Indicações ao Oscar 2012 amanhã!

Em 2011, Mo’Nique divide a tarefa de anunciar os indicados

Todo ano o anúncio das indicações ocorre numa terça de manhã. Lá em Los Angeles às 5h30 e aqui, em São Paulo, em horário de verão, às 11h30. Já tive algumas oportunidades de assistir ao vivo pela TV pelos canais Telecine e CNN, mas hoje em dia, pela internet, é possível acompanhar em tempo real (streaming).

Parece idiotice eu dizer que, apesar de todo ano se repetir esse ritual do Oscar, ainda sinto um friozinho na barriga. Por mais que eu reclame dos filmes atuais, das porcarias que são lançadas nos cinemas e da covardia dos produtores de Hollywood, gosto de acompanhar o Cinema, porque sempre surgem novos talentos em todos os campos, em todos os países e em todos os gêneros de filme. Nem sempre aquele que a mídia lança como um novo talento realmente se mostra tão promissor, mas o que seria da Arte se apenas os bons trabalhassem? (Eu sei, eu sei… tem gente com a resposta na ponta da língua!)

E com o anúncio das indicações amanhã, talvez o mais importante seja que a vida de muita gente pode mudar para melhor. Uma indicação ao Oscar representa um reconhecimento internacional do trabalho de um artista, seja ele um ator ou um sound mixer. Uma indicação significa um upgrade na carreira de qualquer um e automaticamente no salário! E, se o indicado (e talvez futuro vencedor) do Oscar for inteligente, ele aproveitará as várias oportunidades que lhe serão oferecidas para buscar um desafio ainda maior, afinal, um Oscar (e sua indicação) pode muito bem acabar se tornando uma maldição e enterrar a carreira também.

Mas, no geral, o Oscar melhora e muito a vida do artista. E por isso, que muitos deles estarão acordados às 5h30 para acompanhar o anúncio (ou se estiverem dormindo, certamente seus agentes estarão com os olhos grudados na TV para já contabilizar a fortuna que vem adiante). Eu mesmo adoraria assistir ao anúncio, mas pelo horário deve ficar difícil. Quem sabe não passo na frente de uma TV pra pelo menos ver como a Jennifer Lawrence vai estar vestida?

Bom, quanto às probabilidades, dá pra adiantar que tem muita gente com o nome praticamente garantido na lista amanhã. Quem não apostaria que o George Clooney e a Meryl Streep não estarão entre os nomes indicados? Seria loucura total! Vamos analisar algumas categorias e medir as chances de alguns atores, diretores, roteiristas…

MELHOR FILME

Ah sim, este ano a coisa muda. Sim, de novo! Se a partir de 2010, 10 filmes foram indicados, agora é assim: 5 filmes no mínimo e 10 no máximo. O que isso quer dizer? Que 5 filmes estão garantidos, mas pode figurar um número não-convencional de filmes indicados como 7 ou 9. Nove filmes indicados a Melhor Filme? Sim. Dependendo da porcentagem que um filme consegue, ele pode não conseguir ultrapassar essa espécie de nota de corte do Oscar e sequer competir porque suas chances seriam ínfimas.

Quais os 5 que estão praticamente garantidos? Vejamos:

1. Os Descendentes

2. A Invenção de Hugo Cabret

3. Meia-Noite em Paris

4. Histórias Cruzadas

5. O Artista

São filmes que praticamente apareceram em todas as listas e têm chances reais de ganhar Melhor Filme. Além disso, todos devem colecionar um bom número de indicações, principalmente A Invenção de Hugo Cabret, que apresenta uma ótima direção de arte, um esplêndido trabalho de efeitos visuais e fotografia, sem contar as categorias de som e efeitos sonoros.

Aliás, também sempre fica essa questão no ar: Qual filme será o recordista de indicações? Todo ano tem um campeão. Nos últimos 20 anos, 15 recordistas do ano levaram Melhor Filme. Ano passado, O Discurso do Rei foi o recordista com 12 indicações.

