Com ‘NOMADLAND’, CHLOÉ ZHAO se torna 2ª MULHER a VENCER o DGA

VENCEDORA DE QUASE TODOS OS PRÊMIOS DA TEMPORADA, CHINESA CONFIRMA FAVORITISMO AO OSCAR

A cerimônia virtual da 73ª edição do prêmio do Sindicato de Diretores (DGA) aconteceu neste sábado (10) e já praticamente sacramentou a vitória de Chloé Zhao no Oscar ao vencer MELHOR DIREÇÃO. É claro que nada está realmente garantido, afinal o DGA também tem suas raras diferenças com a Academia, como no ano passado em que Sam Mendes ganhou no Sindicato e viu Bong Joon Ho levar o Oscar, mas estamos falando de uma campanha irretocavelmente vitoriosa da cineasta chinesa, e que ainda conta com o fator diversidade que tanto a Academia está em busca.

Como muitos já sabem, Zhao tem tudo para se tornar a 2ª mulher a ganhar o Oscar de Direção após Kathryn Bigelow em 2010, e claro, a 1ª asiática. Particularmente, apoiamos cada vez mais a inclusão de cineastas mulheres nesta categoria que já foi predominantemente masculina por várias décadas. E não apenas por diversidade, mas também pela visão diferente que elas podem oferecer aos filmes.

Ajuda ainda mais o fato de Chloé Zhao ser uma figura bastante humilde e carismática. Ao aceitar o prêmio através do Zoom, ela dirigiu um elogio a cada um de seus colegas de profissão. Para Emerald Fennell, ela disse: “Você tem um controle absurdo do seu ofício, e com um voz tão única. Mal posso esperar para ver qual a próxima jornada instigante que você nos levará.” Para Lee Isaac Chung: Seu filme “me tocou num nível muito pessoal.” Após chamar Aaron Sorkin de “poeta”, ela acrescentou: “Pude sentir meu coração pulsar quando eu assisti ao seu filme.” E Zhao classificou todos os filmes de David Fincher como uma “master class,” e ainda soltou um “E você também é super engraçado, acabei de descobrir!”

Já na categoria de DIRETOR ESTREANTE, houve uma pequena surpresa. Havia uma expectativa de que Regina King levaria esse prêmio de consolação por não ter conseguido uma indicação ao Oscar por Uma Noite em Miami, mas foi Darius Marder que levou esse reconhecimento por O Som do Silêncio. No agradecimento, ele expressou o desejo de encontrar seus colegas indicados assim que a pandemia acabar: “Eu os saúdo com um copo plástico do hotel.” Com certeza é um grande passo na carreira de Marder, que até então era conhecido apenas por ser roteirista do filme O Lugar Onde Tudo Termina (2012), de Derek Cianfrance. No filme, ele oferece ao público a traumática experiência do baterista Ruben quando ele perde sua audição, retirando e distorcendo o som do próprio filme.

Não querendo jogar água no chopp de Marder, que merecia o prêmio, nosso voto teria sido para Florian Zeller, que realizou uma fantástica adaptação de uma peça teatral (algo que costuma ser monótono e limitado no cinema) para o cinema. Meu Pai acompanha a decadência do octogenário Anthony que sofre de demência e vai se esquecendo de tudo gradativamente. Com um uso inteligente da montagem, fotografia e direção de arte, o jovem diretor nos transmite o desespero dessa situação do início ao fim, e dirigiu seus atores (especialmente Anthony Hopkins) de forma brilhante, concisa e que foge dos estereótipos.

Para MELHOR DIREÇÃO DE DOCUMENTÁRIO, a dupla Michael Dweck e Gregory Kershaw levou por The Truffle Hunters, que acompanha um grupo de idosos italianos na caça às trufas, que são frutas do gênero dos fungos que são encontradas debaixo da terra próximas às raízes de algumas árvores como o carvalho e salgueiro. “Fizemos este filme porque nos deparamos com um mundo que parecia um conto de fadas, e queríamos traduzir isso de uma forma cinematográfica. Queríamos celebrar a alegria e a beleza que ainda existem neste mundo”, defendeu Kershaw. Pena que o documentário sequer foi indicado ao Oscar, mas não custa lembrar que estamos numa temporada bastante competitiva no gênero.

Nas categorias televisivas, Homeland e The Flight Attendant levaram os prêmios de Série Dramática e de Comédia, respectivamente, enquanto a mega-sucesso The Queen’s Gambit levou o prêmio de Direção de Minissérie.

VENCEDORES DO DGA AWARDS:

DIREÇÃO
Chloé Zhao (Nomadland)

DIREÇÃO ESTREANTE
Darius Marder (O Som do Silêncio)

DIREÇÃO DE DOCUMENTÁRIO
Michael Dweck, Gregory Kershaw (The Truffle Hunters)

DIREÇÃO DE SÉRIE DRAMÁTICA
Leslie Linka Glatter (Homeland), episódio: “Prisoners of War”

DIREÇÃO DE SÉRIE DE COMÉDIA
Susanna Fogel (The Flight Attendant), episódio: “In Case of Emergency”

DIREÇÃO DE MINISSÉRIE OU FILME PARA TV
Scott Frank (The Queen’s Gambit)

DIREÇÃO DE PROGRAMA DE VARIEDADES/TALK SHOW/ESPORTES – ESPECIAIS
Thomas Schlamme (A West Wing Special to Benefit When We All Vote)

DIREÇÃO DE PROGRAMA DE VARIEDADES/TALK SHOW/ESPORTES – REGULARES
Don Roy King (Saturday Night Live) episódio: “Dave Chappelle, Foo Fighters”

DIREÇÃO DE REALITY SHOW
Joseph Guidry (Full Bloom) episódio: “Petal to the Metal”

DIREÇÃO DE PROGRAMA INFANTIL 
Amy Schatz (We Are the Dream: The Kids of the Oakland MILK Oratorical Fest)

DIREÇÃO DE COMERCIAL
Melina Matsoukas (Prettybird)

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INDICADOS AO OSCAR DE DESIGN DE PRODUÇÃO, MANK E TENET SÃO RECONHECIDOS NO ADG

Em cerimônia híbrida, o Sindicato de Diretores de Arte (ADG) premiou suas quatro categorias de Cinema. O Oscar de Design de Produção costuma premiar filmes de época em que esse trabalho é mais vistoso, portanto a vitória da reconstrução da Hollywood dos anos 30/40 de Mank já larga na frente pela estatueta, e deve retirar a forte possibilidade do filme de David Fincher sair de mãos vazias da cerimônia do Oscar. Claro que existem chances para os demais concorrentes A Voz Suprema do Blues e Mulan, mas se tornam definitivamente menores após essa vitória de Mank.

De vez em quando, trabalhos de filmes de fantasia e ficção científica levam o Oscar. Só pra citar exemplos recentes: A Forma da Água e Pantera Negra, portanto a vitória de Tenet ainda o credencia para estragar a festa de Mank. Mas ao contrário dos filmes anteriores de Christopher Nolan, este não teve o mesmo prestígio entre a crítica e o público.

Dentre os indicados na categoria de Animação, embora Soul realmente tenha feito uma direção de arte muito bonita e competente, adoraríamos que Wolfwalkers tivesse levado esse prêmio. Só aquela belíssima floresta com habitada por lobos com árvores retorcidas merecia esse reconhecimento, sem falar na palheta de cores de encher os olhos. Nessa altura do campeonato, fica difícil o filme menor surpreender no Oscar contra a gigante Disney/Pixar, mas estaremos torcendo até o final na categoria de Longa de Animação.

Filme de Época

Donald Graham Burt (Mank)

Fantasia

Nathan Crowley (Tenet)

Filme Contemporâneo

Wynn Thomas (Destacamento Blood)

Animação

Steve Pilcher (Soul)

SAM MENDES VENCE DGA e ROGER DEAKINS o ASC e ‘1917’ SE TORNA GRANDE FAVORITO ao OSCAR 2020

Sam Mendes 1917 DGA 2

Sam Mendes posa com o prêmio do DGA por 1917 (pic by The New York Times)

SINDICATOS DE DIRETORES E DE DIRETORES DE FOTOGRAFIA ENALTECEM TRABALHO COMPLEXO DE 1917

Neste sábado, aconteceu a cerimônia de premiação do Sindicato de Diretores (DGA) em Los Angeles, onde o diretor britânico Sam Mendes saiu vitorioso pela segunda vez, vinte anos depois de sua primeira vez por Beleza Americana.

“Tive a sorte de ganhar este prêmio duas décadas atrás. E acho que, se sou honesto comigo mesmo, não me sinto em última análise, como se realmente soubesse o que estava fazendo. É um pouco como me sinto agora.”, disse Mendes no discurso de agradecimento. “Ouvir outros diretores pensarem e falarem – é um pouco como ser alcoólatra. Você percebe que todo mundo passa pelos mesmos problemas. Foi realmente inspirador, continuou ao citar seus colegas indicados.

Em 1917, o diretor retrata a Primeira Guerra Mundial sob a perspectiva de dois soldados britânicos que precisam atravessar as linhas inimigas para entregar uma mensagem a um pelotão para evitar a morte de 1.600 homens. Para isso, ele optou por um complexo método de filmagem que no qual a câmera está sempre em movimento, e a montagem simula um grande plano-sequência durante as duas horas de projeção.

Com o prêmio, Sam Mendes se torna automaticamente o franco-favorito ao Oscar de Direção, já que o histórico do DGA em relação ao prêmio da Academia é praticamente impecável: 64 acertos em 71 anos de coexistência. São apenas SETE divergências, sendo a última em 2013, quando Ben Affleck ganhou o DGA e sequer foi indicado ao Oscar por Argo. Claro que outra exceção pode ocorrer, mas as chances de Bong Joon Ho caíram drasticamente por Parasita, que foi o trabalho mais aclamado por vários críticos, sites especializados e até nas redes sociais, o chamado #BongHive.

