‘BOHEMIAN RHAPSODY’ e ‘A FAVORITA’ vencem o EDDIE

Bohemian Rhapsody

Bohemian Rhapsody vence o prêmio do Sindicato de Montadores (pic by IMDb)

SEQUER CONSIDERADO HÁ UM MÊS, CINEBIOGRAFIA DO QUEEN CRESCE COM PRÊMIO

Na última sexta-feira, dia 01, o Sindicato de Montadores anunciou os vencedores desta 69ª edição. Dividido em duas categorias para filmes de ficção como no Globo de Ouro, o prêmio reconheceu a montagem de Bohemian Rhapsody como Drama, e de A Favorita como Comédia.

Ambos os vencedores foram indicados ao Oscar da categoria e, com a vitória, fortaleceram suas campanhas. Claro que, se for relembrar as estatísticas dos últimos 5 anos, o Eddie Award não tem garantido a estatueta da Academia: foram apenas 2 acertos (mesmo com duas apostas): Dunkirk em 2018, e Mad Max: Estrada da Fúria em 2016.

Até há pouco tempo, a montagem de Nasce uma Estrela era a favorita, porém acabou ficando de fora do Oscar e agora perdeu no sindicato. Já Bohemian Rhapsody vem numa forte crescente, mesmo após algumas críticas em relação à ordem cronológica dos eventos como o show do Queen no Rio de Janeiro. Seu grande diferencial é ser um filme “redondinho”, fácil de assistir e assimilar, mesmo não contando oficialmente com a mão do diretor Bryan Singer. Se bem que, em uma conversa com um amigo meu, temos certeza que Singer estava em contato direto com seu colaborador assíduo John Ottman.

A melhor montagem em disputa aqui pra mim era de O Primeiro Homem. Tom Cross sempre entrega bons cortes, embora o filme em si não tenha empolgado muito. De qualquer forma, o filme de Damien Chazelle ficou de fora da categoria no Oscar. Agora, se fosse falar de melhor montagem dos filmes de 2018, eu premiaria a dupla Da-won Kim e Hyun Kim do filme Em Chamas, que injustamente ficou de fora da categoria de Filme em Língua Estrangeira.

Na categoria de comédia, a vitória de A Favorita não deixa de ser surpreendente, pois Green Book e Vice eram considerados fortes candidatos, inclusive para o Oscar.  Normalmente, filmes de ação ou de guerra já saem na frente, mas na ausência de um filme desses gêneros este ano, o resultado continua sendo uma incógnita.

Curiosamente, as estatísticas do Eddie estão bem diferentes nas categorias de Animação e de Documentário. Em ambos os casos, houve 4 acertos nos mesmos últimos 5 anos. Sendo assim, os vencedores respectivos Homem-Aranha no Aranhaverso e Free Solo largam na frente na disputa pelo Oscar.

SPIDERVERSE

Animação Homem-Aranha no Aranhaverso vence o Eddie e segue na frente (pic by IMDb)

VENCEDORES DO 69º EDDIE AWARDS:

MELHOR MONTAGEM – DRAMA
John Ottman (Bohemian Rhapsody)

MELHOR MONTAGEM – COMÉDIA
Yorgos Mavropsaridis (A Favorita)

MELHOR MONTAGEM – ANIMAÇÃO
Robert Fisher, Jr. (Homem-Aranha no Aranhaverso)

MELHOR MONTAGEM – DOCUMENTÁRIO (CINEMA)
Bob Eisenhardt (Free Solo)

MELHOR MONTAGEM – DOCUMENTÁRIO (NÃO DE CINEMA)
Greg Finton, Poppy Das (Robin Williams: Come Inside My Mind)

***

A 91ª cerimônia do Oscar acontece no próximo dia 24 de fevereiro.

‘ROMA’ LEVA MELHOR FILME no CRITICS’ CHOICE AWARDS

roma critics choice

No microfone, Alfonso Cuarón discursa à frente do elenco e equipe de Roma (pic by Hollywood Reporter)

FILME MEXICANO DA NETFLIX VENCE PRIMEIRO PRÊMIO TELEVISIONADO

Ok, dêem passagem porque a Bolha Assassina está passando… Ela pode engolir você se estiver em seu caminho!

Primeiro, gostaria que alguém me explicasse porque esse prêmio fuleiro tem essa importância na temporada. Ele não deveria nem existir, e muito menos ser transmitido ao vivo. Explico meu desgosto: 1º O prêmio ficou restrito a adivinhar quem vai ser indicado e ganhar o Oscar, mostrando que não tem personalidade. 2º Ele cria vagas de indicação e novas categorias a cada ano (daqui a pouco teremos indicados ao Framboesa nas listas). 3º De que adianta criar tanta categoria, se 60% dos resultados são divulgados como se fossem sorteio de bingo da igreja? Acho um desrespeito enorme não chamar ao palco os roteiristas, por exemplo.

E tenho minhas ressalvas a respeito desse prêmio especial chamado #SeeHer, que já foi dado a Viola Davis, Gal Gadot e agora para Claire Foy, cuja intenção é reconhecer “uma mulher que ultrapassa os limites para ajudar a mudar esteriótipos e reconhece a importância de retratos femininos autênticos pelo cenário de entretenimento”. Entendo o motivo político da honraria, mas Claire Foy era completamente desconhecida há dois anos. Por que não conceder o prêmio para uma Diane Keaton, por exemplo?

claire foy seeher

Claire Foy com seu prêmio See Her ao lado de Viola Davis (pic by Hollywood Reporter)

Já o prêmio Creative Achievement para Chuck Lorre é bem merecido pelos 25 anos de carreira, e por ter criado séries de enorme sucesso e repercussão como The Big Bang Theory, Mom e Two and a Half Men.

DO SORTEIO DE BINGO

Embora tenha sido recordista de indicações, A Favorita levou apenas 2 prêmios das 14 indicações da noite. E curiosamente, nenhuma das atrizes estava presente na cerimônia, sendo que há uma semana no Globo de Ouro, as três estavam no evento.

O grande vencedor da noite foi o mexicano Roma. Além de levar Melhor Filme, foi o que mais levou prêmios: Direção, Filme em Língua Estrangeira e Fotografia, totalizando quatro. Foi o primeiro prêmio de Melhor Filme num prêmio transmitido pela TV. Seria o segundo, se o Globo de Ouro não tivesse regras contra estrangeiros na categoria principal.

Logo em seguida, com três prêmios, estão Vice e Pantera Negra. E com dois, Nasce uma Estrela, O Primeiro Homem e o já citado A Favorita.

DAS SURPRESAS

Até a parte final do show, os vencedores dos prêmios estavam sendo meras cópias do Globo de Ouro. Regina King e Mahershala Ali venceram como Coadjuvantes, Christian Bale e Olivia Colman como Atores de Comédia e Alfonso Cuarón como Diretor e Filme Estrangeiro. Até que chegou a categoria de Melhor Ator, que poderia ser para Rami Malek ou o esnobado Bradley Cooper. Aí foi para Christian Bale! Sim, agradecer ao próprio Satã rendeu frutos para o ator! Será que a alma de Bale vale um segundo Oscar pra carreira?

E a segunda surpresa foi o empate entre Glenn Close e Lady Gaga como Melhores Atrizes. Na dúvida de quem agradar, conceda o empate, certo Critics’ Choice? Eles gostaram tanto da idéia que fizeram o mesmo na categoria de Atriz de Minissérie, na qual houve empate entre Amy Adams e Patricia Arquette. Isso que eu chamo de personalidade…

lady-gaga-glenn-close.jpg.e3ab46129a222f6c2346693fba1e8b72

Glenn Close concede o microfone e o palco para Lady Gaga no empate de Melhor Atriz no Critics’ Choice Awards (pic by Gaga Daily)

CONSEQUÊNCIAS RUMO ÀS INDICAÇÕES AO OSCAR

Apesar de não ter afeto pelo Critics’ Choice, é inegável que seus resultados terão alguma repercussão na temporada, inclusive no anúncio dos indicados ao Oscar, que acontece no próximo dia 22. Todos que venceram nas principais categorias asseguraram suas indicações ao Oscar: Bale, Close, Gaga (sim, Lady Gaga vai ser indicada ao Oscar. Querendo você ou não), Ali, King, Cuarón… toda essa penca de gente estará no tapete vermelho.

Claro que ainda tem muito chão até a cerimônia do Oscar, no dia 24 de fevereiro, e muita coisa pode mudar ainda, mas o que houve com Bradley Cooper? Não saiu do zero no Globo de Ouro e agora nem no Critics’ Choice. Se ele não ganhar nada no SAG, dá pra dizer adeus ao Oscar… E Amy Adams? Será que vai rolar uma 6ª indicação ao Oscar sem vitória? Regina King a bateu nos dois prêmios. Pra sorte da Amy, King não foi indicada ao SAG, ou seja, ainda há brecha para uma reviravolta.

Sobre Direção, só eu acho que a Academia vai preterir Cuarón pra premiar Spike Lee? Caso isso aconteça, ele será o primeiro diretor negro a ganhar o Oscar, fato este que deveria ter ocorrido em 1990, quando Faça a Coisa Certa deveria ter sido indicado para Direção. E foi bacana ver Paul Schrader levando Roteiro Original aqui… ou melhor, não deu pra ver, porque anunciaram a categoria no intervalo. Desrespeitoso, pra não dizer ridículo.

Só os últimos adendos: Missão: Impossível – Efeito Fallout realmente foi o Melhor Filme de Ação de 2018. Parabéns para o diretor Christopher McQuarrie e Tom Cruise. E Melhor Filme de Terror eu substituiria Um Lugar Silencioso por Hereditário. Foi bacana saber que Homem-Aranha no Aranhaverso faturou mais um prêmio de Melhor Animação (mesmo que tenha sido no intervalo) e ver o elenco de Podres de Ricos subindo ao palco para receber Melhor Comédia.

crazy_rich_asians_gettyimages-1082124712_1280

Elenco e equipe de Podres de Ricos agradecendo prêmio de Melhor Comédia (pic by E! Online)

CINEMA

MELHOR FILME
A Favorita (The Favourite)
Green Book: O Guia (Green Book)
Infiltrado na Klan (BlacKkKlansman)
Nasce uma Estrela (A Star is Born)
Pantera Negra (Black Panther)
O Primeiro Homem (First Man)
O Retorno de Mary Poppins (Mary Poppins Returns)
Roma (Roma)
Se a Rua Beale Falasse (If Beale Street Could Talk)
Vice

MELHOR ATOR
Christian Bale (Vice)
Bradley Cooper (Nasce uma Estrela)
Willem Dafoe (No Portal da Eternidade)
Ryan Gosling (O Primeiro Homem)
Ethan Hawke (First Reformed)
Rami Malek (Bohemian Rhapsody)
Viggo Mortensen (Green Book: O Guia)

MELHOR ATRIZ
Yalitza Aparicio (Roma)
Emily Blunt (O Retorno de Mary Poppins)
Glenn Close (A Esposa)
Toni Collette (Hereditário)
Olivia Colman (A Favorita)
Lady Gaga (Nasce uma Estrela)
Melissa McCarthy (Poderia Me Perdoar?)

MELHOR ATOR COADJUVANTE
Mahershala Ali (Green Book: O Guia)
Timothée Chalamet (Querido Menino)
Adam Driver (Infiltrado na Klan)
Sam Elliott (Nasce uma Estrela)
Richard E. Grant (Poderia Me Perdoar?)
Michael B. Jordan (Pantera Negra)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Amy Adams (Vice)
Claire Foy (O Primeiro Homem)
Nicole Kidman (Boy Erased: Uma Verdade Anulada)
Regina King (Se a Rua Beale Falasse)
Emma Stone (A Favorita)
Rachel Weisz (A Favorita)

MELHOR JOVEM ATOR OU ATRIZ
Elsie Fisher (Oitava Série)
Thomasin McKenzie (Não Deixe Rastros)
Ed Oxenbould (Vida Selvagem)
Millicent Simmonds (Um Lugar Silencioso)
Amandla Stenberg (O Ódio que Você Semeia)
Sunny Suljic (Mid90s)

MELHOR ELENCO
Pantera Negra
Podres de Ricos
A Favorita
Vice
As Viúvas

MELHOR DIREÇÃO
Damien Chazelle (O Primeiro Homem)
Bradley Cooper (Nasce uma Estrela)
Alfonso Cuarón (Roma)
Peter Farrelly (Green Book: O Guia)
Yorgos Lanthimos (A Favorita)
Spike Lee (Infiltrado na Klan)
Adam McKay (Vice)

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
Bo Burnham (Oitava Série)
Alfonso Cuarón (Roma)
Deborah Davis, Tony McNamara (A Favorita)
Adam McKay (Vice)
Paul Schrader (First Reformed)
Nick Vallelonga, Brian Hayes Currie, Peter Farrelly (Green Book: O Guia)
Bryan Woods, Scott Beck, John Krasinski (Um Lugar Silencioso)

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
Ryan Coogler, Joe Robert Cole (Pantera Negra)
Nicole Holofcener, Jeff Whitty (Poderia Me Perdoar?)
Barry Jenkins (Se a Rua Beale Falasse)
Eric Roth, Bradley Cooper, Will Fetters (Nasce uma Estrela)
Josh Singer (O Primeiro Homem)
Charlie Wachtel, David Rabinowitz, Kevin Willmott, Spike Lee (Infiltrado na Klan)

MELHOR FOTOGRAFIA
Alfonso Cuarón (Roma)
James Laxton (Se a Rua Beale Falasse)
Matthew Libatique (Nasce uma Estrela)
Rachel Morrison (Pantera Negra)
Robbie Ryan (A Favorita)
Linus Sandgren (O Primeiro Homem)

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
Hannah Beachler, Jay Hart (Pantera Negra)
Eugenio Caballero, Barbara Enriquez (Roma)
Nelson Coates, Andrew Baseman (Podres de Ricos)
Fiona Crombie, Alice Felton (A Favorita)
Nathan Crowley, Kathy Lucas (O Primeiro Homem)
John Myhre, Gordon Sim (O Retorno de Mary Poppins)

MELHOR MONTAGEM
Jay Cassidy (Nasce uma Estrela)
Hank Corwin (Vice)
Tom Cross (O Primeiro Homem)
Alfonso Cuarón, Adam Gough (Roma)
Yorgos Mavropsaridis (A Favorita)
Joe Walker (As Viúvas)

MELHOR FIGURINO
Alexandra Byrne (Duas Rainhas)
Ruth Carter (Pantera Negra)
Julian Day (Bohemian Rhapsody)
Sandy Powell (A Favorita)
Sandy Powell (O Retorno de Mary Poppins)

MELHOR CABELO E MAQUIAGEM
Pantera Negra
Bohemian Rhapsody
A Favorita
Duas Rainhas
Suspiria
Vice

MELHORES EFEITOS VISUAIS
Vingadores: Guerra Infinita
Pantera Negra
O Primeiro Homem
O Retorno de Mary Poppins
Missão: Impossível – Efeito Fallout
Jogador Nº 1

MELHOR LONGA DE ANIMAÇÃO
O Grinch
Os Incríveis 2
Ilha dos Cachorros
Mirai
WiFi Ralph: Quebrando a Internet
Homem-Aranha no Aranhaverso

MELHOR FILME DE AÇÃO
Vingadores: Guerra Infinita
Pantera Negra
Deadpool 2
Missão: Impossível – Efeito Fallout
Jogador Nº 1
As Viúvas

MELHOR COMÉDIA
Podres de Ricos
Deadpool 2
A Morte de Stalin
A Favorita
A Noite do Jogo
Sorry to Bother You

MELHOR ATOR EM COMÉDIA
Christian Bale (Vice)
Jason Bateman (A Noite do Jogo)
Viggo Mortensen (Green Book: O Guia)
John C. Reilly (Stan & Ollie)
Ryan Reynolds (Deadpool 2)
Lakeith Stanfield (Sorry to Bother You)

MELHOR ATRIZ EM COMÉDIA
Emily Blunt (O Retorno de Mary Poppins)
Olivia Colman (A Favorita)
Elsie Fisher (Oitava Série)
Rachel McAdams (A Noite do Jogo)
Charlize Theron (Tully)
Constance Wu (Podres de Ricos)

MELHOR TERROR OU FICÇÃO CIENTÍFICA
Aniquilação (Annihilation)
Halloween (Halloween)
Hereditário (Hereditary)
Um Lugar Silencioso (A Quiet Place)
Suspiria

MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
Em Chamas
Cafarnaum
Guerra Fria
Roma
Assunto de Família

MELHOR CANÇÃO
All the Stars (Pantera Negra)
Girl in the Movies (Dumplin’)
I’ll Fight (RBG)
The Place Where Lost Things Go (O Retorno de Mary Poppins)
Shallow (Nasce uma Estrela)
Trip a Little Light Fantastic (O Retorno de Mary Poppins)

MELHOR TRILHA MUSICAL
Kris Bowers (Green Book: O Guia)
Nicholas Britell (Se a Rua Beale Falasse)
Alexandre Desplat (Ilha dos Cachorros)
Ludwig Göransson (Pantera Negra)
Justin Hurwitz (O Primeiro Homem)
Marc Shaiman (O Retorno de Mary Poppins)

TELEVISÃO E STREAMING

MELHOR SÉRIE DRAMÁTICA
The Americans (FX)

MELHOR ATOR EM SÉRIE DRAMÁTICA
Matthew Rhys – “The Americans” (FX)

MELHOR ATRIZ EM SÉRIE DRAMÁTICA
Sandra Oh – “Killing Eve” (BBC America)

MELHOR ATOR COADJUVANTE EM SÉRIE DRAMÁTICA
Noah Emmerich – “The Americans” (FX)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE EM SÉRIE DRAMÁTICA
Thandie Newton – “Westworld” (HBO)

MELHOR SÉRIE DE COMÉDIA
The Marvelous Mrs. Maisel (Amazon)

MELHOR ATOR EM SÉRIE DE COMÉDIA
Bill Hader – “Barry” (HBO)

MELHOR ATRIZ EM SÉRIE DE COMÉDIA
Rachel Brosnahan – “The Marvelous Mrs. Maisel” (Amazon)

MELHOR ATOR COADJUVANTE EM SÉRIE DE COMÉDIA
Henry Winkler – “Barry” (HBO)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE EM SÉRIE DE COMÉDIA
Alex Borstein – “The Marvelous Mrs. Maisel” (Amazon)

MELHOR MINISSÉRIE
The Assassination of Gianni Versace: American Crime Story (FX)

MELHOR FILME PARA TV
Jesus Christ Superstar Live in Concert (NBC)

MELHOR ATOR EM MINISSÉRIE OU FILME PARA TV
Darren Criss – “The Assassination of Gianni Versace: American Crime Story” (FX)

MELHOR ATRIZ EM MINISSÉRIE OU FILME PARA TV
Amy Adams – “Sharp Objects” (HBO)
Patricia Arquette – “Escape at Dannemora” (Showtime)

MELHOR ATOR COADJUVANTE EM MINISSÉRIE OU FILME PARA TV
Ben Whishaw – “A Very English Scandal” (Amazon)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE EM MINISSÉRIE OU FILME PARA TV
Patricia Clarkson – “Sharp Objects” (HBO)

MELHOR SÉRIE ANIMADA
BoJack Horseman (Netflix)

‘NASCE UMA ESTRELA’ é o DESTAQUE do DGA, WGA, ASC e EDDIE AWARDS

a quiet place 025

Indicado ao WGA: cena de Um Lugar Silencioso com John Krasinski (pic by outnow.ch)

Mal o ano começou, já tivemos as surpresas do Globo de Ouro, e agora temos o anúncios de três prêmios de sindicatos relevantes para a temporada e para a corrida do Oscar.

