‘TUDO EM TODO LUGAR AO MESMO TEMPO’ LIDERA o OSCAR com 11 INDICAÇÕES

FILME ALEMÃO ‘NADA DE NOVO NO FRONT’ SURPREENDE COM 9 INDICAÇÕES

Na manhã desta terça (24), os atores Alisson Williams e Riz Ahmed anunciaram os indicados da 95ª edição do Oscar através de lives em canais oficiais, com a apresentação dividida em duas partes.

Para quem não conseguiu acompanhar a live, segue o link do YouTube abaixo:

NÚMEROS DO OSCAR

Como esperado, TUDO EM TODO LUGAR AO MESMO TEMPO lideraria as indicações, mas mesmo assim, houve surpresas como os reconhecimentos de Trilha Original e Canção Original.

Logo atrás, empatados com 9 indicações, vêm NADA DE NOVO NO FRONT, filme bélico alemão sobre a Primeira Guerra Mundial, e OS BANSHEES DE INISHERIN, comédia de humor negro sobre uma amizade desfeita.

Com 8 indicações, ELVIS acumulou indicações em categorias estéticas como Fotografia, Design de Produção e Figurino, além claro de Austin Butler como Ator. Logo atrás, com 7 indicações, OS FABELMANS conseguiu se recuperar de ausências importantes no BAFTA e assegurou o reconhecimento de Steven Spielberg em três categorias: Filme, Direção e Roteiro Original. Embora tenha acumulado 6 indicações, TOP GUN: MAVERICK surpreendeu duplamente ao não ser indicado para Fotografia (que era algo 99% certo) e por ter sido indicado a Roteiro Adaptado (algo que ninguém esperava).

O drama sobre música e Cultura do Cancelamento TÁR também conquistou 6 indicações, com destaque para Fotografia, Montagem e claro, Atriz para Cate Blanchett. E com 5 indicações, PANTERA NEGRA: WAKANDA PARA SEMPRE mostra força nas categorias técnicas e favoritismo em Atriz Coadjuvante para Angela Bassett.

POLÊMICAS À VISTA?

Antes mesmo das indicações serem anunciadas, havia um forte indício de que não haveria nenhuma diretora mulher indicada na categoria de Direção, o que acabou se comprovando. Dentre as diretoras que poderiam ter alguma chances estavam Sarah Polley (Entre Mulheres), Gina Prince-Bythewood (A Mulher Rei) e a nossa favorita Charlotte Wells (Aftersun), mas apesar disso, os diretores indicados já eram considerados quase certezas pelo histórico da temporada de premiações.

E nas categorias de atuação, embora muitos atores não-brancos tenham sido indicados como Brian Tyree Henry, Ke Huy Quan, Angela Bassett, Hong Chau e Stephanie Hsu, já começam reclamações da ausência deles na categoria de Melhor Atriz, porque até então Viola Davis (A Mulher Rei) e Danielle Deadwyler (Till) estavam muito bem cotadas.

SURPRESAS

Com certeza, houve muitas surpresas que vou citar por categoria abaixo, mas sem dúvidas, a maior delas foi a indicação de ANDREA RISEBOROUGH para Melhor Atriz por TO LESLIE, um filme pequeno e independente sobre uma mãe que abandonou seu filho após seu prêmio da loteria acabar com seu vício no álcool. A atriz havia sido apenas indicada basicamente para o Independent Spirit Award e havia sido esnobada por completo no Globo de Ouro, Critics’ Choice, BAFTA e SAG, mas com uma campanha totalmente sem recursos, amadora, mas que atingiu vários famosos como Edward Norton, Gwyneth Paltrow, Liam Neeson, Geena Davis, Susan Sarandon, Laura Dern, Helen Hunt, Zooey Deschanel, Melanie Lynskey, Mira Sorvino, Rosie O’Donnell, Minnie Driver, Alan Cumming, Rosanna Arquette, Debra Winger, Patricia Clarkson e Howard Stern, que postaram elogios à atriz em redes sociais, principalmente no Twitter. Funcionou e agora Riseborough está entre as 5 melhores do ano.

Sobre o filme, claro, é um drama daqueles típicos de protagonista vivendo no fundo do poço mas que bsuca redenção, mas a performance da atriz realmente eleva o material para algo muito mais humano e verdadeiro. Riseborough evita aquela personagem chorona e coitadinha, para ser alguém que assume e vive suas falhas como mãe e alcóolatra. Certamente, vai adicionar muito tempero na briga entre Cate Blanchett e Michelle Yeoh.

CONFIRA TODOS OS INDICADOS AO OSCAR 2023 COM ESNOBES E COMENTÁRIOS:

MELHOR FILME

  • Nada de Novo no Front (All Quiet on the Western Front)
  • Avatar: O Caminho da Água (Avatar: The Way of Water)
  • Os Banshees de Inisherin (The Banshees of Inisherin)
  • Elvis (Elvis)
  • Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo (Everything Everywhere All at Once)
  • Os Fabelmans (The Fabelmans)
  • Tár (Tár)
  • Top Gun: Maverick (Top Gun: Maverick)
  • Triângulo da Tristeza (Triangle of Sadness)
  • A Baleia (The Whale)

Nesta categoria, não há nenhum estranho no ninho. Claro que muita gente jamais imaginou ver a sátira TRIÂNGULO DA TRISTEZA entre os 10 filmes, mas por outro lado, tem muita gente que adorou o filme, que ganhou a Palma de Ouro no último Festival de Cannes. Eu teria trocado o filme de Ruben Östlund pelo drama intimista AFTERSUN, mas sem uma indicação de Direção ou Roteiro para Charlotte Wells, seria bastante difícil.

Hoje quem ganha esse prêmio é TUDO EM TODO LUGAR AO MESMO TEMPO, mas tem chão até o dia 12 de Março.

MELHOR DIREÇÃO

  • Martin McDonagh (Os Banshees de Inisherin)
  • Daniel Kwan & Daniel Scheinert (Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo)
  • Steven Spielberg (Os Fabelmans)
  • Todd Field (Tár)
  • Ruben Östlund (Triângulo da Tristeza)

Mais amor para Ruben Östlund, que ocupa a chamada vaga para um diretor estrangeiro. Primeiramente, achei muito estranho NADA DE NOVO NO FRONT ter 9 indicações e terem esnobado EDWARD BERGER, mas se fosse para eleger um estrangeiro eu colocaria PARK CHAN-WOOK por DECISÃO DE PARTIR, porém sequer foi indicado a Filme Internacional… Trocaria Spielberg ou McDonagh por CHARLOTTE WELLS.

Hoje quem ganha são os DANIELS, mas SPIELBERG tem muuuuuuito prestígio entre os membros da Academia. Mas se o terceiro Oscar de Spielberg acontecer, corre sério risco de ser o único Oscar para OS FABELMANS. Já pensou nisso? Um novo Ataque dos Cães.