Conferimos os cinco filmes reconhecidos pelo DGA: 1917, O Irlandês, Era Uma Vez em… Hollywood, Jojo Rabbit e Parasita, e entendemos que a premiação do filme de guerra se deu mais pelo aspecto técnico. Para quem entende um pouco do mecanismo das filmagens, optar por planos-sequência longos como esses executados em 1917 exigem muita coragem, dedicação e perfeição de toda uma equipe, que ainda fica sujeita a vários imprevistos e erros. Claro que muito desse trabalho se deve ao grande diretor de fotografia Roger Deakins (que ganhou o prêmio de seu sindicato – ler mais abaixo), mas orquestrar tudo isso para ser executado à perfeição realmente não é um trabalho comum. Outro filme que também se sustenta em planos-sequência, que inclusive venceu o Oscar de Direção, foi Birdman, que teve aquela ótima sequência de Michael Keaton andando de cueca em Manhattan.

Contudo, fica a impressão de que o DGA prima mais pela técnica (ainda mais essa que fica em extrema evidência) do que pelo todo: direção de atores, unidade visual e mensagens de subtexto e simbolismos embutidos nas cenas. Embora reconheçamos a façanha de Sam Mendes, o aspecto técnico fica muito destacado em relação ao restante do filme, o que facilita muito na hora de selecionar o melhor trabalho de direção, pois o diretor aparece… talvez um pouco mais do que o necessário.

Por outro lado, em um nível infinitamente maior de sutileza, só o trabalho de movimentação de câmera de Parasita já o colocaria como um dos melhores do ano. Bong Joon Ho utiliza sua câmera de forma precisa para ajudá-lo a contar a história (e não ser o protagonista como em 1917), com travellings, zooms in e out, e transições perfeitas, nivelando as imagens de acordo com o contexto da família rica e da pobre. No entanto, é na mistura homogênea de gêneros que reside a maior qualidade do trabalho do diretor sul-coreano; não sabemos quando começam e terminam o drama, a comédia, o suspense e até mesmo o terror. Perder a mão firme numa mistura dessas é muito fácil, pois fazer as transições exige uma sensibilidade impecável no tom. E, finalizando nossa defesa de Bong Joon Ho, você já viu praticamente as mesmas artimanhas técnicas de 1917 em outros filmes como Festim Diabólico, Arca Russa e Birdman, e um filme como Parasita? Há quanto tempo você viu um filme como esse? Tecnicamente perfeito, com tom equilibrado e com crítica social que espelha tão bem este momento da sociedade? Esperamos que ele seja a oitava exceção na história do DGA em relação ao Oscar.

DIRETORA ESTREANTE

72nd Annual Directors Guild of America Awards, Press Room, The Ritz-Carlton, Los Angeles, USA - 25 Jan 2020

Alma Har’el com seu DGA de diretora estreante por Honey Boy (pic by Deadline)

Na categoria de Direção Estreante, a vencedora foi Alma Har’el com Honey Boy, um filme autobiográfico sobre a relação de pai e filho do ator Shia Labeouf, que interpreta seu próprio pai.

A diretora utilizou seu discurso de agradecimento para enaltecer a petição da diretora Jessica Dimmock, que coletou várias assinaturas incluindo de Ava DuVernay, Greta Gerwig, Olivia Wilde, Reed Morano, Brie Larson, Jill Soloway, Kerry Washington e Reese Witherspoon, para pedir ao sindicato maior tempo de cobertura de licença maternidade, passando de 12 a 18 meses, para que as mulheres do ofício consigam maior tempo de recuperação, para que cuidem de seus filhos e não sejam prejudicadas na carreira.

“Queremos dar às mulheres mais tempo no ano em que elas estão grávidas e se tornam mães. Para que assim, não sejam penalizadas e percam seus seguro de saúde no ano mais vulnerável delas. Amanhã é o encontro nacional do DGA, e estamos contando com o DGA para lutar pelos pais para que possam dar à luz a uma nova geração de espectadores e de cineastas.”, disse Alma Har’el no palco da premiação.

Numa temporada em que muito se discutiu sobre a ausência de mulheres nas categorias de direção, tanto no Globo de Ouro, no Oscar e no DGA (as três mulheres indicadas foram na categoria de estreante apenas), Alma Har’el fugiu do protesto meramente feminista e apontou para uma falha que prejudica as mulheres da profissão.

Acreditamos que se trata de uma questão de tempo para que as mulheres conquistem maior espaço na cadeira de diretor em produções cinematográficas, ainda mais com movimentos em prol da causa. E o mais importante: o público está começando a enxergar diferenças de uma visão feminina por trás das câmeras, e a tendência é que haja cada vez mais demanda de profissionais mulheres no ramo, e não apenas como resultado de uma “cota obrigatória”.

DIREÇÃO DE DOCUMENTÁRIO

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Julia Reichert e Steven Bognar posam com seu DGA de Documentário por Indústria Americana (pic by Ibtimes)

Na categoria de Direção de Documentário, a dupla Julia Reichert e Steven Bognar foram os premiados por Indústria Americana, que se trata de uma fábrica americana reaberta por um bilionário chinês. Produzido e exibido pela Netflix, o documentário foi o mais visto do ano e se beneficiou pela promoção do ex-presidente Barack Obama, cuja Higher Ground Productions produziu o longa.

O documentário bateu os indicados ao Oscar The Cave e Honeyland, além de One Child Nation e Maiden. Um dos grandes favoritos do ano, Apollo 11, perdeu forças por não ter sido sequer indicado aqui e no Oscar, abrindo caminho para Indústria Americana.

VENCEDORES DO DGA AWARDS:

DIREÇÃO
Sam Mendes (1917)

DIREÇÃO ESTREANTE
Alma Har’el (Honey Boy)

DIREÇÃO DE DOCUMENTÁRIO
Julia Reichert e Steven Bognan (Indústria Americana)

DIREÇÃO DE SÉRIE DRAMÁTICA
Nicole Kassel (Watchmen) episódio: “It’s Summer and We’re Running Out of Ice”

DIREÇÃO DE SÉRIE DE COMÉDIA
Bill Hader (Barry) episódio: “ronny/lily”

DIREÇÃO DE MINISSÉRIE OU FILME PARA TV
Johan Renck (Chernobyl)

DIREÇÃO DE PROGRAMA DE VARIEDADES/TALK SHOW/ESPORTES – ESPECIAIS
James Burrows e Andy Fisher (All in the Family) (The Jeffersons)

DIREÇÃO DE PROGRAMA DE VARIEDADES/TALK SHOW/ESPORTES – REGULARES
Don Roy King (Saturday Night Live) episódio: “E. Murphy; Lizzo”

DIREÇÃO DE REALITY SHOW
Jason Cohen (Encore!) episódio: “Annie”

DIREÇÃO DE PROGRAMA INFANTIL 
Amy Schatz (Song of Parkland)

DIREÇÃO DE COMERCIAL
Spike Jonze (MJZ)


ROGER DEAKINS VENCE PRÊMIO DO SINDICATO DE DIRETORES DE FOTOGRAFIA

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Roger Deakins aceita o ASC Award por 1917 (pic by Zimbio)

Pela quinta vez, Roger Deakins vence o ASC Awards. Ele havia vencido por Um Sonho de Liberdade, O Homem que Não Estava Lá, 007 Operação Skyfall e Blade Runner 2049. Como citado anteriormente, o trabalho complexo de 1917 garante Deakins como o melhor diretor de fotografia da atualidade. Além de toda a coreografia em perfeita sintonia nas filmagens, ele ainda consegue criar composição fotográfica com uma câmera em constante movimentação.

Deakins venceu três dos indicados ao Oscar de Fotografia: Robert Richardson (Era Uma Vez em… Hollywood), Lawrence Sher (Coringa) e Rodrigo Prieto (O Irlandês). Já Phedon Papamichael (Ford Vs Ferrari), que não foi indicado ao Oscar, cedeu sua vaga para Jarin Blaschke (O Farol), que levou o prêmio Spotlight, destinado aos filmes de menor circuito.

Pela categoria de documentário, a fotografia belíssima de Honeyland foi reconhecida. Com uma pré-fotografia que começou três anos antes das filmagens começarem, dá pra entender como o visual ficou arrebatador. “Toda minha vida sonhei estar aqui com os maiores nomes da fotografia. É uma grande honra estar aqui e ter nosso filme reconhecido pela associação. Obrigado a todos por esta grande conquista e prêmio,” disse Fejmi Daut no discurso de agradecimento.

