Nove filmes seguem em busca do Oscar de Filme em Língua Estrangeira 2016. Brasil fica de fora mais uma vez…

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Cena do representante da França, Cinco Graças, um dos filmes classificados para a próxima fase (photo by cine.gr)

ACADEMIA LIMA 72 PRODUÇÕES DA COMPETIÇÃO. O FAVORITO O FILHO DE SAUL PERMANECE NO PÁREO.

Toda vez que vou postar algo relacionado à categoria de Melhor Filme em Língua Estrangeira, a expressão: “Vira o disco” me vem à mente. Desde que fundei esse blog, é a categoria que mais reclamo, pois é a que mais necessita de uma reforma.

Primeiramente, vamos às notícias. Saiu a lista dos 9 filmes pré-selecionados dos 81 filmes internacionais inscritos. As 72 produções não-selecionadas podem dar adeus às chances de ganhar o Oscar, inclusive o filme brasileiro Que Horas Ela Volta?.

A War (photo by cine.gr)

A War, de Tobias Lindholm (photo by cine.gr)

Segue a lista:

The Brand New Testament (Le Tout Nouveau Testament), de Jaco Van Dormael – BÉLGICA
O Abraço da Serpente (El Abrazo de la Serpiente), de Ciro Guerra – COLÔMBIA
A War (Krigen), de Tobias Lindholm – DINAMARCA
O Esgrimista (Miekkailija), de Klaus Härö – FINLÂNDIA
Cinco Graças (Mustang), de Deniz Gamze Ergüven – FRANÇA
Labirinto de Mentiras (Im Labyrinth des Schweigens), de Giulio Ricciarelli – ALEMANHA
O Filho de Saul (Saul fia), de László Nemes – HUNGRIA
Viva, de Paddy Breathnach – IRLANDA
Theeb, de Naji Abu Nowar – JORDÂNIA

Claro que é difícil você criticar ou mesmo elogiar filmes sem ter visto, e alguns desses selecionados acima podem ser até de ótima qualidade, mas havia alguns títulos que sequer passaram dessa primeira triagem e eram considerados fortes candidatos como o taiwanês A Assassina, o sueco Um Pombo Pousou num Galho Refletindo Sobre a Existência, o austríaco Boa Noite, Mamãe e o brasileiro Que Horas Ela Volta?, que vinha conquistando seu espaço na temporada, principalmente depois da indicação ao Critics’ Choice Awards. Apesar de ter declarado que não acreditava em indicação, nas últimas semanas, confesso que estava mais confiante na passagem do Brasil, pelo menos nessa primeira peneira. Infelizmente, Central do Brasil continuará sendo nosso último representante indicado por mais um ano.

O Esgrimista (photo by cine.gr)

O Esgrimista, de Klaus Härö  (photo by cine.gr)

Aí você vai perguntar: “Mas não existe o Comitê de Filme em Língua Estrangeira justamente pra evitar essas ausências?”. Sim, existe, mas dessa lista de 9, o comitê seleciona apenas 3 com base em méritos artísticos e grau de importância em premiações e festivais. Os outros 6 são resultado dos votantes idosos que comparecem às sessões vespertinas para poder votar com base em suas taras obsessivas por filmes de temática bélica e Holocausto.

Uns dois anos atrás, fiz essa análise para tentar deduzir de onde vinham os votos desses 9 filmes. Vamos dar uma olhada no que temos este ano:

The Brand New Testament, de (photo by outnow.ch)

The Brand New Testament, de Jaco Van Dormael (photo by outnow.ch)

1. The Brand New Testament
Comédia sobre uma nova versão da bíblia, onde Deus estaria vivo e vivendo em Bruxelas com a filha. Apesar do tema religioso, tem Catherine Deneuve no elenco, e recentemente foi indicado ao Globo de Ouro. COMITÊ

2. O Abraço da Serpente
Drama em preto-e-branco sobre relação entre shaman amazônico e dois cientistas que buscam uma planta milagrosa. Foi indicado ao Independent Spirit Awards. VOTANTES

3. A War
Drama sobre a Guerra do Afeganistão e os crimes de guerra cometidos pelo comandante dinamarquês. COMITÊ

4. O Esgrimista
Fugindo da polícia secreta russa, jovem esgrimista estoniano é forçado a voltar para seu país, onde se torna professor de educação física numa escola local. VOTANTES