Algumas apostas correm por fora como Millennium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres, O Homem que Mudou o Jogo, Cavalo de Guerra, Missão Madrinha de Casamento e A Árvore da Vida. Sendo que este último tem perdido muito de seu fôlego para esta reta final do Oscar, pois nem figurou entre os indicados ao Globo de Ouro, nem no SAG Awards.

Gary Oldman em O Espião que Sabia Demais

CATEGORIAS DE ATUAÇÃO

Na ala masculina, George Clooney, Brad Pitt, Jean Dujardin e até mesmo Michael Fassbender têm chances bastante concretas de indicação. A briga ficaria mais acirrada pela quinta e última vaga. Muitos especialistas estão apostando nessa briga entre Leonardo DiCaprio (por J. Edgar) e Gary Oldman (por O Espião que Sabia Demais). Particularmente, acredito que DiCaprio tem conseguido mudar sua imagem de bom mocinho e queridinho das meninas do então Jack de Titanic e até de Diário de um Adolescente, mas sinceramente, ainda tem que comer muito arroz e feijão para chegar ao nível de Gary Oldman. Ao contrário do jovem, Oldman sempre buscou se entregar ao máximo em cada papel, não se limitando às transformações físicas e de maquiagem, tanto que seus personagens não apresentam semelhança. O Drácula de Drácula de Bram Stoker, o Comissário Gordon dos filmes do Batman, o assassino frio Stansfield de O Profissional, o vilão engraçado de O Quinto Elemento e como Sid Vicious em Sid & Nancy. Gary Oldman sempre foi um coringa, nunca sendo maior do que o papel. E nesse trabalho como espião, seu trabalho merece ser coroado pela Academia pela primeira vez! Leonardo DiCaprio já foi indicado 3 vezes e nunca teve chances reais de ganhar.

Rooney Mara em Millennium

Já na ala feminina, fica a dúvida se a jovem Rooney Mara conseguirá uma vaga como Melhor Atriz. Há 2 questões em se tratando de Mara. Primeiro: Ela vai concorrer como atriz ou como atriz coadjuvante? Se para as associações de críticos, ela foi coadjuvante, para o Globo de Ouro e o BAFTA, Rooney foi considerada para atriz principal. Pelo histórico de confusões desse tipo, acredito que se forem indicá-la, será como coadjuvante pois suas chances serão concretas. Olha só o nível de competição na categoria principal: Meryl Streep, Viola Davis, Tilda Swinton, Michelle Williams e Glenn Close. Pense a respeito.

Outra dúvida que muitos aguardam uma resposta positiva é uma possível indicação para Andy Serkis. Em 2011, apesar de ter trabalhado na animação de As Aventuras de Tintim, Serkis brilhou ao dar vida ao macaco Cesar em Planeta dos Macacos: A Origem. Nenhum ator já conquistou o que Serkis conseguiu no campo do motion capture. Ele foi descoberto na pele do atormentado Gollum em O Senhor dos Anéis – As Duas Torres, criando o novo Kong em King Kong, voltando sua parceria de sucesso com Peter Jackson. Muito se especula sobre uma indicação como coadjuvante, mas a Academia sempre teve essa barreira de conservadorismo que a impede de dar passos largos. Acho pouco provável, mas não impossível, afinal a mesma Academia criou novas categorias ao longo dos anos como Melhor Maquiagem na década de 80 e Melhor Animação em 2001.

MELHOR DIRETOR

Martin Scorsese, Alexander Payne e Michel Hazanavicius podem passar. As poltronas já estão reservadas. Woody Allen pode aparecer na lista e deve causar um frisson em muita gente se isso se confirmar. Talvez o único porém seja o lado anti-social do diretor, que prefere tocar seu clarinete no pub. Mas suas chances são melhores este ano do que com Vicky Cristina Barcelona. Fica a última vaga aberta, disputada a tapa entre David Fincher (Millennium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres), Nicolas Winding Refn (Drive), George Clooney (Tudo Pelo Poder) e até Tate Taylor (Histórias Cruzadas), sendo que Fincher teve leve vantagem por ter sido indicado ao DGA – Directors Guild of America. O veterano Terrence Malick corre ainda, mas muito por fora por A Árvore da Vida, que agora parece com mais cara de filme de festival do que competição.

