Roger Ebert (1942 – 2013)

O crítico de cinema Roger Ebert

O crítico de cinema Roger Ebert

O crítico de cinema Roger Ebert faleceu nessa última quinta-feira, dia 04, aos 70 anos, após uma década lutando contra o câncer de tiróide. Conhecido entre os cinéfilos mais assíduos daqui, Ebert tinha suas críticas publicadas no diário Chicago Sun Times.

Cerca de dez anos atrás, ganhei uma espécie de guia de filmes analisados por Roger Ebert. Seu tom era mais amigável do que a maioria dos críticos ferrenhos e, por mais que eu não concordasse com sua análise, era sempre interessante acompanhá-lo e também confirmar se esqueci de algum detalhe importante levantado por ele. Suas palavras expressavam amor e curiosidades que elevavam a qualidade do filme.

Ao lado do também crítico Gene Siskel, ajudou a popularizar as análises de filmes através de programas televisivos como o Sneak Previews, que trabalhava com humor entre os anos 70 a 90, quando foi cancelado.

Roger Ebert e Gene Siskel no cenário de Sneak Previews

Roger Ebert e Gene Siskel no cenário de Sneak Previews… (photo by timeoutchicago.com)

roger siskel

…Siskel e Ebert em novo cenário (photo by brooklynvegan.com)

Em 2005, foi o primeiro crítico a ganhar uma estrela na calçada da fama e, em 1975, tornou-se o único crítico de cinema a vencer o prêmio Pulitzer.

Amigos e colegas do ramo prestaram homenagem ao jornalista, sendo o diretor Martin Scorsese um deles. “A morte de Ebert foi uma perda incalculável para a cultura de filmes e crítica”. Diretor de clássicos como Taxi Driver e Touro Indomável, Scorsese foi só elogios: “Roger sempre foi apoiativo, sempre esteve lá quando mais precisei, no início quando cada palavra de encorajamento era preciosa; e quando estava no ponto mais baixo da carreira, novamente foi encorajador e apoiativo”.

Apesar de não contar com o mesmo prestígio de críticos como Pauline Kael e Susan Sontag, Roger Ebert contava com o carisma do público. Ao contrário de muitos profissionais do ramo, ele procurava as qualidades dos filmes avaliados com uma pergunta do tipo “O que podemos salvar desse filme ruim?”, e não apenas apontar erros e defeitos.

Oriundo do mesmo estado, Chicago, o presidente norte-americano Barack Obama fez declaração: “Para uma geração de americanos, especialmente os habitantes de Chicago, Roger era os filmes. Quando ele não gostava de um filme, era honesto; quando gostava, era efusivo, capturando o poder singular do filme para nos levar a algum lugar mágico”.

Enquanto nos EUA, um crítico de cinema merece o devido respeito do próprio presidente, pois ajudou milhares de pessoas a compreender melhor o universo cinematográfico e colaborar para um enriquecimento cultural da sociedade,  aqui no Brasil, o ex-presidente Lula eliminou a exigência de diploma para exercer a profissão de jornalismo (!). Graças a ele, tem muito “jornalista” hoje na internet torturando a gramática. No mínimo, patético. Um retrógado inconsequente.

Para Lula, Mensalão é "ficção científica" e não gosta de jornalistas só porque insistem em contrariá-lo

Para Lula, Mensalão é “ficção científica” e não gosta de jornalistas só porque insistem em contrariá-lo. Vejam só.

O então ministro do Supremo, Cezar Peluso, defendeu a medida, pois não haveria “nenhum conjunto de verdades científicas cujo conhecimento seja indispensável para o exercício da profissão”. Se o mundo não acabou em 2012, o fim é iminente…