5. Cinco Graças
Cinco irmãs adolescentes amantes da liberdade são mantidas aprisionadas em casa pelos pais, depois que uma brincadeira inocente com meninos vai à tona. Casamentos passam a ser arranjados em seguida. Indicado ao Globo de Ouro e Independent Spirit Awards. VOTANTES

6. Labirinto de Mentiras
15 anos após a Segunda Guerra Mundial, os nazistas estão esquecidos até o dia em que um promotor público reconhece um comandante de Auschwitz dando aulas livremente. VOTANTES

7. O Filho de Saul
Saul trabalha no campo de concentração queimando corpos. Quando reconhece o corpo de seu filho, ele se arrisca para poder enterrá-lo. VOTANTES

8. Viva
Ao fazer uma performance como drag queen, jovem é surpreendido pelo pai, que estava ausente há 15 anos. Na volta da convivência, eles precisam acertar suas diferenças.  COMITÊ

9. Theeb
Theeb é um menino que tem a missão de guiar um oficial britânico pelo deserto durante a Primeira Guerra Mundial. VOTANTES

Viva (photo by cine.gr)

Viva, de Paddy Breathach (photo by cine.gr)

Como postei anteriormente, o ideal seria se a categoria estendesse o número de seus indicados para dez. Garimpar 10 produções americanas boas no ano pode ser difícil às vezes, mas 10 filmes mundo afora? Mais fácil do que indicar Meryl Streep! Mas aí vem a outra questão: chega de filmes só de guerra e nazismo! Vamos diversificar! Para isso, as regras precisam mudar. Por que não formar um comitê com profissionais internacionais e um americano? Como se fosse um júri de festival, que mudaria anualmente.

Theeb (photo by cine.gr)

Theeb, de Naji Abu Nowar (photo by cine.gr)

Por exemplo: Este ano, o comitê selecionado pela Academia será composto por David Lynch (diretor americano) e os internacionais: Pedro Almodóvar (Espanha), Zhangke Jia (China), Guillermo Del Toro (México), Jacques Audiard (França) e Walter Salles (Brasil). Eles se comprometeriam a assistir aos 81 filmes e selecionar os 5 finalistas, que aí poderiam ser votados pelos membros da Academia.

O Abraço da Serpente, de Ciro Guerra (photo by cine.gr)

O Abraço da Serpente, de Ciro Guerra (photo by cine.gr)

Enfim, todo ano faço sugestões na vã esperança de que algum dia um membro da Academia receba essa informação e cause alguma mudança. Acho uma categoria muitas vezes tratada como secundária, até mesmo pelos apresentadores do prêmio que chegam ao palco com aquela cara de “por que não me colocaram para apresentar Melhor Filme ou Diretor?”, mas que deveria ser mais valorizada pela instituição, cuja cerimônia depende dos números de audiência além da fronteira americana.

Labyrinth of Lies

Labirinto de Mentiras, de Giulio Ricciarelli (photo by cine.gr)

Contudo, acho que até o público já se habituou a ver filmes de Segunda Guerra Mundial e campos de concentração ganharem nessa categoria. E nesse quesito, nenhum outro representante melhor do que o húngaro O Filho de Saul, que deve ter passado para a segunda fase com sobras. Vi o filme de László Nemes na Mostra Internacional de Cinema, e pode ser que minha opinião crítica tenha sido afetada por todas essas questões que citei, mas o filme não me impressionou. Basicamente é a mesma história de sempre, mas com o diferencial de que a história toda do pai que quer enterrar o filho é filmada com “câmera na mão” (steadycam) e colada no protagonista o filme todo, deixando boa parte do fundo desfocada.

O Filho de Saul, de László Nemes (photo by cine.gr)

O Filho de Saul, de László Nemes (photo by cine.gr)

A lista dos 9 filmes não me agrada à princípio, porque gosto de ver coisas diferentes, ainda mais nessa categoria super manjada. Por isso estava na torcida pelo austríaco Boa Noite, Mamãe, que tem um terror psicológico que há muito não vejo por aqui… Gostaria muito que o chileno O Clube estivesse concorrendo, pois achei um dos melhores do ano por sua coragem em abordar o tema dos padres que cometeram abuso sexual, ao mesmo tempo em que deixa um forte desconforto no espectador. Daria uma ótima combinação para acompanhar um dos favoritos ao Oscar, Spotlight – Segredos Revelados, que trata do mesmo tema.