Vamos começar pelo mais chato e rígido de todos, o Writers Guild of America (WGA), do sindicato dos roteiristas. Pra quem está embarcando agora, o WGA é o mais complicado porque ele exige uma série de cumprimento de regras como filiação ao sindicato, e não reconhece roteiros de animações (com isso, quem sai perdendo é o próprio sindicato).

Os roteiros ausentes na lista do WGA não perdem muito, mas se forem lembrados, suas campanhas encorpam para o Oscar. Ano passado, os vencedores Corra! e Me Chame Pelo Seu Nome repetiram suas vitórias no Oscar. Apesar de serem rígidos, na última década, 2/3 dos indicados do WGA foram indicados ao Oscar também.

Este ano, entre as ausências mais notáveis que foram desqualificadas pelas toneladas de regras estão: A Favorita, Não Deixe Rastros, Domando o Destino, A Morte de Stalin, Hereditário e Sorry to Bother You, além dos estrangeiros Guerra Fria e Capernaum, e as animações Os Incríveis 2 e Ilha dos Cachorros. Já os esnobados foram Paul Schrader (No Coração da Escuridão) e Josh Singer (O Primeiro Homem).

Entre os indicados, destaque para os sucessos comerciais de Um Lugar Silencioso, Nasce uma Estrela e Pantera Negra, que pode repetir o feito de Logan (2017), que foi indicado no WGA e Oscar, tornando-se o primeiro roteiro indicado ao Oscar baseado em quadrinhos de super-heróis.

black panther 056

Indicado ao WGA: Cena de Pantera Negra (pic by outnow.ch)

Pela categoria de Documentário, o curioso foi a total ausência de trabalhos reconhecidos em premiações anteriores como Won’t You Be My Neighbor, Free Solo e RBG, mas dá notoriedade para outros como o de Michael Moore, Fahrenheit 11/09.

ROTEIRO ORIGINAL
* Bo Burnham (Oitava Série)
* Nick Vallelonga, Brian Currie e Peter Farrelly (Green Book: O Guia)
* Bryan Woods, Scott Beck e John Krasinski, história de Bryan Woods e Scott Beck (Um Lugar Silencioso)
* Alfonso Cuarón (Roma)
* Adam McKay (Vice)

ROTEIRO ADAPTADO
Charlie Wachtel, David Rabinowitz, Kevin Willmott e Spike Lee – Baseado no livro de Ron Stallworth (Infiltrado na Klan)
* Ryan Coogler, Joe Robert Cole – Baseado nos quadrinhos da Marvel Comics de Stan Lee e Jack Kirby (Pantera Negra)
* Nicole Holofcener e Jeff Whitty – Baseado no livro de Lee Israel (Poderia Me Perdoar?)
* Barry Jenkins – Baseado no romance de James Baldwin (Se a Rua Beale Falasse)
* Eric Roth, Bradley Cooper e Will Fetters – Baseado no roteiro de 1954 de Moss Hart, no roteiro de 1976 de John Gregory Dunne, Joan Didion e Frank Pierson, baseado na história William Wellman e Robert Carson (Nasce uma Estrela)

ROTEIRO DE DOCUMENTÁRIO
Ozzy Inguanzo & Dava Whisenant (Bathtubs Over Broadway)
* Michael Moore (Fahrenheit 11/9)
* Lauren Greenfield (Generation Wealth)
* Gabe Polsky (In Search of Greatness)

***

O anúncio dos vencedores do WGA ocorre no dia 17 de fevereiro.

roma dp_

Cena dentro do cinema em Roma, de Alfonso Cuarón (pic by IMDb)

A Associação Americana de Diretores de Fotografia (ASC) também divulgou suas seleções de trabalhos. A lista demonstra diversidade técnica que vai da película de 65 mm de Roma, passando pela exploração das luzes de velas em A Favorita, até o multi-formato de O Primeiro Homem.

Felizmente, é daqueles ano em que podemos dizer “Qualquer um que ganhar merece”. Até o momento, o trabalho mais premiado foi de Alfonso Cuarón por Roma, aliás, ele se tornou o primeiro DP (director of photography) a ser indicado na categoria principal fotografando o próprio filme que dirigiu. Em 2016, Cary Joji Fukunaga conseguiu o mesmo feito por Beasts of No Nation, mas pela categoria  Spotlight Award.

Pelas estatísticas, 80% dos trabalhos nas listas do ASC vão parar na categoria de Fotografia do Oscar. Normalmente, quatro estão em ambas as listas, e um é substituído. À princípio, nessa dança das cadeiras, Matthew Libatique por Nasce uma Estrela pode perder seu lugar para um dos ausentes mais comentados: Rachel Morrison (que se tornou a primeira DP mulher indicada ao ASC e ao Oscar por Mudbound) por Pantera Negra, ou James Laxton por Se a Rua Beale Falasse.

MELHOR FOTOGRAFIA
* Alfonso Cuarón (Roma)
* Matthew Libatique (Nasce uma Estrela)
* Robbie Ryan (A Favorita)
* Linus Sandgren (O Primeiro Homem)
* Łukasz Żal (Guerra Fria)

PRÊMIO SPOTLIGHT
* Joshua James Richards (Domando o Destino)
* Giorgi Shvelidze (Namme)
* Frank van den Eeden (Girl)

THE RIDER

Joshua James Richards conseguiu explorar o melhor no singelo Domando o Destino (pic by IMDb)

Pela categoria do prêmio Spotlight para filmes menos conhecidos, Joshua James Richards merece o destaque por explorar a beleza natural do cenário, identificando sua luz no protagonista e seu paixão pelo cavalo em Domando o Destino, que faturou o prêmio de Melhor Filme no último Gotham Award.

***

A cerimônia do 33º ASC Awards está marcado para o dia 09 de fevereiro.

blackkkansman8

John David Washington e Laura Harrier em cena de Infiltrado na Klan (pic by outnow.ch)

Com cerca de 1.000 membros, o sindicato de Montadores também anunciou seus indicados na última segunda. Aqui a porcentagem de acerto é um pouco melhor do que a de Fotografia com 88% considerando os últimos 25 anos.

Aqui, como no Globo de Ouro, o Eddie é dividido em duas categorias: Drama e Comédia, além das de Animação e Documentário, o que dificulta no esquecimento de alguns trabalhos mais fortes. No ano passado, Dunkirk levou Montagem – Drama e acabou ficando com o Oscar também. Normalmente, os filmes de ação e guerra têm boa vantagem em relação aos demais gêneros. E o prêmio costuma revelar o Melhor Filme. Dificilmente o filme que levar Melhor Filme não vai estar indicado ao Oscar de Montagem.

Achei curiosa a indicação de Infiltrado na Klan como Drama. Apesar do tema sério do racismo, fica nítido que Spike Lee dirigiu uma comédia. O resultado pode ser catastrófico como no Globo de Ouro, de onde saiu de mãos abanando.

MELHOR MONTAGEM (DRAMA)
* Barry Alexander Brown (Infiltrado na Klan)
* John Ottman (Bohemian Rhapsody)
* Tom Cross (O Primeiro Homem)
* Alfonso Cuarón & Adam Gough (Roma)
* Jay Cassidy (Nasce uma Estrela)

MELHOR MONTAGEM (COMÉDIA)
* Myron Kerstein (Podres de Ricos)
* Craig Alpert, Elísabet Ronaldsdóttir, Dirk Westervelt (Deadpool 2)
* Yorgos Mavropsaridis (A Favorita)
* Patrick J. Don Vito (Green Book: O Guia)
* Hank Corwin (Vice)

MELHOR MONTAGEM DE ANIMAÇÃO
* Stephen Schaffer (Os Incríveis 2)
* Andrew Weisblum, Ralph Foster, Edward Bursch (Ilha dos Cachorros)
* Robert Fisher, Jr. (Homem-Aranha no Aranhaverso)

MELHOR MONTAGEM DE DOCUMENTÁRIO
* Bob Eisenhardt (Free Solo)
* Carla Gutierrez (RBG)
* Michael Harte (Três Estranhos Idênticos)
* Jeff Malmberg, Aaron Wickenden (Won’t You Be My Neighbor?)

MELHOR MONTAGEM DE DOCUMENTÁRIO (FEITO PARA TV)
* Martin Singer (A Final Cut for Orson: 40 Years in the Making)
* Greg Finton, Poppy Das (Robin Williams: Come Inside My Mind)
* Neil Meiklejohn (Wild Wild Country, Part 3)
* Joe Beshenkovsky (The Zen Diaries of Garry Shandling)

***

A cerimônia do 69º Eddie Awards acontecerá no dia 1º de fevereiro.

'A Star Is Born' Film - 2018

Bradley Cooper explica cena para diretor de fotografia Matthew Libatique para Nasce uma Estrela (pic by Variety)

Entre todos os prêmios de sindicato, o Directors Guild of America (DGA) é o mais importante pelo seu histórico de ter apenas sete divergências entre ele e o Oscar, sendo a última em 2013, naquele episódio fatídico do Ben Affleck ficar de fora da categoria por Argo. As estatísticas, como citei, são as maiores: 90% de acerto em relação ao Oscar, ou seja, quem ganhar aqui, está com uma das mãos na estatueta dourada.

MELHOR DIREÇÃO

  • Bradley Cooper (Nasce uma Estrela)
  • Alfonso Cuarón (Roma)
  • Peter Farrelly (Green Book: O Guia)
  • Spike Lee (Infiltrado na Klan)
  • Adam McKay (Vice)

Apesar da vasta filmografia, Spike Lee é apenas o quinto diretor negro indicado ao DGA. O primeiro foi Lee Daniels (Preciosa) em 2010, Steve McQueen (12 Anos de Escravidão) em 2014, Barry Jenkins (Moonlight) em 2017 e Jordan Peele (Corra!) ano passado. Na verdade, esse é um dado estatístico que não costumo dar muita importância, porque parece que estou pedindo mais diretores negros indicados APENAS pela cor da pele. Gostaria de ver diretores negros mais reconhecidos apenas por seus trabalhos, assim como queria que Spike Lee tivesse sido indicado lá atrás em 1990 por Faça a Coisa Certa.

Ainda na temática politicamente correta, houve bons trabalhos de diretoras mulheres em 2018 como Poderia Me Perdoar?, da Marielle Heller, e Mais uma Chance, da Tamara Jenkins, mas particularmente, se fosse defender campanha feminina seria apenas da Chloé Zhao no independente Domando o Destino.

Voltando à lista do DGA, a inclusão de Peter Farrelly foi uma surpresa. Apesar da recente vitória de seu Green Book no Globo de Ouro ter ajudado bastante, o diretor nunca gozou de uma boa reputação como diretor em Hollywood, porque suas comédias escrachadas e politicamente incorretas sempre sofreram preconceito. Por isso, se alguém da lista não conseguir espaço no Oscar, acredito que será ele.

Por outro lado, se alguém conseguir surpreender, temos alguns nomes na fila de espera como o de Barry Jenkins (Se a Rua Beale Falasse), Damien Chazelle (O Primeiro Homem), Yorgos Lanthimos (A Favorita) e até Ryan Coogler (Pantera Negra).

MELHOR DIRETOR ESTREANTE

  • Bo Burnham (Oitava Série)
  • Bradley Cooper (Nasce uma Estrela)
  • Carlos Lopez Estrada (Ponto Cego)
  • Matthew Heineman (A Private War)
  • Boots Riley (Sorry to Bother You)

Na categoria de estreantes, Bradley Cooper aparece novamente e é o que mais tem chances de vitória, a menos que ganhe Direção e o prêmio de estreante vá para outro. Se for para Bo Burnham, seria um prêmio bem justo, pois ele trouxe muita energia e vibração desta nova geração de adolescentes em Oitava Série.

eighth-grade-bo-burnham

Bo Burnham dirige Elsie Fisher em cena de Oitava Série (pic by Vanity Fair)

Não vi os demais diretores indicados aqui, mas sem querer menosprezar esses trabalhos, ressalto aqui a estréia corajosa de Ari Aster em Hereditário, que mostrou muita personalidade na criação de atmosfera de terror psicológico, e Aneesh Chaganti por Buscando…, que teve ótimas sacadas para seu filme se apoiar exclusivamente de telas de celular, computador e TV.

Sobre Matthew Heineman, um fato curioso: ele foi indicado como estreante, mas já ganhou dois prêmios do DGA por Cartel Land e City Ghosts, mas como se tratam de documentários, eles consideram estréia na ficção.

***

A 71ª cerimônia de premiação do DGA está agendada para o dia 02 de fevereiro. 

‘A CHEGADA’ e ‘LA LA LAND’ conquistam o Eddie Awards

La La Land train.jpg

Cena de La La Land com Ryan Gosling e Emma Stone (pic by cine.gr)

SINDICATO CONCEDE MAIS UM PRÊMIO PARA O MUSICAL DE DAMIEN CHAZELLE

Continuando minha maratona de atualizar os prêmios, no dia 27 de janeiro, o sindicato de Montadores divulgou seus vencedores.

E continuando a série de vitórias para La La Land, o montador Tom Cross levou o prêmio da categoria de Montagem – Comédia ou Musical. Embora esta seja sua terceira indicação ao Eddie (foi previamente indicado por Whiplash e Joy), é sua primeira vitória, e que deve ajudá-lo na campanha para seu segundo Oscar.

Na categoria de Drama, Joe Walker levou o prêmio pelo psicodrama de invasão alienígena A Chegada. Acredito que o sucesso do filme de Denis Villeneuve muito se deve à sua montagem, a forma como a história é contada. Claro que o roteiro tem seus méritos, mas a edição faz com que a história se torne crível. Considero o melhor trabalho indicado este ano.

amy-adams-arrival

Amy Adams se comunica com Abbott e Costello em A Chegada (pic by myfilm.gr)

Quanto às chances de vitória no Oscar, bem, digamos que as estatísticas não garantem muita coisa. Mesmo contando com dois vencedores por ano (Drama e Comédia/Musical), o Eddie Awards acertou apenas duas vezes o ganhador do Oscar nos últimos cinco anos: Margaret Sixel (Mad Max: Estrada da Fúria) e William Goldenberg (Argo).

Na categoria de Animação, Zootopia foi bem reconhecido por sua trama de mistério e política, enquanto O.J.: Made in America foi agraciado com a melhor montagem de Documentário. Eu estava bem ansioso para ver esse documentário sobre o caso de O.J. Simpson, mas quando soube que tinha “apenas” 467 minutos, pensei: “Vou deixar pra mais tarde…”. E também: “Se a gente leva quase 8 horas pra ver esse filme, imagina o trabalho que esses montadores tiveram! Imagina quantas horas de material bruto tiveram que garimpar por meses!”

