‘TUDO EM TODO LUGAR AO MESMO TEMPO’ LIDERA o CRITICS’ CHOICE AWARDS com 14 INDICAÇÕES

LOGO APÓS FICAR EM 2º LUGAR NO GLOBO DE OURO, FILME ASSUME FAVORITISMO

O Critics’ Choice Awards, formado por cerca de 600 jornalistas e críticos, está apenas em sua 28ª edição, mas nos últimos anos tem crescido em escala e importância. A escala se refere ao número de categorias e número de indicados. Todo ano, a organização inventa de aumentar uma vaga aqui, outra ali, e por isso apelidamos carinhosamente de “Bolha Assassina”, porque vai engolir todas as produções de cinema do ano. Claro que isso é ótimo para os cineastas e artistas, já que as chances de ser reconhecidos aumentam exponencialmente e que um dia poderemos nos indagar se vai haver mais gente indicada do que não indicada.

E a parte da importância tem a ver com a queda do Globo de Ouro, considerado a melhor prévia do Oscar por várias décadas, mas que viu sua reputação naufragar após sérias denúncias de racismo e suborno entre votantes. Isso sem contar o caso de abuso sexual do então presidente da HFPA envolvendo o ator Brendan Fraser em 2003. Nesse cenário caótico, o Critics’ Choice assumiu o posto e tenta todo ano prever quais filmes e atores vencerão o Oscar. Por estar tão atrelado ao papel de prévia do Oscar, a votação do CC nos soa sem personalidade e até gratuita, mas isso não tem impedido de ser um ótimo impulso nas campanhas publicitárias.

NÚMEROS DO CRITICS’ CHOICE

14 indicações para Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo parece um exagero, mas devemos lembrar que o CC tem categorias inexistentes no Oscar como Melhor Elenco e Melhor Comédia. De qualquer forma, o filme de multiverso dos diretores Daniel Kwan e Daniel Scheinert deve se sair bem no Oscar, mesmo que Jamie Lee Curtis e/ou Stephanie Hsu não estejam na categoria de Atriz Coadjuvante.

Logo atrás com 10 indicações vêm a semi-autobiografia de Steven Spielberg, Os Fabelmans, que até há pouco era o grande favorito da temporada de premiações, muito devido ao prestígio que o diretor tem em Hollywood, e Babilônia, novo filme de Damien Chazelle, que estreou agora nos EUA e conseguiu decolar de última hora. Por se tratarem de duas produções de época, devem acumular várias indicações como Design de Produção, Fotografia e Figurino. Com 9 indicações, The Banshees of Inisherin foi o recordista de indicações no Globo de Ouro (8) e tem todos os requisitos para ter chances de ganhar Melhor Filme: direção, roteiro e atores indicados.

Ainda sobre números, vale destacar que agora a categoria de Direção conta com 10 indicados, mesmo número de indicados a Filme, o que até faz sentido, mas a disputa certamente fica bem menos acirrada. A vantagem em ampliar as vagas é que ninguém da mídia reclamará das ausências das mulheres Sarah Polley e Gyna Prince-Bythewood, ou do indiano S.S. Rajamouli.

SURPRESAS

É difícil haver muitas surpresas com tantas categorias e vagas, ainda mais quando passa a haver 10 indicados à Melhor Direção como dito acima. Contudo, tivemos filmes cujos atores vinham sendo cogitados, mas ficaram de fora mesmo com 6 indicados. Foi o caso de Women Talking: embora Jessie Buckley tenha sido indicada, Claire Foy e Ben Wishaw ficaram esquecidos. Quem viu o filme alega que com um elenco tão recheado, ficou difícil haver atuações individuais em destaque.

No Globo de Ouro, Paul Dano e Judd Hirsch foram esnobados por suas atuações em Os Fabelmans, mas aqui encontraram reconhecimento para a alegria de Steven Spielberg. Jamie Lee Curtis e Stephanie Hsu também foram indicadas pelo mesmo filme (Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo) na mesma categoria de Atriz Coadjuvante. Em ambos os casos, os votos devem se dividir entre os indicados do mesmo filme.

Havia a expectativa de Ben Wishaw ser indicado por Women Talking, mas esta vaga foi para outro elogiado da temporada: Brian Tyree Henry em Passagem. Aliás, falando no prêmio da HFPA, Danielle Deadwyler que havia sido esquecida por Till, ganha sua indicação na categoria de Atriz, enquanto Hugh Jackman, que havia sido indicado pelo Globo de Ouro por The Son, cedeu seu lugar aqui para Paul Mescal por Aftersun. Alguns acreditam que Tom Cruise não foi indicado ao Globo de Ouro porque o ator ameaçou devolver os três prêmios que ele ganhou por causa da falta de diversidade entre os membros votantes, mas acreditamos que foi resultado de votação apenas (muito embora a HFPA adore indicar celebridades para atrair mais a atenção), mas enfim, o Critics’ Choice “reparou” este erro e abraçou o ator de Top Gun: Maverick.

Confira todos os indicados da 28ª edição do Critics’ Choice:

MELHOR FILME
Avatar: O Caminho da Água (Avatar: The Way of Water) (20th Century Studios)
Babilônia (Babylon) (Paramount Pictures)
The Banshees of Inisherin (Searchlight Pictures)
Elvis (Elvis) (Warner Bros.)
Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo (Everything Everywhere All at Once) (A24)
Os Fabelmans (The Fabelmans) (Universal Pictures)
Glass Onion: Um Mistério Knives Out (Glass Onion: A Knives Out Mystery) (Netflix)
RRR: Revolta, Rebelião, Revolução (RRR) (Variance Films)
TÁR (Tár) (Focus Features)
Top Gun: Maverick (Top Gun: Maverick) (Paramount Pictures)
Women Talking (MGM/United Artists Releasing)

MELHOR ATOR
Austin Butler – “Elvis” (Warner Bros.)
Tom Cruise – “Top Gun: Maverick” (Paramount Pictures)
Colin Farrell – “The Banshees of Inisherin” (Searchlight Pictures)
Brendan Fraser – “The Whale” (A24)
Paul Mescal – “Aftersun” (A24)
Bill Nighy – “Living” (Sony Pictures Classics)

MELHOR ATRIZ
Cate Blanchett – “Tár” (Focus Features)
Viola Davis – “A Mulher Rei” (Sony Pictures)
Danielle Deadwyler – “Till” (Orion/United Artists Releasing)
Margot Robbie – “Babilônia” (Paramount Pictures)
Michelle Williams – “Os Fabelmans” (Universal Pictures)
Michelle Yeoh – “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” (A24)

MELHOR ATOR COADJUVANTE
Paul Dano – “Os Fabelmans” (Universal Pictures)
Brendan Gleeson – “The Banshees of Inisherin” (Searchlight Pictures)
Judd Hirsch – “Os Fabelmans” (Searchlight Pictures)
Barry Keoghan – “The Banshees of Inisherin” (Searchlight Pictures)
Ke Huy Quan – “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” (A24)
Brian Tyree Henry – “Passagem” (A24/Apple Original Films)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Angela Bassett – “Pantera Negra: Wakanda Para Sempre” (Marvel Studios)
Jessie Buckley – “Women Talking” (MGM/United Artists Releasing)
Kerry Condon – “The Banshees of Inisherin” (Searchlight Pictures)
Jamie Lee Curtis – “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” (A24)
Stephanie Hsu – “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” (A24)
Janelle Monáe – “Glass Onion: Um Mistério Knives Out” (Netflix)

MELHOR ATOR/ATRIZ JOVEM
Frankie Corio – “Aftersun” (A24)
Jalyn Hall – “Till” (Orion/United Artists Releasing)
Gabriel LaBelle – “Os Fabelmans” (Universal Pictures)
Bella Ramsey – “Catherine Called Birdy” (Amazon Studios)
Banks Repeta – “Armageddon Time” (Focus Features)
Sadie Sink – “The Whale” (A24)

MELHOR ELENCO
“The Banshees of Inisherin” (Searchlight Pictures)
“Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” (A24)
“Os Fabelmans” (Universal Pictures)
“Glass Onion: Um Mistério Knives Out” (Netflix)
“A Mulher Rei” (Sony Pictures)
“Women Talking” (MGM/United Artists Releasing)

MELHOR DIRETOR
James Cameron – “Avatar: O Caminho da Água” (20th Century Studios)
Damien Chazelle – “Babilônia” (Paramount Pictures)
Todd Field – “Tár” (Focus Features)
Baz Luhrmann – “Elvis” (Warner Bros.)
Daniel Kwan, Daniel Scheinert – “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” (A24)
Martin McDonagh – “The Banshees of Inisherin” (Searchlight Pictures)
Sarah Polley – “Women Talking” (MGM/United Artists Releasing)
Gina Prince-Bythewood – “A Mulher Rei” (Sony Pictures)
S.S. Rajamouli – “RRR” (Variance Films)
Steven Spielberg – “Os Fabelmans” (Universal Pictures)

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
Charlotte Wells – “Aftersun” (A24)
Martin McDonagh – “The Banshees of Inisherin” (Searchlight Pictures)
Daniel Kwan, Daniel Scheinert – “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” (A24)
Steven Spielberg, Tony Kushner – “Os Fabelmans” (Universal Pictures)
Todd Field – “Tár” (Focus Features)

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
Rian Johnson – “Glass Onion: Um Mistério Knives Out” (Netflix)
Kazuo Ishiguro – “Living” (Sony Pictures Classics)
Rebecca Lenkiewicz – “She Said” (Universal Pictures)
Samuel D. Hunter – “The Whale” (A24)
Sarah Polley – “Women Talking” (MGM/United Artists Releasing)

MELHOR FOTOGRAFIA
Russell Carpenter – “Avatar: O Caminho da Água” (20th Century Studios)
Linus Sandgren – “Babilônia” (Paramount Pictures)
Roger Deakins – “Empire of Light” (Searchlight Pictures)
Janusz Kaminski – “Os Fabelmans” (Universal Pictures)
Florian Hoffmeister – “Tár” (Focus Features)
Claudio Miranda – “Top Gun: Maverick” (Paramount Pictures)

MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO
Dylan Cole, Ben Procter, Vanessa Cole – “Avatar: O Caminho da Água” (20th Century Studios)
Florencia Martin, Anthony Carlino – “Babilônia” (Paramount Pictures)
Hannah Beachler, Lisa K. Sessions – “Pantera Negra: Wakanda Para Sempre” (Marvel Studios)
Catherine Martin, Karen Murphy, Bev Dunn – “Elvis” (Warner Bros.)
Jason Kisvarday, Kelsi Ephraim – “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” (A24)
Rick Carter, Karen O’Hara – “Os Fabelmans” (Universal Pictures)

MELHOR MONTAGEM
Stephen Rivkin, David Brenner, John Refoua, James Cameron – “Avatar: O Caminho da Água” (20th Century Studios)
Tom Cross – “Babilônia” (Paramount Pictures)
Matt Villa, Jonathan Redmond – “Elvis” (Warner Bros.)
Paul Rogers – “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” (A24)
Monika Willi – “Tár” (Focus Features)
Eddie Hamilton – “Top Gun: Maverick” (Paramount Pictures)

MELHOR FIGURINO
Mary Zophres – “Babilônia” (Paramount Pictures)
Ruth E. Carter – “Pantera Negra: Wakanda Para Sempre” (Marvel Studios)
Catherine Martin – “Elvis” (Warner Bros.)
Shirley Kurata – “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” (A24)
Jenny Eagan – “Glass Onion: Um Mistério Knives Out” (Netflix)
Gersha Phillips – “A Mulher Rei” (Sony Pictures)

MELHOR PENTEADO E MAQUIAGEM
“Babilônia” (Paramount Pictures)
“Batman” (Warner Bros.)
“Pantera Negra: Wakanda Para Sempre” (Marvel Studios)
“Elvis” (Warner Bros.)
“Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” (A24)
“The Whale” (A24)

MELHORES EFEITOS VISUAIS
“Avatar: O Caminho da Água” (20th Century Studios)
“Batman” (Warner Bros.)
“Pantera Negra: Wakanda Para Sempre” (Marvel Studios)
“Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” (A24)
“RRR” (Variance Films)
“Top Gun: Maverick” (Paramount Pictures)

MELHOR COMÉDIA
“The Banshees of Inisherin” (Searchlight Pictures)
“Bros” (Universal Pictures)
“Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” (A24)
“Glass Onion: Um Mistério Knives Out” (Netflix)
“Triângulo da Tristeza” (Neon)
“O Peso do Talento” (Lionsgate)

MELHOR LONGA DE ANIMAÇÃO
“Pinóquio” (Netflix)
“Marcel the Shell with Shoes On” (A24)
“Gato de Botas 2: O Último Pedido” (DreamWorks Animation)
“Red: Crescer é uma Fera” (Pixar)
“Wendell & Wild” (Netflix)

MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
“Nada de Novo no Front” (Netflix)
“Argentina, 1985” (Amazon Studios)
“Bardo, False Crônica de Algumas Verdades” (Netflix)
“Close” (A24)
“Decision de Partir” (Mubi)
“RRR: Revolta, Rebelião, Revolução” (Variance Films)

MELHOR CANÇÃO
“Lift Me Up” – “Pantera Negra: Wakanda Para Sempre” (Marvel Studios) 
“Ciao Papa” – “Pinóquio” (Netflix)
“Naatu Naatu” – “RRR: Revolta, Rebelião, Revolução” (Variance Films) 
“Hold My Hand” – “Top Gun: Maverick” (Paramount Pictures) 
“Carolina” – “Um Lugar Bem Longe Daqui” (Sony Pictures)
“New Body Rhumba” – “Ruído Branco” (Netflix)

MELHOR TRILHA MUSICAL
Michael Giacchino – “Batman” (Warner Bros.)
Justin Hurwitz – “Babilônia” (Paramount Pictures)
John Williams – “Os Fabelmans” (Universal Pictures)
Alexandre Desplat – “Pinóquio” (Netflix)
Hildur Guðnadóttir – “Tár” (Focus Features)
Hildur Guðnadóttir – “Women Talking” (MGM/United Artists Releasing)

_______________________________________________________
A cerimônia do Critics’ Choice Awards será transmitida no dia 15 de Janeiro.

RETROSPECTIVA 2018: O ANO da NETFLIX?

oscars-2018.jpg.scale.704x

Normalmente, eu posto um vídeo promocional da próxima edição do Oscar que o futuro host publica na internet, mas depois da confusão e demissão de Kevin Hart…

Olá, pessoal! Mais um ano se foi! Foi um ano bom ou ruim pra você?
Queria agradecer a todos que acompanharam o blog e a página do Facebook. Se comentaram, se leram, ou se apenas deram aquela passadinha, obrigado por seu apoio! Estou realizando este trabalho por puro prazer há 7 anos e sendo recompensado pelos seus views e participações. Agradeço bastante ao meu colaborador assíduo Hugo Cancela, aos amigos Bruna Martins, Flávia Fernandes, Antonio Lopes, Karoline Alves e Alice Ayres, e frequentadores assíduos como a rainha do Oscar Frame, Elisieli Rodrigues, Cristiano Filiciano, Miriam Moldes, Henrique Cereja, Fummanation Bonsucesso, Berto Leno, Tiago Bistaffa, Elza Vieira, Amélia Cassis, Yuri Dias, Lília Ricardo, Kátia Nunes e Verinha Dau, enfim, são tantos nomes que daria uma lista extensa! Peço desculpas por não poder incluir todos aqui!

Queria aproveitar para agradecer ao crítico Chico Fireman por me possibilitar trabalhar com as cabines de lançamentos de filmes, e pela sua generosidade e atenção!

META DE 2018

Continuando minha meta de 2017, procurei assistir mais àqueles filmes clássicos ou cults pra reduzir um pouco minha watchlist. Um que tenho orgulho de finalmente ter conferido é o clássico italiano , de Federico Fellini. Sério, eu não estava aguentando mais ver esse filme no topo da minha lista me olhando e perguntando: “E aí? Quando você vai me ver?” Eu lembro a última vez que viajei pra fora do país em 2014, eu jurava: “Antes de pegar esse avião, eu vou ver o filme do Fellini. Vai que eu morro…” Enfim, tomei coragem e assisti. Eu achava que o filme me daria uma dor de cabeça enorme, mas vi uma belíssima homenagem do diretor às mulheres que amou na vida. Ainda tenho vários do Fellini pra ver como Julieta dos Espíritos e A Doce Vida, mas quem sabe em 2019?

