Indicados ao Framboesa de Ouro 2020 (pic by razzies.com)
REPETINDO OS ÚLTIMOS ANOS, LISTA ESTÁ REPLETA DE SEQUÊNCIAS E REMAKES
O amado e detestado Framboesa de Ouro anunciou sua lista dos piores filmes do ano. Apesar de entendermos o porquê muitos artistas e até meios de comunicação fogem do tema, consideramos um prêmio de suma importância para a cultura mundial e acima de tudo para os profissionais da área.
Um artista ou profissional da área de cinema está sujeito a receber elogios e críticas pelos trabalhos realizados. Dificilmente alguém vai acertar sempre, praticamente todos têm aquela escolha de gosto duvidoso. Mas o que realmente importa após uma crítica e você saber tirar algum ensinamento dela e reunir forças para melhorar e contorná-la. Nesse sentido, valorizamos muito o Framboesa de Ouro, porque ele é como aquele seu único amigo sincero que vai apontar seus equívocos enquanto os demais vão fingir que você é perfeito.
Depois de tantas edições do prêmio, a gente se acostuma a ver alguns nomes presentes com alguma frequência como John Travolta e Sylvester Stallone, mas nesses casos específicos são atores de carreiras já consolidadas que não dão mais importância às críticas. Stallone mesmo ama de paixão seu personagem John Rambo e foi convencido de que se fizesse uma outra sequência, iria ganhar dinheiro enquanto agrada aos fãs da franquia. Fui assistir ao filme Rambo: Até o Fim no cinema para acompanhar meu pai, que adora um filme de guerra ou que haja metralhadoras e granadas, mas até ele já ficou meio saturado deste universo. MAS ele pagou ingresso e justificou o investimento do Stallone.
Em um outro nível está o diretor e roteirista M. Nigh Shyamalan, que retornou ao Framboesa com Vidro. Temos aqui um diretor indicado ao Oscar por O Sexto Sentido (1999), mas que venceu dois Framboesas por A Dama na Água (2006) e O Último Mestre no Ar (2010). O que mais admiro no diretor indiano é sua criatividade e audácia, que pode levá-lo a acertar lindamente como errar feio, mas pelo menos ele tenta sempre criar algo novo. Foi assim com Fragmentado (2016), no qual ele criou uma situação de terror psicológico, diferente do que ele havia feito até então. Mas daí, talvez empolgado com a alta bilheteria, resolveu fazer uma sequência (até aí sem grandes problemas), mas o grande erro dele foi inventar que havia todo um universo previamente planejado de Fragmentado que se ligava a Corpo Fechado (2000). Shyamalan, a gente não nasceu ontem. Foi que nem as irmãs Wachowski inventar que as sequências de Matrix já existiam antes do lançamento do primeiro filme. Matrix é um ótimo filme que se encerra em si mesmo. Citei Shyamalan como um caso à parte, porque ao contrário do Stallone, vejo que ele ainda tem sede de voltar aos holofotes de Hollywood, ele quer ainda ganhar o Oscar. Então, neste caso, o Framboesa serve como um conselho de amigo: “Shyamalan, você pode fazer coisa melhor do que Vidro.”
M. Night Shyamalan passa orientações para Bruce Willis em set de Vidro (pic by IMDb)
Sobre os atores aqui indicados, claro, cada caso é um caso. Mas se você pega Anne Hathaway, é um pouco decepcionante vê-la aqui. Não porque ela já ganhou um Oscar por Os Miseráveis (aliás, aquela declaração que ela deu em 2016 dizendo que “fingiu felicidade” no Oscar e que “se sentia mal por ter vestido uma roupa mais cara do que muitas pessoas jamais teriam” foi desnecessário. Se quer retribuir ao mundo, faça como a nossa querida Audrey Hepburn, e viaje pra África e se filie às causas nobres), mas porque ela sempre buscou novos desafios. Trabalhou com Ang Lee em O Segredo de Brokeback Mountain (2005), com Jonathan Demme em O Casamento de Rachel (2008) e com Christopher Nolan em Interestelar (2014) pra depois querer fazer comédias muito bobas como este As Trapaceiras com Rebel Wilson, que se repete em TODOS os filmes? Claro que se ela quiser continuar a fazer esses filmes e ser figurinha carimbada no Framboesa, trata-se de uma opção pessoal. Mas caso ela busque um comeback, é o que sempre recomendei para Keanu Reeves aqui no blog: Troque de agente e busque papéis no cinema independente que sempre tem ofertas de papéis mais densos.
Rebel Wilson e Anne Hathaway em As Trapaceiras (pic by IMDb)
Sobre os filmes indicados, honestamente, costumo fugir daqueles que já nascem com o pé esquerdo. Parece que é um preconceito estúpido, mas se você tem um orçamento baixo para razoável para ver filmes no cinema, você acaba optando por filmes que têm maiores chances de ser de qualidade. No caso de Cats, depois da enxurrada de críticas, você só vai ao cinema se: a) está mega curioso do porquê o filme é tão ruim; b) está com grana sobrando; c) é masoquista mesmo. Pelo trailer veiculado há uns meses, já tínhamos uma noção de que seria um filme de qualidade duvidosa, mas depois você vê que tem Tom Hooper na direção, Judi Dench e Ian McKellen no elenco… Será? Enfim, pra quem assistiu e quiser dar um depoimento, por favor envie um comentário no final do post!
NÚMEROS DESTE FRAMBOESA
Com nove indicações cada, Rambo: Até o Fim (o quinto filme da franquia) e o remake de Hellboy são os recordistas desta edição. Logo atrás, com sete indicações cada, vêm a sequência de Godzilla e a adaptação do musical Cats. E com seis indicações, a sequência que ninguém pediu Vidro, de M. Night Shyamalan.