Na atual conjuntura, torço pelos The Brand New Testament e A War, porque parecem apresentar algo mais inusitado, e coincidentemente ou não, dois filmes que acredito que foram selecionados pelo Comitê. E claro, torço para que os selecionados apresentem algo a mais além da temática.

O anúncio dos 5 indicados a Melhor Filme em Língua Estrangeira será no dia 14 de janeiro.

81 filmes concorrem por 5 vagas de Melhor Filme em Língua Estrangeira no Oscar 2016

O diretor Pawel Pawlikowski posa com seu Oscar de Filme em Língua Estrangeira este ano por Ida (photo by thehindubissinessline.com)

O diretor Pawel Pawlikowski posa com seu Oscar de Filme em Língua Estrangeira este ano por Ida (photo by thehindubissinessline.com)

COM INSCRIÇÕES TERMINADAS, COMEÇAM AS ESPECULAÇÕES

Apesar de não ter havido quebra de recordes, 81 filmes foram selecionados para a disputa pelo Oscar de Filme de Língua Estrangeira, dois a menos do que o ano anterior com 83. A novidade deste ano atende pelo nosso vizinho Paraguai, que inscreveu um longa-metragem pela primeira vez ao prêmio. Embora as chances de vitória não sejam lá das maiores, é bacana ver mais um país latino concorrendo com uma obra que representa sua cultura, e também vale lembrar que a própria Academia tem se demonstrado mais aberta às produções de países sem muito histórico cinematográfico. Nesse ano, por exemplo, a Mauritânia e a Estônia receberam suas primeiras indicações por Timbuktu e Tangerinas, respectivamente. Então por que não sonhar com uma vaga?

E O BRASIL?

O Brasil corre atrás de sua 5ª indicação na categoria, algo que não acontece desde o longínquo ano de 1999, quando Central do Brasil perdeu para o italiano A Vida é Bela. O MinC selecionou a ‘dramédia’ Que Horas Ela Volta?, de Anna Muylaert, que ganhou o título internacional de The Second Mother, em referência ao personagem central de Regina Casé, que vive uma empregada doméstica que cuida do filho dos patrões como se fosse seu.

Cena de Que Horas Ela Volta?, de Anna Muylaert, presentante do Brasil este ano (photo by cine.gr)

Cena de Que Horas Ela Volta?, de Anna Muylaert, presentante do Brasil este ano (photo by cine.gr)

O filme funciona bem como crítica social e um retrato das classes brasileiras, assim como comédia graças à atuação de Casé. Ganhou prêmios importantes em festivais como o de Sundance e Berlim, o que sempre ajuda na campanha e também na conquista do próprio público brasileiro que costuma olhar com mais atenção as produções premiadas, mas ainda está bem longe da própria campanha vitoriosa de Central do Brasil. A seleção de Que Horas Ela Volta? me agrada por representar bem o que acontece no país, o que não deixa de ser uma decisão corajosa, mas em termos de chances reais, acredito que o Brasil terá de esperar mais um ano ainda por uma nova indicação.

FAVORITOS ATÉ O MOMENTO

Em se tratando de Oscar de Filme em Língua Estrangeira, digamos que é uma caixinha de surpresas. Às vezes acontece de haver um franco-favorito como o iraniano A Separação ou o austríaco Amor, mas na maioria das vezes a Academia gosta de surpreender, infelizmente pra pior. São raríssimos os casos em que me surpreendi positivamente como quando o argentino O Segredo dos Seus Olhos e do alemão A Vida dos Outros levaram o prêmio batendo os favoritos.

Nessa altura do campeonato ainda é difícil prever os reais favoritos. Muitas vezes a gente se baseia em participações e premiações em grandes festivais como Cannes e Veneza, mas nada é 100% garantido. Ano passado, muitos apostaram no turco Winter Sleep como dono de uma das indicações por ter levado a Palma de Ouro, mas acabou nem passando pras semi-finais. Mas, se existe algum tipo de certeza, o chamado ‘Oscar lock’, este seria o representante húngaro O Filho de Saul, de László Nemes. Além de ter levado o Grande Prêmio do Júri em Cannes, tem o elemento-chave para quase todo filme vencedor desta categoria: 2ª Guerra Mundial e Judeus.