O.J. Made in America.jpg

Cena de julgamento do documentário O.J.: Made in America (pic by cine.gr)

Já pelas categorias de Televisão, os vencedores foram as séries Game of Thrones, Veep e This Is Us.

CINEMA

MELHOR MONTAGEM – DRAMA
Joe Walker (A Chegada)

MELHOR MONTAGEM – COMÉDIA OU MUSICAL
Tom Cross (La La Land: Cantando Estações)

MELHOR MONTAGEM – ANIMAÇÃO
Jeremy Milton, Fabienne Rawley (Zootopia)

MELHOR MONTAGEM – DOCUMENTÁRIO
Bret Granato, Maya Mumma, Ben Sozanski (O.J.: Made in America)

TELEVISÃO

MELHOR MONTAGEM DE DOCUMENTÁRIO – TV
Bob Eisenhart (Everything is Copy: Nora Ephron – Scripted & Unscriped)

MELHOR MONTAGEM DE SÉRIES DE EPISÓDIOS DE MEIA-HORA
Steven Rasch (Veep — Ep: “Morning After”)

MELHOR MONTAGEM DE SÉRIES DE EPISÓDIOS DE UMA HORA – COM COMERCIAL
David L. Bertman (This Is Us — Ep: “Pilot”)

MELHOR MONTAGEM DE SÉRIES DE EPISÓDIOS DE UMA HORA – SEM COMERCIAL
Tim Porter (Game of Thrones — Ep: “Battle of the Bastards”)

MELHOR MONTAGEM DE MINISSÉRIES OU FILMES PARA TV
Carol Littleton (All the Way)

MELHOR MONTAGEM – SÉRIES NÃO-ROTEIRIZADAS
Mustafa Bhagat (Anthony Bourdain: Parts Unknown — Ep: “Senegal”)

Student Competition
Tommy Wakefield — University of North Carolina, School of the Arts

***

A 89ª cerimônia do Oscar está marcada para o dia 26 de fevereiro.

Com 11 indicações, ‘LA LA LAND’ também lidera o BAFTA 2017

Cena do filme britânico Eu, Daniel Blake, com Hayley Squire ao centro. Ela foi indicada como Atriz Coadjuvante (pic by moviepilot.de)

Cena do filme britânico Eu, Daniel Blake, com Hayley Squires ao centro. Ela foi indicada como Atriz Coadjuvante (pic by moviepilot.de)

APÓS VITÓRIA RECORDISTA NO GLOBO DE OURO, MUSICAL PODE ALCANÇAR NOVOS FEITOS EM PRÊMIO DA ACADEMIA BRITÂNICA

Nos últimos anos, o prêmio da Academia Britânica, BAFTA, deixou ser aquele mérito fechado no Reino Unido pra se tornar um ótimo parâmetro para o Oscar. Claro que existem as disparidades (nos últimos dois anos, elegeram O Regresso e Boyhood), mas certamente o Oscar está de olho nos indicados da terra da Rainha, tanto que quem estiver fora do BAFTA, tem suas chances consideravelmente reduzidas.

Sim, infelizmente, sob essa lógica, a grande Isabelle Huppert teve suas chances de vitória no Oscar de Atriz bem reduzidas com sua ausência aqui. Tudo graças ao atraso no lançamento de Elle no Reino Unido, agendado para março, o que o desqualificou para esta temporada. Claro que ela tem totais chances de indicação ao Oscar (que seria sua primeira), mas ganhar será mais difícil… Na sua ausência forçada, preencheram sua vaga com Emily Blunt por A Garota no Trem, fato que já tinha acontecido no SAG Awards.

Sophie Turner e Dominic Cooper anunciam as indicações em nove categorias (canal BAFTA no YouTube)

Bom, quanto aos números dessas indicações, temos La La Land liderando com 11 indicações, seguido por A Chegada e Animais Noturnos com nove indicações cada. Esse reconhecimento impulsiona bastante as campanhas desses dois filmes rumo ao Oscar, podendo acarretar nas inclusões de Denis Villeneuve e Tom Ford na categoria de Diretor. Ambos andavam meio esquecidos das premiações, mas mereciam mais reconhecimento por trabalhos tão diferentes da maioria.

O diretor Denis Villeneuve passa instruções para Amy Adams em set de A Chegada (pic by moviepilot.de)

O diretor Denis Villeneuve passa instruções para Amy Adams em set de A Chegada (pic by moviepilot.de)

Se por um lado, alguns ganham, outros perdem com o BAFTA. O drama independente Moonlight: Sob a Luz do Luar contou com apenas quatro indicações: Filme, Roteiro Original, Atriz Coadjuvante (Naomie Harris) e Ator Coadjuvante (Mahershala Ali). Seu diretor Barry Jenkins, que era outrora uma unanimidade na categoria, foi lembrado aqui apenas pelo roteiro. Havia uma forte expectativa de que ele seria o primeiro diretor negro a vencer o Oscar, mas com essa ausência e sua recém derrota no Globo de Ouro para Damien Chazelle, passo a ter minhas dúvidas.

Pra piorar sua situação, Moonlight, considerado um dos favoritos da temporada, perdeu em número de indicações até mesmo para Animais Fantásticos e Onde Habitam, Até o Último Homem, Lion: Uma Jornada Para Casa e Eu, Daniel Blake, todos receberam cinco indicações.

Aliás, o filme britânico Eu, Daniel Blake foi a maior surpresa desta edição. Vencedor da Palma de Ouro no último Festival de Cannes, o novo filme de Ken Loach foi bem valorizado ao ser reconhecido nas categorias de Filme, Filme Britânico, Diretor, Roteiro Original e Atriz Coadjuvante (Hayley Squires). Acho difícil a Academia indicar Loach como Diretor num ano tão concorrido, mas poderiam incluir o filme na categoria de Roteiro Original.

O diretor Ken Loach, 80 anos, vencedor de duas Palmas de Ouro, recebeu sua segunda indicação de Diretor no BAFTA (pic by moviepilot.de)

O diretor Ken Loach, 80 anos, vencedor de duas Palmas de Ouro, recebeu sua segunda indicação de Diretor no BAFTA (pic by moviepilot.de)

Deadpool, que vinha numa ascendente nas últimas semanas, acabou de fora do BAFTA. Nada. Nem uma indicaçãozinha de Melhor Maquiagem. Outros que ficaram de mãos abanando foram Sully: O Herói do Rio Hudson e Silêncio, o que praticamente enterra do filme de Scorsese para o Oscar. Claro que é complicado julgar sem ter visto o filme, mas é uma pena porque se trata de um projeto pessoal de longa data do diretor americano. Será que ele errou tão feio assim?

Quando falavam da corrida de Melhor Ator, dois nomes eram considerados certeza: Casey Affleck e Denzel Washington. Bom, agora Denzel perdeu a cadeira. A Academia Britânica preferiu indicar Jake Gyllenhaal por Animais Noturnos. Curiosamente, (isso nem eu me dei conta!) Denzel Washington nunca foi indicado para o BAFTA, mesmo com seis indicações e duas vitórias no Oscar. Particularmente, também não considero Washington um dos melhores atores, mas não posso falar antes de checar sua performance em Cercas, filme que ele também foi diretor. Já Gyllenhaal, apesar de ser um ator em ascensão, não acho um de seus melhores trabalhos, mas entendo sua inclusão. Ele faz dois personagens na adaptação de Tom Ford e isso deve ter lhe dado crédito para a indicação.

Jake Gyllenhaal em cena de Animais Noturnos, segundo filme sob a direção de Tom Ford (photo by cine.gr)

Jake Gyllenhaal em cena de Animais Noturnos: conquista sua terceira indicação ao BAFTA (photo by cine.gr)

***

EE RISING STAR AWARD

E nesta edição, o prêmio de revelação selecionou os atores: Anya Taylor-Joy (A Bruxa), Laia Costa (Victoria), Lucas Hedges (Manchester à Beira-Mar), Ruth Negga (Loving) e Tom Holland (Capitão América: Guerra Civil e Homem-Aranha: De Volta ao Lar). O voto é popular nas terras britânicas, e qualquer um que ganhar, acredito que será bem merecido. Mas se eu pudesse votar, elegeria Lucas Hedges. Apesar de não ter visto Manchester à Beira-Mar ainda, li boas críticas sobre a atuação dele, e lembrando que a última vez que o diretor Kenneth Lonergan revelou um ator, este foi Mark Ruffalo pelo ótimo Conte Comigo (2000).logo_master-bafta

INDICADOS AO BAFTA

MELHOR FILME
* A Chegada (Arrival) – Produtores: Dan Levine, Shawn Levy, David Linde, Aaron Ryder
* Eu, Daniel Blake (I, Daniel Blake) – Produtora: Rebecca O’Brien
* La La Land: Cantando Estações (La La Land) – Produtores: Fred Berger, Jordan Horowitz, Marc Platt
* Manchester à Beira-Mar (Manchester by the Sea) – Produtores: Lauren Beck, Matt Damon, Chris Moore, Kimberly Steward, Kevin J. Walsh
* Moonlight: Sob a Luz do Luar (Moonlight) – Produtores: Dede Gardner, Jeremy Kleiner, Adele Romanski

DIRETOR
* Denis Villeneuve (A Chegada)
* Ken Loach (Eu, Daniel Blake)
* Damien Chazelle (La La Land: Cantando Estações)
* Kenneth Lonergan (Manchester à Beira-Mar)
* Tom Ford (Animais Noturnos)

ROTEIRO ORIGINAL
* Taylor Sheridan (A Qualquer Custo)
* Paul Laverty (Eu, Daniel Blake)
* Damien Chazelle (La La Land)
* Kenneth Lonergan (Manchester à Beira-Mar)
* Barry Jenkins (Moonlight)

ROTEIRO ADAPTADO
* Eric Heisserer (A Chegada)
* Robert Schenkkan, Andrew Knight (Até o Último Homem)
* Theodore Melfi, Allison Schroeder (Estrelas Além do Tempo)
* Luke Davies (Lion: Uma Jornada Para Casa)
* Tom Ford (Animais Noturnos)

ATOR
Andrew Garfield (Até o Último Homem)
Casey Affleck  (Manchester à Beira-Mar)
Jake Gyllenhaal (Animais Noturnos)
Ryan Gosling (La La Land: Cantando Estações)
Viggo Mortensen (Capitão Fantástico)

ATRIZ
Amy Adams (A Chegada)
Emily Blunt (A Garota no Trem)
Emma Stone (La La Land: Cantando Estações)
Meryl Streep (Florence: Quem é Essa Mulher?)
Natalie Portman (Jackie)

ATOR COADJUVANTE
Aaron Taylor-Johnson (Animais Noturnos)
Dev Patel (Lion: Uma Jornada Para Casa)
Hugh Grant (Florence: Quem é Essa Mulher?)
Jeff Bridges (A Qualquer Custo)
Mahershala Ali (Moonlight: Sob a Luz do Luar)

ATRIZ COADJUVANTE
Hayley Squires (Eu, Daniel Blake)
Michelle Williams (Manchester à Beira-Mar)
Naomie Harris (Moonlight: Sob a Luz do Luar)
Nicole Kidman (Lion: Uma Jornada Para Casa)
Viola Davis (Cercas)

FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
* Dheepan: O Refúgio – Jacques Audiard, Pascal Caucheteux
* Julieta – Pedro Almodóvar
* Cinco Graças – Deniz Gamze Ergüven, Charles Gillibert
* O Filho de Saul – László Nemes, Gábor Sipos
* Toni Erdmann – Maren Ade, Janine Jackowski

DOCUMENTÁRIO
* A 13ª Emenda – Ava Duvernay
* The Beatles: Eight Days A Week – The Touring Years – Ron Howard
* The Eagle Huntress – Otto Bell, Stacey Reiss
* Notes on Blindness – Peter Middleton, James Spinney
* Weiner – Josh Kriegman, Elyse Steinberg

LONGA DE ANIMAÇÃO
* Procurando Dory – Dir: Andrew Stanton
* Kubo e as Cordas Mágicas – Dir: Travis Knight
* Moana: Um Mar de Aventuras – Dir: Ron Clements, John Musker
* Zootopia – Dir: Byron Howard, Rich Moore

TRILHA MUSICAL ORIGINAL
* Jóhann Jóhannsson (A Chegada)
* Mica Levi  (Jackie)
* Justin Hurwitz (La La Land: Cantando Estações)
* Dustin O’halloran, Hauschka (Lion: Uma Jornada Para Casa)
* Abel Korzeniowski (Animais Noturnos)

FOTOGRAFIA
* Bradford Young (A Chegada)
* Giles Nuttgens (A Qualquer Custo)
* Linus Sandgren (La La Land: Cantando Estações)
* Greig Fraser (Lion: Uma Jornada Para Casa)
* Seamus Mcgarvey (Animais Noturnos)

MONTAGEM
* Joe Walker (A Chegada)
* John Gilbert (Até o Último Homem)
* Tom Cross (La La Land: Cantando Estações)
* Jennifer Lame (Manchester à Beira-Mar)
* Joan Sobel (Animais Noturnos)

DIREÇÃO DE ARTE
* John Bush, Charles Wood (Doutor Estranho)
* Stuart Craig, Anna Pinnock (Animais Fantásticos e Onde Habitam)
* Jess Gonchor, Nancy Haigh (Ave, César!)
* Sandy Reynolds-Wasco, David Wasco (La La Land: Cantando Estações)
* Shane Valentino, Meg Everist (Animais Noturnos)

FIGURINO
* Joanna Johnston (Aliados)
* Colleen Atwood (Animais Fantásticos e Onde Habitam)
* Consolata Boyle (Florence: Quem é Essa Mulher?)
* Madeline Fontaine (Jackie)
* Mary Zophres (La La Land: Cantando Estações)

MAQUIAGEM E CABELO
* Jeremy Woodhead (Doutor Estranho)
* J. Roy Helland, Daniel Phillips (Florence: Quem é Essa Mulher?)
* Shane Thomas (Até o Último Homem)
* Donald Mowat, Yolanda Toussieng (Animais Noturnos)
* Rogue One: Uma História Star Wars

SOM
* Claude La Haye, Bernard Gariépy Strobl, Sylvain Bellemare (A Chegada)
* Mike Prestwood Smith, Dror Mohar, Wylie Stateman, David Wyman (Horizonte Profundo: Desastre no Golfo)
* Niv Adiri, Glenn Freemantle, Simon Hayes, Andy Nelson, Ian Tapp (Animais Fantásticos e Onde Habitam)
* Peter Grace, Robert Mackenzie, Kevin O’Connell, Andy Wright (Até o Último Homem)
* Mildred Iatrou Morgan, Ai-Ling Lee, Steve A. Morrow, Andy Nelson (La La Land: Cantando Estações)

EFEITOS VISUAIS
* Louis Morin (A Chegada)
* Richard Bluff, Stephane Ceretti, Paul Corbould, Jonathan Fawkner (Doutor Estranho)
* Tim Burke, Pablo Grillo, Christian Manz, David Watkins (Animais Fantásticos e Onde Habitam)
* Robert Legato, Dan Lemmon, Andrew R. Jones, Adam Valdez (Mogli: O Menino Lobo)
* Neil Corbould, Hal Hickel, Mohen Leo, John Knoll, Nigel Sumner (Rogue One: Uma História Star Wars)

FILME BRITÂNICO
* American Honey – Produtores: Andrea Arnold, Lars Knudsen, Pouya Shahbazian, Jay Van Hoy
* Negação (Denial) – Produtores: Mick Jackson, Gary Foster, Russ Krasnoff, David Hare
* Animais Fantásticos e Onde Habitam (Fantastic Beast and Where to Find Them) – Produtores: David Yates, J.K. Rowling, David Heyman, Steve Kloves, Lionel Wigram (Animais Fantásticos e Onde Habitam)
* Eu, Daniel Blake (I, Daniel Blake) – Produtores: Ken Loach, Rebecca O’Brien, Paul Laverty
* Notes on Blindness – Produtores: Peter Middleton, James Spinney, Mike Brett, Jo-Jo Ellison, Steve Jamison
* Sob a Sombra (Under the Shadow) – Produtores: Babak Anvari, Emily Leo, Oliver Roskill, Lucan Toh

ESTRÉIA DE ROTEIRISTA, DIRETOR OU PRODUTOR BRITÂNICO
* The Girl With All the Gifts – Mike Carey (Roteirista), Camille Gatin (Produtor)
* The Hard Stop – George Amponsah (Roteirista/Diretor/Produtor), Dionne Walker (Roteirista/Produtor)
* Notes on Blindness – Peter Middleton (Roteirista/Diretor/Produtor), James Spinney (Roteirista/Diretor), Jo-Jo Ellison (Produtor)
* The Pass – John Donnelly (Roteirista), Ben A. Williams (Diretor)
* Sob a Sombra (Under the Shadow) – Babak Anvari (Roteirista/Diretor), Emily Leo, Oliver Roskill, Lucan Toh (Produtores)

CURTA DE ANIMAÇÃO BRITÂNICO
* The Alan Dimension – Jac Clinch, Jonathan Harbottle, Millie Marsh
* A Love Story – Khaled Gad, Anushka Kishani Naanayakkara, Elena Ruscombe-King
* Tough – Jennifer Zheng

CURTA-METRAGEM BRITÂNICO
* Consumed – Richard John Seymour
* Home – Shpat Deda, Afolabi Kuti, Daniel Mulloy, Scott O’Donnell
* Mouth of Hell – Bart Gavigan, Samir Mehanovic, Ailie Smith, Michael Wilson
* The Party – Farah Abushwesha, Emmet Fleming, Andrea Harkin, Conor Macneill
* Standby – Charlotte Regan, Jack Hannon

EE RISING STAR AWARD (Voto do público)
Anya Taylor-Joy
Laia Costa
Lucas Hedges
Ruth Negga
Tom Holland

Indicados ao EE Rising Star Award. pic by metro.co.uk

Indicados ao EE Rising Star Award. pic by metro.co.uk

***

A cerimônia do BAFTA ocorre no dia 12 de fevereiro.