VENCEDORES DO 25º ASC AWARDS:

FOTOGRAFIA
Roger Deakins (1917)

PRÊMIO SPOTLIGHT
Jarin Blaschke (O Farol)

DOCUMENTÁRIO
Fejmi Daut and Samir Ljuma (Honeyland)

SÉRIE NÃO-COMERCIAL
Colin Watkinson, ASC, BSC – The Handmaid’s Tale, “Night” (Hulu)

SÉRIE COMERCIAL
C. Kim Miles, CSC, MySC – Project Blue Book, “The Flatwoods Monster” (History)

MINISSÉRIE OU FILME PARA TV
John Conroy, ISC – The Terror: Infamy, “A Sparrow in a Swallow’s Nest” (AMC) 

TAIKA WAITITI (JOJO RABBIT) É INDICADO ao DGA

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Bong Joon Ho, Quentin Tarantino, Sam Mendes, Martin Scorsese e Taika Waititi (centro) são os indicados do DGA

DIRETOR DE JOJO RABBIT ASSUME A ÚLTIMA VAGA DO DGA NO LUGAR DE TODD PHILLIPS (CORINGA)

Quando se trata de Sindicato de Diretores, estamos falando do prêmio mais certeiro em relação ao Oscar. Desde que começou a premiar os melhores diretores do ano em 1949, o DGA só divergiu com a Academia SETE vezes (cerca de 90%!). Como são poucas, é sempre válido relembrá-las:

ANO DGA OSCAR
2013 Ben Affleck (Argo) Ang Lee (As Aventuras de Pi)
2002 Rob Marshall (Chicago) Roman Polanski (O Pianista)
2000 Ang Lee (O Tigre e o Dragão) Steven Soderbergh (Traffic)
1995 Ron Howard (Apollo 13) Mel Gibson (Coração Valente)
1985 Steven Spielberg (A Cor Púrpura) Sydney Pollack (Entre Dois Amores)
1975 Francis Ford Coppola (O Poderoso Chefão) Bob Fosse (Cabaret)
1968 Anthony Harvey (O Leão no Inverno) Carol Reed (Oliver!)

Portanto, quem ganhar aqui já estará com uma mão na taça, meu amigo! Então, vamos aos indicados:

MELHOR DIREÇÃO

  • BONG JOON HO (Parasita)
  • SAM MENDES (1917)
  • MARTIN SCORSESE (O Irlandês)
  • QUENTIN TARANTINO (Era Uma Vez em… Hollywood)
  • TAIKA WAITITI (Jojo Rabbit)

Sim, nosso querido Hitler imaginário conseguiu uma prestigiada indicação ao DGA por sua sátira Jojo Rabbit. Vimos o filme, mas honestamente não embarcamos no universo. Para quem desconhece (sim, sem spoilers!), a trama envolve um garoto alemão que se alista aos nazistas na Segunda Guerra Mundial, enquanto sua mãe esconde uma judia no sótão da casa. Bom, primeiramente, como estamos saturadíssimos do tema Segunda Guerra Mundial e Holocausto, qualquer abordagem bem diferente já é um ponto positivo. Waititi, que é conhecido pelas comédias O Que Fazemos nas Sombras (2014), A Incrível Aventura de Rick Baker (2016) e Thor: Ragnarok (2017), buscou extrair humor de uma tragédia, o que é bastante arriscado em termos de tom e de resposta do público mais conservador. Agora seria um mini-spoiler! O problema é que ele simplesmente debocha dos nazistas como se fossem mais estúpidos do que mortos-vivos dos anos 70, aplicando um humor mais bobo do que inteligente, e da metade para o final, a sátira dá lugar a um romance adolescente estilo Moonrise Kingdom. Aliás, parece um filme de Wes Anderson, tanto no visual quanto na montagem. O filme em si não é de todo ruim, mas se fosse para fazer uma comédia, que fosse de um nível mais alto de inteligência como um Primavera Para Hitler (1967) ou O Grande Ditador (1940).

Na disputa, os franco-favoritos continuam sua busca pelo Oscar: Martin Scorsese (O Irlandês), Sam Mendes (1917), Quentin Tarantino (Era Uma Vez em… Hollywood) e Bong Joon Ho (Parasita). Qual deles vai ganhar o DGA e consequentemente o Oscar?

Nessa hora, é importante destacar que no último mês de Junho, o DGA divulgou uma nova regra que pode indicar os possíveis vencedores. A partir desta edição do prêmio, só poderão disputar a categoria principal aqueles filmes que estrearam primeiro nas salas de cinema. Se o filme estreou no cinema no mesmo dia em que estreou na plataforma de streaming, perde o direito de competir como Melhor Diretor, apenas na categoria de Diretor Estreante.

“O DGA orgulhosamente afirma que o primeiro lançamento feito nos cinemas é um elemento distintivo do nosso prêmio. Celebramos o importante papel que as salas de cinema desempenharam ao reunir o público para experimentar coletivamente os filmes como os cineastas queriam que fossem vistos. Também temos muito orgulho em reconhecer todo o trabalho criado por nossos membros através das muitas categorias e formatos que fazem parte do DGA Awards”, comunicou o presidente do sindicato Thomas Schlamme. Resumindo o gringo: A gente vai avaliar todos os filmes, seja em cinema ou streaming, mas claramente damos preferência aos lançados nas salas de projeção e a categoria de Diretor Estreante é tão importante quanto de Melhor Diretor, viu? Portanto, mulheres do mundo, não se sintam menosprezadas! – só completando o pensamento: se for dar preferência a lançamentos de cinema: Martin Scorsese, volte pra casa!

Todd Phillips, diretor de Coringa, indicado ao Globo de Ouro, acabou ficando de fora. Seu trabalho na direção foi um divisório de águas. Particularmente, não gostamos muito. Apesar de ter havido uma boa idéia de resgatar a violenta década de 70, ele se utiliza em excesso dos filmes de Martin Scorsese, especialmente O Rei da Comédia. Parece queele fez um remake com Joaquin Phoenix no lugar de Robert De Niro, que agora faz o papel de Jerry Lewis. E se formos comparar os trabalhos, o de Scorsese tem muito mais consistência (reparem que não há uma única cena sequer desnecessária) e contexto. Pra quem ainda não viu, recomendamos assistir ao filme de 1982 antes de (re)ver Coringa.

No lugar de Taika Waititi? Fácil. Colocaríamos os irmãos Josh e Benny Safdie pelo excepcional Jóias Brutas (Uncut Gems). Considerados os novos irmãos Coen, eles têm um frescor de um cinema imprevisível que foi mais lapidado depois do também ótimo Bom Comportamento (2017). É uma pena que o trabalho deles ficou tão esquecido na temporada, pois seria uma ótima oportunidade para eles terem maior visibilidade e poderem realizar projetos mais ambiciosos.

Bom, na falta de uma diretora na categoria principal, botaram TRÊS na categoria de Diretor Estreante:

DIRETORES ESTREANTES

  • MATI DIOP (Atlantique)
  • ALMA HAR’EL (Honey Boy)
  • MELINA MATSOUKAS (Queen & Slim)
  • TYLER NILSON E MICHAEL SCHWARTZ (The Peanut Butter Falcon)
  • JOE TALBOT (O Último Homem Negro em São Francisco)

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Começando de cima da esquerda para direita: Melina Matsoukas, Tyler Nilson e Michael Schwartz, Joe Talbot, Mati Diop e Alma Har’el. Todos indicados a Diretor Estreante

As três diretoras Mati Diop, Alma Ha’rel e Melina Matsoukas foram as três representantes femininas, cujos filmes tiveram uma boa repercussão, especialmente Mati Diop, que foi a primeira mulher negra indicada à Palma de Ouro com seu filme senegalês da Netflix, que ainda pode ser indicado ao Oscar de Filme Internacional. Com poucos recursos, ela conta uma história diferente da relação de seu país com a onda imigratória.

Ainda incluiríamos Olivia Wilde pela comédia Fora de Série. Realmente não entendemos como um dos nomes femininos mais badalados ficou de fora. Teriam achado uma comédia muito teenager?


A cerimônia do 72º Directors Guild Award será no dia 25 de Janeiro em Los Angeles. 

ALFONSO CUARÓN leva seu segundo DGA por ‘ROMA’

Alfonso Cuarón DGA Roma

Vencedor em 2018, Guillermo del Toro entrega o DGA para seu conterrâneo e amigo, Alfonso Cuarón, comprovando hegemonia mexicana (pic by WSBT)

Dentre todos os prêmios de sindicatos, o mais certeiro em relação ao Oscar é o de diretores (DGA). Portanto, dá para praticamente cravar que Alfonso Cuarón levará seu segundo Oscar de Direção… ou ainda é muito cedo pra afirmar?

Como se tratam de apenas SETE divergências na história do DGA em relação ao Oscar, é sempre válido relembrá-las:

  • Em 1968: Anthony Harvey ganhou o DGA Award por O Leão no Inverno, enquanto Carol Reed levou o Oscar por Oliver!
  • Em 1972: Francis Ford Coppola por O Poderoso Chefão (DGA) e Bob Fosse por Cabaret (Oscar).
  • Em 1985: Steven Spielberg por A Cor Púrpura (DGA), e Sydney Pollack por Entre Dois Amores (Oscar).
  • Em 1995: Ron Howard por Apollo 13 (DGA), e Mel Gibson por Coração Valente (Oscar).
  • Em 2000: Ang Lee por O Tigre e o Dragão (DGA) e Steven Soderbergh por Traffic (Oscar).
  • Em 2002: Rob Marshall por Chicago (DGA) e Roman Polanski por O Pianista (Oscar).
  • Em 2013: Ben Affleck por Argo (DGA) e Ang Lee por As Aventuras de Pi (Oscar)

Em nenhum desses casos, o vencedor do DGA tinha conquistado duas vezes o prêmio como aconteceu com Cuarón, o que pode caracterizar ou embasar uma nova divergência entre DGA e a Academia, mas principalmente porque temos um coringa entre os diretores indicados: Spike Lee.

Recapitulando: Em 1990, havia uma forte pressão para que Spike Lee se tornasse o primeiro diretor negro indicado ao Oscar de Direção pelo marcante Faça a Coisa Certa, porém a Academia o reconheceu apenas pelo roteiro e sem vitória. Sua ausência na categoria de Diretores repercutiu tanto que a Academia se sentiu na obrigação de indicar um diretor negro dois anos depois, resultando na indicação de John Singleton por Os Donos da Rua.