Cena de O Filho de Saul, ainda sem previsão de estréia no Brasil (photo by cine.gr)

Cena de O Filho de Saul, ainda sem previsão de estréia no Brasil (photo by cine.gr)

A trama do filme se passa em 1944, no campo de concentração de Auschwitz, onde o prisioneiro Saul tem a ingrata tarefa de queimar os corpos de seus colegas até encontrar o corpo daquele que acredita ser seu filho. O filme tem toda a receita pronta para ganhar a estatueta. Podem me cobrar em fevereiro: O Filho de Saul vai ganhar o Oscar.

Além do húngaro, existem alguns filmes que estão sendo bem comentados pela crítica internacional e devem figurar pelo menos na lista dos semi-finalistas, graças ao comitê executivo criado pelo produtor Mark Johnson. Explico. Depois que o super bem criticado filme romeno 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias, de Cristian Mungiu, ficou de fora da categoria de Filme em Língua Estrangeira de 2008, a Academia criou com a ajuda de Johnson um comitê responsável por selecionar três títulos na lista dos nove semi-finalistas para que não dependam exclusivamente dos votos dos velhinhos judeus que assistem às sessões dos filmes estrangeiros. Foi graças aos esforços desse comitê que filmes mais ousados foram indicados como o grego Dente Canino em 2010. Acredito que se esse comitê tivesse existido desde o início dos anos 2000, filmes muito bons porém violentos teriam sido indicados como o brasileiro Cidade de Deus e o sul-coreano Oldboy.

Enfim, águas passadas. Agora o comitê tem a chance de promover mais três filmes relevantes no cenário internacional. Eles têm o chileno O Clube, que tem um tema polêmico de padres católicos que se isolam numa casa após cometerem abuso sexual com menores. O filme é dirigido por Pablo Larraín, anteriormente indicado por No; Tem o sueco Um Pombo Pousou num Galho Refletindo Sobre a Existência, que ganhou o Leão de Ouro de 2014 e tem o nome do diretor veterano Roy Andersson pra ajudar; E de Taiwan, The Assassin concorre como filme mais belo visualmente e a Academia tem uma chance de ouro para premiar um dos melhores diretores asiáticos da atualidade: Hou Hsiao-Hsien, que levou o prêmio de Direção em Cannes este ano. Caso o filme asiático não passe, existe uma boa possibilidade de concorrer nas categorias de Figurino e Direção de Arte.

Bela cena de The Assassin, de Hou Hsiao-Hsien (photo by cine.gr)

Bela cena de The Assassin, de Hou Hsiao-Hsien (photo by cine.gr)

Cena de Um Pombo Pousou num Galho Refletindo Sobre a Existência, de Roy Andersson. (photo by cine.gr)

Cena de Um Pombo Pousou num Galho Refletindo Sobre a Existência, de Roy Andersson. (photo by cine.gr)

Cena de O Clube, de (photo by cine.gr)

Cena de O Clube, de Pablo Larraín (photo by cine.gr)

Outro representante bem comentado foi o português As Mil e uma Noites: Vol. 2, o Desolado, de Miguel Gomes. Trata-se da segunda parte da trilogia baseada na obra anônima de contos, pelo qual o diretor busca fazer críticas à política econômica atual de seu país. Ao contrário do que acontece com todos os filmes divididos em volumes, esta trilogia toda foi lançada no mesmo ano, totalizando mais de 6 horas de filme. A escolha pelo segundo volume foi uma aposta dos organizadores em Portugal, muito provavelmente para instigar ainda mais os votantes a conferir os demais filmes da trilogia.

Cena de As Mil e uma Noites,: Vol. 2, O Desolado, de Miguel Gomes (photo by outnow.ch)

Cena de As Mil e uma Noites,: Vol. 2, O Desolado, de Miguel Gomes (photo by outnow.ch)

Vale também citar aqui o filme romeno Aferim!, de Radu Jude, que levou o Urso de Prata de Melhor Diretor no último Festival de Berlim. Filmado em preto-e-branco, esse western moderno romeno se passa no século XIX, e apresenta uma trama de captura de um escravo cigano que teve um caso com a esposa de seu dono. Seria uma forma de crítica ao escravismo de que persiste na Romênia atual. Apresenta uma bela fotografia PB e pode surpreender.