‘A Chegada’, ‘Moonlight’ e ‘La La Land’ concorrem ao Eddie Awards

Amy Adams  em cena de A Chegada (pic by moviepilot.de)

Amy Adams em cena de A Chegada (pic by moviepilot.de)

FAVORITOS DA TEMPORADA ESTÃO ENTRE OS INDICADOS AO EDDIE

Primeiramente, Feliz Ano Novo para todos! É o primeiro post de 2017 e sinceramente, espero que este ano seja infinitamente melhor do que 2016. Quanto ao Oscar, desejo que os resultados sejam justos, e não apenas influenciados pela queixa de “falta de diversidade”, afinal Arte não enxerga cor, raça e religião.

Tradicionalmente, o primeiro post costuma focar no indicados ao Eddie Awards, o prêmio do sindicato dos montadores. Muita gente me pergunta o que o prêmio valoriza numa montagem e como escolhem a melhor. Bom, montagem é a edição de um filme, desde a forma como a história é contada (linear, não-linear, flashbacks, flashforwards etc.) até a precisão de um corte de um plano para outro para gerar catarse ou timing cômico.Muitos dos vencedores do Oscar de montagem costumam ser filmes de ação, porque conseguem gerar um clima de tensão em maior evidência do que num drama. Basta checar as montagens de alguns vencedores como Rocky – Um Lutador, Bullitt, O Ultimato Bourne e Mad Max: Estrada da Fúria para ver que a ação é valorizada e estendida pela montagem. Essa característica da montagem no cinema já ficava em evidência desde o filme soviético O Encouraçado Potemkin (1925), de Sergei M. Eisenstein. Em uma cena, na qual um carrinho de bebê percorre toda uma escadaria, a montagem inclui inúmeras ações simultâneas, prolongando o desespero da mãe do bebê. Para quem não conhece, vale a pena assistir, porque a produção carrega pura essência do Cinema como Arte.

Cena da escadaria da obra máxima de Sergei M. Eisenstein, O Encouraçado Potemkin (pic by slantmagazine.com)

Cena da escadaria da obra máxima de Sergei M. Eisenstein, O Encouraçado Potemkin (pic by slantmagazine.com)

A fim de abranger mais trabalhos diversificados, o Eddie Awards apresenta categorias de Drama, Comédia, Documentário e Animação. Nesta 67ª edição do prêmio, os destaques ficam para os favoritos da temporada: o musical La La Land, e os dramas Moonlight e Manchester à Beira-Mar.

Embora a concorrência esteja boa na categoria de Drama, acredito que a dupla Nat Sanders e Joi McMillon de Moonlight conseguem bater os demais: Até o Último Homem, A Qualquer Custo, Manchester à Beira-Mar e até mesmo a complexa de A Chegada. Acho que a montagem da ficção científica estrelada por Amy Adams tem mais o mérito da não-linearidade imposta pela história dos alienígenas do que por méritos próprios.

moonlight-mit-mahershala-ali-und-alex-r-hibbert

Alex R. Hibbert e Mahershala Ali em cena de Moonlight (pic by moviepilot.de)

Já na ala de comédia, tudo indica que La La Land leva o prêmio. Seu montador, Tom Cross, que venceu o Oscar por Whiplash: Em Busca da Perfeição, por ter uma sintonia muito forte com o diretor Damien Chazelle, consegue imprimir um ritmo fantástico que casa muito bem com a música, além de um lado técnico muito forte que vemos na precisão de seus cortes. E vale destacar a montagem de Deadpool. Por se tratar de um filme de origem de personagem, o trabalho de Julian Clarke na montagem deixa tudo mais leve e menos cansativo.

Emma Stone e Ryan Reynolds num momento musical em La La Land (pic by moviepilot.de)

Emma Stone e Ryan Reynolds num momento musical em La La Land (pic by moviepilot.de)

Existem também as categorias de televisão. Como não acompanho nenhuma dessas séries indicadas, vou parafrasear a Glória Pires: “Não posso opinar”. Hahah Mas foi a série Better Call Saul, da Netflix, que dominou esta edição com três indicações na categoria de Séries de episódios de uma hora.

Confira todos os indicados do Eddie Awards 2017:

CINEMA

MELHOR MONTAGEM – DRAMA
– Joe Walker (A Chegada)
– John Gilbert (Até o Último Homem)
– Jake Roberts (A Qualquer Custo)
– Jennifer Lame (Manchester à Beira-Mar)
– Nat Sanders, Joi McMillon (Moonlight)

MELHOR MONTAGEM – COMÉDIA OU MUSICAL
– Julian Clarke (Deadpool)
– Roderick Jaynes (Ave, César!)
– Mark Livolsi (Mogli: O Menino Lobo)
– Tom Cross (La La Land: Cantando Estações)
– Yorgos Mavropsaridis (O Lagosta)

MELHOR MONTAGEM – ANIMAÇÃO
– Christopher Murrie (Kubo e as Cordas Mágicas)
– Jeff Draheim (Moana: Um Mar de Aventuras)
– Jeremy Milton, Fabienne Rawley (Zootopia)

MELHOR MONTAGEM – DOCUMENTÁRIO
– Spencer Averick (A 13ª Emenda)
– Matthew Hamachek (Amanda Knox)
– Paul Crowder (The Beatles: Eight Days a Week – The Touring Years)
– Bret Granato, Maya Mumma, Ben Sozanski (O.J.: Made in America)
– Eli B. Despres (Weiner)

TELEVISÃO

MELHOR MONTAGEM DE DOCUMENTÁRIO – TV
– Steve Audette (The Choice 2016)
– Bob Eisenhart (Everything is Copy)
– Oliver Lief (We Will Rise: Michelle Obama’s Mission to Educate Girls Around the World)

MELHOR MONTAGEM DE SÉRIES DE EPISÓDIOS DE MEIA-HORA
– Brian Merken (Silicon Valley — Ep: “The Uptick”)
– Steven Rasch (Veep — Ep: “Morning After”)
– Shawn Paper (Veep — Ep: “Mother”)

MELHOR MONTAGEM DE SÉRIES DE EPISÓDIOS DE UMA HORA – COM COMERCIAL
– Skip Macdonald (Better Call Saul — Ep: “Fifi”)
– Skip Macdonald, Curtis Thurber (Better Call Saul — Ep: “Klick”)
– Kelley Dixon, Chris McCaleb (Better Call Saul — Ep: “Nailed”)
– Philip Harrison (Mr. Robot — Ep: “eps2.4m4ster-s1ave.aes”)
– David L. Bertman (This Is Us — Ep: “Pilot”)

MELHOR MONTAGEM DE SÉRIES DE EPISÓDIOS DE UMA HORA – SEM COMERCIAL
– Yan Miles (The Crown — Ep: “Assassins”)
– Tim Porter (Game of Thrones — Ep: “Battle of the Bastards”)
– Dean Zimmerman (Stranger Things — Ep: “Chapter One: The Vanishing of Will Byers”)
– Kevin D. Ross (Stranger Things — Ep: “Chapter Seven: The Bathtub”)
– Stephen Semel, Marc Jozefowicz (Westworld — Ep: “The Original”)

MELHOR MONTAGEM DE MINISSÉRIES OU FILMES PARA TV
– Carol Littleton (All the Way)
– Jay Cassidy (The Night Of — Ep: “The Beach”)
– Adam Penn, Stewart Schill, C. Chin-yoon Chung (The People v O.J. Simpson: American Crime Story — Ep: “Marcia, Marcia, Marcia”)

MELHOR MONTAGEM – SÉRIES NÃO-ROTEIRIZADAS
– Hunter Gross (Anthony Bourdain: Parts Unknown — Ep: “Manila”)
– Mustafa Bhagat (Anthony Bourdain: Parts Unknown — Ep: “Senegal”)
– Josh Earl, Alexander Rubinow (Deadliest Catch — Ep: “First at Sea: Part 2”)

***

Os vencedores do 67º Eddie Awards serão conhecidos no dia 27 de janeiro.

‘La La Land’ domina a premiação do Critics’ Choice Awards com 8 prêmios

No centro, os atores Emma Stone e Ryan Gosling posam ao lado do diretor Damien Chazelle. O musical La La Land levou oito prêmios.

No centro, os atores Emma Stone e Ryan Gosling posam ao lado do diretor Damien Chazelle. O musical La La Land levou oito prêmios.

MUSICAL SE SOBRESSAI NA TEMPORADA E ASSUME FAVORITISMO

Pelo visto, o plano do Critics’ Choice Awards de antecipar sua cerimônia de premiação em quase um mês deu certo pois, ao contrário da última edição, as celebridades compareceram ao evento, e acima de tudo, a “Bolha Assassina” (Critics’ Choice) conseguiu ser a primeira grande premiação do calendário cinematográfico. O problema foi que no dia seguinte, já saíram as indicações do Globo de Ouro, e dois dias depois saem as indicações ao SAG Awards, e aí pergunto aos blogueiros: Pra que dormir?

Bom, como já devem ter percebido, não gosto muito do Critics’ Choice Awards. O problema principal é sua falta de personalidade (copia todas as categorias de outros prêmios), além disso, está mais preocupado na porcentagem de acerto em relação ao Oscar do que com credibilidade, e puxa um saco danado das celebridades como o Globo de Ouro faz, mas sem ter a mesma história de décadas de afinidade com as estrelas.

Pra vocês terem uma idéia do absurdo do Critics’ Choice, existem 50 (cinquenta!) categorias de Cinema e TV. Este ano, roubaram até a categoria de Ator Convidado do Emmy for Christ sake! Daqui a pouco, eles vão incluir as categorias do MTV Movie Awards também, como Melhor Beijo, Melhor Vilão, Melhor Performance Sem Camisa… Ainda bem que as estatuetas são feitas de acrílico ou cristal, porque se fosse de ouro, iria faltar na reserva mundial! Tem tanto prêmio pra dar, que muitos dos resultados foram divulgados nos intervalos de forma bastante simples, no estilo diagrama de bolão da empresa, como se estivessem cumprindo um mero dever. Minha sugestão? Reduzam as categorias! Está nítido que eles preferem bajular os atores do que reconhecer técnicos, dos quais muitos nem foram convidados.

Sobre o anúncio dos vencedores no intervalo, quando o ator Casey Affleck subiu ao palco, quebrou as pernas dos produtores do evento: “É engraçado pular o prêmio do roteiro assim porque nenhum de nós estaríamos aqui se não fosse o roteiro. Provavelmente, eles teriam discursos interessantes para falar.” Depois dessa, colocaria o prêmio de roteiro em primeiro lugar na próxima edição!

Com um visual Joaquin Phoenix-vou-me-aposentar, Casey Affleck posa com seu Critics' Choice (pic by REUTERS/Danny Moloshok)

Com um visual Joaquin Phoenix-vou-me-aposentar, Casey Affleck posa com seu Critics’ Choice por Manchester à Beira-Mar (pic by REUTERS/Danny Moloshok)

Não ajuda também o fato de convocarem T.J. Miller pra ser host. Aonde viram graça nesse rapaz? Talvez na série Sillicon Valley ele seja um pouco mais engraçado, mas como host (e pela segunda vez consecutiva!) foi apenas sorrisos amarelos. As piadas dele pareciam forçadas demais, como se ele precisasse apelar pro tom de voz ou figurino. Enfim, se o prêmio não tem personalidade, o que dirá do host…

Host pela segunda vez, T.J. Miller se esforça pra animar a platéia (pic by getty images)

Host pela segunda vez, T.J. Miller se esforça pra animar a platéia (pic by getty images)

Gostaria também de citar aqueles prêmios especiais concedidos na cerimônia. Viola Davis recebeu um prêmio novo chamado #SeeHer com perfil feminista. Apesar do discurso bonito em que a atriz enalteceu a busca pela própria identidade, considero um prêmio desnecessário e bem politicamente correto. Hoje em dia, os discursos de agradecimento já são assim; não precisamos de mais prêmios que demandem mais discussões quadradas. O que dizer então do prêmio Entertainment Weekly’s Entertainer of the Year para Ryan Reynolds? Tudo bem que é um prêmio patrocinado pela revista homônima, mas precisa? Daqui a pouco vão entregar o prêmio da revista People para o Homem Mais Sexy do Ano! E vale lembrar que tanto Viola Davis, quanto Reynolds, ganharam os prêmios pelos quais concorriam: Melhor Atriz Coadjuvante e Melhor Ator em Comédia, respectivamente.

Viola Davis posa com seu Critics' Choice de Coadjuvante por Fences (pic by Global Grind)

Viola Davis posa com seu Critics’ Choice de Coadjuvante por Fences (pic by Global Grind)

Quanto aos resultados, o grande vencedor da noite foi La La Land, que levou oito prêmios: Filme, Diretor, Roteiro Original, Fotografia, Montagem, Direção de Arte, Trilha Musical e Canção. Já esperava essa chuva de prêmios técnicos, mas confesso que fiquei meio surpreso com a vitória de Damien Chazelle como Diretor, e de Fotografia. Achei que ambos os prêmios iriam para o drama Moonlight, que vinha dividindo as atenções com a crítica. Mas o filme de Barry Jenkins saiu com os prêmios importantes de Ator Coadjuvante para Mahershala Ali, e de Elenco, que podem se repetir no SAG Awards.

Já o drama independente Manchester à Beira-Mar conquistou o prêmio de Roteiro Original, Ator para Casey Affleck e de Jovem Ator para Lucas Hedges. Embora estejam em alta com a crítica, são dois atores meio desconhecidos do grande público, fato que pode prejudicá-los na corrida ao Oscar.

E outro grande vencedor da noite foi Jackie, de Pablo Larraín. Além de ganhar como Melhor Maquiagem e Figurino, teve sua protagonista reconhecida como Melhor Atriz: Natalie Portman. Achava que o prêmio estaria entre Emma Stone e Isabelle Huppert, mas pelo visto, a atriz está no páreo para ganhar seu segundo Oscar.

Grávida do segundo filho, Natalie Portman usa uma espécie de poncho estampado ao receber o Critics' Choice Awards (pic by gotceleb.com)

Grávida do segundo filho, Natalie Portman usa uma espécie de poncho estampado ao receber o Critics’ Choice Awards (pic by gotceleb.com)

Do lado das comédias, eu gosto de Deadpool, mas ganhar como Melhor Comédia do Ano? Será? Tudo bem que a competição também não ajudava muito, mas… Engraçado que antes de revelar o vencedor, o apresentador lembrou que os últimos quatro vencedores da categoria foram indicados a Melhor Filme no Oscar. Não vejo Deadpool indicado a Filme pela Academia… talvez Maquiagem.

Com esse adiantamento da cerimônia para dezembro, não houve tempo hábil para projeção de possíveis candidatos ao Oscar como a ficção científica de Morten Tyldum, Passageiros, o novo filme da franquia Rogue One: Uma História Star Wars, e o ambicioso projeto de Martin Scorsese, Silêncio. Todos ficaram de fora da premiação… e aí a pergunta que fica é: haverá tempo para se recuperarem até o Oscar?

Nas categorias de televisão e mídia, embora Game of Thrones tenha vencido como Melhor Série Dramática, foi a minissérie contundente The People v. O.J. Simpson que acabou levando a maioria dos prêmios. O polêmico caso envolvendo o ex-ator e ex-jogador de futebol americano O.J. Simpson também protagoniza o documentário O.J.: Made in America, de Ezra Edelman, que está entre os favoritos ao Oscar da categoria.

VENCEDORES DO 22º CRITICS’ CHOICE AWARDS:

CINEMA

MELHOR FILME
La La Land: Cantando Estações

MELHOR ATOR
Casey Affleck (Manchester à Beira-Mar)

MELHOR ATRIZ
Natalie Portman (Jackie)

MELHOR ATOR COADJUVANTE
Mahershala Ali (Moonlight)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Viola Davis (Fences)

MELHOR ATOR OU ATRIZ JOVEM
Lucas Hedges (Manchester à Beira-Mar)

MELHOR ELENCO
Moonlight

MELHOR DIRETOR
Damien Chazelle (La La Land)

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL – Empate
Damien Chazelle (La La Land)
Kenneth Lonergan (Manchester à Beira-Mar)

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
Eric Heisserer (A Chegada)

MELHOR FOTOGRAFIA
Linus Sandgren (La La Land)

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
David Wasco, Sandy Reynolds-Wasco (La La Land)

MELHOR MONTAGEM
Tom Cross (La La Land)

MELHOR FIGURINO
Madeline Fontaine (Jackie)

MELHOR CABELO E MAQUIAGEM
Jackie

MELHORES EFEITOS VISUAIS
Mogli: O Menino Lobo

MELHOR LONGA DE ANIMAÇÃO
Zootopia

MELHOR FILME DE AÇÃO
Até o Último Homem

MELHOR ATOR EM FILME DE AÇÃO
Andrew Garfield (Até o Último Homem)

MELHOR ATRIZ EM FILME DE AÇÃO
Margot Robbie (Esquadrão Suicida)

MELHOR COMÉDIA
Deadpool

MELHOR ATOR EM COMÉDIA
Ryan Reynolds (Deadpool)

MELHOR ATRIZ EM COMÉDIA
Meryl Streep (Florence: Quem é Essa Mulher?)