MELHORES EFEITOS VISUAIS

Saiu a lista de 10 finalistas. Os títulos que escaparam do risco são minha aposta para as 5 indicações.

Capitão América – O Primeiro Vingador

– Harry Potter e as Relíquias Macabras – Parte 2

– A Invenção de Hugo Cabret

Missão: Impossível 4 – Protocolo Fantasma

– Piratas do Caribe – Navegando em Águas Misteriosas

– Gigantes de Aço

– Planeta dos Macacos: A Origem

Transformers – O Lado Oculto da Lua

A Árvore da Vida

X-Men: Primeira Classe

Fiquei na dúvida se eliminaria o Transformers, mas como não acredito que a categoria terá 2 filmes com robôs, aposto mais em Gigantes de Aço, que parece saber mesclar melhor efeitos digitais de computação com efeitos especiais no estúdio. Além disso, quem quer ver mais filmes de Transformers? Pra mim já poderia ter parado no primeiro…

MELHOR FILME ESTRANGEIRO

Assim como efeitos visuais, a categoria passa por peneiras. Quatro finalistas cairão amanhã.

Bullhead, de Michael R. Roskam (Bélgica)

Footnote, de Joseph Cedar (Israel)

Pina, de Wim Wenders

In Darkness, de Agnieszka Holland (Polônia)

Monsieur Lazhar, de Philippe Falardeau (Canadá)

Omar Killed Me, de Roschdy Zem (Marrocos)

Pina, de Wim Wenders (Alemanha)

A Separação, de Asghar Farhadi (Irã)

Superclásico, de Ole Christian Madsen (Dinamarca)

Warriors of the Rainbow: Seediq Bale, de Te-Sheng Wei (Taiwan)

Explico. O filme polonês é sobre resgate de refugiados judeus. Ponto. Já os representantes israelense e iraniano apresentam temática de conflitos familiares que a Academia adora, além disso, o primeiro ganhou Melhor Roteiro em Cannes, enquanto o segundo tem sido um papa-prêmio e levou o Urso de Ouro em Berlim. Enquanto o alemão Wim Wenders já é um cineasta consagrado que nunca levou o Oscar, mas já foi indicado para Melhor Documentário pela fabuloso Buena Vista Social Club. E, sempre rola uma mega produção asiática e este ano, esse filme taiwanês tem tudo para ocupar a vaga.

Ryan Gosling em Drive

No geral, apesar do Oscar ficar cada vez mais previsível devido ao grande número de prêmios que o antecedem, sempre apreciei uma surpresa. De repente, um indicado que não estava figurando nas listas anteriores, mas que muitos se esqueceram de incluir nos Melhores do Ano é sempre bem-vindo. Normalmente, a “surpresa” não ganha o Oscar, mas por outro lado, constrói uma boa imagem inesperada que pode criar um sucesso como num passe de mágica. Um exemplo disso foi a indicação do jovem Ryan Goslin pelo filme Half Nelson em 2007. Ele concorreu com nomes de peso como Peter O’Toole e perdeu para Forest Whitaker, mas hoje está aproveitando ótimas oportunidades e estrelou pelo menos 3 filmes de sucesso em 2011: Drive, Amor à Toda Prova e Tudo Pelo Poder.

Tropa de Elite 2 está fora e o sonho do Oscar chega ao fim para o Brasil

Tropa de Elite 2: Oficialmente fora do Oscar 2012

Para aqueles que aguardavam ansiosamente uma indicação para Tropa de Elite 2 – O Inimigo Agora é Outro, sinto em informar que a Academia apagou a luz no fim desse túnel. Foi divulgada a lista com os 9 finalistas (feito conquistado pelo drama O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias, de Cao Hamburger em 2007) que se tornarão apenas 5 no dia 24 de janeiro, dia do anúncio das indicações ao Oscar. Segue a lista:

Bullhead, de Michael R. Roskam (Bélgica)

Footnote, de Joseph Cedar (Israel)

In Darkness, de Agnieszka Holland (Polônia)

