WGA elege os 101 Melhores Roteiros

Cena antológica do roteiro de Casablanca, o primeiro colocado da lista da WGA

Cena antológica do roteiro de Casablanca, o primeiro colocado da lista da WGA

O Writers Guild of America (WGA) não se limita apenas a eleger os melhores trabalhos de roteiro do ano para que a Academia use de parâmetro no Oscar. Não. Nas horas vagas, eles também fazem listinhas! Afinal, que tipo de cinéfilo não curte listas?

O intuito dessa nova lista seria a inclusão de filmes mais recentes como o cult romântico Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças (2004) e o metalingüístico Adaptação. (2002), ambos de autoria de Charlie Kaufman, um dos mais inovadores roteiristas da nova geração. Alguns filmes da década de 90 também se misturam entre os grandes clássicos do Cinema: Beleza Americana (1999), Los Angeles – Cidade Proibida (1997), Forrest Gump – O Contador de Histórias (1994), Um Sonho de Liberdade (1994), Os Suspeitos (1995) e Thelma & Louise (1991).

Sendo o Cinema a Sétima e mais nova Arte, alguns filmes são figuras carimbadas nesses quase 120 anos de existência. São obras tão fundamentais que dificilmente largam as primeiras posições: Casablanca (1943), Cidadão Kane (1941), O Poderoso Chefão (1972) e Chinatown (1974) sempre servem como filmes de análise de roteiro em livros como os dos experts de Hollywood Robert McKee e Syd Field.

Claro que, como toda lista, esta serve como ótima referência para aqueles que buscam uma luz no conhecimento dos filmes. “Por que aqueles críticos dos jornais falam tão mal do filme em cartaz nos cinemas?”, muitos se perguntam. Seriam os críticos pessoas azedas por natureza? Um ou outro, sim. Mas a maioria assistiu aos filmes inclusos nessa lista abaixo e não há como ficar indiferente depois.

Vale ressaltar que o diretor/roteirista/ator Woody Allen é o recordista na lista com 4 trabalhos: Noivo Neurótico, Noiva Nervosa, Manhattan, Crimes e Pecados e Hannah e Suas Irmãs.

Particularmente, senti falta dos roteiros de Horton Foote de A Força do Carinho e Regresso Para Bountiful. E como se trata de uma lista de 101 filmes, inevitavelmente há vários roteiros famosos de ficaram de fora, como os oscarizados Fale com Ela, de Pedro Almodóvar, O Segredo de Brokeback Mountain, de Larry McMurtry e Diana Ossana, e Pequena Miss Sunshine, de Michael Arndt. Por outro lado, note que a maioria foi pelo menos indicada ao Oscar.