Falando em mestres do cinema, estou satisfeito por ter acrescido mais três obras do sueco Ingmar Bergman. Finalmente assisti a Através de um EspelhoSonata de Outono e Gritos e Sussurros. Depois de assistir aos filmes dele, é inevitável não parar pra refletir sobre a vida e a família, que são temas bem fortes na filmografia dele. O quanto realmente nos importamos com familiares diante de situações difíceis. Além do diretor levantar esses questionamentos, ainda cria obras visuais extremamente poderosas com a ajuda inestimável de atrizes do calibre de Ingrid Bergman, Liv Ullmann e Harriet Andersson.

Também consegui assistir pela primeira vez a A Mulher Faz o Homem (1939). Nunca fui muito fã do Frank Capra porque ele entrega uma visão demasiada otimista. Não que isso seja um defeito, mas sempre tive preferência por um cinema que expõe defeitos e falhas humanas, seja para o bem ou para o mal. É louvável acompanhar a luta de um jovem senador idealista contra um sistema corrupto, ainda mais hoje num Brasil que revela um novo caso de corrupção a cada dia, mas alguns personagens se tornam bidimensionais nessa visão, mesmo James Stewart.

8 Autumn Mr Smith

8½, Sonata de Outono e A Mulher Faz o Homem

Revisitei alguns diretores renomados como François Truffaut com Jules e Jim – Uma Mulher Para Dois (1962), Wim Wenders com Asas do Desejo (1987), Billy Wilder com Testemunha de Acusação (1957), e Dario Argento com Suspiria (1977), que fiz questão de conferir antes de assistir à refilmagem, que nunca estréia aqui no Brasil! E vi uma obra-prima pouco conhecida aqui intitulada O Segundo Rosto (1966), de John Frankenheimer, que apresenta uma trama de ficção científica na qual uma organização secreta oferece uma segunda chance aos ricos, alterando suas aparências e encenando a morte das pessoas que foram. Rock Hudson, que sempre teve imagem de cowboy machão mas era homossexual, caiu como uma luva no papel principal e entrega a performance de sua vida.

PIORES DO ANO

Eu tinha o costume de comentar uns dois ou três filmes que foram decepcionantes, mas a partir deste ano, já dá pra formar uma lista dos 5 piores. Reparem que todos os filmes da lista são parte de uma franquia (considerando que Venom faz parte do universo do Homem-Aranha) ou é uma refilmagem. Quando Hollywood só pensa nos números lucrativos, o Cinema perde.

Por pouco Jogador Nº 1 não entra na lista. Depois de me desapontar muito com The Post: A Guerra Secreta, vejo que Steven Spielberg deveria dar um break na carreira, sei lá, tirar um ano sabático, pra refletir sobre o que cinema representa pra ele, porque parece que ele tem feito mais filmes com cabeça de produtor ultimamente… E pior é que dos três projetos futuros dele, um é a sequência de Indiana Jones com Harrison Ford (taí outro que precisa de uma pausa longa) e o outro é a refilmagem (totalmente desnecessária) do clássico musical Amor Sublime Amor (1961). Claro que posso queimar minha língua, mas Spielberg, cadê sua criatividade?

E apesar de querer assistir de tudo, sempre dou mais prioridade aos filmes que acho que podem ser bons, afinal, se tenho pouco tempo pra ver filmes, por que gastar as horinhas preciosas com filmes que tenho quase certeza de que serão meia-boca? Nesse quesito, deixei de assistir aos possíveis candidatos desta lista: Han Solo: Uma História Star Wars (que pelo histórico de produção conturbado, só pode ser um resultado desastroso) e o Fenda no Tempo, a mega produção politicamente correta da Disney.

TOP 5 PIORES LANÇAMENTOS DO ANO

5. Venom (Venom)
Dir: Ruben Fleischer

4. Halloween (Halloween)
Dir: David Gordon Green

3. Tomb Raider: A Origem (Tomb Raider)
Dir: Roar Uthaug

2. A Freira (The Nun)
Dir: Corin Hardy

1. Jurassic World: Reino Ameaçado (Jurassic World: Fallen Kingdom)
Dir: J.A. Bayona

jurassic world fallen kingdom

Chris Pratt em cena da desastrosa sequência Jurassic World: O Reino Ameaçado (pic by OutNow.CH)

OSCAR 2018: POLITICAMENTE CORRETO NUMA CERIMÔNIA MORNA

Os produtores da cerimônia resolveram dar uma colher de chá para Jimmy Kimmel e o convidaram novamente para ser host após aquela lambança do envelope errado no ano passado. Apesar de ter acertado naquela premiação do jet ski para o discurso mais curto, ainda cometeu equívocos como aquela chocha invasão à sala de cinema do outro lado da rua, na vã tentativa de aproximar o público comum das estrelas de Hollywood.

Contudo, não dá pra culpá-lo. Os próprios organizadores resolveram baixar o tom da festa e correr risco zero para evitar erros e polêmicas. Desde o monólogo politicamente correto de Kimmel, até os números musicais bastante contidos no palco comprovaram a postura que a Academia impôs ao evento.

Quanto aos resultados, chegamos ao limite do previsível, principalmente em relação aos atores. Com Gary Oldman, Frances McDormand, Sam Rockwell e Allison Janney ganhando todos os prêmios importantes anteriores, ficou difícil surpreender o público com algum resultado inesperado. Por isso mesmo, a partir da próxima cerimônia, a data será adiantada para o mês de fevereiro com o intuito de reduzir o impacto dos prêmios que o antecedem.

Sobre os resultados, torci bastante para Corra! levar Melhor Filme, Diretor e Roteiro Original, que felizmente Jordan Peele acabou levando. Gostei das premiações de James Ivory pelo Roteiro Adaptado de Me Chame Pelo Seu Nome, de Roger Deakins finalmente levando seu Oscar por Blade Runner 2049, e de Sebastián Lelio levando o primeiro Oscar de Filme em Língua Estrangeira para o Chile por Uma Mulher Fantástica.

Design sem nome (2)

Da esquerda para a direita: Jordan Peele leva o Oscar de Roteiro Original por Corra!, Roger Deakins de Fotografia por Blade Runner 2049, e Sebastián Lelio de Filme em Língua Estrangeira por Uma Mulher Fantástica.

Em relação às categorias de atuação, os votantes da Academia deveriam repensar melhor seu modo de avaliar as interpretações. Este ano, tivemos duas performances clichês e rotuladas levando o Oscar mais por causa dos efeitos de maquiagem transformativa: Gary Oldman com próteses esbravejando como um cachorro, e Allison Janney como a mãe amarga e envelhecida pela maquiagem. Timothée Chalamet e Lesley Manville trabalharam muito mais as nuances de seus personagens, e com pouco esforço, superaram os vencedores.

NETFLIX NOS FESTIVAIS E NO OSCAR

Claro que ainda não é oficial, mas Roma pode se tornar o primeiro filme da NETFLIX indicado ao Oscar de Melhor Filme, e por que não o primeiro a ganhar a estatueta? É inevitável o espaço e a importância que a Netflix e outras plataformas de streaming como a Amazon e a Hulu estão conquistando no mercado. Já é uma realidade de trabalho para inúmeros profissionais, assim como de alto consumo.

Diante desse cenário, eu faço a seguinte indagação: “Até quando vão ficar de birra, distribuidores franceses e organizadores do Festival de Cannes?”. Enquanto essa turma ficar discutindo a permanência de um sistema ultrapassado e a linguagem cinematográfica da Netflix, a empresa está dando risada, lucrando e ainda ganhando prêmios em outros festivais! Roma ganhou o Leão de Ouro em Veneza.

Obviamente, preferi assistir ao filme de Alfonso Cuarón numa sala de cinema com projeção em tela grande e som de qualidade, mas se não pudesse, assistiria na TV de casa mesmo (com um volume que meus vizinhos reclamariam), mas assistiria! A Netflix veio para suprir um tipo de cinema que os produtores de Hollywood já não querem mais fazer, pois estão visando apenas os lucros sem margem para erros ou riscos, por isso só temos blockbusters e adaptações de best-sellers nas salas de cinema.

IMG_1165

Foto que tirei na sessão especial de Roma no Kinoplex Itaim

Eu gostaria apenas que a Netflix e outras plataformas fizessem um esforço para colocar filmes selecionados para salas de cinema. Tipo, não faço questão de ver Para Todos os Garotos que Já Amei no cinema, mas Roma é outro nível de cinema que merece uma boa projeção. Isso certamente valorizaria ainda mais os profissionais e acabaria atraindo outros a trabalhar para a empresa.

TWITTER DESTRUINDO CARREIRAS

Sabe aquele ditado “O passado não perdoa”? Graças ao Twitter, o passado voltou para atormentar e destruir as carreiras profissionais de algumas personalidades. A mais comentada foi do diretor e roteirista James Gunn, que foi demitido pela Disney de Guardiões da Galáxia Vol. 3. Quando seus tuítes de vários anos atrás voltaram à tona, viram que ele não batia muito bem. Quer dizer, as piadas de humor negro eram chocantes demais para qualquer executivo da Disney que quer preservar a imagem família feliz da empresa global. Eu entendo o lado da Disney, que seria atacada pela imprensa se não demitisse Gunn e correria sério risco de ter suas ações em queda, mas demitir por piada estúpida de Twitter de 10 anos atrás? Não poderiam dar uma chance do diretor se retratar publicamente? O cara ganhou bilhões de dólares com os dois Guardiões da Galáxia!

Twitter

Tweets antigos de James Gunn e Kevin Hart que ocasionaram em suas demissões

E no início de dezembro, o Twitter fez uma nova vítima: o ator e comediante Kevin Hart, que foi convidado pela Academia para ser host do Oscar 2019. No dia seguinte, porém, tuítes antigos dele, que denotavam uma figura pública homofóbica, foram descobertos. Certos de que ele seria crucificado, principalmente pela comunidade LGBT, os organizadores da Academia lançaram um ultimato para ele se desculpar, o que acabou não acontecendo. E dois dias depois do anúncio, Hart desistiu do cargo.

Sou totalmente contra qualquer tipo de censura. Mas os tempos são outros. Hoje, as empresas demitem por qualquer comportamento impróprio. Qualquer um. Não existe perdão de declarações do passado também, por isso, no caso do Twitter, onde os tuítes são “deletáveis”, melhor apagá-los. Evitaria desgastes como esse que a Academia passou agora.

Esses acontecimentos reabrem a velha discussão da separação entre pessoa e artista. Por exemplo, com o escândalo de Woody Allen que foi acusado de abusar da filha, inúmeras pessoas passaram a avaliar seus filmes de forma negativa por causa da acusação. Inclusive, achei patético a declaração da atriz Mira Sorvino, que alegou arrependimento de ter trabalhado com Allen no filme Poderosa Afrodite (1995), que lhe rendeu o Oscar de Atriz Coadjuvante e lançou seu nome em Hollywood. Cuspir no prato que comeu é fácil. Não aprova o comportamento dele? Basta não trabalhar mais com ele.

CRÍTICAS

Apesar da lista coroar os meus 5 favoritos do ano, obviamente é preciso mencionar outras produções que se destacaram de alguma forma. Dos blockbusters, vale citar Vingadores: Guerra Infinita, que foi a maior bilheteria do ano. Deixando meu lado de fã de quadrinhos, é preciso reconhecer esse trabalho estratégico e paciente de dez anos da Marvel Studios que culmina nesta produção, que soube contar com vários personagens sem ser maçante, e ainda apresenta com propriedade um vilão de alto nível como Thanos.

Ainda destacaria Missão: Impossível – Efeito Fallout, que pode não apresentar nada inovador, mas sem sombra de dúvida foi o melhor filme de ação do ano. É notável a entrega de Tom Cruise à franquia e como ele luta para se superar a cada filme. Falando em notabilidade, preciso mencionar o trabalho minucioso de stop motion da animação nova de Wes Anderson, Ilha dos Cachorros. Além da técnica impecável, trata-se de um design de personagens sublime. Só acho que carece um pouco mais de alma, mas talvez a Academia recompense Anderson pelas derrotas anteriores com este Oscar de Animação…

Também gostei do singelo Poderia Me Perdoar?. A história verídica me pegou pelo identificação com a protagonista: uma escritora em decadência que falsifica cartas de autores para pagar suas contas básicas. A dupla formada por Melissa McCarthy e Richard E. Grant é a melhor do ano. Espero que ambos estejam indicados no próximo Oscar. E ainda no campo do singelo, destaco também o drama Mais Uma Chance, que é da Netflix. É basicamente sobre um casal na casa dos 40 que luta para ter filho, chegando a recorrer aos ovários da sobrinha. Todos os três atores estão bem: Paul Giamatti, Kathryn Hahn e Kayli Carter.

Uma boa surpresa foi a ficção científica Upgrade. Jamais imaginei que o roteirista Leigh Whannel, de Sobrenatural e Jogos Mortais, criaria esse universo futurista onde a tecnologia seria debatida de forma divertida mas também incisiva. Infelizmente, não há previsão de estréia no Brasil, mas de qualquer forma, tem tudo para se tornar um cult movie.

E, por último, gostei de ver a nova loucura de Lars von Trier no cinema. A Casa que Jack Construiu tem um tema interessantíssimo que questiona a inteligência humana através da filosofia de um serial killer inescrupuloso. Só faço dois adendos: deveria ter abusado mais do humor negro da primeira metade, e apesar de entender os motivos do diretor, cortaria a sequência em que ele insere imagens dos filmes anteriores dele, pois não colabora com a trama e ainda abre brecha para críticas de auto-indulgência depois daquele episódio de Persona Non Grata no Festival de Cannes.

TOP 5 MELHORES LANÇAMENTOS DO ANO

5. Hereditário (Hereditary/ 2018)
Dir: Ari Aster

4. Oitava Série (Eighth Grade/ 2018)
Dir: Bo Burnham

3. Roma (Roma/ 2018)
Dir: Alfonso Cuarón

2. Asako I & II (Netemo Sametemo/ 2018)
Dir: Ryûsuke Hamaguchi

1. Em Chamas (Beoning/ 2018)
Dir: Chang-dong Lee

Burning

1º LUGAR: EM CHAMAS (Beoning), de Lee Chang-dong

TOP 5 MELHORES EM MÍDIA DIGITAL

5. O Silêncio do Lago (Spoorloos/ 1988)
Dir: George Sluizer

4. Através de um Espelho (Såsom i en spegel/ 1961)
Dir: Ingmar Bergman

3. 8½ (8½/ 1963)
Dir: Federico Fellini

2. O Parque Macabro (Carnival of Souls/ 1962)
Dir: Herk Harvey

1. O Segundo Rosto (Seconds/ 1966)
Dir: John Frankenheimer

seconds

1º LUGAR: O SEGUNDO ROSTO (Seconds), de John Frankenheimer

IN MEMORIAN

Este ano, perdemos diretores icônicos e vencedores do Oscar. Milos Forman (venceu por Um Estranho no Ninho e Amadeus) e Bernardo Bertolucci (venceu por O Último Imperador), mas no caso dele, ficou mais famoso por filmes polêmicos como O Conformista, O Último Tango em Paris e Os Sonhadores. Outro diretor que entregou importantes filmes foi Nicolas Roeg, que destaco Inverno de Sangue em Veneza, O Homem que Caiu na Terra e Bad Timing. E agora no dia 17, a diretora Penny Marshall, mais conhecida pelas comédias Quero Ser Grande e Uma Equipe Muito Especial nos deixou.

Entre os atores, indicados ao Oscar nos deixaram: Burt Reynolds (que mais chama a atenção por uma vida repleta de arrependimentos por recusa de papéis importantes), Sondra Locke (ex-mulher de Clint Eastwood), Barbara Harris e a vencedora do Oscar de Coadjuvante em 1957 por Palavras ao Vento, Dorothy Malone. Também vale citar Margot Kidder, a eterna Lois Lane do Superman do saudoso Christopher Reeve.

Dos profissionais brasileiros, demos adeus às lendas Nelson Pereira dos Santos (diretor de Vidas Secas e Rio 40 Graus), Roberto Farias (diretor de Assalto ao Trem Pagador e dos filmes do cantor Roberto Carlos como Roberto Carlos em Ritmo de Aventura), e as atrizes Beatriz Segall (a eterna Odete Roitman da novela Vale Tudo) e Tônia Carrero, que brilhou nos filmes do extinto estúdio da Vera Cruz como Tico-Tico no Fubá.