Cena de Aferim!, de Radu Jude, que levou o Urso de Prata de Diretor (photo by outnow.ch)

Cena de Aferim!, de Radu Jude (photo by outnow.ch)

MINHA TORCIDA

Como muitos sabem, gosto de defender material diferente no Oscar, especialmente quando o candidato possui características diferentes, criativas, bizarras. Apesar de não ter visto ainda, o representante da Áustria deste ano parece ter todos esses elementos citados. Goodnight Mommy é sobre dois meninos gêmeos que se mudam para uma nova casa com sua mãe depois que ela passa por uma cirurgia plástica facial. Coberto por ataduras no rosto, a mãe se torna irreconhecível pelos filhos.

Cena do terror psicológico Goodnight Mommy, de Severin Fiala e Veronika Franz (photo by outnow,ch)

Cena do terror psicológico Goodnight Mommy, de Severin Fiala e Veronika Franz (photo by outnow,ch)

Existe uma bizarrice que lembra o do grego Dente Canino, mas é nitidamente um filme de terror psicológico, daqueles excelentes que Roman Polanski costumava fazer nos anos 60 e 70. Caso o filme austríaco seja reconhecido por prêmios da crítica americana, existe uma boa chance de ser defendido pelo comitê, caso contrário, não deve passar de uma ótima e corajosa tentativa.

Confira o trailer:

Segue a lista com os 81 filmes inscritos oficialmente para a 88ª edição do Academy Awards:

• AFEGANISTÃO: Utopia
Dir: Hassan Nazer

• ÁFRICA DO SUL: The Two of Us
Dir: Ernest Nkosi

• ALBÂNIA: Bota
Dir: Iris Elezi & Thomas Logoreci

• ALEMANHA: Labirinto de Mentiras (Im Labyrinth des Schweigens)
Dir: Giulio Ricciarelli