1. CASABLANCA
Roteiro de Julius J. & Philip G. Epstein e Howard Koch.
Baseado na peça “Everybody Comes to Rick’s” de Murray Burnett e Joan AlisonGOLD-Icon_CampasR
Vencedor do Oscar de Roteiro (1944)
2. O PODEROSO CHEFÃO (THE GODFATHER)
Roteiro de Mario Puzo e Francis Ford Coppola. Baseado no romance de Mario Puzo
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Adaptado (1973)
3. CHINATOWN
Escrito por Robert Towne
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Original (1975)
4. CIDADÃO KANE (CITIZEN KANE)
Escrito por Herman Mankiewicz e Orson Welles
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Original (1942)
5. A MALVADA (ALL ABOUT EVE)
Roteiro de Joseph L. Mankiewicz. Baseado na história curta e peça de rádio “The Wisdom of Eve,” de Mary Orr
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro (1951)
6. NOIVO NEURÓTICO, NOIVA NERVOSA (ANNIE HALL)
Escrito por Woody Allen e Marshall Brickman
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Original (1978)
7. CREPÚSCULO DOS DEUSES (SUNSET BLVD.)
Escrito por Charles Brackett, Billy Wilder e D.M. Marshman, Jr.
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro (1951)
8. REDE DE INTRIGAS (NETWORK)
Escrito por Paddy Chayefsky
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Original (1977)
9. QUANTO MAIS QUENTE MELHOR (SOME LIKE IT HOT)
Roteiro de Billy Wilder & I.A.L. Diamond. Baseado no filme alemão “Fanfare of Love,” escrito por Robert Thoeren e M. Logan
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Adaptado (1960)
10. O PODEROSO CHEFÃO – PARTE II (THE GODFATHER II)
Roteiro de Francis Ford Coppola e Mario Puzo. Baseado no romance “The Godfather” de Mario Puzo
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Adaptado (1975)
11. BUTCH CASSIDY (BUTCH CASSIDY AND THE SUNDANCE KID)
Escrito por William Goldman
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Original (1970)
12. DR. FANTÁSTICO (DR. STRANGELOVE OR: HOW I LEARNED TO STOP WORRYING AND LOVE THE BOMB)
Roteiro de Stanley Kubrick, Peter George e Terry Southern. Baseado no romance “Red Alert” de Peter George
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Adaptado (1965)
13. A PRIMEIRA NOITE DE UM HOMEM (THE GRADUATE)
Roteiro de Calder Willingham e Buck Henry. Baseado no romance de Charles Webb
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Adaptado (1968)
14. LAWRENCE DA ARÁBIA (LAWRENCE OF ARABIA)
Roteiro de Robert Bolt e Michael Wilson. Baseado nos diários de Col. T.E. Lawrence
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Adaptado (1963)
15. SE MEU APARTAMENTO FALASSE (THE APARTMENT)
Escrito por Billy Wilder & I.A.L. Diamond
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Original (1961)
16. PULP FICTION – TEMPO DE VIOLÊNCIA (PULP FICTION)
Escrito por Quentin Tarantino. Histórias de Quentin Tarantino & Roger Avary
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Original (1995)
17. TOOTSIE
Roteiro de Larry Gelbart e Murray Schisgal. História de Don McGuire e Larry Gelbart
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Original (1983)
18. SINDICATO DE LADRÕES (ON THE WATERFRONT)
Roteiro de Budd Schulberg. Baseado em “Crime on the Waterfront” artigos de Malcolm Johnson
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro (1955)
19. O SOL É PARA TODOS (TO KILL A MOCKINGBIRD)
Roteiro de Horton Foote. Baseado no romance de Harper Lee
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Adaptado (1963)
20. A FELICIDADE NÃO SE COMPRA (IT’S A WONDERFUL LIFE)
Roteiro de Frances Goodrich & Albert Hackett & Frank Capra. Baseado na história curta “The Greatest Gift” de Philip Van Doren Stern. Contribuições ao roteiro por Michael Wilson e Jo Swerling
21. INTRIGA INTERNACIONAL (NORTH BY NORTHWEST)
Escrito por Ernest Lehman
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Original (1960)
22. UM SONHO DE LIBERDADE (THE SHAWSHANK REDEMPTION)
Roteiro de Frank Darabont. Baseado na história curta “Rita Hayworth and the Shawshank Redemption” de Stephen King
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Adaptado (1995)
23. … E O VENTO LEVOU (GONE WITH THE WIND)
Roteiro de Sidney Howard. Baseado no romance de Margaret Mitchell
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro (1940)
24. BRILHO ETERNO DE UMA MENTE SEM LEMBRANÇAS (ETERNAL SUNSHINE OF THE SPOTLESS MIND)
Roteiro de Charlie Kaufman. História de Charlie Kaufman & Michel Gondry & Pierre Bismuth
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Original (2005)
25. O MÁGICO DE OZ (THE WIZARD OF OZ)
Roteiro de Noel Langley, Florence Ryerson e Edgar Allan Woolf Adaptation por Noel Langley. Baseado no romance de L. Frank Baum
26. PACTO DE SANGUE (DOUBLE INDEMNITY)
Roteiro de Billy Wilder e Raymond Chandler. Baseado no romance de James M. Cain
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro (1945)
27. FEITIÇO DO TEMPO (GROUNDHOG DAY)
Roteiro de Danny Rubin e Harold Ramis. História de Danny Rubin
28. SHAKESPEARE APAIXONADO (SHAKESPEARE IN LOVE)
Escrito por Marc Norman e Tom Stoppard
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Adaptado (1999)
29. CONTRASTES HUMANOS (SULLIVAN’S TRAVELS)
Escrito por Preston Sturges
30. OS IMPERDOÁVEIS (UNFORGIVEN)
Escrito por David Webb Peoples
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Original (1993)
31. JEJUM DE AMOR (HIS GIRL FRIDAY)
Roteiro de Charles Lederer. Baseado na peça “The Front Page” de Ben Hecht & Charles MacArthur
32. FARGO
Escrito por Joel Coen & Ethan Coen
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Original (1997)
33. O TERCEIRO HOMEM (THE THIRD MAN)
Roteiro de Graham Greene. História de Graham Greene. Baseado na história curta de Graham Greene
34. A EMBRIAGUEZ DO SUCESSO (THE SWEET SMELL OF SUCCESS)
Roteiro de Clifford Odets e Ernest Lehman. De um mini-romance de Ernest Lehman
35. OS SUSPEITOS (THE USUAL SUSPECTS)
Escrito por Christopher McQuarrie
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Original (1996)
36. PERDIDOS NA NOITE (MIDNIGHT COWBOY)
Roteiro de Waldo Salt. Baseado no romance de James Leo Herlihy
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Adaptado (1970)
37. NÚPCIAS DE ESCÂNDALO (THE PHILADELPHIA STORY)
Roteiro de Donald Ogden Stewart. Baseado na peça de Philip Barry
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro (1941)
38. BELEZA AMERICANA (AMERICAN BEAUTY)
Escrito por Alan Ball
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Original (2000)
39. GOLPE DE MESTRE (THE STING)
Escrito por David S. Ward
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Original (1974)
40. HARRY & SALLY – FEITOS UM PARA O OUTRO (WHEN HARRY MET SALLY…)
Escrito por Nora Ephron
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Original (1990)
41. OS BONS COMPANHEIROS (GOODFELLAS)
Roteiro de Nicholas Pileggi & Martin Scorsese. Baseado no livro “Wise Guy” de Nicholas Pileggi
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Adaptado (1991)
42. OS CAÇADORES DA ARCA PERDIDA (RAIDERS OF THE LOST ARK)
Roteiro de Lawrence Kasdan. História de George Lucas e Philip Kaufman
43. TAXI DRIVER
Escrito por Paul Schrader
44. OS MELHORES ANOS DE NOSSAS VIDAS (THE BEST YEARS OF OUR LIVES)
Roteiro de Robert E. Sherwood. Baseado no romance “Glory For Me” de MacKinley Kantor
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro (1947)
45. UM ESTRANHO NO NINHO (ONE FLEW OVER THE CUCKOO’S NEST)
Roteiro de Lawrence Hauben e Bo Goldman. Baseado no romance de Ken Kesey
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Adaptado (1976)
46. O TESOURO DE SIERRA MADRE (THE TREASURE OF THE SIERRA MADRE)
Roteiro de John Huston. Baseado no romance de B. Traven
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro (1949)
47. O FALCÃO MALTÊS/ RELÍQUIA MACABRA (THE MALTESE FALCON)
Roteiro de John Huston. Baseado no romance de Dashiell Hammett
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro (1942)
48. A PONTE DO RIO KWAI (THE BRIDGE ON THE RIVER KWAI)
Roteiro de Carl Foreman e Michael Wilson. Baseado no romance de Pierre Boulle
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Adaptado (1958)
49. A LISTA DE SCHINDLER (SCHINDLER’S LIST)