MELHOR FICÇÃO CIENTÍFICA OU TERROR
A Chegada

MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
Elle, de Paul Verhoeven

MELHOR CANÇÃO
“City of Stars” (La La Land)

MELHOR TRILHA MUSICAL
Justin Hurwitz (La La Land)

TV

MELHOR SÉRIE – DRAMA
Game of Thrones

MELHOR ATOR – SÉRIE DRAMA
Bob Odenkirk (Better Call Saul)

MELHOR ATRIZ – SÉRIE DRAMA
Evan Rachel Wood (Westworld)

MELHOR ATOR COADJUVANTE – SÉRIE DRAMA
John Lithgow (The Crown)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE – SÉRIE DRAMA
Thandie Newton (Westworld)

MELHOR PERFORMANCE CONVIDADA EM SÉRIE DRAMA
Jeffrey Dean Morgan (The Walking Dead)

MELHOR SÉRIE DE COMÉDIA
Silicon Valley

MELHOR ATRIZ – SÉRIE COMÉDIA
Kate McKinnon (Saturday Night Live)

MELHOR ATOR – SÉRIE COMÉDIA
Donald Glover (Atlanta)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE – SÉRIE COMÉDIA
Jane Krakowski (Unbreakable Kimmy Schmidt)

MELHOR ATOR COADJUVANTE – SÉRIE COMÉDIA
Louie Anderson (Baskets)

MELHOR PERFORMANCE CONVIDADA EM SÉRIE COMÉDIA
Alec Baldwin (Saturday Night Live)

MELHOR SÉRIE ANIMADA
BoJack Horseman

MELHOR SÉRIE COMPETITIVA DE REALITY
The Voice

MELHOR SÉRIE DE REALITY ESTRUTURADA
Shark Tank 

MELHOR SÉRIE DE REALITY NÃO-ESTRUTURADA
Anthony Bourdain: Parts Unknown

MELHOR TALK SHOW
The Late Late Show with James Corden

MELHOR HOST DE REALITY
Anthony Bourdain – Anthony Bourdain: Parts Unknown

MELHOR FILME PARA TV OU MINISSÉRIE
The People v. O.J. Simpson

MELHOR ATOR EM FILME PARA TV OU MINISSÉRIE
Courtney B. Vance (The People v. O.J. Simpson)

MELHOR ATOR COADJUVANTE EM FILME PARA TV OU MINISSÉRIE
Sterling K. Brown (The People v. O.J. Simpson)

MELHOR ATRIZ EM FILME PARA TV OU MINISSÉRIE
Sarah Paulson (The People v. O.J. Simpson)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE EM FILME PARA TV OU MINISSÉRIE
Regina King (American Crime)

 

Com 4 prêmios, ‘Moonlight’ é o Melhor Filme segundo o LAFCA 2016

Mahershala Ali em cena de Moonlight, de Barry Jenkins (pic by moviepilot.de)

Mahershala Ali em cena de Moonlight, de Barry Jenkins (pic by moviepilot.de)

APÓS SER COADJUVANTE NAS PREMIAÇÕES ANTERIORES, MOONLIGHT CONQUISTA MELHOR FILME

É… a Associação de Críticos de Los Angeles resolveu dar uma chacoalhada e mudou a cara de muitas categorias. Por exemplo: Moonlight levava Melhor Diretor, Ator Coadjuvante, Fotografia, mas na hora de ganhar Melhor Filme, ora perdia para La La Land, ora para Manchester à Beira-Mar.

É difícil vermos quais críticos estão ousando mais ou apenas indo na onda sem conferir os filmes em si, mas independente dessa distribuição de prêmios entre essas três produções, o musical La La Land me parece um pouco à frente por se tratar de um musical vistoso e com atores inspirados. Por outro lado, Moonlight tem Barry Jenkins, que tem ganhado os prêmios de diretor, que costuma estar atrelado ao Melhor Filme.

Uma das poucas categorias que se mantiveram fiéis à artista foi Melhor Atriz, que novamente elegeu Isabelle Huppert. Depois de faturar o prêmio pelo círculo de críticos de Nova York, a francesa segue firme em busca de sua primeira indicação ao Oscar. Claro que ainda é cedo pra cravar alguma certeza, principalmente porque é difícil a Academia premiar atores estrangeiros falando seu próprio idioma no papel (as únicas atrizes que conseguiram esse feito foram Sophia Loren em 1962 e Marion Cotillard em 2008), e também porque o filme pelo qual ela deve concorrer, Elle, é uma produção francesa polêmica devido à reação da personagem dela pós-estupro.

Isabelle Huppert em cena de Elle, de Paul Verhoeven (photo by cine.gr)

Isabelle Huppert em cena de Elle, de Paul Verhoeven (photo by cine.gr)

Particularmente, considero sua interpretação a melhor que vi deste ano até o momento, e só citei essa polêmica porque o povo votante da Academia tem fama de careta e conservador. Enfim, Isabelle Huppert tem uma concorrência ferrenha pela frente, que praticamente está definida: Amy Adams (que levou o National Board of Review), Ruth Negga, Natalie Portman, Emma Stone e Annette Bening. A atriz Rebecca Hall ficou com o prêmio de 2º lugar no LAFCA pelo drama Christine, mas acho que ela morre na praia.

Ainda sobre os atores, os críticos de Los Angeles têm o excelente hábito de premiar interpretações estrangeiras. Além de Huppert como Atriz, elegeram o japonês Issei Ogata como 2º melhor coadjuvante pelo filme Silêncio, de Martin Scorsese. Como a categoria ainda não está bem definida, ele pode conseguir uma vaga indo na onda do #OscarSoWhite.

Cena do novo filme de Martin Scorsese, estrelado por Andrew Garfield (photo by cine.gr)

Issei Ogata (à direita) com Andrew Garfield em cena de Silêncio, de Martin Scorsese (photo by cine.gr)

E pra quem achava que apenas Casey Affleck venceria como Melhor Ator, eis que surge o primeiro grande prêmio para Adam Driver pelo drama Paterson, onde ele interpreta um motorista de ônibus que escreve poesia nas horas vagas. Vale lembrar que o ator também estrela o filme de Scorsese, além, claro, de ser o vilão Kylo Ren da nova franquia de Star Wars.

Adam Driver em Paterson, de Jim Jarmusch (pic by moviepilot.de)

Adam Driver em Paterson, de Jim Jarmusch (pic by moviepilot.de)

Achei interessante a premiação de dois filmes que estavam sendo esquecidos na temporada. O Lagosta, de grego Yorgos Lanthimos, que faturou o prêmio de roteiro, e a animação japonesa Your Name, que saiu vitoriosa de sua categoria, que vinha sendo dominada por Kubo e as Cordas Mágicas ou Zootopia.

Contudo, minha maior satisfação foi ver as duas vitórias do filme sul-coreano The Handmaiden como Melhor Filme em Língua Estrangeira e Melhor Design de Produção (Direção de Arte), que reconheceu a belíssima reconstrução dos anos 30 de uma Coréia invadida pelos japoneses. Infelizmente, o longa não foi selecionado por sua comissão para representar a Coréia. Parece que a presidente coreana Park Geun-hye andou dando uma de Michel Temer, e cortou a verba pra artistas que eram contra sua política (como é o cineasta Park Chan-wook) e selecionaram um filme mais convencional de ação, The Age of Shadows, para mandar ao Oscar. Ficaram de picuinha e perderam uma excelente oportunidade de conquistar a primeira indicação ao Oscar do país… uma pena. Pelo que andei lendo, a presidente deve renunciar em breve.

the-handmaiden-mit-min-hee-kim-und-jin-woong-jo

Cena do longa sul-coreano The Handmaiden, de Park Chan-wook (pic by moviepilot.de)

VENCEDORES DO LAFCA 2016:

MELHOR FILME: Moonlight
2º lugar: La La Land: Cantando Estações

MELHOR DIRETOR: Barry Jenkins (Moonlight)
2º lugar: Damien Chazelle (La La Land: Cantando Estações)

MELHOR ATOR: Adam Driver (Paterson)
2º Casey Affleck (Manchester à Beira-Mar)

MELHOR ATRIZ: Isabelle Huppert (Elle) (O Que Está por Vir)
2º lugar: Rebecca Hall (Christine)

MELHOR ATOR COADJUVANTE: Mahershala Ali (Moonlight)
2º lugar: Issei Ogata (Silêncio)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE: Lily Gladstone (Certain Women)
2º lugar: Michelle Williams (Manchester à Beira-Mar)

MELHOR ROTEIRO: Yorgos Lanthimos, Efthymis Filippou (O Lagosta)
2º lugar: Kenneth Lonergan (Manchester à Beira-Mar)

MELHOR FOTOGRAFIA: James Laxton (Moonlight)
2º lugar: Linus Sandgren (La La Land: Cantando Estações)

MELHOR MONTAGEM: Bret Granato, Maya Mumma, Ben Sozanski (O.J.: Made in America)
2º lugar: Tom Cross (La La Land: Cantando Estações)

MELHOR TRILHA MUSICAL: Justin Hurwitz, Benj Pasek, Justin Paul (La La Land: Cantando Estações)
2º lugar: Mica Levi (Jackie)

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE: Ryu Seong-Hee (The Handmaiden)
2º lugar: David Wasco (La La Land: Cantando Estações)

MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA: The Handmaiden, de Park Chan-Wook
2º lugar: Toni Erdmann, de Maren Ade

MELHOR LONGA DE ANIMAÇÃO: Your Name (Kimi no na wa), de Makoto Shinkai
2º lugar: The Red Turtle

MELHOR DOCUMENTÁRIO: I Am Not Your Negro
2º lugar: O.J.: Made in America

PRÊMIO DOUGLAS EDWARDS PARA FILME EXPERIMENTAL: The Illinois Parables, de Deborah Stratman

PRÊMIO NEW GENERATION: Trey Edwards Shults e Krisha Fairchild (Krisha)

PRÊMIO PELO CONJUNTO DA OBRA: Shirley MacLaine

Cena da animação Your Name, de

Cena da animação Your Name, de Makoto Shinkai (pic by moviepilot.de)

Com 12 indicações, o musical ‘La La Land’ lidera o Critics’ Choice Awards 2016

Cena do musical La La Land, de Damien Chazelle. Os atores Ryan Gosling e Emma Stone também fora indicados. (photo by moviepilot.de)

Cena do musical La La Land, de Damien Chazelle. Os atores Ryan Gosling e Emma Stone também fora indicados. (photo by moviepilot.de)

COMO AGUARDADO DESDE O FESTIVAL DE VENEZA E TORONTO, O NOVO FILME DE DAMIEN CHAZELLE ASSUME FAVORITISMO 

Antes de começar a falar sobre a premiação, gostaria de abrir um parênteses aqui. Vou ser sucinto: Que raios de traduções de títulos de filmes são esses de hoje em dia, hein? Pessoal das distribuidoras que trabalha com isso, pelamordedeus! Vamos usar um pouco o bom senso! Como um “Florence Foster Jenkins” vira um “Florence: Que Mulher é Essa?”?? Parece documentário de uma prostituta que teve um caso com o presidente e derrubou o governo! E “Hello, My Name is Doris” que virou “Doris, Redescobrindo o Amor”? Se querem manter o nome da personagem, coloquem pelo menos “Doris Redescobre o Amor”. Também tenho certa aversão aos subtítulos inúteis que teimam em aderir ao título (meu favorito de todos os tempos é do filme de David Cronenberg: “Spider – Desafie Sua Mente” – parece nome de um jogo de tabuleiro). Acho que nas últimas decádas, as distribuidoras brasileiras sempre estão em cima do muro: não querem traduzir o título todo (por medo ou por incapacidade), mas sempre subestimam o público colocando um subtítulo que mais se assemelha a um aposto. Esse ano (por enquanto – porque ainda devem vir mais pérolas!), meu eleito é “La La Land: Cantando Estações”. Seria alguma alusão ao clássico musical “Cantando na Chuva”? Na minha opinião, ou mantém apenas “La La Land” ou vira “La La Lândia”.

Enfim… deixa eu respirar aqui.

Bom, como tenho falado nos últimos anos, o Critics’ Choice Awards pra mim é a “Bolha Assassina”. Lembram daquele filme em que uma bolha gosmenta rosa vai engolindo tudo o que vê pela frente e devora uma cidade inteira? Pois então! Esse prêmio quer ser todos os prêmios em um só, porque engloba várias categorias distintas (são 27!!) e ainda oferece uma vaga a mais nas categorias principais. Procura acertar os indicados ao Oscar, mas não abre mão das estrelas hollywoodianas ao indicá-las nas categorias de ação como Chris Evans, Matt Damon e Scarlett Johansson, parecendo uma cópia genérica da bajulação do Globo de Ouro. Só continua “relevante” porque tem ótimas porcentagens de acerto em relação ao Oscar: acertou 4 dos últimos 5 Oscar de Melhor Filme, por exemplo.

Esta 22ª edição do Critics’ Choice tem o musical La La Land liderando com 12 indicações, incluindo nas categorias principais: Filme, Diretor (Damien Chazelle), Ator (Ryan Gosling) e Atriz (Emma Stone). Como se trata de um musical estilizado, a produção foi reconhecida em várias categorias técnicas como direção de arte, figurino e montagem. Desde que foi ovacionado nos festivais de Toronto e de Veneza, o novo trabalho de Chazelle, que ficou conhecido pelo ótimo Whiplash: Em Busca da Perfeição, passa a carregar a tocha do favoritismo da temporada.

Logo atrás, a ficção científica A Chegada e o drama Moonlight receberam 10 indicações cada. Enquanto o primeiro vem sendo reconhecido como o “Interestelar que deu certo” pela suas teorias de universo sem ser tão cabeçudo e explicativo como o filme de Christopher Nolan, o segundo tem ganhado glórias por sua visão do crescimento do personagem central em meio à questões raciais, sexuais e familiares.

Cena de primeiro contato em A Chegada, com Amy Adams. 10 indicações para filme de Denis Villeneuve. Photo by moviepilot.de

Cena de primeiro contato em A Chegada, com Amy Adams. 10 indicações para filme de Denis Villeneuve. Photo by moviepilot.de

Dentre os filmes mais bem cotados que ficaram de fora, o mais prejudicado foi Silêncio, novo filme de Martin Scorsese. Como não acredito que o filme seja tão ruim a ponto de não levar nenhuma indicação sequer, a estratégia de lançamento em cima da hora da Paramount Pictures deve ter sido a causa. Não que a ausência de Silêncio no Critics’ Choice vá abalar sua campanha promissora, mas foi uma bola fora. Também no mesmo barco está o filme Rogue One: Uma História Star Wars. Parece que não ficou pronto a tempo da exibição para os críticos.

Por outro lado, o filme de guerra Até o Último Homem foi muito bem reconhecido, com indicações para Melhor Filme, Diretor (Mel Gibson) e Ator (Andrew Garfield). Pode significar um retorno para Gibson, que vem amargando um ostracismo desde suas declarações e filme Paixão de Cristo anti-semitas. Ele ganhou o Oscar de Filme e Diretor pelo épico Coração Valente lá no longíquo ano de 1996.

Andrew Garfield protagoniza Até o Último Homem, novo trabalho de Mel Gibson na direção (photo by moviepilot.de)

Andrew Garfield protagoniza Até o Último Homem, novo trabalho de Mel Gibson na direção (photo by moviepilot.de)

O MELHOR NO CALENDÁRIO TAMBÉM

Normalmente, as cerimônias de premiação ocorrem um mês depois do anúncio dos indicados, mas o Critics’ Choice quer se achar o prêmio inovador, e resolveu fazer a entregas das estatuetas UMA semana depois. Isso mesmo, sete dias depois das indicações! Aí você pergunta: “Por que tanta pressa assim?”. Como o calendário de premiações é altamente disputado, o Critics’ Choice está com receio de ficar ali esquecido até janeiro, e acredito que queiram se gabar sendo “o primeiro grande prêmio de cinema” a revelar seus vencedores.

Quer saber? Gostaria que quase ninguém fosse pra essa cerimônia, assim eles caem na real de que as coisas não funcionam assim à bel-prazer. Vale lembrar aqui que a cerimônia de janeiro deste ano houve muitas ausências importantes como Mark Ruffalo, Michael Keaton, Brie Larson, Tom Hardy, Charlize Theron e Leonardo DiCaprio.

A cerimônia tem previsão para o próximo dia 11, domingo, por volta das 23h, horário de Brasília, pelo canal pago A&E (provavelmente na TNT aqui no Brasil).