Bom, já deu pra perceber que há uma predominância de sequências e remakes na lista, certo? Na história recente do Cinema, vimos que remakes e sequências costumam ser altamente lucrativos para os estúdios e para os produtores, mas ao mesmo tempo, são altamente arriscados em termos de qualidade. Contudo, algumas idéias poderiam ser facilmente evitadas se rolasse um mínimo de bom senso.
Vamos pegar o exemplo de Hellboy. O quadrinho de Mike Mignola foi adaptado há pouco tempo pelo diretor mexicano Guillermo del Toro. Mesmo que você não aprecie este universo de monstros e demônios, era possível enxergar uma paixão enorme do diretor pela temática, e que soube explorar bem o humor dos quadrinhos. Aí, onze anos depois, resolvem fazer um reboot total com diretor e atores diferentes achando que é fácil superar o padrão de qualidade de Guillermo del Toro. Resultado: fracasso de crítica e bilheterias.
Sasha Lane, David Harbour e Daniel Dae Kim em Hellboy (pic by IMDb)
Outro caso que faltou totalmente com o bom senso: X-Men: Fênix Negra. Por que vão contratar um produtor que resolveu estrear na direção com uma história que já havia sido contatada de forma desleixada em 2006 em X-Men: O Confronto Final, com a Fox sendo comprada pela Disney? Era a mesma coisa de jogar dinheiro no lixo, porque os efeitos visuais são caríssimos e o elenco tinha salários altos como de Jennifer Lawrence e Michael Fassbender. Muitos dos atores, já cientes que seria um fracasso, levaram no automático (Jennifer Lawrence não queria nem mais se maquiar pra interpretar a Mística), mas foi possível ver que Sophie Turner se esforçou pra dar uma carga emocional à personagem dela. E sobrou indicação até para Jessica Chastain, que achou que iria brilhar na onda dos filmes de super-heróis, e acabou escolhendo uma barca furada.
Sophie Turner contracena com Jessica Chastain em cena de X-Men: Fênix Negra (pic by IMDb)
Encerrando: destes filmes, além de Rambo, X-Men: Fênix Negra e Vidro, também conferi O Pintassilgo, que recebeu a indicação de Pior Roteiro. Trata-se de uma adaptação de um livro que ganhou o prêmio Pulitzer (!), e até uns meses atrás, era a maior aposta da Warner para a temporada de premiações, pois tinha John Crowley na direção (Brooklyn), Roger Deakins como diretor de fotografia (!), e Nicole Kidman e Sarah Paulson no elenco. Na teoria parecia promissor, mas quando vi o filme numa sala com apenas seis idosas, percebi que erraram em tudo ali. Era aquele caso de demolir e começar tudo de novo. Que esse Framboesa sirva como um bom puxão de orelha nos envolvidos!
Nem Roger Deakins salva: Nicole Kidman em cena de O Pintassilgo (pic by IMDb)
INDICADOS AO 40º FRAMBOESA DE OURO:
PIOR FILME Godzilla: Rei dos Monstros (Godzilla: King of the Monsters) Cats (Cats) Vidro (Glass) Um Funeral em Família (A Madea Family Funeral) Rambo: Até o fim (Rambo: Last Blood) The Fanatic Hellboy (Hellboy)
PIOR ATOR Gerard Butler (Invasão ao Serviço Secreto) Matthew Mcconaughey (Calmaria) James McAvoy (Vidro) Sylvester Stallone (Rambo: Até o fim) John Travolta (The Fanatic) James Franco (Zeroville) Tyler Perry (Um Funeral em Família) David Harbour (Hellboy)
PIOR ATRIZ Anne Hathaway (As Trapaceiras) (Calmaria) Hilary Duff (The Haunting of Sharon Tate) Milla Jovovich (Hellboy) Demi Moore (Corporate Animals) Rebel Wilson (As Trapaceiras) Megan Fox (Zeroville)
PIOR ATOR COADJUVANTE Kyle Chandler (Godzilla: Rei dos Monstros) James Corden (Cats) Charles Dance (Godzilla: Rei dos Monstros) Oscar Jaenada (Rambo: Até o fim) Michael Madsen (Trading Paint) Sergio Peris-Mencheta (Rambo: Até o fim) Tyler Perry (Um Funeral em família) Seth Rogen (Zeroville) Bruce Willis (Vidro)
PIOR ATRIZ COADJUVANTE Jessica Chastain (X-Men: Fênix Negra) Cassie Davis (Um Funeral em Família) Judi Dench (Cats) Lydia Hearst (The Haunting of the Sharon Tate) Sasha Lane (Hellboy) Patrice (Um Funeral em Família) Fenessa Pineda (Rambo: Até o fim) Rebel Wilson (Cats)
PIOR DIRETOR Andrea Berloff (Rainhas do Crime) Adrian Grünberg (Rambo: Até o fim) Michael Doherty (Godzilla: Rei dos Monstros) Fred Durst (The Fanatic) Neil Marshall (Hellboy) Daniel Farrands (The Haunting of the Sharon Tate) James Franco (Zeroville) Noah Hawley ( Lucy in the sky ) Tom Hooper (Cats) M. Night Shyamalan (Vidro)
PIOR ROTEIRO Rainhas do Crime Godzilla: Rei dos Monstros Cats Lucy in the sky The Haunting of the Sharon Tate Um Funeral em Família Rambo: Até o fim Vidro Hellboy O Pintassilgo
PIOR REMAKE OU SEQUÊNCIA Godzilla: Rei dos monstros X-Men: Fênix Negra Invasão ao Serviço Secreto Um Funeral em Família Rambo: Até o fim Vidro Hellboy
PIOR DUETO EM CENA Cats Godzilla: Rei dos monstros Zeroville Hellboy Calmaria Um Funeral em Família Rambo: Até o fim
Como de costume, a cerimônia do Framboesa de Ouro ocorre um dia antes do Oscar. Neste ano, o Framboesa será no dia 08 de Fevereiro.
