmio Un Certain Regard em Cannes em 2013.

Toni Servillo em cena de A Grande Beleza (photo by www.outnow.ch)

Toni Servillo em cena de A Grande Beleza (photo by http://www.outnow.ch)

A grande surpresa aqui é a exclusão de O Grande Mestre, de Wong Kar-Wai (Hong Kong), mesmo tendo conquistado indicações nas categorias técnicas de Fotografia e Figurino. É uma pena que Kar-Wai não tenha sido indicado, pois seria uma oportunidade rara de reconhecer um dos cineastas mais ousados das últimas duas décadas. Em sua filmografia, constam títulos como Amores Expressos, Feliz Juntos, Amor à Flor da Pele e 2046 – Os Segredos do Amor.

Tudo bem que a fotografia e o figurino são os campos em destaque de O Grande Mestre, mas e a indicação para Filme Estrangeiro? (photo by themovieblog.com)

Tudo bem que a fotografia e o figurino são os campos em destaque de O Grande Mestre, mas e a indicação para Filme Estrangeiro? (photo by themovieblog.com)

Na categoria de Documentário, a ausência de Histórias que Contamos (Stories We Tell), de Sarah Polley, foi a mais surpreendente, afinal venceu três grandes prêmios da crítica americana: National Board of Review, Los Angeles Film Critics Association e New York Film Critics Circle. Se alguém souber de um motivo oficial, por favor comente abaixo! O prêmio deve ficar entre O Ato de Matar e A Um Passo do Estrelato.

Pra quem perdeu ao vivo, confira o vídeo do anúncio dos indicados:

MELHOR FILME
Trapaça (American Hustle)
Capitão Phillips (Captain Phillips)
Clube de Compras Dallas (Dallas Buyers Club)
Gravidade (Gravity)
Ela (Her)
Nebraska
Philomena
12 Anos de Escravidão (12 Years a Slave)
O Lobo de Wall Street (The Wolf of Wall Street)

MELHOR DIRETOR
Alfonso Cuarón (Gravidade)
Steve McQueen (12 Anos de Escravidão)
Alexander Payne (Nebraska)
David O. Russell (Trapaça)
Martin Scorsese (O Lobo de Wall Street)

MELHOR ATOR
Christian Bale (Trapaça)
Bruce Dern (Nebraska)
Leonardo DiCaprio (O Lobo de Wall Street)
Chiwetel Ejiofor (12 Anos de Escravidão)
Matthew McConaughey (Clube de Compras Dallas)

MELHOR ATRIZ
Amy Adams (Trapaça)
Cate Blanchett (Blue Jasmine)
Sandra Bullock (Gravidade)
Judi Dench (Philomena)
Meryl Streep (Álbum de Família)

MELHOR ATOR COADJUVANTE
Barkhad Abdi (Capitão Phillips)
Bradley Cooper (Trapaça)
Michael Fassbender (12 Anos de Escravidão)
Jonah Hill (O Lobo de Wall Street)
Jared Leto (Clube de Compras Dallas)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Sally Hawkins (Bue Jasmine)
Jennifer Lawrence (Trapaça)
Lupita Nyong’o (12 Anos de Escravidão)
Julia Roberts (Álbum de Família)
June Squibb (Nebraska)

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
Eric Warren Singer, David O. Russell (Trapaça)
Woody Allen (Blue Jasmine)
Craig Borten, Melisa Wallack (Clube de Compras Dallas)
Spike Jonze (Ela)
Bob Nelson (Nebraska)

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
Richard Linklater, Julie Delpy, Ethan Hawke (Antes da Meia-Noite)
Billy Ray (Capitão Phillips)
Steve Coogan, Jeff Pope (Philomena)
John Ridley (12 Anos de Escravidão)
Terence Winter (O Lobo de Wall Street)

MELHOR FOTOGRAFIA
Philippe Le Sourd (O Grande Mestre)
Emmanuel Lubezki (Gravidade)
Bruno Delbonnel (Inside Llewyn Davis – Balada de um Homem Comum)
Phedon Papamichael (Nebraska)
Roger Deakins (Os Suspeitos)

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
Judy Becker, Heather Loeffler (Trapaça)
Andy Nicholson, Rosie Goodwin (Gravidade)
Catherine Martin, Beverley Dunn (O Grande Gatsby)
K.K. Barrett, Gene Serdena (Ela)
Adam Stockhausen, Alice Baker (12 Anos de Escravidão)

MELHOR MONTAGEM
Alan Baumgarten, Jay Cassidy, Crispin Struthers (Trapaça)
Christopher Rouse (Capitão Phillips)
John Mac McMurphy, Martin Pensa (Clube de Compras Dallas)
Alfonso Cuarón, Mark Sanger (Gravidade)
Joe Walker (12 Anos de Escravidão)