ALTOS E BAIXOS DO CRITICS’ CHOICE

Obviamente, ter um alto número de categorias e indicações ajuda a reconhecer aqueles filmes bons que não acham lugar nenhum em premiações, principalmente por se tratarem de gêneros subvalorizados como ficção científica, terror e comédia.

Dessa leva muito bem reconhecida incluo:

  1. Deadpool
    Filme de Ação, Ator em Filme de Ação (Ryan Reynolds), Comédia, Ator em Comédia (Ryan Reynolds)
    Apesar da saturação de filmes de super-heróis, a adaptação de Deadpool conseguiu apresentar muita criatividade com a metalinguagem atípica (muito se deve ao próprio quadrinho), bom ritmo e ótima química entre os atores. E foi recompensado nas bilheterias por sua ousadia de elevar sua classificação etária. Tudo bem que foi um pouco exagerado sua dupla indicação como Comédia e Ação, mas…
Ryan Reynolds na pele deformada de Deadpool (pic by moviepilot.de)

Ryan Reynolds na pele deformada de Deadpool (pic by moviepilot.de)

2. Dois Caras Legais

Comédia, Ator em Comédia (Ryan Gosling)
O novo trabalho do diretor Shane Black foi uma grata surpresa, tem seus méritos como roteiro e a direção de arte dos anos 70, mas por se tratar de um filme despretensioso, era difícil premiá-lo. Provavelmente não vai ganhar nada, mas merecidamente estará na festa.

3. Florence: Quem é Essa Mulher?
Comédia, Ator em Comédia (Hugh Grant), Atriz em Comédia (Meryl Streep)
Está comédia sobre uma figura real que foi considerada a pior cantora de todos os tempos tem conquistado boas críticas, mas não chega com força para cravar indicações ao Oscar. Talvez exceto por Meryl Streep e o figurino. Como a atriz não foi indicada na categoria principal, pelo menos tem o favoritismo da categoria de comédia.

4. Rua Cloverfield, 10
Ficção Científica/Terror
Esse foi um das melhores surpresas do ano, mas como é modesto, também ficou difícil reconhecer em premiações. Mas esta pequena gema do cinema sci-fi tem muitos méritos, principalmente porque soube contar umas história simples, com baixo orçamento e com um ótimo clima de tensão do início ao fim. Os atores Mary Elizabeth Winstead e John Goodman mereciam indicações, mas o Critics’ Choice Awards não tem categorias de Atores em Terror/Sci-Fi… ainda.

Mary Elisabeth Winstead em cativeiro com John Goodman em Rua Cloberfield, 10, de Dan Trachtenberg (pic by cine.gr)

Mary Elizabeth Winstead em cativeiro com John Goodman em Rua Cloberfield, 10, de Dan Trachtenberg (pic by cine.gr)

5. Capitão Fantástico
Ator em Comédia (Viggo Mortensen)
Este pequeno filme foi uma das maiores surpresas do cinema independente americano de 2016. Mortensen interpreta um pai que cuida de seis crianças numa floresta até que precisa abandonar seu paraíso para adentrar o verdadeiro mundo. Houve inúmeras críticas positivas, principalmente pelo casting do elenco infantil.

E o lado negativo da Bolha Assassina:

1. Batman vs Superman: A Origem da Justiça
Atriz em Ação (Gal Gadot)
Não me interpretem mal. Acho Gal Gadot muito linda. Mas o que ela fez nesse crossover de Batman e Superman? A personagem dela, que é totalmente dispensável na trama, não tem profundidade alguma. Nem se fosse uma boa atriz nesse papel sairia algo notável.

A bela Gal Gadot em cena de Batman vs Superman. Beleza faz uma boa interpretação? Pic by moviepilot.de

A bela Gal Gadot em cena de Batman vs Superman. Beleza faz uma boa interpretação? Pic by moviepilot.de

2. Esquadrão Suicida
Atriz em Comédia (Margot Robbie)
Tudo bem que a concorrência nesta categoria parece ter sido apenas para preencher cota, mas nem Margot Robbie salva um filme tão medíocre como Esquadrão Suicida. Ela tem os looks da personagem Harlequina, mas é apenas o superficial. Provavelmente este será o prêmio mais fácil que Meryl Streep vai levar.

3. Um Espião e Meio
Comédia, Ator em Comédia
Deve ter gente que ama essas comédias estereotipadas, mas acho que o Critics’ Choice podia ter caprichado mais nessa escolha. Por que não incluir o último filme de Woody Allen, Café Society? Ou o humor negro de Swiss Army Man?

Indicados ao 22º Critics’ Choice Awards:

MELHOR FILME
A Chegada (Arrival)
Fences
Até o Último Homem (Hacksaw Ridge)
A Qualquer Custo (Hell or High Water)
La La Land: Cantando Estações (La La Land)
Lion
Loving
Manchester à Beira-Mar (Manchester by the Sea)
Moonlight
Sully: O Herói do Rio Hudson (Sully)

MELHOR DIRETOR
Damien Chazelle (La La Land: Cantando Estações)
Mel Gibson (Até o Último Homem)
Barry Jenkins (Moonlight)
Kenneth Lonergan (Manchester à Beira-Mar)
David Mackenzie (A Qualquer Custo)
Denis Villeneuve (A Chegada)
Denzel Washington (Fences)

MELHOR ATOR
Casey Affleck (Manchester à Beira-Mar)
Joel Edgerton (Loving)
Andrew Garfield (Até o Último Homem)
Ryan Gosling (La La Land: Cantando Estações)
Tom Hanks (Sully: O Herói do Rio Hudson)
Denzel Washington (Fences)

MELHOR ATRIZ
Amy Adams (A Chegada)
Annette Bening (20th Century Women)
Isabelle Huppert (Elle)
Ruth Negga (Loving)
Natalie Portman (Jackie)
Emma Stone (La La Land: Cantando Estações)

MELHOR ATOR COADJUVANTE
Mahershala Ali (Moonlight)
Jeff Bridges (A Qualquer Custo)
Ben Foster (A Qualquer Custo)
Lucas Hedges (Manchester à Beira-Mar)
Dev Patel (Lion)
Michael Shannon (Animais Noturnos)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Viola Davis (Fences)
Greta Gerwig (20th Century Women)
Naomie Harris (Moonlight)
Nicole Kidman (Lion)
Janelle Monáe  (Estrelas Além do Tempo)
Michelle Williams (Manchester à Beira-Mar)

MELHOR JOVEM ATOR/ATRIZ
Lucas Hedges (Manchester à Beira-Mar)
Alex R. Hibbert (Moonlight)
Lewis MacDougall (Sete Minutos Depois da Meia-Noite)
Madina Nalwanga (Rainha de Katwe)
Sunny Pawar ( Lion)
Hailee Steinfeld (The Edge of Seventeen)

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
Luke Davies (Lion)
Tom Ford (Animais Noturnos)
Eric Heisserer (A Chegada)
Todd Komarnicki (Sully: O Herói do Rio Hudson)
Allison Schroeder, Theodore Melfi (Estrelas Além do Tempo)
August Wilson (Fences)

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
Damien Chazelle (La La Land: Cantando Estações)
Barry Jenkins (Moonlight)
Yorgos Lanthimos/Efthimis Filippou (O Lagosta)
Kenneth Lonergan (Manchester à Beira-Mar)
Jeff Nichols (Loving)
Taylor Sheridan (A Qualquer Custo)

MELHOR FOTOGRAFIA
Bradford Young (A Chegada)
Stéphane Fontaine (Jackie)
Linus Sandgren (La La Land: Cantando Estações)
James Laxton (Moonlight)
Seamus McGarvey (Animais Noturnos)

MELHOR FIGURINO
Joanna Johnston (Aliados)
Colleen Atwood (Animais Fantásticos e Onde Habitam)
Consolata Boyle (Florence: Quem é Essa Mulher?)
Madeline Fontaine (Jackie)
Mary Zophres (La La Land: Cantando Estações)
Eimer Ni Mhaoldomhnaigh (Amor & Amizade)

MELHOR MONTAGEM
Joe Walker (A Chegada)
John Gilbert (Até o Último Homem)
Tom Cross (La La Land: Cantando Estações)
Nat Sanders, Joi McMillon (Moonlight)
Blu Murray (Sully: O Herói do Rio Hudson)

MELHOR CABELO E MAQUIAGEM
Doutor Estranho
Animais Fantásticos e Onde Habitam
Até o Último Homem
Jackie
Star Trek: Sem Fronteiras

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
Patrice Vermette; Paul Hotte, André Valade (A Chegada)
Stuart Craig; James Hambidge, Anna Pinnock (Animais Fantásticos e Onde Habitam)
Jean Rabasse; Véronique Melery (Jackie)
David Wasco; Sandy Reynolds-Wasco (La La Land: Cantando Estações)
Jess Gonchor; Nancy Haigh (A Lei da Noite)

MELHOR TRILHA MUSICAL
Jóhann Jóhannsson (A Chegada)
Mica Levi (Jackie)
Justin Hurwitz (La La Land: Cantando Estações)
Nicholas Britell (Moonlight)
Dustin O’Halloran, Hauschka (Lion)

MELHOR CANÇÃO
“Audition (The Fools Who Dream)” (La La Land: Cantando Estações)
“City of Stars” (La La Land: Cantando Estações)
“How Far I’ll Go” (Moana – Um Mar de Aventuras)
“Can’t Stop the Feeling!” (Trolls)
“The Rules Don’t Apply” (Rules Don’t Apply)
“Drive It Like You Stole It” (Sing Street)

MELHORES EFEITOS VISUAIS
A Chegada
Doutor Estranho
Animais Fantásticos e Onde Habitam
Mogli, o Menino Lobo
Sete Minutos Depois da Meia-Noite

MELHOR LONGA DE ANIMAÇÃO
Procurando Dory
Kubo e as Cordas Mágicas
Moana – Um Mar de Aventuras
The Red Turtle
Trolls
Zootopia

MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
Elle
The Handmaiden
Julieta
Neruda
O Apartamento
Toni Erdmann

MELHOR ELENCO
Fences
A Qualquer Custo
Estrelas Além do Tempo
Manchester À Beira-Mar
Moonlight
20th Century Women

MELHOR FILME DE AÇÃO
Capitão América: Guerra Civil
Deadpool
Doutor Estranho
Até o Último Homem
Jason Bourne

MELHOR ATOR EM FILME DE AÇÃO
Benedict Cumberbatch (Doutor Estranho)
Matt Damon (Jason Bourne)
Chris Evans (Capitão América: Guerra Civil)
Andrew Garfield (Até o Último Homem)
Ryan Reynolds (Deadpool)

MELHOR ATRIZ EM FILME DE AÇÃO
Gal Gadot (Batman vs Superman: A Origem da Justiça)
Scarlett Johansson (Capitão América: Guerra Civil)
Margot Robbie (Esquadrão Suicida)
Tilda Swinton (Doutor Estranho)

MELHOR COMÉDIA
Um Espião e Meio
Deadpool
Don’t Think Twice
The Edge of Seventeen
Ave, César!
Dois Caras Legais

MELHOR ATOR EM COMÉDIA
Ryan Gosling (Dois Caras Legais)
Hugh Grant (Florence: Quem é Essa Mulher?)
Dwayne Johnson (Um Espião e Meio)
Viggo Mortensen (Capitão Fantástico)
Ryan Reynolds (Deadpool)

MELHOR ATRIZ EM COMÉDIA
Kate Beckinsale (Amor & Amizade)
Sally Field (Doris, Redescobrindo o Amor)
Kate McKinnon (Caça-Fantasmas)
Hailee Steinfeld (The Edge of Seventeen)
Meryl Streep (Florence: Quem é Essa Mulher?)

MELHOR FILME DE FICÇÃO CIENTÍFICA/TERROR
A Chegada
Doutor Estranho
O Homem nas Trevas
Star Trek: Sem Fronteiras
Rua Cloverfield, 10
A Bruxa

***

A cerimônia do 22º Critics’ Choice Awards acontece dia 11 de dezembro.

PREVISÕES OSCAR 2017! Uma breve espiada nos candidatos

DEPOIS DE POLÊMICAS RACIAIS, OSCAR 2017 PROMETE RESULTADOS MAIS DIVERSIFICADOS

É complicado prever quais filmes serão indicados ao Oscar. Como não disponho de uma bola de cristal, e não tenho credencial de jornalista estrangeiro pra cobrir os festivais internacionais, baseio-me em algumas pistas que costumam render boa porcentagem de acerto. Uma delas é dar aquela olhada básica nas produções que estiveram presentes nos festivais de Veneza (Itália), Toronto (Canadá) e Telluride (EUA), já que todos têm sido pólos artísticos que selecionam futuros vencedores do Oscar nos últimos anos. Só pra citar alguns que seguiram esse tour e saíram vitoriosos no Oscar: Gravidade, Birdman, 12 Anos de Escravidão, O Discurso do Rei e Quem Quer Ser um Milionário?. As produções que passaram por esses festivais já têm meio caminho andado.

Em segundo lugar, estar atento ao histórico dos artistas. Não é porque o novo filme de Steven Spielberg não participou de festivais que vai ficar de fora do burburinho da Academia. Foi assim com Ponte dos Espiões: estreou em outubro de 2015 sem grande alarde e acabou indicado a Melhor Filme e levou a estatueta de Ator Coadjuvante para Mark Rylance. Então, o pensamento é o seguinte: “Tem filme novo de Spielberg, Ang Lee, David O. Russell ou Clint Eastwood? Bota na roda!”. O mesmo vale para atores, que vivem aceitando desafios e chamando a atenção dos votantes da Academia como Christian Bale e obviamente, Meryl Streep, que aliás, pode conquistar sua 20ª indicação: mais um marco histórico!

Meryl Streep como Florence Foster Jenkins (photo by cine.gr)

Meryl Streep como Florence Foster Jenkins (photo by cine.gr)

E neste ano, temos um fator que pode e deve ser determinante nas indicações e vencedores: a polêmica do #OscarSoWhite. Pra quem estava em outro planeta, 2016 foi o segundo ano consecutivo em que todas as 20 vagas nas categorias de atuação foram preenchidas por atores caucasianos. Isso acabou causando protestos e levantando questões raciais na indústria cinematográfica, o que fez com que a presidente da Academia, Cheryl Boone Isaacs, convidasse artistas negros e de outras etnias como membros com o intuito de dar resultados imediatos na votação. Portanto, as produções de temática racial devem figurar nas listas de previsões e conquistar indicações, inclusive de atores negros como Viola Davis e Denzel Washington.

Ao longo das categorias (veja lista abaixo), você perceberá que nomes de profissionais negros estão em quantidade maior do que a habitual. Como não tivemos a oportunidade de conferir os trabalhos, não podemos acusar ou defender a existência de uma possível retaliação perante o “racismo” dos últimos dois anos. Como já lancei aqui em posts anteriores, teremos um ano bem politicamente correto, e isso deve prejudicar a imagem dos indicados e vencedores, levantando a questão: “Estou ganhando por méritos ou por ser negro?”.

Naomie Harris em Moonlight. Ela pode concorrer como coadjuvante (photo by variety.com)

Naomie Harris em Moonlight. Ela pode concorrer como coadjuvante (photo by variety.com)

Sou contra cotas raciais em quaisquer áreas por esse motivo. A cota julga o beneficiado como incapaz de obter sucesso pelo próprio esforço. E nas Artes, não dá pra obrigar um reconhecimento artístico. Essa atitude será bastante injusta para esses atores negros reconhecidos, pois, por mais que mereçam, correrão sério risco de serem vistos como uma mera resposta à polêmica. E depois? Teremos a revolta dos asiáticos, latinos e índios? Quem sabe uma vaga por raça e religião pra agradar gregos e troianos?

Justamente devido à essa “falta de diversidade”, um dos filmes mais bem cotados se tornou automaticamente o drama independente O Nascimento de uma Nação (The Birth of a Nation), já que se trata de uma rebelião de escravos nos EUA. O filme estreou no festival de Sundance em fevereiro, e era até então, o candidato com maior potencial de Oscar. Contudo, a campanha descambelou quando a mídia descobriu que uma jovem, que cometeu suicídio em 2012, teria sido abusada pelo diretor e ator Nate Parker em 1999. Embora tenha sido absolvido na época, a morte da vítima reacendeu o escândalo e tem prejudicado bastante a carreira de Parker e seu filme. A bilheteria de 12 milhões de dólares nos EUA sequer pagou o investimento de 20 milhões que a Fox Searchlight pagou. Por mais que Parker seja indicado e premiado na temporada, sua glória está seriamente ameaçada devido à reação do público e dos demais artistas.

No centro, Nate Parker, o diretor e ator que protagoniza O Nascimento de uma Nação (photo by cine.gr)

No centro, Nate Parker, o diretor e ator que protagoniza O Nascimento de uma Nação (photo by cine.gr)

Claro que a Academia premiou e ainda premia acusados de crimes sexuais como Roman Polanski e Woody Allen, mas como se trata de algo tão recente, tenho minhas dúvidas da participação do filme na temporada. Pude conferir O Nascimento de uma Nação recentemente na 40ª Mostra de Cinema de SP, e particularmente, considero um filme convencional com uma narrativa simples que busca a todo momento estar à altura de seu tema, mas que só consegue oferecer elementos chavões como câmera lenta e trilha musical que busca catarse no público. O recém-oscarizado 12 Anos de Escravidão é muito mais filme se formos comparar pela temática escravista.