Quais atores podem preencher seus lugares? Ou melhor: Existe esperança para o futuro? Particularmente, tenho uma visão apocalíptica, pois toda vez que um ator de qualidade nos abandona, bate logo um desânimo em mim: “Paul Newman nos deixa e sobra um Orlando Bloom…”
Mas é por causa desse pessimismo que resolvi escrever este post na tentativa de me convencer de que pode haver talento para as próximas gerações de cinéfilos admirarem. Claro que ninguém vai conseguir se equiparar a um Marlon Brando ou James Dean, mas ao analisar o trabalho de atores mais jovens, é possível perceber que há semelhanças que, se bem desenvolvidas, podem amadurecer o profissional.
Além disso, para classificar bem um ator, não basta conferir suas habilidades de interpretação ou se ele manda bem no método Stanislávski. Ele precisa saber escolher bem seus papéis em busca de novos desafios, afinal o ator que opta sempre pelos mesmos tipos de papéis acaba rotulado e limitado. É claro que vez ou outra, o ator pode (e deve) assinar um contrato milionário para pagar as contas (ainda mais se ganhou ou foi indicado ao Oscar recentemente), mas sua ânsia e ambição como intérprete deve ser sua prioridade.
Obviamente, essas “regras” que mencionei acima valem para o ator ideal, que sabe equilibrar trabalhos mais autorais com comerciais. A alternância entre ambos se mostra bastante saudável, pois em muitos trabalhos autorais, o ator esgota suas forças em nome de um personagem mais intenso, e um filme comercial em seguida tende a aliviar a pressão.
Heath Ledger (by Wireimage)
Minha melhor aposta dessa geração era Heath Ledger. Com seu constante progresso, acreditava que ele poderia ser o James Dean do século XXI, mas assim como o ídolo, acabou partindo cedo demais. Ledger alternava trabalhos comerciais com autoriais: fazia comédias comerciais como 10 Coisas que Eu Odeio em Você (1999) e Coração de Cavaleiro (2001) e dramas autorais como O Segredo de Brokeback Mountain (2005), Candy (2006) e Não Estou Lá (2007). Contudo, tratava qualquer trabalho com muita seriedade, mesmo se tratando de um blockbuster como O Patriota (2000) ou tendo um papel menor como em A Última Ceia (2001). Infelizmente, teve seu maior reconhecimento postumamente por sua incrível atuação como Coringa em Batman: O Cavaleiro das Trevas (2008) pelo qual ganhou o Oscar.
A lista a seguir não está em ordem de qualidade ou preferência, mas Michael Fassbender merecia estar no topo por tratar a profissão de forma mais séria.
Michael Fassbender
MICHAEL FASSBENDER
Nascido em 02 de abril de 1977 – Baden-Württemberg, Alemanha
Melhores performances: Fome (2008), X-Men: Primeira Classe (2011), Shame (2011) e Prometheus (2012)
O ator alemão tem se tornado o talento mais almejado por diretores renomados como Ridley Scott e Steven Soderbergh. Apesar do currículo ainda ser pequeno, Fassbender tem procurado selecionar papéis mais densos que possa explorar seus limites como ator.
Em seu primeiro papel de destaque no filme independente Hunger, ele vive o ativista político Bobby Sands que faz greve de fome na prisão. Assim como fez Christian Bale no thriller O Operário, Fassbender perdeu muito peso para dar mais verossimilhança ao personagem. Ele chegou a perder 14 quilos, ficando com 59kg, ou seja, dedicação do nível de Robert De Niro.
Depois de ser descoberto, preferiu ser eclético em suas escolhas. No filme britânico Fish Tank (2009), interpretou Connor, um homem que tem um relacionamento com uma mãe solteira e com a filha adolescente dela. Já no cult de Tarantino, Bastardos Inglórios, dá vida ao Tenente Archie Hicox numa das melhores cenas do filme que se passa num bar.
E mesmo aceitando uma proposta alta para um blockbuster como X-Men: Primeira Classe, Michael Fassbender não desaponta. Ele encarna Erik Lensherr, o mutante Magneto, com muita propriedade e seriedade (que muitas vezes faltam a atores que consideram histórias em quadrinhos algo infantil). A atuação dele como Magneto em nada perde para a interpretação do veterano Ian McKellen na trilogia anterior dos X-Men e ainda lhe serve de complemento. Toda a dor e angústia do personagem que teve seus pais mortos no campo de concentração transborda em seu olhar do início ao fim do filme.
Em 2011, foi bastante elogiado por sua coragem e atuação em sua segunda parceria com o diretor Steve McQueen, Shame. Nele, Fassbender faz um viciado em sexo (paquera no metrô, pornografia na internet, prostitutas) que vê sua rotina interrompida quando sua irmã mais nova passa uns dias em seu apartamento. Shame se mostra um ótimo estudo de personagem e possibilita o público de acompanhar sua degradação até o fundo do poço, e felizmente, não tem a intenção de julgar e dar lição de moral. Como um solitário numa metrópole como Nova York, o ator explora a linguagem corporal e de olhares, tendo que abdicar de diálogos.