De lá pra cá, outros diretores afro-descendentes foram indicados ao Oscar como Lee Daniels, Steve McQueen e Jordan Peele, mas só agora Spike Lee foi indicado para Direção por Infiltrado na Klan. Portanto, os votantes da Academia podem se sentir na obrigação de compensá-lo pelas injustiças do passado (sim, esse pessoal adora compensar depois, normalmente com filmes errados). Enfim, acredito que Spike Lee ainda tenha muitas chances no Oscar, mesmo que Alfonso Cuarón tenha levado o DGA.

Se os votantes da Academia pensarem que Cuarón já conquistou um Oscar por Gravidade há 5 anos, e pode levar uma nova estatueta pela categoria de Filme em Língua Estrangeira, as chances dos demais diretores aumentam, incluindo de Spike Lee.

Dos diretores indicados ao DGA e do Oscar, houve duas divergências. No primeiro, Bradley Cooper (Nasce uma Estrela) e Peter Farrelly (Green Book) concorriam. Já no segundo, eles foram substituídos por Pawel Pawlikowski (Guerra Fria) e Yorgos Lanthimos (A Favorita).

Falando em Bradley Cooper, ele tem sido o artista mais decadente da temporada. Não que ele não tenha sido reconhecido, mas pela campanha, esperava-se uma presença mais maciça, especialmente como diretor. Aqui no DGA, por exemplo, ele estava indicado em ambas as categorias de Diretor e Diretor Estreante. Além de haver dupla chance de vitória, muitos apontavam como certa sua vitória como Estreante, mas acabaram premiando Bo Burnham por Oitava Série.

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Bo Burnham posa com seu DGA de Diretor Estreante por Oitava Série (pic by KATV)

Com boa experiência e colaboração com diretores de prestígio como Clint Eastwood e David O. Russell, Bradley conseguiu dar uma boa repaginada numa história batida de fama como a de Nasce uma Estrela, especialmente na primeira metade, porém, concordo que a melhor estréia na função foi de Bo Burnham. Com Oitava Série, ele conseguiu explorar as inseguranças da pré-adolescência ao mesmo tempo em que retratava como poucos a linguagem das redes sociais.

Pela categoria de documentário, para diversificar ainda mais, o vencedor foi Tim Wardle por Três Estranhos Idênticos, que não obteve indicação ao Oscar. E com o até então franco-favorito Won’t You Be My Neighbor fora do Oscar também, as cartas estão com Free Solo e RBG.

Pelas categorias de TV, curiosamente, os atores-diretores foram mais felizes. Ben Stiller venceu como Melhor Diretor de Filmes para TV ou Minissérie por Escape at Dannemora, enquanto Bill Hader levou pela direção de Série de Comédia por Barry. E Adam McKay, indicado pelo filme Vice, acabou levando por Série Dramática por Succession.

VENCEDORES DO 71º DGA AWARDS:

MELHOR DIRETOR
Alfonso Cuarón (Roma)

MELHOR DIRETOR ESTREANTE
Bo Burnham (Oitava Série)

MELHOR DIRETOR – DOCUMENTÁRIO
Tim Wardle (Três Estranhos Idênticos)

MELHOR DIRETOR – SÉRIE DRAMÁTICA
Adam McKay (Succession) Episódio: “Celebration”

MELHOR DIRETOR – SÉRIE DE COMÉDIA
Bill Hader (Barry)

MELHOR DIRETOR – MINISSÉRIE OU FILME PARA TV
Ben Stiller (Escape at Dannemora)

***

A 91ª cerimônia do Oscar está marcada para o dia 24 de fevereiro.

‘NASCE UMA ESTRELA’ é o DESTAQUE do DGA, WGA, ASC e EDDIE AWARDS

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Indicado ao WGA: cena de Um Lugar Silencioso com John Krasinski (pic by outnow.ch)

Mal o ano começou, já tivemos as surpresas do Globo de Ouro, e agora temos o anúncios de três prêmios de sindicatos relevantes para a temporada e para a corrida do Oscar.

Vamos começar pelo mais chato e rígido de todos, o Writers Guild of America (WGA), do sindicato dos roteiristas. Pra quem está embarcando agora, o WGA é o mais complicado porque ele exige uma série de cumprimento de regras como filiação ao sindicato, e não reconhece roteiros de animações (com isso, quem sai perdendo é o próprio sindicato).

Os roteiros ausentes na lista do WGA não perdem muito, mas se forem lembrados, suas campanhas encorpam para o Oscar. Ano passado, os vencedores Corra! e Me Chame Pelo Seu Nome repetiram suas vitórias no Oscar. Apesar de serem rígidos, na última década, 2/3 dos indicados do WGA foram indicados ao Oscar também.

Este ano, entre as ausências mais notáveis que foram desqualificadas pelas toneladas de regras estão: A Favorita, Não Deixe Rastros, Domando o Destino, A Morte de Stalin, Hereditário e Sorry to Bother You, além dos estrangeiros Guerra Fria e Capernaum, e as animações Os Incríveis 2 e Ilha dos Cachorros. Já os esnobados foram Paul Schrader (No Coração da Escuridão) e Josh Singer (O Primeiro Homem).

Entre os indicados, destaque para os sucessos comerciais de Um Lugar Silencioso, Nasce uma Estrela e Pantera Negra, que pode repetir o feito de Logan (2017), que foi indicado no WGA e Oscar, tornando-se o primeiro roteiro indicado ao Oscar baseado em quadrinhos de super-heróis.

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Indicado ao WGA: Cena de Pantera Negra (pic by outnow.ch)

Pela categoria de Documentário, o curioso foi a total ausência de trabalhos reconhecidos em premiações anteriores como Won’t You Be My Neighbor, Free Solo e RBG, mas dá notoriedade para outros como o de Michael Moore, Fahrenheit 11/09.

ROTEIRO ORIGINAL
* Bo Burnham (Oitava Série)
* Nick Vallelonga, Brian Currie e Peter Farrelly (Green Book: O Guia)
* Bryan Woods, Scott Beck e John Krasinski, história de Bryan Woods e Scott Beck (Um Lugar Silencioso)
* Alfonso Cuarón (Roma)
* Adam McKay (Vice)

ROTEIRO ADAPTADO
Charlie Wachtel, David Rabinowitz, Kevin Willmott e Spike Lee – Baseado no livro de Ron Stallworth (Infiltrado na Klan)
* Ryan Coogler, Joe Robert Cole – Baseado nos quadrinhos da Marvel Comics de Stan Lee e Jack Kirby (Pantera Negra)
* Nicole Holofcener e Jeff Whitty – Baseado no livro de Lee Israel (Poderia Me Perdoar?)
* Barry Jenkins – Baseado no romance de James Baldwin (Se a Rua Beale Falasse)
* Eric Roth, Bradley Cooper e Will Fetters – Baseado no roteiro de 1954 de Moss Hart, no roteiro de 1976 de John Gregory Dunne, Joan Didion e Frank Pierson, baseado na história William Wellman e Robert Carson (Nasce uma Estrela)

ROTEIRO DE DOCUMENTÁRIO
Ozzy Inguanzo & Dava Whisenant (Bathtubs Over Broadway)
* Michael Moore (Fahrenheit 11/9)
* Lauren Greenfield (Generation Wealth)
* Gabe Polsky (In Search of Greatness)

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O anúncio dos vencedores do WGA ocorre no dia 17 de fevereiro.

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Cena dentro do cinema em Roma, de Alfonso Cuarón (pic by IMDb)

A Associação Americana de Diretores de Fotografia (ASC) também divulgou suas seleções de trabalhos. A lista demonstra diversidade técnica que vai da película de 65 mm de Roma, passando pela exploração das luzes de velas em A Favorita, até o multi-formato de O Primeiro Homem.

Felizmente, é daqueles ano em que podemos dizer “Qualquer um que ganhar merece”. Até o momento, o trabalho mais premiado foi de Alfonso Cuarón por Roma, aliás, ele se tornou o primeiro DP (director of photography) a ser indicado na categoria principal fotografando o próprio filme que dirigiu. Em 2016, Cary Joji Fukunaga conseguiu o mesmo feito por Beasts of No Nation, mas pela categoria  Spotlight Award.

Pelas estatísticas, 80% dos trabalhos nas listas do ASC vão parar na categoria de Fotografia do Oscar. Normalmente, quatro estão em ambas as listas, e um é substituído. À princípio, nessa dança das cadeiras, Matthew Libatique por Nasce uma Estrela pode perder seu lugar para um dos ausentes mais comentados: Rachel Morrison (que se tornou a primeira DP mulher indicada ao ASC e ao Oscar por Mudbound) por Pantera Negra, ou James Laxton por Se a Rua Beale Falasse.

MELHOR FOTOGRAFIA
* Alfonso Cuarón (Roma)
* Matthew Libatique (Nasce uma Estrela)
* Robbie Ryan (A Favorita)
* Linus Sandgren (O Primeiro Homem)
* Łukasz Żal (Guerra Fria)

PRÊMIO SPOTLIGHT
* Joshua James Richards (Domando o Destino)
* Giorgi Shvelidze (Namme)
* Frank van den Eeden (Girl)

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Joshua James Richards conseguiu explorar o melhor no singelo Domando o Destino (pic by IMDb)

Pela categoria do prêmio Spotlight para filmes menos conhecidos, Joshua James Richards merece o destaque por explorar a beleza natural do cenário, identificando sua luz no protagonista e seu paixão pelo cavalo em Domando o Destino, que faturou o prêmio de Melhor Filme no último Gotham Award.

***

A cerimônia do 33º ASC Awards está marcado para o dia 09 de fevereiro.

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John David Washington e Laura Harrier em cena de Infiltrado na Klan (pic by outnow.ch)

Com cerca de 1.000 membros, o sindicato de Montadores também anunciou seus indicados na última segunda. Aqui a porcentagem de acerto é um pouco melhor do que a de Fotografia com 88% considerando os últimos 25 anos.

Aqui, como no Globo de Ouro, o Eddie é dividido em duas categorias: Drama e Comédia, além das de Animação e Documentário, o que dificulta no esquecimento de alguns trabalhos mais fortes. No ano passado, Dunkirk levou Montagem – Drama e acabou ficando com o Oscar também. Normalmente, os filmes de ação e guerra têm boa vantagem em relação aos demais gêneros. E o prêmio costuma revelar o Melhor Filme. Dificilmente o filme que levar Melhor Filme não vai estar indicado ao Oscar de Montagem.

Achei curiosa a indicação de Infiltrado na Klan como Drama. Apesar do tema sério do racismo, fica nítido que Spike Lee dirigiu uma comédia. O resultado pode ser catastrófico como no Globo de Ouro, de onde saiu de mãos abanando.

MELHOR MONTAGEM (DRAMA)
* Barry Alexander Brown (Infiltrado na Klan)
* John Ottman (Bohemian Rhapsody)
* Tom Cross (O Primeiro Homem)
* Alfonso Cuarón & Adam Gough (Roma)
* Jay Cassidy (Nasce uma Estrela)

MELHOR MONTAGEM (COMÉDIA)
* Myron Kerstein (Podres de Ricos)
* Craig Alpert, Elísabet Ronaldsdóttir, Dirk Westervelt (Deadpool 2)
* Yorgos Mavropsaridis (A Favorita)
* Patrick J. Don Vito (Green Book: O Guia)
* Hank Corwin (Vice)

MELHOR MONTAGEM DE ANIMAÇÃO
* Stephen Schaffer (Os Incríveis 2)
* Andrew Weisblum, Ralph Foster, Edward Bursch (Ilha dos Cachorros)
* Robert Fisher, Jr. (Homem-Aranha no Aranhaverso)

MELHOR MONTAGEM DE DOCUMENTÁRIO
* Bob Eisenhardt (Free Solo)
* Carla Gutierrez (RBG)
* Michael Harte (Três Estranhos Idênticos)
* Jeff Malmberg, Aaron Wickenden (Won’t You Be My Neighbor?)

MELHOR MONTAGEM DE DOCUMENTÁRIO (FEITO PARA TV)
* Martin Singer (A Final Cut for Orson: 40 Years in the Making)
* Greg Finton, Poppy Das (Robin Williams: Come Inside My Mind)
* Neil Meiklejohn (Wild Wild Country, Part 3)
* Joe Beshenkovsky (The Zen Diaries of Garry Shandling)

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A cerimônia do 69º Eddie Awards acontecerá no dia 1º de fevereiro.

'A Star Is Born' Film - 2018

Bradley Cooper explica cena para diretor de fotografia Matthew Libatique para Nasce uma Estrela (pic by Variety)

Entre todos os prêmios de sindicato, o Directors Guild of America (DGA) é o mais importante pelo seu histórico de ter apenas sete divergências entre ele e o Oscar, sendo a última em 2013, naquele episódio fatídico do Ben Affleck ficar de fora da categoria por Argo. As estatísticas, como citei, são as maiores: 90% de acerto em relação ao Oscar, ou seja, quem ganhar aqui, está com uma das mãos na estatueta dourada.

MELHOR DIREÇÃO

  • Bradley Cooper (Nasce uma Estrela)
  • Alfonso Cuarón (Roma)
  • Peter Farrelly (Green Book: O Guia)
  • Spike Lee (Infiltrado na Klan)
  • Adam McKay (Vice)

Apesar da vasta filmografia, Spike Lee é apenas o quinto diretor negro indicado ao DGA. O primeiro foi Lee Daniels (Preciosa) em 2010, Steve McQueen (12 Anos de Escravidão) em 2014, Barry Jenkins (Moonlight) em 2017 e Jordan Peele (Corra!) ano passado. Na verdade, esse é um dado estatístico que não costumo dar muita importância, porque parece que estou pedindo mais diretores negros indicados APENAS pela cor da pele. Gostaria de ver diretores negros mais reconhecidos apenas por seus trabalhos, assim como queria que Spike Lee tivesse sido indicado lá atrás em 1990 por Faça a Coisa Certa.

Ainda na temática politicamente correta, houve bons trabalhos de diretoras mulheres em 2018 como Poderia Me Perdoar?, da Marielle Heller, e Mais uma Chance, da Tamara Jenkins, mas particularmente, se fosse defender campanha feminina seria apenas da Chloé Zhao no independente Domando o Destino.

Voltando à lista do DGA, a inclusão de Peter Farrelly foi uma surpresa. Apesar da recente vitória de seu Green Book no Globo de Ouro ter ajudado bastante, o diretor nunca gozou de uma boa reputação como diretor em Hollywood, porque suas comédias escrachadas e politicamente incorretas sempre sofreram preconceito. Por isso, se alguém da lista não conseguir espaço no Oscar, acredito que será ele.

Por outro lado, se alguém conseguir surpreender, temos alguns nomes na fila de espera como o de Barry Jenkins (Se a Rua Beale Falasse), Damien Chazelle (O Primeiro Homem), Yorgos Lanthimos (A Favorita) e até Ryan Coogler (Pantera Negra).

MELHOR DIRETOR ESTREANTE

  • Bo Burnham (Oitava Série)
  • Bradley Cooper (Nasce uma Estrela)
  • Carlos Lopez Estrada (Ponto Cego)
  • Matthew Heineman (A Private War)
  • Boots Riley (Sorry to Bother You)

Na categoria de estreantes, Bradley Cooper aparece novamente e é o que mais tem chances de vitória, a menos que ganhe Direção e o prêmio de estreante vá para outro. Se for para Bo Burnham, seria um prêmio bem justo, pois ele trouxe muita energia e vibração desta nova geração de adolescentes em Oitava Série.

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Bo Burnham dirige Elsie Fisher em cena de Oitava Série (pic by Vanity Fair)

Não vi os demais diretores indicados aqui, mas sem querer menosprezar esses trabalhos, ressalto aqui a estréia corajosa de Ari Aster em Hereditário, que mostrou muita personalidade na criação de atmosfera de terror psicológico, e Aneesh Chaganti por Buscando…, que teve ótimas sacadas para seu filme se apoiar exclusivamente de telas de celular, computador e TV.

Sobre Matthew Heineman, um fato curioso: ele foi indicado como estreante, mas já ganhou dois prêmios do DGA por Cartel Land e City Ghosts, mas como se tratam de documentários, eles consideram estréia na ficção.

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A 71ª cerimônia de premiação do DGA está agendada para o dia 02 de fevereiro. 

GUILLERMO DEL TORO CONFIRMA SEU FAVORITISMO NO DGA AWARDS

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Guillermo del Toro posa com seu prêmio de Melhor Diretor do DGA Awards (pic by reuters)

COM ISSO, A FORMA DA ÁGUA PRATICAMENTE GARANTE UM OSCAR

Aconteceu no último sábado a 70ª cerimônia do DGA Awards, prêmio do sindicato de diretores, que reconheceu o novo trabalho do mexicano Guillermo del Toro como o melhor de 2017.

Pra quem ainda não é familiarizado com o histórico do prêmio, em 69 anos, o DGA só não acertou o vencedor do Oscar de Direção em sete ocasiões, sendo a última em 2013, quando Ben Affleck sequer foi indicado ao Oscar por Argo numa lambança bastante incomum.

Terceiro mexicano a vencer o DGA nos últimos dez anos (os outros foram Alejandro G. Iñárritu por Birdman e O Regresso, e Alfonso Cuarón por Gravidade), Guillermo del Toro bateu três indicados ao Oscar deste ano: Greta Gerwig (Lady Bird), Jordan Peele (Corra!) e Christopher Nolan (Dunkirk). O único estranho no ninho é Paul Thomas Anderson, que foi indicado por Trama Fantasma.

Como vem se esforçando em discursos de agradecimento, del Toro novamente buscou se alinhar ao momento pró-feminista numa tentativa de tornar seu filme relevante socialmente e ganhar alguns pontos com a Academia. “Inclusão é necessária porque não estamos ouvindo todas as outras histórias que precisam ser ouvidas,” disse o diretor no DGA.

Apesar dos esforços de del Toro elevar seu filme, e de ter conquistado o PGA (prêmio do sindicato de produtores), tenho minhas sérias dúvidas se isso bastará para A Forma da Água vencer o Oscar de Melhor Filme. Não podemos esquecer que La La Land trilhou o mesmo caminho ano passado e acabou cedendo o Oscar para Moonlight aos 48 do segundo tempo.

Ok, A Forma da Água tem uma protagonista latina (representando minorias e estrangeiros), tem uma atriz secundária negra (Octavia Spencer), tem um personagem homossexual (Richard Jenkins) e todo o simbolismo da protagonista não ser ouvida (ela é muda), mas diante de tempos tão turbulentos, me parece que a Academia não vai se satisfazer com uma fábula etnicamente correta.

Nesse quesito de refletir o momento, vejo Três Anúncios Para um Crime e Lady Bird com maiores chances.

DIRETOR ESTREANTE

Desde 2016, o DGA tem uma categoria para os diretores de primeira viagem. Este ano, que me desculpem os demais concorrentes, mas não tinham como não dar o prêmio ao Jordan Peele por Corra!. Por favor, sem esse papo de politicamente correto, hein? Peele conquistou todos os prêmios, inclusive esse, por méritos próprios ao explorar seus sentimentos de minoria racial num filme de terror permeado por pitadas de humor com maestria.

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Vencedor do DGA de Diretor Estreante: Jordan Peele por Corra! (pic by inquirer.net)

Se ele vencesse o DGA principal, não seria um prêmio mal atribuído, mas obviamente, quiseram fazer uma média e reconhecer o belo trabalho de direção de Guillermo del Toro, que vem amadurecendo seu estilo.

DOCUMENTÁRIO

Sem as mesmas estatísticas certeiras da categoria principal, o DGA de Direção de Documentário foi para Matthew Heineman de City of Ghosts, que acompanha um grupo de ativistas na Síria em guerra. Este é segundo DGA para Heineman, que venceu em 2015 por Cartel Land. Um dos favoritos ao Oscar, Visages Villages, de Agnès Varda e JR, sequer estava indicado ao DGA.

TELEVISÃO

As séries The Handmaid’s Tale, Veep e Big Little Lies foram as vencedoras no DGA. Curiosamente, Jean-Marc Vallée que tinha uma filmografia interessante no cinema com títulos como Clube de Compras Dallas, A Jovem Rainha Victoria e Livre, foi trabalhar na televisão e foi reconhecido pelo hit Big Little Lies.

VENCEDORES DO 70º DGA AWARDS

DIRETOR ESTREANTE
Jordan Peele (Corra!) 

DIRETOR
Guillermo del Toro (A Forma da Água)

DOCUMENTÁRIO
Matthew Heineman (City of Ghosts)

SÉRIE DRAMÁTICA
Reed Morano (The Handmaid’s Tale) Ep: “Offred”

SÉRIE DE COMÉDIA
Beth McCarthy-Miller (Veep) Ep: “Chicklet”

FILMES PARA TV E MINISSÉRIES
Jean-Marc Vallée (Big Little Lies)

VARIEDADES/TALK SHOW/NOTÍCIAS/ESPORTES – ESPECIAIS
Glenn Weiss (The 89th Annual Academy Awards)

VARIEDADES/TALK SHOW/NOTÍCIAS/ESPORTES – PROGRAMAÇÃO REGULAR
Don Roy King (Saturday Night Live) Ep: “Host: Jimmy Fallon”

PROGRAMAS DE REALITY
Brian Smith (MasterChef) Ep: “Vegas Deluxe & Oyster Shucks”

PROGRAMAS INFANTIS
Niki Caro (Anne with an E) Ep: “Your Will Shall Decide Your Destiny”

JORDAN PEELE e GRETA GERWIG entre os INDICADOS ao DGA!

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INDICADOS AO DGA: GRETA GERWIG e JORDAN PEELE. Pic by Vanity Fair

ESNOBADOS POR ALGUNS PRÊMIOS IMPORTANTES, PEELE E GERWIG RETOMAM BOAS CHANCES DE INDICAÇÃO AO OSCAR

O sindicato de diretores (DGA) anunciou seus indicados da categoria e tivemos boas surpresas. Além dos habituais Guillermo del Toro, que levou o Globo de Ouro no último domingo por A Forma da Água, Martin McDonagh, que levou o Globo de Ouro de roteiro por Três Anúncios Para um Crime, e Christopher Nolan por Dunkirk, dois nomes que costumavam ficar limitados às categorias de roteiro ressurgiram para serem reconhecidos pela trabalho na direção: Jordan Peele pelo fenomenal Corra! e Greta Gerwig por Lady Bird.

Jordan Peele também foi reconhecido na categoria de Diretor Estreante, ao lado dos colegas Geremy Jasper (Patti Cake$), William Oldroyd (Lady Macbeth), Taylor Sheridan (Terra Selvagem) e Aaron Sorkin (A Grande Jogada). Sheridan e Sorkin, muito conhecidos por seus roteiros, resolveram arriscar na carreira de diretor e agora estão colhendo frutos. Sou bastante fã dos roteiros de Sheridan, mas ao ver Terra Selvagem, achei que ele desperdiçou um bom material (seu próprio roteiro) e caiu em alguns clichês do gênero policial.

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TERRA SELVAGEM: Elizabeth Olsen e Jeremy Renner em estréia de Taylor Sheridan na direção. Pic by imdb.com

Para aqueles que gostam de curiosidades e estatísticas, vale lembrar que o DGA é um dos raros parâmetros para o Oscar. Em sua 70ª edição, não coincidiu seus vencedores com o do Oscar em apenas 13 oportunidades, sendo a última em 2013, naquele caso bem atípico quando Ben Affleck sequer fora indicado por Argo. Portanto, aquele que vencer o DGA já estará praticamente com as mãos no Oscar.

Continuando, Greta Gerwig se tornou a OITAVA mulher a ser indicada ao DGA. Suas antecessoras foram:
– Lina Wertmüller (Pasqualino Sete Belezas)
– Randa Haines (Filhos do Silêncio)
– Barbra Streisand (O Príncipe das Marés)
– Jane Campion (O Piano)
– Sofia Coppola (Encontros e Desencontros)
– Valerie Faris (Pequena Miss Sunshine)
– Kathryn Bigelow (Guerra ao Terror)*
– Kathryn Bigelow (A Hora Mais Escura)

Kathryn Bigelow foi a única a vencer e a ser indicada mais de uma vez ao prêmio. E Valerie Faris foi indicada ao lado de seu parceiro Jonathan Dayton.

Jordan Peele se tornou o QUARTO diretor negro a ser indicado ao DGA. Antes dele vieram:
– Lee Daniels (Preciosa)
– Steve McQueen (12 Anos de Escravidão)
– Barry Jenkins (Moonlight)

Neste caso, nenhum deles venceu até o momento. Mas na minha opinião, Jordan Peele poderia ser o primeiro. Pra quem acompanha o blog há um tempo, sabe que minha opinião passa longe do politicamente correto. Prefiro sempre observar o talento e a qualidade do trabalho, e sob esse aspecto, Peele entregou um filme sensacional que entrou para a história do cinema. Ele falou de um tema “espinhudo” que é o preconceito racial sem ir para aquele lado mais careta e politizado que 99% dos diretores preferem trilhar nesse assunto. Provavelmente, o DGA lhe dará o prêmio de diretor estreante, o que certamente é um honra, mas esse reconhecimento em si já pode lhe render uma merecidíssima indicação ao Oscar.

PERDERAM O LUGAR

São cinco vagas para muitos diretores nessa dança, então alguns nomes não escapariam de ficar de fora. Luca Guadagnino (Me Chame Pelo Seu Nome), Steven Spielberg (The Post: A Guerra Secreta) e Ridley Scott (Todo o Dinheiro do Mundo) são nomes que já tiveram participação na temporada de premiações, mas não consolidaram uma boa campanha.

Christopher Nolan recebeu sua quarta indicação ao DGA e não deve ter chances reais de ganhar. Ele foi previamente indicado por Amnésia, Batman – O Cavaleiro das Trevas e A Origem. Em nenhum dos casos, a indicação do DGA se tornou indicação ao Oscar. Se dependesse do meu voto, ele cederia sua vaga para Sean Baker pelo ótimo Projeto Flórida ou para Denis Villeneuve por Blade Runner 2049.

Algumas matérias citam ainda as diretoras Sofia Coppola (O Estranho que Nós Amamos), Angelina Jolie (First They Killed my Father), Dee Rees (Mudbound), e Patty Jenkins (Mulher-Maravilha). Não conferi as outras diretoras, mas querer Jenkins no DGA e Oscar seria forçar a barra. Os que defendem essa idéia estão visando apenas a vibe feminista que Mulher-Maravilha proporcionou na mídia. Particularmente, as poucas cenas que gostei da sua direção (primeira metade do filme) muito se deve a Richard Donner, diretor de Superman: O Filme (1978), que serviu de inspiração/plágio para Patty Jenkins.

INDICADOS AO 70º DGA:

  • GUILLERMO DEL TORO (A Forma da Água)
  • GRETA GERWIG (Lady Bird)
  • MARTIN MCDONAGH (Três Anúncios Para um Crime)
  • CHRISTOPHER NOLAN (Dunkirk)
  • JORDAN PEELE (Corra!)

 

INDICADOS A DIRETOR ESTREANTE:

  • GEREMY JASPER (Patti Cake$)
  • WILLIAM OLDROYD (Lady Macbeth)
  • JORDAN PEELE (Corra!)
  • TAYLOR SHERIDAN (Terra Selvagem) 
  • AARON SORKIN (A Grande Jogada)

Os vencedores do DGA serão conhecidos no dia 03 de fevereiro. E as indicações ao Oscar saem no dia 23 de janeiro.

Damien Chazelle vence o DGA e reforça favoritismo de ‘La La Land’

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À esquerda, o presidente do DGA, Paris Barclay, entrega o prêmio a Damien Chazelle (centro) com o vencedor anterior Alejando Gonzáles Iñárritu. Pic by dga.org

AOS 32 ANOS, CHAZELLE SE TORNA VENCEDOR MAIS JOVEM DO DGA

Se antes do DGA, a vitória de Damien Chazelle já era considerada certa no Oscar, agora com sua vitória no sindicato de diretores, fica quase impossível dizer que ele pode perder. As estatísticas do histórico do DGA em relação ao prêmio da Academia são as melhores de hoje: são 62 acertos em 69 anos de história.

Além disso, o jovem diretor de La La Land (ele completou recentemente 32 anos) bateu três diretores indicados ao Oscar com ele: Kenneth Lonergan (Manchester à Beira-Mar), Denis Villeneuve (A Chegada) e Barry Jenkins (Moonlight). Dos indicados ao DGA, apenas Garth Davis (Lion) não está no Oscar, já que Mel Gibson (Até o Último Homem) assumiu a última vaga, mas ele tem quase 0% de chances de levar, uma vez que já ganhou sua estatueta há 21 anos com Coração Valente.