Vale lembrar a perda das cantoras Aretha Franklin, cujas músicas sempre estarão em trilhas sonoras de vários filmes, e pra mim, em especial, Dolores O’Riordan, vocalista do grupo The Cranberries. A morte dela aos 46 anos (!) por afogamento após uma intoxicação alcóolica me deixou abatido por uns dias.

Demos adeus aos escritores Neil Simon, que apesar de ter sido indicado ao Oscar quatro vezes sem nenhuma vitória, tinha carreira consolidada e venerada no teatro como dramaturgo; e o roteirista William Goldman, vencedor de duas estatuetas do Oscar por Butch Cassidy e Todos os Homens do Presidente.

E não poderia falar de escritores sem mencionar Stan Lee. Embora os filmes da Marvel Studios sejam um sucesso pela estratégia de mesclar universos do produtor Kevin Feige, nada seria possível sem a inestimável contribuição criativa de Lee. Ele foi o pioneiro nos quadrinhos que enxergou a humanidade nos personagens de super-heróis, que eles poderiam ser falhos também e assim, facilitar a identificação com os leitores. Foi essa chave que até hoje gera essa conexão dos filmes com o grande público.

Stan Lee

VOTOS PARA 2019

Acho que o grande assunto no Brasil este ano foram as eleições para presidente. E o que mais fiquei chocado foi a defesa ferrenha que muitos faziam para candidatos que sequer mereciam o mínimo de confiança. Acho que depois de acompanhar tanto tempo a política brasileira, só defendo uma coisa: Nenhum político merece nossa confiança. Talvez o político em si seja até uma pessoa honesta, mas o sistema é muito corrupto e parece enraizado. Não vou nem entrar na questão das propostas, porque tem cada absurdo… Acho que o Brasil só vai pra frente com uma Reforma na Educação contando com um alto investimento.

Enfim, torço para que algo dê certo neste próximo governo. Que, de alguma forma, consigam afastar o país dessa crise, gerando mais emprego, renda e segurança, que é um problema crônico, mas sem esquecer da educação e da nossa cultura!

Apoio a diversidade de autores brasileiros, especialmente no cinema. Este ano, contamos com filmes bem distintos e alternativos como Café com Canela, As Boas Maneiras, O Animal Cordial, Arábia e Benzinho. O Cinema Brasileiro deixou de ser aquele recluso de favelas e seca no Nordeste. Se vamos ganhar o Oscar? Se dependesse apenas dos filmes, não teria dúvidas de que vai chegar a hora do Brasil, mas se a política continuar interferindo… vamos ver o cinema do Camboja, Cazaquistão e Paraguai ganhar antes da gente.

Desejo Feliz Ano Novo para todos que acompanham o blog e a página do Facebook! Que seja um ano repleto de alegrias, conquistas, saúde e paz!

Compartilhe seus melhores e/ou piores filmes que viu em 2018 nos comentários!

‘EMOJI: O FILME’ se TORNA a PRIMEIRA ANIMAÇÃO a VENCER o FRAMBOESA DE OURO

Emoji O Filme Framboesa.jpeg

Cena de Emoji: O Filme, primeira animação a a ganhar o prêmio Framboesa de Ouro de Pior Filme

TOM CRUISE, MEL GIBSON E KIM BASINGER, INDICADOS E VENCEDORES DO OSCAR, TAMBÉM FORAM LEMBRADOS COMO PIORES DO ANO

Tradicionalmente, o Framboesa de Ouro (ou Razzie Awards) premia os piores do ano um dia antes da cerimônia do Oscar. Curiosamente, houve casos em que o vencedor do Framboesa levou um prêmio e no dia seguinte, ganhou o Oscar, obviamente não pelo mesmo trabalho, como foi o caso de Sandra Bullock.

E o mais curioso é que ela compareceu ao evento e recebeu o prêmio com muito bom humor, levando um carrinho repleto de cópias do roteiro do filme Maluca Paixão. “Trouxe várias cópias para que vocês leiam e vejam que eu não poderia fazer muita coisa”, discursou Bullock naquele ano de 2010.

Este ano, os filmes indicados devem agradecer aos céus pela presença ilustre da animação Emoji: O Filme, que conquistou todos os quatro prêmios a que estava concorrendo: Filme, Combo, Roteiro e Diretor, livrando a cara de alguns nomes mais famosos como os diretores Darren Aronofsky, que concorria por Mãe!, e Michael Bay, que concorria por Transformers: O Último Cavaleiro.

Nas categorias de atuação, temos dois vencedores do Oscar: Kim Basinger conquistou como Pior Atriz Coadjuvante por Cinquenta Tons Mais Escuros, e Mel Gibson levou Pior Ator Coadjuvante pela comédia Pai em Dose Dupla 2. Contudo, o prêmio que mais me agradou foi de Pior Ator para Tom Cruise em A Múmia. Lembro que enquanto assistia a essa obra-prima no cinema, pensava: “Esse Tom Cruise acha que qualquer porcaria que ele fizer vai ser um sucesso!”. Ah! E que eu queria meu dinheiro do ingresso e minhas duas horas de vida de volta.

Tom Cruise the Mummy.jpg

Química zero: Tom Cruise e Annabelle Wallis em cena de A Múmia (pic by cine.gr)

E o que dizer de Cinquenta Tons Mais Escuros? O primeiro filme foi o grande vencedor do Framboesa de 2016, com cinco prêmios. Aí, esta sequência leva mais dois prêmios. E ainda teremos o terceiro (!) neste ano, que pode e deve resultar em mais alguns prêmios no Framboesa pra fechar bem a trilogia trágica de E.L. James. Eu queria tentar entender o sucesso desses filmes, porque o sexo é pobremente retratado, os atores são péssimos, e talvez o pior: não existe uma química boa entre o casal central. Tanto Dakota Johnson quanto Jamie Dornan são totalmente sem sal.

cINQUENTA tONS mAIS eSCUROS

Casal sem sal do ano: Dakota Johnson e Jamie Dornan em Cinquenta Tons Mais Escuros (pic by cine.gr)

Também queria que aquela Katherine Heigl ganhasse o prêmio de atriz por Paixão Obsessiva, no qual ela faz uma versão tosca de Glenn Close em Atração Fatal. Nessas horas, queria perguntar: “Quem te falou que você sabe atuar?”. O vencedor da categoria foi Tyler Perry, o cara que se veste de mulher pra fazer comédias bobas. Honestamente, pelo menos Perry sabe que está fazendo algo ruim e tem um público bem específico que gosta de seus filmes nos EUA. Já o problema de Heigl é que ela acha que está fazendo uma interpretação pra ganhar o Oscar. Um Framboesa de Ouro na carreira dela poderia fazê-la repensar na carreira ou pelo menos, fazer um curso de atuação de maior prestígio.

Infelizmente, 95% dos vencedores do Framboesa não comparecem ao evento como fizeram Paul Verhoeven, Halle Berry e Sandra Bullock. Não… eles preferem simplesmente esquecer, como se os filmes fossem sumir com num passe de mágica. Acho importante esses vencedores comparecerem ao evento, receber o prêmio e saber tirar sarro de si mesmo, sabe? “Ok, fiz um péssimo filme, mas obrigado por lembrarem do meu trabalho! Vou me esforçar pra não voltar mais aqui!”

Particularmente, acho o Framboesa muito mais importante do que muito prêmio de cinema, pois ele faz uma análise dos erros e permite que os artistas reflitam melhor sobre seus trabalhos e procurem não repetir os mesmos enganos. Como todos sabem, o cinema de hoje é produzido por muitas pessoas que se dizem artistas, mas visam apenas os lucros, por isso, geram tantas sequências e refilmagens desnecessárias. Quer lucrar com cinema? Não há nada de errado nisso, mas pelo menos, procure bons motivos além do dinheiro para filmar.

VENCEDORES DO 38º FRAMBOESA DE OURO

PIOR FILME
Emoji: O Filme (The Emoji Movie)

PIOR ATRIZ
Tyler Perry (BOO! 2: A Medea Halloween)

PIOR ATOR
Tom Cruise (A Múmia)

PIOR ATOR COADJUVANTE
Mel Gibson (Pai em Dose Dupla 2)

PIOR ATRIZ COADJUVANTE
Kim Basinger (Cinquenta Tons Mais Escuros)

PIOR COMBO
Qualquer encontro de dois emojis (Emoji: O Filme)

PIOR REFILMAGEM, CÓPIA OU SEQUÊNCIA
Cinquenta Tons Mais Escuros

PIOR DIRETOR
Anthony (Tony) Leonidis (Emoji: O Filme)

PIOR ROTEIRO
Emoji: O Filme

ROTTEN TOMATO AWARDS
Baywatch

‘TRANSFORMERS’ LIDERA as INDICAÇÕES ao FRAMBOESA DE OURO. SOBRA até para ‘MÃE!’, de DARREN ARONOFSKY

razzie transformers_mummy_and_pirates_of_the_caribbean_still_-_split_-_photofest_-_h_2018.jpg

Da esquerda para a direita: Transformers: O Último Cavaleiro, A Múmia e Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar formam a nata do Framboesa de Ouro (montage by The Hollywood Reporter)

QUINTO FILME DE TRANSFORMERS SE JUNTA A OUTRAS PÉROLAS DO CINEMA AMERICANO

Aah… o que seria dos bons filmes se não fossem os ruins? Se tem uma coisa que admiro da indústria de cinema americana é que ela sabe rir de si mesma, seja fazendo sátiras de sucessos comerciais como os filmes da franquia Todo Mundo em Pânico, seja através do Framboesa de Ouro, que coroa os piores do ano de forma bastante irônica e necessária.

Nesta 38ª edição, o Framboesa temos o chorume do lixo americano como as refilmagens de A Múmia, a quinta parte de Transformers (que lidera com nove indicações!), a continuação Cinquenta Tons Mais Escuros, a refilmagem da série de TV Baywatch (que já era ruim) e a animação bem desnecessária Emoji: O Filme. Todas as inclusões indiscutíveis.

O único porém aqui, na minha humilde opinião, foi a inclusão do diretor Darren Aronofsky por Mãe!. Eu sei que tem muita gente que odeia o filme mega metafórico com significados bíblicos, e eu entendo as razões, mas temos que dar o braço a torcer porque pelo menos o diretor tentou e conseguiu fazer algo diferente. Quantas vezes você não cansou daqueles mesmos filmes com as mesmas fórmulas de sempre? É graças a inovadores como Aronofsky, que dão a cara para bater, que o cinema hoje ainda é uma Arte respeitada. Se não houvesse artistas buscando mudanças, o Cinema hoje não passaria de entretenimento sem conteúdo.

Mother!_.jpg

Jennifer Lawrence e Javier Bardem disputam o Framboesa de Ouro por Mãe! (pic by imdb.com)

Mas aí outro pode reclamar: “Mas Jennifer Lawrence e Javier Bardem estavam péssimos e mereciam indicações ao Framboesa”. Ok, suas performances não eram mesmo dignas de nota, mas temos que levar em conta que são personagens e situações bastante incomuns, quase como um teatro non-sense, e que mesmo se fossem Meryl Streep e Daniel Day-Lewis no lugar deles, não seriam interpretações bem aceitas pelo público.

Em relação a Jennifer Lawrence, vejo a indicação dela do mesmo modo que os organizadores devem ter pensado: “Vamos inclui-la para que ela se toque que está havendo um excesso de exposição”. Todo ano tem filme com J-Law, às vezes até mais, e isso desgasta a imagem do ator ou atriz, que nem sempre vai acertar nas suas escolhas de projetos e até mesmo nas atuações.

Falando ainda em excessos, dentre os indicados, já deu de filmes de Piratas do Caribe e de robôs gigantes de Transformers, né? Eles podem até continuar fazendo dinheiro nas bilheterias, mas a cada novo filme, as idéias ficam mais estapafúrdias. Daqui a pouco vão ter piratas transsexuais e robôs gigantes contra Godzilla.

Bom, se tem uma lista de filmes que não faço a mínima questão de assistir é a lista do Framboesa de Ouro! Como sempre digo para um amigo meu: “Se não me sobra nem tempo pra ver filmes bons, pra que vou gastá-lo com filmes que sei que são ruins?”. Claro que sei também que, como um bom cinéfilo, devo assistir de tudo sem preconceitos, portanto dos que assisti, posso concordar em absoluto com as indicações para A Múmia (já citei os motivos do filme ter naufragado no meu post de Retrospectiva 2017), mas honestamente, achei que a adaptação de Stephen King, A Torre Negra, também deveria bombar aqui. Assim como deveriam ter incluído na categoria de Pior Sequência O Chamado 3 e Alien: Covenant. Só não incluíram Ridley Scott na parada porque ele pode ter os genes suicidas do irmão…

Ah! E só mais uma coisa: Katherine Heigl é a pior atriz atualmente em Hollywood. Essa tentativa ridícula de ser Glenn Close em Atração Fatal é de doer.

katherine heigl razzie

Katherine Heigl em momento da atriz do método em Paixão Obsessiva (pic by imdb.com)

INDICADOS AO FRAMBOESA DE OURO:

PIOR FILME
Baywatch (Baywatch)
Emoji: O Filme (The Emoji Movie)
Cinquenta Tons Mais Escuros (Fifty Shades Darker)
A Múmia (The Mummy)
Transformers: O Último Cavaleiro (Transformers: The Last Knight)

PIOR ATRIZ
Katherine Heigl (Paixão Obsessiva)
Dakota Johnson (Cinquenta Tons Mais Escuros)
Jennifer Lawrence (Mãe!)
Tyler Perry (BOO! 2: A Medea Halloween)
Emma Watson (O Círculo)

PIOR ATOR
Tom Cruise (A Múmia)
Johnny Depp (Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar)
Jamie Dornan (Cinquenta Tons Mais Escuros)
Zac Efron (Baywatch)
Mark Wahlberg (Pai em Dose Dupla 2) & (Transformers: O Último Cavaleiro)

PIOR ATOR COADJUVANTE
Javier Bardem (Mãe!) & (Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar)
Russell Crowe (A Múmia)
Josh Duhamel (Transformers: O Último Cavaleiro)
Mel Gibson (Pai em Dose Dupla 2)
Anthony Hopkins (Collide) & (Transformers: O Último Cavaleiro)

PIOR ATRIZ COADJUVANTE
Kim Basinger (Cinquenta Tons Mais Escuros)
Sofia Boutella (A Múmia)
Laura Haddock (Transformers: O Último Cavaleiro)
Goldie Hawn (Viagem das Loucas)
Susan Sarandon (Perfeita é a Mãe 2)

PIOR COMBO
* Qualquer combinação de dois personagens, brinquedos sexuais ou posições sexuais  (Cinquenta Tons Mais Escuros)
* Qualquer combinação entre dois humanos, dois robôs ou duas explosões (Transformers: O Último Cavaleiro)
* Qualquer encontro de dois emojis (Emoji: O Filme)
* Johnny Depp e seu estilo bêbado de atuar  (Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar)
* Tyler Perry e qualquer vestido velho ou peruca ruim (BOO! 2: A Madea Halloween)

PIOR REFILMAGEM, CÓPIA OU SEQUÊNCIA
Baywatch
BOO 2: A Medea Halloween
Cinquenta Tons Mais Escuros
A Múmia
Transformers: O Último Cavaleiro

PIOR DIRETOR
Darren Aronofsky (Mãe!)
Michael Bay (Transformers: O Último Cavaleiro)
James Foley (Cinquenta Tons Mais Escuros)
Alex Kurtzman (A Múmia)
Anthony (Tony) Leonidis (Emoji: O Filme)

PIOR ROTEIRO
Baywatch
Emoji: O Filme
Cinquenta Tons Mais Escuros
A Múmia
Transformers: O Último Cavaleiro

***

Como costumeiro, os vencedores serão anunciados um dia antes da cerimônia do Oscar, mais precisamente no dia 03 de março.

RETROSPECTIVA 2017: BASTIDORES SEXUAIS DE HOLLYWOOD

ANO FICOU MARCADO POR ESCÂNDALOS SEXUAIS E A EXPANSÃO DA DISNEY

Saudações aos cinéfilos de plantão! Mais um ano se passou e gostaria de entediá-los com meu resumão com os filmes. Bom, primeiramente, quero agradecer a todos que curtiram, fizeram comentários ou mesmo deram aquela breve passada no blog e na página do Facebook. Continuo não ganhando nem um centavo, mas todos os feedbacks certamente são gratificantes, então obrigado!