Recentemente, foi escolhido para dar vida ao ciborgue David em Prometheus (2012), considerado um prequel de Alien – O Oitavo Passageiro (1979), do mesmo Ridley Scott. Seguindo uma tradição de ciborgues na série Alien, Fassbender consegue apresentar algumas sutilezas que o tornam no melhor personagem do filme. Seu lado mecânico é quase imperceptível, seja através do tom de voz, pelas pausas entre as frases, por algum movimento de sua cabeça e em seu cabelo arrumadinho (!).
Fique de olho em: 12 Years a Slave (2013) e O Conselheiro do Crime (2013).
BEN FOSTER
Nascido em 29 de outubro de 1980 – Massachusetts, EUA
Melhores performances:Os Indomáveis (2007), O Mensageiro (2009)
Para o grande público, talvez a participação mais destacada dele seja como o mutante Anjo em X-Men 3 – O Confronto Final, mas para quem conferiu o bom western Os Indomáveis, sabe que ele está longe de ser um ator de rostinho bonito. Foster, assim como o grande ator Daniel Day-Lewis, abre mão de sua imagem para construir a do personagem. Com dois bons atores como Russell Crowe e Christian Bale, ele consegue roubar a cena ao viver o pistoleiro letal Charlie Prince. Para incrementar sua performance, foi treinado por um renomado especialista em armas de Hollywood.
Mas para chegar ao patamar das estrelas, Ben Foster teve um longo caminho desde o final dos anos 90, quando começou a atuar em filmes, vivendo o irmão do então desconhecido Adrien Brody em Ruas da Liberdade (1999) e conquistando seu papel de protagonista no drama Bang, Bang! Você Morreu! (2002), cujo personagem é um estudante que sofre de bullying.
Porém, o filme que lhe trouxe certa projeção foi em Refém (2005), estrelado por Bruce Willis. Ben Foster não fazia o tipo físico que o papel exigia (era bem forte e pesado), mas ele decidiu compensar a aparência seguindo uma outra direção. Baseou seu personagem num assassino real que viu seus pais morrerem e passou a ter um fetiche por meninas e observar pessoas morrerem.
Em 2009, já mais experiente, no drama de guerra O Mensageiro, o ator impressiona pela economia e as nuances. Seu personagem, o sargento Will Montgomery, é incumbido da ingrata tarefa de informar aos familiares a morte de soldados na guerra. Como o protocolo manda, não deve haver sentimento ou qualquer contato físico no momento do aviso, mas ele acaba se envolvendo com a viúva interpretada por Samantha Morton. Ambos juntamente com Woody Harrelson formam uma fortíssima trinca de atores, o que acabou valorizando ainda mais Ben Foster.
Recentemente, fez dois filmes de ação. Um ao lado do veterano cara-de-pedra Jason Statham em Assassino a Preço Fixo (2011) e outro com Mark Whalberg em Contrabando (2012), nos quais deve aprimorar sua técnica com armas de fogo e forma física (pra não se limitar aos papéis de homens magrelos!). Também trabalhou sob o comando de Fernando Meirelles no inédito por aqui 360, que contou com Anthony Hopkins, Jude Law e Rachel Weisz.
Fique de olho em: Kill Your Darlings (2013), Ain’t Them Bodies Saints (2013)
James Franco
JAMES FRANCO
Nascido em 19 de abril de 1978 – Califórnia, EUA
Melhores performances: Trilogia de Homem-Aranha (2002/2004/2007), Segurando as Pontas (2008), Milk – A Voz da Igualdade (2008) e 127 Horas (2010)
A primeira vez que vi James Franco, ele estava subindo ao palco do Globo de Ouro para receber o prêmio de melhor ator em minissérie. Ele interpretou a lenda James Dean (que aliás tem uma aparência bem semelhante) na série James Dean e ganhou notoriedade juntamente com o sucesso da série Freaks & Geeks, sobre a vida colegial. Atualmente, faz sucesso com sua participação em General Hospital.
Já no cinema, aceitou o papel de Norman Osborn, melhor amigo de Peter Parker, nos 3 filmes do Homem-Aranha e sua carreira decolou. Dirigido por Sam Raimi, seu personagem foi se tornando mais denso até o terceiro filme, quando tem de confrontar o fantasma de seu pai, o Duende Verde, e destruir seu outrora melhor amigo, Peter Parker (Tobey Maguire).
Mais recentemente, foi indicado ao Oscar pelo ciclista aventureiro de 127 Horas, Aaron Ralston. Foi um grande teste de fogo para o talento de Franco, que segurou praticamente o filme todo sozinho, uma vez que seu personagem (verídico) fica preso a uma rocha nos Canyons em Utah.
Sua escolha de papéis tem sido bem eclética. Além de Franco ter feito comédias como Segurando as Pontas e Sua Alteza?, foi bastante elogiado pelo papel do ativista homossexual Scott Smith de Milk – A Voz da Igualdade e provou ter carisma necessário para estrelar o Planeta dos Macacos: A Origem.
Talvez sua melhor qualidade seja seu lado eclético em relação a gêneros (dramas, comédias, romances, ficção científica) e linguagem (cinema, TV e minissérie).
Fique de olho em: Spring Breakers: Garotas Perigosas (2013), Lovelace (2013) e Oz: Mágico e Poderoso (2013)
RYAN GOSLING
Nascido em 12 de novembro de 1980 – Ontário, Canadá
Ryan Gosling
Melhores performances: Half Nelson (2006), A Garota Ideal (2007), Tudo Pelo Poder (2011), Drive (2011)
Para quem conheceu este ator canadense pelo filme romântico Diário de uma Paixão (2004), pode ter se levado pelas aparências. “Lá vem mais um galã sem talento de Hollywood”. Ledo engano. Gosling é o ator mais preciso de sua geração. Cada gesto, cada olhar, cada movimento tem um peso significante para a cena. Se você piscar, pode perder muita coisa.
Isso certamente se reflete em suas escolhas. A maioria de seus personagens possui um comportamento mais introspectivo. O motorista-dublê de Drive, o assessor político Stephen Meyers de Tudo Pelo Poder e obviamente, o tímido Lars que encontra sua paixão numa boneca inflável em A Garota Ideal apresentam essa característica em comum. O silêncio, assim como a distância emocional, costuma ser um item relevante para a escolha do próximo trabalho de Gosling, que faz valer aquele velho ditado: “Menos é mais”. Enquanto tem ator “se esgoelando e se esperneando” sem necessidade, ele resolve com minúcias.
Foi indicado ao Oscar em 2007 pela interpretação do professor de colégio Dan Dunne que tem o hábito de se drogar de Half Nelson – Encurralados.
Fique de olho em: Caça aos Gângsteres (2012), Only God Forgives (2012)
Carey Mulligan
CAREY MULLIGAN
Nascida em 28 de maio de 1985 – Londres, Inglaterra
Melhores performances: Educação (2009), Não me Abandone Jamais (2010), Shame (2011), Drive (2011)
Esta jovem inglesa começou no cinema sem grande alarde num papel menor em Orgulho e Preconceito (2005). Seus traços de menina ajudaram a conquistar a vaga da protagonista Jenny de Educação, mas foi graças ao seu talento que pôde interpretar o momento de amadurecimento de sua personagem e consequentemente ter sido reconhecida com uma indicação ao Oscar.
Em seguida, foi escalada pelo veterano Oliver Stone para atuar na sequência de Wall Street como a filha de Michael Douglas. Muita gente fala do Shia LaBeouf, protagonista dessa sequência, mas sinceramente vejo Mulligan como uma das grandes descobertas dos últimos anos.
Como seu parceiro de tela Ryan Gosling, Carey soube trabalhar nuances com sua personagem quieta e acanhada de Drive, como já fizera no drama futurista de Mark Romanek, Não me Abandone Jamais. E já em Shame, foi a falastrona e carente irmã do personagem de Michael Fassbender. Esse trabalho pôde comprovar a consistência do talento de Mulligan. Voltar a ser indicada e ganhar o Oscar é mera questão de tempo.
Fique de olho em: O Grande Gatsby (2012) e Inside Llewyn Davis (2013)
CHLOE GRACE MORETZ
Nascida em 10 de fevereiro de 1997 – Georgia, EUA
Chloë Grace-Moretz
Melhores performances: Kick-Ass – Quebrando Tudo (2010), Deixe-me Entrar (2010), A Invenção de Hugo Cabret (2011)
Eu sei que ainda pode ser cedo demais para incluir uma menina como Moretz aqui, mas ela muito me lembra Jodie Foster, que foi um prodígio aos 12 anos trabalhando com Martin Scorsese em Alice Não Mora Mais Aqui (1974) e em Taxi Driver (1976), que surpreendeu a todos como a prostituta Iris.
Apesar de ainda não ter vivido uma prostituta, Moretz costuma escolher papéis adultos para crianças. A postura de suas personagens têm maturidade avançada que lhe cai como uma luva. Mesmo em sua curta participação na comédia romântica (500) Dias com Ela, sua jovem Rachel parece bem mais preparada para o romance do que Tom, o protagonista adulto vivido por Joseph Gordon-Levitt.
Na refilmagem do sueco Let the Right One In, intitulado Deixe-me Entrar, ela vive uma vampira de 12 anos, cuja idade real supera os 60 anos. Sua interpretação foi elogiada pela crítica e graças a ela, ofereceram o papel da problemática Carrie White da refilmagem Carrie (1976).
Seu trabalho tem atraído a atenção de diretores renomados como Tim Burton, que a chamou para viver Carolyn Stoddard em Sombras da Noite. A trajetória de sucesso de Chloë Grace Moretz parece bem traçada, mas como se trata de uma garota, precisa ser bem amparada pelos pais e agente para que não tome rumos obscuros como o de Macaulay Culkin ou Edward Furlong.
Fique de olho em: Carrie – A Estranha (2013), The Drummer (2013)
Jennifer Lawrence
JENNIFER LAWRENCE
Nascida em 15 de Agosto de 1990 – Kentucky, EUA
Melhores performances: Inverno da Alma (2010), X-Men: Primeira Classe (2011)
Um dos primeiros trabalhos de Jennifer no cinema foi com o roteirista mexicano Guillermo Arriaga no drama Vidas que se Cruzam (2008). Apesar de ter atuado ao lado de atrizes experientes como Charlize Theron e Kim Basinger, ela só conseguiu se destacar com o drama independente Inverno da Alma (2010), no qual interpretou uma jovem em busca do pai traficante em terrenos perigosos a fim de tentar manter a casa de sua família. Para viver Ree Dolly, Lawrence abdicou de qualquer beleza e glamour (filmado no estilo documentário), reforçando seu comprometimento com a personagem. Além disso, mesmo sua atuação sendo bastante contida, consegue demonstrar a frieza e determinação que o papel exigia. Acabou indicada para o Oscar de melhor atriz, que a levaria a assinar contratos milionários com a série nova dos X-Men e a adaptação dos best-sellers Jogos Vorazes.
Como a substituta de Rebecca Romjin-Stamos, trouxe a instabilidade e insegurança da mutante Mística na juventude, especialmente em relação à sua aparência física. Era possível enxergar a personagem imatura e indecisa sobre que lado ela defenderia com seus poderes. Recentemente, assinou para a sequência de X-Men: Primeira Classe, previsto para 2014.