Roteiro de Steven Zaillian. Baseado no romance de Thomas Keneally
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Adaptado (1994)
50. O SEXTO SENTIDO (THE SIXTH SENSE)
Escrito por M. Night Shyamalan
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Original (2000)
51. NOS BASTIDORES DA NOTÍCIA (BROADCAST NEWS)
Escrito por James L. Brooks
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Original (1988)
52. AS TRÊS NOITES DE EVA (THE LADY EVE)
Roteiro de Preston Sturges. História de Monckton Hoffe
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro (1942)
53. TODOS OS HOMENS DO PRESIDENTE (ALL THE PRESIDENT’S MEN)
Roteiro de William Goldman. Baseado no livro de Carl Bernstein & Bob Woodward
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Adaptado (1977)
54. MANHATTAN
Escrito por Woody Allen & Marshall Brickman
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Original (1980)
55. APOCALYPSE NOW
Escrito por John Milius e Francis Coppola. Narração por Michael Herr
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Adaptado (1980)
56. DE VOLTA PARA O FUTURO (BACK TO THE FUTURE)
Escrito por Robert Zemeckis & Bob Gale
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Original (1986)
57. CRIMES E PECADOS (CRIMES AND MISDEMEANORS)
Escrito por Woody Allen
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Original (1990)
58. GENTE COMO A GENTE (ORDINARY PEOPLE)
Roteiro de Alvin Sargent. Baseado no romance de Judith Guest
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Adaptado (1981)
59. ACONTECEU NAQUELA NOITE (IT HAPPENED ONE NIGHT)
Roteiro de Robert Riskin. Baseado na história “Night Bus” de Samuel Hopkins Adams
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Adaptado (1935)
60. LOS ANGELES – CIDADE PROIBIDA (L.A. CONFIDENTIAL)
Roteiro de Brian Helgeland & Curtis Hanson. Baseado no romance de James Ellroy
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Adaptado (1998)
61. O SILÊNCIO DOS INOCENTES (THE SILENCE OF THE LAMBS)
Roteiro de Ted Tally. Baseado no romance de Thomas Harris
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Adaptado (1992)
62. FEITIÇO DA LUA (MOONSTRUCK)
Escrito por John Patrick Shanley
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Original (1988)
63. TUBARÃO (JAWS)
Roteiro de Peter Benchley e Carl Gottlieb. Baseado no romance de Peter Benchley
64. LAÇOS DE TERNURA (TERMS OF ENDEARMENT)
Roteiro de James L. Brooks. Baseado no romance de Larry McMurtry
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Adaptado (1984)
65. CANTANDO NA CHUVA (SINGIN’ IN THE RAIN)
Roteiro de Betty Comden & Adolph Green. Baseado na canção de Arthur Freed e Nacio Herb Brown
66. JERRY MAGUIRE – A GRANDE VIRADA (JERRY MAGUIRE)
Escrito por Cameron Crowe
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Original (1997)
67. E.T. – O EXTRATERRESTRE (E.T. THE EXTRA-TERRESTRIAL)
Escrito por Melissa Mathison
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Original (1983)
68. GUERRA NAS ESTRELAS (STAR WARS)
Escrito por George Lucas
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Original (1978)
69. UM DIA DE CÃO (DOG DAY AFTERNOON)
Roteiro de Frank Pierson. Baseado no artigo de revista de P.F. Kluge e Thomas Moore
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Original (1976)
70. UMA AVENTURA NA ÁFRICA (THE AFRICAN QUEEN)
Roteiro de James Agee e John Huston. Baseado no romance de C.S. Forester
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro (1952)
71. O LEÃO NO INVERNO (THE LION IN WINTER)
Roteiro de James Goldman. Baseado na peça de James Goldman
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Adaptado (1969)
72. THELMA & LOUISE
Escrito por Callie Khouri
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Original (1992)
73. AMADEUS
Roteiro de Peter Shaffer. Baseado em sua peça
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Adaptado (1985)
74. QUERO SER JOHN MALKOVICH (BEING JOHN MALKOVICH)
Escrito por Charlie Kaufman
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Original (2000)
75. MATAR OU MORRER (HIGH NOON)
Roteiro de Carl Foreman. Baseado na história curta “The Tin Star” de John W. Cunningham
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro (1953)
76. TOURO INDOMÁVEL (RAGING BULL)
Roteiro de Paul Schrader e Mardik Martin. Baseado no livro de Jake La Motta com Joseph Carter e Peter Savage
77. ADAPTAÇÃO. (ADAPTATION.)
Roteiro de Charlie Kaufman e Donald Kaufman. Baseado no livro “The Orchid Thief” de Susan Orlean
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Adaptado (2003)
78. ROCKY – UM LUTADOR (ROCKY)
Escrito por Sylvester Stallone
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Original (1977)
79. APRENDA A PERDER DINHEIRO (THE PRODUCERS)
Escrito por Mel Brooks
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Original (1969)
80. A TESTEMUNHA (WITNESS)
Roteiro de Earl W. Wallace & William Kelley. História de William Kelley e Pamela Wallace & Earl W. Wallace
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Original (1986)
81. MUITO ALÉM DO JARDIM (BEING THERE)
Roteiro de Jerzy Kosinski. Inspirado no romance de Jerzy Kosinski
82. REBELDIA INDOMÁVEL (COOL HAND LUKE)
Roteiro de Donn Pearce e Frank Pierson. Baseado no romance de Donn Pearce
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Adaptado (1968)
83. JANELA INDISCRETA (REAR WINDOW)
Roteiro de John Michael Hayes. Baseado na história curta de Cornell Woolrich
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro (1955)
84. A PRINCESA PROMETIDA (THE PRINCESS BRIDE)
Roteiro de William Goldman. Baseado em seu romance
85. A GRANDE ILUSÃO (LA GRANDE ILLUSION)
Escrito por Jean Renoir e Charles Spaak
86. ENSINA-ME A VIVER (HAROLD & MAUDE)
Escrito por Colin Higgins
87. 8 ½
Roteiro de Federico Fellini, Tullio Pinelli, Ennio Flaiano, Brunello Rond. História de Fellini, Flaiano
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Original (1964)
88. CAMPO DOS SONHOS (FIELD OF DREAMS)
Roteiro de Phil Alden Robinson. Baseado no livro de W.P. Kinsella
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Adaptado (1990)
89. FORREST GUMP – O CONTADOR DE HISTÓRIAS (FORREST GUMP)
Roteiro de Eric Roth. Baseado no romance de Winston Groom
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Adaptado (1995)
90. SIDEWAYS – ENTRE UMAS E OUTRAS (SIDEWAYS)
Roteiro de Alexander Payne & Jim Taylor. Baseado no romance de Rex Pickett
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Adaptado (2005)
91. O VEREDICTO (THE VERDICT)
Roteiro de David Mamet. Baseado no romance de Barry Reed
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Adaptado (1983)
92. PSICOSE (PSYCHO)
Roteiro de Joseph Stefano. Baseado no romance de Robert Bloch
93. FAÇA A COISA CERTA (DO THE RIGHT THING)
Escrito por Spike Lee
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Original (1990)
94. PATTON – REBELDE OU HERÓI? (PATTON)
Roteiro de Francis Ford Coppola e Edmund H. North. Baseado em “A Soldier’s Story” de Omar H. Bradley e “Patton: Ordeal and Triumph” de Ladislas Farago
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Original (1971)
95. HANNAH E SUAS IRMÃS (HANNAH AND HER SISTERS)
Escrito por Woody Allen
GOLD-Icon_CampasRVencedor do Oscar de Roteiro Original (1987)
96. DESAFIO À CORRUPÇÃO (THE HUSTLER)
Roteiro de Sidney Carroll & Robert Rossen. Baseado no romance de Walter Tevis
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Adaptado (1962)
97. RASTROS DE ÓDIO (THE SEARCHERS)
Roteiro de Frank S. Nugent. Baseado no romance de Alan Le May
98. AS VINHAS DA IRA (THE GRAPES OF WRATH)
Roteiro de Nunnally Johnson. Baseado no romance de John Steinbeck
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro (1941)
99. MEU ÓDIO SERÁ SUA HERANÇA (THE WILD BUNCH)
Roteiro de Walon Green e Sam Peckinpah. História por Walon Green e Roy Sickner
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Original (1970)
100. AMNÉSIA (MEMENTO)
Roteiro de Christopher Nolan. Baseado na história curta “Memento Mori” de Jonathan Nolan
GOLD-Icon_CampasRIndicado ao Oscar de Roteiro Original (2002)
101. INTERLÚDIO (NOTORIOUS)
Escrito por Ben Hecht
GOLD-Icon_CampasRIndicado o Oscar de Roteiro Original (1947)

Mulheres no Cinema

Zooey Deschannel como a inesquecível e inexplicável Summer de (500) Dias com Ela (photo by olszowy.com.pl)

Zooey Deschanel como a inesquecível e inexplicável Summer de (500) Dias com Ela (photo by olszowy.com.pl)

Primeiramente, Feliz Dia Internacional da Mulher!

Não sei exatamente qual a porcentagem de mulheres internautas e cinéfilas que perambulam pelo blog, mas desejo um dia excepcional a todas! Ao ler a coluna da Lúcia Guimarães, no jornal Estado de S. Paulo do dia 05 de março, descobri que a data comemorativa fora criada em 1909 nos EUA originalmente como o Dia Internacional da Mulher Trabalhadora, inspirada por socialistas numa época em que as mulheres sequer tinham direito ao voto.

Apesar da mulher de hoje ser tratada de forma mais digna, ainda falta muito para que ela alcance a igualdade plena. E vejo a data comemorariva como forma de nos lembrar de que essa luta ainda está longe do fim. Além de problemas como a desigualdade salarial, o que mais preocupa é a violência contra as mulheres, e não me refiro aos casos na terra do machismo extremo como no Oriente Médio, mas aqui no Brasil.

Só o aumento do número de delegacias da mulher já reflete essa escalada da violência doméstica. E embora a lei Maria da Penha tenha sido uma importante conquista, as denúncias contra os parceiros ainda são bastante tímidas devido às penas brandas. Infelizmente, ameaças não garantem um boletim de ocorrência, muito menos atitudes policiais. O Brasil ainda engatinha nessa importante questão para uma sociedade civilizada.

Mesmo que ainda estejamos distantes do ideal, espero que um dia não haja mais a necessidade do Dia Internacional da Mulher. Afinal, todo dia é dia da mulher. O que seríamos de nós, homens, sem as mulheres? Esposas, namoradas, mães, tias, primas, amigas, ficantes… a lista é extensa. Na tentativa de homenageá-las, recordei algumas personagens fortes que encantaram (ou assustaram) platéias do cinema. A seleção enxuta, que possui ordem aleatória, busca ressaltar essências femininas que fascinam: delicadeza, ternura, força e inteligência.

Linda Hamilton nos dois filmes de O Exterminador do Futuro (montagem por bodygeeks.com)

Linda Hamilton nos dois filmes de O Exterminador do Futuro (montagem por bodygeeks.com)

SARAH CONNOR (Linda Hamilton) em O Exterminador do Futuro (1984) e O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (1992)

Se a pergunta “Até onde uma mãe vai para salvar seu filho?” já mexe com os limites de uma mãe, imagine então para manter o filho vivo para salvar o planeta? No primeiro filme de James Cameron, a ficha ainda não caiu para Sarah Connor. Ela tem uma vida pacata, trabalhando como garçonete no subúrbio americano. Essa história maluca de que seu filho será uma importante peça para o futuro da humanidade mexe com toda a lógica da personagem.

Já convencida da veracidade do fim do mundo depois de ser quase assassinada por um ciborgue, no segundo filme, ela se prepara para a guerra, deixando o comportamento mais ingênuo de lado. Internada num hospital pisquiátrico por causa das previsões, ela utiliza artimanhas para fugir e finalmente procurar seu filho.

O que impressiona aqui é a transformação física e psicológica de Sarah Connor. A atriz Linda Hamilton se envolveu de tal forma com a história que acabou ganhando massa muscular e até feições masculinas, motivo pelo qual teria recebido críticas na época do lançamento. Curiosamente, Hamilton ficou casada com o diretor tirano James Cameron até pouco depois do sucesso de Titanic, quando ele resolveu trocá-la pela atriz Suzy Amis.

Michelle Pfeiffer como Mulher-Gato em Batman - O Retorno (photo by herocomplex.latimes.com)

Michelle Pfeiffer como Mulher-Gato em Batman – O Retorno (photo by herocomplex.latimes.com)

MULHER-GATO (Michelle Pfeiffer) em Batman – O Retorno (1992)

“Oi, querido! Cheguei!… Esqueci que não sou casada”. A solitária secretária Selina Kyle chega em casa e profere essa frase todos os dias. Morando sozinha, tendo como única companhia sua gatinha, ela anda estressada com sua vida profissional, familiar e amorosa. Ao contrário dos quadrinhos em que a personagem é uma ladra profissional, Selina muda de vida quando seu patrão Max (Christopher Walken), empurra-a da janela. Numa atmosfera sobrenatural, o filme de Tim Burton cria o alter-ego dela através das mordidas de vários gatos no cadáver gélido.

Ressuscitada e com nove vidas, ela passa por um processo de transformação. A Mulher-Gato é exatamente o oposto de Selina Kyle: livre, anárquica e apaixonante. Obviamente, essa nova vida dupla altera seu comportamento, dando-lhe auto-confiança em meio a tantos personagens masculinos da trama.

O filme pode ter recebido algumas duras críticas em relação ao lado caricato que Tim Burton queria imprimir, além da trama sombria demais, porém Michelle Pfeiffer saiu ilesa por sua interpretação como Mulher-Gato. Até hoje sua figura sensual serve como referência ao universo de Batman, algo que Anne Hathaway nem passou perto com Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge.

Diane Keaton inaugura um estilo em Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (photo by moviepilot.de)

Diane Keaton inaugura um estilo em Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (photo by moviepilot.de)

ANNIE HALL (Diane Keaton) em Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (1977)

Criativa, inteligente, carinhosa e com um estilo próprio, Annie Hall conquistou toda uma geração de homens e mulheres nos anos 70. Cantora amadora de clubes noturnos, ela conhece o comediante Alvy Singer (Woody Allen) através de amigos em comum numa partida de tênis em Nova York.

A atriz Diane Keaton cedeu um pouco de si mesma para poder criar essa personagem que modernizou a mulher no cinema. Annie Hall tinha atitude, voz ativa, independência, mas continuava feminina, graciosa com pitadas de loucura. No filme, acompanhamos a complexidade do protagonista Alvy, que faz terapia há 15 anos, conferindo o fracasso de seus casos amorosos anteriores. Quando Annie surge, ela consegue conquistar o coração dele de mansinho. Numa conversa mais séria, ela consegue impressioná-lo ao rebater seu papo filosófico, criando uma química que torna o sexo mais interessante. Vale ressaltar que o figurino de Annie, composta por peças masculinas como a gravata, gerou uma série de seguidores.

O diretor e roteirista Woody Allen tem fama de longa data pela criação de incontáveis personagens femininas marcantes. Além de Annie, podemos citar a atriz com problemas de grandiosidade Helen Sinclair em Tiros na Broadway, a atriz pornô Linda Ash de Poderosa Afrodite, a calorosa Nola Rice de Ponto Final – Match Point. Diane Keaton levou seu único Oscar pelo papel.

Sigourney Weaver como mãe em Aliens, o Resgate (photo by OutNow.CH)

Sigourney Weaver como mãe em Aliens, o Resgate (photo by OutNow.CH)

ELLEN RIPLEY (Sigourney Weaver) em Aliens, o Resgate (1986)

Guerreira, mãe e sobrevivente, esta personagem já passou muitos perrengues com a raça alienígena que invade sua nave Nostromo em Alien, o Oitavo Passageiro (1979). No primeiro filme, Ripley sequer era a personagem principal, mas ao longo dos quatro filmes, a atriz Sigourney Weaver, que trabalhou com 4 diretores diferentes, entrega uma nova faceta dessa mulher. Na sequência Aliens, o Resgate (1986), ela demonstra que é capaz de tudo para salvar a menina Newt, que a tomou como filha.

Ela cria uma espécie de pacto de nunca abandoná-la. E cumpre o que promete. Na sequência final, Ripley volta para o criadouro de aliens, repleto de ovos e encara a rainha deles para resgatar Newt. O instinto feminino de Ripley fala tão alto que chega a intimidar a líder dos alienígenas, não poupando esforços para salvar a menina, inclusive utilizando um traje mecânico para lutar corpo a corpo.

Tanto esforço acaba indo pelo ralo no início do terceiro filme da série. O jovem promissor David Fincher assume a cadeira de diretor e logo mata a menina e todos os demais tripulantes da nave, exceto Ripley, numa queda logo no início do filme, o que irritou bastante o diretor James Cameron (de Aliens, o Resgate).

Kathleen Turner em Mamãe é de Morte (photo by futuracast.wordpress.com)

Kathleen Turner em Mamãe é de Morte (photo by futuracast.wordpress.com)

BEVERLY SUTPHIN (Kathleen Turner) em Mamãe é de Morte (1994)

Proteção da família elevado ao nível extremo, Beverly se mostra a dona-de-casa exemplar do subúrbio americano, até que surgem investigações de crimes na região, sendo a primeira delas uma denúncia de ligações telefônicas em tom grosseiro. Kathleen Turner se transforma ao passar os trotes para sua vizinha, só porque ela roubou a sua vaga de estacionamento no mercado.

O diretor John Waters queria Susan Sarandon, mas o salário pedido foi muito alto, ainda mais depois do sucesso de Thelma & Louise (1991). Já em baixa após os bem-sucedidos anos 80, Kathleen Turner aceitou o papel se nitidamente ela se diverte interpretando Beverly.

Além dos crimes hediondos cometidos para agradar seus entes queridos, ela ainda consegue ser sua própria advogada no tribunal e reverter as evidências contra ela. Embora seja meio despirocada, a personagem leva à sério a segurança do núcleo familiar. Em tempos atuais de famílias sem a figura paterna, ela teria que se desdobrar ainda mais para cumprir suas obrigações e alimentar suas obsessões assassinas.

Holly Hunter dubla Elastigirl em Os Incríveis (photo by OutNow.CH)

Holly Hunter dubla Elastigirl em Os Incríveis (photo by OutNow.CH)

HELEN PARR (voz de Holly Hunter) em Os Incríveis (2004)

Enquanto 90% da população masculina votaria em Jessica Rabbit como personagem feminina em animação, gostaria de lembrar da figura arrebatadora de Helen Parr, a fantástica Elastigirl. Logo no começo quando ela fala para Mr. Incredible “You need to be more… flexible!” (Você precisa ser mais… flexível!)” e demonstra o quão flexível ela é, ela já comprova que sabe laçar um homem.

Já casada e mãe de três filhos, Helen NUNCA deixa a peteca cair. Ela cuida da família, coloca os filhos pra fazer tarefa de casa, pra dormir e ainda apóia o marido em tudo. Embora não queira mais vestir o uniforme de sua identidade secreta de Elastigirl, ela dá conta do recado quando requisitada para salvar o marido na selva de Syndrome. Na sequência da explosão do avião, ela toma uma importante decisão de incentivar a filha Violet a usar seus poderes, mas quando falha, ela logo corre para proteger seus filhos com o próprio corpo.

Com tantas coisas para cuidar, Helen não deixa de cuidar do visual. O diretor Brad Bird caprichou no quadril da personagem e ainda criou a breve cena da foto acima que dá um toque feminino. Há tempos eu não via uma personagem tão completa e contemporânea nas animações. Além disso, a voz sexy de Holly Hunter torna tudo mais gostoso de ouvir.

Joan Allen em A Outra Face da Raiva (photo by OutNow.CH)

Joan Allen em A Outra Face da Raiva (photo by OutNow.CH)

TERRY ANN WOLFMEYER (Joan Allen) em A Outra Face da Raiva (2005)

Abandonada por seu marido, que fugiu com a secretária para a Suécia, Terry se vê desorientada para tocar a vida e cuidar de suas quatro filhas jovens. Para agravar ainda mais sua situação desoladora, cada uma delas enfrenta dificuldades comuns nas áreas dos estudos, trabalho e amor, o que gera calorosas discussões em casa.

Mas engana-se aquele que prevê um dramalhão chato. Joan Allen não deixa a peteca cair, tocando a vida de sua personagem de forma amargamente apaixonante e sem nunca perder o bom humor. Esse comportamento acaba atraindo a atenção do vizinho Denny (Kevin Costner), um ex-jogador de beisebol, que anda exagerando no álcool. Apesar de problemático, vemos nele uma figura importante para o equilíbrio dela.

Com uma boa dose de humor negro por parte da direção de Mike Binder, que também atua como o namorado de uma de suas filhas, A Outra Face da Raiva ganha pontos por retratar a vida de uma família após a saída do pai sem apelar para emoções fáceis. Pena que Joan Allen não teve lobby suficiente para chegar à lista do Oscar de Melhor Atriz, pois merecia maior reconhecimento.

Jodie Foster como a agente Clarice Starling em O Silêncio dos Inocentes (photo by collider.com)

Jodie Foster como a agente Clarice Starling em O Silêncio dos Inocentes (photo by collider.com)

CLARICE STARLING (Jodie Foster) em O Silêncio dos Inocentes (1991)

Agente novata do FBI, Clarice Starling é uma bela jovem num universo masculino, o que a torna um centro de atenções. Para sobreviver nessa rotina, ela busca mascarar sua feminilidade com uma fachada séria e fria. Essa dualidade encontrada em incontáveis mulheres de sucesso que adentram o universo masculino como o dos negócios, acaba instigando todos os homens ao seu redor por sua dedicação.

Clarice se aproveita disso e cria um elo forte com o assassino Hannibal Lecter (Anthony Hopkins) para desvender o sumiço da filha de uma importante senadora americana. A investigação acaba mexendo também em seus próprios traumas passados como a morte de seu pai policial e a tentativa de libertar os pobres cordeirinhos da fazendo do tio.

Para criar a vida de Clarice, Jodie Foster participou de um intenso treinamento ao lado de agentes do FBI. Ela estudou fichas criminais e aprendeu a manusear armas de fogo. Esse esforço foi extremamente importante para dar veracidade à sua performance, uma vez que a beleza da personagem poderia facilmente atrapalhar na imagem de agente do FBI. Sua atuação rendeu seu segundo Oscar de Melhor Atriz em 1992.

Uma Thurman em Kill Bill (photo by gunslot.com)

Uma Thurman em Kill Bill: Vol. 2 (photo by gunslot.com)

A NOIVA (Uma Thurman) em Kill Bill: Vol. 1 (2003) e Kill Bill: Vol. 2 (2004)

A Noiva tem seu casamento interrompido por ex-colegas de profissão (leiam-se assassinos mercenários), que matam todos os presentes na pequena igreja e ainda dão um tiro na cabeça dela. Infelizmente, a bala não a matou e agora ela tem que sair do coma para buscar uma das mais sangrentas vinganças da história do Cinema.

No primeiro filme, vemos uma mulher forte e praticamente indestrutível ao derrotar os Crazy 88 num restaurante japonês em Okinawa. A facilidade com que ela elimina seus oponentes provém da sede de vingança, mas nitidamente se trata de um filme mais físico que abusa da ação.

Já no segundo, temos uma análise psicológica, quando vemos a Noiva em estado mais vulnerável. A personagem deixa de ser bidimensional quando o diretor Quentin Tarantino aprofunda suas raízes nas artes marciais ao lado do mestre Pai Mei, e no seu ponto mais fraco: sua filha, que sobreviveu ao massacre, agora cuidada por Bill. Essa sensibilidade maternal transforma a vida da Noiva, afinal, ela desistiu de ser assassina para poder criar uma família.

Anne Bacroft em A Primeira Noite de um Homem (photo by top10films.co.uk)

Anne Bacroft em A Primeira Noite de um Homem (photo by top10films.co.uk)

MRS. ROBINSON (Anne Bancroft) em A Primeira Noite de um Homem (1967)

Pra quem acha que sogra é tudo igual, assista a A Primeira Noite de um Homem. Lá, vemos o rapaz Benjamin (Dustin Hoffman) que passa a conviver com uma amiga dos seus pais, a Mrs. Robinson. O envolvimento se aquece até que ela dá o primeiro movimento numa noite em sua casa. Embaraçado, Benjamin solta uma das mais famosas frases do Cinema: “Senhora Robinson, você está tentando me seduzir. Não é?”. Mrs. Robinson dá risada.

Anne Bancroft se tornou um ícone da mulher mais velha e deu origem à canção “Mrs. Robinson”, da dupla Simon & Garfunkel. Presa a um casamento estagnado, ela busca um pouco de aventura como a clássica personagem de Gustave Flaubert, Madame Bovary, uma senhora da burguesia provinciana insatisfeita com o casamento e que busca a felicidade que falta na infidelidade.

A personagem acaba perdendo terreno quando seu alvo se apaixona por sua filha. Bancroft entrega uma performance que parte da sedução e satisfação até a dor de ser esquecida a ponto de se tornar rabugenta. O diretor Mike Nichols queria uma atriz francesa para o papel devido à cultura do país em que as mulheres mais velhas iniciam os rapazes na vida sexual, mas Anne Bancroft conseguiu imortalizar a figura de Mrs. Robinson, mesmo sendo apenas 6 anos mais velha que Dustin Hoffman.

Frances McDormand em Fargo (photo by cinemasquid.com)

Frances McDormand em Fargo (photo by cinemasquid.com)

MARGE GUNDERSON (Frances McDormand) em Fargo (1996)

Numa trama macabra que envolve um sequestro falso que resulta na morte de várias pessoas, a chefe de polícia Marge Gunderson, que está gravidíssima com todos os devidos enjôos matinais, assume a investigação. Em todas as cenas em que Marge aparece, vemos ela comendo ou deitada com o marido, fornecendo um elemento aquecedor para uma trama tão fria num local ainda mais gélido como Minnesota.

Com um sotaque da região bastante afiado, Frances McDormand cria uma personagem que tem uma visão otimista e simples da vida, refletindo seus pensamentos em gestos, senso de humor e graça. Como está grávida, ela fica mais lenta para as atividades diárias e mais vulnerável fisicamente, mas isso não a impede de realizar suas tarefas, mesmo que tenha que parar num buffet antes.

Fargo é um filme que procura contrastar a extrema violência do mundo contemporâneo com os valores humanos, aqui representados pela figura da policial. Em seu discurso final, Marge finalmente muda de feição: “I just don’t understand it… (Não consigo entender)”. Só uma mulher para proferir tais palavras. Frances McDormand levou o Oscar de Melhor Atriz, e os irmãos Coen, Melhor Roteiro Original.

Meg Ryan como Sally em Harry & Sally - Feitos um Para o Outro (photo by nicksflickpicks.com)

Meg Ryan como Sally em Harry & Sally – Feitos um Para o Outro (photo by nicksflickpicks.com)

SALLY ALBRIGHT (Meg Ryan) em Harry & Sally – Feitos um Para o Outro (1989)

Meg Ryan interpreta aquela colega da faculdade por quem nós, homens, nos apaixonamos inconscientemente. Ela é inteligente, trabalhadora, tem excelente humor e aquele probleminha chamado “beleza”. Harry (Billy Crystal) tem uma forte teoria de que o homem jamais pode ser amigo de uma mulher, porque a beleza atrapalha.

Bem, se atrapalha a amizade, que tal aquela amizade colorida? Numa das melhores cenas, Sally finge um belo orgasmo numa lanchonete só para contrariar a opinião do amigo Harry. Que mulher! O roteiro de Nora Ephron brilha por sua relação com a realidade. Até então, comédias românticas ainda vinham da escola de Doris Day, nas quais os personagens tinham características definidas e comuns. Seguindo a mesma essência, o diretor Rob Reiner coletou depoimentos de casais reais para incrementar a veracidade da história complicada de Harry e Sally.

Meg Ryan ficou tão marcada por esse papel que acabou se tornando a namoradinha da América no começo dos anos 90, quando estrelou as comédias românticas ao lado de Tom Hanks: Joe Contra o Vulcão (1990), Sintonia de Amor (1993) e Mens@gem Para Você (1998). Para os fãs de comédia romântica, o filme serviu como base para outro sucesso recente: (500) Dias com Ela, com Zooey Deschannel e Joseph Gordon-Levitt.

Glenn Close em Atração Fatal (photo by ftmovie.com)

Glenn Close em Atração Fatal (photo by ftmovie.com)

ALEX FORREST (Glenn Close) em Atração Fatal (1987)

Toda vez que uma moça ficar no encalço de um homem, logo vem a memória a imagem de Glenn Close como a maníaca Alex. No filme, ela se envolve com um homem casado (Michael Douglas), mas que simplesmente surta quando ele resolve dar um chute na bunda dela. Aí vêm os truquezinhos dela para segurá-lo, como falar que está grávida, tentar se matar ou matar animaizinhos de estimação da filha dele.

O papel foi oferecido a incontáveis atrizes, inclusive Isabelle Adjani e Barbara Hershey, mas indo contra todas as expectativas, Glenn abraçou o projeto. Sua primeira atitude foi levar o roteiro para dois psicólogos para questionar o quão real era o comportamento de sua personagem. O diagnóstico de ambos revelou que ela sofreu abusos quando criança, tornando-a uma pessoa violenta com quem a considere atraente.

Atração Fatal ficou marcado pelos anos do auge da AIDS nos anos 80, mas para quem acha que o filme está desatualizado, basta dar uma olhada em algumas mulheres mais ciumentas que ficam 100% do tempo de vigia no facebook do namorado! Curiosamente, segundo a atriz, as pessoas ainda vêm até ela para lhe dizer “obrigada, você salvou o meu casamento!”. Glenn Close foi indicada ao Oscar pelo papel.

Audrey Hepburn e seu gato em Bonequinha de Luxo (photo by theladyandthecat.tumblr.com)

Audrey Hepburn e seu gato em Bonequinha de Luxo (photo by theladyandthecat.tumblr.com)

HOLLY GOLIGHTLY (Audrey Hepburn) em Bonequinha de Luxo (1961)

Apesar do autor do romance, Truman Capote, ter escolhido a musa Marylin Monroe para dar vida à protagonista, o estúdio optou em escalar uma figura oposta e bem menos óbvia: Audrey Hepburn, que ganhou fama por sua graciosidade em filmes anteriores como A Princesa e o Plebeu (1953), Sabrina (1954) e Cinderela em Paris (1957).

Em colaboração com o diretor de comédias, Blake Edwards, a atuação de Hepburn como Holly Golightly ganhou muito em leveza, graça e estilo, marcando para sempre a atriz no cinema, mas para quem conhece o livro, o tom da história é bem mais pesado. No original, Holly flerta com a bissexualidade, mas tal fato é omitido para se adequar ao conservadorismo de Audrey, que já era uma estrela. No filme, mal se percebe que sua personagem é uma prostituta!

Com tamanhas alterações, Bonequinha de Luxo acabou se tornando um clássico da comédia romântica, e hoje o corpo de Truman Capote deve estar se revirando no caixão. Contudo, Hepburn criara uma figura facilmente identificável com o público feminino pelo jeito carinhoso, tresloucado, sua paixão por gatos e sua busca por amor verdadeiro. Audrey Hepburn foi indicada para o Oscar de Melhor Atriz.

Thora Birch em Ghost World - Aprendendo a Viver (photo by frontroomcinema.com)

Thora Birch em Ghost World – Aprendendo a Viver (photo by frontroomcinema.com)

ENID (Thora Birch) em Ghost World – Aprendendo a Viver (2001)

Para quem conhece os quadrinhos do americano Daniel Clowes, Thora Birch incorpora a personagem Enid, uma adolescente que não sabe o que fazer depois de se formar do 2º grau. Seu único plano é de se mudar para um apartamento com a melhor amiga Rebecca (Scarlett Johansson), mas as coisas não dão certo.

Mesmo assim, ela permanece fiel à si mesma, não deixando o mundo ensiná-la a viver sua vida do jeito “normal”. Ela se desvia do caminho comum das moças interessadas em moda, rapazes e faculdade para andar com tipos mais estranhos, abusar da sinceridade em seus empregos e conhecer gente interessante, como o solitário Seymour (Steve Buscemi), que coleciona discos de blues.

Embora seja uma pessoa deslocada, Enid sustenta autenticidade e defende suas crenças e perspectivas com afinco, mesmo com uma fachada fria no rosto. Interessante ver como a personagem busca manter sua essência numa sociedade cada vez mais massificada. Thora Birch faz seu melhor trabalho da carreira. Pena que nunca mais deslanchou um bom filme.

Sissy Spacek em cena inicial de Carrie, a Estranha (photo by quermedar.com.br)

Sissy Spacek em cena inicial de Carrie, a Estranha (photo by quermedar.com.br)

CARRIE WHITE (Sissy Spacek) em Carrie, a Estranha (1976)

Criada debaixo da asa da mãe, a adolescente Carrie nunca foi popular na escola. De comportamento tímido e bastante quieta, sua reputação sofre um baque quando ela surta no vestiário feminino quando vê sangue escorrendo nas suas pernas. Sem a mínima informação sobre menstruação, ela vira alvo predileto das outras colegas.

Além desse incidente na escola, Carrie ainda sofre com o fanatismo religioso da mãe (Piper Laurie), que a proíbe de sair de casa e a isola de novas amizades. Mas, como todas as adolescentes americanas sonham com a noite do baile, a adolescente gostaria de participar do evento. Ela acaba conseguindo através de uma armação feita pela colega Chris (Nancy Allen) com o objetivo de humilhá-la na frente de todos com um banho de sangue de porco.

Como se trata de uma história baseada em romance de terror do cultuado Stephen King, a jovem descobre que tem o poder da telecinésia. E a noite romântica se torna um inferno na terra. Sem controle nenhum, Carrie quer dar o troco a todo custo. Esse filme mexe muito com o imaginário de várias mulheres ainda hoje, tanto que uma refilmagem está prevista para estrear no final de 2013, com a talentosa Chlöe Grace Moretz.

Claro que existem inúmeras personagens femininas não citadas nessa lista como Scarlett O’Hara de … E o Vento Levou, ou Mary Poppins. Não tinha intenção de fazer uma cobertura completa, mas mais pessoal. Caso queira acrescentar mais nomes à lista, fique à vontade para incluir um comentário!

Nora Ephron (1941 – 2012)

Nora Ephron

Nesta terça-feira, dia 26 de junho, os cinéfilos perdem a cineasta norte-americana Nora Ephron, morta aos 71 anos num hospital de Nova York. De acordo com o jornal Washington Post, a causa da morte foi uma síndrome mielodisplásica (tipo de doença sanguínea) com a qual Ephron foi diagnosticada há seis anos.

Para o grande público, talvez, o nome de Ephron não soe tão familiar, mas quando se menciona que fora roteirista da comédia Harry & Sally – Feitos um Para o Outro (1989), na hora vem à memória a antológica cena de Meg Ryan fingindo um orgasmo num restaurante (foto) depois que Harry a desafia. Como se isso não a tornasse sinônimo de comédia romântica, dirigiu ainda Sintonia de Amor (1993) e Mens@gem Para Você (1998), formando um casal de química notável: Tom Hanks e Meg Ryan. Também dirigiu Michael – Anjo e Sedutor (com um John Travolta ressurgindo depois do sucesso de Pulp Fiction) e mais recentemente, seu último trabalho no cinema: Julie & Julia (2009), sobre a influência da culinária de Julia Child sobre a blogueira Julie Powell, que rendeu uma indicação ao Oscar de melhor atriz para Meryl Streep.

Famosa cena de Harry & Sally

Nora começou sua carreira como jornalista, escrevendo para o New York Post, Esquire e New York, já tratando de temas mais feministas que culminariam numa coletânea intitulada Crazy Salad: Some Things about Women, com textos ousados envolvendo seios e vaginas, pois acreditava que o movimento feminista seria melhor assimilado com mais humor.

Por seu trabalho no cinema, Nora Ephron foi indicada 3 vezes ao Oscar, todas como melhor roteiro original: Em 1984 por Silkwood – O Retrato de uma Coragem, em 1990 por Harry & Sally – Feitos um Para o Outro e em 1994 por Sintonia do Amor. Infelizmente, nunca levou o prêmio para casa, mas certamente seu nome ficará marcado na História do Cinema como uma diretora e roteirista que conseguiu renovar o gênero da comédia romântica. Não somente pelas ótimas tiradas, mas pela forma espontânea como tratava os sentimentos amorosos, espantando com profundidade qualquer pieguice do melodrama das décadas anteriores. Se os filmes românticos dos anos 90 tivessem uma face, esta seria a de Ephron.

Meg Ryan e Tom Hanks em Sintonia de Amor

Obviamente, Harry & Sally se sobressai por ter apresentado um questionamento que permanece atual ainda hoje: “É possível haver amizade entre um homem e uma mulher?” Segundo Harry, personagem interpretado por Billy Crystal: “Não. Porque a parte do sexo sempre vai atrapalhar”. Se puder, reveja e pense a respeito. Ah, vale lembrar que as cenas em que o casal aparece numa espécie de sala de psiquiatra (que tentaram imitar em Sr. e Sra. Smith) deu origem àquelas propagandas marcantes da Brastemp.

Não é nenhuma Brastemp…

Muitas vezes, Nora Ephron foi comparada ao diretor conterrâneo Woody Allen. E merecidamente. A neurose das personagens criadas por ambos compartilhava uma mesma essência. Nada era simples como deveria, mas no final, diziam: “Se for simples demais, não tem graça”. Recentemente, foi postado uma breve entrevista com o diretor Rob Reiner, que trabalhou com Ephron pelo filme Harry & Sally.  Em algumas palavras, Reiner resume a amiga e colaboradora: “brilhante escritora, grande observadora da relação do homem com a mulher… nem te conto o prazer que era receber uma ligação dela, convidando pra jantar: você sabia que iria ter boa comida e boa conversa”.

Vale a pena ver uma apresentação de Nora Ephron num evento que homenageava a atriz Meryl Streep pelo AFI (American Film Institute). Aí podemos confirmar a genialidade e o humor sofisticado de uma das melhores roteiristas do cinema americano, e como ela tinha um carinho recíproco dos atores com quem trabalhou. Quem sabe um dia Meryl Streep não a interprete num filme?

Nora Ephron:

“Ela (Meryl Streep) interpreta todos nós melhor que nós mesmos. Contudo, é um pouco deprimente saber que se você fizer um teste de audição para interpretar você mesmo, você perderia para ela”

“Às vezes, quando estou tendo um dia difícil, eu ligo pra Meryl e ela me substitui. Ela é tão boa que as pessoas nem percebem! Eu a chamo no final do dia, descubro como eu fiz e inevitavelmente se torna um dos melhores dias da minha vida!”