META DE 2017 E SUAS CONSEQUÊNCIAS

Este ano tracei como meta assistir mais daqueles filmes que quando você fala que não viu, a pessoa reage com um: “Não acredito que você não assistiu!”. Então, vi alguns clássicos pela primeira vez como o neo-realista italiano Humberto D. (1952), de Vittorio De Sica, e o tocante e singelo clássico japonês de Yasujirô Ozu, Era uma Vez em Tóquio (1953). Também incluí filmes cults como Scanners – Sua Mente Pode Destruir (um David Cronenberg “tosqueira” que ficou mais marcado pela cena da cabeça que explode) e Tomates Verdes Fritos (que honestamente não entendi toda essa aura que o transformou em cult).

Dos diretores renomados, alguns filmes me surpreendi positivamente como Razão e Sensibilidade (1995), de Ang Lee (que achava que seria um drama de época sonolento), e Arizona Nunca Mais (1987), dos irmãos Coen, quando o humor deles era mais non-sense. Já outros como A Cidade dos Amaldiçoados (1995), de John Carpenter, foi bem doído assistir até o final pelo cúmulo do ridículo das cenas (Christopher Reeve mentalizando um muro de tijolos pra bloquear a telepatia das crianças foi a cena mais “chá de cogumelo” que vi este ano).

PIORES DO ANO NO CINEMA

Todo ano eu assisto a filmes que penso: “Onde eles estavam com a cabeça?”. Normalmente, são filmes cujos produtores se acham criativos demais a ponto de não necessitarem de um diretor competente por trás das câmeras. Dá pra citar dois exemplos de como Hollywood ainda tem muito a aprender:

A MÚMIA. Se essa era a idéia de revival dos monstros clássicos da Universal, o estúdio deveria urgentemente rever seus conceitos. Claramente, quiseram criar uma espécie de universo onde a Múmia poderia interagir com o Drácula, Frankenstein e Lobisomem em futuros longas, assim como a Marvel Studios planejou e executou, mas nem todo mundo tem a visão, organização e planejamento de Kevin Feige (produtor da Marvel).

mumie-mit-tom-cruise-jake-johnson-und-annabelle-wallis.jpg

No centro, Annabelle Wallis com Jake Johnson e Tom Cruise em cena de A Múmia (pic by moviepilot.de)

Primeiramente, Tom Cruise não tem o carisma de Brendan Fraser (que protagonizou A Múmia de 1999), e muito menos tem qualquer química com sua colega Annabelle Wallis. Sofia Boutella como uma versão feminina da múmia soou promissor nos trailers, mas o resultado final acabou comprometido com as demais escolhas equivocadas, assim como o diretor Alex Kurtzman, que só tinha uma comédia desconhecida no currículo. Felizmente, o filme foi mal nas bilheterias e deve brecar esse plano insosso da Universal.

A TORRE NEGRA. Acho bacana resgatarem um grande autor de terror como Stephen King para os cinemas, mas definitivamente esta adaptação de sua obra não funcionou em nenhum aspecto. Sinceramente não entendi o motivo de contratarem o diretor dinamarquês Nikolaj Arcel. Eles queriam uma atmosfera de filme europeu num filme nitidamente blockbuster? E embora Idris Elba e Matthew McConaughey se esforcem, é impossível se importar com seus personagens, muito menos o jovem Tom Taylor que pareceu mais perdido do que os próprios produtores.

dark tower der-dunkle-turm-mit-idris-elba-und-tom-taylor

Idris Elba e Tom Taylor tentam alguma química em A Torre Negra (pic by moviepilot.de)

Ainda falando sobre Stephen King, achei muuuito bacana ver seu romance “It” sendo tão destacado após tantos anos da primeira adaptação para a televisão. Este novo It: A Coisa se tornou o filme de terror mais visto de todos os tempos, ultrapassando o recorde anterior de O Exorcista (1973) que era de 232 milhões de dólares. Contudo, apesar dos números gordos que certamente vão engrenar mais filmes de terror, o filme está longe de ser uma obra-prima como muitos classificaram. Se tivessem explorado mais os personagens adultos, que são mais assustadores do que o próprio palhaço Pennywise, e reduzissem o excesso de efeitos visuais na figura dele, a performance de Bill Skarsgård poderia causar mais calafrios.

IT es-mit-finn-wolfhard-jaeden-lieberher-wyatt-oleff-chosen-jacobs-jeremy-ray-taylor-jack-dylan-grazer-und-sophia-lillis.jpg

Crianças procuram pelo palhaço Pennywise em cena de It: A Coisa (pic by moviepilot.de)

E de uma forma geral, as sequências e refilmagens integraram a parte ruim da safra do ano. Hoje existe um excesso de continuações e reboots que empobrece o cinema, e que se continuar nesse ritmo, os filmes originais passarão a ser raridade no circuito. Citando apenas os que vi no cinema: O Chamado 3, Jogos Mortais: Jigsaw, Alien: Covenant (uma franquia excelente mas que enfraqueceu demais com esta nova produção), Annabelle 2: A Criação do Mal, e até mesmo Guardiões da Galáxia Vol. 2, que pecou no excesso de gags e esqueceu da trama principal.

INDO CONTRA A CORRENTE

Apesar de Hollywood ainda produzir boas continuações como Logan e Thor: Ragnarok, é nesse cenário de escassez de originalidade que temos que valorizar os novos trabalhos de Darren Aronofsky (Mãe!) e Christopher Nolan (Dunkirk). Curiosamente, ambos os filmes tiveram recepções do tipo ame ou odeie, mas é inegável o esforço que os diretores fizeram para entregar algo novo, fresco e com alguma mensagem, concorde você ou não.

mother-mit-jennifer-lawrence-und-javier-bardem

E o filme doideira do ano vai para Mãe!, de Darren Aronofsky (pic by moviepilot.de)

Apesar de ter cedido dirigir a sequência Blade Runner 2049, Denis Villeneuve é garantia de vermos algo no mínimo com um olhar diferente. A Chegada é uma das ficções científicas mais criativas dos últimos anos, principalmente no uso de recursos cinematográficos como a montagem não-linear.

E falando em originalidade, não posso deixar de citar o melhor filme que vi nos cinemas: Corra!, de Jordan Peele. Pra começar, este é um filme que nunca imaginei que veria um dia. Trata-se de um filme extremamente corajoso ao lidar com o tema do racismo, ainda mais no gênero do terror e da ficção científica. E isso só foi possível graças a Jordan Peele que, em entrevista, confessou que queria fazer um filme em que pudesse passar a péssima sensação de ser uma minoria. Antigamente, havia mais filmes assim, em que o diretor queria abordar temas polêmicos em tramas de terror e ficção científica como O Enigma do Outro Mundo (1982), de John Carpenter.

Quando soube que Robert Pattison estava bem cotado pra ganhar o prêmio de interpretação masculina em Cannes por Bom Comportamento (Good Time), fiquei pensando se não seria exagero da mídia, afinal estamos falando daquele rapaz sem graça daqueles filmes mais sem graça ainda do Crepúsculo. Pelo visto suas duas colaborações com o diretor canadense David Cronenberg, Cosmópolis e Mapas Para as Estrelas, fizeram muito bem para desinflar seu ego e mostrar que ele tem potencial. Nesse filme dos irmãos Benny e Josh Safdie, Pattison vive um ladrão de bancos que, após uma tentativa frustrada de assalto, precisa resgatar seu irmão antes que ele volte para a prisão. Além do ator, o filme foi uma grata surpresa. Muito bem dirigido, montado e com uma ótima trilha musical de Daniel Lopatin, Bom Comportamento consegue gerar tensão do início ao fim e nunca se torna previsível.

good-time-mit-robert-pattinson

Robert Pattison em cena de Bom Comportamento (pic by moviepilot.de)

OSCAR 2017: A CERIMÔNIA QUE NÃO ACABOU

A cerimônia do Oscar ficou tão marcada com a lambança histórica de troca de envelopes e anúncio de filme errado que às vezes você até esquece qual indicado ganhou Melhor Filme, o que acabou apagando um pouco o brilho da vitória de Moonlight: Sob a Luz do Luar. Esse deslize diminuiu o fato da Academia premiar pela primeira vez em seus 89 anos um filme sobre homossexualismo e composto por um elenco totalmente negro.

moonlight-mistake-la-la-land-oscars-2017-4c9f107a-c74f-4680-91fd-44a0df7cd59c

Gafes do Oscar: Warren Beatty e Jimmy Kimmel com caras de “O que eu vou falar agora??”

Claro, é importante quebrar barreiras e desbravar novos mares, mas deixando essa parte politicamente correta de lado, não considero Moonlight um bom filme. Barry Jenkins reuniu uma série de clichês de homossexualismo e de vício de drogas, colocou uma fotografia mais estilizada com câmera lenta, e uma estrutura narrativa convencional em três tempos da vida do protagonista. As melhores qualidades do filme são a trilha de Nicholas Britell e Mahershala Ali, que ficou muito limitado no primeiro terço do filme. Quer ver filme bom de homossexualismo? Veja O Segredo de Brokeback Mountain, veja Weekend, veja Azul é a Cor Mais Quente, veja Antes do Anoitecer, veja Morte em Veneza, enfim, são tantas opções melhores…

ISABELLE HUPPERT. Antes quero deixar claro que sou e sempre fui contra aqueles Oscars concedidos com intenção de compensar derrotas anteriores ou várias indicações sem vitórias, pois esses prêmios costumam gerar novas injustiças e transformar tudo num ciclo vicioso. Francamente, achava que Isabelle Huppert nem seria indicada por Elle por se tratar de uma performance corajosa num filme igualmente ousado, mas já que ela foi indicada, por que não premiá-la? A grande maioria dos críticos americanos a reconheceu como a melhor performance feminina do ano, mas no Oscar resolveram premiar a America’s sweetheart Emma Stone em La La Land, que certamente terá inúmeras outras oportunidades de ganhar uma estatueta.

emma_stone_oscar_2017_winner-wide

Emma Stone e seu Oscar de Atriz por La La Land

Claro que também fiquei indignado com a ausência de Elle na categoria de Filme em Língua Estrangeira. Além do filme ser muito bom, a Academia perdeu uma excelente oportunidade de premiar Paul Verhoeven, um diretor holandês que muito contribuiu para Hollywood nos anos 80 e 90, com clássicos modernos como RoboCop – O Policial do Futuro, Instinto Selvagem O Vingador do Futuro. Se depois viessem com Oscar Honorário, se fosse Verhoeven, eu nem me daria ao trabalho de comparecer à cerimônia.

paul-verhoeven-elle-cannes-interview-20160522-snap

Isabelle Huppert e o diretor Paul Verhoeven divulgam Elle no tapete vermelho de Cannes (pic by LA Times)

EXPANDE MONOPÓLIO DA DISNEY

Lembra lá no colégio, quando seu professor de História te ensinou sobre as consequências do monopólio? Que, como não há forte concorrência, a empresa controla o mercado? Como eu havia comentado há dois anos e já me preocupava com essa situação fora de controle, a Disney já comprou a Pixar, a Marvel, a Lucas Films (Star Wars) e agora a Fox e suas derivadas Twentieth Century Fox, Fox Searchlight e FX, essa última em especial se tornou referências em séries mais ousadas como American Horror Story e Fargo, material que não vemos na Disney.

Disney-Fox

Inicialmente, os fãs da Marvel comemoraram o fato de vários personagens poderem participar do mesmo universo dos filmes da Marvel/Disney, como Deadpool e os X-Men. Sim, pelo lado dos fãs de quadrinhos, é uma ótima notícia pela integração, mas é justamente aí que reside uma grande preocupação. Será possível um filme como Deadpool, repleto de sangue, palavrões, humor negro e sexo, sob o comando da empresa-família Disney? Se os figurões da Disney forem espertos, eles mantém o logo da Fox e continuarão produzindo filmes para o público adulto como Logan, já que foi comprovado o sucesso comercial e de crítica.

Mas não se trata apenas desse microcosmo da Marvel. Toda forma de Arte precisa de diversidade para sobreviver, por isso, quanto menos pasteurizada for a safra de novos filmes, o cinema terá vida longa.

OS ASSÉDIOS DE HOLLYWOOD

Embora muitos acreditem que o terremoto começou com o produtor Harvey Weinstein, Hollywood já ficou em estado de alerta com relatos de assédio envolvendo o último vencedor do Oscar de Melhor Ator, Casey Affleck, que teria tratado com machismo colegas de trabalho chamando-as de “vacas” e chegando a mostrar seu órgão genital para Amanda White, produtora de seu mockumentary  I’m Still Here.

Obviamente, o caso de Harvey Weinstein, dono da ex-distribuidora Miramax e atual Weinstein Co., é o mais grave de todos. Ele teria assediado mais de oitenta mulheres (segundo o USA Today), com destaque para atrizes como Ashley Judd (que foi a primeira a erguer a mão), Asia Argento, Rosanna Arquette, Kate Beckinsale, Cara Delevingne, Claire Forlani, Romola Garai, Heather Graham, Eva Green, Daryl Hannah, Salma Hayek, Angelina Jolie, Rose McGowan, Lupita Nyong’o, Mira Sorvino e Gwyneth Paltrow. Seus avanços normalmente seguiam uma tática de chamar a vítima até seu quarto de hotel, onde ele já a esperava trajado com roupão de banho, oferecia e pedia massagens e forçava beijos. Caso as vítimas se recusassem, ele as ameaçava dizendo que “acabaria com a carreira delas”. E elas sabiam que ele tinha poder para isso.

harvey-weinstein-et-les-actrices-qui-l-ont-accuse-de_2585648_667x333

O produtor Harvey Weinstein à esquerda com algumas de suas vítimas (montage by Archy World News)

Nessa confusão toda, sobrou até pra Meryl Streep, que foi acusada de saber dos abusos e não reportar, assim como Matt Damon, que teria ajudado a encobrir um dos escândalos a pedido de Weinstein em 2004. Primeiramente, muita calma nessa hora. Como jogaram merda no ventilador, é preciso apurar tudo antes de sair acusando todo mundo, pois carreiras e vidas estão em jogo.

Todas essas acusações mexeram demais com a indústria, tanto que a Academia decidiu expulsar o produtor Harvey Weinstein de sua associação. Ele foi indicado ao Oscar de Melhor Filme por Gangues de Nova York em 2003, e ganhou o Oscar em 1999 por Shakespeare Apaixonado. Inclusive acredito na teoria da conspiração que o Oscar de Melhor Atriz para Gwyneth Paltrow foi comprado com o intuito de fazê-la esquecer do “incidente” (talvez só assim pra explicar como ela bateu Cate Blanchett e Fernanda Montenegro naquele ano…). Pode ser que mais membros envolvidos na polêmica sejam futuramente expulsos também.

Depois de Weinstein, o caso mais em evidência foi do ator Kevin Spacey. Sua vida se tornou um inferno depois que o ator Anthony Rapp, da série Star Trek: Discovery, revelou que aos 14 anos, ele foi abusado por Spacey depois de uma festa. Em resposta pelo Twitter, Kevin Spacey pediu desculpas, mas sugeriu que seu comportamento inapropriado teria acontecido por ele ser gay. Obviamente, a declaração não caiu bem e deixou a comunidade gay em fúria. Em seguida, vieram outras acusações envolvendo jovens atores de seu grupo teatral britânico Old Vic. Vendo a bola de neve crescer rapidamente, a Netflix logo anunciou que cancelaria série House of Cards, protagonizada por Spacey, enquanto o diretor Ridley Scott decidiu apagar todas as cenas já filmadas com Spacey e substitui-lo por Christopher Plummer no filme All the Money in the World. Estava anunciado o fim da carreira de Kevin Spacey, que teria se internado numa espécie de clínica de reabilitação.

kevin-spacey scandal

Envolvido em escândalos, o ator Kevin Spacey foi retirado integralmente do filme de Ridley Scott, All the Money in the World (montage by Digital Spy)

Tendo o mesmo comportamento inapropriado, o diretor Bryan Singer foi recentemente demitido da produção de Bohemian Rhapsody, filme biográfico do vocalista do Queen, Freddie Mercury. Inicialmente, inventaram uma desculpa de que ele tinha problemas familiares, mas novas acusações surgiram contra ele e assim estava justificada sua demissão. Segundo relatos, Singer oferecia papéis a jovens atores (incluindo menores) em troca de sexo.

Ao longo dos últimos meses, várias acusações surgiram contra outros profissionais da área de cinema e de TV. Para citar os mais importantes: o diretor e produtor Brett Ratner, os atores e vencedores do Oscar Dustin HoffmanRichard Dreyfuss (que teriam provocado e oferecido propostas indecentes), e os atores de séries Jeffrey Tambor (de Transparent, que tem futuro incerto) e Louis C.K. (de Louie, que também não deve continuar e ainda cancelou futuros projetos). Todos se afastaram dos holofotes e devem esperar a poeira abaixar um pouco.

 

Alguns especialistas acreditam que o Oscar 2018 pode dar preferência às mulheres devido aos acontecimentos. Portanto, podem pintar candidatas e vencedoras mulheres em categorias normalmente dominadas por homens como Direção e Fotografia. Eu, particularmente, sou contra essa tendência de premiar de acordo com os tempos como aconteceu com Moonlight, que mais foi premiado como forma de protesto contra o governo de Trump do que pelos próprios méritos.

CRÍTICAS

Vamos às listas do ano, começando com os melhores vistos nos cinemas.

TOP 5 MELHORES DO ANO NO CINEMA

5. Bom Comportamento (Good Time/ 2017)
Dir: Benny Safdie, Josh Safdie

4. Custódia (Jusqu’à la garde/ 2017)
Dir: Xavier Legrand

3. Ao Cair da Noite (It Comes at Night/ 2017)
Dir: Trey Edward Shults

2. A Qualquer Custo (Hell or High Water/ 2016)
Dir: David Mackenzie

1. Corra! (Get Out/ 2017)
Dir: Jordan Peele

GET OUT Allison-Williams

Daniel Kaluuya e Allison Williams em cena de Corra!

TOP 5 MELHORES EM MÍDIA DIGITAL

5. Your Name (Kimi no na wa/ 2016)
Dir: Makoto Shinkai

4. Desamor (Loveless/ 2017)
Dir: Andrey Zvyagintsev

3. Pais e Filhos (Soshite chichi ni naru / 2013)
Dir: Hirokazu Kore-eda

2. El Topo (El Topo/ 1970)
Dir: Alejandro Jodorowsky

1. Era uma vez em Tóquio (Tôkyô monogatari/ 1953)
Dir: Yasujirô Ozu

Tokyo Monogatari

Era uma Vez em Tóquio, de Yasujirô Ozu. Pic by imdb.com

IN MEMORIAN

Comparado ao ano passado, é possível dizer que tivemos poucas perdas no mundo do cinema. Particularmente, pra mim foi muito difícil dizer adeus a um dos melhores diretores que Hollywood produziu: o americano Jonathan Demme. Como sou fã incondicional de O Silêncio dos Inocentes, e considero Filadélfia um marco contra o preconceito da Aids, tenho um carinho enorme pelos seus filmes.

jonathan-demme-obituary-slide-9JFF-superJumbo

O diretor Jonathan Demme com a atriz Jodie Foster em set de O Silêncio dos Inocentes (pic by The New York Times)

Outra perda irreparável para os cinéfilos fãs de terror foi o mestre George Romero, conhecido como o pai dos zumbis que hoje estrelam vários filmes, séries e quadrinhos. Apesar de admirar seus trabalhos com os mortos-vivos, gostaria de ter visto mais filmes de outras temáticas como o ótimo Martin (1978), no qual um rapaz acredita que é um vampiro.

Perdemos os vencedores do Oscar: Martin Landau, vencedor do Oscar de Coadjuvante pela excepcional performance como Bela Lugosi em Ed Wood (1994); e o diretor John G. Avildsen, considerado o diretor dos filmes de esporte e montagem Rocky, um Lutador (1976) e Karatê Kid (1984).

Grandes atores indicados ao Oscar também partiram: John Hurt (por O Expresso da Meia-Noite e O Homem Elefante), Mary Tyler Moore (por Gente Como a Gente); Sam Shepard (por Os Eleitos). E nomes que serão lembrados por seu talento e carisma: Harry Dean StantonBill PaxtonJerry LewisAdam West (o eterno Batman da série de TV), Roger Moore (o ator que mais interpretou James Bond), e o músico Chris Cornell (criou a trilha e canção de 007 – Cassino Royale).

FELIZ ANO NOVO!

Embora nosso querido governo pise cada vez mais em nós, seja criando mais leis inúteis, seja criando mais impostos para cobrir seus próprios roubos, ou pior: soltando presos corruptos como faz um certo ministro do Supremo, precisamos tocar nossas vidas. 2018 é uma grande incógnita na política, e tenho muito receio de que o PT volte ao poder e de uma possível ascensão da extrema direita.

Que em 2018, sejam lançados mais filmes de qualidade, filmes alternativos e por que não filmes nacionais melhores? O cinema brasileiro parece ter perdido aquele gás dos anos 2000 e se rendido a comédias típicas de televisão. Bingo: O Rei das Manhãs foi uma boa surpresa de Daniel Rezende, mas precisamos de mais.

‘O Regresso’ conquista os prêmios principais no BAFTA 2016

Da esquerda para direita: O diretor Alejandro González Iñárritu, Tom Cruise e Leonardo DiCaprio posam com seus BAFTAs por O Regresso (photo by usatoday.com)

Da esquerda para direita: O diretor Alejandro González Iñárritu, Tom Cruise e Leonardo DiCaprio posam com seus BAFTAs por O Regresso (photo by usatoday.com)

FILME DE ALEJANDRO G. IÑÁRRITU LEVA 5 PRÊMIOS, INCLUINDO FILME E DIRETOR

Houve um tempo em que o BAFTA, o prêmio da Academia Britânica, era uma ótima alternativa para os demais prêmios da temporada até o Oscar. Nos anos 90, premiou Os Bons Companheiros, Quatro Casamentos e um Funeral, Razão e Sensibilidade e Ou Tudo ou Nada como Melhores Filmes do ano, enquanto no Oscar, ganharam prêmios menos expressivos ou foram apenas indicados. Tudo isso mudou em 2001, quando a cerimônia passou de abril para fevereiro, com o intuito de ser mais “contundente” na temporada. Acho que em termos de números, o BAFTA conseguiu seu objetivo, mas perdeu sua personalidade, ficando com mais cara de prévia do Oscar.

Portanto, nesse cenário, os resultados aqui são relevantes para quem quer ganhar no bolão da empresa! Vale lembrar, contudo, que a vitória de O Regresso e seu diretor Alejandro González Iñárritu não significa necessariamente uma garantia, já que no ano passado, a Academia Britânica preteriu Birdman para premiar Boyhood: Da Infância à Juventude. Então este BAFTA poderia ser interpretado como uma espécie de compensação pelo trabalho anterior. O mesmo aconteceu no Globo de Ouro. E o Oscar? Vai premiar dois filmes do mesmo diretor consecutivamente? Seria um marco inédito na história do prêmio.

Nesta 69ª edição, o épico de vingança levou 5 prêmios: Filme, Diretor, Fotografia, Som e Ator para Leonardo DiCaprio. Ao que tudo indica, deste ano não passa o Oscar dele e será o fim dos memes na internet! Como todo os prêmios estão reconhecendo DiCaprio, inclusive este é seu primeiro BAFTA após 4 indicações, seria um movimento errado da Academia se não fizer o mesmo. Indo no mesmo caminho, Brie Larson coleciona mais uma importante estatueta e deve seguir como única consagração de O Quarto de Jack.

Já nas categorias de coadjuvantes, Mark Rylance e Kate Winslet deram uma mudada no padrão da temporada, porém, suas vitórias podem ser consideradas “parciais”, já que não concorreram com os favoritos Sylvester Stallone e Alicia Vikander, respectivamente. Stallone não estava entre os indicados por um atraso no lançamento de Creed: Nascido Para Lutar em terras londrinas, enquanto Vikander estava disputando aqui como atriz principal por A Garota Dinamarquesa. Num ano extremamente competitivo, a atuação de Rylance foi uma das que merecia um reconhecimento desse calibre; seu papel e interpretação é fundamental para Ponte dos Espiões funcionar. Na ala feminina, prefiro o trabalho de Jennifer Jason Leigh (Os 8 Odiados) ou Rooney Mara (Carol) no lugar de Winslet por terem personagens mais profundos e tridimensionais.

Eddie Redmayne posa ao lado da vencedora de Atriz Coadjuvante Kate Winslet (Photo by Dave J Hogan/Dave J Hogan/Getty Images)

Eddie Redmayne posa ao lado da vencedora de Atriz Coadjuvante Kate Winslet (Photo by Dave J Hogan/Dave J Hogan/Getty Images)

Nas categorias mais técnicas, Mad Max: Estrada da Fúria dominou com 4 prêmios: Direção de Arte, Figurino, Maquiagem e Montagem, o que pode indicar que o filme de George Miller fique restrito a essas categorias “menores”, concretizando um possível pesadelo que os fãs previam. E o que dizer de Carol? Foi recordista de indicações ao BAFTA com nove, mas não levou nenhum! Ficou com jeitão de encheção de linguiça, ou melhor, de vaga! E é uma pena porque é um dos filmes mais belos de 2015… O outro recordista com nove foi Ponte dos Espiões, mas pelo menos levou Ator Coadjuvante. Outras produções que não levaram nada: Perdido em Marte, A Garota Dinamarquesa e Ex-Machina: Instinto Artificial.

DA CERIMÔNIA

Leonardo DiCaprio recebeu o prêmio das mãos de Tom Cruise, e agradeceu seu colega de set, Tom Hardy, pela lealdade nas filmagens e como colaborador do projeto. Também citou sua mãe por sempre encorajá-lo a seguir na carreira de ator.

Brie Larson não estava presente, então o diretor de O Quarto de Jack, Lenny Abrahamson, aceitou o prêmio em seu nome, dizendo que se trata de uma das melhores atrizes de sua geração. Ela está filmando o prequel de King Kong na Austrália, Kong: Skull Island.

Também ausente, Mark Rylance teve seu prêmio recebido por seu diretor, Steven Spielberg. Ele está atualmente em cartaz em peça da Broadway. Já Kate Winslet, que ganhou seu terceiro BAFTA, agradeceu seu companheiro de tela, Michael Fassbender: “Você nos guiou. Não sei como você fez isso.  Eu poderia assisti-lo todos os dias e ficar completamente estupefata.”

O ator Sidney Poitier foi homenageado com o BAFTA Fellowship, o maior título da Academia Britânica, mas infelizmente não pôde comparecer devido à questões de saúde. “Desculpem-me por não estar presente em Londres para esta ocasião especial, mas tenho um lugar muito especial no meu coração por sua grande cidade. Obrigad por sua calorosa recepção.” Ele foi indicado seis vezes como Melhor Ator Estrangeiro, e ganhou uma vez em 1959 por Acorrentados, um ótimo drama racial de Stanley Kramer.

Um prêmio que gostei bastante foi Melhor Filme Britânico para o encantador Brooklyn. O filme sobre a trajetória da imigrante irlandesa Eilis Lacey  para os EUA é um drama/romance tão bem feito que emociona, especialmente pela performance inspiradora de Saoirse Ronan. Pena que ela não levou o prêmio de atriz; seria um deleite.

Brooklyn_s_stars_including_Julie_Walters_Domhnall-m-162_1455531275112

Melhor Filme Britânico para Brooklyn. Os apresentadores do prêmio nas pontas (Kate Winslet e Idris Elba) com (da esq para dir): Juie Walters, Domhnall Gleeson, Saoirse Ronan, John Crowley, Finola Dwyer, Amanda Posey, Nick Hornby e Eileen O’Higgins (photo by Dave Bennett/Getty Images through dailymail.co.uk)

E quanto ao vencedor do EE Rising Star, John Boyega, estrela do novo filme do Star Wars, não dá pra pôr na conta da polêmica do #OscarSoWhite, pois (teoricamente) o prêmio é votado pelo público.

Na página do BAFTA, gostei das brochuras que o artista Levente Szabó ilustrou pela Human Afert All, e resolvi postar e compartilhar por aqui:

O REGRESSO

O REGRESSO (art by Levente Szabó – BAFTA)

A GRANDE APOSTA

A GRANDE APOSTA (Art by Levente Szabó – BAFTA)

CAROL

CAROL (Art by Levente Szabó – BAFTA)

PONTE DOS ESPIÕES

PONTE DOS ESPIÕES (Art by Levente Szabó – BAFTA)

SPOTLIGHT

SPOTLIGHT (Art by Levente Szabó – BAFTA)

VENCEDORES DO 69º BAFTA AWARDS:

MELHOR FILME
O Regresso (The Revenant)

DIRETOR
Alejandro G. Iñárritu (O Regresso)

ATOR
Leonardo DiCaprio (O Regresso)

ATRIZ
Brie Larson (O Quarto de Jack)

ATOR COADJUVANTE
Mark Rylance (Ponte dos Espiões)

ATRIZ COADJUVANTE
Kate Winslet (Steve Jobs)

ROTEIRO ORIGINAL
Tom McCarthy, Josh Singer (Spotlight – Segredos Revelados)

ROTEIRO ADAPTADO
Adam McKay, Charles Randolph (A Grande Aposta)

TRILHA MUSICAL ORIGINAL
Ennio Morricone (Os 8 Odiados)

FOTOGRAFIA
Emmanuel Lubezki (O Regresso)

MONTAGEM
Margaret Sixel (Mad Max: Estrada da Fúria)

DIREÇÃO DE ARTE
Colin Gibson, Lisa Thompson (Mad Max: Estrada da Fúria)

FIGURINO
Jenny Beavan (Mad Max: Estrada da Fúria)

MAQUIAGEM
Lesley Vanderwalt, Damian Martin (Mad Max: Estrada da Fúria)

SOM
Lon Bender, Chris Duesterdiek, Martin Hernandez, Frank A. Montano, Jon Taylor, Randy Thom (O Regresso)

EFEITOS VISUAIS
Chris Corbould, Roger Guyett, Paul Kavanagh, Neal Scanlan (Star Wars: O Despertar da Força)

FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
Relatos Selvagens (Relatos Salvajes), de Damian Szifrón (Argentina)

DOCUMENTÁRIO
Amy (Amy), de Asif Kapadia, James Gay-Rees

ANIMAÇÃO
Divertida Mente, de Pete Docter

MELHOR FILME BRITÂNICO
Brooklyn (Brooklyn), de John Crowley, Finola Dwyer, Amanda Posey, Nick Hornby

MELHOR ESTRÉIA DE ROTEIRISTA, DIRETOR OU PRODUTOR BRITÂNICO
Rupert Lloyd (O Lobo do Deserto)

CURTA DE ANIMAÇÃO BRITÂNICO
Edmond, de Nina Gantz, Emilie Jouffroy

CURTA BRITÂNICO
Operator, de Caroline Bartleet, Rebecca Morgan

THE EE RISING STAR AWARD (VOTADO PELO PÚBLICO)
John Boyega

Com 13 indicações, ‘Mad Max: Estrada da Fúria’ lidera o Critics’ Choice Awards 2016

Mad Max: Estrada da Fúria conquista 13 indicações, inclusive duas para Charlize Theron (photo by cine.gr)

Mad Max: Estrada da Fúria conquista 13 indicações, inclusive duas para Charlize Theron (photo by cine.gr)

‘CAROL’ E ‘SPOTLIGHT’ VÊM EM SEGUIDA COM 9 E 8 INDICAÇÕES, RESPECTIVAMENTE

Estatisticamente falando, o Critics’ Choice Awards continua sendo uma das melhores prévias do Oscar. Embora tenha divergido da Academia nesse ano com a aposta em Boyhood: Da Infância à Juventude, seus números (11 acertos de Melhor Filme nos últimos 15 anos) continuam impressionantes. Por isso, mesmo se tratando de um prêmio novo (está em sua 21ª edição), vem conquistando maior prestígio na indústria e com seus profissionais do que o Globo de Ouro.

Talvez para fortalecer ainda mais a reputação do Critics’ Choice, este ano, a Broadcast Film Critics Association decidiu reunir as premiações de filmes com a de televisão, que acontecia no mês de julho desde 2010. A meu ver, o Critics’ Choice Awards é uma espécie de prêmio híbrido que busca as qualidades de outros para si; então tem as categorias de comédia (Globo de Ouro), a categoria de Elenco (SAG Awards), prêmios técnicos (sindicatos e Oscar), categorias de Terror e Ficção Científica (Saturn Awards) e prêmios para jovens atores (Young Artist Awards). Daqui a pouco eles vão criar a categoria de Dublagem pra desbancar o Annie Awards! Parece A Bolha Assassina, que vai absorvendo tudo o que vê pela frente! E como se não bastasse, ainda tem 6 vagas para os indicados, para não deixar aquele injustiçado de fora.

Esse excesso de categorias pode parecer um paraíso para as produções do ano que buscam destaque, mas por exemplo, para o próprio Mad Max: Estrada da Fúria, que aqui acumulou 13 indicações, teria esse número reduzido para 9 no Oscar, já que as categorias Melhor Filme de Ação, Filme de Terror ou Ficção Científica, Ator em Ação e Atriz em Ação não existem no prêmio da Academia. No final, creio que a produção vai conquistar 10 indicações, já que o Critics’ Choice não tem categorias de Som e Efeitos Sonoros (ainda!).

Ainda sobre os números desta edição, Carol, Perdido em Marte e O Regresso coletaram 9 indicações cada. Spotlight – Segredos Revelados vem em seguida com 8, A Grande Aposta com 7, Os 8 Odiados com 6, e com 5 temos Ponte dos Espiões, Brooklyn, A Garota Dinamarquesa, Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros e Sicario: Terra de Ninguém. O drama O Quarto de Jack ficou com 4 indicações no total.

SURPRESAS E AUSÊNCIAS

Talvez a maior surpresa aqui tenha sido a inclusão de Charlize Theron na categoria de Melhor Atriz. Não que sua performance em Mad Max: Estrada da Fúria não seja merecedora de reconhecimento, mas por se tratar de um ano extremamente disputado entre as atrizes, foi uma surpresa ver uma atuação de ficção científica entre as indicadas. Ok, sem querer prever o previsível, eis o que vai acontecer: Theron deve perder como Atriz, mas ganhar como Atriz em Filme de Ação – o que não deixa de ser uma bom prêmio de consolação. No Oscar, que eu me lembre, a última performance de atriz em ficção científica indicada foi de Sigourney Weaver em Aliens, o Resgate em 1987.

Charlize Theron como Furiosa em Mad Max: Estrada da Fúria (photo by outnow.ch)

Charlize Theron como Furiosa em Mad Max: Estrada da Fúria (photo by outnow.ch)

Ainda sobre Mad Max: Estrada da Fúria, o protagonista Tom Hardy foi reconhecido em duas categorias: Melhor Ator em Filme de Ação por Max e Ator Coadjuvante por O Regresso. Até o momento, ele não havia sido reconhecido pelo filme de Alejandro González Iñárritu, a não ser por uma única indicação dos críticos de Washington. Já Paul Dano, que conseguiu vaga como Coadjuvante por Love & Mercy, vem crescendo na temporada: foi indicado para o Independent Spirit Awards e o Globo de Ouro. Ficou de fora do SAG, mas ainda tem boas chances de chegar à sua primeira indicação ao Oscar.

Paul Dano como Brian Wilson dos Beach Boys em cena de Love & Mercy (photo by outnow.ch)

Paul Dano como Brian Wilson dos Beach Boys em cena de Love & Mercy (photo by outnow.ch)

Na categoria de Atriz em Comédia, a novidade ficou por conta de Tina Fey, que, digamos, “substituiu” Maggie Smith (A Senhora da Van). Irmãs, o filme co-estrelado por sua colega de palco do Globo de Ouro, Amy Poehler, concorre também como Melhor Filme de Comédia.

Contudo, a surpresa mais agradável foi a inclusão do filme brasileiro Que Horas Ela Volta?, ou como eles chamam, The Second Mother. Embora tenha ficado de fora do Globo de Ouro, o filme de Anna Muylaert ainda está no páreo e tem grandes chances de figurar entre os finalistas da Academia. O filme húngaro O Filho de Saul tem 90% de chances de ganhar mais esse prêmio, porém Que Horas Ela Volta? tem seus méritos de crítica social aliado ao bom humor de Regina Casé que pode render muitos votos.

Regina Casé e Karine Teles em cena de Que Horas Ela Volta?. Chance do Brasil no Critics' Choice Awards (photo by Aline Arruda - filmeb.com.br

Regina Casé e Karine Teles em cena de Que Horas Ela Volta?. Chance do Brasil no Critics’ Choice Awards (photo by Aline Arruda – filmeb.com.br

Apesar de contar com seis indicados nas categorias de atuação, alguns nomes inevitavelmente ficam na chuva. Algumas ausências como Will Smith (Um Homem Entre Gigantes), Idris Elba (Beasts of No Nation) e Benicio Del Toro (Sicario) surpreenderam em nível baixo por terem sido citado em prêmios anteriores. Mas, não sei se é meu voto pessoal apenas, mas acreditava que Ian McKellen (Sr. Holmes) e Marion Cotillard (Macbeth) estariam nessa lista. Ainda acredito que eles vão ser as cartas na manga da Academia na hora do anúncio dos indicados no dia 14 de janeiro.

Marion Cotillard com Michael Fassbender em cena de Macbeth (photo by outnow.ch)

Marion Cotillard com Michael Fassbender em cena de Macbeth (photo by outnow.ch)

Quanto a Jane Fonda (Youth), com o deslocamento de Rooney Mara (Carol) e Alicia Vikander (A Garota Dinamarquesa) das categorias de Atriz para Atriz Coadjuvante, acabou faltando espaço para a veterana. Contudo, confesso que achava que Rachel McAdams que iria dançar… Pelo visto, sua interpretação em Spotlight – Segredos Revelados não é mera consolação pelo elenco.

Nas demais categorias, fiquei surpreso com as ausências de Phyllis Nagy pelo roteiro de Carol, Janusz Kaminski pela bela fotografia de Ponte dos Espiões e dos efeitos visuais do novo Star Wars. A Broadcast Film Critics Association pode simplesmente não ter gostado dos efeitos digitais, mas também existe a possibilidade de estar relacionado com o cancelamento da sessão para a imprensa por parte da Disney, fato que chocou o diretor J.J. Abrams. Detentora dos direitos do filme, a Disney ficou mais preocupada em não vazar o filme que não liberou sessões prévias para imprensa, o que pode prejudicar bastante a campanha do filme em premiações. Não que a Disney esteja ligando para prêmios com tantos bilhões em jogo, mas…

Chris Pratt e Bryce Dallas Howard em cena de Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros (photo by outnow,ch)

Chris Pratt e Bryce Dallas Howard em cena de Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros (photo by outnow,ch)

Seguem todos os indicados do 21º Critics’ Choice Awards:

CINEMA

MELHOR FILME
A Grande Aposta (The Big Short)
Brooklyn
Carol (Carol)
Mad Max: Estrada da Fúria (Mad Max: Fury Road)
Perdido em Marte (The Martian)
Ponte dos Espiões (Bridge of Spies)
O Quarto de Jack (Room)
O Regresso (The Revenant)
Sicario: Terra de Ninguém (Sicario)
Spotlight – Segredos Revelados (Spotlight)

DIRETOR
Todd Haynes (Carol)
Alejandro González Iñárritu (O Regresso)
Tom McCarthy (Spotlight – Segredos Revelados)
George Miller (Mad Max: Estrada da Fúria)
Ridley Scott (Perdido em Marte)
Steven Spielberg (Ponte dos Espiões)

ATOR
Bryan Cranston (Trumbo)
Matt Damon (Perdido em Marte)
Johnny Depp (Aliança do Crime)
Leonardo DiCaprio (O Regresso)
Michael Fassbender (Steve Jobs)
Eddie Redmayne (A Garota Dinamarquesa)

ATRIZ
Cate Blanchett (Carol)
Brie Larson (O Quarto de Jack)
Jennifer Lawrence (Joy: O Nome do Sucesso)
Charlotte Rampling (45 Anos)
Saoirse Ronan (Brooklyn)
Charlize Theron (Mad Max: Estrada da Fúria)

ATOR COADJUVANTE
Paul Dano (Love & Mercy)
Tom Hardy (O Regresso)
Mark Ruffalo (Spotlight – Segredos Revelados)
Mark Rylance (Ponte dos Espiões)
Michael Shannon (99 Homes)
Sylvester Stallone (Creed: Nascido Para Lutar)

ATRIZ COADJUVANTE
Jennifer Jason Leigh (Os 8 Odiados)
Rooney Mara (Carol)
Rachel McAdams (Spotlight – Segredos Revelados)
Helen Mirren (Trumbo)
Alicia Vikander (A Garota Dinamarquesa)
Kate Winslet (Steve Jobs)

ELENCO
A Grande Aposta (The Big Short)
Os 8 Odiados (The Hateful Eight)
Spotlight  – Segredos Revelados (Spotlight)
Sraight Outta Compton: A História do N.W.A. (Straight Outta Compton)
Trumbo

ROTEIRO ORIGINAL
Matt Charman, Ethan Coen e Joel Coen (Ponte dos Espiões)
Alex Garland (Ex-Machina: Instinto Artificial)
Quentin Tarantino (Os 8 Odiados)
Pete Docter, Meg LeFauve e Josh Cooley (Divertida Mente)
Josh Singer, Tom McCarthy (Spotlight – Segredos Revelados)

ROTEIRO ADAPTADO
Charles Randolph e Adam McKay (A Grande Aposta)
Nick Hornby (Brooklyn)
Drew Goddard (Perdido em Marte)
Emma Donoghue (O Quarto de Jack)
Aaron Sorkin (Steve Jobs)

FOTOGRAFIA
Edward Lachman (Carol)
Emmanuel Lubezki (O Regresso)
Dariusz Wolski (Perdido em Marte)
Roger Deakins (Sicario: Terra de Ninguém)
Robert Richardson (Os 8 Odiados)
John Seale (Mad Max: Estrada da Fúria)

DIREÇÃO DE ARTE
Adam Stockhausen e Rena DeAngelo (Ponte dos Espiões)
François Séguin, Jennifer Oman e Louise Tremblay (Brooklyn)
Judy Becker e Heather Loeffler (Carol)
Eve Stewart e Michael Standish (A Garota Dinamarquesa)
Colin Gibson (Mad Max: Estrada da Fúria)
Arthur Max e Celia Bobak (Perdido em Marte)

MONTAGEM
Hank Corwin (A Grande Aposta)
Margaret Sixel (Mad Max: Estrada da Fúria)
Pietro Scalia (Perdido em Marte)
Stephen Mirrione (O Regresso)
Tom McArdle (Spotlight – Segredos Revelados)

FIGURINO
Odile Dicks-Mireaux (Brooklyn)
Sandy Powell (Carol)
Sandy Powell (Cinderela)
Paco Delgado (A Garota Dinamarquesa)
Jenny Beavan (Mad Max: Estrada da Fúria)

CABELO E MAQUIAGEM
Aliança do Crime
Carol
A Garota Dinamarquesa
Os 8 Odiados
Mad Max: Estrada da Fúria
O Regresso

EFEITOS VISUAIS
Ex-Machina: Instinto Artificial
Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros
Mad Max: Estrada da Fúria
Perdido em Marte
O Regresso
A Travessia

ANIMAÇÃO
Anomalisa
O Bom Dinossauro
Divertida Mente
Snoopy & Charlie Brown: Peanuts, o Filme
Shaun: O Carneiro

FILME DE AÇÃO
Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros
Mad Max: Estrada da Fúria
Missão: Impossível – Nação Secreta
Sicario: Terra de Ninguém
Velozes & Furiosos 7

ATOR EM FILME DE AÇÃO
Daniel Craig (007 Contra Spectre)
Tom Cruise (Missão: Impossível – Nação Secreta)
Tom Hardy (Mad Max: Estrada da Fúria)
Chris Pratt (Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros)
Paul Rudd (Homem-Formiga)

ATRIZ EM FILME DE AÇÃO
Emily Blunt (Sicario: Terra de Ninguém)
Rebecca Ferguson (Missão: Impossível – Nação Secreta)
Bryce Dallas Howard (Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros)
Jennifer Lawrence (Jogos Vorazes: A Esperança – O Final)
Charlize Theron (Mad Max: Estrada da Fúria)

COMÉDIA
A Grande Aposta (The Big Short)
Divertida Mente (Inside Out)
Joy: O Nome do Sucesso (Joy)
Irmãs (Sisters)
A Espiã que Sabia de Menos (Spy)
Descompensada (Trainwreck)

ATOR EM COMÉDIA
Christian Bale (A Grande Aposta)
Steve Carell (A Grande Aposta)
Robert De Niro (Um Senhor Estagiário)
Bill Hader (Descompensada)
Jason Statham (A Espiã que Sabia de Menos)

ATRIZ EM COMÉDIA
Tina Fey (Irmãs)
Jennifer Lawrence (Joy: O Nome do Sucesso)
Melissa McCarthy (A Espiã que Sabia de Menos)
Amy Schumer (Descompensada)
Lily Tomlin (Grandma)

FILME DE TERROR OU FICÇÃO CIENTÍFICA
Ex-Machina: Instinto Artificial (Ex Machina)
A Corrente do Mal (It Follows)
Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros (Jurassic World)
Mad Max: Estrada da Fúria (Mad Max: Fury Road)
Perdido em Marte (The Martian)

FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
A Assassina (Nie Yin Niang) – TAIWAN
O Filho de Saul (Saul fia) – HUNGRIA
Boa Noite, Mamãe (Ich Seh, Ich Seh) – ÁUSTRIA
As Cinco Graças (Mustang) – FRANÇA
Que Horas Ela Volta? (The Second Mother) – BRASIL

DOCUMENTÁRIO
Amy
Cartel Land
Going Clear: Scientology and the Prison of Belief
Malala (He Named Me Malala)
The Look of Silence
Where to Invade Next

CANÇÃO
“Love Me Like You Do” (Cinquenta Tons de Cinza)
“See You Again” (Velozes & Furiosos 7)
“Til It Happens To You” (The Hunting Ground)
“One Kind of Love” (Love & Mercy)
“Writing’s on the Wall” (007 Contra Spectre)
“Simple Song #3” (Youth)

TRILHA MUSICAL
Carter Burwell (Carol)
Ennio Morricone (Os 8 Odiados)
Ryuichi Sakamoto, Alva Noto (O Regresso)
Johann Johannsson (Sicario: Terra de Ninguém)
Howard Shore (Spotlight – Segredos Revelados)

JOVEM ATOR OU ATRIZ
Abraham Attah (Beasts of No Nation)
RJ Cyler (Eu, Você e a Garota que Vai Morrer)
Shameik Moore (Dope)
Milo Parker (Sr. Holmes)
Jacob Tremblay (O Quarto de Jack)

Emily Blunt conseguiu uma indicação por Sicario: Terra de Ninguém (photo by outnow.ch)

Emily Blunt conseguiu uma indicação por Sicario: Terra de Ninguém (photo by outnow.ch)

TELEVISÃO

ATOR – SÉRIE DE COMÉDIA
Anthony Anderson (Black-ish)
Aziz Ansari (Master of None)
Will Forte (The Last Man on Earth)
Randall Park (Fresh Off the Boat)
Fred Savage (The Grinder)
Jeffrey Tambor (Transparent)

ATOR – SÉRIE DRAMÁTICA
Hugh Dancy (Hannibal)
Rami Malek (Mr. Robot)
Clive Owen (The Knick)
Liev Schreiber (Ray Donovan)
Justin Theroux (The Leftovers)
Aden Young (Rectify)

ATOR – FILME PARA TV OU MINISSÉRIE
Wes Bentley (American Horror Story: Hotel)
Martin Clunes (Arthur & George)
Idris Elba (Luther)
Oscar Isaac (Show Me a Hero)
Vincent Kartheiser (Saints & Strangers)
Patrick Wilson (Fargo)

ATRIZ – SÉRIE DE COMÉDIA
Rachel Bloom (Crazy Ex-Girlfriend)
Aya Cash (You’re the Worst)
Wendi McLendon-Covey (The Goldbergs)
Gina Rodriguez (Jane the Virgin)
Tracee Ellis Ross (Black-ish)
Constance Wu (Fresh Off the Boat)

ATRIZ – SÉRIE DRAMÁTICA
Shiri Appleby (UnREAL)
Carrie Coon (The Leftovers)
Viola Davis (How to Get Away With Murder)
Eva Green (Penny Dreadful)
Taraji P. Henson (Empire)
Krysten Ritter (Jessica Jones)

ATRIZ – FILME PARA TV OU MINISSÉRIE
Kathy Bates (American Horror Story: Hotel)
Kirsten Dunst (Fargo)
Sarah Hay (Flesh and Bone
Alyvia Alyn Lind (Dolly Parton’s Coat of Many Colors)
Rachel McAdams (True Detective)
Shanice Williams (The Wiz Live!)

SÉRIE DE COMÉDIA
Black-ish
Catastrophe
Jane the Virgin
Master of None
The Last Man on Earth
Transparent
You’re the Worst

SÉRIE DRAMÁTICA
Empire
Mr. Robot
Penny Dreadful
Rectify
The Knick
The Leftovers
UnREAL

ATOR OU ATRIZ CONVIDADO EM SÉRIE DE COMÉDIA
Ellen Burstyn (Mom)
Anjelica Huston (Transparent)
Cherry Jones (Transparent)
Jenifer Lewis (Black-ish)
Timothy Olyphant (The Grinder)
John Slattery (Wet Hot American Summer: First Day of Camp)

ATOR OU ATRIZ CONVIDADO EM SÉRIE DRAMÁTICA
Richard Armitage (Hannibal)
Justin Kirk (Manhattan)
Patti LuPone (Penny Dreadful)
Margo Martindale (The Good Wife)
Marisa Tomei (Empire)
B.D. Wong (Mr. Robot)

FILME PARA TV OU MINISSÉRIE
Childhood’s End
Fargo
Luther
Saints & Strangers
Show Me a Hero
The Wiz Live!

ATOR COADJUVANTE – SÉRIE DE COMÉDIA
Andre Braugher (Brooklyn Nine-Nine)
Jaime Camil (Jane the Virgin)
Jay Duplass (Transparent)
Neil Flynn (The Middle)
Keegan-Michael Key (Playing House)
Mel Rodriguez (Getting On)

ATOR COADJUVANTE – SÉRIE DRAMÁTICA
Clayne Crawford (Rectify)
Christopher Eccleston (The Leftovers)
Andre Holland (The Knick)
Jonathan Jackson (Nashville)
Rufus Sewell (The Man in the High Castle)
Christian Slater (Mr. Robot)

ATOR COADJUVANTE – FILME PARA TV OU MINISSÉRIE
David Alan Grier (The Wiz Live!)
Ne-Yo (The Wiz Live!)
Nick Offerman (Fargo)
Jesse Plemons (Fargo)
Raoul Trujillo (Saints & Strangers)
Bokeem Woodbine (Fargo)

ATRIZ COADJUVANTE – SÉRIE DE COMÉDIA
Mayim Bialik (The Big Bang Theory)
Kether Donohue (You’re the Worst)
Allison Janney (Mom)
Judith Light (Transparent)
Niecy Nash (Getting On)
Eden Sher (The Middle)

ATRIZ COADJUVANTE – SÉRIE DRAMÁTICA
Ann Dowd (The Leftovers)
Regina King (The Leftovers)
Helen McCrory (Penny Dreadful)
Hayden Panettiere (Nashville)
Maura Tierney (The Affair)
Constance Zimmer (UnREAL)

ATRIZ COADJUVANTE – FILME PARA TV OU MINISSÉRIE
Mary J. Blige (The Wiz Live!)
Laura Haddock (Luther)
Cristin Milioti (Fargo)
Sarah Paulson (American Horror Story: Hotel)
Winona Ryder (Show Me a Hero)
Jean Smart (Fargo)

SÉRIE ANIMADA
Bob’s Burgers
BoJack Horseman
South Park
Star Wars Rebels
The Simpsons

REALITY SHOW – COMPETIÇÃO
Chopped
Face Off
MasterChef Junior
Survivor
The Amazing Race
The Voice

HOST DE REALITY SHOW
Ted Allen (Chopped)
Phil Keoghan (The Amazing Race)
James Lipton (Inside the Actors Studio)
Jane Lynch (Hollywood Game Night)
Jeff Probst (Survivor)
Gordon Ramsay (Hell’s Kitchen)

STRUCTURED REALITY SHOW
Antiques Roadshow
Inside The Actors Studio
MythBusters
Project Greenlight
Shark Tank
Undercover Boss

TALK SHOW
Jimmy Kimmel Live!
Last Week Tonight with John Oliver
The Daily Show with Jon Stewart
The Graham Norton Show
The Late Late Show with James Corden
The Tonight Show Starring Jimmy Fallon

UNSTRUCTURED REALITY SHOW
Anthony Bourdain: Parts Unknown
Cops
Deadliest Catch
Intervention
Naked and Afraid
Pawn Stars

A cerimônia do 21º Critics’ Choice Awards acontece no dia 17 de janeiro em Santa Monica, uma semana após o Globo de Ouro, e 3 dias após o anúncio dos indicados ao Oscar. Segundo divulgado, o evento terá T.J. Miller como host e será transmitido pelos canais A&E, Lifetime e LMN.

‘Boyhood’ retoma favoritismo em BAFTA 2015

Da esquerda pra direita: o produtor Joanthan Sehring, Ellar Coltrane, a produtora Cathleen Sutherland, Patricia Arquette, Ethan Hawke e John Sloss (photo by www.nacion.com)

Da esquerda pra direita: Tom Cruise, que apresentou o prêmio, o produtor Joanthan Sehring, Ellar Coltrane, a produtora Cathleen Sutherland, Patricia Arquette, Ethan Hawke e John Sloss posam para foto após vitória de Boyhood no BAFTA (photo by http://www.nacion.com)

FILME DE RICHARD LINKLATER VINHA PERDENDO ESPAÇO PARA ‘BIRDMAN’, MAS COM BAFTA GANHA SOBREVIDA

Até meados de janeiro, muitos consideravam a disputa pelo Oscar encerrada com o franco-favoritismo de Boyhood: Da Infância à Juventude pré e pós-Globo de Ouro. Contudo, com a chegada dos prêmios dos sindicatos, vencidos por Birdman (PGA, SAG e DGA), a corrida parecia ter outro vencedor. Parecia. Até o BAFTA que aconteceu na noite desse domingo, dia 08, onde Boyhood levou o total de 3 prêmios: Melhor Filme, Melhor Diretor (Richard Linklater) e Atriz Coadjuvante (Patricia Arquette).

No quesito quantidade, o grande vencedor foi O Grande Hotel Budapeste, que conquistou cinco prêmios: Roteiro Original, Direção de Arte, Figurino, Maquiagem e Cabelo, e Trilha Musical. Infelizmente, Wes Anderson não estava presente para receber o prêmio, pois estava na cerimônia do DGA na noite anterior nos EUA. Logo atrás, A Teoria de Tudo conquistou três BAFTAs: Melhor Filme Britânico, Melhor Ator (Eddie Redmayne) e Roteiro Adaptado, assim como Whiplash: Em Busca da Perfeição, que levou Ator Coadjuvante (J.K. Simmons), Montagem e Som.

Já o ascendente Birdman ficou pequeno na Inglaterra. Levou apenas o prêmio de Fotografia para Emmanuel Lubezki. Embora haja inúmeras estatísticas de vários sindicatos, o Oscar pode muito bem usar o BAFTA como parâmetro. Só para exemplificar, houve acerto nos últimos seis anos na categoria de Melhor Filme em relação ao Oscar.

Acompanho a temporada de premiações há quase duas décadas e apesar de conhecer alguns macetes, na hora de adivinhar quem vai ganhar, tudo se torna uma caixinha de surpresas. Assim, não dá pra ter 100% de certeza se a Academia vai seguir o Globo de Ouro e o BAFTA ou os sindicatos. Muitos especialistas afirmam que os resultados do BAFTA não prejudicam a boa campanha de Birdman, pois não são muitos os membros em comum entre a Academia americana e a britânica.

Claro que nesse impasse entre dois favoritos, pode haver uma brecha para um terceiro filme ou como é carinhosamente apelidado de “zebra”. Este ano, este papel pode ser de Sniper Americano, cujo sucesso nas bilheterias está surpreendendo todos os estúdios. Há sete semanas em cartaz nos EUA, o filme de Clint Eastwood já coletou mais de 280 milhões de dólares em território americano. Pena que não recebeu indicação para seu diretor, pois enfraquece demais suas chances como Melhor Filme, pois são raros os casos em que o vencedor do Melhor Filme sequer teve seu diretor indicado. Os últimos dois casos foram em 2013 com Argo e só em 1989 com Conduzindo Miss Daisy.

Eddie Redmayne levou o Globo de Ouro, o SAG e agora o BAFTA (photo by independent.co.uk)

Eddie Redmayne levou o Globo de Ouro, o SAG e agora o BAFTA (photo by independent.co.uk)

A presença de Sniper Americano também representa uma ameaça à calmaria na categoria de Melhor Ator. Apesar do favoritismo de Eddie Redmayne, que levou o Globo de Ouro, SAG e BAFTA, vale lembrar que em nenhuma dessas premiações ele competiu com Bradley Cooper, que também pode se tornar uma zebra caso os votos se dividam entre Redmayne e Michael Keaton.

Enfim, voltando aos resultados do BAFTA, todos os atores premiados confirmaram seus favoritismos. Além dos já citados Redmayne e Patricia Arquette, J.K. Simmons e Julianne Moore parecem imbatíveis. Sorte para os atores, mas talvez represente mau sinal para a audiência que carece de boas surpresas. Com tantos prêmios que antecedem o Oscar, está cada vez mais raro surpreender com o resultado de um envelope nessas categorias.

Julianne Moore posa para fotos com seu BAFTA por Para Sempre Alice (photo by independent.co.uk)

Julianne Moore posa para fotos com seu primeiro BAFTA por Para Sempre Alice (photo by independent.co.uk)

A briga parece boa também entre os filmes em língua estrangeira. Enquanto o polonês Ida levou o NYFCC, LAFCA e agora o BAFTA, o russo Leviatã levou o Globo de Ouro e o prêmio de roteiro de Cannes. Já na categoria de animação, o outrora favorito Uma Aventura Lego faturou o BAFTA, mas vai parar por aí, porque não foi indicado ao Oscar.

Curiosamente, o grande perdedor da noite foi um filme britânico: O Jogo da Imitação. De suas 9 indicações, saiu de mãos abanando. Muitos consideram que sua campanha sofreu um baque depois de fortes críticas em relação à omissão do filme em relação ao aspecto sexual do matemático Alan Turing, que chegou a sofrer castração química, mesmo depois de ter quebrado o código nazista e terminado a Segunda Guerra Mundial. Com isso, muitos apostam que o filme pode passar batido no Oscar também.

O que parece ser um consenso também é que haverá uma ou outra reviravolta até o próximo dia 22 de fevereiro, quando os envelopes serão abertos.

Seguem os vencedores do BAFTA 2015:

MELHOR FILME
BOYHOOD: DA INFÂNCIA À JUVENTUDE, Richard Linklater, Cathleen Sutherland

MELHOR FILME BRITÂNICO
A TEORIA DE TUDO, James Marsh, Tim Bevan, Eric Fellner, Lisa Bruce, Anthony Mccarten

ESTRÉIA DE UM ESCRITOR, DIRETOR OU PRODUTOR BRITÂNICO
Stephen Beresford (Writer), David Livingstone (Producer), PRIDE

FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
IDA, Pawel Pawlikowski, Eric Abraham, Piotr Dzieciol, Ewa Puszczynska

DOCUMENTÁRIO
CITIZENFOUR, Laura Poitras

ANIMAÇÃO
UMA AVENTURA LEGO, Phil Lord, Christopher Miller

DIRETOR
BOYHOOD: DA INFÂNCIA À JUVENTUDE, Richard Linklater

ROTEIRO ORIGINAL
O GRANDE HOTEL BUDAPESTE, Wes Anderson

ROTEIRO ADAPTADO
A TEORIA DE TUDO, Anthony Mccarten

ATOR
Eddie Redmayne, A TEORIA DE TUDO

ATRIZ
Julianne Moore, PARA SEMPRE ALICE

ATOR COADJUVANTE
J.K. Simmons, WHIPLASH: EM BUSCA DA PERFEIÇÃO

ATRIZ COADJUVANTE
Patricia Arquette, BOYHOOD: DA INFÂNCIA À JUVENTUDE

TRILHA MUSICAL ORIGINAL
O GRANDE HOTEL BUDAPESTE, Alexandre Desplat

FOTOGRAFIA
BIRDMAN OU (A INESPERADA VIRTUDE DA IGNORÂNCIA), Emmanuel Lubezki

MONTAGEM
WHIPLASH: EM BUSCA DA PERFEIÇÃO, Tom Cross

DIREÇÃO DE ARTE
O GRANDE HOTEL BUDAPESTE, Adam Stockhausen, Anna Pinnock

FIGURINO
O GRANDE HOTEL BUDAPESTE, Milena Canonero

MAQUIAGEM E CABELO
O GRANDE HOTEL BUDAPESTE, Frances Hannon

SOM
WHIPLASH: EM BUSCA DA PERFEIÇÃO, Thomas Curley, Ben Wilkins, Craig Mann

EFEITOS VISUAIS
INTERESTELAR, Paul Franklin, Scott Fisher, Andrew Lockley

CURTA-METRAGEM BRITÂNICO DE ANIMAÇÃO
THE BIGGER PICTURE, Chris Hees, Daisy Jacobs, Jennifer Majka

CURTA-METRAGEM BRITÂNICO
BOOGALOO AND GRAHAM, Brian J. Falconer, Michael Lennox, Ronan Blaney

THE EE RISING STAR AWARD (VOTO DO PÚBLICO)
Jack O’Connell

A equipe de A Teoria de Tudo posa com o prêmio de Melhor Filme Britânico. No centro, o diretor James Marsh, Felicity Jones, David Beckham (que entregou o prêmio) e Eddie Redmayne (photo by Doug Peters/EMPICS Entertainment)

A equipe de A Teoria de Tudo posa com o prêmio de Melhor Filme Britânico. No centro, o diretor James Marsh, Felicity Jones, David Beckham (que entregou o prêmio) e Eddie Redmayne (photo by Doug Peters/EMPICS Entertainment)

 

20º Critics’ Choice Awards leva ‘Birdman’ à frente da corrida ao Oscar 2015

20º Critics' Choice Awards

20º Critics’ Choice Awards

PRÉVIA DO OSCAR DESTACA BIRDMAN, O GRANDE HOTEL BUDAPESTE E BOYHOOD. JÁ INTERESTELAR CONQUISTA 7 INDICAÇÕES, MAS EM CATEGORIAS MENORES

Com tantos prêmios disputando espaço no calendário, o Critics’ Choice Awards é um dos que mais tem se destacado por dois motivos básicos: 1) Ao contrário da maioria dos prêmios, este oferece 6 vagas para indicados, o que facilita na hora da indecisão de quem deixar de fora; 2) A precisão de acertos tem sido espantosa. Dos últimos 15, houve acerto em 12 Melhores Filmes em relação ao Oscar.

O Critics’ Choice Awards é um prêmio relativamente novo na indústria cinematográfica, uma vez que iniciou suas premiações em 1995, quando laureou Razão e Sensibilidade. Concedido pela Broadcast Film Critics Association, formado por uma organização de críticos de cinema dos Estados Unidos e do Canadá, o prêmio vem se tornando um novo parâmetro para o Oscar, pois a outrora prévia Globo de Ouro não tem tido o mesmo nível de acerto de antes.

Este ano, Birdman foi o grande recordista de indicações com 13. Vale ressaltar aqui que das 13, três indicações são para categorias inexistentes no Oscar: Comédia, Ator em Comédia e Elenco. E também já dá pra excluir a indicação de Antonio Sanchez para Trilha Musical, já que seu trabalho foi considerado inelegível pela Academia.

Michael Keaton e Edward Norton em cena de Birdman (photo by outnow.ch)

Michael Keaton e Edward Norton em cena de Birdman (photo by outnow.ch)

Em seguida, com 11 indicações, surge O Grande Hotel Budapeste, de Wes Anderson. E assim como Birdman, também acumulou indicações em categorias que inexistem no prêmio da Academia: Comédia, Ator em Comédia, Elenco e Jovem Ator/Atriz. Contudo, confirma presença do filme em categorias como Roteiro Original, Direção de Arte, Figurino, e se os votantes estiverem animados, Filme e Diretor.

Algumas produções ganharam um novo gás com as indicações ao Critics’ Choice e podem ainda correr atrás do prejuízo como o novo filme de Paul Thomas Anderson, Vício Inerente, e o drama de guerra Invencível, que conquistou 4 indicações, inclusive a de Diretor para Angelina Jolie, por seu segundo longa. Curiosamente, ela se junta a outra mulher na categoria: Ava DuVernay, diretora de Selma, também concorre depois de ser indicada ao Globo de Ouro. Seu ator central David Oyelowo também foi indicado e pode acabar tirando Ralph Fiennes ou Steve Carell da competição.

Angelina Jolie observa cena de Invencível (photo by outnow.ch)

Angelina Jolie observa cena de Invencível (photo by outnow.ch)

Como pode se perceber, o Critics’ Choice é uma grande mãe para os filmes do ano. Por isso mesmo que criou trocentas categorias (28 para ser mais preciso) e uma indicação extra para os abandonados e excluídos. Como cinéfilo, considero ótima oportunidade de reconhecer filmes de ação e de comédia tomando como base a sua qualidade fílmica, e não pela quantidade de votos de internet como faz o MTV Movie Awards.

Dentre os indicados a Melhor Filme de Ação, Capitão América: O Soldado Invernal merece destaque por criar uma sequência muito consistente que remete aos filmes de espionagem dos anos 70, e que consegue dialogar com a sociedade à beira do colapso da crise da segurança. Já Guardiões da Galáxia merece respeito por se tratar de uma aposta arriscada que deu certo. São personagens da Marvel Comics que eram considerados de segundo escalão que poucos gostariam de adaptar para as telas, mas o diretor James Gunn captou bem o tom do universo e obteve a maior bilheteria de 2014 em solo americano.

Sebastian Stan em ótima performance como o Soldado Invernal na sequência Capitão América: O Soldado Invernal (photo by outnow.ch)

Sebastian Stan em ótima performance como o Soldado Invernal na sequência Capitão América: O Soldado Invernal (photo by outnow.ch)

Vale também citar o uso criativo da montagem na ficção científica No Limite do Amanhã, no qual toda vez que Tom Cruise morre, ele deve repetir toda sua atividade até conseguir uma solução. Claro que, para quem viu a comédia Feitiço do Tempo, não é nada inovador, mas trata-se de uma boa releitura em novo gênero.

Seguem todos os indicados do 20º Critics’ Choice Awards:

MELHOR FILME
Birdman
Boyhood: Da Infância à Juventude (Boyhood)
Garota Exemplar (Gone Girl)
O Grande Hotel Budapeste (The Grand Budapest Hotel)
O Jogo da Imitação (The Imitation Game)
O Abutre (Nightcrawler)
Selma
A Teoria de Tudo (The Theory of Everything)
Invencível (Unbroken)
Whiplash: Em Busca da Perfeição (Whiplash)

DIRETOR
Wes Anderson (O Grande Hotel Budapeste)
Ava DuVernay (Selma)
David Fincher (Garota Exemplar)
Alejandro González Iñárritu (Birdman)
Angelina Jolie (Invencível)
Richard Linklater (Boyhood: Da Infância à Juventude)

ATOR
Benedict Cumberbatch (O Jogo da Imitação)
Ralph Fiennes (O Grande Hotel Budapeste)
Jake Gyllenhaal (O Abutre)
Michael Keaton (Birdman)
David Oyelowo (Selma)
Eddie Redmayne (A Teoria de Tudo)

ATRIZ
Jennifer Aniston (Cake)
Marion Cotillard (Dois Dias, Uma Noite)
Felicity Jones (A Teoria de Tudo)
Julianne Moore (Para Sempre Alice)
Rosamund Pike (Garota Exemplar)
Reese Witherspoon (Livre)

Josh Brolin obteve sua primeira indicação expressiva por Vício Inerente. (photo by elfilm.com)

Josh Brolin obteve sua primeira indicação expressiva por Vício Inerente. (photo by elfilm.com)

ATOR COADJUVANTE
Josh Brolin (Vício Inerente)
Robert Duvall (O Juiz)
Ethan Hawke (Boyhood: Da Infância à Juventude)
Edward Norton (Birdman)
Mark Ruffalo (Foxcatcher: Uma História que Chocou o Mundo)
J.K. Simmons (Whiplash: Em Busca da Perfeição)

 

 

 

ATRIZ COADJUVANTE
Patricia Arquette (Boyhood: Da Infância à Juventude)
Jessica Chastain (A Most Violent Year)
Keira Knightley (O Jogo da Imitação)
Emma Stone (Birdman)
Meryl Streep (Caminhos da Floresta)
Tilda Swinton (Expresso do Amanhã)

ELENCO
Birdman
Boyhood: Da Infância à Juventude
O Grande Hotel Budapeste
O Jogo da Imitação
Caminhos da Floresta
Selma

ROTEIRO ORIGINAL
Alejandro González Iñárritu, Nicolas Giacobone, Alexander Dinelaris, Jr., Armando Bo (Birdman)
Richard Linklater (Boyhood: Da Infância à Juventude)
Wes Anderson, Hugo Guinness (O Grande Hotel Budapeste)
Dan Gilroy (O Abutre)
Damien Chazelle (Whiplash: Em Busca da Perfeição)

ROTEIRO ADAPTADO
Gillian Flynn (Garota Exemplar)
Graham Moore (O Jogo da Imitação)
Paul Thomas Anderson (Vício Inerente)
Anthony McCarten (A Teoria de Tudo)
Joel Coen & Ethan Coen, Richard LaGravenese, William Nicholson (Invencível)
Nick Hornby (Livre)

FOTOGRAFIA
Emmanuel Lubezki (Birdman)
Robert Yeoman (O Grande Hotel Budapeste)
Hoyte Van Hoytema (Interestelar)
Dick Pope (Sr. Turner)
Roger Deakins (Invencível)

Fotografia de Sr. Turner (photo by outnow.ch)

Fotografia de Sr. Turner por Dick Pope (photo by outnow.ch)

DIREÇÃO DE ARTE
Kevin Thompson, George DeTitta Jr. (Birdman)
Adam Stockhausen, Anna Pinnock (O Grande Hotel Budapeste)
David Crank, Amy Wells (Vício Inerente)
Nathan Crowley, Gary Fettis (Interestelar)
Dennis Gassner, Anna Pinnock (Caminhos da Floresta)
Ondrej Nekvasil, Beatrice Brentnerova (Expresso do Amanhã)

MONTAGEM
Douglas Crise, Stephen Mirrione (Birdman)
Sandra Adair (Boyhood: Da Infância à Juventude)
Kirk Baxter (Garota Exemplar)
Lee Smith (Interestelar)
Tom Cross (Whiplash: Em Busca da Perfeição)

FIGURINO
Milena Canonero (O Grande Hotel Budapeste)
Mark Bridges (Vício Inerente)
Colleen Atwood (Caminhos da Floresta)
Anna B. Sheppard (Malévola)
Jacqueline Durran (Sr. Turner)

CABELO E MAQUIAGEM
Foxcatcher: Uma História que Chocou o Mundo
Guardiões da Galáxia
O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos
Caminhos da Floresta
Malévola

EFEITOS VISUAIS
Planeta dos Macacos: O Confronto
No Limite do Amanhã
Guardiões da Galáxia
O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos
Interestelar

ANIMAÇÃO
Operação Big Hero 6 (Big Hero 6)
Festa no Céu (The Book of Life)
Os  Boxtrolls (The Boxtrolls)
Como Treinar o Seu Dragão 2 (How to Train Your Dragon 2)
Uma Aventura Lego (The Lego Movie)

FILME DE AÇÃO
Sniper Americano (American Sniper)
Capitão América: O Soldado Invernal (Captain America: The Winter Soldier)
No Limite do Amanhã (Edge of Tomorrow)
Corações de Ferro (Fury)
Guardiões da Galáxia (Guardians of the Galaxy)

Integrantes excêntricos do grupo Guardiões da Galáxia. (photo by outnow.ch)

Integrantes excêntricos do grupo Guardiões da Galáxia. (photo by outnow.ch)

ATOR EM FILME DE AÇÃO
Bradley Cooper (Sniper Americano)
Tom Cruise (No Limite do Amanhã)
Chris Evans (Capitão América: O Soldado Invernal)
Brad Pitt (Corações de Ferro)
Chris Pratt (Guardiões da Galáxia)

ATRIZ EM FILME DE AÇÃO
Emily Blunt (No Limite do Amanhã)
Scarlett Johansson (Lucy)
Jennifer Lawrence (Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1)
Zoe Saldana (Guardiões da Galáxia)
Shailene Woodley (Divergente)

COMÉDIA
Birdman
O Grande Hotel Budapeste (The Grand Budapest Hotel)
Um Santo Vizinho (St. Vincent)
Top Five
Anjos da Lei 2 (22 Jump Street)

ATOR EM COMÉDIA
Jon Favreau (Chef)
Ralph Fiennes (O Grande Hotel Budapeste)
Michael Keaton (Birdman)
Bill Murray (Um Santo Vizinho)
Chris Rock (Top Five)
Channing Tatum (Anjos da Lei 2)

Chris Rock em Top Five (photo by outnow.ch)

Chris Rock na comédia Top Five (photo by outnow.ch)

ATRIZ EM COMÉDIA
Rose Byrne (Vizinhos)
Rosario Dawson (Top Five)
Melissa McCarthy (Um Santo Vizinho)
Jenny Slate (Obvious Child)
Kristen Wiig (The Skeleton Twins)

FILME DE TERROR OU FICÇÃO CIENTÍFICA
The Babadook
Planeta dos Macacos: O Confronto (Dawn of the Planet of the Apes)
Interestelar (Interstellar)
Expresso do Amanhã (Snowpiercer)
Sob a Pele (Under the Skin)

A bela e misteriosa Scarlett Johansson em Sob a Pele (photo by outnow.ch)

A bela e misteriosa Scarlett Johansson em Sob a Pele (photo by outnow.ch)

FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
Força Maior (Turist) – SUÉCIA
Ida – POLÔNIA
Leviatã (Leviafan) – RÚSSIA
Dois Dias, Uma Noite (Deux Jours, Une Nuit) – BÉLGICA
Relatos Selvagens (Relatos Salvajes) – ARGENTINA

DOCUMENTÁRIO
Citizenfour
Glen Campbell: I’ll Be Me
Duna de Jodorowsky (Jodorowsky’s Dune)
Last Days in Vietnam
Life Itself – A Vida de Roger Ebert (Life Itself)
The Overnighters

CANÇÃO
“Big Eyes” (Grandes Olhos)
“Everything Is Awesome” (Uma Aventura Lego)
“Glory” (Selma)
“Lost Stars” (Mesmo Se Nada Der Certo)
“Yellow Flicker Beat” (Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1)

TRILHA MUSICAL
Alexandre Desplat (O Jogo da Imitação)
Johann Johannsson (A Teoria de Tudo)
Trent Reznor, Atticus Ross (Garota Exemplar)
Antonio Sanchez (Birdman)
Hans Zimmer (Interestelar)

JOVEM ATOR OU ATRIZ
Ellar Coltrane (Boyhood: Da Infância à Juventude)
Ansel Elgort (A Culpa é das Estrelas)
Mackenzie Foy (Interestelar)
Jaeden Lieberher (Um Santo Vizinho)
Tony Revolori (O Grande Hotel Budapeste)
Quvenzhane Wallis (Annie)
Noah Wiseman (The Babadook)

A emotiva Mackenzie Foy em cena de Interestelar ao lado de Matthew McConaughey (photo by outnow.ch)

A emotiva Mackenzie Foy em cena de Interestelar ao lado de Matthew McConaughey (photo by outnow.ch)

A cerimônia acontece no dia 15 de janeiro, mesmo dia em que as indicações ao Oscar serão anunciadas na manhã, ou seja, um loooongo dia para os artistas indicados em ambas as premiações.

Philip Seymour Hoffman (1967 – 2014)

tumblr_mhuzhv90uc1r0k2r8o1_500

Philip Seymour Hoffman (tumblr_mhuzhv90uc1r0k2r8o1_500)

VENCEDOR DO OSCAR POR CAPOTE, PHILIP SEYMOUR HOFFMAN É ENCONTRADO MORTO

Além das notícias de tiroteiros em salas de cinema, a pior notícia é quando perdemos um talento inestimável. Muitos já devem saber que o ator Philip Seymour Hoffman foi encontrado morto no banheiro de seu apartamento em Nova York. Um amigo dele o achou caído no chão com seringa no braço. Ele tinha apenas 46 anos.

As investigações acerca de sua morte ainda estão correndo, mas tudo indica que se trata de mais um caso de overdose. Além da seringa, foram encontradas cerca de 50 sacos de heroína no apartamento. Hoffman tinha um histórico com drogas há alguns anos. Em 2012, teve uma decaída e no ano seguinte foi se tratar numa clínica de reabilitação. Seu amigo alega que ele estava bem e sóbrio, tanto que esteve recentemente no Festival de Sundance (no dia 17 de janeiro) para promover seu mais novo filme: O Homem Mais Procurado (A Most Wanted Man).

Philip Seymour Hoffman já ganhou um Oscar por Capote em 2006, foi indicado em mais 4 oportunidades e faz inúmeros filmes independentes. Mas sua morte foi anunciada assim em vários sites: “Ator de ‘Jogos Vorazes’ morre”. OK, eu compreendo perfeitamente o poder desta manchete se compararmos a “Ator de ‘Capote’ e ‘O Mestre’ morre”. Não sou hipócrita, mas fica aquela impressão de que toda a sólida e coerente carreira do ator se resume à sua  participação num blockbuster infanto-juvenil.

Aliás, muitos fãs ensandecidos já se perguntam como vão ficar os filmes dos Jogos Vorazes sem o ator. Bem, além de ele ter finalizado Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1, parece que só restavam apenas sete dias de filmagem para seu personagem Plutarch Heavensbee em Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 2, com lançamento previsto para 2015.

À esquerda, Philip Seymour Hoffman como Plutarch ao lado de Woody Harrelson (photo by Lionsgate)

À esquerda, Philip Seymour Hoffman como Plutarch ao lado de Woody Harrelson (photo by Lionsgate)

Aliás, não tenho nada contra Hoffman atuar em blockbusters, afinal, são essas produções que pagam todas as contas do ano e ainda dão mais visibilidade. Ele já havia participado também de Missão: Impossível 3 (2006), no qual interpreta o vilão Owen Davian, que inferniza a vida do agente Ethan Hunt (Tom Cruise). Nada mais justo, afinal, ele estava apenas colhendo os frutos depois de tantos anos atuando em produções de baixo orçamento.

É uma pena que o ator tenha sido descoberto por Hollywood muito tarde. Após se formar na New York University’s Tisch School of the Arts em 1989, ele conseguiu papéis secundários em produções independentes como Boogie Nights – Prazer Sem Limites (1997), Felicidade (1998), O Talentoso Ripley (1999) e Quase Famosos (2000), pelo qual chamou bastante atenção como o produtor musical Lester Bangs. Cada vez mais requisitado, trabalhou com diretores consagrados como os irmãos Coen (O Grande Lebowski), Spike Lee (A Última Noite), Anthony Minghella (Cold Mountain) e Sidney Lumet (Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto).

Mas sua parceria mais forte foi com o diretor Paul Thomas Anderson, que o escalou para Boogie Nights (1997), Magnólia (1999), Embriagado de Amor (2002) e O Mestre (2012), pelo qual recebeu sua quarta indicação ao Oscar. Ele só ficou de fora de Sangue Negro (2007), estrelado por Daniel Day-Lewis.

Como Truman Capote, Philip Seymour Hoffman (photo by outnow.ch)

Como Truman Capote, Philip Seymour Hoffman (photo by outnow.ch)

Para viver um dos mais polêmicos autores literários contemporâneos, Truman Capote, Philip perdeu 18 quilos. Treinou bastante suas cordas vocais até atingir o tom agudo característico do escritor. Ao longo dos 36 dias de filmagem, procurou se manter em personagem mesmo com a câmera desligada. O peso e a voz eram levados para casa. Embora essa tática seja eficiente, é considerada insana por alguns atores que necessitam de um escape já entre um take e outro. Daniel Day-Lewis é um desses loucos, mas tem 3 Oscars em casa.


Hilary Swank apresenta o Oscar para Philip Seymour Hoffman

Curiosamente, ele bateu Heath Ledger, que concorria por O Segredo de Brokeback Mountain, em 2006 no Oscar. Já em 2009, como o anárquico Coringa, Ledger o bateu na categoria de coadjuvante, quando concorria por Dúvida.

Philip Seymour Hoffman era casado com a figurinista Mimi O’Donnell, com quem teve 3 filhos: Cooper Alexander Hoffman, Tallulah Hoffman e Willa Hoffman. Claro que será uma perda inestimável para sua família, mas também deixa muitos admiradores e cinéfilos órfãos de sua versatilidade e de sua intensidade nas interpretações, mesmo que em papéis bem menores. Descanse em paz, Phil!

PHILIP SEYMOUR HOFFMAN NO OSCAR:

2006: Vencedor do Oscar de Melhor Ator por Capote
2008: Indicado ao Oscar de Coadjuvante por Jogos do Poder
2009: Indicado ao Oscar de Coadjuvante por Dúvida
2013: Indicado ao Oscar de Coadjuvante por O Mestre

%d blogueiros gostam disto: