Alejandro G. Iñárritu conquista seu segundo DGA consecutivo por ‘O Regresso’

Alejandro G. Iñárritu (centro) recebe seu segundo DGA award das mãos de Tom Hooper (direita) e o presidente do DGA Paris Barclay (esquerda). Photo by dga.com

Alejandro G. Iñárritu (centro) recebe seu segundo DGA award das mãos de Tom Hooper (direita) e o presidente do DGA Paris Barclay (esquerda). Photo by dga.org

É O PRIMEIRO CASO DE VITÓRIAS CONSECUTIVAS EM 68 ANOS DO PRÊMIO

Apesar de todo o hype sobre George Miller, foi o mexicano Alejandro G. Iñárritu que acabou levando o prestigioso prêmio do sindicato de diretores, o que o coloca como front-runner na corrida pelo Oscar. Ele bateu os também indicados ao Oscar: Tom McCarthy, Adam McKay e George Miller; além de Ridley Scott, que ficou de fora do prêmio da Academia.

Como em 67 anos, apenas em 7 ocasiões o vencedor do DGA não ganhou o Oscar, tudo indica que Alejandro G. Iñárritu repetirá o feito. E caso isso se confirme, ele será apenas o terceiro diretor a vencer o Oscar de direção por dois anos consecutivos, após Joseph L. Mankiewicz (em 1949 por Quem é o Infiel? e 1950 por A Malvada) e o mestre John Ford (em 1941 por As Vinhas da Ira e 1942 por Como Era Verde o Meu Vale). Além disso, ele entra no seleto grupo de diretores com dois DGAs: Ang Lee, Francis Ford Coppola, Clint Eastwood, George Stevens, David Lean, Ron Howard  e o já citado Joseph Mankiewicz. Steven Spielberg é o único com três DGAs.

Bastante emocionado, Iñárritu chorou ao discursar: “Nunca esperei ganhar este prêmio, de verdade. Estou paralisado. Homens durões não choram, foi o que Ridley Scott disse hoje.” – Ele citou o pai, falecido há dois anos, que acreditava que o prêmio reconhecia sua terra natal, o México, e aproveitou para cutucar o candidato republicano à presidência dos EUA, Donald Trump: “O poder deste país é a diversidade. Construir um muro (entre os EUA e o México) seria trair isso.” – Realmente, o que seriam dos EUA se não fossem os mexicanos e os zilhões de estrangeiros? O mesmo ocorre aqui no Brasil, cuja população é a miscigenação.

Leonardo DiCaprio recebe direções de Alejandro G. Iñárritu em set de O Regresso (photo by variety.com)

Leonardo DiCaprio recebe direções de Alejandro G. Iñárritu em set de O Regresso (photo by variety.com)

Assim como ocorre em Mad Max: Estrada da Fúria, a direção de Iñárritu busca proporcionar uma experiência sensorial acima de qualquer coisa, algo que deve se tornar uma tendência nos próximos anos. Esse tipo de experiência foi bem explorada pelo cineasta Terrence Malick em filmes como A Árvore da Vida, no qual o espectador se afunda numa maré de imagens belíssimas. Curiosamente, O Regresso tem em sua equipe o mesmo diretor de fotografia de Malick, Emmanuel Lubezki.

Por isso, em minha humilde opinião, acredito que por questão de detalhes, Alejandro González Iñárritu venceu George Miller, como por exemplo o fato de O Regresso ter estreado bem no final do ano, deixando o filme bem vivo na memória dos votantes, do que em relação a Mad Max: Estrada da Fúria, que esteve em cartaz no primeiro semestre de 2015.

E, alguns podem até me criticar por isso, mas o fato de Iñárritu ser latino pode ter lhe favorecido em tempos de pós-críticas racistas de falta de diversidade, o que pode se repetir no Oscar, onde, afinal, não há atores negros indicados. O fato da Academia estar sob pressão pode resultar em compensações em outras categorias. Enfim, independente da polêmica, é um prêmio merecido, que poderia também ter ido para George Miller.

Com essa vitória, O Regresso definitivamente entra na disputa por Melhor Filme no Oscar ao lado de A Grande Aposta (que levou o PGA Award) e Spotlight – Segredos Revelados (que levou o SAG e o Critics’ Choice). Outro fato curioso que é a primeira vez na história que esses prêmios de sindicatos (DGA, PGA e SAG) reconhecem três filmes distintos. Quem sabe o BAFTA, que acontece no próximo dia 14 de fevereiro, não consegue desequilibrar um pouco essa briga?

Pela categoria inédita de Diretor Estreante, Alex Garland levou o primeiro prêmio por Ex-Machina: Instinto Artificial, batendo o brasileiro Fernando Coimbra por O Lobo Atrás da Porta. Embora considere Ex-Machina um pouco maçante e óbvio, vejo bons conceitos de ficção científica e uma ótimo apuro visual minimalista.

Alex Garland com seu DGA de diretor estreante por Ex-Machina: Instinto Artificial (photo by smp.se)

VENCEDORES DO 68º DGA:

CINEMA

DIRETOR
Alejandro Gonzalez Inarritu – O Regresso

DOCUMENTÁRIO
Matthew Heineman – Cartel Land 

DIRETOR ESTREANTE
Alex Garland – Ex-Machina: Instinto Artificial

 

TELEVISÃO

SÉRIE DRAMÁTICA
David Nutter – Game of Thrones, Mother’s Mercy 

SÉRIE DE COMÉDIA
Chris Addison – Veep, Election Night

TELEFILME E MINISSÉRIES
Dee Rees – Bessie

VARIEDADE/TALK-SHOW/NOTÍCIAS/ESPORTES – REGULARES
Dave Diomedi – The Tonight Show Starring Jimmy Fallon, episode #325

VARIEDADE/TALK-SHOW/NOTÍCIAS/ESPORTES – ESPECIAIS
Don Roy King – Saturday Night Live 40th Anniversary Special  

REALITY SHOWS
Adam Vetri – Steve Austin’s Broken Skull challenge, Gods of War

PROGRAMAS INFANTIS
Kenny Ortega – Descendants

COMERCIAIS
Andreas Nilsson, Biscuit Filmworks

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