MELHOR FIGURINO
Michael Wilkinson (Trapaça)
William Chang Suk Ping (O Grande Mestre)
Catherine Martin (O Grande Gatsby)
Michael O’Connor (The Invisible Woman)
Patricia Norris (12 Anos de Escravidão)

MELHOR MAQUIAGEM
Adruitha Lee, Robin Mathews (Clube de Compras Dallas)
Steve Prouty (Jackass Apresenta: Vovô Sem Vergonha)
Joel Harlow, Gloria Pasqua Casny (O Cavaleiro Solitário)

MELHOR TRILHA MUSICAL ORIGINAL
John Williams (A Menina que Roubava Livros)
Steven Price (Gravidade)
William Butler e Owen Pallett (Ela)
Thomas Newman (Walt nos Bastidores de Mary Poppins)
Alexandre Desplat (Philomena)

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
“Happy” – Pharrell Williams (Meu Malvado Favorito 2)
“Let It Go” – Robert Lopez, Kristen Anderson-Lopez (Frozen: Uma Aventura Congelante)
“Ordinary Love” – Bono, Adam Clayton, The Edge, Larry Mullen Jr. (Mandela: Long Walk to Freedom)
“The Moon Song” – Karen O, Spike Jonze (Ela)
“Alone Yet Not Alone” – Bruce Broughton, Dennis Spiegel (Alone Yet Not Alone)

MELHOR SOM
– Chris Burdon, Mark Taylor, Mike Prestwood Smith, Chris Munro (Capitão Phillips)
– Skip Lievsay, Niv Adiri, Christopher Benstead, Chris Munro (Gravidade)
– Christopher Boyes, Michael Hedges, Michael Semanick, Tony Johnson (O Hobbit: A Desolação de Smaug)
– Skip Lievsay, Greg Orloff, Peter F. Kurland (Inside Llewyn Davis – Balada de um Homem Comum)
– Andy Koyama, Beau Borders, David Bronlow (O Grande Herói)

MELHORES EFEITOS SONOROS
– Steve Boeddeker, Richard Hymns (Até o Fim)
– Oliver Tarney (Capitão Phillips)
– Glenn Freemantle (Gravidade)
– Brent Burge (O Hobbit: A Desolação de Smaug)
– Wylie Stateman (O Grande Herói)

MELHORES EFEITOS VISUAIS
– Timothy Webber, Chris Lawrence, David Shirk, Neil Corbould (Gravidade)
– Joe Letteri, Eric Saindon, David Clayton, Eric Reynolds (O Hobbit: A Desolação de Smaug)
– Christopher Townsend, Guy Williams, Erik Nash, Daniel Sudick (Homem de Ferro 3)
– Tim Alexander, Gary Brozenich, Edson Williams, John Frazier (O Cavaleiro Solitário)
– Roger Guyett, Pat Tubach, Ben Grossmann, Burt Dalton (Além da Escuridão – Star Trek)

MELHOR ANIMAÇÃO
– Os Croods (The Croods)
– Meu Malvado Favorito (Despicable Me 2)
– Ernest & Celestine (idem)
– Frozen: Uma Aventura Congelante (Frozen)
– Vidas ao Vento (The Wind Rises)

MELHOR FILME ESTRANGEIRO
– The Broken Circle Breakdown (Bélgica)
– A Grande Beleza (Itália)
– A Caça (Dinamarca)
– The Missing Picture (Camboja)
– Omar (Palestina)

MELHOR DOCUMENTÁRIO
– O Ato de Matar (The Act of Killing), de Joshua Oppenheimer, Signe Byrge Sørensen
– Cutie and the Boxer, de Zachary Heinzerling, Lydia Dean Pilcher
– Guerras Sujas (Dirty Wars), de Rick Rowley, Jeremy Scahill
– The Square (Al Midan), de Jehane Noujaim, Karim Amer
– A Um Passo do Estrelato (20 Feet from Stardom), de Morgan Neville

MELHOR DOCUMENTÁRIO-CURTA
– CaveDigger, de Jeffrey Karoff
– Facing Fear, de Jason Cohen
– Karama Has No Walls, de Sara Ishaq
– The Lady in Number 6: Music Saved My Life, de Malcolm Clarke, Carl Freed
– Prison Terminal: The Last Days of Private Jack Hall, de Edgar Barens

MELHOR CURTA DE ANIMAÇÃO
– Feral, de Daniel Sousa, Dan Golden
– É Hora de Viajar, de Lauren MacMullan, Dorothy McKim
– Mr. Hublot, de Laurent Witz, Alexandre Espigares
– Possessions, de Shuhei Morita
– Room on the Broom, de Max Lang, Jan Lachauer

MELHOR CURTA-METRAGEM
– Aquel No Era Yo (That Wasn’t Me), de Esteban Crespo
– Avant Que De Tout Perdre (Just Before Losing Everything), de Xavier Legrand
– Helium, de Anders Walter
– Do I Have to Take Care of Everything?, de Selma Vilhunen
– The Voorman Problem, de Mark Gill

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