MELHOR ATOR

  • Austin Butler (Elvis)
  • Colin Farrell (Os Banshees de Inisherin)
  • Brendan Fraser (A Baleia)
  • Paul Mescal (Aftersun)
  • Bill Nighy (Living)

Com Butler, Fraser, Farrell e Nighy garantidos há tempos, restava saber quem ficaria com a última vaga, e esta ficou com o jovem queridinho PAUL MESCAL. Ele ganhou muito impulso na campanha com a indicação ao BAFTA, e ultrapassou os incertos Tom Cruise, Adam Sandler, Tom Hanks e Jeremy Pope. Com certeza, uma das indicações mais comemoradas do ano.

A disputa está acirradíssima, e acredito num embate maior entre Austin Butler e Brendan Fraser. O primeiro conta com a benção da esposa e filha (recém-falecida) de Elvis Presley, mas Brendan Fraser, além de contar com a ajuda formidável da maquiagem prostética transformadora, tem sua história pessoal de comeback que ressoa muito forte entre inúmeros atores votantes da Academia, portanto BRENDAN FRASER deve levar esse Oscar.

MELHOR ATRIZ

  • Cate Blanchett (TÁR)
  • Ana de Armas (Blonde)
  • Andrea Riseborough (To Leslie)
  • Michelle Williams (Os Fabelmans)
  • Michelle Yeoh (Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo)

A ausência de VIOLA DAVIS não me surpreende muito. Embora haja o esforço valioso da transformação física da personagem que comanda o exército africano, o filme nunca empolga e sua performance ficou mais esquecida dentre tantos personagens na aventura. Já DANIELLE DEADWYLER foi uma surpresa grande, porque sua atuação é forte e a Academia dificilmente ignoraria um drama familiar de racismo, ainda mais hoje. Sem sombra de dúvidas, eu a incluiria no lugar de MICHELLE WILLIAMS que, na minha opinião, nem deveria estar concorrendo, pois considero uma performance batida e até clichê da mulher desiludida com ares de loucura, sem falar que sua personagem é coadjuvante, não protagonista. Dentre outras ausentes estão MARGOT ROBBIE (Babilônia), OLIVIA COLMAN (Império da Luz) e EMMA THOMPSON (Boa Sorte, Leo Grande).

ANDREA RISEBOROUGH, como disse acima, é a maior surpresa desta edição do Oscar. Já era uma atriz que merecia mais reconhecimento. Já trabalhou com Mike Leigh em Simplesmente Feliz, com Alejandro González Iñárritu em Birdman, com Jonathan Dayton e Valerie Farris em A Guerra dos Sexos, e tem se destacado em filmes de terror psicológicos como Mandy, Nancy e Possessor. Sua performance em TO LESLIE só foi reconhecida graças às campanhas de atores famosos que viram o filme e espalharam que ela merecia uma indicação. Não sei se o filme terá dinheiro para promovê-la, mas com certeza arrecadarão mais bilheteria com essa indicação.

Agora quem ganha? Há pouco tempo, eu dizia que CATE BLANCHETT era a favorita para ganhar seu 3º Oscar, e se ganhar, será merecido, sem dúvida, mas estamos num cenário de diversidade em que atores não-brancos têm chances reais. E não estou defendendo MICHELLE YEOH só porque é asiática, mas sua performance tem uma essência muito humana mesmo com tantas cenas de ação e lutas. Não seria lindo premiar uma atuação diferente como essa? Yeoh pode nunca ter sido indicada, mas já merecia indicação por O Tigre e o Dragão e Podres de Ricos, e pode nunca mais ter chances e ser indicada novamente, diferente de Cate Blanchett. Mas enfim, se tudo der certo, Yeoh leva essa estatueta.

MELHOR ATOR COADJUVANTE

  • Brendan Gleeson (Os Banshees de Inisherin)
  • Brian Tyree Henry (Passagem)
  • Judd Hirsch (Os Fabelmans)
  • Barry Keoghan (Os Banshees de Inisherin)
  • Ke Huy Quan (Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo)

BRENDAN GLEESON e BARRY KEOGHAN eram certezas assim como KE HUY QUAN, restava saber se alguém de OS FABELMANS entraria na disputa. Eu teria indicado PAUL DANO, por apresentar uma atuação discreta porém muito eficiente, mas preferiram JUDD HIRSCH, que tem apenas uma cena no filme, o que achei um exagero. BRIAN TYREE HENRY está bem em PASSAGEM e sua indicação reconhece sua atuação despojada e introvertida de um mecânico marcado por um acidente de carro. Dentre as ausências sentidas estão EDDIE REDMAYNE (O Enfermeiro da Noite), BRAD PITT (Babilônia) e BEN WISHAW (Entre Mulheres).

Das categorias de atuação, esta é a mais fácil de prever a vitória: KE HUY QUAN. Além de performance aclamada, tem feito discursos belíssimos e tem o comeback como fator determinante.

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE

  • Angela Bassett (Pantera Negra: Wakanda Para Sempre)
  • Hong Chau (A Baleia)
  • Kerry Condon (Os Banshees de Inisherin)
  • Jamie Lee Curtis (Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo)
  • Stephanie Hsu (Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo)

Das categorias de atuação, Atriz Coadjuvante era a mais nebulosa de todas. Havia fortes dúvidas até de quem seria indicada, já que havia muitas candidatas fortes. Há pouco tempo, ANGELA BASSETT, KERRY CONDON e JAMIE LEE CURTIS se tornaram mais sólidas na corrida, enquanto as outras duas vagas eram uma incógnita. HONG CHAU ganhou forças com suas recentes indicações ao SAG e ao BAFTA e finalmente foi reconhecida pela Academia. E a última vaga ficou com a jovem STEPHANIE HSU, que está ótima em TUDO EM TODO LUGAR AO MESMO TEMPO como a filha Joy e a vilã Jobu Tupaki.

Por ter vencido Globo de Ouro e Critics’ Choice, ANGELA BASSETT tem boa vantagem sobre as demais indicadas e deve levar o Oscar, 29 anos depois de sua primeira indicação por Tina – A Verdadeiro História de Tina Turner.

DOLLY DE LEON (Triângulo da Tristeza), CAREY MULLIGAN (Ela Disse), JANELLE MONÀE (Glass Onion) e JESSIE BUCKLEY (Entre Mulheres) estão entre as atrizes esnobadas na categoria, sem contar MICHELLE WILLIAMS, que poderia ter concorrido aqui por Os Fabelmans.

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL

  • Martin McDonagh (Os Banshees de Inisherin)
  • Daniel Kwan, Daniel Scheinert (Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo)
  • Steven Spielberg, Tony Kushner (Os Fabelmans)
  • Todd Field (Tár)
  • Ruben Östlund (Triângulo da Tristeza)

O roteiro original de JORDAN PEELE por NÃO! NÃO OLHE! merecia muito mais a vaga do que Ruben Östlund. Apesar da sátira de TRIÂNGULO DA TRISTEZA ter bons momentos na ilha, há muitas cenas de pura obviedade, passando longe de qualquer tipo de sutileza. O filme de terror de Jordan Peele continha muitos elementos frescos e surpreendentes que nenhum outro roteiro de 2022 apresentou. Academia cagou nessa.