• ARGÉLIA: Twilight of Shadows
Dir: Mohamed Lakhdar Hamina

• ARGENTINA: The Clan (El Clan)
Dir: Pablo Trapero

• AUSTRÁLIA: Arrows of the Thunder Dragon
Dir: Greg Sneddon

• ÁUSTRIA: Goodnight Mommy
Dir: Veronika Franz & Severin Fiala

• BANGLADESH: Jalal’s Story
Dir: Abu Shahed Emon

• BÉLGICA: The Brand New Testament
Dir: Jaco Van Dormael

• BÓSNIA HERZEGOVINA: Our Everyday Story
Dir: Ines Tanović

• BRASIL: Que Horas Ela Volta? (The Second Mother)
Dir: Anna Muylaert

• BULGÁRIA: The Judgment
Dir: Stephan Komandarev

• CAMBOJA: The Last Reel
Dir: Sotho Kulikar

• CANADÁ: Félix and Meira
Dir: Maxime Giroux

• CAZAQUISTÃO: Stranger
Dir: Yermek Tursunov

• CHILE: O Clube (El Club)
Dir: Pablo Larraín

• CHINA: Go Away Mr. Tumor
Dir: Han Yan

• COLÔMBIA: O Abraço da Serpente (El Abrazo de la Serpiente)
Dir: Ciro Guerra

• CORÉIA DO SUL: The Throne
Dir: Lee Joon-ik

• COSTA DO MARFIM: Run
Dir: Philippe Lacôte

• COSTA RICA: Imprisoned
Dir: Esteban Ramírez

• CROÁCIA: The High Sun
Dir: Dalibor Matanić

• DINAMARCA: Guerra (Krigen)
Dir: Tobias Lindholm

• ESLOVÁQUIA: Goat
Dir: Ivan Ostrochovský

• ESLOVÊNIA: The Tree
Dir: Sonja Prosenc

• ESPANHA: Flowers
Dir: Jon Garaño & Jose Mari Goenaga

• ESTÔNIA: 1944
Dir: Elmo Nüganen

• ETIÓPIA: Cordeiro (Lamb)
Dir: Yared Zeleke

• FILIPINAS: Heneral Luna
Dir: Jerrold Tarog

• FINLÂNDIA: The Fencer
Dir: Klaus Härö

• FRANÇA: Mustang
Dir: Deniz Gamze Ergüven

• GEORGIA: Moira
Dir: Levan Tutberidze

• GRÉCIA: Xenia
Dir: Panos H. Koutras

• GUATEMALA: Ixcanul
Dir: Jayro Bustamante

• HOLANDA: The Paradise Suite
Dir: Joost van Ginkel

• HONG KONG: To the Fore
Dir: Dante Lam

• HUNGRIA: O Filho de Saul (Saul Fia)
Dir: László Nemes

• ÍNDIA: Court
Dir: Chaitanya Tamhane

• IRÃ: Muhammad: The Messenger of God
Dir: Majid Majidi

• IRAQUE: Memories on Stone
Dir: Shawkat Amin Korki

• IRLANDA: Viva
Dir: Paddy Breathnach

• ISLÂNDIA: A Ovelha Negra (Hrútar)
Dir: Grímur Hákonarson

• ISRAEL: Baba Joon
Dir: Yuval Delshad

• ITÁLIA: Don’t Be Bad
Dir: Claudio Caligari

• JAPÃO: 100 Yen Love
Dir: Masaharu Take

• JORDÂNIA: Theeb
Dir: Naji Abu Nowar

• KOSOVO: Pai (Babai)
Dir: Visar Morina

• LETÔNIA: Modris
Dir: Juris Kursietis

• LÍBANO: Void
Dir: Naji Bechara, Jad Beyrouthy, Zeina Makki, Tarek Korkomaz, Christelle Ighniades, Maria Abdel Karim & Salim Haber

• LITUÂNIA: The Summer of Sangaile
Dir: Alanté Kavaïté

• LUXEMBURGO: Baby (A)lone
Dir: Donato Rotunno

• MACEDÔNIA: Honey Night
Dir: Ivo Trajkov

• MALÁSIA: Men Who Save the World
Dir: Liew Seng Tat

• MARROCOS: Aida
Dir: Driss Mrini

• MÉXICO: 600 Miles
Dir: Gabriel Ripstein

• MONTENEGRO: You Carry Me
Dir: Ivona Juka

• NEPAL: Talakjung vs Tulke
Dir: Basnet Nischal

• NORUEGA: The Wave
Dir: Roar Uthaug

• PAQUISTÃO: Moor
Dir: Jami

• PALESTINA: The Wanted 18
Dir: Amer Shomali & Paul Cowan

• PARAGUAI: Cloudy Times
Dir: Arami Ullón

• PERU: NN
Dir: Héctor Gálvez

• POLÔNIA: 11 Minutes
Dir: Jerzy Skolimowski

• PORTUGAL: As Mil e Uma Noites – Volume 2, O Desolado (Arabian Nights – Volume 2, The Desolate One)
Dir: Miguel Gomes

• QUIRGUISTÃO: Heavenly Nomadic
Dir: Mirlan Abdykalykov

• REINO UNIDO: Under Milk Wood
Dir: Kevin Allen

• REPÚBLICANA DOMINICANA: Sand Dollars
Dir: Laura Amelia Guzmán & Israel Cárdenas

• REPÚBLICA TCHECA: Home Care
Dir: Slavek Horak

• ROMÊNIA: Aferim!
Dir: Radu Jude

• RÚSSIA: Sunstroke
Dir: Nikita Mikhalkov

• SÉRVIA: Enclave
Dir: Goran Radovanović

• SINGAPURA: 7 Letters
Dir: Royston Tan, Kelvin Tong, Eric Khoo, Jack Neo, Tan Pin Pin, Boo Junfeng & K. Rajagopal

• SUÉCIA: Um Pombo Pousou num Galho Refletindo Sobre a Existência (En duva satt på en gren och funderade på tillvaron)
Dir: Roy Andersson

• SUÍÇA: Iraqi Odyssey
Dir: Samir

• TAILÂNDIA: How to Win at Checkers (Every Time)
Dir: Josh Kim

• TAIWAN: The Assassin
Dir: Hou Hsiao-hsien

• TURQUIA: Sivas
Dir: Kaan Müjdeci

• URUGUAI: A Moonless Night
Dir: Germán Tejeira

• VENEZUELA: Lo que Lleva el Río (Gone with the River)
Dir: Mario Crespo

• VIETNÃ: Jackpot
Dir: Dustin Nguyen

As indicações serão anunciadas no dia 14 de janeiro de 2016. A 88ª cerimônia do Oscar acontece em 28 de fevereiro.