E em outras produções, mesmo atuando como coadjuvante, Jennifer Lawrence rouba suas cenas. Em Like Crazy (2011), como a namorada preterida de Jacob, que encara os sentimentos de forma silenciosa. Ou em Um Novo Despertar (2011), onde vive a líder de torcida Norah, que não consegue digerir a morte de seu irmão. Numa entrevista de making of, a atriz e diretora do filme, Jodie Foster, confessa que gostaria de ter descoberto o talento de Jennifer, mas que sua escolha para o papel foi mais do que acertada.
Fique de olho em: Serena (2013), Jogos Vorazes: Em Chamas (2013), Trapaça (2013)
EMMA STONE
Emma Stone
Nascida em 06 de novembro de 1988 – Arizona, EUA
Melhores performances: A Mentira (2010), Histórias Cruzadas (2012)
Apesar de ter feito trabalhos mais dramáticos, Emma Stone claramente tem uma veia cômica que deve ser melhor explorada. Mesmo em meio ao clima tenso de racismo do Mississipi no drama Histórias Cruzadas, sua personagem Skeeter consegue aliviar e divertir com seus modismos fora dos padrões da sociedade e consegue conquistar o público.
Mas o forte mesmo de Emma Stone são as comédias, tanto que seu histórico não nega: Superbad – É Hoje (2007), O Roqueiro (2008), A Casa das Coelhinhas (2008), Minhas Adoráveis Ex-Namoradas (2009) e Zumbilândia (2009). Desde sua estréia em Superbad, ela se mostra mais inclinada para o gênero, pois é bastante desinibida e como muitos atores que marcaram pela comédia, a ruiva não se importa em se expôr ao rídiculo.
Emma conquistou muitos fãs depois que atuou na comédia teen A Mentira (2010). Com muitas caras e bocas, a atriz gera o carisma necessário para que o público apoie sua personagem em suas boas intenções e mentiras brancas. Stone assume a visão divertida da história, possibilitando que a comédia dê certo. E a Associação de Imprensa Estrangeira viu esse dom da atriz e reconheceu seu trabalho com uma indicação ao Globo de Ouro.
No blockbuster deste ano, O Espetacular Homem-Aranha, apesar de não haver muito espaço, ela se desdobra numa sequência aparentemente simples para esconder Peter de seu pai que está escondido em seu quarto. Também apresentou boa química com Andrew Garfield e deve estar na sequência.
Fique de olho em: Caça aos Gângsteres (2012), Os Croods (2013)
Jeremy Renner
JEREMY RENNER
Nascido em 07 de janeiro de 1971 – Califórnia, EUA
Melhores performances: Guerra ao Terror (2008), Atração Perigosa (2010), Os Vingadores (2012)
Curiosamente, desde a época da escola, Renner gostava de atuar como policial em peças de teatro, pois estava dividido entre seguir a carreira de ator e agente da lei. Desde meados dos anos 90, o ator participou de produções menores como a comédia Senior Trip (1995), mas só captou a atenção dos críticos como o serial killer Jeffrey Dahmer em Dahmer (2002), que lhe rendeu uma indicação no Independent Spirit Award.
Cansado da época das vacas magras, Jeremy aceitou atuar na adaptação da série de TV da década de 70, S.W.A.T. – Comando Especial (2003) ao lado de um ascendente Colin Farrell e experiente Samuel L. Jackson. Seguindo seu treinamento (e provavelemente sede) por armas de fogo, viveu o atirador de elite de zumbis Doyle em Extermínio 2 (2007) e como coadjuvante no faroeste O Assassinato de Jesse James Pelo Covarde Robert Ford (2007).
Apesar de suas habilidades policiais e bélicas, a diretora Kathryn Bigelow ficou impressionada com a interpretação humanista dele como serial killer no independente Dahmer e ofereceu o papel que mudou sua carreira: o sargento William James de Guerra ao Terror (2008). Ao dar profundidade ao especialista em desarme de bombas, Jeremy Renner foi indicado ao Oscar de melhor ator e felizmente, esse reconhecimento lhe trouxe melhores oportunidades que logo abraçou.
Aceitou participar do segundo filme dirigido por Ben Affleck, Atração Perigosa (2010), mas desta vez num papel do outro lado da lei: um assaltante de bancos. De volta a um personagem coadjuvante, Jeremy imprime tridimensionalidade ao seu personagem em poucas cenas, trabalhando como ninguém o comportamento violento e instável. Novamente foi indicado ao Oscar.
Agora, com seu talento mais do que provado, o ator passa a colher frutos. Nesse ano, viveu o herói Gavião Arqueiro no mega-sucesso Os Vingadores – The Avengers, demonstrando segurança e a frieza necessárias para um arqueiro, e neste segundo semestre, ele assume o papel de protagonista nos filmes do agente Jason Bourne em O Legado Bourne. Não, ele não toma o papel que era de Matt Damon, mas um outro agente que participou do mesmo programa do governo. À princípio, fiquei meio receoso por achar que se tratava apenas de uma produção que se aproveitaria da fama do personagem, mas se você conferir o trailer, deve mudar de idéia.