MARTIN MCDONAGH tem ótimas chances de levar o Oscar como uma espécie de prêmio de consolação se TUDO EM TODO LUGAR AO MESMO TEMPO levar as principais categorias, mas não duvido dos DANIELS levarem esse prêmio também.

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO

  • Edward Berger, Lesley Paterson, Ian Stokell (Nada de Novo no Front)
  • Rian Johnson (Glass Onion: Um Mistério Knives Out)
  • Kazuo Ishiguro (Living)
  • Ehren Kruger, Eric Warren Singer, Christopher McQuarrie (Top Gun: Maverick)
  • Sarah Polley (Entre Mulheres)

TOP GUN: MAVERICK ser indicado a Roteiro Adaptado comprova que a disputa estava abaixo da média. Não que o roteiro da sequência estrelada por Tom Cruise seja ruim, mas faz o arroz com feijão, contornando bem os possíveis buracos dos 36 anos de intervalo. Havia a possibilidade de A BALEIA estar aqui, por ser adaptação de uma peça de teatro, mas acabou de fora.

Por não terem indicado nenhuma mulher, SARAH POLLEY ganha certo favoritismo nesta categoria por ENTRE MULHERES. Se o trabalho de direção dela não foi tão elogiado, seu roteiro sempre esteve entre os mais comentados da temporada, e também está indicado a Melhor Filme, por isso, meu voto para vitória vai para POLLEY.

MELHOR FOTOGRAFIA

  • James Friend (Nada de Novo no Front)
  • Darius Khondji (Bardo, Falsa Crônica de Algumas Verdades)
  • Mandy Walker (Elvis)
  • Roger Deakins (Império da Luz)
  • Florian Hoffmeister (Tár)

É difícil entender a ausência de CLAUDIO MIRANDA por TOP GUN: MAVERICK, especialmente porque os indicados são escolhidos por vários diretores de fotografia, que certamente entenderam as dificuldades de se filmar essa aventura com aeronaves reais. Miranda já havia ganhado um Oscar por AS AVENTURAS DE PI, que embora considere bonita a fotografia, acho bastante artificial, mas merecia este reconhecimento.

Até o momento, ele era considerado o favorito para ganhar esse Oscar, mas agora com sua ausência, fica difícil de prever quem leva essa estatueta. ROGER DEAKINS seria uma excelente alternativa, mas seu IMPÉRIO DA LUZ foi esnobado em todas as outras categorias, o que enfraquece sua campanha. Se MANDY WALKER vencer por ELVIS, ela se tornará a primeira mulher a ganhar nesta categoria, o que seria um marco histórico fácil de apoiar, mas… por enquanto, fico com a vitória de JAMES FRIEND por NADA DE NOVO NO FRONT.

MELHOR TRILHA MUSICAL ORIGINAL

  • Volker Bertelmann (Nada de Novo no Front)
  • Justin Hurwitz (Babilônia)
  • Carter Burwell (Os Banshees de Inisherin)
  • Son Lux (Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo)
  • John Williams (Os Fabelmans)

Nesta categoria, duas surpresas: VOLKER BERTELMANN por NADA DE NOVO NO FRONT e SON LUX por TUDO EM TODO LUGAR AO MESMO TEMPO, mas a briga deve ficar entre JUSTIN HURWITZ por BABILÔNIA, que venceu o Globo de Ouro, CARTER BURWELL por OS BANSHEES DE INISHERIN. Claro que JOHN WILLIAMS pode surpreender por OS FABELMANS por se tratar de um compositor extremamente prestigiado, mas sua trilha não tem o perfil para vencer. Dentre as ausências mais sentidas estão ALEXANDRE DESPLAT por PINÓQUIO, e HILDUR GUÐNADÓTTIR por ENTRE MULHERES.

Mesmo já tendo vencido por LA LA LAND, minha aposta vai para JUSTIN HURWITZ, cuja trilha musical faz uma baita diferença em BABILÔNIA.

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL

  • “Applause” (Tell it Like a Woman)
  • “Hold My Hand” (Top Gun: Maverick)
  • “Lift Me Up” (Pantera Negra: Wakanda Para Sempre)
  • “Naatu Naatu” (RRR: Revolta, Rebelião, Revolução)
  • “This is a Life” (Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo)

Primeiramente, DIANE WARREN. O que dizer dessa compositora que conquistou sua 14ª indicação ao Oscar? Tudo bem que ela ainda não ganhou o Oscar competitivo, mas em 2022, já foi homenageada com o Oscar Honorário, o que tira a pressão pela primeira vitória. Quer que seu filme receba uma indicação ao Oscar? Contrate Diane Warren para escrever uma canção. Entre as ausências, a mais citada certamente é “CIAO PAPA” da animação stop motion PINÓQUIO, enquanto a grande surpresa vai para “‘THIS IS A LIFE”, que considero um pouco estranha, mas combina com TUDO EM TODO LUGAR AO MESMO TEMPO.

Após apostar tanto em “HOLD MY HAND” e perder, vou ter que apostar em “NAATU NAATU”. Não apenas essa canção impulsiona o filme indiano, mas como também é a única indicação de RRR. Aliás, se a direção da Academia souber trabalhar bem os números musicais na cerimônia, a audiência pode melhorar bastante com Lady Gaga e Rihanna.

MELHOR MONTAGEM

  • Mikkel E.G. Nielsen (Os Banshees de Inisherin)
  • Jonathan Redmond, Matt Villa (Elvis)
  • Paul Rogers (Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo)
  • Monika Willi (Tár)
  • Eddie Hamilton (Top Gun: Maverick)

Com exceção de ELVIS, considero todas as outras edições muito bem feitas e merecem indicação. Pela fluência narrativa, sem dúvida TOP GUN MAVERICK merece o prêmio, enquanto TUDO EM TODO LUGAR AO MESMO TEMPO merece por sua montagem fragmentada que consegue englobar todos os universos sem ser cansativo. Por enquanto, aposto em PAUL ROGERS, o que será um prêmio essencial para o filme de multiverso ganhar MELHOR FILME.

Substituiria facilmente a montagem de ELVIS pela frenética de RRR. Não dá pra entender.

MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO

  • Nada de Novo no Front
  • Avatar: O Caminho da Água
  • Babilônia
  • Elvis
  • Os Fabelmans

Ser indicado ao Oscar por ter reproduzido a casa de infância da família de Spielberg em OS FABELMANS? Não teria sido mais justo se indicassem o design de PANTERA NEGRA: WAKANDA PARA SEMPRE? Por mais que haja uma repetição de Wakanda, existe todo um universo novo aquático de Namor. Poderiam ter indicado o restaurante a ilha de O MENU ou todo o universo de PINÓQUIO também.

AVATAR é um dos grandes candidatos a esse prêmio, principalmente por todo o universo aquático, mas o primeiro filme já levou esse prêmio lá em 2010, o que pode e deve favorecer BABILÔNIA e sua recriação da Hollywood dos anos 1920.

MELHOR FIGURINO

  • Babilônia
  • Pantera Negra: Wakanda Para Sempre
  • Elvis
  • Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo
  • Sra. Harris Vai à Paris

Embora eu não tenha gostado de A MULHER REI, achava que os figurino de Gersha Phillips mereciam ser reconhecidos aqui, até mesmo porque quando temos chance de ver figurinos da África dos séculos XVIII e XIX? Retiraria a indicação de TUDO EM TODO LUGAR AO MESMO TEMPO aqui para abrigar esses figurinos diferentes.

A briga deve ficar entre RUTH CARTER por PANTERA NEGRA e CATHERINE MARTIN por ELVIS. Tenho a impressão de que Martin não sairá de mãos abanando (também está indicada em Design de Produção), e Ruth Carter já levou o mesmo Oscar pelo primeiro PANTERA NEGRA. E agora? Por enquanto, vou de Catherine Martin.

MELHOR MAQUIAGEM E PENTEADO

  • Nada de Novo no Front
  • Batman
  • Pantera Negra: Wakanda Para Sempre
  • Elvis
  • A Baleia

É estranho ver Ana de Armas se transformando bem em Marilyn Monroe e a equipe de maquiagem não ser indicada, mas BLONDE foi odiado por muita gente, taí as 8 indicações ao Framboesa de Ouro. Melhor para BATMAN, ELVIS e A BALEIA, que disputam esse Oscar. Acredito que a maquiagem que transforma Brendan Fraser num homem bem obeso vai chamar mais a atenção e deve levar essa estatueta.

MELHOR SOM

  • Nada de Novo no Front
  • Avatar: O Caminho da Água
  • Batman
  • Elvis
  • Top Gun: Maverick

Retiraria a indicação de figurino de TUDO EM TODO LUGAR AO MESMO TEMPO para ser indicado a Som, mas tá bom, não dá pra reclamar de nenhum dos cinco indicados aqui. Poderiam ter indicado BABILÔNIA também que não seria um reconhecimento criticado.

Pra vencer, sem dúvida, o som maravilhoso de TOP GUN: MAVERICK. Impecável.

MELHORES EFEITOS VISUAIS

  • Nada de Novo no Front
  • Avatar: O Caminho da Água
  • Batman
  • Pantera Negra: Wakanda Para Sempre
  • Top Gun: Maverick

TOP GUN: MAVERICK poderia ter sido feito com um monte de efeitos de computação gráfica com aviões feitos por computadores, mas graças às exigências de Tom Cruise, tivemos aeronaves reais e isso contribuiu enormemente para o aspecto visual mais orgânico e real do filme. Os efeitos aqui são praticamente imperceptíveis e, como essa é o novo selo de qualidade da Academia nesta categoria, deveria levar o Oscar.

Ainda no campo discreto, NADA DE NOVO NO FRONT também seria uma boa opção para premiar, mas os votantes premiariam efeitos de um filme alemão? Ainda acho difícil.

MELHOR FILME INTERNACIONAL

  • Nada de Novo no Front (Alemanha)
  • Argentina, 1985 (Argentina)
  • Close (Bélgica)
  • EO (Polônia)
  • The Quiet Girl (Irlanda)

Nesta categoria está uma das maiores surpresa desta edição: a ausência de DECISÃO DE PARTIR, da Coreia do Sul. Havia inclusive, boas chances de seu diretor Park Chan-wook ser indicada à Direção, mas tudo foi por água abaixo. Os filmes EO e THE QUIET GIRL cresceram bastante na reta final e foram indicados.

Com 9 indicações, muitos vão apostar na vitória de NADA DE NOVO NO FRONT, mas a competição aqui está acirrada com ARGENTINA, 1985 e CLOSE logo atrás.

MELHOR DOCUMENTÁRIO

  • All that Breathes
  • All theBeauty and the Bloodshed
  • Fire of Love
  • A House Made of Splinters
  • Navalny

Embora bastante popular, o documentário MOONAGE DAYDREAM sobre o saudoso DAVID BOWIE estava entre os favoritos, mas nem sempre isso significa que vá ser indicado. Enquanto isso, A HOUSE MADE OF SPLINTERS conquistou sua vaga ao retratar uma instituição que serve de abrigo para crianças que aguardam decisão judicial sobre sua guarda. Uma pena que O TERRITÓRIO, que fala sobre ataques às reservas indígenas, não tenha sido indicado também.

A briga deve ficar entre ALL THAT BREATHS e ALL THE BEAUTY AND THE BLOODSHED, com ligeira vantagem para o segundo, que levou o Leão de Ouro no último Festival de Veneza. Sua diretora Laura Poitras já ganhou o Oscar por CIDADÃOQUATRO em 2015.

MELHOR LONGA DE ANIMAÇÃO

  • Pinóquio por Guillermo del Toro
  • Marcel the Shell With Shoes On
  • Gato de Botas: O Último Pedido
  • A Fera do Mar
  • Red: Crescer é uma Fera

Dos cinco indicados, apenas uma vaga estava incerta. A maioria apontava para WENDELL & WILD por ser de Henry Sellick, contar com Jordan Peele, e ainda ser da Netflix, mas a Netflix acabou sendo reconhecida por A FERA DO MAR.

Até agora PINÓQUIO POR GUILLERMO DEL TORO era o grande favorito, e ainda continua, mas como não foi reconhecido nas outras categorias de Trilha Musical, Canção Original, Design de Produção e Efeitos Visuais, seu favoritismo abaixou um pouco, e nisso GATO DE BOTAS 2: O ÚLTIMO PEDIDO tem crescido no gosto popular.

MELHOR CURTA DE ANIMAÇÃO

  • The Boy, the Mole, the Fox, and the Horse
  • The Flying Sailor
  • Ice Merchants
  • My Year of Dicks
  • An Ostrich Told Me the World is Fake and I Think O Believe It

Não vi nenhum ainda, mas chama a atenção o nome dos curtas de animação que, inclusive, fizeram Riz Ahmed e Allison Williams rirem no anúncio. Sem nenhum curta da Disney ou Pixar no páreo, as chances devem ser mais igualitárias, mas The Boy, the Mole, the Fox, and the Horse sai com uma ligeira vantagem por contar com a grana da Apple.

MELHOR DOCUMENTÁRIO-CURTA

  • Como Cuidar de um Bebê Elefante
  • Haulout
  • How Do You Measure a Year
  • The Matha Mitchell Effect
  • Stranger at the Gate

Nos últimos anos, a Netflix tem dominado as categorias de curta, portanto, nada mais natural considerar COMO CUIDAR UM BEBÊ ELEFANTE como o favorito da categoria. Além disso, a Academia tem adorado premiar filmes sobre natureza como o recente O PROFESSOR POLVO.