Monsieur Lazhar, de Philippe Falardeau (Canadá)

Omar Killed Me, de Roschdy Zem (Marrocos)

Pina, de Wim Wenders (Alemanha)

A Separação, de Asghar Farhadi (Irã)

Superclásico, de Ole Christian Madsen (Dinamarca)

Warriors of the Rainbow: Seediq Bale, de Te-Sheng Wei (Taiwan)

Mas o tom negativo do post não se limita apenas à exclusão do filme de José Padilha. Infelizmente, a categoria de Melhor Filme Estrangeiro ainda apresenta algumas regras muito arcaicas que impossibilitam muitos filmes de qualidade de sequer competir.

O Tigre e o Dragão, de Ang Lee. Melhor Filme Estrangeiro de 2000.

Se tais regras fossem quebradas, certamente mais filmes poderiam competir e conquistar o público internacional como fizeram o taiwanês O Tigre e o Dragão e o alemão A Vida dos Outros, ambos vencedores do Oscar de Filme Estrangeiro e donos de uma arrecadação que ultrapassa os 100 milhões de dólares.

A Vida dos Outros, de Florian Henckel. Melhor Filme Estrangeiro de 2006.

Existe uma regra da Academia que obriga cada país participante a escolher apenas UM filme. Então, assim como é feito no Brasil, membros de uma comissão como o MinC (Ministério da Cultura) votam entre os filmes lançados em cada ano, o que nem sempre corresponde ao melhor filme do ano. Em 2002, por exemplo, Fale com Ela, de Pedro Almodóvar não foi selecionado pela comissão de seu país e a Espanha sequer figurou entre os indicados. Felizmente, como muitos artistas em Hollywood apreciam a obra do diretor, ele levou o Oscar de Roteiro Original naquela edição. Este ano, o esnobado pelo próprio país foi o francês O Artista, filme que já levou o Globo de Ouro e vários prêmios da crítica americana. Por esse motivo, não poderá concorrer a Melhor Filme Estrangeiro.

Outra regra ultrapassada que não corresponde ao cinema globalizado de hoje consiste na obrigação de empregar atores nascidos no país da origem do filme em papéis-chaves na trama (além de ter que falar o idioma local). Pela Albânia, o filme de Joshua Marston (diretor de Maria Cheia de Graça, 2004), Forgiveness foi desqualificado por não cumprir essa regra. Enquanto que o filme de Angelina Jolie, In the Land of Blood and Honey, não pôde concorrer por se tratar de uma produção americana, mesmo tendo empregrado atores da hoje extinta Iugoslávia.

Ainda falta outro grande absurdo. Ok, foram selecionados os 63 filmes do mundo este ano para tentar conquistar uma famigerada vaga na categoria. E agora? Quem vai poder votar nesses filmes e eliminar 58 trabalhos? Existe algo chamado Academy’s foreign-language selection committee (Comitê de Seleção de Filme Estrangeiro da Academia), composta por membros preparados para ficar com o traseiro quadrado de tanto assistir filmes. Eles são divididos em grupos de 4 cores e cada membro deve ver pelo menos 80% dos filmes de seu grupo. Mas, como todos sabem, quem consegue tempo pra assistir a tantos filmes? Sim, chamem membros já no conforto da aposentadoria que não querem mais ficar em casa vendo a mulher reclamar! A lotação dessas sessões de filmes estrangeiros deve se assemelhar àquelas que ocorrem em asilos em que as enfermeiras ligam pra sossegar os agitados. Cerca de 300 (heróicos) membros conseguem assistir a todos os filmes e votar numa escala de 7 a 10, criando uma média para a seleção, o que significa que se 10 ou 100 pessoas virem um filme, é a média desses 300 membros que conta.

“Hooray! Vou eliminar 58 filmes!”. Perdoem-me se imagino 300 Srs. Fredericksens na sala de cinema.