Fique de olho em: O Legado Bourne (2012), Hansel e Gretel: Caçadores de Bruxas (2013), Trapaça (2013)
MARK RUFFALO
Mark Ruffalo
Nascido em 22 de novembro de 1967 – Wisconsin, EUA
Melhores performances: Conte Comigo (2000), Colateral (2004), Zodíaco (2007), Minhas Mães e Meu Pai (2010)
No meio de tantos jovens, Mark já parece um veterano. Começou a atuar em filmes desde 1993, mas foi só em 200o que passou a chamar a atenção. Sua atuação como Terry, um irmão há muito sumido que aparece para pedir dinheiro emprestado da irmã (Laura Linney) em Conte Comigo mostrou que uma nova face de atores contidos estava surgindo no horizonte. Ruffalo conquistou alguns prêmios na época como coadjuvante e inclusive o New Generation Award da Associação de Críticos de Los Angeles.
Em seus próximos trabalhos, ele continuou atuando como coadjuvante em bons dramas como Minha Vida Sem Mim (2003) da diretora espanhola Isabel Coixet, no polêmico Em Carne Viva (2005) de Jane Campion e até em filmes de ação como A Última Fortaleza (2001) e Códigos de Guerra (2002).
Felizmente, novas oportunidades surgiram para que Mark Ruffalo pudesse mostrar seu talento. Tornou-se aquilo que os diretores chamam de “coadjuvante de luxo”, ou seja, ótimo ator para servir de apoio para o protagonista. E foi exatamente isso que ele fez com maestria em: Colateral, vivendo um policial mais malandro que investiga os crimes de Vincent (Tom Cruise); Em Zodíaco, vive o inspetor Toschi que está obstinado pela busca do serial killer Zodíaco por décadas (particularmente, considero esta sua melhor atuação); E no drama familiar Minhas Mães e Meu Pai, interpretando o solteirão Paul que enfrenta a paternidade de forma inusitada. Por este papel, Ruffalo finalmente recebeu uma indicação ao Oscar.
Também vale ressaltar que, apesar de Mark parecer estar sempre aguardando uma oportunidade para ser um ator-protagonista, tem um imenso carisma que pode ser conferido nas comédias De Repente 30 (2004) e E se Fosse Verdade… (2005). E agora que roubou a cena no blockbuster de 2012, Os Vingadores, vivendo Bruce Banner, poderiam finalmente produzir um filme solo do Hulk para ele, certo?
Fique de olho em: Thanks for Sharing (2012), Now You See Me (2013), The Normal Heart (2014)
Saoirse Ronan
SAOIRSE RONAN (pronuncia-se “Sãr-shã”)
Nascida em 12 de abril de 1994 – Nova York, EUA
Melhores performances: Desejo e Reparação (2007), Um Olhar do Paraíso (2009), Hanna (2011)
Aos 13 anos, Saoirse Ronan abraçou sua personagem dedo-duro Briony Tallis do drama Desejo e Reparação, baseado no ótimo romance de Ian McEwan, Atonement, e deixou de ser mais uma atriz-mirim para alcançar o estrelato com uma merecida indicação ao Oscar de atriz coadjuvante. Ao contrário da maioria dos jovens talentos, ela não partiu para os papéis destinados a crianças e pré-adolescentes. Não. Saoirse tinha fome de desafios e foi o que Peter Jackson lhe propôs no drama extraordinário Um Olhar do Paraíso, uma vez que interpreta uma jovem assassinada, que assiste do céu à degradação de sua família após seu assassinato. Curiosamente, ainda desconhecida na época, ela enviou uma fita de teste da Irlanda (país que morou desde os 3 anos). Todos ficaram tão impressionados que ela foi escolhida sem ter que encontrá-la antes.
Continuando sua escalada de desafios, foi chamada novamente pelo diretor Joe Wright (de Desejo e Reparação) para ser a protagonista de Hanna. No filme, Saoirse é uma jovem de 16 anos treinada pelo pai para ser a assassina perfeita para cumprir uma missão na Europa. Ela é perseguida incansavelmente pela agente Marissa (Cate Blanchett) e busca sua sobrevivência do início ao fim. Devido ao alto nível de exigência física, a atriz se submeteu a um rigoroso treinamento de 4 horas diárias por 2 meses para alcançar o patamar necessário da personagem. Saoirse Ronan não decepciona, sendo um equilíbrio de frieza e delicadeza que a história precisava.
Também se mostra bem dedicada ao ofício em se tratando de idiomas. Pelo filme de fuga e guerra de Peter Weir, Caminho da Liberdade (2010), ela aprendeu a falar russo e comprovou seu dom para sotaques.
Nesses aspectos, ela lembra bastante uma jovem Cate Blanchett que, além do forte comprometimento para viver as personagens, seja através de pesquisa e/ou mudanças físicas, busca papéis sérios de mulheres fortes e seguras. Podem anotar: Saoirse Ronan tem um futuro brilhante pela frente.
Fique de olho em: Byzantium (2012), A Hospedeira (2013), Noah (2014)
ROONEY MARA
Rooney Mara
Nascida em 17 de abril de 1985 – Nova York, EUA
Melhores performances: A Rede Social (2010), Millennium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres (2011)
Apesar da família da jovem Rooney Mara ser envolvida com time de futebol americano (seu pai é executivo do New York Giants), ela seguiu carreira de atriz como sua irmã, Kate Mara, tanto que ambas estrelaram o filme Lenda Urbana 3 – A Vingança de Mary (2005). Porém, foi só 2 anos depois que ganhou o papel principal no drama Tanner Hall (2009). Originalmente, ela seria escalada para um personagem coadjuvante, mas a diretora ficou impressionada e a tornou protagonista. E, de degrau em degrau, Rooney finalmente conseguiu estrelar uma grande produção: a refilmagem do clássico de terror A Hora do Pesadelo (2010).
Como em 90% das refilmagens, o filme do novo Freddy Kruger desapontou o público. Contudo, a culpa do fracasso passou longe do trabalho de Rooney Mara. Ela faz o que pode com o papel, tentando atualizar e criar novas dificuldades. Felizmente, alguns críticos enxergaram isso e ela acabou escolhida para viver a universitária Erica Albright que dá um pé na bunda do criador do Facebook, Mark Zuckerberg, no filme que definiu uma geração: A Rede Social (2010).
Sua personagem tem apenas 2 cenas chaves: o diálogo rápido sobre classes sociais no começo do filme e a discussão fria num bar com o mesmo Zuckerberg. Pouco tempo em cena, mas suficiente para comprovar o talento da moça que ficou com o tão almejado papel da hacker Lisbeth Salander em outra refilmagem (desta vez do sueco) Millennium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres (2011). Pra se ter uma idéia da briga por esse papel, pelo menos 17 atrizes famosas tiveram seus nomes relacionados, sendo alguns de destaque: Carey Mulligan, Ellen Page, Eva Green, Kristen Stewart, Natalie Portman, Scarlett Johansson, Anne Hathaway e até da própria atriz sueca Noomi Rapace, que atuou na trilogia original.
Para quem viu a atuação de Rapace, fica difícil não comparar com Rooney Mara, mas a americana reproduz a face sem expressão da personagem e um pouco também da aparência andrógina, mantendo uma aura de mistério importante para o andamento da trama. E de forma geral, Rooney costuma emprestar uma forte intensidade muito característica sua em cada personagem que vive, me fazendo lembrar de Gena Rowlands.
Fique de olho em: The Bittel Pill (2013), Ain’t them Bodies Saints (2013), Brooklyn (2014).
Tom Hardy
TOM HARDY
Nascido em 15 de setembro de 1977 – Londres, Inglaterra
Melhores performances: Bronson (2008), A Origem (2010), Guerreiro (2011)
Hardy começou no cinema com alguns papéis menores em filmes de relevância como Falcão Negro em Perigo (2001), Maria Antonieta (2006) e até viveu o vilão Shinzon de Star Trek: Nêmesis (2002). Após essas conquistas, ele passou a ter problemas de alcoolismo e drogas, tendo como consequência o término de um casamento de 5 anos. Mas esses tempos chuvosos não impediram Tom Hardy de voltar a exercer a profissão; pelo contrário, fortaleceram suas energias e inspirações.
Em 2003, já voltou aos palcos londrinos e nos 5 anos seguintes, participou de algumas séries televisivas como Elizabeth I: A Rainha Virgem (2005) e Oliver Twist (2007). Seu retorno ao cinema ficou marcado por dois personagens que comprovaram seu alcance físico e psicológico como profissional: o gay Handsom Bob do badalado filme de Guy Ritchie, Rock’n Rolla – A Grande Roubada (2008) e o lutador careca e bigodudo Charles Bronson de Bronson (2008. Em ambos os filmes, o ator se mostra irreconhecível, o que inevitavelmente chama a atenção de críticos e diretores de cinema.
Entre esse grupo de interessados no talento dele, felizmente, estava um dos melhores diretores e roteiristas da atualidade: Christopher Nolan, que o chamou para ingressar a trupe de atores de A Origem (2010). Apesar de contar com inúmeras estrelas como Leonardo DiCaprio, Michael Caine e Marion Cotillard, foi Tom Hardy que mais chamou a atenção nesse blockbuster com neurônios e isso já lhe rendeu um excelente reconhecimento: foi escalado novamente por Nolan para dar vida ao vilão Bane no terceiro filme do Homem-Morcego: Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge (2012), que estréia neste dia 27 de julho por aqui.
Com certeza, sua atuação deve receber incontáveis e merecidos elogios, até mesmo pela repercussão mundial que a tão aguardada sequência de Batman: O Cavaleiro das Trevas (2008) terá, o que certamente colaborará para que o público se interesse por seus trabalhos anteriores como no bom filme de luta Guerreiro (2011). Mesmo intepretando um anti-herói, ele conquista o espectador com sua postura quieta e introspectiva, ganhando torcedores até a luta final da trama. E tais características são perfeitas para sua nova performance no filme Mad Max: Fury Road, dirigido pelo mesmo George Miller dos filmes anteriores da série protagonizada por Mel Gibson.
Só uma observação: é impressão minha ou ele tem um olhar meio Marlon Brando?
Fique de olho em: Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge (2012), Mad Max: Fury Road (2013)
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Obviamente, ainda existem inúmeros novos talentos surgindo no âmbito do Cinema e com certeza absoluta, serei crucificado aqui por ter me esquecido de fulano e ciclano, e ainda posso ser acusado de ter dado preferência aos americanos. Mas em minha defesa, queria dizer que escolhi esses treze atores porque acredito que todos já apresentaram trabalhos de alto nível e têm potencial enorme para assumir postos de astros de Hollywood dessa geração. Se o ator ou atriz que você realmente admira não consta na lista, provavelmente significa que não conferi trabalhos suficientes para inclui-lo(a).
Inicialmente, alguns nomes como Ellen Page, Andrew Garfield, Elle Fanning, Hailee Steinfeld, Shailene Woodley, Jesse Eisenberg, Rebecca Hall, Sam Riley e Abigail Breslin foram lembrados com carinho, mas não passaram da peneira por talvez ser um pouco cedo pra apostar. Frequentemente, muitos começam com o pé direito, mas se revelam atores de um papel só. Os 13 selecionados já mataram essa dúvida.
É claro que tem aqueles que (ainda) não acho nada e são tratados como grandes esperanças, tipo um tal de Shia LaBeouf…
Espero que tenham gostado do post e gostaria de fazer novas listas promissoras num futuro não tão distante. Aguardo comentários e não esqueça de votar na enquete abaixo!