MELHOR CURTA-METRAGEM

  • An Irish Goodbye
  • Ivalu
  • Le Pupille
  • Night Ride
  • The Red Suitcase

Uma pena que o curta brasileiro SIDERAL não terminou entre os indicados, mas não deve ter sido fácil competir com diretores renomados Alfonso Cuarón e Alice Roahwacher, cujo LE PUPILLE deve levar o Oscar.

OSCAR SHORTLISTS: ‘NADA DE NOVO NO FRONT’ SE DESTACA e ‘MARTE UM’ FICA de FORA da DISPUTA

CONTUDO, CURTA E DOCUMENTÁRIO BRASILEIROS CONTINUAM NA BRIGA

Nesta quarta-feira (21), foram divulgadas as pré-listas do Oscar 2023 em 10 categorias: Filme Internacional, Trilha Original, Canção Original, Maquiagem e Penteado, Som, Efeitos Visuais, Documentário, Documentário-Curta, Curta-Metragem e Curta de Animação.

Havia uma expectativa, mesmo que baixa, do filme brasileiro MARTE UM estar entre os 15 filmes, mas acredito que o processo seletivo junto à Academia Brasileira de Cinema precisa ser mais rápido e eficiente. Não basta selecionar o filme numa votação antecipada, mas é preciso selecionar filmes que já estão com uma distribuição garantida nos EUA e com data de lançamento marcada, senão o representante brasileiro pode ser votado com chances baixas.

Pelo menos, o Brasil está representado em duas categorias. Embora MARTE UM, que fala sobre o sonho de um menino brasileiro ser astronauta, não ter avançado, o curta-metragem SIDERAL, de Carlos Segundo, também tem uma família acompanhando o lançamento de um foguete tripulado em Natal. Além de passagens pelos festivais de Berlim e Cannes, o curta ganhou um prêmio no festival de curtas internacionais Clermont-Ferrant, considerado essencial na briga pelo Oscar.

Já na categoria de Melhor Documentário, O TERRITÓRIO, co-produzido com os EUA e a Dinamarca, narra a luta de um jovem indígena e seu mentor para proteger suas terras na Amazônia contra um grupo de fazendeiros. Seu diretor, Alex Pritz, é americano, e ele conta com um nome importante como produtor: o diretor Darren Aronofsky. Existem boas chances de ser indicado ao Oscar, já que foi indicado ao Gotham Awards, PGA e no festival de Sundance.

Dentre os 15 filmes internacionais, a grande maioria já era prevista pelas premiações que já aconteceram até agora. O alemão NADA DE NOVO NO FRONT, o sul-coreano DECISÃO DE PARTIR, o francês SAINT OMER, o argentino ARGENTINA, 1985 e o polonês EO apenas confirmaram o que todos já esperavam (aliás, essas são nossas 5 apostas para serem os indicados da categoria), mas houve algumas surpresas como o filme marroquino THE BLUE CAFTAN, e o indiano LAST FILM SHOW. Como o comitê da Índia não selecionou o filme indiano de maior evidência na temporada, RRR: REVOLTA, REBELIÃO, REVOLUÇÃO (disponível na Netflix), poucos esperavam que seu substituto chegaria longe.

Neste anúncio das pré-listas, talvez a surpresa mais bacana tenha sido de CRIMES DO FUTURO na categoria de MAQUIAGEM E PENTEADO, já que apresenta corpos transformados e em mutação, com orelhas costuradas no rosto, por exemplo. Provavelmente não estará entre os 5 finalistas, mas já nos remete aos tempos áureos em que um filme de David Cronenberg estaria no Oscar como quando ganhou Melhor Maquiagem por A MOSCA. Ainda na mesma categoria, é estranha a ausência de TUDO EM TODO LUGAR AO MESMO TEMPO aqui, já que há inúmeras transformações dos personagens ao longo da trama.

Aliás, uma das ausências mais marcantes é a do filmes dos Daniels na categoria de Efeitos Visuais. Por serem inventivos, os efeitos sequer estarem na pré-lista foi algo inesperado. Por outro lado, se NADA DE NOVO NO FRONT for indicado nesta categoria, será a primeira vez na história que um filme em língua estrangeira a ser indicado. Falando nele, o filme de guerra foi o grande destaque desse anúncio, marcando presença em 5 categorias, o que nos faz pensar que terá ótimas chances de conseguir uma das 10 vagas na categoria de Melhor Filme. Outra ausência bastante criticada foi da trilha de Michael Giacchino em BATMAN.

Pra fechar, na categoria de Documentário, as ausências mais sentidas são de BOA NOITE OPPY (sobre o robô que explora Marte há 15 anos) e SR. (sobre a carreira do cineasta Robert Downey Sr., pai do intérprete de Tony Stark).

Confira as pré-listas abaixo. Destacamos em negrito os filmes que devem ser indicados.

Documentário

Dos 144 filmes elegíveis, seguem os 15 filmes que avançarão na disputa, em ordem alfabética:

All That Breathes
All the Beauty and the Bloodshed
Bad Axe
Children of the Mist
Descendant
Fire of Love
Hallelujah: Leonard Cohen, a Journey, a Song
Hidden Letters
A House Made of Splinters
The Janes
Last Flight Home
Moonage Daydream
Navalny
Retrograde
The Territory

Documentário-curta

Dos 98 filmes elegíveis, seguem os 15 filmes que avançarão na disputa, em ordem alfabética:


American Justice on Trial: People v. Newton
Anastasia
Angola Do You Hear Us? Voices from a Plantation Prison
As Far as They Can Run
The Elephant Whisperers
The Flagmakers
Happiness Is £4 Million
Haulout
Holding Moses
How Do You Measure a Year?
The Martha Mitchell Effect
Nuisance Bear
Shut Up and Paint
Stranger at the Gate
38 at the Garden

Filme Internacional

Dos 92 filmes elegíveis, seguem os 15 filmes que avançarão na disputa, em ordem alfabética. Para votar nesta categoria, o membro da Academia precisa assistir a um número mínimo de filmes. Este número não é divulgado, mas acredito que seja pelo menos 1/3 ou no caso, cerca de 30 filmes.

Argentina, Argentina, 1985
Áustria, Corsage
Bélgica, Close
Camboja, Return to Seoul
Dinmarca, Holy Spider
França, Saint Omer
Alemanha, Nada de Novo no Front
Índia, Last Film Show
Irlanda, The Quiet Girl
México, Bardo, Falsa Crônica de Algumas Verdades
Marrocos, The Blue Caftan
Paquistão, Joyland
Polônia, EO
Coreia do Sul, Decisão de Partir
Suécia, Cairo Conspiracy

Maquiagem e Penteado

Seguem os 10 filmes pré-selecionados em ordem alfabética:

Nada de Novo no Front
Amsterdam
Babilônia
Batman
Pantera Negra: Wakanda Para Sempre
Blonde

Crimes do Futuro
Elvis
Emancipation
The Whale

Trilha Original

Das 147 trilhas elegíveis, seguem as 15 pré-selecionadas em ordem alafabética:

Nada de Novo no Front
Avatar: O Caminho da Água
Babilônia
Os Banshees of Inisherin
Pantera Negra: Wakanda Para Sempre
Irmãos de Honra
Não se Preocupe, Querida
Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo
Os Fabelmans
Glass Onion: Um Mistério Knives Out
Pinóquio
Não! Não Olhe
Ela Disse
A Mulher Rei
Women Talking

Canção Original

Das 81 canções elegíveis, seguem as 15 pré-selecionadas em ordem alfabética:

“Time” de Amsterdam
“Nothing Is Lost (You Give Me Strength)” de Avatar: O Caminho da Água
“Lift Me Up” de Pantera Negra: Wakanda Para Sempre
“This Is A Life” de Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo
“Ciao Papa” de Pinóquio
“Til You’re Home” de O Pior Vizinho do Mundo
“Naatu Naatu” de RRR: Revolta, Rebelião, Revolução
“My Mind & Me” de Selena Gomez: My Mind & Me
“Good Afternoon” de Spirited: Um Conto Natalino
“Applause” de Tell It like a Woman
“Stand Up” de Till
“Hold My Hand” de Top Gun: Maverick
“Dust & Ash” de The Voice of Dust and Ash
“Carolina” de Um Lugar Bem Longe Daqui
“New Body Rhumba” de Ruído Branco

Curta de Animação

Dos 81 filmes elegíveis, seguem os 15 curtas em ordem alfabética:

Black Slide
The Boy, the Mole, the Fox and the Horse
The Debutante
The Flying Sailor
The Garbage Man
Ice Merchants
It’s Nice in Here
More than I Want to Remember
My Year of Dicks
New Moon
An Ostrich Told Me the World Is Fake and I Think I Believe It
Passenger
Save Ralph
Sierra
Steakhouse

Curta-Metragem Live Action

Dos 200 curtas elegíveis, seguem os 15 em ordem alfabética:

All in Favor
Almost Home
An Irish Goodbye
Ivalu
Le Pupille
The Lone Wolf
Nakam
Night Ride
Plastic Killer
The Red Suitcase
The Right Words
Sideral
The Treatment
Tula
Warsha

Som

Seguem os 10 filmes pré-selecionados em ordem alfabética:

Nada de Novo no Front
Avatar: O Caminho da Água
Babilônia
Batman
Pantera Negra: Wakanda Para Sempre
Elvis
Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo
Pinóquio
Moonage Daydream
Top Gun: Maverick

Efeitos Visuais

Seguem os 10 filmes pré-selecionados em ordem alfabética:

Nada de Novo no Front
Avatar: O Caminho da Água
Batman
Pantera Negra: Wakanda Para Sempre
Doutor Estranho no Multiverso da Loucura
Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore
Jurassic World Domínio
Não! Não Olhe
Treze Vidas
Top Gun: Maverick

‘TUDO EM TODO LUGAR AO MESMO TEMPO’ e ‘TÁR’ EMPATAM COMO MELHOR FILME no LAFCA

CRÍTICOS DE LOS ANGELES ADEREM ÀS CATEGORIAS DE ATUAÇÃO SEM GÊNERO E DECLARAM EMPATE PARA MELHOR FILME

Neste domingo, a Associação de Críticos de Los Angeles divulgou o resultado de sua votação em tempo real através de seu Twitter. Pela quarta vez em sua história de 48 anos, houve um empate na categoria de Melhor Filme, no caso, entre Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo e TÁR. Apesar do empate, foi o filme de Todd Field que acumulou o maior número de prêmios, ganhando quatro (Filme, Direção, Performance de Protagonista e Roteiro), enquanto o filme dos Daniels, ficou apenas com dois (Filme e Performance de Coadjuvante).

Aliás, pela primeira vez, o LAFCA alterou suas categorias de atuação para gênero neutro, contudo, não deixou de premiar mais de um vencedor em cada categoria. Em Protagonista, Cate Blanchett dividiu o prêmio com o britânico Bill Nighy pela refilmagem Living, do original japonês Viver, de Akira Kurosawa. Já em Coadjuvante, Ke Huy Quan dividiu a honraria com filipina Dolly De Leon pela sátira social que ganhou a última Palma de Ouro em Cannes, Triângulo da Tristeza.

Vale lembrar que este é o segundo prêmio da LAFCA de Cate Blanchett e Bill Nighy. Porém, enquanto ela ganhou em 2013 por Blue Jasmine, conquistando seu segundo Oscar em 2014, ele ganhou em 2003 por uma combinação de quatro filmes: AKA, Castelo dos Sonhos, Coração Sem Lei e Simplesmente Amor, mas sequer foi indicado pela Academia. Por esta performance, acredito que ele será um dos 5 indicados a Melhor Ator em 2023.

Em sua história, a LAFCA tem o hábito de reconhecer atores estrangeiros. Só pra citar alguns premiados recentes estão Penélope Cruz (Mães Paralelas), Yuh-jung Youn (Minari), Antonio Banderas (Dor e Glória) e Song Kang-ho (Parasita), mas nem sempre esses prêmios se consolidam em indicações ao Oscar. Porém, no caso de Ke Huy Quan, um ator vietnamita, esse sonho pode se concretizar, porque ainda em início de temporada de premiações, ele já conquistou o Gotham Awards e o prêmio dos críticos de Nova York (NYFCC). Caso ele se saia bem no Globo de Ouro e SAG, o Oscar estará bem próximo.

Para quem busca parâmetro com o Oscar, desde 2000, apenas quatro vencedores de Melhor Filme no LAFCA não conseguiram uma indicação da Academia: As Confissões de Schmidt, Anti-Herói Americano, WALL-E e Small Axe, mas o último nem era elegível por se tratar de uma antologia feita para a TV.

Das demais categorias, gostei da premiação de Montagem para o tocante Aftersun (será que chega no Oscar?) e Longa de Animação para Pinóquio, do Guillermo del Toro (disponível na Netflix). E uma última conclusão bacana é que esta premiação da LAFCA é um empate entre duas produções protagonizadas por mulheres, cujas atrizes estão disputando em alto nível o Oscar de Melhor Atriz.

Confira a lista completa de vencedores da LAFCA abaixo:

MELHOR FILME (EMPATE): Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo & TÁR

MELHOR DIRETOR: Todd Field (TÁR)
2º lugar: S.S. Rajamouli (RRR: Revolta, Rebelião, Revolução)

MELHOR PERFORMANCE DE PROTAGONISTA: Cate Blanchett (TÁR) & Bill Nighy (Living)
2º lugar: Danielle Deadwyler (Till) & Michelle Yeoh (Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo)

MELHOR PERFORMANCE de COADJUVANTE: Dolly de Leon (Triângulo da Tristeza) & Ke Huy Quan (Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo)
2º lugar: Jessie Buckley (Women Talking) & Brian Tyree Henry (Passagem)

MELHOR ANIMAÇÃOPinóquio
2º lugar: Marcel the Shell With Shoes On

MELHOR DOCUMENTÁRIO: All the Beauty and the Bloodshed
2º lugar: Fire of Love

MELHOR FILME INTERNACIONAL: EO (Polônia)
2º lugar: Saint Omer (França)

MELHOR ROTEIRO: Todd Field (TÁR)
2º lugar: Martin McDonagh (The Banshees of Inisherin)

MELHOR FOTOGRAFIAMichal Dymek (EO)
2º lugar: Hoyte van Hoytema (Não! Não Olhe!)

MELHOR MONTAGEM: Blair McClendon (Aftersun)
2º lugar: Monika Willi (TÁR)

MELHOR TRILHA MUSICAL: M.M. Keeravani (RRR: Revolta, Rebelião, Revolução)
2º lugar: Pawel Mykietyn (EO)

MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO: Dylan Cole, Ben Procter (Avatar: O Caminho da Água)
2º lugar: Jason Kisvarday (Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo)

PRÊMIO New Generation: Davy Chou e Park Ji-Min (Return to Seoul)

Menção Especial: Gwen Deglise, pela curadoria e celebração de Cinema em Los Angeles por um quarto de século através da Cinemateca Americana

Prêmio Douglas Edwards de Filme Experimental: De Humani Corporis Fabrica

Prêmio pelo Conjunto da ObraClaire Denis

A cerimônia está agendada para o dia 14 de Janeiro.

NATIONAL BOARD OF REVIEW ELEGE ‘TOP GUN: MAVERICK’ como MELHOR FILME

GRUPO DECIDE PREMIAR FILME DE AÇÃO QUE ARRECADOU QUASE 1,5 BILHÃO DE DÓLARES

Se você procura por uma prévia do que vai acontecer no Oscar, definitivamente o National Board of Review (NBR) não é a sua praia. Nos últimos 12 anos, apenas Green Book: O Guia conseguiu a dobradinha de levar Melhor Filme aqui e no Oscar. Ano passado, Licorice Pizza foi eleito o Melhor Filme, mas sequer levou uma estatueta para casa. Obviamente, esses prêmios da crítica não têm qualquer objetivo de projetar vencedores do Oscar, mas certamente ajudam votantes da Academia a refrescar suas memórias neste início de temporada de premiações.

Top Gun: Maverick começou sendo a sequência que ninguém pediu, foi adiada devido à pandemia e surpreendentemente foi conquistando o público nos cinemas e se tornando “o melhor filme de ação de 2022”. Este reconhecimento do NBR parece premiar mais do que a qualidade técnica ou de narrativa do filme de Joseph Kosinski, mas também como forma de agradecimento por ter trazido o público de volta às salas de cinema, algo que Christopher Nolan achou que faria com ‘Tenet’.

Sobre os prêmios de atuação, sinto em dizer que as estatísticas também não são das melhores em relação ao Oscar. Dos últimos 12 anos, apenas Casey Affleck (Manchester à Beira-Mar) e Will Smith (King Richard) consolidaram seus Oscars, o que nos faz pensar as reais chances de Colin Farrell por The Banshees of Inisherin, muito embora tenha levado também o prêmio de ator no NYFCC, revelado semana passada. O NBR já foi eclético ao premiar nesta categoria Adam Sandler por Joias Brutas e Oscar Isaac por O Ano Mais Violento, mas nenhum deles chegou ao Oscar.

A categoria de atriz tem se resumido entre Cate Blanchett por Tár (que venceu o Volpi Cup em Veneza e o NYFCC) e Michelle Yeoh por Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo, que ganha seu prêmio mais importante até aqui. Claro que a hora do vamos ver é nos prêmios televisionados como o Globo de Ouro, SAG e Critics’ Choice, mas esta vitória é essencial, já que vencedoras como Brie Larson (O Quarto de Jack) e Renée Zellweger (Judy) levaram ambos os prêmios. Infelizmente, muitas vencedoras sequer chegaram ao Oscar como Rachel Zegler (Amor, Sublime Amor) e Tilda Swinton (Precisamos Falar Sobre o Kevin).

As categorias de Coadjuvantes deram uma chacoalhada, já que apresentaram vencedores diferentes dos últimos prêmios. Na ala masculina, Brendan Gleeson vence por The Banshees of Inisherin. O ator irlandês vem sendo cogitado nos últimos anos por Calvário, O Guarda e Na Mira do Chefe, mas sempre acaba de fora. Neste intenso drama de Martin McDonagh, sua primeira indicação ao Oscar deve finalmente vir. Já na ala feminina, vencida por Janelle Monáe por Glass Onion: Um Mistério Knives Out, foi uma surpresa. A princípio, não acredito que vá converter numa indicação, mas se o mistério de Rian Johnson continuar crescendo, a campanha da atriz e cantora pode alavancar.

A vitória de Steven Spielberg por Os Fabelmans só reforça sua campanha para o 3º Oscar de Direção após A Lista de Schindler e O Resgate do Soldado Ryan. Resta-nos saber quais outros Oscar o filme semi-autobiográfico pode levar no Oscar… Por enquanto, não vejo favoritismo em nenhuma outra categoria, portanto pode acabar se tornando o próximo Ataque dos Cães, que saiu da cerimônia deste ano apenas com o Oscar de Direção. Só por curiosidade, o último vencedor desta categoria do NBR que levou o Oscar foi Martin Scorsese por Os Infiltrados lá no longínquo ano de 2006.

Dos demais prêmios, a surpreendente vitória do filme alemão Nada de Novo no Front na categoria de Roteiro Adaptado, comprovando que a Netflix andou investindo pesado além de Filme Internacional, a merecida vitória de Charlotte Wells como Direção de Estreante pelo tocante Aftersun, e a animação stop motion Marcel the Shells with Shoes On como Longa de Animação.

Das ausências desta seleção, a mais sentida foi Tár, que não levou nenhum prêmio, ficando sequer entre os Top 10 filmes do ano. Estranho, não?

Confira a lista dos vencedores do NBR 2022:

MELHOR FILME
Top Gun: Maverick (Paramount Pictures)

MELHOR DIREÇÃO
 Steven Spielberg (Os Fabelmans) (Universal Pictures)

MELHOR ATOR
Colin Farrell (The Banshees of Inisherin) (Searchlight Pictures)

MELHOR ATRIZ
Michelle Yeoh (Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo) (A24)

MELHOR ATOR COADJUVANTE
Brendan Gleeson (The Banshees of Inisherin) (Searchlight Pictures)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Janelle Monáe (Glass Onion: Um Mistério Knives Out) (Netflix)

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
Martin McDonagh (The Banshees of Inisherin) (Searchlight Pictures)

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
Edward Berger, Lesley Paterson, Ian Stokell (Nada de Novo no Front) (Netflix)

MELHOR PERFORMANCE REVELAÇÃO
Danielle Deadwyler (Till) (Orion/United Artists Releasing)
Gabriel LaBelle (Os Fabelmans) (Universal Pictures)

MELHOR ESTREIA NA DIREÇÃO
Charlotte Wells (Aftersun) (A24)

MELHOR LONGA DE ANIMAÇÃO
Marcel the Shell With Shoes On (A24)

MELHOR FILME INTERNACIONAL
Close – Bélgica (A24)

MELHOR DOCUMENTÁRIO
Sr. (Netflix)

MELHOR ELENCO 
Women Talking (MGM/United Artists Releasing)

MELHOR FOTOGRAFIA
Claudio Miranda, “Top Gun: Maverick” (Paramount Pictures)

NBR Freedom of Expression Awards: “All the Beauty and the Bloodshed” (Neon) and “Argentina, 1985” (Amazon Studios)

TOP FILMES (em ordem alfabética):

  • “Aftersun” (A24)
  • “Avatar: The Way of Water” (20th Century Studios)
  • “The Banshees of Inisherin” (Searchlight Pictures)
  • “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” (A24)
  • “Os Fabelmans” (Universal Pictures)
  • “Glass Onion: Um Mistério Knives Out” (Netflix)
  • “RRR” (Variance Films)
  • “Till” (Orion/United Artists Releasing)
  • “A Mulher Rei” (Sony Pictures)
  • “Women Talking”

TOP 5 FILMES INTERNACIONAIS (em ordem alfabética):

  • “Nada de Novo no Front” (Alemanha)
  • “Argentina, 1985” (Argentina)
  • “Decisão de Partir” (Coreia do Sul)
  • “EO” (Polônia)
  • “Saint Omer” (França)

TOP 5 DOCUMENTÁRIOS (em ordem alfabética):

  • “All the Beauty and the Bloodshed” (Neon)
  • “All That Breathes” (HBO)
  • “Descendant” (Netflix)
  • “Turn Every Page – The Adventures of Robert Caro and Robert Gottlieb” (Sony Pictures Classics)
  • “Wildcat” (Amazon Studios)

TOP 10 FILMES INDEPENDENTES (em ordem alfabética):

  • “Armageddon Time” (Focus Features)
  • “Emily the Criminal” (Roadside Attractions/Vertical Entertainment)
  • “The Eternal Daughter” (A24)
  • “Funny Pages” (A24)
  • “The Inspection” (A24)
  • “Living” (Sony Pictures Classics)
  • “A Love Song” (Bleecker Street)
  • “Nanny” (Amazon Studios)
  • “O Milagre” (Netflix)
  • “To Leslie” (Momentum Pictures)

‘TÁR’ VENCE o NYFCC como MELHOR FILME

FILME INDIANO É UMA DAS SURPRESAS NA SELEÇÃO DOS CRÍTICOS NOVA-IORQUINOS

Nesta sexta-feira, 02, o Círculo de Críticos de Nova York anunciou sua seleção de melhores de 2022. TÁR venceu como Melhor Filme e, como esperado, levou o prêmio de Atriz para Cate Blanchett. Coincidentemente, quando levou o mesmo prêmio em 2013, a australiana também levou o Oscar por Blue Jasmine.

Conforme aconteceu poucos dias atrás, o vietnamita Ke Huy Quan ganhou o prêmio de Ator Coadjuvante pela aventura Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo. Apesar de ser apenas o início da temporada de premiações, o ator certamente larga na frente e pode assumir o favoritismo da categoria. Algo um pouco semelhante acontece com Colin Farrell, que já havia faturado o prêmio de Ator no Festival de Veneza por The Banshees of Inisherin e volta a ganhar outro importante reconhecimento. O que pode lhe prejudicar é a divisão de votos que pode haver entre suas duas performances: a do filme de Martin McDonagh e de After Yang.

Duas grandes surpresas deste anúncio: Keke Palmer como Atriz Coadjuvante por Não! Não Olhe! Não que ela não mereça esse reconhecimento, mas ela não vinha nem sendo lembrada por vários especialistas. Quem sabe esse prêmio não a coloque de volta à corrida? E a outra, obviamente, é a premiação de S.S. Rajamouli pela direção do blockbuster indiano RRR, disponível na Netflix. Quando todos imaginavam que o filme seria o representante da Índia na disputa pelo Oscar de Filme Internacional, o comitê do país decidiu selecionar outra produção. Felizmente, isso não impede o filme de ser indicado em outras categorias como Fotografia, Design de Produção, Trilha Original e até mesmo Direção. Nos últimos anos, sempre tem havido pelo menos um diretor estrangeiro na categoria.

O prêmio de Fotografia para Top Gun: Maverick mostra que o filme de ação não estará presente no Oscar apenas pelo sucesso de bilheteria estrondoso, mas por sua qualidade técnica… e claro, a canção de Lady Gaga, que prevejo ganhar o Oscar da categoria. É muito bacana também ver uma animação fora do eixo Disney e Pixar ganhar, principalmente num ano em que nenhuma animação mainstream está sendo cogitada como favorita. Marcel the Shell With Shoes On é uma adorável história de um molusco utilizando a técnica de stop motion da A24 que merece mais atenção.

Pra fechar, EO, de Jerzy Skolimowski, que acompanha a jornada de um burro pela Europa moderna, vence como Filme Internacional, lembrando que é o representante oficial da Polônia, e deve figurar na pré-lista que sai ainda em Dezembro.

SEGUEM OS VENCEDORES DO NYFCC 2022:

FILME
TÁR
Dir: Todd Field

DIREÇÃO
S. S. Rajamouli (RRR)

ATOR
Colin Farrell (After Yang) (The Banshees of Inisherin)

ATRIZ
Cate Blanchett (TÁR)

ATOR COADJUVANTE
Ke Huy Quan (Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo)

ATRIZ COADJUVANTE
Keke Palmer (Não! Não Olhe!)

ROTEIRO
Martin McDonagh (The Banshees of Inisherin)

FOTOGRAFIA
Claudio Miranda (Top Gun: Maverick)

FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRO
EO
Dir: Jerzy Skolimowski

FILME DE NÃO-FICÇÃO
All the Beauty and the Bloodshed

LONGA DE ANIMAÇÃO
Marcel the Shell with Shoes On
Dir: Dean Fleischer-Camp

FILME DE ESTREIA
Aftersun
Dir: Charlotte Wells

Special Award: Jake Perlin, curador, distribuidor, editor, em reconhecimento de suas indispensáveis contribuições à cultura de filme.

Special Award: dGenerate Films, por seu inestimável trabalho em trazer filmes independentes da China.

Special Award: Jafar Panahi, por sua bravura obstinada como artista e pela humanidade e beleza de uma obra criada nas circunstâncias mais opressivas.