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Os indicados ao DGA 2017 (da esquerda para direita): Garth Davis, Denis Villeneuve, Barry Jenkins, Kenneth Lonergan e Damien Chazelle (pic by Hollywood Reporter – Getty Images)

Não dá pra cravar 100% de garantia para Chazelle ainda por dois motivos: 1) SURPRESA. Ultimamente, a Academia tem se tornado previsível demais, porque são tantos prêmios que anunciam seus vencedores antes dela, que fica difícil surpreender com os resultados. Ciente disso, ela pode promover novidades. As duas últimas diferenças entre DGA e Oscar foram com Rob Marshall (Chicago) perdendo para Roman Polanski (O Pianista) em 2003; e Ben Affleck (Argo) perdendo para Ang Lee (As Aventuras de Pi) em 2013, quando houve equívocos externos na votação.

2) #OSCARSOWHITE. Se a Academia decidir surpreender na categoria, Barry Jenkins (Moonlight) pode ser o cara. Além de ser negro, fato que agradaria a todos os críticos do Oscar já que se tornaria o primeiro diretor negro a ganhar e apagar de vez a tal “falta de diversidade”, Jenkins é o único que pode fazer frente a Damien Chazelle, pois ganhou importantes honrarias na temporada como o prêmio dos críticos de Los Angeles e Nova York, além do National Board of Review.

Contudo, deixando um pouco as especulações de lado, a vitória aqui de Damien Chazelle reforça o favoritismo do musical a três semanas do Oscar. Com esse prêmio, o filme conquistou o sindicato de produtores e de atores (Emma Stone levou como Atriz), restando apenas o sindicato de roteiristas, no qual Chazelle concorre como Roteiro Original.

Já na categoria de Diretor Estreante, a vitória de Garth Davis não pode ser exatamente uma surpresa, porque ele era o único que concorria em ambas as categorias. Pelo trabalho no drama Lion: Uma Jornada Para Casa, ele bateu os concorrentes Dan Trachtenberg (Rua Cloverfield, 10), Tim Miller (Deadpool), Kelly Fremon Craig (Quase 18) e Nate Parker (O Nascimento de uma Nação), que perdeu sua única chance de ganhar um prêmio relevante na temporada após as notícias de acusações de estupro.

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Garth Davis recebe o prêmio de Diretor Estreante das mãos de John Singleton (pic by zimbio.com)

Pela categoria de Documentário, a vitória de Ezra Edelman por O.J.: Made in America também não foi surpresa, ainda mais que resolveram colocar Sarah Paulson e Cuba Gooding Jr. como apresentadores da categoria (eles atuaram na minissérie The People v. O.J. Simpson: American Crime Story). Embora esteja disputando o Oscar com outros fortes documentários sobre o racismo, mais precisamente Eu Não Sou seu Negro e A 13ª Emenda), O.J.: Made in America passa a ser o franco-favorito com esse reconhecimento no DGA, mesmo tendo mais de sete horas de duração.

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No centro, Ezra Edelman posa com seu prêmio de Diretor de Documentário por O.J.: Made in America ao lado dos atores Sarah Paulson e Cuba Gooding Jr. (pic by zimbio.com)

Este ano, o homenageado com o Life Achievement Award foi Ridley Scott. Para quem o conhece, ele foi responsável por grandes cults do cinema como Alien, o Oitavo Passageiro (1979), Blade Runner: O Caçador de Andróides (1982) e Thelma & Louise (1991). Embora considere Prometheus um projeto interessante e tenha até potencial para se tornar um futuro cult, acho que Ridley Scott poderia considerar sua aposentadoria. Pela terceira vez, ele vai dirigir um filme da franquia Alien (Alien: Covenant), o que pode ser um indício de que não tem mais nada de novo a mostrar.

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Homenageado Ridley Scott posa com seu prêmio ao lado de Michael Fassbender e Billy Crudup (pic by zimbio.com)

Nas categorias de televisão, os vencedores saíram das séries Veep, Game of Thrones e a minissérie The Night Of, além dos sketches de Saturday Night Live.

VENCEDORES DO 69º DGA:

CINEMA

DIRETOR
Damien Chazelle (La La Land: Cantando Estações)

DOCUMENTÁRIO
Ezra Edelman (O.J.: Made in America)

DIRETOR ESTREANTE
Garth Davis (Lion: Uma Jornada Para Casa)

TELEVISÃO

SÉRIE DRAMÁTICA
Miguel Sapochnik (Game of Thrones – ep: “The Battle of the Bastards”) 

SÉRIE DE COMÉDIA
Becky Martin (Veep – ep: “Inauguration”)

TELEFILME E MINISSÉRIES
Steven Zaillian (The Night Of – ep: “The Beach”)

VARIEDADE/TALK-SHOW/NOTÍCIAS/ESPORTES – REGULARES
Glenn Weiss (The 70th Annual Tony Awards)

VARIEDADE/TALK-SHOW/NOTÍCIAS/ESPORTES – ESPECIAIS
Don Roy King (Saturday Night Live)

REALITY SHOWS
J. Rupert Thompson (American Grit – ep: “The Finale Over the Falls”)

PROGRAMAS INFANTIS
Tina Mabry (An American Girl Story – Melody 1963: Love Has to Win)

COMERCIAIS
Derek Cianfrance (Chase, Nike Golf – Wieden + Kennedy Portland
Doubts, Powerade – Wieden + Kennedy Portland
Manifesto, Squarespace – Anomaly)

PRÊMIOS ESPECIAIS

Frank Capra Achievement Award: Marie Cantin
Robert B. Aldrich Service Award: Thomas Schlamme
Presidents Award: Jay D. Roth
Lifetime Achievement Award: Ridley Scott

***

O 89º Oscar acontece no dia 26 de fevereiro.

Denis Villeneuve e Garth Davis conquistam indicação no DGA Awards

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Damien Chazelle dirige Emma Stone em La La Land (pic by moviepilot.de)

CHAZELLE, JENKINS E LONERGAN GARANTEM SUAS VAGAS

Quando se trata do DGA, prêmio que tem as estatísticas mais confiáveis em relação ao Oscar, pode-se praticamente comemorar duplamente em caso de vitória. Em 68 anos de história, o vencedor do prêmio do sindicato de diretores só não ganhou o Oscar também em SETE casos, sendo o último bem incomum com aquela confusão de Ben Affleck fora do Oscar por Argo em 2014.

INDICADOS AO 69º DGA AWARDS:

  • Damien Chazelle (La La Land)
  • Garth Davis (Lion)
  • Barry Jenkins (Moonlight)
  • Kenneth Lonergan (Manchester à Beira-Mar)
  • Denis Villeneuve (A Chegada)

Portanto, esses cinco indicados já têm muito a comemorar, pois têm chances bem reais de ganhar seu primeiro Oscar. Sim, todos os cinco nunca foram indicados ao DGA e muito menos para o Oscar de Direção. Acho bacana a Academia sempre incluir novos nomes, já que muitas vezes falhou em premiar diretores renomados como George Miller (Mad Max: Estrada da Fúria), Terrence Malick (A Árvore da Vida) e David Lynch (Cidade dos Sonhos) só pra citar alguns.

Obviamente, três diretores largam na frente: Damien Chazelle (La La Land), Barry Jenkins (Moonlight) e Kenneth Lonergan (Manchester à Beira-Mar), uma vez que estiveram presentes em boa parte das premiações da temporada até o momento. O embate maior fica entre La La Land e Moonlight. Enquanto Chazelle venceu o Critics’ Choice e mais recentemente o Globo de Ouro, Jenkins levou os prêmios dos críticos de Los Angeles, Nova York e o National Board of Review. Já Lonergan esteve mais presente nas categorias de Roteiro, onde ele deve ter mais chances.

A indicação do canadense Denis Villeneuve não é bem uma surpresa. Quem conhece qualquer trabalho anterior dele como Incêndios, Os Suspeitos e Sicario: Terra de Ninguém, sabe que estamos diante de um dos diretores mais bem conceituados dessa geração, tanto que vai comandar a sequência de Blade Runner – O Caçador de Andróides. Por mais que eu considere desnecessária essa continuação do cult de Ridley Scott, concordo que não haveria ninguém melhor no mercado hoje do que Villeneuve para dar conta dos conceitos futuristas dessa realidade criada pelo autor Philip K. Dick.

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Denis Villeneuve conversa com Amy Adams em cena de A Chegada (pic by moviepilot.de)

Seu trabalho em A Chegada é interessante, começando com a perspectiva da comunicabilidade que ele toma num filme de ficção científica e de alienígenas, que poderia facilmente se tornar material para ação e explosões. Nela, é possível refletir esse problema de diálogo e compreensão da trama nas origens das guerras entre americanos e o Oriente Médio, por exemplo. E como sempre, Denis apresenta conceitos visuais fortíssimos como a própria linguagem dos aliens sobre a superfície transparente. Só acho que o filme peca quando quer justificar tudo com a idéia do “presente” para a personagem de Amy Adams, mas aí seria algo do roteiro.

Surpresa mesmo foi a indicação do australiano Garth Davis pelo drama Lion: Uma Jornada Para Casa, já que se trata de seu primeiro trabalho com longa-metragem e também porque ele não andava aparecendo nas listas de premiações. Curiosamente, ele tem todo um background como diretor de comerciais, tendo inclusive sido indicado ao DGA como Diretor de Comerciais. Nesta edição do DGA, ele é o único a receber dupla indicação, pois concorre também na categoria de Diretor Estreante.