Resultado? Os finalistas sempre têm temas mais antigos. Eles adoram filmes que se passam na 2ª Guerra Mundial, com judeus sofrendo e nazistas cumprindo seus papéis de malvados, sem esquecer dos soldados americanos que sempre chegam pra salvar o dia. O segundo tema mais querido pelos membros velhinhos de Hollywood é a questão do racismo. Se seu filme tem conflitos raciais e se passa na Segunda Guerra, coloca pra competir! Mas lembre-se que não pode haver violência excessiva. Isso assusta os membros e pode causar uma taquicardia. Você acha que foi fácil um pobre membro assistir a Tropa de Elite 2? E Cidade de Deus com aquele lance de “você prefere um tiro no pé ou na mão?”? Cinema violento não tem lugar na categoria de Filme Estrangeiro. Por isso mesmo que o cinema sul-coreano nunca teve uma chance sequer, pois tem como característica muito marcante a violência e o sexo. Ah sim, o sexo é algo obsceno demais. Os membros cobrem seus olhos nas cenas mais picantes.

Mas voltando ao processo de eliminação de filmes, as 6 obras mais votadas pelos membros que assistiram aos filmes passam para uma shortlist, que inclui ainda mais 3 filmes selecionados por um comitê executivo de 20 pessoas. Atualmente, nesse super-comitê constam nomes consagrados do Cinema como o diretor alemão Florian Henckel von Donnersmarck, diretor de fotografia polonês do Spielberg, Janusz Kaminski, e o roteirista de O Jogador (1992), Michael Tolkin. Esse comitê pode não desfazer todas as injustiças da seleção dos membros idosos, mas evita maiores catástrofes.

Divulgada a lista de 9 finalistas, os filmes são projetados num final de semana para 20 votantes de Los Angeles e 10 de Nova York. Esses votantes são escolhidos pelo presidente do super-comitê, que visa uma votação mais completa pois procura por membros veteranos em diversas áreas do Cinema. No final, eles cortam 4 filmes, elegendo então os 5 indicados. E, para completar a burocracia: Só membros que comprovem que viram os 5 indicados no cinema (não, não pode ser em DVD e Blu-ray – tem que mostrar o ingresso!) podem votar no vencedor, ou seja, voltam os membros idosos que selecionaram anteriormente com suas escolhas arcaicas.

O Segredo de seus Olhos, de J.J. Campanella. Segundo e Merecido Oscar para Argentina.

Contudo, apesar de todos os problemas e a falta dessa reforma na legislação da Academia, não dá pra sair reclamando de tudo. Por incrível que pareça, o Oscar foi para alguns ótimos filmes nessa última década que me surpreenderam muito positivamente. Foram os casos das vitórias do belo argentino O Segredo de Seus Olhos, de Juan José Campanella, do instigante alemão A Vida dos Outros, de Florian Henckel von Donnersmarck, e do tocante japonês A Partida, de Yôjirô Takita.

Quanto ao Tropa de Elite 2 – O Inimigo Agora é Outro, houve alguns contratempos que atrapalharam um alcance maior na temporada de premiações, sendo uma delas a ausência no Globo de Ouro. Como o filme estreou no Brasil em outubro de 2011, não pôde concorrer porque as regras da Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood exige que o filme tenha sua estréia a partir de novembro. Mas mesmo sem os grandes prêmios, o filme de José Padilha confirma o amadurecimento do nosso Cinema. A sequência apresenta um roteiro muito mais consistente e personagens mais fortes. A trama em si é muito corajosa por bater de frente com o velho problema da política no Brasil. Quem não queria estar na pele do Capitão Nascimento ao esbofetear um político corrupto?

Agora, com José Padilha assumindo o projeto de refilmagem do filme RoboCop, o Brasil fica órfão de mais um diretor competente pra tentar buscar a cobiçada estatueta do Oscar. Gostaria que Walter Salles e Fernando Meirelles, cujas carreiras internacionais não conseguiram deslanchar de vez, voltassem e fizessem um filme aqui pra manter essa frequência de qualidade anual.

No dia 8 de dezembro de 2011, Tropa de Elite 2 se tornou o filme mais visto da História do Cinema Brasileiro, quando atingiu a marca de 10.736.995 espectadores após nove semanas de exibição, ultrapassando a marca histórica de 1976, de Dona Flor e seus dois maridos, de Bruno Barreto.

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