
Oito momentos da vida de Ellar Coltrane em Boyhood: Da Infância à Juventude, vencedor do Eddie Award (photo by http://staticvosf5b.lavozdelinterior.com.ar/sites/default/files/styles/landscape_642_366/public/nota_periodistica/boy)
INDICADOS AO OSCAR DE MONTAGEM IMPULSIONAM SUA CAMPANHA
O sindicato de editores, ACE (American Cinema Editors), elegeu Boyhood: Da Infância à Juventude e O Grande Hotel Budapeste como melhores montagens nas categorias de Drama e Comédia ou Musical, respectivamente. Trata-se de um grande passo rumo ao Oscar, pois o vencedor do Eddie Awards costuma ser eleito também o Melhor Filme pela Academia pelo menos em sete oportunidades nos últimos 12 anos. E segundo as estatísticas favoráveis, dos últimos 34 anos, todo vencedor do Oscar de Melhor Filme recebeu indicação ao Eddie.
Claro que, por mais que esses números sejam promissores, não garantem estatueta nenhuma. Veja o caso por exemplo do ano passado: Christopher Rouse (Capitão Phillips) venceu com louvor o Eddie, mas perdeu para a enxurrada de prêmios de Gravidade. Embora ambos tenham trabalhado bem a questão da tensão, os cortes foram mais eficientes no sequestro do navio pelos piratas somalianos. E em 2012, Kevin Tent levou o Eddie por Os Descendentes, mas foi a dupla Kirk Baxter e Angus Wall que ganhou seu segundo Oscar consecutivo por Millennium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres depois de faturar por A Rede Social.
Tanto Boyhood quanto O Grande Hotel Budapeste estão concorrendo ao Oscar de Montagem. Enquanto Sandra Adair teve de comprimir material bruto de 12 anos em um pouco menos de 3 horas de filme com o acerto de não inserir divisão de anos, Barney Pilling fez uma bela compilação de personagens sem perder o ritmo e extraindo humor de seus cortes. Se um desses trabalhos sair com o Oscar, a categoria estará bem representada, assim como o belo trabalho de edição de Tom Cross, por Whiplash: Em Busca da Perfeição. Como o filme é sobre música, ele se guia pela mesma para criar jump cuts para sincronizar as imagens com o áudio, mas de forma imperceptível.
Pela categorias de Animação, o Eddie foi para Uma Aventura Lego, enquanto de Documentário, Citizenfour se consagrou como o melhor, elevando um pouco mais suas chances no Oscar de Melhor Documentário. Gostaria de aproveitar e fazer uma espécie de crítica, pois a Academia não inclui montagens de documentários e animações na categoria. Talvez pela comodidade, só reconhece edições de ficções (dramas, comédias, musicais, policiais, suspenses etc), acumulando o reconhecimento todo desses dois gêneros para os Oscars de Melhor Documentário e Melhor Longa de Animação. Sei que tem muita gente que acha que a edição de documentário é tudo igual (estilo entrevista e imagens de arquivo), mas existem trabalhos bem inventivos do gênero como o dinamismo de Kurt Engfehr de Tiros em Columbine (2002), que utiliza até animação para explicar a História das armas nos EUA. Ou o mais recente O Ato de Matar (2012), que ousa ao reencenar o massacre da Indonésia em gêneros cinematográficos.
Segue lista completa dos vencedores do Eddie Awards 2015:
MELHOR MONTAGEM – DRAMA
Sandra Adair (Boyhood: Da Infância à Juventude)
MELHOR MONTAGEM – COMÉDIA OU MUSICAL
Barney Pilling (O Grande Hotel Budapeste)
MELHOR MONTAGEM – ANIMAÇÃO
David Burrows, Chris McKay (Uma Aventura Lego)
MELHOR MONTAGEM – DOCUMENTÁRIO
Mathilde Bonnefoy (Citizenfour)
MELHOR MONTAGEM – DOCUMENTÁRIO (TELEVISÃO)
Erik Ewers (The Roosevelts: An Intimate History) – Episódio 3: The Fire of Life
MELHOR MONTAGEM – SÉRIE DE TV DE MEIA-HORA
Anthony Boys (Veep) – Episódio: “Special Relationship”
MELHOR MONTAGEM – SÉRIE DE TV DE UMA HORA COM COMERCIAL
Yan Miles (Sherlock) – Episódio: “His Last Vow”
MELHOR MONTAGEM – SÉRIE DE TV DE UMA HORA SEM COMERCIAL
Affonso Gonçalvez (True Detective) – Episódio: “Who Goes There”
MELHOR MONTAGEM – MINISSÉRIE OU FILME FEITO PARA TV
Adam Penn (The Normal Heart)
MELHOR MONTAGEM – SÉRIES NÃO ROTEIRIZADAS
Hugo Gross (Anthony Bourdain: Parts Unknown) – Episódio: “Iran”
MELHOR MONTAGEM DE ESTUDANTE
Johnny Sepulveda (Video Symphony)