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Garth Davis dirige as crianças em set de Lion (pic by  onset.shotonwhat.com)

INDICADOS A DIRETOR ESTREANTE:

  • Kelly Fremon Craig (Quase 18)
  • Garth Davis (Lion)
  • Tim Miller (Deadpool)
  • Nate Parker (O Nascimento de uma Nação)
  • Dan Trachtenberg (Rua Cloverfield, 10)

Claro que o nome que mais chama a atenção nessa categoria é de Nate Parker. Para quem não conhece a história: No Festival de Sundance de 2016, seu filme O Nascimento de uma Nação foi considerado um dos mais promissores, e com a polêmica do #OscarSoWhite, sua indicação era dada como certa, já que ele é negro e dirigiu um filme de temática escravista. Contudo, as coisas mudaram quando descobriram um caso antigo de estupro de 1999, em que a vítima cometeu suicídio em 2010. Sua campanha foi simplesmente arruinada com essa história chocante e todos os prêmios retiraram seu nome da lista. Claro, existe toda uma questão de Artista X Pessoa que não cabe aqui, mas particularmente, e deixando de lado todo esse embaraço, não considero O Nascimento de uma Nação tudo isso. Acho um filme razoável para um diretor estreante, que abusa de clichês do gênero para gerar catarse em seu público. Acredito que se ele tivesse explorado mais a questão da religião na escravidão, seu filme teria sido bem mais interessante…

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Também ator, Nate Parker dirige seus atores em cena de O Nascimento de uma Nação (pic by moviepilot.de)

A indicação de Dan Trachtenberg por Rua Cloverfield, 10 é bastante justa. Ele conseguiu realizar uma das ficções científicas mais interessantes dos últimos anos com poucos recursos. Como já relatei aqui no post da Retrospectiva 2016: Um Ano Tenebroso, o único problema do filme se chama J.J. Abrams, que como produtor, quis mostrar serviço e extrapolou ao botar efeitos especiais no final do filme que destoam completamente do filme todo.

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Dan Trachtenberg dirige cena com John Goodman em set de Rua Cloverfield, 10 (pic by moviepilot.de)

E claro, Tim Miller também merece o mérito por dirigir uma adaptação de quadrinhos leve, divertida e que satiriza todos os demais filmes de HQ. E estou bem ansioso pra conferir Quase 18 da indicada Kelly Fremon Craig, já que li algumas críticas comparando seu trabalho com o do grande John Hughes.

Entre os diretores excluídos estão Mel Gibson (Até o Último Homem), Martin Scorsese (Silêncio) e Denzel Washington (Cercas); se bem que há especialistas que ainda acreditam que a Academia pode abraçar Scorsese. Não vi Lion ainda, mas na minha opinião, poderiam ter incluído David Mackenzie pelo ótimo A Qualquer Custo. Ele tem uma direção bem minimalista e eficiente. Demonstra personalidade nos detalhes de uma cena como um movimento de câmera 360 graus no início do longa ou uma pausa sem trilha para criar uma tensão. Soube dirigir com precisão seus atores, dos principais (extraiu qualidade de Chris Pine e recuperou o talento esquecido de Ben Foster) aos papéis secundários. Seria uma grata surpresa se ele aparecesse nas indicações ao Oscar…

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À direita, David Mackenzie conversa com Jeff Bridges vestido com o Ranger Marcus Hamilton em A Qualquer Custo (pic by moviepilot.de)

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O 69º DGA Awards anunciará seus vencedores no dia 04 de Fevereiro em Los Angeles.

Alejandro G. Iñárritu conquista seu segundo DGA consecutivo por ‘O Regresso’

Alejandro G. Iñárritu (centro) recebe seu segundo DGA award das mãos de Tom Hooper (direita) e o presidente do DGA Paris Barclay (esquerda). Photo by dga.com

Alejandro G. Iñárritu (centro) recebe seu segundo DGA award das mãos de Tom Hooper (direita) e o presidente do DGA Paris Barclay (esquerda). Photo by dga.org

É O PRIMEIRO CASO DE VITÓRIAS CONSECUTIVAS EM 68 ANOS DO PRÊMIO

Apesar de todo o hype sobre George Miller, foi o mexicano Alejandro G. Iñárritu que acabou levando o prestigioso prêmio do sindicato de diretores, o que o coloca como front-runner na corrida pelo Oscar. Ele bateu os também indicados ao Oscar: Tom McCarthy, Adam McKay e George Miller; além de Ridley Scott, que ficou de fora do prêmio da Academia.

Como em 67 anos, apenas em 7 ocasiões o vencedor do DGA não ganhou o Oscar, tudo indica que Alejandro G. Iñárritu repetirá o feito. E caso isso se confirme, ele será apenas o terceiro diretor a vencer o Oscar de direção por dois anos consecutivos, após Joseph L. Mankiewicz (em 1949 por Quem é o Infiel? e 1950 por A Malvada) e o mestre John Ford (em 1941 por As Vinhas da Ira e 1942 por Como Era Verde o Meu Vale). Além disso, ele entra no seleto grupo de diretores com dois DGAs: Ang Lee, Francis Ford Coppola, Clint Eastwood, George Stevens, David Lean, Ron Howard  e o já citado Joseph Mankiewicz. Steven Spielberg é o único com três DGAs.

Bastante emocionado, Iñárritu chorou ao discursar: “Nunca esperei ganhar este prêmio, de verdade. Estou paralisado. Homens durões não choram, foi o que Ridley Scott disse hoje.” – Ele citou o pai, falecido há dois anos, que acreditava que o prêmio reconhecia sua terra natal, o México, e aproveitou para cutucar o candidato republicano à presidência dos EUA, Donald Trump: “O poder deste país é a diversidade. Construir um muro (entre os EUA e o México) seria trair isso.” – Realmente, o que seriam dos EUA se não fossem os mexicanos e os zilhões de estrangeiros? O mesmo ocorre aqui no Brasil, cuja população é a miscigenação.

Leonardo DiCaprio recebe direções de Alejandro G. Iñárritu em set de O Regresso (photo by variety.com)

Leonardo DiCaprio recebe direções de Alejandro G. Iñárritu em set de O Regresso (photo by variety.com)

Assim como ocorre em Mad Max: Estrada da Fúria, a direção de Iñárritu busca proporcionar uma experiência sensorial acima de qualquer coisa, algo que deve se tornar uma tendência nos próximos anos. Esse tipo de experiência foi bem explorada pelo cineasta Terrence Malick em filmes como A Árvore da Vida, no qual o espectador se afunda numa maré de imagens belíssimas. Curiosamente, O Regresso tem em sua equipe o mesmo diretor de fotografia de Malick, Emmanuel Lubezki.

Por isso, em minha humilde opinião, acredito que por questão de detalhes, Alejandro González Iñárritu venceu George Miller, como por exemplo o fato de O Regresso ter estreado bem no final do ano, deixando o filme bem vivo na memória dos votantes, do que em relação a Mad Max: Estrada da Fúria, que esteve em cartaz no primeiro semestre de 2015.

E, alguns podem até me criticar por isso, mas o fato de Iñárritu ser latino pode ter lhe favorecido em tempos de pós-críticas racistas de falta de diversidade, o que pode se repetir no Oscar, onde, afinal, não há atores negros indicados. O fato da Academia estar sob pressão pode resultar em compensações em outras categorias. Enfim, independente da polêmica, é um prêmio merecido, que poderia também ter ido para George Miller.

Com essa vitória, O Regresso definitivamente entra na disputa por Melhor Filme no Oscar ao lado de A Grande Aposta (que levou o PGA Award) e Spotlight – Segredos Revelados (que levou o SAG e o Critics’ Choice). Outro fato curioso que é a primeira vez na história que esses prêmios de sindicatos (DGA, PGA e SAG) reconhecem três filmes distintos. Quem sabe o BAFTA, que acontece no próximo dia 14 de fevereiro, não consegue desequilibrar um pouco essa briga?

Pela categoria inédita de Diretor Estreante, Alex Garland levou o primeiro prêmio por Ex-Machina: Instinto Artificial, batendo o brasileiro Fernando Coimbra por O Lobo Atrás da Porta. Embora considere Ex-Machina um pouco maçante e óbvio, vejo bons conceitos de ficção científica e uma ótimo apuro visual minimalista.

Alex Garland com seu DGA de diretor estreante por Ex-Machina: Instinto Artificial (photo by smp.se)

VENCEDORES DO 68º DGA:

CINEMA

DIRETOR
Alejandro Gonzalez Inarritu – O Regresso

DOCUMENTÁRIO
Matthew Heineman – Cartel Land 

DIRETOR ESTREANTE
Alex Garland – Ex-Machina: Instinto Artificial

 

TELEVISÃO

SÉRIE DRAMÁTICA
David Nutter – Game of Thrones, Mother’s Mercy 

SÉRIE DE COMÉDIA
Chris Addison – Veep, Election Night

TELEFILME E MINISSÉRIES
Dee Rees – Bessie

VARIEDADE/TALK-SHOW/NOTÍCIAS/ESPORTES – REGULARES
Dave Diomedi – The Tonight Show Starring Jimmy Fallon, episode #325

VARIEDADE/TALK-SHOW/NOTÍCIAS/ESPORTES – ESPECIAIS
Don Roy King – Saturday Night Live 40th Anniversary Special  

REALITY SHOWS
Adam Vetri – Steve Austin’s Broken Skull challenge, Gods of War

PROGRAMAS INFANTIS
Kenny Ortega – Descendants

COMERCIAIS
Andreas Nilsson, Biscuit Filmworks