Ainda sobre questões raciais, o filme Loving pode ser uma ótima alternativa no Oscar. Indicado à Palma de Ouro, este novo trabalho do diretor Jeff Nichols, apresenta a história verídica de um homem branco que casou com uma mulher negra na Viriginia racista dos anos 50. O amor que ultrapassa barreiras raciais deve chegar ao tapete vermelho, pelo menos através de seus atores Joel Edgerton e Ruth Negga.

Quando o casamento interracial é caso de polícia em Loving: Joel Edgerton e Ruth Negga são coagidos por policiais (photo by cine.gr)

Quando o casamento interracial é caso de polícia em Loving: Joel Edgerton e Ruth Negga são coagidos por policiais (photo by cine.gr)

E ainda nesse contexto, também vale citar o drama racial Fences, baseado numa peça de sucesso da Broadway de 1987. A história de um pai de família, ex-jogador de beisebol, que trabalha como lixeiro na década de 50 racista da Pensilvânia para sustentar sua família foi renovada como peça teatral em 2010 pela mesma equipe do filme, com Denzel Washington dirigindo, e estrelando ao lado de Viola Davis. Muitos já consideram certas as indicações para ator e atriz (ou atriz coadjuvante).

Parceria de sucesso entre Denzel Washington e Viola Davis pode resultar em Oscar para Fences (photo by cine.gr)

Parceria de sucesso entre Denzel Washington e Viola Davis pode resultar em Oscar para Fences (photo by cine.gr)

Aliás, os temas são fatores de desequilíbrio quando se trata de candidatos ao Oscar de Melhor Filme. Filmes de guerra como Até o Último Homem (Hacksaw Ridge) tem como protagonista um soldado médico que foi à guerra sem armas por não acreditar na violência, trazendo uma mensagem anti-bélica que pode resgatar o diretor Mel Gibson de seu ostracismo depois de suas declarações anti-semitas.

Cena de Até o Último Homem, dirigido por Mel Gibson. À direita, o protagonista Andrew Garfield, e à esquerda, Vince Vaughn (photo by cine.gr)

Cena de Até o Último Homem, dirigido por Mel Gibson. À direita, o protagonista Andrew Garfield, e à esquerda, Vince Vaughn (photo by cine.gr)

O drama histórico de Martin Scorsese, Silêncio, também tem boas chances por se tratar de um drama histórico de dois padres jesuítas no Japão do século XVII. Além de contar com destaques técnicos como Direção de Arte, Figurino e Fotografia, e o próprio prestígio de Scorsese, o filme tem parte do elenco japonês, o que pode ajudar na questão da “diversidade racial” da Academia.

Cena do novo filme de Martin Scorsese, estrelado por Andrew Garfield (photo by cine.gr)

Cena do novo filme de Martin Scorsese, estrelado por Andrew Garfield (photo by cine.gr)

Claro que a temporada está apenas começando, mas até o momento, boa parte da crítica acredita que o novo filme de Ang Lee tem as melhores chances. A Longa Caminhada de Billy Lynn tem elementos típicos da filmografia do diretor, como a entrega do protagonismo para um ator desconhecido (no caso, Joe Alwyn), e uma grande história: o soldado Billy volta do Iraque para um tour de vitória pelos EUA, intercalando com flashbacks do que realmente aconteceu na guerra. Esse tema era muito bem explorado pelo diretor Oliver Stone (que ganhou dois Oscars por filmes anti-bélicos Platoon e Nascido em 4 de Julho), e costuma agradar a Academia por expôr as entranhas da guerra e sua forte conexão com os EUA.

Cena de comemorações em A Longa Caminhada de Billy Lynn, de Ang Lee (photo by cine.gr)

Cena de comemorações em A Longa Caminhada de Billy Lynn, de Ang Lee (photo by cine.gr)

Não sei quais as reais chances de vitória como Melhor Filme, mas dois candidatos prometem fazer barulho nesta temporada: o drama tenso Animais Noturnos e o musical La La Land: Cantando Estações (pois é, queria esganar quem inventou esse subtítulo escroto!). Curiosamente, ambos saíram premiados no último festival de Veneza e participaram do festival de Toronto. Animais Noturnos é nada mais, nada menos do que o segundo longa do conhecido estilista Tom Ford, que dirigiu o belo Direito de Amar, com atuação soberba de Colin Firth. Depois que conferi o filme na Mostra, foi a obra que mais fiquei pensando por dias, pois tem sequências bem tensas e uma direção com personalidade. Particularmente, não acredito que seja material para Oscar porque tem a coisa da violência e do sexo (vide o fracasso de Os Suspeitos, de Denis Villeneuve no Oscar), e não há um ator que eu possa garantir que receberá uma indicação ao Oscar, mesmo que Aaron Taylor-Johnson e Laura Linney estejam bem, então restaria uma bastante justa indicação para Ford na direção.

Jake Gyllenhaal em cena de Animais Noturnos, segundo filme sob a direção de Tom Ford (photo by cine.gr)

Jake Gyllenhaal em cena de Animais Noturnos, segundo filme sob a direção de Tom Ford (photo by cine.gr)

La La Land já gerou burburinho a partir de seu trailer todo bonito e colorido. É o tipo de trabalho que, por pior que seja sua história, vale a pena ver pelo apuro visual. Mas como fã de Damien Chazelle e seu Whiplash: Em Busca da Perfeição, aposto num musical bem escrito e com ótima montagem. Aliás, além da montagem, a fotografia e a direção são categorias praticamente garantidas no Oscar, assim como a segunda indicação para Emma Stone, que já faturou o prêmio Volpi Cup de Atriz em Veneza e deve conquistar o Globo de Ouro de Atriz – Comédia ou Musical.

Coreografia do musical de Damien Chazelle, La La Land, com Ryan Gosling e Emma Stone (photo by cine.gr)

Coreografia do musical de Damien Chazelle, La La Land, com Ryan Gosling e Emma Stone (photo by cine.gr)

Manchester à Beira-Mar foi o drama que mais reviews positivos recebeu até o momento. Dirigido pelo sempre competente Kenneth Lonnergan, o filme praticamente garante as indicações de Casey Affleck como Ator, e Michelle Williams como Atriz Coadjuvante, além de uma possível para o novato Lucas Hedges como Coadjuvante. A história gira em torno de um tio que precisa cuidar de seu sobrinho após a morte do pai. Dependendo de como vai se sair nos prêmios da crítica como LAFCA e NYFCC, pode surgir como forte candidato a Melhor Filme.

Segundo críticos, Casey Affleck entrega a performance de sua vida em Manchester à Beira-Mar (photo by moviepilot.de)

Segundo críticos, Casey Affleck entrega a performance de sua vida em Manchester à Beira-Mar (photo by moviepilot.de)

Enfim, sem mais delongas, seguem minhas apostas para o momento. Assinalei aqueles que acredito que convertem seu favoritismo em indicação na cor laranja. Lembrando que de novembro até fevereiro, muita coisa pode mudar de acordo com as premiações anteriores ao Oscar, as bilheterias de cada filme, e até mesmo declarações polêmicas que podem ruir toda uma campanha.

MELHOR FILME

  • A Chegada (Arrival)
  • A Longa Caminhada de Billy Lynn (Billy Lynn’s Long Halftime Walk)
  • O Nascimento de uma Nação (The Birth of a Nation)
  • Fences
  • Até o Último Homem (Hacksaw Ridge)
  • Hell or High Water
  • Estrelas Além do Tempo (Hidden Figures)
  • Jackie
  • La La Land: Cantando Estações (La La Land)
  • A Luz Entre Oceanos (The Light Between Oceans)
  • Lion
  • Loving
  • Manchester à Beia-Mar (Manchester by the Sea)
  • Moonlight
  • Animais Noturnos (Nocturnal Animals)
  • Silêncio (Silence)
  • Sully: O Herói do Rio Hudson (Sully)
  • 20th Century Women

Talvez seja a categoria mais complicada de adivinhar, afinal, temos que levar em consideração todas as demais categorias que podem resultar em maior número de estatuetas ganhas. E, claro, a história do filme conta muuuuito. Vejam a vitória de Spotlight nesse ano! Conseguiu ganhar apenas mais um Oscar além de Melhor Filme devido ao peso de sua história verídica.

A Academia adora histórias edificantes, com redenções e humanismo. Nesse quesito, os já citados A Longa Caminhada de Billy Lynn, Até o Último Homem e Fences saem na frente. Também incluiria Estrelas Além do Tempo, que envolve um pequeno grupo de mulheres negras que foi essencial através de seus conhecimentos matemáticos na corrida espacial da NASA contra a Rússia; e o novo filme de Clint Eastwood, Sully: O Herói do Rio Hudson, pela trajetória verídica do piloto de aeronave que pousou o avião no rio para salvar seus passageiros e tripulação. Sim, lembra um pouco o filme O Vôo com Denzel Washington, mas Eastwood e Tom Hanks costumam ter mais prestígio no Oscar.

Particularmente, acredito bastante numa vitória de La La Land. Embora o gênero musical tenha perdido aquela onda dos anos 50 e 60, a Academia nunca deixou de amá-lo. Premiou Moulin Rouge – Amor em Vermelho com dois Oscars em 2001, Chicago como Melhor Filme em 2003, e mais recentemente Os Miseráveis com duas estatuetas. E este novo trabalho de Damien Chazelle, diretor de Whiplash: Em Busca da Perfeição, vem arrancando muitos aplausos desde sua estréia em Veneza e Toronto. Alguns, inclusive, já defendem a vitória incontestável de Emma Stone como atriz. Será?

DIRETOR

  • Ben Affleck (A Lei da Noite)
  • Warren Beatty (Rules Don’t Apply)
  • Damien Chazelle (La La Land)
  • Garth Davis (Lion)
  • Clint Eastwood (Sully: O Herói do Rio Hudson)
  • Tom Ford (Animais Noturnos)
  • Stephen Frears (Florence: Quem é Essa Mulher?)
  • Mel Gibson (Até o Último Homem)
  • Barry Jenkins (Moonlight)
  • Pablo Larraín (Jackie)
  • Ang Lee (A Longa Caminhada de Billy Lynn)
  • Kenneth Lonnergan (Manchester à Beira-Mar)
  • Mike Mills (20th Century Women)
  • Jeff Nichols (Loving)
  • Martin Scorsese (Silêncio)
  • Oliver Stone (Snowden)
  • Morten Tyldum (Passageiros)
  • Denis Villeneuve (A Chegada)
  • Denzel Washington (Fences)

Mesmo sem sequer ter lançado o trailer de Silêncio, Martin Scorsese já está em todas as listas do Oscar 2017 por causa de sua reputação. Aliás, considero Scorsese um caso raríssimo em que a estatueta do Oscar lhe rendeu muito mais maturidade e sabedoria na escolha de projetos. Pra mim, O Lobo de Wall Street e A Invenção de Hugo Cabret, que vieram depois do premiado Os Infiltrados, são ótimos filmes e com ousadia de linguagem. Portanto, vou com os especialistas e incluir seu nome como certo.

Damien Chazelle em set de La La Land: Cantando Estações (photo by lionsgatepublicity.com)

Damien Chazelle em set de La La Land: Cantando Estações (photo by lionsgatepublicity.com)

Em seguida, por mais jovem que seja, Damien Chazelle já merecia ter sido indicado ao Oscar de Diretor em 2015 por Whiplash, dessa forma, acredito que seja natural sua indicação nesta categoria por La La Land. Ele tem um forte apuro técnico na fotografia e na montagem, além de ser um ótimo roteirista, que busca algo inovador (quem não curtiu aquele final de Whiplash?), o que deve lhe garantir vaga na final.

Vencedor de 2 Oscars de Diretor, o taiwanês Ang Lee é aquele profissional competente que sempre tem algo de novo pra mostrar. É um dos raros diretores que consegue mudar de gênero sem perder sua capacidade de contar bem uma história. Por mais que ache difícil ele ganhar o terceiro Oscar, não deve ter dificuldade de figurar entre os cinco indicados.

Por mais que esteja pegando carona na polêmica do #OscarSoWhite, o trabalho de direção de Denzel Washington em Fences tem sido bastante elogiado.

ATOR

  • Casey Affleck (Manchester à Beira-Mar)
  • Don Cheadle (Miles Ahead)
  • Robert De Niro (The Comedian)
  • Joel Edgerton (Loving)
  • Michael Fassbender (A Luz Entre Oceanos)
  • Andrew Garfield (Até o Último Homem) (Silêncio)
  • Joseph Gordon-Levitt (Snowden)
  • Ryan Gosling (La La Land)
  • Jake Gyllenhaal (Animais Noturnos)
  • Tom Hanks (Sully)
  • Ethan Hawke (Born to be Blue)
  • Michael Keaton (Fome de Poder)
  • Matthew McConaughey (Ouro e Cobiça)
  • Viggo Mortensen (Capitão Fantástico)
  • Nate Parker (O Nascimento de uma Nação)
  • Will Smith (Beleza Oculta)
  • Miles Teller (Bleed for This)
  • Denzel Washington (Fences)

De acordo com os sites de apostas, os únicos “garantidos” na categoria até o momento são Casey Affleck e Denzel Washington. Ambos tiveram suas performances muito bem elogiadas e seriam muito improváveis suas ausências no tapete vermelho. Se confirmadas as previsões, seria a segunda indicação de Affleck (a primeira como ator principal), e a sétima indicação de Washington, que pode levar seu terceiro Oscar depois de Coadjuvante por Tempo de Glória (1989) e Ator por Dia de Treinamento (2001).

À direita, Casey Affleck contracena com Kyle Chandler em cena de Manchester à Beira-Mar (photo by moviepilot.de)

À direita, Casey Affleck contracena com Kyle Chandler em cena de Manchester à Beira-Mar (photo by moviepilot.de)

Quase garantido também está Joel Edgerton. Este ator australiano que já participou de grandes produções hollywoodianas como O Grande Gatsby (2013) e Êxodo: Deuses e Reis (2014), vem chamando atenção em papéis mais discretos como em Guerreiro (2011), Aliança do Crime (2015) e O Presente (2015), que também dirigiu. No papel verídico de Richard em Loving, arrancou aplausos em Cannes. Se o filme receber indicações para Filme e Roteiro, suas chances de vitória aumentam bastante.

Existem dois atores mais experientes que viveram músicos este ano que podem entrar na penetra na festa. Don Cheadle como Miles Davis em Miles Ahead, e Ethan Hawke como Chet Baker em Born to be Blue. Como a Academia adora personagens baseados em figuras reais, e sempre tem lugar para produções independentes, por que não?

ATRIZ

  • Amy Adams (Animais Noturnos) (A Chegada)
  • Annette Bening (20th Century Women)
  • Emily Blunt (A Garota no Trem)
  • Jessica Chastain (Miss Sloane)
  • Marion Cotillard (Aliados)
  • Rebecca Hall (Christine)
  • Taraji P. Henson (Estrelas Além do Tempo)
  • Isabelle Huppert (Elle)
  • Jennifer Lawrence (Passageiros)
  • Ruth Negga (Loving)
  • Natalie Portman (Jackie)
  • Emma Stone (La La Land: Cantando Estações)
  • Meryl Streep (Florence: Quem é Essa Mulher?)
  • Alicia Vikander (A Luz Entre Oceanos)
  • Rachel Weisz (Denial)

Quando vi o trailer de Fences, já havia decretado que 2017 seria o ano de Viola Davis. Além de já ter tido a oportunidade de ganhar o Oscar em duas vezes, e estar em alta na série How to Get Away With Murder, a polêmica da ‘diversidade’ certamente garantiria sua vitória. Mas recentemente, após conferir o filme, ela decidiu que sua personagem era coadjuvante, e que portanto, concorreria como uma.

Com o caminho aberto, os holofotes apontam para Emma Stone, que saiu premiada do último Festival de Veneza por La La Land.  Apesar de jovem (tem 28 anos), ela tem se mostrado bem versátil. Já trabalhou com comédias besteirol (A Casa das Coelhinhas), drama (Birdman), animação (Os Croods), comédia romântica (A Mentira), blockbuster (O Espetacular Homem-Aranha), terror (se considerarmos Zumbilândia) já atuou sob a batuta de Woody Allen duas vezes, e agora canta num musical!

Emma Stone em cena do musical La La Land: Cantando Estações (photo by tumblr.com)

Emma Stone em cena do musical La La Land: Cantando Estações (photo by tumblr.com)

Não se sabe se suas concorrentes terão força para bater de frente, mas Natalie Portman promete muita luta por Jackie, no qual vive a ex-primeira dama no momento crítico após o assassinato de seu marido. Estão falando bem de Amy Adams em A Chegada, o que poderia render sua sexta (!) indicação, e uma das raras para atriz em ficção científica. Particularmente, acho que ela só ganha se ela passar por alguma transformação física (será que só eu penso assim?), mas… Caso ela não agrade, temos sempre Meryl Streep à mão, que aliás se transforma em Florence Foster Jenkins, considerada a pior cantora de todos os tempos. Se cuide, Amy!

ATOR COADJUVANTE

  • Mahershala Ali (Moonlight)
  • Warren Beatty (Rules Don’t Apply)
  • Jeff Bridges (Hell or High Water)
  • Kevin Costner (Estrelas Além do Tempo)
  • John Goodman (Rua Cloverfield 10)
  • Hugh Grant (Florence: Quem é Essa Mulher?)
  • Lucas Hedges (Manchester à Beira Mar)
  • Stephen Henderson (Fences)
  • Steve Martin (A Longa Caminhada de Billy Lynn)
  • Liam Neeson (Silêncio)
  • Dev Patel (Lion)
  • Michael Shannon (Animais Noturnos)
  • Timothy Spall (Denial)
  • Aaron Taylor-Johnson (Animais Noturnos)

Das atuações coadjuvantes mais comentadas até agora foi de Lucas Hedges, como o sobrinho que passa a ser criado pelo tio após a morte do pai. Ele seria o comic relief (alívio cômico) de uma trama sobre luto e passado trágico. Esse tipo de papel apresenta elementos que o fazem se destacar num drama, iluminando ainda mais uma atuação, e de quebra, a Academia adora esse tipo de personagem. Acredito que pelo menos um dos três atores possivelmente indicados de Manchester à Beira-Mar deva levar uma estatueta pra casa. Se Casey Affleck não ganhar, temos Lucas Hedges…

À direita, Lucas Hedges atua ao lado de Casey Affleck em Manchester à Beira-Mar (photo by shootlonline.com)

À direita, Lucas Hedges atua ao lado de Casey Affleck em Manchester à Beira-Mar (photo by shootlonline.com)

Na cola de Hedges, outros dois nomes estão crescendo na temporada. Mahershala Ali em Moonlight tem despertado os críticos num drama que contém bullying, pobreza, drogas e família em frangalhos, tanto que já foi comparado a Preciosa: Uma História de Esperança (2009). E o eterno Schindler, Liam Neeson, que deu um tempo nos filmes de ação (não, não tenho nada contra, tanto que adoro o primeiro Busca Implacável) para trabalhar com Martin Scorsese em Silêncio. Como o filme só terá exibição em dezembro, não se sabe praticamente nada sobre a produção, mas quando um ator desse calibre entra num projeto de Scorsese, cheiro de indicação já tem automaticamente.

ATRIZ COADJUVANTE

  • Viola Davis (Fences)
  • Elle Fanning (20th Century Women)
  • Greta Gerwig (20th Century Women)
  • Naomie Harris (Moonlight)
  • Felicity Jones (Sete Minutos Depois da Meia-Noite)
  • Nicole Kidman (Lion)
  • Aja Naomi King (O Nascimento de uma Nação)
  • Sasha Lane (American Honey)
  • Margo Martindale (The Hollars)
  • Janelle Monáe (Estrelas Além do Tempo)
  • Lupita Nyong’o (Rainha de Katwe)
  • Octavia Spencer (Estrelas Além do Tempo)
  • Kristen Stewart (A Longa Caminhada de Billy Lynn)
  • Michelle Williams (Manchester à Beira Mar)
Viola Davis em Fences

Viola Davis em Fences

Muitos já decretaram a vitória de Viola Davis nesta categoria por Fences. Se a transição da campanha de Atriz para Atriz Coadjuvante realmente se concretizar como o estúdio e ela mesma deseja, será muito difícil não entregar o prêmio em suas mãos, já que, além de sua atuação ter sido bem elogiada, ela já foi indicada 2 vezes ao Oscar e está em alta com o público através da série How to Get Away With Murder. E além disso tudo, é uma das melhores atrizes de sua geração. Ela consegue transformar uma única cena de um papel menor em ouro como aconteceu em Dúvida.

Talvez a candidata mais forte depois de Davis, seja Naomie Harris que, além de satisfazer a “diversidade”, interpreta um papel forte de uma mãe viciada em crack no drama Moonlight. Pelas críticas que acompanhei, ela foge do estereótipo e entrega uma performance densa sem apelar. O fato de ela ser conhecida do público por ser o nova Miss Moneypenny na franquia do 007 ajuda bastante, claro.

Outra atuação bem comentada nessa temporada é a de Nicole Kidman como uma mãe que vê seu filho adotado sair em busca de seus pais biológicos. Como Lion tem a grande Weinstein Co. por trás da campanha, acredito que Kidman tem lugar garantido.

ROTEIRO ORIGINAL

  • Steven Knight (Aliados)
  • Andrea Arnold (American Honey)
  • Woody Allen (Café Society)
  • Matt Ross (Capitão Fantástico)
  • Taylor Sheridan (Hell or High Water)
  • Noah Oppenheim (Jackie)
  • Damien Chazelle (La La Land: Cantando Estações)
  • Yorgos Lanthimos e Efthymis Filippou (O Lagosta)
  • Jeff Nichols (Loving)
  • Kenneth Lonnergan (Manchester à Beira-Mar)
  • Barry Jenkins (Moonlight)
  • Mike Mills (20th Century Women)
Cena do drama independente Moonlight, de Barry Jenkins (photo by cine.gr)

Cena do drama independente Moonlight, de Barry Jenkins (photo by cine.gr)

ROTEIRO ADAPTADO

  • Eric Heisserer (A Chegada)
  • Jean-Christophe Castelli (A Longa Caminhada de Billy Lynn)
  • David Hare (Denial)
  • August Wilson (Fences)
  • Robert D. Siegel (Fome de Poder)
  • Erin Cressida Wilson (A Garota no Trem)
  • Allison Schroeder e Theodore Melfi (Estrelas Além do Tempo)
  • Luke Davies (Lion)
  • Ben Affleck (A Lei da Noite)
  • Whit Stillman (Love & Friendship)
  • Patrick Ness (Sete Minutos Depois da Meia-Noite)
  • Tom Ford (Animais Noturnos)
  • Jay Cocks (Silêncio)
  • Todd Komarnicki (Sully: O Herói do Rio Hudson)
Dev Patel em cena de Lion (photo by cine.gr)

Dev Patel em cena de Lion (photo by cine.gr)

FOTOGRAFIA

  • Bradford Young (A Chegada)
  • John Toll (A Longa Caminhada de Billy Lynn)
  • Charlotte Bruus Christensen (Fences)
  • Robert Elswit (Ouro e Cobiça)
  • Roger Deakins (Ave, César!)
  • Mandy Walker (Estrelas Além do Tempo)
  • Stéphane Fontaine (Jackie)
  • Bill Pope (Mogli: O Menino Lobo)
  • Linus Sandgren (La La Land: Cantando Estações)
  • Robert Richardson (A Lei da Noite)
  • Adam Stone (Loving)
  • James Laxton (Moonlight)
  • Seamus McGarvey (Animais Noturnos)
  • Rodrigo Prieto (Silêncio)
Fotografia de A Chegada, de Denis Villeneuve (photo by moviepilot.de)

Fotografia de Bradford Young de A Chegada, de Denis Villeneuve (photo by moviepilot.de)

MONTAGEM

  • Joe Walker (A Chegada)
  • Tim Squyres (A Longa Caminhada de Billy Lynn)
  • Steven Rosenblum (O Nascimento de uma Nação)
  • John Gilbert (Até o Último Homem)
  • Sebastián Sepúlveda (Jackie)
  • Mark Livolsi (Mogli: O Menino Lobo)
  • Tom Cross (La La Land: Cantando Estações)
  • Alexandre de Franceschi (Lion)
  • William Goldenberg (A Lei da Noite)
  • Joi McMillon e Nat Sanders (Moonlight)
  • Joan Sobel (Animais Noturnos)
  • Ruy Diaz e Thelma Schoonmaker (Silêncio)
  • Jabez Olssen (Rogue One: Uma História Star Wars)
  • Blu Murray (Sully: O Herói do Rio Hudson)
Tom Hanks como o piloto em Sully: O Herói do Rio Hudson (photo by moviepilot.de)

Tom Hanks como o piloto em Sully: O Herói do Rio Hudson (photo by moviepilot.de)

DIREÇÃO DE ARTE

  • Gary Freeman (Aliados)
  • Patrice Vermette (A Chegada)
  • Rick Carter (O Bom Gigante Amigo)
  • Mark Friedberg (A Longa Caminhada de Billy Lynn)
  • Charles Wood (Doutor Estranho)
  • Stuart Craig (Animais Fantásticos e Onde Habitam)
  • Alan MacDonald (Florence: Quem é Essa Mulher?)
  • Jess Gonchor (Ave, César!)
  • Jean Rabasse (Jackie)
  • Christopher Glass (Mogli: O Menino Lobo)
  • David Wasco (La La Land: Cantando Estações)
  • Jess Gonchor (A Lei da Noite)
  • Gavin Bocquet (O Lar das Crianças Peculiares)
  • Eugenio Caballero (Sete Minutos Depois da Meia-Noite)
  • Guy Hendrix Dyas (Passageiros)
  • Jeannine Oppewall (Rules Don’t Apply)
  • Dante Ferretti (Silêncio)
No centro, Eddie Redmayne em Animais Fantásticos e Onde Habitam (photo by cine.gr)

No centro, Eddie Redmayne em Animais Fantásticos e Onde Habitam (photo by cine.gr)

FIGURINO

  • Joanna Johnston (Aliados)
  • Colleen Atwood (Animais Fantásticos e Onde Habitam)
  • Sharen Davis (Fences)
  • Consolata Boyle (Florence: Quem é Essa Mulher?)
  • Mary Zophres (Ave, César!)
  • Seong-hie Ryu (The Handmaiden)
  • Madeline Fontaine (Jackie)
  • Mary Zophres (La La Land: Cantando Estações)
  • Jacqueline West (A Lei da Noite)
  • Colleen Atwood (O Lar das Crianças Peculiares)
  • Albert Wolsky (Rules Don’t Apply)
  • Dante Ferretti (Silêncio)
Figurinos de Colleen Atwood em O Lar das Crianças Peculiares (photo by cine.gr)

Figurinos de Colleen Atwood em O Lar das Crianças Peculiares (photo by cine.gr)

MAQUIAGEM

  • Deadpool
  • Animais Fantásticos e Onde Habitam
  • Florence: Quem é Essa Mulher?
  • Até o Último Homem
  • O Lar das Crianças Peculiares
  • Rogue One: Uma História Star Wars
  • Silêncio
  • Star Trek: Sem Fronteiras
Sofia Boutella em cena de Star Trek: Sem Fronteiras (photo by cine.gr)

Sofia Boutella em cena de Star Trek: Sem Fronteiras (photo by cine.gr)

TRILHA MUSICAL ORIGINAL

  • Alan Silvestri (Aliados)
  • Jóhann Jóhannsson (A Chegada)
  • John Williams (O Bom Gigante Amigo)
  • Jeff Danna e Mychael Danna (A Longa Caminhada de Billy Lynn)
  • James Newton Howard (Animais Fantásticos e Onde Habitam)
  • Thomas Newman (Procurando Dory)
  • Alexandre Desplat (Florence: Quem é Essa Mulher?)
  • Pharrell Williams e Hans Zimmer (Estrelas Além do Tempo)
  • Mica Levi (Jackie)
  • John Debney (Mogli: O Menino Lobo)
  • Justin Hurwitz (La La Land: Cantando Estações)
  • Alexandre Desplat (A Luz Entre Oceanos)
  • Volker Bertelmann e Dustin O’Halloran (Lion)
  • Opetaia Foa’i, Mark Mancina e Lin-Manuel Miranda (Moana – Um Mar de Aventuras)
  • Abel Korzeniowski (Animais Noturnos)
  • Thomas Newman (Passageiros)
  • Michael Giacchino (Rogue One: Uma História Star Wars)
  • Michael Giacchino (Zootopia)

CANÇÃO ORIGINAL

  • “I See a Victory” (Estrelas Além do Tempo)
  • “Audition (The Fools Who Dream”) (La La Land: Cantando Estações)
  • “City of Stars” (La La Land: Cantando Estações)
  • “Never Give Up” (Lion)
  • “How Far I’ll Go” (Moana – Um Mar de Aventuras)
  • “The Great Beyond” (Festa da Salsicha)
  • “Faith” (Sing: Quem Canta Seus Males Espanta)
  • “A Letter to the Free” (The 13th)
  • “Can’t Stop the Feeling!” (Trolls)

SOM

  • Horizonte Profundo: Desastre no Golfo
  • Até o Último Homem
  • Animais Fantásticos e Onde Habitam
  • Jason Bourne
  • Mogli: O Menino Lobo
  • La La Land: Cantando Estações
  • A Lei da Noite
  • Passageiros
  • Silêncio
  • Rogue One: Uma História Star Wars
  • Star Trek: Sem Fronteiras
  • Sully: O Herói do Rio Hudson

EFEITOS SONOROS

  • 13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi
  • A Chegada
  • Horizonte Profundo: Desastre no Golfo
  • Doutor Estranho
  • Animais Fantásticos e Onde Habitam
  • Até o Último Homem
  • A Lei da Noite
  • Passageiros
  • Rogue One: Uma História Star Wars
  • Silêncio
  • Star Trek: Sem Fronteiras
  • Sully: O Herói do Rio Hudson

EFEITOS VISUAIS

  • O Bom Gigante Amigo
  • Capitão América: Guerra Civil
  • Animais Fantásticos e Onde Habitam
  • Doutor Estranho
  • Mogli: O Menino Lobo
  • O Lar das Crianças Peculiares
  • Sete Minutos Depois da Meia-Noite
  • Passageiros
  • Meu Amigo, O Dragão
  • Rogue One: Uma História Star Wars
  • Star Trek: Sem Fronteiras
  • X-Men: Apocalipse
  • Warcraft
Efeitos visuais de Doutor Estranho (photo by moviepilot.de)

Efeitos visuais de Doutor Estranho (photo by moviepilot.de)

LONGA DE ANIMAÇÃO

  • Angry Birds: O Filme
  • Kubo e as Cordas Mágicas
  • Kung Fu Panda 3
  • Moana – Um Mar de Aventuras
  • Procurando Dory
  • O Pequeno Príncipe
  • Miss Hokusai
  • The Red Turtle 
  • Festa da Salsicha
  • A Vida Secreta dos Pets
  • Sing: Quem Canta Seus Males Espanta
  • Trolls
  • Zootopia
Cena de The Red Turtle, de Michael Dudok de Wit (photo by cine.gr)

Cena de The Red Turtle, de Michael Dudok de Wit (photo by cine.gr)

FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA

  • Afterimage, de Andrzej Wajda (Polônia)
  • Barakah Meets Barakah, de Mahmoud Sabbagh (Arábia Saudita)
  • De Longe te Observo, de Lorenzo Vigas (Venezuela)
  • Desierto, de Carlos Cuarón (México)
  • A Distinguished Citizen, de Gastón Duprat e Mariano Cohn (Argentina)
  • Elle, de Paul Verhoeven (França)
  • Fogo no Mar, de Gianfranco Rosi (Itália)
  • O Ídolo, de Hany Abu Assad (Palestina)
  • It’s Only the End of the World, de Xavier Dolan (Canadá)
  • Julieta, de Pedro Almodóvar (Espanha)
  • Land of Mine, de Martin Zandvliet (Dinamarca)
  • Ma’Rosa, de Brillante Mendoza (Filipinas)
  • Morte em Sarajevo, de Danis Tanovic (Bósnia Herzegovina)
  • Neruda, de Pablo Larraín (Chile)
  • Toni Erdmann, de Maren Ade (Alemanha)
  • O Apartamento, de Asghar Farhadi (Irã)
Cena do iraniano The Salesman, que dialoga com a obra literária de Arthur Miller. Com o histórico de vitória no Oscar, Asghar Farhadi praticamente garante sua presença no Oscar 2017, na opinião deste humilde blogueiro. (photo by cine.gr)

Cena do iraniano The Salesman, que dialoga com a obra literária de Arthur Miller. Com o histórico de vitória no Oscar, Asghar Farhadi praticamente garante sua presença no Oscar 2017, na opinião deste humilde blogueiro. (photo by cine.gr)

Na lista, existem nomes fortes na disputa, como o espanhol Pedro Almodóvar com Julieta, e o canadense Xavier Dolan com It’s Only the End of the World, mas eu, particularmente, aposto nas indicações de Neruda, de Pablo Larraín (Chile) – até mesmo porque o diretor também é responsável por Jackie, estrelado por Natalie Portman – e The Salesman, de Asghar Farhadi (Irã) – ele já venceu em 2012 com A Separação e este novo filme dialoga com a obra de Arthur Miller, “A Morte de um Caixeiro-Viajante”. Também não descartaria os vencedores de prêmios de festivais como o documentário italiano Fogo no Mar, de Gianfranco Rosi, que levou o Urso de Ouro em Berlim; o drama venezuelano De Longe te Observo, de Lorenzo Vigas, que ganhou o Leão de Ouro 2015. Gostaria muito que o representante francês Elle recebesse uma indicação, pois idolatro o diretor Paul Verhoeven. Mas as chances são mínimas, já que seu filme retrata um tema polêmico (estupro) sob uma perspectiva… bem, digamos, “Verhoevenesca”, à la provocateur. Espero que a tal “diversidade” também atinja a categoria mais conservadora do Oscar…

***

As indicações ao Oscar 2017 serão anunciadas ao vivo no dia 24 de janeiro, e a cerimônia está marcada para o dia 26 de fevereiro.

 

%d blogueiros gostam disto: